ConstruARCH #03
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EDIÇ
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201
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Vista Privilegiada com ar cosmopolita. O Edifício Unique Office, um novo
centro de negócios, tem na localização um de seus diferenciais. As ações
sustentáveis e a criteriosa seleção de materiais também se aliam a um
acabamento de alto padrão e tecnologia de ponta. Somado a isso, um
novo conceito em composição de ambientes confere uma atmosfera de
exclusividade e unicidade ao mundo corporativo. Para um público seleto,
um empreendimento único.
www.nbcarquitetura.com.br
SHOW ROOM
Rua Minas Gerais, 1930
Cascavel - PR
CENTRAL DE VENDAS
45 3039-3450
TÃO BEM LOCALIZADOQUE SEUS CLIENTES FICARÃO DESLUMBRADOS COM A VISTA.
TÃO EXCLUSIVOQUE VAI TER GENTE MARCANDO REUNIÃO SÓ PARA CONHECER SEU LOCAL DE TRABALHO.
TÃO ELEGANTEQUE VAI MUDAR SEU CONCEITO DE AMBIENTE CORPORATIVO.
TÃO ÍMPAR QUE DESISTIMOS DE TENTAR DESCREVER.VENHA VISITAR E CONFIRA COM SEUS PRÓPRIOS OLHOS!
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centro de negócios, tem na localização um de seus diferenciais. As ações
sustentáveis e a criteriosa seleção de materiais também se aliam a um
acabamento de alto padrão e tecnologia de ponta. Somado a isso, um
novo conceito em composição de ambientes confere uma atmosfera de
exclusividade e unicidade ao mundo corporativo. Para um público seleto,
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Í N DICE
0 3
WARM-UP
PONTO.COM
O que estamOs aprOntandO net afOra
NOVOS EMPREENDIMENTOS
edifíciO BeLLatriX
ESTANTE
Onde ir, O que Ler e O que assistir
cOmO nÃO ser enrOLadO pOr um cOrretOr em
3 passOs
Tudo o que você queria saber sobre adquirir seu próprio
imóvel e tinha vergonha de perguntar
GARIMPO - ESPECIAL
a Guerra estÁ decLarada! O primeirO
espirrO JÁ fOi dadO!
Crie uma armadura contra os ácaros em sua casa
CRIATIVIDADE VERDE
É dO inVernO que eLas GOstam mais
As plantas que não estão nem aí para este clima
invernal
IT
pista de pOusO autOriZada
Olha o passarinho aqui, ali, acolá!
OFICINA
desiGn adOcicadO nO VeLHO Oeste
A doçura da Carambola foi emprestada aos montes
para uma marca de luminárias
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GARIMPO68OLHa que cOisa mais
Linda, mais cHeia de
GraÇa
Um mix de objetos para
encantar cada canto da
casa
CENÁRIORECORTE
6230
Ô, quentura
As lareiras que vão deixar sua casa quente, quente,
quente, pelando...
mimetismO triunfaL
Uma casa com um quê de paraíso terrestre
sintetiza luxo, sofisticação e conforto
J U N HO / J U L HO 2 0 1 3
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PULO-DO-GATOquem nÃO tem
Lareira, caÇa cOm
papeL de parede,
madeira, tapetes...
Ana Paula Ferreira
capricha nas escolhas
para agasalhar a casa
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NA BASE
sustentaBiLidade cOm Os pÉs nO cHÃO
Piso drenante une beleza, funcionalidade e ainda dá
aquela ajuda ao meio ambiente
DOSSIÊ
O arquitetO mandOu Brasa, e O prOJetO ficOu
fOGO
Quando tudo parecia acabado, eis que um monumento
surge na Cidade das Luzes
FASHION IN HOME
triO parada dura
Combinação de cores pra lá de estilosas que separa-
das também não são nada sem graça
CENÁRIO
cOmpOsÉ cLassudO
No apartamento clássico, até o que estava fora do
pedido foi aplaudido
REFÚGIO
mOnumentO À Beira dO LaGO
A vista, o décor, a arquitetura: tudo favoreceu a
morada holandesa
GADGET
a tecnOLOGia que manda a friaca emBOra
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EVENTO
para eXtraVasar a criatiVidade: dÁ-LHe
cOncursO!
Plataforma Projetar.org vem dar uma sacudida no
mundo universitário arquitetônico
ESPELHO
entreVista nBc
O impacto da NBC na silhueta cascavelense
LIFESTYLE
O mundO É anaLÓGicO
Aquele amor antigo volta à tona para um clique cada
vez mais prazeroso
BUCKET LIST
inVernO fOra da rOta
A travel-writer Clarissa Donda mostra que nem só de
Campos do Jordão e Bariloche vive o inverno
BOM-APETITE
fatia eurOpeia
Com um pé no Velho Continente, restaurante deixa em
sintonia décor e gastronomia
RELAX
O descOLadO ficOu pHYnOUm casarão com ares modernos é bem receptivo aos
viajantes de plantão
SKETCH MAP
pÃO cOm tudO que É cOisa e de tOdO tipO
Cinco padarias para apreciar aquele pão quentinho ou
só a arquitetura mesmo
ONDE ENCONTRAR
cOmO, quandO, Onde?
COLABORADORES
quem depOsitOu O seu taLentO pOr aqui
BATE-PAPO
quaL É a VersÃO dO seu imÓVeL?
Eduardo Veronese comenta que o versátil pede
passagem
Í N DICE
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CENTRAL DE ATENDIMENTO45 3306 6336 - 3306 3663
REDAÇÃ[email protected]
IMPRESSÃOGráfica Positiva
A revista ConstruARCH é uma publicação bimestral da DFP Editora Ltda.Rua Manoel Ribas, 2477 - Centro - Cascavel - PR - CEP 85801-230
www.editoradfp.com.brInscrita no ISSN sob o número 2317-403X
ARqUITETOS E ENGENhEIROS CONSULTORESAurora Popenga, Caio Smoralek Dias, Carlos Salamanca, Celso Fernando Contin Pedroso,
Liana Maria Mayer Bertolucci, Luiza Scapinello Broch, Sciliane S. Sauberlich, Diego Manfé, Fabiano Vasques, Leandro Bloot, Leomar Pereira de Menezes, Mauricio Popenga,
Olavo Emílio Fank, Ricardo Lora, Vinicius Hotz
MARKETING E COMUNICAÇÃO
DIRETORESDouglas Popenga [email protected]
Felipe Pedroso [email protected] Santos [email protected]
Julie Fank [email protected]
Diretor Administrativo Douglas PopengaDiretor Executivo Felipe Pedroso
Diretora de Redação Julie FankJornalista Responsável Giovana Danquieli
Jornalistas Marcele Antonio e Tátila PereiraDiretor de Arte Juliano Santos
Executivos de Negócios Renato do Prado Assis e Rodrigo AraújoAssessora Executiva Karina Guedes
Fotógrafo Rodrigo VieiraEstagiária de Publicidade e Propaganda Carolina Maffei Mincarone
Estagiário de Jornalismo Ricardo Pohl
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WAR M - U P
VOCê VIU A CAPA qUE CONVITE DESCARADO? Pois é, a porta aberta assim é um chamado da redação: a
gente quer sua companhia por aqui, comendo pipoca, pinhão, tomando chimarrão, botando lenha na fogueira
(ou apertando o botão – tempos modernos, minha gente!) e aquecendo o chá, de preferência, embaixo das
cobertas! Mas a gente sabe que o inverno é uma pedra no sapato dos saracoteadores de plantão e, por isso,
trégua: vamos até o seu esconderijo! Estamos assim milimetricamente mimeografados para aquecer seu refú-
gio – e, de quebra, te fazer companhia – nós gostamos de receber, mas mais ainda de visitar (aliás, tem café?)
Tá se escondendo? Não gosta de receber visita? Somos uma visita silenciosa... E não liga a tevê, não, a gente é
legal e preparou tudo com o maior esmero.
E por falar em casa, a gente sabe que, no fundo, no fundo, o que você quer mesmo é se sentir em casa – em
qualquer lugar, principalmente no inverno. Dizem que a casa simboliza todo um aspecto de proteção e de limite
– um simulacro dos nossos anseios e desejos vários, todos juntos no mesmo espaço. E não tem nenhuma no-
vidade nisso. Mas a gente, aqui da ConstruArch, acha que a casa é, na verdade, isto: um espaço para mimetizar;
confundir-se com o cenário, ainda mais num espaço tão cheio de referências, tão particular, tão espelho nosso.
É um espaço para nos encontrarmos, nos defendermos e, quando necessário, nos confundirmos com ela pró-
pria. Como? Ficando de pijama na frente da tevê até fazermos parte do sofá, dormindo um dia inteiro até sumir
na cama – principalmente no inverno quando o que você mais quer é protagonizar dias de frio-pra-que-te-
quero? completamente à vontade. É, é hora de tirar o pé do acelerador e entender que é há aquela necessidade
de se recolher e curtir o silêncio. O inverno é silencioso, né?
Cada casa em que vivemos, seja a da infância, a permanente ou a em que passamos os feriados, representa
um capítulo à parte da nossa biografia – as paredes nos emprestam entonações e pontuações, cúmplices do
que vivemos entre quatro paredes. E entender a dinâmica do que é o nosso casulo (seja em que estação da
vida for) ajuda a entender porque é tão importante imprimir as características que nos diferenciam do outro
no nosso espaço: coloração, textura, formato, comportamento e características químicas. Somos um tipo de
animal que precisa, vez em quando, passar despercebido – tudo para sobreviver e se recuperar para a próxima
estação. E ganha, não quem tiver a casa mais bonita, mas aquela que melhor se adapte a essa necessidade que
bate à porta religiosamente todo mês de junho: se esconder! Se nisso tudo, ainda tiver beleza, quem disse que
não faz bem para os olhos?
Julie FankDiretora de Redaçã[email protected]
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Se você curte folhear o nosso conteúdo, que tal ter um plus? A arquitetura, a construção, a decoração, o design, o lifestyle e a arte também têm acesso livre em nosso espaço virtual.
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Vik Muniz: nas mãos dele, o improvável
vira arte
ARTE
C O N S T R U Ç Ã O A R q U I T E T U R A D E C O R A Ç Ã O D E S I G N L I F E S T Y L E A R T E
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EDIFÍCIO BELLATRIX
A ESCOLhA CERTA PARA SEU FUTURO.
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OUTROS DIFERENCIAIS:02 ou 03 vagas de garagemDepósito privado por apartamentoSalão de festas com churrasqueiraEspaço GourmetBrinquedotecaPlaygroundBicicletárioHall decorado pela construtoraSacada com churrasqueiraMedidores de água e gás individuaisInfraestrutura e área técnica para ar-condicionadoAquecimento a gás com equipamento instaladoPorcelanato na sala e nos quartosPias em granito nos banheiros e sacada
LOCALIZAÇÃO:Rua Presidente Kennedy, 717, Centro, Cascavel.
INCORPORAÇÃO E CONSTRUÇÃO:CONSTRUTORA BASTIAN E LORA
PROJETOS DE ARqUITETURA:Crizel & Uren
VENDAS :CENTRAL DE VENDAS BASTIAN E LORA
Área total 169 m2 a 187 m2
Área total pode variar conforme tamanho das unidades de garagemIncorporação Imobiliária - 1o Registro de Imóveis - Matrícula no 74.129
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E STAN T E
MUITO LONGE DE CASA - MEMóRIASDE UM MENINO SOLDADO
Parece, mas (infelizmente) Muito Longe de Casa não é uma ficção. A au-
tobiografia de IshmaelBeah relata as situações pelas quais ele passou en-
quanto era criança na guerra civil de Serra Leoa. As crueldades vivenciadas
por Ismael são detalhadamente relatadas, e sua transformação enquanto
agente da guerra é chocante. Além de ser o diário de um sobrevivente, hoje
ativista da Unicef, a biografia denuncia um dos maiores crimes cometidos a
uma criança: transformá-la em assassina.
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FROST/NIXON
Ron Howard é um diretor de coragem e excelência. Pois Frost/Nixon não
se trata apenas de um ótimo filme, mas de uma descrição que retrata
com primor os momentos mais decisivos da maior entrevista da televi-
são mundial. O drama foca principalmente na produção e nos bastidores
de como foi para David Frost e sua equipe, entrevistar o ex-presidente
Richard Nixon, responsável pelos maiores escândalos dos Estados Uni-
dos: a Guerra do Vietnã e o caso Watergate.
SIG BERGAMIN
Cascavel receberá o conceituado arquiteto e desig-
ner de interiores Sig Bergamin. Incluído na lista dos
101 Top em decoração nos Estados Unidos, pela Re-
vista House Beautiful e reconhecido pela ousadia e o
descompromisso, Sig é caracterizado por seu estilo
singular, o qual ele denomina como um somatório
de ecletismo, diversidades étnicas, humor e versa-
tilidade. A palestra, promovida pelo Núcleo Decora,
acontecerá às 20 horas, no dia 30 de julho, no espa-
ço Mykonos, e será somente para convidados.
PARA ASSISTIR
PARA IR
PARA LER
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CUCA FUNDIDA
A obra é uma compilação de 17 textos de
Woody Allen. Ou seja, quando tratamos do
talentosíssimo diretor de cinema – e o mes-
mo adjetivo vale para escritor - é até redun-
dância mencionar que seu livro de contos
contém um alto nível de humor, até, e princi-
palmente, nas situações trágicas. Cuca fun-
dida é resultado de uma mente excêntrica e
extremamente genial.
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www.lpm.com.br
HITCHCOCK
Como ele teve esta ideia? O que inspirou
ele a fazer este filme? Quais foram as
dificuldades que ele enfrentou? Se es-
sas perguntas sobre Alfred Hitchcock
e o processo de sua obra-prima sem-
pre surgem na sua cabeça toda vez que
você assiste a Psicose, este filme de
Sacha Gervasi é a resposta para todas
as suas dúvidas. Descubra como Hit-
chcock transformou um filme de baixo
orçamento em preto e branco, num dos
maiores clássicos do cinema mundial.
CASACOR
Está acontecendo no Jockey Club
de São Paulo, a CASACOR 2013,
considerada a mais completa
mostra de arquitetura, decoração
e paisagismo da América Latina.
Nesta vigésima sétima edição o
evento está explorando o tema
“Morar Bem” e promete sur-
preender nos seus 26 anos de
existência. Mais informações em:
www.casacor.com.br
...por Berenice ZagoArquiteta e Urbanista, pós-graduada em
Projeto e Produção do Ambiente
LIVRO
O DIÁRIO DE UM CONSTRUTORDE UM TEMPLO“Tenho muitos livros começados ao mesmo tempo, de diferentes tipos de histórias e es-tórias. Todos eles sempre conseguem trans-passar algo tanto para minha vida pessoal quanto profissional. Difícil dizer um só. Talvez o que mais se relacione com a arquitetura seja o diário de um construtor de um templo, de Zé Rodrix, onde é descrito o período e a constru-ção do Templo de Salomão em Jerusalém”.
FILME
A NOVIÇA REBELDE“Clássico do cinema, A Noviça Rebelde (1965) marcou minha infância. É um filme que descreve tudo o que gostaria de transmitir. A inocência das brincadeiras, o enfático ‘DÓ, RÉ, MI’, que ain-da está gravado em minha memória. A alegria e criatividade da Governanta Maria fazem ela transformar as cortinas em roupas de brincar, é incrivelmente mágico”.
