Conhece-te a ti mesmo Nº5

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Conhece-te Boletim Filosófico da Nova Acrópole Nº5 | Distribuição Gratuita | Jan-Mar 2011 Filosofia e Psicologia Prática Sabedoria Viva das Antigas Civilizações a ti mesmo Ver no Interior Programa de Actividades Portugal Lisboa Porto Coimbra Aveiro Angola Huambo Hoje vi o Absurdo Huambo Cidade Viva BD Filosófica A Filosofia Grega e a Arte de Viver O Verdadeiro Sentido da Educação Leis fundamentais da Natureza

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Conhece-teBoletim Filosófico da Nova Acrópole Nº5 | Distribuição Gratuita | Jan-Mar 2011

Filosofia e Psicologia

PráticaSabedoria Viva

das Antigas Civilizações

a ti mesmo

Ver no Interior

Programade Actividades

PortugalLisboa Porto

CoimbraAveiro

AngolaHuambo

Hoje vi o Absurdo

HuamboCidade

Viva

BDFilosófica

A Filosofia Grega e a Arte

de Viver

O Verdadeiro Sentido da Educação

Leis fundamentaisda Natureza

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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº5

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Índice

pág.4 Hoje vi o Absurdo

pág.6Huambo - Cidade Viva

pág.11Rubrica: Florbela Espanca

pág.12O que o Coração quer a Mente mostra

pág.14BD - Opiniões

pág.16Leis fundamentais da Natureza

pág.19A Filosofia Grega e a Arte de Viver

pág.20O Verdadeiro Sentido da Educação

pág.23Rubrica: Guerreiro Lusitano

Ficha TécnicaPropriedadeNova Acrópole PortugalAv. Antº Aug. Aguiar, 17 4º esqº1050-012 Lisboa

DirectorJosé Carlos Fernández

GrafismoDaniel Oliveira

ColaboraçãoJORGE ANGEL LIVRAGA Beatriz Diez Canseco

Delia Steinberg GuzmánIsabel AreiasJosé Antunes

José Carlos FernándezSri RamRevisão

Isabel AreiasJosé AntunesJosé RochaJoão FerroSeverina GonçálvesSónia Oliveira

TraduçãoSónia Oliveira

Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Nova

Acrópole nem da direcção da revista. Comprometem exclusivamente a

responsabilidade do seu autor.

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Cursos

Av. Ant. Augusto Aguiar, 17 4º Esq. Lisboa

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8 sessõesde 1h301 x semana

FLORAIS DE BACHQuinta-feira13 de Janeiro

19h30Às Quintas das

19h30 às 21h00

Quinta-feira, 10 de Fevereiro,

11h00Às Quintas das 11h00 às 12h30

Quinta-feira, 17 de Março,

19h30Às Quintas das 19h30 às 21h00

INSCRIÇÕESABERTAS

Carmen Morales | Investigadora e Terapeuta de Florais de Bach

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José Carlos FernándezDirector da Nova Acrópole Portugal

Todos os que colaboramos nesta revista, e muitos dos seus leitores, estudamos Filosofia na Associação Cultural Nova Acrópole. Todos queremos tornar próprio o lema que fi-gurava no frontispício do Templo do Deus da Harmonia, Apolo, na cidade grega de Delfos: Conhece-te a ti mesmo. Lema que Sócrates e a Filosofia Grega divulgaram mas que afirma, na verdade, a tendência natural da alma uma vez que esta desperta a vida. Como dizia o sábio chinês Confúcio, existe um principio da Razão Celeste presente na alma humana e este quer abrir-se à Verdade como um lótus se abre à luz do Sol, depois de ultrapassar o meio liquido e lamacento em que vive. Os Egípcios chamaram a isto a Abertura do Coração e é, quem sabe, o melhor símbolo da natureza filosófica da alma humana.A verdadeira Filosofia decifra, graças à analogia, a lógica da natureza e vê no ser humano um reflexo desta mesma natureza e do Deus que a rege.Porque Filosofia é amor à Sabedoria e não acumulação de conhecimentos, é consciência de unidade, percepção es-sencial das leis da natureza e da vida. É, como diria Platão, a música que se faz com a alma quando esta se encontra no seu estado de tensão natural, quando é fiel à sua própria natureza, quando não persegue nada alheio a si mesma. Ou como ensinava o professor Livraga, Filosofia é a har-monia de meios sempre viva na alma da natureza e que o ser humano pode perceber com o fogo da Razão Celeste.Este Fogo espiritual é o que nos eleva acima da condição animal, o que vivifica os nossos sonhos mais belos e reali-zações, o que nos dá a capacidade de criar, de vencer as dificuldades “humanamente”, ou seja, de um modo digno e respeitando os valores morais. O mesmo Fogo referido no filme “A Estrada” realizado por John Hillcoat, baseado no romance com o mesmo título de Cormac Mcarthy, e vencedor do prémio Pullitzer de ficção. É o que diferencia o humano do humanóide, ou seja, a besta cruel e astu-ta sem qualquer tipo de valores nem princípios morais. Como bem ensina o pai que guia o seu filho por essa “últi-ma estrada” de um mundo em ruínas, há que preservar o fogo, o valor profundo do ser humano, o sentido inato de justiça e do dever ser e fazer.Muitas vezes, as sociedades preservam sob pressão ex-terna e penal estes valores e regras de convivência social, mas o que sucede quando as sociedades se desmoronam, como tantas vezes podemos presenciar na história? Então, estão aqueles que cedem ao instinto da mais básica sobre-vivência, ao medo ou aos desejos de poder e crueldade sem qualquer freio, e os que têm como o mais apreciado

Editorial

dos seus tesouros, a sua própria essência, a chama da sua liberdade interior, ou seja, a chama da justiça, da nature-za humana que nos diferencia das bestas. Pois bem, esse Fogo é o Fogo dos Filósofos, o amor e fidelidade à verda-de, a chama do idealismo, a luz da inteligência, o reino da transformação incessante e da busca de perfeição.Porque estudamos Filosofia?Para aprender a ler no Livro da Vida e aprender as Leis que a regem. Para nos submergirmos no mistério da Alma hu-mana, entender ou então, intuir porque estamos aqui, de onde vimos, para onde vamos. Para nos conhecermos a nós mesmos e não sermos escravos dos nossos medos e desejos e de desejos ou medos dos outros. Para penetrar na alma de todas as tarefas humanas, pois a Filosofia, no seu verdadeiro sentido do termo, é a alma da Ciência e a sua busca da verdade; é a alma da Política e a sua neces-sidade de governar as acções do homem com justiça; a alma da Religião e a sua ânsia de chegar à fonte do amor e ao Bem ultérrimo; a alma da Arte e a sua plasmação da Beleza. Estudamos Filosofia para despertar e levar à per-feição as qualidades internas da alma humana: o sentido de equanimidade, a compreensão profunda, o sentido de medida, a imperiosa força da vontade, o poder de adap-tação da alma humana a novos desafios, a magia da reno-vação sem perda de valores essenciais, a estabilidade no meio das tormentas da vida, a capacidade de ser objecti-vos no meio das correntes psíquicas das modas e opiniões colectivas, a beleza da autenticidade sem máscaras…Estudamos Filosofia para iluminar o recto conhecimento, para ver a vida do ponto de vista da Razão e da Alma e não a partir da dimensão das paixões nem das sensações. Para saber que a morte não existe e que a vida exige uma contínua capacidade de amar e de dação. Para estudar a química da vida e a química da Alma. E, o mais importan-te de tudo, para descobrirmos com vivência sagrada que toda a Humanidade é, verdadeiramente, uma grande fa-mília, e que portanto, o estado natural da alma humana é a fraternidade, a amizade pura sem interesses mesquinhos que a adulterem.

Porque estudamos

filosofia

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Hoje vi o absurdo…

E não é a primeira vez que me fere na vida, só que existem momentos nos quais as coisas se percebem com outro tipo de clareza. Como vi o absurdo? Como uma forte e antinatural torção, como uma mola falsa-mente comprimida, pronta a saltar perante qualquer estímulo. Vi a nossa realidade diária alterada, como se uma nuvem tentasse cobrir o aspecto normal da vida, deformando-a a partir de espectros enganosos. Vi que o que é, não parece ser; e o que não é aparenta sê-lo de verdade. Vi que as coisas se supõem, ainda que não se saibam; e as que se sabem são rejeitadas por falta de segurança nas próprias ideias.

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Hoje vi oAbsurdo

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Sempre me intrigou, desde adolescente, o caso daqueles teoremas que estudávamos nas nossas aulas de geometria, os que por falta de argumentos lógicos para demonstrar a verdade da sua tese, recorriam ao absur-do para chegar a uma conclusão ilógica, a partir da qual se podia aceitar como certa a primeira afirmação. Dizíamos então: se se chega a este absurdo por negar a afirmação da “tese”, é sinal de que a nossa tese é ver-dadeira.Para as mentes jovens, aquela era uma fór-mula eficaz, e jamais nos ocorreu discuti-lo. No entanto, no mundo corrente, uma vez que se sai das aulas, dos livros de estudo e da lógica das matemáticas, essas mesmas conclusões carecem de valor.

Vivemos no meio de uma atmosfera carrega-da de absurdos, mas não ocorre a ninguém raciocinar que se chegamos a estes absurdos em função do tipo de vida que vivemos, é porque estamos a negar — ainda que inad-vertidamente — algumas verdades importan-tes.

Por pouco que se observe ao nosso redor, salta à vista que, na maioria dos casos, as pessoas dizem uma coisa e fazem outra completamente diferente. Às vezes trata-se de uma falta de relação entre as diferentes partes da própria pessoa. Outras vezes, é o medo que obriga a expressar determinadas palavras, actuando, não obstante, em senti-do contrário.

Todos dizem “amar”, mas, é antes, ódio ou antipatia o que sentem, e na melhor das hi-póteses, indiferença. Todos dizem estar preo-cupados pelos acontecimentos do nosso mo-mento histórico, quando na verdade se tenta passar os dias da melhor maneira possível, esquecendo os problemas e sofrimento dos demais… ainda quando esses sofrimentos podem mais tarde ser os nossos. E assim poderíamos continuar com uma enorme lista de exemplos.

