Curupira - edicao 4

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A Embrapa, com seus 40 anos de existência, é hoje a maior empresa pública de pesquisa agropecuária brasi- leira, vinculada ao governo federal, com quase 10 mil trabalhadores e está presente em praticamente todos os estados da federação. Apesar das contribuições de nossa empresa para o de- senvolvimento tecnológico da agricultura brasileira nes- ses últimos 40 anos, não po- demos deixar de reconhecer também os problemas en- frentados pelo modelo agrí- cola dominante no Brasil, baseado em monocultivos como a cana-de-açúcar e a soja, a utilização indiscrimi- nada de agrotóxicos, a degra- dação dos solos e a contami- nação das águas, a utilização de transgênicos na alimenta- ção humana, além da concen- tração de terra e a expulsão de agricultores tradicionais e comunidades indígenas de seus territórios originais. Nesse modelo dominan- te, a maior parte do lucro da produção agrícola de nosso país fica com o chamado agronegócio e com as gran- des corporações e empresas transnacionais do sistema agroalimentar. Mesmo com a crescente tecnificação e industrialização da produção agrícola conven- cional e do trabalho cada vez mais intensivo de inovações e tecnologias, que implica em aumentos cada vez maiores de produtividade, mas tam- bém de maior consumo de energia, a fome em nosso país continua existindo e se multiplicando. Além disso, nossa em- presa, que sempre teve uma estrutura extremamente cen- tralizada e um modelo de gestão vertical, vive um pro- cesso de aumento do autori- tarismo e da falta de transpa- rência na gestão, tanto no que diz respeito aos seus trabalhadores como para a sociedade em geral. Nesse sentido, no mo- mento em que iniciamos a discussão do ACT 2014- 2015, entendemos que é oportuno e necessário abrir- mos um grande debate nacio- nal sobre a Embrapa que precisamos, ou seja, se quere- mos uma empresa voltada aos interesses prioritários do agronegócio e das grandes corporações transnacionais do sistema agroalimentar ou direcionada aos interesses majoritários dos trabalhado- res, dos agricultores familia- res e da sociedade em geral. Junto com esse debate, é mais do que premente abrir- mos também a discussão de mais democracia e transpa- rência na empresa, pois nossa estrutura organizacional é extremamente autoritária e os nossos gestores são indicados indiretamente. Você sabia que a Em- brapa gasta quase 20% do orçamento da folha de paga- mento para pagar os cargos comissionados de diretores, chefes e supervisores? Para transformar essa realidade, precisamos mudar, urgentemente, essa estrutura de gestão vertical da Embra- pa e construir um modelo mais democrático. E isso passa pela eleição direta de diretores e chefes de Unida- des. Esse desafio é uma tare- fa de todos nós! Embrapa voltada aos interesses dos trabalhadores e da sociedade, com mais democracia e transparência Nossa empresa vive um processo de aumento do autoritarismo e da falta de transparência na gestão. Edição nº4 - fevereiro de 2014

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O Cupira é uma publicação mensal da Seção Sindical Campinas-Jaguariúna do SINPAF.

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A Embrapa, com seus 40 anos de existência, é hoje a maior empresa pública de pesquisa agropecuária brasi-leira, vinculada ao governo federal, com quase 10 mil trabalhadores e está presente em praticamente todos os estados da federação. Apesar das contribuições de nossa empresa para o de-senvolvimento tecnológico da agricultura brasileira nes-ses últimos 40 anos, não po-demos deixar de reconhecer também os problemas en-frentados pelo modelo agrí-cola dominante no Brasil, baseado em monocultivos como a cana-de-açúcar e a soja, a utilização indiscrimi-nada de agrotóxicos, a degra-dação dos solos e a contami-nação das águas, a utilização de transgênicos na alimenta-ção humana, além da concen-tração de terra e a expulsão de agricultores tradicionais e comunidades indígenas de seus territórios originais. Nesse modelo dominan-te, a maior parte do lucro da

produção agrícola de nosso país fica com o chamado agronegócio e com as gran-des corporações e empresas transnacionais do sistema agroalimentar. Mesmo com a crescente tecnificação e industrialização da produção agrícola conven-cional e do trabalho cada vez mais intensivo de inovações e tecnologias, que implica em aumentos cada vez maiores de produtividade, mas tam-bém de maior consumo de

