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Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção CONCEPÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE APOIO À SUPERVISÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM HOSPITALAR: UMA ABORDAGEM DA ERGONOMIA COGNITIVA TESE DE DOUTORADO GLADYS AMELIA VÉLEZ BENITO FLORIANÓPOLIS - SANTA CATARINA - BRASIL Dezembro de 2001

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Universidade Federal de Santa CatarinaPrograma de Pós-Graduação em

Engenharia de Produção

CONCEPÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃODE APOIO À SUPERVISÃO DA ASSISTÊNCIA EM

ENFERMAGEM HOSPITALAR:UMA ABORDAGEM DA ERGONOMIA COGNITIVA

TESE DE DOUTORADO

GLADYS AMELIA VÉLEZ BENITO

FLORIANÓPOLIS - SANTA CATARINA - BRASILDezembro de 2001

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Universidade Federal de Santa CatarinaPrograma de Pós-Graduação em

Engenharia de Produção

CONCEPÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE APOIO ÀSUPERVISÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM

HOSPITALAR:UMA ABORDAGEM DA ERGONOMIA COGNITIVA

GLADYS AMELIA VÉLEZ BENITO

Esta tese foi julgada adequada para a obtençãodo título de DOUTOR EM ENGENHARIADE PRODUÇÃO e aprovada em sua formafinal pelo programa de Pós-Graduação emEngenharia de Produção.

__________________________________Ricardo Miranda Barcia, Dr. Eng.

Coordenador do Curso

Banca Examinadora:

_____________________________ _____________________________Leila Amaral Gontijo, Dra. Valmira dos Santos, Dra.UFSC - Orientador UFSC - Examinador Externo

_____________________________ _____________________________Alacoque Lorenzini Erdmann, Dra. Francisco A. Pereira Fialho, Dr.UFSC - Examinador Externo UFSC - Examinador

_______________________________Agueda Lenita Wendhausen, Dra.

UNIVALI - Moderador

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Ao meu fruto, Manoel.Ao meu companheiro, Manuel.

Aos meus pais, Fortunata e Rafael.

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Santa Catarina e à sociedade brasileira, pela oportunidade de realizaro curso de pós-graduação.

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À professora Leila Amaral Gontijo, pela orientação, compreensão e estímulo nesta caminhada.

Aos professores e colegas do departamento de Engenharia de Produção, por sua colaboração epelos conhecimentos que me proporcionaram adquirir.

Aos membros da banca examinadora, pelas sugestões e críticas construtivas.

À CAPES, pelo apoio financeiro.

Ao pessoal do Hospital Marieta Konder Bornhausen, pela amizade e pelo apoio oferecido nodesenvolvimento desta pesquisa.

A Manoelito, pela paciência, estímulo, carinho, amor e compreensão no alcance de meusobjetivos profissionais.

A Manuel, pelo carinho, amor e estímulo no alcance de meus objetivos.

Aos meus pais, Fortunata e Rafael, por me incentivarem sempre a estudar e a seguir em frente.

Aos meus irmãos, pelo carinho dispensado.

Ao Curso de Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí, em especial, a minhas colegas detrabalho, pelo apoio e incentivo dispensados.

À Universidade do Vale do Itajaí, pelo apoio.

Aos funcionários do departamento de Engenharia de Produção, pelos serviços prestados.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................................... ix

LISTA DE QUADROS ........................................................................................................................ xi

RESUMO ............................................................................................................................................. xii

ABSTRACT ...............................................................................................Erro! Indicador não definido.

PRIMEIRA PARTE – INTRODUÇÃO...............................................................................................1

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................1

1.1 Introdução ao problema de pesquisa e justificativa..........................................................11.2 Definição do problema de pesquisa..................................................................................71.3 Campos de conhecimentos envolvidos.............................................................................91.4 Pressupostos ...................................................................................................................101.5 Objetivos.........................................................................................................................10

1.5.1 Objetivo geral ..........................................................................................................101.5.2 Objetivos específicos...............................................................................................11

1.6 Limitações do estudo......................................................................................................111.7 Metodologia....................................................................................................................11

1.7.1 Estrutura de desenvolvimento seguido....................................................................121.7.2 Métodos e técnicas de levantamento de dados ........................................................14

1.8 Desenvolvimento do estudo de caso...............................................................................151.9 Resultados atingidos.......................................................................................................151.10 Justificativa da tese.......................................................................................................16

1.10.1 Não-trivialidade .....................................................................................................161.10.2 Originalidade .........................................................................................................161.10.3 Contribuição aos campos de conhecimento considerados.....................................17

1.11 Estrutura geral da tese ..................................................................................................181.12 Aspectos éticos .............................................................................................................18

SEGUNDA PARTE – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................20

2 O TRABALHO E A ERGONOMIA COGNITIVA.......................................................................20

2.1 O trabalho .......................................................................................................................202.2 Ergonomia ......................................................................................................................222.3 Mudanças de perspectiva da ergonomia.........................................................................252.4 Modelos de organização do trabalho e a ergonomia ......................................................272.5 Ergonomia cognitiva ......................................................................................................31

2.5.1 A noção de representação........................................................................................342.5.2 A arquitetura cognitiva ............................................................................................362.5.3 As funções do sistema cognitivo que são relacionadas com a tarefa ......................38

2.5.3.1 Construção de estruturas cognitivas permanentes.........................................................382.5.3.2 Elaboração das decisões de ação...................................................................................392.5.3.3 As estruturas cognitivas transitórias: as representações................................................392.5.3.4 Produção de inferências ................................................................................................402.5.3.5 Construção de conhecimentos.......................................................................................402.5.3.6 Regulação e controle da atividade.................................................................................40

2.5.4 Características da memória de trabalho...................................................................41

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2.5.4.1 Capacidade de armazenamento ou rapidez de codificação ...........................................412.5.5 O papel dos conhecimentos anteriores ....................................................................43

2.5.5.1 Efeitos positivos dos conhecimentos anteriores............................................................432.5.5.2 Efeitos negativos ...........................................................................................................442.5.5.3 O fenômeno de experiência e o automatismo ...............................................................44

2.5.6 Orientação das atividades mentais: função de controle e diagnóstico.....................442.5.7 Análise ergonômica da atividade cognitiva do trabalho..........................................46

3 A SUPERVISÃO EM ENFERMAGEM .........................................................................................48

3.1 Considerações gerais ......................................................................................................483.2 A supervisão no trabalho da enfermagem ......................................................................50

3.2.1 Definindo supervisão...............................................................................................503.2.2 O supervisor em enfermagem..................................................................................51

3.2.2.1 Perfil do supervisor em enfermagem.............................................................................513.2.2.2 Funções do supervisor...................................................................................................53

3.2.3 Caracterização científica da supervisão em enfermagem........................................543.2.3.1 Observação....................................................................................................................583.2.3.2 Informação ....................................................................................................................593.2.3.3 O processo de comunicação ..........................................................................................60

3.2.4 Problemas de enfermagem.......................................................................................613.2.5 O processo de tomada de decisão............................................................................62

3.2.5.1 A informação quanto ao tipo de decisão e controle ......................................................633.2.5.2 Como tomar decisões inteligentes.................................................................................65

3.2.6 O processo de educação continuada ........................................................................693.2.7 A avaliação na supervisão em enfermagem ............................................................72

3.2.7.1 Fatores do processo de avaliação ..................................................................................753.2.7.2 Sistemas e normas da avaliação ....................................................................................763.2.7.3 Comentário da avaliação do desempenho com os funcionários....................................78

4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E ENFERMAGEM ..................................................................79

4.1 Considerações gerais ......................................................................................................794.2 Informática na enfermagem............................................................................................794.3 Sistemas de informação na área da saúde.......................................................................81

4.3.1 Sistema hospitalar integrado....................................................................................834.4 O enfermeiro ante o computador: a aceitação como forma de conduta .........................89

4.4.1 Capacidade do homem de agir diante da realidade .................................................904.5 Os sistemas de informação e a organização ...................................................................914.6 Modelagem conceitual de um sistema............................................................................934.7 Sistemas de informação: tipos e níveis dentro da empresa ............................................934.8 Sistemas de informação ..................................................................................................95

4.8.1 O processo de desenvolvimento ..............................................................................954.8.2 Planejamento, implantação, controle e qualidade dos sistemas de informação ......984.8.3 Implementação, avaliação e algumas questões éticas e sociais relacionadas aossistemas de informação...................................................................................................100

4.9 Gerenciamento dos recursos da informação.................................................................1024.10 Sistemas de apoio à decisão .......................................................................................105

4.10.1 Aplicações na enfermagem..................................................................................108

TERCEIRA PARTE – DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DE CASO..................................110

5 ESTUDO DE CASO........................................................................................................................110

5.1 Caracterização do trabalho da enfermagem e seu ambiente.........................................110

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5.1.1 O ambiente hospitalar............................................................................................1105.1.1.1 Filosofia e objetivos do hospital..................................................................................1115.1.1.2 Estrutura física/ambiental............................................................................................1115.1.1.3 Estrutura organizacional..............................................................................................1125.1.1.4 Estrutura funcional ......................................................................................................117

5.1.2 A clínica médica ....................................................................................................1195.1.2.1 Estrutura física/ambiental............................................................................................1195.1.2.2 Estrutura organizacional..............................................................................................1205.1.2.3 Estrutura funcional ......................................................................................................1225.1.2.4 Posto de trabalho da enfermagem: recursos materiais e humanos ..............................1225.1.2.5 Organização atual do trabalho na administração da assistência em enfermagem daunidade ....................................................................................................................................124

5.2 Análise da atividade cognitiva e modelagem do trabalho do enfermeiro na clínicamédica.................................................................................................................................129

5.2.1 Introdução à análise ...............................................................................................1295.2.2 Levantamento da tipologia e freqüência das ocorrências no trabalho...................1305.2.3 Diagramação das operações que envolvem tratamento de informação e tomada dedecisão ............................................................................................................................1425.2.4 Modelagem do processo cognitivo na supervisão da assistência em enfermagem1585.2.5 Análise cognitiva das atividades relacionadas com a supervisão da assistência emenfermagem ....................................................................................................................176

5.2.5.1 Análise cognitiva das atividades relacionadas com o planejamento da supervisão daassistência em enfermagem.....................................................................................................1795.2.5.2 Análise cognitiva das atividades relacionadas com a coordenação e liderança dasupervisão em enfermagem.....................................................................................................1815.2.5.3 Análise cognitiva das atividades relacionadas com o controle e avaliação da supervisãoda assistência em enfermagem ................................................................................................186

5.3 Modelo conceitual de sistema de informação de apoio à supervisão da assistência emenfermagem ........................................................................................................................189

5.3.1 Considerações gerais .............................................................................................1895.3.2 Objetivos e requisitos do sistema de informação ..................................................190

5.3.2.1 Objetivo geral do sistema de informação ....................................................................1905.3.2.2 Objetivos específicos do sistema de informação.........................................................1905.3.2.3 Requisitos do sistema de informação de apoio à supervisão da assistência emenfermagem.............................................................................................................................191

5.3.3 Estrutura funcional do sistema de informação ......................................................1925.3.3.1 Decomposição do sistema em módulos e subsistemas................................................1935.3.3.2 Descrição dos módulos do sistema de informação de apoio à supervisão da assistênciaem enfermagem.......................................................................................................................193

5.3.4 Funcionamento do sistema de informação proposto .............................................2035.3.5 Reestruturação organizacional/funcional proposta do trabalho de enfermagem...2065.3.6 Validação do modelo conceitual ...........................................................................209

5.3.6.1 Considerações gerais ...................................................................................................2095.3.6.2 Processo de validação .................................................................................................209

5.3.6.2.1 Participantes da validação....................................................................................2095.3.6.2.2 Análise e debates sobre o modelo conceitual.......................................................2105.3.6.2.3 Conclusões do processo de validação do modelo conceitual...............................210

5.3.6.3 Descrição de um dos processos de validação..............................................................211

QUARTA PARTE – CONCLUSÕES ..............................................................................................216

6 CONCLUSÕES DA TESE .............................................................................................................216

6.1 Quanto aos objetivos e hipóteses definidos..................................................................216

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6.2 Quanto à concepção de sistemas de informação de apoio à supervisão da assistência emenfermagem hospitalar .......................................................................................................2176.3 Quanto ao desenvolvimento do trabalho ......................................................................2206.4 Quanto às perspectivas de continuidade.......................................................................220

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................222

ANEXOS .............................................................................................................................................245

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Estrutura de desenvolvimento do estudo ..............................................................13Figura 2.1 - Esquema de adaptação operativa ..........................................................................23Figura 2.2 - Esquema da arquitetura do processo cognitivo ....................................................37Figura 2.3 - Esquema do processo cognitivo na resolução de problemas ................................45Figura 3.1 - Problemas de recursos humanos enfrentados pelos gestores de saúde.................55Figura 3.2 - O processo de tomada de decisão .........................................................................67Figura 3.3 - O processo cíclico da educação continuada formal ..............................................71Figura 3.4 - Tendências atuais do mundo moderno X gestão de pessoas ................................72Figura 3.5 - Gestão de pessoas .................................................................................................73Figura 4.1 - Complexa rede de computadores..........................................................................86Figura 4.2 - Modelo de rede de área local ................................................................................87Figura 5.1 - Organograma do hospital e maternidade ............................................................115Figura 5.2 - Organograma hierárquico do serviço de enfermagem do hospital .....................117Figura 5.3 - Organograma hierárquico da clínica médica ......................................................121Figura 5.4 - Organograma por áreas de trabalho da clínica médica .......................................121Figura 5.5 - Modelagem cognitiva do processo “Lê todas as informações registradas no livrode intercorrências” (Atividade nº 01) .....................................................................................159Figura 5.6 - Modelagem cognitiva do processo “Verifica e avalia a escala de plantão dosfuncionários de enfermagem” (Atividade nº 4.1) ...................................................................160Figura 5.7 - Modelagem cognitiva do processo “Lê e verifica os pedidos de exames nasprescrições de todos os pacientes” (Atividade nº 9.2)............................................................161Figura 5.8 - Modelagem cognitiva do processo “Determina os cuidados que serão prestadosao paciente e as prioridades” (Atividade nº 26.2) ..................................................................162Figura 5.9 - Modelagem cognitiva do processo “Dialoga com os familiares sobre o estadogeral da paciente tentando obter informações sobre a situação socioeconomica dela”(Atividade nº 98.1) .................................................................................................................163Figura 5.10 - Modelagem cognitiva do processo “Determina para as outras duas funcionáriasas evoluções de enfermagem (sinais vitais, estado geral, sinais e conforto dos pacientes) eoutras funções que serão também cumpridas por elas” (Atividade nº 4.2) ............................164Figura 5.11 - Modelagem cognitiva do processo “Comunica a equipe de enfermagem sobre oscuidados a serem prestados a um paciente” (Atividade nº 26.3)............................................165Figura 5.12 - Modelagem cognitiva do processo “Orienta a funcionária que está fazendo ocurativo sobre a importância da irrigação com soro nesse tipo de ferida” (Atividade nº 83.3)................................................................................................................................................166Figura 5.13 - Modelagem cognitiva do processo “Anota a evolução dos pacientes maisprioritários (2 pacientes) e os principais cuidados que deverão receber” (Atividade nº 124.1)................................................................................................................................................167Figura 5.14 - Modelagem cognitiva do processo “Registra as atribuições na escala” (Atividadenº 4.3)......................................................................................................................................168Figura 5.15 - Modelagem cognitiva do processo “Verifica e avalia os sinais vitais do paciente(temperatura, pressão arterial, pulso e respiração)” (Atividade nº 41.1)................................169Figura 5.16 - Modelagem cognitiva do processo “Supervisiona a administração demedicamento por via endovenosa, realizada por uma funcionária da enfermagem” (Atividadenº 43.2)....................................................................................................................................170Figura 5.17 - Modelagem cognitiva do processo “Observa, verifica e avalia os cuidados dehigiene e conforto, alimentação, etc., prestados a esse paciente por parte da equipe deenfermagem” (Atividade nº 58.1)...........................................................................................171

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Figura 5.18 - Modelagem cognitiva do processo “Verifica no prontuário do paciente o registrodos cuidados que foram prestados a ele” (Atividade n° 58.2)................................................172Figura 5.19 - Modelagem cognitiva do processo “Realiza o balanço da diurese dos pacientescom prescrição do período da manhã” (Atividade nº 80.2)....................................................173Figura 5.20 - Modelagem cognitiva do processo “Avalia o estado geral do paciente e oscuidados que foram prestados a ele” (Atividade n° 82.2) ......................................................174Figura 5.21 - Modelagem cognitiva do processo “Verifica se foram administrados osmedicamentos deste horário para os pacientes” (Atividade nº 116.2) ...................................175Figura 5.22 - Fatores facilitadores da integração nas relações interpessoais. ........................182Figura 5.23 - Fatores dificultadores da integração nas relações interpessoais. ......................183Figura 5.24 - Decomposição do sistema em módulos e subsistemas. ....................................194Figura 5.25 - Fluxograma do módulo de recursos humanos e processo seletivo. ..................198Figura 5.26 - Relacionamentos informacionais entre módulos e sistemas.............................205Figura 5.27 - Modelo de gestão de Mudanças (baseado em Boog, 1999).............................208

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LISTA DE QUADROS

Quadro 3.1 - Categorização de recursos decisórios de acordo com o grau de incerteza deobjetivos e de resultados esperados ..........................................................................................65Quadro 4.1 - Tipos diferentes de arranjos ................................................................................95Quadro 5.1 - Pessoal da unidade e atribuições .......................................................................122Quadro 5.2 - Distribuição de pessoal por turno......................................................................123Quadro 5.3 - Distribuição de pessoal por turno tipo II (por categoria e turno de trabalho) ...124

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RESUMO

A enfermagem hospitalar como profissão que tem a maior responsabilidade pelos resultadosda assistência à saúde sempre tem se preocupado em criar estratégias e aplicar novastécnicas/ferramentas que contribuam para a eficácia de sua assistência. Especificamente, aexecução de atividades de supervisão da assistência em enfermagem hospitalar e o processode tomada de decisão tornam-se complexos pela multiplicidade de situações e pela exigênciade soluções rápidas, para as quais o enfermeiro precisa de experiência e grande volume deinformações, muitas vezes em tempo real. Nesse sentido, foi concebido um modelo conceitualde sistema de informação coerente com as exigências e as características mentais da atividadede supervisão da assistência em enfermagem, com vistas a contribuir para a redução doesforço mental dos enfermeiros em atividade de supervisão, assim como para a melhoria daqualidade dessa supervisão hospitalar em clínicas de internação. Para a concepção dessesistema, foram utilizados conhecimentos das áreas de ergonomia, supervisão do trabalho emenfermagem, psicologia cognitiva e sistemas de informação. È uma pesquisa descritiva quesurge da análise de trabalho, com o intuito de conhecer os processos cognitivos mentais doenfermeiro que é supervisor de uma unidade de internação de clínica médica, servindo de basena otimização na concepção de um sistema de informação que apoiará a supervisão daassistência em enfermagem hospitalar. A partir de um estudo de caso real, a análise cognitivada atividade foi desenvolvida utilizando-se técnicas sistemáticas e representações gráficas,desde tabelas seqüenciais até fluxogramas, que permitiram modelar a atividade cognitivadesse profissional e, assim, definir as necessidades de informação, a adequada representaçãodo conhecimento e a construção de algoritmos e heurísticas lógicas para a concepção dosistema de informação, chegando-se à construção desse modelo, o qual foi analisado eavaliado por um grupo de especialistas na área. Concluiu-se que o desenvolvimento desistemas baseados em realidades previamente analisadas e estudadas, considerando-secaracterísticas mentais reais, diminui os riscos de erros no trabalho e melhora a eficácia dafunção de supervisão de enfermagem, de forma a garantir a qualidade da assistência.

