FABIANO DE OLIVEIRA DIAS

PROCESSO DE ANLISE DAS DEMONSTRAES CONTBEIS EM CLUBES SOCIAIS: UM ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada Universidade Federal de Santa Catarina como um dos pr-requisitos para a obteno do grau de bacharel em Cincias Contbeis Orientador: Professor Luiz Alberton, Dr.

Florianpolis (SC), dezembro de 2003.

FABIANO DE OLIVEIRA DIAS

PROCESSO DE ANLISE DAS DEMONSTRAES

CONTBEIS EM CLUBES SOCIAIS: UM ESTUDO DE CASO

Esta monografia foi apresentada como trabalho de concluso do curso de Cincias

Contbeis da Universidade Federal de Santa Catarina, obtendo nota (mdia) de __________,

atribuda pela banca constituda pelo orientador e membros abaixo.

Fevereiro de 2004

________________________________ Professor Luiz Felipe Ferreira, MSc. Coordenador de Monografias do Departamento de Cincias Contbeis Professores que compuseram a banca: ________________________________ Professor Luiz Alberton, Dr. Departamento de Cincias Contbeis, da Universidade Federal de Santa Catarina Nota atribuda________ ________________________________ Professor Loreci Joo Borges, Dr. Departamento de Cincias Contbeis, da Universidade Federal de Santa Catarina Nota atribuda________ ________________________________ Professora Bernadete Passold, Dra. Departamento de Cincias Contbeis, da Universidade Federal de Santa Catarina Nota atribuda________

Florianpolis (SC), fevereiro de 2004

DEDICATRIA

Dedico esta pesquisa meu av e

padrinho Nivaldo Dias (In Memorian),

pois foi indispensvel na formao de

meu carter.

AGRADECIMENTOS

Como bom viver, mas saber viver (autor v Joo Lagoa)

A vida uma oportunidade nica, outra jamais

(autor desconhecido)

Com as frases acima, comeo agradecendo Deus por ter me concedido o Dom da

vida.

Agradeo a meus pais, Luiz Gonzaga Dias e Beatriz Ondina de Oliveira Dias, por toda

a dedicao e confiana depositada em mim desde os primeiros anos de minha vida estudantil

e pela base familiar que me foi oferecida.

A meus avs, peas fundamentais na formao de meu carter que disponibilizaram

desde o incio, toda a ateno que lhes era solicitada.

minha namorada Alessandra Pimentel que esteve todos esses anos ao meu lado

incentivando minha formao.

Agradeo ao meu professor e orientador Dr. Luiz Alberton, por ter me dado, de forma

muito responsvel, a contribuio necessria na elaborao e desenvolvimento da pesquisa.

Universidade Federal de Santa Catarina por ter disponibilizado um ensino gratuito e

de qualidade, com professores altamente qualificados.

Enfim, agradeo a meus irmos, familiares, amigos e a todas as pessoas que de alguma

forma influenciaram nesta difcil, porm gratificante vida acadmica.

RESUMO DIAS, Fabiano de Oliveira. Processo de Anlise das Demonstraes Contbeis em Clubes Sociais: Um Estudo de caso, 2003, 74 pginas. Curso de Cincias Contbeis. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis. ORIENTADOR: Professor Luiz Alberton, Dr. Em decorrncia do fenmeno da globalizao o mundo parece que encurtou espaos, as novidades surgem e englobam um nmero cada vez maior de pessoas num curto espao de tempo. A economia tem sido um dos setores que mais se destaca neste mundo globalizado. Neste contexto, a anlise das demonstraes contbeis torna-se instrumento fundamental no processo de tomada de deciso, possibilitando avaliar o desempenho econmico-financeiro das entidades. A pesquisa tem a preocupao de demonstrar a aplicabilidade das tcnicas de anlise das demonstraes contbeis em um clube social. realizado um estudo de caso no Clube Doze de Agosto da cidade de Florianpolis. Os dados levantados so oriundos dos balanos patrimoniais e as demonstraes dos resultados dos exerccios dos anos de 2000, 2001 e 2002. No que diz respeito forma de gesto do clube, as informaes foram colhidas atravs de informaes apresentadas por alguns de seus colaboradores, por meio de perguntas de pesquisa semi-estruturada. As tcnicas de anlise das demonstraes contbeis aplicadas na pesquisa foram s anlises vertical e horizontal dos balanos patrimoniais e das demonstraes dos resultados dos exerccios e anlise atravs de ndices (quocientes). Tambm foram comparados os ndices do Clube Doze com os ndices do mesmo perodo de outros clubes sociais de Florianpolis, os quais so o Lagoa Iate Clube e o Paula Ramos Esporte Clube. O processo de anlise das demonstraes contbeis nos clubes sociais serve de suporte para seus administradores na tomada de decises, facilitando alcanar os resultados e satisfazendo a necessidades de seus associados. O processo de anlise das demonstraes contbeis instrumento fundamental na atividade do profissional da rea contbil, para auxiliar as demais reas interessadas. Palavras-chaves: Anlise das Demonstraes Contbeis, Clubes Sociais e Tomada de Decises.

LISTA DE GRFICOS Grfico 1 Relao patrimnio lquido X ativo permanente do Clube Doze de Agosto 45

Grfico 2 Relao ativo circulante X passivo circulante do Clube Doze de Agosto 47

Grfico 3 Relao receita lquida X ativo total do Clube Doze 48

Grfico 4 Anlise comparativa da participao de capitais de terceiros 51

Grfico 5 Anlise comparativa da composio do endividamento 52

Grfico 6 Anlise comparativa da imobilizao do patrimnio lquido 52

Grfico 7 Anlise comparativa da imobilizao dos recursos no correntes 53

Grfico 8 Anlise comparativa da liquidez imediata 54

Grfico 9 Anlise comparativa da liquidez geral 54

Grfico 10 Anlise comparativa da liquidez corrente 55

Grfico 11 Anlise comparativa do giro do ativo 56

Grfico 12 Anlise comparativa da margem lquida 56

Grfico 13 Anlise comparativa da rentabilidade do ativo 57

Grfico 14 Anlise comparativa da rentabilidade do patrimnio lquido 57

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Balano patrimonial padronizado por Matarazzo 23

Quadro 2 Demonstrao de resultado do exerccio padronizado por Matarazzo 24

Quadro 3 Tcnicas estatsticas para se encontrar ndices padro 36

LISTA DE TABELAS Tabela 1 Balano Patrimonial do Clube Doze de Agosto padronizado com as

respectivas anlises vertical e horizontal dos anos de 2000, 2001 e 2002 41

Tabela 2 Demonstrao do resultado do exerccio padronizado, do Clube Doze com as respectivas anlises vertical e horizontal dos anos de 2000, 2001 e 2002 43

Tabela 3 ndices da estrutura de capitais do Clube Doze, anos 2000, 2001 e 2002 44

Tabela 4 ndices de liquidez do Clube Doze, anos 2000, 2001 e 2002 46

Tabela 5 ndices de rentabilidade do Clube Doze, anos 2000, 2001 e 2002 48

Tabela 6 ndices da estrutura de capitais do Clube Doze, LIC e Paula Ramos dos anos de 2000, 2001 e 2002

51

Tabela 7 ndices de liquidez do Clube Doze, LIC e Paula Ramos dos anos de 2000, 2001 e 2002

53

Tabela 8 ndices de rentabilidade do Clube Doze, LIC e Paula Ramos dos anos de 2000, 2001 e 2002

55

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACO ATIVO CIRCULANTE OPERACIONAL

AH ANLISE HORIZONTAL

AV ANLISE VERTICAL

BP BALANO PATRIMONIAL

BS BALANO SOCIAL

DFC DEMONSTRAO DO FLUXO DE CAIXA

DIR DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA

DLPA DEMONSTRAO DOS LUCROS OU PREJUZOS ACUMULADOS

DMPL DEMONSTRAO DA MUTAO DO PATRIMNIO LQUIDO

DOAR DEMONSTRAO DA ORIGEM E APLICAO DE RECURSOS

DRE DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO

DVA DEMONSTRAO DO VALOR ADICIONADO

ELP EXIGVEL A LONGO PRAZO

EVA VALOR ECONOMICO AGREGADO

GAF GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA

LIC LAGOA IATE CLUBE

NCG NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO

PCO PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL

PL PATRIMNIO LQUIDO

PMPC PRAZO MDIO DE PAGAMENTO DE COMPRAS

PMRE PRAZO MDIO DE ROTAO DE ESTOQUES

PMRV PRAZO MDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS

RLP REALIZVEL A LONGO PRAZO

SUMRIO RESUMO 05

LISTA DE ILUSTRAES 06

LISTA DE TABELAS 07

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 08

SUMRIO 09

1 INTRODUO 12

1.1 Tema e problema 12

1.2 Objetivos 13

1.2.1 Objetivo Geral 13

1.2.2 Objetivos Especficos 13

1.3 Justificativa do estudo 13

1.4 Metodologia da pesquisa 14

1.5 Organizao do trabalho 15

2 FUNDAMENTAO TERICA 16

2.1 A Contabilidade 16

2.1.1 Demonstraes Contbeis 16

2.1.1.1 Balano Patrimonial - BP 17

2.1.1.2 Demonstrao de Resultado do Exerccio - DRE 17

2.1.1.3 Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido DMPL 17

2.1.1.4 Demonstrao dos Lucros ou Prejuzos Acumulados DLPA 18

2.1.1.5 Demonstrao das Origens e Aplicao de Recursos DOAR 18

2.1.1.6 Demonstrao do Fluxo de Caixa - DFC 18

2.1.1.7 Valor Econmico Agregado - EVA 19

2.1.1.8 Demonstrao do Valor Adicionado DVA 19

2.1.1.9 Balano Social - BS 20

2.2 Anlise das Demonstraes Contbeis 20

2.2.1 Histrico e evoluo da Anlise das Demonstraes Contbeis 21

2.2.2 Objetivos da Anlise das Demonstraes Contbeis 21

2.2.3 Importncia e usurios da Anlise das Demonstraes Contbeis 21

2.2.4 Processo de Anlise das Demonstraes Contbeis 22

2.2.5 Padronizao das demonstraes contbeis 22

2.2.6 Aspectos que devem ser considerados no processo da Anlise

das Demonstraes Contbeis 24

2.3 Tcnicas de Anlise das Demonstraes Contbeis 24

2.3.1 Anlise por diferenas absolutas 24

2.3.2 Anlise vertical e horizontal 25

2.3.3 Anlise por ndice ou quociente 25

2.3.3.1 Estrutura de Capitais 26

2.3.3.2 Liquidez 27

2.3.3.3 Rentabilidade 29

2.3.3.4 Rotao ou de atividades 30

2.3.3.5 Interesse dos investidores 32

2.3.4 Necessidade de Capital de Giro 34

2.3.5 Alavancagem Financeira 35

2.4 ndices Padro 36

2.5 Relatrio da Anlise das Demonstraes Contbeis 37

2.6 Limitaes da Anlise das Demonstraes Contbeis 38

3 DESCRIO E ANLISE DO ESTUDO DE CASO 39

3.1 Identificao do Clube Doze de Agosto 39

3.2 Anlise vertical e horizontal do Clube Doze de Agosto 40

3.2.1 Anlise vertical e horizontal dos balanos patrimoniais 41

3.2.2 Anlise vertical e horizontal das demonstraes de resultados

dos exerccios 43

3.3 Anlise do Clube Doze de Agosto atravs de ndices (quocientes) 44

3.3.1 Estrutura de capitais 44

3.3.2 Liquidez 46

3.3.3 Rentabilidade 48

3.4 Comparao dos ndices do Clube Doze de Agosto com outros clubes

sociais de Florianpolis (Lagoa Iate Clube e Paula Ramos Esporte Clube) 49

3.4.1 Lagoa Iate Clube 50

3.4.2 Paula Ramos Esporte Clube 50

3.4.3 Comparao atravs de ndices (quocientes) 51

3.4.3.1 Estrutura de capitais 51

3.4.3.2 Liquidez 53

3.4.3.3 Rentabilidade 55

3.5 Informaes Complementares 58

3.6 Relatrio sinttico de toda anlise do Clube Doze de Agosto 63

3.7 Limitaes da Anlise das Demonstraes Contbeis 64

4 CONCLUSES E RECOMENDAES 65

REFERNCIAS 66

APNDICES 68

ANEXOS 70

1 INTRODUO

1.1 Tema e problema

No final do sculo XIX, em New York, comeou a surgir no sistema bancrio s

primeiras anlises de balanos, que de incio eram realizadas apenas nos balaos patrimoniais.

