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CORPO NACIONAL DE ESCUTAS Escutismo Católico Português ESCUTISMO MARÍTIMO SISTEMA DE PROGRESSO COMUNIDADE ETAPA DE PROGRESSO TRIPULANTE Insígnia - De forma circular com um cabo castanho à sua volta, uma barca castanha com um leme ao centro, sob a cor de fundo da secção. Nomenclatura O - Conhecer o aparelho de um pequeno veleiro (massame; poleame e velame), mastreação e armações. F - Classifica as embarcações segundo as suas dimensões; F - Identificar e conhecer os principais tipos de ferros; F - Descreve os componentes e equipamentos de um kayak ou canoa. Arte de Marinheiro O - Demonstra conhecer três tipos de falcassa. F - Descreve como se faz e que materiais se empregam na reparação de um rombo simples numa embarcação (fibra; madeira ou outra); F - Fazer e aplicar os seguintes nós e voltas: Catau de espia; voltas redondas; de cunho; da ribeira; de anete; de fateixa; de arinque; pinha de retenida e pinha de anel de três; F - Faz um trabalho de marinharia com interesse para a unidade, sede ou embarcação. Segurança O - Conhecer os possíveis acidentes materiais e pessoais a bordo e os modos de prevenção e combate, segurança e sobrevivência no mar. F - Descreve algumas noções de socorros a náufragos; F - Ter noções básicas da utilização do radar para a determinação da posição e para evitar abalroamentos; F - Enumerar os principais cuidados a ter quando se pretende efectuar uma descida de rio. Navegação

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CORPO NACIONAL DE ESCUTAS

Escutismo Católico Português ESCUTISMO MARÍTIMO

SISTEMA DE PROGRESSO COMUNIDADE ETAPA DE PROGRESSO

TRIPULANTE Insígnia - De forma circular com um cabo castanho à sua volta, uma barca castanha com um leme ao centro, sob a cor de fundo da secção. Nomenclatura O - Conhecer o aparelho de um pequeno veleiro (massame; poleame e velame), mastreação e armações. F - Classifica as embarcações segundo as suas dimensões; F - Identificar e conhecer os principais tipos de ferros; F - Descreve os componentes e equipamentos de um kayak ou canoa. Arte de Marinheiro O - Demonstra conhecer três tipos de falcassa. F - Descreve como se faz e que materiais se empregam na reparação de um rombo simples numa embarcação (fibra; madeira ou outra); F - Fazer e aplicar os seguintes nós e voltas: Catau de espia; voltas redondas; de cunho; da ribeira; de anete; de fateixa; de arinque; pinha de retenida e pinha de anel de três; F - Faz um trabalho de marinharia com interesse para a unidade, sede ou embarcação. Segurança O - Conhecer os possíveis acidentes materiais e pessoais a bordo e os modos de prevenção e combate, segurança e sobrevivência no mar. F - Descreve algumas noções de socorros a náufragos; F - Ter noções básicas da utilização do radar para a determinação da posição e para evitar abalroamentos; F - Enumerar os principais cuidados a ter quando se pretende efectuar uma descida de rio. Navegação

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O - Enuncia os diferentes tipos e métodos de navegação costeira. F - Demonstra ter conhecimentos sobre as linhas principais da esfera terrestre, latitude e longitude; coordenadas de um ponto; fusos horários; unidades; cartas marítimas (escalas, classificação ...); derrotas; F - Demonstra conhecimentos sobre agulha magnética; declinação magnética, variação e desvio; tabela de desvios; proa; rumo e abatimento; conversão de proas; F - Conhece genéricamente em que consiste e em que elementos se apoia a navegação em águas restritas. Manobra O - Demonstra ter conhecimentos sobre elementos naturais marítimos (ventos, marés, ondas e correntes) e ter noções gerais de navegação à vela: mareações; acções do vento nas velas; virar de bordo; rizar pano. F - Conhecer os processos mais comuns para a determinação de velocidades e distâncias percorridas numa embarcação; F - Ter conhecimentos básicos sobre motores marítimos e conhecer os principais tipos; F - Saber entrar e saír de um kayak ou canoa, à borda de água. Saber utilizar uma pagaia e fazer apoio; Vivência da Fé O - Faz a relação dos dez artigos da lei de escuta e princípios com os dez mandamentos. F - Descreve o que entendes por: serviço aos outros, B.A. e fraternidade dos Companheiros. F - Colaborar numa manifestação de âmbito religioso; F - Descreve a declaração de Vaticano IIº sobre liberdade religiosas, colocando em prática uma atitude de respeito pelas diferentes opções; F - Descreve o encadeamento e sentido dos ritos próprios de uma celebração liturgica. Saúde O - Saber quais os sinais, sintomas e respectivos primeiros socorros de hemorragias e fracturas, executando as imobilizações. F - Identifica e utiliza diversos tipos de ligaduras; F - Ter conhecimentos sobre saúde sexual; F - Conhecer a estrutura muscular do corpo humano e saber alguns exercícios específicos para o desenvolvimento correcto dos principais músculos. Vida em Campo O - Saber técnicas de purificar água e fabricar um filtro.

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F - Saber avaliar a carga de rotura de uma espia ou cabo; F - Saber como montar um sistema utilizando roldanas e cadernais; F - Saber identificar os diferentes tipos de madeiras e conhecer a sua utilização em fogueiras e construções. Associação e Sociedade O - Participar num “Hike” cultural, tendo em conta a recolha fotográfica e documental. F - Conhecer a Declaração Universal dos Direitos do Homem; F - Ter conhecimentos gerais sobre os Estatutos e Regulamento do CNE; F - Conhecer os motivos que levaram B.P. a fundar o Movimento Escutista e como este se expandir ao longo dos anos. Arte e Expressão O - Conhecer e saber utilizar duas técnicas de comunicação (ex: cartaz; jornal impresso; jornal de parede; rádio; audiovisual; etc.); F - Conhecer o funcionamento de dois meios de comunicação (ex: via rádio; comutação telefónica; satélite; fibra óptica; telegrafia; etc.); F - Conhecer regras básicas de comunicação (emissor; receptor; feed-back; ruído; etc.); F - Participar num curso de animação de grupos, meios audiovisuais, etc..

SISTEMA DE PROGRESSO DA COMUNIDADE

ETAPA DE TRIPULANTE 1ª Prova Nomenclatura O - Conhecer o aparelho, de um pequeno veleiro (massame; poleame; velame), mastreação e

armações. Aparelhar uma embarcação é prepará-la com o aparelho necessário à sua manobra. O

aparelho é o conjunto do massame, poleame e velame. APARELHO Massame O massame é o conjunto de todos os cabos que se utilizam no aparelho da embarcação. Cabo - É o nome genérico de todas as cordas empregues na manobra de bordo. Os extremos dos cabos chamam-se chicotes e à parte compreendida entre os chicotes

chama-se seio.

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Entre todos podemos destacar como principais os seguintes: Escotas - Cabos fixos a um dos punhos da vela e que servem para aguentar a vela a um bordo

ou a outro conforme interessa a manobra. Adriças - Cabos destinados a içar as velas, vergas, caranguejas ou patilhão. Estais - Cabos destinados a aguentar a mastreação para vante e ré. Brandais - Cabos que aguentam os mastros para a borda e um pouco para a ré. Rizes - Pedaços de cabo metidos nas forras de rizes com um chicote para cada face da vela.

Servem para rizar o pano amarrando parte dele para a retranca. Alantas - Cabos fixos aos punhos da vela spinaker, que servem para a sua manobra. Amantilho - Cabo que aguenta a retranca para a popa. Poleame O poleame é o conjunto de peças de madeira, de metal ou outro material, destinados à

passagem dos cabos. O poleame usado nas embarcações é o seguinte: Poleame surdo - Quando o cabo passa numa clara, olho ou furo sem roldana. Poleame de laborar - quando o cabo passa numa roldana que gira num eixo. Poleame surdo: Sapata - É uma peça oval, com goivada à volta para receber a alça e com uma abertura

central para a passagem de cabos. Pode ser lisa ou dentada conforme o furo é liso ou apresenta vários recortes.

Cassoilo - É uma peça geralmente de forma circular, com goivado em volta e com um ou mais furos para a passagem de cabos. Apresenta um recorte que lhe permite encostar a um cabo ou vergôntea. Hà também cassoilos de laborar.

Bigota - É uma peça circular com goivada para a alça e três furos para a passagem de cabos. Malagueta - Cavilha de ferro ou madeira especial que enfia em furos das mesas para nelas

se dar volta aos cabos de laborar. Manilhas - São peças de metal em forma de U, para ligar cabos às velas, aos moitões, aos

esticadores ou correntes de ferro. Existem manilhas direitas e manilhas curvas. Sapatilhos - São aros de aço com uma gola em meia cana para receber um cabo. Há

sapatilhos, conforme a sua forma, redondos, ovais e de bico. Esticadores - São peças utilizadas para esticar cabos, que são providos uns de parafusos,

outros com troços que lhes permitem aumentar e diminuir de comprimento. Garrunchos - Peças colocadas nas velas de estai que permitem içar e arriar a vela com maior

rapidez. Cunhos - Peças com duas orelhas, utilizadas para prender os cabos. Mordedores - Peças que servem para impedir que os cabos corram. Castanhas - Peças cavilhadas à borda, geralmente nas amuras e alhetas, servindo para

orientação dos cabos que saem da embarcação para amarrações ou para fundear. Olhal - Orifício na vela. Serve para passar o cabo (atilho) que fixa a vela ao mastro e à

retranca.

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Poleame de laborar: Moitões - Caixas ovais, quadradas ou redondas, de um só gorne e de uma só roldana, por

onde passa um cabo. Cadernal - É uma caixa semelhante ao moitão, mas com mais de um gorne e, portanto, mais

de uma roldana. Polé - É uma peça formada pelo conjunto de dois moitões sobrepostos. Velame Designa-se por velame o conjunto de todas as velas da embarcação. Na sua maioria as embarcações miúdas podem armarem em embarcações à vela, usando,

neste caso, só e sempre velas latinas, isto é, velas montadas no sentido proa - popa. Quanto à sua forma as velas latinas podem ser triangulares ou quadrangulares. Nas velas latinas quadrangulares os lados da vela são: Gurutil (que enverga na carangueja), valuma ( o lado livre que diz para ré), esteira (que

enverga na retranca), testa (que enverga no mastro). Os punhos, ou seja, os cantos da vela chamam-se:

Punho da escota (valuma - esteira), punho da amura (esteira - testa), punho da boca (testa - gurutil), punho da pena (gurutil - valuma).

Nas velas triangulares desaparece a carangueja pelo que a valuma une directamente ao mastro. Ao lado armado no mastro dá-se o nome de gurutil e o punho formado pelo gurutil e valuma chama-se punho da pena. Quer isto dizer que nas velas triangulares não há testa nem punho da boca.

As embarcações miúdas podem armar com uma ou mais velas. Se a embarcação tiver dois mastros a vela que enverga no mastro da ré chama-se grande e a que enverga no mastro de vante chama-se traquete. Se houver um só mastro a vela nele envergada não tem designação especial e poderá chamar-se grande.

Velas de proa - São velas que estão armadas nos estais de proa do mastro de vante, chamando-se neste caso velas de estai. Se na embarcação existe um pau disparado à proa - pau de bujarrona - no lais do qual se fixa o estai, a vela toma o nome de bujarrona. Normalmente nas embarcações miúdas só existe uma vela de proa.

Velas de balão ou de palanque - São velas de proa de formato especial que só se usam com ventos para ré do través. Nenhum dos lados da vela enverga em estai ou mastro. Como a figura indica, um dos punhos está fixo a uma espécie de retranca que se chama pau de palanque. Este pau trabalha no bordo oposto à retranca, disparado para a amura, e abraça o mastro por intermédio dum galindréu ou boca de lobo, prendendo o punho da vela no outro extremo.

Mastreação A mastreação é o conjunto dos mastros de uma embarcação. Mastros são peças de madeira,

metal ou outro material, em forma de vara arredondada que montam verticalmente na embarcação e têm resistência suficiente para aguentarem o trabalho das velas que lhes estão ligadas ou envergadas.

Uma embarcação pode ter um, dois ou três mastros. No caso de ter dois o de vante chama-se traquete e o de ré grande. O terceiro mastro, se existir, é normalmente o mastro da catita que monta junto ao painel de popa e enverga uma vela especial chamada catita.

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A altura do mastro chama-se guinda, ao seu extremo superior chama-se cabeça e ao inferior pé. O pé do mastro, tem o seu extremo talhado de maneira a poder entrar no furo da sobrequilha chamado mecha e a esse cavado, carlinga.

O mastro tem além desta, outra fixação constituída pela énora ou pelo galindréu existentes na meia-coxia ou numa das bancadas da embarcação.

As embarcações, utilizam ainda para envergar as velas outras peças semelhantes aos mastros e de nome de retranca e carangueja. As retrancas montam horizontalmente nos mastros no lado inferior da vela e ligam ao mastro por uma boca de lobo ou por um mangal.

As caranguejas, que podem ser fixas ou de arriar, são peças semelhantes às retrancas mas que trabalham na parte superior dos mastros.

As caranguejas ligam-se ao mastro usualmente por bocas de lobo semelhantes às das retrancas. Ao extremo superior das caranguejas chama-se pique e ao que está junto ao mastro chama-se boca.

Semelhantes às caranguejas temos ainda as vergas que são peças em forma de vara que cruzam nos mastros e que suspendem alguns tipos de velas.

As vergas das embarcações miúdas suspendem por adriças do modo indicado na figura seguinte.

O mastro é abraçado por um anel de ferro, denominado urraca, tendo um olhal para adriçar e inferiormente um gato para ligar a uma alça passada na verga. Este dispositivo permite içar ou arriar a verga ao longo do mastro.

O mastro comporta também cruzetas, por onde passam brandais que o vão sustentar. Pau de palanque trabalha no bordo oposto à retranca, disparando para a amura, e abraça o

mastro por intermédio dum galindréu ou boca de lobo, prendendo o punho da vela no outro extremo.

As vozes para a manobra de mastros são: Arvora mastros - A guarnição coloca os mastros nos seus lugares e aparelha-os. Mastros abaixo - Desaparelham-se os mastros e colocam-se em cima das bancadas no

sentido proa-popa da embarcação. Armações Iate - É constituído por dois latinos quadrangulares e uma vela de proa. Marconi - É constituída por uma ou duas velas marconi e uma vela de proa. Houari - É constituída por duas velas de baioneta e uma vela de proa. Chalupa - É constituída por uma vela de proa, latino quadrangular e catita. Caíque - É constituída por dois bastardos triangulares. Coqueta - É constituída por bastardo e catita.

