CORPO ADMINISTRATIVO DA UNAVIDA · infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da...

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  • CORPO ADMINISTRATIVO DA UNAVIDA

    Diretor Geral da UNAVIDA

    Prof. Modesto Siebra Coelho

    Diretora Financeira da UNAVIDA

    Ana Cristina Martins

    Coordenadores Acadêmicos da UNAVIDA

    Profa. Anna Mitchielle Fernandes de Figueiredo – Campina Grande – PB

    Profa. Alba Gean L. Trigueiro Palmeira – Patos – PB

    ***

    Editora-Chefe

    Profa. Anna Mitchielle Fernandes de Figueiredo

    Editor Assistente

    Prof. Tibério Mendonça de Lima

    Profa. Edênia de Farias Souza

    Editoração/Design

    Prof. Tibério Mendonça de Lima

  • Anna Mitchielle Fernandes de Figueiredo

    Danielle Patrício Brasil

    Tibério Mendonça de Lima

    ORGANIZADORES

    Campina Grande

    2020

  • Copyright 2020. UNIVERSIDADE ABERTA VIDA – UNAVIDA

    A responsabilidade sobre textos e imagens são dos organizadores

    Editoração/Capa

    Tibério Mendonça de Lima

    Figueiredo, Anna Mitchielle Fernandes de.

    Docência e Prática/Anna Mitchielle Fernandes de Figueiredo, Danielle Patrícia Brasil,

    Tibério Mendonça de Lima, (Organizadores). Edições UNAVIDA – Campina Grande: UNAVIDA, 2020.

    188 p.: il

    ISBN - 978-65-990856-0-4

    Educação Infantil – Práticas – Lúdico – Docência. I. Título

    Feito o Depósito Legal

  • SUMÁRIO

    CAPÍTULO I – O PROCESSO DE ENSINO DAS CRIANÇAS COM

    DEFICIÊNCIA VISUAL NO ENSINO REGULAR: uma análise em Escolas de

    Campina Grande – PB .................................................................................................... 05

    CAPÍTULO II – O USO DAS TECNOLOGIAS COMO ESTRATÉGIA NO

    PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM DA LEITURA NO ENSINO

    FUNDAMENTAL NOS ANOS INICIAIS .................................................................... 25

    CAPÍTULO III – A RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA: UMA PARCERIA

    NECESSÁRIA PARA O DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS .......................... 51

    CAPÍTULO IV – A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ENCONTROS E

    ENCANTAMENTOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA ................................... 82

    CAPÍTULO V – O GÊNERO MEME COMO MEDIADOR DO LETRAMENTO

    DIGITAL NO ENSINO FUNDAMENTAL I ................................................................ 99

    CAPÍTULO VI – LITERATURA INFANTIL: CONTRIBUIÇÕES DO GÊNERO

    LENDA NO PROCESSO DE LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS ....................... 133

    CAPÍTULO VII – UMA INVESTIGAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO SIGNIFICATIVO NO CÁRCERE ................................................................................ 160

  • CAPÍTULO I – O PROCESSO DE ENSINO DAS CRIANÇAS COM

    DEFICIÊNCIA VISUAL NO ENSINO REGULAR: uma análise em Escolas

    de Campina Grande – PB

    Eliana Andrade de Moura Morais

    Natáli Bezerra Cavalcanti Barbosa

    Isabelle de Araújo Pires

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    O PROCESSO DE ENSINO DAS CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA

    VISUAL NO ENSINO REGULAR: uma análise em Escolas de Campina

    Grande – PB

    DESENVOLVIMENTO

    Nosso desenvolvimento se subdividiu em três tópicos, sendo o primeiro

    Conhecendo um pouco sobre inclusão, que versou sobre alguns pressupostos teóricos e

    históricos acerca da inclusão.

    No tópico seguinte, denominado Educação inclusiva: a legislação que

    regulamenta esses direitos, relatamos um pouco sobre a trajetória das regulamentações

    que corroboram com a Educação Inclusiva, apontando seus avanços e retrocessos.

    Dando continuidade ao nosso trabalho, dissertamos no tópico 2.3, por nós

    denominados de Pessoas com deficiência visual no contexto escolar, sobre a inclusão de

    alunos com deficiência visual no ensino regular, relatando suas especificidades e

    dificuldades enfrentadas. No mais, veremos maiores detalhes no discorrer dos tópicos.

    Conhecendo um pouco sobre inclusão

    Historicamente, a escola detinha uma visão onde apenas uma minoria teria direito

    à educação. Assim sendo, a escolarização era um privilégio de poucos e quem não fazia

    parte dessa minoria, ficava excluído da sociedade. No entanto, com o processo de

    democratização da escola, esse cenário passa a ser modificado e dar-se início uma nova

    luta: ao direito de todos à educação, que se define como inclusão escolar e tem como

    maior objetivo atender a todos, inclusive, os que têm necessidades educacionais

    específicas.

    De acordo com Miranda (2003), a educação inclusiva no Brasil começou em

    meados do século XIX, porém, anteriormente, aqueles que possuíam alguma deficiência

    eram abandonados e negligenciados. Sua educação acontecia em escolas próximas a

    hospitais psiquiátricos ou instituições especializadas. Essa primeira fase no campo

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    educacional ficou conhecida como segregação, ou seja, os alunos com deficiência eram

    separados dos demais alunos e recebiam instruções em espaços diferenciados.

    Porém, na década de 60, ocorreu um grande aumento de instituições

    especializadas, o que promoveu uma discussão acerca da prática referente à educação

    segregadora, o que permitiu uma nova possibilidade: a integração escolar desse grupo no

    sistema educacional regular.

    Contudo, essa prática não teve muito êxito, visto que, era de responsabilidade do

    aluno se adequar à escola a qual fosse inserido, não havendo nenhum tipo de

    reestruturação do sistema educacional para o recebimento desse novo público. O que

    mudou em relação ao movimento de segregação, por fim, foi apenas o local em que eles

    foram integrados, mas suas necessidades ainda são ignoradas e os mesmos acabam sendo

    tratados apenas como “enfeites”, o que possibilita até os dias atuais uma discussão sobre

    o paradoxo inclusão/exclusão.

    A inclusão escolar não significa apenas colocar os alunos com necessidades

    especiais presentes na sala, mas possibilitar que suas habilidades e competências sejam

    trabalhadas e aprimoradas de acordo com suas necessidades. Assim como explica

    Mantoan (2003, p. 16) acerca da inclusão:

    A inclusão tem por objetivo inserir os alunos ou um grupo de alunos que já foi anteriormente excluído. A escola inclusiva propõe um modo de organização do sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos, que é

    estruturado em função dessas necessidades.

    No entanto, muitas dessas necessidades ainda não são atendidas, visto que existem

    vários mecanismos na educação que não consideram as especificidades desses grupos,

    como a existência de avaliações aplicadas nas instituições de ensino regular para medir o

    desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem, que vem de forma unificada,

    quando deveria ser elaborada uma avaliação específica para os alunos com necessidades

    especiais. Esse é apenas um exemplo de que ainda estamos caminhando nesse processo

    de inclusão.

    Ao que concerne aos métodos adotados para a real efetivação da Educação

    Inclusiva e a estruturação em função das necessidades desses alunos, Aranha (2002, p.5),

    acrescenta que,

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    As adaptações curriculares, então são os ajustes e modificações que devem ser promovidos nas diferentes estâncias curriculares para responder as necessidades de cada aluno, e assim favorecer as condições que lhes são necessários para que se efetive o máximo possível de aprendizagem.

    Diante desse novo cenário, em junho de 1994 ocorre na Espanha, uma Conferência

    Mundial de Educação Especial, que deu origem a Declaração de Salamanca, que se trata

    de um documento onde se defende o direito à educação para todos, como explica o trecho

    abaixo:

    As escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidas ou marginalizadas (SALAMANCA,1994, p.10).

    Portanto, são as escolas que devem se adequar aos alunos e não os alunos às

    escolas, como era a proposta da integração. É dever das instituições disponibilizar

    mecanismos que possibilitem um processo de ensino e aprendizagem adequado a esses

    alunos.

    É importante ressaltar que, também, é necessário habilitar os profissionais que

    trabalham com esse público para que possam contribuir com a formação deles, visto que,

    é grande o número de alunos com necessidades especiais nas escolas, contudo, não existe

    um processo de ensino adequado devido à falta de “formação” específica do corpo

    docente, para que assim possam aprimorar as competências dos seus alunos.

    Educação inclusiva: a legislação que regulamenta esses direitos

    A democratização das escolas e a expansão de uma nova visão sobre as pessoas

    com necessidades especiais possibilitou uma nova luta em busca de meios legais que

    garantisse o direito acesso e permanência nas instituições de ensino regular, o que

    acarretou em surgimento de documentos que vem ajudando na garantia desses direitos.

    Em 1961, foi fundamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

    - LDBEN, Lei nº 4.024/61 o atendimento educacional às pessoas com deficiência,

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    preferencialmente, no sistema regular de ensino, sendo assim, esse grupo de alunos passa

    a ter o direito de estudar nas salas regulares, mas ainda não era obrigatório.

    Dez anos depois, a Lei nº 5.692, no capítulo I, Art. 9º define que os alunos que

    apresentem deficiências físicas ou mentais, deveriam ter uma educação especial,

    remetendo-se ao ensino segregado, o que pode ser considerado um retrocesso, já que havia

    tido uma conquista assegurada pela LDBEN/61 quanto ao ensino desses alunos nas salas

    regulares, como mostra a citação abaixo:

    Os alunos que apresentem deficiências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados deverão receber tratamento especial, de acordo com as normas fixadas pelos competentes Conselhos de Educação (BRASIL, 1971, s/p).1

    Desse modo, essa lei foi tida como uma regressão aos direitos das pessoas com

    deficiência, que haviam conquistado pela LDBEN/61, o direito ao ensino em instituições

    regulares de ensino.