energia, a fome em nosso país continua existindo e se multiplicando. Além disso, nossa em-presa, que sempre teve uma estrutura extremamente cen-tralizada e um modelo de

gestão vertical, vive um pro-cesso de aumento do autori-tarismo e da falta de transpa-rência na gestão, tanto no que diz respeito aos seus trabalhadores como para a sociedade em geral. Nesse sentido, no mo-mento em que iniciamos a discussão do ACT 2014-2015, entendemos que é oportuno e necessário abrir-mos um grande debate nacio-nal sobre a Embrapa que precisamos, ou seja, se quere-

mos uma empresa voltada aos interesses prioritários do agronegócio e das grandes corporações transnacionais do sistema agroalimentar ou direcionada aos interesses majoritários dos trabalhado-

res, dos agricultores familia-res e da sociedade em geral. Junto com esse debate, é mais do que premente abrir-mos também a discussão de mais democracia e transpa-rência na empresa, pois nossa estrutura organizacional é extremamente autoritária e os nossos gestores são indicados indiretamente. Você sabia que a Em-brapa gasta quase 20% do orçamento da folha de paga-mento para pagar os cargos comissionados de diretores, chefes e supervisores? Para transformar essa realidade, precisamos mudar, urgentemente, essa estrutura de gestão vertical da Embra-pa e construir um modelo mais democrático. E isso passa pela eleição direta de diretores e chefes de Unida-des. Esse desafio é uma tare-fa de todos nós!

Embr apa vo l tada aos in t e r esses dos

t r aba lhador es e da soc iedade , com mais

democ r ac ia e t r anspa rênc ia

Nossa empresa vive um processo de aumento do autoritarismo e da falta de transparência na gestão.

“ “

E d i ç ã o n º 4 - f e v e r e i r o d e 2 0 14

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ACT: ques tõe s t r a nscenden tes

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Acon te ceu mês pass ado

Estamos novamente em meio ao processo de discus-são do nosso ACT. Fizemos já duas rodadas de assemblei-as. Na primeira, em fins de janeiro, foi discutida a cha-mada “pauta zero”. Esta foi composta basicamente sobre o ACT passado, com poucas cláusulas novas.

No entanto, em nossas assembleias foi levantado um rico conjunto de ideias e sugestões de novas temáti-cas. A diretoria da SSCJ compilou as contribuições e levou à reunião da Diretoria Regional do Sinpaf em 5 de fevereiro no Rio de Janeiro.

O encontro lá não per-mitiu um debate profundo, mas os subsídios levantados pelas diversas Seções Sindi-cais foram registrados e leva-dos à Diretoria do Sinpaf para comporem a versão compilada nacional.

Em 19 de fevereiro pas-sado realizamos a segunda rodada de assembleias para avaliar a pauta consolidada nocional. A Diretoria da SSCJ apresentou uma plani-lha onde se pôde comparar a versão nacional com a elabo-rada em nossa Seção. Naque-le momento ficou evidente a ausência quase que completa

das nossas sugestões. Isto não foi fato isolado, pois em contato com outras Seções, constatamos o mesmo. Re-flexo disso foi a rejeição unânime da proposta.

Em 21 de fevereiro fo-mos surpreendidos por uma nova convocação de assem-bleias extraordinárias, com o argumento de terem ocorri-dos problemas técnicos no processo. Nova versão naci-onal estará sendo apreciada.

Não pudemos saber os resultados das assembleias. À parte disso, a nova convoca-ção praticamente impede uma avaliação ou debate

sobre a nova versão, pela exiguidade de tempo – um dia útil.

Foram muitas as comu-nicações, solicitações de in-formação e pedidos de adia-mento da nova assembleia, sem sucesso. Estamos empe-nhados na construção de um debate participativo, onde as bases sejam ouvidas e consi-deradas, onde os argumentos sejam o foco e a comunica-ção com os Empregados seja eficiente.

Acreditamos que a rapi-dez não deva atropelar a riqueza do debate e a voz das pessoas.

Eliana Lima foi a grande contemplada no concurso lançado em novem-bro sobre a melhor mensagem de natal. Ela recebeu um cesta de natal com chocolates e vários itens, e a sua mensagem que foi a vencedora, foi a men-sagem de natal para todos os nossos sindicalizados. Obrigada, Eliana Lima, vamos aos próximos concursos!

