Conhece-te a ti mesmo Nº2
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Conhece-teBoletim Filosófico da Nova Acrópole Nº2 | Distribuição Gratuita | Jan-Mar 2010
LisboaPortoCoimbraAveiro
programade actividades
vide interior
Hipátia
Indivíduo ou massa?
Até uma Nova LiberdadeA Arte de Triunfar na Vida
Meditações
Na demanda da Alma dos Números
A Navalha de BarbearLeonardoda Vinci
Imperador-FilósofoMarco Aurélio
Nasrudin e a Chave Perdida
Filosofia ePsicologia Práticacurso
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
Ficha TécnicaPropriedadeNova Acrópole PortugalAv. Antº Aug. Aguiar, 17 4º esqº1050-012 Lisboa
DirectorJosé Carlos Fernández
GrafismoDaniel Oliveira
ColaboraçãoJORGE ANGEL LIVRAGA
Delia Steinberg Guzmán José Carlos Fernández
Para quêconhecer-se?
Projecto EditorialPaulo Loução
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O nome deste Boletim Filosófico é uma má-xima moral, um ensinamento milenar, uma petição e também uma recordação, bem
como um símbolo de todos os enamorados da verda-de e do saber: “Conhece-te a ti mesmo” foi atribuida a um dos Sete Sábios Gregos, personagens históricas cuja prudência e visão espiritual fez com que todos eles penetrassem no mito e fossem representados juntos em pinturas, mosaicos, representações teatrais: os seus conselhos e ensinamentos, sempre lapidários, parecem jóias e cada uma delas pode muito bem con-verter-se num lema de vida.
Os historiadores gregos e romanos dizem que grande parte destas máximas estava gravada nos muros do Templo de Apolo, Deus da Harmonia, no santuário de Delfos. E também que o “Conhece-te a ti mesmo”, com letras de ouro, figurava na fachada do dito Templo e que Platão completaria esta máxima: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os Deuses e o Mundo” pois o ser humano, como microcosmos, é o resumo e espelho de tudo quanto vive e respira no universo, em todos os seus planos de consciência.De qualquer forma, se esta máxima chegou até nós, e é tão conhecida é devido a Sócrates, esta personagem grega que se converteu no próprio simbolo da Filoso-fia do diálogo racional que busca o sentido da vida e a verdade por detrás de todos os véus e aparências. Uma máxima que incita a buscar dentro de cada um as respostas, pois descobrir e conhecer a própria alma é conhecer e descobrir a alma de tudo o que existe. Os gregos de há quase mil anos, e através deles a nossa ci-vilização ocidental, modelaram as suas vidas e mentes ajudadas por estas máximas de fogo imperecíveis, ain-da que, como é lógico, nem sempre souberam valer-se delas.
Podemos recordar algumas das máximas destes Sete Sábios Gregos, todas elas são regras de ouro da difícil Arte de Viver se forem usadas como ferramentas para formar o próprio carácter e não só como um «objecto intelectual» estéril:«Não desejes o impossível» (Quílon de Esparta)«A medida é o melhor» (Cleóbulo de Lindos)«O exercício do poder mostra a pessoa tal como ela é» (Pítaco de Mitilene)«Não faças nada por dinheiro» (Periandro de Corinto)«Nada em excesso» (Sólon)«Não permitas que a tua língua vá mais rápido do que a tua inteligência» (Bias de Priene).
Alguns investigadores atribuem o «Conhece-te a ti
José Carlos Fernández | Dir. da Nova Acrópole em Portugal
TraduçãoCleto Saldanha
Sónia Oliveira
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
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mesmo» a Tales de Mileto, o filósofo jónio que es-quematizou o famoso teorema das linhas paralelas cortadas por duas rectas, teorema que é uma expres-são geométrica da Lei de Analogia na Natureza e que enlaça o mundo dos Números (Aritmética) com o da Geometria, ou seja, o das verdadeiras causas com os verdadeiros efeitos.A queda do Império Romano significou o fim desta forma de pensar e de viver, medida e prudente, mas a máxima “Conhece-te a ti mesmo” foi, é e será a bandei-ra e insígnia dos apaixonados pela sabedoria. Porquê? Podemos responder com outro dos ensinamentos atribuídos aos Sete Sábios Gregos: de todos os hábi-tos do ser humano, o mais pernicioso e comum, o que mais dor causa e o que em definitivo arrebata o seu tempo de vida é querer ser diferente de quem se é, ou seja, querer imitar a outro ou comparar-se desneces-sariamente aos restantes. A verdade é que passamos a vida a imitar os outros em vez de procurarmos no fun-do da alma aquilo que temos para oferecer ao mundo, quem e como somos realmente e como desenvolver essa natureza interior, a única que nos pode outorgar a verdadeira felicidade. Os filósofos egípcios e indianos compararam este processo de crescimento e abertura da alma com o crescimento do lótus e como este abre as suas pétalas por cima das correntes enlameadas do medíocre e massificante para um Sol de pura auten-ticidade. Disseram, também, que a nossa verdadeira essência é como uma estrela e que devemos caminhar em direcção a essa estrela. Conhecer-se a si mesmo é arrancar a máscara, desvelar quem somos, sair da massa, despertar o indivíduo. É, portanto, o princípio da liberdade interior: pode um leão que sempre viveu como uma ovelha e que acreditou mesmo que era uma ovelha ser livre como ovelha? Não, somente poderá ser livre a partir da sua verdadeira natureza, ou seja, como leão e quando despertar o seu Ser Leão parecer-lhe-á
Esse Tu mesmo é a chave que abre todas as portas, pois que portas se podem abrir
sendo outro?
Conhecer-se a si mesmo é arrancar a máscara, desvelar quem somos, sair da massa, despertar o indivíduo
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
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A escada de ouroVida limpa, mente aberta,
Coração puro, intelecto desperto,percepção espiritual sem véus,
fraternidade face ao condíscipulo.
Prontidão para dare receber conselho e instrução,
leal sentido de dever face ao mestreobediência aos mandatos da Verdade,
todas as vezes que colocamosa nossa confiança Nele
e acreditamos que o Mestre a possui..Valor para suportar as injustiças pessoais,
enérgica declaração de princípios,valente defesa dos que são
injustamente atacados,e olhar sempre fixo no ideal humano
de progresso e perfeiçãoque revela a ciência secreta.
—Essa é a Escada de Ouro,por cujos degraus o aspirante pode ascender
ao Templo da Sabedoria Divina.
H. P. Blavatsky
que toda a sua vida anterior foi como um sonho.
Na estela funerária (stecci) de um sábio da tradição
mística bogomil, do séc. XI ou XII, figura a seguinte ins-
crição:
«Tu que lês nesta minha pedra, talvez tenhas ido até à
estrela e regressado, já que ali não há nada mais a não
ser tu mesmo de novo».
Esse «Tu mesmo» é a chave que abre todas as por-
tas, pois que portas se podem abrir sendo outro? Se,
caminhando pela noite, encontrarmos uma corda e
acreditarmos que é uma serpente, o medo de passar-
mos, todos os movimentos que realizarmos, etc... serão
inúteis, porque não se trata de uma serpente, mas de
uma corda. Assim, a vida que construimos acreditan-
do ser «outro» diferente de Quem-somos-realmente,
sem ter despertado a nossa verdadeira natureza é uma
miragem, uma perda de tempo e, afastados da nossa
verdadeira senda, um caminho de dor.