EVENTO
CASA COR“Para ir, indico a Casa Cor, ponto de parada obri-gatória para arquitetos. A edição de São Paulo está acontecendo e vai até dia 21 de julho. Gos-to desse evento porque sempre traz novidades, além de ser muito bem organizado!”
OS MELhORES DA ESTANTE...
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MAI L
Em meio à negociação para a compra de um imóvel, o com-
prador depara com inúmeros termos que, se não explicados
pelo corretor, podem desinformar. Explique quais são os
termos técnicos aos quais o cliente precisa ficar atento.
Alguns termos que geram dúvidas são os que determinam
as medidas dos espaços do imóvel: como área útil, área pri-
vativa, área comum e área total. Área útil: é a soma das áreas
do piso dos ambientes de um imóvel. Área privada: é a soma
da área de uso exclusivo do proprietário ou inquilino de um
imóvel, delimitada pelas paredes. Área comum: é toda área
compartilhada pelos proprietários de um condomínio, tais
como hall, área de lazer, corredores etc.. Área total: é a soma-
tória da área comum mais a privada de um imóvel. Um fator
importante que o cliente deve ter em mente ao se interessar
por um imóvel é exatamente para qual lado os dormitórios
se encontram, ou seja, qual é a sua face em relação aos pon-
tos cardeais. É importante o comprador atentar para imóveis
em que o lado dos quartos fiquem voltados para o sol, pois o
sol da tarde acaba deixando o ambiente muito quente, tendo
como recurso para resolver o problema somente o ar-con-
dicionado.
Por que há diferença entre o preço de apartamentos no
mesmo prédio, mas com andares diferentes?
Quando se trata de imóveis verticais, quanto mais alto for o
andar, mais alto se torna o valor do imóvel, por razões como
vista e menor barulho. Porém, um fator que vai influenciar
bastante no preço, independentemente do andar, é jus-
tamente a face do imóvel - quando um apartamento está
com sua face para o sol da manhã - tem maior valor agre-
gado, pois, subentende-se que o imóvel é mais arejado do
que outro com face voltada para o sol da tarde. Obviamente,
isso também depende de gosto e de condições climáticas da
região. Em caso de lugares muito frios, os imóveis em que se
pega mais sol são mais valorizados em relação aos imóveis
em que se pega menos sol.
Como você orienta que o consumidor se posicione acerca
do condomínio antes de adquirir o imóvel?
Este ponto é um pouco complicado, mas, de maneira geral,
as construtoras, incorporadoras e loteadoras têm por crité-
rio fazer um levantamento de custos iniciais na instituição
do condomínio. Esse levantamento de custos precisa de-
terminar qual valor será cobrado de taxa para cada unidade
assim que é homologado oficialmente o início do condomí-
nio. O comprador deve ficar atento a dois fatores primordiais
na compra do imóvel: se o condomínio já está instituído, o
cliente precisa pedir uma cópia do boleto bancário da taxa de
condomínio da unidade de interesse, a fim de ver o real va-
lor dessa taxa; já para unidades em que o condomínio ainda
não foi instituído, não existe garantia alguma de qual valor o
cliente irá pagar, o que existe é uma estimativa e ela é ba-
seada nas benfeitorias que estarão presentes no imóvel na
hora de sua entrega. Se, por outros motivos, a assembleia
constituinte achar por bem agregar mais serviços ao local,
automaticamente, a taxa será maior. Portanto, se possível,
esteja sempre presente na primeira assembleia para a cria-
ção das normas de seu condomínio.
Para que, em meio ao ritual da compra de um imóvel, você possa dormir tranquilo, é preciso que você esteja preparado, munido de muita informação. Por isso, tenha paciência antes de assinar o contrato. O Gerente de Negócios Imobiliários Eliézer Rien conhece bem os trâmites de uma compra sem maiores dores de cabeça e, abaixo, ele clareia a mente de muitos clientes
Como não ser enrolado pelo Corretor de ImÓVeIsEM 3 PASSOS
fo to : Ro d r i go Vi e i ra
Eliézer RienGerente de Negócios Imobiliários
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P U LO - D O - G AT O
A ARqUITETA Ana Paula Ferreira é o supras-
sumo do requinte – seu escritório é um es-
petáculo à parte, tanto pelo ambiente crite-
riosamente planejado quanto pela bagagem
de projetos que carrega. Há mais de dez anos
no mercado, a profissional aprecia projetos
com um tom de exclusividade e, apesar de
ter um estilo próprio, garante que é a cara do
cliente quem dita as rédeas do projeto. Mas a
vontade de medir e desenhar não apareceu
de cara, não. Foi na época da faculdade de
Engenharia Química em Blumenau que des-
cobriu, ao observar as colegas de quarto fa-
zendo maquetes, que tinha talento pra coisa.
Tanto que hoje as matérias-primas com que
trabalha são bem diferentes daquelas dos
laboratórios – são estas aí que você confere
neste garimpo e servem pra deixar a nossa
vida mais bonita e, de quebra, muito mais
quentinha.
Em terra de pinhão, as baixas temperaturas não dão trégua, e ignorá-las pode custar alguns cobertores! A arquiteta Ana Paula Ferreira escolheu a dedo alguns revestimentos de encher os olhos para deixar a casa aquecida – do projeto à decoração. Friorentos confessos vão abraçar a causa!
qUEM NÃO TEM LAREIRA, CAÇA COM PAPEL DE PAREDE, MADEIRA, TAPETES...
Po r J u l i e Fa n k fo to s Ro d r i go Vi e i ra
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6
7
Ana Paula FerreiraArquiteta e Designer de Interiores
25
O PISO DE BAMBU
vem envernizado de fábrica. Espessura: 16mm/ Tamanho
18cm x 13cm. R$ 260/ m2 colocado. Madipê Madeiras
O PISO DE PVC
Interfloor é a discrição em pisos que imitam a madeira –
além de ser atérmico, não reproduzir ruídos e ser inerte a
micro-organismos, não retém umidade. Espessura: 3mm/
Tamanho 15,24cm x 91,44cm. R$ 126/ m2 colocado.
Prisma Revestimentos
O REVESTIMENTO OCA Brasil, próprio para ambientes internos, é feito de
madeira Teca maciça certificada. Nas cores ouro, bronze e
palha. Tamanho 30cm x 30cm. De R$ 450 a R$590/ m2
colocado. Forma e Conforto Design
O APARECI
Revestimento Porcelânico Espanhol da cor Neutro
Blanco Guiza é o destaque gelado em meio à quentura
da página. Com a composição certa, a peça geométrica
em relevo pode figurar num lavabo classudo. Espessura:
7mm/ Tamanho 90cm x 30cm. R$ 98,57 a peça. Tonetto
Pastilhas e Revestimentos
O TECIDO
Jacquard Italiano Listrado, da Maison Tecidos, é um
glamour que só. Em alto relevo, pode ser aplicado em
paredes, almofadas e estofados. Largura: 1,40m R$
364,00/ metro. Luize Home & Office
O VELUDO com fibras de bambu geométrico em alto relevo é pura
classe. Da Maison Tecidos. Largura: 1,40m R$ 572,00/
metro. Luize Home & Office
O SEABROOK
papel de parede, da Marrakesh, é de alta resistência. A
composição com os outros dois tecidos pode render bons
cenários. Dimensões: 0.68m x 8,23m R$ 1.148,00/ rolo
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feito sob medida. Espessura: 14mm. R$1.114/ m2. Forma e
Conforto Design
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R E CORT E
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Calorosamente, as lareiras são o sonho de 11 em cada 10 habitantes de uma terra em época invernal. Além de aquecer o que está frio, elas dão um toque belo a qualquer cenário morno
Po r Tá t i l a Pe re i ra fo to s : D a n i e l S o r re n t i n o
Ô, qUENTURA!
NA “SALA DA LAREIRA”, criada para a Casa Cor Paraná, o ápice do ambiente
é esta lareira a gás suspensa em vidro, que mistura leveza e tecnologia.
Por Suzane Simon – Casa Cor Paraná 2012
28
R E CORT E
ACOMPANhADA DE UM
paisagismo contemporâneo,
esta lareira a álcool fez da
entrada da casa um lugar
prazeroso para o convívio –
mesmo que seja do lado de
fora. Por Marcelo Calixto –
Casa Cor Paraná 2012
qUENTE E FRIO TALVEz sejam os opostos que mais se atra-
em. É automático: esfriou, você já sai correndo atrás de co-
bertor, blusa de frio, chocolate quente ou qualquer outra coi-
sa que eleve a temperatura. Para manter a casa quentinha,
também existem artimanhas. A lareira pode ser considerada
um símbolo dessa história toda: antes por uma necessidade
física, hoje por uma necessidade visual. Na era dos ar-con-
dicionados, a lareira já não seria algo tão essencial. Só que,
agora, não é bem a quentura do ambiente que dita a regra,
mas sim o toque de design que uma lareira, independente-
mente do material, pode dar à moradia.
Modinhas também são bem-vindas no reino das lareiras.
Agora, a tendência é o cliente comprar apenas as câmaras de
combustão (FOTO) para pedir que o arquiteto projete dife-
rentes tipos de “moldura” para sua lareira, combinando com
o estilo da casa e a preferência do morador. “A sala e o home
theater ainda são os locais em que mais são instaladas as la-
reiras. No entanto, o home office e os quartos também têm
recebido um reforço no aquecimento”, explica Milton Peixoto
Filho, gerente comercial de uma empresa especializada.
Durante o inverno, costumamos diminuir drasticamente a
quantidade de tempo em que permanecemos do lado de
fora de casa, aproveitando o jardim ou a varanda. Só que uma
lareira tem tudo para transformar esse cenário.
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O CONTRASTE É qUASE
sempre bem-vindo. Neste caso,
o clima moderninho ganhou um
toque vintage com a tradicio-
nal lareira à lenha, daquelas de
chaminé e tudo! Um charme.
(foto divulgação)
CONFIRMANDO A TENDêNCIA
apontada pelo especialista, a lareira
invadiu esta suíte, perfeita para um
casal jovem e antenado. O destaque
da peça fica por conta do design,
singular e harmonioso com toda a
proposta do cômodo. Por Jeslayne
Valente e André Menin – Casa Cor
Paraná 2012
NESTA VARANDA fechada,
a lareira serviu para dar um
clima mais intimista. Uma pro-
posta diferente, que oferece a
esse ambiente da casa maior
versatilidade. Por Guilherme
de Albuquerque e Daniela Su-
mida de Albuquerque – Casa
Cor Paraná 2012
30
R E CORT E
UM AMBIENTE REqUINTADO pede uma lareira à altura, não é?! Para que toda a
exuberância desta sala de jantar pudesse estar completa, um foguinho sob a TV
completa a composição. Por Vivian Tabalipa – Casa Cor Paraná 2012
Ambientes abertos também aceitam de bom grado um fo-
guinho. Para manter o clima externo, a recomendação é usar
materiais mais rústicos, como concreto e pedras.
Na seara das lareiras, também existem, é claro, as opções
ecológicas, ou melhor, as biolareiras. O álcool é o combus-
tível que a torna ecológica. Dizem as boas línguas que ela
é mais eficiente que a lareira elétrica, a movida à lenha ou a
gás. “Não há perda de calor pela chaminé ou para as paredes,
como acontece com a combustão da madeira”, diz Milton. A
queima do álcool também não libera cheiro, fuligem ou fu-
maça.
As cartas estão na mesa para que o frio não seja um intruso
em sua casa. Vai por mim, no quentinho da lareira, tudo vai
ficar melhor nesse inverno.
BIOLAREIRACombustível: álcool 92,8 graus ou compostos similares Como funciona: coloca-se o líquido na câmara de combustão. A chama é resultado da queima do álcool Consumo: cerca de R$ 1 por hora Eficiência energética: alta (estimada em 100%). A temperatura de um ambiente de 35 metros quadrados sobe até 6 graus célsius Onde instalar: em qualquer área ventilada e até em ambientes externos Preço: a câmara de combustão custa a partir de R$ 1.700 Vantagem: não polui, é portátil e tem o menor custo de aquisiçãoDesvantagem: é uma lareira moderna, não tem o charme da madeira estalando
TIPOS DE LAREIRAS
Independentemente do tipo, o que vale é esquentar!
LAREIRA A GÁS Combustível: gás (natural ou de botijão GLP) Como funciona: o gás chega sob pressão por meio de uma rede de dutos que precisa ser instalada Consumo: estima-se em R$ 1,50 por hora em gás de botijão Eficiência energética: média (75%). O aumento da temperatura pode chegar a 5 graus célsius em ambientes de 35 metros quadrados Onde instalar: em qualquer lugar com chaminé Preço: o kit com chaminé, nicho, válvula e queimadores custa em torno de R$ 4 mil Vantagem: como está ligada a uma rede de gás, não precisa ser reabastecida, como o modelo a álcool Desvantagem: custo de instalação e cheiro de gás no ambiente
LAREIRA à LENHA Combustível: lenha Como funciona: o aquecimento se dá por irradiação de calor, com a queima da madeira Consumo: cerca de R$ 8 de lenha a cada hora de uso Eficiência energética: baixa (50%). Há um aumento de até 8 graus célsius em ambientes de 35 metros quadrados Onde instalar: em lugar com sistema de exaustão e chaminé Preço: chaminé, o duto e a caixa refratária saem por R$ 3.500 Vantagem: calor intensoDesvantagem: é cara e poluente, devido à liberação de fumaça
LAREIRA ELéTRICACombustível: energia elétrica Como funciona: uma hélice giratória empurra o ar contra uma resistência elétrica aquecida Consumo: cerca de R$ 2,20 por hora de uso Eficiência energética: média-alta, estimada em 80% Onde instalar: em qualquer ambiente onde haja um ponto de energia Preço: a mais simples custa a partir de R$ 2 mil Vantagem: não emite gases Desvantagem: a chama é falsa, com plástico colorido, ventilador e lenha artificial. E o calor seco pode ser desagradável
32
a guerra está deClarada! O PRIMEIRO ESPIRRO jÁ FOI DADO!
E você não está sozinho, caro leitor alérgico! Não me refiro aos ácaros, mas sim, a nós da equipe Construarch que damos uma força para você nesta friaca
Po r R i ca rd o Po h l fo to s : D i v u l ga çã o
Doutor Jorge Luiz dos Santos
é alergologista membro
do Instituto Paranaense
de Rinite, Asma e Alergias
(IPRAA).
G AR I M P O
AS ESTAçõES FRIAS SãO consideradas charmosas por al-
guns. Esses alguns certamente não são alérgicos, pois nada
existe de charmoso numa série de espirros. Quem sofre das
ditas reações de hipersensibilidade já sabe que, quando as
folhas caem, o drama começa. Parece que tudo que esquen-
ta traz consigo um ônus: abrigar uma República Federativa
de Ácaros. Diariamente, o alérgico está rodeado de pessoas
vestindo lã que não se movimentam normalmente, mas se
deslocam como se estivessem dançando hip-hop, dissemi-
nando substâncias malignas pelo ar.
Deixando o desabafo de um alérgico de lado...
Em conversa com o Dr. Jorge Luiz dos Santos, milagreiro
dos alérgicos, esclareceremos algumas questões relevantes
para quem possui um sistema imunológico eficaz até demais.