    Em 05 de outubro de 1988 foi anunciada a Constituição da República Federativa do

    Brasil, ou como é mais conhecida, A Constituição de 1988. Esse documento foi um marco

    em relação a conquista de direitos, pois foi divulgada no período que acabava a Ditadura

    e começava o período da democracia, entre esses direitos foi novamente a universalização

    da educação, mais uma vez assegurando o direito de todos à educação.

    Mais especificamente, o artigo 208 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que

    trata da Educação Básica obrigatória e gratuita dos quatro aos dezessete anos, afirma que

    é dever do Estado garantir “atendimento educacional especializado aos portadores de

    deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (ECA,1990, p.112). Nos artigos

    53, afirma-se, respectivamente, “a Educação como um direito de todos, garantindo o pleno

    desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho” e

    “a igualdade de condições de acesso e permanência na escola” (ECA, 1990, p.09).

    No ano de 1989, é sancionada a Lei nº 7.853 que vem assegurar direitos aos

    “portadores de deficiência”. As normas desta Lei visam garantir ações governamentais

    1 Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12123635/artigo-9-da-lei-n-5692-de-11-deagosto-

    de-1971. Acesso em: 05 de junho de 2019.

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    necessárias ao pleno exercício de seus direitos básicos, incluindo a educação. Em seu Art.

    2º a Lei define que:

    Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico. (BRASIL, 1989, s/p).2

    Em 1990 é aprovada a Lei de nº 8.069, comumente chamada de Estatuto da

    Criança e do Adolescente (ECA), que determina “o atendimento educacional

    especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.

    No entanto, não era obrigatória sua matrícula na rede regular, mas caso o mesmo

    preferisse estudar em uma escola de ensino regular, teria a lei ao seu lado garantindo esse

    direito.

    Em 1994, foi publicada a Política Nacional de Educação Especial, a qual se propõe

    o processo de “integração instrucional” que impõe a condição de que só aqueles que “[...]

    possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas

    do ensino comum, no mesmo ritmo que os estudantes ditos normais” (BRASIL, 1994,

    p.19), possam ser matriculados na rede regular de ensino. Em termos de inclusão, foi uma

    lei que retrocedeu, pois não incluía a todos e sim alguns, apenas os que se adequassem ao

    sistema de ensino vigente.

    No entanto, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei nº 9.394/ 96, entra

    em vigor com um capítulo específico para Educação Especial, na qual assegura:

    O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular (BRASIL, 1996, p.25).

    Assim sendo, a LDB/96 no seu artigo 59 ainda afirma que é dever dos sistemas de

    ensino assegurar aos estudantes currículo, métodos, recursos e organização específicos

    2 Disponível em: https://lobo.jusbrasil.com.br/artigos/345371851/o-que-e-a-politica-nacionalpara-a-

    integracao-da-pessoa-portadora-de-deficiencia. Acesso em: 07de jun de 2019.

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    para atender às suas necessidades, ou seja, uma adequação do sistema para com a

    educação desse público.

    Tal como a LDB/96, no ano de 1999, o Decreto nº 3.298 regulamentou a Lei nº

    7.853/89, que fala sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de

    Deficiência. O seu principal objetivo é garantir a plena integração da pessoa com

    deficiência no “contexto socioeconômico e cultural” do país. Ao que se refere à Educação,

    o mesmo afirma que a Educação Especial é uma modalidade que perpassa a todos os

    níveis e modalidades de ensino e a destaca como complemento do ensino regular.

    Além disso, em 2001, o ano da Lei de nº 10.172, mais conhecida como Plano

    Nacional de Educação (PNE) e a Resolução CNE/CEB nº 2. O PNE define metas e

    objetivos para as pessoas com deficiência na educação a serem alcançadas em um prazo

    de 10 anos. Já a Resolução define Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na

    Educação Básica. O principal ponto deste documento afirma que,

    Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos (BRASIL, 2001, p. 1).

    Ainda na perspectiva da educação inclusiva, nos anos de 2006 e 2007 são

    elaborados dois planos de educação que permite uma melhoria no ensino inclusivo. O

    Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, de 2006, elaborado pelo Ministério

    da Educação (MEC), Ministério da Justiça, UNESCO e Secretaria Especial dos Direitos

    Humanos apontam metas que incluem temas relacionados a pessoas com deficiência nos

    currículos das escolas, o qual demonstra avanço quanto ao quesito que define que o

    sistema deve se adequar aos alunos e não ao contrário. E o Plano de Desenvolvimento da

    Educação (PDE), de 2007 ainda aborda a questão da infraestrutura das escolas,

    contemplando a acessibilidade das edificações escolares, da formação docente e das salas

    de recursos multifuncionais.

    No ano de 2008 mais um decreto favorece a inclusão de pessoas com deficiência

    no sistema de ensino. Foi publicado o decreto de nº 6.571 que dispõe sobre o Atendimento

    Educacional especializado (AEE), reforçando que o mesmo deve estar integrado ao

    projeto pedagógico da escola. Seguindo, em 2014 o PNE propõe como meta:

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    Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos

    globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à

    educação básica e ao atendimento educacional especializado,

    preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema

    educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou

    serviços especializados, públicos ou conveniados (BRASIL, 2014, p.11).

    No entanto, continua o impasse do “preferencialmente”, pois abre o espaço para

    que as crianças com deficiência permaneçam matriculadas apenas em escolas especiais.

    Nesse sentido, são muitos os decretos e as leis que asseguram alguns direitos às pessoas

    com deficiência nos sistemas de ensino, mas também são muitas as falhas e brechas que

    impossibilitam um convívio igualitário para esses discentes, o que fortalece ainda mais as

    lutas pela consolidação desses direitos.

    Pessoas com deficiência visual no contexto escolar

    A deficiência visual é vista por muitos como um problema que, além de afetar a

    mobilidade do indivíduo, também afeta a sua capacidade de leitura e escrita. Contudo,

    toda pessoa é capaz e tem o direito de se desenvolver, independentemente de suas

    deficiências. Mas, para isso, é preciso que suas limitações físicas e mentais sejam

    respeitadas e estimuladas adequadamente.

    Para compreender um pouco sobre esse processo de inclusão dos alunos com

    deficiências visuais no contexto escolar, é importante primeiro conhecer o sistema Braille,

    desenvolvido em 1825, por Luís Braile, que é um sistema de escrita tátil utilizada por

    pessoas com deficiência visual. É comumente escrito em folha de papel, acompanhado de

    uma reglete e um punção. O mesmo possibilita essa inclusão e a aprendizagem ao

    deficiente visual como aponta Miranda (2001, p.05):

    Esse sistema de escrita baseado nos pontos em relevo, perceptíveis ao tato, consiste em uma pequena cela composta de seis pontos, cuja combinação dos mesmos permite a codificação das letras do alfabeto, os numerais, a pontuação e os sinais matemáticos. Hoje, esse sistema é considerado.

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    O Sistema Braille é um alfabeto convencional cujos caracteres são indicados por

    seis pontos distribuídos em duas colunas, numerados de1 a 6. A partir desses seis pontos

    é possível fazer 63 combinações que podem representar letras simples e acentuadas,

    pontuações, algarismos, sinais algébricos e notas musicais. Este agrupamento também

    possibilita representar caracteres da literatura, da matemática, da informática e da música.

    No entanto, a escrita Braille não possui símbolos que sintetizem a frase. Cada

    palavra tem suas letras distintas, com auxílio de pontos que indicam maiúsculas e espaços

    suficientemente sensíveis ao toque para melhor identificar as palavras. A escrita em

    Braille é realizada através da reglete, como mencionado, que é um pequeno artefato

    articulado com orifícios na parte superior e reentrâncias na parte inferior.

    Já o punção, como também foi referido acima, é um tipo de caneta que permite

    perfurar os pontos em uma folha de papel. Com o passar do tempo os instrumentos foram

    evoluindo e então surgiu a máquina de escrever em braile. Era semelhante a uma máquina

    de escrever comum, mas sua função é reproduzir células em relevo sobre o papel.

    Desse modo, o Braille permite que os deficientes visuais aprimorem suas

    habilidades na escrita, pois facilita o processo de ensino e aprendizagem e proporciona

    uma melhor qualidade de vida. Esse sistema de escrita utilizado pelos cegos é ensinado

    aos alunos em instituições específicas, como o Instituto dos Cegos, localizado no

    município de Campina Grande, Paraíba.

    Outro instrumento que auxilia o processo de ensino e aprendizagem desse aluno é

    o sorobã. Esse material tem origem japonesa e foi trazido para o Brasil por Joaquim Lima

    de Moraes, que o adaptou para uso de cegos. Esse instrumento se assemelha ao ábaco e

    facilita aos cegos uma aquisição mais eficaz do ensino da matemática e uma maior

    facilidade no cálculo mental.

    Todavia, para que o ensino e a inclusão das pessoas com deficiência visual

    aconteçam sem descriminação, não é suficiente o aluno aprender o Braille, saber usar o

    sorobã e ir para a escola regular sem que haja um profissional com qualificação para

    auxiliá-los nessa nova etapa de ensino. Faz-se necessário um professor que também

    conheça essa forma de escrita, os instrumentos que facilitam sua aprendizagem. Fato que

    remete a importância da formação do corpo docente, como cita o trecho da LDB/96 no

    seu Art. 62:

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    A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-à em nível

    superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima

    para o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos

    do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.