PALAVRAS-CHAVES: Ergonomia cognitiva; Sistemas de informação; Supervisão emenfermagem hospitalar.

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ABSTRACT

Hospital nursing as a profession has the greatest responsibility towards the results attained inhealth care, always concerned with creating strategies and applying new techniques/tools thatcontribute to the effectiveness of patient attendance. Specifically, the execution of supervisionactivities concerning patient care in hospital nursing and the decision making process mainlybecome complex because of the multiplicity of situations and the demand for fast solutions,for which the nurse needs experience and a great volume of information, many times in realtime. In this sense, a conceptual systems model was conceived of coherent information withthe demands and the mental characteristics of supervision of patient attendance in nursing,with views to contribute toward the reduction of the nurse’s mental effort in supervisionactivity as well as toward the improvement of the quality of that hospital supervision in in-patient clinics. For the conception of this system, knowledge from the following areas: wereused :ergonomics, work supervision in nursing, cognitive psychology and informationsystems. It is a descriptive research that appears from work analysis, with the intention ofbetter understanding the nurse’s mental cognitive processes who is also a supervisor of an in-patient unit of a medical clinic, serving as a base in the improvement in the conception of aninformation system that will support the supervision of attendance in hospital nursing. Theresearch started with a real case study, the cognitive analysis of the activity was developedusing systematic techniques and graphic representations, from sequential tables to flux thatallowed the modeling of the professional's cognitive activity and, in this way, defininginformation needs, the appropriate representation of knowledge and the construction ofalgorithms and heuristic logics for the conception of the information system and arrived at theconstruction of this model, being analyzed and appraised by a group of specialists in the area.It was concluded that, the development of systems based on realities previously analyzed andstudied considering real mental characteristics, reduces the risks of mistakes in the workplaceand improves the effectiveness of the function of nursing supervision in a form thatguarantees the quality of patient attendance.

KEY WORDS: Cognitive ergonomics; Information systems; Supervision in

hospital nursing.

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PRIMEIRA PARTE – INTRODUÇÃO

1 INTRODUÇÃO

1.1 Introdução ao problema de pesquisa e justificativa

Atualmente está se vivendo uma era de contínuas mudanças e inovações. O

conhecimento humano experimenta um crescimento nunca antes imaginado. A cada dia

milhões de dados circulam pelo nosso ambiente, tais como jornais, revistas, TV, cinema e

dezenas de novas mídias: internet, CD-ROM, videoCDs, estações de videoconferência, entre

outros, despejam um volume esmagador de idéias e de informações no nosso espaço

profissional tanto local como mundial. Vivenciamos a quebra de barreiras a todo o momento.

O primeiro invento importante na medicina moderna – o estetoscópio – foi substituído por

sistemas inteligentes de processamento de ruídos, capazes de identificar sinais sutis que nem

os médicos mais experientes poderiam suspeitar. Os eletrocardiógrafos modernos podem ser

acionados até por satélites, verificando as condições clínicas de uma pessoa dentro de um

navio ou em um carro de corridas da Fórmula 1, ou até numa sala de cirurgias no outro lado

do mundo. Os raios X foram substituídos por sistemas de ressonância magnética, câmeras de

vídeo embutidas no interior do paciente, além da tomografia computadorizada e da

termografia. Os microscópios estão sofisticados a ponto de permitir a visualização da órbita

de um elétron. Os próprios exames de laboratórios, a perfusão de medicamentos, a biometria,

enfim, fazem com que nos sintamos em um mar de equipamentos eletrônicos informatizados.

Nesse sentido, Gonçalves (1994, p. 36) diz que

Esta é uma era que poderia ser chamada de Revolução Computacional. Como aRevolução Industrial, este período de mudanças tecnológicas que vem secaracterizando por transformações profundas em nosso modo de vida. Enquanto aRevolução Industrial tem permitido ao homem ampliar sua capacidade física, aRevolução Computacional vem ajudando a ampliar sua capacidade mental.

Entretanto, pode-se observar que os avanços tecnológicos criaram mudanças em várias

áreas da vida moderna, uma vez que todas as organizações utilizam alguma forma de

tecnologia para executar suas tarefas. Na área de assistência à saúde, especificamente, as

tecnologias biomédicas e de informação têm, de maneira significativa, influenciado na

habilidade e na maneira de assistir ao paciente. Na enfermagem, novos e complexos desafios

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defrontam com a implementação, utilização, avaliação e desenvolvimento dessas tecnologias

(Marin, 1995).

Assim, dentro de um ponto de vista predominantemente administrativo, Chiavenato

(1983) e Arndt e Huckabay (1983) consideram tecnologia como algo que se desenvolve nas

organizações por meio de conhecimentos acumulados e acrescidos sobre o significado e a

execução de tarefas, e por suas manifestações físicas decorrentes, ou seja, máquinas,

equipamentos e instalações. Para Marin (1995, p. 2),

a informação é hoje o maior recurso de que se dispõe para alcançar o crescimento edesenvolvimento e com isso viabilizar o futuro. Para os profissionais de saúde,dominar o conhecimento gerado e processado pelo crescente aumento do número dedados e informações ou simplesmente ter acesso facilitado quando necessário, jáestabelece diferentes níveis de atuação no atendimento ao paciente.

Todos os equipamentos a nosso dispor aumentam a confiança e o conforto do paciente.

O médico e o enfermeiro têm ao seu alcance exames confiáveis e seguros no que se refere à

tomada de decisão. Resta automatizar as tarefas burocráticas, os relatórios, o quadro de

plantões, o estoque e as inúmeras atividades repetitivas que tomam um tempo precioso e

desviam a atenção do trabalho principal, que é assistência integral ao paciente.

Assim, com o desenvolvimento da área da saúde, alguns limites foram

automaticamente definidos, tendo como finalidade básica identificar as áreas de atuação dos

profissionais e até mesmo identificar as novas áreas de conhecimento existentes. Um dos

primeiros termos empregados e divulgados com relação ao uso de computadores na área de

atendimento ao paciente foi o termo “informática médica”. Tal expressão foi empregada com

amplo significado no uso da tecnologia da informação no que se refere aos cuidados com o

paciente e ao processo de tomada de decisão na saúde (Shortliffe, 1990). Segundo Mandil

(1992, p. 35),

a finalidade básica da informática na saúde é fornecer suporte no atendimento a fimde que se obtenha um alto nível de saúde para o indivíduo, para a comunidade, paraa nação e mesmo para todo o mundo. É um campo próspero da ciência com amplaspossibilidades na realização de pesquisas científicas, desenvolvimento de aplicaçãoe outras inúmeras e criativas atividades que poderão ser introduzidas para auxiliar oprofissional.

Com respeito à realidade presente, a tecnologia encaixa-se dentro de uma ótica de

aprimoramento da qualidade dos cuidados de saúde, uma vez que pode facilitar e apoiar o

planejamento, a tomada de decisão, a comunicação, o controle gerencial e as mudanças na

estrutura organizacional. Cabe ressaltar que se torna indispensável observar que os sistemas

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de informação podem, também, apoiar os enfermeiros a estruturar, operacionalizar,

supervisionar, controlar e avaliar o desempenho do departamento/serviço/unidade de

enfermagem. Dessa forma, é fundamental que toda a equipe de enfermagem seja capaz de ver

o computador como um instrumento facilitador para o desenvolvimento de seu trabalho

(Marin, 1995).

A introdução da tecnologia computacional no campo da enfermagem revela uma forte

tendência do futuro. Entretanto, está sendo julgada por muitos como irrealista e demasiado

inovadora (Évora, 1995). Observa-se, de um modo geral, que a informática em enfermagem

busca empregar os conhecimentos da ciência da informação e da computação para tratar dos

fenômenos de sua área específica. Dessa forma, o estudo inicial a ser feito está relacionado à

identificação do que é a informatização na enfermagem, quais são os dados, as informações e

os conhecimentos que caracterizam a informática como disciplina, como profissão. (American

Nurses Association - ANA, 1994).

A mesma Associação define a informática em enfermagem, determinando alguns

requisitos:

- a informática em enfermagem deve servir aos interesses dos pacientes;

- o emprego da informática na enfermagem é intrínseco aos cuidados dela;

- a disponibilidade de tempo e o número insuficiente de funcionários.

E define também que

quanto à disponibilidade de tempo, conclui-se que este problema poderia ser maisbem equacionado por meio do desenvolvimento de uma ferramenta computacional,com vistas à mobilização de informações necessárias à tomada de decisão sobre oscuidados a serem prescritos para uma adequada assistência de enfermagem aopaciente hospitalizado. A utilização de uma ferramenta computacional destanatureza proporcionará o rápido acesso às informações necessárias para oplanejamento e a elaboração da prescrição individualizada dos cuidados deenfermagem com base no sistema de resolução de problemas (American NursesAssociation - ANA, 1994, p. 32).

Introduzir o computador seja no ambiente hospitalar, seja em todo ou qualquer

departamento, não é um processo simples. Trata-se de um processo longo, complexo e que

demanda muita responsabilidade por parte dos envolvidos. Sendo assim, faz-se necessário que

o enfermeiro esteja capacitado a ter uma visão ampla da implantação do sistema de

informatização e que saiba discernir em função dessas diretrizes, a fim de enaltecer seu

investimento na enfermagem (Évora, 1995).

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A Associação Norte-Americana de Enfermagem reconhece a área de informática em

enfermagem como uma especialidade e caracteriza o emprego de computadores adotando a

seguinte conceituação:

Informática em enfermagem é a área de conhecimento que diz respeito ao acesso euso de dados, informação e conhecimento, para padronizar a documentação, apoiar oprocesso de tomada de decisão, desenvolver e disseminar novos conhecimentos,aumentar a qualidade, a afetividade e a eficiência do cuidado em saúde, fornecendomaior poder de escolha aos clientes, e fazer avançar a ciência da enfermagem (ANA,1994).

As atividades do enfermeiro muitas vezes envolvem tratamento de informações no

planejamento, execução, supervisão, avaliação e controle de ações de maneira simultânea. Por

outro lado, temos situações com características semelhantes que envolvem variáveis e

diagnósticos particulares para cada situação. Assim, as funções do enfermeiro apresentam

uma grande multiplicidade e diversidade de situações a serem resolvidas, muitas delas de

forma imediata e outras de forma mediata, o que, em conjunto com a responsabilidade de

assistir a outro ser humano, pode transformar-se em um fator importante na geração de erros,

às vezes inconscientes.

Por outro lado, no dia-a-dia o enfermeiro resolve muitos problemas e/ou realiza ações

que são concorrentes desde o ponto de vista temporal, o que leva à sobrecarga

mental/cognitiva de trabalho, diminuindo muitas vezes a qualidade da assistência e até

desenvolvendo doenças relacionadas ao trabalho, como estresse, neuroses, entre outras.

(Benito, 1994).

A questão das funções que são desenvolvidas pelos enfermeiros é muito discutida a

partir do ponto de vista dos tipos de função que realmente ele executa na sua rotina de

trabalho. Se formos analisar o que a Lei do Exercício Profissional atribui ao enfermeiro

como competências e o que esse profissional vem executando nas diversas instituições

hospitalares no Brasil, pode-se perceber que existe uma grande diferenciação a esse respeito.

Autores como Carvalho e Oliveira (1990), Trevisan (1987), Benito (1994), Lunardi (1995),

Mendes (1993), Trevisan (1988), evidenciaram em seus estudos a prevalência do exercício do

enfermeiro em atividades eminentemente administrativas sobrepondo-se às atividades

assistenciais. Isso nos leva a perceber que o enfermeiro, na sua prática, executa atividades de

planejamento, organização, direção e controle, o que significa que esse profissional se

apresenta como um gerente da assistência de enfermagem. E muitas das ações que se

executam para conseguir que as coisas sejam feitas são desenvolvidas por outras pessoas, que

no caso são os técnicos e auxiliares de enfermagem (Bocchi e Fávero, 1996).

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Portanto, espera-se que o enfermeiro, ao assumir sua posição de gerente da assistência

de enfermagem, tenha a responsabilidade de garantir a eficiência do processo administrativo

perante a sua equipe de trabalho e perante a organização, usando um método que o auxilie na

tomada de decisão quanto às ações de enfermagem, principalmente as executadas pelo pessoal

auxiliar. Nesse sentido, entende-se a importância da função de supervisão a partir de um

enfoque mais recente. Supervisão não significa fiscalização, policiamento, controle no sentido

de crítica, punição, cobrança, mas identificação de potencialidades do pessoal tentando

atribuir funções certas ao pessoal certo, potencialização de habilidades que leva o funcionário

à educação e ao aperfeiçoamento contínuo, valorizando o trabalhador e enfocando a

supervisão como um processo dinâmico e democrático de integração e coordenação de

recursos humanos e materiais numa estrutura organizada, visando alcançar objetivos definidos

em um programa de trabalho mediante o desenvolvimento pessoal (Andrade, 1974).

Duas disciplinas que podem contribuir em muito para enriquecer o conhecimento em

relação ao desenvolvimento das atividades do enfermeiro são a ergonomia e as ciências

cognitivas. Assim, por meio da análise dos processos cognitivos no desenvolvimento da

atividade, pode-se predizer de uma maneira causal o comportamento dos trabalhadores com

diferentes características (nível de experiência, conhecimento teórico e operativo, modelo

mental do sistema ou processo de trabalho). Também se pode resgatar a tarefa efetiva do

enfermeiro, que vai modelar suas atividades cognitivas de trabalho, segundo suas próprias

características pessoais, procurando melhor se adaptar às exigências da tarefa, sobretudo

mental e, conseqüentemente, melhorar o seu desempenho.

Nesse sentido, pode-se organizar e projetar um sistema de informação numa estrutura

conceptual ou informatizada, coerente com as estruturas da ação e com as limitações humanas

adaptadas ou adequadas às atividades de supervisão desenvolvidas na unidade de internação

hospitalar (clínica médica) onde o profissional de enfermagem desenvolve seu trabalho sem

esquecer que a base de seu agir é a prestação de cuidados assistenciais que visa basicamente

promover um bom atendimento ao cliente (paciente).

Por outro lado, as novas tecnologias como multimídia, videoconferência e redes de

informação permitem aproximar tecnologia e homem, aumentando também os ganhos de

produtividade. Essa aproximação pode ser ainda mais eficiente se adaptamos os recursos de

imagem, animação, texto, voz e comunicação às estruturas e aos processos cognitivos no

desenvolvimento da atividade. Dessa forma, poderia ser resolvido o problema de saber

quando e como utilizar esses recursos da informática na melhoria do desempenho e das

condições de trabalho. Essa adaptação também permitiria definir as relações entre os postos

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de trabalho e os procedimentos e técnicas mais adequados, estabelecendo-se a tecnologia

apropriada e os melhores canais de informação.

Entretanto, o funcionamento de sistemas de informação pode ser dificultado muitas

vezes pela exigência de detecção, interpretação e tratamento de um grande volume de

informações, geralmente apresentadas ao trabalhador em forma codificada e confusa, o que

aumenta a sua carga mental de trabalho.

Muitas operações executadas pelo enfermeiro envolvem processos cognitivos

complexos, que são percebidos na representação do tratamento das informações. Assim,

também, sabe-se que o tratamento e o processamento de dados são auxiliados principalmente

pela memória de trabalho, cuja exigência mostra-se elevada (Benito, 1994).

Quando o trabalho envolve grande volume de informações, é necessário que o sistema

computacional escolha e apresente parte dessas informações de uma forma mais amigável.

Isso significa que o usuário (equipe de enfermagem) do sistema de informação deve fazer uso

desse sistema em toda sua capacidade de recursos.

Esse apontamento baseia-se no que Benito (1994) percebeu na sua pesquisa intitulada

Avaliação Ergonômica de um Sistema de Informação Hospitalar. Nessa pesquisa, a autora

identifica resistência ao uso de sistemas informatizados por parte do pessoal de enfermagem.

Essa informação se reafirma ainda com outra pesquisa desenvolvida por Azevedo e da Cunha

(1998, p. 88), em que são identificados os fatores que influenciam na aceitação de um sistema

hospitalar por parte desse mesmo pessoal. Esses autores também ressaltam que existe

resistência, cujos principais fatores são: a falta de informação em relação à qual a função a ser

desenvolvida com a informatização; a falta de um ‘bom’ programa de treinamento por parte

da instituição; a falta de conhecimento dos objetivos da informatização do hospital na sua

totalidade; a falta de motivação por parte da instituição que possa incentivar ou despertar o

interesse desses profissionais; a informação incorreta acerca dos objetivos da informatização

em rede na assistência de enfermagem; o alto custo desse equipamento; e o temor de que a

informatização gere o desemprego ao longo do tempo.

Outras dificuldades podem ser causadas pela falta de adaptação do operador humano

ao sistema técnico, muitas vezes porque a lógica de funcionamento do sistema concebido pelo

projetista difere significativamente da lógica do usuário dessa tecnologia, quando não são

conciliados os aspectos humanos e técnicos, e pelos problemas de organização,

principalmente quando as estruturas de ação dos trabalhadores (processos cognitivos,

técnicas, estratégias, métodos) diferem significativamente das utilizadas na implantação do

sistema de informação.

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Nos sistemas de informação constituídos pela própria informação, os trabalhadores, a

tecnologia e a estrutura organizativa muitas vezes não contribuem para que sejam

conseguidos os resultados esperados devido à falta de adaptação desses sistemas às

características dos usuários, principalmente em nível cognitivo e em relação à atividade

realmente desenvolvida. Segundo Dutton (1986), os problemas humanos, geralmente mais do

que os tecnológicos, acompanharão a introdução de tecnologias da informação.

As necessidades de informação dentro de um hospital foram divididas por

Wierderhold e Perreault (1990) em três diferentes categorias:

suporte na assistência,

suporte para a atividade diária,

suporte para o planejamento,

suporte na documentação.

1.2 Definição do problema de pesquisa

Nesta pesquisa, pretende-se abordar como tema central a concepção de um modelo

conceitual de sistema de informação de apoio aos processos de tomada de decisão na

supervisão hospitalar da assistência em enfermagem, com base na análise ergonômica

cognitiva do trabalho e em modelos e técnicas de supervisão do trabalho e desenvolvimento

de sistemas de informação. O presente trabalho visa contribuir para a qualidade da prestação

de assistência em enfermagem e para a diminuição de esforços mentais, por meio de um

sistema de informação por computador amigável e eficiente, isto é, com características

ergonômicas que atendam a esses requisitos.