Parece, mas não é só nas estações frias que você é tortu-
rado; “As alergias respiratórias, rinite e asma predominam
principalmente no outono, inverno e primavera, sendo mais
reativas às variações térmicas bruscas”, explica o doutor.
Viu? Nem tudo na vida é tão ruim assim, ou seja, das quatro
estações, você só sofre em três!
33
Segundo o médico, os problemas são provocados por co-
bertores e roupas que estavam guardados, servindo de So-
domas e Gomorras aos “Aeroalérgicos do ambiente (ácaros,
fungos, baratas e escamações de animais domésticos)”. Isso
aumenta a intensidade dos sintomas, como rinite e asma.
“Manter o ambiente o mais ventilado e ensolarado possível,
evitar os extremos (seco e úmido); evitar tapetes, cortinas
de tecidos, bichos de pelúcia, cobertores peludos, cigarro,
animais dentro de casa e limpar o ambiente com pano úmi-
do” são as precauções, de acordo com o especialita, para se
livrar desses sádicos.
O alergologista derruba o mito “Alergia não é baixa imunida-
de como a maioria das pessoas pensam” e dedura o culpado:
“Mas sim o aumento de uma classe de anticorpos chama-
das de IGE”. De acordo com o médico, o organismo alérgi-
co funciona assim: quanto mais expostos aos agentes res-
ponsáveis pela alergia, mais o número de IGE irá aumentar,
desencadeando a liberação de substâncias causadoras das
reações. Ou seja, a culpa é desse anticorpo aí! Mas não é por
omissão que o IGE peca, e sim, por sempre tentar ser o fun-
cionário do mês.
E caso você já tenha feito de tudo, e mesmo assim continue
apanhando, ou melhor, espirrando, existe a Imunoterapia
através de vacinas de alergia (isso! É na base da picada!).
“Com controle de até 80% em definitivo dos sintomas”, para
a alegria mundial, afirma o doutor, o tratamento médio leva
de três a quatro anos. “Praticamente sem efeitos colaterais
relevantes”, assegura o especialista.
SIGA O PROTOCOLO DE SOBREVIVÊNCIA DO DR. jORGE LUIz E
PASSE A SOFRER DE AMNéSIA POR NãO SE LEMBRAR DE qUE
é ALéRGICO:
b) Alimente-se equilibradamente, com foco no aumento das
defesas;
c) Hidrate-se em dias secos;
d) Cuide do vestuário;
e) Evite ambientes mal arejados;
f) Imunize-se com a vacina pneumocócica e da gripe.
Obs: Sim, começa com “b” pois o item “a” era sobre higiene
pessoal, e isso, a gente não precisa nem mencionar, né?!
34
G AR I M P O
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q U E I M P E D I R ÃO I N T R U S OS
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CR IAT IVI DADE VE R DE
PENSANDO EM VOCÊ, selecionamos uma série
de plantas-esquimó para que seu jardim não vire
uma sorveteria verde. A Construarch conversou
com um dos maiores especialistas da região, Ro-
naldo Santos. Segundo ele, as plantas de inver-
no não podem permitir que existam reservas de
água em suas folhas, pois podem congelar e quei-
mar.
Em seguida, somos apresentados à, já florida,
camélia (1), que demonstra sua preferência pelo
frio, esbanjando suas folhas verdes e vistosas. A
próxima planta com alma gelada, na verdade, não
vem do círculo polar ártico, mas da terra do can-
guru, é o alecrim australiano (2).
Quer dar uma inovada no seu jardim, mas tem medo que as plantas se transformem em picolé?
Po r R i ca rd o Po h l fo to s Ro d r i go Vi e i ra
É do frIo que elas GOSTAM MAIS!
Ronaldo SantosArquiteto e Paisagista
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1
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4
5
CR IAT IVI DADE VE R DE
Com aparência acinzentada, o alecrim, infelizmente, não
apresentou sua formosura, o frio ainda não foi suficiente
para animar seu desabrochar. Pelo formato de suas folhas,
logo percebemos que se trata de uma planta acostumada à
neve – por serem pontudas, elas impedem que os flocos se
alojem ali. Geada para ele são cócegas!
A russélia tem um apelo saudosista. Nossas reações são
instantâneas: imediatamente, somos bombardeados por
lembranças das casas de nossas avós! “Muitas plantas da
época da casa da vó estão voltando ao uso agora“, confirma
Ronaldo. Não restam dúvidas, o vintage também é aclamado
no paisagismo. Simpática e encantadora, a russélia nos pre-
senteia com sua fartura de delicados botões despertando.
Outro figurante atemporal é o gerânio (3). Ele é diferente em
relação ao formato de suas pétalas e folhas, que são mais
largas. Distinta também é sua aparência: o gerânio é aquele
tipo de planta que rouba a cena – ainda mais quando sus-
penso numa sacada.
A planta seguinte nos é bem familiar. Mais precisamente, seu
cheiro. Ele está em todos os ambientes, desde banheiros a
escritórios. Assim fica fácil saber que é à lavanda (4) que
estamos nos referindo. Pode ser difícil de acreditar, mas é
possível deixar seu jardim com um cheirinho de encher os
pulmões sem precisar gastar horrores em aromatizantes!
“Ela é bem de clima europeu, cinza e meio pontuda”, explana
nosso paisagista-mor.
As surpresas não acabam. De longe, vemos a maior de to-
das, que destoa das outras não só pela sua altura, mas pelo
fato de ser frutífera - o butiá (5). “A gente vê bastante essa
planta na nossa região, porque no frio ele não queima com a
geada. É o butiá de que se come o fruto, que é azedinho, que
se coloca na pinga”.
Chegando ao final do nosso tour pelo Espaço Brasil, outras
plantas que não se fizeram presentes são recomendadas
por Ronaldo Santos: “São as forrações de época: boca-de-
leão, amor-perfeito e petúnia”.
Daí você segue essas dicas, mas... e aí? Como manter essas
plantinhas firmes e fortes até o próximo inverno? O primeiro
passo é não regar como você as regava no verão, afinal de
contas, você não está mais na estação mais seca do ano!
“Tem que cuidar com umidade, porque, geralmente, no in-
verno a planta absorve menos água” justifica o profissional.
Todo o processo de manutenção da planta deve ser feito no
outono/inverno: adubação, poda, limpeza, retirada de folha.
Ronaldo ainda reitera que essa é uma forma de manter a
planta nutrida, para aguentar o inverno e se preparar para o
ano todo. É, compensa muito mais investir numa manuten-
ção de excelência do que perder toda a sua lavoura de belda-
des por simples descuido, não é mesmo?
39
qUEM GOSTA de exclusividade diz sim à customização, mas,
não é só isso – esse público apela para objetos cheios de his-
tória. É o caso deste abajur, que tem nome de série artística
– Retalhos de Luzes I – e faz parte da primeira leva de pe-
ças de design assinadas pela TREH Criações, marca criada
pelas artistas plásticas Ariadne de Assis, Gidália Sereniski
e Joenara Cechet. A proposta da criação e da marca é, além
da amizade com o meio ambiente (tem toda aquela coisa de
Era uma floreira, que virou um abajur, que serve de ninho de vez em quando...
Po r J u l i e Fa n k fo to s Ro d r i go Vi e i ra
pIstade pouso AUTORIzADA
aproveitar resíduos de outras criações, que vão de retalhos
a miçangas sem par), construir uma experiência. O pássaro,
no seu habitat, não fica parado – e por que, então, no abajur,
tem que ficar? A mobilidade do enfeite dá total autonomia
para que qualquer pessoa remaneje os elementos por onde
o espaço compositivo permitir. Coisa de quem é, assim, meio
artista. R$ 375 www.facebook.com/trehcriacoes
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40
HOTFLOOR é a marca do piso aquecido,
aquece 6ºC em 1 hora, é rápido e 38% mais
econômico que ar-condicionado.
O HOTFLOOR é a tecnologia do conforto em
calefação de ambiente por piso aquecido. A
qualidade e o conforto proporcionado pelo
HOTFLOOR são inigualáveis, sendo superior a
qualquer outro tipo de aquecimento, pois eles
ressecam o ar, consomem muita energia e
interferem na decoração.
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OLHO NO FUTURO. POR ISSO, APRESENTA
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41
OF ICI NA
PODE SOAR ESTRANHO pensar em trocar os esses do ca-
rioquês pelo sonoros erres interioranos. A vida não acontece
nas metrópoles, nas cidades que nunca param?! A resposta
pode até ser positiva, porém, provas de que a globalização
tem mudado esses parâmetros aparecem por toda a parte.
“Tudo está ao alcance em qualquer lugar” foi a constatação
de Cristiane Zilotto, que sabia bem o que estava fazendo
quando trouxe sua empresa – a Carambola Gifts – para o
Oeste paranaense.
A cidade grande pode até oferecer muito mais opções de
materiais, tendências e contatos, só que não tem a qualidade
de vida de uma cidade menor – no caso, Cascavel. Esse foi
o chamariz para que Cristiane, família, empresa e compa-
nhia viessem aportar na Capital do Oeste. “Está difícil criar
os filhos em uma metrópole. Sem contar todo o problema de
mobilidade que os grandes centros têm. Aqui, eu atravesso a
cidade em 20 minutos e consigo fazer tudo que preciso”. Os
pais dela também já haviam escolhido Cascavel como mo-
rada.
Cansada da labuta na cidade grande, designer desembarca em Cascavel afim de paz, tranquilidade, mas não menos trabalho
DESIGNADOCICADO NO VELHO OESTE
Po r Tá t i l a Pe re i ra fo to s Ro d r i go Vi e i ra / D i v u l ga çã o
Cristiane ZilottoDesigner
42
CAVE I R A M E X ICANAArriba! Para levantar o astral também dos altinhos, um
modelo mais adulto, mais moderno, mais que perfeito!
COPACABANACristiane pode até ter vindo para cá, mas nela ainda há
resquícios da vida carioca. Para fazer uma homenagem,
ela usou o símbolo da cidade, o Calçadão de Copacaba-
na, e coloquei os chinelinhos para ficar mais relax.
OF ICI NA
fisgar a atenção desse público-alvo. Desde a sementinha,
foram 7 primaveras. Parece pouco ao pensar nos horizontes
já alcançados pela marca, mas, para a idealizadora, foi um ca-
minho repleto de experiências, que refletem o momento da
empresa, que tem iluminado do Oiapoque ao Chuí.
A inspiração está em tudo. Enquanto assiste um filme, repara
no cenário. Enquanto lê uma revista, presta atenção no fun-
do das fotos. “Virou algo natural, já aprendi a captar as coisas
ao meu redor e ir criando. Tenho que trazer minhas fantasias
para o real”. As ideias vão sendo colocadas em um caderni-
nho, repleto de desenhos e explicações do insight para cada
peça.
O carro-chefe da Carambola são as luminárias. Esse tipo de
objeto, por si só, já é uma unanimidade no mundo do design.
Aí, acrescentam-se pitadas de criatividade e um caminhão
de materiais pra lá de fofos e pronto: nascem as peças, ba-
tizadas com nomes de doçura equivalente. Com apelo tão
doce, bonito e diferenciado quando a fruta que lhe dá nome,
a Carambola já criou um estilo próprio, daqueles que, quando
você bate olho, já sabe de que marca é.
A ideia foi semeada durante a faculdade de Design Gráfico,
na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), regada
com sua ida para o Rio de Janeiro e deu frutos quando Cris-
tiane percebeu uma carência de mercado e um mundaréu
de possibilidades a serem explorados no universo infanto-
juvenil. Os gifts – as pecinhas penduradas por todo o lado
em grande parte das peças – foram o atrativo perfeito para
43
No caderno, ainda há uma lista de nomes para batizar as no-
vas luminárias que vão surgir. A balacobaco, por exemplo,
ainda não tem uma cara. Alguma sugestão?
O caminho para o desenvolvimento das peças é o seguinte:
busca por tendências, pesquisa para ver se não tem nada
parecido já no mercado, procura por formas e cores, desen-
volvimento do protótipo, testes básicos de iluminação e di-
recionamento, e, por fim, o lançamento da peça na Gift Fair
– maior feira de artigos para a casa, decoração e design da
América Latina. Essa feira serve como um termômetro e tem
a Carambola como referência no setor de iluminação.
Na lista de materiais eleitos, destaque para o acrílico, poli-
propileno (um tipo de plástico), lantejoula, corrente de alumí-
nio, pompom, lã e todos os detalhes cute-cute. Na linha de
produção, 30 mulheres – donas-de-casa que trabalham em
casa - unem o gifts que formam aquilo que a designer tinha
pensado na ponta do lápis. O resultado precisa “conversar
com o consumidor”. “A intenção é criar um caso de amor e
aconchego”.
Na calmaria do interior, a vida segue, com atividade não me-
nos intensa na produção da Carambola Gifts. Hoje, os mo-
delos de luminárias já somam mais de 200 e, contando as
variações, são 400. Há um ano e meio por aqui, Cristiane não
cogita voltar a um grande centro, independentemente dos
rumos que o projeto tomar. “A Cidade Maravilhosa é aqui”,
conclui.
FOF U R ACristiane não esconde:
a Fofura é sua criação
preferida. O lilás e os
ursinhos deram um toque
singular à peça, seja em
uma mesa ou no teto
AqUÁR IOOs meninos tam-
bém têm vez, com
opções não menos
fofas. Nesta peça,
os penduricalhos de
peixinhos se uniram
às bolinhas de ar
CE L E ST IALPode ser para menino.
Pode ser para menina
OL ÍVIAA delicadeza dos
elementos faz da Olívia
uma materialização da
essência feminina
NA BASE !
Um obstáculo antigo das grandes cidades pode estar com os dias contados. E a sustentabilidade, novamente ela, aparece como solução
Po r Tá t i l a Pe re i ra fo to s D i v u l ga çã o / Ro d r i go Vi e i ra / Le a n d ro D i a s I l u s t ra çã o La i l a R . S c h m i d t
sustentabIlIdadeCOM OS PéS NO CHãO
46
NA BASE !
BOM GOSTO DO LADO DE FORA
Piso drenante aplicado no Espaço
Brasil Paisagismo.
TUDO DENTRO DOS CONFORMES
Ser prático também é uma obrigação. Logo de
cara, na instalação do piso, já se percebe isso,
já que a aplicação é feita diretamente sobre
o solo. Se o solo não estiver rígido, deve-se
aplicar de 5 a 6 cm de pedra brita e compac-
tar. Após esse procedimento, uma camada de
aproximadamente 4 a 5 cm de pedrisco deve
ser sobreposta para auxiliar o nivelamento
da base para a aplicação do piso Megadreno.
Além disto, cada uso pede uma especificação
de piso. Neste ponto, a Braston segue à risca
as normas da ABNT – Associação Brasileira
de Normas Técnicas –, que prevê calçadas
com no mínimo 6 cm de espessura para pe-
destres e 8 cm para carros.
47
NãO é NOVIDADE: o desenfreado e mal planejado crescimen-
to das cidades acarretaria, mais cedo ou mais tarde, proble-
mas futuros – hoje, já presentes e constantes. Basta um ven-
to e algumas nuvens sinalizarem a chegada da chuva, para que
o sinal de alerta já fique aceso: as enchentes tornaram-se um
mal urbano. Métodos para que essa água toda não atrapalhe
a vida nas cidades vêm sendo estudados há anos, e a solução
para o que vem de cima pode estar sob os pés.
