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CORPO NACIONAL DE ESCUTAS Escutismo Católico Português ESCUTISMO MARÍTIMO SISTEMA DE PROGRESSO DA FROTA FASE DE MARÍTIMO Insígnia - Distintivo de forma oval de fundo branco, com um ferro de almirantado a preto, tendo sobreposto a flor de liz do CNE. A saír e a entrar na argola do ferro, está um cabo castanho que dá a volta a todo o distintivo. Fase Marítimo Adesão ao Movimento 1- Ler o “Escutismo para Rapazes” e realizar uma reportagem sobre a vida de B.P.; 2- Saber e pôr em prática os mandamentos da Lei de Deus, bem como a Lei, Princípios e Promessa Escutista seu cerimonial e oração de Escuta; 3- Descrever sumariamente o aparecimento do CNE e do Escutismo Marítimo em Portugal; 4- Participar num bivaque com actividades náuticas; 5- Saber o Hino Nacional e seu significado, significado da Bandeira Nacional; 6- Enunciar a nomenclatura de um cabo, saber lançá-lo e colhê-lo, fazer e aplicar correctamente os seguintes nós: Nó direito, nó de oito, lais de guia, volta de cunho, nó de correr, nó de azelha, nó de escota, volta de fiel; 7- Enunciar correctamente a nomenclatura e palamenta de uma embarcação de apoio e das embarcações de canoagem;

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CORPO NACIONAL DE ESCUTAS Escutismo Católico Português

ESCUTISMO MARÍTIMO

SISTEMA DE PROGRESSO DA FROTA FASE DE MARÍTIMO

Insígnia - Distintivo de forma oval de fundo branco, com um ferro de almirantado a preto, tendo sobreposto a flor de liz do CNE. A saír e a entrar na argola do ferro, está um cabo castanho que dá a volta a todo o distintivo.

Fase Marítimo Adesão ao Movimento 1- Ler o “Escutismo para Rapazes” e realizar uma reportagem sobre a vida de B.P.; 2- Saber e pôr em prática os mandamentos da Lei de Deus, bem como a Lei, Princípios e Promessa Escutista seu cerimonial e oração de Escuta; 3- Descrever sumariamente o aparecimento do CNE e do Escutismo Marítimo em Portugal; 4- Participar num bivaque com actividades náuticas; 5- Saber o Hino Nacional e seu significado, significado da Bandeira Nacional; 6- Enunciar a nomenclatura de um cabo, saber lançá-lo e colhê-lo, fazer e aplicar correctamente os seguintes nós: Nó direito, nó de oito, lais de guia, volta de cunho, nó de correr, nó de azelha, nó de escota, volta de fiel; 7- Enunciar correctamente a nomenclatura e palamenta de uma embarcação de apoio e das embarcações de canoagem;

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8- Saber envergar o colete de salvação e conservá-lo, saltar de uma altura de 2 m para a água com colete; 9- Saber pagaiar, ciar, remar, utilizar o pau de croque e amarrar correctamente uma embarcação ao cais. Adesão à Secção 1- Descrever expressivamente a figura de S.João de Brito; 2- Descrever os distintivos do uniforme de Marinheiro, dos Dirigentes, conhecer a organização e mística da Frota; 3- Ter 5 noites de campo, saber montar uma tenda, ter 10 horas de mar na secção; 4- Realizar uma visita de estudo a um serviço na Comunidade (Bombeiros, nadadores-salvadores, Junta de Freguesia, Policia, etc.); 5- Saber manejar a bússola, interpretar e manusear uma carta tipográfica; 6- Enunciar correctamente a nomenclatura e palamenta de uma embarcação em uso na unidade; 7- Nadar 50 m dos quais 25 m com colete de salvação vestido e 25 m em estilo livre; 8- Saber entrar e sair de uma praia a pagaias.

ADESÃO AO MOVIMENTO

1ª Prova Ler “Escutismo para Rapazes”, vida de B.P.

Robert Stephenson Smyth Baden-Powell nasceu em Londres a 22 de Fevereiro de 1857. Foi o quinto dos sete filhos do Rev. Professor Baden-Powell. O filho mais velho Warington, que tinha então treze anos, entrou um ano mais tarde, para o navio-escola Conway. O seu entusiasmo pelo mar era tal que sempre que tinha férias, levava em excursões de barco os irmãos que já tivessem idade para navegar.

Foi assim que o nosso B.P. aprendeu a manobrar um barco, a acampar, a cozinhar e a obedecer às ordens com rapidez e elegância.

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Fizeram expedições por todo o país e mares vizinhos e assim B.P. aprendeu a regras da exploração e da vida ao ar livre.

Em 1869 entrou na Escola da Cartuxa e dois anos mais tarde transferiu-se de Londres para Godalming. A escola possuía uma pequena mata, que estava vedada aos alunos.

B.P. costumava ir para aí observar os animais, apanhar por vezes um coelho, que assava numa fogueira sem fumo (o fumo tê-lo-ia denunciado aos mestres!) e aí desenvolvia as suas habilidades na construção de abrigos e aprendia a usar um pequeno machado.

Era muito popular na escola, mas não um estudante de grande evidência ou um grande atleta, embora tomasse parte em muitas actividades com toda a energia que tinha e esta era considerável. Tinha habilidade para desenhar, para cantar canções cómicas e para representar, e em toda a sua vida usou em cheio de todos estes talentos.

Em 1876 fez exame de aptidão à escola do Exército e fê-lo tão bem que imediatamente recebeu a patente de alferes do Regimento de Hussardos nº 13, então colocado na Índia. Muito cedo se distinguiu não só pelo zelo no cumprimento dos seus deveres mas também nas habilidades desportivas e boa camaradagem. De tal modo que em 1883, com a idade de 26 anos, era Capitão e Ajudante do Regimento. Era perito em exploração e espionagem; tanto assim que foi autoridade reconhecida nestes assuntos. Como desportista notabilizou-se na montaria ao javali - desporto arriscadíssimo mas muito apreciado pela equitação e pela perspicácia que exige no seguimento das pistas. Muitas vezes vagueava sozinho pelas regiões mais silvestres, observando os animais e aprendendo-lhes os costumes.

Como passatempo, estava sempre desejoso, tanto de cantar uma canção e tomar parte num concerto ou numa ópera, como de pintar um cenário ou desenhar os populares.

O regimento deixou a Índia e 1884 e no regresso a viagem foi interrompida no Natal (território da África do Sul) porque se receava um conflito com os Boers. Foi durante esta primeira visita aquela região que B.P. entrou em contacto com os Zulus. Começou então a colher informações secretas, disfarçado em jornalista.

Em 1887 foi de novo para África como Ajudante de campo de seu tio, que era Governador da Província do Cabo. B.P. satisfez o seu primeiro desejo de serviço activo numa campanha contra os Zulus. Foi então que ouviu o coro “Ingoniama” cantado por uma coluna de Zulus em marcha. Os nativos deram-lhe o nome “M’hlaha Panzi” - o homem que se deita para disparar - significando que ele tinha cuidado ao apontar ou pensava antes de agir.

Em seguida fez serviço em Malta e simultâneamente foi nomeado Oficial de Informações para o Mediterrâneo. Isto deu-lhe mais aventuras como espião e ensinou-lhe ainda mais de exploração.

Em 1893 foi escolhido para uma missão especial contra os Ashanti.

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O rei nativo estava a perturbar a ordem e foi enviada uma expedição para a restabelecer. Isto obrigou-o a uma marcha de cerca de 150 milhas através de densos bosques e florestas e a atravessar numerosos rios. Nesta expedição o trabalho de B.P. era a exploração e o pioneirismo; assim aprendeu a maneira prática e útil de construir pontes. Foi quando estava no Oeste Africano que ouviu o ditado: ”devagar devagarinho se apanha o macaco” que veio a ser o seu ditado preferido.

Pôs um chapéu de “cowboy” pela primeira vez na operação dos Ashanti e os nativos chamaram-lhe, por isso, “Kantankye” ou “chapéu grande”. Terminada a expedição, foi promovido a Coronel e pouco depois punha-se a caminho do que ele dizia ser “a melhor aventura da minha vida...” a guerra dos Matabeles.

A terra de Matabeles é agora conhecida por Zimbabwe (antiga Rodésia). Estava então ainda pouco explorada, por aí haver poucos colonos brancos. Os nativos tinham-se sublevado e massacraram alguns colonos brancos e fugiram depois para as montanhas. Ali havia lugares difíceis de atingir, pois as suas grandes rochas ofereciam muitos e bons abrigos. B.P. foi encarregado da exploração. A sua tarefa não era nada fácil pois tinha de descobrir o paradeiro do inimigo e o que era mais difícil, como atingir as suas fortalezas. Perdeu muitas noites nas expedições de exploração mas era tão bem sucedido que quase sempre guiava os soldados para o lugar ideal para o ataque. Desenhou mapas absolutamente correctos, de grande valor. Foi durante esta campanha que ele se tornou conhecido como um grande explorador. Os Matabeles chamaram-lhe “Impisa” que quer dizer “o lobo que não dorme”. Sabia que gritavam com ódio o seu nome e o ameaçavam com toda a espécie de torturas, se lhes viesse a cair nas mãos.

Muitas das suas experiências de observação e dedução, bem como muitos episódios que viveu foram por ele mais tarde aproveitados na educação dos jovens Escuteiros.

A missão que em seguida lhe foi confiada foi o comando do Regimento de Dragões 5, então em serviço na Índia. Foi com pena que deixou o seu velho regimento; mas lançou-se no novo trabalho com todo o seu entusiasmo e eficiência. Procurou que os seus soldados encontrassem a felicidade mesmo nas dificuldades e procurou conquistar-lhe rapidamente a confiança.

Mas a sua realização mais importante foi nos métodos de treino. Porque a achava importante, procurou que a exploração se tornasse popular. Os homens eram divididos em pequenas unidades de meia dúzia - o que nós depois no Escutismo chamaríamos de Equipagens - sob o comando de um deles - o nosso Chefe de Equipagem. Aqueles que melhor desempenhassem os seus deveres tinham o privilégio de usar uma insígnia especial - Flor de Lis - que na bússola indica o rumo Norte.

Em 1899 B.P. regressou a casa, mas logo se lançou noutro empreendimento. Trouxera consigo da Índia o manuscrito de um pequeno livro chamado “Aids to Scouting”(Auxiliar do Explorador) que continha as palestras que fizera aos soldados, com muitos exemplos de observação e dedução.