Também não há paridade entre o que se diz Delia Steinberg Guzmán Directora Internacional da Nova Acrópole

e o que se pensa, se é que se pensa alguma vez no que se diz… Estamos tão acostuma-dos a responder a estímulos da publicidade de todo o tipo que nos esquecemos de pen-sar por nós próprios. E quando acreditamos que por fim o fazemos, estamos a repetir, sem querer, os slogans da moda.

Continuando com os absurdos que pude ver, umas são as coisas que se fazem, e outras, as que se podem fazer. Normalmente, os ho-mens esforçam-se pouco ou nada e, em vez de desenvolver ao máximo as suas potencia-lidades, exigindo-se a si mesmos tudo o que podem dar, conformam-se com o estritamen-te necessário, o suficiente para sobreviver e não serem apontados com o dedo.

Não se diferencia bem o que se crê saber do que se ignora. Opina-se sempre porque, pelos vistos, torna-se indispensável ter uma opinião sobre todas as coisas, sejam ou não da nossa incumbência, caiam ou não dentro do nosso raio de acção. Dessa forma as opi-niões asfixiam por serem diversas, instáveis e por serem pouco válidas. As mentiras bem adornadas aceitam-se sem razão; as verda-des acabaram por tornar-se inverosímeis.

Hoje vi o absurdo das grandes e inúteis más-caras que cobrem todas as coisas, fazendo- -as perder autenticidade e frescura. Qual é o medo que nos tortura? Porque nos esconde-mos detrás do absurdo? Porquê continuar a sofrer sem necessidade quando o impulso de nos descobrirmos alguma vez e de olharmos em frente vibra em todos?

Acredito que chegou o momento de resol-vermos o nosso teorema. Temos de questio-narmo-nos seriamente pois ao chegar a tal quantidade de absurdos na vida é porque es-colhemos o caminho errado. E, hoje vi, como sempre nestes casos, que estamos a ponto de tomar o caminho certo. Deus nos permi-ta orientar os nossos passos em direcção à verdade.

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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº5Huambo6

Com mais de 2 milhões de habitantes, o grande planalto central abriga uma das principais províncias de Angola juntamente com o mítico Morro do Moco, o ponto mais alto deste grandioso país. Também conhecida pelas suas imponentes rochas, que decoram a extensa paisagem de 35 771 km2, a Província do Huambo transforma-se num local privilegiado da maravilhosa Angola. Decorado com a sua exuberante flora que, no tempo chuvoso enche de cores a extensa planície e as contornadas montanhas desta grande província, Huambo, juntamente com os seus 10 municípios, abrigam uma população de Heróis cuja coragem permitiu ultrapassar duros momentos ainda guar-dados no fundo do olhar. Podemos dizer que a coragem de muitos homens e mulheres deste grandioso planalto foi abençoada pela postura altiva do tão simbólico Morro do Moco, com 2.620 m de altitude. Não é por acaso que o ponto mais alto de Angola envolve estas gentes com o seu sagrado silêncio e a profunda sabedoria de quem já viveu o suficiente. Talvez seja esta a melhor representação daquele que nasce, vive e se entrega ao planalto central. Homens e mulheres que não precisam de palavras pois no olhar mora a intensidade do seu coração e da sua alma. De natureza artística, poética, musical e teatral, a filosofia não poderia ter encontrado melhor lugar para lançar as suas primeiras sementes que no futuro poderão converter-se em belas árvores. A província das impo-nentes e míticas rochas abre portas a um novo amanhecer e um novo despertar retractado numa pequena estrela, símbolo de todos os que trabalham em nome da Filosofia. Hoje, neste momento, podemos dizer que no Planalto Central um pequeno grupo de filósofos vive esta maravilhosa experiência com o objectivo de vivificar a frase do grandioso Sócrates “Conhece-te a ti mesmo”. Num mundo de farsas e de máscaras, onde o grande edifício da fantasia se desmorona como um baralho de cartas, o Amor ao Conhecimen-to, como motor de procura interna, torna-se no meio mais eficaz para combater esta nova Ida-de Média, tão retractada por Jorge Angel Livra-ga, fundador da Nova Acrópole. Com a falta de inspiração, própria destas fases, é necessário recorrer às sábias palavras dos antigos filósofos e à vivência de Pérolas de Sabedoria, homens e mulheres que, na escuridão que nos cerca indicam magicamente o caminho da Verdade. Hoje, viver nos planos inferiores é uma escolha pessoal não uma fatalidade do momento. O ca-minho percorrido pelos Mestres deve ser uma presença constante para aquele que quer sair das circunstâncias e assumir-se sem vergonha como um Verdadeiro Filósofo à Maneira Clássi-ca. Com esta posição, os nossos pensadores do planalto central assumem orgulhosos o título de Filósofos pois entendem que esta condição permite aceder a um estado de Conhecimento, Unidade e Fraternidade inexistente no mundo sensível. Acompanhados de uma incansável presença, estes novos filósofos de alma anti-ga, atravessam desafios superando todos os obstáculos. Pensadores por natureza, questio-nadores natos, os nossos companheiros estão carregados de uma força e magia ancestral que transparece nos seus rostos, no seu olhar, na

HuamboCidade Viva

Águas Quentes — fonte termal da província de Huambo

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sua postura, nas suas palavras e acima de tudo… na sua alma. Portadores de uma nobreza inata, a Filosofia conheceu no Huambo o ponto mais alto de Angola retractado pela bondade, hospitalidade e humildade desta gente maravilhosa. Talvez por isso, estes Filósofos possuam como símbolo na-cional a mais bela imagem esculpida em madeira, retractada no “Pensador”. De antiguidade incerta e inalcançável, o “Pensador” é uma pequena estátua da qual pouco se sabe mas que pela sua posição tudo se pode depreender.

A Nova Acrópole, enquanto movimento filosófico, procura desenvolver uma acção de busca ancestral activa e directa com o intuito de reanimar os an-tigos destroços civilizatórios. Enquanto amantes do conhecimento, o nosso compromisso é com a cultura, a tradição, o sagrado e o respeito pelos nossos ancestrais. Devemos honrar as verdades duramente construídas pelos mais velhos e por aqueles que, de forma sábia, construíram cami-nhos mágicos e sublimes. No Huambo, no ponto mais alto de Angola, esta Verdade ancestral está a ser procurada com amor, intensidade e clareza. Para os nossos filósofos do Planalto Central, o reavivar da verdadeira identidade angolana só pode ser efectuada pelo despertar desta sagrada cultura.

Segundo o Membro da Nova Acrópole do Huam-bo e Investigador, José Manuel Soares, não existe humanidade sem aprendizagem cultural pois a cultura é o elemento sine qua non através do qual um determinado povo se identifica.

A cultura é a força de uma nação que reside nos costumes e nos hábitos, pois o homem acaba por ser completo quando domina a realidade dos seus ancestrais. O homem também é uma realidade bio-lógica e cultural quando sabe descrever o meio de onde provém, o meio onde está e onde se encon-trará. Precisamos não só saber, mas entender que não é só o corpo que habita em nós nem a nossa maior ou menor vitalidade nem tão pouco os dife-rentes estados emocionais que experimentamos. É necessário concebermos que o homem verdadeiro está para além de nomes e formas, para além do tempo e do espaço. O verdadeiro homem é aque-le que responde às ameaças e às oportunidades destruidoras do agente cultural pois as puras realidades resplandecem no mais alto cume. Por outro lado, a infidelidade do pensamento reside na privacidade e no orgulho de quem não quer encontrar-se na busca do conhecimento.

Como a antiga imagem do Pensador [ver página seguinte], o Huambo procura afirmar-se através dos seus grandes filósofos com uma mensagem de esperança, força e magia. Retirado do cesto sa-grado dos antigos videntes, o Pensador marca a cultura angolana conferindo a esta nação uma an-cestralidade e história incalculável. No ponto mais Alto de Angola existe um grupo de Pensadores e Heróis verdadeiros que acreditam na existência de um Mundo Novo e Verdadeiro. Talvez por tudo isto o Huambo seja conhecido pela “Cidade Vida”.

Huambo Jan-Mar 2011 | Distribuição Gratuita

Isabel AreiasPedagoga e

Directora da Nova Acrópole

Huambo

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Há um ditado que predomina em Angola na língua Umbumdo que diz:

Nda o lete o seculu ya sonama kwenda ya lipetamela e nhuluko lio lema ovi-sokaka viaye.

Traduzido em português Se vires que o ancião baixou a cabeça sobre

si, não é porque o nariz lhe pesa, mas por-

que está reflectindo sobre algo.

Dizia Confúcio no livro do pensamen-to estratégico: A fala e as respostas são adorno das emoções íntimas, falar da verdadeira natureza e da cultura é o cume mais alto dos negócios.

O Pensador, como figura representada por uma peça de madeira, é a imagem cultural do povo Lunda, situado na pro-víncia de Lunda Norte. É a figura mais prestimosa, falada e escrita, nas dimen-sões relevantes do pensamento, como pedra fundamental em Angola. A Nova Acrópole, a respeito do Pensador, leva a cabo um estudo junto das pessoas de direito, como o Museu da Província do Huambo, onde retirou os seguintes rela-tos: Todos aqueles que antigamente pre-cisavam de alguma bênção dos deuses, sobretudo as mulheres que careciam de ter filhos por imperativos de várias or-dens, consultavam os videntes. Estes, por sua vez, utilizavam um sistema de cestos

Mas quem é oPensador?

repletos de diferentes artigos onde cada um possuía uma simbologia e função distintas. Num destes ces-tos mágicos despontava uma peça com 3,5 cm feito em madeira indicando um homem sentado com as mãos na cabeça (mãos entre as bochechas). Com esta descoberta, os antropólogos africanos ficaram estupefactos pela figura muito bem desenhada e uniformizada em jeito. Todas estas histórias des-pertaram curiosidade e pesquisa levando os mes-mos investigadores a atribuir o nome de Pensador a esta imagem, que quer dizer, aquele que se dispõe a pensar, aquele que está a reflectir. No entanto, o assunto que tanta curiosidade despertou nos po-vos daquela altura, levou os culturólogos de hoje a discordar com o nome de Pensador para esta ima-gem visto que pela sua posição não parece estar a pensar. A fisionomia e postura indicam que está a lamentar-se, porque a posição de quem pensa é di-reita e dinâmica.