2ª Prova Arte de Marinheiro O - Demonstra que conheces três tipos de falcassas

Falcassar um cabo

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As falcassas são trabalhos que se fazem nos chicotes dos cabos para estes não se descocharem.

Há vários tipos de falcassas: de voltas folgadas, de chicote mordido, de agulha e à inglesa. Voltas folgadas - Chicote mordido - Dá-se ao mealhar (ou ao fio com que se vai falcassar o cabo), a disposição

indicada na figura. Trabalhando com o chicote a, dá-se, em torno do cabo, uma série de voltas redondas bem

apertadas, até se obter o que está na figura. O chicote a, ao terminar a última volta, deve enfiar no seio formado pelo chicote b.

Finalmente, e para completar a Falcassa basta alar pelo chicote b até que o chicote a fique mordido pelas voltas. Como o seu nome indica, esta Falcassa pode ser passada em qualquer ponto do cabo.

Agulha - Executa-se enfiando uma agulha com fio entre dois cordões do cabo e dando depois voltas redondas; passa-se em seguida a agulha por entre dois cordões e segue-se com o fio ao longo da cocha do cabo e por cima das voltas, até chegar ao outro extremo de falcassa, onde se torna a enfiar.

Inglesa - Obtêm-se dando com os cordões do próprio cabo “cus de porco” para baixo; socam-se e enfiam-se os cordéis na cocha do cabo, como na costura de mão.

3ª Prova Segurança O - Conhecer os possíveis acidentes materiais e pessoais a bordo e os modos de prevenção e

combate; segurança e sobrevivência no mar Aspectos gerais de segurança Toda a navegação, seja ela qual for, representa um perigo, pelo facto de ter lugar num

ambiente estranho ao Homem. Na prática do Escutismo Marítimo, temos de aceitar esse risco tomando as necessárias precauções para minimizá-lo, de modo a que possamos atingir os fins e objectivos a que nos determinamos com sucesso.

A bordo de uma embarcação, o aspecto mais importante a considerar em matéria de segurança, é o facto de esta ser tripulada ou manejada por tripulantes experimentados e conscientes, efectuando as manobras perfeitas e no momento exacto, evitando colocar em risco os seus ocupantes e provocando fadiga precoce do material utilizado na sua construção e aparelho.

Este factor é considerado como primordial para que o risco a bordo de uma embarcação seja bastante reduzido.

Prevenção de acidentes Qualquer tripulação deve estar prevenida contra acidentes, que podem surgir de um

momento para outro. Deste modo: - Deve-se conhecer e trazer a bordo toda a documentação publicada sobre segurança no

mar (normas e tabelas); - Fazer periodicamente (diariamente) revisões às máquinas e aparelhos da embarcação;

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- Deve-se ter a bordo todo o material necessário para remediar pequenas avarias (ferramentas apropriadas assim como peças sobressalentes);

- Deve haver periodicamente, sessões de treino de emergência para a queda do homem ao mar, incêndio a bordo, abandono de embarcação, etc.;

- A embarcação deverá estar apetrechada com todo o material de salvamento necessário (bóias, coletes de salvação, balsas, extintores, rádio-telefone, etc.);

- Em caso de aproximação de temporal deve-se tomar as devidas precauções com bastante antecedência, assim como:

( Procurar evitar o seu epicentro afastando a embarcação do seu trajecto (mudando de rumo);

( Arrumar o interior e convés da embarcação e fixar todos os objectos soltos; ( Utilizar vestuário adequado; ( Aproar, ou seja, amurar à vaga ou recebê-la pela Alheta; ( Manter seco o interior da embarcação fechando todas as escotilhas e baldeando

quando for necessário; ( Não descuidar nunca a vigilância no exterior, mantendo pelo menos um homem de

vigia. Perigos e acidentes Circunstâncias perigosas: ( Mau tempo ou temporal; ( Neblina ou más condições de visibilidade; ( Tráfego marítimo excessivo. Acidentes mais frequentes: ( Incêndio a bordo; ( Inundação; ( Homem ao mar; ( Avaria do motor principal ou auxiliar; ( Golpes e fracturas pessoais; ( Indisposição ou enjoo. Incêndio a bordo Prevenção de incêndios O risco de incêndio derivado da presença de um motor a bordo provém principalmente de

incêndios ou explosões causadas por: ( Combustível; ( Hidrogénio produzido pelas baterias; ( Aquecimento excessivo do colector de escape; ( Curto circuito provocado por cabos defeituosos; ( Insuficiente ventilação da casa das máquinas; ( Aumento de temperatura excessivo por falta de refrigeração ou lubrificação da máquina. Como evitar

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Deveremos tomar as devidas precauções para eliminar qualquer tipo de defeito no funcionamento do motor ou na sua instalação, corrigindo de imediato as anomalias observadas.

Começando por: ( Manter os porões sempre secos (sem açúcar); ( Verificar a rigorosa estanquecidade dos circuitos de combustível e depósito; ( Certificarmo-nos se a bateria está em local ventilado e seco; ( Verificar se o colector de gases de escape está bem protegido e se não existem fugas; ( Certificarmo-nos se a instalação eléctrica está em boas condições e as ligações

perfeitas; ( Verificar se os ventiladores ou exaustores da casa das máquinas funcionam

correctamente. Combate a incêndios A combustão é uma reacção contínua de um combustível com certos elementos, entre os

quais predomina o oxigénio. O processo de combustão tem lugar de modos distintos: com chama e sem chama. A combustão com chama representa-se em forma de um tetraedro em que cada um dos 4

lados simboliza um dos 4 requisitos necessários para que se produza a combustão: combustível - oxigénio - temperatura - reacções de combustão em cadeia.

A combustão sem chama representa-se em forma de triângulo em cada um dos lados equivale a um dos 3 requisitos necessários para a combustão: combustão - temperatura - oxigénio.

Estas duas modalidades não se excluem e podem ter lugar separadas ou conjuntamente. Extinção de um fogo Pode ser por : - arrefecimento (alagamento); - diluição do oxigénio; - eliminação do combustível; - inibição química da chama. Recomendações para o combate a incêndios Fogo a bordo Se o incêndio ocorrer na parte exterior da embarcação e as chamas tenham tendência, ao

se tocadas pelo vento, de propagar-se ao resto da embarcação, devemos de imediato colocar o local do sinistro a sotavento de forma a que as chamas se propaguem para o exterior.

Por exemplo: Se o incêndio se dá no motor de popa, deveremos aproar a embarcação ao vento. Num incêndio em combustíveis líquidos não devemos nunca usar água, pois iria ajudar a

propagação do incêndio às zonas circunvizinhas. Neste tipo de incêndio deveremos usar o extintor de espuma ou então areia da praia que não só o abafa como absorve o líquido.

Nas embarcações com motor fora de bordo instalado, a primeira preocupação deve ser desligar e afastar do local o depósito de combustível.

Se o incêndio deflagrar no motor e esgotarmos todos os recursos existentes a bordo, só Hà uma alternativa: extinção por alagamento.

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Motor fora de bordo - atamos-lhe um cabo, desapertamo-lo e deitamo-lo borda fora, ficando suspenso pelo cabo.

Motor interior - abrimos as válvulas de fundo ou um rombo de forma a alagar rapidamente a casa da máquina.

Num local onde tenha havido derrame de combustíveis líquidos teremos de tomar todas as precauções no sentido de não deitarmos qualquer objecto em chamas para a água pois os combustíveis são menos densos que a água e mantêm-se à tona incendiando-se em contacto com o fogo podendo de seguida propagar-se pegando fogo não só à nossa embarcação, qualquer tipo de derrame de combustível, ficará à tona e espalhar-se-à de imediato a toda a embarcação.

Por esse motivo, aconselhamos a manter sempre os porões completamente secos, como medida de segurança.

Prevenção da queda ao mar O convés da embarcação deve constituir uma plataforma adequada para circular e trabalhar

em segurança, não deve ser escorregadio e não deve ter muitos obstáculos onde tropeçar, deve estar protegido com pontos firmes e sólidos para apoio e agarre dos tripulantes (varandins).

A tripulação deve ser treinada, competente e consciente do papel que desenvolve. Se é necessário deslocar-se no convés com mar agitado, fazê-lo sempre munido de arnês. No convés e à popa, de forma acessível, devem estar colocadas bóias salva-vidas circulares

com retenidas, munidas dos respectivos sinais de fumo laranja e facho luminoso. Manobra de recuperação de homem ao mar Queda do náufrago deixando-o para trás: Todo o tripulante que veja cair alguém ao mar, deve dar imediatamente a voz de “Homem ao

Mar” e iniciar a marcação visual do local do náufrago para não mais o perder de vista. O primeiro tripulante que ocorrer em seu auxílio deverá lançar de imediato a água a bóia

salva-vidas ou qualquer outro objecto flutuante (defensa) não esquecendo a lanterna de posição ou sinal de fumo laranja.

Com o náufrago à vista, a primeira atitude a tomar é reduzir a velocidade de modo a não se afastar demasiado do local da queda.

Numa embarcação de manobra fácil o processo mais prático e seguro é o da largar pela popa um cabo de reboque (Ski) longo, inverter o rumo e aproximarmo-nos de novo do náufrago por sotavento e descrevendo um circulo em torno dele de modo a que o cabo passe pela posição que este ocupa. O náufrago segura-se ao cabo, colocamos o motor em ponto morto e puxamo-lo para bordo.

Se o náufrago se perdeu de vista devido à fraca visibilidade (noite ou nevoeiro), lentidão de manobra ou mar alteroso é evidente que a única solução será a de passar de novo pelo ponto de queda do náufrago. Para isso, o método mais clássico e conhecido é o da chamada Curva de Boutakoff, método que consiste em colocar o leme para um dos bordos, de forma que a agulha nos indique o rumo de 60º a 70º de diferença do rumo anterior, pouco depois virar o leme por completo para bordo contrário e teóricamente o náufrago deve-se encontrar à proa.

Atenção que tanto neste método como em qualquer outro aplicado, devemos ter em conta que a corrente e o vento irão fazer abater o náufrago para sotavento do ponto de queda.

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O timoneiro deverá imediatamente proceder à mudança de direcção, colocando a embarcação num rumo o mais próximo possível do rumo inverso ao que levava, sendo o ideal reencontrar a esteira deixada anteriormente.

A aproximação do náufrago depois de reencontrado, deverá ser feita sempre aproado ao vento ou corrente e mantendo o náufrago a barlavento e a embarcação a sotavento para evitar que esta descaia para cima do náufrago.

A recuperação do náufrago para bordo deverá ser feita a uma distância de 15 a 20m, lançando-lhe um cabo e puxando-o para junto da embarcação ou enviando um salvador a nado ou com bote salva-vidas se o náufrago estiver inconsciente.

Para iça-lo para bordo o processo mais usual é o de pendurá-lo pelo argolão do colete através da escota da vela grande e com a retranca a fazer de pau de carga ou então lançando borda fora uma vela ou lona com duas extremidades fixas no convés e colocando o náufrago no seu interior de modo a poder iça-lo rolando a lona pelo costado.

Queda do náufrago à proa: Se o timoneiro se apercebe da queda do náufrago à proa da embarcação, este deve

imediatamente e logo após a queda guinar o leme de modo a virar a proa para cima do náufrago e simultaneamente colocar os motores (hélices) em ponto morto, desta forma a popa da embarcação afasta-se do náufrago evitando assim que este venha a ser atingido pelos hélices.

Recolha do náufrago para bordo Normalmente e sobretudo com mar agitado, não devemos nunca aproximar a embarcação do

náufrago pois estaríamos a correr o risco de o abalroar. A manobra deve consistir em aproximarmo-nos o suficiente, de modo a lançar-lhe um cabo

preso a uma bóia e que servirá para puxarmos até junto da embarcação. No caso de incapacidade física do náufrago, por choque ou por esgotamento, lançar-se-á à

água um socorrista a nado mas preso com um cabo pela cintura ou então será descido um escaler salva-vidas para efectuar a recolha do náufrago.

Noções para socorrer afogados Afogados - Apresentam o rosto pálido, porque uma inibição nervosa lhes impediu os

movimentos respiratórios debaixo de água; mesmo emergidos até 15 minutos, poderão ainda respirar.

Primeiros socorros: Uma vez retirado o afogado da água, iniciar imediatamente a respiração artificial; Elevar-lhe um pouco o abdómen acima da cabeça para a água sair com maior facilidade; Despir-lhe o fato molhado (se o tiver) e enxugar o doente, esfregando-lhe a pele

energicamente, com alguma roupa seca; Aquecê-lo, tapando-o com cobertores (aquecidos, se possível), fricções com vinagre, etc.. As alíneas 2, 3 e 4 serão executadas sem nunca se interromper o ritmo de respiração

artificial, que continuará até se alcançar o fim desejado. 4ª Prova Navegação

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O - Enunciar os diferentes tipos e métodos de navegação costeira Navegação Costeira Navegação costeira é aquela que se faz à vista da costa, tomando como referência pontos

conhecidos, os quais têm que estar representados nas cartas. Uma navegação relativamente fácil mas de muita responsabilidade, os riscos junto à costa

são maiores que no mar alto. Junto à costa há baixios, pedras, navios afundados com perigo para a navegação, correntes, marés, etc..

Assim, temos de estar constantemente a fazer marcações, sondagens, estudando bem as cartas e tomando as precauções devidas.

Se possível, é conveniente usar as cartas de maior escala, onde tudo está representado com mais pormenor.

Lembra-te sempre que os erros do marinheiro são pagos por ele próprio. Conhecenças e Faróis Conhecenças Para navegar em derrota costeira, o navegador recorre a pontos notáveis da terra por meio

dos quais identifica a região da costa à vista e determina a sua posição. A esses pontos conspícuos, que para serem utilizáveis têm de estar assinalados na carta, chamam-se Conhecenças. São exemplos de conhecenças certas igrejas, depósitos de água, monumentos, torres, picos de serras, casas isoladas, cabos, marcos geodésicos, ilhotas, etc..

Faróis Ao longo duma costa pobre de conhecenças, durante o dia e ao longo de qualquer costa,

durante a noite, o navegador teria sérias dificuldades em fazer navegação com apoio visual, caso não existissem construções expressamente edificadas para o efeito - os Faróis.