Quando a nossa alma se abre à bênção de um céu es-
trelado, quando sentimos que desperta com a suavís-
sima paleta de cores de um amanhecer, quando estre-
mece com a pureza e vigor de uma cascata ou parece
que dança ao contemplar o balançar dos ramos das
árvores e o cintilar das suas folhas beijadas pelo vento,
porquê a natureza se apresenta como uma promessa,
como uma esperança, como um desafio, como uma
canção, como uma árvore mágica cujos frutos de ouro
são as infinitas respostas que Nela podemos ler? O eco
desta canção da vida na nossa alma faz-nos pensar
que essas imagens e estas verdades vivem e esperam
dentro. Se não fosse assim, a beleza da natureza não
encontraria resposta na alma. Conhecer-se a si mesmo
é conhecer o segredo da natureza, é encontrar dentro
de nós montanhas e vales, estrelas e lama também, é
encontrar o ponto de convergência do caminho de
vida e do caminho da alma, o mistério da Dupla Espiral.
Conhecer-se a si mesmo é saber que nos encontramos
num labirinto e, também, encontrar o fio de prata,
o fio de Ariadna que nos permita sair feliz e triunfal-
mente. Conhecer-se a si mesmo é a pedra angular para
sermos fiéis a nós mesmos e sem fidelidade aos nossos
compromissos e sonhos, ou seja, a nós próprios, a vida
é um inferno e um baile de máscaras.
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
Saindo um dia a navalha de barba do cabo que serve de bai-
nha a si mesma, e pondo-se ao sol, viu o sol espelhar-se no seu
corpo; daí sentiu extrema vaidade, e dando voltas ao pensa-
mento, começou para consigo mesma a dizer: - Ora tornarei
àquela loja donde novamente saí? Certamente que não; não
agrada aos Deuses que tanta beleza caia em tão vil condição!
Que loucura seria a que me conduziu a rapar barbas ensabo-
adas de rústicos aldeãos e a fazer mecânicas operações! Este
corpo é para tais exercícios? Claro que não. Vou esconder-me
em qualquer sítio oculto, e ali com tranquilo repouso tenciono
passar a minha vida.
E assim, escondida por muitos meses, um dia voltando ao ar li-
vre, e saindo da sua bainha, viu-se parecida com uma serra fer-
rugenta, e a sua superfície já não reflectia o sol resplandecente.
Com vão arrependimento debalde chorou o dano irreparável,
dizendo para consigo: - Oh! Quanto melhor seria exercer com
o barbeiro o meu perdido corte de tanta finura! Onde está a
lustrosa superfície? É claro que a má e incómoda ferrugem a
consumiu!
O mesmo acontece aos espíritos que em vez do exercício se
entregam ao ócio; estes, tal como a dita navalha, perdem a sua
cortante subtileza, e a ferrugem da ignorância destrói a sua
forma.
A navalhade barbear
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
Leonardo da Vinci
Pistas de Reflexão :
- Já me comportei como a navalha?
- Tenho receio de me comprometer em nome de uma suposta tranquilidade?
- Fujo às minhas responsabilidades naturais?
- Sinto que a Vida me pede algo mas a minha personalida-de resiste? Essa resistência tem oxidado a minha alma?
- A ambição e o gosto pela imagem desviou-me do caminho natural? Ainda posso regressar à via que me torna feliz?
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F á b u l a
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
7Quando Hipátia, a última grande filósofa de Alexan-dria, fechou os seus olhos ao ser torturada por um grupo de cristãos fanáticos, os parabolani, e exalava o seu último suspiro, a sua alma deve ter-se elevado como uma águia, finalmente livre da prisão de carne e sangue em que vivia.Estávamos no ano 415 d. C. e o Império Romano agonizava desfeito em farrapos face ao avanço das muitas hordas bárbaras, ávidas de cobiça e vingança. A chama do conhecimento e do amor à sabedoria das Escolas de Filosofia e de Oratória, que tinham iluminado o Mundo Clássico desde Empédocles e Pitágoras durante mais de mil anos, e que estava agora ameaçada por todas as formas de fanatismo, decomposição moral, insegurança, recebia o gélido alento de uma Idade Média e ardia cada vez mais débilmente. As consciências, sem vias racionais para estruturar uma visão ordenada do mundo, eram arrastadas pelas fantasias e loucuras de pseudo-místicos que anunciavam a iminência do fim do mundo, o regresso de Cristo e a ressurreição carnal dos mortos. Era neste ambiente de louca insensatez que um Santo Ambrósio de Milão, a cujo discurso se rendia o ceptro imperial de Teodósio, defendia que toda a história de Roma tinha sido uma preparação para a chegada do cristianismo, que traria, por fim, a sonhada Idade de Ouro de pura concórdia, felicidade, paz a todos os seres vivos. Dizia que naquele século, finalmente, o Império Romano tinha despertado do seu sonho de ignorância ao abraçar o único e verdadeiro credo da nova religião, importado dos povos vencidos do deserto. Santo Agostinho, educado na filosofia e ciência gregas, devendo, portanto, conhecer os argumentos de Eratóstenes sobre a esfericidade da Terra, afirmava nos seus discursos e livros que a Terra não podia ser redonda pois os antípodas, estando de cabeça para baixo, cairiam no nada. Era deste modo como o Santo de Hipona arrastava o vulgo à insensatez, banhando os seus escritos com as lágrimas de devoção e verbo do seu fogo.Foi neste tempo conturbado que Hipátia, mística, astrónoma, matemática e filósofa, viveu e ensinou. Teve que presenciar a destruição dos santuários an-
tigos e o assassinato e tortura dos seus sacerdotes e defensores pelas mãos dos fanáticos enlouquecidos sob as ordens, primeiro, do bispo Teófilo, e depois de Cirilo, a queima da Biblioteca de Alexandria, mas mesmo assim, preserverando no seu dever de guiar centenas, quiçá milhares de jovens e adultos no conhecimento de si mesmos, da Natureza e das suas leis.De todas as partes do mundo chegavam jovens para ouvir a sabedoria inspirada de Hipátia e recuperar a fé na harmonia da Alma do Mundo, na sua per-feição matemática e musical, na Justiça inflexível que governa o curso dos acontecimentos, dos quais sofremos os seus efeitos ignorando as suas causas.Pouco sabemos dela: que escreveu vários tratados de Matemática e Geometria, como um Comentário filosófico sobre a obra Cónicas de Apolónio de Pérgamo e outro de Aritmética de Diofanto; que os seus discípulos se converteram em personagens-chave em todo o Império Romano, prefeitos de cidades, conselheiros do imperador, bispos cristãos (como Sinésio, bispo de Ptolemaide), etc; que era a mulher mais sábia do seu tempo que todos, salvo os fanáticos sectários, respeitavam e amavam, sendo, para além disso, de uma beleza proverbial; ensinava tanto nas diversas instituições de Alexandria, como em praças públicas e na sua própria Escola de Filosofia; que o prefeito de Alexandria, Orestes, ouvia os seus prudentes conselhos como se fosse um oráculo sagrado; que inventou, provavelmente, o astrolábio para determinar as posições dos astros e um medidor de líquidos ou densidades.Para além das poucas linhas que os historiadores Damáscio e Sócrates lhe dedicaram, o pouco que sabemos provém das cartas que lhe enviou o seu discípulo Sinésio de Cirene, que, já sendo bispo, chama-a «mãe, irmã, mestra» considerando-se o seu mais fiel servidor, uma vez que servi-la, era servir os decretos da sabedoria, ou seja, a mais pura voz da consciência da Alma imortal.Através de Sinésio chegamos a conhecer a profunda e vital irmandade de almas que partilhavam os seus discípulos e as experiências místico-filosóficas vivi-das junto da filósofa, das quais, como insiste Sinésio,
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
8 «não podíamos falar, pois ninguém nos compreen-deria, nem acreditaria em nós». Sabemos também que a Matemática e Geometria que ensinava eram disciplinas sagradas através das quais os seus dis-cípulos podiam abrir as asas da sua alma e voar num Céu de Ideias Puras, não só pensando e nomeando, mas vivendo a Eternidade, a Beleza, a Bondade, a Justiça e a Ordem Universal, uma vez que tudo se encontra regido pelo Número.Por exemplo, as equações matemáticas de Diofanto e as propriedades geométricas das curvas cónicas (parábola, círculo, elipse e hipérbole) não eram fer-ramentas de cálculo ou abstrações de formas da Natureza, mas «diagramas de meditação», como os mandalas tibetanos ou os yantras hindus para, seguindo um método racional, aprofundar interna-mente nos mistérios da sua própria alma que não é senão uma língua de fogo da Alma da Natureza, portanto, imortal.