Mas, anos antes de Cristo j se praticavam anlise, segundo Iudcibus (1995, p.17), a

necessidade de analisar demonstraes contbeis pelo menos to antiga quanto prpria

origem de tais peas.

Com a criao dos bancos governamentais, houve uma necessidade de desenvolver a

anlise das demonstraes contbeis, em funo dos pedidos de financiamentos, os quais

necessitavam de anlise econmico-financeira.

No Brasil, em torno de 1970, que praticamente comeou a ser difundida a anlise das

demonstraes contbeis, antes desta dcada era pouco utilizada sua prtica.

Sendo de vital importncia para os credores, investidores, governos, acionistas entre

outros, no menos importante para os gerentes. Alm de detalhar a evoluo das contas

contbeis, serve para um controle geral de administrao, em que se possa trabalhar com um

sistema de informaes que ir facilitar na tomada de decises, para uma melhor gesto.

Na anlise das demonstraes contbeis, dentro de vrias utilidades que proporciona,

facilita a visualizao para o controle interno, sendo considerada uma ferramenta til para

poder gerir bem uma empresa.

Assim, este trabalho tem como tema o processo de anlise das demonstraes

contbeis em um clube social suas vantagens e limitaes.

Diante de uma difcil situao financeira que assola o pas, fica cada vez mais

complicado para o cidado destinar parte de seu oramento em gastos ditos suprfluos. Os

clubes sociais, de maneira geral, esto sendo enquadrados pela sociedade como esse tipo de

gastos, fazendo desta forma que suas receitas fiquem cada vez mais diminutas.

Uma das formas de verificao do comportamento dessas receitas, bem como dos

custos, despesas e demais contas patrimoniais por meio da anlise das demonstraes

contbeis. A anlise das demonstraes contbeis uma tcnica que permite transformar

dados em informaes que auxiliam os administradores na gesto dessas entidades.

Assim sendo, coloca-se a seguinte questo-problema: Quais as tcnicas mais usuais de

anlise das demonstraes contbeis que podem ser aplicadas pelo Analista Contbil em

clubes sociais e quais so suas limitaes?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Este Trabalho tem como objetivo geral demonstrar a aplicabilidade das tcnicas de

anlise das demonstraes contbeis em clubes sociais.

1.2.2 Objetivo Especfico

a) Identificar as teorias e tcnicas de anlise das demonstraes contbeis;

b) Aplicar as teorias de anlise das demonstraes contbeis de um clube social e

compar-las com as demonstraes contbeis de outros clubes sociais;

c) Apontar as vantagens e limitaes (pontos fortes e fracos) do processo de anlise das

demonstraes contbeis em um clube social.

1.3 Justificativa do estudo

Vive-se em um mundo globalizado, em que fica cada vez mais acirrada a disputa por

espao no mercado. No tendo oportunidade para todo cidado, comea a aparecer alguns

problemas em suas vidas e conseqentemente de seus familiares.

Pesquisas indicam que grande parte da populao mundial vem sofrendo de um mal

contemporneo, dito stress, e que se no tratado, pode passar situao de depresso. Assim,

fica cada vez mais evidenciado que a populao esta precisando de mais momentos de lazer,

onde consiga relaxar e aproveitar os bons momentos da vida.

Os clubes sociais contriburam e continuam a contribuir como uma forma de lazer para

seus associados, onde eles possam fugir do stress do cotidiano e usufruir da infra-estrutura

disponvel pelos clubes.

Todavia, com o passar dos anos, os clubes sociais esto perdendo muito espao na

vida de seus associados. Um dos motivos deste afastamento pode ser a forma de

administrao adotada por suas diretorias, a qual pode estar fazendo com que seus associados

no se sintam motivados a continuarem efetuando os pagamentos das mensalidades. Essa

forma de administrar adotada pelos clubes pode fazer com que no se consiga atrair novos

associados, deixando de incrementar suas receitas.

Outro motivo em relao a esse afastamento que hoje em dia encontram-se vrios

divertimentos (shows, esportes, saunas), que antes somente os clubes ofereciam.

A relevncia deste trabalho diagnosticar atravs da anlise das demonstraes

contbeis as reas de risco dos clubes sociais, extraindo informaes de suas demonstraes

para suporte na tomada de deciso.

1.4 Metodologia da pesquisa

A metodologia tem como finalidade definir de que maneira conduzida a pesquisa.

Segundo Gil, (1999, p.42), o objetivo fundamental da pesquisa descobrir respostas para

problemas mediante o emprego de procedimentos cientficos.

Antes de entrar diretamente na monografia, deve-se primeiro ser feitas algumas

indagaes, tais como: O que ser pesquisado? Por que se deseja fazer a pesquisa? Como ser

realizada a pesquisa?. Segundo Severino (1996, p. 105), considera-se monografia aquele

trabalho que reduz sua abordagem a um nico assunto, a um nico problema, com um

tratamento especificado. Lakatos e Marconi (1990, p.227), definem monografia como sendo

um estudo sobre um tema especfico ou particular, com suficiente valor representativo, e que

obedece a rigorosa metodologia.

Aps serem respondidas essas perguntas, parte-se para a elaborao de um plano de

trabalho, juntamente com a fundamentao terica, culminando com sua reviso e

apresentao perante a banca.

O trabalho tem uma abordagem qualitativa do problema, que segundo Gil (apud

SILVA, MENEZES, 2000, p.20), o ambiente natural a fonte direta para coleta de dados e o

pesquisador o instrumento chave. Com relao a seus objetivos a pesquisa exploratria.

Segundo Gil (apud SILVA, MENEZES, 2000, p.21), Pesquisa Exploratria: visa

proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torn-lo explcito ou a

construir hipteses.

A metodologia aplicada um estudo de caso, de acordo com os procedimentos

tcnicos. Gil (apud Silva, Menezes, 2000, p.21), afirma que se tem um estudo de caso

quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que se

permita o seu amplo e detalhado conhecimento.

O estudo de caso realizado no Clube Doze de Agosto, o critrio de escolha foi em

funo da acessibilidade das informaes. Os dados levantados so oriundos dos Balanos

Patrimoniais e das Demonstraes dos Resultados dos Exerccios dos anos de 2000, 2001 e

2002, e so comparados com as demonstraes contbeis dos clubes, Paula Ramos Esporte

Clube e Lagoa Iate Clube.

Os dados sobre a forma de gesto do clube em estudo, foram colhidos atravs de

informaes apresentadas por alguns de seus colaboradores com experincia nos assuntos

questionados, por meio de perguntas de pesquisa semi-estruturada e por informaes

apontadas pelo pesquisador, por ser participante da administrao do clube em estudo.

Como limitao desta pesquisa tem-se a no utilizao de todas as tcnicas de

anlise das demonstraes contbeis, por ser um estudo em clubes sociais e no apresentar

todas as demonstraes contbeis exigidas em outras entidades.

1.5 Organizao do trabalho

O trabalho est dividido em quatro captulos, sendo o primeiro a introduo, onde se

abordam os fatores relevantes, evidenciando os objetivos estabelecidos, a justificativa do

estudo e o mtodo de investigao.

No segundo captulo, est a fundamentao terica que trata dos tipos de

demonstraes contbeis que existem e as tcnicas de anlise das demonstraes contbeis.

No terceiro captulo, est inserido um estudo de caso no Clube Doze de Agosto,

abordando as tcnicas de anlise das demonstraes contbeis, os relatrios das anlises, a

comparao com mais dois clubes de Florianpolis, que so: O Lagoa Iate Clube e o Paula

Ramos Esporte Clube. E informaes colhidas de alguns de seus colaboradores, atravs de

perguntas de pesquisa semi-estruturada.

E, por fim, no quarto captulo, encontram-se as concluses e recomendaes para

futuras pesquisas.

2 FUNDAMENTAO TERICA

2.1 A CONTABILIDADE

A contabilidade o grande instrumento que auxilia a administrao a tomar decises.

Na verdade, ela coleta todos os dados econmicos, mensurando-os monetariamente,

registrando e apresentando em forma de relatrios, que contribuem para tomada de decises.

Blatt (2001, p. XVII) afirma que, A Contabilidade a cincia que estuda e controla o patrimnio das entidades. Na Contabilidade, o objetivo sempre o patrimnio de uma entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e obrigaes, pertencente a uma pessoa fsica, a um conjunto de pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituio de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou no, incluir o lucro.

As informaes contbeis tm por finalidade, o controle, que auxilia a alta

administrao verificar se a empresa est agindo de acordo com os planos traados.

Essas informaes tm que ser precisas para que os usurios consigam desenvolver as

aplicaes prticas da contabilidade. Essa preciso s se consegue seguindo os princpios

contbeis, que so os seguintes:

O Princpio da Entidade; O Princpio da Continuidade; O Princpio da Oportunidade; O Princpio do Registro pelo Valor Original; O Princpio da Atualizao Monetria; O Princpio da Competncia; O Princpio da Prudncia.

A partir do momento que as informaes geradas pela contabilidade seguirem de

maneira correta os princpios contbeis, os produtos da contabilidade, que so suas

demonstraes contbeis, passam a evidenciar informaes mais precisas.

2.1.1 Demonstraes Contbeis

Utilizando-se os princpios fundamentais de contabilidade, leis e normas no processo

de registro dos fatos cometidos por uma entidade, possibilita a compilao das demonstraes

contbeis que apresentam informaes econmico-financeira aos usurios internos e externos

de uma organizao. As demonstraes contbeis so compostas pelo: BP, DRE, DMPL,

DLPA, DOAR, DFC, EVA, DVA, BS.

2.1.1.1 Balano Patrimonial (BP)

O balano tem por finalidade apresentar a posio financeira e patrimonial da entidade

em determinado perodo, demonstrando todos os bens, direitos (ativo) e obrigaes (passivo).

Na interpretao de Matarazzo (1998, p.43), a diferena entre Ativo e Passivo chamada

Patrimnio Lquido e representa o capital investido pelos proprietrios da empresa.

importante que as contas do balano patrimonial sejam classificadas de forma

ordenada e uniforme para que os usurios consigam uma melhor visualizao da situao

patrimonial e financeira. Conforme o artigo 178 da Lei n 6.404/76, no balano as contas

sero classificadas segundo os elementos do patrimnio que registrem, e agrupadas de modo a

facilitar o conhecimento e a anlise da situao financeira da companhia.