    (BRASIL, 1996, p.20)

    Se o professor não tiver formação específica para atender esse novo público da

    educação, a luta por uma educação inclusiva terá sido em vão, visto que, esses alunos

    voltarão a ser apenas “insígnias” nas salas de aulas, pois as dificuldades em compreender

    o processo de desenvolvimento do ensino e aprendizagem dos discente serão cada vez

    maior, porque não haverá a possibilidade de adaptações sempre que necessário. Nesse

    sentido, Moura (2016, p. 03, apud GLAT e NOGUEIRA, 2002, p. 25) aponta que,

    A oferta de uma formação que possibilite aos professores analisar, acompanhar e contribuir para o aprimoramento dos processos regulares de escolarização, no sentido de que possam dar conta das mais diversas diferenças existentes entre seus alunos é essencial. Então, se o objetivo é que seja garantida educação para todos, isso deve ser assegurado para os professores, independentemente de sua área para desenvolver um trabalho significativo com seus alunos.

    Portanto, a formação do professor também é indispensável para a real efetivação

    da educação inclusiva. É fato que o professor deve conhecer a temática da pessoa com

    deficiência visual com foco no aluno. Aprender o sistema de leitura e escrita Braille, as

    variáveis que acompanham a percepção visual dos alunos com baixa visão e os recursos

    por eles utilizados para obtenção de um maior rendimento escolar, noções básicas de

    orientação e mobilidade, recursos tecnológicos são exemplos de competências a serem

    desenvolvidas para o pleno desenvolvimento da criança com deficiência visual.

    Contudo, do mesmo modo que a não capacitação do professor pode ser uma um

    fator negativo para a inclusão, outro fato chama atenção nesse processo: a falta de

    estrutura física das escolas para garantir o acesso e permanência dos alunos na instituição.

    Para ilustrar esse problema, pode-se citar a falta de rampas nas escolas, de pisos táteis,

    banheiros adaptados.

    De acordo com estudiosos, a educação desses alunos é marcada devido à

    concepção de deficiência que se tem em relação a eles, como explica as autoras:

    A concepção simplista sobre a pessoa com deficiência traz como consequência vê-la apenas como uma eterna criança que precisa de cuidados, mesmo quando está na fase adulta, o que gera a dependência familiar e o controle das escolhas pessoais, restringindo a sua história de vida à voz de autorização de seus responsáveis (SILVA, FARIAS, 2019, p. 4, apud DANTAS; SILVA; CARVALHO, 2013).

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    Portanto, vale ressaltar que para que aconteça um aprendizado que proporcione para esses

    alunos uma educação de qualidade, devem-se levar em consideração suas limitações

    quanto à realização de atividades no contexto de sala de aula. Isso não significa falta de

    capacidade, mas falta de adequações para realização, ou seja, é importante conhecer os

    meios e materiais usados para facilitar esse processo e realizar adequações nas atividades

    propostas. Enfim, pensar na educação inclusiva é pensar em mudanças no contexto

    escolar e fora dela.

    DISCUSSÕES E RESULTADOS

    O estudo em questão foi desenvolvido por levantamento de pesquisa bibliográfica

    e de visita ao campo de pesquisa que ocorreram em duas escolas municipais regulares de

    ensino públicos e no Instituto dos Cegos3, onde estavam inseridos alunos com deficiência

    visual. As Instituições estão localizadas no Município de Campina Grande-PB e por

    questão de manter o direito a não exposição das mesmas, denominaremos as escolas como

    A, B e C.

    A nossa pesquisa foi de cunho qualitativa, já que trabalhou com as Ciências

    Sociais e que, segundo Malheiros (2011, p.109), “interfere no evento no sentido de medir

    os resultados”. Também exploratória de procedimentos didáticos e metodologias de

    ensino no contexto da Educação Especial para Deficientes Visuais.

    Ainda, descritivo-explicativa dos processos e análise dos dados mediante

    questionários semiestruturados que de acordo Boni e Quaresma (2005, p. 75) “as

    entrevistas semiestruturadas combinam perguntas abertas e fechadas, onde o informante

    tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto”.

    Quanto aos questionários, organizamos perguntas semiestruturadas para as

    professoras das três escolas mencionadas e apenas com professoras que tinham alunos

    com deficiências visuais em sala de aula, sendo 4 da escola A, que se dividiam em 3

    professoras da sala regular (1º, 3º e 4º anos) e 1 professora mediadora, mestra em braile,

    3 Instituto de Educação e assistência aos Cegos do Nordeste, mais conhecido como Instituto dos Cegos de

    Campina Grande é uma Instituição Filantrópica e não governamental especializada para se trabalhar com

    os deficientes visuais.

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    que auxiliava os alunos com deficiências visuais nessas três turmas; 3 professoras na

    escola B e na escola C 2 professoras.

    Após as pesquisas, pudemos perceber alguns pontos positivos e negativos nas

    Instituições pesquisadas. Os pontos aqui pesquisados foram a estrutura das escolas para

    receber os alunos deficientes visuais, a qualificação dos profissionais para auxiliar no

    processo de ensino dos mesmos, os materiais utilizados para ajudar nas adaptações

    necessárias nas atividades dos alunos, a participação nas demais atividades nas escolas e

    opinião deles em relação à sala regular.

    No que se refere à estrutura das escolas, duas das instituições visitadas

    apresentaram ineficiência nos prédios para receber adequadamente esse público, pois não

    apresentavam rampas ou pisos táteis4 suficientes, apenas em alguns lugares, o que não

    comportava a necessidade de ir e vir desses discentes, deixando-os dependentes de outras

    crianças que veem (videntes5) para se locomoverem pelas instituições, no entanto, na

    escola C havia uma estrutura condizente com as necessidades desses alunos, contendo

    rampas para acesso à todas as dependências, piseis táteis, banheiros adaptados.

    Quanto à qualificação dos professores, na escola A, todos os professores tinham formação

    específica para trabalhar com pessoas com deficiência visual; na escola B, em todas as

    salas que tinham pessoas com deficiência visual, além da professora da sala regular ter

    formação para se trabalhar com eles, ainda havia uma professora mediadora, mestra em

    Braile para auxiliar nas adaptações necessárias nas atividades solicitadas nas salas. Enfim,

    na escola C, não havia professores de sala regular com qualificação específica para

    trabalhar com esses alunos, havia apenas a professora mestra em Braile, que ficava na

    biblioteca para adaptar as atividades e auxiliá-los.

    Quanto à formação das docentes, elaboramos uma tabela para melhor

    entendimento:

    4 Quando nos referimos a pisos táteis, entendam-se aqueles pisos estruturas afixadas que, juntas, formam uma espécie de caminho destacado. Elas têm cor contrastante com o chão e formatos específicos em alto-relevo, que podem ser tanto circulares como longilíneos. 5 Termo usado entre os deficientes visuais ao se referir as pessoas que enxergam.

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 17

    TABELA 1: Formação dos professores das escolas pesquisadas nas turmas com

    crianças com deficiência visual

    Fonte: Própria

    É importante ressaltar que também conversamos com os alunos, mas não

    aplicamos questionários escritos, pois os mesmos teriam que responder com a ajuda de

    algum mediador, o que poderia influenciar em suas respostas. Dessa forma, fizemos com

    eles perguntas orais abertas em que no registro procuramos ser o mais fiel possível às

    respostas deles, que versaram sobre suas opiniões em relação à sala regular e a contexto

    de aula.

    Para dar continuidade a nossa pesquisa, também utilizamos a observação

    participante, pois segundo Cruz Neto (1994, p. 32), se realiza por meio do contato direto

    do pesquisador com o fenômeno observado para conseguir informações das realidades no

    seu próprio contexto. E, ainda, permite perceber comportamentos que não são expressos

    de forma verbal, como aponta Malheiros (2011, p.202).

    Para tanto, nossa pesquisa investigou o processo da aprendizagem do deficiente

    visual no ensino regular em escolas públicas. Teve ainda como objetivos específicos

    identificar os diferentes tipos de deficiências visuais, as dificuldades enfrentadas por essas

    pessoas, apresentar as leis vigentes no Brasil direcionadas à inclusão dos mesmos e, por

    fim, comparar o uso das ferramentas pedagógicas, especificando a utilidades destes, no

    processo de ensino-aprendizagem dos alunos.

    Acerca das participações dos deficientes visuais em outras atividades, apenas na

    escola C, havia dificuldades de participação desses alunos devido à falta de profissionais

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 18

    suficientes para fazer as adequações necessárias para a participação deles nas demais

    atividades extraclasse.

    Ao indagar os alunos sobre como eles se sentem na escola regular foi perceptível

    a satisfação dos mesmos, mas citaram alguns desconfortos ou situações que os deixam

    chateados nesse ambiente, como a falta de pessoas para ajudá-los em alguns momentos

    ou atividades na escola, especialmente, na escola C, no entanto os mesmos falaram do

    afeto construído pela professora mediadora que os auxilia fora da sala de aula, visto que

    é a mesma professora que os acompanham no Instituto dos Cegos. Nas outras duas

    escolas, as crianças enfatizaram que têm pessoas para ajudá-los em todos os momentos

    (seus amigos), isso os fazem se sentirem iguais, ao permitir e adequar algumas

    brincadeiras para que os mesmos possam participar. Ainda o cuidado das professoras em

    elaborar atividades que todos possam participar e, especialmente, em eventos que há,

    quando são convidados a participar com os demais alunos. Todos os ajudam a se sentirem

    incluídos, segundo uma aluna cega do 4º ano manhã “nós participamos de tudo que tem

    na escola, é só a gente querer”.

