Cultura Clássica - Aula 5

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Aula 5 – A Herança Lexical dos Gregos  Nesta aula, você irá: 1- Conhecer a importância da língua dos Gregos antigos; 2- Conhecer alguns elementos da Gramática da íngua Grega; !- "studar o idioma de #omero, da $iloso%ia e da literatura grega&  Nesta aula, estudaremos a hist'ria da língua de #omero, dos %il'so%os e poetas gregos antigos, (ue )á conhecemos das aulas anteriores& N*o há d+vidas de (ue essa cultura n*o terminou seus e%eitos a partir do momento em (ue os gregos antigos desapareceram, mesmo depois da con(uista dos omanos& #o)e, graas .s ciências, (ual(uer am/ulat'rio de sa+de, no mundo inteiro, nos reserva uma mem'ria da língua grega, pois a medicina, como todas as outras ciências, 0 um dicionário da língua grega, com seus termos  pr'prios& or isso, será +til conhecer os rudimentos desse idioma, )á (ue a civilia*o helênica nos dei3ou tanta arte e sa/edoria e (ue ainda persiste atualmente& Civilia*o e íngua s*o congêneres& 4omos e  permanecemos a(uilo (ue comunica mos aos outros& ois /em, conhea mos essa língua de gente t*o interessante e (ue nos comove at0 os dias de ho)e& 5 íngua Grega: 6ma 7ntrodu*o 89 grego vale apena8 N*o, n*o se você %or capa de %aer essa pergunta& 9 grego 0 comunica*o com gênios, 0 uma e3periência est0tica, 0, para %alar simplesmente, %rui*o &&&< Compilador - s0c& = d&C&<& Com essa (uest*o ret'rica, iniciamos esta aula so/re a língua dos Gregos, da civilia*o (ue inventou a $iloso%ia, a argumenta*o, a mitologia, e dei3ou-nos uma e3tensa lista de voca/ulários das ciências, al0m de inumeráveis contri/ui>es est0ticas& or isso, vale a pena conhecer as contri/ui>es linguísticas da língua grega para as civilia>es modernas, nas (uais vivemos& ara isso, apro%undaremos as suas características gerais, de ordem %ilol'gica, gramatical e semântica& 7 - 5 posi*o do grego na %amília das línguas indo-europeias ?esde o enascimento s0culo @7=<, mas especialmente a partir do s0culo passado, o incremento dos estudos clássicos mostrou a semelhana entre uma s0rie de línguas di%erentes, tanto do ponto de vista do voca/ulário, como da mor%ologia& Aomemos como e3emplo o termo 8pai8 em diversas línguas: 5 #ip'tese das Borigens indo-ará/icas: 5 con cordância levou os estudiosos a levantar a hip'tese (ue todas essas línguas, (ue se tornaram di%erentes com o tempo, s*o

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Estácio

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Aula 5 – A Herança Lexical dos Gregos

 Nesta aula, você irá:

1- Conhecer a importância da língua dos Gregos antigos;2- Conhecer alguns elementos da Gramática da íngua Grega;!- "studar o idioma de #omero, da $iloso%ia e da literatura grega&

 Nesta aula, estudaremos a hist'ria da língua de #omero, dos %il'so%os e poetas gregos antigos, (ue )áconhecemos das aulas anteriores& N*o há d+vidas de (ue essa cultura n*o terminou seus e%eitos a partir domomento em (ue os gregos antigos desapareceram, mesmo depois da con(uista dos omanos& #o)e,graas .s ciências, (ual(uer am/ulat'rio de sa+de, no mundo inteiro, nos reserva uma mem'ria da línguagrega, pois a medicina, como todas as outras ciências, 0 um dicionário da língua grega, com seus termos

 pr'prios&

or isso, será +til conhecer os rudimentos desse idioma, )á (ue a civilia*o helênica nos dei3ou tanta artee sa/edoria e (ue ainda persiste atualmente& Civilia*o e íngua s*o congêneres& 4omos e permanecemos a(uilo (ue comunicamos aos outros& ois /em, conheamos essa língua de gente t*ointeressante e (ue nos comove at0 os dias de ho)e&