O piso drenante é uma dessas possibilidades que têm no pró-
prio material a capacidade de drenagem, diferentemente dos
pisos intertravados (conhecidos como “paver”) que têm so-
mente no formato da peça a possibilidade de escoamento da
água.
qUALIDADE PREMIADA
Na Casa Cor Paraná, entre tantas so-
luções inteligentes e sustentáveis, o
piso da Braston pintou como uma das
preferidas. O vencedor do prêmio de
“Projeto Mais Sustentável” foi a pra-
ça Casa Cor, assinada pelos paisagis-
tas Nádia Bentz e Vanderlan Farias,
que contou com os pisos Braston.
A Braston foi uma das empresas que fez a aposta nesse tipo
de material que permite a passagem da água vapt-vupt – a
capacidade de drenagem é de mais de 90%, conforme lau-
dos obtidos nas instituições Falcão Bauer e ABCP (Asso-
ciação Brasileira de Cimento Portland). Após um período de
pesquisa, a mistura entre areia, pedrisco, pó de pedra, argila
expandida, cimento e fibra de coco – não necessariamente
nessa ordem – transformou-se no chamado Megadreno, já
considerado o queridinho da marca.
O que ajuda ainda mais o produto a ser um colaborador do
meio ambiente é que 80% dos materiais utilizados são reci-
clados. Aliada a isso, a permeabilidade do piso recai em outro
ponto positivo: ao facilitar a passagem da água, o piso dre-
48
NA BASE !
O FULGÊ é adequado para o uso em pavimentos
residenciais e comerciais, aparentando a cor das
granilhas de sua composição
O KLASSE possui uma superfície monocromática,
realçando a sua beleza superior de acabamento
LEVIGADO mantém sua suavidade com uma su-
perfície lixada e plana.
Mas não se prenda a esses modelos: pisos exclu-
sivos, feitos a pedidos dos clientes, também estão
na cartela de opções da Braston.
BELEzA SE PõE NO PISO
E quem discrimina tecnologia achando que ela pode
não ser tão atrativa aos olhos pode deixar de lado
suas convicções e bater palmas que a Braston quer
passar. O Megadreno pode ser produzido em vários
tamanhos e cores, com a opção de várias texturas
superficiais, que dão nova cara aos ambientes.
NOVINHA POR AqUI
A Braston Pisos Arquitetônicos está há dois anos em
Cascavel. A empresa tem sede em Campinas e dispo-
nibiliza uma completa linha de pisos ecologicamente
corretos. A fabricação é feita pela Ecopaver, locali-
zada em Santa Tereza do Oeste, única licenciada no
Paraná. Para a fabricação, são usados agregados e
pigmentos com formulações exclusivas, criadas, in-
clusive, junto a universidades e entidades do setor,
garantindo o desenvolvimento com segurança: des-
de o início visando a minimizar os impactos ao meio
ambiente. O resultado são pisos versáteis e com de-
sign diferenciado que se adaptam a cada ambiente e
a cada necessidade de projeto.
PROBLEMA RESOLVIDO!
Onde antes a água empoçava, agora a tranquilidade domina. Após a
instalação do piso drenante no estacionamento, a água vai embora
sem problema algum.
49
nante também “dá de beber” aos lençóis freáticos, ávidos
para que a água chegue logo a eles.
O conforto tátil torna-se outro atrativo. “Apesar do mix de
materiais, que poderia deixar o aspecto áspero, há o cuidado
do polimento do piso para que, além de ecologicamente cor-
reto, ele também se torne agradável aos pés ou rodas que
passarem por cima, com um bônus de, mesmo molhado, não
ficar escorregadio”, assegura o diretor de produção Adriano
Meier.
O custo para a produção desse tipo de piso é mais alto. São
vários processos para que o resultado seja alcançado. Por
isso, é mais caro – custa em média 30% a mais que os de-
mais pisos. Só que, na relação custo/benefício, a escolha é
vantajosa, já que o piso drenante tem vida útil superior à de
outros pisos, como o paver. Além disto, a instalação do piso
drenante é relativamente mais rápida, pois libera o tráfego de
pessoas e veículos logo na sequência de sua aplicação.
Em uma clínica de Cascavel, as intempéries cismavam em
atrapalhar a vida dos funcionários e dos pacientes. No es-
tacionamento, antes terceirizado, as pedras britas não per-
mitiam que a água que caía do céu pudesse escoar. Resulta-
do: alagamentos recorrentes. A solução dada pela arquiteta
Márcia Melo, responsável pela reestruturação do local, foi
instalar o Megadreno. No dia em que veio a primeira chuva,
teve até comemoração e plateia para ver o trabalho drenante
do piso sendo feito. “A legislação exige que, de acordo com
o tamanho e tipo de terreno, uma determinada área seja
permeável. No caso do projeto da clínica, como usamos em
todo o estacionamento, fomos além, deixando todo o local
com alta permeabilidade”, explica a arquiteta. Foram aplica-
dos 530 m² do piso. “O investimento vale a pena, porque a
aplicação é simples, a manutenção é fácil, e a durabillidade é
longa”, conclui.
Na tendência sustentável, o piso permeável aparece como
um produto voltado a um público exigente – nos quesitos
qualidade e cuidado com o meio ambiente. A beleza, o re-
quinte e a funcionalidade do piso drenante estão a favor do
amanhã, que pode ser bem mais prático.
50
D OSSI Ê
51
A madeira que foi lenha para condenar o apê agora esquenta a decoração
O ARqUITETO MANDOU BRASA, E O PROJETO FICOU FOGO!
Po r R i ca rd o Po h l fo to s D i v u l ga çã o
52
D OSSI Ê
Os bombeiros não deram conta, mas o arquiteto fez boni-
to. Tudo recomeçou “em uma noite de setembro, em 2009,
quando nós nos instalamos lá no teto, ou melhor, no que
restou dele”, explicam os indivíduos que resolveram fixar re-
sidência num carvão vertical na França. O edifício roubou a
cena em Paris de uma forma não muito bacana. “O prédio ti-
nha sido vítima de um enorme incêndio no ano anterior” que
lhe rendeu mais brilho que a Torre Eiffel – triste papel.
Apesar de tostadas, as escadarias levavam ao teto do prédio,
que era uma grande estrutura de andaimes. A cobertura for-
necia uma vista de tirar o fôlego: ao todo eram (e ainda são)
360o graus para admirar sem limites a Cidade das Luzes. O
arquiteto escolhido para o projeto foi Frédéric Flanquart. O
desafio era criar o desejo do cliente de “algo novo, ambicioso
e criativo, com o intuito de virar a página após 10 anos que
já havia passado no loft”, esclarece Frédéric. “O objetivo era
conceber um espaço amplo e convidativo com o maior espa-
ço para objetos e ainda assim permitir uma boa circulação”.
Havia um detalhe que não poderia ser esquecido: um novo
sistema antichamas, no caso de... né!? Nunca se sabe!
UMA PEqUENA demonstração da vista do loft. Repare
que nem o quadro destoa das cores da decoração.
53
MESMO COM presença de
elementos que retomam
ao antigo, a modernidade e
praticidade do loft não são
anulados.
MUITO BEM iluminado, a
disposição das luzes é har-
moniosa e suave e, casando
com as hastes, o resultado é
um espaço de aconchego e
serenidade.
54
D OSSI Ê
Juntamente com o cliente, o idealizador teve a ideia de criar
um espaço que apaziguasse durante o dia e oferecesse a op-
ção de se tornar um ambiente aconchegante durante a noite.
Resumindo, um espaço quente – mas não muito! Um ano e
meio depois, em 31 de dezembro, o projeto foi inaugurado –
não se sabe se os bombeiros foram convidados.
As luzes desempenharam um grande papel no espaço, de-
senhando novos traços no loft principal – uma, especial-
mente, apontava para a saída de emergência. Algumas da-
vam, aparentemente, a impressão de que foram arranjadas
aleatoriamente, porém, se vistas com atenção, configura-
vam uma disposição muito bem engenhada.
O que antes era uma figurante indesejada se tornou a pro-
tagonista requisitada. A madeira, que era um empecilho na
reparação, se tornou a peça chave para a nova cara do loft.
O contraste das cores provenientes das lâmpadas deu um
ar romântico à madeira; com sua aparência aconchegante, o
branco contribuiu com a noção de amplitude que lhe é pró-
pria; e o vermelho, todo-todo, encabeçou o grand-finale. A
mescla resultou num loft farto de emoções, deveras atraen-
te, como todas as coisas imprevisíveis o são.
PERCEBA O CON-
TRASTE entre as
vigas e o vermelho/
branco. A madeira
seria rústica se não
fosse elegante. Além
de ser convidativa,
ela transfere segu-
rança.
A MADEIRA qUE antes era um problema,
agora se tornou a essência da decoração.
As rachaduras nas vigas concedem char-
mosidade ao ambiente.
55
56
1
trIo parada DURA!S OZ I N h AS , E L AS M A R C A M
FO R T E M E N T E U M A M B I E N T E . J U N TAS ,
CO M P õ E M E N CO R PA DA M E N T E
q UA Lq U E R E S PAÇO
FASH ION I N HOM E
2
3
57
4
5
6
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7
58
CE NÁR IO
“Uma moradia com tons neutros e onde tudo funcione.” Com
essa frase simples, a dona deste apartamento deu as coor-
denadas à dupla de arquitetas Maria Angélica e Elisa. Seguin-
do a trilha, mas também propondo alguns atalhos, as duas
imprimiram um ritmo único aos 187m2 do local, dando tchau
a algumas paredes, cores escuras e qualquer baixo astral.
As simpáticas arquitetas então definiram a neutralidade
como pano de fundo da composição, deixando, porém, pon-
tos de cores alegres saltitarem ambientes afora. “Por mais
que a dona da casa tenha pedido um ambiente mais sóbrio,
sentimos da personalidade dela que o colorido precisava
estar presente em pontos estratégicos”, recorda Maria An-
gélica.
Apesar de somente o casal morar ali, tudo precisou ser pen-
sado para acolher bastante gente, pois eles já contam até
com netinhos na família, mas esse apelo mais “senhorio” é
feito de sutilezas.
Maria Angélica Baú e Elisa Zanol encontram n maneiras para deixar tudo nos trinques. Composições, ideias e inspirações deram o tom ao apartamento uniformemente lindo
Po r Tá t i l a Pe re i ra fo to s Ed u Fre i re
H A L L
O hall, além de ser o cartão
de visita, também tem uma
missão bem determinada:
ser aconchegante e, ao
mesmo tempo, manter a
intimidade para o restante
do apartamento. Colunas
de gesso cartonado reves-
tidas com painéis da Evviva
servem como barreira.
L AVA B O
Como o lavabo é um local apenas de passa-
gem, causar impacto é quase uma obrigação.
Uma dupla dinâmica de papéis de parede en-
trou em ação e, a cor de um dos detalhes se
transformou em mais um pedido para uma
cor exclusiva de um móvel da Evviva. Desafio
aceito e concluído com maestria.
ComposÉ CLASSUDO
59
SA L A jA N TA R / T V / B A R
A integração foi outra solicitação para o
apartamento. Por isso, sala de jantar, sala
de TV, bar e hall unem-se, cada um com
sua identidade. O mix entre papéis de pa-
rede, placas de gesso e painéis de madeira
mostrou uma harmônica versatilidade. O
bar é a junção do frio e do quente: o frio da
grade, exclusivamente feita pela Evviva, e
o quente da madeira.
CO z I N H A
Horizontalmente linda! No melhor
estilo americano, os armários brancos
contam com puxadores da mesma cor
– camuflados no conjunto, também se-
lecionados na Evviva. O composé entre
as pastilhas e o porcelanato com cara
de ladrilho ajudou a disfarçar as colunas,
pré-existentes na construção.
O R AT ó R I O
O oratório fica onde antes havia uma porta.
O fundo do corredor ganhou revestimento
rústico e uma iluminação indireta com fita
de led em mais um rasgo na alvenaria. A luz,
mesmo que sutil, conferiu um ar sublime ao
lugar. A funcionalidade também se vê por
aqui: o móvel da Evviva, além de ser suporte
para peças de decoração, também é um útil
armário, daqueles discretos e que obedecem
ao toque.
60
q UA R T O
No quarto de estilo clássico, é difícil escolher sobre
o que comentar. A escolha de materiais nobres,
entrelaçada com soluções inteligentes, tornou
o cômodo um mimo só. E tem Evviva de cima a
baixo. O sofá é espaçoso para abrigar a criançada.
A TV com eixo giratório é ladeada por nichos híper
práticos. O revestimento sobre a cama é 3D, daí o
efeito legal. Trata-se de uma placa cimentícia, com
detalhes em dourado envelhecido. Para se embe-
lezar, uma penteadeira provençal – o cenário fica
completo com as arandelas.
Fora, cubas! As duas peças foram expulsas do
banheiro, mas a causa foi nobre. Olha só o resultado
que deu! Ao redor delas, nada mais, nada menos
que um porcelanato com cristais swarovski, último
grito em requinte.
B A N H E I R O
Olha o dourado aí de novo! Desta
vez, ele aparece em forma de
pastilhas nestes rasgos na
alvenaria e também nos nichos
de apoio dentro do box. Se o
dourado já brilha sozinho, ima-
gina só na companhia dessas
minidicroicas de led?! Lembra-
se dos pontos coloridos? Eles
também estão por aqui, nas
pastilhas roxas.
B A N H E I R O
É até pecado dizer que este
é o banheiro “comum” da
casa. Ok, chamaremos-no
assim por mera convenção
social, mas de comum por
aqui não há nada. As pasti-
lhas, novamente elas, dão
o tom do ambiente, só que
dessa vez uma composi-
ção de azul foi a eleita.
CE NÁR IO
61
O estilo clássico é predominante e agrada, praticamente,
qualquer faixa etária.
Não bastasse tudo ser tão bonito, uma manada de espelhos
potencializa os pontos fortes da casa. No quarto, banheiros
ou na sala, o espelho, além de dar aquela velha conhecida
amplitude ao cômodo, ainda possibilitou que, de qualquer
canto, os detalhes – minuciosamente escolhidos – pudes-
sem ser refletidos.
Mesmo com carta branca para que tudo fosse renovado, al-
guns pontos fundamentais foram mantidos. “É preciso man-
ter a história, ter a identidade da pessoa, se não fica frio, sem
vida e parece a casa de qualquer pessoa”, esclarece Elisa. E
o melhor é que nem tudo precisou ser dito: as entrelinhas
também foram captadas. Sintonia fina entre as duas pontas
– coisa rara de se ver.