O Pensador é hoje a peça mais conhecida e falada na cultura angolana, visto marcar presença não só na tradição ou eventos culturais mas também na moe-da angolana simbolizando uma pedra fundamental na nossa cultura.

José Manuel SoaresInvestigador e Membro da Nova Acrópole Huambo

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As lágrimas do Huambo caindo sobre os caminhos da paz

Todos os dia caem sobre os teus olhos lágrimas do passado sanguíneo a que passaram os teus Filhos. Teu solo molhado com seu suor.

Tua gente cansada, cansada de tanto esperar. Uma esperança que pouco se concretizou.

Andando sobre o granizo que saia dos canos malditos, malditos dos homens que caçavam espaço.

O seu povo, caindo sobre os caminhos das lavras, onde a chama da vida continuava acesa quando morreu a razão do amor.

Ninguém chorava, os gritos tinham-se perdido no soar das grandes bombas que sobrevoavam o céu onde os pássaros eram substituídos pelos migues que sacudiam.

Mas tudo isso é um passado! Hoje o Huambo vive o ar da recuperação. O céu desde o amanhecer ao entardecer, no Huambo da minha terra!

Huambo das manhãs a fumegar com a dor de suas estradas esburacadas.

Tu és planalto por estares nos altos e nas baixas. Teu solo arável, fértil na agricultura, virgem na exploração mineira.

Lembra-me os tempos de secar as lágrimas e os tempos de sarar a fome com raízes e tubérculos.

Mas hoje já não…hoje é o Huambo de trabalho, projectos e reabilitações. Oh! Huambo de gente umbundo e de ritmos saborosos.

Chega! Quero esquecer para lembrar as boas coisas para ajudar na reabilitação das Mentes destruídas pela guerra e falar do Huambo de Livongue Mutu Vakevela, Katiavala, Ekuikui e tantos outros. Do Huambo da esperança de dias melhores.

Jaime Domingo de Alegria - Poeta e Membro da Nova Acrópole Huambo

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VisitasCulturais

TeatroPoesiaMúsica

FilosofiaPrática

Floraisde Bach

Como falar em público

LínguaHieroglífica

Círculo deGeometria e MatemáticaSagradas

Caminhadas:A Filosofiada Natureza

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Ao serviço da

cultura

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LínguaHieroglífica

Círculo deGeometria e MatemáticaSagradas

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Um dia, o destino, trôpego velho de cabelos cor da neve, deu-me uns sapatos e disse-me:

- Aqui tens estes sapatos de ferro, calça-os e caminha...caminha sempre, sem descanso nem fadiga, vai avante e não te detenhas, não pares nunca! ... A estrada da vida tem trechos de céu e paisagens infernais; não te assuste a escuridão, nem te deslumbres com a claridade; nem um minuto sequer te detenhas à beira da estrada: deixa florir os malmequeres, deixa cantar os rouxinóis, quer seja lisa, quer seja alcantilada a imensa estrada, caminha, caminha sempre! Não pares nunca! Um dia, os sapatos hão-de romper-se, deter-te-ás então. É que terás encontrado, enfim, os olhos perturbadores e profundos, a boca embriagante e fatal que há-de prender-te para todo o sempre!

- Isto disse-me um dia o destino, trôpego velho de cabelos cor da neve.

Calcei os sapatos e caminhei. O luar era profundo; às vezes, cantavam nas matas os rouxi-nóis... Outras vezes, ao sol ardente do meio-dia desabrochavam as rosas, vermelhas como beijos de sangue; as borboletas traziam nas asas, finas como farrapos de seda, os perfumes delirantes de milhares de corolas! Outras vezes ainda, nem uma estrela no céu, nem um perfume na terra, e eu ouvia a meus pés a voz de algum imenso abismo. Passei pelo reino do sonho, pelo país da esperança e do amor que, ao longe, banhado pelo sol, dá a impressão duma imensa esmeralda, e vi também as terras tristes da saudade, onde o luar chora noite e dia! Não me detive um só instante! O coração ficou-me a pedaços dispersos pelos caminhos que percorri, mas eu caminhei sempre, sem fraquejar um só momento! ... Há muito tempo que ando, tenho quase cem anos já, os meus cabelos tornam-se da cor do linho, e o meu frágil corpo inclina-se suavemente para a terra, como uma fraca haste sacudida pela nortada. Co-meço a sentir-me cansada, os meus passos vão sendo vagarosos na estrada imensa da vida!

- E os sapatos inda se não romperam!

- Onde estareis vós, ó olhos perturbadores e profundos, ó boca embriagantee fatal que há-de prender-me para todo o sempre?!...

rubrica

Tesouros d

a

Língua P

ortuguesa

Florbela Espanca (1894-1930)

(Conto incluído no caderno Trocando Olhares

Está dedicado “à Vina”, Ludovina Rocha, amiga de Florbela Espanca)

OfertaDestinodo

Conferência-lançamento | LisboaQuinta-feira, 17 de Fevereiro, às 19h00

FLORBELA ESPANCAA Vida e a Alma de uma Poetisa

de José Carlos Fernández

Apresentação da obra a cargo de António Cândido FrancoNo âmbito das comemorações do LXXXº Aniversário

da morte de Florbela Espanca

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Até agora diziam-no os iluminados, os pensadores e os sábios; agora também o diz a ciência: são os nos-sos pensamentos que em grande medida criaram e criam continuamente o nosso mundo. “Hoje sabe-mos que a confiança de cada um, o entusiasmo e o sonho têm a capacidade de favorecer as funções su-periores do cérebro. A zona pré-frontal do cérebro, o local onde tem origem o pensamento mais avançado, onde se inventa o nosso futuro, onde valorizamos alternativas e estratégias para solucionar os nossos problemas e tomar decisões, está tremendamente influenciada pelo sistema límbico, que é o nosso cé-rebro emocional. Por isso, o que o nosso coração quer sentir, a mente acaba por mostrá-lo”. Há que treinar essa mente.

Tenho 48 anos. Nasci e vivo em Madrid. Sou casado e tenho três filhos. Sou cirurgião geral e do aparelho digestivo no Hospital de Madrid. Há que exercitar e desenvolver a flexibilidade e a tolerância. Pode-se ser muito firme na conduta e amável com as pessoas.

Mais de 25 anos exercendo como cirurgião. O que conclui?

Posso testemunhar que uma pessoa animada e com-prometida e que confia em si pode ir muito mais além do que seria de esperar da sua trajectória.

Psiconeuroimunobiologia?

Sim, é a ciência que estuda a conexão que existe entre o pensamento, a palavra, a mente e a fisiologia do ser humano. Uma conexão que desafia o paradigma tra-dicional. O pensamento e a palavra são uma forma de energia vital que tem a capacidade (e foi demonstrado de forma sustentável) de interagir com o organismo e produzir mudanças físicas muito profundas.

De que se trata?

Demonstrou-se em diversos estudos que ao manter-mos um pensamento negativo durante um minuto, o sistema imunitário fica numa situação delicada durante seis horas. O distress, essa sensação de an-gústia permanente, produz mudanças muito surpre-endentes no funcionamento do cérebro e na conste-lação hormonal.

O que o Coração quera Mente Mostra

Que tipo de mudanças?

Tem a capacidade de lesionar neurónios da memória e da aprendizagem localizados no hipocampo. E afec-ta a nossa capacidade intelectual porque deixa sem irrigação sanguínea aquelas zonas mais necessárias do nosso cérebro para tomar decisões adequadas.

Temos recursos para combater o inimigo interior, ou isso é coisa de sábios?

Um valioso recurso contra a preocupação é levar a atenção para a respiração abdominal, que tem por si só a capacidade de produzir mudanças no cérebro. Favorece a secreção de hormonas como a serotonina e a endorfina e melhora a sintonia de ritmos cerebrais entre os dois hemisférios.

Mudar a mente através do corpo?

Sim. Há que mudar o foco de atenção desses pensa-mentos que estão a alterar-nos, provocando desâni-mo, ira ou preocupação, e que fazem que as nossas decisões partam de um ponto de vista inadequado. É mais inteligente, não mais razoável, levar o foco de atenção à respiração, que tem a capacidade de sere-nar o nosso estado mental.

Disse que não há que ser razoável?

Sempre encontraremos razões para justificar o nosso mau humor, stress ou tristeza, e essa é uma deter-minada linha de pensamento. Mas quando nos ba-seamos em como queremos viver, por exemplo sem tristeza, aparece outra linha. São mais importantes o Quê e o Porquê do que o Como. O que o coração quer sentir, a mente acaba por mostrar.

Parece que está a exagerar.

Quando o nosso cérebro dá um significado a algo, nós vivemo-lo como absoluta realidade, sem ter consci-ência de que é só uma interpretação da realidade.

Mais recursos…

A palavra é uma forma de energia vital. Fotografou- -se com tomografia de positrões como as pessoas que decidiram falar-se a si próprias de uma maneira mais

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Mude os hábitos do pensamento e treine a sua in-tegridade honrando a sua própria palavra. Quando dizemos “Vou fazer isto” e não o fazemos alteramos fisicamente o nosso cérebro. O maior potencial é a consciência.

Ver o que há e aceitá-lo.

Se nos aceitamos por aquilo que somos e pelo que não somos, podemos mudar. Aquilo que resiste per-siste. A aceitação é o núcleo da transformação.

a Mente Mostrapositiva, especificamente pessoas com transtornos psiquiátricos, conseguiram remodelar fisicamente a sua estrutura cerebral, precisamente os circuitos que lhes geravam estas doenças.

Podemos mudar o nosso cérebro com boas pala-vras?

Santiago Ramón y Cajal, Prémio Nobel da Medicina em 1906, disse uma frase extremamente poderosa que na altura pensámos ser metafórica. Agora sabe-mos que é literal: “Todo o ser humano, se a tal se propõe, pode ser escultor do seu próprio cérebro.”

Está certo que não exagera?

Não. Segundo o modo em que falamos connosco próprios, moldamos as nossas emoções, as quais mudam as nossas percepções. A transformação do observador (nós) altera o processo observado. Não vemos o mundo que é, vemos o mundo que somos.

Falamos de Filosofia ou Ciência?