Classificação de Faróis - Faróis marítimos: apoiam exclusivamente a navegação marítima e o feixe luminoso tem

pequena abertura angular vertical; - Faróis aeromarítimos: apoiam a navegação marítima e aérea e o feixe luminoso tem grande

abertura angular vertical; - Barcos faróis: assinalam locais onde não seja possível ou económico a construção de faróis. Os faróis podem não ser assistidos por pessoal e são assinalados nas cartas portuguesas

pelas letras N. V., (Não Vigiados). Há faróis mais pequenos e de menor alcance, Farolins, que servem para indicar a entrada de

portos, docas, baixios, etc.. Alcance - Geográfico: A distância máxima a que a luz do farol pode ser vista em função da curvatura

da Terra. Depende da altitude do farol (H) e da altura do observador em relação ao nível do mar (e).

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O alcance geográfico vem numa Tabela na lista dos faróis e determina-se somando as distâncias ao horizonte visível, correspondente aos valores H e e.

- Luminoso: Alcance da luz do farol em relação á potência, sistema óptico e transparência atmosférica.

- Efectivo: É o que vem indicado na lista dos faróis e cartas de navegação do Instituto Hidrográfico, calculado com o observador a 5 metros de altura e condições médias de transparência atmosférica.

Características de Luz - Fixas (F): Luz contínua e de intensidade constante. - Relâmpagos (Rl): A duração de emissão da luz é menor que a duração da obscuridade. - Ocultação (Oc): A duração da emissão da luz é maior que a duração da obscuridade. - Isofásica (Is): Luz e obscuridade de igual duração. - Cintilantes (Ct): Igual duração entre luz e obscuridade, mas com relâmpagos muito rápidos. - Alternada (Alt): Alteração de côr no mesmo azimute. Período: É o intervalo de tempo, medido em segundos, que decorre numa sequência completa

de intervalos de luz e obscuridade. Côr - Branca (br): A luz branca é usada em todos os faróis de uma maneira geral, e com diversas

características de luz. - Vermelha (vm): A luz vermelha é usada às entradas das barras, bóias em canais e rios,

entrada de docas e entrada de portos, tendo a embarcação de dar BB (Bombordo) à bóia ao entrar.

A luz vermelha é usada também para assinalar um sector de perigo à navegação. - Verde (vd): A luz verde é usada às entradas das barras, bóias em canais e rios, entrada de

docas e de portos, tendo a embarcação de dar EB (Estibordo) à bóia ao entrar. Os limites dos sectores de visibilidade e das várias cores são indicados nas listas do Faróis

em azimutes verdadeiros a partir do mar para o Farol. Altura e Altitude - Altura (a): É a diferença de nível entre a base e o topo do edifício. - Altitude (H): É a diferença de nível entre o plano focal do farol e o nível médio das águas. Sinais de Nevoeiro Muitos dos faróis são dotados de aparelhagem sonora que funciona quando há nevoeiro na

região onde está o farol e cujas características vêm indicadas na Lista dos Faróis. É indispensável ter presente que o seu alcance é variável, que a direcção pode não ser aquela

que julgamos e que em certas condições atmosféricas, o sinal pode não ser ouvido em determinadas zonas.

Linhas de Posição - Azimute: O azimute de um ponto notável da terra fornece uma linha de posição.

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Enfiamento Dá-se o nome de linha de posição a qualquer linha susceptível de ser traçada na carta e

sobre a qual se sabe que a embarcação se encontra em determinado instante. Um exemplo de linha de posição é o enfiamento de dois pontos notáveis situados em terra

(faróis, cumes de montes, casas conspícuas, etc.). Diz-se que esses pontos estão enfiados, quando o mais recuado - e normalmente mais alto - se encontra na mesma direcção que o mais próximo, ou seja, quando o primeiro se apresenta aparentemente por cima do segundo. Nesse momento, o navegador sabe que a embarcação se situa algures na linha recta que passa pelos dois pontos considerados, linha essa que pode traçar na carta e que toma a designação de enfiamento.

O cruzamento de dois enfiamentos fornece ao navegador, sem necessidade de instrumentos nem cálculos, um ponto, isto é, uma posição da embarcação da máxima confiança.

Um enfiamento de pontos devidamente reconhecidos e representados na carta pode ser utilizado pelo navegador.

No entanto, deve-se notar que a sensibilidade dum enfiamento, isto é, a sua capacidade de acusar prontamente qualquer afastamento da embarcação para um ou outro lado respectiva linha, depende da distância entre os pontos que o definem: quanto maior for, tanto mais ao largo se poderá utilizar o enfiamento com resultados rigorosos.

Por outro lado, ao escolher dois enfiamentos simultâneos para determinar a posição da embarcação, é desejável que eles se cruzem (tanto quanto possível) em ângulo recto.

Sonda O relevo submarino é indicado nas cartas marítimas por meio de sondas. (Números que nos

indicam a profundidade em metros nas cartas Portuguesas e em pés nas cartas Inglesas). As linhas que unem iguais profundidades são as batimétricas. Nas zonas em que as profundidades aumentam regularmente e em que o declive do fundo é

acentuado, as batimétricas constituem excelentes linhas de posição. Muito usadas quando, com nevoeiro, se quer fazer uma aterragem na costa ou navegar junto a uma costa, escolhendo uma batimétrica que esteja livre de obstáculos.

- Sondagens Sucessivas: Com sondagens sucessivas conseguimos ter uma ideia aproximada do percurso seguido pela embarcação.

Traça-se num papel vegetal, na mesma escala da carta de Navegação que estamos a usar, o caminho marcando a intervalos regulares de tempo, as sondagens e as horas a que foram feitas.

Coloca-se o papel vegetal sobre a carta, deslocando-o paralelamente a si mesmo até conseguirmos uma sobreposição que corresponda mais ou menos à sondagem representada na carta de navegação.

Determinação do Ponto (Ponto Marcado) Dois Azimutes É um dos pontos mais usados e devem aproximar-se o mais possível do ângulo de 90º entre

si. Atenção que sempre que se tirar um azimute não nos podemos esquecer de o converter em

azimutes verdadeiros (Zv).

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Azimute e Distância Ponto marcado através de azimute ao objecto e a distância ao mesmo. A distância pode ser achada através do Radar ou com o Sextante se o objecto for um farol. Sabendo a Altitude do farol e se com o sextante encontrarmos o valor angular entre o plano

focal do farol e a linha de água, achamos a distância a que estamos do farol. Marcando essa distância sobre o azimute determinado vamos assim encontrar o ponto marcado.

Duas Marcações ao mesmo Farol São frequentes as ocasiões em que não se tem mais do que um Farol à vista; pode obter-se

um ponto recorrendo ao uso de duas marcações (azimutes) ao mesmo farol. Sabemos que num triângulo rectângulo de lados iguais os dois catetos fazem um ângulo de

90º entre si, sendo cada um dos outros dois ângulos de 45º. Assim, se marcarmos o 1º azimute ao Farol quando este faz com o nosso rum 45º e, nesse

momento, começamos a contar o tempo que levamos a percorrer o caminho entre a 1ª marcação (azimute) e a 2ª marcação (azimute) tirada ao mesmo Farol, quando este fizer 90º com o rumo, temos a distância percorrida que é igual à distância ao Farol.

Ângulo entre Três Objectos Com o auxílio do sextante, conseguem-se pontos dos mais rigorosos que podemos encontrar. Desde que tenhamos à vista 3 objectos conhecidos que estejam devidamente indicados na

carta de navegação, medem-se com o sextante os ângulos entre o objecto da esquerda e o central (( ) e o central e o da direita ( ( ).

Como esses dois ângulos determinam duas circunferências, o cruzamento das duas dá-nos o ponto do navio.

O ponto é colocado na carta por meio de um compasso de 3 pontas (Station pointer), onde anteriormente se marcaram os ângulos achados.

Resguardos Ângulo vertical de resguardo Quando uma embarcação pretende passar entre dois obstáculos revelados, com a consulta

da carta de navegação, pode empregar o ângulo vertical de resguardo. Sabendo a altura e a distância a que pretende passar pode transformar esses dados em

ângulos verticais e, usando o sextante, basta conservar o ângulo entre os limites determinados. Azimute de resguardo Um azimute fornece uma linha limite, além da qual é perigoso navegar. Enfiamento de resguardo Constitui uma forma de navegar nas entradas de barras, possibilitando ao navegador saber

até que ponto se pode desviar do enfiamento principal. Sonda de resguardo Se os fundos são regulares, a embarcação pode manter-se à custa de sondagem fora dos

fundos previamente fixados.

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Alinhamento Diz-se que a embarcação se encontra no alinhamento de dois pontos, quando se situa entre

esses dois pontos, no segmento de recta que os une. O alinhamento é pouco prático como linha de posição, a menos que a navegação dispense certo rigor. De facto, numa embarcação pequena, sem instrumentos de observação adequados, é muito difícil determinar com exactidão o momento em que se cruza um alinhamento.

Em certos casos, contudo, um alinhamento pode ser útil como linha de resguardo, principalmente quando uma embarcação tiver de seguir um rumo mais ou menos paralelo ao alinhamento sem o cruzar para o outro lado. Concretizando por meio de um exemplo, suponha-se que uma embarcação pretende entrar a barra de um rio em condições de visibilidade que lhe não permitem avistar, das vizinhanças da bóia de espera, o enfiamento respectivo, vendo-se, no entanto, o Castelo situado numa das margens do rio.

Neste caso, o navegador procurará seguir a um rumo sensivelmente paralelo ao alinhamento da citada bóia com o Castelo, sem o cruzar para o lado Norte. Para ter a certeza de que se mantém a Sul do alinhamento, poderá aproar ao Castelo, de vez em quando e verificar, no instante em que a embarcação se encontra em boa pontaria, se a bóia fica ligeiramente para bombordo da popa, como convém.

5ª Prova Manobra O - Demonstrar ter conhecimentos sobre elementos naturais marítimos (ventos, marés,

ondas e correntes) e ter noções gerais de navegação à vela: mareações; acções do vento nas velas; virar de bordo; rizar pano

Massas de Ar A massa de ar é uma extensa porção da atmosfera homogénea quanto à distribuição

horizontal da temperatura e humidade. A sua origem pode ser (no ponto de vista geográfico) Polar e Tropical na região do Atlântico

Norte. O conhecimento das características de uma determinada massa de ar é do mais importante

para uma previsão. Devido ao seu movimento, podemos prever a sua passagem em determinada região e, conhecendo as suas propriedades prever as condições de tempo durante a sua passagem.

Características de uma massa de ar frio - uma humidade pequena; - temperatura muito baixa; - desloca-se rápidamente; - boa visibilidade (raramente inferior a 10 Km). Características de uma massa de ar quente - grande humidade; - temperatura elevada; - desloca-se mais devagar que a massa de ar frio; - visibilidade fraca.

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Vento O vento é o movimento horizontal do ar relativamente à superfície terrestre. O vento deriva das diferenças de temperatura e das diferenças de pressão. O ar desloca-se de uma zona de altas pressões para uma zona de baixas pressões. O ar no Hemisfério Norte move-se no sentido dos ponteiros do relógio à volta de uma alta

pressão e, move-se no sentido contrário à volta de uma baixa pressão. Brisa Marítima e Brisa Terrestre Tem origem na diferença de pressão atmosférica resultante das diferenças de temperatura

entre o mar e a terra. De dia a terra aquece mais que o mar o que dá origem a uma baixa de pressão. O vento sopra

do mar para terra. Brisa Marítima. De noite a terra arrefece. A pressão atmosférica sobe passando a ser maior em terra. Brisa

Terrestre. A intensidade do vento é tanto maior quanto mais próximas estão as linhas Isobáricas uma

das outras. Mar e Ondulação Vaga - São as ondas levantadas pelo vento. Ondulação - São as ondas deixadas pelo vento depois deste passar. Escala de (Beaufort) Vento e Mar VENTO Nº_VELOCIDADE NÓS_DESCRIÇÃO DO VENTO_ALTURA DAS ONDAS_DESCRIÇÃO __0_0 - 1_Calmo_-_Estanhado __1_1 - 3_Aragens_-_Chão __2_4 - 6_Fraco_0,50_Encrespado __3_7 -10_Bonançoso_0,50 - 1_Encrespado __4_11 - 16_Moderado_1 - 2_Pequena Vaga __5_17 - 21_Fresco_2 - 3_Vaga __6_22 - 27_Muito Fresco_3 - 4_Vaga Larga __7_28 -33_Forte_4 - 5_Grosso __8_34 -40_Muito Forte_5 - 6 _Alteroso __9_41 - 47_Tempestuoso_6 - 8_Tempestuoso __10_48 -55_Temporal_8 - 10_Encapelado __11_56 - 63_Temporal Desfeito_10 - 13_Excepcional __12_64 ou +_Furacão_> 13_Excepcional __Correntes Existem as correntes de Vento e as correntes de Maré.

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As primeiras são causadas pelos ventos predominantes em certas regiões do Globo e vêm indicadas nas cartas de correntes.

As segundas são causadas pelas Marés como as do Estreito de Gibraltar e do Canal da Mancha.

Estas mesmas correntes não só influenciam o “Caminho” como também a velocidade da embarcação.

As horas e direcções destas correntes são sempre dependentes do fenómeno das Marés e referidas aos Praia Mares do porto que estiver mais próximo, como por exemplo ao Estreito de Gibraltar que estão referidas aos Praia Mares em Gibraltar.

O variar do nível das águas origina correntes que o navegador tem que ter em conta quando navega junto à costa, baías ou foz de rios. Junto aos rios esta corrente aumenta com o Baixar da Maré e diminui com a Subida. Variam também com a configuração da costa.

Marés Marés são os movimentos alternativos do nível da água do mar. São consequência da

atracção exercida sobre as águas pelo Sol e Lua. A influência da Lua é muito maior que a do Sol apesar do seu volume ser menor, pois a atracção é inversamente proporcional ao cubo das distâncias.