Conferência/Lançamento do Livro (com a presença do escritor):
HipátiaNa demanda da Alma dos Números
Coimbra » 27 de Janeiro Aveiro » 28 de JaneiroPorto » 29 de JaneiroLisboa » 4 de Fevereiro
Vide locais nas últimas páginas.
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
Formato: 16x23 cm | Nº Páginas: 220
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
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Nasrudin, o grande sábio muçulmano do séc. XII, estava em certa ocasião, agachado, tacteando o solo como se estivesse procurando algo aproveitando a luz de uma lâmpada. Um conhecido seu aproximou-se e, ao vê-lo desta maneira, perguntou-lhe:-Meu querido Nasrudin, que procuras, perdeste algo?-Pois sim, perdi uma chave, e aqui estou desde há um bocado à procura dela sem a encontrar. Queres ajudar-me?-Claro que sim.
E juntos continuaram procurando a chave, aproveitando a luz que na noite propagava um poste. Passados uns minutos aproximou-se outro conhecido do sábio Nasrudin.-Olá! Que fazeis, que estais buscando?- Nasrudin perdeu uma chave e nós estamos à procura dela, se puderes ajuda-nos.-Claro, claro.E todos juntos agachados e aproveitando a luz do poste tentavam encontrar a chave perdida de Nasrudin. Dez minutos depois, os amigos começaram a ficar inquietos, era impossível que depois do tempo que levavam ali a procurá-la ainda não tivesse aparecido, e perguntaram:-Nasrudin, como é possível que não a encontremos, não há aqui muitos sítios para procurar… Estás seguro que a perdeste aqui?-Não, de forma alguma, perdi-a dentro de casa, mas como está tão escuro optei por procurá-la aqui, que há mais luz.Os ensinamentos de Nasrudin, como em geral os derivados da mística sufi, por paradóxicos que pareçam têm sempre um significado escondido.Nesta narração expõe-se o drama, de todos sabido, de que ainda quando aceitamos que as chaves da vida e a verdadeira solução aos nossos problemas se encontra, “no interior de casa”, no interior da alma, sem dúvida, preferimos buscá-las fora, no conhecido, onde estamos habituados. Porque é muito esforçado e às vezes incómodo penetrar no interior de nós mesmos, conhecer-nos e encontrar a verdadeira resposta àquilo que nos inquieta. Sentimo-nos incapazes de encontrar a força para enfrentar a adversidade e vencer o medo. Estamos tão mecanizados que perdemos, ou não encontramos a perspectiva real ante os jogos de formas mutáveis do mundo, jogos que nos fascinam, nos adormecem e fazem que percamos as verdadeiras oportunidades.Não podemos, pois, censurar a Nasrudin o que es-tava a fazer, pois todos fazemos o mesmo, a maior parte dos dias da nossa vida, e sem dúvida fecha-mos os olhos da alma, e continuamos a procurar FORA.
e a chave perdida
NasrudinSabedoria & Bom Humor
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
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A artede triunfar
na VidaDelia Steinberg GuzmánDir. Internacional da Nova Acrópole
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
11Há muitíssima gente – embora haja ainda mais que não encaixa nestes parâmetros – que conseguiu adaptar-se às exigências do nosso tempo. Aparentemente têm tudo mas, no entanto, as estatísticas demonstram-nos que aumentam progressivamente os estados de psi-cose, de depressão, de angústia, de insatisfação, de solidão, de agressividade, de tédio, de corrupção e muitas outras situações psicológicas que constituem o quadro geral do “stress”.Deveremos pensar então que estas pessoas não triunfaram? Ou que o seu triunfo não é total, que não preenche as suas vidas? Que é uma luta constante para nunca chegar a porto algum?Deveremos, talvez, encarar outros tipos de triunfo que, embora saiam da modalidades vulgarmente aceites, podem chegar a ser mais efectivos?Inclinamo-nos, sem dúvida alguma, para a segunda pergunta e para as respostas nela implícitas.Uma das questões que mais nos preocupa a todos é a falibilidade das coisas que conseguimos, a pouca du-ração daquilo que julgávamos perdurável, a instabili-dade do que supúnhamos inamovível.Com o êxito sucede precisamente o mesmo: necessitamos de um êxito que, por pequeno que seja, não se desvaneça de imediato e nos deixe ao menos uma dose de insatisfação e de paz.Propomos, assim, umas chaves simples para a obtenção, nos mais variados terrenos, de um triunfo mais humano, mais estável, mais em harmonia com os nossos sonhos e aspirações.É evidente que não basta sonhar para nos transfor-marmos em triunfadores. Há que actuar, há que saber desenvolver uma actividade sã baseada na vontade. Não actuar porque sim, mas escolher as melhores e mais adequadas acções.O velho conselho de conhecer-se a si mesmo não per-deu actualidade; não podemos considerar uma acção proveitosa se não soubermos quem somos e quais as nossas habilidades e possibilidades. E uma vez que as conhecemos, há que exercitá-las de modo a termos al-guma actividade que seja útil a nós e aos outros.Há que fazer bem todos os trabalhos que empreen-demos, não só pelo prémio que podemos receber, mas pela satisfação de comprovar a nossa eficácia. Saber conformar-se com o que vamos obtendo e, ao mesmo tempo, nunca nos conformarmos, procurando sem-pre uma quota mais alta de rendimento.Nunca nos deixarmos sucumbir face aos problemas, por mais difíceis que pareçam. Pelo contrário, há que forçar a imaginação a encontrar saídas e soluções.
Conceber as dificuldades como provas para a nossa inteligência e vontade. E, no pior dos casos, converter os fracassos em novas oportunidades para voltar a começar.Saber aproveitar as oportunidades. A vida está cheia de oportunidades, mas se caminharmos com os olhos fechados, jamais as descobriremos. Se nos fecharmos nos nossos próprios conflitos e os ruminamos constantemente, perdemos energias e não saímos desse círculo vicioso, desprezando as mil e uma portas que o pretenso labirinto nos estava a oferecer.Esforçar-se continuamente em amar, que é a melhor forma de sentir-se bem consigo próprio.Procurar o sentido da Vida e esforçar-se por encontrar o sentido da nossa própria vida. Nada sucede por aca-so, e só obtém respostas aquele que as procura com espírito de sabedoria, com o valor de quem dá com certa conquista.Melhorar diariamente tudo o que fazemos; melhorar sem desfalecimento tudo o que nos rodeia. Pôr beleza em todos os cantos; pôr luz em todos os sítios – exter-nos e internos – em que estamos.Quem conseguir aplicar estas poucas chaves será uma pessoa segura de si mesma, uma pessoa satisfeita na medida em que a satisfação é alimento dos humanos. Será, realmente, um triunfador. E embora ninguém o confesse, porque a moda não permite, todos gostariam de alcançar este tipo de êxito.Se fossemos muitos a trabalhar assim, valeria a pena converter em moda esta forma tão particular na vida.
Quem conseguir aplicar estas poucas
chaves será umapessoa segura de si
mesma
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
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Meditaçõesdo Imperador-Filósofo
Marco Aurélio
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
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É uma loucura trabalhar toda a vida se a nossa imaginação e os nossos esforços não tendem para a um determinado fim.