No dia-a-dia do enfermeiro, muitas informações são processadas e/ou elaboradas

determinando ações muitas vezes acertadas e outras desajustadas. Isso significa que lidar com

“cuidado” não é uma tarefa fácil, sobretudo tratando-se do atendimento a seres humanos em

desequilíbrio físico e emocional. Dessa forma, cabe ressaltar o pensamento de Benito (1994,

p.147), quando afirma que:

“O enfermeiro apresenta sobrecarga cognitiva pelo fato ele ter que realizar diversosprocessos simultaneamente e com restrição temporal. Entre os principais processostemos, atualizar e relembrar informações, selecionar ou filtrar dados relevantes etransmitir as informações de forma clara e precisa a sua equipe de trabalho.”

Assim, o enfermeiro, segundo Benito (1994, 1998), precisa organizar e determinar

mentalmente suas prioridades de atuação na atenção com os pacientes. A autora sugere ações

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a serem executadas a partir do planejamento da supervisão em enfermagem. Esse processo

serve de guia ao enfermeiro para que posteriormente possa agir através da tomada de decisão.

Cabe salientar que tais decisões nem sempre são as mais certas, já que são influenciadas pela

política administrativa da instituição que se encontra em um contexto político-social de uma

nação, entre outros fatores.

Assim, Benito (1994, p. 147) ressalta que “a tomada de decisão apresenta-se no

cumprimento de funções do enfermeiro como uma ferramenta constante muito utilizada por

ele no desenvolvimento de atividades. Isso faz com que ele adquira determinada habilidade ao

propor soluções para determinadas situações ou ‘problemas’ de enfermagem”.

Nesse contexto, foi feito um estudo de caso de uma situação real, com o propósito de

conceber um sistema que acompanhasse as exigências cognitivas reais do trabalho do

enfermeiro nas atividades de supervisão da assistência em enfermagem que envolve

atividades de planejamento, coordenação/organização, controle e avaliação.

A observação é o principal instrumento metodológico utilizado na coleta de dados e, a

partir da análise ergonômica cognitiva desses dados, foi concebido o sistema de informação

aqui proposto. Foi escolhido aleatoriamente um dia de trabalho do enfermeiro na clínica

médica de um hospital de grande porte do Vale do Itajaí.

Cabe afirmar que, o propósito fundamental de um sistema de informação em

enfermagem é apoiar nas funções que envolvem tomadas de decisão, visto que estas exigem

uma grande quantidade de informações, de forma a apoiar os enfermeiros a tomarem decisões

cada vez mais certas, diminuindo suas dúvidas.

Em todo esse processo o enfermeiro sempre visa à eficiência e eficácia dos seus

resultados, mesmo enfrentando a sobrecarga descrita e a responsabilidade envolvida por tratar

se de seres humanos, aspectos esses que muitas vezes criam situações que o estressam e o

levam a cometer erros.

Portanto, a implementação de um sistema de informação significa aperfeiçoamentos

operacionais, somando-se uma maior aproximação do profissional enfermeiro do seu cliente

(paciente/família), podendo-se também perceber valores adicionados por meio da melhoria da

qualidade da assistência prestada. Uma outra contribuição é o preparo para o futuro, ou seja,

os sistemas poderiam permitir a realização desses benefícios agora e preparar o caminho para

metas mais sofisticadas no futuro (Jarufe, 1998).

De um modo geral, os sistemas informatizados nos hospitais foram construídos

levando em conta a capacidade dos computadores em manipular uma grande quantidade de

informação para serem disponibilizadas aos usuários quando necessário.

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Assim, na concepção de um sistema de informação de apoio à supervisão da

assistência em enfermagem hospitalar é importante a contribuição da ergonomia cognitiva

para elaboração, otimização e efetivação desse sistema, uma vez que a análise das decisões no

trabalho, a partir de informações estruturadas e de fluxos do processo, amplia o campo dos

conhecimentos sobre o trabalho mental (Richard, 1990). Dessa forma, o sistema permite

apresentar de maneira clara as representações mentais do enfermeiro no momento da

execução de seu trabalho, aproximando mais a construção do modelo da realidade do trabalho

mental do enfermeiro, de forma a ser mais eficiente e eficaz na sua funcionalidade e nos

resultados que apresenta como instrumento de apoio para esse profissional.

Glaser e colaboradores (1986) demonstram que a implementação de sistemas de

informação pode resultar em benefícios, porém dois terços dessas vantagens requerem um

grande esforço por parte da administração, além de um planejamento significativo. O

conhecimento da organização na sua totalidade constitui a chave para o início de um projeto

de informatização.

Nesse contexto, pode-se afirmar que a aceitação básica dos sistemas de informação em

enfermagem aumenta e realça todos os esforços organizacionais, garantindo dessa maneira

uma assistência de enfermagem com maior qualidade.

Finalmente cabe enunciar o problema de pesquisa a ser resolvido:

Como conceber um sistema de informação que apóie na supervisão da assistência

em enfermagem hospitalar, visando melhorar a qualidade dessa assistência e minimizar

as exigências mentais do enfermeiro?

1.3 Campos de conhecimentos envolvidos

Esta pesquisa apresenta-se como uma resposta aos problemas apresentados, através da

utilização dos conhecimentos das áreas de ergonomia, supervisão do trabalho em

enfermagem, psicologia cognitiva e sistemas de informação. As áreas de psicologia cognitiva

e ergonomia cognitiva participam principalmente no desenvolvimento do sistema de

informação adaptado às características e estruturas mentais da ação e reação humana. Isso

pela particularidade do trabalho do enfermeiro, que, como já foi mencionado, processa grande

diversidade e multiplicidade de informações, o que é muito relevante na tomada de decisão no

que diz respeito à supervisão de enfermagem. Assim, segundo Benito (1994), as atividades

que o enfermeiro executa apresentam elevados números de informações que ele recebe e dos

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quais trata durante o plantão ou jornada de trabalho. Tais números são processados em termos

cognitivos e exigem processos de tratamento de informação complexos.

1.4 Pressupostos

Como pressupostos pode-se formular os seguintes:

♦ a análise ergonômica do trabalho do enfermeiro da unidade de internação clínica

em termos cognitivos permite o desenvolvimento de um modelo conceitual de

sistema de informação que apóie na supervisão do trabalho desse profissional de

forma eficiente e que se adapte às características organizacionais e funcionais desta

unidade;

♦ o modelo conceitual contribuirá para o desenvolvimento de um sistema de

informação funcional e ergonômico para a clínica médica desta instituição

hospitalar;

♦ o modelo de sistema de informação proposto de apoio à supervisão do trabalho da

enfermagem poderá ser desenvolvido e/ou adaptado para outras unidades

contribuindo na organização do trabalho do sistema de enfermagem e da instituição

em seu conjunto;

♦ o sistema de apoio à supervisão da assistência em enfermagem contribuirá na

aceitação da equipe de enfermagem (enfermeiro, técnico de enfermagem e auxiliar

de enfermagem) e de novas tecnologias de informação ou outras, facilitando

futuros processos de mudança;

1.5 Objetivos

1.5.1 Objetivo geral

Conceber um modelo conceitual de sistema de informação de apoio à supervisão da

assistência em enfermagem adaptado às exigências cognitivas no desenvolvimento das

atividades.

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1.5.2 Objetivos específicos

♦ Identificar as atividades relacionadas à supervisão de enfermagem.

♦ Analisar sob o referencial da ergonomia cognitiva as exigências mentais do

enfermeiro de clínica médica, em atividade de supervisão.

♦ Construir um modelo conceitual de sistema de informação de apoio à supervisão da

assistência em enfermagem hospitalar.

1.6 Limitações do estudo

Este estudo está limitado ao desenvolvimento de um modelo conceitual de um sistema

de informação de apoio à supervisão da assistência em enfermagem. O modelo desenvolvido

leva à concepção de um sistema inteligente que guie o enfermeiro na tomada de decisão, com

pouca ou nenhuma possibilidade de erro.

A análise ergonômica cognitiva limitou-se a estudar as exigências do trabalho em

nível mental, principalmente cognitivo, já que a tomada de decisão é processada nesse último.

Foi desenvolvido um módulo representativo de uma atividade específica da supervisão

da assistência em enfermagem, que ficou definido após a análise ergonômica em nível

cognitivo do trabalho.

1.7 Metodologia

Este estudo se enquadra como uma pesquisa descritiva na classe de pesquisa não-

experimental, cujo propósito é o de observar, descrever e analisar aspectos reais de uma

situação (Polit e Hungler, 1995).

Nesse sentido, cabe ressaltar que na pesquisa descritiva o pesquisador procura

conhecer e interpretar a realidade, sem interferir nela ou modificá-la. Assim, neste tipo de

pesquisa o interesse é descobrir e observar os fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-

los e interpretá-los; estudando-se o fenômeno, deseja-se conhecer a sua composição e os

processos que o constituem ou que nele se realizam (Rudio, 1986).

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No presente estudo, a pesquisa descritiva surge na forma de pesquisa de análise de

trabalho, a fim de conhecer os processos cognitivos mentais do profissional enfermeiro que é

supervisor de unidade, base que servirá para otimizar a concepção de um sistema de

informação que apoiará a supervisão da assistência em enfermagem.

Este estudo utiliza a metodologia descrita a seguir.

1.7.1 Estrutura de desenvolvimento seguido

Neste item é apresentada a estrutura que o desenvolvimento da pesquisa seguirá.

Dessa forma, inicia-se com: determinação das atividades cotidianas da enfermagem em

clínica médica; determinação das principais atividades de decisão na supervisão em

enfermagem; análise ergonômica das atividades cognitivas da supervisão em enfermagem;

desenvolvimento do módulo conceitual do sistema de informação; validação do modelo

conceitual; e recomendações na concepção do sistema de informação e as considerações

finais.

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Figura 1.1 - Estrutura de desenvolvimento do estudo

BASEADO NASATIVIDADESDESENVOLVIDASPELO ENFERMEIRONA SUA JORNADADE TRABALHO

RECOMENDAÇÕES NACONCEPÇÃO DE SICONSIDERAÇÕES FILAIS

DETERMINAÇÃO DAS ATIVIDADESCOTIDIANAS DA ENFERMAGEM

DETERMINAÇÃO DAS PRINCIPAISATIVIDADES DE DECISÃO DA

SUPERVISÃO EM ENFERMAGEM

ANÁLISE ERGONÔMICA DASATIVIDADES COGNITIVAS DA

SUPERVISÃO EMENFERMAGEM

DESENVOLVIMENTO DOMÓDULO CONCEITUAL DOSISTEMA DE INFORMAÇÃO

VALIDAÇÃO DO MODELOCONCEITUAL

ATIVIDADES QUE ENVOLVAM♦ O PROCESSO SELETIVO DO

PESSOAL DE ENFERMAGEM♦ A AVALIAÇÃO DE

DESEMPENHO DO PESSOALDE ENFERMAGEM

♦ EDUCAÇÃO CONTINUADA ETREINAMENTO DEATIVIDADES.

♦ CONTROLE DE ATIVIDADESASSISTÊNCIAIS E DE CUSTOS.

♦ SUPERVISÃO DA ASSISTÊNCIA♦ PLANEJAMENTO DE

ATIVIDADES A SEREMDESENVOLVIDAS

O MÓDULO SERÁ DESENVOLVIDO

♦ COM BASE NOSPROCESSOS MENTAISDURANTE A EXECUÇÃO DAATIVIDADE QUE ENVOLVAMTOMADA DE DECISÃO ERACIOCÍNIOS

♦ ENTREVISTAS EDEBATES COM OSESPECIALISTAS DAÁREA.

♦ SIMULAÇÃO DESITUAÇÕES QUESERÃO RESOLVIDASPELOSESPECIALISTAS

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- Determinação das atividades cotidianas da enfermagem em clínica médica:

baseada nas atividades desenvolvidas pelo enfermeiro-chefe da clínica médica.

- Determinação das principais atividades de decisão na supervisão em

enfermagem: baseada no desmembramento das atividades desenvolvidas pelo

enfermeiro da clínica médica.

- Análise ergonômica das atividades cognitivas da supervisão em enfermagem:

análise do raciocínio lógico, tomadas de decisão, memorização, comportamentos e

condutas das atividades de supervisão em enfermagem desenvolvidas pelo enfermeiro.

- Desenvolvimento do módulo conceitual do sistema de informação: baseado na

análise ergonômica cognitiva das atividades de supervisão em enfermagem, tendo

como objetivo o desenvolvimento de uma metodologia para a criação de ferramenta

que auxilie no gerenciamento de um grande volume de informações em situações

multivariadas.

- Validação do modelo conceitual: através da simulação de atividades típicas de

supervisão em enfermagem num ambiente real de trabalho, a partir do modelo de um

sistema de informação que foi concebido com base nas exigências cognitivas reais do

trabalho de um enfermeiro que supervisiona uma unidade de clínica médica.

- Recomendações na concepção do sistema de informação e considerações finais:

utilizando-se entrevistas e observações de enfermeiros com experiência em clínica

médica e propondo-se futuros desenvolvimentos em outras áreas adjacentes ou

similares em instituições hospitalares.

1.7.2 Métodos e técnicas de levantamento de dados

A coleta de dados foi realizada através de uma entrevista com a chefia geral de

enfermagem de um hospital de grande porte, com o objetivo de conhecer o interesse da

instituição na possibilidade de investir na informatização do hospital. Paralelamente, foram

sendo observadas as atividades executadas pelos enfermeiros nas diversas clínicas da

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instituição, com o objetivo de se identificarem a complexidade no gerenciamento de

informações para a execução do trabalho do enfermeiro-chefe de unidade, a tomada de

decisão, as múltiplas situações simultâneas a serem resolvidas e o manuseio do grande

volume de informações relacionadas a recursos humanos, pacientes a serem atendidos (de 24

a 36 pctes./unidade), organização e materiais utilizados, etc.

1.8 Desenvolvimento do estudo de caso

A partir das informações coletadas, foi escolhida a Clínica Médica 2 para realização

do estudo de caso. Foram feitos um levantamento da caracterização do trabalho da

enfermagem e de seu fluxo de informações no contexto da engenharia e da tecnologia da

informação, e também uma análise da atividade cognitiva e da modelagem do trabalho na

atividade de supervisão em enfermagem. Essa modelagem serviu de base para o

desenvolvimento de um modelo conceitual de sistema de informação de apoio à supervisão da

assistência em enfermagem.

1.9 Resultados atingidos

Ao final deste estudo, chegou-se aos seguintes resultados:

1. maior eficiência no desenvolvimento da função de supervisão por parte do

enfermeiro-chefe da unidade;

2. vantagens e problemas gerais de sistemas de informação;

3. diminuição de esforços mentais pela caracterização do modelo conceitual do

sistema de informação, adaptado às exigências cognitivas do trabalho real do

enfermeiro da clínica médica;

4. vantagens na utilização do sistema ergonomicamente concebido;

5. aumento da produtividade e qualidade do serviço prestado ao cliente e conseqüente

satisfação no trabalho;

6. maior aceitação por parte da equipe multidisciplinar que assiste o paciente de

clínica médica;

7. incremento do tempo destinado ao cuidado direto ao paciente.

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1.10 Justificativa da tese

1.10.1 Não-trivialidade

A pesquisa que foi desenvolvida é um assunto atual na área da informação ou ciências

da informação. Especificamente na área de enfermagem, ainda se está começando a discutir o

uso da informática para auxiliar na execução das atividades dos profissionais dessa área

(enfermeiro, técnico de enfermagem e auxiliar de enfermagem). Cabe ressaltar que um dos

profissionais que têm maior responsabilidade no desenvolvimento de funções administrativo-

assistenciais é o enfermeiro, pois ele cuida de outro ser humano e o assiste numa etapa de sua

vida na qual este se encontra em total desequilíbrio físico e mental. Do enfermeiro depende a

vida do paciente, ou seja, depende dos cuidados que são prestados a ele durante esse estado de

desequilíbrio.

O estudo em questão pode contribuir positivamente na aceitação da informática por

parte dos profissionais da saúde, principalmente dos enfermeiros. Também pode estimular o

uso de computadores em sistemas hospitalares direcionados às atividades do enfermeiro bem

como a outras atividades.

Especificamente no que diz respeito ao trabalho do enfermeiro, poderá apoiar o

desenvolvimento das suas funções no dia-a-dia, de modo a facilitar a resolução de problemas

e/ou tomadas de decisão, diminuindo os esforços mentais e o nível de erros.

Por outro lado, a adaptabilidade do sistema levará muitos enfermeiros a ter maior

afinidade pelos sistemas de informação computadorizados, já que estes apoiaram seu trabalho

assistencial de forma mais coerente com as particularidades do cotidiano de seu trabalho.

A não-trivialidade da tese caracteriza-se pela integração de três grandes disciplinas (as

ciências da informação, a ergonomia e a enfermagem), que associadas contribuem para a

diminuição de esforços mentais e para a adaptação do ambiente e os meios às características

do trabalho do enfermeiro, apoiando, especificamente, na supervisão da assistência em

enfermagem melhorando a qualidade do serviço no cuidado ao paciente hospitalizado.

1.10.2 Originalidade

Não se tem conhecimento da existência de sistemas de informação concebidos a partir

da análise ergonômica cognitiva de uma situação real e que sejam aplicados na supervisão da

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assistência em enfermagem, o que garante a originalidade do trabalho de pesquisa e justifica

sua realização.

O estudo propõe uma abordagem multidisciplinar (ergonomia cognitiva, ciências da

informação e administração da assistência em enfermagem) e original, pois vai utilizar alguns

conhecimentos de cada uma das áreas citadas para chegar à elaboração de um modelo

metodológico conceitual próprio para desenvolver um sistema de informação que apóie o

enfermeiro no seu trabalho.

Outro aspecto que torna o estudo em questão original é que o módulo que se pretende

desenvolver terá características ergonômicas e utilizará recursos multimídia, como texto,

imagens e sons, recursos esses que incitarão o enfermeiro a usar o sistema.

São desconhecidos na literatura estudos que abordem a análise ergonômica cognitiva

para o desenvolvimento de sistemas de informação que apóiem na função de supervisão da

assistência em enfermagem. Isso se dá em função do grande volume de informações

disponíveis no trabalho do enfermeiro, sobretudo pela variabilidade de pacientes assistidos e

pelas múltiplas situações que esse profissional enfrenta no seu dia-a-dia, que muitas vezes se

apresentam de forma simultânea e exigem dele soluções rápidas com pouca ou nenhuma

probabilidade de erro, já que se trata do gerenciamento do cuidado de pacientes doentes em

fase de recuperação e/ou reabilitação de sua saúde.

1.10.3 Contribuição aos campos de conhecimento considerados

Este estudo contribuirá na aplicabilidade dos diferentes campos de conhecimento dos

quais fará uso. Por meio deste estudo, criaram-se novos conhecimentos, técnicas e métodos

para o desenvolvimento de sistemas de informação na área da saúde hospitalar, pois muito

pouco se tem acrescentado em termos assistenciais, visto que geralmente se exploram mais os

níveis administrativos e de documentação, embora o objetivo básico do hospital é a

assistência prestada à população.