    Para delinear melhor os resultados coletados e analisar os dados obtidos na

    pesquisa, o faremos por meio de gráficos e tabelas, o que nos permitirá avaliar os pontos

    do trabalho e definir como vem acontecendo o processo de ensino-aprendizagem desses

    alunos.

    Começaremos apontando a quantidade total de alunos nas salas de aula das escolas

    com alunos com deficiência visual nas quais pesquisamos.

    TABELA 25: total de alunos na sala regular

    Escolas Total de alunos Alunos com Baixa visão Alunos cegos

    Escola A 76 6 7

    Escola B 25 10 15

    Escola C 69 6 2

    Fonte: Própria

    Sobre a quantidade de alunos com deficiência visual matriculados nas salas

    regulares, constatamos os seguintes resultados:

    5 Nessa tabela a quantidade total de alunos refere-se a soma de todas as salas com alunos com deficiência

    de cada escola.

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 19

    GRÁFICO 1 - Número de alunos deficientes visuais matriculados na sala de

    aula regular.

    Vale ressaltar que a quantidades da escola B não foram computados nesse gráfico,

    devido a Instituição ser específica para se trabalhar com pessoas com deficiência visual

    e, na mesma, não existem salas regulares.

    Ao analisar o gráfico acima, constatamos uma quantidade maior de alunos

    matriculados na Escola A, na qual pudemos inferir que o motivo seria devido à boa

    assistência que os alunos com deficiências visuais recebem nessa instituição.

    Ao nos referirmos à assistência, apontamos primeiro a capacitação dos professores

    para se trabalhar com esses alunos no contexto de sala de aula, pois apenas as professoras

    da Escola C não tinham capacitação ou formação na área de deficiência visual para

    auxiliar seus alunos nas horas de necessidades. Dessa forma, pudemos inferir que a

    mesma não fazia as adaptações nas atividades dos seus alunos com deficiência, visto que

    não tem nenhum tipo de formação ou capacitação para trabalhar com esse público,

    também não conhece as metodologias ou os meios que facilitaria a realização das

    atividades dos discentes com deficiência visual no contexto de sala de aula, o que, por

    consequência, acarreta na exclusão desses alunos.

    Quando avaliamos a questão referente às estratégias usadas em sala pelas

    professoras para minimizar as dificuldades encontradas, obtivemos respostas bem

    parecidas entre as Instituições A e B, mas na C, as docentes listaram estratégias pouco

    Quantidade de alunos deficientes visuais

    matriculados na sala regular:

    Escola A Escola C

    Fonte: própria

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 20

    eficientes, como aponta a tabela, que se relaciona com a questão 8 do questionário pra os

    professores: Quais as estratégias você usa para minimizar as dificuldades encontradas,

    mediante à busca de uma educação inclusiva?

    TABELA 3- Estratégias usadas para minimizar as dificuldades

    Escolas Estratégias usadas pelas professoras

    Escola A Adaptação das atividades, conversar com outros colegas, participar de formações.

    Escola B Adaptação das atividades e conteúdo, atendimento individualizado.

    Escola C Preparar atividades concretas, retirar da sala para orientar;

    Observação: outra professora comentou

    apenas “falta material didático”.

    Fonte: própria

    Ao observar os dados dessa tabela, percebemos que, como citado em momentos

    anteriores desse trabalho, a falta de qualificação para os professores em determinadas

    áreas comprometem o processo de ensino dos alunos, e esse fato pode até acarretar em

    atitudes de exclusão, pois não é necessário retirar o aluno com deficiência visual da sala

    para orientá-lo, isso pode sim ser feito dentro da sala de aula.

    Novamente, sabemos que a falta de material didático é um problema que atinge

    todas as escolas, mas isso não é motivo para não criar novas estratégias para facilitar o

    processo de aprendizagem desses alunos. Sabemos da sobrecarga que estar sobre os

    professores, do cansaço, do estresse, das limitações quanto aos materiais, mas também

    sabemos que é possível criar estratégias mesmo sem muitos materiais didáticos.

    Ainda, pode ser que essas atitudes das professoras da escola C sejam o resultado

    da falta de formação ou capacitação específica nessa área, para que as mesmas

    compreendam como mediar de uma melhor forma seus alunos com necessidades

    especiais. Enfim, esse quadro nos permite confirmar o que já constatamos antes, onde a

    falta de compreensão de um determinado assunto, compromete o processo de ensino-

    aprendizagem dos alunos, em especial, daqueles que precisam de adaptações ou

    adequações em suas atividades cotidianas, para que seu direito a uma educação de

    qualidade seja de fato cumprida.

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 21

    Em consequência a essa falta de conhecimento e de formações específicas para os

    docentes, foi possível verificar que entre as 9 professoras que responderam o questionário,

    6 afirmaram que as aulas são preparadas para serem acessíveis a todos; 2 disseram que

    nem sempre isso acontece e 1 relatou que não há essa preparação para tal acessibilidade.

    Portanto, mesmo havendo alunos que necessitem de adaptações no contexto de sala de

    aula, também há professores que não as fazem, muitas vezes, por não saber como se

    trabalhar com aquelas especificidade.

    No entanto, ainda referente às adaptações necessárias, vale ressaltar o trabalho

    realizado pelas professoras que atingem essas adaptações. Pudemos conhecer e observar

    alguns materiais usados por esses alunos em sala de aula e constatar a importância das

    mesmas para o processo de ensino e de inclusão desses alunos.

    Começaremos relatando sobre alguns materiais usados pelas crianças de baixa visão.

    As adaptações utilizadas pelas professoras em duas das escolas pesquisadas são o uso das

    lupas, que ampliam o tamanho das letras, ou já faz a ampliação das letras, facilitando a

    leitura e a realização da atividade pelo aluno; atividades com cores mais chamativas pra

    facilitar a visibilidade; o uso de materiais concretos para a percepção tátil, ou seja, quando

    se vai fazer uma leitura, ou a professora disponibiliza a lupa ou faz essa atividade com

    letras grandes para que o aluno baixa-visão possa acompanhar a atividade junto a todos.

    Dando continuidade, sobre as adaptações para os alunos com deficiência Visual.

    Algumas estratégias usadas são o uso da reglete e do pulsão pelos alunos. Como já

    citamos anteriormente, os cegos utilizam-se do braile para ler e escrever, e para que essa

    escrita seja possível tem que haver o uso desses materiais. Nesse caso, quando os alunos

    já são alfabetizados e sabem usar a reglete e o pulsão, a professora pode ditar a atividade

    e o aluno ir escrevendo em braile; é importante ressaltar que a maioria desses alunos que

    vão para a escola regular, já estão frequentando o Instituto dos Cegos, visto que, é lá que

    eles começam a aprender utilizar o material já citado. No entanto, nessas atividades

    podem existir questões nas quais esses alunos não possam realizar, como por exemplo:

    pinte o mapa seguindo a legenda, ou circule os seres vivos. Nesses casos remete-se à

    importância da formação e capacitação do professor para que o mesmo perceba a

    necessidade da adequação dessa atividade e como fazê-la.

    Mediante nossos estudos, visitas em instituições, pesquisas bibliográficas e

    documentais, aplicação de questionários e levantamento de dados, entendemos que o

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 22

    processo de aprendizagem das pessoas com deficiência visual no ensino regular, não vem

    acontecendo de forma simples. Esse processo perpassa por lutas históricas que versam

    acerca do direito a uma educação de qualidade e igualitária em escolas regulares, que

    muitas vezes, lutam para quebrar as barreiras do preconceito, da concepção de que são

    incapazes.

    Do ponto de vista escolar, constatamos a carência de materiais pedagógicos para

    se trabalhar de forma mais adequada com esses alunos, mas também averiguamos a luta

    de profissionais que superam essa carência buscando formas de adequar e facilitar esse

    processo de ensino, que por si só, já não é fácil. E, por fim, conhecemos pessoas que nos

    mostraram, que independente de sua condição física ou cognitiva, todos nós precisamos

    de adequações ou adaptações que nem sempre são fáceis, mas que são possíveis quando

    buscamos juntos.

    Enfim, sabemos que não é fácil o processo de ensinar, independente das limitações

    do outro, mas constatamos que é possível quando se tem ou se investiga o conhecimento

    para realizar esse processo essencial na vida de qualquer ser humano.

    CONCLUSÃO

    O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma breve análise de como

    vem acontecendo o processo de aprendizagem da pessoa com deficiência visual no ensino

    regular em 3 escolas de Campina Grande – PB. Além disso, também permitiu uma

    pesquisa de campo para obter dados mais consistentes sobre como vem ocorrendo esse

    processo de ensino.

    Ao frequentarmos o campo de pesquisa, aplicarmos questionários

    semiestruturados com as professoras das escolas pesquisadas e conversas com alguns

    alunos, em que pudemos apontar as dificuldades enfrentadas pelos professores e alunos

    nessas instituições. Também citamos pontos positivos que percebemos nessas

    instituições, mesmo com muitas dificuldades, muitos se unem para garantir uma inclusão

    de fato e o direito a uma educação de qualidade para todos, independentemente de sua

    dificuldade.

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 23

    No entanto, diante da importância do tema, torna-se necessário um olhar mais

    cauteloso ao que se refere à inclusão de alunos com necessidades na escola regular, os

    materiais didáticos para os alunos são escassos, a estrutura de algumas escolas não são

    adequadas para atender esse público e alguns profissionais não têm formação ou

    capacitação para trabalhar com seus alunos e atender suas especificidades.

    Entretanto, conhecemos durante o desenvolvimento do nosso trabalho,

    profissionais que fazem a diferença com esses alunos, buscando se adaptar as

    necessidades dos mesmos e não os deixando como sujeitos passivos em sala de aula,

    ajudando-os a se tornarem sujeitos ativos e reflexivos por meio da educação.