Há um mundo do qual fazes parte, e este universo está regido por um ser supremo, cuja essência se reflecte no teu espírito, a tua vida está circunscrita ao tempo. Portanto, se não aproveitas o tempo para buscar a tranquilidade da alma, esta desaparecerá contigo e já não conseguirás alcançá-la.
Aborrecer-se com o que sucede é como querer desertar da na-tureza.
Em parte alguma poderá o homem encontrar um retiro tão agradável como na intimidade da sua própria alma, se esta se encontra em ordem e livre de paixões.
O que não piora o ser humano tampouco piora a sua vida nem o prejudica interior ou exterior-mente.
Marco Aurélio considerava-se Filósofo antes que Imperador e isso reflectiu-se na forma valorosa como procurou viver e também nos escritos que legou
para a posteridade.A sua única obra, hoje conhecida como
“Pensamentos para mim próprio”era na realidade o seu diário.
Segue sempre o caminho mais curto, que é o da Natureza. Segui-lo-ás se todas as tuas acções e todas as tuas palavras estão inspiradas unicamente pela razão. Esta linha de conduta poupar-te-á muitas penas, muitas contrariedades e evitar-te-á também, o obrar com astúcia e hipocrisia.
O verdadeiro benfeitor não reclama nada, senão que se prepara para outra boa acção, como a vinha, que ao chegar a estação dá outra vez o seu fruto.
Adorna a tua alma com a simplicidade, a modéstia e a indiferença para tudo o que ocupa o término médio entre a virtude e o vício. Sê o amigo do género humano. Obedece a Deus, porque, segundo diz o poeta, “tudo se encontra submetido às sua leis.”
Se levo a cabo um acto faço-o pensando no bem da humani-dade; se me sucede algum aci-dente, aceito-o tendo em conta que vem dos deuses e da origem de todas as coisas e de todos os acontecimentos.
Não há nada que encha tanto o ser humano de alegria como o fazer o que é próprio da sua na-tureza: amar aos semelhantes, desprezar tudo o que afecta os sentidos, distinguir o falso do verdadeiro, observar cuida-dosamente a natureza universal e acatar todos os acontecimen-tos que as leis nos aportem.
Cala a tua imaginação, retém os movimentos do teu coração, apaga os teus desejos e procura que a tua alma seja dona de si mesma.
Acabam de ofender-te? Pensa, imediatamente na tua alma, na do universo, na desse homem. Na tua, para inculcar-lhe o espírito de justiça, na do uni-verso, para recordar o conjunto do qual fazes parte; na desse homem para saber se obrou por ignorância ou com intenção pre-meditada. Considera ao mesmo tempo que, como ser humano, é teu irmão.
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2escolhaIndivíduo
A Escolha é tua...
O ser humano não é uma mancha de azeite; o ser humano é uma chama de fogo que nasceu para elevar-se, para chegar ao topo e dar luz; perder-se no espaço infinito, não sem antes ter alumiado a terra e ter queimado a madeira que a sustém.
Necessitamos de um ser humano que seja como a fruto da manga: suave por fora mas duro como o ferro por dentro.
O homem deve ser como uma espada, o seu corpo deve ser como a baínha. Um dia chegará a morrer e então a alma deve sair do corpo cantando, luminosa como a lâmina de uma espada. E então a bainha fi-cará vazia e inútil, e será deitada à terra; mas a espada, o pedaço de luz das estrelas que ficou aprisionada na terra, voltará às estrelas.
Sejamos simples, sejamos verazes, sejamos naturais, e o filósofo que dorme dentro de cada ser humano des-pertará inexoravelmente.
Assim como uma corrente é tão forte como o mais dé-bil dos seus elos, assim como uma muralha que esteja construída por blocos de mármore; para poder fazer uma humanidade melhor, cada um de nós necessita de ser melhor.
O ser humano recebe a harmonia da sua vida interior, do seu ser interior, aquele recôndito que está mais além de todas as coisas, aquele que é capaz de julgar-se a si mesmo, de rectificar a sua própria vida.
O ser humano não só tem fome de pão; o homem tem hoje mais do que nunca, fome de Dignidade. Não quer ser um número numa estatística, ou uma cifra num cálculo de rendimento económico. Quer Ser Humano no verdadeiro sentido, quer amar, sofrer, trabalhar, desafiar o destino, triunfar ou fracassar, mas viver hu-manamente. O povo está cansado de improvisos que o bajulam para melhor o explorar, que o consultem so-bre o que não sabe, que lhe peçam o que não tem, que o façam ajoelhar ante o que não crêem.
Indi
vídu
oou
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuitaescolha Massa
A Escolha é tua...
A massa derrete a essência do homem. O efeito da massa sobre a alma humana é terrível; a própria e verdadeira vontade do homem, cujas raízes são espirituais, está a derreter-se e no seu lugar está a ser inculcada uma outra «vontade» que deriva da sua natureza instintiva e animal.
A massa é sempre inumana e sem espírito, é a existência sem ser, a crença sem a fé, a filosofia sem a verdade.
A massa cria dependência, não suporta aqueles que não pertencem a ela, não gosta daqueles que se desta-cam dela, não gosta de independência.
A massa criou uma grande maquinaria e os que de-pendem dela convertem-se nos seus servidores; de-vem servi-la, alimentá-la e cuidar dela.
A massa sempre procura satisfações rápidas e as suas fontes preferidas de satisfação continuam a ser a comi-da, o sexo, as coisas materiais, a influência e o poder.
A massa separa o homem da sua própria essência, arranca-o das suas raízes espirituais, deixa a sua alma à mercê de uma mul tiplicidade de ventos e correntes, que a levam para muito longe das coisas essenciais e a rompem por dentro.
A Massa cria uma cultura e uma sociedade sem objec-tivos, sem razão de ser e sem sentido de vida.
ou
As máximas foram extraídas do livro Reflexões de um Filósofode Jorge Angel Livraga, Editorial Nova Acrópole.
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
16 Nas minhas viagens às vezes tenho experiências profundas em contacto com as pessoas e às vezes até são dramáticas. Por exemplo, na minha última viagem pela Europa encontrei-me com diferentes grupos de pessoas. Mas todos tinham um denominador comum: reunir-se ao redor de uma mesa e falar de uma maneira teórica. Todas as pessoas iam ser melhores, e o mundo ia ser algo assim como a cidade de Deus da que nos falava S. Agostinho, algo novo, algo melhor, onde não existisse o dinheiro, onde não existisse a opressão, nem existisse nada mau..., e quando tinham dito tudo isso, olhavam o relógio e diziam: “Tenho que ir, a minha mulher está à minha espera” ou, “Estou cansado e amanhã tenho de me levantar cedo para ir trabalhar”... ou seja, esses homens que falavam da liberdade absoluta, que falavam de mudar o mundo de forma absoluta, e que pretendiam ter o direito de mudar a vida dos demais, não eram capazes de libertar-se das suas circunstâncias nem por um instante!
Daí que a nossa busca face a uma nova liberdade não intelectualizada seria uma liberdade viva. E para viver esta liberdade temos que perguntar-nos o que somos, o que queremos ser, onde estamos, somos um monte de células animado por uma espécie de impulso eléctrico? Somos a criação da Divindade ou simplesmente o fruto de um momento de amor entre os nossos pais? Temos de conhecer-nos a nós próprios e saber o que se vai libertar, ou seja, que sou exactamente, para poder libertar-nos. Temos de compreender que não somos a nossa pele, nem as nossas mãos, nem a nossa roupa, nem a nossa casa, nem os nossos bens materiais, nem sequer a nossa carne. Ainda que tenhamos dores e sofrimentos seguimos pensando, seguimos vivendo, seguimos sentindo, seguimos sonhando mais além das nossas dores e dos nossos sofrimentos. Não somos tampouco a juventude e a vitalidade que podemos ter. Com o passar dos anos o ser interior não morre; o homem que realmente é idealista faz que esse idealismo continue vivendo sempre, a única coisa que envelhece são as células epiteliais. O ser humano no seu interior pode continuar sentindo-se igualmente jovem. O homem é muito mais profundo do que o seu corpo e a sua vitalidade.
