Cursos de Pós, MBA, Licenciatura e Extensão - UNIVERSIDADE … · 2010. 3. 31. · O resultado de...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A INFORMATIZAÇÃO MELHORANDO A QUALIDADE DE
ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO
Por: Maria Aparecida Figueira de Oliveira
Orientador
Prof. Fernando César de Carvalho Alves
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A INFORMATIZAÇÃO MELHORANDO A QUALIDADE DE
ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Pública.
Por: Maria Aparecida Figueira de Oliveira
3
AGRADECIMENTOS
A Deus que me fortaleceu em cada
momento de desânimo....
Ao meu marido Alexandre que não me
deixou desistir do curso....
A Carla Barbosa que foi uma grande
parceira nesta jornada....
Aos meus colegas de trabalho que
muito contribuíram para a realização
deste trabalho...
E ao Professor Fernando César de
Carvalho Alves, pela orientação e
apoio.
5
RESUMO
Este trabalho apresentará uma análise sobre a questão da qualidade de
atendimento no serviço público, apresentando diferenças entre o setor público
e privado. Tendo como enfoque principal, a abordagem e análise da
Tecnologia da Informação(TI) como um fator que contribui para a melhoria da
qualidade de atendimento em um serviço público de saúde, no caso deste
trabalho o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ. Além da
Tecnologia da Informação, também são abordados os temas processos e
pessoas, por serem fatores que em sincronia com a TI, agregam valores
positivos a melhoria da qualidade de atendimento, bem como o sucesso de
todo o processo de informatização da organização.
6
METODOLOGIA
A elaboração desta monografia foi baseada em uma intensa pesquisa
bibliográfica e webgráfica, tendo como referência autores de vasta experiência
nos assuntos abordados.
No portal (website) e nos jornais internos do Hospital Universitário
Clementino Fraga Filho da UFRJ, foram encontradas informações que muito
contribuíram para o enriquecimento deste trabalho.
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LISTA DE SIGLAS
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
SUS Sistema Único de Saúde
FUJB Fundação Universitária José Bonifácio
NCE Núcleo de Computação Eletrônica
HUCFF Hospital Universitário Clementino Fraga Filho
MAMP Método de Analise e Melhoria de Processo
PDCA Planejar Fazer Conferir Agir
GUT Gravidade Urgência Tendência
CPL Coordenação Permanente de Licitação
DG Direção Geral
CCHU Centro Cultural do Hospital Universitário
CPD Coordenação de Processamento de Dados
CCIH Coordenação de Infecção Hospitalar
CAE Coordenação de Assistência ao Ensino
CDP Coordenação dos Direitos do Paciente
SEAV Serviço de Epidemiologia e Avaliação
DMD Divisão Médica
DAA Divisão de Apoio Assistencial
DSC Divisão de Saúde da Comunidade
DEN Divisão de Enfermagem
DRH Divisão de Recursos Humanos
DAG Divisão de Atividades Gerenciais
DEG Divisão de Engenharia
DFN Divisão Financeira
SAA Serviço de Admissão e Alta
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - Qualidade 11
CAPÍTULO II - A Tríade de Sucesso: Informação,
Processos e Pessoas 19
CAPÍTULO III - A Tecnologia da Informação a
Favor da Saúde 37
CONCLUSÃO 47
BIBLIOGRAFIA 49
ÍNDICE 53
FOLHA DE AVALIAÇÃO 55
9
INTRODUÇÃO
A qualidade de atendimento no serviço público de saúde é o foco deste
trabalho, no qual se pretende evidenciar alguns aspectos relacionados com o
movimento da qualidade e sua relação com a excelência na prestação dos
serviços públicos.
Os serviços de atendimento fornecidos aos cidadãos pelo setor público
caracterizam-se, em sua maioria, por um grau inadequado e também
heterogêneo de qualidade; os casos isolados de bom atendimento, atualmente
existentes, precisam ser convertidos em regra geral.
Os serviços de saúde constituem um setor de atividade com
características únicas, por sua magnitude, complexidade, importância e
natureza nas funções de manutenção e recuperação da saúde, exigindo um
sistema de resposta ágil e eficiente.
Este trabalho, intitulado “A informatização melhorando a qualidade de
atendimento no serviço público”, tem como objetivo analisar a informatização
de um serviço público de saúde. Abordando ferramentas que auxiliam nessa
melhoria da qualidade, bem como fatores que agregam valores a Tecnologia
da Informação como a melhoria dos processos e a participação efetiva dos
recursos humanos no processo.
Esta dissertação é composta por três capítulos.
No primeiro capítulo “Qualidade”, são abordados o conceito de
qualidade, qualidade do atendimento, evidenciando o serviço público e
relacionando as principais diferenças entre o setor público e privado.
10
O segundo capítulo “A Tríade de Sucesso: Informação, Processos e
Pessoas” aborda conceitos da informação, de processos e de pessoas, da
tecnologia da informação; enfatizando que as modernas tecnologias podem
favorecer a melhoria da qualidade nos serviços prestados população.
O terceiro capítulo “A tecnologia da Informação a favor da saúde”,
descreve a instituição de saúde escolhida, o Hospital Universitário Clementino
Fraga Filho da UFRJ, ao analisar o cenário anterior e posterior do hospital em
relação a informatização integrada. Por fim, é abordado o processo de
implantação do sistema, com objetivo de integrar tecnologia x processos x
pessoas.
11
CAPÍTULO I
QUALIDADE
Na época do homem primitivo já se buscava a qualidade como forma de
garantir sua sobrevivência por mais tempo com conforto e segurança.
Paladini(1995, p.32) afirma que “preocupação com a qualidade remonta à
épocas antigas, embora houvesse, neste período, uma noção muito clara do
que fosse qualidade”. A qualidade estava consagrada na arquitetura, na
literatura, nas artes, na Matemática.
Verifica-se que a preocupação com a qualidade é antiga, parece ser um
consenso entre os estudiosos do tema. Juran (1990, p.2), expõe que “as
necessidades humanas pela qualidade existem desde o crepúsculo da
história”. Porém, os meios para obter essas necessidades – os processos
gerenciais para a qualidade – sofreram imensas e contínuas mudanças.
Garvin (1992) entende que a qualidade é conhecida, como conceito, a
milênios. Todavia, só recentemente, surgiu como função de gerência formal.
Para o autor, a disciplina ainda está em formação podendo ser identificadas
quatro “eras da qualidade” distintas: inspeção, controle estatístico da
qualidade, garantia da qualidade e gestão estratégica.
Com o passar do tempo, a qualidade alcança o setor de serviços,
gerando a necessidade de raciocínios e práticas adequadas às características
deste segmento de atividades.
12
1.1 - Conceitos de Qualidade
Qualidade é um termo que apresenta diversas interpretações e por isso,
“é essencial um melhor entendimento do termo para que a qualidade possa
assumir um papel estratégico” (Garvin. 1992, p.47). A forma como a qualidade
é definida e entendida em uma organização reflete a forma como é direcionada
a produção de bens e serviços.
Vários autores têm procurado dar uma definição para a qualidade que
seja simples, precisa e abrangente: simples para ser facilmente assimilável em
todos os níveis da organização; precisa, para não gerar interpretações dúbias;
e abrangente, para mostrar sua importância em todas as atividades produtivas.
A qualidade é um conceito dinâmico que evolui e se modificou ao longo do
tempo.