A ciência cognitiva tem sido pouco explorada no sentido de realizar estudos referentes

aos processos do trabalho do profissional da saúde. Assim, o estudo em questão é uma grande

contribuição para essa área, pois acrescenta conhecimentos aos da enfermagem e da

administração hospitalar.

Finalmente, o estudo contribui para a adaptação e elaboração de técnicas de análise e

desenvolvimento mais eficientes e efetivos sob o ponto de vista do trabalho do enfermeiro.

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18

1.11 Estrutura geral da tese

A tese está dividida em quatro grandes partes, totalizando seis capítulos. Na primeira

parte encontra-se o primeiro capítulo, que compreende a introdução ao problema de pesquisa,

a definição do problema de pesquisa, os campos de conhecimento envolvidos, as hipóteses, os

objetivos, as limitações, a metodologia, o desenvolvimento do estudo de caso, os resultados

atingidos, a justificativa da tese e a estrutura geral desta. Na segunda parte constam o

segundo, terceiro e quarto capítulos, com a fundamentação teórica dos temas relacionados à

pesquisa: o trabalho e a ergonomia cognitiva; a supervisão em enfermagem e sistemas de

informação e enfermagem. Na terceira parte é desenvolvido o estudo de caso que se inicia

com a caracterização do trabalho da enfermagem e seu ambiente, seguido da análise da

atividade cognitiva e da modelagem do trabalho do enfermeiro na clínica médica, além do

modelo conceitual de sistema de informação de apoio à supervisão da assistência em

enfermagem. Por fim, na parte correspondente ao capítulo 6 são relatadas as recomendações e

conclusões da tese.

1.12 Aspectos éticos

No tempo de desenvolvimento da pesquisa, procurou-se respeitar os seguintes

aspectos éticos, recomendados por Silva e Benito (1996), descritos a seguir.

- A pesquisa foi desenvolvida mediante a autorização da Diretora Geral da instituição em

estudo (Anexo A).

- foram expostos claramente os objetivos deste estudo e suas fragilidades e potencialidades

aos responsáveis da instituição e ao profissional participante;

- obteve-se o consentimento livre e esclarecido do participante diretamente envolvido com a

pesquisa (Anexo B)

- respeitou-se o direito do profissional participante do estudo de declinar de sua decisão em

qualquer momento durante o desenvolvimento da pesquisa;

- durante todas as fases do estudo, procurou-se manter o sigilo e o anonimato do

participante, preservando seus valores éticos e morais;

- todas as informações, análises e sugestões têm como objetivo a formação profissional,

fundamentadas num compromisso de responsabilidade e honestidade;

- em todas as situações do desenvolvimento da pesquisa, procurou-se reconhecer as

limitações do estudo na coleta dos dados, respeitando a rotina de trabalho do profissional

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aceitando críticas e buscando aprimoramento científico em benefício dele e do seu

crescimento profissional;

- respeitaram-se os direitos autorais dos trabalhos científicos e outras publicações

consultadas.

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SEGUNDA PARTE – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2 O TRABALHO E A ERGONOMIA COGNITIVA

Neste capítulo apresentam-se uma revisão teórica do trabalho e da ergonomia e a

análise ergonômica da atividade. Em cada um desses itens, tentou-se abordar somente os

aspectos que foram de interesse para o desenvolvimento do presente estudo.

2.1 O trabalho

Segundo Daniellou (apud Terssac e Maggi, 1996), o trabalho é uma noção complexa

porque as práticas variam de uma situação para outra, mas também porque o sentido da noção

é variável no decorrer do tempo e de uma sociedade para outra.

Como indica O Dicionário Histórico da Língua Francesa, o trabalho se associou

desde o início ao sofrimento e à fadiga: a noção é procedente do latim trepaliare, que

significa atormentar e torturar, com o trepalium, que é o nome de um instrumento de tortura.

Altafulla (1981, p. 430) define o trabalho “como o conjunto de ações que levam à

produção de bens individuais e coletivos e que promove o desenvolvimento pessoal, familiar

e de uma nação".

O trabalho, na sua concepção moderna, segundo o Dicionário da Língua Portuguesa

(1989), é entendido como o resultado da aplicação da atividade coordenada, de caráter físico

e/ou intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa, serviço ou empreendimento.

Caracteriza a aplicação das forças ou faculdades humanas para alcançar um determinado fim.

Entretanto, o trabalho implica a aplicação de energia, que leva consigo um gasto. Altafulla

(1981, p. 430) diz que "a proporção entre a energia utilizada e o gasto incorrido determina a

produtividade, além de outros fatores importantes".

O ser humano, em busca da satisfação de suas necessidades e como ser histórico

social, é produtor de seus próprios bens mediante os meios, o que significa o agente do

trabalho. O que caracteriza o trabalho é a aplicação das forças e faculdades físicas e mentais

do indivíduo. A proporção em que estas são utilizadas é determinada por diversos fatores

socioeconômicos e culturais, que se refletem no tipo de trabalho e no grau de responsabilidade

individual na execução desse trabalho. Entretanto, existem diferenças significativas que

podem ser qualitativas ou quantitativas, segundo o nível da escala laboral.

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O trabalho se processa em uma determinada esfera social, política, econômica,

cultural e física, que dá a ele característica própria, particular e pessoal. Todo esse conjunto

faz parte de um processo diferenciado e caracterizado pelo homem, chamado "processo de

trabalho".

Na tradição da sociologia do trabalho, tal qual ela é expressa no Tratado de Sociologia

do Trabalho, dirigido por Friedmann e Naville (1962), o trabalho não é somente uma

característica humana, mas o traço fundamental de toda sociedade, o elemento que “ordena”

as sociedades.

Em oposição, o trabalho das sociedades industriais se desenvolve num “meio técnico”,

que se opõe ao “meio natural”. Segundo Friedmann (1963), no meio técnico, o trabalho é

tomado como encargo pela máquina, e o que resta dele é dividido e parcializado pela forte

divisão do trabalho. A separação do “pensamento” e da “execução” tem por conseqüência a

despersonalização, a consciência de “jamais poder acabar uma tarefa”, “de ser desprovido de

participação” e, sobretudo, de “ser privado da obrigação de aprendizagem”. Trata-se de um

“trabalho de migalhas”, segundo a expressão de Friedmann (1963). O trabalho se desenrola

dentro de um quadro social que repousa sobre uma escolha de organização baseada na

institucionalização da dicotomia entre o “meio de execução” e o “meio de poder”; essa

dicotomia tem fortes conseqüências sobre a cooperação na indústria e sobre a integração dos

indivíduos na sociedade. O trabalho repousa sobre uma concepção que separa a decisão da

execução: o assalariado recebe ordens e muitas vezes as executa sem que conheça o porquê

deste trabalho e qual é o resultado esperado; ele deve obedecer estritamente a tais ordens,

qualquer que seja o setor de sua atividade (Friedmann, 1963).

Em nossa sociedade moderna, o trabalho representa um dos requisitos importantes

para o ser humano poder subir nas escalas econômica e social. As exigências sociais do

trabalho são percebidas pelos fatores determinantes que influem no processo de trabalho

relacionado com a organização.

O processo de trabalho no setor de saúde não gera como produto final uma

mercadoria, e sim um serviço. Assim, o trabalho na enfermagem é caracterizado pela

produção de serviços e, como tal, é considerado um produto complexo quando comparado

com a produção de bens ou mercadoria concreta. O cuidado com o indivíduo sadio ou doente,

produto final do trabalho da enfermagem, é o resultado do trabalho dos componentes da

equipe dessa área da saúde – enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar de enfermagem e

atendente – e cada um deles tem atribuições específicas dentro do processo de trabalho, nos

diversos setores de uma instituição.

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Na enfermagem, a característica básica do processo de trabalho é a divisão das tarefas.

As atividades ou cuidados são realizados pelas diferentes categorias, geralmente de acordo

com a sua complexidade. São atribuições do enfermeiro: o planejamento, a organização, a

direção e o controle, a própria distribuição das tarefas aos trabalhadores subalternos de

enfermagem, bem como a prescrição da assistência de enfermagem. Aos demais cabe a

execução do que for prescrito.

A ergonomia (na sua linha francesa) aparece como uma tentativa de articular os

conhecimentos provenientes de campos científicos distintos. De um lado, ela tem a marca de

suas origens científicas, as origens sociais e institucionais. De outro lado, ela se constrói sobre

uma inversão de perspectiva em relação ao olhar do modelo clássico, como indicam suas

proposições fundamentais.

2.2 Ergonomia

A ergonomia, como já foi definida pela Associação de Ergonomistas de Língua

Francesa (SELF), é "uma disciplina que agrupa os conhecimentos da fisiologia, da psicologia

e das ciências conexas aplicadas ao trabalho humano em vistas de uma melhor adaptação dos

métodos, dos meios e do ambiente de trabalho ao homem" (Wisner, 1988, p. 3).

Atualmente, a ergonomia é considerada interdisciplinar, baseada em resultados

experimentais obtidos a partir do estudo empírico e que podem proporcionar informações

certas para modificar as instalações, as maquinarias, os equipamentos e as ferramentas, assim

como a tecnologia para adaptar melhor o trabalho ao homem (Wisner, 1988). Mas se trata de

uma disciplina que surge em razão das contribuições da antropometria, da fisiologia do

trabalho, da psicologia do trabalho, da psicologia cognitiva, da engenharia e da biomecânica,

da toxicologia e de outras disciplinas que se ocupam do "homem em situação de trabalho".

A ergonomia tem descoberto e aceitado a distinção entre o trabalho prescrito,

comumente chamado "tarefa", que é elaborado e designado pela direção dos trabalhadores, e é

apresentado em manuais de funções, e entre o trabalho real, também chamado "atividade",

que é o trabalho desenvolvido efetivamente no dia-a-dia pelo trabalhador em seu posto de

trabalho. Esse trabalhador não é somente um ente biológico que só existe como um corpo,

mas que também possui dimensões cognitivas, afetivas e relacionais, que estão

indissociavelmente ligadas durante o desenvolvimento de sua atividade laboral.

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No desenvolvimento de sua atividade, o trabalhador passa por uma adaptação

operativa, que pode ser esquematizada, segundo Santos (1988), conforme se observa na

Figura 2.1.

Figura 2.1 - Esquema de adaptação operativa

O indivíduo se comporta como um sistema de regulação, isto é, como um sistema cujo

funcionamento é regido pelos desvios entre seu comportamento efetivo (instantâneo) e o

comportamento prescrito. Ele pode agir em dois níveis: no primeiro nível, o indivíduo adapta

os modos operativos, em função do nível de exigência da tarefa e da carga induzida; no

segundo nível, o indivíduo limita o nível de exigência da tarefa, quando esse nível assume

valores insuportáveis. O segundo nível de regulação só é exercido quando o primeiro já está

saturado, quando a adaptação dos modos operativos não pode mais compensar o aumento do

nível de exigência da tarefa. Nesse caso, o trabalhador equilibra o sistema, agindo não mais

sobre o processo entre a entrada e a saída, mas limitando diretamente a entrada.

É o ser humano na sua totalidade que se compromete no trabalho, toma parte de um

trabalho coletivo que não resulta da simples adição dos trabalhadores individuais. Para a

ergonomia não existe um "trabalhador promédio", e os estudos antropométricos dão uma base

sólida para se pôr em relevo que a heterogeneidade entre os seres humanos é o que

predomina, já que existem diferenças individuais que dão lugar a múltiplas capacidades de

resistência e de adaptação aos riscos profissionais. É nessa diferenciação que a ergonomia

abre seu espaço de aplicação multidisciplinar nas áreas de trabalho.

A ergonomia serve para fins múltiplos. Remete a conhecimentos e tecnologias, (1)

para reduzir ou eliminar os riscos profissionais, promovendo um trabalho seguro, apartado

dos acidentes de trabalho e das enfermidades profissionais; (2) para melhorar as condições de

trabalho, com a finalidade de evitar um incremento da fadiga, provocado pela elevada carga

ENTRADA:

TRABALHO

PRESCRITO

SAÍDA:

TRABALHO

EFETUADO

ESCOLHA DOS MODOS

OPERATÓRIOS ADAPTADOS

CIRCUITO DE NÍVEL 1

CIRCUITO DE NÍVEL 2

Controle eavaliação

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global de trabalho em suas várias dimensões: carga física derivada do esforço muscular, carga

psíquica e carga mental; e, finalmente, (3) para lograr uma maior eficiência das atividades

produtivas (Santos, 1991).

A utilização racional dos conhecimentos ergonômicos apropriados a cada realidade

torna possível o melhoramento da produtividade, a redução de acidentes, o incremento da

qualidade e a redução dos custos laborais que se manifestam sob a forma de absenteísmo,

rotação, conflitos, falta de interesse pelo trabalho, etc. A ergonomia proporciona elementos

para questionar a racionalidade e a eficácia econômica da organização científica do trabalho

em suas modalidades tayloristas e fordistas, e para humanizá-lo.

Com freqüência, "a experiência e as vivências dos trabalhadores podem contribuir na

sua criatividade, efetuando aportes decisivos para o melhoramento das condições e meio

ambiente de trabalho, uma vez identificados os riscos e detectado (sic) cientificamente suas

causas e origens" (Santos, 1991a, p. 12). Essa decisiva participação dos trabalhadores é

insubstituível quando se trata de empresas ou instituições nas quais não trabalham ergônomos

em tempo integral.

As transformações operadas no processo de trabalho, pela introdução das novas

tecnologias informatizadas e automatizadas, ampliam substancialmente o campo de ação da

ergonomia e colocam em relevo a existência de uma impressionante atividade cognitiva por

parte dos trabalhadores, sem a qual os novos equipamentos e os softwares seriam incapazes de

atualizar todas as suas possibilidades.

O trabalho não é uma descoberta recente da humanidade. É um objeto complexo

porque ele é, incontestavelmente, um objeto multidimensional. O conceito de trabalho pode

ser abordado, de muitas maneiras, segundo a dimensão considerada: a dimensão econômica,

que repercute nas atividades de subsistência; a dimensão psicológica de criação ou de

realização de si mesmo; e a dimensão social, que repercute na cooperação, inserção na

sociedade ou pesquisa de solidariedade. O trabalho pode ser definido pela análise das

atividades, mas também por meio de representações que os homens elaboram e através de

idéias que eles fazem a si próprios a respeito do trabalho. Se essa noção faz o objeto na

mesma proporção que os debates, isso se deve, sem dúvida, ao fato de sua ambigüidade

original: o homem tira sua subsistência do trabalho, ao mesmo tempo que sonha dele se

eximir.

O trabalho é um objeto tal que uma única disciplina não pode abarcá-lo. O enigma da

complexidade do trabalho não é o problema central da ergonomia. Ela se apresenta não como

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uma disciplina particular, mas como uma espécie de “metadisciplina”, que convoca

numerosas disciplinas para resolver o enigma da complexidade.

Cazamian (1974, p. 75) explicita dessa forma sua concepção de ergonomia como

multidisciplina: “Eu propus esta definição de ergonomia: o estudo multidisciplinar do trabalho

humano que dele tenta descobrir as leis para melhor formular as regras. A ergonomia [...] é

conhecimento e ação; o conhecimento é científico e se esforça para desembocar nos modelos

explicativos gerais; a ação visa melhor adaptar o trabalho aos trabalhadores”.

Para Sperandio (1989, p. 85), “a ergonomia é uma disciplina científica e um pouco

particular. Ela é constituída por muitas disciplinas, mais exatamente pelas partes das

disciplinas que concorrem para o conhecimento científico do homem no trabalho, sob

diversos aspectos fisiológicos, psicológicos, sociológicos e médicos do trabalho humano”. A

ergonomia combina, pois, saberes disciplinares, e essa recomposição é finalizada porque ela

visa explicar as práticas de trabalho: ela não retém exceto o que é pertinente para a explicação

do desenvolvimento do trabalho e seu ambiente.

De outro lado, a ergonomia contribui para transformar as situações de trabalho. Ela

visa a adaptação do “trabalho ao homem” (Sperandio, 1989). Se bem que esse objetivo não é

incompatível com a adaptação do homem ao trabalho. Notadamente, pelo viés da formação,

um estudo será qualificado de ergonômico quando ele visa explicitamente a adaptação do

trabalho a diversas características dos homens, ou seja, o arranjo concreto das ferramentas,

dos postos de trabalho e dos sistemas homens–máquinas, do meio ambiente e da organização

do trabalho, assim como todos os intermediários técnicos utilizados. Deve ficar bem

entendido que a questão dos critérios se encontra aqui engajada para decidir o que é uma

melhoria. Mas será que esses critérios serão os mesmos para o engenheiro, o analista e a

pessoa que trabalha? Certamente não, mas é importante notar que os conhecimentos

produzidos são finalizados em relação a esse objetivo geral de melhoria, que é decomposto da

seguinte forma: de um lado, pelos aspectos materiais, e de outro, pela organização do

trabalho.

2.3 Mudanças de perspectiva da ergonomia

Existem proposições fundamentais entendidas não como princípios unificadores e

normalizadores, mas como proposições discutíveis. Se há um acordo em ergonomia, esse

acordo é o de discutir em torno de tais proposições fundamentais, de modo que se faça com

que os conhecimentos progridam nas direções esboçadas que constituem nossas mudanças de

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perspectiva. Distinguiremos esquematicamente três proposições fundamentais que

subentendem o método da análise do trabalho:

• a variabilidade dos contextos e dos indivíduos;

• a distinção entre tarefa e atividade;

• a atividade de regulação: representação e competência;

A noção de variabilidade constitui a primeira transformação para a qual a ergonomia

contribui, mostrando, através de análises em situação real, a dupla variabilidade dos contextos

e das pessoas que trabalham: a ergonomia postula, pois, a variabilidade das condições

externas ou internas da atividade. Num texto de referência de 1971, intitulado A qual homem

o trabalho deve ser adaptado?, Wisner (1995, p. 89) considera que os postos de trabalho são

freqüentemente inadaptados porque sua definição repousa sob uma concepção de homem que

de fato não existe: “Uma noção muito mais fundamental da organização do trabalho, e bem

mais temível dentro de suas conseqüências, é aquela de uma referência tomada sobre um

trabalhador médio, bem colocado, trabalhando em um posto estabilizado”. Com o apoio de

dados antropométricos, biológicos e fisiológicos ou advindos da psicologia diferencial,

Wisner (1995, p. 91) propõe uma transformação de perspectiva: “não se trata de selecionar os

indivíduos que convêm a uma máquina concebida sem precaução”, mas os ergonomistas

devem “formular as recomendações em relação com as verdadeiras exigências dos

trabalhadores”. Numerosos trabalhos têm sido desenvolvidos dentro dessa perspectiva –

Leplat, (1985)– e necessitariam ser relidos em conjunto com os trabalhos mais antigos da

sociologia do trabalho francês ou da sociologia industrial nos Estados Unidos, que fazem a

crítica da burocracia industrial.

A distinção entre tarefa e atividade, como fundamentos da análise do trabalho, tem

uma longa história que se situa nos anos 30; a análise do trabalho nasceu dos movimentos dos

trabalhos com vistas a definir os padrões de aptidão para exercer os ofícios; a questão da

descrição dos ofícios torna-se necessária para formalizar as exigências que permitirão

selecionar o pessoal.