5 íngua Grega: 6ma 7ntrodu*o

89 grego vale apena8 N*o, n*o se você %or capa de %aer essa pergunta& 9 grego 0 comunica*o comgênios, 0 uma e3periência est0tica, 0, para %alar simplesmente, %rui*o &&&< Compilador - s0c& = d&C&<&

Com essa (uest*o ret'rica, iniciamos esta aula so/re a língua dos Gregos, da civilia*o (ue inventou a$iloso%ia, a argumenta*o, a mitologia, e dei3ou-nos uma e3tensa lista de voca/ulários das ciências, al0mde inumeráveis contri/ui>es est0ticas&

or isso, vale a pena conhecer as contri/ui>es linguísticas da língua grega para as civilia>es modernas,nas (uais vivemos& ara isso, apro%undaremos as suas características gerais, de ordem %ilol'gica,gramatical e semântica&

7 - 5 posi*o do grego na %amília das línguas indo-europeias

?esde o enascimento s0culo @7=<, mas especialmente a partir do s0culo passado, o incremento dosestudos clássicos mostrou a semelhana entre uma s0rie de línguas di%erentes, tanto do ponto de vista dovoca/ulário, como da mor%ologia& Aomemos como e3emplo o termo 8pai8 em diversas línguas:

5 #ip'tese das Borigens indo-ará/icas: 5 concordância levou os estudiosos a levantar a

hip'tese (ue todas essas línguas, (ue se tornaram di%erentes com o tempo, s*o

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originárias de um mesmo idioma antigo, (ue, tradicionalmente, chamamos de indo-europeu&

4egundo o ro%essor Dorge i(u0:

ENa verdade, n*o temos (ual(uer testemunho escrito direto dessa língua, (ue deuorigem a todas as línguas (ue ho)e agrupamos na chamada 8%amília indo-europeia8&ortando, o (ue supomos desse 8povo indo-europeu8 tem como ponto de partida as8línguas-%ilhas8 (ue conhecemos, principalmente, pelo estudo do voca/ulário comum&

?essa %orma, sup>e-se (ue, antes do = milênio a&C&, e3istia um con)unto de tri/os (ue%alavam dialetos estreitamente relacionados e (ue tinham os seguintes traos comuns:

"m rela*o aos indo-europeus, os estudiosos ainda n*o esta/eleceram de %orma unânimea localia*o inicial e3ata dessas tri/os& 6ma das possi/ilidades seria as estepes do sul,(ue ho)e 0 a +ssia, ao norte do Far Negro&

9 /inmio BFigra*o-con(uista

Fas a%inal de contas, de (ue maneira a língua grega, a latina, as neolatinas podem teralgum parentesco com a(uelas /alcânicas 5 o/serva*o da mo/ilidade dos povosantigos, caracteriada pela /usca de novos territ'rios de pastagem e agricultura, ouclimas mais amenos, poderia ser um caminho de e3plica*o Na tentativa de e3plicar a

origem comum dos indo-europeus, prop>e-se (ue, a partir do local de origem, teriahavido um grande movimento migrat'rio&

Aalve por causa de uma seca na regi*o (ue tornou os pastos cada ve mais escassos, a partir do = milênio a&C&, duas correntes migrat'rias principais se dirigiram, uma para oocidente, at0 chegar . enínsula 7/0rica e . Gr*-Hretanha, e a outra, para a India& No

 percurso dessa migra*o, (ue durou milênios, %oram se desenvolvendo e di%erenciandoas atuais línguas indo-europeias& 5s tri/os indo-europeias, (ue desceram pela enínsula7tálica, deram origem aos romanos e . íngua atina, (ue, por sua ve, em um novo

 processo de migra*o e con(uista por toda a "uropa, deu origem .s atuais línguasromânicas, entre as (uais o ortuguês&