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Ainda antes que o livro fosse publicado já ele estava de novo a caminho da África do Sul, onde se preparava uma guerra com os Boers. A sua missão era organizar uma frente militar pronta para qualquer emergência.

Quando a guerra estalou estava ele em Mafeking com parte das suas forças. Quase ao mesmo tempo, um exército Boer de 9000 homens pôs cerco à pequena cidade. Não se pode contar aqui, em tão pouco espaço, a história do famoso cerco; contudo é justo salientar que foi nele que o nome de B.P. galgou as fronteiras de todos os países, tornando-se conhecido em todo mundo, pois defendeu a cidade durante 217 dias das poderosas forças inimigas e foi graças à sua alegria e à sua desenvoltura (ao seu “desenrascamento”) que a cidade não foi tomada. Para os Escuteiros “Mafeking” tem uma grande importância. Os rapazes da cidade foram organizados num corpo, de mensageiros e B.P. impressionou-se pela maneira como eles levavam a cabo as suas missões. Viu que, se lhes fosse confiada qualquer responsabilidade, eles se sairiam bem em qualquer ocasião.

Como reconhecimento do seu empreendimento em Mafeking, B.P. foi promovido a Major-General sendo o mais novo do Exército, e herói do Reino Unido.

Foi-lhe então confiada a importante tarefa de organizar a Policia Montada Sul Africana . Era um corpo de homens valentes, fundado para ajudar na reconstrução do Sul africano depois da guerra; e prestaram excelentes serviços, graças ao treino que B.P. lhes deu em disciplina e responsabilidade.

Bem organizada a P.M.S.A., voltou à Inglaterra para outra importante tarefa: tinha sido nomeado Inspector Geral de Cavalaria. De novo encetou mais esta carreira com a dedicação e perspicácia habitual para elevar o nível da Arma de Cavalaria do seu país.

Outro facto, entretanto, lhe tinha chamado a atenção: vira que o seu pequeno livro “Aids to Scouting” tinha sido adoptado como compêndio na educação da juventude. O fundador da Brigada dos Rapazes, “sir” William Smith, pediu-lhe que adaptasse os métodos de exploração à formação dos jovens. B.P. estudou um plano e em 1907 fez um acampamento experimental na ilha de Brownsea, com duas dezenas de rapazes de todas as classes. Este acampamento foi t~«ao bem sucedido que resolveu escrever tudo o que tinha ensinado à volta do “Fogo de Conselho”. Assim nasceu o “Escutismo para Rapazes”. Foi primeiro publicado em fascículos quinzenais, nos primeiros meses de 1908. Os rapazes buscavam-no por toda a parte e rapidamente formaram Patrulhas com os seus amigos. O número cresceu depressa - pelos fins de 1908 havia uns 60.000 Escuteiros - e B.P. teve que se esforçar muito para conseguir insígnias, uniformes, cartões de alistamento, etc..

É impossível, por falta de espaço, fazer aqui uma descrição pormenorizada da expansão do Escutismo no mundo, assim como do admirável trabalho de B.P. pela juventude, nas suas viagens pelo globo.

Todavia será útil dizer uma palavra acerca de B.P. afinal que tipo de homem era ele?

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Todos os que lerem estas fichas nunca o viram nem ouviram a sua possante voz quando falava nos jamborees. B.P. era uma figura magra, franzina.

B.P. era uma figura magra, franzina, mas se o visses certamente te admirarias da sua bela cabeça e dos seus olhos bastante expressivos. Era um homem sociável e muitos Escutas se lembram ainda com saudades das conversas tidas com ele nos jamborees. Em Gilwell Park, por exemplo, passeava com os seus cães pelo acampamento. E os Escutas depressa viam com profunda amizade a sua presença.

Era um homem simples no seu modo de viver. Dormia numa varanda durante quase todo o ano, levantava-se muito cedo, praticava exercício de ginástica e depois dava um passeio com os seus cães antes do almoço.

Poucos homens terão trabalhado tanto como ele. Mantinha uma assídua correspondência, mas nunca se esquecia dos velhos amigos quando procurava adquirir outros. A pesca era o seu desporto favorito.

Ocupou-lhe muito tempo e deu-lhe oportunidade de admirar a natureza - um dos maiores prazeres da sua vida. Possuía um grande conhecimento da vida da natureza, sobretudo da vida dos animais, e nos últimos anos, quando já tinha poucas forças e por isso não podia ir visitar os seus Escutas, dedicava-se ao estudo dos animais selvagens e pintava quadros que focavam aspectos da vida desses animais.

Os últimos anos passou-os no Quénia onde veio a falecer no dia 8 de Janeiro de 1941, após uma vida de inteira dedicação aos jovens.

2ª Prova Mandamentos da Lei de Deus, Lei, Princípios, Cerimonial da Promessa e Oração de Escuta

Subiu um dia, Moisés ao Monte do Sinai e Deus disse-lhe “ Eu sou o Senhor teu Deus, que te libertou da terra do Egipto, da casa da servidão. Não terás outro Deus senão a mim”.

E ditou-lhe os Dez Mandamentos. Depois deu-lhe os escritos em duas tábuas de pedra para que os mostrasse a todo o povo. E todo o povo prometeu cumprir tudo o que mandava o Senhor.

MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS 1. Adorar a Deus e amá-lo sobre todas as coisas; 2. Não invocar o santo nome de Deus em vão; 3. Santificar os Domingos e Festas de Guarda; 4. Honrar pai e mãe ( e os outros legítimos superiores); 5. Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao

próximo);

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6. Guardar castidade nas palavras e nas obras; 7. Não furtar (nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo); 8. Não levantar falsos testemunhos (nem de qualquer outro modo faltar à

verdade ou difamar o próximo); 9. Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos; 10.Não cobiçar as coisas alheias. Estes Dez Mandamentos encerram-se em dois que são: Amar a Deus sobre todas

as coisas e amar o próximo como a nós mesmos. 1. Existe um só Deus que criou todas as coisas. O primeiro dever do Homem

consiste em dar-lhe glória, em reconhecê-lo como se Deus e prestar-lhe o culto devido.

2. Manda-nos honrar o Seu santo nome. Quando rezamos o “Pai Nosso” pedimos que o nome de Deus seja bendito e louvado. Antes de fazermos um voto, devemos pensar bem e pedir conselho.

3. Neste Mandamento prescreve-se quando devemos tributar a Deus o culto público. Diz a Bíblia “Deus repousou no sétimo dia do trabalho realizado abençoou-o e santificou-o”. Génesis 2,1-3.

4. Jesus ensinou-nos com o seu exemplo como devemos Honrar, Amar e Obedecer aos nossos pais. Devemos honrar os nossos pais porque, depois de Deus, devemos-lhe a vida e representam Deus.

Conta-nos Lucas que “Jesus desceu com eles (José e Maria) e foi a Nazaré, e era-lhes submisso”.

5. Apenas Deus é o Senhor da vida humana: compete aos homens respeitá-la. Não podemos atentar nem contra a nossa vida nem contra a do próximo, ou pô-la em perigo. Lembra-te da ira de Deus perante o crime de Cain que matou o seu irmão Abel.

6. Deus deu aos nossos primeiros pais o seguinte Mandamento: “Crescei e multiplicai-vos” e para que pudessem cumprir dotou-os das qualidades do Corpo e da Alma. Estabeleceu que a procriação dos filhos se faria na união do homem e mulher - no matrimónio - instituído por Deus já no paraíso terrestre.

7. Deus destinou a terra e tudo o que ela contém para uso de todos os homens e de todos os povos, de sorte que os bens criados devem chegar com igualdade às mãos de todos, segundo a regra da justiça, inseparável da caridade.

A justiça deve acompanhar sempre o Amor. E o Amor não deve destruir a justiça. 8. S. Paulo escreveu aos Galatas, dizendo: “Se vós, porém, vos mordeis e vos

devorais uns aos outros, vêde não vos consumais uns aos outros”. Neste Mandamento proíbe-se a mentira e manda-se respeitar o bom nome do

próximo. 9. Tal como a Lei de Escuta que nos diz: “O Escuta é puro nos pensamentos, nas

palavras e nas acções”, assim, este Mandamento nos manda controlar os maus

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pensamentos, evitar os palavrões e as asneiras, bem como os desejos pecaminosos que mancham a alma do Escuteiro.

10. O Décimo Mandamento manda-nos viver desprendidamente dos bens materiais, ao mesmo tempo que trabalhamos com diligência para melhorar a nossa situação actual, com o coração aberto às necessidades dos outros.

LEI DE ESCUTA Para poder viver em sociedade, em plena harmonia com todos, desde cedo o

homem sentiu necessidade de criar regras, leis e princípios que lhe permitissem viver em convívio salutar com os outros.

Do mesmo modo, os Escuteiros têm também as suas leis e princípios, pelos quais regem a sua vida, visto formarem um grupo dentro da sociedade moderna que, pelas suas características muito próprias, têm de ter também regras que os definam como membros de um mesmo grupo.

Assim deves saber os nossos códigos, perceber o que eles te pedem e viveres a tua vida segundo essa mesma Lei e Princípios.

LEI DO ESCUTA 1º A Honra do Escuta inspira confiança; 2º O Escuta é leal; 3º O Escuta é útil e pratica diariamente uma Boa Acção; 4º O Escuta é amigo de todos e irmão de todos os outros Escutas; 5º O Escuta é delicado e respeitador; 6º O Escuta protege as plantas e os animais; 7º O Escuta é obediente; 8º O Escuta tem sempre boa disposição de espírito; 9º O Escuta é sóbrio, económico e respeitador do bem alheio; 10º O Escuta é puro nos pensamentos, nas palavras e nas acções. 1º A HONRA DO ESCUTA INSPIRA CONFIANÇA - “Dar a palavra de honra” consiste em não mentir, não fazer nem pensar nada às

escondidas, agir sempre, quando sós, como se estivermos em público. Significa ainda comprometer-se, responsabilizar-se, cumprir com seriedade o seu dever.

Ser digno de confiança quer dizer ser Homem de uma só palavra, não fazer promessas que não possa cumprir e uma vez feitas, não as esquecer.

Significa ser pontual às reuniões e a todo e qualquer encontro combinado. Ser honesto, recto, sincero e franco.