Shiozawa(1993) expõe que historicamente, o conceito de qualidade foi
sendo apresentado conforme o quadro a seguir:
Ano Autor Definição
1950 Deming Máxima utilidade para o consumidor
1951 Feigenbaum Perfeita satisfação do usuário
1954 Juran Satisfação das aspirações do usuário
1961 Juran Maximização das aspirações do usuário
1964 Juran Adequação ao uso
1979 Crosby Conformidade com os requisitos do cliente
Em 1984, David A Garvin publicou nos Estados Unidos um artigo
intitulado “O que significa, realmente, a qualidade do produto?”, este artigo
evidenciava o aspecto dinâmico do termo qualidade e mostrava que o conceito
muda conforme o contexto de quem avalia. Para ele, estudiosos de áreas
distintas como Filosofia, Economia, Marketing e Engenharia analisam a
13
qualidade com perspectivas que competem entre si, com esquemas de
análises diferentes, terminologias próprias e ao mesmo tempo, com alguns
temas comuns.
Assim, Garvin (1992) listou cinco abordagens gerais para definir
qualidade:
• abordagem transcendente: qualidade é sinônimo de excelência
inata. Nestes conceitos a qualidade não pode ser medida com
precisão, sendo apenas reconhecida pela experiência;
• abordagem baseada no produto: qualidade é sinônimo de maior
número e melhores características que um produto apresenta.
São os conceitos que vêem a qualidade como uma variável
precisa e mensurável. Surgiram da literatura econômica
enfatizando durabilidade, implicando que alta qualidade só pode
ser obtida com alto custo;
• abordagem baseada no usuário: qualidade é atendimento das
necessidades e preferências do consumidor. As definições
baseiam-se na premissa de que a qualidade está diante dos
olhos dos consumidores sendo altamente subjetiva. A avaliação
dos usuários em relação as especificações são os únicos
padrões próprios à qualidade;
• abordagem baseada na produção: qualidade é sinônimo de
conformidade com as especificações. As definições de
qualidade estão calcadas na idéia da adequação da fabricação
às exigências do projeto e que as melhoras da qualidade,
equivalentes a reduções no número de desvios, levam a
menores custos;
• abordagem baseada no valor: qualidade é o desempenho ou
conformidade a um preço ou custo aceitável. Os conceitos
consideram a qualidade em termos de custos e preços.
14
O trabalho de Garvin revela que confiar em uma única definição da
qualidade pode causar problemas. Paralelamente, evidencia que quase todas
as definições de qualidade se enquadram em uma das cinco abordagens.
Em toda essa sistematização, a definição do conceito de qualidade para
uma instituição pública fica simplificado, pois as abordagens permitem
aplicação para produtos e serviços da área pública e privada.
1.2 - Qualidade do Atendimento
A qualidade do atendimento é um dos fatores primordiais para conseguir
manter-se em condições de competitividade dentro de qualquer organização.
Seja ela de pequeno ou grande porte, o atendimento ao cliente sempre será o
principal diferencial competitivo, onde a organização pode ser bem sucedida
com os seus clientes através do contínuo fornecimento de serviços com
qualidade. O atendimento ao cliente precisa ser a prioridade de hoje, amanhã
e sempre para a organização.
Segundo Kotler (2003) muitas companhias lutam hoje por participações
em mercados esgotados, buscando atrair novos clientes, entretanto os custos
para se atingir tais clientes se tornam muito elevados. Conquistar novos
clientes custa entre cinco a sete vezes mais do que manter os já existentes.
Fidelizar clientes acreditando na excelência e na qualidade do atendimento é a
única maneira para se manter o cliente satisfeito e fiel a organização.
A empresa está no mercado para sobreviver. Porém a sobrevivência na selva da competitividade significa estar ao lado do seu maior aliado, que é o cliente, a fim de que ele seja fiel e possa contribuir positivamente ao fazer a famosa propaganda boca-a-boca em favor do seu negócio. O bom atendimento é como amizade verdadeira: não acaba nunca.(NEVES. 2006 , p.20)
15
O resultado de um bom atendimento é o marketing do seu negócio.
Cliente insatisfeito não retorna e propaga essa insatisfação sempre que se
refere a essa empresa para outros, fazendo assim um marketing negativo.
1.3 – Qualidade de Atendimento no Serviço Público
O setor público vem lentamente assimilando as características
essenciais ligadas à qualidade dos serviços. Enquanto o setor privado passou
a última década promovendo mudanças revolucionárias – descentralizando a
autoridade, reduzindo a hierarquia, privilegiando a qualidade aproximando-se
dos clientes – o setor público continuou agindo sem qualquer inovação,
distanciando-se de sua primeira função, servir à sociedade.
Segundo Teixeira (1996) , o governo foi criado para servir ao homem,
vale dizer, para resolver aquelas questões para as quais não basta apenas a
ação individual. A burocracia criada e a expansão desmedida das funções
governamentais levaram o Estado a desprezar o seu objetivo primário de servir
ao homem, à sociedade.
O modelo burocrático se desenvolveu em condições muito diferentes
das de hoje, numa sociedade de ritmo mais lento, quando as mudanças
ocorriam com menor rapidez. Assim, na sua época, os governos burocráticos
foram capazes de grandes realizações, mas ao longo do tempo se afastaram
de sua missão, tornando-se inchados, ineficientes, funcionando com
desperdício.
O serviço público é pago indiretamente, via impostos. Por conta disso,
visto como um favor, uma concessão. Como se o salário pago ao funcionário
não saísse do bolso do contribuinte. Segundo o editorial do Jornal do Brasil
(1998), essa é uma cultura que acompanha a instituição pública desde a
fundação do Estado moderno, não só no Brasil.
16
Desta forma, alastra-se a idéia de se reformar urgentemente as
instituições públicas. Dentre os diversos aspectos ligados as disfunções do
modelo burocrático, outros justificam tal posicionamento. Com base na análise
atual e em autores como Teixeira (1996), pode-se destacar seis aspectos:
• má gestão dos recursos: o fato de que as organizações públicas
têm dificuldade de se manter com os recursos que dispõe;
• pouca confiabilidade: não há indicação de que os escândalos e
corrupção do passado não mais ocorrerão;
• dificuldade na resolução dos problemas: está muito difundida na
sociedade, a idéia de que os órgãos públicos são, em sua
maioria, incompetentes para resolver os problemas do país;
• falta de qualidade no atendimento: há consenso de que as
instituições públicas não atendem as necessidades e
expectativas dos seus usuários;
• aumento da consciência social: impera maior consciência social
sobre o peso dos impostos e intensificam-se os movimentos da
sociedade civil e da comunidade;
• inexistência de ameaças: não existe ameaça concreta à
segurança nacional, em termos ideológicos ou econômicos.
Além desses, outros aspectos podem ser mencionados principalmente
em relação a gestão de pessoas, tais como, a existência de uma política de
recursos humanos perversa com grandes diferenças salariais, a subutilização
dos talentos humanos, o reduzido investimento na capacitação dos servidores,
com programas de treinamento mecanicistas, desconexos e sem sustentação
nas diretrizes estratégico-institucionais.
Os administradores públicos parecem não ter percebido a qualidade do
serviço como um fator de sobrevivência, tornando raras as alternativas para o
cliente. A garantia permanente de existência, a falta de qualquer força
17
predatória no ambiente da organização pública gera um clima de indiferença
que se infiltra em todos os cantos da maioria dos órgãos públicos.
O desgaste a que chegou a função pública exige portanto, que qualquer
esforço atual de mudança esteja apoiado num princípio claro de dignificação
da mesma. Primar pela qualidade do setor público vai muito além de apenas
oferecer um serviço melhor ao público, mas também envolve diminuir gastos
do orçamento, descentralizar, conseguir e manter melhores funcionários e até
mesmo sobreviver.