2.1.1.2 Demonstrao de Resultado do Exerccio (DRE)

Nas Demonstraes de Resultado do Exerccio as receitas representam, quase sempre,

aumento do ativo, conseqentemente aumenta o Patrimnio lquido, enquanto as despesas

representam reduo do Patrimnio lquido.

A Demonstrao de Resultado apresenta os aumentos e redues causadas no

Patrimnio Lquido das empresas. Para Blatt, (2001, p.25), a DRE um resumo ordenado

das receitas e despesas, no envolvendo necessariamente entrada ou sada de numerrio.

A Lei n 6.404/76, no tocante as demonstraes de resultado do exerccio, estrutura o

lucro em trs nveis, que so: Lucro Bruto, Lucro Operacional e Lucro Lquido do Exerccio.

2.1.1.3 Demonstraes das Mutaes do Patrimnio Lquido (DMPL)

Esta demonstrao trabalha com as movimentaes ocorridas com as contas do

patrimnio lquido. Sua finalidade principal demonstrar os aumentos de capitais e a

destinao dos lucros para facilitar a tomada de deciso.

A DMPL serve como complemento s demais informaes constantes no Balano

Patrimonial e na Demonstrao do Resultado do Exerccio.

2.1.1.4 Demonstrao dos Lucros ou Prejuzos Acumulados (DLPA)

Esta demonstrao evidencia a destinao normal do lucro lquido do exerccio para as

seguintes finalidades: para as reservas de lucros; para pagamento de dividendos, inclusive

complementares ao mnimo obrigatrio e para reteno de lucros via reserva de lucros

especficos.

Segundo Blatt (2001, p. 37), na hiptese da ocorrncia de prejuzo, este deve ser

obrigatoriamente absorvidos pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva

legal.

Vale ressaltar que esta demonstrao est incorporada na DMPL, portanto sua

publicao no obrigatria.

2.1.1.5 Demonstrao das Origens e Aplicao de Recursos (DOAR)

A Demonstrao das Origens e Aplicao de Recursos uma demonstrao que retrata

a variao do Capital Circulante Lquido, segundo Iudcibus (1995, p. 37), essa

demonstrao procura evidenciar as origens de recursos que aliviam a folga financeira de

curto prazo (ou o capital circulante lquido, numa linguagem mais tcnica).

A DOAR, tem como objetivo apresentar as informaes relativas s operaes de

financiamento e investimentos da empresa, evidenciando as alteraes na situao financeira.

Para Matarazzo (1998, p. 51), atravs da DOAR possvel conhecer como fluram os

recursos ao longo de um exerccio, quais foram os recursos obtidos, qual a participao das

transaes comerciais.

2.1.1.6 Demonstrao do Fluxo de Caixa (DFC)

A Demonstrao do Fluxo de Caixa foi criada para melhorar a definio e mensurao

de fluxo de recursos. Retrata quanto do caixa aumentou ou diminuiu de um perodo para

outro, permitindo uma avaliao de alternativas de investimento e tambm uma avaliao da

situao presente e futura do caixa da empresa. Segundo Marion (2002, p.64), as prticas

internacionais dispem que essa demonstrao seja segregada em trs tipos de fluxos de

caixa: os fluxos das atividades operacionais, das atividades de financiamento e das atividades

de investimentos.

Sendo uma demonstrao de uso interno, no divulgado pelas empresas, mas pode

ser facilmente preparada por interessados que no trabalhem na empresa. A Demonstrao do

Fluxo de Caixa pea fundamental na atividade empresarial e at para pessoas fsicas que se

dedicam a algum tipo de negcio. De acordo com Matarazzo (1998, p. 369), quase sempre os

problemas de insolvncia ou iliquidez ocorrem por falta de adequada administrao do fluxo

de caixa; da a importncia de sua anlise.

2.1.1.7 Valor Econmico Agregado (EVA)

A Demonstrao do Valor Econmico Agregado evidencia se o capital investido est

devidamente remunerado. Mesmo empresas obtendo resultados positivos em determinado

perodo, podem estar com o EVA negativo, evidenciando que a empresa pode estar perdendo

dinheiro, automaticamente, os acionistas no estariam sendo remunerados de maneira mais

correta. De acordo com Blatt (2001, p. 144), Uma simulao com dez das maiores empresas brasileiras demonstrou isso. Com base nos balanos de determinado ano, metade estava com EVA negativo. Mas s duas delas obtiveram prejuzo no resultado contbil. Algumas empresas brasileiras podem no estar percebendo que seus resultados so pfios.

O EVA um instrumento para detalhar empreendimentos e avaliar suas perspectivas

no mercado cada vez mais competitivo, permitindo detectar se esto criando valor para seus

investidores. As empresas atravs do EVA, conseguem avaliar internamente as atividades que

esto ou no obtendo lucro, para poderem reestruturar e conseguir melhores resultados.

2.1.1.8 Demonstrao do valor adicionado (DVA)

A Demonstrao do valor adicionado tem como objetivo principal demonstrar a

riqueza criada por uma entidade e sua forma de distribuio num determinado perodo de

tempo. Segundo Marion (2002, p. 68), a demonstrao do Valor Adicionado evidenciar os

componentes gerados do valor adicionado a sua distribuio entre empregados, financiadores,

acionistas, governo e outros, bem como a parcela retida para reinvestimento.

Seu surgimento se deu na Europa, e tem sido aceito em nvel internacional, em virtude

de recomendaes da ONU (Organizao das Naes Unidas). No Brasil sua utilizao e

divulgao ainda so restritas a poucas empresas. de fundamental importncia sua

publicao, pois representa o somatrio dos valores agregados da empresa, o seu PIB

(Produto Interno Bruto), auxiliando o pas (Brasil) a publicar dados mais confiveis, pois hoje

feito atravs de estimativas.

Esta demonstrao, de certa maneira ao representar como a riqueza gerada foi

distribuda uma demonstrao de contribuio a sociedade.

2.1.1.9 Balano Social (BS)

O Balano Social um documento pelo qual a empresa apresenta dados que

permitem identificar o perfil da atuao social da empresa durante o ano. Segundo Nunes

(2000, p.71), o balano social um documento que rene um conjunto de informaes sobre

as atividades da empresa orientadas para melhor gerncia dos recursos humanos, naturais e

das relaes com o seu pblico externo.

A existncia das empresas no pode se justificar exclusivamente pela capacidade que

elas demonstram em gerar lucros aos seus proprietrios. Desse tipo de viso empresarial

derivam programas de incentivo e motivao aos empregados, programas de treinamento,

reciclagem e desenvolvimento de pessoal, polticas de benefcios sociais, atitudes de

preservao e recuperao do meio ambiente, dentre outras. A sociedade merece ser

informada desses esforos e sua divulgao positiva para as empresas, quer do ponto de

vista de sua imagem, quer do ponto de vista da melhoria e qualificao da informao

contbil/financeira.

2.2 ANLISE DAS DEMONSTRAES CONTBEIS

Iudcibus (1998, p. 20), entende a anlise de balanos como sendo uma arte, uma

arte, pois, embora existam alguns clculos razoavelmente formalizados, no existe forma

cientfica ou metodologicamente comprovada de relacionar os ndices de maneira a obter um

diagnstico preciso.

Para uma boa anlise preciso saber qual resultado se pretende alcanar, quem so os

usurios interessados, qual a extenso e profundidade da anlise e as possveis reas de risco

da entidade.

2.2.1 Histrico e evoluo da Anlise das Demonstraes Contbeis

Alguns autores afirmam que a anlise das demonstraes contbeis to antiga quanto

prpria contabilidade. Para Marion (2002, p. 20), Se nos reportamos para o incio provvel da Contabilidade (+ - 4000 A.C.), em sua forma primitiva, encontraremos os primeiros inventrios de rebanho (o homem que voltava sua ateno para a principal atividade econmica: o pastoreio) e a preocupao da variao de sua riqueza (variao do rebanho).

Mas foi no final do sculo XIX que esta prtica comeou a ser difundida, atravs dos

banqueiros americanos que comearam a solicitar o balano patrimonial para as empresas

interessadas em contrair emprstimos. No Brasil sua prtica comeou por volta de 1970; antes

disso era pouco utilizada.

Alguns ndices que surgiram inicialmente permanecem em uso at hoje, porm,

seguindo a tendncia natural da sociedade moderna, as tcnicas de anlise foram aprimoradas.

2.2.2 Objetivos da Anlise das Demonstraes Contbeis

Gerar aos usurios informaes extradas das demonstraes contbeis, para isso as

demonstraes geradas precisam ser de qualidade. Segundo Matarazzo (1998, p. 17), a

Anlise de Balanos, objetiva extrair informaes das Demonstraes Financeiras para a

tomada de decises.

A Anlise das Demonstraes Contbeis visa determinar a involuo ou a evoluo

das situaes financeira e econmica, visando identificar e explicar fatores que podem afetar a

organizao.

2.2.3 Importncia e usurios da Anlise das Demonstraes Contbeis

As empresas organizadas trabalham diretamente com a ferramenta da anlise das

demonstraes, a qual permite evidenciar as situaes econmico-financeira e patrimonial,

para auxlio na tomada de deciso. Segundo S (1991. p.14), o mtodo analtico o que usa

para conhecer como um todo se compe. Para pesquisar devemos analisar. Para conhecer a

situao de uma empresa a anlise o caminho..

As empresas voltadas para o futuro tm a preocupao de fazer um estudo de seu

passado para que possam projetar um futuro promissor. De acordo com Assaf Neto (1989,

p.143), pela anlise de balanos extrai-se informaes sobre a posio passada, presente e

futura (projetada) de uma empresa.

Para uma boa anlise deve-se levar em considerao a perspiccia do analista em

saber extrair as informaes necessrias das demonstraes contbeis para que consiga obter

o resultado esperado.

A contabilidade como um sistema, produz informaes para os usurios internos e

externos, e com interesses diferentes. De acordo com Matarazzo (1998), os usurios internos

incluem os administradores de todos os nveis, trabalhando informaes geradas pela

contabilidade de custos ou contabilidade gerencial. Os administradores esto interessados em

acompanhar o andamento da empresa, para que possam confrontar os dados reais com os

projetados, dando apoio ao processo de planejamento e controle das operaes da empresa,

para auxilio nos processos de tomada de deciso.

Externamente, os maiores interessados so os investidores, os credores e o Governo

que tm interesse nas informaes contbeis, pois baseado na contabilidade que se faz

arrecadao de vrios tributos.

2.2.4 Processo de Anlise das Demonstraes Contbeis

O processo da anlise tem seu incio a partir das demonstraes contbeis, que

precisam ser transformadas em informaes que permitam concluir se a empresa est sendo

bem administrada ou no, se merece crdito, se eficiente, entre outros aspectos.

Por meio da anlise das demonstraes contbeis possvel ter uma viso da estratgia

e dos planos da empresa permitindo estimar o seu futuro, suas limitaes e potencialidades.