77 - 9s ?ialetos Gregos

Fas, e a língua dos Gregos, de onde veio Juais teriam sido as suas origens ara oro%essor Dorge i(u0, duas seriam as maneiras de e3plicar as origens dos diversosdialetos (ue originam o idioma de #omero, lat*o e 5le3andre Fagno& Na primeirahip'tese, E5s tri/os indo-europeias, (ue desceram pela enínsula Halcânica, deramorigem ao gregoK&

4egundo uma tradicional teoria, os indo-europeus n*o chegaram . Gr0cia numa +nica

leva& $oram, na verdade, ondas sucessivas de tri/os (ue vinham do Norte, a partirapro3imadamente de 2LLL a&C&, na seguinte se(uência:

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Cada con)unto de tri/os ao chegar con(uistava e %orava a assimila*o ou a emigra*o,e cada um %alava uma variante di%erente do grego, um 8dialeto8& Como resultado, temos(ue a Gr0cia antiga trans%ormou-se em uma verdadeira colcha de retalhos de dialetos&

9utra possi/ilidade /aseia-se na di%erencia*o dialetal ocorrida )á em territ'rio grego&6ma muta*o desenvolvida pelo contato entre os diversos povos radicados na enínsulagrega&

9utra teoria mais recente minimia as ondas sucessivas de tri/os como e3plica*o dadi%erencia*o dialetal, (ue de %ato encontramos nos tempos hist'ricos& "la procurae3plicar essa situa*o por uma di%erencia*o dialetal ocorrida )á em territ'rio grego&

5ssim, o e'lico e o d'rico n*o corresponderiam a ondas de tri/os e'licas e d'ricas (uechegaram depois, mas a um processo de di%erencia*o a partir das %ormas dialetais )áe3istentes na Gr0cia& ?e (ual(uer %orma, am/as as teorias tentam e3plicar um %ato /emconhecido, (ue a língua grega por seus primeiros testemunhos escritos se apresenta so/m+ltiplas %ormas&

Cada regi*o, cada cidade, têm um %alar pr'prio& Cada gênero literário tem seu dialeto particular e cada autor trata este dialeto de uma maneira especial& Feillet< 9s dialetos

locais s*o agrupados em dialetos regionais e estes em grupos de dialetos&Grupos dialetais:1& Dnico-ático2- 5rcado-cipriota!- "'licoM- Grupo ocidental grego do noroeste e d'rico<

1 - 9 dialeto ático:

?entre os diversos dialetos em curso, destaca-se, do ponto de vista cultural, o dialetoático, chamado ático clássico ou grego clássico& "sse dialeto, pertencente ao grupodialetal )nico-ático, 0 %alado na cidade de 5tenas&

?o ponto de vista da iteratura Clássica, este dialeto constitui testemunha da produ*oe3traordinária desse período& $oi usado por importantes autores como os seguintes, emverso: s(uilo, 4'%ocles, "urípides, 5rist'%anes, Fenandro, etc& na prosa: Aucídides,@eno%onte, lat*o, 5rist'teles, 7s'crates, ísias, ?em'stones, s(uines, etc& 9u se)a, os

 principais te3tos de #ist'ria, $iloso%ia, 9rat'ria, Arag0dia e Com0dia %oram escritos /asicamente nesse dialeto& 5 maioria dos cursos de Grego antigo ensina na verdade oático clássico&

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5l0m disso, e3istiam tam/0m dialetos literários& 6m dialeto al0m de estar associado auma determinada regi*o, podia estar associado a um determinado gênero literário,independentemente do dialeto %alado por seu autor& 5ssim, por e3emplo, a poesia líricade autores como 5lceu, 4a%o, etc&, era composta em dialeto e'lico& 5 poesia 0pica#omero, #esíodo, etc&< era composta em dialeto )nico, assim como a o/ra de

#er'doto, a poesia de 5r(uíloco, a %iloso%ia pr0-socrática e os escritos m0dicos daescola de #ip'crates&

 Na origem da língua grega, em seu desenvolvimento literário, está #omero& "m sualiteratura, n*o encontramos os dialetos dos %alantes gregos, trata-se de uma ElínguaespecialK, po0tica& "sse 8dialeto hom0rico8 %oi utiliado pelos poetas líricos (uecompunham elegias e iam/os e, no período helenístico, pela 8nova 0pica8, como na

 poesia de 5polnio de odes& 9 dialeto ático desenvolveu-se do )nico e, por isso,apresenta grandes semelhanas, pertencendo ao mesmo grupo dialetal )nico-ático&