1.4 - Diferenças entre o setor público e setor privado
Quando se deseja retratar a qualidade no serviço público é conveniente
considerar que o setor público difere do setor privado em alguns pontos
essenciais. As principais diferenças são:
• a busca do lucro é a principal motivação dos empresários, as
autoridades governamentais se orientam pelo desejo de serem
reeleitas;
• o setor privado recebe dos clientes a maior parte dos seus
recursos; o setor público é custeado pelos contribuintes.
• o setor privado normalmente trabalha em regime de competição,
o setor público usa habitualmente o sistema de monopólio;
• a preocupação em satisfazer o cliente no setor privado é baseada
no interesse, enquanto no setor público essa preocupação tem
que ser alicerçada no dever;
• as políticas voltadas para a qualidade no setor privado referem-se
a metas de competitividade no sentido da obtenção, manutenção
e expansão de mercado; enquanto no setor público a meta é a
busca da excelência no atendimento a todos os cidadãos, ao
menor custo possível;
• os dois setores estão submetidos a duas contingências
18
diferentes, um a limites de autonomia estabelecidos pela
legislação e o outro ao perfil da clientela.
Assim, não se pode pensar em qualidade no serviço público da mesma
forma que se pensa para o setor privado, embora certamente haja muitas
semelhanças entre as duas atividades.
19
CAPÍTULO II
A TRÍADE DE SUCESSO: INFORMAÇÃO, PROCESSOS
E PESSOAS
Com objetivo de gerenciar projetos de maneira eficaz é necessário ter
uma estruturada organizada, criando ou modificando processos, utilizando
instrumentos tecnológicos, capacitando as pessoas a utilizá-los para melhor
planejar e controlar projetos.
2.1 – Informação
Informação são dados acerca de algo ou de alguém. Numa empresa, a
informação é considerada como um fluxo complexo de dados elementares.
A informação é a base da decisão, do julgamento, da ponderação. É com ela que aprendemos e podemos questionar, levantarmos novas hipóteses e possibilidades, diminuindo conseqüentemente a margem de erro e aumentando os acertos. A informação soma, acrescenta, logo faz crescer. A informação é, na cultura democrática, a base do poder. Quanto mais e melhor informado, o indivíduo mais valorizado será, pois pode tomar decisões mais adequadas ao ser escolhido para o exercício do poder. (GAUDENER. 1993, p. 15-16)
Vivemos em um mundo repleto de informações, que nos são
transmitidas principalmente através da mídia falada e escrita, mas também
através de nossos contatos pessoas e nossas conversas com as outras
pessoas.
As decisões que tomamos diariamente em nosso dia a dia, quer seja em
casa em nossa vida pessoal, quer seja no trabalho em nossa vida profissional,
levam sempre em conta as informações que possuímos.
20
Souza (2000) comenta que há um consenso generalizado de que a
informação é um dos principais recursos que a organização possui para fazer
face às contínuas exigências do mercado e, como conseqüência o sucesso da
organização.
Ainda na opinião de Souza (2000, p.1), ele afirma que “o rápido evoluir
do mercado, a forte pressão da concorrência e as crescentes exigências dos
consumidores, traz consigo a necessidade de se desenvolverem
constantemente novos processos de maximizar este “poder da informação”, ao
serviço de uma maior qualidade, produtividade, rapidez e rentabilidade na
empresa, sendo neste contexto que surgem as chamadas Tecnologias de
Informação”.
Analisando o ambiente empresarial nota-se que ele vem mudando
constantemente, tornando-se mais complexo e menos previsível, e cada vez
mais dependentes da informação e de toda a infra-estrutura tecnológica que
permite o gerenciamento de enormes quantidades de dados. Grandes
transformações são geradas pela tecnologia, que estão ocorrendo ao nosso
redor de forma sutil e ágil. A junção da intra-estrutura tecnológica com as
telecomunicações que reduziu as distâncias, vem determinando um novo perfil
de produtos e de serviços.
O termo “Tecnologia da Informação” (TI) serve para designar o conjunto
de recursos tecnológicos e computacionais para geração e uso da informação.
A TI está fundamentada nos seguintes componentes (Rezende,2000):
• hardware e seus dispositivos e periféricos;
• software e seus recursos;
• gestão de dados e informações;
• sistemas de telecomunicações.
21
Segundo Beal (2001, p.2 ), “O principal benefício que a tecnologia da
informação traz para as organizações é a sua capacidade de melhorar a
qualidade e a disponibilidade de informações e conhecimentos importantes
para a empresa, seus clientes e fornecedores. Os sistemas de informação
mais modernos oferecem às empresas oportunidades sem precedentes para a
melhoria dos processos internos e dos serviços prestados ao consumidor final”.
De acordo com Keen, 1993; Luftman et al.; Weil, 1992 in Laurindo
(2008, p. 69), “O conceito de Tecnologia da Informação é mais abrangente do
que os de processamento de dados, sistemas de informação, engenharia de
software, informática ou o conjunto de hardware e software, pois também
envolve aspectos humanos, administrativos e organizacionais.”
É importante pontuar que a Tecnologia da Informação (TI) e seus
computadores, não possuem “poderes mágicos” capazes de solucionar todos
os problemas da gestão, tornar mais eficiente os processos ou aumentar a
produtividade de uma organização.
Diretores de empresas pequenas e grandes ficarão deslumbrados com as facilidades que a tecnologia da informação pode oferecer. Antes de investir, eles devem ter em mente que o computador é apenas um instrumento para ajudar a resolver problemas identificados. Ele não é, como às vezes as pessoas parecem esperar, uma mágica panacéia universal. Se eu ouço um dono de empresas dizer: “Estou perdendo dinheiro, é melhor comprar um computador”, digo-lhe para repensar sua estratégia antes de investir. A tecnologia, na melhor das hipóteses, irá adiar a necessidade de mudanças mais fundamentais. A primeira regra de qualquer tecnologia utilizada nos negócios é que a automação aplicada a uma operação eficiente aumenta a eficiência. A segunda é que a automação aplicada a uma operação ineficiente aumenta a ineficiência. Em vez de correr para comprar para cada funcionário o mais novo e o mais fantástico equipamento, o diretores de uma empresa de qualquer tamanho deveriam primeiro parar e pensar sobre como gostariam que sua empresa funcionasse. Quais são seus processos essenciais e seus bancos de dados fundamentais? Idealmente, como a informação deveria circular? (GATES. 1995, p. 174)
Na opinião Granjeiro & Castro (1996), a utilização da tecnologia
da informação não pode ser considerado simplesmente, automatização dos
processos existentes, deve-se de forma seletiva, inteligente e não totalmente
22
indiscriminado. Sendo assim utilizada, a tecnologia da informação passa a ser
considerada como um “capacitador essencial”, por permitir às empresas a
Reengenharia de seus processos.
“A Reengenharia é definida como “o repensar” fundamental e a
reestruturação radical dos processos empresariais que visam a alcançar
drásticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de
desempenho, tais como, custos, qualidade, atendimento e velocidade.”
(Granjeiro & Castro. 1996, p.98).
Segundo Laurindo (2008), a evolução da TI partiu de uma orientação
tradicional de suporte administrativo para um papel estratégico dentro da
organização. É enfatizada e discutida a visão da TI como arma estratégica
competitiva, pois não só sustenta as operações de negócios existentes, como
também permite que se viabilizem novas estratégias empresariais.