O analista inicia a tarefa onde termina a do contador. A seguir encontra-se uma das

maneiras para se iniciar o processo de anlise, Segundo Ribeiro (1997):

Coleta de dados; Reclassificao de contas e padronizao das demonstraes contbeis; Clculo dos indicadores; Interpretao dos quocientes; Anlise vertical e horizontal Comparao com ndices de empresas de mesma atividade e Elaborao de relatrios.

2.2.5 Padronizao das demonstraes contbeis

Antes de iniciar a anlise, devem-se examinar detalhadamente as demonstraes

contbeis. Este trabalho chamado padronizao e consiste numa crtica s contas das

demonstraes contbeis.

Segundo Matarazzo (1998, p.141), as demonstraes financeiras devem ser

preparadas para a anlise, da mesma forma que um paciente que vai submeter-se a exames

mdicos. Explica que a padronizao deve ser feita para ajudar nos seguintes itens:

Simplificao; Comparabilidade; Adequao aos objetivos da anlise; Preciso nas classificaes de contas; Descoberta de erros; Intimidade do analista com as demonstraes financeiras da empresa. O Quadro 1 e 2 apresentam modelos de padronizao de balano patrimonial e

demonstrao do resultado do exerccio.

Quadro 1: Modelo de Balano Patrimonial Padronizado Fonte: Matarazzo (1998, p.144)

V A A V A H V A A V A H V A A V A HA T I V O

C I R C U L A N T EF I N A N C E I R O

D I S P O N I B I L I D A D E SI N V E S T I M E N T O S C P

S O M AO P E R A C I O N A L

C O N T A S A R E C E B E R D E C L I E N T E SE S T O Q U E SO U T R O S D I R E I T O S D E C U R T O P R A Z O

S O M AT O T A L D O A T I V O C I R C U L A N T ER E A L I Z V E L A L O N G O P R A Z OP E R M A N E N T E

I N V E S T I M E N T OI M O B I L I Z A D O D I F E R I D O

T O T A L D O A T I V O P E R M A N E N T ET O T A L D O A T I V OP A S S I V O

C I R C U L A N T EO P E R A C I O N A L

C O N T A S A P A G A R F O R N E C E D O R E SO U T R A S O B R I G A E S D E C P

S O M AF I N A N C E I R O

E M P R S T I M O SD U P L I C A T A S D E S C O N T A D A S

S O M AT O T A L D O P A S S I V O C I R C U L A N T EE X I G V E L A L O N G O P R A Z OE X I G V E L T O T A LP A T R I M N I O L Q U I D O

C A P I T A LR E S E R V A SP R E J U Z O S A C U M U L A D O S

T O T A L D O P A T R I M N I O L Q U I D OT O T A L D O P A S S I V O

B A L A N O S E M :C O N T A S 3 1 -1 2 -X 1 3 1 -1 2 -X 2 3 1 -1 2 -X 3

Quadro 2: Modelo de Demonstrao de Resultado do Exerccio Padronizado Fonte: Matarazzo (1998, p. 145)

2.2.6 Aspectos que devem ser considerados no processo de Anlise das Demonstraes

Contbeis

Os aspectos que devem ser considerados para uma boa anlise so os internos e

externos. O aspecto interno trata da informao cultural da empresa (organizao familiar,

profissional ou mista), do tipo de organizao e a capacidade da empresa em enfrentar os

desafios, o custo do dinheiro e os custos prprios para captao de recursos. Padoveze (1997,

p.125), considera importante s tcnicas de anlise para o conhecimento econmico e

financeiro de outras empresas, porm, salienta a sua importncia para a anlise interna da

prpria empresa.

No aspecto externo trata de questes relacionadas com a economia nacional e

internacional e suas influncias no mercado interno, grau de suscetibilidade da empresa

inflao, recesso, ao cmbio, s altas taxas de juros, as presses sociais, ramo de negcios

da empresa, potencial tecnolgico e financeiro e reflexos das polticas governamentais.

2.3 TCNICAS DE ANLISE DAS DEMONSTRAES CONTBEIS

2.3.1 Anlise por diferenas absolutas

VA AV AH VA AV AH VA AV AH

Receita lquida

(-) CMV, CPV

(=) lucro Bruto

(-) Despesas operacionais

(+) Outras Receitas

(-) Outras Despesas

(=) L.O antes resultado financeiro

(+) Receitas Financeiro

(-) Despesas Financeiras

(=) Lucro Operacional

(+ -) Resultado operacional

Lucro anter imposto de renda e contribuio social

Lucro ou Prejuzo Lquido

FINDO EM

31-12-X1 31-12-X2 31-12-X3DEMONSTRAO DO RESULTADO

RESULTADO DO EXERCCIO

De acordo com Viceconti e Neves (2000, p. 400), avaliar qualitativa e

quantitativamente os novos recursos injetados na empresa e a forma como esses recursos

foram aplicados. Baseia-se na diferena entre os saldos no incio e no fim do perodo, para

determinar o de origens e aplicaes de recursos.

2.3.2 Anlise Vertical e Horizontal

A anlise vertical e horizontal est relacionada com o estudo de tendncias das

empresas e no podem ser analisadas em separado, pois o resultado no ser satisfatrio. Tem

a finalidade de complementar as anlises realizadas por meio de ndices. Para Matarazzo

(1997, p.254), recomendvel que estes dois tipos de anlise sejam usados conjuntamente. No se deve tirar concluses exclusivamente da anlise horizontal, pois determinado item, mesmo apresentando variao de 2.000%, por exemplo, pode continuar sendo um item irrelevante dentro da demonstrao financeira a que pertence.

Anlise vertical, tambm chamada de anlise por coeficientes, auxilia na comparao

de cada grupo de contas em relao ao seu conjunto. Na opinio de Assaf Neto (1989, p.180),

a anlise vertical tambm um processo comparativo, expresso em porcentagem, que se

aplica ao se relacionar uma conta ou grupo de contas com um valor afim ou relacionvel,

identificado no mesmo demonstrativo.

Anlise horizontal, tambm chamada como anlise por meio de nmeros-ndice,

evidencia a evoluo dos grupos ou contas das demonstraes contbeis de vrios exerccios,

destacando as tendncias sejam de evoluo ou retrao. De acordo com Assaf Neto (1989,

p.171), a anlise horizontal a comparao que se faz entre os valores de uma mesma conta

ou grupo de contas, em diferentes exerccios sociais.

Cabe ressaltar que, nesta tcnica, se houver inflao deve-se fazer a atualizao

monetria.

2.3.3 Anlise por ndice ou Quociente

A anlise atravs de ndices ou quocientes fornece avaliaes de diversos aspectos da

empresa relacionando contas das demonstraes contbeis, que visa evidenciar determinado

aspecto da situao econmica ou financeira. De acordo com Iudcibus (1995, p.100), o uso

de quocientes tem como finalidade principal permitir ao analista extrair tendncias. A

finalidade da anlise mais do que retratar o que aconteceu no passado, fornecer algumas

bases para inferir o que poder acontecer no futuro.

A situao financeira evidenciada pelos ndices de estrutura de capitais e de liquidez

e a situao econmica evidenciada por meio dos ndices de rentabilidade. De acordo com

Matarazzo (1997, p.96), Os ndices servem de medida dos diversos aspectos econmicos e financeiros das empresas. Assim como um mdico usa certos indicadores como presso e temperatura, para elaborar o quadro clnico do paciente os ndices financeiros permitem construir um quadro de avaliao da empresa.

Para se conhecer a situao financeira e econmica de uma atividade, faz-se a anlise

da estrutura de capitais, da liquidez e da rentabilidade.

2.3.3.1 Estrutura de Capitais

Os ndices desse grupo mostram as grandes linhas de decises financeiras, em termos

de obteno e aplicao de recursos, permitindo conhecer detalhadamente a participao de

capitais de terceiros, a composio do endividamento, a imobilizao do patrimnio lquido e

a imobilizao dos recursos no-correntes.

a) Participao de capitais de terceiros

De acordo com Matarazzo (1998, p. 159), este ndice indica quanto a empresa tomou

de capitais de terceiros para cada $100 de capital prprio investido, quanto menor, melhor.

Para conhecer este ndice utiliza-se a seguinte frmula:

b) Composio do endividamento

Segundo Matarazzo (1998, p. 161), este ndice indica qual o percentual de obrigaes

de curto prazo em relao s obrigaes totais, quanto menor, melhor. Pode ser encontrado

pela seguinte frmula:

EXIGVEL TOTALPATRIMNIO LQUIDO

PCT= X 100

c) Imobilizao do patrimnio lquido

Para Matarazzo (1998, p. 162), este ndice indica quanto empresa aplicou no Ativo

Permanente para cada $ 100 de Patrimnio Lquido, quanto menor, melhor. ndice

encontrado atravs da frmula a seguir:

d) Imobilizao dos recursos no-correntes

De acordo com Matarazzo (1998, p. 165), este ndice indica que percentual de

Recursos no Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente, quanto menor, melhor. A

seguir encontra-se a frmula para obteno do ndice:

Conhecidas as frmulas para evidenciar a estrutura de capitais, apresentam-se a seguir

as frmulas para se conhecer a liquidez de uma entidade.

2.3.3.2 Liquidez

Os ndices desse grupo mostram a base da situao financeira da empresa,

confrontando os Ativos Circulantes com as dvidas. Podem ser encontradas de forma

detalhada pelos ndices de liquidez imediata, liquidez geral, liquidez corrente e liquidez seca.

PASSIVO CIRCULANTECAPITAIS DE 3S OU EX. TOTAL

CE= X 100

ATIVO PERMANENTEPATRIMONIO LIQUIDO

IPL = X 100

ATIVO PERMANENTEPL + ELP

IRNC= X 100

a) Liquidez imediata

De acordo com Iudcibus (1998, p. 99), este quociente representa o valor de quanto

dispomos imediatamente para saldar nossas dvidas de curto prazo. Pode ser encontrado pela

seguinte frmula:

b) Liquidez geral

Matarazzo (1998, p. 170) afirma que, este ndice indica quanto a empresa possui no

Ativo Circulante e Realizvel a Longo Prazo para cada $ 1,00 de dvida total, quanto maior,

melhor. Para encontrar este ndice utiliza-se a seguinte frmula:

c) Liquidez corrente

De acordo com Matarazzo (1998, p. 173), este ndice indica quanto a empresa possui

no Ativo Circulante para cada $ 1,00 de Passivo Circulante, quanto maior, melhor. ndice

encontrado conforme frmula abaixo:

d) Liquidez seca

De acordo com Iudcibus (1998, p. 179), esta uma variante muito adequada para se

avaliar conservadoramente a situao de liquidez da empresa. Eliminando-se os estoques do

numerador, estamos eliminando uma fonte de incerteza. A seguir encontra-se a frmula para

obteno do ndice:

LI =DISPONIBILIDADES

PASSIVO CIRCULANTE

LG = ATIVO CIRCULANTE + RLPPASSIVO CIRCULANTE + ELP

LC = ATIVO CIRCULANTEPASSIVO CIRCULANTE

Depois de conhecidas s frmulas para evidenciar a liquidez, encontram-se a seguir as

frmulas para se conhecer a rentabilidade de uma entidade.

2.3.3.3 Rentabilidade

Os ndices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto ,

quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de xito econmico da empresa.