    REFERÊNCIAS

    ARANHA, M.S.F. Formando Educadores para a Escola Inclusiva. 2002. Disponível em: http//www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2002/feei/teimp.htm. Acesso em 20 de Junho 2019.

    BRASIL. Lei 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da

    Educação Nacional. Brasília: DF. 1961. Disponível em: http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=75529.ht m. Acesso em: 05 de Junho. 2019.

    _____. Lei 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências. Brasília, DF: 1971. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12123635/artigo-9-da-lei-n5692-de-11-de-agosto-de-1971. Acesso em: 05 de junho de 2019.

    _____. Constituição (1988) Constituição: República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.

    _____. Lei 7.853, de 24 de Outubro de 1989. Estabelece normas gerais que asseguram o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva integração social. Brasília: DF. 1989. Disponível em: https://lobo.jusbrasil.com.br/artigos/345371851/o-que-e-apolitica-nacional-para-a-integracao-da-pessoa-portadora-de-deficiencia. Acesso em: 07de junho de 2019.

    ______. Presidência da República. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996. Disponível em: http// www.planalto.gov.br/ccivil _03/Leis/9.394.htm. Acesso em: 07 de junho de 2019. DANTAS, T. C.; SILVA, J. S. S; CARVALHO, M. E. P. de. Entrelace entre gênero, sexualidade e deficiência: uma história feminina de rupturas e empoderamento. Em 36ª Reunião Nacional da ANPED, Goiânia, 2013.

    https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12123635/artigo-9-da-lei-n-5692-de-11-de-agosto-de-1971https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12123635/artigo-9-da-lei-n-5692-de-11-de-agosto-de-1971https://lobo.jusbrasil.com.br/artigos/345371851/o-que-e-a-politica-nacional-para-a-integracao-da-pessoa-portadora-de-deficienciahttps://lobo.jusbrasil.com.br/artigos/345371851/o-que-e-a-politica-nacional-para-a-integracao-da-pessoa-portadora-de-deficiencia

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 24

    DECLARAÇÃO DE SALAMANCA Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Espanha, 1994. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em 05 de Junho de 2019.

    GLAT, R.; NOGUEIRA, M. L. L. Políticas Educacionais E A Formação De Professores Para A Educação Inclusiva No Brasil. In: Revista Integração. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial, ano 14, nº 24, 2002. GUEDES, 2016

    MANTOAN, Maria Teresa Eglér, Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer?

    1.ed. São Paulo. Moderna. 2003.

    MIRANDA, S. Do fascínio do jogo à alegria do aprender nas séries iniciais. 1ª ed.

    São Paulo: Papirus, 2001.

  • CAPÍTULO II – O USO DAS TECNOLOGIAS COMO ESTRATÉGIA

    NO PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM DA LEITURA NO

    ENSINO FUNDAMENTAL NOS ANOS INICIAIS

    Leonide Ferreira de Medeiros

    Lismarcia Felisberto da Cunha Lima

    Simône Ferreira da Silva Dantas

    Isabelle de Araújo Pires

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 26

    O USO DAS TECNOLOGIAS COMO ESTRATÉGIA NO PROCESSO DE

    ENSINO/APRENDIZAGEM DA LEITURA NO ENSINO FUNDAMENTAL NOS

    ANOS INICIAIS

    DESENVOLVIMENTO

    Nosso trabalho foi desenvolvido em três tópicos, o primeiro: A importância da

    leitura no processo de aprendizagem nos anos iniciais, onde destacamos que a leitura é

    uma das estratégias mais importante para o ensino aprendizagem, como também é crucial

    nos anos iniciais, para inserção dos alunos no meio social.

    O segundo tópico: Apontamento do gênero digital acerca dos Documentos

    Oficiais, trata-se da incorporação das TIC na ação pedagógica no ambiente educacional,

    norteando os docentes para a prática tecnológica. Como também direcionando os

    discentes para o universo digital.

    Por fim destacamos o último tópico: Gêneros digitais na sala de aula como

    perspectiva de desenvolvimento da aprendizagem, contudo, que foi apresentado através

    das tecnologias, os gêneros digitais podem trazer conhecimento dado aos educadores e

    aos educandos, dependendo das estratégias desenvolvidas pelos profissionais, dos

    recursos tecnológicos mediados com possibilidade de contribuição para Educação

    significativa.

    A importância da leitura no processo de aprendizagem nos anos iniciais

    Nos últimos anos o conceito de leitura foi atualizado. Atualmente a leitura não é

    um método de decodificação do texto, nem somente a compreensão e interpretação do

    signo linguístico. A leitura na verdade possui uma proporção mais ampla do que apenas

    conceder significado às palavras e frases. Ela é uma das estratégias mais importantes para

    novas aprendizagens, criando possibilidades para fortalecer ideias e ações, permitindo

    acrescentar e alcançar novos conhecimentos e desempenho cognitivo.

    Portanto, através da leitura o ser humano pode enricar seu vocabulário, obtendo

    conhecimento, incentivar o raciocínio e a interpretação. Nesse sentido, o leitor desperta

    para novos aspectos da vida em que ainda não tinha observado e despertando para o

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 27

    “mundo real” e para o entendimento dos outros. Desse modo, a prática da leitura é algo

    imprescindível para desenvolvimento do senso crítico e da capacidade de interpretação.

    Sabemos, então, da importância de trabalhar a leitura nos anos iniciais, já que os

    alunos nas escolas são inseridos no meio social e na descoberta de mundo, percebemos

    que no âmbito escolar, a leitura é vista erroneamente como uma avaliação exigida pelos

    professores.

    No entanto, a leitura possibilita oportunidades de ampliar a visão de mundo, pois

    através dela o leitor toma consciência das suas necessidades, assim tornando a sua

    transformação e a do mundo. Nessa perspectiva, de forma variável, os gêneros textuais

    atendem às necessidades para a comunicação entre os indivíduos, com diversos estilos e

    conteúdos temáticos, pois eles existem em grande quantidade, com função comunicativa

    e contexto cultural.

    Para tornar o aluno leitor e escritor crítico, a escola precisa usar vários gêneros

    textuais, possibilitando o método de aprendizagem e ensino. Com o surgimento dos novos

    gêneros textuais, é interessante notar os gêneros digitais, pois são definidos como tal e

    preservam características semelhantes a gêneros já consagrados. Assim, conforme afirma

    Marcuschi (2002, p.13):

    Os gêneros emergentes nessa nova tecnologia digital são relativamente

    variados, mas a maioria deles tem similaridades em outros ambientes, tanto na

    oralidade como na escrita. Muitos desses gêneros digitais são evoluções de

    outros já existentes nos suportes impressos (papel), ou em vídeos (ex: vídeos,

    fotografias). Porém essa tecnologia comunicativa verdadeiramente gerou

    novos gêneros, como por exemplo: os chats e os fóruns.

    Enfim, observamos a importância da evolução dos gêneros digitais e, embora

    exista essa transformação profunda a essência continua a mesma, a também a

    similaridades com outros gêneros já preexistentes, a (ex.: cartas, agora e-mail). A verdade

    é que a comunicação digital estabeleceu novos modos de interação na sociedade

    contemporânea.

    Ainda, existem profissionais na Educação que demonstram resistência à

    comunicação virtual, por não conhecer o ambiente tecnológico, acham o mesmo

    desprovido de regras, sobretudo no que diz a respeito à linguagem, mas isso não é

    verídico. Somos falantes capazes, sabemos quando e como aplicar diferente níveis de fala

    até mesmo nos ambientes virtuais, temos a compreensão que há diferentes níveis de

    formalidade e informalidade.

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 28

    Alves (2010) corroborando com Prensky (2012), aponta a utilização dos jogos

    como estímulo à atividade psicomotora da criança, fala que os jogos digitais é uma forma

    divertida, eficaz para aprender os diversos conteúdos, já que os alunos são “nativos

    digitais”6.

    Ainda, Moran (2000), afirma que as tecnologias ampliam o conceito de aula, de

    tempo e espaço de comunicação áudio visual e estabelece pontes entre o presencial e o

    virtual, entre, está conectado a distância ou perto, há uma diversidade ampla de formas

    de interação. Observando a educação contemporânea, percebemos a importância da

    introdução da tecnologia da informática, junto ao processo pedagógico.

    A tecnologia está presente cotidiano de formas diversificadas, podendo ser um

    valioso recurso para a aprendizagem dos educandos, além de propor

    alternativas de atividades pedagógicas prazerosas e eficientes por meio da

    exploração da tecnologia educacional (VALENTE,1999, p.11).

    Conforme Valente (1999) a presença das tecnologias digitais cada vez mais, fazem

    parte do nosso cotidiano e, assim passam a exigir o desenvolvimento de diferentes

    habilidades, criando nova área de estudo relacionado com os novos letramentos.

    As novas gerações têm alcançado o letramento digital antes mesmo de ter se

    aperfeiçoado completamente do letramento alfabético, ensinado na escola. Com a

    aplicação do uso das tecnologias na comunicação entre pessoas a distância, tem deixado

    os alunos cada vez mais aprimorados na leitura e escrita, diferentes das formas

    tradicionais de letramentos e alfabetizações.

    Essas modificações são formas e oportunidades para o uso da linguagem em

    geral, são respostas determinantes nas alterações tecnológicas que vem ocorrendo no

    mundo desde que os aparelhos de informática e as novas tecnologias de comunicação

    começaram a fazer parte efetivamente no cotidiano dos alunos.