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2º O ESCUTA É LEAL - Lealdade é fidelidade. Serás fiel ao cumprimento da Lei, fiel aos deveres, leal aos pais , amigos, Chefes,

etc. . Todos poderão confiar em ti, pois sabem que o Escuta cumpre a sua palavra. 3º O ESCUTA É ÚTIL E PRATICA DIARIAMENTE UMA BOA

ACÇÃO - “Chovia torrencialmente. Um jovem caminhava nos arredores de um porto. De

repente um grito elevou-se das águas escuras: uma mulher afogava-se. O jovem localizou a infeliz, atirou-se à água escura e fria, nadou, lutou, até conduzi-la ao cais. Os transeuntes acorreram e agruparam-se em redor da vítima do acidente. Esta recuperou os sentidos e procurou em vão o seu salvador. Tinha desaparecido. Preferiu ficar no anonimato”.

O herói desta história foi um jovem Caminheiro que, cheio de coragem arriscou a vida tentando salvar um ser humano. Uma extraordinária Boa Acção. Mas nunca poderá haver grandes Boas Acções se não nos prepararmos diariamente com uma pequena Boa Acção. Cada uma dessas pequeninas Boas Acções diárias é um degrau na escada da caridade.

Não se pedem coisas extraordinárias, mas pequenos actos que ajudem os outros e te deixem mais feliz contigo próprio. A melhor maneira de sermos felizes é fazermos felizes os outros.

As actividades Escutistas têm por finalidade preparar o Escuta para torná-lo útil ao próximo em qualquer circunstância da vida e isto sem pensar em recompensas, nem aceitá-las. Manter o anonimato, como o jovem herói da história.

4º O ESCUTA É AMIGO DE TODOS E IRMÃO DE TODOS OS

OUTROS ESCUTAS - A grande força internacional do Escutismo é que todos somos irmãos, sem

distinção de raça, cor, nacionalidade e calasse social. Todos pertencem à Grande Família Escutista. Sempre que encontres, algum Escuta, mesmo que não o conheças saúda-o e prontifica-te a ajudá-lo.

Com as outras pessoas, deves ser amigo, não ofender ninguém e saber perdoar as ofensas. Há tanta guerra no mundo, sejamos os mensageiros da Paz e o mundo tornar-se-à melhor.

5º O ESCUTA É DELICADO E RESPEITADOR - BADEN-POWELL diz-nos: “O Escuta é delicado para com todos,

especialmente para com as mulheres, crianças, pessoas idosas, inválidas e doentes. Não receberá qualquer recompensa pelos serviços prestados”.

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Este artigo sugere-nos que tenhamos um carácter equilibrado , nunca brusco, nem violento. Amabilidade e delicadeza, simplicidade de coração e atitudes, ser compreensivo, saber colocar-se na situação dos outros e procurar o interesse, o bem e a felicidade deles.

6º O ESCUTA PROTEGE AS PLANTAS E OS ANIMAIS - Deus criou todas as coisas deste mundo para que o homem as governasse,

administrasse, usasse, sempre que delas precisasse, para a sua sobrevivência, dando por meio delas Glória ao Senhor do Universo. Mas o homem não sabe usufruir, abusa delas e deles dispõe como tirano e dono absoluto, destruindo e matando, por prazer, ou maldade, pervertendo os planos de Deus.

Lembremo-nos que todos nós temos de dar contas a Deus pelo uso das suas criaturas, por um animal que maltratamos, por uma planta que ferimos sem motivo válido.

7º O ESCUTA É OBEDIENTE - Obedece e prontamente... sem protestar... sem insistir... sem murmurar, nem sequer

mentalmente... essa é a obediência perfeita, a obediência do Escuta. Obedecer é fazer as coisas com ordem e perfeição, é não fazer nada a meias: nem as Boas Acções, nem as actividades Escutistas em geral.

8º O ESCUTA TEM SEMPRE BOA DISPOSIÇÃO DE ESPÍRITO - Ser sempre dono de si mesmos, ser alegre e feliz e por toda a parte encher a

vida dos outros dum perfume de felicidade. Saber dominar os sentimentos da cólera e do aborrecimento é uma obrigação do

Escuta. 9º O ESCUTA É SÓBRIO, ECONÓMICO E RESPEITADOR DO BEM

ALHEIO - Não devo ter receio de fazer eu próprio aquilo que posso comprar, nem devo

deitar fora nada que ainda se possa concertar ou utilizar. Cada objecto, por pequeno que seja, representa um valor - um prego, um alfinete, um lápis, - tudo possui uma utilidade, um valor, não só monetário, mas sobretudo o valor do trabalho de quem o fabricou - esse trabalho devemos respeitá-lo.

Devemos ter cuidado com o que é dos outros como se fosse nosso. 10º O ESCUTA É PURO NOS PENSAMENTOS, NAS PALAVRAS E

NAS ACÇÕES - O nosso corpo é o Templo da nossa Alma e como tal, deve ser respeitado - a

nossa Alma é a imagem de Deus, devemos venerá-la.

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Ser puro é compreender os dons de Deus e render-lhe homenagem utilizando-os para o fim para que Ele nos deu.

PRINCÍPIOS DO ESCUTA 1º O Escuta orgulha-se da sua Fé e por ela orienta toda a sua vida; 2º O Escuta é filho de Portugal e bom cidadão; 3º O dever do Escuta começa em casa. 1º O ESCUTA ORGULHA-SE DA SUA FÉ E POR ELA ORIENTA

TODA A SUA VIDA - Ter fé é conhecer a Deus, saber que nos podemos dirigir a Ele, com confiança e

amizade, como a um Pai bondoso. Ter Fé, não quer dizer papaguear muitas orações, mas sim estarmos convencidos

de que Deus existe, que nos vê sempre, que nos quer ajudar, que é nosso verdadeiro amigo. Por isso, devemos orientar a nossa vida de maneira a sermos também amigos d’Ele, cumprindo a sua vontade.

2º O ESCUTA É FILHO DE PORTUGAL E BOM CIDADÃO - Portugal tem uma longa e ilustre história. Foi dos mais importantes países do

mundo. Mas um país só é grande quando os seus filhos também o são. Hoje Portugal não é dos maiores, mas sê-lo-á quando todos nos esforçarmos por o

valorizar, por o tornar grande. E o Escuta é dos primeiros na obediência aos governantes e dos primeiros a valorizar-se para assim valorizar Portugal.

3º O DEVER DO ESCUTA COMEÇA EM CASA - Parece-te que possa ser bom Escuta aquele que desobedece aos pais, trata mal

os irmãos, não estuda nem trabalha? Pouco vale sermos bons para os outros, se somos maus para com os nossos. O

nosso dever começa com aqueles que nos rodeiam. CERIMONIAL DA PROMESSA Cada candidato faz a meia-saudação e estende o braço esquerdo dizendo, em

seguida, a fórmula da Promessa do Escuta. Prometo pela minha honra e com a graça de Deus, fazer todo o possível por: - Cumprir os meus deveres para com Deus, a Igreja e a Pátria; - Auxiliar os meus semelhantes em todas as circunstâncias; - Obedecer à Lei do Escuta.

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IMPOSIÇÃO DO LENÇO Os candidatos apresentam-se um a um, diante do Assistente, o qual lhes coloca

ao pescoço dizendo: - Recebei esta insígnia, da cor azul escura do mar profundo. Que ela represente

para vós a sede de descoberta do desconhecido. ORAÇÃO DO ESCUTA Senhor Jesus, ensinai-me a ser generoso, a servir-vos como Vós o mereceis, a dar-me sem

medida, a combater sem cuidar das feridas, a trabalhar sem procurar descanso, a gastar-me sem esperar outra recompensa, senão saber que faça a Vossa vontade santa.

AMEN Cântico da Promessa por toda a Frota. Apresentação de cumprimentos aos novos

Marinheiros. Todo este ritual poderá ser modificado de Frota para Frota, desde que seja

respeitado o espírito da cerimónia.

3ª Prova O Aparecimento do CNE e do Escutismo Marítimo em Portugal

Registamos aqui alguns factos no decorrer dos 70 anos de vida do C.N.E.. - 27 de Maio de 1923 - Fundação do Corpo de Scouts Católicos Portugueses, em Braga. - Aprovação dos Estatutos do C.S.C.P. pelo Governo Civil de Braga. - 26 de Novembro de 1923 - A portaria 3824 aprova os Estatutos do C.S.C.P. - 26 de Maio de 1924 - Publicação do Decreto nº 9729 que confirma a aprovação já dada em Portaria,

dos Estatutos referidos e alarga a todo o território nacional o âmbito da associação. - Fevereiro de 1925 - Sai o primeiro número da revista “Flor de Lis”. - 25 de Fevereiro de 1925 - O decreto nº 10589 aprova os Estatutos do Corpo de Scouts Católicos

Portugueses.

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- 15 de Março de 1925 - É aprovada a nova redacção do Regulamento Geral do C.N.E. - 4 de Abril de 1929 - Principia em Coimbra o 1º Congresso Nacional de Dirigentes. - 2 de Maio de 1929 - Admissão do C.N.E. no Bureau Mundial de Escutismo. - 29 de Junho de 1932 - O decreto nº 21434 regulariza a Organização Escutista de Portugal. - 13 de Agosto de 1936 - A Organização Escutista de Portugal é extinta pela Portaria nº 8488. - 9 de Maio de 1950 - Aprovação de novos Estatutos do Corpo Nacional de Escutas e Publicação de novo

Regulamento Geral. - 24 de Setembro de 1950 - O C.N.E. é condecorado com a “Medalha de Ouro do Tiradentes” da União de

Escoteiros do Brasil. - 5 de Novembro de 1950 - A Sede Central do C.N.E. é transferida de Braga para Lisboa. - 19 a 25 de Setembro de 1961 - Conferência Internacional do Escutismo, no Seminário dos Olivais, em Lisboa. - 21 de Junho de 1963 - Inauguração oficial do Campo Escola Nacional Calouste Gulbenkian, em Fraião -

Braga. - 15 de Agosto de 1966 - 1º Encontro Nacional de Dirigentes, em Fátima. - 9 de Março de 1975 - Aprovação de novos Estatutos do C.N.E., no Conselho Nacional, em Fátima. - 16 de Dezembro de 1982 - O C.N.E. é condecorado pelo Ministro de Qualidade de Vida com a “Medalha de

Bons Serviços Desportivos”. - 3 de Agosto de 1983 - O C.N.E. é declarado de Utilidade Pública, conforme despacho do Primeiro-