So compostos pelo giro do ativo, margem lquida, rentabilidade do ativo e rentabilidade do

patrimnio lquido.

a) Giro do ativo

Para Matarazzo (1998, p. 182), este ndice indica quanto a empresa vendeu para cada

$ 1,00 de investimento total, quanto maior, melhor. Pode ser encontrado pela seguinte

frmula:

b) Margem lquida

Segundo Matarazzo (1998, p. 183), este ndice indica quanto empresa obtm de

lucro para cada $ 100 vendidos, quanto maior, melhor. Para encontrar este ndice utiliza-se a

seguinte frmula:

c) Rentabilidade do ativo

LS = ATIVO CIRCULANTE - ESTOQUESPASSIVO CIRCULANTE

ATIVO TOTALVENDAS LQUIDAS GA =

LUCRO LQUIDOVENDAS LQUIDAS

ML = X 100

De acordo com Matarazzo (1998, p. 184), este ndice indica quanto a empresa obtm

de lucro para cada $ 100 de investimento total, quanto maior, melhor. ndice encontrado

conforme frmula abaixo:

d) Rentabilidade do patrimnio lquido

Matarazzo (1998, p. 186) explica que, este ndice indica quanto a empresa obteve de

lucro para cada $ 100 de Capital Prprio Investido, quanto maior, melhor. A seguir encontra-

se a frmula para obteno do ndice:

Aps apresentao dos principais ndices (estrutura de capitais, liquidez e

rentabilidade), encontram-se a seguir os ndices complementares.

2.3.3.4. Rotao ou de atividades

De acordo com Iudcibus (1998, p. 105), estes quocientes, importantssimos,

representam a velocidade com que elementos patrimoniais de relevo se renovam durante

determinado perodo de tempo. So compostos pelo prazo mdio de renovao de estoques,

prazo mdio de recebimento de vendas, prazo mdio de pagamento de compras e quociente de

posicionamento relativo.

a) Prazo mdio de renovao de estoques

De acordo com Matarazzo (1998, p. 324), mostra quanto a empresa vende por dia a

preo de custo, dividindo-se o estoque por essas vendas dirias encontra-se para quantos dias

suficiente o estoque. encontrado aplicando-se a seguinte frmula:

LUCROATIVO

RA = X 100

LUCRO LQUIDOPATRIMNIO LQUIDO MDIO

RPL = X 100

b) Prazo mdio de recebimento de vendas

De acordo com Iudcibus (1998, p. 106), este quociente indica quantos dias, semanas

ou meses a empresa dever, em mdia, antes de receber suas vendas a prazo. Encontra-se

pela seguinte frmula;

c) Prazo mdio de pagamento de compras

De acordo com Blatt (2001, p. 90), este quociente indica, em mdia, quantos dias a

empresa demora a pagar suas compras, podendo ser encontrada pela seguinte frmula:

d) Quociente de posicionamento relativo

Evidncia a relao entre o prazo que a empresa tem para pagar as suas compras a

prazo e o tempo que ela concede aos seus clientes para receber as vendas a prazo. Segundo

Iudcibus (1998, p.108), A empresa deveria fazer o possvel para tornar este quociente inferior a 1 ou, pelo menos, ao redor de 1, a fim de garantir uma posio neutra. Considera-se que a influncia dos quocientes vistos muito grande sobre a posio presente e futura liquidez (a curto e a longo prazo). medida que diminuirmos o prazo mdio de recebimentos em relao ao prazo mdio de pagamentos, estaremos propiciando condies mais tranqilas para obter posicionamentos estticos de liquidez mais adequados.

Este ndice pode ser determinado pela seguinte frmula:

ESTOQUECUSTO MERCADORIAS VENDIDAS

360PMRE=

DUPLICATAS A RECEBERVENDAS

PMRV= 360

FORNECEDORESCOMPRAS

PMPC= 360

Para Blatt, (2001, p. 91), Nem sempre trazer este ndice para uma situao favorvel

(inferior a 1) tarefa fcil. No entanto, no resta dvida de que melhorar este ndice deve ser

uma meta que a empresa deve estar sempre perseguindo

e) Relao entre o ciclo operacional e prazo mdio de pagamento de compras

O ciclo operacional o tempo entre a compra e o recebimento da venda, evidenciando

o prazo de investimento. De acordo com Blatt (2001, p. 91), o ideal seria que a empresa

atingisse uma posio em que a soma do Prazo Mdio de Renovao de Estoques (PMRE)

com o Prazo Mdio de Recebimento de Vendas (PMRV) fosse igual ou inferior ao Prazo

mdio de Pagamento de Compras (PMPC). A seguir encontra-se a frmula do ciclo

operacional:

Conhecendo o ciclo operacional e o prazo mdio de pagamento de compras, pode ser

determinado o ciclo financeiro, utilizando-se a frmula seguinte:

De acordo com Blatt (2001, p. 92), os prazos mdios concedidos aos clientes,

somados ao prazo mdio de estocagem e diminudos dos prazos mdios obtidos junto aos

fornecedores, mostram o ciclo financeiro da empresa, isto , a defasagem de caixa.

Aps apresentao dos ndices complementares, encontram-se no prximo item os

ndices de interesse dos investidores.

2.3.3.5. Interesse dos investidores

Por estes ndices os acionistas podem conhecer a rentabilidade de seus investimentos

em aes, utilizando-se das frmulas que permitem encontrar o valor patrimonial da ao,

PRAZO MDIO DE RECEBIMENTOSPRAZO MDIO DE PAGAMENTOS

QPR =

CO = PMRE + PMRV

CF = PMRE + PMRV-PMPC

quociente preo/lucro, lucro ganho pelas aes ordinrias, garantia de pagamento de

dividendos preferenciais, quociente de dividendos por ao.

a) Valor patrimonial da ao

De acordo com Iudcibus (1998, p. 123), este quociente pode ser de importncia para

o investidor em certas circunstncias, tais como quando pretende retirar-se da empresa, em

casos de fuso, incorporao etc. Para encontrar este ndice utiliza-se a seguinte frmula:

b) Quociente preo/lucro

Segundo Iudcibus (1998, p. 123), se utilizado no ato de decidir se vale a pena ou no

adquirir aes de certa empresa, significaria quantos exerccios seriam necessrios para

recuperar o valor desembolsado para adquirir a ao. Pode ser encontrado pela seguinte

frmula:

c) Lucro ganho pelas aes ordinrias

Para Iudcibus (1998, p. 124), o significado do quociente imediato. No fundo,

expressa o lucro ganho em cada ao ordinria, aps o imposto de renda e os dividendos de

aes preferenciais, se estes forem fixos. ndice encontrado pela frmula abaixo:

d) Garantia de pagamento de dividendos preferenciais

PATRIMNIO LQUIDON DE AES EM CIRCULAO

VPA =

VALOR DE MERCADO DA AOLUCRO POR AO

QPL =

Lucro lquido (DIR) - Dividendos PreverenciaisN DE AES ORDINRIAS

LGAO=

De acordo com Iudcibus (1998, p. 124), o quociente visa calcular qual a margem de

segurana para pagamento dos dividendos preferenciais e quantas vezes tais dividendos so

cobertos pela gerao de lucros da empresa. A seguir encontra-se a frmula para o clculo do

ndice:

e) Quociente de dividendos por ao

Iudcibus (1998, p. 124) explica, o significado deste quociente tambm imediato.

Procura-se avaliar a relao entre o montante de dividendos pagos e o nmero de aes que

receberam o benefcio. encontrado aplicando-se a seguinte frmula:

2.3.4 Necessidade de Capital de Giro

De acordo com Matarazzo (1998, p.344), necessidade de Capital de Giro, no s

um conceito fundamental para a anlise da empresa do ponto de vista financeiro, ou seja,

anlise de caixa, mas tambm de estratgias de financiamento, crescimento e lucratividade.

A seguir apresenta-se a frmula:

O Ativo Circulante Operacional (ACO), o investimento que decorre

automaticamente das atividades de compra/produo/estocagem/venda.

O Passivo Circulante Operacional (PCO), o financiamento, tambm automtico, que

decorre dessas atividades.

As situaes bsicas que ocorrem numa empresa, com relao ao ACO / PCO,

segundo MATARAZZO (1998):

NCG = ACO - PCO

$ LUCRO LQUIDO (DIR)$ DIVIDENDOS PREFERENCIAIS

GPDP=

$ DIVIDENDOS PAGOS NO PERODO$ DIVIDENDOS PREFERENCIAIS

QDA =

ACO > PCO H uma NCG para a qual a empresa deve encontrar fontes adequadas de

financiamento;

ACO = PCO A NCG igual a zero e portanto a empresa no tem necessidade de

financiamento para o giro;

ACO < PCO A empresa tem mais financiamentos operacionais do que investimentos

operacionais, sobram recursos das atividades operacionais, os quais

podero ser usados para aplicao no mercado financeiro ou para expanso

da planta fixa.

Para Matarazzo (1998, p.345), para financiar as necessidades de capital de giro, a

empresa pode contar normalmente com trs tipos de financiamentos:

Capital Circulante Prprio; Emprstimos e Financiamentos Bancrios de Longo Prazo; Emprstimos Bancrios de Curto Prazo e Duplicatas Descontadas.

2.3.5 Alavancagem Financeira

De acordo com Matarazzo (1998, p.403), o retorno do capital prprio de uma

empresa depende tanto da rentabilidade do negcio quanto da boa administrao financeira.

A determinao da alavancagem financeira baseia-se nos ndices de retorno sobre o

ativo operacional e no custo da dvida.

a) Retorno sobre o ativo operacional

De acordo com Matarazzo (1998, p.403), o retorno sobre o ativo operacional quanto

empresa gera de lucro para cada $ 100 investidos, mostra a rentabilidade do negcio, quanto

maior o ndice maior a eficincia. encontrado aplicando-se a seguinte frmula:

b) Custo da dvida

Lucro antes das despesas financeirasAtivo operacional

RSAO=

Na viso de Matarazzo (1998, p.403), o custo da dvida significa quanto a empresa

paga de juros para cada $ 100 tomados junto a Instituies Financeiras. Se o custo da dvida

maior que o retorno sobre o Ativo, ou seja, se a empresa paga, para cada dlar tomado, mais

do que rende seu investimento no negcio. expresso na seguinte frmula:

De acordo com Matarazzo (1998, p.404), a razo sobre os ndices de retorno sobre o

Patrimnio Lquido e de retorno sobre o ativo denominada Grau de Alavancagem Financeira

(GAF). O GAF encontrado pela seguinte frmula:

2.4 NDICES PADRO

Os ndices padro so nmeros que representam uma relao ideal entre os valores,

so os ndices alcanados com maior freqncia por empresas que exercem o mesmo ramo de

atividade e atuam em uma mesma regio.

De acordo com Matarazzo (1998, p. 193), quando se usam algumas tcnicas

estatsticas, possvel comparar o desempenho de uma empresa com o de 100, 1.000 ou mais

empresas. Existem, basicamente trs tipos de medidas de posio, conforme apresentado no

Quadro 3.

DESPESAS FINANCEIRASPASSIVO GERADOR DE ENCARGOS

CD =

Tcnicas Finalidade

MDIA usada normalmente para indicar algo que caracterstico do universo.

MODA Objetiva mostrar aquilo que mais comum em determinado universo.

MEDIANA

o valor tal que, colocados os elementos do universo em ordem crescente,metade fica abaixo de si e metade acima. O papel da mediana possibilitar acomparao de um elemento do universo com os demais, a fim de se conhecer asua posio relativa, na ordem de grandeza do universo.