AS RESPONSÁVEIS POR TUDO ISTO AqUI
Se bom humor e simpatia puderem ser transmitidos
para as paredes e os pisos, apresento-lhe Maria An-
gélica e Elisa. Porém, não são só sorrisos que vêm no
pacote, mas também muita competência. Mesmo que
as duas tenham descoberto a arquitetura de maneira
diferente, a afinidade de uma amizade de 10 anos se
reflete nos trabalhos, quando, no início da graduação,
brotou uma empatia sem fim. Enquanto Maria Angéli-
ca queria porque queria ser estilista, Elisa descobriu
já em meio à obra da casa da família que seu destino
era mesmo projetar. Formadas há cinco anos e es-
pecializadas em Arquitetura de Interiores e Design de
Mobiliário, elas criaram o escritório Croqui Arquitetura
de interiores, com a filosofia de entender a arquitetura
como uma arte que transforma espaços em sonhos,
anseios e necessidades. Por que contratar uma du-
pla de arquitetas? O escritório em conjunto condensa
ideias que se complementam! Olha só: Maria Angélica
é expansiva, falante, extrovertida, já Elisa é reservada,
delicada e organizada. Personalidades discrepantes
que sempre conseguem chegar a um denominador co-
mum a favor do cliente. Para isso, cada trabalho ganha
dedicação incondicional. Elas gostam de estar ali, dia-
riamente, acompanhando o passo a passo daquilo que
projetaram e colocando a mão na massa também!
q UA R T O D E COS T U R A
A dona da casa queria um canto
só dela. Então, voilá. Um quarto
de costura/escritório/refúgio
particular. Com feminilidade
na veia, o ambiente partiu dos
papéis de parede – na gaveta
e no fundo do armário – para
compor todo o resto. Depois,
baseando-se nesse papel, a
Fino Toque criou uma cor exclu-
siva para o laqueado da Evviva
– este rosinha gracioso.
SAC A DA
Um playground para os donos do apartamento – a
mesa de jogos denuncia. Essa foi uma das únicas peças
remanescentes da antiga morada. Apesar de ela ser
um acontecimento, não é a protagonista da “varanda
fechada”: é o palhaço – outro sobrevivente da deco-
ração antiga – que bota banca e norteia o décor. As
pastilhas até parecem ter saltado da roupa dele. Estrela
que é ganhou até holofote.
62
CE NÁR IO
63
Aqui o luxo acontece sem frescura, a sofisticação pede licença para entrar, como sempre, triunfante – e a natureza continua ali, intacta e sorrindo!
Po r J u l i e Fa n k fo to s D i v u l ga çã o
mImetIsmo TRIUNFAL
64
CE NÁR IO
DE SIMPLES, nem o sofá. Fosse um hotel, seria concorridís-
simo. Poderia ser confundido com o Olimpo, mas a topogra-
fia é oposta e a localização é num vale – nada de montanhas.
Poderia ser um spa, mas não, é um local para passar os fins
de semana. A, que de humilde não tem nada, casa de praia
está localizada em Durban, um dos portos mais movimen-
tados da África do Sul e terceira maior cidade depois de Jo-
anesburgo e Cape Town. A localidade famosa por suas ex-
tensas praias concentra o que há de mais violento quando se
fala em mar – o clima é ameno no decorrer do ano e não tem
grandes variações, mas a Costa Norte da África do Sul não
é nada pacífica: regularmente é atingida por ciclones e fura-
cões. Os moradores, que queriam um refúgio, um segundo
porto, para fugir quando necessário fosse, encontraram, no
olho do furacão, um pedaço de terra para construir seu ca-
sulo – e que casulo!
O desafio inicial, além de construir uma casa com um quê
de paraíso terrestre, era deixar esse paraíso bem longe da
agressão das ondas bravas. A propriedade, que era o últi-
mo espaço vago ao longo da linha costeira de La Lucia, era
também espaço de preservação ambiental. Como o terreno,
além de ser protegido, tinha abertura direta ao oceano, os
projetistas da SAOTA Phillip Olmesdahl, Patrick Ferguson e
Stefan Antoni tiveram que submeter o projeto a aprovação.
Depois de todo o processo, que demorou quase um ano, uma
série de bancos de terra teve que ser levantada para “iso-
lar” o local das ondas temperamentais. A dor de cabeça por
conta da demora não diminuiu seu valor – a casa é uma afir-
mação excepcional da modernidade e um oásis em meio à
mata nativa – de tão minuciosamente projetada, confunde-
se com a natureza.
BLINDADA PELO
requinte: a residência
de veraneio é envolvida
por placas de alumínio
banhadas em bronze.
65
A POSIÇÃO dos
estrados não foi
“sem querer”,
suas formas con-
duzem o olhar di-
retamente para o
oceano – como se
fosse possível que
a vista passasse
despercebida.
O AMBIENTE fornece
serenidade e momentos
únicos também. Concreto
e madeira se complemen-
tam, e o efeito das cortinas
externas é encantador ao
pôr-do-sol.
A proposta, aparentemente difícil, de atribuir uma atmosfera
de sossego para uma paisagem tão conturbada deu certo.
Os arquitetos responsáveis pelo projeto dão a fórmula: "Os
donos queriam que o resultado final inspirasse aquele sen-
timento de relaxamento e tranquilidade que pode ser resu-
mido em roupa de banho molhada no sofá", conta o parceiro
do projeto Phillip Olmesdahl. A partir dessa vontade, a equi-
pe adotou a frase “luxo de pé descalço” e é ela que norteia
o uso sensível dos materiais no projeto. O resultado? Uma
sucessão de momentos “UAU!” conforme você caminha pela
casa – uma síntese máxima de luxo, sofisticação e conforto
ao melhor estilo “de pernas para o ar”. Para o projeto de in-
teriores, os arquitetos Mark Rielly e Ashleigh Gilmour opta-
ram por acabamentos e paleta que permeiam a neutralida-
de: no chão de concreto em tons de areia polida e na madeira
que remonta à vegetação do local. Há ainda um apelo para
os tons naturais, como no couro, por exemplo, e para o cin-
za numa combinação harmônica e suave de tons de carvão,
azul-petróleo e azul-celeste.
A fachada, vista da costa, é embalada por uma série de telas
de alumínio banhadas no bronze e propõe um cenário cine-
matográfico. Parcialmente ou integralmente, as telas pro-
tagonizam diferentes desenhos na gravura configurada do
lado de fora. Sob o olhar de quem chega, no entanto, a casa
é tímida: esconde-se sob a vegetação local marginal à en-
trada, que não parece das mais convidativas. A perspectiva
logo assume uma atmosfera mais entre-e-fique-à-vontade
quando se caminha pelo corredor de pé-direito duplo. A co-
nexão entre o exterior e o interior é perspicaz: os estrados
de madeira orientam o olhar em direção ao oceano – e você
logo esquece que a entrada não era tão convidativa assim.
"Não apenas isso ameniza a austeridade do material sem
acabamento, como cria um foco distinto direcionado à vista.
66
CE NÁR IO
PERCEBE-SE O papel fundamental
da natureza. Os envolvidos sabiam
que a espera de um ano pela aprova-
ção ambiental valia a pena.
FORMALIDADE E descon-
tração dividem o mesmo
espaço harmoniosamente.
A fluidez é instantânea sem
ser brusca, a composição
dos materiais e a iluminação
mantêm a elegância.
67
A MISTURA DE formas e a suavidade da
luz demonstram: aqui, o corriqueiro vira
singular.
Não há como os olhos evitarem de serem conduzidos para a
linda vista do mar", tranquiliza Patrick Ferguson. A dança das
placas remete aos suspiros de alívio inspirados pela vegetação
local – nota dez em diálogo com a natureza.
Diálogo, aliás, é a palavra que define esse projeto: entre os
proprietários e os arquitetos, entre a casa e a natureza e entre
as partes da casa, tudo conversa numa harmonia silenciosa –
mas nem por isso discreta como a paleta de cores que o orien-
ta. O equilíbrio entre a formalidade elegante e a despreocupa-
ção sossegada passeia pelas portas abertas e vista direta ao
oceano; pelos quartos com acesso à sacada que percorre toda
a estrutura externa; pela suíte máster com terraço privativo;
pelo deck de madeira da piscina e pelo lounge – opa, são dois,
que é para ter opção para todo o tipo de ocasião. Entrosamen-
to é a ordem. E a flexibilidade vem junto com esse arrojo todo.
A proposta é fluir e se jogar. Ainda que a simplicidade seja da-
quelas palavras que passam longe da costa de La Lucia, aqui é
a harmonia quem toma as rédeas da coisa e manda todo mun-
do fazer as pazes: luxo e simplicidade, homem e natureza. E
não é que eles obedeceram?
68 68
G AR I M P O
1
2
3
4
olHa que CoIsa maIs lInda,MAIS ChEIA DE GRAÇAU M M I x D E O B J E TOS C h E I OS D E
C h A R M E E S CO L h I D OS A D E D O P O R
A R q U I T E TAS C h E I AS D E B O M G OS T O
Tathianne MariottoArquiteta e Urbanista
Francieli LovatelArquiteta e Urbanista
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6POTE BRANCO E BEGE
R$105,00
MORINGA DE CERÂMICA
R$69,90
CESTOS PARA PÃES
P: R$48,00
M: R$57,00
G : R$65,00
BUDA CEGO/SURDO/MUDO
R$ 37,90
CAIxA DE MADEIRA
R$75,00
POTE BRANCO E DOURADO
R$66,70
CONJUNTO DE CESTOS COM TAMPA
EM FIBRA NATURAL
R$154,50
CESTOS C/ ALÇA EM FIBRA NATURAL
R$135,00
1
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5
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7
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R E F ÚG IO
Na Holanda, um cenário escolhido a dedo dá boas-vindas a um aconchego chamado de lar
monumentoà BEIRA DO LAGO
Po r Tá t i l a Pe re i ra fo to s D i v u l ga çã o
R E F ÚG IO
71
72
R E F ÚG IO
A MADEIRA, o tapete fofinho, a
lareira aquecem só de olhar.
73
PODE SER O BARULhINhO. Pode ser a brisa. Pode ser a
paisagem. Estudos ainda não comprovaram quais seriam os
motivos para que as moradas à beira da água – seja lagos,
mares ou, até mesmo, um chafariz – possam ser tão atrati-
vas. Pode ser a necessidade da fuga da realidade que esteja
fazendo tanta gente ir em busca do seu próprio oásis. Nesta
casa holandesa, a arquitetura dá sua contribuição, mas o lago
IJburg é a cereja do bolo.
Já que exuberância pouca é bobagem, o escritório Marc Ar-
quitetos quis deixar o interior da residência nítido para quem
quiser olhar. Pode parecer um ataque à privacidade, só que,
basta o morador querer, que as cortinas mantêm a discrição
dentro de casa. A filosofia do escritório fica nítida nas pala-
vras do arquiteto Marc van Driest: "Um bom design é carac-
terizado pelo equilíbrio entre técnica, funcionalidade, custos
e estética”. A Villa, localizada em Amsterdã, mostra como os
espaços podem ser bem aproveitados a favor justamente da
nobreza e da funcionalidade.
Na frente da casa, a madeira desempenha papel principal
nos três pisos. Os detalhes amadeirados, acompanhados
do revestimento claro e dos fechamentos de vidro, ampliam
a ideia limpa e moderna que os arquitetos definiram como
mote para a casa. Foram três anos, entre a concepção e a
conclusão da obra, que conta ainda com um paisagismo sim-
ples, mas certeiro para a proposta do projeto.
O arquiteto responsável pela concepção da obra, para apro-
veitar a vista para o lago, projetou uma varanda que se es-
tende sob a forma de um deck suspenso sobre o gramado.
À NOITE, a sensação de
calmaria é ampliada. O
lago IJ apazigua a agitada
Amsterdã.
PARA VISUALIZAR a paisagem, dá para
se acomodar no “ninho” fofo no quarto
da menina.
74
Caso esteja difícil de visualizar, que tal aproveitar o pula-pu-
la, despretensiosamente colocado sobre o gramado?! Uma
baita sacada.
Por dentro, materiais, estampas e cores foram escolhidos
com o intuito de aconchegar, independentemente do canto
em que a pessoa estiver. Um degrau separa, e uma lareira
une a cozinha e a sala de estar: com o pé direito mais alto, a
cozinha, pra lá de moderna, concede espaço à lareira, sobre o
balcão; um degrau acima, a sala, colorida, se vê acolhida pelo
lado oposto da lareira para esquentar os mais friorentos.
A estética clean só é quebrada com os pontos lúdicos espa-
lhados pelos cômodos, sinais de que crianças habitam por
ali. Da cama de princesa no quarto ao tapete felpudo na sala,
tudo foi estrategicamente instalado para que a casa fosse
um poço de aconchego. "No processo de desenho, o arqui-
teto tem duas regras: de um lado, ele é despretensioso e,
de outro, ele atua decisivamente, se necessário”, completa
Marc. Intuitiva ou premeditadamente, o encaixe entre o relax
e o prático tornou a residência uma ilha em um rio de calma-
ria – o verdadeiro conceito de refúgio.
COM TANTA
coisa pela casa, o
banheiro poderia
passar desper-
cebido, mas essa
cuba diferentona
não deixa...
O PAISAGISMO É SIMPLES, já que os arquitetos
entenderam que os protagonistas são a casa e o lago.
R E F ÚG IO
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78
ERAM 10 DA MANhà e as carinhas de sono ainda predo-
minavam. No EREA Sul 2013, Encontro Regional dos Estu-
dantes de Arquitetura, o ritmo intenso de um fim de semana
cheio de palestras e oficinas, fora, claro, as descontrações
paralelas, deixava nítido o cansaço dos cerca de 800 futuros
arquitetos que participaram do encontro em Cascavel. Anun-
ciar um concurso num momento como esse foi, no mínimo,
Em meio ao EREA Sul 2013, idealizadores da plataforma Projetar.org lançaram o primeiro de uma série de concursos voltados a estudantes de arquitetura. Esse foi o pontapé inicial da ideia que pretende se tornar um up para a criatividade e competitividade dos futuros arquitetos
para extraVasara CrIatIVIdade:DÁ-LHE CONCURSO!
Po r M a rce l e An to n i o fo to s Ro d r i go Vi e i ra
desafiador. Mas os desafios já são figurinhas marcadas na
rotina de um arquiteto, e foram eles que também fizeram as
fichas de inscrições do concurso se espalharem entre os es-
tudantes.
Isso porque a proposta do primeiro concurso da plataforma
Projetar.org, além de toda a temática trabalhosa, ainda exi-
gia a agilidade dos estudantes para elaborar tudo em veloci-
E VE N TO
OS IDEALIZADORESda plataforma Projetar
79
1º LUGAR: FATAL ERROR
Segundo os jurados, esse foi o projeto que melhor apre-
sentou a proposta, com destaque para integração espa-
cial, para a dinâmica dos espaços e setorização por meio
de volumes: quesitos que renderam ao grupo o diferencial
de ser o que mais permitiu a interação dos usuários do
prédio.
Equipe responsável:
Diemesson Hemerich - UFFS - Erechim/RS
Sheila Andrade - UFFS - Erechim/RS
Yan Kaue S. Brasil - UFFS - Erechim/RS
Alana Bruxel - UFFS - Erechim/RS
2º LUGAR: 6E
Os destaques do grupo foram, segundo os jurados, a se-
torização do programa do terreno, a integração com a pra-
ça da catedral, o jardim vertical na fachada da Av. Brasil,
além da elaboração de um edifício à parte para o estacio-
namento, totalmente interligado com o mercado.
Equipe responsável:
João Luiz de Figueiredo Junior - UDESC - Laguna/SC
Johanna Dibatin - UDESC - Laguna/SC
Renato Campos da Silva - UDESC - Laguna/SC
Gustavo Henrique Ferreira da Luz - UDESC - Laguna/SC
Vinícius Dias Sobreira P. Barros - UDESC - Laguna/SC
3º LUGAR: HAOLES DA ILHA
O grupo recebeu mérito pela relação integrada do edifício
com o entorno. Os jurados consideraram importante a es-
colha dos estudantes de colocar a edificação perto da rua
Rio Grande do Sul, respeitando a posição da praça da cate-
dral voltada para Avenida Brasil.