Pertence a Ombredane e Faverge (apud Santos, 1997, p. 98) a segunda proposição

fundamental da ergonomia que procedeu a uma transformação de perspectiva, distinguindo o

que devem fazer os indivíduos e o que eles fazem realmente: “Duas perspectivas devem ser

distinguidas a partir da análise do trabalho: aquela do que e aquela do como. O que há para ser

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feito e como os trabalhadores considerados o fazem. De um lado, há as perspectivas da

exigência da tarefa e de outro, aquela das atitudes das seqüências operacionais pelas quais os

indivíduos observados respondem realmente à tarefa”. Essa distinção é uma real demarcação

com relação a práticas anteriores: primeiro porque considera que o objeto de análise é a

atividade, depois procura compreender a organização em função de suas condições de

execução (internas e próprias aos sujeitos ou externas e ligadas a tarefas) e seus efeitos tanto

sobre o indivíduo, quanto sobre a performance do sistema inteiro (Leplat, 1985). Além disso,

essa distinção consagra os limites do caráter estruturado do contexto, mas também os limites

de seu caráter estruturante; em troca, a interpretação desses limites varia: trata-se de um

déficit de prescrição ou de uma impossibilidade estrutural de as estabelecer?

A regulação da atividade consagra uma transformação de perspectiva a propósito da

eficacidade do sistema: essa eficacidade não provém nem da definição dos procedimentos e

dos métodos, nem somente das instruções. Os resultados não podem ser obtidos a não ser

graças à capacidade de regulação da atividade desenvolvida pelos sujeitos agentes. De uma

parte, para gerir as variações das condições externas e internas da atividade e, de outra parte,

para dar conta dos efeitos da atividade. As pesquisas de Leplat, publicadas em 1972,

contribuíram para colocar em evidência a natureza e o papel das representações mentais na

regulação das atividades: “Ela vai, pois, permitir uma simulação mental que será o fator

essencial da planificação da ação tendo em vista regular o sistema. Graças a ela, em

particular, o sujeito poderia organizar mentalmente a solução de certos problemas antes de dar

suas respostas e acrescentar assim a estabilidade do sistema” (Leplat, 1985).

A noção de competência fez irrupção dentro do vocabulário da ergonomia

(Montmollin, 1995) para designar tudo isso que está engajado dentro da ação, “isto que faz a

diferença” poder-se-ia dizer: é o conjunto de conhecimentos, de saber-fazer, de heurísticas, de

esquemas-tipo, logo, tudo isto que permite chegar ao resultado sem aprendizagem nova.

Montmollin (1995, p. 88) define a noção de competência dessa maneira: “em ergonomia as

competências correspondem às estruturas hipotéticas [...] que permitem ao operador dar uma

significação para a ação nas situações de trabalho (em particular nas informações que elas

propõem)”.

2.4 Modelos de organização do trabalho e a ergonomia

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Para analisar a situação de trabalho sob a perspectiva ergonômica serão apresentados a

seguir alguns modelos ou visões que orientam a organização do trabalho: o modelo clássico, o

modelo funcionalista, a visão do sistema construído e a visão do processo de ação.

- O modelo clássico. Antes de tudo, a escolha epistemológica que preside a

perspectiva do modelo clássico é bem evidente. Está na presença de uma visão da situação de

trabalho como um sistema social completamente predeterminado e sobre determinado em

relação aos sujeitos interessados. Uma lógica de racionalidade absoluta, quer dizer, de

conhecimento perfeito das relações-meio e relações-fim, conduz à idéia de que uma ordem

perfeita possa estar predisposta e estabelecida para todo sistema social. Isso leva à noção de

que se possa maximizar seja a eficácia, seja a eficiência, de que se possa alcançar o “one best

way”, o melhor programa de trabalho, absolutamente rígido, que não necessite de nenhuma

correção durante a execução. A relação entre a pré-ordenação e a execução é, por

conseqüência, vista como não variável. É isso que produz a representação da regulação da

situação em termos de longa duração, de estabilidade, de invariabilidade. As tarefas são

configuradas, ou seja, há atribuições estáveis das ações elementares para sujeitos

determinados. A ordem hierárquica de todas as tarefas configura a estrutura organizacional,

exatamente representável dentro do organograma. Os sujeitos devem se adaptar

completamente. Tudo isso é bem conhecido.

- O modelo funcionalista. Comparando-se o modelo clássico e sua evolução para o

funcionalista, a reflexão epistemológica auxilia-nos no que concerne às diferenças entre a

perspectiva do modelo clássico e as perspectivas funcionalistas das relações humanas, antigas

(Elton Mayo e sua escola) e recentes (sistema sociotécnico, valorização dos recursos

humanos, job redesign, organizactional development, etc.). Freqüentemente, essas últimas

perspectivas sobre o trabalho são apresentadas como portadoras de uma visão oposta àquela

do modelo clássico, e relevam uma prática que está em posição de resolver os problemas da

OST.

As perspectivas funcionalistas do sistema social têm como base a noção de função,

emprestada das ciências biológicas. Cada subsistema contribui para a satisfação das condições

funcionais requeridas pelo sistema de nível superior. Essas condições são a integração e a

conservação no interior do sistema, e a adaptação e a expressão de finalidades em direção ao

exterior do sistema. Essa lógica funcional guia a regulação do sistema. A idéia de um “one

best way” não é mais válida porque se admite que as contribuições dos componentes do

sistema, e do conjunto, se desenvolvem naturalmente em relação às necessidades funcionais.

Os programas de trabalho não são muito rígidos. Ao contrário, a flexibilidade acresce a

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potencialidade do sistema. As partes do programa não são somente admitidas, mas são

valorizadas todas as vezes que manifestam soluções mais funcionais. A explicitação e a

valorização do “informal” se baseiam nesse pressuposto. A tarefa deixa seu lugar para o

papel, o organograma é colocado em questão.

As diferenças em relação à perspectiva do modelo clássico são consideráveis. Todavia,

a flexibilidade se exerce dentro de um quadro geral de morfostase, a saber, de conservação

dos estados do sistema. Muitos modos de regulação são possíveis, mas um é ótimo: aquele

que assegura uma melhor integração/adaptação dos sujeitos em relação ao sistema, e do

sistema em relação ao meio ambiente. A escolha epistemológica de fundo não mudou. O que

preside às perspectivas funcionalistas é ainda uma visão de predeterminação do sistema social

em relação aos sujeitos interessados. A flexibilização da estrutura social e o reconhecimento

de soluções informais visam à satisfação das necessidades funcionais do sistema, e não dos

sujeitos envolvidos. Nas situações concretas de trabalho, a expansão e o enriquecimento das

tarefas, os espaços de discrição e de responsabilidade, as relações recíprocas e as

comunicações totais dentro da coordenação, propostas pelos procedimentos funcionalistas,

são de fato soluções de regulação impostas, em plena coerência com uma lógica de sistema

sobre determinado. Com muita freqüência se trata de novas prescrições que conduzem à

tomada de decisão em situação difícil, em que a predeterminação não chega a dominar a

incerteza: a visão funcionalista pede ao sujeito agente para resolver o problema, o que não era

admissível na visão do modelo clássico e em seu princípio de separação entre direção e

execução.

- A visão do sistema construído. Não é surpreendente que a concepção de base seja

comum para a perspectiva do modelo clássico e para as perspectivas funcionalistas: de fato,

ela descende de duas tradições do positivismo no domínio das ciências humanas e sociais.

Para encontrar as perspectivas da interpretação da situação de trabalho baseada em uma

escolha epistemológica diferente, é preciso se endereçar às correntes de estudo

antipositivistas. A literatura sobre a ação social e coletiva tem sempre expressado

contribuições desse ponto de vista, mas é, sobretudo a partir do fim dos anos 70 que se

desenvolvem pesquisas importantes sobre o trabalho e sua regulação. Essas pesquisas se

inspiram no interacionismo, na fenomenologia social, na etnometodologia, no indeterminismo

decisional. Então, a maneira de ver e de conceber a situação de trabalho, como todo sistema

social, é completamente revertida. O sistema não é predeterminado em relação aos sujeitos; ao

contrário, ele é produzido pelas interações entre os sujeitos. A realidade não é um dado

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natural preexistente à ação, ela é uma construção social definida pelas significações

subjetivas.

A racionalidade do sistema predeterminado é, evidentemente, rejeitada por essa visão;

a única racionalidade possível é a posteriori. Para certas correntes, a racionalidade concerne

somente aos atores, não ao sistema. Segundo essa visão do social, é nas interações entre os

sujeitos que se produzem os modelos de relação, os modos típicos que se institucionalizam,

como é o caso nas situações de trabalho. Cada instituição nasce do caráter típico das ações, do

qual derivam a estabilidade e a objetividade. Igualmente se dá na situação de trabalho.

Estando dotada de objetividade, ela se separa dos sujeitos que a produzem, colocando-se

como um fato exterior, com suas regras e suas prescrições. A situação de trabalho não é

preordenada, mas ela é um resultado de ação organizada separada dos atores, simbolizadas

pelas tarefas prescritas e pelos organogramas. Ela aprisiona os sujeitos, que nada podem, a

não ser procurar se opor a isso. Se a concepção do sistema predeterminado implica a

adaptação do sujeito à organização, a concepção do sistema construído conduz à recusa dessa

mesma organização. Mas um aspecto é comum às duas visões opostas: o sistema social e o

ator são, nos dois casos, entidades separadas.

A visão do processo de ação. A epistemologia das ciências humanas e sociais não se

esgota nessas duas escolhas, sistema predeterminado e sistema construído e objetivado. É

justamente o debate epistemológico sobre essa oposição que produziu uma terceira escolha,

que consiste em ver e conceber o sistema social como um processo de ações e decisões. De

acordo com essa visão, o processo não é nem dado e predeterminado, nem indeterminado e

apenas conhecível somente dentro de sua objetivação. É um sistema que se autoproduz, que se

modifica por ele mesmo, que se auto-organiza segundo uma racionalidade intencional e

limitada. Sua racionalidade é limitada, e não absoluta, porque ela reflete os limites da razão

humana; mas ela é também intencional e não a posteriori, porque implica a intencionalidade

da ação. O sistema social concebido como processo de ação e decisão é um percurso ativado

pelo sentido intencionado das premissas às decisões e é continuamente sujeito a correções e

modificações sobre a base de conhecimento e de valores novos: é percurso heurístico, de

pesquisa, de aprendizagem, de decisão e de ação.

Ainda melhor que de ação, é preciso falar de um “agir”, para indicar a idéia do

processo. Esse ato de agir é ordenável e reconhecível dentro de sua produção mesmo que é

continuamente variável. A regulação que se dá é sua ordem, previsível, porém modificável.

Essa ordem é absolutamente variável e comporta um aspecto “organizador antes que

organizado”. Bem longe da visão da organização como uma parte retificada de um sistema

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predeterminado e a visão da organização como um aspecto da retificação de um sistema

construído pelos atores, a organização é a regulação; ela mesma é um agir. Constitui a ação

organizacional que visa ordenar outras ações características de diferentes maneiras, para

tentar alcançar um resultado desejado.

O sujeito não é visto como um elemento que se adapta à organização do sistema, nem

que a ele se opõe e o recusa. O sujeito não é separável do sistema, sendo ele mesmo um

processo de ação. Reconhece-se que o sujeito está no centro do sistema, que cada sujeito dá

sua contribuição para o desenvolvimento do processo, mas também para a sua construção e

sua regulação/organização. Isso não impede que o processo produza constrangimentos para os

sujeitos, porque toda preordenação é constrangedora, seja ela imposta ou consensual, visto

que reduz os espaços de decisão individual. Todavia, a visão do processo implica que tudo

seja variável e modificável: os resultados que se deseja, as ações para os alcançar, os

conhecimentos técnicos, até a ordem mesma do processo. Tudo pode variar, a fim de

perseguir uma racionalidade que tenta tornar compatíveis os resultados da ação social com o

bem-estar e a valorização dos sujeitos envolvidos.

Se essa reflexão constitui um quadro possível, para situar as perspectivas concernentes

à situação de trabalho e sua regulação, ela pode servir para esclarecer os diferentes pontos de

vista encontrados nos estudos sobre o trabalho. Como se situa o procedimento ergonômico?

De um lado, pode-se levantar a hipótese de que as diferentes visões da situação de trabalho

são apresentadas de maneiras variadas nas contribuições da ergonomia. De outro lado, pode-

se tirar conseqüências sobre as implicações que derivam do fato de partilhar uma ou outra das

perspectivas possíveis em relação ao projeto da ergonomia.

2.5 Ergonomia cognitiva

Como já foi dito, ao desenvolver um trabalho o ser humano envolve o físico e o

mental. O trabalho mental não se opõe ao trabalho físico, eles se complementam e dizem

respeito a todos os aspectos do trabalho humano. Nesse sentido, todo trabalho é mental,

mesmo o mais simples, o mais gestual, o mais repetitivo. Inversamente, todo trabalho mental

pode ser qualificado de físico.

Assim, o trabalho mental é avaliado sob o ângulo dos processos psíquicos

desenvolvidos pelo indivíduo, e não sob o ângulo dos processos orgânicos. Kalsbeek (1985)

afirma que, em relação ao conteúdo cognitivo da tarefa, o principal aspecto é a tomada de

decisão, por ser o que pode produzir maior sobrecarga. Porém, as tomadas de decisão estão

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longe de ser os únicos componentes da atividade cognitiva. Deve-se considerar também o

aspecto perceptivo, relacionado principalmente às atividades de identificação e

reconhecimento: a análise da informação (raciocínio sob todas as suas formas), informação

externa (da percepção), informação interna (da memória), etc. O aspecto mais crítico é

provavelmente a memória, que pode ser de curto ou longo prazo. A memória de curto termo

requer um esforço mental durante todo o período de memorização. Trata-se de uma memória

ativa se comparada com a memória passiva dos computadores. Com respeito à memória de

longo termo, a atividade crítica é a procura necessária para encontrar a informação desejada.

A representação mental é outro aspecto importante no desenvolvimento da tarefa.

Na medida em que as tarefas exigem do homem menos esforços físicos e mais esforço

de decisão na ergonomia, desenvolve-se o estudo dos fatores cognitivos. Essa evolução

explica o aumento do interesse pelo estudo do trabalho mental.

As tarefas estudadas sob o "chapéu" geral de "trabalho mental" são muito variadas.

Entre elas, temos: as tarefas de diagnóstico (medicina, enfermagem, manutenção, controle

aéreo, etc.); as tarefas de controle de qualidade; as tarefas de controle de tráfego (aéreo,

marítimo, ferroviário e rodoviário); as tarefas de vigilância e de segurança; as tarefas de

vigilância e regulação de processos automáticos; as tarefas de pilotagem (veículos terrestres,

marítimos e aéreos); as tarefas de concepção (concepção de produtos através da computação

gráfica); as tarefas de comando à distância; as tarefas administrativas (enfermagem,

automação de escritórios) e outras.

O funcionamento cognitivo deve ser considerado como o funcionamento de um

sistema. Em um primeiro nível, a descrição do sistema cognitivo pode apresentar-se como a

descrição das funções utilizadas no sistema e de seu comportamento. Ela é análoga àquela que

se poderia fazer de um sistema artificial de tratamento da informação. Em um nível mais

refinado, o sistema cognitivo é descrito pelas atividades que realizam essas funções no

homem. Esse nível define as particularidades do sistema humano de tratamento da

informação.

A possibilidade de um conhecimento científico das atividades mentais tem sido objeto

de numerosos debates. A princípio, pensou-se que essas atividades poderiam ser percebidas

por uma forma particular de observação – a observação interior ou introspecção. A corrente

behaviorista finalmente impôs a idéia de que os únicos métodos de observação com valor

científico são os que se referem aos comportamentos, o que é justificável se se considerar a

atividade verbal entre os comportamentos. A tendência radical do behaviorismo tem

defendido a idéia de que é inútil levantar hipóteses sobre os estados internos, notadamente os

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estados mentais. Essa opção fracassou na abordagem da compreensão e da produção da

linguagem, do raciocínio e da resolução de problemas.

Entretanto, segundo Richard (1990), as atividades mentais podem ser inferidas a partir

dos comportamentos e verbalizações, e podem ser simuladas pelos modelos de tratamento da

informação. Elas têm, então, características que lhes permitem ser testadas empiricamente,

como o conteúdo de toda teoria científica.

Convém ainda precisar o que entendemos por atividades mentais e as caracterizarmos

com relação às atividades cognitivas. As atividades cognitivas são parte das atividades

mentais, situam-se além do tratamento de informações sensoriais, de origens ambiental ou

lingüística, e precedem a programação motriz, a execução e o controle dos movimentos, que

são a realização comportamental das ações.

As atividades mentais podem ser definidas primeiramente pela natureza das

informações a partir das quais trabalham e pela natureza das informações ou decisões que

produzem. As informações de onde elas partem são o resultado dos tratamentos sensoriais, da

identificação dos objetos e de sua posição, dos movimentos, das mudanças e de sua sucessão,

que são a base da percepção dos eventos, identificação dos elementos léxicos e das marcas

sintáticas e, pode-se acrescentar, ainda, da identificação dos significados proposicionais.

As produções das atividades mentais são de duas espécies: umas têm um resultado

comportamental direto, que são as decisões de ação, que convém distinguir da programação

dos gestos e dos movimentos; outras não têm resultados externos, que são as que permanecem

internas ao sistema cognitivo, o qual se enriquece sob forma de informações memorizadas.

As atividades mentais podem ser também definidas pela natureza dos tratamentos que

elas operam. O que as caracteriza é que elas constroem representações sobre as quais operam.

As representações são, como veremos mais adiante, essencialmente interpretações que

consistem em utilizar conhecimentos para atribuir um significado de conjunto aos elementos

resultantes da análise perceptiva, isso no contexto de uma situação e de uma tarefa particular.

A construção de uma representação comporta a atribuição definitiva de significados a esses

elementos e, principalmente, a seleção para cada elemento de um significado particular

quando diferentes significados podem ser fornecidos pela identificação perceptiva.

Desse ponto de vista, as atividades mentais são caracterizadas pela predominância dos

tratamentos chamados top down (de cima para baixo), isto é, tratamentos dirigidos pelos

conhecimentos, diferentemente das atividades perceptivas, caracterizadas pela predominância

de tratamentos ditos bottom up (de baixo para cima), que extraem a informação dos estímulos

para juntá-la às configurações gravadas na memória (Richard, 1990).

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As atividades mentais podem ser caracterizadas, em terceiro lugar, pela natureza dos

processos de tratamento que as constituem. Fodor (apud Richard, 1990), distingue tratamentos

modulares e não modulares. Os tratamentos modulares são tratamentos especializados que

têm acesso somente a uma parte da informação disponível no sistema. São, desse modo,

autônomos e impermeáveis ao que se passa em outras partes do sistema. As atividades

mentais de tratamentos não modulares integram informações de natureza muito diversa:

informações sobre a situação, conhecimentos relacionais e procedurais, informações sobre a

tarefa. Elas são, de fato, muito sensíveis aos efeitos do contexto: não só o contexto perceptivo

e lingüístico, mas também o contexto semântico e igualmente o contexto da situação e da

tarefa. Os efeitos do contexto são ainda os reveladores privilegiados dos mecanismos em jogo.