    Utilizamos também os pressupostos dos Documentos oficiais, como os

    Parâmetros Curriculares Nacionais-PCN (1997), as Leis Diretrizes de Base Curricular-

    LDB (1996) e Base Nacional Comum Curricular-BNCC (2018), que delinearemos no

    próximo tópico.

    6O termo “nativos digitais” se refere a pessoas que já nasceram lidando com os diversos meios digitais e

    internet no cotidiano. Essas crianças e adolescentes são pertencentes à Geração Z, já não enxergam a

    realidade de maneira separada do mundo virtual. Outro termo cunhado atualmente é a Geração Z. Os nascidos entre 1995 e 2010, que hoje estão presentes nas salas de aula.

    http://www.consumidormoderno.com.br/2017/09/22/caracteristicas-fundamentais-geracao-z/

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 29

    Apontamento do gênero digital acerca dos Documentos Oficiais

    Destacamos a importância nos Documentos Oficiais, no uso das tecnologias no

    sistema educacional. Eles apresentam metas, norteiam objetivos e referências, nesse

    sentido, são considerados como instrumento que viabilizam para a elaboração, o

    desenvolvimento e para práticas pedagógicas.

    Dentro do apresentado pela a Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB nº

    9394, de 20 de dezembro de 1996, ao incentivar que as práticas pedagógicas estejam

    vinculadas ao contexto, em que os sujeitos estão inseridos, sugere que a organização

    curricular inclua desafios contemporâneos em sua constituição.

    As tecnologias da informação e da comunicação podem, nesse contexto, ser

    caracterizadas como desafio de comunicação e possibilidade de inclusão social; estudar

    as tecnologias no sentido de reorganização das práticas didáticas para auxiliar o processo

    contextualizado e significativo de aprendizagem se faz desafio e possibilidade na

    atualidade.

    Na LDB 9394/96 verificamos uma concepção instrucionista quando o documento

    se refere às tecnologias educativas como recurso educativo, organizados especificamente

    para atender o educando com necessidade especial de aprendizagem.

    Nesse sentido, a presença das tecnologias nos documentos oficiais a LDB nº

    9394/96 enfatizam o uso das tecnologias alcançando os objetivos na educação nacional,

    integrando níveis e modalidades diferentes na educação e nas dimensões do trabalho, da

    ciência e da tecnologia.

    É possível perceber mudanças dentre as principais direções e desafios à educação

    descritos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do ensino fundamental, médio e

    tecnológico definido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) para guiar o uso de

    tecnologias no processo de ensino/aprendizagem estão, dentre outros: compreender o uso

    a conhecimentos científicos, às linguagens e os problemas que se propõe solucionar;

    associar sua relação com outras tecnologias da informação e o impacto no

    desenvolvimento do conhecimento e na vida cotidiana, bem como seu uso nas escolas,

    no trabalho e em outros contextos relevantes, possibilitando comunicação através de sons,

    imagens, textos, integrando mensagens e tecnologias, como aponta os PCN (2000, vol. 2,

    p. 11-12).

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 30

    As novas tecnologias da comunicação e da informação permeiam o cotidiano,

    independente do espaço físico, e criam necessidades de vida e convivência que

    precisam ser analisadas no espaço escolar. A televisão, o rádio, a informática,

    entre outras, fez com que os homens se aproximassem por imagens e sons de

    mundos antes inimagináveis.

    De acordo com as Diretrizes Curricular Nacionais para a formação de professores

    da Educação Básica-DCN (2002), o uso das TIC (tecnologias de informação e

    comunicação) tem uma grande importância para educação no 2º artigo aventado na

    organização curricular de cada escola, desenvolvendo as tecnologias à formação para as

    atividades dos professores, trazendo novas estratégias e métodos para a utilização das TIC

    como material de apoio as suas práticas pedagógicas. No que se refere ao uso das TIC nas

    escolas, Almeida e Prado (2005, s/p)7 fala que.

    O uso da tecnologia na escola, quando pautado em princípios que privilegiam

    a construção do conhecimento, o aprendizado significativo e interdisciplinar e

    humanista, requer das profissionais novas competências e atitudes para

    desenvolver uma pedagogia voltada para a criação de estratégias e situações

    de aprendizagem que possam torna-se significativas para o aprendiz, sem

    perder de vista o foco da intencionalidade educacional.

    O uso da tecnologia no ambiente escolar, deve gerar condições que contribui o

    entendimento da complexidade de mundo construindo o conhecimento através de várias

    áreas do conhecimento, como também requer uma formação continuada na prática

    pedagógica dos profissionais voltada para novas metodologias de ensino, com tudo, sem

    perder a intencionalidade educacional.

    Desse modo a incorporação das tecnologias na ação pedagógica dos professores

    orienta os mesmo para uma educação libertadora e humanista, para que eles sejam

    profissionais capazes de se ajustar nos avanços tecnológicos, onde homens e mulheres

    são imersos na construção do conhecimento.

    Para ter mais entendimento sobre a Base Nacional Comum Curricular - BNCC

    (2018) foi construída no currículo de todas as instituições escolares do Brasil, dez

    competências gerais que nortearão o trabalho das escolas e dos docentes. Sendo assim,

    a tecnologia destaca na competência número 5, que:

    7Almeida, M.E.B. Projeto: uma nova cultura de aprendizagem. Artigo publicado no site PROINFO.

    Disponível em: http://www.proinfo.gov.br.,1999. Acesso em:16/07/2019.

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 31

    Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e

    comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas

    práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e

    disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e

    exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (BNCC, 2018, p. 09).

    Essa competência, como vimos, aclara o comprometimento da educação

    nacional com o desenvolvimento íntegro para o ser humano e com uma construção justa

    para sociedade, democrática e inclusiva, que se destaca na introdução da Base Nacional

    Comum Curricular (2018), e também comunica os fundamentos pedagógicos em todo

    documento.

    Diante disso, os alunos são direcionados para o universo digital, pois são capazes

    de usar diversas ferramentas existentes e atingir conhecimentos computacionais, tornando

    a tecnologia indispensável para a sua vida.

    A BNCC, assim, aponta que a cultura digital tem proporcionado mudanças sociais

    perante a sociedade contemporânea, com avanço e mudanças das tecnologias ocorreu um

    grande crescimento aos acessos: computadores, telefones celulares, tablets e afins, os

    alunos estão inseridos nessa cultura, não somente como usuário, mas como protagonistas

    da cultura digital.

    Gêneros digitais na sala de aula como perspectiva de desenvolvimento da

    aprendizagem

    A sala de aula como um espaço social aponta como lugar de convivência e

    interação em que há criação de afetividade, de ensino e aprendizagem. Contudo, o jogo e

    as tarefas lúdicas não podem ser esquecidos no cotidiano escolar, pois são ferramentas

    que estabelecem uma alternativa de trabalho atrativo, significativo e envolvente com os

    alunos, onde requer a resolução de problemas/soluções pelo sujeito.

    Nas salas de aulas, tornou-se cada vez mais frequente a conexão digital, pois a

    educação 4.0,8 que antes era um ideal, segundo Prefº. Drº. Cassiano Zeferino de Carvalho

    Neto9, hoje é uma realidade no cotidiano escolar. O uso dessas ferramentas trouxe para

    8 O termo está ligado à revolução tecnológica que inclui linguagem computacional, inteligência artificial,

    Internet das coisas (IoT) e contempla o learning by doing que traduzindo para o português é aprender por

    meio da experimentação, projetos, vivências e mão na massa. Disponível em: https://novaescola.org.br.

    Acesso em:16/07/2019. 9 https://inovae4.com.br.Acesso em:16/07/19.

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 32

    os professores e alunos mais dinamicidade e interação, com conteúdo armazenados

    “em nuvens”10.

    A revolução tecnológica dentro da educação 4.0 é baseada no conceito de

    “Learning by doing”, que significa “aprender fazendo”. Essa metodologia incentiva os

    alunos a construir seu conhecimento por meio de práticas diversas, seja por experiências,

    testes, projetos e educação maker ou hands-on “mão na massa”11. A educação maker

    beneficia os alunos no seu aprendizado, uma cultura de estimulo à autonomia sendo

    instrumento crucial na área de conhecimento dele. A tecnologia na sala de aula inova e

    incentiva por meio da experimentação, dessa maneira, os alunos têm o ensejo de serem

    os personagens principais de suas próprias aprendizagens.

    De acordo com filósofo pedagogo norte Americano John Dewey (1931), na

    passagem do século XIX para o XX, ele afirmava que a educação não deveria ser restrita

    à “transmissão” de conhecimentos, mas apreciar as experiências dos estudantes e a junção

    dos conhecimentos cotidianos. Com a educação maker o ensino e a aprendizagem

    ganham sentido e ajudam a desenvolver habilidades reflexivas e sócio emocionais.

    Desse modo, ainda existe algumas barreiras a vencer, como a escassez na

    formação dos docentes. Muitos sentem dificuldades em mourejar com programas e as

    ferramentas digitais, pois muitos só tiveram acesso com as tecnologias em sua fase adulta

    – diferente dos alunos, que já nasceram na era digital e estão familiarizados com elas.

    Uns dos motivos que vêm causando inquietações a muitos docentes nas escolas, é

    a falta de habilidade com a tecnologia. Entre as tecnologias encontradas hoje nas

    instituições, como, por exemplo, a TV Multimídia, o pen-drive e o laboratório de

    informática, o computador, se revela como maior desafio para muitos educadores, porque

    além de abranger o conhecimento técnico, eles precisam compreender como utilizar essas

    ferramentas tecnológicas na sua prática pedagógica e como contextualizar com a

    realidade dos alunos, como construir a interdisciplinaridade em seus planejamentos

    atender as exigências dos Documentos Oficiais da Educação.