As palavras por si só activam os núcleos amigdalinos. Podem activar, por exemplo, os núcleos do medo que transformam as hormonas e os processos mentais. Cientistas de Harvard demonstraram que quando a pessoa consegue reduzir essa cacofonia interior, e entrar no silêncio, as enxaquecas e a dor coronária podem reduzir até 80%.

Qual é o efeito das palavras não ditas?

Costumamos confundir os nossos pontos de vista com a verdade, e isso transmite-se: a percepção vai mais além do que a razão. Segundo estudos de Albert Merhabian, da Universidade da Califórnia (UCLA), 93% do impacto de uma comunicação move-se por baixo da consciência.

Porque custa tanto mudar?

O medo impede-nos de sair da zona de conforto, tendemos à segurança do conhecido, e essa atitude impede a nossa realização. Para crescer há que sair dessa zona.

A maior parte dos actos da nossa vida regem-se pelo inconsciente…

Reagimos segundo automatismos que fomos in-corporando. Pensamos que a espontaneidade é um valor; mas para que haja espontaneidade primeiro deve haver preparação, senão só há automatismos. Cada vez estou mais convencido do poder que tem o treino da mente.Dê-me alguma pista.

Entrevista realizada na versão digital do jornal La Vanguardia (http://www.lavanguardia.es) ao Dr. Mario Alonso Puig, médico especialista em cirurgia geral e do aparelho digestivo, Fellow da Harvard University Medical School e membro da academia das ciências de Nova Iorque e da associação americana para o avan-ço da Ciência.

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Fundamentais Natureza

Leis

da

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Fale-nos das grandes Leis que regem a Natureza, pois entendemos que elas existem e afectam tudo o que existe.

Certamente existem leis que regem a Natureza. Conseguimos a percepção das mesmas estudando as constantes mudanças que marcam os fenómenos e que nos permitem predizer como se seguirão desenvolvendo esses mesmos fenómenos no futuro. Da mesma forma, permitem-nos uma justa compreensão do passado e encadear o processo de maneira inteligível.

Na Natureza não existe a improvisação pura nem tampouco a casualidade, como normalmente se entende. Marcião, o neoplatónico, falava, baseando-se em Platão, do Universo como um imenso Ser vivo, com as suas finalidades metafísicas, ou seja, que o fenómeno está sujeito à “mais-valia” do destino, guiado pelo espírito que tendo os seus próprios fins, conduz claramente. É causa e princípio de tudo aquilo que podemos perceber em qualquer dos planos de manifestação. E o inescrutável para nós não é forçosamente inexistente, simplesmente está fora do campo de visão do olho da nossa Alma. Porém falemos do que sabemos, antes do que ignoramos.

Primeiramente vejamos uma Lei Geral Universal, que é a que os hindus chamam Dharma. Ela rege a corrente da vida (Sadana). A sua direccionalidade geral e a sua justiça dá oportunidade a todos os seres de cumprirem o seu destino; mas, como o Cosmos não é homogéneo e existem as partes, aparecem as distinções naturais que geram a acção baseada num desequilíbrio dinâmico da Natureza manifestada. Deste modo, cada ser, ainda que imutável em sua Essência, que é una, de forma para-racional, com a de todos os demais, e digo para-racional, pois para o nosso presente momento mental não pode haver coincidência do um com o múltiplo; é mutável e evolui assumindo cada vez um pouco mais de responsabilidade e liberdade, se entendermos esta como a melhor maneira de ser o que cada um é. Este processo desencadeia acção e reacção, ou frutos de acção.

Se o fruto da acção está de acordo com o ritmo que nesse instante tem o seu meio natural, este assimilar-se-á como causa de outro micro-processo

no jogo de causas e efeitos, que são causas de novos efeitos. Ou seja, um efeito, se é justo, converte- -se automaticamente em causa e semente de um processo novo e melhor, tecendo-se assim uma corrente de causas e efeitos, onde, sendo os efeitos e as causas harmónicos, todos harmoniosamente conformam uma unidade existencial, uma forma de eterno presente que não arraste lastro algum nem sofra desvio. Porém, se existir desvio, a corrente da Lei colocá-la-á no seu caminho novamente com uma série de actos compensatórios, de tal forma que, com a ajuda do próprio caminho, todos devemos marchar sob a Lei que os orientais chamam Karma, Lei de Acção e Reacção. Todos somos responsáveis por nós mesmos e, de acordo com nossos actos serão os actos sucessivos que nos veremos mais ou menos forçados a realizar.

Simplesmente vos digo que aquele que semeia trigo recolhe trigo e não outra coisa, e quantitativamente recolherá segundo o número semeado. Não há Deus que nos redima, senão Deus que nos permite corrigir o nosso rumo cada vez que erramos, pois o seu Alento assinala-nos o caminho. Assim, encarnação pós encarnação, vamos criando méritos e deméritos, temperando a nossa Alma e tornando-a cada vez mais um instrumento fiel ao Seu Arquétipo. Deste modo, a ética e a bondade deixam de ser hipocrisias para converter-se em ciências espirituais de muita ajuda na nossa vida e em remédios eficazes que nos poupam muitas dores.

Aplicada a nossa pergunta à Constituição Septenária do Homem1, como poderíamos ver essas leis com alguma diferenciação que nos permita compreender melhor os fenómenos e o melhor comportamento, segundo a Vontade de Deus? Qual a forma de Lei aplicada a cada um dos nossos Corpos, do Volitivo ou Espiritual ao Físico?

Vamos esboçar as características de uma diferenciação elementar da Lei perante o fenómeno dos sete planos de consciência em que se desenvolvem os sete “corpos” do Homem, como desejam, do mais espiritual ao estritamente físico. Tratemos de fixar a ideia de que, sendo estas leis reais, afectam-nos e são válidas nestas vertentes somente para os homens; ainda que com diferenças mais ou menos marcadas regem tudo o

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evolução e contrariedade. Rege a dimensão tempo. Estabelece as distâncias de maneira harmónica e outorga a cada coisa as propriedades que lhe são naturais em determinado momento e lugar, em relação ao Cosmos, dando momentânea preferência às características relacionantes sobre as características puras.

LEI DE PSIQUICIDADE

Faz que os seres organizados tenham a sua diferenciação e organização nos planos subtis. Outorga motores psicológicos para a perduração de pensamentos e emoções. Rege os instintos. Acumula em Sistemas de “Bancos de Experiência” as vivências de todos, e descarrega sobre cada um o que lhe faz falta em cada oportunidade. Conforma as “Almas Grupais” das massas e as correntes de opinião nos humanos. Faz sentir, gozar, sofrer como motores da evolução e purificação até atingir formas cada vez mais aptas ao seu destino. Relaciona harmonicamente o que chamamos “Espiritual” ao que chamamos “Material”. Rege os impulsos e a imediata causa dos actos.

LEI DE ACTIVIDADE

No Universo tudo vibra, tudo se move, tudo caminha. Esta Lei rege essas características e impede as inércias que ofuscariam as estruturas, pois o estático é Luz morta. Controla as relações mecânicas e as arquitecturas vitais que são os seus motores. Dirige o que chamamos “Vida-Morte”.

LEI DE PERIODICIDADE

Rege os ciclos e as alternâncias, as distintas opções da Natureza no seu caminho de aperfeiçoamento. Graças a ela, há o dia e a noite, Inverno e Verão, vida e morte, como contradições. Actua sobre os opostos e transforma-os em elementos eficazes de marcha. Equilibra estruturas. Cria-as e destrói-as. Refere-se ao estritamente físico.

Jorge Angel LivragaFundador da Nova Acrópole

1 Constituição Septenária é um termo utilizado para designar os sete veículos do ser humano.

que conhecemos.

LEI DE UNICIDADE

É a que rege a convergência de todo o existente para um ulterior destino comum, fundamentada num indiscutível princípio único. Baseia-se na unidade essencial das partes que constituem o todo. Esse “Todo” jamais teria deixado de ser, e as diferenciações seriam ilusórias do ponto de vista de uma unidade universal absoluta. Podemos fazer dela a imagem de uma Vontade Divina Universal. Promove o reencontro de todo o existente.

LEI DE ILUMINAÇÃO

É a que estabelece que tudo pode ser “Iluminado” pelo Espírito, que chega a toda parte e ante o qual não existem lacunas eficazes. Todo o existente consistiria em formas desse Espírito e possuiria uma forma de irradiação interior que as torna “transparentes” pela purificação. Mesmo o mais grosseiro tem uma porção dessa Luz, embora ténue, chegando a ter aparência de escuridão. Todos os Seres e Entes não seriam outra coisa que Luz Divina que caminha em diferentes velocidades. A nada nem ninguém falta Iluminação. Tudo é Deus.

LEI DE DIFERENCIAÇÃO

As coisas iluminadas tomam formas e cores, características próprias, e essas características é que dão a diferença. Esta Lei de Diferenciação rege as realidades contidas na Realidade. Outorga a cada uma a possibilidade de transformar em acto a sua diferenciação potencial e, por conseguinte, harmonizar-se, pois somente se harmoniza aquilo que parte de uma oposição fenomenal.

LEI DE ORGANIZAÇÃO

Rege o diferenciado, estabelecendo relações lógicas, base de toda a existência protegida. Evita a consumação do mais débil e limita o poder do mais forte. Reúne tendências e esforços em feixes de destino comum. Cria organismos. Mantém equilíbrios e os rompe quando é necessário para a dinâmica do todo ou de uma parte. Soma, multiplica e potencia as eficácias em benefício de todos. Dá lugar às formas novas e destrói as degradadas pela

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ponder-lhes e há já quem tenha atravessado essas provas e possa partilhar connosco os seus ensinamentos. Estes são os sábios, são os mestres. Por isso é que o filósofo é aquele que, amando a sabedoria, amando o conhecimen-to, recolhe os ensinamentos destes sábios, destes mestres para não ter que cair nos mesmos buracos do caminho, para que não tenha que tropeçar com as mesmas pedras em que outros já tropeçaram. E assim podem partilhar, podem ensinar.