Equipe responsável:
Bianca Larissa Krüger - UNISUL - Florianópolis/SC
Bruna Zanin - UNISUL - Florianópolis/SC
William Vefago - UNISUL - Florianópolis/SC
Kayque Júnior Pereira - UNISUL - Florianópolis/SC
Paulo Ricardo Kirchner - UNISUL - Florianópolis/SC
dade relâmpago. Os participantes conheceram o tema às 11h
e todo o projeto devia ser entregue até as 19h. Para os idea-
lizadores, os concursos são defendidos como uma das ma-
neiras mais eficazes de estimular a competitividade entre
os estudantes. “O concurso é a melhor forma de extravasar
ideias e de permitir aos alunos uma comparação de nível en-
tre eles”, explica Caio Smolarek, arquiteto cascavelense que,
junto à publicitária Laila Rotter Schmidt e ao administrador
Rafael Reolon, fundou a Projetar.
A plataforma de concursos voltados à arquitetura nasceu
da insatisfação do grupo com o julgamento dos concursos
já existentes na área, e inicia agora, já com perspectivas de
uma expansão: os idealizadores querem que, num futuro
próximo, os concursos da Projetar permitam uma interlo-
cução com outras áreas como a publicidade, por exemplo.
“Podemos criar um concurso para que os estudantes de pu-
blicidade idealizem uma campanha para divulgar o concurso
de arquitetura. Podemos pensar também em um concurso
paralelo só para parte de urbanismo”, completa Caio.
A primeira experiência da plataforma de concursos teve
inscrição de 13 grupos de estudantes. A tarefa era colocar
em pranchas as ideias para um futuro mercado público em
Cascavel, que seria construído na área em que anualmente
é feita a Festa das Colônias, no pátio da Catedral da cidade.
Dúvidas sobre quais aspectos levar em conta surgiram an-
tes mesmo da apresentação do tema, já que anteriormente
os estudantes puderam conhecer o terreno escolhido para o
concurso. Mas nada de limitações. A criatividade podia levar
os estudantes onde quisessem, já que as únicas exigências
do concurso eram o cumprimento do horário de entrega, as
delimitações técnicas necessárias a qualquer projeto arqui-
tetônico e o uso dos pisos da marca Braston, parceira da Pro-
jetar, para pavimentação do prédio idealizado.
O resultado do julgamento, que também foi feito em forma-
to relâmpago por três profissionais da área, deu ao grupo
“Fatal Error” a primeira colocação. Segundo e terceiro lugar
ficaram, respectivamente, com os grupos “6E” e “Haoles da
Ilha”. Dois outros projetos ainda foram contemplados com
menções honrosas.
Para uma próxima, os estudantes já têm desafio lançado. A
Projetar.org está com as inscrições abertas para o segundo
concurso, que desta vez propõe aos estudantes um projeto
para uma ala de expansão do MuBE, Museu Brasileiro da Es-
cultura. Edital e informações estão disponíveis no site www.
projetar.org.
OS VENCEDORES
80
Uma olhadela desatenta por Cascavel não te previne de
bater o olho em rastros enebecenianos. A assinatura do
escritório se confunde com a história da própria cidade.
Os cidadãos é que ficam felizes com um skyline privile-
giado. Outra conferida, desta vez mais atenta, permite
o óbvio: ver os novos empreendimentos que prome-
tem, assim, como os outros, dar um up na silhueta cas-
cavelense. Nelson Nastás foi o porta-voz do escritório
e conta pra gente a história da arquitetura da cidade
desde quando Cascavel ainda não tinha nem uma de-
zena de arquitetos.
A falta de uma referência na família não fez o hoje ar-
quiteto nem pensar em seguir por outro caminho. Nascido em Pon-
ta Grossa, escolheu Cascavel para começar na profissão, foi como
assessor de planejamento na prefeitura que imprimiu as primeiras
opiniões sobre o mapa da cidade: “Eu sou de Ponta Grossa, estudei
em Mogi das Cruzes e escolhi Cascavel por um acaso. Eu trabalhava
numa empresa e essa empresa me trouxe para prestar serviço aqui
na região. Acabei fazendo contatos e aí quem me trouxe realmente
para Cascavel foi a prefeitura com o Pedro Muffato. Vim como asses-
sor de planejamento em 4 de novembro de 1974.”, relembra o arqui-
teto. Logo ele e o amigo Victor Hugo Bertolucci, ele sim cascavelense,
mas recém-chegado da Universidade Federal do Paraná, resolveram
se somar aos não mais que três escritórios de arquitetura que exis-
tiam na época.
Foi, então, em 1975, que a primeira sociedade nasceu para aprovei-
tar um nicho ainda não preenchido, conta o arquiteto: “A região toda
era muito forte, Foz do Iguaçu, por exemplo, começou com a Itaipu,
e logo a cidade começou a crescer muito. Como lá não havia muitos
profissionais, a gente começou a prestar serviços em Foz, no Para-
guai e na Argentina. E aí, consequentemente, acabamos irradiando
para cidades como Medianeira, Céu Azul, Matelândia, começamos
a atuar nessas cidades todas dentro de um raio de 150km”. Treze
anos depois, mais uma cabeça criativa e empreendedora se junta-
ria ao grupo: Luiz Alberto Círico passou a integrar a equipe e o nome
NBC efetivamente nasceu: “Como toda a empresa, as pessoas se
somam. Todos têm a mesma formação, todos ficam na função de
criar, mas no dia a dia, a área administrativa, a área comercial e a área
técnica acabam nos dividindo. Além disso, o escritório tem um corpo
com outros nove arquitetos.”, avalia Nelson.
A trajetória de quase 38 anos teve sempre como foco a busca de
clientes e o crescimento do escritório: “São anos traduzidos em
acervos reais e atestados de órgãos e de clientes que nos habilitam
a participar de licitações de projetos significativos no Brasil inteiro. O
nosso foco é o crescimento do escritório.”, orgulha-se o arquiteto.
O primeiro grande projeto, lá atrás, mostra a que o grupo veio: foi o
prédio onde hoje funciona a Justiça Federal na cidade de Cascavel,
somente a primeira de uma série de obras públicas. O centro comer-
cial Central Park, a Faculdade Fundação Assis Gurgacz e o calçadão
central são alguns dos marcos que o escritório guarda no portfólio.
Entre eles, ainda figuram o Centro de Exposições da Expovel e a sede
da Prefeitura de Cascavel. “O que eu acho da cidade de Cascavel? Só
posso tê-la como um filho. A gente tem uma parte da cidade, são
mais de 1000 prédios. Como a gente não vai gostar de uma cidade
que a gente criou, que a gente ajudou a construir?”, reflete Nelson.
“Cascavel é uma cidade linda, porque é uma cidade nova. Porque é
uma cidade que tem um traçado com ruas largas. Se percorrermos
cidades com o mesmo grau de importância de Cascavel, em termos
de habitantes e renda e atuação da cidade no aspecto político, no
aspecto econômico de desenvolvimento, a gente vê que Cascavel é
uma cidade que tem um sistema viário interessante, é uma cidade
que tem muito verde, é uma cidade que tem preocupações. Por ter
60 anos de emancipação política, é relativamente nova. Eu tenho a
idade da cidade. (risos) Moramos em uma cidade que se preparou
para estes tempos. Diferentemente de outras cidades, que tiveram
que radicalizar todo um processo evolutivo para se adaptar.”, com-
pleta.
E quando ele fala nestes tempos, justifica: “É o melhor momento
para a arquitetura. A tecnologia proporciona novos recursos em ma-
teriais e as tendências proporcionam alternativas na elaboração de
projetos: em concepção de novos vãos, melhora da qualidade. Hoje
Um dos três pilares do escritório NBC conta a trajetória de uma empresa que orgulha Cascavel lá fora e imprime uma nova estampa à cidade todos os anos
somaDE FORçASPo r J u l i e Fa n k / Tá t i l a Pe re i ra fo to s Ace r vo Pe s s o a l
E SP E L HO
Nelson NastasArquiteto
“ Arq u i te t u ra é a v i d a d a ge n te , a l é m
d o p ro f i s s i o n a l . E u n ã o s e i fa z e r
o u t ra co i s a . ”
81
Luiz Alberto Círico
Caçula na sociedade, Luiz Alber-
to Círico concluiu a composição
da sigla NBC. “Foi uma somatória
de necessidades, eles já tinham
uma estrutura consistente, me
deram condições e eu pude con-
tribuir.” O ‘casamento’ triplo im-
primou ritmo ao escritório. Ele
entende que a arquitetura em
Cascavel representa um marco
nacional em razão dos proje-
tos criativos existentes por aqui, que determinarama identida-
de da cidade. Círico é um entusiasta do faça diferente, mantra
repetido em todos esses anos de empresa. “Minha relação
com a arquitetura é traduzida com arte e técnica. A soma des-
sas duas correntes é essencial para que você projete algo que
marque sua época. Não adianta criar algo maravilhoso se não
pode ser executado, assim como não adianta criar algo só vol-
tado para a técnica. O emprego da técnica precisa ser criati-
vo. Onde conciliamos arte e técnica, obtemos o melhor da ar-
quitetura ”.
Victor hugo Bertolucci
Outra ponta do tripé criativo
da NBC, Victor Hugo Bertolucci,
quando passa o olho pela linha do
tempo da arquitetura de Casca-
vel, verifica uma mudança. “Hoje
existe a consciência de que é ne-
cessária a presença de um arqui-
teto para construir.” Parte disso
se deve, segundo ele, à formação
de profissionais por aqui mesmo.
“O aumento de profissionais for-
mados elevou a concorrência e, consequentemente, a qualida-
de do trabalho”. Na barca da empresa desde o início, Bertolucci
respira – e transpira – arquitetura. Ele não se lembra de algum
dia de sua vida que tenha passado sem ter pensado em algo
para ser projetado. No decorrer da carreira, desenvolveu uma
filosofia – vivida nestes 38 anos de caminhada. “Fazer um pro-
jeto é simples, mas criar algo é que é o diferencial. Você precisa
oferecer soluções inteligentes e criativas ao seu cliente e fazer
isso me dá um prazer imenso”.
tudo é muito focado na questão ambiental e isso é uma reviravolta. Quando a
gente fala em sustentabilidade, a gente vai alterar a forma de pensar a arquite-
tura. Hoje as exigências são outras!” Os arquitetos que encabeçam o escritório
já foram contaminados pelo que é tendência lá fora e têm trazido isso para seus
projetos mais recentes. A tecnologia, uma consequência dos tempos modernos,
é bem diferente da época em que Cascavel contava com bem menos metros qua-
drados construídos: “A tendência é que haja essa interferência da sustentabili-
dade, por exemplo, na arquitetura e na construção para que haja crescimento na
construção civil. E os edifícios públicos já estão sendo executados dentro des-
ses conceitos. Isso prova que a arquitetura se adapta aos tempos... E a gente tem
sentido isso e tem buscado novas alternativas. Nós nos adaptamos à realidade
deste século. A arquitetura tem que se adaptar a isso porque o comportamento
do projeto está muito ligado às tendências e exigências do tempo em que vive-
mos.”, atesta o arquiteto.
A tecnologia e a tendência são só detalhes a serem ajustados, já que a NBC sem-
pre esteve à frente do seu tempo. Com um desenho preciso e reconhecido na si-
lhueta de qualquer cidade, o motivo do sucesso do escritório ao longo de quase
quatro décadas de atuação é visível: a paixão dos três arquitetos pelo que fazem.
Sobre a vocação, Nelson Nastás traça seu perfil: “Arquitetura é a vida da gente,
além do profissional. Eu não sei fazer outra coisa. A gente tem uma formação vol-
tada para um aprendizado. Se eu sair disso, posso até abrir um restaurante, uma
empresa qualquer, mas isso não corresponderia ao que eu realmente gosto de
fazer. Arquitetura é realmente minha profissão, gosto de ser arquiteto, sou arqui-
teto e procuro melhorar como arquiteto.”
Hoje, em andamento, três grandes universidades no estado de São Paulo, a sede
do Ministério da Fazenda em Brasília e em São Paulo são a prova de que o caminho
ainda está sendo trilhado e em passos – como se fosse possível – cada vez mais
sólidos: “Nós consideramos que ainda estamos começando na profissão! A gente
ainda tá descobrindo muita coisa, a tecnologia está aí, né?”, comenta o arquite-
to. Mas a capacidade que todo bom arquiteto tem de viver o entorno e viven-
ciar a cidade não muda, só se aperfeiçoa. A empresa, que inicialmente prestava
serviços somente na área de projetos, hoje tem um braço que envolve a área de
incorporação – mais um passo a ser sedimentado com o tempo de atuação. Per-
guntado sobre quais seriam os objetivos de um escritório que já galgou seu es-
paço no almejado cenário da arquitetura nacional, o arquiteto reitera: “Continuar
trabalhando... A história tem que continuar!”. Cascavel, que sabe do talento dos
três, agradece de antemão as contribuições tão valiosas ao desenho da cidade.
“ Ca s cave l é u m a c i d a d e l i n d a , p o rq u e
é u m a c i d a d e n ova , p o rq u e te m u m
t ra ça d o co m r u a s l a r ga s . M o ra m o s
e m u m a c i d a d e q u e s e p re p a ro u p a ra
e s te s te m p o s , d i fe re n te m e n te d e
o u t ra s , q u e t i ve ra m q u e ra d i ca l i z a r
to d o u m p ro ce s s o evo l u t i vo p a ra s e
a d a p t a r . ”
82
L I F E ST YL E
Guarde as digitais: o retrô dita as regras das fotos em aplicativos “antigos” e câmeras analógicas irresistíveis. E o mundo pode ficar, sim, muito mais interessante através de um filme
o mundoé ANALóGICOPo r C l a r i s s a D o n d a fo to s D i v u l ga çã o
83
NÃO FAZ MUITO tempo, o auge da tecnologia – e do “cool”
– em fotos era sair com uma Polaroid a tiracolo. Pose, “xis”,
pronto: eram ansiosos segundos para ter em mãos a revela-
ção que, luxo dos luxos, era impressa na hora. Coisas do pas-
sado: hoje as câmeras já revelam a cena capturada em telas
touch-screen, pronta para ser compartilhada, geolocalizada
e, claro, deletada, para não ocupar memória com algo que
não ficou, no mínimo, perfeito. O mistério saiu de moda.
E voltou, só que reinventado: num mundo em que tudo é para
já, a febre do retrô tomou o caminho inverso e chegou na fo-
tografia analógica. Uma volta que é sentida mesmo quando
é de mentirinha: está nos catálogos de moda, devidamente
fotografados com câmeras digitais e posteriormente mani-
pulados com filtros “antigos” – tendência, aliás, catapultada
pela popularidade do Instagram, que empresta o charme lo-
tech quadrado das Polaroids para a volatilidade hi-tech das
redes sociais.
O frenesi ao redor do aplicativo explica um pouco da volta
deste amor ao analógico: e não é que o universo da tecnolo-
gia e da resolução HD tivessem perdido a graça. É que, subi-
tamente, percebeu-se que era preciso reinventar a foto, por-
que a alta-definição, embora impressionante, deixa pouco
espaço para a imaginação. Surgem aí os filtros do Instagram:
um retorno ao charme da revelação ou, por assim dizer, do
que não é revelado e sim, sugerido. Uma foto um pouco em-
baçada, uma “falha” na revelação ou uma imagem granulada
contam uma história e, mais que gerar imagem, viram uma
expressão.