A gestão da Tecnologia da informação (TI) é um conjunto de atividade e
projetos criados com recursos da computação.
Para Beal (2001) , os gestores de TI para que sejam bem sucedidos na
sua função, deverão ter:
• visão estratégica da organização, para poder identificar
oportunidades do uso da TI para alavancar negócios e gerar
novas fontes de renda;
• conhecer as prioridades e peculiaridades do negócio, a maneira
da empresa se relacionar com o cliente e a forma de interação
entre as diversas áreas da organização;
• saber gerenciar projetos e manter um bom relacionamento com a
equipe;
• acompanhar os avanços do mercado de TI;
• ser um profissional dinâmico.
23
2.1.1 – Tecnologia no Serviço Público
O serviço público começa a se modernizar lentamente, utilizando os
benefícios das tecnologias modernas, no sentido de reduzir custos, dinamizar
os trabalhos, facilitar a comunicação e o compartilhamento de informações,
favorecendo assim, a melhoria da qualidade dos serviços prestados.
Nas organizações públicas a lentidão em absorver novas tecnologias
ainda é uma característica relativamente muito forte. Os processos de compra
para a aquisição de software e hardware, por exemplo, são complexos e
demandam muito tempo, não favorecendo as inovações. Em muitas ocasiões
quando esta aquisição chega ao seu solicitante, em virtude da demora, o
mesmo já se encontra obsoleto.
É evidente a velocidade e a diversidade das inovações tecnológicas
disponíveis no mercado. Segundo Meirelles (1994), avalanche de novas
tecnologias é tão grande que as organizações e pessoas não têm capacidade
de assimilá-las na mesma velocidade, provocando uma grande lacuna cultural,
isto é, uma defasagem entre o que está sendo utilizado e o que está
disponível.
É fato que a modernização de um processo produtivo é um aspecto
crítico na melhoria da qualidade dos serviços públicos em face da profunda
influência e do forte impacto que exerce sobre a organização.
Segundo Chiavenato (1994),”(....) alguns autores professam o chamado
“imperativo tecnológico”, ou seja é a tecnologia que determina a estrutura e o
comportamento da empresa”.
24
Um fato relevante é que a tecnologia é uma variável responsável por
transformações no ambiente organizacional, em nível externo e interno.
Chiavenato (1994) afirma que em nível externo, essas transformações ocorrem
quando novas tecnologias criadas e desenvolvidas por outras empresas são
adquiridas, incorporadas e absorvidas pela organização; e em nível interno
quando essa tecnologia, ao ser implantada no ambiente interno da empresa
passa a influenciá-la poderosamente.
Dentre tantos elementos básicos para a modernização do processo
produtivo, a informatização vem se destacando como um elemento essencial
para aprimorar a qualidade de atendimento nos serviços públicos.
A informatização segundo Ferreira (1986) “é o ato ou efeito de
informatizar”. Ainda na mesma referência, informatizar significa “tratar (um
fato, ou problema) segundo a informática” e informática é a “ciência que visa
ao tratamento da informação através do uso de equipamentos e procedimentos
da área de processamento de dados”.
Atualmente a informatização é uma realidade que ultrapassa fronteira,
estando presente nas organizações públicas e privadas, engendrando-se por
entre mesas, pastas e casas das pessoas, viabilizando dados e informações
de forma fácil e inteligente.
2.2 – Processos
Para Granjeiro & Castro (1996, p.101), “processo é um conjunto de
ações (causas) para atingir determinado resultado (efeito)”.
Segundo Campos (1992), um processo é uma combinação dos
elementos equipamentos, insumos, métodos ou procedimentos, condições do
ambiente, pessoas e informações do processo, tendo como objetivo
25
fornecimento de um serviço ou a fabricação de um bem. Um processo pode
ser dividido em processos menores e esta divisão é importante por permitir que
cada um dos processos menores possa ser controlado separadamente,
facilitando assim a localização de possíveis problemas e a atuação nas causas
destes problemas, resultando um controle mais eficiente.
Para Granjeiro & Castro (1996, p.100), “com a reformulação dos
processos, as empresas passam por mudanças fundamentais, que vêm a ser:
• as unidades de trabalho mudam: de departamento funcionais
para equipes de processo;
• os serviços mudam: de tarefas simples para trabalhos
multidimensionais;
• os papéis das pessoas mudam: de controlados para autorizados.
• a preparação para os serviços muda: de treinamento para
educação;
• o enfoque das medidas de desempenho e da remuneração se
altera: da atividade para os resultados;
• os critérios das promoções mudam: do desempenho para
habilidade;
• os valores mudam: de protetores para produtivos;
• os gerentes mudam: de supervisores para instrutores;
• as estruturas organizacionais mudam: de hierárquicas para
niveladas;
• os executivos mudam: de controladores de resultados para
líderes”.
As empresas que desejam disputar o mercado de forma consistente e
duradoura, devem ter uma atividade permanente de análise e melhoria de
processos, visando minimizar ou até excluir processos ineficazes que só
trazem riscos e prejuízos à empresa.
26
Netto (2008, pág. 27) propõe-se a seguinte conceituação: “gestão de
processos é o enfoque sistêmico de projetar e melhorar continuamente os
processos organizacionais, por pessoas potencializadas e trabalhando em
equipe, combinando capacidades tecnológicas emergentes e sob uma postura
filosófica para a qualidade, objetivando a entrega de valor ao cliente”.
São objetivos da gestão por processos:
• aumentar a satisfação dos clientes;
• entregar, em tempo hábil, os produtos ou serviços;
• reduzir o ciclo de produção;
• eliminar ou reduzir desperdícios;
• reduzir a variabilidade dos processos, aumentando sua
confiabilidade;
• eliminar ou reduzir conflitos;
• tornar os processos flexíveis;
• melhorar os resultados ao nível de qualidade, de produtividade,
de produção e de inovação.
Para melhoria nos processos de trabalho devemos:
• definir o processo claramente;
• medir sua eficácia e sua eficiência;
• determinar se é ou não estável;
• evitar interferir no processo durante a fase de conhecimento, o
que pode mascarar seu desempenho;
• eliminar as causas especiais de variação;
• reduzir as causas comuns de variação;
• observar continuamente as oportunidades de melhoria.
“O gestor de processo representa um novo papel nas organizações que
deve ser capaz de planejar e coordenar a implantação de todas as disciplinas
27
referentes à gestão de processos nas organizações.”
(www.processmind.com.br;gestor.cfm?bpm=s&gestor=s)
2.2.1 – Metodologia para Análise e Melhoria do Processo –
Mamp
A análise e a melhoria de processos consistem na adequação das
ferramentas da qualidade numa seqüência de etapas que devem ser
cumpridas e auxiliam na execução de uma tarefa.
Para que se possa implementar um plano de melhoria dos processos
devemos utilizar um método estabelecido, testado e confiável, apoiado por
instrumentos eficazes, o que possibilitará alcançar os objetivos desejados. Um
dos métodos mais poderosos é o ciclo PDCA.
Este método, baseado numa proposta elaborada por Shewhart que
consistia em um ciclo de controle estatístico do processo, que pode ser
repetido continuamente sobre qualquer processo ou problema, mais tarde esse
ciclo veio a ser aplicado por Deming nos uso da estatística e método de
amostragem (Deming, 1990).
Segundo Souza & Merkbekian (1993), o método de melhorias PDCA
pode ser definido como um instrumento valioso de controle de melhoria de
processos, para ser eficaz precisa ser de domínio de todos os funcionários de
uma organização.