Dia 8 de março é o Dia Internacional da Mulher. Para comemorar esta data, O Curupira lança um novo concurso. A melhor mensagem sobre “mulheres de luta”, baseada na música “Maria, Maria”, do Milton Nascimento, ganhará uma grande cesta surpresa de presentes. Todos podem participar!

Concu r so ‘Mu lhe r es de Lu ta ’ “Mas é preciso ter força É preciso ter raça É preciso ter gana sempre Quem traz no corpo a marca Maria, Maria Mistura a dor e a alegria”

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A Diretoria Nacional do Sinpaf (DN), alegando que esqueceu de inserir várias contribuições que vieram das Se-ções, está convocando nova rodada de Assembleias para os dias 25 e 26 de fevereiro. Esse fato já tinha sido alertado por nossa e por várias outras Seções. Além disso, também fizemos a proposta de realização de uma reunião geral em Brasília, com a DN e todas as Seções Sindicais no sentido de compor a pauta final

compatibilizada e com as sugestões das diferentes Unidades. Infelizmente todas essas sugestões não foram conside-radas. Além disso, até o fechamento desta edição do Curupi-ra, a DN não tinha divulgado sequer o resultado das Assem-bleias realizadas por todo o Brasil, o que no nosso entendi-mento é uma obrigação e um direito dos filiados de terem acesso à essa importante informação.

Votação nas Un idades No sentido de possibilitar que todos os filiados de nossa Seção tenham acesso à votação de sua Unidade, apresentamos, a seguir, o resultado das Assembleias realizadas no CNPMA, CNPM e CNPTIA.

Ata da Assemble ia Ge r a l Ex t r ao rd iná r ia - S INPAF

UD Pauta da DN Comissão de negociação

Aprova Rejeita Abst Aprova Rejeita Abst Aprova Rejeita Abst

CNPMA 0 29 0 0 29 0 8 3 16

CNPM 0 11 0 0 9 2 0 0 10

CNPTIA 0 9 0 0 8 1 0 2 7

Total 0 49 0 0 46 3 8 5 33

Autorização para DN

Conforme convocação da Diretoria Nacional do SIN-PAF, a Seção Sindical Campinas-Jaguariúna (SSCJ) realizou sua Assembleia Geral Extraordinária no dia 19 de fevereiro de 2014, às 9h, em Jaguariúna, no CNPMA, e às 14h em Campinas, nas demais unidades (CNPTIA, SPM, SGTE e CNPM), com o objetivo de: 1. Apreciar e votar a pauta de reivindicações para o ACT 2014-2015; 2. Votar na Comissão de negociação do ACT 2014-2015; 3. Autorizar a Diretoria Nacional do SINPAF para firmar acordo e realizar as demais ações necessárias durante o processo de negociação do ACT 2014-2015; e 4) Tratar de assuntos gerais pertinentes a or-dem do dia. O presidente da SSCJ, Sr. João Carlos Canuto, deu iní-cio aos trabalhos lendo, na íntegra, a convocação feita pela Diretoria Nacional para esta Assembleia e relatando, de for-ma breve, o histórico do processo de construção da pauta de reivindicações do ACT 2014-2015. Abriu-se espaço para comentários e questionamentos e, em seguida, através de uma apresentação, destacou-se quais sugestões propostas pela SSCJ e encaminhadas à Diretoria

Nacional pela Regional Sudeste foram incorporadas à esta nova pauta. Após esta apresentação, abriu-se o debate sobre a pauta proposta, a condução do processo e a comissão de negociação, com a manifestação de diversos trabalhadores. Vale o registro de que notamos que muitas das cláusulas sugeridas no âmbito da SSCJ e apresentadas na reunião da Regional Sudeste, não foram contempladas. Entre elas estão temas de alta relevância, tais como: a transparência, com o acesso pelos empregados de forma dos atos de gestão, o debate sobre o modelo institucional da Embrapa, a instaura-ção de processos de democracia ampla, incluindo a escolha de gestores em todos os níveis, entre outras. Igualmente é importante levantar que as Seções Sindicais deveriam ter claro quem são as pessoas que compõem a mesa de negocia-ções, os critérios dessa escolha e, especialmente sua estraté-gia política de negociação e comunicação com as bases. Não havendo mais colocações e questionamentos sobre esses assuntos, procedeu-se à votação de cada item propos-to, obtendo-se o seguinte resultado:

Próx imos passos

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A pa lav r a do s i nd i ca l i zado