Da necessidade de uma nova linguagem à liberdade de rein-
ventar o mundo pelas analógicas, foi só um pulo. “A foto-
grafia digital não te permite fazer muitas brincadeiras. Com
a digital, o ato de fotografar é sério demais. Por exemplo,
você sai com sua câmera, tira umas 20 fotos de um mesmo
elemento, e certamente uma das fotos vai ficar boa. Não dá
para fazer isso com uma analógica, até porque saem caros a
revelação e o filme. Então você tem que pensar a sua própria
fotografia antes de bater.”, explica o analista de TI Vinícius
Reis, ele próprio uma apaixonado pelo hobby de fotografar
com analógicas.
Quem está adorando a nova onda é a Lomography (lomo-
graphy.com.br) – que você pode chamar de lomo, porque a
proposta analógica é esta mesmo: intimidade. O nome, que
antes se restringia a uma marca de câmeras analógicas inu-
sitada, hoje já transcendeu para uma comunidade mundial
de fotógrafos - ou lomógrafos, como preferir – apaixonados
por filme. Digitais não entram nesse mundo, já que é nesse
espaço entre o olhar e o filme que nasce o fotógrafo, o que
acontece de forma diferente no universo digital. “É preciso
84
L I F E ST YL E
haver um preparo, um conhecimento prévio. Você tem que
pensar no tipo de câmera que você vai usar, no ISO do filme
que colocou, na lente e nos acessórios que vão te possibili-
tar fazer o melhor com o que você tem. Até no processo de
revelar o filme você escolhe a mensagem que está passan-
do. Não dá para chegar e sair batendo a foto. E é fazer parte
desse processo que eu acho muito bacana”, explica Vinícius.
Parece trabalhoso? É a infinidade de possibilidades que tor-
na o universo da Lomography viciante: cada fotografia é úni-
ca. Uma câmera, por exemplo, permite fazer bater uma foto
por cima de outra no mesmo filme – e, com isso, criar uma
sobreposição de imagens interessante. Outra já fotografa 4
frames do mesmo elemento simultaneamente. Acessórios
como lentes e filtros coloridos acrescentam irreverência à
brincadeira, mostrando que fotografia não precisa ser uma
ciência explicada. E para dar conta de tantas possibilidades,
lomógrafos e curiosos contam com workshops e aulas práti-
cas realizadas semanalmente nas lojas, bem como fóruns de
discussão e eventos.
E como toda tendência puxa outra, a cor saturada e a atitude
irreverente dos filmes lomográficos transborda para a câme-
ra em si, através de modelos inusitados e saborosos: doura-
das, com estampa de zebra, grafitadas, “candy-coloured”...
Objetos de desejo para ver o mundo e serem vistas por ele!
E uma vez no universo, é difícil se contentar com uma câme-
ra só. Vinícius tem três analógicas, compradas desde 2010,
quando foi apresentado à lomografia pela namorada e tomou
gosto pela brincadeira. De lá para cá, a namorada virou ex,
mas o namoro com o analógico continua muito bem, obriga-
do. E, como todo relacionamento, é sem preconceitos. “Acho
que tudo é permitido. É válido usar filtros do Instagram, ou de
qualquer outro aplicativo digital para ter o efeito que se quer
à foto. Não é porque sua câmera é digital ou analógica que o
resultado vai ser mais ou menos profissional, não acho que é
para levar a fotografia tão a sério assim. Fotografia também
é para a gente se divertir.”, conta nosso amigo lomomaníaco.
A gente concorda. Por um mundo menos instantâneo e mais
espontâneo, por favor.
A Imobiliária Porto Seguro Personnalité convida você a clicar fotos de nossa cidade, de pessoas comuns, momentos bacanas, crianças brincado, pessoas do campo, plantações, rios, cachoeiras, fotos que falem do nosso cotidiano, que só podem ser clicadas por você.
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COMO PARTICIPAR
As fotos podem ser tiradas com câmeras analógicas ou digitais e devem ser enviadas com identificação por correio, e-mail ou facebook:
EndereçoRua Afonso Pena, 1854, sala 02CEP 85812-020 - Cascavel - PR
FacebookInscreva-se através do Facebook Click Cascavel
DATAS
Envio das fotosAté 20/07/2013
Período de votação21/07/2013 até 01/08/2013
Resultado vencedor02/08/2013
A QUEM SE DESTINA
Para este trabalho, nosso fotógrafo mais qualificado é você: protagonista do dia a dia! Saia por aí com a câmera na mão, de prontidão para notar e registrar aquele momento encantador, aquela imagem que vale mais do que mil palavras.
PREMIAÇÃO
Categoria Amador*: Estadia com acompanhante no Hotel Loi Suites, em Porto Iguaçu, na Argentina
Categoria Profissional: Uma câmera colecionável do modelo Diana F+ Cuvée Prestige.
*Segundo e terceiro lugares da categoria Amador também serão premiados.
O COTIDIANO DE CASCAVEL
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As fotos ficarão expostas no Museu da Imagem e do Som (MIS), no espaço Galeria Sierra e serão divulgadas em jornais locais.
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B UCK E T L IST
InVernoFORA DA ROTA!
Po r C l a r i s s a D o n d a fo to s C l a r i s s a D o n d a
Fondue, lareira e cobertor? Aí está uma trindade tentadora, mas as delícias do inverno prometem muito mais surpresas e sensações. Basta esmiuçar um pouco mais o mapa para além dos destinos clássicos de inverno para descobrir lugares interessantes, calorosos e bastante inusitados para curtir as baixas temperaturas.
CUNhA, INTERIOR DE SÃO PAULO: INVERNO É TEMPO DE ALTAS TEMPE-
RATURAS
Há mais calor no interior de São Paulo do que a badalação tradicional de Cam-
pos de Jordão. E para quem busca uma opção mais calorosa que os fondues
do Capivari, é possível render-se ao calor de outro tipo de forno: o das cerâmi-
cas de Cunha, a quase 240 quilômetros de São Paulo e no caminho do Vale do
Paraíba. A cidade, conhecida como a terra dos ceramistas artesanais, é refe-
rência nacional na produção em fornos de alta temperatura. Parte da tradição
está em acompanhar a abertura de uma fornada, que toma ares de espetá-
culo nas mãos dos artistas locais nos meses de junho e julho. Um programa
clássico é visitar um dos 19 ateliês espalhados pela cidade para registrar esse
momento – e, após as visitas, aproveitar para se aquecer no inverno cunhen-
se também longe dos fornos. A cidade, como todo destino de inverno que se
preze, é tão pequena quanto aconchegante, daquelas que rima com chocolate
quente, descanso e cheiro de verde. Muito verde, aliás: Cunha fica pertinho do
Parque Estadual da Serra do Mar, cercado de Mata Atlântica e no meio de um
belo caminho rumo à simpática Paraty. Melhor vizinhança, impossível.
E quem estará pela cidade em julho ainda tira uma palhinha da programação:
acontece de 3 a 28 de julho o festival Acordes na Serra, em que ritmos de MPB
e Bossa Nova, chorinho, samba e jazz tomam conta da praça principal da cida-
de, em shows gratuitos.
PRAIA DO ROSA, SANTA CATARINA: qUANDO A BOA DO INVERNO É IR
PARA A PRAIA
Poucos destinos são versáteis a ponto de ser boas pedidas em todas as
estações e temperaturas. A combinação privilegiada, porém, é mais do
que um marketing turístico, e sim um capricho da natureza. A Praia do
Rosa é, por assim dizer, democrática neste sentido: junta uma mescla de
vibe praiana com clima de montanha, e por isso é sempre uma boa pe-
dida em qualquer estação. Mas é agora, com a chegada do inverno, que
o diferencial da cidade está longe das lareiras e sim, no mar: em junho é
dada a abertura da temporada das baleias franca, que vai até novembro.
As visitantes, atraídas pelas águas mais quentes, procuram as águas da
região para fazer dali um berçário natural de seus filhotes, o que resul-
tou na criação de uma Área de Preservação Ambiental da baleia franca
na região, antes quase ameaçadas de extinção. A quantidade de baleias
Dica de estadia: Pousada do Bié, na Rodovia Cunha-Paraty
(SP 171) km 58,8 + 6km de estrada não pavimentada. 6 chalés
recebem os convidados com mimos necessários, como cama
king-size, lençóis térmicos para os dias frios, amenities da
L`Occitane, lareiras e um festival de cremes e sopas especiais
para acompanhar o frio. www.pousadabarradobie.com.br
87
aumenta a cada ano na região e, em 2013, a Praia do Rosa já recebeu até a visita
de uma Jubarte, para comemoração dos biólogos locais. Quem ganha com isso
são os turistas, que podem admirá-las com binóculos nas sacadas das pousa-
das, ou durante os passeios de barco, já que as baleias têm um temperamento
bastante dócil.
Fora das águas, a programação de inverno continua. Cavalgadas, trilhas ecológi-
cas, hospedagens charmosas e uma excelente gastronomia dão a tônica de calor
da praia, que continua dispensando elogios, mesmo sob vento frio. Para os aman-
tes do surf, é hora de buscar o neoprene para enfrentar as baixas temperaturas
e as melhores ondas, que sempre chegam no inverno. Já os amantes do vinho
e da boa mesa encontram calor e boas-vindas nos festivais gastronômicos dos
restaurantes: é tempo de baleias e também de trutas na região. Com tanta opção,
fica fácil entender porque não são só as baleias que gostam tanto de voltar.
DESERTO DO ATACAMA:
PARA UM INVERNO INCANDESCENTE
Matar as saudades da neve no inverno é a desculpa ideal para es-
capulir em julho para qualquer um dos resorts de esqui de “nuestros
hermanos” na América do Sul. Mas se a paisagem branca já ficou
monótona ou se a avalanche de turistas inundou as pistas de Ba-
riloche ou Portillo, fica a dica de seguir para um lugar mais, digamos,
rústico. E não há nada mais alternativo para um destino de inverno
do que ir para um deserto.
Engana-se quem pensa que desertos são infinidades monótonas de
aridez: pelo menos essa não é a impressão de quem visita o Deserto
do Atacama, no norte do Chile, considerado um dos mais secos do
mundo. É exatamente a adversidade dessas condições climáticas
que torna a paisagem do Atacama uma das mais dramáticas pai-
sagens do mundo: temperaturas negativas podem ser facilmente
encontradas em trilhas de altitude nos picos ao redor do deserto, e
os gêiseres de Tatio oferecem a experiência única de águas termais
misturadas a temperaturas congelantes. Um frenesi exuberante de
natureza e sensações para o visitante.
Aproveite o inverno para visitar a região, favorecida pelas tempera-
turas mais amenas: durante o dia, os termômetros giram em torno
de agradáveis 22 graus e despencam para 4 ao cair da noite – dan-
do o tempo e o clima necessário para curtir o seu friozinho próprio
da estação. Entre uma parte do dia e outra, não perca os passeios
aos gêiseres e a caminhada pela cidade “chica” e simpática de San
Pedro, sem esquecer do encontro marcado no final da tarde: o pôr-
do-sol de Atacama é tido como um dos mais espetaculares do pla-
neta – graças, mais uma vez, à umidade quase zero do ar. Assista-o
quantas vezes for necessário: é o maior dos bônus da região, se-
guido pelo imponente vulcão Licancabur, uma espécie de guardião
silencioso da cidade. Aqui, a beleza estonteante passa longe de la-
reiras e lugares fechados: e como uma flor de deserto, é lá fora, na
natureza rústica, que ela desabrocha o seu melhor. Por isso, talvez,
que San Pedro de Atacama tenha nome de santo: tem certos pre-
sentes que só podem vir lá de cima mesmo.
Dica de estadia: Tierra Atacama Hotel & SPA, em San Pedro de
Atacama. São 32 apartamentos voltados para a as paisagens mais
intrigantes do planeta, admiradas através de varandas privativas.
O toque de luxúria fica por conta do UMA Spa, que oferece trata-
mentos corporais com elementos da região, como areia e sal para
esfoliações e barro vulcânico para eliminação de toxinas. www.
tierraatacama.com
Dica de passeio: O passeio de barco tem duração de uma hora e meia, para um grupo com no mínimo seis pessoas. O custo vai de R$ 90 a R$
140, dependendo da proposta escolhida. Para agendar sua hospedagem, acesse o site no ACIM: Núcleo de Turismo Sustentável da Praia do
Rosa: www.praiadorosaimb.br
88
BOM AP E T I T E !
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Po r M a rce l e An to n i o fo to s Ro d r i go Vi e i ra / D i v u l ga çã o
Da sobremesa italiana, o Pastiera Restaurante empresta não só o nome, mas a riqueza de ingredientes, a delicadeza da história e o gostinho apurado. De 2010 para cá, Cascavel pode saborear um pedaço generoso da culinária europeia, num ambiente que passa-ria fácil fácil por um tradicional café italiano ou francês. Nas linhas seguintes, uma dose sofisticada da gastronomia de Cascavel.
fatIa EUROPEIA
A sobremesa é à base de trigo e ricota. É tradicionalmente
italiana: originária, mais especificamente, de Nápoles, onde a
culinária é bastante rica. “Pastiera di Grano” é o nome do doce
italiano que é, além de minucioso na receita, detalhista na
história de origem. Sintetizando bem o contexto histórico, a
Pastiera é uma torta bastante preparada pelas donas de casa
napolitanas como forma de presente para amigos na época
da Páscoa. O doce italiano tem ainda uma forte simbologia: é
a uma sobremesa que celebra a chegada da primavera.
Toda essa referência ao prato típico italiano foi a inspiração
para nomear o Pastiera Restaurante que, desde 2010, é uma
das melhores opções da cidade para almoços e jantares mais
aconchegantes e reservados. “A percepção que tivemos é
que Cascavel precisa e merece um lugar assim, em que, por
exemplo, é possível fechar negócios durante a refeição”, de-
talha Vinicius Fabreti, proprietário do restaurante.
A riqueza de detalhes da torta italiana pode ser comparada à
minúcia da decoração do local. Cada canto é propositalmente
planejado e iluminado para o aconchego, tudo na maior ins-
piração europeia. “Um dos desafios foi transformar um imó-
vel residencial em restaurante: transformar cozinha comum
em cozinha profissional, quartos e salas em salões. Tudo isso
sem afetar muito a estrutura da casa”, comenta Carolina
Campelo Festugato, arquiteta responsável pelo projeto de
interiores.
As linhas retas típicas do estilo arquitetônico da década de
90
BOM AP E T I T E !
A FAChADA DEIxA clara
a inspiração europeia:
janelões arredondados,
tijolinhos à vista e rampa
com a cerâmica original
de 1976.
UM CANTINhO que mostra bem a
proposta do restaurante: aconchego
do começo ao fim da refeição. As pol-
tronas na entrada dão as boas vindas
e já convidam para uma prosa depois
dos pratos. Ah, e a feminilidade ganha
sempre espaço: nas flores reais e nas
estampadas nas luminárias.
POR DENTRO, transbordam detalhes: tem romantismo do chão ao teto! Os tons mais
quentes e iluminação baixa redobram o romance.