Nível Médio - É o nível que teriam as águas se não existisse o fenómeno das

Marés. É a média dos níveis das águas durante longos períodos. Zero Hidrográfico- É o plano a que são referidas as Sondas indicadas nas cartas. Praia-Mar - É o plano de água mais elevado que atinge determinada Maré em

relação ao Zero Hidrográfico. Baixa-Mar - É o Plano de água mais baixo que atinge determinada Maré em

relação ao Zero Hidrográfico. Amplitude de Maré- É a diferença entre o Praia-Mar e o Baixa-Mar de determinada Maré. Altura de Maré - É a altura da Maré em determinado Local e Momento sobre o Zero

Hidrográfico. Sonda Reduzida - A altura do Zero Hidrográfico sobre o fundo. Valor indicado nas

Cartas de Navegação. Sonda à Hora - A altura, em determinado momento, do nível da água sobre o fundo. Marés Vivas e Marés Mortas Marés Vivas - Dão-se quando o Sol e a Lua estão em conjunção ou oposição. (Lua Nova e Lua

Cheia). Marés Mortas - Dão-se quando o Sol e a Lua estão em quadratura. (Quarto Minguante e

Quarto Crescente). Enchente, Vazante e Estofo Enchente é o afluxo da massa de água em determinado local da terra. Vazante é o refluxo da massa da água em determinado local da terra. Estofo é o momento em que a água está imobilizada na Praia-Mar e na Baixa-Mar. A sua duração é maior nas Marés-Mortas e menor nas Marés-Vivas.

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Mareações Em linguagem náutica o termo mareação designa o ângulo em que o vento incide sobre as

velas de uma embarcação; é avaliado a contar da linha da proa ou da popa e em relação a uma circunferência cujo centro passa a ser o próprio centro do casco.

Conforme a zona da embarcação por onde sopra o vento assim temos os três tipos fundamentais de mareações:

Bolina - O vento sopra pelas amuras; Largo - O vento sopra pelo través; Popa - O vento sopra pelas alhetas. A Bolina divide-se em: Bolina Cerrada - Quando a mareação está entre 0º e 67.5º; Bolina Folgada - Quando a mareação está entre 67.5º e 90º. A um Largo é quando a mareação está entre 90º e 157.5º. A Popa divide-se em: Popa Aberta - Quando a mareação está entre 157.5º e 180º; Popa Arrasada - Quando a embarcação recebe o vento pela popa. Navegação à Vela Se é fácil compreender como uma embarcação navega à popa ou até mesmo a um largo, pois

que a acção do vento é apenas a de empurrar a embarcação. Um pouco mais difícil se torna compreender como é possível navegar quase contra o vento! Suponhamos que temos um bocado de sabão, cortado como se vê na fig.. Imaginemos que ele

está sobre uma tábua lisa e escorregadia carregamos com força no sabão conforme a direcção da seta (A) o sabão anda na direcção da seta (B).

Se considerarmos o mesmo em relação à embarcação visto por cima na mesma fig., o vento carrega nas velas na direcção da seta (A) e a embarcação anda na direcção da seta (B), tal como o sabão na tábua.

Mas reparem que o sabão anda para a direita e não para baixo porque a tábua não deixa. Do mesmo modo a embarcação anda para a frente, porque há uma coisa que não deixa andar

de lado. É a resistência do patilhão na água. Por isso nunca se esqueçam de arrear o patilhão porque de outro modo não conseguem andar

à bolina. Para navegarmos à vela temos de saber manobrar a embarcação (governar) e orientar as

velas (marear) de modo a conseguirmos o melhor andamento com a maior segurança. É sobre isso que vamos falar, quer a embarcação tenha uma, duas ou mais velas. Diz-se que a embarcação está amurada ou vai com amuras a Bombordo (BB) ou

Estibordo(EB) quando recebe o vento por (BB) ou (EB) respectivamente. Orçar - É alterar o rumo aproximando a proa da linha do vento. Arribar - É alterar o rumo afastando a proa da linha do vento. Virar de Bordo - É a manobra que se faz para mudar de amuras, isto é, para seguir outro

rumo. Bordo - É o caminho feito em cada amura. Caçar e Folgar uma Vela - É a acção de puxá-la ou largá-la com o auxílio da escota.

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Aquartelar uma Vela - É caçá-la a Barlavento. Em Relação ao Vento Barlavento - É o lado de onde sopra o vento. Sotavento - É o lado para onde vai o vento. Virar por D’Avante - É mudar de amuras, passando com a proa pela linha do vento. Virar em Roda ou Cambar - É mudar de amuras passando com a popa pela linha do vento. Rizar uma Vela - Consiste em reduzir a superfície de vela exposta ao vento. 6ª Prova Vivência da Fé O - Fazer a relação dos dez artigos da Lei de Escuta e Princípios com os dez Mandamentos Todo o homem e mulher têm o direito e o dever de seguir a sua consciência, mas também a

responsabilidade de a formar de acordo com a verdade e à luz da fé. Os Homens têm dentro de si, intuições inatas que o orientam e o ajudam a compreender que

determinadas formas de vida devem ser procuradas e o que está em oposição a elas deve ser evitado. Pode-se considerar portanto essas regras, uma lei natural, lei essa que Deus estabeleceu em nós quando formou as nossas tendências inatas e a nossa capacidade natural de compreensão, donde orientamos as nossas vidas para a nossa própria realização, realização essa que é o bem completo que Deus projecta para nós.

Mas os Homens, para a sua vida diária, para as suas relações com os seus semelhantes, têm necessidades de indicações mais concretas. Já no tempo de Moisés, Deus quis lembrar as Leis que tinha “colocado” no fundo da consciência de cada um. Estas Leis são os preceitos do Decálogo ou os Mandamentos; enfim, a Lei de Deus. Na origem que viria a ser um movimento mundial - o Escutismo - movimento esse, ao qual de início aderiram espontaneamente grande número de jovens também criou uma lei.

Era realmente uma adesão espontânea porque era realmente intuitivamente um método e um estilo de vida e orientavam-se segundo esse método, mas era necessário algo que os orientasse, algo de concreto que os ajudasse a seguirem firmes nesse caminho.

É a Lei, a Lei do Escuta. Depois de todas estas considerações aparece em jeito de biografia de Baden-Powell. Chegamos, assim, ao ponto fulcral da questão, neste caso, a Lei do Escuta. Chegámos na

verdade a uma conclusão, se assim se pode chamar, idêntica à do 1º Mandamento: Uma Lei destina-se a animar na consciência de cada um, as normas a que voluntária, ou até,

instintivamente se propôs, e a ajudar a seguir firme o caminho que essas mesmas normas lhe indicam. Portanto quer a Lei do Escuta e os Princípios quer a Lei de Deus, ajuda-nos a viver o nosso ideal e alcançar os objectivos que assumimos: como Companheiros, no 1º e como filhos de Deus no 2º.

Vemos portanto, que o objectivo essencial das duas leis é o mesmo, aliás, é o mesmo também para qualquer outra Lei, pelo que já foi exposto.

Importa agora estudar a relação que existe entre os objectivos concretos de cada uma. São duas leis independentes, é certo, mas indirectamente ligadas, daí a sua dualidade. Podemos concluir isso mesmo numa análise mais pormenorizada. Na Lei de Deus, temos os

três primeiros Mandamentos (adorar um único Deus, não invocar em vão o Seu nome e guardar os Domingos), que dizem respeito aos nossos deveres para com Deus; os sete restantes (honrar pai e

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mãe, não matar, guardar castidade, não roubar, não levantar falsos testemunhos e não cobiçar os bens alheios) dizem respeito aos deveres para com os nossos semelhantes.

Quanto aos primeiros não encontramos na Lei do Escuta, mas sim nos Princípios (o Escuta orgulha-se da sua fé e por ela orienta toda a sua vida), no entanto se tomarmos o segundo artigo (o Escuta é leal) chegamos também até lá: a lealdade do Escuta implica imediatamente que esses três primeiros Mandamentos sejam cumpridos.

Na verdade se o Escuta é leal, tem lealdade para com Deus, para com tudo o que assumiu perante Desus. Claro que, deste modo, o segundo artigo da Lei engloba o Decálogo (o mesmo se pode dizer do 7º, embora de uma forma mais restrita), mas os últimos sete já estão na Lei do Escuta com referências concretas e directas.

Neste caso, e por ordem numérica, são os seguintes: Para o 4º (honra pai e mãe) temos s 5º (o Escuta é delicado e respeitador); para o 6º e 9º

temos o 10º (o Escuta é puro nos pensamentos, palavras e acções); para o 7º e 10º temos o 9º (o Escuta é sóbrio, económico e respeitador do bem alheio).

Vemos assim que há uma íntima relação entre as “Duas Leis” e os “Princípios” podendo concluir-se que:

Um bom Companheiro, aquele que cumpre a sua Lei, será certamente um bom filho de Deus e não estará muito longe de cumprir a Sua Lei.

7ª Prova Saúde O - Saber sinais, sintomas e respectivos primeiros socorros de hemorragias e fracturas,

executando as imobilizações Feridas e Hemorragias Para funcionar eficazmente, o corpo tem de dispor de sangue que circule em quantidade e

pressão suficientes para irrigar constantemente todos os tecidos orgânicos. Perdas abundantes de sangue afectam a circulação e podem danificar os tecidos, especialmente os dos orgãos principais; esta situação pode conduzir à morte do sinistrado.

Uma ferida é um corte na pele ou outro tecido de revestimento que permite a saída de sangue. As feridas externas são agravadas pelo facto de os germes (bactérias) poderem penetrar nos tecidos e causar uma infecção.

Por outro lado, um sinistrado pode ter uma infecção em circulação, a qual pode ser transmitida ao socorrista por uma ferida dele. Por isso lave as mãos sempre que possível, antes e logo depois de socorrer feridas.

Tipos de Feridas As feridas podem ser externas ou internas. Nas feridas externas, o sangue sai

directamente do corpo, dando, portanto, origem a hemorragias externas. Há-as de vários tipos: feridas incisas, dilacerantes, punctiformes, escoriações e feridas penetrantes. Nas feridas internas, o sangue sai do sistema circulatório mas não do corpo, pelo menos numa fase inicial, dando lugar a hemorragias internas. Podem notar-se através de equimoses ou manchas de sangue por debaixo da pele ou nem sequer serem visíveis à transparência (hemorragias internas

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invisíveis). Se o sangue chegar a sair pelos orifícios naturais do corpo (boca, ouvidos, nariz, ânus, uretra), estamos perante hemorragias internas visíveis.

Feridas Incisas Uma faca, uma lâmina ou o bordo cortante duma folha de papel podem causar uma ferida

incisa. Este tipo de ferida pode sangrar abundantemente porque um corte a direito nos vasos sanguíneos não lhes permite contraírem-se com facilidade.

Feridas Dilacerantes A pele pode ficar dilacerada em contacto com arame farpado, máquinas ou as garras de um

animal. Estas feridas têm tendência para sangrar menos abundantemente que as incisas porque os vasos sanguíneos contraem-se mais rapidamente; nos cortes irregulares, os coágulos formam-se com relativa facilidade. Estas feridas infectam, por vezes.

Feridas Punctiformes Pregos, agulhas, ancinhos, gradeamentos, até alguns dentes, podem causar feridas que dêem

origem a lesões internas graves. Nas feridas profundas, o risco de infecção é elevado devido à penetração de germes e à sujidade.

Escoriações - Abrasões Resultam normalmente duma queda em que as mãos ou outras do corpo são arrastadas pelo

chão. As camadas superficiais da pele ficam levantadas, deixando exposta uma área sensível, “em carne viva”. Estas feridas contêm, muitas, sujidades ou areias, que facilmente provocam uma infecção.

Certas queimaduras por fricção em que a pele fica arranhada, são socorridas como escoriações.

Feridas Penetrantes Este tipo de feridas, normalmente causadas por balas ou facas de ponta, podem provocar

lesões internas graves. Ficará uma ferida onde a bala entra no corpo e, muitas vezes, uma ainda maior onde a bala sai. Os orgãos internos, os tecidos e os vasos sanguíneos podem ser danificados aquando da passagem da bala através do corpo. Além da hemorragia externa, podem verificar-se hemorragias internas.

Contusões Podem ser causadas por uma queda ou por um golpe de um objecto contundente que rasga a

pele e provoca equimoses nos tecidos circundantes. Numa contusão, o risco de lesões nas estruturas subjacentes (por exemplo, fractura) deve ser considerado. Em caso de equimose, os vasos sanguíneos danificados deixam passar o sangue para os tecidos, apesar da pele permanecer intacta.

Os Perigos das Hemorragias Normalmente, a perda de 500cm3 de sangue num adulto quase não se nota (por exemplo,

num dador). Mas, quando essa perda atinge 1,5 litros (1500 cm3 ou cerca de um terço do volume

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total de sangue), as consequências podem ser graves porque não fica sangue suficiente para circular através do corpo. Se não actuar rápidamente para estancar uma hemorragia grave, a vítima corre o risco de entrar em estado de choque, ou até morrer.

Os sintomas e sinais duma hemorragia grave são devidos, por um lado, à própria perda sanguínea e, por outro, à reacção do organismo a essa perda; mas nem sempre são todos visíveis.

( A cara e os lábios da vítima tornam-se pálidos e a pele fria e húmida à medida que os vasos sanguíneos que irrigam se contraem para fazer chegar o sangue aos orgãos vitais;

( Para compensar a perda de sangue, a pulsação acelera-se mas enfraquece; ( Se a hemorragia se prolongar, pode haver uma diminuição do fluxo sanguíneo que irriga o

cérebro e daí resultar perda de visão, de equilíbrio, perturbações da consciência e desmaio. ( A vítima pode, além disso, mostrar-se ansiosa, inquieta e faladora pela mesma razão; ( A hemorragia pode também provocar uma sensação de sede que resulta da necessidade

natural do organismo de substituir o fluido perdido e uma ventilação sôfrega para superar a falta de oxigénio. Deve actuar-se rápidamente para estancar qualquer hemorragia se:

( Estiver a perder-se uma grande quantidade de sangue; ( A hemorragia for arterial - sangue vermelho-vivo que sai em jactos regulares; ( A hemorragia se tiver prolongado por um período anormalmente longo. Hemorragias Graves Quando alguém se corta, sangra porque a pressão no interior dos vasos sanguíneos força a

saída do sangue. No caso de hemorragia arterial, o sangue vermelho-vivo sai ao ritmo dos batimentos cardíacos; no caso da hemorragia venosa, o sangue é vermelho mais escuro e sai com menos pressão; nos capilares, o sangue sai em toalha. O organismo tem certos mecanismos naturais que reduzem ou estancam espontaneamente a hemorragia. Quando ocorre um ferimento, a extremidade cortada do vaso sanguíneo contraí-se, reduzindo a perda de sangue e fazendo baixar a pressão sanguínea. Formam-se então coágulos que fecham os vasos lesados. Quanto mais lentamente o sangue sair duma ferida, mais fácil é a formação do coágulo; quanto mais depressa o sangue sair, mais difícil é a conservação dos coágulos formados.