Não se pretende dar uma definição muito rigorosa do que é "mental" ou do que é

"cognitivo". Esses termos reabilitados pelo cognitivismo parecem úteis precisamente porque

permitem distinguir, no interior do domínio cognitivo, as atividades que tratam dos estímulos

e que apelam, principalmente, a processos do tipo bottom up, freqüentemente modulares, e as

atividades que tratam de significados e decisões. O cognitivo é uma parte do mental. Os

outros componentes são a percepção e a motricidade, entendendo-se por isso a programação e

a execução do gesto e do movimento.

Pode-se tentar acrescentar uma quarta característica das atividades mentais, que é o

seu caráter consciente. Não se acredita que isso é pertinente. As atividades mentais com mais

performance são em geral muito automatizadas. Sua rapidez de execução é uma condição de

sua eficiência. Elas são conscientes geralmente no início da aprendizagem, em situações não

familiares ou ainda nas situações conhecidas que requerem conceituação e conscientização

dessas atividades com fins de comunicação e de tomada de decisão coletiva ou em vista de

informação.

Por outro lado, Gardner (1994) declara que há uma inteligência operacional na qual

existem uma ou mais operações ou mecanismos de processamento de informações que lidam

com tipos específicos de input. O mesmo autor ainda acha que se pode ir tão longe a ponto de

definir uma inteligência humana como um mecanismo neural ou sistema computacional

geneticamente programado para ser ativado ou “disparado” por determinados tipos de

informação interna ou externamente apresentados.

2.5.1 A noção de representação

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A noção de representação, segundo Richard (1990), é a mais central em psicologia

cognitiva. Entretanto, está longe de ser clara e apresenta concepções bastante diferentes.

Do ponto de vista de sua natureza, as representações devem ser distinguidas dos

conhecimentos ou crenças. As representações são construções circunstanciais feitas num

contexto particular e com fins específicos. Numa situação dada e para fazer face às exigências

da tarefa em curso, um texto que se lê, uma ordem que se escuta, um problema ser resolvido.

Sua construção é finalizada pela tarefa e pela natureza das decisões a tomar.

As representações levam em conta o conjunto dos elementos da situação e da tarefa.

São, portanto, muito particularizadas, ocasionais e precárias por natureza. É suficiente que a

situação mude ou que um elemento não observado da situação seja agora levado em conta

para que a representação seja modificada. Elas são por natureza transitórias: uma vez

terminada a tarefa, são substituídas por outras representações ligadas a outras tarefas.

Os conhecimentos são também construções, porém são permanentes e não são

inteiramente dependentes da tarefa a realizar; são gravados na memória de longo termo e,

enquanto não forem modificados, supõe-se que se mantêm sob a mesma forma. Os psicólogos

cognitivos parecem estar de acordo com essa distinção. Os termos utilizados para exprimi-la

variam um pouco.

Certos autores adotam somente o termo “representações” e o qualificam como

representações-tipos, o que chamamos conhecimentos, e representações-ocorrentes, o que

chamamos representações (Leny apud Richard, 1990). Também são chamadas de estruturas

permanentes e circunstanciais (Ehrlich apud Richard, 1990). Como não há ambigüidade no

fato de que nos dois casos trata-se de representações, no sentido de substitutos (por oposição

aos referentes), prefere-se, para abreviar, reservar o termo "representações" para as

construções circunstanciais e "conhecimentos" para as construções estáveis. Não se utiliza a

expressão "representação dos conhecimentos", visto que tem um sentido preciso em

informática: significa um modo de exprimir conhecimentos sob uma forma executável por

uma máquina. Mas esse sentido não é de todo pertinente em psicologia, salvo quando se trata

de simular a organização dos conhecimentos na memória.

Do ponto de vista do funcionamento cognitivo, a diferença entre os termos

conhecimento e representações é que os conhecimentos têm necessidade de serem ativados

para serem eficientes, enquanto que as representações são imediatamente eficientes. Isso

porque elas constituem o conteúdo da memória operacional, ou seja, as informações gravadas

na memória de trabalho e as informações ativadas da memória de longo termo. As

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informações na memória operacional são aquelas que estão disponíveis para a tarefa e para os

tratamentos aferentes. Elas são mantidas ativas durante o desenvolvimento da tarefa.

Os conhecimentos, ao contrário, são gravados na memória de longo termo (MLT).

Nem todas as informações armazenadas na MLT estão disponíveis, só uma pequena parte

delas, isto é, as que têm um nível de ativação suficiente ou que são objeto de uma busca bem-

sucedida na memória.

2.5.2 A arquitetura cognitiva

A arquitetura cognitiva, para Richard (1990), é a descrição dos diferentes elementos

que constituem o sistema cognitivo e de suas relações. Trata-se de uma arquitetura funcional

na medida em que, de um lado, não conhecemos as estruturas neuroanatômicas que

correspondem a esses elementos e, de outro lado, é extremamente incerto que exista uma

correspondência entre os elementos da arquitetura funcional e as estruturas neuroanatômicas

que são seu suporte.

A arquitetura funcional é uma descrição estática das diferentes funções do sistema

cognitivo, com o único fim de servir de base a uma descrição do funcionamento cognitivo. A

descrição funcional de um sistema comporta a descrição dos elementos deste e a descrição das

relações entre tais elementos. Como se tem feito para toda descrição desse gênero, foram

utilizadas "caixas" para designar as funções ou elementos do sistema e setas para designar as

relações. A descrição do funcionamento cognitivo consistirá em precisar o significado dessas

setas, isto é, indicar as modificações suscetíveis de estarem contidas no sistema e as condições

de desencadeamento e de uso dessas modificações.

Conforme apresentado na figura do esquema da arquitetura do processo cognitivo

(Figura 2.2), segundo Richard (1990), as entradas do sistema cognitivo são as situações. No

que se refere a isso, estas são as informações que caracterizam o resultado dos tratamentos

dos sistemas sensoriais. Tais informações são de duas ordens: as de natureza espaço-temporal,

referentes aos objetos e eventos; e as de natureza simbólica (lingüísticas ou icônicas), que

veiculam significados e são interpretadas no interior dos sistemas de sinais e do contexto da

situação.

As saídas do sistema cognitivo são os movimentos, os gestos e as produções

lingüísticas. Ao que interessa as saídas são, para as ações, as decisões de ação, e para as

produções lingüísticas, os conteúdos semânticos a transmitir. A programação e a execução do

gesto e do movimento, a colocação em forma sintática, a tradução fonética ou gráfica, a

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colocação em forma vocálica e prosódica são processos cognitivos que o indivíduo não

relaciona muitas vezes entre as atividades mentais.

Figura 2.2 - Esquema da arquitetura do processo cognitivo(Richard, 1990)

SITUAÇÕES- Informações materiais- Informações simbólicas . gerais . específicas

CONHECIMENTOS- Gerais . relacionais . procedurais- Específicos . eventos . situações . série de ações

RACIOCÍNIOS- Epistêmico

. indução

. dedução- Pragmático

. heurísticos

. planificação

. programaçãode ações

REPRESENTAÇÕES- de situações de

materiais- simbólicas . abstratas . específicas

CONSTRUÇÃO DECONHECIMENTOS

MEMORIZAÇÃODAS AÇÕES

Atividades deexecução

automatizadas

Resolução deproblemas e

elaboração deprocedimentos

Atividades deexecução

não automatizadas

SEQUÊNCIASDE AÇÕES

AVALIAÇÂO

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2.5.3 As funções do sistema cognitivo que são relacionadas com a tarefa

Quanto à parte do sistema cognitivo, segundo Richard (1990), distinguem-se seis

grandes funções:

1. construção de estruturas cognitivas permanentes: conhecimentos, crenças;

2. elaboração das decisões de ação para as tarefas;

3. construção das representações (estruturas cognitivas transitórias);

4. produção de inferências com fins epistêmicos (representações) ou pragmáticos

(decisões de ação);

5. tratamento da informação (construção de conhecimentos);

6. funções de diagnóstico, regulagem e controle da atividade.

2.5.3.1 Construção de estruturas cognitivas permanentes

Os conhecimentos são estruturas cognitivas permanentes. Essa função garante a

evolução do sistema cognitivo, o que permite o enriquecimento através de experiências.

Existem dois modos de construção dos conhecimentos que, em geral, contribuem para a

aprendizagem: os conhecimentos podem ser construídos a partir de informações simbólicas,

veiculadas pelos textos, ou ser construídos pela ação e experiência, a partir da resolução de

problemas. O primeiro modo produz principalmente (mas não exclusivamente)

conhecimentos declarativos ou relacionais; o segundo produz especialmente conhecimentos

procedurais.

Para ser mais completo, seria necessário acrescentar os estereótipos e as

representações sociais, assim como as normas e os valores. Ao se falar de conhecimentos, não

se atribui simplesmente um caráter de verdade; eles são verdadeiros ou falsos dependendo do

referencial e, portanto, as crenças entram no que chamamos de conhecimentos. Considera-se

que o caráter de verdadeiro ou falso dos conhecimentos ou das crenças é secundário do ponto

de vista psicológico; o que é importante é que elas estejam na memória do indivíduo, que elas

tenham sua adesão e que de fato possam tornar-se eficientes. Da mesma forma, as

representações sociais referem-se ao que denominaríamos de conhecimentos.

Os conhecimentos podem ser gerais ou específicos. Os conhecimentos gerais referem-

se às classes de objetos, de acontecimentos, de situações ou de ações. São de duas formas:

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conhecimentos relacionais (prefere-se esse termo a “conhecimentos declarativos”) e os

procedurais. Os primeiros descrevem os objetos precisando seus componentes elementares e a

natureza das relações existentes entre esses componentes. Os segundos descrevem

organizações de ações que permitem atender a um determinado objetivo. Esses dois tipos de

conhecimentos correspondem a dois tipos de organizações semânticas distintas.

Os conhecimentos específicos referem-se a objetos, situações, acontecimentos ou

seqüências de ações particulares, que foram objeto de uma experiência singular dentro de um

contexto bem definido. Os conhecimentos específicos constituem a memória episódica.

2.5.3.2 Elaboração das decisões de ação

As decisões de ação constituem as produções do sistema cognitivo (suas saídas sob

forma de descrição sistêmica). Sua elaboração corresponde a três tipos de tarefas para o

sistema cognitivo, a saber:

1. as tarefas de resolução de problemas, isto é, situações de elaboração de

procedimentos nos quais essa elaboração depende da representação da situação;

2. as tarefas de execução não automatizadas, que correspondem a situações para as

quais existem procedimentos gerais na memória que devem ser adaptados ao caso

particular; e

3. as tarefas de execução automatizadas, que consistem na utilização de

procedimentos específicos.

Essas três tarefas correspondem a níveis diferentes de elaboração das decisões e se

diferenciam pelo papel maior ou menor que os conhecimentos estocados na memória

desempenham nessa elaboração.

2.5.3.3 As estruturas cognitivas transitórias: as representações

As representações são os conteúdos do pensamento aos quais se refere o termo

“compreender”. São construções que constituem o conjunto das informações levadas em

conta pelo sistema cognitivo na realização da tarefa. Elas desempenham, então, um papel

central na elaboração de decisões, visto que são as únicas informações referentes à situação e

à tarefa, a partir das quais são elaboradas as decisões de ação.

As informações de onde são elaboradas as representações são, por um lado, elementos

de natureza material e/ou simbólica (notadamente textual), provenientes da situação que é

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objeto da representação e, por outro lado, são inferências. Portanto, são atribuições de

significados aos elementos da situação e interpretações do conjunto da situação. São

inferências que produzem as informações faltantes para construir essas interpretações.

Tais atribuições de significado, como as inferências, recorrem aos conhecimentos. A

construção das interpretações visa estabelecer uma coerência entre os diferentes elementos de

informação, aqueles que procedem da situação e aqueles que são inferidos, e visa garantir a

compatibilidade com as informações contidas na memória.

2.5.3.4 Produção de inferências

As inferências consistem na produção de novas informações a partir das informações

existentes na memória, a saber: os conhecimentos e as informações procedentes da situação.

Elas são de dois tipos: (1) algumas têm por finalidade a compreensão e contribuem para as

representações; (2) outras têm finalidade pragmática: produzem objetivos de ação, planos ou

séries de ações.

2.5.3.5 Construção de conhecimentos

Esta função garante a evolução do sistema cognitivo ao lhe permitir enriquecer-se pela

experiência. Existem dois modos de construção dos conhecimentos que, em geral, contribuem

para os aprendizados: (1) os conhecimentos podem ser construídos a partir de informações

simbólicas, veiculadas pelos textos, ou (2) ser construídos pela ação, a partir da resolução de

problemas. O primeiro modo produz principalmente (mas não exclusivamente)

conhecimentos relacionais, e o segundo produz, sobretudo, conhecimentos procedurais.

2.5.3.6 Regulação e controle da atividade

É difícil representar esta função num esquema estático porque ela está ao mesmo

tempo na entrada e na saída das outras funções. Convém distinguir dois componentes. O

primeiro é o que se poderia chamar de regulação da atividade, que consiste em selecionar as

tarefas a realizar e ordená-las no tempo. A tarefa é a unidade que permite decompor e analisar

o trabalho cognitivo em componentes que têm uma certa autonomia. Uma tarefa é

caracterizada por um resultado a ser atingido, por condicionantes na obtenção desse resultado

e por um domínio de conhecimentos específicos. Uma tarefa pode ser decomposta em

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subtarefas, que são estreitamente ligadas à tarefa principal e que não podem ser separadas sem

perder seu sentido. Essas últimas não são, pois, unidades. Em compensação, entre as tarefas

não existe ligação muito estreita e essa escolha das tarefas assim entendida pode se definir sob

o termo “regulação”. A escolha das subtarefas faz parte da realização da tarefa e realça,

portanto, os processos de construção das representações e de elaboração das decisões.

O segundo componente é o controle, que se refere à realização da tarefa e ao seu bom

desenvolvimento, e apresenta um duplo aspecto. Antes da realização, o controle garante a

planificação; depois da planificação, garante a avaliação dos resultados da ação. Nesse

sentido, a planificação e o controle podem ser a origem de uma reorientação da atividade para

o restabelecimento da representação da situação, bem como podem dar lugar à formulação de

novos objetivos, como a recuperação de erros ou de incidentes.

2.5.4 Características da memória de trabalho

Segundo Richard (1990), consideram-se três características da memória de trabalho

(MT), que têm uma importância maior para os tratamentos cognitivos. Essas características

serão descritas a seguir.

2.5.4.1 Capacidade de armazenamento ou rapidez de codificação

Há uma correlação positiva do palmo mnésico com a idade, por um lado, e com a

inteligência, por outro. A interpretação dessas correlações tem sido fortemente discutida.

Atualmente prevalece a opinião de que a capacidade da MT não varia nem com a idade nem

com a inteligência. O que explica essa correlação é, na realidade, a rapidez da operação de

codificação na MT e a capacidade de reter a informação segundo a ordem temporal de

desenvolvimento dos eventos.

Conforme Santos (1991b), a memória de trabalho, por sua vez, divide-se em memória

sensorial, que registra as informações entre 0,1 e 0,5 segundos e depois desaparece, e

memória de curto termo ou de trabalho propriamente dita, que é acionada continuamente no

desenvolvimento da atividade e permite reter em memória sete itens durante somente dois

segundos, o que constitui um limite para o ser humano. Segundo Richard, (1990, p. 152),

de acordo às múltiplas pesquisas desenvolvidas em diferentes grupos; Chi, 1976;Cohen, 1977; Dempster, 1978; Martin, 1978, estas conduziram a chegar a diversasconclusões, as quais variam segundo o tipo de material e as condições deapresentação. Pode-se dizer que os fatores que fazem variar o tamanho do palmo são

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também aqueles que afetam a inteligibilidade dos itens em condições difíceis e otempo de identificação; quanto mais é preciso atenção para identificar os itens, maisé difícil retê-los na memória.

Assim, também se diz que há um longo tempo as confusões na MT são mais de

natureza acústica do que de natureza semântica, como é o caso da MLT (memória de longo

tempo).

Parece que o tamanho do palmo mnésico é uma função linear invertida pelo tempo de

comparação à MT; o tamanho do palmo é mais falho do que os estímulos, que demoram mais

para serem reconhecidos. A relação é muito estreita: a função linear explica quase 100% da

variação.

Entretanto, pode-se dizer que o que caracteriza a MT não é, como se crê, a limitação

da capacidade. Por essa limitação, entende-se a limitação que permite codificar dados, em

termos de números de unidades de armazenamento. Se não, é caracterizada pela taxa de

retenção determinada pela rapidez de codificação da informação.

2.5.4.2 A caducidade da informação na memória de trabalho

Para Richard (1990, p. 31), "o esquecimento é rápido na MT quando a repetição

mental é impossível". Pode-se experimentar isso quando se é interrompido em uma operação

de cálculo de maior complexidade, em que o indivíduo esquece o resultado do último cálculo

que acabou de fazer e freqüentemente também esquece em que ponto estava dentro da

operação. Esse é um fato muito experimentado em nosso cotidiano.

A caducidade do sinal na MT vem sendo muito discutida atualmente. No entanto,

Richard (1990) concluiu que o declínio do sinal não varia segundo os indivíduos. O que varia

é a eficácia das estratégias de revisão da informação, pela repetição mental, e a natureza da

codificação, que foi efetuada durante o tempo de apresentação do estímulo. Entretanto, o

declínio do sinal estará basicamente evidenciado em relação à diferença na qualidade de

codificação elaborada em cada indivíduo (trabalhador).

2.5.4.3 A recuperação da informação na memória de trabalho

Esta recuperação se apresenta de maneira particular e seqüencial, como ressaltou

Richard (1990). Segundo esse mesmo autor,

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diversas pesquisas de Sternberg estabeleceram de modo particularmente convincenteo caráter seqüencial do acesso à informação na MT. Ao indivíduo se apresenta umalista de algarismos, na qual a maior varia de 1 a 6; a lista é seguida de um algarismo-teste e o indivíduo deve indicar o mais rapidamente possível por uma respostamanual se este algarismo estava ou não na lista precedente. Mede-se o tempo dereação (Richard, 1990, p. 98).

Pode-se dizer também que o tempo desempenha um papel importante na eficiência

cognitiva, visto que em um tempo determinado o valor da recuperação da informação na MT

vai variar.

2.5.5 O papel dos conhecimentos anteriores

Em relação ao papel dos conhecimentos anteriores, considera-se que sua participação

é indispensável e muito importante no desenvolvimento de tarefas. Entretanto, tenta-se

mostrar sua interpretação mediante o esquema de uma rede semântica, para logo após se

fazerem algumas considerações relevantes.

2.5.5.1 Efeitos positivos dos conhecimentos anteriores

Os conhecimentos anteriores facilitam a aprendizagem pela melhor representação da

situação. Do ponto de vista da rede semântica, o maior número de relações entre conceitos

permite um rápido acesso ao conceito novo.