Se alguém me faz cansar e começo a dizer más pa-
Até uma nova
liberdadeJorge Angel Livraga | Fundador da Org. Internacional Nova Acrópole
Retirado do livro Magia, religión y ciencia para el tercer milenio
da Editorial Nueva Acropolis, Espanha
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
17lavras de que logo me arrependo, esse algo que em mim julga o injusto não pode ser a mesma coisa que o que se cansa. O arco não é a flecha. A flecha está cravada longe, no centro do alvo, mas há algo que a lançou. Isso quer dizer que há algo por de-trás das minhas emoções, algo que está avaliando as minhas emoções, que está julgando as minhas emoções. E se me equivoco em algo digo para mim próprio:”Homem, que bruto sou”, porque disse que dois mais dois são cinco, quando são quatro, isso quer dizer que também há algo que está avaliando a minha mente. O homem recebe harmonia da sua vida interior, do seu ser interior, daquilo recôndito que está mais além de todas as coisas, daquilo que é capaz de julgar-se a si mesmo, de rectificar a sua própria vida, daquilo que está fundamentado na ética, não numa moral de costumes, mas numa ética profunda.
A verdadeira ressurreição do homem como hu-manidade, a superação da crise, não está em baixar o preço do petróleo. A nossa crise é moral, espiritual, é uma crise de falta de fé. Essa é a nossa verdadeira crise. Não nos falta petróleo, não nos falta pão, o que nos falta fundamentalmente é a força espiritual. Os homens com força espiritual souberam extrair, como na velha Castilha, de quatro pedras duras e secas, frondosos jardins. Os homens com força es-piritual souberam ir sobre pequenos navios de ma-deira que se incendiavam a cada momento e faziam entrar água pelos quatro costados, de um lado ao outro do mundo. Os homens com uma força es-piritual verdadeira souberam escrever e ditar aos demais, ainda que analfabetos, grandes obras que cruzaram a História, indo de século em século, cru-zando os séculos como degraus. Sócrates era anal-fabeto e, sem dúvida, proferia as suas palavras aos seus discipulos e o seu pensamento chega-nos ainda hoje. Assim encontramos em todas as partes que a verdadeira natureza do que nos impulsiona é sem-pre espiritual. Nós, por meio do espirito podemos fazer florescer as terras secas; podemos sulcar as águas, levantar montanhas artificiais, partir mon-tanhas naturais. O espírito, por meio da vontade, cria a necessidade de um desenvolvimento espiri-tual de todas as coisas.
A grande revolução que se está forjando dentro dos nossos jovens, que nos olham às vezes com olhar
admirado, não é um revolução capitalista nem marxista, é uma revolução espiritual. É o espirito que causa uma revolução de um mundo novo, de um mundo diferente, onde os valores não se compram nem se vendem e onde existe uma real liberdade. A real liberdade que não está em confronto com a obediência às leis da natureza, que são mecânicas e inamovíveis. Por natureza os astros giram no firmamento; por natureza reproduzem-se as aves que sulcam o céu e reproduzem-se os peixes no fundo dos mares ou na corrente dos rios. Por natureza temos de chegar a revitalizar-nos. Por natureza espiritual, por vocação de vida e de perpetuidade temos que tirar de nós o medo à morte, o medo a perecer, o medo à frustração, o medo à pequenez. Essas são as verdadeiras barreiras que devemos deitar abaixo em busca de uma nova liberdade que nos libertará, não dos demais homens, mas das nossas próprias limitações, do nosso temor à morte, do nosso egoísmo atávico, da nossa indiferença, da nossa cobardia, que nos faz intervir cada dia menos no socorro dos necessitados e passar ao largo.
Temos que libertar-nos dessa alienação profunda que é sentir que podemos manipular o nosso an-tojo e os demais; temos que tirar de nós essa dema-gogia.
Todos os homens têm direito não só a um pedaço de pão, não só a ter roupa; todos os homens têm direito a ter um pouco de dignidade, por Deus! Vale mais um mendigo que ainda que mal vestido e ati-rado no chão guarde no seu rosto um só sinal de dignidade, que o homem coberto de veludo e ouro que, sem dúvida, tem os olhos mortos, porque den-tro do seu coração atraiçoou os seu próprios com-promissos...
A dignidade é o que nos verticaliza, o que nos permite ser diferentes das bestas. Devemos então perseverar na nossa dignidade. No nosso mundo
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
remos a entender outra vez o voo dos pássaros e o idioma sussurrante das ondas do mar sobre a costa. Nesse dia seremos realmente livres. E isso proponho a todos; Uma marcha orgulhosa e alegre até uma nova liberdade!
18 no nosso acesso à nova liberdade, pomos como elementos de necessidade absoluta o conhecer-nos a nós próprios, saber onde estamos, respeitar os demais homens e mulheres, dignificarmos a nós mesmos, tratar de dignificar os demais, tratar de dignificar todas as coisas. Respeitar não somente todos os homens e mulheres, mas também os mais velhos simbolos; respeitar os animais e as plantas, porque todos têm direito a viver num mundo que seja mais justo e mais luminoso.
E essa liberdade, sem dúvida, é uma obediência à lei da natureza. Quem é mais livre do que o sol? Quem pode parar o sol com a mão? E, sem dúvida, o sol ciclicamente aparece e desaparece, o sol segue o seu curso através dos astros, preso a uma galáxia, à sua Via Láctea, evoluindo naquela imensidão escura, mas ele, é todo luz!
Queremos ser como o sol! Temos que voltar a en-tender os símbolos naturais, que não os traduzam os pseudo-filósofos através de palavras abstrusas em livros estranhos que nunca escrevemos e que poucas vezes lemos. Temos que voltar à leitura di-recta das coisas; temos que voltar a florescer com as flores, a fundir-nos na terra com as raízes, a correr com a água, a queimar com o fogo; e a amar, viver, progredir, sentir, sonhar com todos os homens do mundo, sem nenhuma diferença de raça nem de cor. Porque a alma, senhores, não tem raça, nem cor, nem sexo, nem orelhas, nem barba. A alma está muito mais além de todas as aparências. Isso é fun-damental que afirmemos.
Essa é a grande liberdade que propomos, uma nova liberdade que não se baseie em formas intelectuais, mas numa vivência individual e depois colectiva das leis da natureza. Porque só - como disse Platão - a obediência nos fará livres. Mas não a obediência a outro homem, não a obediência a uma só jaula ainda que esteja pintada de ouro, mas a obediên-cia à lei natural que levamos em nós mesmos. É o “Eu sou! Eu sou! Eu sou!” e com isso não prejudicar aos demais. E que os demais também possam dizer: “Eu sou!” Que cada qual possa afirmar a sua própria liberdade fundamentada na sua recta consciência. Nesse dia, meus amigos, nascerá de novo o diálogo. Voltaremos a sentar-nos nas mesmas mesas, a can-tar velhas canções, a unir os nossos corações; vol-taremos a entender o calor e a cor do fogo; volta-
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FILOSOFIAPRÁTICA
UMA ESTRATÉGIADE VIDA
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
José Carlos Fernández
Imaginemos que temos entre as nossas mãos as
peças de um puzzle e queremos montá-lo. Tem mui-
tas, muitas peças, 3000, por exemplo, e dispomos de
um tempo limitado para o montar. O pior é que não
sabemos qual é a imagem que devemos formar mas,
no entanto, alguma vez sonhamos com ela, num
sonho de pura felicidade. E não só não sabemos bem
como é a imagem, mas, além disso, sentimos que nos
reclama, desde o mais profundo do coração, o retorno
à existência, e somente podemos realizar isso montan-
do o puzzle.