Hemorragias Externas Graves Ocorrem com muita frequência depois duma incisão profunda ou laceração na pele,. É uma

situação dramática e pode desviar a sua atenção das prioridades de socorro. Não te esqueças que, se a vítima não ventilar, tens de começar imediatamente a ventilação artificial; se a vítima estiver inconsciente, mantém a via área desobstruída e só depois deves socorrer a hemorragia. Caso não se verifique nenhuma destas situações, coloca a vítima na posição que for mais conveniente para controlar a hemorragia.

Uma hemorragia grave deve ser parada o mais depressa possível. Nalguns casos, chegarás à conclusão de que só é possível reduzir, e não propriamente estancar, o fluxo sanguíneo, mas isto pode ser o suficiente para salvar a vida do sinistrado. Actua pela ordem indicada a seguir:

1. Aplica primeiro uma compressão directa sobre a ferida e, só se não for possível fazê-lo ou não resultar e suspeitar de hemorragia arterial, deves aplicar a compressão indirecta.

2. Coloca a vítima numa posição que te permita controlar o fluxo sanguíneo. 3. Lava as suas mãos com água e sabão depois de prestado o primeiro socorro.

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Sintomas e Sinais ( Hemorragia externa grave evidente. ( Sintomas e sinais de choque: A vitima queixa-se de sede. A visão pode ficar turvada e a vítima sente zumbidos nos ouvidos, tonturas e pode desmaiar.

A face e os lábios tornam-se pálidos. Pele fria e húmida. A pulsação acelera-se mas enfraquece. A vítima fica desassossegada e faladora. A ventilação torna-se menos profunda, por vezes acompanhada de bocejos e suspiro (falta

de ar). Possível inconsciência. Objectivo Estancar a hemorragia O MAIS DEPRESSA POSSÍVEL. Limpar e pôr um penso na ferida

para reduzir a perda de sangue e evitar a infecção. Providenciar o transporte urgente para o hospital.

Socorro Expõem a ferida e verifica se contém corpos estranhos ou existe alguma fractura

associada. Excluídos estes casos, aplica a compressão directa para estancar a hemorragia, exercendo a pressão com os dedos ou palma da mão. Sempre que possível, em vez de aplicares a mão ou os dedos directamente sobre a ferida, usa uma compressa de gaze. Se a ferida estiver a babar, junta os bordos para tornar a compressão mais eficaz.

Deita a vítima. Se a ferida for num dos membros e não suspeitares de fractura, levanta o membro e segura-o. Se suspeitares de fractura, procede conforme as instruções no capitulo das fracturas.

Aplica um penso esterilizado mas sem medicamentos, certificando-te de que cobre uma superfície maior que a da ferida. Comprime-a e segura-a com uma ligadura ou gravata. Aperta o suficiente para estancar a hemorragia, mas não a ponto de cortar a circulação. Imobiliza a área lesionada.

Se não dispuseres de um penso próprio, coloca uma compressa de gaze sobre a ferida, cobre-a com um bocado de algodão hidrófilo e liga-a firmemente. Pode improvisar-se um penso com qualquer tecido apropriado ou lenço de bolso limpos.

4. Se a hemorragia continuar, aplica mais pensos ou compressas e liga firmemente, MAS NUNCA SE RETIRA O PRIMEIRO PENSO OU COMPRESSA.

Se a ferida for num dos membros e a compressão directa e elevação se revelarem ineficazes, aplica a compressão manual indirecta sobre a artéria principal que irriga o membro.

Não apliques a compressão manual indirecta nem o garrote por mais de quinze minutos. 5. Para atenuar o choque, actua como se indica no capitulo de estado de choque. 6. Manda transportar imediatamente a vitima para o hospital.

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Nota: Recomenda-se o uso do garrote, técnica ensinada em cursos de primeiros socorros, apenas nos casos em que o número de situações de socorro essencial exceda o número disponível de socorristas.

Amputações Avanços recentes da cirurgia tornaram possível a reimplantação de membros e dedos

amputados. As hipóteses de êxito são tanto maiores quanto mais depressa a vítima e a parte amputada forem levadas para o hospital. Coloca sempre a porção amputada num recipiente apropriado para a proteger e, se possível, este dentro de outro recipiente com gelo. Avisa imediatamente o pessoal de serviço de urgência da ocorrência para que o hospital possa preparar uma equipe cirúrgica especializada.

Objectivo Estancar a hemorragia e levar a vítima e o segmento amputado para o hospital, o mais

depressa possível. Socorro 1. Estanca a hemorragia utilizando a compressão manual, directa ou indirecta, conforme a

parte amputada do membro. Tem o maior cuidado para não danificares o coto. 2. Mete a parte amputada num saco de plástico limpo para não se contaminar nem secar, Se

possível, introduzir o saco num recipiente com gelo. Contudo, o saco deve ser embrulhado num material adequado para que a porção amputada não fique em contacto com o gelo.

Nota: Escreve legivelmente no invólucro o nome da vítima e a hora a que se deu a amputação, com quatro algarismos e zeros traçados - 1(:28.

3. Manda levá-la imediatamente para o hospital. Corpos Estranhos Remove com cuidado quaisquer corpos estranhos pequenos da superfície duma ferida, se

saírem facilmente com uma esponja ou água fria. Se a vítima tiver um corpo estranho grande encravado na pele, nunca tentes retirá-lo, pois ele pode estar a fechar a ferida e a estancar a hemorragia. Além disso, os tecidos circundantes podem ficar mais danificados se tentares tirá-lo.

Socorro 1. Para estancar a hemorragia, aplica a compressão manual directa, apertando os bordos da

ferida ao longo do corpo estranho, se ao fazê-lo, a vítima não sentir dores maiores. Em caso de dúvida sobre a forma do corpo estranho invisível ou se a dor aumentar, aplica a compressão manual indirecta.

2. Cuidadosamente, coloca um pedaço de gaze sobre e/ou à volta do corpo estranho, sem fazer pressão.

3. Coloca as rodilhas ou sogras necessárias à volta da ferida. Se possível devem ficar com altura suficiente para evitar a pressão sobre o objecto. Segura o penso com uma ligadura.

Se não for possível fazer rodilhas com altura suficiente, deixa o corpo estranho saliente. Fixa com uma ligadura em diagonal. Certifica-te de que a ligadura não passa por cima do corpo estranho.

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4. Eleva a parte lesionada e imobiliza-a o mais possível. 5. Transporta imediatamente para o hospital fazendo uma suspensão do membro, quando se

tratar dum membro superior. Se persistir hemorragia grave, deita a vítima e eleva a parte lesionada. Se continuar ainda,

usa a compressão manual indirecta. Se a vítima estiver empalada num gradeamento ou outro tipo de ferro pontiagudo, não

tentes tirá-la; alivia-a apenas do peso dos membros e do tronco. Chama imediatamente uma ambulância e solicita também a assistência dos bombeiros, porque podem ser necessárias ferramentas especiais.

Hemorragias Externas sem Gravidade Muitas feridas são relativamente vulgares e sangram pouco. Apesar de o sangue poder sair

em toalha de todas as partes da ferida, depressa parará por si. Um pequeno penso adesivo é normalmente quanto basta. Só precisas de recorrer à assistência médica se houver um sério risco de infecção.

Sintomas e sinais ( Dor no sítio da ferida. ( Fluxo constante de sangue misturado. Objectivo Limpar a ferida e aplicar-lhe um penso, o mais depressa possível, para prevenir a infecção. Socorro 1. Sempre que possível, lava as mãos antes de mexeres numa ferida. Provisóriamente, protege-a com uma compressa esterilizada. Com cuidado, limpa a pele à

volta da ferida com água e sabão. 2. Depois, se a ferida estiver suja, lava-a com água corrente e sabão. Limpa-a

cuidadosamente do centro para a periferia, usando cada compressa uma só vez e tendo o cuidado de não destruir qualquer coágulo de sangue. Seca-a com pequenos toques suaves.

3. Se a hemorragia persistir, aplica a compressão directa. 4. Numa ferida pequena, coloca um penso adesivo. 5. Suspende a parte lesionada; se suspeitares de fractura, deves imobilizar primeiro. 6. Se tiveres dúvidas acerca da lesão, procura assistência médica. Nota: O sabão tem algumas propriedades anti-sépticas. Nunca uses anti-sépticos corantes

mesmo que a ferida te pareça inofensiva. Poderás, em contrapartida, usar anti-séptico corados mas que, por se tratar de soluções aquosas, não deixam a pele corada.

Se a ferida for mais extensa ou mais profunda, aplica um penso esterilizado sem

medicamentos ou uma gaze e uma compressa limpa e fixa-a firmemente com uma ligadura. Não tentes quaisquer lavagens e envia a vítima a um centro clínico ou a uma urgência hospitalar.

Hemorragias Internas

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A hemorragia interna pode sobrevir na sequência de determinadas lesões, como uma fractura ou um esmagamento, ou provocada por uma situação clínica, como uma úlcera no estômago que sangra. Os orgãos internos, como por exemplo, o baço ou o fígado, podem sofrer lesões sem haver sinais externos evidentes.

A hemorragia interna é tão grave ou mais que a externa. Apesar de o sangue não sair do corpo, sai do sistema circulatório e os orgãos vitais ficam desprovidos de oxigénio. O sangue acumulado internamente pode também causar problemas se pressionar orgãos vitais. Por exemplo, o sangue dentro do crânio pode comprimir o cérebro e provocar perda de consciência; uma hemorragia dentro do tórax pode impedir a expansão dos pulmões.

O sangue proveniente das lesões internas pode acumular-se e ficar retido numa das cavidades do corpo - hemorragia interna invisível; sair por um ou mais dos vários orifícios, como a boca ou o ânus - hemorragia interna visível, ou ainda manifestar-se sob a aparência de perda de cor e equimose. Por exemplo, sangue castanho-escuro, semelhante a borras de café pode ser vomitado (hematémese) e deve-se provavelmente a uma úlcera gástrica sangrenta. Sangue espumoso vermelho-vivo acompanhado de tosse profunda (hemoptise) pode ser causado por lesão ou doença pulmonar. Urina levemente fumada de sangue ou totalmente vermelha (hematúria) pode resultar de hemorragia de bexiga ou rim. O sangue pode também aparecer nas fezes em borra de café (melena) indicando hemorragia intestinal alta ou com sangue vermelho-vivo (rectorragia) indicando hemorragia do intestino baixo. Sangue vaginal pode resultar de perda menstrual, aborto ou lesões/doenças do útero.

Deves suspeitar sempre de hemorragia interna após uma lesão violenta, se houver sintomas e sinais de choque sem perda visível de sangue ou em caso de aparecimento de uma equimose cujo desenho “corresponda” às costuras e/ou textura da roupa da vítima.

Sintomas e Sinais Variam de acordo com a quantidade de sangue e a rapidez com que ele sai. ( Ocorrência de lesão passível de causar hemorragia interna. ( História da doença que pode provocar uma hemorragia interna (por exemplo, uma úlcera). ( Dor e sensibilidade à volta da zona afectada; edema e sensação de tensão. ( Sintomas e sinais de choque. A ventilação torna-se superficial, por vezes acompanhada de bocejos e suspiros (falta de

ar). A vítima mostra-se inquieta e faladora. A vítima queixa-se de sede. ( Pode aparecer sangue num dos orifícios do corpo - hemorragia interna visível. ( Em caso de grande perda de sangue, zumbidos nos ouvidos e visão turva. Objectivo Providenciar o transporte para o hospital porque, normalmente, não é possível estancar uma

hemorragia interna apenas com os primeiros socorros. Socorro 1. Deita a vítima com a cabeça baixa e de lado para assegurar a irrigação do cérebro,

excepto se semideitada sentir maior alívio (hemoptise). Diz-lhe para não se mexer.

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2. Se as lesões o permitirem, levanta as pernas da vítima para ajudar o fluxo sanguíneo a alcançar os orgãos vitais.

3. Desaperta quaisquer peças de roupa justa à volta do pescoço, do peito e da cintura.. 4. Sossega a vítima e explica-lhe que é necessário descontrair-se. 5. Verifica a ventilação, o pulso e os níveis de consciência, de 10 em 10 minutos. Toma nota

destes dados para o médico. 6. Examina a vítima para saber se há outras lesões e socorre-as, se necessário. 7. Se ela ficar inconsciente, abra-lhe a via aérea e verifica se ela ventila. Se necessário,

executa o ABC da ressuscitação e coloca-a em P.L.S.. 8. Mantém a vítima tapada e, se possível, com um cobertor debaixo do corpo. 9. Toma nota de qualquer secreção expelida ou vomitada pela vítima. Se possível, manda amostras, com a vítima, para o hospital. 10. Envia a vítima para o hospital, em maca, mantendo-a na posição adequada. Não ministres nada à vítima por via oral. Equimose (nódoa negra) Uma equimose consiste numa hemorragia interna de vasos sanguíneos danificados que passa

através dos tecidos e se evidencia na pele sob a forma de uma mancha. Uma queda sobre determinada parte do corpo, como por exemplo a anca e as nádegas, pode originar uma hemorragia interna considerável.

Sintomas e Sinais ( Dor e tumefacção na área afectada. ( Mancha arroxeada no sítio da lesão. ( A equimose pode reproduzir as rugosidades do vestuário. Este facto deve ser considerado

como um potencial sinal de perigo, pois pode indicar lesão de orgãos internos. Objectivo Moderar o fluxo sanguíneo, por arrefecimento e compressão ligeira. Socorro 1. Levanta e apoia a zona lesionada, na posição que a vítima achar mais confortável. 2. Aplica uma compressa fria na zona lesionada para reduzir a hemorragia e o edema. 3. Se tiveres dúvidas acerca da gravidade da lesão, procura assistência médica. Feridas infectadas Todas as feridas abertas estão sujeitas à contaminação por germes provenientes da própria

causa da lesão, do ar, da ventilação ou dos dedos do socorrista. Algumas partículas de sujidade podem ser removidas, pela hemorragia, dos tecidos danificados.

Quaisquer germes nocivos remanescentes são normalmente destruídos pelos glóbulos brancos do sangue, deixando a ferida limpa e desinfectada.