ACT 2013 - o que fo i imp lemen tado a té ho je

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Colegas, iniciamos mais um processo de discussão de pautas do ACT (2014-2015) e nesta etapa é impor-tante refletir e ficar atento aos compromissos assumi-dos pela Embrapa no atual ACT (2013-2014) e que não foram implementados até agora. Um destes compromis-sos diz respeito a Cláusula sexagésima que trata do Registro de frequência, on-de a Embrapa se compro-meteu a implantar um siste-ma alternativo de controle eletrônico da frequência com a possibilidade de cria-ção de normativos internos para implantação do banco de horas. E o que foi feito até hoje? Nosso acordo foi assi-nado em setembro de 2013 e parece que de lá para cá nada avançou. Um outro benefício que não avançou foi, a revi-são da Diretoria da Embra-

pa em relação a negociar com o DEST sobre a ques-tão do parcelamento de férias. Lembramos que, na fala do Diretor presidente da Embrapa, durante a eta-pa final de fechamento do ACT , havia o compromisso de se empenhar para que esta possibilidade fosse ne-gociada junto ao DEST. Veja relato abaixo extraído do todos.com (extra) de 27.07.13:

O presidente explicou que,

quando este item foi identi-ficado pelo DEST, ao anali-sar a pauta de reivindicações do Sindicato, o órgão pediu à Embrapa atenção especial ao assunto, determinando que o parcelamento da de-volução de férias fosse reti-rado do âmbito do ACT. Maurício Lopes se comprometeu a buscar, junto aos órgãos superiores,

a manutenção da opção do parcelamento para todos os empregados. Ele disse que não pode prometer uma data para a conclusão sobre o caso, mas garantiu que dará continuidade aos esfor-ços que já tem feito nesse sentido. Porém, reitera que esse item não pode ser t r a t a d o no âmb i t o d o A C T 2013/2014. Como dito, este item não podia ser tratado no âmbito do ACT 2013/2014. E onde está sendo tratado?Alguém tem notícia em rela-ção a esta questão? Nossa seção cobrará do sindicato nacional. Pelo menos um retorno deve ser dados aos empregados. Consideramos que, estas informações sobre o que não foi implantado do acordo anterior, assim como os compromissos assumidos e não retomados ou sequer

informados aos empregados sobre o andamento, são de extrema valia para nossas reflexões e posturas/atitudes perante esta nova fase de negociação do ACT 2014. É preciso VIGIAR, QUESTIONAR E CO-BRAR. Caso contrário, mais um acordo entra em discus-são e todo o jogo de pala-vras e compromissos por parte da diretoria da Embra-pa reaparecem no cenário das negociações. No entan-to, nada é feito. Envie sua opinião so-bre este assunto. Vamos refletir e discutir de forma coletiva esta situação que se repete anualmente nos pro-cessos de negociação e for-talecer nossas escolhas para não cair mais uma vez nas armadilhas e perdas que esta negociação pode trazer.

Ampliação do número de ausên-cias justificadas anuais: entendemos que retomar a discussão sobre isso é fundamental, especialmente sobre a argumentação da importância em ga-rantir a qualidade de vida do emprega-do. Porém, existem alguns outros ar-gumentos que podem ser empregados nas negociações. O primeiro deles poderia ser o parecer favorável da comissão que avaliou a situação da folga de paga-mento nas Unidades (incluindo repre-

sentante da AJU e do DGP). O segundo refere-se ao fato dos cinco dias de falta justificada que não é um benefício dado pela Embrapa, mas sim um direito dos empregados, já que trabalhamos cinco dias a mais por ano. A terceira é sobre a questão da isonomia entre os empregados (uns possuem licença, outros não, uns têm folga de pagamento, outros não). A última é mais geral que abrange a importância na ampliação de condi-ções em prol da qualidade de vida dos

empregados. Ganhando os dias reivin-dicados, o empregado poderia resolver questões, não só relativas a pagamento, como também assuntos familiares (reuniões de pais em escolas, adapta-ções de filhos em creches, repouso em caso de enfermidades brandas que não requeiram idas a hospitais . Nossa sugestão na redação para solicitação no dia útil subsequente ao da falta é para cobrir situações impre-vistas.