Como 5tenas, nos s0culos = e 7= a&C&, tornou-se o principal centro cultural de toda a

Gr0cia, o ático %alado nesse período, apro3imadamente entre OLL e !LL a&C&, 0 tomadocomo ponto de partida para o estudo do Grego antigo&

777& e(uena #ist'ria da íngua Grega

5 língua grega do período de 5le3andre Fagno período helenístico !!L a&C&-!!L d&C<e3perimenta, graas . constitui*o de um novo 7mp0rio, uma larga di%us*o na Hacia doFediterrâneo&

 Nascia assim o chamado grego BPoin0, uma esp0cie de língua internacional, comumgr& Qoin0< a todos& 9 dialeto Poin0 %oi na 0poca algo como o latim e o %rancês )á %oram,e como o inglês 0 ho)e em dia& "sse dialeto %oi o veículo para a tradu*o das escriturasdo =elho Aestamento %eita em 5le3andria por volta de 2RL a&C& por um grupo de setentaeruditos )udeus por isso, essa tradu*o rece/e o nome tradicional de 4eptuaginta<&

"m re%erência ao dialeto Poin0, n*o nos es(ueamos (ue tam/0m o Cristianismousu%ruirá do mesmo, para, com sucesso, di%undir-se por todo o mundo antigo&

Aodos os livros do Novo Aestamento %oram escritos originalmente tam/0m nessa línguacomum, o dialeto grego Poin0, )ustamente para (ue tivessem a maior divulga*o

 possível& "sse 0 (uadro geral do (ue chamamos de 8Grego antigo8, uma língua cu)os

registros escritos v*o desde o s0c& @= a&C& grego micênico< at0 o s0c& =7 d&C&Com o en%ra(uecimento do 7mp0rio omano ocidental, com capital em oma, nasciaoutra %orma de grego, Grego /iantino o novo centro político e cultural era agoraHiâncio<, entre os s0culos = d&C& e @=, e (ue era uma esp0cie de continua*o daPoin0& 5 partir do s0c& @=7, com a tomada de Constantinopla e3-Hiâncio< pelos turcosem 1MO!, surge o Grego pouco a pouco moderno, (ue 0 o %alado at0 os dias de ho)e naGr0cia& Grego antigo e moderno, portanto, s*o duas línguas di%erentes, no entanto muito

 parecidas em %un*o de uma originar-se da outra&

rincípios da íngua Grega

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1& 5s di%erentes pron+ncias do Grego 5ntigo9 #umanismo e "rasmo de otterdam 1MST-1O!S<40culo @7=

Juando a cultura clássica %oi revaloriada durante o enascimento europeu no s0culo @7=, a +nicamaneira de aprender grego, para ter acesso aos originais, era atrav0s de pro%essores gregos, por0m n*o

havia m0todos de ensino& #avia, no entanto, di%iculdade na leitura de te3tos antigos, por (uest>es%on0ticas, e uma s0rie de incongruências ao se utiliar a pron+ncia moderna&

5 di%iculdade na leitura de te3tos gregos antigos s' 0 solucionada por um grande humanista da 0poca,"rasmo de otterdam, (ue pes(uisou e props uma nova pron+ncia para su/stituir a moderna& Fesmoassim, n*o há, entre os estudiosos e pro%essores, consenso so/re isso&

?uas vertentes caracteriam o ensino da língua de #omero:

ron+ncia econstruída ou 5ntiga @ ron+ncia "rasmiana

5 ron+ncia econstruída ou 5ntiga 0 atualmente utiliada na "uropa e "stados 6nidos no ensino doGrego antigo& 5ssim, estamos ainda no %inal da transi*o entre duas pron+ncias& "n(uanto os novos

estudantes de Grego antigo aprendem diretamente a pron+ncia reconstruída, muitos estudiosos e pro%essores ainda usam a pron+ncia erasmiana, por %ora do há/ito&