Ministro, publicado no diário da República, II série, nº 177 (Despacho de 20 Julho de 1983)

- 1 de Março de 1984 - Entra em vigor o novo Regulamento Geral do C.N.E. - 31 de Janeiro de 1985 - Lavrada a Escritura dos Estatutos do C.N.E:, no 11º Cartório Notarial de Lisboa. - 12 a 18 de Abril de 1986 - Conferência Europeia do Escutismo e do Guidismo, em Ofir. - 29 de Novembro a 1 de Dezembro de 1986 -

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1º Congresso do Escutismo Católico Português “Que Escutismo para o ano 2000?”. - 7 de Maio de 1988 - Inauguração do Centro de Formação de São Jacinto - Aveiro. - 28 de Maio de 1989 - Inauguração da Sede Nacional do C.N.E., na Rua D. Luís I, 34 - Lisboa. Concessão ao C.N.E. da “Medalha de Honra da Cidade de Lisboa”. - 26 de Maio de 1990 - Inauguração do novo espaço do D.M.F. - 4 a 11 de Agosto de 1992 - XVIII ACANAC no Palheirão, com cerca de 10.000 participantes, sob o tema

geral: “A Fronteira do Homem”. - 17 de Julho de 1992 - Publicação do Alvará da condecoração da “Ordem do Mérito”; é publicada no

Diário da República nº 257 - II série de 6-11-92. - 28, 29 e 30 de Maio de 1993 70 anos do C.N.E., na feira das regiões em Vila Nova de Famalicão. INSÍGNIA DO C.N.E. O C.N.E. tem uma insígnia própria que o distingue, é a Flor de Lis. Esta era usada

antigamente nas cartas de marear para indicar o norte, que a nós indica o caminho de bem, para o alto, para Deus.

A Flor de Lis é de cor amarela-ouro, cujas três pétalas nos relembram os Princípios do Escutismo e a nossa Promessa.

Sobrepõe-se à Flor de Lis uma Cruz de Cristo, que nos recorda a dimensão cristã e o ideal de Jesus. Tem por baixo um listel, também amarelo-ouro com a palavra ALERTA debruada a preto, com a forma de um sorriso., lembrando-nos que o “Escuta tem sempre boa disposição de espírito”.

Alerta é a divisa do Escuteiro, que deve estar sempre alerta tanto física como mentalmente, isto é, sempre alerta para servir e ajudar o próximo.

Tal como S. Jorge, pronto a combater o dragão do mal. ESCUTISMO MARÍTIMO A situação geográfica de Portugal, anfiteatro debruçado sobre o Atlântico, no extremo ocidental

da Europa, constitui sem dúvida um dos aspectos de um condicionalismo estimulador de feitos que haviam de desenrolar-se nas águas dos Oceanos. Porém, decerto mais que tudo isso foram condições fundamentais dos êxitos que vieram a ser alcançados, as qualidades da gente portuguesa, a sua capacidade de adaptação às dificuldades de longas e penosas navegações; apta a todas as tarefas; pronta a viver no mar durante meses, animada de um espirito de aventura que confunde o entendimento.

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Esta atracção pelo mar atinge, ainda hoje, os jovens apesar dos custos e dificuldades impostas a este tipo de actividades. O Escutismo, como movimento de jovens tinha que acompanhar este desenvolvimento, já pensado por Baden Powell com o surgimento das primeiras unidades marítimas, bem como o primeiro manual para marítimos em 1913. Em Portugal, a primeira unidade de Escuteiros Marítimos surge em 1926 na Póvoa de Varzim, actualmente existem 13 Agrupamentos de Escuteiros Marítimos no continente e nas ilhas: Funchal (2) - Madeira; Ferragudo - Algarve; São Jacinto, Costa Nova - Aveiro; Nova Oeiras, Belém, São Martinho do Porto e Moscavide - Lisboa; Seixal, Setúbal - Setúbal; Figueira da Foz - Coimbra e S. Mateus - Terceira / Açores.

Assim, e como em muitos outros países do mundo, também em Portugal se está a desenvolver nos últimos anos o Escutismo Marítimo, respondendo simultaneamente à necessidade de aventura dos jovens e à procura de empenhamento por adultos interessados em diversificar as opções postas à disposição dos jovens pelo Escutismo, desenvolvendo uma salutar via de expansão para o movimento.

4ª Prova Participar num bivaque com actividades náuticas

É extremamente importante que participes em actividades náuticas na tua

secção. Porque é deste modo que vais aprender a conhecer as embarcações, as suas manobras, os nomes das “coisas” e fazeres parte da tua Equipagem.

5ª Prova Hino e Bandeira Nacional

Com certeza que já viste muita vez a Bandeira Nacional. Por isso não te vou ensinar nada de novo. Simplesmente aqui faço a descrição da Bandeira para que de vez em quando te recordes ou para tirar qualquer dúvida.

A Bandeira Nacional é composta por um rectângulo de pano cuja altura é igual a dois terços da largura: está dividida em duas partes, no sentido vertical. A que fica junto à haste é de cor verde e ocupa 2/5 da superfície, enquanto que os outros 3/5 são de cor vermelha.

A cor verde representa a esperança e também os campos verdejantes da nossa Pátria. A cor vermelha simboliza o valor e o sangue derramado por aqueles que fizeram a sua unidade e a defendem dos inimigos.

A meio, sobrepondo-se à linha que divide as duas cores, vê-se a esfera armilar, que representa as viagens dos Portugueses em volta do mundo no século das

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descobertas. Sobre a esfera armilar, as armas de Portugal, que constam de um escudo maior com outro mais pequeno dentro. O escudo maior é vermelho e, em sua volta, estão representados sete castelos que figuram as cidades fortificadas conquistadas aos mouros. O escudo mais pequeno, branco, encerra cinco escudos pequenos, azuis, colocados em forma de cruz cada um dos quais contém cinco pontos brancos. Representam estes cinco escudos as cinco chagas de Cristo e os pontos brancos, (contando duas vezes os do meio) os trinta dinheiros, preço da traição de Judas.

A Bandeira é o símbolo da Pátria. Todo o Escuta a deve respeitar. Ela recorda-nos a nossa história de oito séculos de lutas e feitos heróicos em prol da independência dum povo que quer ser grande.

Deves sabê-la içar, desfraldar e arrear. É fácil. Pede ao teu chefe de equipagem ou ao teu Chefe que te ensinem. Repara bem como eles fazem. Experimenta também. Mas cuidado! Não a deixes de pernas para o ar! Seria vergonhoso!

HINO NACIONAL “A PORTUGUESA” Heróis do mar, nobre povo, Nação valente, imortal, Levantai hoje de novo O esplendor de Portugal! Entre as brumas da memória, Ó Pátria sente-se a voz Dos teus igrejos avós, Que há-de guiar-te à vitória! Às armas, às armas! Sobre a terra, sobre o mar, Às armas, às armas! Pela Pátria lutar! Contra os canhões, marchar, marchar!

6ª Prova Cabos

A Arte de Marinheiro tem muita utilidade a bordo de um navio ou embarcação.

Por isso, querendo tu seres um verdadeiro Escuteiro Marítimo, tens de te dedicar a ela com muita atenção.

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Chama-se massame ao conjunto de todos os cabos existentes a bordo, sendo estes utilizados para vários fins. Sendo por isso necessário saber efectuar uma série de nós e voltas.

Quando se compra um cabo e este vem sem qualquer nó ou costura dá-se o nome de cabo “solteiro”. As extremidades de qualquer cabo formam o nome de “chicotes”. A parte do meio chama-se “seio” e a espessura do cabo tem o nome de “bitola”.

LANÇAR UM CABO Pega-se em várias voltas de um cabo com uma das mãos, com outra pega-se numa ou duas voltas

junto ao chicote, dá-se balanço e lança-se o cabo, geralmente na ponta do chicote faz-se uma “retenida” para dar mais peso.

COLHER UM CABO Os cabos de fibra podem ser colhidos da seguinte maneira: - À manobra, quando colhidos em voltas sobrepostas, formando um pandeiro; - À inglesa, quando são colhidos em voltas concêntricas numa só camada ou

formando enfeites sobre o convés. Os cabos de massa são colhidos da esquerda para a direita, sucedendo o

contrário com os cabos calabroteados. VOLTAS E NÓS LAÇADA OU NÓ SIMPLES Nó que faz de falcassa no chicote de um cabo e que, no seio do mesmo, o impede de desgornir um

olhal ou borne. É o mais simples de todos os nós e constitui a primeira fase de um grande número de trabalhos de Arte de Marinheiro.

NÓ DIREITO É o nó usado para fazer a ligação de dois cabos que não demandem muita força.

Tem inúmeras aplicações na "Arte de Marinheiro" e oferece a vantagem de não recorrer, salvo nos casos em que os cabos a ligar, são de bitolas diferentes ou materiais também diferentes.

NÓ DE AZELHA

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Executa-se como se fosse uma laçada dada no seio do cabo e serve para graduar provisóriamente um cabo qualquer.

NÓ DE TREMPE OU DE OITO É um nó que, dado num chicote de um cabo serve para não deixar desgornir um olhal ou gorne.

NÓ DE CORRER Utiliza-se este nó para fazer a arreigada de um cabo, quando se deseja que este seja quanto mais

socado quanto maior for o esforço exigido ao cabo. É também empregue para a construção de uma escada.

LAIS DE GUIA Tal como o nó de escota, o lais de guia é um dos nós mais aplicado a bordo, Dá-se no chicote de

uma espia para encapelar num cabeço e nas boças das embarcações, quando estas têm de ser rebocadas. Tem inúmeras utilidades.

VOLTA DE FIEL É um dos trabalhos de "Arte de Marinheiro" que mais se emprega a bordo. Eis algumas das suas

aplicações: começo e remate de vários nós, fazer fixar um cabo num olhal, cabeço, etç... A volta de fiel, também chamada nó de porco, goza da propriedade de não recorrer.

NÓ DE ESCOTA Destina-se a segurar o chicote dum cabo num olhal ou mãozinha de outro. Goza do

propriedade de não socar quando molhado, razão por que é utilizado para emendar escotas. Usa-se ainda para emendar cabos de bitolas diferentes ou feitos de materiais diferentes. Este nó usa-se ainda na confecção de redes de pesca.

VOLTAS DE CUNHO Servem para dar volta num cunho, a um cabo de pequena bitola. Executam-se dando voltas em

torno das extremidades do cunho.