Nós vamos como peregrinos pela vida e vamo-nos en-contrar, como diriam os gregos, com uma esfinge ou com muitas esfinges. Todos recordamos esse mito tão co-nhecido de Sófocles que é o Édipo Rei, no qual Édipo se encontra com a esfinge. Diz esta tragédia grega que havia uma Esfinge que rondava próxima das cidades nos camin-hos e que parava todos os caminhantes e peregrinos com uma pergunta, uma espécie de enigma. Se o caminhante não sabia a resposta devorava-o, comia-o. Um dia Édipo chega ante a Esfinge e ela faz-lhe a pergunta: qual o ser que de manhã caminha com quatro patas, ao meio-dia com duas, e ao entardecer com três? Édipo responde-lhe: o Homem. Porque o homem quando criança, na manhã da sua vida, gatinha, caminha com quatro patas, ao meio-dia verticaliza-se e caminha com duas, e ao entardecer apoia-se numa bengala, tem três. Nesse momento a Es-finge desaparece.

Quantas vezes na nossa vida nos encontrámos perante esta esfinge, quantas vezes nos encontrámos perante um enigma, uma pergunta que nos leve a pensar, que nos im-pacta, e quantas vezes a esfinge nos devorou quando não soubemos responder, porque isto representa também que a esfinge nos devore, ou seja, a vida vai-nos comer, vai-nos devorar, vai-nos arrasar se nós não soubermos ul-trapassar cada uma dessas provas. Quantas vezes ficámos impactados depois de uma experiência, ficámos com as recordações e não soubemos assimilar bem uma dor, e ainda, às vezes, continuamos a recordá-la. Recordamos aquilo que não conseguimos superar, que não pudemos viver bem, que não conseguimos alcançar porque tive-mos obstáculos e não soubemos vencê-los, ou não soubemos resolver os enigmas nessas encruzilhadas das nossas vidas. Daí que esse conhecimento que estamos adquirindo através desse percurso, dessa viagem, vai ajudar-nos a encontrar o que fazer, mas para isso deve-mos penetrar e aprofundar, porque a vida não é para ser percorrida de forma superficial.

Beatriz Diez CansecoDir. Internacional Adjunta da Nova Acrópole

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A Filosofia Grega e a Arte de Viver

Trecho de Conferência proferida a 19 de Abril de 2007 em Lima, Peru

Muito boa noite. Estou feliz por poder partilhar esta noite de reflexão com todos vós nesta casa filosófica, nesta Casa de Cultura. Esta noite vamos falar da Arte de Viver.

Quero começar esta conferência colocando uma pergun-ta: Por que dizemos que estamos vivos? Por que respira-mos? Por que o nosso coração faz tic-tac? Eu dir-lhes-ia, então, como disse o poeta Bécquer: se dizes que estás vivo porque escutas o teu coração a fazer tic-tac, então não estás vivo, és apenas um relógio. Pois a vida é algo mais complexo que respirar ou sentir o nosso coração a bater, por isso falamos da arte de viver, de saber viver, de aprender a viver. Necessitamos de um conhecimento, de uma ciência, de uma filosofia que nos ensine a poder viver e necessitamos de aplicar esse conhecimento. Aqui está a arte, num saber fazer as coisas, para que através desse conhecimento e nesse fazer as coisas, baseados no que estamos a aprender, recolhamos também uma experiên-cia. E assim vamos acumulando um saber, um fazer e uma experiência que é o que nos ajuda a caminhar por este longo caminho da vida.

Os gregos sempre nos falaram da vida como um cami-nho, como uma viagem, tal como representámos nesta exposição “Ulisses, a Viagem interior do Herói”, essa longa viagem do homem que busca chegar a um fim, que busca chegar a um destino. Para Ulisses o seu destino foi Ítaca, a sua pátria, a sua ilha amada onde o esperava Penélope, a sua esposa, e o seu filho. Para nós, o nosso destino pode estar no melhor que esperamos para realizar os nossos ideais, os nossos objectivos, aquilo com que sonhamos. Mas o importante, neste momento, é reflectir sobre como o vamos viver, como vamos chegar a esse destino, a esse final, como vamos conseguir alcançar aquilo com que sonhamos, como vamos caminhar ou seguir con-tinuando na barca como Ulisses, ou como esse peregrino, esse caminhante pelo caminho da vida.

Todos sabemos que a vida nos vai trazer dificuldades, sabemos que a vida nos vai trazer obstáculos. Estes obs-táculos irão apresentar-se-nos em diferentes etapas desta vida, deste caminho, desde a juventude até sermos an-ciãos. Cada um destes obstáculos, cada uma destas pro-vas, como costumamos chamar-lhes, cada uma destas circunstâncias difíceis, adversas, paralisam-nos e colocam-nos perante uma decisão. Temos que saber como res-

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A educação deve fazer parte do processo de expansão da vida, que sempre começa de dentro. A criança é maleável e ainda não possui o nível de auto-percepção dos adultos; por isso, é extremamente importante que qualquer ensinamento seja oferecido de maneira agradável, sem forçar o seu crescimento natural.

Esse esforço começa aquando do nascimento da pessoa, senão antes. Devemos ter em mente que o fenómeno de expansão começa com uma natureza que não é condicionada nem auto--consciente, e portanto é extremamente maleável. Ela pode facilmente ser afectada não apenas por acções que tenham o propósito de influenciá-la, mas também por influências subtis.

Embora o ambiente tenha grande importância, o mais impor-tante para a criança são as pessoas mais próximas a ela. Mesmo que no ambiente haja muito sofrimento, se a influência dessas pessoas for do tipo certo, até mesmo o sofrimento à sua volta pode ser um meio de evocar na criança sentimentos de com-paixão e simpatia.

A compreensão de que certas coisas não são agradáveis, que deviam ser diferentes ou não deviam existir, produz uma mu-dança na consciência e faz brotar a vontade e a capacidade de modificá-las. Portanto, o instrutor deve ser uma pessoa que possua conhecimento amplo e cuja natureza, incluindo os seus pensamentos e emoções, sejam úteis à criança a cada momen-to. Podemos tentar entender como deve ser um instrutor, e procurar pessoas que se aproximem desse perfil.

O ambiente para o crescimento da criança deve ser o melhor possível para esse propósito. O objectivo deve ser extrair de cada uma delas as suas melhores qualidades e capacidades. Esse é o significado da palavra educação.

Se tudo o que houver de bom numa criança for fortalecido tanto quanto possível nos seus primeiros anos de vida, ela po-derá mais tarde partir para o mundo, onde as influências estão muito misturadas, e enfrentar o que quer que seja com a sua força já desenvolvida.

Na educação, parece haver uma teoria segundo a qual a criança deveria ser deixada completamente livre para fazer o que quiser e aprender com as experiências. Mas não deveríamos dizer às crianças que não mergulhem em águas profundas sem saber nadar, ou que fujam de uma cobra venenosa? Deve-se dar às crianças o benefício das experiências de outras pessoas. Se em nome da liberdade a criança fosse deixada vagueando pelas ruas e aprendendo por si mesma, não desenvolveria a capaci-dade de se proteger e de manter a sua liberdade.

Qual deve ser a principal característica da educação nos pri-meiros anos de vida? Obviamente, a influência que cerca um novo ser – novo para todos os propósitos práticos – deve ser estimulante e salutar. A creche, a sala de aula e o lar devem ser coloridos, não “anémicos” ou indefinidos. Deve-se rodear a criança com coisas que propiciem o desenvolvimento da sua inteligência, a sua capacidade de afecto e tudo o que há de me-lhor na sua natureza.

Não pode haver nada mais proveitoso para qualquer ser huma-no do que as influências da natureza, as árvores, as flores, a água corrente, etc. A criança tem um interesse natural por qualquer coisa viva, como as plantas e os animais.

NilakanthaSri Ram

(1889-1973)filósofo indiano

OVerdadeiro

Sentidoda

Educação

Parte 2

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Não sei se todos nós compreendemos o medo, na educação, é um factor inibidor e prejudicial. Mesmo que haja algo a ser corrigido na criança, o melhor método é explicar e convencê-la de que tal coisa é indesejável. O processo de crescimento é um processo de trazer para fora o que está dentro: as suas qualida-des inatas, o seu génio, o seu talento. Isso só é possível numa atmosfera de liberdade. O instrutor deve adaptar-se ao cresci-mento da criança, encarando os processos desse crescimento como pontos onde o auxílio, a instrução ou a orientação são necessários.

A criança tem uma natureza tripla: a natureza do corpo, das emoções e da mente. Ela relaciona-se com tudo à sua volta nesses três níveis. Cada um desses aspectos precisa ser ajudado para se expandir de um modo natural, sem distorção.

Nos primeiros anos de vida, talvez o crescimento e o controlo do corpo requeiram mais atenção. Não é preciso dizer que a criança deve ser alimentada apropriadamente e que o corpo não deve ser negligenciado. O domínio do corpo físico, o seu perfeito ajustamento e a sua utilização de maneira graciosa e naturalmente expressiva torna-lo-ão um instrumento apropria-do para ser usado espiritualmente. Deve-se ajudar a criança a atingir uma certa medida de autocontrolo, a coordenar os seus movimentos, a usar adequadamente as suas pernas e braços e a aprender boas maneiras.

A criança precisa aprender, desde os primeiros anos de vida, a manter-se limpa. Depois deve haver um treino dos sentidos, incluindo as cores e os sons. Uma das maneiras de entrar em contacto com a vida na natureza é ouvir os seus sons.

Os sentidos são as janelas da alma. Quando o seu alcance au-menta, toda a superfície de contacto com a vida também é aumentada. O pensamento e a formação de imagens, que é parte do nosso pensar, baseiam-se nas impressões dos sentidos. A imaginação não acontece no vácuo; ela é estimulada pelas nossas reacções.

A apreciação das artes e a prática de uma arte específica para a qual a criança tenha aptidão deve ser parte do programa edu-cacional. Esta é, com certeza, uma maneira de refinar e educar as emoções.

As emoções e sentimentos têm um papel mais vital que o corpo físico ou o intelecto. Até mesmo a saúde depende, em grande parte, da condição emocional da pessoa. Mas a nossa educação não dá qualquer atenção a isso, e baseia-se quase ex-clusivamente no cultivo da mente. Se pudermos estimular a ca-pacidade de afeição e simpatia da criança para com os outros, estaremos dando um impulso à sua evolução.

Uma criança deve, desde os primeiros anos, aprender a ter con-sideração para com os outros em todos os contextos. Além disso, a educação deve preparar o indivíduo para continuar a aprender pelo resto da vida.