Campos (1996) define que o PDCA é um método capaz de gerenciar
processos ou sistemas. É o caminho para se atingir as metas atribuídas aos
produtos dos sistemas empresariais.
28
Na visão de Slack (1996), a natureza repetida e cíclica do melhoramento
contínuo pode ser resumida no ciclo PDCA, definido como uma seqüência de
atividades que são percorridas de maneira cíclica para melhorar atividades.
O ciclo PDCA compõe o conjunto de ações em seqüência dada pela
ordem estabelecida pelas letras que compõe a sigla:
• P (plan: planejar)
• D (do: fazer, executar)
• C (check: verificar, controlar)
• A (act: agir, atuar corretivamente)
Figura 1 - Ciclo PDCA Fonte: MENDONÇA & GALVÃO, 1997. O ciclo PDCA é composto das seguintes etapas:
29
1ª Etapa – Plan (planejamento). Essa etapa devem se definir os
objetivos e metas, para que sejam desenvolvidos métodos, procedimentos e
padrões para alcançá-los.
A meta deve ser clara, quantificável, realista, envolvente e contendo um
desafio para estímulo e crescimento das pessoas. A falta de uma definição
clara da meta é uma das principais razões do insucesso de muitos projetos
(Bueno, 2004).
As metas são desdobradas do planejamento estratégico e representam
os requisitos do cliente e características de produção, serviços ou processos.
Os métodos estabelecem os processos e as orientações técnicas para se
alcançarem às metas.
2ª Etapa – Do (execução). Nessa etapa ocorre implementação de
planejamento. Momento de tomar a iniciativa, educar, treinar, implementar e
executar o planejado conforme as metas e métodos definidos. Durante a
execução devem-se coletar os dados que serão utilizados na próxima etapa de
verificação do processo.
3ª Etapa – Check (verificação). Verifica-se se o planejado foi
efetivamente alcançado através da comparação entre as metas desejadas e os
resultados obtidos. Utilizam-se as ferramentas de controle e acompanhamento
como cartas de controle, histogramas, folhas de verificação, entre outras.
4ª Etapa – Act (atuação corretiva). Etapa que consiste em atuar no
processo em função dos resultados obtidos, adotando como padrão o plano
proposto, caso a meta tenha sido atingida ou buscando as causas
fundamentais a fim de prevenir a repetição dos efeitos indesejados.
O problema é o efeito indesejado de um processo; é um resultado com o
qual não se está satisfeito. É fundamental separar efeito da causa, pois para
30
cada um mesmo efeito, pode-se ter várias causas, que quando eliminadas fará
com que o problema seja solucionado.
Quando utilizado o ciclo PDCA, é importante seguir a metodologia, na
qual se devem cumprir todas as etapas e existem ferramentas (técnicas) que
facilitam e garantem a eficácia nos resultados obtidos.
A Mamp consiste na adequação de técnicas (denominadas de
”ferramentas da qualidade”) a uma seqüência de etapas a serem seguidas
pelos grupos de trabalho.
Fica a critério do grupo a decisão sobre utilizar ou não determinada
ferramenta. Entretanto deve-se compreender que tais ferramentas são
importantes instrumentos que auxiliam na execução de uma determinada
tarefa.
A metodologia utilizada para concepção da Metodologia de Análise e
Melhoria de Processos – Mamp, foi a experimentação prática dos seus autores
a partir de generalizações de implantações levadas a efeito em diversas
organizações públicas e privadas, de pequeno, médio e grande portes no
período de 1992 a 1997, em diversos estados do Brasil.
Analisando uma estrutura metodológica (Processo – Problema – Causa
- Solução), dividida em duas etapas (Análise e Melhoria), podemos destacar as
seguintes ferramentas da qualidade:
Etapa da Análise
1. Conhecer o Processo- 5W1H, Fluxograma, Benchmarking,
Indicadores.
2. Identificar Problemas- Pesquisas, Inspeção Entrevistas,
Brainstorming.
31
3. Priorizar Problemas- Técnica de Grupo Nominal, Diagrama de
Pareto, Matriz GUT.
4. Identificar Causas- Cinco Porquês, Brainstorming, Diagrama de
Causa e Efeito.
5. Priorizar Causas- Técnica de Grupo Nominal.
Etapa de Melhoria
1. Desenvolver e Aprovar melhorias – Matriz de Priorização (Matriz
Basico), Brainstorming, Benchmarking
2. Planejar a implantação das melhorias – 5W2H
Finalmente deve se elaborar a norma que, regulamentará o processo e
dará a garantia da qualidade, treinar a equipe envolvida na execução da nova
solução, obter a aprovação e implantar.
2.3 – Pessoas
Para Ferreira (1999, p.1557), pessoa natural é “o ser humano singular,
como sujeito de direitos.”
Pessoas são capazes de conduzir a empresa e seus objetivos
estratégicos, gerando mudanças, riqueza e valor.
Segundo Barçantes & Castro (1995), a qualidade é uma atitude,
garantida e realizada por pessoas, muito mais do que sistemas, as ferramentas
e os métodos de trabalho.
Produto, processos e sistemas são, sobretudo, obras de pessoas, logo
dependem da disposição destas para funcionar adequadamente.
32
Comportamentos esperados pela empresa, no sentido de agregar valor,
valem tanto quanto uma boa norma. Neste sentido a motivação e o
desenvolvimento do ser humano podem servir como um eficiente arado à
implementação de programas voltados à qualidade e à produtividade.
De acordo com Bergamini (1994, p. 195), “A pessoa intrinsecamente
motivada, se auto-lidera sem necessidade que algo fora dela a dirija, seria
possível afirmar que, estando intrinsecamente motivava, a pessoa seja o líder
de si mesma”.
O fator humano na organização moderna é de elevada importância e se
apóia na premissa de que o indivíduo quando motivado, esforça-se para
estabelecer um estado de consonância com a equipe. A quebra desta
premissa implica no estado de dissonância cognitiva e com certeza, torna-se
um dos principais fatores de desestabilização da área.
As organizações brasileiras agora é que estão acreditando que o
caminho para alcançar um melhor resultado é investir no capital humano.
Porém esta valorização esta acontecendo passo a passo, mas não deixa de
ser uma conquista triunfante para o cliente interno. Empresas são formadas de
pessoas, o alvo certo para alcançar ou manter metas da organização.
Os colaboradores fazem parte do processo de conquista, encantamento
e fidelização de clientes externos. Tudo que é feito para os colaboradores,
positivo ou não, reflete diretamente no cliente externo. Uma empresa para
alcançar êxito nas suas estratégias de Mercado Externo, precisa valorizar seu
corpo interno.
As empresas têm buscado a aplicação de programas de qualidade de
vida no trabalho, que buscam o bem-estar psicológico e físico dos
trabalhadores visando a eficiência organizacional.
33
De acordo com Chiavenato (1999, p. 391) “A qualidade de vida no
trabalho representa em que grau os membros da organização são capazes de
satisfazer suas necessidades pessoas através de seu trabalho na
organização.”
2.3.1 – Gestão de Pessoas
O tema gestão de pessoas vem ganhando destaque dentro da
administração. Antigamente, o profissional de RH (recursos humanos) se
limitava ao cumprimento de exigências legais referentes a contratação de
pessoal. Hoje, todos os seus esforços são direcionados para atingir os
objetivos da organização, sendo responsáveis pela aplicação e
desenvolvimento das políticas da empresa.