7ª Prova Embarcações de apoio e de canoagem

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BOTE DE APOIO Vamos inicialmente definir o que é a Palamenta e o que é Nomenclatura Palamenta, significa que são todas as peças soltas da embarcação: Pagaias;

Bartedouro; Flutuadores; Coletes de Salvação e Saiote. Nomenclatura, significa que são todas as peças fixas da embarcação: Bancos; Casco; Caixas de Flutuação quando fixas.

A Palamenta de uma embarcação de apoio é a seguinte: Bartedouro - Instrumento tipo pá, que nas pequenas embarcações substitui a

bomba, que serve para escoar a embarcação; Boça - Cabo fixado à proa da embarcação para a amarrar; Sarretas - Tábuas colocadas no fundo para o proteger. Podem ser substituídas

por estrados de madeira, denominados “paneiros”; Ancorote - Pequena ferro para fundear a embarcação; Croque - Vara de madeira com cerca de 3m de comprimento, tendo numa das

extremidades uma ferragem em forma de gancho; Remos - Varas de madeira resistentes, em geral de tojo ou freixo, terminando de

um lado pela pá e do outro pelo punho. A parte do remo que assenta na forqueta ou toleteira é revestida por um forro de sola ou de tiras de lona entrelaçadas;

Forquetas - Peças metálicas em forma de forquilhas para apoio dos remos,

enfiando o pé num furo vertical da embarcação. Este furo é reforçado por uma peça metálica que se chama bronze. Cada forqueta é munida de um Fiel de linha para prender à embarcação;

Toletes - Algumas embarcações usam toletes, que são curtos varões de ferro ou

de latão que enfiam verticalmente nos bronzes. Os remos têm nestes casos, estropos de cabo ou furos para enfiarem nos toletes;

Defensas - As defensas são colocadas no costados dos barcos ou junto das

forquetas, a fim de proteger o barco ou as embarcações de pancada ou roçaduras; Colete de Salvação - Já anteriormente apresentado; Bomba ou Fole - Indispensável num bote pneumático, para que se possa proceder

ao seu enchimento, qualquer que seja o local onde nos encontremos;

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Caixa de Ferramentas - Deve existir sempre a bordo com as diferentes peças de

ferramenta, que se julgue necessárias para se proceder a qualquer reparação; Motor - Meio de propulsão do bote. BOTE PNEUMÁTICO Como deves saber, estas embarcações foram desenhadas e construídas para

combater e como tal tiveram que pensar numa embarcação portátil, rápida e resistente.

A operação de montar e desmontar, deve ser feita com especial cuidado. Este tipo de embarcação veio trazer muitas vantagens em deslocações de

pessoal em combate,. pois apesar de atingidos por balas, como são divididos por 4 compartimentos estanques conseguiam resistir e chegar ao seu destino.

Os modelos por nós utilizados dispõem de apenas três compartimentos estanques: Bombordo, Estibordo e Proa, e possuindo para o respectivo enchimento ou esvaziamento duas válvulas que se podem girar podendo os três compartimentos tornarem-se num só.

Descrição: 1 - Flutuador de proa 2 - Flutuador de estibordo 3 - Flutuador de bombordo 4 - Flutuador de quilha 5 - Bicos de popa 6 - Paneiros 7 - Válvula de estibordo 8 - Válvula de bombordo 9 - Válvula de quilha 10 - Tábua de proa 11 - Longarinas 12 - Painel de popa 13 - Suporte do motor 14 - Pega 15 - Olhal para fiel de motor 16 - Olhal para a Boça 17 - Cabo de protecção (verdugo) 18 - Avental de proa 19 - Suporte da pagaia 20 - Suporte da pá da pagaia

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21 - Pega de paneiro 22 - Olhal para cabo de segurança 23 - Cabo de segurança 24 - Fundo 25 - Olhal para fiel 26 - Válvula para escoamento (alguns modelos) PALAMENTA DE UMA EMBARCAÇÃO DE CANOAGEM Pagaia simples ou dupla - Já anteriormente apresentada; Colete de Salvação - Já anteriormente apresentado; Bartedouro ou esponja - Já anteriormente apresentados; Leme - Aparelho destinado ao governo da embarcação, ligando-se ao cadaste por

meio de machos e fêmeas ou outro sistema que lhe permita girar para um e outro bordo. É constituído por “porta” e “madre” ou eixo do leme. A extremidade superior da madre chama-se “cachola”, havendo nela uma clara (abertura) ou uma mecha (espiga) para receber a cana do leme. Em vez da cana do leme usa-se às vezes uma meia-lua;

Poita - Substitui o ferro na sua ausência e consiste numa pedra ou cubo de

cimento para fundear a embarcação.

8ºProva Colete de Salvação

O Colete de Salvação é uma das peças mais importantes para um Marinheiro, pois ajuda-te a flutuares quando cais à água.

Existem diversos coletes e vestem-se de maneira diferente, é preciso seguir as indicações que os teus Chefes te dão.

Há aquele colete que se veste como coletes normais para andares na rua, que se enfiam nos braços e abotoam-se à frente.

Há outros que são de enfiar pela cabeça e depois têm umas cintas para atares à frente.

E há ainda outros que também se enfiam pela cabeça, mas estes têm um cinto que prendes e depois enche-os como se fosse uma balão, são os insufláveis.

Ao caíres à água, vais ter dificuldades em nadar, não te preocupes, porque o colete já está a fazer a sua função, ou seja estás a flutuar.

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Procura chegar à tua embarcação e, se a não conseguires virar não te preocupes, o teu chefe deve estar a chegar com o bote de apoio para te ajudar.

Entretanto vai descansando, podes esticar-te e colocar a cabeça no flutuador que o teu colete tem atrás.

Mas atenção não adormeças. Após cada utilização deves obrigatoriamente lavar o teu colete com água doce.

Porque a água salgada vai estragar o teu colete: o fecho deixa de correr; o tecido começa a apodrecer; as costuras começam a desfazer-se, etc..

SALTAR PARA DENTRO DE ÁGUA COM COLETE Quando se salta para dentro de água, com colete de salvação, o mesmo deve

estar devidamente amarrado, com as respectivas cintas passadas. Se não estiver seguro, no momento em que entramos na água vai-se abrir, encher-se e poderá mesmo saltar-te do corpo pela cabeça, ou então poderá magoar-te seriamente, quando realiza o seu deslocamento para cima, no pescoço, no queixo ou no nariz..

Quando efectuas o salto, deves cruzar os teus braços sobre a boca do colete e colocas cada mão sobre um dos teus ombros, a forçá-lo de modo que, quando se der o impacto com a água o teu colete de salvação não suba e não te magoe. As pernas e os pés, devem estar juntas e tentar que sejam primeiro os calcanhares a tocar na água. Se o não fizermos, algum objecto que esteja na água a flutuar ou submerso poderá provocar a quebra de um pé, ou a embater com muita violência nos nossos órgãos genitais, com consequências graves que poderão ocorrer.

9ª Prova Pagaiar, Ciar, Remar, Pau de Croque e Amarrar

As actividades náuticas que vais realizar com a tua Equipagem, aprenderás facilmente a pagaiar, mas antes disso terás de saber o que é uma pagaia.

Uma pagaia é um pequeno remo, constituído por uma pequena vara em que numa extremidade tem um “ punho “, para colocares a tua mão, a vara é o “corpo“, onde colocas a outra mão, na outra extremidade do corpo (vara) está uma “pá”.

Para pagaiares basta pegares na pagaia como deve ser (o teu Chefe ensina-te) e colocar a pá dentro de água, depois puxar para ré ( trás ), o deslocamento da pá para ré, leva a que a tua embarcação se desloque para vante ( frente ).

Ciar é pagaiar no sentido contrário, ou seja para vante e a embarcação desloca-se para ré ( trás ).

Á diferença entre pagaiar e remar, sentas-te ao contrário de quando pagaias. Ao pagaiares sentas-te para vante, ao remares sentas-te para ré.

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Pegas de maneira diferente nos remos, como são dois remos, colocas as tuas mãos, uma em cada remo.

Para remares, inclinas o teu corpo para ré, esticas os teus braços e logicamente os remos vão para vante ( para que consigas este movimento, os remos têm de estar fora de água ), depois as pás entram dentro de água e inclinas o teu corpo para vante, puxando os remos até levares os punhos ao teu peito.

Ao repetires toda a sequência, para remares de novo, tiras os remos da água e colocas as pás na horizontal e estás a deslocar-te para vante.

VOZES USADAS PARA PAGAIAR

Pagaias na água - As pás da pagaia ficam metidas na água até a linha oblíqua marcada. Manso - Pagaiada leve. Forte - Pagaiada com força. Paira - Pagaia assente horizontalmente na água. Cia - Pagaiar no sentido inverso ao rumo. Recolhe - As pagaias são colocadas no centro da embarcação. As ordens podem ser dadas para os dois bordos ou só para um. Exp: Manso a BB; Cia a EB.

VOZES USADAS PARA REMO Rema - Guiando-se pelos movimentos do voga, os remadores remam, podendo cada remada considerar-se dividida em três tempos, a saber: 1º Tempo - O remador inclina o corpo para ré, estende os braços e as costas das mãos horizontalmente, põe as pás de cutelo a cerca de 30cm da água; 2º Tempo - O remador mete a pá do remo na água e cai com o corpo para trás, encolhendo os braços na fase final. 3º Tempo - O remador tira a pá da água e, pondo-a horizontalmente por meio de uma pequena rotação das mãos para trás, traz os punhos até ao peito. Cia - Os remadores remam ao contrário, de modo a impulsionar a embarcação para ré.

PAU DE CROQUE É uma vara de madeira, resistente e flexível, em geral de freixo com cerca de 3

m de comprimento, tendo numa das extremidades uma ferragem em forma de gancho. Serve essencialmente para apoiar a embarcação nas manobras de atracar e

largar, para não deixar a embarcação tocar no cais ou nas rochas usa-se a ferragem, para afastar a embarcação do cais ou das rochas usa-se o cabo e ainda para recolher objectos flutuantes.

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AMARRAR UMA EMBARCAÇÃO AO CAIS A regra base na manobra de atracar a um cais é faze-lo sempre aproado ao vento

ou à corrente. Nas manobras de atracar deveremos sempre contar com o auxilio da corrente ou

do vento (abatimento), servindo-nos do meio propulsor (velas e motor) apenas para imprimir movimento para deixar que a embarcação encoste lateralmente ao cais.