Este é, em definitivo, o drama da vida de cada um: esta
tem sentido, um porquê e um para quê e na alma de
cada um existe um cenário que deve ser reconstruído
com as peças do puzzle da nossa existência. O tempo
desliza, imparável, e como numa ampulheta, somente
dispomos de uma quantidade limitada deste e nin-
guém nos pode outorgar mais daquilo que o destino
nos deu, nem sabemos de quanto tempo dispomos.
Não somente para viver mais, mas para podermos
armar o puzzle, ou uma parte do mesmo. É possível
que, para além das portas da morte, nos seja mostrada
outra vez, em todo o seu esplendor, a imagem que
queríamos montar, e, seguramente, lamentaremos
tudo aquilo que sentimos intimamente que devíamos
ter realizado – os sonhos e recordações da alma, a ima-
gem do puzzle – e não o fizemos.
O que a Filosofia Prática pretende é abrir os olhos da
alma e saber, definitivamente, o que a verdadeira vida
nos reclama desde o interior, tendo em conta que mos-
tra um cenário diferente a cada um. O Filósofo, como a
própria palavra indica, é o amante da Sabedoria, e esta
é a essência da vida, a sua alma e a luz que ilumina as
suas sendas e permite ver mais além das ilusões que os
desejos e os temores geram, mais além do caleidoscó-
pio do momento presente e dos jogos de opinião do
mundo, também caleidoscópicos.
Às vezes unimos, guiados pelo amor, por um raio de
inteligência ou por uma recordação indefinida, várias
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
20 das peças do puzzle e sentimos uma profunda felici-dade, uma certeza de que esse é o caminho. E assim é, mas o caminho avança ainda mais no invisível e um Sol de plenitude e felicidade espera no final do mesmo, atraindo-nos com o seu influxo.Talvez esta imagem do puzzle da vida seja um dos diferentes cenários que devemos atravessar e que se vislumbram desde esse caminho interno que nos leva à perfeição, à suma Bondade, Verdade e Justiça.A Filosofia Prática procura e ama essa sabedoria que pode iluminar o caminho da vida e proporciona ferra-mentas e estratégias reunidas por todos os sábios que nos precederam no mundo e que deixaram pegadas perduráveis. A sua experiência é o nosso tesouro. Po-demos comprovar facilmente se este legado nos faz vislumbrar melhor este cenário que devemos montar com as peças do puzzle da nossa vida. Como somente nós podemos armar o puzzle, cada um é responsável pelo seu; mais ninguém o é.
Foi com esta perspectiva que organizámos na Associação Cultural Nova Acrópole, um curso de filosofia prática que sintetiza magníficos tesouros de sabedoria passados e presentes, com o fito de proporcionar, quanto mais não seja, uma semente de certeza, bem como o saber encontrar e usar estas ferramentas e estratégias necessárias na Arte da Vida. Uma semente de certeza que se pode converter num bosque de bem-aventurança.Alguns dos temas que seleccionamos com este objectivo são:
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
O que é a Filosofia Prática e a sua utili-dade como estratégia de vida
As sete Leis do Universo e do Homem
O Caminho Interior da alma e as provas da vida
A conquista da felicidade e o despertar da alma
Os tesouros da mente iluminada
O segredo do Tempo e comoaproveitá-lo verdadeiramente
Ideais e mitos: o motor da História e o Eterno Retorno
Usámos como fontes de conhecimento textos egíp-cios e herméticos, como as Leis do Kybalion; jóias da mística tibetana, como A Voz do Silêncio (o livro que inspirou Fernando Pessoa); o Dhammapada budista; A Brevidade da Vida do filósofo romano Séneca e a Filosofia de Platão, especialmente o “Mito da Caverna” e outros capítulos da República.
No céu saber é ver, na terra saber é recordar.Píndaro: Poeta grego do século VI a.C.
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Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
Revista
ACRÓPOLEBrevemente nas bancas
N
º4
2
ª série
A Nova Acrópoleapoio este projecto
e é parceiro oficial
Vamos pôr mãos à0bra e limpar a florestaportuguesa num só dia
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
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LisboaTel.: 213 523 [email protected]
PortoTel.: 226 009 [email protected]
CoimbraTel.: 239 108 [email protected]
AveiroTel.: 234 480 [email protected]
www.nova-acropole.pt
Filosofiae Psicologia
PráticaSabedoria Viva do Oriente e do Ocidente
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
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CURSO DE FORMAÇÃO
Filosofia e Psicologia Prática
O ser humano caminha pela Vida e ao mesmo tempo questiona-se porque caminha.A viagem iniciou-se há muito tempo, mas sempre surge a pergunta: Para onde vamos? A Filosofia (philo: amor, procura + Sophia: sabedoria, conhecimento vivencial) mostra-nos a possibilidade de encontrar resposta para esta e muitas outras questões.O ser humano necessita de caminhar com convicção, e para fazê-lo precisa de conhecer os motivos e os fundamentos.Se tu és um buscador e queres descobrir as respostas que estão por detrás de alguns dos puzzles da Vida, este curso é para ti, pois a FILOSOFIA guarda um tesouro para aqueles que se atrevem a abrir os seus horizontes.
Descobre o mundo que te rodeia:
- O filósofo como protagonista de uma mudança no mundo.- Grécia: a política e a arte de governo de si próprio.- O mito da caverna: como conseguir ser autêntico num mundo manipulado.- O despertar da alma e a educação à maneira clássica.
Descobre o nosso legado ancestral:
- A filosofia como meio para aprender e entender a história.- Ideais que inspiraram os homens e transformaram a história.- A Mitologia: uma forma de entender os ensinamentos mais além do tempo.- O Homem e o seu destino.- Como ser protagonista da nossa própria existência.
Descobre-te a ti próprio:
- As sete dimensões no Homem e no Universo.- O equilíbrio como meio para alcançar a felicidade.- Os caminhos da sabedoria: o amor, a Beleza e a Filosofia.- Índia: a Guerra e harmonia interior.- Karma e Dharma: o Homem e o sentido da vida.- Filosofia Budista: Vias para a superação da dor.
16 sessões - 1 vez por semana - diversos horários
Inscrições Abertas
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
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Actividadesprograma
Aveiro
2010
janeiro
Dia 8 | Sexta-feira | 21hConferência
Dieta OrtomolecularLegado Ancestral
Por Conceição Bento - Entrada Livre
Dia 15 | Sexta-feira | 21hTertúlia
PanchatantraFábulas do Oriente
Por Graça Lameira - Entrada Livre
Dias 25/26/27 e 29 | 20h30Apresentação/Abertura de curso
Filosofia e Psicologia PráticaSabedoria Viva do Oriente e Ocidente
Inscrições até 22 de JaneiroVários horários pós-laboral | 16 aulas | 1 dia por semana
Máximo 10 Participantes
Dia 28 | Quinta-feira | 21hConferência/Apresentação de livro
Viagem Iniciática de
HipátiaNa demanda da Alma dos números
Por José Carlos FernándezAutor do livro e Dir. da Nova Acrópole Portugal
Local: I.P.J. AveiroEntrada Livre
Dia 5 | Sexta-feira | 21hTertúlia Poética
al-Mu’tamidO rei poeta de Al-Andalus
Por João Ferro - Entrada Livre
Dia 20 | Sábado | 16hProjecção comentada
Tocar e LutarO milagre da música
Por Daniel Oliveira | Dir. Nova Acrópole de Aveiro
Entrada Livre
Dias 22/23/24 e 26 | 20h30Apresentação/Abertura de curso
Filosofia e Psicologia PráticaSabedoria Viva do Oriente e Ocidente
Inscrições até 19 de FevereiroVários horários pós-laboral | 16 aulas | 1 dia por semana
Máximo 10 Participantes
fevereiro
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
Dia 6 | Sábado | A partir das 15hConta-Contos na rua
A Viagem de
UlissesTraga o seu filho e deixe-o embarcar...