A DECORAÇÃO
SEMPRE casa o novo
e o antigo: a janela
ainda ao estilo da
época em que a casa
foi construída soma
charme ao ambiente
que se enriquece com
quadros, luminárias e
vasos.
70, época em que a casa foi construída, permaneceram, mas
com uma remodelagem que trouxe bem mais romantismo
ao lugar. Nesse contexto, antigo e novo se complementa-
ram: as portas de ferro foram redesenhadas, ganharam mais
curvas. A fachada ainda recebeu tijolos à vista e um deck. E
por casar bem com o entorno, a rampa de acesso continuou
como a original: a cerâmica trabalhada é até hoje o piso da
entrada.
Por dentro, a impressão que se tem é que é possível fazer,
a cada nova visita, uma refeição em um lugar diferente. Pri-
meiro porque o próprio piso já se diferencia: um ambiente
tem o chão mais rústico, com pedras. No outro, a rusticida-
de permanece no piso, mas proporcionada pela madeira. E
o espaço te dá opção de sobra: tem um cantinho para quem
quer um petisco a dois, mesas maiores para um jantar em
grupo, sofás e poltronas para uma conversa confortável pós
almoço.
Decoração e cardápio estão na mesma sintonia: os pratos
também trazem um pouquinho do gostinho europeu. “O car-
dápio tem uma linha baseada na culinária italiana e francesa,
mas adaptada ao contemporâneo”, explica o proprietário.
Já Felipe Sonda, chef de cozinha da casa, destaca mais uma
característica do Pastiera Restaurante: a variedade. “Nossas
especialidades são o bacalhau do chef e as carnes grelhadas,
todas servidas com molhos tradicionais da cozinha clássica
92
BOM AP E T I T E !
UM CANTO confortável:
as cadeiras se somam aos
sofazinhos. Todo o charme
“quente” do ambiente é
reforçado com as folhas que
lembram o outono.
TEM REFERêNCIA europeia por tudo
quanto é lado: nos retratos, em cada
abajur, no tecido dos acentos.
A VARIEDADE É característica
da Pastiera tanto nos pratos
quanto na decoração. Dá para
escolher qual estilo de mesa e
cadeira combina mais com a sua
refeição. O ambiente mistura
formas, sem perder a sincronia.
MESMO COM TANTOS elementos, aqui o teto rouba a cena. Olha que ideia! O tecido
xadrez que complementa a iluminação faz lembrar ainda mais a inspiração italiana do
restaurante.
europeia”, descreve, acrescentando que o restaurante trou-
xe a Cascavel a novidade do buffet de saladas. “São saladas
diferenciadas como cous-cous marroquino, arroz negro, en-
tre outras. Sempre procuramos aprimorar os sabores, textu-
ras e apresentações dos pratos. Esse é um dos nossos pon-
tos fortes”, complementa.
Já tradicional por aqui, o restaurante deve passar por uma re-
novação em breve. Nos planos do proprietário, ainda estão
uma adega e mais um ambiente. Tudo para deixar o local ain-
da mais receptivo para os encontros em família e os almoços
a negócios.
O qUERIDINHO DO CHEF!De todas as delícias inspiradas na cozinha europeia,
o chef de cozinha da Pastiera elegeu o Risoto de
presunto Parma e aspargos como favorito.
INGREDIENTES
150g arroz arbóreo
35g presunto parma
4 un. aspargos verdes
Fundo de legumes ou frango
50g parmesão ralado
5g de manteiga
Vinho
MODO DE PREPARO
Refogue em uma panela alho e cebola até a cebola
ficar translúcida. Adicione o arroz arbóreo e refogue
um pouco. Adicione o vinho e deixe secar. Adicione
o fundo de legumes ou de frango e cozinhe o arroz
até atingir o ponto adequado (al dente). Coloque o
presunto parma cortado em julienne e os aspargos
cortados em rodelas finas. Para finalizar, parmesão
e manteiga.
94
Um casarão com ares modernos é bem receptivo aos viajantes de plantão
O DESCOLADO FICOU phyno
Po r Tá t i l a Pe re i ra fo to s : D i v u l ga çã o
NA ExTENSA LISTA de itens a serem checados antes de
uma viagem, a estadia está no topo. Ter um lugar aconche-
gante e seguro para passar a noite, garante dias mais bem
aproveitados no seu passeio ou viagem a trabalho. Na hora
da escolha, nem sempre o óbvio – como ir para um hotel - é
a melhor opção. Lá pelo Velho Mundo, a tendência que em-
polga os viajantes mais descolados, mesmo sem ser uma
novidade, são os hostels. Um tempo atrás, a característica
máster desse tipo de hospedagem era ser baratinho – isso
fez com que ele se tornasse a primeira escolha dos mochi-
leiros que queriam ter as experiências de um novo lugar sem
despender muita grana para o descanso.
Mesmo assim, esse não é o único chamariz: o Hostel evoluiu.
A palavrinha “Design”, que já foi unida com a palavra Hotel,
passou a ser a companheira também do verbete hostel. Na
transformação, foi acrescida uma pitada a mais de charme e
estilo, sem abandonar o ambiente integrador.
R E L A X
95
96
R E L A X
O CASARÃO de 450 m² abri-
ga 46 quartos, entre dormi-
tórios coletivos, privativos,
uma suíte para mulheres e
um quarto de casal.
97
Então para agradar os que ainda viam um Hostel como algo
não tão interessante – e para deixar ainda mais felizes os
que já eram adeptos – surge o hostel design, oferecendo
bem mais que o tradicional “bed & breakfast”.
Na cidade mais intensa do Brasil, o que não falta é viajante
a fim de conhecer as belezuras por aí. Por isso, uma estadia
nesse estilo cai como uma luva nas necessidades dos jovens
– ou nem tão jovens também – que preferem uma atmos-
fera mais descontraída para passar uns dias. E, sob o clima
cultural e boêmio da Vila Mariana, região nobre de São Paulo,
do ladinho do Parque Ibirapuera, o WE Hostel Design conse-
gue arrancar uma olhadela de quem passa.
O WE fica em uma mansão antiga, do século passado. A casa
paulistana teve diversos ambientes mantidos com sutis in-
terferências.
COMO UM Muro das Lamentações às avessas, o teto da área
comum do hostel serve para lembranças. Frases que mostram
de onde são as pessoas que já passaram por ali, desenhos
abstratos ou palavras avulsas, que no todo, formam uma
unidade bonita de se ver.
OS MóVEIS VINTAGE
deram um upgrade no
ambiente de paredes
brancas. O rádio antigo,
com o detalhe de pé pa-
lito, o abajur como ponto
de referência e o pôster
conseguem dar agito a
qualquer cômodo.
98
No WE, aquela chateação de alguém acender uma luz e incomodar o restan-
te dos hóspedes é minimizada: cada um tem, do lado da cama, um spot de
luz, assim, quando precisa da luminosidade, é só apertar o botãozinho – sem
aborrecer ninguém.
POR DENTRO do que há de
inovador entre o mundo real
e o virtual, a casa dispões de
QrCodes em pontos estra-
tégicos. Na Sala de Vidro, no
Eat & Drink e nos quartos, os
hóspedes conseguem aces-
sar setlists personalizadas
através da leitura dos códigos
em seus celulares. Além
disso, mapas do serviço de
Metrô e de pontos turísticos
também podem ser baixa-
dos no celular do hóspede
facilitando os passeios pela
cidade.
R E L A X
A cor branca foi conservada e o tom preto foi aplicado em
lugares estratégicos para dar profundidade e definir a iden-
tidade visual do projeto. Para não deixar tudo meio apagado,
cores fortes foram usadas de forma pontual na decoração. E
não é à toa que cada móvel arranca suspiros dos hóspedes.
Eles foram minuciosamente garimpados em mercados de
pulga e antiquários de São Paulo.
O ar vintage proposto pelo arquiteto responsável, Felipe
Hess, inunda os quatro cantos do Hostel. Mas, como a mis-
tura do velho e do novo continua com tudo, a contempora-
neidade também foi usada, potencializando a ideia eclética
do lugar. No descompasso da metrópole, o WeHostel Hotel
Design tem a cara de uma São Paulo, com ar de nostalgia, re-
finamento e descontração.
MONTREAL
“A Guillaume Bakery é uma
padaria bem pequena onde
marido e mulher preparam os
pães. A padaria tem um con-
ceito moderno e eles fazem
coisas deliciosas. Ali perto,
tem um pequena loja de uma
família italiana que faz mara-
vilhosos molhos de tomates e
outras conservas.”
SK E TCH MAP
NEW YORK
“Vá no Chelsea Market e experimente os pães da Sa-
rabeth's Bakery (amo os danishs com geléias da casa)
ou a Amy's Bread! Aproveite para ver a produção dos
pães, a fábrica é toda envidraçada e é muito interes-
sante ficar assistindo a habilidade dos padeiros.”
ROMA
“A Forno Campo di Fiori é como
uma volta no tempo. A padaria
enche de gente, é uma bagunça
bem italiana.”
BARCELONA
“A Barcelona Reykjavik é toda
decorada em estilo industrial e,
lá, eles usam somente farinha de
espelta, um tipo de trigo 'selva-
gem'. Uma das minhas preferi-
das!”
PARIS
“Poilâne é outra padaria muito tradicional, famosa pelo Miche, um
pão redondo de quase 2kg. As tartines servidas no restaurante são
maravilhosas e a padaria é toda decorada com lustres feitos de es-
culturas de pão.”
SAN FRANCISCO
“Tartine é a padaria dos hipsters/descolados da ci-
dade e todos os dias tem uma enorme fila na porta.
O atendimento não é dos mais simpáticos, mas os
produtos valem a pena. Os donos são padeiros/sur-
fistas. ”
Priscila Figuera, padeira de mão cheia, conta as referências que buscou ao redor do mundo na hora de montar sua própria padaria gourmet. Confira spots que servem pães muito além do francezinho básico!
fo to s D i v u l ga çã o
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COL ABOR AD OR E S
Os experts que deram aquela força nesta edição
fo to s D i v u l ga çã o
eles botaramLENHA NA FOGUEIRA
C L A R I SSA D O N DA
A travel-writer Clarissa Don-
da conhece o quente e o frio do
mundo como a palma de sua mão.
Quando a temperatura baixa, ela
curte aquela coisa de aconchego,
de ver uma moda que é elegante
por natureza, do contato da lã com
a pele, de barulho de lareira esta-
lando, de sentir cheiro de chocola-
te quente no ar e gosto de fondue
e vinho. E, já que é a friaca quem dita a regra nessa
edição, ela tratou de montar uma rota para fugir do
lugar comum no quesito inverno para a seção Bu-
cket List.
E D U F R E I R E
O fotógrafo Eduardo Freire
saiu da academia com o ca-
nudo de publicitário. No cur-
rículo, acumula trabalhos
em agências de publicidade
em Guarapuava e Cascavel.
Só que o que o fisgou mesmo na vida foi a fotogra-
fia de casamento. Com o tempo, ele ainda descobriu
outras coisas bonitas para fotografar, como a arqui-
tetura. Quando o termômetro marca temperaturas
lá em baixo, uma sopa junto a um bom vinho são
seus aliados. Na revista, ele emprestou seu talento
para as fotos de um apartamento cheio de classe
em nossa seção Cenário.
R O D R I G O V I E I R A
O fotógrafo Rodrigo Vieira adora trabalhar no in-
verno. É nessa charmosa estação do ano que
ele encontra a elegância elevada ao máximo e
pessoas bem grudadinhas para se aquecer – e,
claro, registra tudo. Como brincadeira, a fotografia
entrou na vida dele há seis anos.
Hoje, já tem a carreira consolidada
como um dos principais profissio-
nais da região, tanto que a meni-
nada já abre um sorriso quando
o vê, todas loucas por um clique.
Por aqui, várias seções contaram
com seu olhar apurado e criativo.
E D UA R D O V E R O N E S E
O engenheiro civil Eduardo Veronese
adora conjugar os verbos empreender
e viajar. Se possível, os dois ao mesmo
tempo. Nos Estados Unidos, na Univer-
sidade do Colorado, foi buscar aprimora-
mento e voltou cheio de informações so-
bre o mercado imobiliário e a arquitetura,
áreas em que atua hoje. Nas temperaturas baixas, a casa
é seu melhor abrigo e, o cappuccino, um salvador. Atual-
mente, está envolvido na criação de uma plataforma onli-
ne para fomentar a participação de pessoas engajadas no
desenvolvimento das cidades. Na seção Bate-Papo, ele
discorre sobre sua aversão ao imutável.
102
BAT E - PAP O
Pessoas singulares pedem imóveis únicos, mas o mercado ainda não está totalmente atento à tendência
PERSONALIZÁVEL. DINÂMICO. Flexível. Esses são conceitos que guiam o estilo de vida de toda uma nova ge-
ração, tornando cada vez maior a procura de produtos e servi-ços que rapidamente atendem as singularidades
de cada indivíduo. Seguindo essa tendência, por que não esperar que o espaço construído à nossa volta tam-
bém acompanhe as mudanças que ocorrem nas nossas vidas? Embora muita inovação esteja a caminho, é fácil
perceber que pouquíssimos imóveis verdadeiramente incorporam essas ideias no presente.
Ainda hoje, muitos empreendimentos imobiliários são pensados de forma estática, feitos para permanecerem
inalterados durante toda sua vida útil. O resultado disso é que muitas vezes trocamos de endereço porque não
conseguimos adaptar o imóvel às nossas novas necessidades. Felizmente, a difusão de tecnologias construti-
vas vem provocando mudanças no cenário brasileiro de lançamentos imobiliários. Como já vemos nos grandes
centros, a possibilidade de customizar radicalmente a habitação está se tornando um diferencial mais e mais
desejado.
Os filhos já têm suas próprias casas? Amplia-se a sala por meio da demolição das paredes em drywall dos
antigos quartos, sem precisar passar uma temporada no hotel. Vai instalar aquele sofisticado sistema de som
e imagem no quartinho abandonado? Há espaço de sobra para abrigar toda a fiação necessária no forro falso
ou no piso elevado. Enjoou de ter o apartamento separado em vários cômodos? Ambientes abertos podem
ser criados sem pilares de centro, por meio do uso de lajes de alto desempenho. Alguns empreendimentos vão
ainda mais longe, possibilitando que pontos hidráulicos sejam reposicionados e que janelas externas mudem
de forma e de lugar.
A princípio, lançar um imóvel personalizável implica no maior uso de um recurso muito valioso: criatividade! In-
corporadores devem estar preparados para coordenar arquitetos, engenheiros e fornecedores a fim de planejar
e executar um empreendimento flexível. Alguns custos adicionais podem ocorrer devido ao aumento do pé-di-
reito e ao uso de tecnologias inéditas, por exemplo. Entretanto, muitas vezes esses gastos complementares se
traduzem em maior produtividade e qualidade na execução da obra. Nesse novo panorama, ganham os profis-
sionais que souberem atender melhor as novas demandas de um público cada vez mais informado e exigente.
Eduardo Veronese Ransolin é empreendedor no mercado imobiliário e incansável contestador do "sempre foi feito assim".
Po r Ed u a rd o Ve ro n e s e Ra n s o l i n
qual ÉA VERSãODO SEU IMóVEL?
103
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A Faculdade Assis Gurgacz e a Faculdade Dom Bosco apresentam o UNIACESSO. Uma forma moderna e simplificada para o ingresso imediato ao ensino superioratravés de um processo seletivo diferente.
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