Quadro 3: Tcnicas estatsticas usadas para se encontrar os ndices padro.Fonte: Matarazzo (1998, p.195)

RsA + (RsA - CD) x PGE/PLRsA

GAF =

Alm dessas trs medidas para encontrar o ndice padro, necessrio calcular o Decil

(Separatriz correspondente ao valor do argumento que divide a distribuio numa razo

decimal).

Quando os decis so utilizados, no se tem uma nica medida de posio, mas nove,

de maneira que se pode dispor de informaes que auxiliam na distribuio estatstica dos

ndices tabulados. Se, em vez de comparar determinada empresa com outras 200, se desejasse compara-la com 10.000, 20.000 ou 30.000 empresas, bastariam apenas os nove decis. Fazendo a comparao dos ndices da empresa com os nove decis, encontra-se a posio relativa da empresa no ramo. (MATARAZZO, 1998, p.196).

Tambm possvel, ao invs de utilizar decis, utilizar quartis, ou seja, divide-se 100%

por quatro e faz-se a anlise de quatro grupos de ndices.

2.5 RELATRIO DA ANLISE DAS DEMONSTRAES CONTBEIS

Os relatrios devem ser escritos em linguagem corrente, auxiliados por Figuras que

simplifica as informaes. Sempre que possvel utilizar uma linguagem em que todas as

pessoas que precisarem utilizar os relatrios consigam entender o que est escrito.

Segundo Matarazzo (1998, p. 19), as demonstraes financeiras apresentam-se

carregadas de termos tcnicos. Assim, a Anlise de Balanos deve assumir tambm o papel de

traduo dos elementos contidos nas demonstraes financeiras.

Em linhas gerais, podem-se listar as seguintes informaes produzidas pela Anlise de

Balanos. Segue os tipos de relatrios obtidos, atravs das informaes de Matarazzo (1998,

p.20): Situao financeira; Situao econmica; Desempenho; Eficincia na utilizao dos recursos; Pontos fortes e fracos; Tendncias e perspectivas; Quadro evolutivo; Adequao das fontes s aplicaes de recursos; Causas das alteraes na situao financeira; Causas das alteraes na rentabilidade; Evidncia de erros da administrao; Providncias que deveriam ser tomadas e no foram; Avaliao de alternativas econmico-financeiras futuras.

2.6 LIMITAES DA ANLISE DAS DEMONSTRAES CONTBEIS

A contabilidade registra fatos avaliveis monetariamente, com isso os usurios das

informaes contbeis so influenciados por aspectos qualitativos que normalmente os

registros contbeis no alcanam.

Para Iudcibus (1998, p.132), a anlise realizada levando-se em conta apenas valores

de balanos e de outros demonstrativos contbeis ainda tem uma limitao adicional, que a

de no utilizar quantidades ou unidades fsicas, juntamente com valores.

A falta de um conjunto coeso de princpios e procedimentos e at de uma terminologia

definida que permitam a produo de demonstraes contbeis uniformes, dificulta o

entendimento pela maioria dos interessados.

No processo de anlise horizontal, deve-se fazer a atualizao monetria dos valores,

se houver inflao nos perodos em anlise. Pois pode haver o risco de distoro da anlise

horizontal em funo da no correo dos valores.

Outra limitao a elaborao dos relatrios da anlise das demonstraes contbeis

por analista externo, pois muitas vezes no tem o conhecimento necessrio sobre a entidade

em anlise (tipo de organizao, ramo de atividade e outros), distorcendo um pouco as

informaes apresentadas. Ao contrrio do analista interno que possui o conhecimento

necessrio sobre a entidade, no que diz respeito ao conhecimento do produto, conhecimento

real das vendas a prazo e compras a prazo auxiliando na determinao do ciclo financeiro e

ciclo operacional, estgio do parque industrial, competncia da administrao entre outros.

Esses conhecimentos facilitam a elaborao dos relatrios da anlise.

Tais limitaes no invalidam o mtodo contbil, simplesmente indicam ao usurio

que as informaes contbeis devem ser utilizadas levando-se em conta as limitaes do

mtodo que as gerou.

3 DESCRIO E ANLISE DO ESTUDO DE CASO

Neste captulo, demonstra-se um estudo de caso realizado no Clube Doze de Agosto.

apresentado suas demonstraes contbeis (Balano Patrimonial e Demonstrao do

Resultado do Exerccio), com suas respectivas anlises, as quais so seguintes:

Anlise Horizontal do Balano Patrimonial; Anlise Horizontal da Demonstrao do Resultado do Exerccio; Anlise Vertical do Balano Patrimonial; Anlise Vertical da Demonstrao do Resultado do Exerccio; Anlise atravs de ndices (quocientes), que retrata a situao financeira, que o da

Estrutura de Capitais (Participao de capitais de terceiros, Composio do

endividamento, Imobilizao do Patrimnio Lquido e Imobilizao dos recursos

no correntes);

Anlise atravs de ndices (quocientes), que tambm retrata a situao financeira, que o da Liquidez (Liquidez imediata, Liquidez geral, Liquidez corrente e

Liquidez seca);

Anlise atravs de ndices (quocientes), que retrata a situao econmica, que o da Rentabilidade (Giro do ativo, Margem lquida, Rentabilidade do ativo e

Rentabilidade do Patrimnio Lquido);

Comparao dos ndices de Estrutura de Capitais, Liquidez e Rentabilidade, com outros clubes, que so: Lagoa Iate Clube e Paula Ramos Esporte Clube.

Tambm so apresentadas informaes obtidas pela entidade por meio de entrevista semi-estruturada.

3.1 IDENTIFICAO DO CLUBE DOZE DE AGOSTO

Um dos mais antigos do Estado de Santa Catarina, o Clube Doze de Agosto, fundado

em doze de agosto de 1872, ainda na antiga Desterro hoje denominada Florianpolis. Desde

seu surgimento, o clube tem a preocupao da prestao de servios de utilidade pblica. Em

meados do sculo passado, era de costume o clube oferecer na rea cultural, para o pblico

em geral, conferncias, recitais, mostras de artes plsticas e cursos. Nas prticas esportivas,

grandes destaque ao remo, ao basquete, a natao, entre outros esportes praticados na poca.

O clube Doze de Agosto uma sociedade sem fins lucrativos, com durao por tempo

indeterminado, regido por seu estatuto e pela legislao em vigor. Tem personalidade jurdica

distinta dos seus associados, os quais no respondem solidria nem subsidiariamente pelas

obrigaes por ela contradas. Seus procedimentos contbeis so feitos por uma empresa

terceirizada, de acordo com os princpios de contabilidade geralmente aceitos, bem como os

princpios fundamentais de contabilidade (Resoluo CFC 750/93).

uma sociedade que tem por objetivo proporcionar atividades de carter social,

recreativo, cultural, cvico, desportivo e outras formas de lazer, promovendo a unio e a

solidariedade entre associados, dependentes e sociedade em geral.

Sua organizao dividida pela seguinte estrutura:

Assemblia Geral, rgo mximo do Clube sendo soberana em suas decises; Conselho Deliberativo, competente para deliberar sobre as matrias de interesse

social;

Diretoria Executiva, administrar o Clube, zelando pelos seus bens e interesses, assegurando a execuo dos dispositivos estatutrios e regimentais;

Conselho Fiscal, mensalmente, examinar os livros contbeis, documentos e balancete financeiro, emitindo, sobre este, parecer conclusivo. Denunciar ao

Conselho Deliberativo, erros, fraudes ou crimes verificados na gesto financeira do

Clube.

Atualmente, o clube oferece aos seus associados e convidados em geral, trs sedes

com toda infra-estrutura necessrias para o conforto e lazer. Uma localizada no centro de

Florianpolis, sendo sua sede social, que oferece eventos, shows, bailes, saunas, locaes de

suas dependncias, etc. Outra, na praia de Jurer Internacional, sendo sua sede campestre,

onde oferece seu parque aqutico, vagas de estacionamento para trailler, motor-home, box de

barracas para acampamento e pavilho de eventos para shows. E outra, no bairro de

Coqueiros, sendo sua sede esportiva, oferece praticamente todas as modalidades esportivas,

conseguindo xito em vrias competies estaduais.

3.2. ANLISE VERTICAL E HORIZONTAL DO CLUBE DOZE DE AGOSTO

Para a anlise vertical e horizontal foi realizada a padronizao do balano patrimonial

e da demonstrao de resultado do exerccio, com os valores sem qualquer tipo de correo

monetria, conforme apresentado nas Tabelas 1 e 2.

3.2.1 Anlise vertical e horizontal dos balanos patrimoniais

Tabela 1: Balano Patrimonial padronizado, do Clube Doze de Agosto com as respectivas anlises vertical e horizontal dos anos de 2000, 2001 e 2002.

R$ AV % AH % R$ AV % AH % R$ AV % AH %Ativo

CirculanteFinanceiro

Disponibilidades 81.289 0,31 100,00 225.664 0,87 277,61 148.481 0,57 182,66Investimentos CP 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00

Soma 81.289 0,31 100,00 225.664 0,87 277,61 148.481 0,57 182,66Operacional 0,00

Contas receber clientes 5.818 0,02 100,00 6.835 0,03 117,47 0 0,00 0,00Estoques 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00Outros direitos CP 75.699 0,29 100,00 43.431 0,17 57,37 56.873 0,22 75,13

Soma 81.517 0,31 100,00 50.266 0,19 61,66 56.873 0,22 69,77Total ativo circulante 162.807 0,63 100,00 275.930 1,06 169,48 205.354 0,79 126,13Realizvel a longo prazo 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00Permanente

Investimento 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00Imobilizado 25.803.382 99,37 100,00 25.808.138 98,94 100,02 25.855.736 99,21 100,20Diferido 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00

Total ativo permanente 25.803.382 99,37 100,00 25.808.138 98,94 100,02 25.855.736 99,21 100,20Total ativo 25.966.189 100,00 100,00 26.084.068 100,00 100,45 26.061.090 100,00 100,37

PassivoCirculante

OperacionalFornecedores 137.603 0,53 100,00 74.950 0,29 54,47 93.706 0,36 68,10Obrigaes tributrias 817.164 3,15 100,00 804.132 3,08 98,41 9.430 0,04 1,15Obrigaes fiscais/sociais 623.022 2,40 100,00 1.085.868 4,16 174,29 360.002 1,38 57,78Provises 312.173 1,20 100,00 354.304 1,36 113,50 264.075 1,01 84,59

Soma 1.889.963 7,28 100,00 2.319.256 8,89 122,71 727.213 2,79 38,48Financeiro

Emprstimos 151.212 0,58 0,00 40.000 0,15 0,00 13.000 0,05 100,00Duplicatas descontadas 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00

Soma 151.212 0,58 0,00 40.000 0,15 0,00 13.000 0,05 100,00Total do passivo circulante 2.041.174 7,86 100,00 2.359.256 9,04 115,58 740.213 2,84 36,26Exigvel a longo prazo 1.965.493 7,57 100,00 1.965.493 7,54 100,00 3.701.794 14,20 188,34Exigvel total 4.006.667 15,43 100,00 4.324.748 16,58 107,94 4.442.006 17,04 110,87Patrimnio lquido

Capital 23.038.816 88,73 100,00 23.003.868 88,19 99,85 23.003.832 88,27 99,85Reservas 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00Dficit acumulados 1.079.294 4,16 100,00 1.244.548 4,77 115,31 1.384.748 5,31 128,30

Total do patrimnio lquido 21.959.522 84,57 100,00 21.759.320 83,42 99,09 21.619.084 82,96 98,45Total do passivo 25.966.189 100,00 100,00 26.084.068 100,00 100,45 26.061.090 100,00 100,37Fonte: elaborado pelo autor com base em dados empricos.