Por outro lado, a informação estruturada (congruente com o esquema) é mais

facilmente memorizável. As analogias aproveitam os conhecimentos anteriores, e é por isso

que são usadas para facilitar a aprendizagem.

Na concepção de Hernandez (apud Anderson, 1983), a aprendizagem é realizada pela

criação das relações entre os conceitos, e o acesso a tais conceitos se faz por ativação. A

aquisição de uma informação nova sobre um conceito se traduz em conseqüência da criação

de uma nova relação. Isso se tornará mais fácil no momento que o número das relações

existentes sobre esse conceito for maior, o que equivale a dizer que existem conhecimentos

mais numerosos para esses conceitos. De fato, quanto maior é o número de relações que

mostram o conceito, mais rápido e fácil fica acessá-lo.

Essa concepção prediz que a aquisição de informações novas, congruentes com o

conceito, será mais fácil porque já se tem um conhecimento maior sobre ele.

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44

2.5.5.2 Efeitos negativos

Quando se acumulam excessivas relações entre os conceitos, produz-se o fenômeno de

interferência. O efeito facilitador e o efeito de interferência devem ser compensados.

2.5.5.3 O fenômeno de experiência e o automatismo

A representação da tarefa de um trabalhador experiente é diferenciada da de um

trabalhador novo. O trabalhador experiente possui maior facilidade na criação de estratégias,

pois ele já tem diversos automatismos incorporados a si. O operário que repete

freqüentemente as mesmas tarefas, por períodos suficientemente longos, adquire

automatismos que lhe permitem executar suas tarefas mais rapidamente e com uma

mobilização mínima de seus processos conscientes.

Num plano de formação é necessário criar no indivíduo o máximo de automatismo

para todas as tarefas repetitivas, com a finalidade de permitir retirar o máximo de tempo para

as atividades mais complexas que precisam desenvolver a prática no uso das ferramentas

cognitivas.

2.5.6 Orientação das atividades mentais: função de controle e diagnóstico

No desenvolvimento da tarefa, as atividades de controle e diagnóstico são as que

precisam de processos de elaboração mais complexos. Assim, para realizar efetivamente tais

atividades, precisamos desenvolver competências de antecipação e planificação, e realizar a

prática de ferramentas cognitivas, como abstração, generalização, inferências, etc.

O processo cognitivo para a resolução de problemas de diagnóstico e controle de

atividades pode ser visualizado na Figura 2.3, segundo Benito (1994).

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45

Melhorados

Figura 2.3 - Esquema do processo cognitivo na resolução de problemas

Como é mostrado neste esquema, primeiro há uma construção de conhecimentos que

posteriormente vão sendo melhorados. Cria-se uma aprendizagem e assim também vão sendo

obtidas mais experiências, para depois se desenvolverem estratégias de ação que, com o

passar do tempo e com sua repetitividade, vão se tornando automatizadas. Tudo isso ajudará o

trabalhador a antecipar situações com respostas cada vez mais apropriadas e com uma

planificação mais acertada na execução de suas tarefas.

CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS

DESENVOLVIMENTO EAPRENDIZAGEM

ESTOCAGEM DE INFORMAÇÃO(EXPERIÊNCIA)

DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIAS,TRATAMENTO, MODOS OPERATIVOS, ETC.

AUTOMATIZAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS

PLANIFICAÇÃORESPOSTASAPROPRIADAS

ANTECIPAÇÃO DESITUAÇÕES

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46

2.5.7 Análise ergonômica da atividade cognitiva do trabalho

A ergonomia cognitiva preocupa-se com os aspectos da atividade mental realizada

pelo operador. Assim, a aplicação da análise ergonômica da atividade mental visa adequar as

exigências cognitivas da tarefa ao usuário. A ergonomia cognitiva permite a diminuição do

esforço despendido para compreender e desenvolver a tarefa, o que facilita o processo mental

para a tomada de decisão e execução de determinada ação.

Portanto, ao se fazer uma análise ergonômica da atividade mental, estar-se-á

identificando as exigências cognitivas, manifestadas pelo trabalhador na execução de uma

atividade de trabalho.

A análise ergonômica do trabalho é uma metodologia que permite definir o que

realmente fazem os indivíduos para cumprir os objetivos do seu trabalho. Assim, temos

alguns questionamentos: considera-se como tarefa o que se vai fazer e com o que, e como

atividade, o modo como se vai fazer. Geralmente o operador se vale de métodos que não estão

prescritos pela variabilidade intra e interindividual, assim como pela variabilidade nas

condições de trabalho, o que exige do operador a elaboração e adaptação de diversas

estratégias e processos mentais para a execução da ação (Santos, 1991b).

Para levantar a atividade real e o processo mental, é necessário (1) compreender o que

se passa na mente do operador quando ele está executando a sua tarefa, (2) saber de quais

conhecimentos ele já dispõe e (3) em que grau de segurança. O sujeito aplica regras e

estratégias que ele conhece sobre as informações que está recebendo para resolver um

problema.

Em relação à atividade mental do indivíduo, devemos conhecer (1) seu saber, (2) seu

saber fazer e (3) a representação mental que ele tem de sua tarefa e dos objetos sobre os quais

ele opera (Mielke, 1991). A ergonomia se interessa, então, por tudo o que possa influenciar a

atividade do usuário.

A atividade cognitiva só pode ser conhecida através dos comportamentos ou

procedimentos manifestos (Anderson, 1983). Algumas técnicas para se evidenciar essa

atividade cognitiva são: observar diretamente a situação de trabalho; apresentar ao operador

situações-problema, observando suas reações; analisar os conhecimentos prévios e os fatores

motivacionais; observar e analisar seus erros, esquecimentos, incidentes e informações às

quais ele dá preferência para alcançar determinado objetivo, e em que ordem e com que

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freqüência as informações que levam a erros e a influência dos objetivos nas estratégias

empregadas pelos operadores; e analisar a interação entre o operador e o sistema.

Objetivamente, a análise ergonômica do trabalho mental procura evidenciar situações

em que o sujeito recebe mais informações do que consegue tratar ou recebe informações que

ele representa de uma maneira e que podem levá-lo a cometer erros. A análise procura

evidenciar, através dos comportamentos manifestos do sujeito, sua capacidade cognitiva e sua

bagagem informacional para posteriormente adaptar-lhe a tarefa.

Em síntese, abaixo são citados os principais objetivos da análise ergonômica da

atividade mental.

1) Levantar e formalizar as heurísticas e os algoritmos empregados durante as

diversas fases da tarefa;

2) definir as estratégias e suas respectivas mudanças;

3) mostrar os mecanismos de regulação da ação, em função das características da

tarefa, das características do homem e, em particular, de sua experiência e

formação profissional.

Finalmente, pode-se dizer que as exigências cognitivas das atividades desenvolvidas

pelo trabalhador podem ser analisadas por meio da análise ergonômica, que também poderia

fazer parte de uma análise mais profunda, da qual participem outras teorias de apoio que

ajudem a mostrar e analisar os esforços mentais das atividades do trabalhador, com a

finalidade de se propor, para cada caso particular, algumas alternativas que possam contribuir

com o melhoramento ou a diminuição de esforços mentais causadores de estresse no

trabalhador.

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3 A SUPERVISÃO EM ENFERMAGEM

3.1 Considerações gerais

O profissional de enfermagem enfrenta um difícil e lento desenvolvimento da

enfermagem como profissão. Um dos esforços iniciais nesse sentido registrou-se em Paris, em

1633, com a fundação da comunidade das Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo, quando

foram ministrados a seus membros ensinamentos rudimentares relacionados com o cuidado de

pacientes. Com idênticas finalidades foram sendo criadas inúmeras outras irmandades

religiosas, tanto na Europa como na América, mas foi Florence Nightingale (1820-1910)

quem estabeleceu as bases estruturais com que hoje se apresenta a enfermagem. Nightingale

atuou nos hospitais militares ingleses da Criméria e de Scutari, durante a guerra da Criméria,

recebendo o reconhecimento do povo inglês, através da criação de um fundo – o Fundo

Nightingale – que lhe possibilitou organizar, em 1859, uma instituição para treinamento,

sustento e proteção de enfermeiras assalariadas e voluntárias, instituição essa chamada de

Escola Florence Nightingale, anexa ao Hospital São Tommas, em Londres.

No Brasil, ao que se tem notícia, devemos aos padres e irmãos da Companhia de Jesus

Preponderante, que tiveram atuação nas primeiras atividades de enfermagem. Para cuidar dos

enfermos, os padres contavam com o auxílio de fiéis, voluntários e escravos, aos quais

ensinavam como desempenhar essa missão. Mais, tarde, as irmãs de caridade se instalaram,

em 1852, na Santa Casa do Rio de Janeiro e em instituições a ela ligadas. Em 1890, com a

fundação da Escola Alfredo Pinto, procurou-se melhorar a situação inferior em que se

encontrava o exercício da enfermagem, especialmente a área da psiquiatria. Contudo, somente

no presente século essa nobre profissão passou a ter maior desenvolvimento no Brasil,

iniciando com a fundação da Cruz Vermelha nos moldes de Genebra.

A enfermagem moderna, nascida durante a guerra e nos hospitais militares, absorveu

estruturalmente uma visão de poder-disciplina, que vai passar a ser uma dentre as

características fundamentais da futura profissional enfermeira: a vigilância, o controle e o

registro contínuo do tempo e do espaço dos doentes nos hospitais, e também a organização, a

disciplinaridade e o controle dos seus pares. Ao estabelecer um detalhado sistema de

relatórios sobre cada enfermeira, com conteúdo moral e de comportamento, Florence

incorpora à sua proposta de formação profissional o poder-disciplina, presente até hoje na

enfermagem, embora com mais sutilezas.

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O locus de aparecimento da enfermagem moderna é o hospital militar, onde o saber

médico passa a se desenvolver a partir da intervenção na doença e no patológico, através de

técnicos instauradores e restauradores do normal, no discurso hegemônico e produtor de

verdades sobre a doença, em consonância com a razão moderna, não apenas explicando a

realidade, mas modelando-a, intervindo nela e ordenando-a (Luz, 1995). O impacto da absorção

desses discursos e dessas restrições na enfermagem moderna permanece presente até hoje na

prática da enfermeira. É ela a profissional da área da saúde que tem maior autorização social

para tocar o corpo do outro.

Dessa forma, Souza (1966, p. 75) define enfermagem dizendo que “é uma arte e

ciência que visa ao paciente como um todo: corpo, mente e espírito: técnica de enfermagem é

aplicação dos conhecimentos dessa arte e ciência”.

Por outro lado, a enfermagem atual vive uma situação de crise séria e que vem se

agravando dia a dia, representada subjetivamente pela indefinição sobre o que é enfermagem

e objetivamente por:

• proliferação elevada dos cursos de enfermagem, centralizados nas grandes cidades;

• pouca participação nos movimentos de classe e com a classe, sejam eles políticos

ou culturais;

• pouca motivação para executar um trabalho de qualidade, sobretudo nas cidades

carentes de recursos financeiros, educativos, de saúde, etc.

As causas dessa crise são muitas, mas pode-se citar:

• utilização inadequada e escassez dos recursos humanos de enfermagem;

• política salarial inadequada, incapaz de atrair e reter enfermeiras;

• escolas mal-instaladas e laboratórios inadequados;

• carga horária estafante (de 40 a 44 horas semanais);

• indefinição do papel e ausência de limites do campo de ação;

• deficiência de estruturas organizacionais compatíveis com as necessidades de

trabalho da enfermagem, etc.

Pereira (1981) se aproxima desse posicionamento quando diz que as enfermeiras têm

demonstrado capacidade científica na resolução de muitos problemas e têm desenvolvido

grande habilidade no manuseio de instrumentos e aparelhos. Entretanto, a convivência

conciliadora com as rotinas que desumanizam a assistência revela a falta de confiança em

seus próprios recursos de pessoa humana, sensível e capaz de encontrar “o outro” pelos liames

da solidariedade.

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50

Em análise da concepção mecanicista da vida, Capra (1982), autor de uma visão

transformadora da sociedade, diz que em virtude da estreita concepção biomédica de doença e

dos padrões patriarcais de poder no sistema de assistência à saúde, o papel que as enfermeiras

desempenham no processo de cura por meio do contato com os pacientes não é plenamente

conhecido.

O mesmo autor refere que, graças a esse contato, as enfermeiras adquirem o

conhecimento mais amplo do estado físico e psicológico dos clientes do que os médicos, mas,

muitas vezes, esse conhecimento é considerado menos importante do que a avaliação

“científica” do médico, pela imagem que a sociedade passa dele, geralmente associada ao

profissional capaz de fornecer saúde.

A enfermagem científica moderna está na fase de transição para o paradigma das

ciências pós-modernas; está a exigir uma reflexão coletiva em que as enfermeiras e

enfermeiros compreendam que a nova conflitualidade das ciências está se dando entre os

partidários da aplicação edificante construtiva, através da criação de conhecimentos e dos

partidários da aplicação técnica, exigindo uma reflexão global sobre a ciência e chegando aos

novos paradigmas das ciências modernas.

3.2 A supervisão no trabalho da enfermagem

3.2.1 Definindo supervisão

Os especialistas na área de recursos humanos, como Peixoto, 1995; Chiavenato, 1999;

Boog, 1999; Marquis e Huston, 1995; Santos, 1993; Cunha, 1991; Kron e Gray, 1994, entre

outros, têm freqüentemente abordado a função supervisão, considerando-a um instrumento

capaz de exercer grande influência em aspectos fundamentais das organizações, como, por

exemplo, o índice de absenteísmo e a rotatividade dos funcionários, o moral de trabalho do

grupo, a produtividade, as relações inter e intrapessoais, as exigências do trabalho e a

qualidade do serviço executado.

Esses são alguns dos motivos pelos quais a função supervisão é um aspecto muito

importante a ser estudado pelo enfermeiro, considerando-se que esse profissional normalmente

assume o gerenciamento e a gestão do trabalho da equipe de enfermagem, com vistas

principalmente à prestação de uma assistência eficaz, ao desenvolvimento dos funcionários e à

manutenção de um ambiente harmonioso, humano e produtivo para todos.

A supervisão tem, portanto, um caráter dinâmico. Tanto o supervisionado como o

supervisor são importantes e têm direitos e deveres definidos que os auxiliam no

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desenvolvimento do trabalho. Nesse contexto, ressalta-se a responsabilidade do supervisor

não só pelo desempenho dos supervisionados como também pela sua própria atividade

(Santos, 1993).

As características da supervisão têm sofrido modificações de acordo com o contexto

social e político da instituição em que essa função vem sendo desenvolvida. Dessa forma, tal

função era antes enfocada a partir do princípio de fiscalização e policiamento, com fins

lucrativos, com pontuação só aos erros, com aplicação de sanções e críticas destrutivas, sem

planejamento algum ou, eventualmente, autoritarismo, poder e autonomia centralizadora, sem

voz nem voto do supervisionado, sem oportunidade de crescimento profissional ou individual,

com imposições e muitas regras e exigência de maior produtividade de cada pessoa, sem

importar a mão-de-obra.

Atualmente essa visão mudou, como se pode constatar na prática em algumas

organizações, a partir do planejamento, controle com objetivos de crescimento e identificação

de potencialidades, valorização das competências e habilidades que são exercidas em equipe,

trabalho cooperativo, remanejamento de postos de trabalho, execução e avaliação com vistas a

uma melhoria do trabalho e crescimento do pessoal que antes executava a tarefa.

Dessa forma, atualmente o objetivo principal da função supervisão seria promover o

desenvolvimento dos serviços de saúde, de modo a garantir sua continuidade e contribuir na

avaliação quali-quantitativa para o aperfeiçoamento do pessoal, estimulando e

potencializando suas habilidades e competências, a fim de melhorar e aprimorar cada vez

mais a qualidade dos serviços prestados.

Com base nesse objetivo, pode-se definir a função supervisão como um processo

cíclico, dinâmico e democrático de integração/transgressão na gestão de pessoas e recursos

materiais em uma estrutura organizada, visando integrar as metas a serem alcançadas no

processo de trabalho, a partir de aplicação, manutenção, recompensa, crescimento,

comprometimento e desenvolvimento do pessoal.

3.2.2 O supervisor em enfermagem

3.2.2.1 Perfil do supervisor em enfermagem

Para alcançar os verdadeiros fins de uma supervisão coerente, o supervisor deve

observar características pessoais referentes às suas atitudes e habilidades, a seus

conhecimentos e à forma como desenvolve suas ações. Assim, pode-se definir como

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qualidades principais que devem fazer parte do supervisor: capacidade administrativa, técnica,

de liderança, de ensinar, boas relações humanas e respeito aos princípios éticos universais.

Ao enfermeiro não basta a competência técnica. É necessário entender as pessoas e os

grupos para melhor coordenar os recursos humanos de que ele dispõe. Dessa forma, entre

outros atributos, o enfermeiro supervisor deverá:

ter objetivos definidos;

ser justo;

dar reforço positivo;

ser bem-informado;

respeitar seus subordinados;

interessar-se por seus subordinados;

ser honesto;

dar o exemplo;

ter bom senso;

ser seguro;

ensinar;

apoiar as decisões coerentes dos subordinados;

ser um bom ouvinte;

delegar tarefas;

não bancar o “sabe-tudo”;

estar disponível;

comunicar-se bem;

responsabilizar-se pelas ações dos subordinados;

ser coerente;

estar sempre pronto para ajudar;

chefiar;

não guardar rancores;

mostrar entusiasmo pelo trabalho dos subordinados;

fornecer feedback construtivo;

gerenciar sem exagerar.

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3.2.2.2 Funções do supervisor

O enfermeiro tem sob sua responsabilidade uma equipe de trabalho e, portanto,

necessita estabelecer metas e delegar tarefas com a finalidade de dispensar uma assistência

efetiva e eficaz ao paciente e seus familiares, bem como à comunidade em geral.

A supervisão torna-se par constante de suas atividades, já que o enfermeiro deve

planejar, executar e avaliar os cuidados que devem ser prestados à sua clientela. Nesse

sentido, a supervisão vem sendo caracterizada como uma função administrativa que envolve o

processo de orientação contínua do indivíduo, com a finalidade de desenvolvê-lo e capacitá-lo

para o serviço.

Como elemento fundamental no processo de supervisão, o enfermeiro desenvolve

múltiplas atividades de complexidade diversificada, de acordo com o cargo que ocupa na

organização. A complexidade de tais atividades está geralmente relacionada aos níveis

hierárquicos da estrutura organizacional e, mais diretamente, ao modelo e à cultura

organizacional adotados pela instituição.