Por Sónia Oliveira
Local: Jardim do Rossio
Dia 11 | Quinta-feira | 21hVisualizações Criativas
com música de
MendelssohnPor José Carlos Fernández
Escritor e Dir. da Nova Acrópole Portugal
Entrada livreInscrições até 11 de Março
Dia 20 | SábadoDia L
Limpar PortugalNós vamos limpar Portugal | E tu? Vais ficar em casa?Nova Acrópole - Parceira do Projecto Limpar PortugalVisite http://limparportugal.ning.com e inscreva-se
Dia 28 | Sábado | 09hCaminhada na Natureza
com leitura seleccionada de trechos do
Bhagavad GitaInscrições até 26 de Março (Livre)
Local: Serra do Buçaco
25
março NotíciasEm Janeiro mudámos a nossa
sede para um lugar mais central na cidade.
Estaremos a partir de agora no Nº 15 da Rua Tenente
Resende (1º Andar - sala B),próximo da Praça do Peixe.
Os nossos contactos também mudam, assim, caso queira
contactar-nos, eis os números:234 480 181 e 931 783 234.
Mapa de Localização
Contactos para informações e inscriçõesRua Tenente Resende, Nº 15 - Sala B | 3800-268 Aveiro
Tel. 933 931 [email protected]
Horáriode atendimento:
De segunda a sextadas 20h30 às 21h30
Av. Dr
LourençoPeixi
ho
.
n
Museu
Rossio
Praçado Peixe
PraçaJ. MeloFreitas
Praias
pRua
edonal
IgrejaVera Cruz
NovaAcrópole
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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
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Actividadesprograma
Coimbra
2010
janeiro
Dia 7 | Quinta-feira | 21hConferência
Mais Filosofia e menos stressPor José Ramos | Dir. Nova Acrópole Coimbra
Entrada Livre
Dia 11 | Segunda-feira | 20hInício de curso
Filosofia e Psicologia PráticaHorário: segundas-feiras das 20H às 22H
Inscrições abertasApresentação de assistência livre
Novo início: Dia 19 | Terça-feira | 15h (das 15h às 17h)
Dia 14 | Quinta-feira | 21hConferência
A presença de DeusPor Françoise Terseur
(Escritora, investigadora e formadora da Nova Acrópole)
Entrada Livre
Dia 21 | Quinta-feira | 21hConferência
Entretenimento: Quando a fantasia tem um papel
Por Cátia Figueiredo - Psicóloga e Investigadora
Entrada Livre
Dia 23 | Sábado | Das 16h às 18hAtelier criativo
Pintar com músicaPor Françoise Terseur
(Artista plástica e formadora da Nova Acrópole)
Inscrições abertas
Dia 27 | Quarta-feira | 21hConferência/Apresentação de livro
Hipátia de Alexandria e a sabedoria antiga
Viagem Iniciática de Hipátia
Na demanda da Alma dos númerosPor José Carlos Fernández
Autor do livro e Dir. da Nova Acrópole Portugal
Local: Casa municipal da culturaEntrada Livre
Dia 4 | Quinta-feira | Das 20h às 22hWorkshop
Psicologia Positiva no dia-a-dia:a felicidade alcançável
1º Módulo – Felicidade: um conceito possível a
seguir (1ª parte)
Por Cátia Figueiredo - Psicóloga e Investigadora
Inscrições Abertas
Dia 6 | Sábado | Das 16h às 18hAtelier criativo
Criação de máscarasPor Françoise Terseur
(Artista plástica e formadora da Nova Acrópole)
Inscrições Abertas
fevereiro
Conhece-te melhor... | Vence os teus medos... | Abre os teus horizontes...
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
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Dia 11 | Quinta-feira | 21hConferência
Os segredos de uma boa comunicação humana
Por José Ramos(Director da Nova Acrópole em Coimbra)
Entrada livre
Dia 17 | Quarta-feira | 20h30Início de curso
Filosofia e Psicologia PráticaHorário: quartas-feiras das 20H30 às 22H30
Inscrições abertasApresentação de assistência livre
Dia 18 | Quinta-feira | Das 20h às 22hWorkshop
Psicologia Positiva no dia-a-dia:a felicidade alcançável
1º Módulo – Felicidade: um conceito possível a
seguir (2ª parte)
Por Cátia Figueiredo - Psicóloga e Investigadora
Inscrições Abertas
Dia 4 | Quinta-feira | 21hConferência
A importância do lazerPor Cátia Figueiredo - Psicóloga e Investigadora
Entrada Livre
Dia 6 | Sábado | Das 16h às 18hAtelier criativo
Exploração dos SentidosPor Françoise Terseur
(Artista plástica e formadora da Nova Acrópole)
Inscrições Abertas
março
Dia 11 | Quinta-feira | Das 20h às 22hWorkshop
Psicologia Positiva no dia-a-dia:a felicidade alcançável2º Módulo – A importância do tempo
Por Cátia Figueiredo - Psicóloga e Investigadora
Inscrições Abertas
Dia 18 | Quinta-feira | Das 21hConferência
Mitos e tesouros do OceanoPor Françoise Terseur
(Escritora, investigadora e formadora da Nova Acrópole)
Entrada Livre
Dia 20 | SábadoDia L
Limpar PortugalNós vamos limpar Portugal | E tu? Vais ficar em casa?Nova Acrópole - Parceira do Projecto Limpar PortugalVisite http://limparportugal.ning.com e inscreva-se
Dia 25 | Quinta-feira | Das 20h às 22hWorkshop
Psicologia Positiva no dia-a-dia:a felicidade alcançável
3º Módulo – Vida: Passado, presente e futuroPor Cátia Figueiredo - Psicóloga e Investigadora
Inscrições Abertas
Dia 27 | Sábado | Das 21hConcerto
Música Mediterrânica Antiga “Rosa e Jasmim”
Por Américo Cardoso – Percussão e Helena Cruz – Voz
Entrada Livre
Dia 28 | Domingo | Das 10h às 12hWorkshop com audições comentadas
Introdução à Música Medieval – do Gregoriano ao Séc. XV
Por Américo Cardoso – Percussão e Helena Cruz – VozInscrições Abertas
Actividades Regulares
Aulas de Pintura | Chi Kung Aulas de Guitarra | Yoga
Inscrições
Abertas
Conferência comemorativa de: 2010 - Ano Internacional da Biodiversidade
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
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Actividades
Lisboa
2010
janeiro
Dia 15 | Sexta-feira | 19h30Conferência
Dos mistérios antigos ao novo paradigma da ciênciaComentários a «O Símbolo Perdido»
de Dan BrownPor Paulo Alexandre Loução
Investigador, escritor e Coordenador da Nova Acrópole em Lisboa
Entrada Livre
Dia 16 | Sábado | Das 10h às 13hSeminário
Os grandes temas deO Símbolo Perdido
Mistérios Antigos, a Maçonaria e outros Movimentos Esotéricos, Ciência e
Consciência…Por Paulo Alexandre Loução
Dia 22 | Sexta-feira | 19h30Conferência
A substância primordial e o pensamento divino
Ciclo «A Doutrina Secreta deH. P. Blavatsky – “Simbologia Arcaica”»
Por José Carlos FernándezEscritor, investigador e Director Nacional da Nova Acrópole
Entrada Livre
Dia 29 | Sexta-feira | 19h30Conferência