Ao aproximarmo-nos do cais, o proeiro com o pau de croque não deixa que a embarcação toque no pontão, enquanto os outros com as pagaias manobram para que a embarcação fique estabilizada.

Amarra-se a proa e a popa, tendo-se em atenção as marés.

Adesão 1ª Prova Descrever a figura de S. João de Brito

S. João de Brito era natural de Lisboa, onde nasceu a 1 de Março de 1647, filho de Salvador Pereira de Brito e D. Brites Pereira. Muito menino ainda, perdeu o pai, que alguns depois da restauração de 1640 fora mandado por D. João IV governar o Brasil, onde faleceu.

D. Brites Pereira, consagrou-se totalmente aos três filhos que o marido lhe deixara. João, o mais novo, foi educado na corte entre pagens do Infante D. Pedro. Já desde essa tenra idade começou a cultivar desejos de vida mais perfeita, abrigando aspirações de completo sacrifício e imolação a Deus.

Assaltou-o nessa ocasião uma gravíssima doença. Chegaram os médicos a perder a esperança de lhe salvar a vida; menos a sua piedosa mãe. D. Brites fez promessa a S. Francisco Xavier que, se o filho recuperasse saúde, traria vestido durante um ano inteiro a roupeta da Companhia. Tendo ficado curado e trajando a humilde batina negra, acompanhava o Infante D. Pedro. Começou a ser conhecido pelo nome de Apostolinho, alusão ao nome glorioso de Apóstolos, com que em Portugal eram conhecidos os membros da Companhia de Jesus.

Aos 14 anos, apresentou-se na casa professa de S. Roque a solicitar ser admitido entre os noviços.

A 17 de Dezembro de 1662 transpunha finalmente João de Brito os umbrais da casa do noviciado de Lisboa. Distinguiu-se muito pela piedade e observância religiosa.

Uma ideia o dominava e absorvia, conquistar almas para Jesus Cristo e sacrificar-se a exemplo de S. Francisco Xavier na evangelização da Índia.

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Em Março de 1673, João de Brito, ordenado sacerdote pouco tempo antes, podia enfim sair de Lisboa, em companhia de missionários.

Nas costas da Guiné houve grande número de efemérides e apesar de muito abatido, João de Brito prodigalizou aos enfermos socorros espirituais e temporais.

Em Goa terminou os estudos de teologia. Em Abril de 1674 partia para o colégio de Ambalacate, para se preparar no Sul de Índia com o estudo das línguas nativas.

Destinaram-no os superiores para a missão do Maduré, que oferecia especiais dificuldades de evangelização, tanto por causa do clima ardente, das viagens através de areais, de pântanos, de bosques e de serras aspérrimas, como principalmente pela condição dos hindus e pelas suas ideias a respeito dos europeus.

A caridade de Cristo ensinou, porém, aos missionários a maneira de vencer estas dificuldades. Conservando em tudo a pureza da doutrina cristã, procurou moldar-se ao carácter dos hindus, adoptando os trajes, os costumes e o modo de viver dos brâmanes saniássis espécie de religiosos letrados.

Nesta carreira o seu alimento era arroz, legumes, algumas ervas e leite, sem jamais tocar em carne ou peixe. Dormia sobre aterra nua ou, quando muito, sobre uma pele de tigre estendida no chão. O calçado reduzia-se a uma espécie de sola de madeira, presa ao pé com um botão. Os vestidos eram muito pobres. Tal foi o modo de vida, constantemente observado durante treze anos consecutivos.

Quando se dirigia para as províncias do Norte, em companhia de alguns catequistas, encontrou-se com o comandante das tropas do Maravá. Preso, juntamente com os catequistas, fê-los o comandante açoitar, cruelmente querendo obrigá-los a invocar um Deus dizendo Xivá, Xivá.

Depois levaram-nos a uma fortaleza, e aí quiseram outra vez obrigá-los a dizer Xivá, Xivá; em caso contrário, condená-los-iam à morte, o que de facto aconteceu.

Mais tarde conduziam João de Brito a um lugar onde havia uma grande pedra com muitas pontas agudas, e sobre a qual dardejava o sol o dia inteiro. Nela o deitaram e sobre ela o arrastaram, até que, por fim cansados, o abandonaram com o corpo em chaga viva.

No fim de 18 dias foi intimada ao Padre a sentença em que o rei o condenava; a ser morto e espetado, depois de lhe cortarem os pés e as mãos.

No entanto e sem dar ouvidos às queixas do general e dos brâmanes o príncipe, pediu que J. Brito lhe expusesse a doutrina que explicava aos discípulos. Ficou tão espantado com o que ouviu, que não pôde deixar de confessar que a lei dos cristãos era justa e santa e mandou restituir à liberdade o missionário e os cristãos.

Pouco tempo depois, uma carta do Pe. Provincial Manuel Rodrigues chamava-o à costa da Pescaria onde recebeu ordem de voltar à Europa, afim de em Lisboa e Roma tratar negócios para o bem das cristandades. A 8 de Setembro de 1688 entrava em Lisboa.

Algum tempo depois regressa de novo à Índia e encontra-se de novo evangelizado entre os povos do Maravá onde baptizava grande número de pessoas.

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Foi esta conversão a causa da morte do nosso S. João de Brito. Antes de receber o sagrado baptismo, o neófito quebrou generosamente os laços da poligamia. Entre as mulheres repudiadas contava-se uma sobrinha do rei do Maravá. Sob o pretexto de vingar sua sobrinha e não se atrevendo a descarregar ira sobre o esforçado príncipe, voltou-se contra o Saniássis europeu. Mandou, pois, saquear as igrejas dos cristãos e trazer à sua presença o missionário. Correm os ministros à povoação de Muni e sai-lhes ao encontro o Padre João de Brito.

Poucos dias depois dava entrada nos cárceres do Maravá em companhia de alguns cristãos. Pouco depois, assistindo o Padre ao interrogatório de dois dos cristãos presos advertiu ao bárbaro que, se era crime aqueles jovens serem cristãos, ele era o culpado desse crime e ali mesmo teve para ser morto a tiro de arcabuz. Temendo algum motim do povo, apartou o missionário da companhia dos outros cristãos e mandou-o a um seu irmão para que o degolasse. Foi a sentença executada a 4 de Fevereiro de 1693, perto de Urgur, sobre um outeiro.

Chegado ao lugar do martírio, ajoelhou-se o missionário para se encomendar pela última vez a Deus, no meio do silêncio da multidão atónita, Vacila o verdugo ao aproximar-se. Nesse momento os circunstantes viram assombrados o Santo Mártir, levantar-se e, abraçando-se ao algoz, dizer-lhe: “Amigo, da minha parte cumpri o meu dever; tu, cumpre a ordem que te foi dada”. De joelhos em terra espera o golpe. Aparta-lhe o bárbaro os vestidos, mas, ao notar o relicário que lhe pendia ao peito, invade-o o terror, julgando ver algum encantamento ou sortilégio. Retrocedendo um pouco, corta dum golpe o cordão, abrindo larga ferida no ombro e peito do Mártir; com segundo golpe e terceiro golpe desprende inteiramente a cabeça do tronco. Decepadas em seguida também as mãos e os pés, o tronco juntamente com a cabeça foram atados a um poste, levantado no mesmo sítio em que o Mártir estivera em oração.

Na noite de 4 para 5 de Fevereiro e nos dias seguintes, pairou sobre o poste uma luz misteriosa, tendo uma grande parte do seu corpo sido tragado pelas feras.

Algumas relíquias, que a piedade dos cristãos pôde ainda salvar, foram depois conduzidas para Goa e honorificamente guardadas no Colégio de S. Paulo.

Pio IX inscreveu João de Brito no catálogo dos Bem-aventurados a 17 de Fevereiro de 1852, e Pio XII canonizou-o a 22 de Junho de 1947.

2ª Prova Distintivos do Uniforme dos Marinheiros dos Dirigentes e Organização e mística da Frota

Os Dirigentes do teu Agrupamento, usam um distintivo de função, constituído por

um losango cuja côr e composição identificam o seu cargo no Agrupamento. Este distintivo é colocado na manga esquerda da camisa, a um terço da distância

entre a costura do ombro e o cotovelo, medida a partir da primeira.

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Os distintivos são: - Flor de Lis e Cruz de Cristo sobre fundo vermelho, para Chefe de Agrupamento. - Flor de Lis e Cruz de Cristo sobre fundo verde, para Chefes de Unidade. - Flor de Lis e Cruz de Jerusalém sobre fundo vermelho, para Secretário e/ou

Tesoureiro de Agrupamento. - Flor de Lis e Cruz Flor de Lisada sobre fundo vermelho, para Assistentes de

Agrupamento. Os Chefes Adjuntos, usam um distintivo igual ao do Chefe de Agrupamento,

Secção ou ao Assistente e os Instrutores usam lenço igual aos dirigentes, o distintivo de função é composto por Cruz de Jerusalém sobre fundo verde.

Estes são os distintivos de cargo dos teus Dirigentes. No entanto outros distintivos farão parte do teu uniforme e que são comuns a

todos os Escuteiros: - Distintivo Mundial - por cima do bolso esquerdo da camisa. - Distintivo Regional - lenço. - Distintivo de Agrupamento e de Núcleo - manga direita. - Insígnia de Promessa - bolso esquerdo. - Distintivo de Equipagem - manga esquerda. - Noites de Campo e Horas de Mar - por cima do bolso direito. - Distintivo de função - bolso esquerdo. - Etapas de Progresso - manga esquerda ( 2 cm abaixo do distintivo de

Equipagem), com excepção da Insígnia de Marítimo que é colocado na manga direita. - Insígnia de Competência - manga direita, abaixo do distintivo do Agrupamento. Exemplos: Um Marinheiro bem uniformizado usa calças compridas, saias ou calções. No

entanto, em actividades deverás usar calção, porque durante uma chuvada, as calças começam a prender os movimentos, tornando-se mais pesadas e colando-se ao corpo.

Deves usar meias até aos joelhos, porque além destas te aquecerem ajudando a circulação sanguínea, protegem-te dos arbustos.

O lenço, além de proteger o pescoço dos raios solares, poderá ser usado como banda triangular em socorrismo, disfarces, bandeira improvisada, etc..