De acordo com Fischer, 1998 in, Fleury e Fleury (2001, p. 65), ”gestão
de pessoas é o conjunto de políticas e práticas definidas para uma
organização para orientar o comportamento humano e as relações
interpessoais no ambiente de trabalho”.
Segundo Chiavenato (2004), gerir pessoas significa que estas são como
o sujeito ativo da gerência, são elas que guiam e controlam para atingir os
objetivos da organização e os objetivos pessoais. Gerenciar pessoas ou a
gestão de pessoas é a preocupação de muitas organizações para que seus
objetivos sejam atingidos, de preferência com a participação de um grupo
eficaz e motivado liderado por um gestor que possa ter em mente
determinados desafios estratégicos, como, por exemplo, a gestão por
competências.
Para Bertelli (2004, p.19) a Gestão de Pessoas “tem como conceito:
1. Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua
missão.
34
2. Proporcionar competitividade à organização.
3. Proporcionar à organização empregados bem treinados e bem
motivados.
4. Aumentar a auto-realização e a satisfação dos empregados no
trabalho.
5. Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho.
6. Administrar a mudança.
7. Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável.”
Rotondaro (2008, p.67) afirma que “A criação de um bom ambiente para
a execução do trabalho é essencial para o sucesso de qualquer projeto. A
confiança entre os membros da equipe poupa desgastes e facilita a realização
de mudanças. O correto planejamento, a atitude proativa frente às
necessidades, o uso de uma linguagem comum, assim como uma correta
postura pessoal, são fatores que estimulam a criação dessa confiança entre
os membros da equipe.”
2.3.2 - Pessoas no Serviço Público
A valorização das pessoas é uma das mais importantes estratégias para
o alcance da excelência nos serviços públicos.
Bernardi (1997, p.8) afirma que “é vencedora a empresa que tem real
sucesso em promover um ambiente de valorização das pessoas”. E ainda o
mesmo autor expõe que “não há nada que pese mais para a satisfação e
realização dos funcionários que a certeza de estarem sendo vistos, valorizados
e estimulados a crescer”
A gestão de pessoas está vinculada a grande parte das críticas no
serviço público. Teixeira (1996), destaca como principais críticas as:
1. Relacionadas com a visão estratégica:
35
• missão da organização deixada para segundo plano;
• falta de compreensão por parte dos funcionários do conceito
de organização voltada para o cliente;
• profissionalização deficiente dos serviços públicos;
• servidores públicos vistos como presa fácil da corrupção,
estando desmotivado e com baixa remuneração.
2. Relacionadas com a visão tática:
• manutenção de cargos e funções detalhadas e estáticas
choca-se com a flexibilidade e o dinamismo do mundo atual;
• características burocráticas enraizadas que inibem a
iniciativa, desmotivam os indivíduos em virtude acomodação,
conformismo e falta de iniciativa;
• regulamentos, normas e procedimentos rígidos que inibem a
criatividade e fazem com que o formal se sobreponha ao
funcional;
• decisões não participativas, com ênfase em um sistema
hierárquico formal (chefe) e não na direção orgânica (líder);
• ambiente de trabalho, em geral, repleto de tensões negativas;
• a distribuição geográfica do funcionalismo espelha menos as
necessidades do Estado e da sociedade e mais as
conveniências pessoas;
3. Relacionadas com visão operacional:
• normas criadas sem correlação com os custos e que tendem
a formalizar os controles;
• um nível mínimo de incentivos com absoluta falta de relação
entre remuneração e resultados obtidos;
36
• lotação inadequada de recursos humanos, traduzida em
preponderância da atividade-meio sobre a atividade-fim.
A mudança na gestão de pessoas com ênfase na valorização é
essencial. Para Langrod (1973, p. 146), “Não há como ignorar e pôr em dúvida
que a ausência de uma verdadeira política de pessoal avulta, talvez, como um
dos principais fatores do mau emprego ou deficiente utilização das
potencialidades humanas nos serviços públicos” . E como conseqüência,
representa um dos maiores entrave para o alcance da qualidade.
O grande desafio na administração pública é aumentar a eficiência por
intermédio de uma gestão de pessoas mais coerentes com a realidade imposta
pelo cenário atual, despertando no servidor público a paixão pelo seu trabalho.
37
CAPÍTULO III
A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO A FAVOR DA SAÚDE
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA
FILHO DA UFRJ
3.1- Histórico
O Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), situado na Cidade Universitária – Ilha do Fundão, é um hospital geral
de ensino que pertence ao setor público. Foi inaugurado em 1º de março de
1978, apesar de sua construção ter sido iniciada nos anos 50.
Em 1985, passou a se chamar Hospital Universitário Clementino Fraga
Filho (HUCFF), a fim de homenagear o Professor Clementino Fraga Filho, que
representa para a história do hospital uma figura marcante que muito contribuiu
sem medir esforços para sua construção e por muitos anos foi seu diretor.
Segundo Fraga Filho (2000, p.27) “a implantação desse grande hospital
universitário se fez em época de importante revisão de conceitos, abrangendo
os sistemas de educação e saúde, cuja articulação se impunha, cabendo a
universidade formar os recursos humanos necessários para atendimento dos
problemas de saúde do indivíduo e da comunidade.”
3.2 – Visão e Missão do HUCFF
A Visão do HUCFF é ser um centro de excelência em Assistência,
Ensino e Pesquisa.
38
A Missão do HUCFF é desenvolver ações de ensino e pesquisa em
consonância com a função social da universidade, articulada à assistência, à
saúde de alta complexidade e integradas ao Sistema Único de Saúde (SUS),
promovendo ao seu público atendimento de qualidade e de acordo com os
princípios éticos e humanísticos.
3.3 – Objetivos Institucionais
a) Operar de forma articulada, atendo às demandas técnico-científicas
das unidades de saúde do SUS e do Sistema Suplementar;
b) Servir de campo de treinamento para o ensino de graduação das
profissões de saúde no que se refere à assistência de média e alta
complexidade;
c) Atuar como hospital de nível terciário, inserido no sistema de
referência e contra-referência do Sistema Único de Saúde (SUS) e
do Sistema Suplementar;
d) Proporcionar a realização de cursos de pós-graduação e de
especialização das unidades docentes, enfatizando os programas de
Residência Médica e Residência Interdisciplinar, atividades
educacionais de responsabilidade do HUCFF;
e) Contribuir para a formação da equipe de saúde;
f) Treinar pessoal de nível médio e auxiliar com vistas ao
aprimoramento da qualidade dos próprios serviços e no Sistema de
Saúde e à manutenção de bons padrões de rotina de atendimento;
g) Propiciar um ambiente de estímulo à pesquisa, dando ênfase à
integração nos diversos setores de ciências da saúde.
3.4 – Administração
39
O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), concentra
todos os elementos essenciais à promoção e ao desenvolvimento da saúde
pública: assistência à população, ensino qualificado e pesquisa científica.
Todas essas funções convivem em plena integração, transformando o HUCFF
em um centro de saúde e ciência como poucos no país.
Atua com cerca de três mil e quinhentos profissionais, entre professores,
médicos, enfermeiros e pessoal administrativos e de apoio, sendo que
aproximadamente dois mil são funcionários públicos federais regidos pelo
Regime Jurídico Único (RJU) e o restante são funcionários terceirizados.
Essa equipe é reforçada por cerca de dois mil estudantes de medicina,
360 médicos residentes, entre outros integrantes da comunidade acadêmica
hospitalar.