Grego moderno @ grego antigo

9 grego moderno 0, sem d+vida, uma evolu*o do grego antigo, notadamente do dialeto ático; mas,em/ora os %undamentos se)am os mesmos, está muito distante dele e n*o serve de /ase para o estudo dogrego antigo&

=e)amos os primeiros 11 versos do 5uto da Harca do 7n%erno, do português Gil =icente, datada de 1O1T:

6m %alante moderno do português, (ue vive (uase SLL anos depois do autor dos versos, conseguirádistinguir as palavras de gra%ia arcaica e at0 o sentido geral dos versos, mas terá, certamente, di%iculdadecom palavras e e3press>es como 8a caro8 8em %rente8<, 8atesa a(uele palanco8 8estica a(uela corda8< e8asinha8 8depressa8<& 7magine, agora, a di%erena entre um te3to em grego moderno e um te3to em gregoantigo, escrito há mais de 2&OLL anos&&&

U /arca, á /arca, hou lá, (ue temos gentil mar0& 9ra venha a caro a r0: %eito, %eito, /em está& =ae allimuitieramá, e atesa a(uelle palanco, e despe)a a(uelle /anco, pera a gente (ue virá& U /arca, á /arca, huV5sinha, (ue se (uer ir&

Características da língua grega

5 maioria dos conceitos da mor%ossinta3e portuguesa 0 aplicável ao grego antigo, ha)a vista (ue tanto o português como o grego s*o línguas indo-europeias& "is algumas características comuns .s línguas dessa%amília:1- 5 (uantidade de palavras de %orma variável e3cede, de longe, a das palavras invariáveis;2- 5s palavras variáveis têm radical, onde reside a no*o /ásica, e a desinência, (ue muda de acordo coma %le3*o;!- 5 %le3*o de gênero comporta dois tipos, o animado masculino, %eminino< e o inanimado neutro<;M- 5 numera*o 0 decimal e os numerais menores de 8O8 têm %le3*o;O- 9 nome, (ue identi%ica seres e o/)etos, 0 sempre distinto do ver/o, (ue marca a a*o;S- =er/os podem ser %ormados a partir de no>es nominais;T- 9 ver/o n*o tem con)uga*o completa e constante e muitos s*o constituídos por mais de um radical&Juanto mais antiga a língua, mais marcadas s*o essas características; (uanto mais recente, menosmarcadas& 9 grego, naturalmente, 0 e3emplo de língua indo-europeia antiga; o português, de língua indo-europeia recente&&&&

$9N"F54 " "4C7A5 5$5HA7C5

7& $onemas e escrita al%a/0tica

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$on0tica 0 o estudo dos sons articulados da %ala humana; %onema 0 uma unidade sonora mínima (uedi%erencia uma palavra da outra ou uma %orma gramatical de outra&

5ssim, nas palavras portuguesas 8%a8 e 8%i8, s*o os %onemas WaW e WiW (ue permitem o reconhecimentosonoro das duas %ormas ver/ais& 5 escrita nada mais 0 do (ue 8a contrapartida grá%ica do discurso8

?iringer, 1XRO< e envolve, portanto, a representa*o dos sons da %ala atrav0s de uma s0rie de sinais&

 No %im do s0culo =777, os gregos adaptaram os sinais inventados s0culos antes pelos %enícios e criaram, para seu uso, o al%a/eto grego& "sse al%a/eto, com modi%ica>es, 0 usado at0 ho)e pelos gregos modernose se tornou a /ase do al%a/eto latino usado pela maioria das línguas modernas&

77& etras e sons

9 al%a/eto grego, /ásico com suas consoantes, vogais e ditongos, 0 o mesmo para todos os dialetos, umave (ue a tradi*o (ue transmitiu os te3tos gregos da 5ntiguidade at0 o presente uni%icou a escrita&

 No al%a/eto grego, s*o dois sons vocálicos pronunciados na mesma emiss*o de vo& "m grego, temos /asicamente os seguintes ditongos:

Com o tempo, os ditongos de /ase longa %oram desaparecendo da língua grega, notadamente a partir dos0culo 7=; o -Y-, por e3emplo, dei3ou de ser pronunciado& "m gramáticas mais antigas, %ala-se no iotaadscrito e no iota su/scrito, representa>es grá%icas desse %enmeno nos manuscritos do s0culo @77 em

diante&

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9 uso do 8iota su/scrito8 nas edi>es modernas de te3tos gregos, apesar da %orte tradi*o, 0 muitoarti%icial e está rapidamente caindo em desuso; conse(uentemente, nessas sinopses n*o 0 usado o iota

su/scrito Z o iota 0 adscrito, como em

 No s0culo 7=, igualmente, dois ditongos de /ase /reve, -[Y- e -\u-, comearam a simpli%icar-se e aca/aramse tornando %alsos ditongos, pronunciados respectivamente como WeW %echado longo ] 8êê8< e como WoW%echado longo ] 88<; mas isso praticamente n*o a%etou a escrita&

77& 1 ^ 5spira*o

"3iste em grego um som oriundo diretamente da laringe, conhecido por aspira*o, produido pela passagem um tanto %orada da coluna de ar pela glote a/erta& 9 som resultante 0 mais ou menos rude,áspero, semelhante ao 8r8 da palavra rato rrato<&

Aodos os sons vocálicos no início de palavras podem ser emitidos com aspira*o& "m grego, usa-se umsinal grá%ico, o espírito do latim spiritus, 8sopro8<, para marcar a presena ou ausência de aspira*o:

II. 2 – Consoantes

Os sons consonânticos são determinados pela imposição dediferentes tipos de diculdade à passagem da coluna de ar pelacavidade bucal ou pelos lábios.

m nosso caso! interessa agrupar as consoantes de acordo com osseguintes crit"rios# modo de articulação! ponto de articulação!presença de vibraç$es glotais e presença de ressonância da cavidade

nasal. ssa produ%ida pelo abai&amento do v"u palatino 'os palatos! o(c"u da boca()#

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*uanto ao modo de articulação#+ oclusivas , obstrução completa e momentânea da coluna de ar-+ espirantes , fecamento parcial da cavidade bucal! com(estreitamento( cont/nuo da coluna de ar-

*uanto ao ponto de articulação#labiais , na altura dos lábios-+dentais , na altura dos dentes-+velares , na altura do v"u palatino 'tamb"m camadas!impropriamente! de guturais)-

+l/0uidas , com fecamento parcial! provocado pela posição da pontada l/ngua! mas a coluna de ar (escorre( pelos lados-+sibilantes , com fecamento parcial! entre a ponta da l/ngua e aparte da frente do palato duro 'som cont/nuo! de atrito)-*uanto à presença de vibraç$es glotais#+ mudas , vibraç$es ausentes-+ sonoras , vibraç$es presentes-*uanto à presença ou não de aspiração#+ aspiradas-*uanto à presença de ressonância nasal#+ nasais.

1 partir da visão dos crit"rios classicatrios das consoantes! verica3se 0ue eles não são mutuamente e&clusivos e! em geral! asconsoantes se en0uadram em mais de um crit"rio. 4o ponto de vista

eminentemente prático!fa%3se em geral o seguinte arran5o#

1s consoantes duplas! não colocadas na tabela acima! devem ser

encaradas como a representação gráca de dois sons consonânticosconsecutivos#

'6) 1s consoantes aspiradas representam tamb"m dois sonssucessivos! o da consoante e o da aspiração#

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III. O enunciado em grego

(O enunciado " uma palavra ou um con5unto delas 0ue e&prime umpensamento inteiro! acabado( '7uracco! 2889).

:o grego antigo! encontraremos as mesmas classes de palavras doportugu;s#

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:esta aula! voc;#• Compreendeu o conte&to istrico do surgimento e

desenvolvimento da l/ngua <rega.

• 1prendeu um pouco sobre o sistema gramatical da l/nguagrega.

• 1nalisou aspectos da =on"tica grega.