O socorro usual de feridas inclui prevenção da infecção. Contudo, qualquer ferida que, após 48 horas, não tenha começado a sarar devidamente, pode estar infectada devido à sujidade, aos

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tecidos mortos, a corpos estranhos e/ou bactérias ainda presentes. Se a infecção se desenvolver, pode ter consequências graves. Pode entrar no aparelho circulatório e, subsequentemente, espalhar-se pelas diversas partes do corpo, destruindo tecidos e, ocasionalmente, provocando a morte.

Sintomas e Sinais ( A ferida provoca cada vez mais dor e irritação. ( Tumefacção e vermelhidão da ferida e zonas circundantes, acompanhadas de uma sensação

de calor. ( A ferida pode supurar. ( Se a infecção for grave, provoca febre, suor, sede, arrepios e letargia. ( Gânglios linfáticos inchados e doridos. ( Leves traços vermelhos (vasos linfáticos infectados) podem ser visíveis na superfície

interna dos braços ou nas pernas, na direcção dos gânglios linfáticos. Objectivo Procura assistência médica o mais depressa possível. Socorro 1. Aplica sobre a ferida um penso esterilizado, sem medicamentos ou um tecido limpo, de

preferência esterilizado, que faça o mesmo efeito, fixe com uma ligadura. 2. Eleva e suspende a parte lesionada e imobiliza-a, sobretudo se tiver inchada. 3. Envia a vítima para o hospital. Infecção Tetânica Esta infecção particularmente perigosa, resulta duma substância tóxica produzida pelos

germes do tétano. Esta espalha-se pelos nervos do corpo, provocando violentos espasmos musculares sobretudo nos maxilares. É um problema difícil de tratar que, se não for atendido logo, pode conduzir à morte da vítima. Todas as feridas correm o risco de infecção. Contudo, o risco da infecção tetânica é maior numa ferida suja, especialmente se estiver contaminada por terra de lugares onde pastam animais; em feridas profundas contendo tecidos mortos; ou em tecidos onde houver um corpo estranho. A doença é evitável por imunização. Todas as pessoas devem ser vacinadas regularmente contra o tétano e o socorrista deve perguntar sempre a um sinistrado há quanto tempo recebeu a última inoculação. Qualquer vítima com uma ferida que não tenha sido vacinado contra o tétano, ou que a não tenha actualizado, deve ser enviada a um médico.

Casos Especiais de Hemorragias Há uma série de feridas e tipos especiais de hemorragia para os quais o seu socorro não

segue as normas gerais de compressão e/ou posicionamento da parte lesionada. Para estas situações sem as seguintes normas. Feridas na Cabeça - Escalpes

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As feridas na cabeça ocorrem com frequência quando há uma queda e são particularmente comuns em pessoas idosas, doentes ou intoxicadas. Outras causas possíveis são os acidentes rodoviários, lutas, acidentes desportivos e queda de objectos.

Estas feridas podem sangrar abundantemente devido à grande irrigação sanguínea da cabeça e porque a pele que reveste o crânio danificada, a pele rasga-se deixando aberta uma ferida com bordos bem abertos. A hemorragia pode parecer mais alarmante do que realmente é, mas é de considerar também a existência de fractura craniana.

Sintomas e Sinais ( Dor, sensibilidade e hemorragia da cabeça. Possível levantamento do couro cabeludo; ( Edema à volta da ferida; ( Possíveis sintomas e sinais de fractura craniana; ( Sinais de lesão cerebral podem ser evidentes; ( Pode sobrevir um estado de inconsciência. Objectivo Providenciar o transporte para o hospital porque todas as lesões na cabeça devem ser

examinadas por um médico. Estancar a hemorragia o mais depressa possível. Socorro 1. Estanca a hemorragia através de compressão manual directa. Coloca um penso ou uma

compressa que cubra uma área maior que a da ferida e ligue firmemente. Se houver uma fractura ou a presença de um corpo estranho, comprime cuidadosamente

para não agravar a situação. Nota: A ligadura na cabeça não se destina a aplicar a compressão directa para estancar uma

hemorragia grave. 2. Se a vítima estiver consciente, deita-a com a cabeça e os ombros ligeiramente

levantados, a não ser que tenha fortes motivos para suspeitar da coexistência de uma fractura associada da coluna, nomeadamente pela forma como ocorreu a lesão. Nesse caso, deita a vítima sobre um plano duro horizontal.

3. Verifica a ventilação, a pulsação e os níveis de consciência, de 10 em 10 minutos. 4. Se a vítima ficar inconsciente, abre-lhe a via aérea e verifica se ventila. Se necessário,

executa o ABC da ressuscitação e coloca-a em P.L.S., com o lado esquerdo voltado para cima. 5. Envia de imediato a vítima para o hospital, em maca, mantendo-a na posição adequada. Hemorragia do Ouvido - Otorragia Uma hemorragia vinda do interior do canal auditivo difere das que resultam de feridas

externas no ouvido. Geralmente, ocorre quando há uma ruptura do tímpano ou uma fractura craniana. A perfuração do tímpano pode resultar da introdução dum objecto num ouvido, de uma queda durante a prática de esqui aquático, de um mergulho ou da proximidade duma explosão.

As fracturas cranianas e/ou traumatismos crânio-encefálicos são mais graves e deve suspeitar-se da sua existência se sair do ouvido sangue e/ou um líquido claro e aquoso (líquido cefalorraquidiano).

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Sintomas e Sinais Se for do tímpano: ( Possível dor dentro do ouvido; ( Surdez; ( Fluxo moderado de sangue, saindo do ouvido. Se for do crânio: ( História que indica possível fractura craniana ou outro tipo de lesão na cabeça. ( A vítima queixa-se de dor de cabeça; ( Podem sair do ouvido pequenas quantidades de sangue misturado com líquido

cefalorraquidiano, claro e aquoso; ( Possível perda de consciência. Objectivo Providenciar o transporte para o hospital. Em caso de suspeita de fractura craniana,

prestar particular aos níveis de consciência. Socorro 1. Coloca a vítima consciente numa posição semi-sentada, com a cabeça inclinada para o lado

lesionado, de maneira que o sangue ou líquido cefalorriquidiano possam escoar-se. 2. Cobre o ouvido com um penso esterilizado e sem medicamentos ou com uma compressa de

tecido limpo, de preferência esterilizado, que faça o mesmo efeito. Fixa-o, sem pressionar. Não tampones o ouvido nem tentes estancar o fluxo que dele sai; a pressão pode exercer-se

dentro do ouvido médio. 3. Verifica a ventilação, a pulsação e os níveis de consciência, de 10 em 10 minutos; 4. Se a vítima ficar inconsciente, abre-lhe a via aérea e verifica se ventila. Se necessário,

executa o ABC da ressuscitação e coloca-o em P.L.S.; a cabeça deve estar deitada sobre o lado lesionado para permitir que o liquido escoe.

5. Manda a vítima para o hospital; transporta-a em maca, numa posição adequada. Hemorragia do Nariz - Epistaxe É uma situação comum devida a uma hemorragia dos vasos sanguíneos no interior das

narinas. Pode acontecer depois duma pancada no nariz ou ser o de se assoar. Contudo, o corrimento sanguíneo do nariz pode ser um sinal de fractura craniana e/ou traumatismo crânio-encefálico, T.C.E..

A epistaxe pode não só envolver uma perda considerável de sangue como também fazer com que a vítima engula ou inale uma grande quantidade do mesmo, originando o vómito ou afectando a ventilação.

Sintomas e Sinais ( Fluxo moderado de sangue saindo do nariz. ( Em caso de fractura craniana e/ou T.C.E., o sangue pode aparecer misturado com líquido

cefelorraquidiano.

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Objectivo Preservar a ventilação, impedindo a inalação de sangue, e estancar a hemorragia. Socorro 1. Senta a vítima com a cabeça bem para a frente e desaperta-lhe qualquer peça de roupa

justa ao pescoço e ao peito; 2. Aconselha a vítima a ventilar pela boca e a apertar a parte mole do nariz (está preparado

para a substituir, se ela ficar cansada); 3. Impede a vítima de falar, engolir, tossir, fungar ou escarrar. Diz à vitima para cuspir o

sangue que tiver na boca, se o engolir, pode sentir náuseas e vomitar. 4. Alivia a pressão, passados 10 minutos. Se a hemorragia não parou, continua por mais 10

minutos, enquanto for necessário. Não deixes a vítima levantar a cabeça. 5. Enquanto a cabeça estiver para a frente, limpa suavemente a zona à volta do nariz e da

boca com um algodão ou uma compressa embebida em água tépida. Não tampones o nariz, se pensares que a situação se deve a um traumatismo craniano. 6. Tampona ambas as narinas, mesmo que só uma sangre, com gaze (tira com cerca de 10 cm

de comprimento) introduzida, em forma de harmónio, com a ajuda duma pinça. Nota: Nunca uses algodão para tamponar narinas nem gaze embebida em água-oxigenada. 7. Quando a hemorragia parar, diz à vítima para evitar esforços e não assoar o nariz

durante, pelo menos, quatro horas, para não destruir o coágulo. 8. Apesar de muitas epistaxes serem fácilmente controláveis por esta forma, nunca será

inoportuno aconselhar a vítima a recorrer ao médico. Hemorragias da Boca Cortes na língua , nos lábios ou no interior da boca, passam muitas vezes de lesões triviais a

feridas mais extensas, São normalmente causadas pelos dentes da vítima aquando duma queda ou duma pancada na cara. A hemorragia pode ser abundante. A hemorragia do alvéolo de um dente pode ocorrer depois duma extracção. logo após a perda acidental de um dente, ou estar ligada a uma fractura do maxilar. A extracção ou a queda provoca geralmente uma ferida dilacerante na boca.

Sintomas e Sinais ( Hemorragia dentro ou à volta da boca; ( Dor na zona afectada; ( Hemorragia do alvéolo de um dente e possíveis dilacerações à volta dele. Objectivo Preservar a ventilação, impedindo a aspiração do sangue, e estancar a hemorragia. Se foi

arrancado um dente, procura a assistência de um dentista. Socorro 1. Pede à vítima que se sente com a cabeça inclinada para o lado lesionado, de forma a

permitir que o sangue se escoe;

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2. Coloca um penso limpo sobre a ferida e aplica uma compressão directa, apertando-a entre o polegar e os outros dedos. Se for num alvéolo dentário, coloca uma compressa espessa de gaze ou um pano limpo sobre o alvéolo do dente, e não dentro dele.

Nota: Esta compressa deve ser suficientemente espessa para que os dentes não batam uns nos outros, quando a vítima fecha os maxilares.

3. Diz à vítima para segurar a compressa com os dentes e morder durante 10 a 20 minutos, apoiando o queixo na mão;

4. Sem retirar a compressa, diz à vítima para cuspir o sangue que tenha na boca; se o engolir pode ter vómitos;

5. Passados 10 a 20 minutos, retira a compressa com cuidado para não destruir o coágulo e examina o alvéolo. Se ainda sangrar, muda a compressa e pede à vítima que continue a comprimi-la por mais 10 minutos;

Nota: O conteúdo do nº5 é uma excepção porque nunca se deve retirar o primeiro penso para aplicar outro.

Não lavar a boca, pois pode destruir o coágulo. Avisa a vítima para não ingerir bebidas

quentes nas 12 horas seguintes. 6. Se a hemorragia continuar ou recomeçar procura a assistência de um dentista ou de um

médico; 7. Se caiu um dente à vítima e foi encontrado, guarda-o dentro de um recipiente

devidamente rotulado e procura um dentista o mais depressa possível. Feridas nos Olhos Todas as feridas nos olhos são potencialmente graves. Mesmo escoriações superficiais

podem levar à danificação da córnea ou à visão e até cegueira. O olho pode sofrer um corte ou hematoma provocados por uma pancada directa, óculos

partidos ou pequenos fragmentos contundentes de metal, brita ou vidro. Sintomas e Sinais ( Perda de visão, parcial ou total, do olho afectado, mesmo que a lesão não seja visível; ( Dor no olho que se apresenta injectado de sangue, possivelmente com uma ferida visível no

globo ocular ou na pálpebra; ( Perda de sangue ou de um líquido claro, com progressivo achatamento do contorno normal

do globo ocular. Objectivo Proteger o olho, evitando que a vítima o mexa e procurar assistência médica. Socorro 1. Deita a vítima do costas. Apoia-lhe a cabeça, mantendo-a o mais imóvel possível. Não retires corpos estranhos que se tenham alojado no olho. 2. Diz à vítima para fechar o olho lesionado e, com cuidado, cobre-o com um penso ou uma

compressa esterilizada, sem medicamentos. Fixa-a com ligadura ou com um adesivo, utilizando debaixo da fixação uma rodilha para evitar compressões desnecessárias sobre o globo ocular.

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3. Aconselha a vítima a não mexer o olho são, porque o movimento transmite-se ao olho lesionado. Se necessário, vende ambos os olhos para evitar movimentos desnecessários. Sossega a vítima antes de o fazeres.

4. Manda transportar a vítima para o hospital, mantendo-a em posição adequada. Feridas na Palma da Mão As feridas na palma da mão podem ocorrer quando uma pessoa pega em vidros partidos, em

ferramentas afiadas ou cai sobre objectos pontiagudos. Este tipo de feridas sangra abundantemente e pode ser acompanhado de fracturas. Se a ferida for profunda, os nervos e os tendões podem ficar danificados.

Sintomas e Sinais ( Dor no sítio da ferida; ( Hemorragia abundante; ( Perda de sensibilidade e de movimentos nos dedos e na mão, se os nervos e os tendões

subjacentes tiverem sido cortados. Objectivo Estancar a hemorragia e providenciar o transporte imediato para o hospital, sem tentar

remover quaisquer corpos estranhos ali alojados. Socorro 1. Para estancar a hemorragia, coloca um penso esterilizado, uma gaze ou uma compressa

limpa sobre a ferida e aplica a compressão directa ou deixa a vítima fazê-lo. Se não dispuseres de nenhum penso ou compressa, utiliza um pano limpo. 2. Eleva o membro lesionado acima do nível do coração. 3. Pede à vítima que continue a exercer a pressão, fechando a mão sobre o penso. Se isto não for possível, a vítima deverá agarrar a mão lesionada com a outra. 4. Liga firmemente a mão usando as extremidades soltas do penso ou do lenço triangular

dobrado em gravata larga. Ata bem os nós para manter a pressão. 5. Coloca o braço ao peito com uma suspensão e providenciar o transporte para o hospital. Hemorragias de Veias Varicosas As veias das pernas têm numerosas válvulas que orientam o sangue na direcção do coração.