O HUCFF promove uma conexão permanente entre a pesquisa
científica, o avanço tecnológico e a prestação de serviços à população.
Atende milhares de pacientes por mês, disponibilizando para a
população os serviços ambulatoriais, exames dos mais variados, internação e
cirurgias.
3.5 – Estrutura Funcional
Com base no organograma original e após diversas modificações, hoje o
HUCFF apresenta de maneira resumida, a seguinte estrutura:
40
Assessoria DG
Equipe de Pregoeiros
CPL Superintendência
Geral
Direção Geral
Conselho de Administração
Controle Interno
CPD CCIH Comissões Permanentes
CAE CDP Ouvidoria SEAV CCHU Programa Qualidade
Serv. Cont.
Serv. Custos
DFN
Serv. Adm. Fin.
DMD
Ass. Técnica
Und. Serv. Clínicos
Und. Serv. Cirurg.
Und. Serv. Compl.
Coord. Transpl.
Serv. Interc. Clínicas
DAA
Serv. Farm.
Serv. Doc. Médica
Serv. Nutri/ Diet.
Serv. Social
Fonoaudiologia
Fisioterapia
DEN
Ass. Técnica
Serv. Enf. Saúde Com.
Serv. Enf. Int.
Clínicas
Serv. Enf. Int. Cirur.
Serv. Desenvolvimento
Serv. De Material Esterilizado
DSC
Serv. Amb.
Serv. Adm. Alta
DAG
Serv. Material
Serv. Gerais
DRH
Ass. Técnica
Serv. Trein. Desenv.
Serv. Seg. Saúde Trab.
Serv. Adm. Pessoal
DEG
Serv. Opr. Manut.
Serv. Plan. Proj.
41
3.6 – Cenário do hospital anterior à informatização integrada
A Coordenação de Processamento de Dados (CPD) existe desde a
inauguração do hospital, porém no início seus dados não eram processados no
próprio hospital.
Na época da inauguração, a CPD era considerada um apêndice do
Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) da UFRJ. Seu espaço físico era
utilizado para fazer a digitação(entrada) de dados, utilizando terminais burros
(sem Hard Disk). Esses dados eram gravados em fita magnética que era
enviada por um portador ao NCE onde era feito o processamento dos dados.
Os dados já processados retornavam à CPD através de listagens impressas
para que fosse feita devida conferência.
Nesta época, o censo hospitalar (relação de pacientes internados no
hospital) era o único dado processado que o hospital possuía.
Em meados dos anos 80, com a chegada do primeiro e único
microcomputador, o sistema do censo deixou de ser processado em um
computador de grande porte e passou a ser processado neste, tornando a
logística mais fácil.
Ao passar do tempo, com a compra de mais equipamentos
(microcomputadores e impressoras) e a chegada de pessoal capacitado, foi
possível implementar alguns sistemas essenciais para a instituição. Um dos
primeiros sistemas foi o de cadastro de pacientes, que apesar do imenso
trabalho inicial de digitação de uma média de 360.000 fichas de pacientes,
viabilizou buscas mais otimizadas aos dados pessoais dos pacientes.
Apesar de toda as melhorias que esses sistemas trouxeram para o
hospital, os dados ainda permaneciam isolados, isto é, o sistema era instalado
na máquina e os dados digitados eram armazenados no HD (Hard Disk) desta
42
máquina. Diariamente era feita uma cópia de segurança dos dados em
disquete e no final de cada mês, após a geração dos relatórios mensais, eram
feitas cópias mensais dos dados, ficando uma no HD local e outra em disquete
na CPD para futuras consultas. Esse processo manual gerava muitos erros e
inconsistência dos dados, ocorrendo redundância e duplicidade dos mesmos.
Sendo o HUCFF um hospital escola, a CPD recebia constantemente
muitos profissionais de saúde, bem como alunos, que procuravam o setor
solicitando uma pesquisa nos dados armazenados, de acordo com algum
parâmetro estabelecido pelo solicitante, como por exemplo, quantos pacientes
já tiveram determinada doença. Nesta época, o solicitante da pesquisa
precisava se dirigir à CPD para solicitar por escrito suas pesquisas e precisava
retornar em outra ocasião para pegar o resultado da mesma. Todo esse
processo era muito lento e burocrático, principalmente se considerarmos que
muitas vezes o resultado de uma pesquisa pode mudar decisões futuras.
3.7 – Cenário do hospital com a informatização integrada
Em 1998, teve início o processo de informatização do hospital, com o
objetivo de integrar, organizar e dar mais transparência a toda a estrutura
hospitalar.
Este projeto de modernização da gestão hospitalar começou com a
adoção das soluções da empresa australiana TrakHealth, representada no
Brasil pela Leme Informática, que utilizava o banco de dados pós-relacional
Cachê, da Intersystems. No hospital foram utilizados três módulos: MedTrak
(gestão hospitalar), LabTrak (gestão laboratorial) e MedSus – módulo
desenvolvido especialmente para o faturamento junto ao SUS (Sistema Único
de Saúde).
Neste processo de informatização, a Leme Informática teve a parceria
da IBM Brasil que foi a responsável por toda a infra-estrutura do hospital.
43
Enquanto a IBM viabilizava toda a infra-estrutura necessária para a
implantação do sistema, a Leme Informática enviou uma equipe para o HUCFF
que ficou responsável por toda a implantação do sistema. Antes de começar a
implantação em cada setor, a Leme treinava a equipe da CPD, tornando a
mesma capaz de ajudar e se tornar multiplicadores do treinamento de todos os
usuários do sistema.
Em 1999, a Leme Informática juntamente com a CPD do hospital decidiu
que a implantação do MedTrak no hospital seria dividida em três fases.
Na primeira fase, se implantou o sistema nos locais que se empreendia
a entrada do paciente, sendo eles, o Serviço de Documentação Médica, o qual
abria o prontuário do paciente, e o Serviço de Admissão e Alta, o qual admitida
o paciente no hospital. Neste momento, se fez necessário à importação de
toda a base de dados do cadastro de pacientes para a carga inicial do nosso
sistema.
Na segunda fase, se implantou o sistema no Serviço de Farmácia, de
Materiais (almoxarifado), no Ambulatório (apenas agendamento de consultas)
e em Serviço Complementares (exames de imagens). Neste momento, se
implantou também o LabTrak e o MedSUS.
Na terceira fase, a implantação chegou aos postos de internação,
tornando possível a prescrição e evolução médica eletrônica. Dentre tantas
conquistas que esse sistema proporcionou ao hospital, sem dúvida a clareza
das informações foi a maior conquista. Hoje, é muito mais fácil ler as evoluções
e prescrições dos profissionais de saúde que são impressas via sistema do
que antes, quando feitas à mão, proporcionando avaliações errôneas quanto à
caligrafia do profissional de saúde.
44
A equipe de implantação da Leme Informática e da infra-estrutura da
IBM, encerrou seu trabalho junto ao hospital após essa terceira fase, ficando a
cargo da equipe da CPD implantar o sistema nos consultórios do ambulatório.
Porém, por falta de segurança do local, até hoje isso ainda não ocorreu. O
hospital mantém até hoje a parceria com a empresa InterSystems. Esta
empresa é responsável pela manutenção e suporte técnico do banco de dados
Caché.
Após todo esse processo de informatização por empresas terceirizadas,
se fez necessário uma personalização do sistema de acordo com as
necessidades do hospital e seus funcionários.