A camisa, melhor que um abrigo dá liberdade à garganta e braços, e é fresca. Os Escuteiros usam as mangas da sua camisa arregaçadas, acima dos cotovelos, para uma maior liberdade e porque exemplifica que estão Sempre Alerta para qualquer trabalho que surja. É pois, um símbolo exterior de disponibilidade. A camisa pode ainda ser utilizada como mochila e com duas varas é fácil improvisar uma maca.

Preocupa-te em teres sempre o teu uniforme com os distintivos nos sítios correctos, para que todos os Escuteiros saibam qual o Agrupamento e Região a que pertences, bem como a tua Equipagem, a tua função e o teu grau de evolução.

MÍSTICA DA FROTA

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O Cruzeiro. As grandes regatas à vela, os cruzeiros científicos, as nossas

tradições náuticas nas descobertas, nas viagens comerciais, na pesca do bacalhau, servem de inspiração aos Marinheiros transportando-os a uma vida cheia de viagens e aventuras aos quatro cantos do mundo, aos encontros nas escalas e à experimentação de novos modelos: o oficial de marinha, o navegador, o pescador, o ecologista marítimo. Explorar o que nunca foi explorado.

O Marinheiro ama a vida e deve procurar desenvolver todas as suas capacidades, amar o seu corpo e respeitar o dos outros. Inventar e criar, fazem do Marinheiro um actor e não um espectador.

Na procura de Deus, partilha as suas convicções e encontro nas dúvidas, as razões para crer. Reza com aquele que crê em Jesus Cristo.

Um Marinheiro não age só por si, rejeita a injustiça e trata todos de igual modo. Os seus actos definem-no. Sabe escolher. saber escolher e ir até ao fim.

ORGANIZAÇÃO DA FROTA Tomam a designação de FROTAS as unidades em que se organizam os

Marinheiros, escuteiros marítimos dos 14 aos 17 anos. Os Marinheiros organizam-se em Equipagens de 5 a 7 elementos, no mínimo 2 e no máximo 5.

Rapazes e Raparigas poderão constituir Equipagens mistas. Como célula hierarquizada, a Equipagem terá a seguinte estrutura: - Mestre de Frota - O Mestre dos Mestres. - Mestre de Equipagem; Escolhido pelos seus membros, com aprovação do Chefe de Frota. As suas

funções são: Coordenar as actividades da Equipagem; Orientar as suas reuniões; Fomentar e manter a ordem e a disciplina na Equipagem; Representar a Equipagem nos Conselhos e perante a Chefia; Avaliar o progresso dos elementos da Equipagem.

- Contra- Mestre de Equipagem; Designado pelo Chefe de Equipagem, sendo o seu substituto durante os seus

impedimentos. Deve ocupar outra função. - Marinheiro Cronista - Responsável pela escrituração do Diário de Bordo da

Equipagem, Diário de Bordo da Embarcação da Equipagem. - Marinheiro Animador - Responsável pela animação da Equipagem, espiritual,

lúdica, etc.. - Marinheiro da Taifa - Responsável pela cozinha. - Marinheiro Botica - Responsável pelo material de socorrismo e de segurança. - Marinheiro do Paiol - Responsável pelo material náutico e de campo.

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- Marinheiro do Detalhe - Responsável pela finanças da Equipagem. Cada Equipagem adopta um distintivo de formato rectângulo de fundo azul e

letras bordadas ou gravadas a branco. Ela designa-se pelo nome de um personagem ligado ao meio marítimo, quer no campo das descobertas, da pesca, da investigação ou das aventuras e proezas náuticas, com o qual se identifique.

- EQUIPE DE ANIMAÇÃO - Chefe de Frota - Chefe de Frota Adjunto - Instrutores - CONSELHOS - Conselho de Frota Composto por todos os Marinheiros e pela equipe de animação. Constitui a

instância legislativa da unidade, onde são tomadas as grandes decisões ou escolhidos os cruzeiros.

- Conselho de Chefes de Equipagem É constituído pela equipe de animação mais os chefes e sub-chefes de Equipagem

e Assistente de Agrupamento. Discute e delibera sobre as seguintes matérias inerentes à Frota: Gestão, Disciplina, Formação, Organização dos Cruzeiros, etc..

3ª Prova Montar e desmontar a tenda

Lê a Palestra de Bivaque nº 9 do “Escutismo para Rapazes”. Nela encontrarás

quase tudo o que se refere a esta prova. Pede ao teu Mestre de Equipagem que te ensine a montar e a dobrar a tenda; vê

os cuidados a ter com ela quando chove; fazer um rego em volta e afrouxar um pouco as espias para não rebentarem. Ter cuidado, quando está a chover, em não tocar no pano da tenda por dentro; se não é muito boa começará a deixar passar água. Ou se faz vento, a porta da tenda deve ficar virada contra ele.

4ª Prova Visita a um serviço na comunidade: Bombeiros, Nadadores-Salvadores, Junta de Freguesia, Polícia, etc..

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Não te vamos aqui explicar como funcionam os diferentes orgãos autárquicos, já que cada um tem uma forma muito própria de funcionamento. Vamos no entanto dizer-te quais são as competências da Junta de Freguesia.

JUNTA DE FREGUESIA É composta pelo Presidente da Junta e por dois, quatro ou seis vogais, conforme

o número de leitores da Freguesia. Compete à Junta de Freguesia (DL 100/84, 25/85, art.º 27.º): • Elaborar e propor para aprovação à Assembleia de Freguesia ou ao plenário de

cidadãos eleitores o plano anual de actividades e orçamento para o ano seguinte, bem como as suas revisões;

• Executar os planos de actividades, os orçamentos e todas as deliberações da Assembleia de Freguesia ou do plenário, bem como fiscalizar a sua execução;

• Elaborar anualmente o relatório de actividades e a conta de gerência, a submeter à aprovação da Assembleia de Freguesia ou plenário;

• Administrar os serviços da Freguesia, informando a Assembleia ou o plenário do seu funcionamento e das irregularidades que estiver constatado;

• Instaurar pleitos e defender-se neles, podendo confessar, desistir ou transigir, se não houver ofensa de direitos de terceiros;

• Atestar a residência, vida e situação económica dos cidadãos da Freguesia; • Superintender na gestão e direcção do pessoal ao serviço da Freguesia; • Prover à administração corrente do património da Freguesia e à sua

conservação; • Alienar em hasta pública, independentemente de autorização da Assembleia de

Freguesia, bens imóveis, desde que tal alienação decorra da execução do plano de actividades e a respectiva deliberação seja aprovada por dois terços dos membros da Junta em efectividade de funções;

• Conceder terrenos nos cemitérios sob administração da Freguesia para jazigos e sepulturas perpétuas;

• Declarar prescritos a favor da Freguesia, nos termos da lei e após publicação de avisos, os jazigos, mausoléus ou outras obras instaladas nos cemitérios sob administração da Freguesia, quando não sejam conhecidos os proprietários ou relativamente aos quais se mostre que, após notificação judicial, se mantém, de forma inequívoca e duradoura, desinteresse na sua conservação e manutenção;

• Executar, por administração directa ou empreitada, as obras que constam do plano de actividades aprovado pela Assembleia de Freguesia ou pelo plenário;

• Prestar a outras entidades públicas a colaboração que lhe for solicitada, nomeadamente em matéria de estatística, desenvolvimento, saúde, acção social, cultura, protecção civil e bem estar das populações;

• Elaborar normas genéricas sobre disciplina dos serviços da Freguesia;

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• Lavrar termos de identidade e justificação administrativa; • Executar as operações de recenseamento eleitoral que tiver sido incumbido por

lei; • Fazer propostas à Assembleia de Freguesia sobre matérias de competência

desta; • Aceitar a prática de actos da competência da Câmara Municipal nela delegados; • Proceder à marcação das faltas dos seus membros, bem como respectiva

justificação; • Comunicar à Assembleia de Freguesia as faltas injustificadas do Presidente às

reuniões da Junta, as quais relevarão para efeitos de perda de mandato; • Exercer os demais poderes que lhe sejam conferidos por lei ou por deliberação

da Assembleia. Caso desejes aprofundar as competências da Assembleia de Freguesia, deves

consultar o DL 100/84 Art.º 15, bem como da Assembleia Municipal (DL 100/84 Art.º 39) ou ainda da Câmara Municipal (DL 100/84, 25/85 Art.º 51).

5ª Prova Manejar a bússola, interpretar e manusear uma carta topográfica

Quem um dia tiver de desempenhar qualquer missão, onde seja necessário pôr à prova as suas faculdades de orientação, perder-se-à se não tiver aprendido convenientemente a orientar-se. O que se pensará de quem no campo, no mar ou na cidade, não saiba que caminho tomar? Jamais nos devemos perder e se isso acontecer devemos estar preparados para resolver a situação, sabendo determinar sem hesitações a direcção que devemos tomar.

Aprendamos pois, a orientar-nos: Para se poderem definir direcções com precisão é necessário que existam pontos

de referência cuja posição seja invariável em qualquer lugar da terra. O movimento aparente do sol, permitiu aos homens a determinação desses pontos. O sol descreve todos os dias, aparentemente, um arco cujas extremidades cortam a linha do horizonte visual em dois pontos. Esses pontos são o seu "nascimento" e o seu "ocaso". Se os unirmos obtem-se uma linha que passa pelo lugar onde nos encontramos. Se perpendicular a esta, definirmos nova linha com as mesmas características, isto é, cortando a linha do horizonte e passando pelo lugar onde estamos, acham-se quatro direcções e os pontos que definem estas quatro direcções chamam-se "Pontos Cardeais". N - Norte ou Setentrião S - Sul ou Meio-dia

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E - Este, Leste ou Nascente, Levante, Oriente W - Oeste, Poente ou Ocidente

Como para orientação não eram suficientes estas direcções, foram definidos "Pontos Colaterais" e "Pontos Sub-Colaterais":

PONTOS COLATERAIS PONTOS SUB-COLATERAIS NE - Nordeste NNE - Nor-Nordeste NW - Noroeste ENE - Les-Nordeste SE - Sueste ESE - Les-Sudeste SW - Sudoeste SSE - Sul-Sudeste SSW - Sul-Sudoeste WSW - Oes-Sudoeste WNW - Oes-Noroeste NNW - Nor-Noroeste

Ao conjunto destes pontos chama-se rosa dos ventos e tem normalmente o seguinte aspecto:

A BÚSSOLA

È um instrumento que é essencialmente constituído por uma agulha de aço magnetizado, normalmente em forma de losango, apoiada pelo seu centro, num eixo fixo quase sempre ao fundo de uma caixa, vulgarmente redonda de metal, plástico ou ainda de outros materiais.