“ Por: Priscila Brochado e Verena Ferreira (Embrapa Produtos e Serviços)

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Expediente: O CURUPIRA é uma publicação mensal da Seção Sindical Campinas-Jaguariúna do SINPAF. Presidente: João Carlos Canuto. Vice-Presidente: Wilson Fernando Paiva. Secretário Geral: Mário Artemio Urchei. Suplente de Secretário Geral: Kátia Sampaio Malagoli Braga. Dir. Administrativo e Financeiro: Waldemore Moriconi. Suplente de Dir. Administrativo e Financeiro: Antônio Alves de Souza. Dir. Divulgação e Imprensa: Myrian Suely T. A. S. Ramos. Dir. Formação Sindical: Joel Leandro de Queiroga. Dir. Ciência e Tecnologia: Lourival Costa Paraíba. Dir. Relações Institucionais: Francisco Miguel Corrales. Dir. Políticas Públicas e Cidadania: Maria Katy Anne V. de O. Guimarãres. Dir. Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente: José Renato Barbosa. Editor e diagramador: Lucas Mayer

Devo lução do

Impos to S ind i ca l

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No número anterior do Curupira (Dez.2013/nº3º), informamos o que é o im-posto sindical, porque está sendo devolvido e sobre como seria feita sua devo-lução aos filiados da nossa seção. Neste momento temos a informar que ocorreram al-guns atrasos na devolução explicando que os motivos foram diversos: falta de um cadastro atualizado na seção sindical, pois recebemos da gestão anterior sem essa or-ganização; dificuldade e atra-so no recebimento dos dados via e-mail pelos sindicaliza-dos; o banco no qual temos conta, se negou a realizar a transferência por seus fun-cionários, dificuldades com cadastra do gerenciador fi-nanceiro via internet; falta de informação dos procedimen-tos para realizar as trans-ferências, pois o sistema é mais complexo que o da transferência conta pessoa física, pois exigem duas assi-naturas, problemas com limi-

tes e sincronismo de datas das assinaturas autorizando o depósito. Bem, mesmo com todas essas dificuldades enfrenta-das, a boa notícia é que a maior parte das transferênci-as já foram realizadas e neste momento faltam poucas pessoas a serem pagas. Pre-tendemos realizar todas as transferências na próxima semana. Gostaríamos de apro-veitar para agradecer os sin-dicalizados pela compreensão e paciência quanto à demora nesse processo, salientando que, não faltou empenho de nossa parte em buscar as soluções para as dificuldades enfrentadas e, que essas se traduziram em acúmulo de experiência para nos tornar mas eficientes nesse tipo de demanda. A todos muito obrigado. Diretoria Administrativa Financeira.

A partir de uma narrati-va sobre a própria vida, o vencedor do Nobel de Lite-ratura de 2012, aborda situ-ações passadas e presentes da China desde 1969. Este é o conteúdo de “Mudança”, primeiro título de Mo Yan a chegar ao Brasil. Apesar de autobiográfi-co, o livro traz poucas infor-mações do autor. Há quase nada sobre a sua vida pesso-al, exceto que sua família é de camponeses de renda média e que ele se casou em 1979. Também existem alguns dados curriculares, que Yan ou usa com honestidade ou, - o que é difícil atestar - para criar para si mesmo a ima-gem que têm dele: de que não é nem um crítico ferre-nho do governo chinês nem um artista que se vendeu, mas alguém que faz um pou-co do jogo político possível na China, sem submeter por completo, para conseguir melhores condições de vida e de publicação. O desapego ideológico

também é visto nos comen-tários sobre Mao Tsé Tung. Depois de dizer que a notícia da morte de Mao, em 1976, lhe tirou o chão, Yan reco-nhece que a China está me-lhor sem ele. Sua entrada para o Exér-cito é um dos diversos assun-tos que o autor aborda du-rante a narrativa. “Pensei muito e concluí que a carreira militar seria o único meio de sair da aldeia e mudar de vida”, escreve. Se ele fosse para o front e morresse, vira-ria mártir, e sua família teria um “status político” diferen-ciado. “Faria valer a pena terem me criado.” O texto é leve e com momentos engraçados. Mas é mesmo pelo ineditismo – por ser o primeiro do Nobel chinês a sair no Brasil – e pelas pinceladas que dá da China que “Mudança” se faz interessante. Se não chega a escancarar a porta para o país asiático, abre diversas frestas para observá-lo.

Dica de l e i t u r a : A Ch ina

po r Mo Yan , Nobe l de 2012

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