CONTAS 2000 2001 2002

a) Anlise vertical dos balanos patrimoniais do Clube Doze de Agosto dos anos de 2000,

2001 e 2002.

O ativo circulante do clube em anlise apresenta coeficientes muito baixos nos trs

perodos analisados em relao ao seu ativo total, demonstrando que o clube possui poucos

recursos em seu ativo circulante. Seu ativo permanente permaneceu quase que inalterado,

evidenciando quase nenhum tipo de investimento na aquisio de novos ativos imobilizados.

O passivo circulante no ano de 2000, correspondia a 7,86% do seu passivo total,

aumentado este coeficientes em 2001 para 9,04%, correspondendo a um aumento de dvida no

curto prazo de 1,18%. J em 2002, seu passivo circulante, diminuiu para 2,84% do passivo

total, correspondendo a uma queda de 6,2%, em funo de refinanciamentos (REFIS) de

passivos tributrios, alocando-os em longo prazo, aumentando o exigvel a longo prazo de

2001 para 2002 em 6,66%. O clube apresentou um dficit de 4,16% em 2000, em 2001 de

4,77% e no ano de 2002 de 5,31%. Percebe-se que o clube vem aumentando o dficit ano

aps ano.

b) Anlise horizontal dos balanos patrimoniais do Clube Doze de Agosto dos anos de 2000,

2001 e 2002.

O ativo circulante apresenta um crescimento de 69,48% em 2001 e 26,13% em 2002,

sendo que em 2001 o ativo circulante representava 1,06% e em 2002 de 0,79% do ativo total,

demonstrando um baixo giro nestes anos. Outro fator que contribui para o no crescimento do

clube foi falta de investimentos onde o ativo permanente apresentou um aumento de apenas

0,02% de 2000 para 2001 e em 2002 seu permanente aumentou para 0,20% em funo de um

pequeno aumento do imobilizado. O ativo total do Clube Doze de Agosto apresenta um

crescimento no ano de 2000 para 2001 de 0,45%, e em 2002 de 0,37%.

O passivo circulante apresenta um aumento de 2000 para 2001 de 15,58%, com

relao a 2002 apresentou uma queda de 63,74%, isto deve-se a poltica adotada de

financiamento das dvidas do curto prazo para o longo prazo aumentando o exigvel a longo

prazo de 2000 para 2002 em 88,34%. Seu exigvel total apresentou um aumento de 2000 para

2001 de 7,94% e em 2002 de 10,87%, evidenciando um alto comprometimento da empresa. O

patrimnio lquido apresentou uma reduo de 2000 para 2001 de 0,91% e em 2002 de

1,55%, em decorrncia dos dficits nos perodos analisados. O passivo total apresenta um

crescimento de 2000 para 2001 de 0,45% e em 2002 de 0,37%.

3.2.2 Anlise vertical e horizontal das demonstraes de resultados dos exerccios.

a) Anlise vertical das demonstraes de resultados dos exerccios do Clube Doze de Agosto

dos anos de 2000, 2001 e 2002.

A receita lquida do clube vem diminuindo nos perodos analisados, interferindo

diretamente nos resultados obtidos. As despesas operacionais/administrativas, correspondiam

em 2000 a 35,66%, em 2001 houve uma pequena diminuio para 34,03%, e em 2002 sofreu

um aumento para 39,32% da receita lquida. As despesas operacionais/pessoal, em 2000

correspondiam a 78,83%, em 2001 passou para 79,10% e, em 2002, houve uma considerada

reduo para 72,76% da receita lquida. Mesmo com a diminuio das despesas operacionais,

o clube ainda continua gastando mais do que est arrecadando. Seu resultado operacional em

2000, apresenta-se negativo em (8,98%), em relao a receita lquida, no ano de 2001 caiu

para (6,29%), e no ano de 2002 para (5,14%). Apesar da diminuio dos dficits, o clube deve

adotar uma poltica mais rgida na obteno de novas receitas e adequao das despesas

conforme a realidade do clube, para que consiga reverter esta situao de dficit para

supervit no menor tempo possvel.

Tabela 2: Demonstrao do resultado do exerccio padronizado, do Clube Doze de Agosto com as respectivas anlises vertical e horizontal dos anos de 2000, 2001 e 2002.

R$ AV % AH % R$ AV % AH % R$ AV % AH %

Receita lquida 3.004.793 100,00 100,00 2.997.198 100,00 99,75 2.726.978 100,00 90,75

(-) CMV, CPV 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00

(=) lucro Bruto 3.004.793 100,00 100,00 2.997.198 100,00 99,75 2.726.978 100,00 90,75

(-) Desp. Operacionais/administrativas 1.071.637 35,66 100,00 1.019.845 34,03 95,17 1.072.380 39,32 100,07

(-) Desp. Operacionais/pessoal 2.368.653 78,83 100,00 2.370.843 79,10 100,09 1.984.217 72,76 83,77

(+) Outras Receitas 409.095 13,61 100,00 428.758 14,31 104,81 491.306 18,02 120,10

(-) Outras Despesas 200.274 6,67 100,00 116.106 3,87 57,97 245.982 9,02 122,82

(=) L.O antes resultado financeiro -226.676 -7,54 100,00 -80.839 -2,70 35,66 -84.295 -3,09 37,19

(+) Resultado Financeiro 28.444 0,95 100,00 272 0,01 0,96 10.089 0,37 35,47

(-) Despesas Financeiras 71.590 2,38 100,00 108.097 3,61 150,99 65.995 2,42 92,18

(=) Resultado Operacional -269.822 -8,98 100,00 -188.664 -6,29 69,92 -140.200 -5,14 51,96

(+ -) Resultado operacional 1.000 0,03 100,00 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00

(=) Resultado antes das provises -268.822 -8,95 100,00 -188.664 -6,29 70,18 -140.200 -5,14 52,15

(-) Provises IR / CS 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00

(-) Participaes 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00

Lucro ou Prejuzo Lquido -268.822 -8,95 100,00 -188.664 -6,29 70,18 -140.200 -5,14 52,15Fonte: elaborado pelo autor com base em dados empricos.

CONTAS 2000 2001 2002

b) Anlise horizontal das demonstraes de resultados dos exerccios do Clube Doze de

Agosto dos anos de 2000, 2001 e 2002.

O prejuzo lquido vem sofrendo uma diminuio nos anos analisados, de 2000 para

2001 houve uma reduo de 29,82%. Esta diminuio dos prejuzos deve-se ao corte de

despesas em algumas reas como as despesas operacionais/administrativas que obteve uma

reduo de 4,83% e, tambm, em outras despesas que, no mesmo perodo reduziu em 42,03%.

Em 2002 a reduo foi de 47,85%, um dos motivos dessa reduo foi diminuio das

despesas administrativas/pessoal em 16,23%. Mesmo com o corte das despesas em algumas

reas ainda no foi possvel reverter esta situao de dficit.

Uma das maneiras de evitar estes dficits constantes poderia ser a adoo de uma

melhor poltica de controle das despesas (operacionais e financeiras), pois se encontra ainda

muito superior em relao s receitas auferidas, para que consiga retomar o controle da

entidade fazendo com que se torne vivel e apresente os resultados positivos.

3.3 ANLISE DO CLUBE DOZE DE AGOSTO ATRAVS DE NDICES (QUOCIENTES)

Neste tpico so realizadas as anlises da estrutura de capitais, liquidez e

rentabilidade.

3.3.1 Estrutura de capitais

Neste tpico apresenta-se a anlise da participao de capitais de terceiros, a

composio do endividamento, a imobilizao do patrimnio lquido e a imobilizao dos

recursos no correntes. A Tabela 3 apresenta os ndices do Clube Doze de Agosto dos anos de

2000, 2001 e 2002.

Tabela 3: ndices de estrutura de capitais do Clube Doze dos anos de 2000, 2001 e 2002.

E stru tu ra de cap ita is2000 2001 2002

R $ R $ R $

P artic ipao de cap ita is de terce iros 18 ,25 19 ,88 20 ,55

C om posio do end iv idam en to 50 ,94 54 ,55 16 ,66

Im ob ilizao do P atrim nio L qu ido 117 ,50 118 ,61 119 ,60

Im ob ilizao dos recu rsos no corren tes 107 ,85 108 ,78 102 ,11

F o n te : e lab o rad o p e lo au to r co m b ase em d ad o s em p rico s.

C LU B E D O Z E D E A G O S T O

a) Participao de capitais de terceiros

Analisando o clube doze de agosto observa-se que em 2000, possua R$ 18,25, para

cada R$ 100,00 , em 2001 era de R$ 19,88 e em 2002 passou para R$ 20,55. Observa-se que

os ndices apresentam crescimento de 2000 para 2002, deixando menos liberdade financeira

para a tomada de decises, de investimento em capital circulante e demais investimentos, com

recursos prprios.

b) Composio do endividamento

O clube doze encontrava-se com um valor elevado, em 2000 era de R$ 50,94 para

cada R$ 100,00 das obrigaes de curto prazo, subindo em 2001 para R$ 54,55. Estes ndices

elevados evidenciam que o clube no possua folgas para captar recursos visando cobrir os

compromissos assumidos no curto prazo. Em 2002, este valor caiu para R$ 16,66, em funo

de refinanciamentos de dvidas para o longo prazo, dando mais tempo aos administradores

para reverter a situao.

c) Imobilizao do patrimnio lquido

O clube apresenta em 2000 um valor de R$ 117,50, para cada R$ 100,00 em 2001 de

R$ 118,81 e em 2002 foi de R$ 119,60, fica constatado um constante crescimento nos trs

perodos analisados, evidenciando a reduo do patrimnio lquido em funo dos prejuzos

constantes.

Grfico 1: Relao patrimnio lquido X ativo permanente do Clube Doze de Agosto. Fonte: elaborado pelo autor com base em dados empricos.

20.000.000,00

21.000.000,00

22.000.000,00

23.000.000,00

24.000.000,00

25.000.000,00

26.000.000,00

Val

ores

R$

Perodos

PATRIM NIO LQ UIDO X ATIVO PERM ANENTE

Patrimnio Lquido 21.959.521,99 21.759.320,12 21.619.083,90

Ativo Permanente 25.803.382,46 25.808.138,26 25.855.736,36

2000 2001 2002

d) Imobilizao dos recursos no-correntes

Os dois primeiros exerccios analisados demonstram que em 2000, o valor era de R$

107,85, para cada R$ 100,00 e em 2001 era de R$ 108,78, evidenciando que as dvidas do

clube estavam alocados no curto prazo. Em 2002 o valor caiu para R$ 102,11, demonstrando

que parte da dvida do curto prazo, foi refinanciada para o longo prazo, aumentando o exigvel

a longo prazo conseqentemente diminuindo o valor de 2002 para R$ 102,11, de imobilizao

dos recursos no-correntes.

3.3.2 Liquidez

Neste tpico apresenta-se o ndice de liquidez imediato, geral, corrente e seca. A

Tabela 4 apresenta os ndices do Clube Doze de Agosto dos anos de 2000, 2001 e 2002.