Para se destinguir os dois pólos da agulha, costumam-se azular a parte que indica o norte.

A agulha é protegida por um vidro que a coloca ao abrigo das agitações do vento! Um sistema combinado de alavancas permite imobilizá-la. Tem um mostrador cujo limbo é graduado em graus, grados ou milésimos, conforme a unidade angular em que esteja dividida. O grau: resultado da divisão da circunferência em 360 partes iguais. O Grado: resultado da divisão da circunferência em 400 partes iguais. O milésimo: é o ângulo pelo qual se vê 1 metro à distância de 1km Equivalência: 360º = 400 G = 6400 mil

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Nas bússolas temos que ter em atenção, que no mostrador não estão representadas todas as divisões, mas simplesmente as principais. AZIMUTE DIRECTO DE UMA DIRECÇÃO

Se um observador se encontra no ponto 1 designa-se por azimute a um outro ponto 2 ao ângulo contado no sentido dos ponteiros do relógio (de 0º a 360º), formado pela linha Norte Sul que passa pelo ponto 1 e pela linha que une o ponto 1 com o ponto 2 (ver figura). O azimute dum ponto é pois a direcção em que um determinado ponto se encontra em relação à posição que ocupamos.

Por vezes, define-se o azimute pela intersecção dessa direcção com o ponto equivalente da Rosa dos Ventos. - Azimute marcado com o transferidor - Une os pontos A e B - Traças a paralela ao Meridiano pela linha Norte-Sul - Com o transferidor lês o ângulo no sentido dos ponteiros do relógio, tendo assim o Azimute cartográfico - Para achar o Azimute Magnético: Ac+ Dm= AzM - Ac- Azimute Cartográfico - Dm - Declinação Magnética - AzM - Azimute Magnético 308º + 007,3º = 315º PROCURAR UMA ESTRELA

Para encontrar a Estrela Polar, temos que usar como guia uma constelação particularmente característica, a Ursa Maior, ou Carroça Celeste, dado que, infelizmente, a Estrela Polar não se revela com tamanho e luminosidade marcantes.

As sete estrelas principais da Ursa Maior estão de tal forma dispostas que 4 delas constituem a carroça quase rectangular e as outras 3 o timão. É uma constelação inconfundível que tem, além de mais, a particularidade de se poder encontrar facilmente em todas as noites do ano. Mas onde se encontra em cada noite do ano não é assim tão fácil de dizer, dado que se movimenta continuamente num circulo gigantesco ao longo do céu.

No entanto, qualquer que seja a posição em que se encontre o prolongamento de uma linha imaginária entre as duas últimas estrelas da carroça conduz directamente à

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Estrela Polar a uma distância de cerca de 5 vezes a que separa estas 2 estrelas. Depois de localizarmos a Estrela Polar, também podemos divisar a Ursa Menor.

CARTA TOPOGRÁFICA A Carta Topográfica é uma representação gráfica, de uma extensão da superfície

terrestre, efectuada sobre uma superfície plana, de tal modo que a figura obtida seja homóloga à que o terreno apresenta.

A sua importância é extraordinária. Na cidade, vila ou aldeia onde vivemos, se quisermos ir de um lado para o outro, é

relativamente fácil encontrar alguém que te forneça informações suficientes para chegar onde desejas ir. Mas, no campo é muito diferente.

Devemos começar por ler o seu título, a fim de sabermos qual a região representada. Em seguida orientamo-la, colocando a direcção N-S indicada na carta em concordância com a linha N-S, quer uses a bússola, o relógio ou outro meio de orientação.

Não vindo indicada a linha N-S, o Norte fica no topo da carta e no fundo o Sul. Orientar a carta consiste em colocá-la por forma que as linhas nela definidas

fiquem paralelas às suas homólogas no terreno. Quando procederes deste modo, coloca a bússola sobre a carta, de modo que a

linha N-S desta e a do mostrador daquela fiquem paralelas. Roda todo o conjunto (carta e bússola devem manter as mesmas posições

relativas), até que a ponta da agulha magnética fique sobre o ponto que define a declinação magnético-cartográfica.

Não deves esquecer que a influência de quaisquer massas metálicas ou cabos de alta tensão colocam a agulha “louca”.

Escolhe dois ou mais pontos de relevo do terreno, bem visíveis. Localiza-os na carta, bem como o local onde te encontras. Colocam-se em coincidência as linhas definidas pela união dos pontos do terreno

com as que lhe correspondem na carta. O ponto onde estas linhas (imaginárias) se cruzam, é, em princípio, o lugar onde

te encontras. Atenção: trata-se de um processo expedito e não-exacto. Chama-se também a este processo o sistema da triangulação. SINAIS CONVENCIONAIS São sinais que se desenham em topografia para reconhecimento rápido que se

encontra expresso na carta.

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No rodapé da carta vêm impressos os sinais e as suas legendas. É bom decorares os mais utilizados e as cores usadas:

• Tudo o que se relaciona com a água vem impresso a AZUL, como: cursos de água,

lagoas, poços, azenhas, etc.; • A VERDE está ligada à vegetação, como: bosques, matas, pomares, jardins, etc.; • O VERMELHO ficou para assinalar as estradas principais, e o PRETO as casas,

caminhos, igrejas, cemitérios, etc.; • Por fim, a SÉPIA (siene ou castanho), as curvas de nível, as cotas, os pontos

trignométricos, etc.. TRÊS NORTES • Norte Magnético É a direcção tomada pela agulha magnética da bússola (ponta azulada), no seu

eixo vertical e livre de qualquer influência de massas metálicas. Convencionou-se que este está situado na baía de Hudson, no Canadá, e desloca-se um pouco todos os anos.

• Norte Geográfico (Norte verdadeiro) - É a direcção que nos é indicado pelo Pólo Norte. O extremo

oposto é o Pólo Sul e indica-nos o Sul geográfico. • Norte Cartográfico É a direcção das meridianas da carta (linhas verticais). Dada a curvatura da

terra, existe uma diferença, quando esta é reproduzida numa superfície plana (carta topográfica).

• Declinação magnético-cartográfica É o menor dos ângulos formados pelo Norte magnético com o Norte cartográfico. O seu valor não é constante. Varia de lugar para lugar. A sua variação anual é de

aproximadamente 7 “ (sete segundo). • Coordenadas Tal como os nortes, estas linhas chamadas coordenadas podem ser polares,

geográficas ou rectangulares. As coordenadas de um lugar são-nos indicadas pelos valores de intersecção das

linhas verticais da carta (meridianos) com as linhas horizontais (paralelas).

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• Escalas É a relação constante, existente entre os valores das distâncias, na carta e as

correspondentes medidas no terreno. As escalas ao vulgarmente representadas por uma fracção em que é uso tomar

como numerador a unidade. Exemplo: E (escala) = 4 cm / 1 Km= 4 cm / 100.000 = 25.000 cm A este processo chama-se escala numérica. Há também a escala gráfica Exemplo: Como avaliar as distâncias na carta: Com um compasso de pontas ou duplo decímetro, medes na carta a distância que

pretendes. Depois colocas essa distância na escala existente no rodapé da carta (talão), de

forma que uma das pontas fique no talão principal, para avaliares a distância em metro. Podes usar um fio metálico (retirado de um fio eléctrico) para moldar as curvas

dos caminhos, o qual, depois de esticado e medido, te indica a quilometragem. O aparelho para calcular as distâncias entre diferentes lugares chama-se

curvímetro.

6ª Prova Palamenta e Nomenclatura de uma embarcação da unidade NOMENCLATURA DE UMA EMBARCAÇÃO À VELA - DOT / SCOUT MASTREAÇÃO Mastro - É uma peça comprida, de madeira ou metal, que serve para envergar as velas da embarcação; Retranca - Verga que encaixa no mastro, em baixo, acima do convés e enverga a esteira da vela; Brandais - São os cabos que aguentam o mastro no sentido BB, EB; Estais - São os cabos que aguentam o mastro no sentido proa / popa; Enora - Abertura feita no convés para dar passagem ao mastro; Carlinga - Cavidade na sobrequilha onde assenta o mastro CASCO Proa - É a extremidade anterior da embarcação e destina-se a cortar a água oferecendo-lhe a menor resistência;

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Popa ou Ré - A extremidade posterior e destina-se a facilitar a saída de água cortada pela proa; Costado - É a parte lateral externa do casco; Borda - É a união do convés com o costado; Convés - Parte superior (pavimento), acima do costado, que vai de uma à outra borda; Poço - É uma abertura no convéns, para os tripulantes; Painel de Popa- Painel exterior formado pelo revestimento da ossada da popa. VELAME

É constituído pela vela Grande e Estai.

MASSAME

São as escotas da vela grande, as escotas do estai e as adriças que servem para içar e arrear as velas.

POLEAME São os moitões usados na vela grande.

PALAMENTA A palamenta é constituída pela boça, um par de remos, uma bóia de salvação, um

ferro para fundear, um bartedouro, defensas e um leme (patilhão é fixo).

7ª Prova Nadar 50 m dos quais 25 m com colete de salvação

Esta prova é prática. O teu Chefe, dar-te-á todas as instruções necessárias sobre como nadar com colete de salvação vestido.

8ª Prova Entrar e sair de uma praia com uma embarcação a pagaias

Para entrarmos na água com uma embarcação, devemos ter sempre em conta os conhecimentos de cada um sobre a técnica de pagaiar. Se não houver uma boa sincronização entre os tripulantes, será difícil a entrada na água.

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Antes de procedermos à entrada, deveremos contar as ondas e esperarmos pelo intervalo maior (entre ondas), por uma questão de segurança. A manobra deve ser executada com a maior rapidez possível, para não sermos apanhados por uma onda e virarmos a embarcação e sairmos da zona de rebentação.

Quando chegarmos a uma zona de segurança devemos arrumar as pagaias ou remos e aparelharmos a embarcação seguinte a nossa viagem.

Para sairmos de água a sincronização tem de ser perfeita. Esperarmos pelo intervalo entre ondas para executarmos a manobra.

Se a nossa embarcação estiver à frente da onda devemos atrasar o andamento para que a onda passe e não sermos envolvidos por ela na rebentação.