O processo de customização do MedTrak foi realizado pelos
profissionais da CPD, criando novos ícones, funções e interfaces. Desta
customização surgiu o ProntHU, que é o prontuário eletrônico do HUCFF, ou
do HU como é popularmente chamado.
Segundo o idealizador do ProntHU e coordenador da CPD na época,
Martins (2007, p. 5) “As modificações trouxeram mais facilidade, simplicidade e
conforto para os funcionários que utilizam o MedTrak. As telas e os ícones
criados são mais simples e objetivos e o usuário tem a possibilidade de usar o
ícone ‘ajuda’, que traz uma explicação detalhada das funções.”
Hoje, aquela pesquisa que no passado os profissionais precisam ir a
CPD solicitar por escrito e voltar depois para pegar o resultado da pesquisa, é
feita de qualquer parte do hospital e pelo próprio profissional, desde que o
mesmo tenha a senha pessoal que lhe permite o acesso ao sistema.
A informatização tornou tudo mais rápido. O médico pode acessar o
histórico do seu paciente de qualquer parte do hospital. Todas as informações
sobre os pacientes a partir da implantação estão reunidas em um só lugar, no
45
sistema. Com isso, se diminuiu a chance de extravio de prontuário e laudo de
exames.
Todo esse processo de informatização trouxe inúmeras vantagens aos
funcionários do hospital, dentre elas estão o acesso a Internet e a utilização de
e-mail, ferramentas que nos dias atuais estreitam fronteiras. Outra conquista
foi a Rute – Rede Universitária de Telemedicina que promove a integração de
projetos entre hospitais universitários. A telemedicina é uma nova tecnologia
que permite a realização de ações de saúde à distância. Os serviços são
prestados por profissionais da área da saúde através de computadores
interligados.
3.8 – Tecnologia x Processos x Pessoas
Embora o software tenha sido uma ferramenta importante no processo
de informatização, trazendo para o hospital agilidade e eficiência, o mesmo
necessita ser alimentado com dados. A responsabilidade pela inclusão dos
dados fica a cargo dos usuários do sistema, seja ele um profissional de saúde
ou da área administrativa, neste momento, os usuários passam a ser
colaboradores e parceiros que caminham juntos para atingir os resultados
desejados.
Devido a rotina de trabalho adquirida ao longo dos anos, alguns
usuários, apesar de treinados e capacitados a usar o sistema, questionavam e
resistiam a aceitar a mudança proposta do seu processo de trabalho. Segundo
Schein (2001, p.118), “Mudar alguma coisa implica não só aprender algo novo,
mas desaprender algo que já existe e que possivelmente atrapalhará o
processo”. Mesmo sendo incentivados a fazerem cursos na área de
informática, eles eram resistentes ao uso do computador. A equipe da CPD
tinha que treinar o usuário e motivá-lo a aceitar a informática, mostrando que a
mesma facilitaria sua vida dentro e fora do hospital.
46
Uma das formas do funcionário visualizar a melhoria do processo de
atendimento é quando ele passa da condição de usuário interno para usuário
externo, ou seja, quando assume o papel de paciente do hospital. Neste
momento, a tecnologia está a seu favor, tornando seu atendimento mais rápido
e eficiente.
47
CONCLUSÃO
De acordo com os estudos realizados, foram pesquisadas algumas
ações que promovem a melhoria da qualidade no serviço público, tais como:
• Ações de valorização das pessoas;
• Programas de treinamento e desenvolvimento na área do serviço
público;
• Ações de modernização do processo produtivo na área do
serviço público selecionada;
• Sistemas de informação com o objetivo de agilizar os serviços
prestados;
• Ressaltar que a modernização tem reflexos positivos na
qualidade dos serviços e na vida do servidor.
Verificou-se também que um sistema de gestão integrado, elimina a
disseminação da informação, além de proporcionar respostas automáticas às
solicitações e aos questionamentos, o que ajuda a melhorar a imagem e a
confiabilidade da organização.
Ao comparar os serviços de saúde de alguns anos atrás e a realidade
dos dias de hoje, evidenciam-se inúmeras inovações ocorridas nos quesitos
tecnologia e modelos de gestão. Embora ainda se encontrem muitas
deficiências, é notória crescente preocupação com a melhoria da qualidade por
parte das instituições e da população, que se torna cada vez mais exigente na
satisfação de suas necessidades e desejos.
Toda instituição de saúde, em razão da sua própria missão ligada à
saúde e ao bem estar do indivíduo, deve preocupar-se com a melhoria
permanente de seus processos, integrando harmonicamente as áreas
assistencial, tecnológica, administrativa, econômica e social.
48
Um sistema informatizado e integrado de gestão hospitalar é um
agregador de processos na construção de protocolos clínicos, ao disponibilizar
informações que contribuem para a avaliação do trabalho das equipes e
melhoria dos serviços, reorganizando o processo de trabalho, reduzindo o
número de formulários e instrumentos de controle nas unidades de saúde, ou
seja, a otimização de todo o sistema da Instituição, favorece ao atendimento
público e agiliza os processos de integração de diversos tipos de serviços.
No entanto, cabe ressaltar que nenhum sistema atingirá sua plenitude,
se não tiver seus usuários interagindo com ele com responsabilidade e
competência. O sistema visa gerenciar informações fornecidas pelos usuários,
logo as pessoas são as ferramentas que definem o sucesso ou o insucesso de
qualquer projeto.
A parceria e comprometimento de todos – Governo, Servidores e
Cidadãos – trará os resultados que a sociedade tanto necessita.
49
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empresariais. São Paulo: Atlas, 2000.
SHIOZAWA, Ruy Sergio Cacese. Qualidde no atendimento e tecnologia da
informação. São Paulo, 1993.
SLACK, N. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1996.
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empresas construtoras. In, ENTAC93 – Encontro Nacional de Tecnologia do
Meio Ambiente Construído. São Paulo, 1993. Avanço em tecnologia e gestão
da produção de edificações. São Paulo: EPUSP, 1993.
SOUZA, Sérgio. Tecnologia de informação. Rio de Janeiro: Brasporte, 2000.
TEIXEIRA, Aníbal. Reengenharia no governo. São Paulo: Makron Books,
1996.
53
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTOS 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
LISTA DE SIGLAS 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
QUALIDADE 11
1.1 – Conceitos de Qualidade 12
1.2 – Qualidade do Atendimento 14
1.3 – Qualidade de Atendimento no Serviço Público 15
1.4 – Diferenças entre o setor público e setor Privado 17
CAPÍTULO II
A TRÍADE DE SUCESSO: INFORMAÇÃO,
PROCESSOS E PESSOAS 19
2.1 – Informação 19
2.2.1 – Tecnologia no Serviço Público 23
2.2 – Processos 24
2.2.1 – Metodologia para Análise e Melhoria
do Processo – Mamp 27
2.3 – Pessoas 31
2.3.1 – Gestão de pessoas 33
2.3.2 – Pessoas no Serviço Público 34
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CAPÍTULO III
A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO A FAVOR
DA SAÚDE – HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
CLEMENTINO FRAGA FILHO 37
3.1 – Histórico 37
3.2 – Visão e Missão do HUCFF 37
3.3 – Objetivos Institucionais 38
3.4 – Administração 38
3.5 – Estrutura Funcional 39
3.6 – Cenário do Hospital anterior à informatização
integrada 41
3.7 – Cenário do Hospital com a informatização
integrada 42
3.8 – Tecnologia x Processos x Pessoas 45
CONCLUSÃO 47
BIBLIOGRAFIA 49
ÍNDICE 53
FOLHA DE AVALIAÇÃO 55