Quando estas válvulas se deterioram, o sangue tende a acumular-se e as veias ficam inchadas, tortuosas e salientes - varizes. Como as veias das pernas são grandes e corre nelas uma grande quantidade de sangue, se estiverem varicosas quando ocorre uma lesão ou rebentamento, verifica-se uma perda abundante de sangue. Se a hemorragia não for imediatamente estancada, a situação pode ser fatal.

Sintomas e Sinais ( Hemorragia externa abundante; sangue vermelho-escuro; ( Sintomas e sinais de choque; ( Pode sobrevir a inconsciência.

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Objectivo Estancar a hemorragia usando a compressão directa e providenciar o transporte imediato

para o hospital. Socorro 1. Deita a vítima de costas e eleva-lhe o membro lesado acima do coração. 2. Expõem imediatamente a ferida e aplica a compressão directa, carregando com os dedos

ou com a mão por cima de um penso. 3. Tira quaisquer peças de roupa apertadas, como meias, ligueiros ou cintas, que estejam a

dificultar a circulação para o coração. 4. Coloca uma compressa macia sobre o penso. Deve ser suficientemente grande para cobrir

toda a área à volta da veia varicosa que sangra. Aperta bem a ligadura, de maneira a estancar o sangue, mas não a ponto de cortar a circulação.

Se não dispuseres de um penso em condições, coloca uma gaze sobre a ferida, cobre com um pedaço de algodão e liga firmemente. Em alternativa, improvisa um penso.

Se a hemorragia não parar e as ligaduras ficarem encharcadas de sangue, aplica outros pensos ou compressas e ligaduras por cima das primeiras.

5. Mantém a perna da vítima levantada e apoiada. 6. Manda a vítima para o hospital, mantendo-a na posição correcta. Feridas Penetrantes no Peito e nas Costas A grelha costal protege não só o coração, os pulmões e os grandes vasos sanguíneos

torácicos, mas também o fígado e o baço abaixo do diafragma na cavidade abdominal superior. As feridas no peito e nas costas, provocadas por uma faca afiada, uma bala que penetra no

corpo ou pelas costelas que perfuram a pele, permitem a entrada directa de ar na cavidade torácica. Estas feridas podem complicar-se, transformar-se em feridas aspirativas ou soprantes interferindo com a ventilação. Neste tipo de lesão, o pulmão do lado afectado esvazia, mesmo que não perfurado e torna-se incapaz de receber o ar. Além disso, quando as costelas se levantam durante a inspiração, o ar é sugado através da ferida, enchendo a cavidade torácica e prejudicando a acção do pulmão saudável e do coração. Como a quantidade de oxigénio que chega ao sangue pode ser insuficiente, a vítima corre o risco de asfixia. Uma ferida na frente ou na retaguarda do tórax inferior pode penetrar na cavidade abdominal e originar graves hemorragias internas.

Sintomas e Sinais ( A vítima sente dor no peito; ( Pode estar repentinamente alarmada; ( Dificuldade em ventilar; a ventilação torna-se superficial devido ao ar que enche a

cavidade torácica; ( Coloração azulada da boca, da base das unhas e da pele (cianose), sinal de que a vítima está

a sofrer de asfixia significativa; ( Expectoração com sangue espumoso vermelho-vivo, se o pulmão estiver lesionado; ( Pode ouvir-se o som do ar a ser aspirado para dentro do tórax, quando a vítima inspira;

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( Durante a expiração, um líquido ensanguentado borbulha na ferida no peito; ( Sintomas e sinais de choque. Objectivo Facilitar a ventilação fechando imediatamente a ferida. Providenciar o transporte urgente para o hospital. Socorro 1. Comprime imediatamente a ferida aberta com a palma da mão ou, de preferência, com a

mãos da própria vítima. 2. Coloca a vítima numa posição semi-sentada, com a cabeça e os ombros apoiados, vira o

corpo para o lado lesionado para que o pulmão não afectado fique para cima. 3. Acalma a vítima. 4. Com cuidado, cobre a ferida com um penso esterilizado e se medicamentos, o mais

depressa possível. 5. Se puderes, impermeabiliza o penso com um elástico, celofane ou folha de alumínio. Fixa o

penso com adesivo em 3 lados e/ou uma ligadura ou gravatas em forma de telhas sobrepostas. 6. Verifica a ventilação, o pulso e os níveis de consciência, de 10 em 10 minutos. Procura

sinais de hemorragia interna. 7. Se a vítima ficar inconsciente, abre-lhe a via aérea e verifica se ventila. Se necessário,

executa o ABC da ressuscitação e coloca-a em P.L.S. com o lado são voltado para cima. 8. Envia imediatamente a vítima para o hospital, transportando-a numa maca, na posição

adequada. Se houver um corpo estranho na ferida, fecha-a, apertando os bordos ao longo do corpo

estranho. Feridas Abdominais Feridas da parede abdominal podem ser causadas por instrumentos afiados ou por balas. Uma ferida profunda na parede abdominal é grave não só porque provoca uma hemorragia

externa como também porque os órgãos internos podem ficar perfurados ou dilacerados. Tanto num caso como noutro pode sobrevir uma hemorragia interna ou uma infecção. Parte do intestino pode também sair pela ferida.

Sintomas e Sinais ( Dor generalizada no abdómen; ( Hemorragia e feridas associadas na zona abdominal (podem limitar-se a um pequeno furo); ( Parte do intestino pode ser visível dentro da ferida ou saindo dela; ( A vítima pode vomitar; ( Sintomas e sinais de choque; ( Sinais e sintomas de hemorragia interna. Objectivo Minimizar a infecção, estancar a hemorragia e, ao mesmo tempo, impedir a procidência dos

intestinos. Providenciar o transporte imediato para o hospital.

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Socorro 1. Deita a vítima de costas com os joelhos semiflectidos para reduzir a tensão da área

devido à contractura dos músculos abdominais e evitar eventual abertura dos bordos da ferida. Apoia-lhe os joelhos.

2. Aplica um penso ou uma gaze e uma compressa na ferida e segura-a com uma ligadura ou um adesivo.

3. Para atenuar o choque, procede do modo como se actua em caso de estado de choque. Não empurres objectos salientes nem ministres nada à vítima por via oral. 4. Verifica a ventilação e o pulso, de 10 em 10 minutos. Procura sinais de hemorragia interna. 5. Se a vítima tossir ou vomitar, ampara-lhe o abdómen apoiando ligeiramente o penso para

evitar a procidência do intestino. 6. Se ela ficar inconsciente, abre-lhe a via aérea e verifica se ventila. Se necessário,

executa o ABC da ressuscitação e apoia-lhe o abdómen quando a colocares em P.L.S.. 7. Envia imediatamente a vítima para o hospital, transportando-a numa maca na posição

adequada. Se Parte Do Intestino Sair Pela Ferida 1. Não toques ou comprimas os intestinos salientes. 2. Cobre com um penso esterilizado ou um pano limpo sem pêlos e fixa-o com uma ligadura

pouco apertada. Se a vítima tossir ou vomitar, ampara a ferida como se indica em 5. 3. Coloca a vítima na posição indicada acima. Hemorragia Vaginal Pode ser uma hemorragia menstrual abundante ou o resultado de um aborto, de uma lesão

interna ou de violência sexual; a história clinica é essencial para se fazer um diagnóstico de urgência. Se suspeitares de aborto, socorre-a colocando um penso higiénico na vagina e de imediato enviá-la para o hospital.

Uma hemorragia menstrual abundante ou um aborto podem ser acompanhados de cãibras violentas. Estas aparecem, normalmente, no inicio do período, mas podem prolongar-se por vários dias.

Sintomas e Sinais ( A hemorragia da vagina passa de moderada a abundante. ( Pode haver sintomas e sinais de choque. ( Cãibras dolorosas na parte inferior do abdómen, região lombar ou na zona pélvica. Objectivo Sossegar a vítima e, em caso de dúvida sobre a gravidade da hemorragia, providenciar o

transporte para o hospital. Socorro

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1. Se possível, leva a mulher para um lugar onde possa ter uma certa privacidade ou arranja um biombo. Dá-lhe um penso higiénico ou uma toalha lavada para cobrir a entrada da vagina;

2. Deita a mulher com a cabeça e os ombros ligeiramente levantados e os joelhos flectidos, apoiados num cobertor (esta posição relaxa os músculos abdominais);

3. Se as dores forem violentas e obviamente devidas à menstruação, a vítima pode tomar um ou dois comprimidos analgésicos, desde que previamente receitados pelo médico;

4. Se a hemorragia persistir e for abundante, atenua a situação procedendo como no estado de choque.

Esmagamentos Estas lesões ocorrem, geralmente, em tremores de terra, bombardeamentos, acidentes de

viação e em minas e demolições. O esmagamento prolongado de uma massa muscular, por exemplo, nas coxas, leva ao choque devido à perda de sangue que se infiltra nos tecidos após se ter aliviado a zona esmagada.

São introduzidas em circulação substâncias tóxicas libertadas pelos músculos lesados as quais podem levar à insuficiência renal. Esta sequência é conhecida como síndrome de esmagamento.

Pelo perigo de insuficiência renal em todos os casos de esmagamento com duração superior a uma hora, chama imediatamente os serviços de emergência e não tentes libertar a vítima.

Sintomas e Sinais ( A vítima pode sentir picadas ou adormecimento no membro esmagado. ( Tecidos inchados e duros à volta da parte lesionada, devido a ter-se espalhado naquela

área o soro do sangue. ( Equimoses e formação de bolhas no sítio da lesão. ( Sintomas e sinais gerais de fracturas. ( O membro esmagado, ou entalado, fica frio, exangue e sem pulsação, se as artérias forem

comprimidas. ( Sintomas e sinais de choque. Objectivo Prevenir lesões renais. Promover assistência médica urgente e alertar os serviços de

emergência se o esmagamento tiver uma duração superior a uma hora. Socorro Se esmagado há menos de uma hora 1. Se o membro preso puder ser libertado, retire-lhe, sem demora, o peso de cima; Nota: Regista a hora a que a vítima foi salva e o tempo que durou o esmagamento. 2. Mantém a vítima deitada, com a cabeça baixa e as pernas, se possível, levantadas. Diz à vítima para não se mexer. 3. Estanca uma hemorragia que seja grave e socorre quaisquer feridas; imobiliza as

fracturas tanto quanto possível;

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4. Imobiliza o membro lesionado com almofadas e peças de roupa ou cobertores enrolados. Se as lesões o permitirem, suspende-o. Sempre que possível, as lesões por esmagamento devem ser deixadas descobertas;

5. Verifica a ventilação, o pulso e os níveis de consciência, de 10 em 10 minutos; 6. Se a vítima ficar inconsciente, abre-lhe a via aérea e verifica se ventila. Se necessário,

executa o ABC da ressuscitação e, sendo possível, coloca-a em P.L.S.; 7. Para atenuar o choque, procede como se trata-se de estado de choque; 8. Manda a vítima para o hospital, transportando-a numa maca e mantendo a posição

adequada; informe o pessoal da ambulância da duração do esmagamento. Nota: Se a lesão tiver um simples entalão de pequena duração e envolver apenas os dedos, a

mão ou o pé, coloca a parte lesionada debaixo de água fria para aliviar a dor. Se esmagado há mais de uma hora Não tentes retirar a vítima. 1. Acalma a vítima e coloca-a o mais confortável possível; 2. Alerta os serviços de emergência (Bombeiros, Hospitais) e, se possível, assistência

médica local; 3. Tem em atenção, se possível, os passos 3, 5, 6 e 8 descritos anteriormente. Mordeduras de Animais Os germes alojam-se na boca de todos os animais. A maior parte deles tem dentes aguçados

e pontiagudos. Por isso, as suas mordeduras deixam feridas punctiformes e os germes podem ser injectados profundamente nos tecidos. As mordeduras humanas também são potencialmente perigosas.

Qualquer mordedura que cause uma fenda na pele necessita de cuidados imediatos para evitar a infecção. Pode complicar-se pelo tétano e, nalguns países, pela raiva. O ataque de um cão pode também originar dilacerações múltiplas.

Sintomas e Sinais ( Uma ou mais pequenas feridas punctiformes com o desenho dos dentes. ( Os tecidos ficam rasgados, indicando uma ferida dilacerante. ( A hemorragia pode ser abundante ou ligeira, conforme a extensão da lesão. Objectivo Socorrer a ferida e procurar assistência médica; providenciar o transporte urgente para o

hospital. As mordeduras de cães devem ser comunicadas à policia e ao serviço de urgência hospitalar.

Socorro De Mordeduras Superficiais 1. Lava bem a ferida com água e sabão, durante cinco minutos. Seca e cobre com um penso

esterilizado, sem medicamentos; 2. Procura assistência médica;

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De Feridas Graves 1. Estanca qualquer hemorragia grave aplicando a compressão manual directa e coloca um

penso sobre a ferida; 2. Cobre a ferida com um penso esterilizado, sem medicamentos, e prende-o com uma

ligadura. 3. Acompanha a vítima ao hospital. Raiva É uma situação potencialmente fatal, transmitida pela saliva de animais infectados. É endémica em Portugal e em outros países. Se suspeitares que o animal que mordeu a vítima está infectado, a vítima deve ser tratada

medicamente (injecções) e o animal deve ser examinado por médico. Se possível, tenta isolar o animal sem te expores a qualquer perigo. Se o animal fugir, avisa as autoridades.

Mordeduras de Cobra Se bem que na fauna portuguesa haja poucas espécies de cobras venenosas, há quem as

possua como animais de estimação. Pode acontecer alguma delas fugir e atacar o próprio dono. Para além das lesões produzidas

pela mordedura, o susto pode provocar um estado de choque grave. Nos países onde há muitas cobras perigosas, é importante identificar a espécie para que

seja administrado o antídoto correcto. Assim, deves tomar nota da sua descrição ou, se a cobra for capturada ou morta, guardá-la. A cor e manchas são os melhores informadores mas, geralmente as cobras venenosas têm os olhos em fenda, enquanto que as não venenosas têm os olhos redondos.