Luta contra o dragão no quo-tidiano – ao encontro da har-
monia interior(Ciclo «A Filosofia Aplicada à Vida»)
Por Cleto SaldanhaInvestigador e Formador da Nova Acrópole
Entrada Livre
Dia 30 | Sábado | Das 10h às 13hSeminário
2012A cosmovisão maya,
o calendário, as profeciase a manipulação actual
Por Cleto Saldanha e Paulo Alexandre Loução
Dia 2 | Terça-feira | 19h30Conferência de apresentação do curso
Filosofia e Psicologia PráticaA Sabedoria Viva do Oriente e do Ocidente
Horário: terças-feiras das 19H30 às 21H30
Inscrições abertasApresentação de assistência livre
Dia 4 | Quinta-feira | 18h30Conferência/Apresentação de livro
Viagem Iniciática de
HipátiaNa demanda da Alma dos números
Por José Carlos Fernández
Autor do livro e Dir. da Nova Acrópole Portugal
Local a designarInformação pelos telefones 213 523 056 | 938 800 855
Entrada Livre
fevereiro
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
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Dia 6 | Sábado | 10h às 13h e 15h às 18hSeminário
Matemática e geometriasagradas – módulo 1
Por José Carlos Fernández e Paulo Alexandre Loução
Inscrições abertas
Dia 7 | Domingo | 8h30Visita cultural
Jardim oriental – buda édenPor José Carlos Fernández
Dia 12 | Sexta-feira | 19h30Representação teatral
O «Profeta» de Khalil GibranPelos alunos e membros da Nova Acrópole Lisboa
Dia 20 | Sábado | 20h30Jantar comemorativo do xxx aniversário da
nova acrópole em portugalLocal a designar
Informação pelos telefones 213 523 056 | 938 800 855
Dia 26 | Sexta-feira | 19h30Conferência
Como equlibrar as emoções com flores de Bach
Por Carmen Morales
Investigadora e formadora em Florais de Bach
Dia 27 | Sábado | 10h às 13h e 15h às 18hDia 28 | Domingo | 10h às 13h
Workshop
FLORAIS DE BACHPor Carmen Morales
Dia 27 | Sábado | 10h às 13h e 15h às 18hSeminário
Matemática e geometriasagradas – módulo 2
Por José Carlos Fernández e Paulo Alexandre Loução
Dia 28 | Domingo | 9h30Visita cultural
Mosteiro dos jerónimos e torre de belémPor Paulo Alexandre Loução
Dia 5 | Sexta-feira | 19h30Conferência
Os novos caminhos da felicidade(Ciclo «A Filosofia Aplicada à Vida»)Por José Carlos Fernández - Entrada Livre
Dia 11 | Quinta-feira | 19h30Conferência de apresentação do curso
Filosofia e Psicologia PráticaA Sabedoria Viva do Oriente e do OcidenteHorário: quartas-feiras das 19H30 às 21H30
Dia 12 | Sexta-feira | 19h30Conferência
O mundo mágico de William BlakeIsa Baptista e José Carlos Fernández - Entrada Livre
Dia 19 | Sexta-feira | 19h30Conferência
A arte da superaçãoA sabedoria viva do oriente e ocidente e
os desafios da sociedade moderna(Ciclo «A Filosofia Aplicada à Vida»)
Por Paulo Alexandre Loução - Entrada Livre
Dia 20 | Sábado | Dia LLimpar Portugal
Nós vamos limpar Portugal | E tu? Vais ficar em casa?Nova Acrópole - Parceira do Projecto Limpar PortugalVisite http://limparportugal.ning.com e inscreva-se
Dia 26 | Sexta-feira | 19h30Conferência
A mulher – co-criadora da vidaPor Selma Nascimento
março
Contactos para informações e inscriçõesAv. Antº Augusto de Aguiar, 17 – 4º Esq. | 1050-012 Lisboa
Tel. 213 523 056 / 939 800 855 [email protected]
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº2
Dia 22 | Sexta-feira | 18h30 às 20h30Início de curso
Arte e técnicas para falar em público
Duração: 8 aulas | 1 vez por semana.Curso com vertente prática que visa transmitir e
proporcionar técnicas de oratória para uma melhor comunicação em público.
Inscrições Abertas
Dia 29 | Sexta-feira | 21h30Conferência/Apresentação de livro
Viagem Iniciática de
HipátiaNa demanda da Alma dos números
Por José Carlos Fernández
Autor do livro e Dir. da Nova Acrópole Portugal
Entrada Livre
Dia 5 | Sexta-feira | 21h30Conferência
Ptahotep e a sabedoria egípciaPor Emília Ribeiro - Entrada Livre
Dia 9 | Terça-feira | 20h00Início de curso
Conhece-te a ti mesmoatravés da prática da filosofia
Filosofia e Psicologia PráticaHorário: terças e quintas das 20h às 22H
Inscrições abertas16 aulas | 2 vezes por semana
30
Actividades
Porto
2010
janeiro
fevereiro
Dia 15 | Sexta-feira | 21h30Conferência
Dharma, karma e reencarnação: o
bhagavad gita e a filosofia hindúPor José Antúnes | Dir. Nova Acrópole Porto
Entrada Livre
Dia 16 | Sábado | 10h30Início de curso
Conhece-te a ti mesmoatravés da prática da filosofia
Filosofia e Psicologia PráticaHorário: sábados das 10h30 às 12H30
Inscrições abertas16 aulas | 1 vez por semana
Dia 19 | Terça-feira | 20hInício de curso
Conhece-te a ti mesmoatravés da prática da filosofia
Filosofia e Psicologia PráticaHorário: terças e quintas das 20h às 22H
Inscrições abertas16 aulas | 2 vezes por semana
Jan-Mar 2010 | Distribuição Gratuita
Dia 20 | Sábado | 10h30 às 20h30
Sábado AbertoWorkshops vários: Desenvolvimento da Memória, Geometria Sagrada, Energias Renováveis, Aquarofilia, Massagem Ay-
urvédica, O Sabor das Rosas.ver programa específico
Dia 26 | Sexta-feira | 21h30Conferência
Portugal mitológicoRaízes arcaicas das tradições populares
no norte e centro de portugalPor Fina D’Armada, historiadora e escritora
Entrada Livre
Dia 5 | Sexta-feira | 21h30Conferência
EstoicismoFilosofia para a harmonia entre o
homem e o mundoPor Graça Lameira
Entrada Livre
Dia 6 | Sábado | 18hRepresentação teatral
O «Profeta» de Khalil GibranPelo grupo de teatro da Nova Acrópole Lisboa
Entrada Livre
Dia 9 | Terça-feira | 20h00Início de curso
Conhece-te a ti mesmoatravés da prática da filosofia
Filosofia e Psicologia PráticaHorário: terças e quintas das 20h às 22H
Inscrições abertas16 aulas | 2 vezes por semana
31
março
Dia 12 | Sexta-feira | 21h30Conferência
2012 e as profecias mayasPor José Carlos Fernández
Escritor e Dir. da Nova Acrópole Portugal
Entrada Livre
NOVA ACRÓPOLE NO PORTO
Um espaço para formação, cultura, convivência.
Filosofia e psicologia práticavide programa na pág. 23
Arte e técnicas para falar em públicoPara bem expressar o que pensa e sente!
Este curso, com vertente prática, visa transmitir e proporcionar técnicas de oratória para uma melhor
comunicação em público.
ConferênciasTertúlias literárias
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