Qual a finalidade da vida? Talvez seja mais vida, com a crescente compreensão das suas potencialidades e do poder de criar, de modo que possa fluir cada vez mais livremente e criar segundo a própria vontade. Deve-se ajudar as pessoas a atingir o mais alto grau de inteligência possível e a serem livres para fazer uso dessa inteligência; então, na sua liberdade, elas poderão fazer o que desejarem. Educar deveria significar “abrir caminhos” nos

cérebros e corações dos jovens, caminhos que se alargarão e os levarão em frente num processo de aprendizagem incessante, através de uma corrente de reacção construtiva do ambiente para a alma e da alma para o ambiente.

A alma do homem é imortal e o seu futuro é o futuro de algo cujo crescimento e esplendor não tem limites. Por isso, a edu-cação no sentido verdadeiro deve ser a educação do corpo, da mente e das emoções, de tal maneira que juntos formem um instrumento para a expressão da alma e a realização do seu propósito.

Verdades fundamentais

A mente deve ser cuidadosamente treinada para desenvolver as suas capacidades, e não deve encher-se com coisas desne-cessárias. O importante é desenvolver uma mente que não imite apenas, que seja capaz de agir por si própria e que tente aprender e descobrir as coisas por si mesma, enquanto faz uso do conhecimento dos outros. A mente, como um sensível apa-relho de rádio, deve ser capaz de captar as coisas e mantê-las em foco com clareza, percebendo as suas implicações e indo além das irrelevâncias em direcção à realidade dos factos.

Uma educação realmente completa, deve fornecer à criança os fundamentos de todos os ramos importantes do conhecimen-to, mas isso deve ser feito sem sobrecarregar a sua mente com detalhes. Nós enchemos o nosso cérebro com muitas coisas desnecessárias. Se eliminássemos tudo isso e descobríssemos o que é realmente útil para o indivíduo, o que é essencial saber e o que representa um bom conhecimento do mundo, estaríamos a oferecer uma educação de real valor para a criança.

A tudo isso eu juntaria o ensino de certas verdades fundamen-tais, como a noção de vida una; o facto de que o homem não é apenas um corpo, mas que usa o corpo; a ideia de que nós cria-mos o nosso próprio destino; e até mesmo a reencarnação e o Karma. Tudo isso deve ser apresentado não como um dogma, mas como uma visão da vida, de maneira plausível e razoável.

Uma ideia importante a ser enfatizada desde o início é a de rea-lizar todo o trabalho, por menor que possa parecer, tão bem quanto possível.

Muitas crianças têm em si grandes possibilidades que algumas vezes não desabrocham; elas possuem talentos ocultos para os quais não há propósito nas suas vidas. Por isso, quando alguém recebe a tarefa de educar uma criança, não deve pensar que é uma tarefa insignificante. Essa visão é completamente equivo-cada, porque se ajudarmos a criança a desenvolver-se da me-lhor forma possível, ela crescerá e fará muitas coisas boas. Com o auxílio que damos aos outros podemos estar a ajudar o mun-do de maneira ampla, muito mais do que podemos entender.

Apenas os melhores homens e mulheres deveriam ser escolhi-dos como educadores. Não necessariamente os melhores do ponto de vista académico. Muito frequentemente aqueles que obtêm um título pela “super-concentração” num determinado assunto, o que, em muitos casos, resulta numa restrita perspecti-va e até desequilibrada. Nem sempre os eruditos são os melhores para desempenhar certas tarefas, como lidar com pessoas.

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O ser humano caminha pela Vida e ao mesmo tempo questiona-se porque caminha.A viagem iniciou-se há muito tempo, mas surge sempre a pergunta: Para onde vamos? A Filosofia (philo: amor, procura + sophia: sabedoria, conhecimento vivencial) mostra-nos a pos-sibilidade de encontrar resposta para esta e muitas outras questões.O ser humano necessita de caminhar com convicção, e para fazê-lo precisa de conhecer os motivos e os fundamentos.Se tu és um buscador e queres descobrir as respostas que estão por detrás de alguns dos puzzles da Vida, este curso é para ti, pois a FILOSOFIA guarda um tesouro para aqueles que se atrevem a abrir os seus horizontes.

Descobre o nosso legado ancestral

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Descobre-te a ti próprio

- As sete dimensões no Homem e no Universo.- O equilíbrio como meio para alcançar a felicidade.- Os caminhos da sabedoria: o amor, a beleza e a filosofia.- Índia: a Guerra e harmonia interior.- Karma e Dharma: o Homem e o sentido da vida.- Filosofia Budista: Vias para a superação da dor.

Descobre o mundo que te rodeia

- O filósofo como protagonista de uma mudança no mundo.- Grécia: a política e a arte de governo de si próprio.- O mito da caverna: como conseguir ser autêntico.- O despertar da alma e a educação à maneira clássica.

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Aqui estou, sempre vigilante, protegendo a passagem de quem se aventura a entrar neste Museu Nacional de Arqueologia, já chamado Leite de Vas-concelos em homenagem a esse grande investigador e explorador das coisas do passado a quem devo a amabilidade de ter-me trazido para este museu. Esta foi a minha última viagem, relativamente breve pois do Jardim Botânico para aqui, apesar do meu peso, é uma simples viagem. Bem mais aventurosa foi a outra há mais de dois séculos quando me trouxeram, acompanhado por outro irmão-guerreiro, para Lisboa e assim ficámos à entrada do Jardim Botânico da Ajuda, a velar por uma outra entrada mas, naquele momento, pertencíamos ao espólio da Casa Real!

Essa viagem foi uma verdadeira aventura pela distância e pelos caminhos percorridos. Viemos de terras bem distantes, para lá do rio Douro, dessa re-gião a que chamam terras de Barroso e que os vossos antepassados romanos chamavam de Galécia. E ainda não percebo porque continuam a chamar-nos guerreiros lusitanos! Ah sim!, agora fazeis uma identificação do actual territó-rio de Portugal com a antiga Lusitânia… e sois os descendentes desses mes-tres artistas e guerreiros que me perpetuaram neste granito robusto! Quem o saberá?

Agora observam-nos, descrevem-nos, analisam-nos… e no entanto o nosso mistério continua ainda por revelar. Sabem que “envergo um saio de decote em ângulo, manga curta e represen-tação sumária dos músculos do peito; este saio é cingido por um cinturão, descaído na frente; a cabeça é bem proporcionada, com indicações claras de cabelo curto, olhos em amêndoa, nariz achatado e largo com narinas, boca marcada por uma fenda a separar os lábios e leve depressão a assinalar o queixo”. E também sabem que “ostento várias armas: em posição central, cae -tra redonda e plana, com umbo, sendo bem visível o desenho decorativo em labirinto que está seguro pela mão esquerda com correias cruzadas no antebraço, e na mão direita empunho um punhal triangular curto, intro-duzido numa bainha sem conto”. Também “uso, no pescoço, torques com aro aberto espessado nos remates voltados para a frente e apenas no braço direito mostro uma bracelete de dois toros; os braços, simétricos, estão do-brados pelo cotovelo e unidos ao corpo; os membros inferiores, com rótula protuberante nos joelhos, estão truncados pelas pernas, representadas sepa-radamente, mas unidas pelo bloco em que estão esculturadas”.

E depois? Excelentes descrições, tal como excelentes desenhos ou imagens, não são suficientes para penetrar na essência ou ser dessa imagem. E nunca se esqueçam que a imagem é sempre o mais exterior, mais superficial. Atra-vés dela alcança-se a essência mas é preciso percorrer esse caminho entre o parecer e o ser…

23rubrica

Eu fui,

Eu sou…

Ecos do p

assado

Guerreiro Lusitano

José Antunes | Director da Nova Acrópole Porto

Haveis de vos esforçar, lusitanos do sécu-lo XXI, para efectuardes essa senda até às Essências! Mas ficai sabendo:

Guerreiro fui! Guerreiros fomos! E conti-nuaremos sendo, e continuaremos a ve-lar pelas passagens, pois em nós está a verticalidade que nos mantém firmes, o olhar bem aberto da plena consciência, o escudo frontal que repele as energias destrutivas, exteriores ou interiores, a força contida no punhal, o poder solar nas virias do braço dextro e no torque do pescoço, a energia do trísceles no cin-turão… e nós não caminhamos… mas atravessamos o tempo!

Descrição retirada de Silva,Câmara Municipal de Boticas, 2008

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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº5

Lisb

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Dia 14 | Sexta-feira | 19h30Conferência

A sabedoria hermética no Antigo Egipto

- textos milenares herméticos vindos finalmente à luz -Por Isa Baptista | Egiptóloga

Dia 20 | Quinta-feira | 19h30Aula Livre

A filosofia estóicae as virtudes do cidadão

Por Cleto Saldanha | Formador da Nova Acrópole

Entrada livre mediante inscrição prévia

Dia 25 | Terça-feira | 19h30Conferência de apresentação de curso

Filosofia e Psicologia PráticaA Sabedoria Viva das Antigas Civilizações[curso em 16 sessões – terças das 19h30 às 21h30]

Dia 28 | Sexta-feira | 22h00Noite de poesia e pianoSessão dedicada

a Antero de QuentalPelo grupo de poesia Florbela Espanca da Nova Acrópole

Janeiro

FevereiroDia 3 | Quinta-feira | 19h30

ConferênciaA Divindade Ocultae os seus símbolos

Por José Carlos FernándezEscritor, investigador e director nacional da Nova AcrópoleCiclo «a Doutrina Secreta de H. P. Blavatsky – “Simbologia Arcaica”»

Dia 6 | Domingo | 10h00Visita guiada

Jardins Iniciáticosda Quinta da Regaleira

Por José Manuel AnesAutor da obra «Jardins Iniciáticos da Quinta da Regaleira»