Sintomas e Sinais ( A vítima pode sentir perturbações na visão. ( Pode também sentir náuseas ou mesmo vomitar. ( Uma ou duas feridas punctiformes que provocam uma dor aguda e edema local. ( A ventilação pode tornar-se difícil ou até parar. ( Sintomas e sinais de choque. ( A salivação e o suor podem aparecer em estados adiantados de reacção ao veneno. Objectivo Sossegar a vítima, evitar que ela se mexa para atrasar a absorção do veneno e providenciar

o transporte imediato para o hospital. Socorro 1. Deita a vítima e aconselha-a a não se mexer. Se assistir à mordedura, coloca

imediatamente um garrote venoso acima do local da lesão; 2. Imobiliza a zona afectada e mantém-na abaixo do nível do coração bem arrefecida; 3. Lava bem a ferida com água e sabão; 4. Se a vítima ficar inconsciente, abre-lhe a via aérea e verifica se ventila. Se necessário,

executa o ABC da ressuscitação, e coloca-a em P.L.S.;

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5. Promove o transporte da vítima para o hospital. Se possível, leva a cobra num recipiente apropriado.

8ª Prova Vida em Campo O - Saber técnicas de purificar água e fabricar um filtro Purificação da Água Quando se viaja, beber água pura significa a diferença entre saúde e doença. É de uma

importância vital ter sempre presente uma série de normas e convertê-las num hábito e numa disciplina.

O que não se deve fazer: ( Nunca beber água da torneira, fontes, poços, rios, canais, etc. se previamente não foi

tratada por nós próprios. ( Não beber de uma garrafa que não tenha sido aberta à nossa frente. ( Os cubinhos de gelo, nem vê-los. São perigosíssimos. ( Não tomar banho em águas paradas, rios, especialmente riachos, águas pouco profundas ou

pântanos. ( Não lavar os dentes com água sem ser tratada e ser muito prudente com o duche e asseio

pessoal. O que se deve fazer: ( Manter a higiene pessoal o melhor possível, sobretudo lavar bem as mãos antes das

refeições. ( Lavar as saladas e as frutas com água purificada. De preferência descascar a fruta. ( Muito cuidado com os mariscos, o peixe e carne pouco cozida. ( Se nos oferecerem chá ou café podemos aceitar. É suposto a água ter sido fervida. ( Purificar a água e manter sempre uma reserva de água em perfeitas condições. Métodos Para Purificar a Água Ferver: Ferver a água durante 10 minutos e deixá-la arrefecer em recipientes esterilizados

e fechados. A água fervida só se conserva em condições durante algumas horas. Iodo: 6 a 8 gotas de tintura de iodo (2%) por litro de água e deixar repousar durante 20’. Guardar em recipientes fechados. Cloro: Uma pastilha de Acuaclear* por cada litro de água, deixar repousar 10’. Guardar em

recipientes fechados. Depura rapidamente e não se conserva mais do que um mês. Indicado para cantis.

Iões de Prata: 6 gotas de Micropur* por litro de água. Deixar repousar duas horas e

armazenar em recipientes fechados. Tarda mais a depurar mas conserva a água impecável durante um ano. Muito indicado para recipientes grandes, acima dos 10 litros.

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Cloro+ S. Prata: 6 gotas por litro de água ou 10ml. por cada 10 litros de Certisil* (líquido) ou

1gr. por 100 litros de Certisil* (pó). Deixar repousar 30’ e guardar em recipientes fechados. Depura muito rapidamente e conserva a água muito tempo, 2 anos. Aconselhável para depósitos muito grandes.

* Estes produtos encontram-se à venda em casas de especialidade. Tanto Micropur como Certisil são muito adequados para preparar e desinfectar todos os

recipientes. Filtrar: Podemos deparar-nos com águas sujas, muito turvas, com terra, areia, com materiais

de suspensão, etc.. Antes de purificar esta água é conveniente filtrá-la. Sistema Artesanal: Filtrar a água através de um lenço ou de um frasco cheio de areia ou

carvão vegetal, furado na base. Depois tem que se purificar. Filtro de Areia: Podemos usar um recipiente limpo como por exemplo, uma tigela de plástico

ou metal furados na base, para filtrar sedimentos ou grandes impurezas da água. Dispõe duas camadas de pedras lavadas no fundo do recipiente. Coloca então por cima, uma

camada de seixos um pouco mais pequenos. De seguida, coloca outra camada, agora de areia do rio, previamente lavada. Cobre então todas estas camadas, com outra de pequenas pedras de carvão.

Por fim, põe uma pedra chata no cimo do carvão. Todo este material deve ocupar dois terços do recipiente.

Quando a água impura é despejada devagar por cima da pedra, todas as grandes impurezas visíveis serão apanhadas pelo filtro de areia, saindo por baixo a água agora limpa.

Esta água deve ser fervida durante cinco minutos antes de ser utilizada. O filtro de areia pode precisar de ser refeito, uma vez que, os espaços filtrantes podem ficar entupidos.

Constrói a Tua Instalação de Tratamento de Água Impura Enche o recipiente de plástico com água impura “caseira” (podes fazê-la com iogurte e água

limpa). Junta algumas gotas de cloreto de ferro dissolvido. Agita ou abana o recipiente, vagarosamente, durante cinco minutos. Abre a torneira e deixa a água correr pelo tubo para o segundo recipiente. Deixa a água de purga a repousar durante 20 minutos.

Depois passa a água pelo filtro de café para o terceiro recipiente. Filtros: Existem também à venda filtros, dos quais destacamos, como informação, o

chamado filtro Filopur que, proporciona de 100 a 600 litros de água perfeitamente filtrada e purificada por reciclagem, dependendo da sujidade da mesma.

Para conservar durante muito tempo juntar Micropur ou Certisil. Fechar os recipientes. É um filtro adequado para uso individual.

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Outro filtro que recomendamos é o denominado Kataden, que embora seja um pouco mais caro, tem uma duração praticamente ilimitada do elemento filtrante.

Proporciona 1 litro por cada 2 minutos de água filtrada e purificada. Para conservar juntar Micropur ou Certisil. É um filtro adequado para expedições grandes e com muita gente.

9ª Prova Associação e Sociedade O - Participar num “Hike” cultural, tendo em conta a recolha fotográfica e documental 10ª Prova Arte e Expressão O - Conhecer e saber utilizar duas técnicas de comunicação (ex: cartaz; jornal impresso;

jornal de parede; rádio; audiovisual; etc.) Medição de Distâncias Embora, nas cartas de Mercator, as várias regiões apareçam tanto mais ampliadas quanto

maior é a latitude em que se situam, é possível medir fácilmente a distância entre dois pontos. Já vimos que as distâncias no mar se medem em milhas, isto é, em minutos de meridiano.

Ora, como os meridianos marginais das cartas estão graduados para indicação das latitudes, pode recorrer-se a essa mesma graduação e utilizá-la como escala de distâncias, atribuindo ao comprimento de cada minuto o valor de uma milha.

Contudo, é indispensável ter sempre em mente que, na carta, o tamanho de cada minuto de meridiano vai aumentando gradualmente com a latitude, acompanhando a ampliação do “terreno” - só sendo lícito, portanto, tomar como milhas, em cada região da carta, os minutos de meridiano representados ao lado dessa região, isto é, aproximadamente na mesma latitude.

Por outro lado, a escala das longitudes nunca deve ser usada para medir distâncias, pois nos paralelos (que são circunferências menores) o arco de 1 minuto é sempre inferior a 1 milha.

Agulha de marear ou Agulha magnética A agulha de marear ou agulha magnética consta de 2 a 10 partes barras magnetizadas e

paralelas que se fixam na parte inferior dum disco graduado, denominado Rosa dos Ventos, alojado numa caixa cilíndrica de latão a que se chama Morteiro. Os morteiros têm geralmente fundo de vidro de modo a permitir que a rosa seja iluminada por baixo.

A rosa tem ao centro, na parte inferior, uma peça denominada Capitel, que termina por um cavado cónico em fundo de ágata ou outra pedra dura e assenta na ponta cónica de uma haste vertical fixada inferiormente ao fundo do morteiro.

O morteiro encontra-se alojado na parte superior de uma coluna - a Bitácula - e liga-se a esta por meio de suspensão de cardan que o mantém horizontal, independentemente do balanço.

A parte interna do morteiro mostra um traço vertical - Linha de Fé - que indica rigorosamente a direcção da proa da embarcação.

Uma cobertura metálica - Capacete - resguarda superiormente a agulha.

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Tipos de Agulhas Quanto ao tipo, as agulhas podem ser: - Secas - Muito sensíveis, mas pouco estáveis; - Líquidas - Muito sensíveis e bastante estáveis, pelo que são as mais utilizadas. As agulhas devem ser Estáveis, isto é, indicar a proa sem grandes oscilações, mesmo

durante o balanço, e devem ser Sensíveis para que acusem prontamente as mudanças de rumo. Designam-se de Preguiçosas quando pouco sensíveis e de Doídas quando estão estáveis.

As agulhas são graduadas de 0º - 360º no sentido dos ponteiros do relógio. Coordenadas Geográficas A posição de qualquer ponto no espaço é determinada através de três coordenadas. A posição do ponto P é referida à distância deste aos eixos, X, Y e Z. Dado que no espaço são necessárias três coordenadas para definir a posição, também são

necessárias três coordenadas geográficas para definir um local. Essas coordenadas são: LATITUDE, LONGITUDE e ALTITUDE ou PROFUNDIDADE. Dada a Terra, define-se o seu eixo como a recta imaginária em torno da qual o planeta

executa o seu movimento de rotação. O Equador é o circulo máximo perpendicular ao eixo da Terra que, passando pelo seu centro, a divide em duas partes iguais; hemisférios Norte ou Boreal e Sul Austral.

Todos os outros círculos perpendiculares ao eixo, que não passando pelo centro do mesmo, chamados menores porque têm um perímetro inferior ao Equador, são os Paralelos.

Meridianos são os círculos máximos que contêm o Eixo e passam pelos Pólos, perpendiculares ao Equador, dividindo a Terra em duas metades, Hemisfério Ocidental e Hemisfério Oriental.

PN - Polo Norte PS - Polo Sul Eq - Equador EE - Eixo PP - Paralelo Ct - Centro da Terra Dado o lugar P, passa por ele um meridiano, chamado “Meridiano de Lugar” (ML). Chama-se “Latitude de Lugar” P e representa-se por Y ao arco de meridiano limitado pelo

Equador e lugar P. A latitude é expressa em graus, minutos e segundos e de acordo com hemisfério Norte (N)

ou Sul (S), o seu valor pode ser de 0º no Equador e 90º no Polo. Existe um meridiano, chamado de referência, porque a ele é referido à latitude e que passa

por Greenwich, e o meridiano do lugar. Mede-se em graus, minutos e segundos, a partir do meridiano de referência para Este (E),

ou Oeste (W). O valor da longitude pode ser de 0º sobre o meridiano de Greenwich, e até 180º para Este

(E) ou Oeste (W). Como a Terra na sua superfície tem elevações e depressões a terceira coordenada,

Altitude, é a distância medida na vertical, entre esse lugar e o nível médio das águas do mar. A altitude pode ser positiva ou negativa.

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No caso do mar, à altitude negativa chama-se Profundidade e é a distância medida na vertical entre a superfície da água do mar e o fundo, nesse local.

Do exposto conclui-se: - Todos os lugares que se encontram sobre o mesmo paralelo têm a mesma Latitude; - Todos os lugares que se encontram sobre o mesmo meridiano têm a mesma Longitude; - Diferença de Latitude entre dois pontos é o menor arco de meridiano compreendido os

paralelos do lugar; - Diferença de Longitude entre dois lugares é o arco de equador compreendido entre os

meridianos desses lugares; - A Latitude veria de 0º a 90º Sul (S) ou Norte (N); - A Longitude varia de 0º a 180º Este (E) ou Oeste (W); - A Vertical de um lugar é a direcção que tem o fio de prumo nesse lugar; - A terceira coordenada Altitude pode ser positiva ou negativa; - A Altitude negativa em relação ao mar chama-se Profundidade. Declinação, Desvio e Variação Declinação ( D ) É o ângulo compreendido entre o meridiano verdadeiro e o magnético. É função do

magnetismo terrestre e consequentemente varia de local para local da terra. Conta-se em graus e minutos do Norte Verdadeiro ( Nv) para o Norte Magnético (Nm), tomando valor positivo para E (quando o Nm cai para leste no Nv) e valor negativo para W (quando o Nm cai para oeste do Nv).

A Declinação magnética vem indicada nas cartas e, como já foi mencionado, varia lentamente com o tempo.

Desvio ( ( ) É o ângulo compreendido entre o meridiano magnético e o meridiano da agulha. É provocado

pelo campo de forças originado pelos ferros e circuitos eléctricos do navio, sendo portanto função da Proa.

O desvio conta-se em graus e décimos do Norte magnético (Nm) para o Norte da Agulha (Na), tomando valor positivo para e negativo para W.

O valor do desvio ( ( ) tira-se da Tabela de Desvios de bordo. Variação ( V ) É o ângulo compreendido entre o meridiano geográfico e o meridiano da agulha. É a soma

algébrica de D com ( ( V=D + ( ) e conta-se do Norte Verdadeiro (Nv) para o Norte Agulha (Na), para em graus e décimos, sendo positiva para E e negativa para W.

Azimute inverso de uma direcção Obtem-se somando ou subtraindo 180º ao azimute directo, consoante os seguintes casos: a - Subtrai-se quando o azimute directo é superior a 180º; b - Soma-se quando o azimute directo é inferior a 180º. A Milha Marítima

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As distâncias no mar medem-se em milhas marítimas (mi). Embora haja outras espécies de milha, quando o navegante diz “milha”, refere-se à milha marítima de 1582 metros.

Não é por acaso que se usa a milha marítima como unidade de distância na navegação. De facto, a milha é o comprimento de 1 minuto de meridiano - o que tem a vantagem de facilitar a medição de distâncias quando se utilizam mapas em que os meridianos aparecem graduados em graus e minutos de latitude.

Conforme se conclui da própria definição de milha, cada grau de meridiano equivale à distancia de 60 milhas.

O Nó A velocidade das embarcações expressa-se em nós. O nó é a velocidade uniforme de 1 milha

marítima por hora. Portanto, dizer que uma embarcação navega, por exemplo, a 5 nós, significa que essa

embarcação segue a uma velocidade que, não sendo alterada, o fará percorrer 5 milhas em cada hora.