    10O termo geralmente é usado para descrever centros de dados disponíveis para muitos usuários pela

    Internet. Nuvens em grande escala, predominantes hoje em dia, geralmente têm funções distribuídas em

    vários locais dos servidores centrais. Se a conexão com o usuário for relativamente próxima, pode ser

    designado um servidor de borda. O armazenamento de dados é feito em serviços que poderão ser acessados

    de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora, não havendo necessidade de instalação de programas ou de

    armazenar dados. https://pt.wikipedia.org. 11Mão na massa, também chamada de educação maker, ou hands-on. (Movimento Maker se iniciou nos

    Estados Unidos em meados da década de 70, com a revolução do computador pessoal). Disponível em:

    https://www.linkedin.com. Acesso em: 16/07/2019.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_computadorhttps://www.linkedin.com/

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 33

    Nesse sentido, é extremamente importante pleitear a conexão das tecnologias e o

    método de ensino e aprendizagem. Como o professor é visto como o mediador, ele deve

    buscar recursos que norteia os seus educandos a conhecerem por meio de novas

    ferramentas e direcioná-los para que os conhecimentos advindos desse meio tecnológico

    se tornem significativos, e, ainda, ajudar os mesmos na construção do conhecimento.

    De acordo com Costa (2015), aparece outro obstáculo na utilização dos meios

    tecnológicos, no método de ensino e aprendizagem, que é a falta de capacitação dos

    docentes na área tecnológica, fazendo com que muitos profissionais se tornem resistentes

    ao uso e introdução dessas novas tecnologias deixando assim, de utilizá-las por falta de

    conhecimento e formação.

    Os professores precisam encarar estes desafios, também refletirem e repensarem

    suas práticas educativas. No entanto, esses profissionais precisam também do apoio

    pedagógico, da oferta de formação continuada oferecidas por suas instituições para

    superar esses obstáculos, desta forma, afirma Costa (2015, p.31), “é função da escola

    formar um cidadão para a sociedade em transformação, portanto fazer uso de novas

    habilidades é competência da escola para caminhar junto com a sociedade”. Cabe ao

    educador buscar condições para adequar suas aulas as novas ferramentas digitais, desta

    maneira, pensar em variadas formas metodológicas de aplicar suas sequencias didáticas

    em sala de aula.

    Os educadores ainda relutam à inserir a tecnologia em sua metodologia de ensino,

    terminam presos a métodos ultrapassado, que não funcionam do mesmo modo. Por outro

    lado, professores capazes de tirar aproveitamento dos benefícios que a tecnologia pode

    trazer aos métodos de ensino e aprendizagem são capazes de atuar de modo mais atrativo

    e inovador junto aos seus educandos.

    Desta forma, a tecnologia tem muito a disponibilizar, métodos tecnológicos,

    relatórios de aprendizagem, que ajuda os professores a reconhecer, de maneira pessoal ou

    coletiva, em que pontos do assunto dos educandos têm maior índice de acertos e em quais

    outros precisam aprender mais.

    Entretanto, percebemos o quanto é necessário avançar mais com determinados

    assuntos, aumentar as explicações, mudando as estratégias de ensinar, reconhecendo os

    discentes com melhor desempenho e ajudar aqueles que têm maior dificuldade.

    Portanto, é importante salientar que a tecnologia por si só, não é capaz de mudar

    o método do educador. Contudo, se usada de maneira contextualizada, ela pode ser

    essencial na rotina na sala de aula, àquilo com que os discentes já estão vivenciando na

    https://www.somospar.com.br/4-motivos-para-a-escola-adotar-ferramentas-tecnologicas-de-apoio-ao-ensino/https://conteudos.somospar.com.br/lp-ebook-identificando-pontos-fortes-e-fracos-com-ferramentas-digitais/?utm_source=blog&utm_medium=post&utm_campaign=qual-o-impacto-da-tecnologia-na-sala-de-aulahttps://www.somospar.com.br/como-incentivar-os-alunos-a-lerem-mais/

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 34

    vida real, estreitando o relacionamento entre educador e aluno, que passam a compartilhar

    a mesma realidade. Desta maneira, pode-se observar que a tecnologia é uma necessidade

    de todos, e que a instituição escolar deve estar preparada para esta realidade. Temos que

    estar preparados para este avanço, pois nós

    [...] educadores, temos de nos preparar e preparar nossos alunos para enfrentar

    exigências desta nova tecnologia, e de todas que estão a sua volta – A TV, o

    vídeo, a telefonia celular. A informática aplicada à educação tem dimensões

    mais profundas que não aparecem à primeira vista. (ALMEIDA, 2000, p.78).

    O meio social está caracterizado por diversos tipos de linguagens, com a demanda

    das tecnologias cada vez mais acelerada, introduzida nas práticas pedagógicas, que visam

    uma melhoria na qualidade de ensino, explorando o uso das imagens, movimentos, artes,

    musicas, jogos, moldando um espaço imaginário ou real, significando os assuntos em sala

    de aula.

    Sabendo que a tecnologia é o meio de alcançar um processo educativo

    significativo, a escola só se aproximará e deixará o modelo antigo de mediar o

    conhecimento quando sua equipe pedagógica estiver conectada e compromissada com

    essa nova estratégia de ensino e a interatividade das tecnologias.

    Por outro lado, a escola precisa adequar os recursos mobiliários, recursos

    didáticos, recursos tecnológicos que possibilitem a prática pedagógica. A grande

    contribuição desses recursos é atratividade e o envolvimento dos educandos no processo

    por terem conhecimentos destas tecnologias. Neste sentido os educandos terão

    autonomia, participação no processo ensino/aprendizagem.

    Como se vê, ainda há muitos obstáculos para inclusão das TIC, é preciso que as

    secretarias, os gestores e os educadores tracem um plano que oferte a ludicidade,

    aprendizagem dos alunos no contexto que estiverem inseridos diante dos recursos

    tecnológicos.

    Quanto à inclusão da TIC como estratégias metodológicas no processo de

    ensino/aprendizagem dos anos iniciais, compreendemos que diante dos baixos índices de

    aprendizagem, na avalição da Prova Brasil aplicados nos anos iniciais das escolas

    públicas do Brasil. Grupos de estudos acadêmicos, Secretarias de Educação e Instituições

    realizam discussões, apresentam estratégias metodológicas para sanar esses resultados a

    cada ano letivo.

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 35

    A escola caracteriza por ser um espaço de mediação de conhecimento, de

    possibilidade de interação com suas tecnologias e que contribua com autonomia do

    educando. Ela apresenta um Sistema Educacional com Documentos, Diretrizes

    Curriculares que auxiliam nos procedimentos educativos. Então, essa preocupação séria

    na inclusão de estratégias metodológicas, adaptação dos recursos tecnológicos com a

    prática pedagógica.

    E para isso, o gestor, o profissional da Educação conseguirá através do

    conhecimento das TIC (tecnologias de informação e comunicação). As escolas possuem

    em seus ambientes, a linguagem oral, a linguagem escrita, a linguagem digital dos seus

    alunos, a reprodução da comunicação através dos recursos de som, imagens, vídeos, que

    para Kenski (2007) são recursos, linguagens e meios de mediação, interação de

    compreender a prática pedagógica através das tecnologias de informação e comunicação,

    ou seja, as TIC.

    Com a inclusão das TIC nas práticas pedagógicas, o processo

    ensino/aprendizagem terá uma relevância significativa na vida dos educandos, pois

    despertará interesse e participação no processo. Descontruindo um método tradicional de

    ensinar e aprender, Kenski (2007, p.29) aponta:

    Na escola, professores e alunos usam preferencialmente a fala como recurso

    para interagir, ensinar e verificar a aprendizagem. Em muitos casos, o aluno é

    o que menos fala. A voz do professor, a televisão e o vídeo e outros tipos de

    “equipamentos narrativos” assumem o papel de ‘contadores de histórias e os

    alunos, de seus ouvintes. Por meio de longas narrativas orais, a informação é

    transferida, na esperança de que seja armazenada na memória e aprendida.

    Essa repetição como modelo pedagógico, dificulta a aprendizagem e a falta de

    interesse dos alunos irem à escola. Já em seu uso social, os alunos possuem capacidade

    de reflexão e habilidades das tecnologias, com uso da TIC, reconhece o conhecimento.

    A linguagem digital aliada as demais linguagens facilitará a prática pedagógica no

    contexto em que os alunos estão inseridos diante de sua caracterização de nativos digitais.

    Também ela irá romper com estruturação mecânica, estrutural do sistema de ensino para

    articulação de saberes, novas relações, experiências de conhecimentos. Assim, essa

    linguagem digital tem um poder transformador nas práticas pedagógicas criando uma

    nova estratégia de ensino, de acordo com Kenski (2007, p.33):

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 36

    O poder da linguagem digital, baseado no acesso a computadores e todos os

    seus periféricos, a internet, aos jogos eletrônicos etc., com todas as

    possibilidades de convergências e sinergia entre a mais variadas aplicações

    dessas mídias, influência cada vez mais a constituição de conhecimento,

    valores e atitudes.

    Contudo, que foi apresentado, esse poder de conhecimento dado aos educadores

    e aos educandos, dependerá das estratégias desenvolvidas pelos profissionais, dos

    recursos tecnológicos mediados com possibilidade de contribuição para Educação

    significativa.

    Estamos todos conectados através da rede que é a internet, essa ferramenta é

    decisiva na elaboração dos planejamentos das estratégias metodológicas. Desse modo, o

    professor deverá deixar sua prática tradicional e oferecer melhores condições para mediar

    os conteúdos.