Dia 10 | Quinta-feira | 19h30Aula Livre

Platão e as Escolas de MistériosPor José Carlos Fernández

Entrada livre mediante inscrição prévia

Dia 11 | Sexta-feira | 19h30Conferência

O I Ching e a SabedoriaMilenar da China

Por José RamosMédico de medicina tradicional chinesa e director

da Nova Acrópole em Coimbra

Dia 11 | Sexta-feira | 21h00Inauguração de exposição de pintura

OlharesDe Anabela Reis e Anabela Faia

Esta exposição estará patente até 30 de abrilde segunda a sexta das 18h às 21h00

Dia 16 | Quarta-feira | 19h00Atelier

Farmácia da NaturezaPor Isa Baptista

Inscrições Abertas

Dia 17 | Quinta-feira | 19h00Conferência-lançamentoFlorbela Espanca

A Vida e a Alma de uma PoetisaPor José Carlos Fernández

Apresentação da obra a cargo de Antonio Cândido FrancoActividade a realizar na Livraria Leya - CEBuchholz,

No âmbito das comemorações do LXXXº aniversárioda morte de Florbela Espanca

Actividades

Lisboa2011

programa

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Jan-Mar 2011 | Distribuição Gratuita

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Dia 18 | Sexta-feira | | 19h00Início de Curso

Língua ÁrabePor Margared Wardian | Professora universitária

especializada em Língua Árabe (UCP/ISCTE)[Curso em 15 sessões – sextas das 19h00 às 22h00]

Actividades organizada em parceriacom o Núcleo de Cultura e Estudos Orientais

Dia 20 | Domingo | 15h00Visita guiada

Jardim Oriental «Buda Éden»Por José Carlos Fernández

[encontro às 15h junto ao portão do Buda Éden]

Dia 22 | Terça-feira | 10h00Início de Curso

Guarda-Roupapara Teatro e Draping

Por Rita Correia[terças das 10h00 às 13h00]

Dia 24 | Quinta-feira | 19h30Conferência de apresentação de curso

Filosofia e Psicologia PráticaA Sabedoria Viva das Antigas Civilizações[curso em 16 sessões – terças das 19h30 às 21h30]

Dia 25 | Sexta-feira | 19h30Conferência

Filosofia e Resolução de ConflitosPor María Dolores Fernández-Fígares

Doutora em AntropologiaDirectora académica da Escola Superior

de comunicação de Granada

MarçoDia 5 | Sábado | 10h00

Visita guiadaDo Terreiro do Paço ao Chiado

Segredos da Lisboa MíticaPor Ana Cristina Simões e Paulo Alexandra Loução

Ciclo «Os Segredos de Lisboa»

Dia 10 | Quinta-feira | 19h30Aula Livre

A Guerra Interiore a Procura da Felicidade

Por Paulo Alexandre LouçãoEscritor, investigador e coordenador

da Nova Acrópole em LisboaEntrada livre mediante inscrição prévia

Dia 11 | Sexta-feira | 19h30Conferência

De Chavin a Machu-PichuOs Tesouros Espirituais do Perú Pré-Colombiano

Por Paulo Alexandra LouçãoApresentação do círculo de estudospré-colombianos da Nova Acrópole

Dia 17 | Quinta-feira | 19h30Início de curso

Florais de BachPor Carmen Morales

Terapeuta e formadora da Nova Acrópole[curso em 8 sessões – quintas das 19h30 às 21h00]

Dia 18 | Sexta-feira | 19h30Conferência

O Caminhoda Realização Espiritual

Comentários filosóficos ao «Siegfried» de WagnerPor José Carlos Fernández

Dia 19 | Sábado | 10h-13h e 15h-18hSeminário

Matemáticae Geometria Sagradas

Módulo 1Por José Carlos Fernández e Paulo Alexandre Loução

Actividade realizada no âmbito do círculo de estudos de matemática e geometria sagradas Lima de Freitas

CONTINUA

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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº5

Por

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Dia 12 | Quarta-feira | 19h30 A Hora do Mito

Teseu no Labirinto do MinotauroPor Graça Lameira | Formadora da Nova Acrópole

Entrada livre

Dia 17 | Segunda-feira | 19h30 Início do Curso

Os Mitos UniversaisDuração: 32 horas (16 aulas)

Participação: 150€ (jovens até 30 anos, 50% desconto)

Segundas das 19h30 às 21h30

Dia 20 | Quinta-feira | 20h00Início do Curso

Filosofia e Psicologia PráticaA Sabedoria Viva das Antigas Civilizações

[curso em 16 aulas – Quintas das 20h00 às 22h00]Participação: 150€ (jovens até 30 anos, 50% desconto)

Dia 21 | Sexta-feira | 21h30Conferência

Sólon: Poderá um político ser Bom, Justo e Verdadeiro?”

Por José Antunes | Director da Nova Acrópole Porto

Entrada livre

Janeiro

Dia 20 | Domingo | Das 16h às 21hAudição comentada

«Siegfried» de WagnerPor José Carlos Fernández

Dia 23 | Quarta-feira | 19h30Conferência de apresentação de curso

Filosofia e Psicologia PráticaA Sabedoria Viva das Antigas Civilizações[curso em 16 sessões – Quartas das 19h30 às 21h30]

Dia 25 | Sexta-feira | 22h00Noite de poesia e pianoSessão dedicada

à «Primavera» e ao «Amor»Pelo grupo de poesia Florbela Espanca da Nova Acrópole

Dia 3 | Domingo | 08h00Visita guiada

Tomar – Cidade TempláriaPor Paulo Alexandre Loução

Autor da obra «Os Templários na Formação de Portugal»

Dia 7 | Quinta-feira | 19h30Aula livre

O Filósofo como protagonista de uma mudança no Mundo

Por Daniel Oliveira | Formador da Nova AcrópoleEntrada livre mediante inscrição prévia

Dia 8 | Sexta-feira | 19h30Conferência

Montesquieu e Rosseau:O Homem é bom ou mau por Natureza?

Por Cláudio Craveiro

Dia 14 | Quinta-feira | 19h30Conferência de apresentação de curso

Filosofia e Psicologia PráticaA Sabedoria Viva das Antigas Civilizações[curso em 16 sessões – Quintas das 19h30 às 21h30]

Dia 17 | Domingo | 9h30Caminhada na Serra de Sintra

Identificação de Plantas e leitura de textos sobre a Primavera

António Balcão Vicente

Contactos para informações e inscriçõesAv. Antº Augusto de Aguiar, 17 – 4º Esq. | 1050-012 Lisboa

Tel.: 213 523 056 / 939 800 855 [email protected]

Abril

Actividades

Porto2011

programa

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Page 27: Conhece-te a ti mesmo Nº5

Jan-Mar 2011 | Distribuição Gratuita

Por

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Contactos para informações e inscriçõesAv. da Boavista 1057 | 4100-129 PORTO

Tel.: 226 009 277 / 918 058 [email protected]

Dia 26 | Quarta-feira | 19h30A Hora do Mito

Mitos Japoneses:Amaterasu

Por Mª Emília Ribeiro | Formadora da Nova Acrópole

Entrada livre

Dia 29 | Sábado | Das 15h30 às 18h30Seminário

Matemática e Geometria Sagradas no Cristianismo Primitivo

Por José Carlos Fernández | Dir. Nacional da Nova AcrópoleParticipação: 15€ (jovens até 30 anos, 50% desconto)

Dia 09 | Quarta-feira | 19h30 A Hora do Mito

Histórias dos Jatakas BudistasPor Graça Lameira

Entrada livre

Dia 15 | Terça-feira | 20h00Início do Curso

Sabedoria Viva do Oriente e do Ocidente

Uma Filosofia Prática para o Séc. XXI[curso em 16 aulas – Quintas das 20h00 às 22h00]Participação: 150€ (jovens até 30 anos, 50% desconto)

Dia 18 | Sexta-feira | 21h30Conferência

Giordano Bruno e a Liberdadepara Pensar Diferente

Por José Antunes

Entrada livre

Dia 23 | Quarta-feira | 19h30A Hora do Mito

Mitos das Estrelasna Grécia Antiga

Por Mª Emília Ribeiro

Entrada livre

Dia 2 | Quarta-feira | 19h30 Início do Curso

Os Mitos UniversaisDuração: 32 horas (16 aulas)

Quartas das 19h30 às 21h30

Participação: 150€ (jovens até 30 anos, 50% desconto)

Dia 9 | Quarta-feira | 19h30 A Hora do Mito

O Mito de PrometeuPor Graça Lameira

Entrada livre

Dia 18 | Sexta-feira | 20h30Jantar – Tertúlia

Francisco Rodrigues LoboPoeta e Filósofo

Actividade no âmbito do Círculo de Estudos de História e

Cultura Portuguesa da Nova Acrópole

Participação: 12€; Inscrições até 14 Março

Dia 23 | Quarta-feira | 19h30A Hora do Mito

Lohengrin:O Cavaleiro do Cisne

Por Mª Emília Ribeiro

Entrada livre

Fevereiro

Março

NOVA ACRÓPOLE NO PORTO

Um espaço para formação, culturae convivência.

ConferênciasTertúlias literárias

Workshops

Cine-debateTeatro

Visitas culturais

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Page 28: Conhece-te a ti mesmo Nº5

Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº5

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Dia 13 | Quinta-feira | 21h00Ciclo Grandes Mitos

Conferência

Mito de PsiqueAs Provas da Alma

Por Françoise Terseur | Filósofa e Escritora

Entrada Livre

Dia 22 | Sábado | 16h00Café Filosófico

Somos realmentedonos da nossa Vida?