Tabela 4: ndices de liquidez do Clube Doze de Agosto dos anos de 2000, 2001 e 2002.

a) Liquidez imediata

Apesar do crescimento do ndice nos anos de 2000, 2001 e 2002, ainda continua baixo.

Mostra que o clube no possui recursos imediatos para saldar as obrigaes de curto prazo.

Liquidez2000 2001 2002

R$ R$ R$

Liquidez Imediata 0,04 0,10 0,20

Liquidez Geral 0,04 0,06 0,05

Liquidez Corrente 0,08 0,12 0,28

Liquidez Seca 0,08 0,12 0,28

Fonte: elaborado pelo autor com base em dados empricos.

CLUBE DOZE DE AGOSTO

b) Liquidez geral

Os ndices de liquidez geral que o clube apresenta nos anos analisados esto muito

baixos, fazendo com que o clube fique dependente de capitais de terceiros para se manter

operando.

c) Liquidez corrente

Os ndices dos perodos analisados esto muito baixos, apesar do aumento

considervel que houve, ainda demonstra que o clube no possui capital circulante lquido, em

funo disto fica dependente de capital de terceiros.

Grfico 2: Relao ativo circulante X passivo circulante do Clube Doze de Agosto. Fonte: elaborado pelo autor com base em dados empricos.

d) Liquidez seca

Como o clube no possui estoques, no comporta a anlise deste ndice, pois tem a

mesma interpretao da liquidez corrente.

0,00

500.000,00

1.000.000,00

1.500.000,00

2.000.000,00

2.500.000,00

Val

ores

R$

Perodos

ATIVO CIRCULANTE X PASSIVO CIRCULANTE

Ativo Circulante 162.806,66 275.930,06 205.353,87

Passivo Circulante 2.041.174,47 2.359.255,54 740.212,78

2000 2001 2002

3.3.3 Rentabilidade

So apresentados neste tpico os ndices do giro do ativo, margem lquida,

rentabilidade do ativo e do patrimnio lquido. A Tabela 5 apresenta os ndices de

rentabilidade do Clube Doze de Agosto dos anos de 2000, 2001 e 2002.

Tabela 5: ndices de rentabilidade do Clube Doze dos anos de 2000, 2001 e 2002.

a) Giro do ativo

Os ndices obtidos demonstram que o clube deve repensar a poltica administrativa

adotada, trabalhando na busca de novos scios, e outras atitudes que faam com que se

consiga aumentar as receitas.

Grfico 3: Relao receita lquida X ativo total do Clube Doze de Agosto. Fonte: elaborado pelo autor com base em dados empricos.

Rentabilidade2000 2001 2002

R$ R$ R$

Giro do Ativo 0,12 0,11 0,10

Margem Lquida -8,95 -6,29 -5,14

Rentabilidade do Ativo -1,04 -0,72 -0,54

Rentabilidade do Patrimnio Lquido -1,22 -0,86 -0,65

Fonte: elaborado pelo autor com base em dados empricos.

CLUBE DOZE DE AGOSTO

0,004 .0 00 .0 0 0 ,008 .0 00 .0 0 0 ,00

1 2 .0 00 .0 0 0 ,001 6 .0 00 .0 0 0 ,002 0 .0 00 .0 0 0 ,002 4 .0 00 .0 0 0 ,002 8 .0 00 .0 0 0 ,00

Val

ores

R$

P erod os

R E C E IT A L Q U ID A X A T IV O T O T A L

R eceita L q uid a 3 .00 4 .7 9 2 ,79 2 .99 7 .1 97 ,9 4 2 .72 6 .9 7 7 ,82

A tivo T o ta l 2 5 .9 66 .18 9 ,1 2 2 6 .0 84 .0 6 8 ,3 2 2 6 .0 6 1 .09 0 ,2 3

2 00 0 2 00 1 2 00 2

b) Margem lquida

Os ndices esto negativos, em virtude dos prejuzos que o clube vem sofrendo nos

perodos analisados. Nota-se que o prejuzo vem diminuindo no decorrer dos anos analisados

em 2000 era de (8,95%), em 2001 diminui para (6,29%), e em 2002 ficou em (5,14%).

Um dos principais motivos na diminuio dos prejuzos foi a queda das despesas

operacionais, influenciando diretamente nos resultados, conforme visto na anlise vertical e

horizontal.

c) Rentabilidade do ativo

Os ndices esto negativos em virtude dos prejuzos que o clube vem sofrendo. Houve

uma diminuio dos prejuzos nos anos analisados, justamente em virtude da diminuio das

despesas operacionais.

No h melhoria referente ao aumento de capitais prprios, o clube tem que adotar

uma poltica para incrementar sua receita, fazendo com que se reverta a situao de prejuzo.

d) Rentabilidade do patrimnio lquido

Os ndices esto negativos em virtude dos prejuzos que o clube vem sofrendo nestes

perodos analisados. Fica evidente a m poltica em relao aos investimentos e a recuperao

destes valores. O clube deve adotar uma poltica de conteno de despesas e busca de novas

receitas.

3.4 COMPARAO DOS NDICES DO CLUBE DOZE DE AGOSTO COM OUTROS

CLUBES SOCIAIS DE FLORIANPOLIS (LAGOA IATE CLUBE E PAULA

RAMOS ESPORTE CLUBE)

Nesta parte da pesquisa apresentada estrutura e organizao de dois clubes sociais

de Florianpolis que so o Lagoa Iate Clube e o Paula Ramos Esporte Clube, para possvel

comparao com os ndices de estrutura de capitais, liquidez e rentabilidade, do Clube Doze.

3.4.1 Lagoa Iate Clube

O Lagoa Iate Clube, que foi fundado em maio de 1969, onde seus idealizadores

pretendiam dotar a cidade de um complexo de lazer que atendesse no apenas as necessidades

da poca mas, sobretudo, que se projetasse um futuro promissor.

Foi buscar o maior nome da arquitetura nacional, com renome universal (Oscar

Niemeyer), para elaborar o projeto da sede social, com o seu arrojo inventivo, plantou no

meio dos morros que circundam a Lagoa da Conceio, um marco da sua genialidade.

Posteriormente, as diversas diretorias que se seguiram aos dirigentes pioneiros, foram

moldando o Clube s novas exigncias da sua atualidade, quer nas prticas administrativas,

quer na seleo das diversas opes de entretenimento e esporte.

Em pouco tempo fixou-se, no panorama social de Santa Catarina, a marca de

modernidade que gravou definitivamente o nome LIC como um dos mais expressivo entre os

seus congneres.

O clube oferece para seus associados, diversas "escolinhas" de futebol, futsal, vlei,

basquete, tnis, vela entre outros esportes, alm de shows e aluguel de suas dependncias.

3.4.2 Paula Ramos Esporte Clube

O Paula Ramos Esporte Clube, que teve sua fundao em quinze de novembro de

1937, por um grupo de pessoas amigas, que reunidas, resolveram fundar um Clube de futebol.

Desde sua fundao, o Paula Ramos Esporte Clube investiu no futebol catarinense,

disputando e ganhando vrios campeonatos citadinos, at que em 1959, depois de 20 anos

sem a Capital ganhar o ttulo, conseguiu trazer o ttulo de Campeo Estadual. Em 1962, o

Paula Ramos afastou-se dos gramados.

Porm, em 1978, um grupo de associados decidiu pela reconstruo do clube. Foram

lanados 100 novos ttulos, que tiveram excelente aceitao. No ano seguinte, novos ttulos

foram comercializados.

Uma das metas prioritrias, era criar uma infra-estrutura de esporte e lazer, capaz de

atender no menor espao de tempo possvel s necessidades do quadro social. Assim, logo

surgiram as piscinas, vestirios, canchas polivalentes, campo de futebol, quadra de tnis,

churrasqueiras e playground.

Hoje o Paula Ramos Esporte Clube possui amplas reas de esporte e lazer, alm de

uma completa infra-estrutura que um clube social pode oferecer aos seus associados.

3.4.3 Comparao atravs de ndices (quocientes)

Nessa parte da pesquisa so realizado as comparaes dos ndices de estrutura de

capitais, liquidez e rentabilidade, do Clube Doze de Agosto com mais dois clubes sociais de

Florianpolis, que so o Lagoa Iate Clube e o Paula Ramos Esporte Clube.

Ressalta-se que as atividades dos clubes comparados so parecidas, porm possui

diferenas de tamanho e variedade de servios que prestam.

3.4.3.1 Estrutura de capitais

Tabela 6: ndices de estrutura de capitais dos anos de 2000, 2001 e 2002, do Clube Doze, LIC e Paula Ramos.

Fonte: elaborado pelo autor com base em dados empricos.

a) Participao de capitais de terceiros

O ndice do Clube Doze de Agosto est mais prximo ao do Paula Ramos. Com

relao ao do LIC o ndice est um pouco mais baixo. Os ndices esto demonstrando a

participao de capitais de terceiros nos clubes sociais.

Grfico 4: Anlise comparativa da participao de capitais de terceiros Fonte: elaborado pelo autor com base em dados empricos.

PARTICIPAO DE CAPITAIS DE TERCEIROS

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

DOZE 18,25 19,88 20,55

LIC 29,04 29,27 30,94

PAULA RAMOS 12,04 19,27 23,66

2000 2001 2002

PAULA PAULA PAULARAMOS RAMOS RAMOS

R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Participao de capitais de terceiros 18,25 29,04 12,04 19,88 29,27 19,27 20,55 30,94 23,66

Composio do endividamento 50,94 39,93 77,15 54,55 40,41 35,59 16,66 32,78 30,09

Imobilizao do Patrimnio Lquido 117,50 119,59 109,66 118,61 121,56 117,01 119,60 122,94 121,83

Imobilizao dos recursos no correntes 107,85 101,82 106,73 108,78 103,50 104,09 102,11 101,78 104,54

DOZE LIC

ANO 2001

DOZE LIC DOZE LICESTRUTURA DE CAPITAIS

ANO 2002

CLUBES CLUBES CLUBES ANO 2000

b) Composio do endividamento

No ano de 2000 o clube doze, estava com o ndice elevado em relao ao LIC, mas

estava inferior ao Paula Ramos. No ano de 2001 o Clube Doze apresentava o maior ndice dos

clubes em comparao, conseguindo diminuir o ndice em 2002 e ficando com o ndice menor

que os outros clubes.

Grfico 5: Anlise comparativa da composio do endividamento Fonte: elaborado pelo autor com base em dados empricos.

c) Imobilizao do patrimnio lquido

O ndice do clube doze est bem elevado como os demais clubes em comparao,

ficando constatado que vem aumentando de um ano para outro. Isto demonstra a falta de

capital circulante prprio no clube.

Grfico 6: Anlise comparativa da imobilizao do patrimnio lquido Fonte: elaborado pelo autor com base em dados empricos.

COMPOSIO DO ENDIVIDAMENTO

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

DOZE 50,94 54,55 16,66

LIC 39,93 40,41 32,78

PAULA RAMOS 77,15 35,59 30,09

2000 2001 2002

IMOBILIZAO DO PATRIMNIO LQUIDO

70,00

90,00

110,00

130,00

150,00

DOZE 117,50 118,61 119,60

LIC 119,59 121,56 122,94

PAULA RAMOS 109,66 117,01 121,83

2000 20