    Apresentamos a mediação através da rede de internet, para desenvolver uma

    sequência didática que exija habilidades e domínios dos alunos com essa linguagem

    digital para interagir, organizar e descontextualizar os conteúdos socialmente construídos.

    Utilização de software que ofereça possibilidades de interdisciplinaridades das áreas do

    conhecimento como sugere os PCNs.

    Entretanto, os professores devem tornar a sua base que é aprender a aprender e

    utilizar as TDIC como ferramenta de apropriação e desenvolvimento dos alunos. A

    WebQuest12 é uma estratégia de mediação pedagógica que facilitará a construção do

    conhecimento, com base teórica construtivista13, pois os alunos através do cumprimento

    das atividades irão modificando as informações, assimilando-as e guardando-as. Desta

    forma, o professor cria um projeto pública na internet, assim, os alunos podem acessar

    em sua casa, e posteriormente envia os resultados através do e-mail para o professor.

    Contudo,

    12WebQuest é uma metodologia de pesquisa na Internet, voltada para o processo educacional, estimulando

    a pesquisa e o pensamento crítico. É um modelo extremamente simples e rico para dimensionar usos

    educacionais da Web. https://google.com/site/oficinadotiao/home/o-que-e-webquest Acesso:05/08/2019.

    13O ensino construtivista, base do pensamento construtivista consiste em considerar que há uma construção

    do conhecimento e, que para que isso aconteça, a educação deverá criar métodos que estimulem essa

    construção, ou seja, ensinar aprender a aprender. Essa linha pedagógica entende que o aprendizado se dá

    em conjunto entre professor e aluno, ou seja, o professor é um mediador do conhecimento que os alunos já

    têm em busca de novos conhecimentos criando condições para que o aluno vivencie situações e atividades

    interativas, nas quais ele próprio vai construir os saberes. https://escoladainteligencia.com.br/metodo-de-

    ensino-construtivista/Acesso em : 05/08/2019.

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 37

    Entendemos que as TDIC’s na educação contribuem para a mudança das

    práticas educativas com a criação de uma nova ambiência em sala de aula e na

    escola que repercute em todas as instâncias e relações envolvidas nesse

    processo, entre as quais as mudanças na gestão de tempos e espaços, nas

    relações entre ensino e aprendizagem, nos materiais de apoio pedagógico, na

    organização e representação das informações por meio de múltiplas

    linguagens. (ALMEIDA e SILVA, 2011, p.4).

    As TDIC oferecerão aos profissionais da Educação um método inovador em sua

    prática pedagógica e também proporcionando várias formas de relação, de participação

    dos discentes como nativos digitais, construtores do saber e rompendo com preceitos

    ultrapassados, em que os professores eram expostos num meio social diferente da

    atualidade, e que hoje, não reverenciam as necessidades e conhecimento de forma

    interativa, aprazível e lúdica.

    A pretensão de incluir a WebQuest como estratégia metodológica na escola, é um

    ponta pé inicial dos educadores durante seus planos, com objetivo fomentar a

    aprendizagem colaborativa e integrar os recursos tecnológicos que estejam a sua

    disposição para o uso no ambiente escolar.

    O Educador poderá escolher os seguintes formatos (website14, Power Point15,

    Google Doc16, Word Doc17, planilhas impressas18, etc), para iniciar a elaboração da sua

    WebQuest seguindo os seguintes passos: 1º Introdução com um resumo do que o aluno

    deverá estudar, seja de acordo com objetivo de um plano de aula ou uma sequência

    didática; 2º passo, serão descritas as atividades que os alunos irão desenvolver no percurso

    dos estudos, como, por exemplo, leitura de um livro, pesquisa em um site, produção de

    mídias, entre outras estratégias; 3º passo descreve os procedimentos de realização das

    atividades proposta pelo educador; 4º passo ou página construída será dos recursos, ou

    14website e site possuem o mesmo significado e são utilizadas para fazer referência a uma página ou a um

    agrupamento de páginas relacionadas entre si, acessíveis na internet através de um determinado endereço.

    https://www.significados.com.br/website/.Acesso em 05/08/2019. 15PowerPoint é um programa utilizado para criação/edição e exibição de apresentações gráficas,

    originalmente escrito para o sistema operacional Windows e portado para a plataforma Mac OS X. A versão

    para Windows também funciona no Linux através da camada de compatibilidade Wine. https://www.google.com/power+point+significado+em+portugues.Acesso em :05/08/2019. 16Google Docs é um serviço para Web, Android e iOS que permite criar, editar e visualizar documentos de

    texto e compartilhá-los com amigos e contatos profissionais. Com a possibilidade de trabalhar offline, esta

    ferramenta pode salvar os arquivos tanto no drive online do Google quanto na memória do dispositivo.

    https://www.google.com/google significado. Acesso em: 05/08/2019. 17Um arquivo DOC é um arquivo de tratamento de texto do pacote Microsoft Office, criado a partir de

    documentos do Word. https://br.ccm.net/faq/511-formato-doc. Acesso em: 05/08/2019. 18Uma planilha pode ter várias áreas de impressão. Cada área de impressão será impressa como uma página

    separada. https://support.office.com/impressão-em-uma-planilha.Acesso em: 05/08/2019.

    https://br.ccm.net/faq/511-formato-doc

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 38

    seja, as fontes que os educandos deverão realizar pesquisas e produções; 5º passo seria a

    página de avaliação, o educando saberá como será avaliado durante esse processo de

    interação e finalizando com a página de conclusão, estará descrito, suas evoluções,

    incentivos, para encorajar novos desafios.

    Essa estratégia de trabalho baseada na interação de atividades com sequências da

    WebQuest, motiva, desafia o educando ou grupo de educandos. Estruturada pelo

    educador com informações relevante e significativa para realidade do aluno e também

    atendendo as exigências dos Documentos Oficiais da Educação, como a BNCC (2018).

    Portanto, essa é uma estratégia metodológica inovadora, conectada à rede, à

    internet, com conhecimentos de alguns programas. O educador construirá sua prática

    pedagógica diferenciada, atrativa, numa perspectiva construtivista, isto é, o aluno

    aprenderá, organizará, produzirá no processo de aprender fazendo e inserido ao contexto

    de nativo digital, legitimando sua identidade como agente social no processo educacional

    como também despertará para encontrar as soluções advindas pelos desafios propostos

    pelo educador, assim compreendemos que o construtivismo:

    [...] é um equilíbrio por auto regulações que permite remediar as incoerências

    momentâneas, resolver os problemas superar as crises ou os desequilíbrios por

    elaborações constante de novas estruturas que a escola pode ignorar ou

    favorecer, segundo os métodos empregados. (PIAGET, 1998, p.49).

    Desse modo, a Webquest criada por Bernie Dodge, em 1995 contribui para esse

    equilíbrio que as teorias do construtivismo apresentam como forma de sanar os equívocos

    no processo educacional, mesmo sabendo que existem limitações como a falta de

    equipamentos tecnológicos, conhecimentos das TDIC pelo corpo docente. O educador

    precisa compreender que a inclusão dos recursos tecnológicos e de estratégias com

    atividades incluindo a TDIC beneficiam o desenvolvimento dos alunos. Assim, essas

    atividades devem ser compreensivas, desafiadoras e incentivadoras. Então, Dodge (1995)

    a define assim: “Webquest é uma atividade investigativa, em que alguma ou toda a

    informação com que os alunos interagem provém da Internet.”, ou seja, alunos possuem

    recursos tecnológicos, acesso à rede, habilidade e funcionalidade no seu dia a dia. A real

    situação é que, na maioria das escolas com esse conhecimento, de poder dos alunos

    durante processo ensino/aprendizagem não é considerado como parte do currículo

    escolar.

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 39

    DISCUSSÕES E RESULTADOS

    Este trabalho de conclusão de curso, foi realizado com intuito de verificar a

    inclusão das tecnologias no processo de ensino/aprendizagem nos anos iniciais. A

    pesquisa foi realizada em duas escolas da cidade de Campina Grande, uma pública e a

    outra privada. Foi elaborado um questionário para analisar a prática pedagógica dos

    docentes com o uso da TIC.

    Portanto nossa pesquisa é descritiva e qualitativa de cunho exploratório e com

    investigação conduzida por pesquisas bibliográficas e dados coletados, que visam

    apresentar a importância das tecnologias educativa, como atividades interativas e de

    aprendizagem no processo de leitura. Existem inúmeros métodos de leitura, em que cada

    docente busca utilizá-los, de maneira em que grande parte dos alunos alcance os objetivos

    propostos para a leitura. Daí, surgiu a necessidade de investigar as contribuições

    webquest, como estratégia para o desenvolvimento da leitura.

    Os instrumentos de coleta de dados se deu pela aplicação de um questionário

    estruturado com 9 perguntas, sendo duas subjetivas e 7 objetivas que será apresentado a

    descrição através de tabela.

    Com os resultados da questão 1, foi formulado um quadro 1, de apresentação do

    tempo de experiência da prática pedagógica, para termos uma ideia que não é o nível de

    tempo que faz um profissional incluir as TIC em suas práticas pedagógicas e sim ter um

    perfil de profissional compromissado em mediar os conhecimentos no contexto em que

    seus alunos estão inseridos como é sua caracterização como nativos digitais.

  • O S a b e r P e d a g ó g i c o | 40

    De acordo, que foi apresentado, apenas a professora 2, tem um tempo experiência

    inferior as demais. Isso não caracteriza que sua prática pedagógica não seja tão

    significativa como as outras com um tempo superior. Vamos entender melhor adiante

    com as análises dos resultados obtidos das próximas questões aplicadas.

    Para o desenvolvimento de uma prática pedagógica co