Por José Ramos | Director da Nova Acrópole Coimbra

Entrada Livre

Dia 26 | Quarta-feira | 20h00Início do Curso

Filosofia e Psicologia PráticaA Sabedoria Viva das Antigas Civilizações

[curso em 16 sessões – Quartas das 20h00 às 22h00]

Participação: 15€ inscrição e 4 mensalidades de 30€

(50% redução para estudantes, desempregados e reformados)

Inscrições abertas (assistência livre à aula de apresentação)

Janeiro

Dia 29 | Sábado | Das 10h às 12hActividade “Hygea - Para a Promoção da Saúde”

Consultório Aberto

Compreender a DorPor José Ramos

Médico de Medicina Chinesa, voluntário de Hygea

Participação Livre

Dia 29 | Sábado | 16h00Ciclo “Olhares sobre a condição humana”

Conferência

A Condição humana vista através da obra “Confissão” de Lev Tolstoi

Actividade comemorativa do Centenárioda Morte de Tolstoi

Por Françoise Terseur | Filósofa e Escritora Entrada Livre

Dia 2 | Quarta-feira | 20h00Início do Curso

OratóriaA Arte de falar em Público

Por José Ramos | Director da Nova Acrópole em Coimbra Horário: Quartas-feiras das 20h às 22h

Duração: 9 semanas

Participação: 95€

Inscrições abertas até 28 de Janeiro

Dia 5 | Sábado | 10h-13h e 15h-18hActividade “Hygea - Para a Promoção da Saúde”

Curso

MorfopsicologiaO Rosto e a Personalidade

Por José RamosMédico de Medicina Chinesa, voluntário de Hygea

Participação: 60€Inscrições abertas até 28 de Janeiro

Dia 12 | Sábado | 16h00Café Filosófico

A Moral nos nossos diasPor Françoise Terseur | Filósofa e Escritora

Entrada Livre

Fevereiro

Actividades

Coimbra2011

programa

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Page 29: Conhece-te a ti mesmo Nº5

Jan-Mar 2011 | Distribuição Gratuita

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Dia 19 | Sábado | Das 16H às 19HActividade “Hygea - Para a Promoção da Saúde”

Workshop

Primeiros Socorros e cuidadosbásicos de saúde a Crianças

Por Elvira Margarida FernandesEnfermeira, voluntária de Hygea

Participação LivreInscrições abertas até 4 de Fevereiro

Dia 20 | Domingo | 16h00

Conta ContosPor Ana Margarida Costa e Sónia Oliveira | Animadoras

Participação Livre

Dia 24 | Quinta-feira | 21h00Ciclo Grandes Mitos

Conferência

Mito de ErO Homem que Regressou da Morte

Por Françoise Terseur | Filósofa e Escritora Entrada Livre

Dia 28 | Segunda-feira | 18h00Início do Curso

Filosofia e Psicologia PráticaA Sabedoria Viva das Antigas Civilizações

[curso em 16 sessões – Segundas das 18h00 às 20h00]

Participação: 15€ inscrição e 4 mensalidades de 30€

(50% redução para estudantes, desempregados e reformados)

Inscrições abertas (assistência livre à aula de apresentação)

Dia 5 | Sábado | Das 10h às 12hActividade “Hygea - Para a Promoção da Saúde”

Consultório AbertoCâncer e Anti-Câncer

Médico de Medicina Chinesa, voluntário de HygeaParticipação Livre

Dia 5 | Sábado | 16h00Ciclo “Olhares sobre a condição humana”

ConferênciaA Condição humana vista através da obra “Contemplações” de Victor Hugo

Por Françoise Terseur | Filósofa e Escritora Entrada Livre

Dia 12 | Sábado | Das 10h às 13hSeminário

Matemática e Geometria SagradasPor Paulo Loução | Investigador e Escritor

Participação: 20€

Inscrições abertas até 4 de Março

Dia 12 | Sábado | Das 17h às 19hActividade “Hygea - Para a Promoção da Saúde”

Workshop

Relaxamentoem busca da Saúde e VitalidadePor Laura Bettencourt | Psicóloga, voluntária de Hygea

Participação Livre

Inscrições abertas até 4 de Março

Dia 17 | Quinta-feira | 21h00Conferência

O Graal da AlquimiaPor José Ramos | Director da Nova Acrópole em Coimbra

Entrada Livre

Actividades Regulares

Aulas de PinturaPor Françoise Terseur

Horários: Sextas-feiras das 15h às 17h e das 19h às 21hMensalidade: 30€

Aulas de Chi KungActividade “Hygea - Para a Promoção da Saúde”

Por José RamosHorário: Sextas-feiras das 19h às 20h

Mensalidade: 25€

Aulas de Tiro com ArcoPor João Álvaro

Horário: Sábados à tarde | Mensalidade: 30€

Aulas de GuitarraPor Mário Morais

Aulas individuais em horário a combinar Mensalidade: 45€

Aulas de Iniciação ao PianoPor Jorge Fontes

Aulas individuais ao fim-de-semana em horário a combinarMensalidade: 45€

Contactos para informações e inscriçõesRua do Brasil, 194 R/C Dto. | 3030-775 Coimbra

Tel.: 239 108 209 / 933 931 [email protected]

Março

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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº5

Avei

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Contactos para informações e inscriçõesRua Tenente Resende, Nº 15 - 1ºB | 3800-268 Aveiro

Tel.: 937 026 070 [email protected]

Actividades

Aveiro2011

programa

Dia 19 | Quarta-feira | 21h00Conferência

O Caminho de Santiagoe a Tradição Mística Ocidental

Por João Ferro | Formador da Nova AcrópoleEntrada Livre

Dia 25 | Terça-feira | 20h30

Iniciação à Sabedoriado Oriente e do Ocidente

[curso em 16 sessões – Terças das 20h30 às 22h30]

Participação: 15€ inscrição e 4 mensalidades de 30€

(50% redução para estudantes, desempregados e reformados)

Inscrições abertas (assistência livre à aula de apresentação)

Dia 3 | Quinta-feira | 21h00Conferência

Tolstoi – A Condição Humana vista através da sua obra “Confissão”Actividade comemorativa do Centenário da

Morte de TolstoiPor Françoise Terseur | Filósofa e Escritora

Entrada Livre | Local a Designar

Janeiro

Dia 19 | Sábado | 10h00Seminário

Feng ShuiPelo Dr. José Ramos | Director da Nova Acrópole Aveiro

Horário: Sábado, 10h00 - 13h00 e 15h00 - 18h00

Inscrições limitadas

Dia 19 | Sábado | 16h00Conta Contos

Histórias de SemprePor Sónia Oliveira e Ana Margarida Costa | Animadoras

Local a designar | Entrada Livre

[Data a designar]Formação

Uma Aventura pelos conhecimentos das Antigas Civilizações

[curso em 16 sessões – Terças das 20h30 às 22h30]

Participação: 15€ inscrição e 4 mensalidades de 30€

(50% redução para estudantes, desempregados e reformados)

Inscrições abertas (assistência livre à aula de apresentação)

Dia 2 | Quarta-feira | 21h00Conferência

A Educação – A Base Da civilizaçãoPor Margarida Maia | Professora e formadora da Nova Acrópole

Entrada Livre

Dia 12 | Sábado | 17h00Seminário

Matemática e Geometria SagradasPor Paulo Loução | Escritor e Investigador

Horário: 17h00 - 20h00 | Inscrições limitadas

Dia 23 | Quarta-feira | 21h00Conferência

O Graal – da Lenda à VerdadePor João FerroEntrada Livre

Fevereiro

Março

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Page 31: Conhece-te a ti mesmo Nº5

Jan-Mar 2011 | Distribuição Gratuita

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Dia 5 | Sábado | 15h00Projecção de Imagens comentadas

As principais Civilizaçõesda História da HumanidadePor Isabel Areias | Dir. Nova Acrópole Huambo

Dia 11 | Sexta-feira | 17h00Apresentação Comentada do Filme

EgiptoO Mistério por trás das Pirâmides

Parte IIPor Isabel Areias

Dia 19 | Sábado | 15h00

Concurso de Poesia Por membros da Nova Acrópole

Fevereiro MarçoDe 7 a 11 de Março | Das 08h às 10h

CursoPsicologia Prática

José Carlos FernándezInvestigador e Director da Nova Acrópole Portugal

De 7 a 11 de Março | Das 08h às 10hCurso

Organização de Eventose Atendimento ao Público

Carmen MoralesInvestigadora e formadora da Nova Acrópole

Dia 12 | Sábado | Das 09h00 às 12h00Seminário

O Auto-Conhecimentoatravés das emoções

A Terapia do Dr. BachCarmen Morales

Dia 12 | Sábado | Das 15h às 18hSeminário

Antigas Civilizações do Oriente e Ocidente

Por José Carlos Fernández

Dia 26 Março | Sábado | 15h00Conferência

Pequenas HistóriasGrandes Filósofos

Pelos membros da Nova Acrópole

Contactos para informações e inscriçõesRua Massano de Amorim | Bairro de Fátima

Cidade Alta Huambo - ANGOLATel.: (+244) 921 714 068

Actividades

Huambo2011

programa

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Page 32: Conhece-te a ti mesmo Nº5

Uma ONG para promover o enriquecimento do Homeminterior e a fraternidade filosófica entre os humanos

A Nova Acrópole é uma organização Não Governamental Interna-cional de carácter filosófico, cultural, social e ecológico. Foi fun-dada em 1957, em Buenos Aires, pelo Prof. Jorge Angel Livraga (1930-1991), historiador e filósofo.

A Nova Acrópole promove o enriquecimento do Homem Interior e a fraternidade entre os seres humanos através de actividades de carácter filosófico, cultural e de voluntariado social e ecológico. Num espírito ecléctico fomenta a prática dos ensinamentos dos grandes sábios de todos os tempos, sabendo que a aplicação do conhecimento gera um indivíduo melhor que, por sua vez, pode dar o seu contributo na construção de um mundo novo e melhor. Como afirmava Gandhi, devemos ser a mudança que desejamos para o mundo.

A experiência viva da Filosofia sustenta um modelo de cultura activa e participativa que desperta as melhores qualidades de cada um e amplia o horizonte mental, que se abre a todas as manifestações do espírito. Este estilo de cultura torna-nos livres e melhores.

A vocação de serviço à humanidade concretiza-se num decidido compromisso com a sociedade de hoje e com o futuro, através de uma vontade de encontrar respostas e soluções para as grandes interrogações que provoca em nós um mundo cheio de contradi-ções e desafios.

A acção da Nova Acrópole tem como eixo fundamental a FORMAÇÃO filosófica que se reflecte em duas vertentes funda-mentais de actividades: VOLUNTARIADO social e ecológico e CULTURA. A sua carta de fundação assenta nos seguintes três princípios:

I. Reunir os Homens e Mulheres de to-das as crenças, raças e condições sociais em torno de um ideal de fraternidade universal;

II. Despertar uma visão global através do estudo comparado da Filosofia, das Ciências, Religiões e Artes;

III. Desenvolver as capacidades do indivíduo para que possa integrar-se na Natureza e viver segundo as característi-cas da sua própria personalidade.

Todos aqueles que partilhem estes prin-cípios podem associar-se à Nova Acró-pole como Membros depois de fazer o 1º nível do programa de formação.

www.nova-acropole.pt

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