O supervisor em enfermagem desenvolve diversas atividades, juntamente com a

organização e com o sistema organizacional de enfermagem. Nesse sentido, autores como

Cunha (1991), Santos (1993) e Kron e Gray (1994), entre outros, têm estabelecido e definido

de diversas formas essas atividades. Assim, neste estudo estabeleceram-se como funções

desenvolvidas pelo supervisor de enfermagem:

a. previsão e provimento de acordo com a demanda e necessidade de recursos

humanos e materiais físicos e orçamentários essenciais ao desenvolvimento das

atividades de enfermagem;

b. execução do planejamento e desenvolvimento das ações de enfermagem, segundo

os critérios e as prioridades definidas;

c. definição e caracterização da população atendida;

d. determinação dos valores, filosofias e objetivos do serviço de enfermagem;

a. identificação e clareza dos problemas e/ou necessidades da assistência de

enfermagem;

b. avaliação de desempenho da equipe de enfermagem;

c. avaliação da qualidade da assistência de enfermagem prestada;

d. identificação de potencialidades, habilidades e competências da equipe de

enfermagem;

e. aplicação adequada da equipe de enfermagem;

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f. desenvolvimento, manutenção e monitoramento da equipe de enfermagem;

g. participação ativa no planejamento, execução e avaliação de programas de

desenvolvimento de pessoal;

h. previsão, planejamento, elaboração, implantação e avaliação de normas,

procedimentos, rotinas e manual do serviço de enfermagem;

i. participação na previsão e manutenção de sistemas de informação eficientes, que

sirvam de apoio ao gerenciamento e à assistência em enfermagem;

j. previsão e simulação de situações complexas que diminuam o índice de erro e

contribuam para o melhoramento da qualidade da assistência;

k. criação de estratégias na aplicação da promoção e integração do pessoal de

enfermagem, originando e mantendo sua motivação;

l. criação, definição, desenvolvimento, utilização, controle e avaliação de métodos

de trabalho (metodologia da assistência);

m. prevenção oportuna de situações problemáticas;

n. outras atividades específicas das diferentes realidades das instituições e serviço de

enfermagem;

Todas essas atividades são definidas primordialmente para serem desenvolvidas pelos

supervisores de enfermagem, a partir de um enfoque da gestão do cuidado em enfermagem,

independentemente da instituição à qual esse profissional está ligado e à hierarquia

preestabelecida por ele.

A realidade do mercado de trabalho de nosso país é que, na maioria das vezes, o

enfermeiro é contratado para assumir atividades de gerenciamento da assistência, as quais ele

consegue executar através da supervisão. Dessa forma, é de primordial importância que esses

conceitos sejam redefinidos constantemente, evitando-se cair na indefinição dessa função, o

que pode gerar conflitos, desacordos e inadequações que podem levar ao desequilíbrio

organizacional e institucional refletido no cuidado do cliente e, principalmente, na qualidade

da assistência.

3.2.3 Caracterização científica da supervisão em enfermagem

Com o intuito de se definir a cientificidade da função supervisão, inicialmente

apresenta-se, na Figura 3.1, uma visão global sobre a problemática que enfrentam os recursos

humanos a partir dos gestores do setor de saúde de maneira geral.

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Figura 3.1 - Problemas de recursos humanos enfrentados pelos gestores de saúde

Nesse contexto, parte-se da idéia de que toda divisão ou departamento de enfermagem

institucional está inserido em valores cultativos da equipe, visando à harmonia da observância

desses princípios. Dessa forma, os princípios norteadores da conduta profissional do

enfermeiro fundamentam-se na Ética Humanística, que pode ser encontrada na natureza do

homem. Existe uma necessidade por parte do indivíduo de ter a concepção do seu eu, de sua

natureza, para que possa entender a concepção do Universo e, a partir daí, perceber seus

valores e os dos outros. Assim, o supervisor só poderá interpretar a filosofia de sua profissão

se puder perceber o outro e a si mesmo como seres humanos, e se cultivar os princípios

Problemas derecursoshumanos

enfrentados pelosgestores no setor

da saúde

Ofertae

procuraStatus eascensão

social Salários

Planode

cargos esalários

Formaçãodos

especialistas

A formaçãode

profissionais

Interiorização econcentração deprofissionais nosgrandes centros

urbanosRecrutamento

de seleção

Legislaçãodo

trabalho

Aadministraçãode pessoal em

nívelmunicipal

Absorção real dosservidores federais

e estaduaismunicipalizados

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morais que visam aos seus valores éticos fundamentais, olhando e percebendo o respeito à

dignidade humana como alicerce da interação enfermeiro/paciente (Santos, 1993).

A coesão da equipe de enfermagem tornar-se-á possível a partir da adoção de uma

consciência humanística por todos os seus membros. O empenho da equipe na prestação da

assistência de enfermagem ao cliente depende da aceitação do valor com reverência pela vida

humana, independente de qualquer influência socioeconômica, política, religiosa ou cultural.

Considerando-se que o objetivo da supervisão é a prestação de uma assistência de

enfermagem bem qualificada, a análise técnica de supervisão, segundo Santos (1993), tem

por objetivo principal a verificação da modalidade de assistência que é desenvolvida pelo

pessoal de enfermagem. Ou seja, a meta dessa análise seria a verificação da habilidade

técnica, isto é, a atitude do pessoal de enfermagem em relação ao paciente. A meta seria,

portanto, a observância dos princípios técnicos, científicos e éticos norteadores da profissão.

Em um sentido mais amplo e recente, a supervisão se executa com base em princípios

que consideram e sustentam a otimização da assistência de enfermagem, isto é, consideram o

homem em seu conjunto, interagindo com seu meio ambiente. A supervisão tem como

premissa principal o fato de que cada ser humano é único e, como tal, tem direitos inerentes a

si. Seu bem-estar é alcançado quando as necessidades fisiológicas e psicológicas do corpo

estão sendo atendidas satisfatoriamente e o meio ambiente influi no seu bem-estar total.

De acordo com Horta e Paim (apud Santos, 1993), constituem funções específicas da

enfermagem: a identificação da assistência de enfermagem necessária ao cliente; o

planejamento, a execução e a avaliação desta; a coordenação das atividades que são

desenvolvidas pela equipe; e a colaboração com a equipe multidisciplinar para o atendimento

global ao cliente.

Há necessidade de maior ênfase por parte das escolas de enfermagem quanto ao ensino

dessas habilidades ao futuro integrante da equipe de enfermagem. Para tal ensino, relacionam-

se como instrumentos básicos da profissão: comunicação, planejamento, avaliação, método

científico ou de resolução de problemas, observação, trabalho em equipe, destreza manual e

criatividade.

Para Santos (1993), a metodologia da supervisão como um processo cíclico

compreende: planejamento, execução e avaliação, partindo-se do preparo da supervisão;

levantamento da situação; análise dos dados; diagnóstico da situação; execução do plano;

recomendações; e avaliação da supervisão. Para isso, a mesma autora define uma metodologia

da supervisão em enfermagem, que é desenvolvida conforme descrito a seguir.

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1. Planejamento

1.1 Identificação do pessoal auxiliar

1.2 Qualidade dos serviços prestados

1.3 Métodos de trabalho quanto à racionalização e às rotinas

1.4 Conhecimento da planta física, dos equipamentos e do material

2. Organização

2.1 Definição dos objetivos, metas e prazos a serem alcançados

2.2 Meios para alcançá-los:

- Definir atribuições da supervisora

- Definir normas e procedimentos

- Planejar registro e arquivo

2.3 Processos de avaliação

3. Execução

3.1 Estabelecimento de ambiente favorável

3.2 Observação direta das atividades executadas

3.3 Entrevista com pessoal de cada categoria

3.4 Estudo de registros existentes (comparar situações passadas e presentes)

3.5 Observação da comunidade

3.6 Análise das informações obtidas

4. Avaliação contínua

Baseia-se em critérios padronizados, a saber:

Imediata: Qualidade do serviço

Mediata: Desenvolvimento do pessoal

- Melhoria dos padrões de assistência

- Melhoria das relações de trabalho

- Satisfação no trabalho

Essa metodologia emprega técnicas que são utilizadas em todo o processo do seu

desenvolvimento, entre as quais temos:

• observação direta;

• análise de registros;

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• entrevista;

• reunião;

• discussão em grupo;

• demonstração;

• orientação;

• estudo de caso;

• dinâmica de grupo;

• análise de situação; e

• uso de método científico.

Os instrumentos utilizados nessa metodologia são:

• prontuário do paciente;

• metodologia da assistência (prescrição de enfermagem);

• plano de supervisão;

• roteiros;

• manuais do serviço de enfermagem;

• normas, procedimento e rotinas;

• plano de desenvolvimento do funcionário; e

• outros.

3.2.3.1 Observação

A observação é um instrumento muito valioso que é utilizado pela função supervisão.

Mas o que é observar? No intuito de querer conhecer o desconhecido, o supervisor contempla

todo o processo do seu trabalho. Esse olhar diz respeito ao comportamento ético-profissional

que o enfermeiro supervisor reconhece na sua profissão. Ele não deixa qualquer tipo de

sentimento pessoal interferir, antepondo o profissional sobre o pessoal, reconhecendo o

emotivo e o intuitivo do profissional e ético, de forma a evitar que injustiças e injúrias possam

descaracterizar o objetivo de sua supervisão.

A grande desvantagem desse instrumento é a subjetividade inerente ao ser humano,

por meio da qual a incerteza torna-se visível e o emocional muitas vezes balança o racional,

criando e recriando continuamente valores e comportamentos. A subjetividade é, muitas

vezes, um ponto de vista pessoal, e pode tornar-se um impedimento crítico para o

desenvolvimento da observação, de uma maneira profissional e madura.

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3.2.3.2 Informação

Informar é reduzir a incerteza sobre fatos e coisas. Administrar é decidir o que fazer

(incerteza da ação), como fazer (incerteza do método), quanto fazer (incerteza da demanda),

quando fazer (incerteza temporal), com o que fazer (incerteza dos recursos) e fazer acontecer

(incerteza dos resultados).

Administrar, portanto, é conviver continuamente com a incerteza, e a informação deve

ser encarada como um instrumento do gerente/supervisor na redução da incerteza. Sob essa

perspectiva, a informação gerencial deixa de ser vista como um fenômeno de natureza

puramente técnica e passa a ser enfocada como um fenômeno organizacional substantivo.

O ambiente no qual se realiza o tratamento e o fluxo de informações dentro das

organizações é de natureza extremamente variada. O estudo das organizações mostra que

coexistem muitas formas complementares de processamento de dados que incluem, além dos

sistemas estruturais e formais, outras modalidades que apresentam diversos aspectos

informais ou de natureza pessoal.

O conhecimento do ambiente particular de cada organização ante os diferentes

mecanismos de processamento da informação é, portanto, de extrema importância para o

profissional que vai definir as necessidades de um sistema automatizado e estabelecer os

parâmetros de seu funcionamento, a amplitude do impacto organizacional e as limitações

esperadas.

O componente formal de rotina engloba a maior parte dos sistemas operacionais da

organização no seu dia-a-dia. Em algumas organizações, esse componente constitui-se em

porção substancial da atividade específica da empresa, como é o caso dos sistemas de reserva

de passagem aérea, dos sistemas de controle de produção do setor industrial e dos sistemas de

controle de transações bancárias.

Dessa forma, Forrester (apud Mendes, 1989) apresentou o sistema organizacional

como constituído por três subsistemas, a saber: decisão, ação e informação. Qualquer decisão

visa uma ação, da qual são obtidas informações para uma nova tomada de decisão; o sistema

de informação só tem sentido quando encarado pela decisão produzida, e não pela informação

pura e simples. Mesmo assim, uma infinidade de sistemas implantados encara a informação

como um recurso organizacional de natureza técnica e que por si só basta. Pilhas de relatórios

e arquivos são gerados, cruzando-se os mais variados dados sem, entretanto, levar em

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consideração aspectos de custo, objetividade e oportunidade de tais informações para o

processo de tomada de decisão.

3.2.3.3 O processo de comunicação

Se o trabalho do supervisor depende do trabalho de outros, a comunicação é o âmago da

questão. O ato de se comunicar, de fazer com que todos se entendam e se comuniquem em

uma mesma linguagem é uma arte difícil e deve ser realizada corretamente, devendo ser bem

transmitida pelo supervisor, pois a comunicação, segundo Horta et al. (apud Santos, 1993), é a

base da interação enfermeiro/paciente.

A importância da comunicação como parte do relacionamento é bem explicitada por

Manzolli (apud Santos, 1993, p. 65), quando ele diz que

partindo da afirmação de que os homens agem sobre o mundo, modificam-no e, porsua vez, são modificados pelas conseqüências de sua ação, é importante se verificarque, num relacionamento, o enfermeiro pode produzir mudanças consideravelmenterelevantes ou criar conflitos, dúvidas e confusões. Pode, se não for adequado, serimpessoal, sentir-se aborrecido e estranho ao próprio objetivo da Enfermagem.

A comunicação é considerada como intercâmbio e transmissão de significados, ou

também, como um processo social da mais ampla relevância no funcionamento de qualquer

grupo, organização ou sociedade. Em outras palavras, comunicação é uma interação entre

pessoas, é a troca de informações para a tomada de decisão e é um dos mais importantes

processos administrativos, essencial para as organizações.

Neste sentido, Stoner e Freeman (1985, p. 53), definem comunicação como um

processo através do qual as pessoas tentam compartilhar significados por meio da transmissão

de mensagens simbólicas. A frase apresentada a seguir reflete a mensagem dos autores: “a

palavra não vale só apenas pelas coisas que diz, mas também pelas que não diz”.

Os principais elementos para realizar o processo de comunicação são: o comunicador, a

mensagem, o meio, o receptor, o feedback e os ruídos. Com relação às barreiras no processo de

comunicação, temos as seguintes:

- estrutura de referência: pessoas diferentes podem interpretar a mesma mensagem de

diferentes maneiras;

- audição seletiva;

- diferenças de status;

- pressões do tempo;

- sobrecarga nas comunicações;

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- juízos de valor;

- credibilidade da fonte;

- linguagem intergrupal;

- problemas de semântica;

- filtragem; e

- fluxo.

3.2.4 Problemas de enfermagem

Os problemas de enfermagem se apresentam sob diversos paradigmas. Para o interesse

deste estudo, expõem-se principalmente as vantagens que a supervisão traz quando pretende

trabalhar com problemas relacionados à supervisão da assistência hospitalar em enfermagem

de uma maneira eficiente. Assim, pode-se considerar:

• no paciente: segurança, bem-estar, pronta recuperação, boas relações, cuidados

eficientes e satisfação do paciente e família;

• no hospital: prestígio e apoio público, maior economia e rapidez no alcance dos

objetivos;

• no pessoal de enfermagem: segurança e autoconfiança, satisfação e entusiasmo,

elementos que favorecem o trabalho em equipe, propiciam o desenvolvimento das

capacidades pessoais, elevam a moral e proporcionam satisfação no trabalho.

• na equipe multidisciplinar: maior integração com a equipe de enfermagem,

resultados mais eficientes e eficazes, maior valorização do trabalho da equipe de

enfermagem perante os outros profissionais.

Geralmente, esses problemas são trabalhados com base em uma metodologia

específica. Entre os métodos mais utilizados, percebe-se uma grande semelhança nas etapas a

serem percorridas, a saber:

- definir os problemas de qualidade;

- estabelecer os objetivos a serem alcançados;

- considerar as etapas básicas para atingir as prioridades estabelecidas;

- definir as responsabilidades pela qualidade;

- organizar e planejar atividades;

- introduzir controles dessas atividades; e

- avaliar os resultados.

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Essas atividades podem ser centradas em uma só pessoa ou, ainda, ser de

responsabilidade do Serviço de Enfermagem, em termos de fornecimento de dados para a

Chefia de Enfermagem.

A eficiência dessa supervisão dependerá da simplicidade e da velocidade das

informações e avaliações, devendo estar afastada de procedimentos morosos (os erros devem

sofrer correções o quanto antes, e dependem fundamentalmente da velocidade das

informações e análises).

Dessa forma, cabe ressaltar que a qualidade da supervisão dependerá do

monitoramento da Qualidade da Assistência Prestada, do Controle de Qualidade do Pessoal de

Enfermagem, do Controle de Qualidade do Material e Equipamento, e dos Recursos do

Controle de Qualidade.

3.2.5 O processo de tomada de decisão

A tomada de decisão pode ser definida, segundo Bana e Costa (1995), como um

esforço para resolver o problema dos objetivos conflituosos que impedem a existência de uma

“solução ótima”. Isso conduz para a procura da “solução de melhor compromisso”, isto é, que

atenda aos objetivos na medida de sua importância relativa.

As decisões “programadas” ou “estruturadas” devem ser tratadas de forma

diferenciada daquelas do tipo “não-programadas” ou “não-estruturadas”. Essa conclusão,

apesar de parecer um tanto óbvia, só mais recentemente passou a ser mais bem percebida

pelos próprios analistas de sistemas, os quais, após vários anos de tentativas frustradas de

desenvolvimento de sistemas de informação integrados, observaram que, por exemplo, a

decisão de comprar ou não comprar um determinado item de estoque servia de modelo para a

decisão de aumentar ou reduzir o quadro de pessoal da organização. A primeira decisão, a de

comprar ou não comprar, é rotineira e passível mesmo de equacionamento matemático

estruturado, o que permite a sua automação, como é o caso dos supermercados. A segunda

decisão, a de aumentar ou reduzir o quadro de pessoal, não é rotineira e demanda negociação,

definição da política de crescimento e atuação organizacional, opção tecnológica e outras

variáveis de difícil, quando não impossível, e indesejável quantificação. As operações

normais de uma organização e as tramitações de documentos usuais não fornecem elementos

diretos para esse tipo de decisão, daí a dificuldade com que se deparam todos os que tentaram

extrair diretamente informações para a tomada de decisão não-estruturada.

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3.2.5.1 A informação quanto ao tipo de decisão e controle

Apesar de a mente humana ser extraordinária, ela é limitada em sua habilidade para

compilar e analisar todas as informações necessárias que envolvem uma decisão complexa.

Portanto, não é suficiente fornecer informações certas ao decisor; é necessário analisar,

interpretar e estruturar as informações através do uso de modelos de tomada de decisão

adequados a cada caso.

Por outro lado, a hierarquia de decisão e controle também demanda um tratamento

diferenciado para as informações. A organização pode ser hierarquizada em três tipos e

atividades: planejamento estratégico, controle gerencial (planejamento tático) e controle

operacional (planejamento operacional). Cada um desses níveis, por sua vez, exige um apoio

decisório orientado por uma estrutura de informações, com diferentes formas de agressão.

Uma outra forma de encarar mais detalhadamente as relações existentes entre

informação e processo decisório é avaliar o grau de incerteza dos objetivos e dos resultados

esperados, o que nos permite definir algumas categorias de processos de tomada de decisão.

Uma ferramenta muito importante nos processos de tomada de decisão diz respeito aos

sistemas de apoio à decisão por computador (SAD). Os SADs oferecem um potencial

significativo para dar assistência e aperfeiçoar a tomada de decisão gerencial, além de revelar

uma especial preocupação com relação à decisão e ao decisor.

Os SADs podem ser definidos, segundo Sprague (1987), como sistemas interativos por

computador, que ajudam, através de dados e modelos, no momento de se tomar decisões

relacionadas com problemas não-estruturados ou semi-estruturados, isto é, decisões que não

podem ser analisadas usando qualquer tipo de abordagem estruturada, visto que o ambiente de

decisão possui elevado grau de indeterminação ou incerteza, a saber:

Incerteza da decisão

Em função do grau de incerteza, as decisões podem ser categorizadas, segundo

Wetherbe (apud Keith, 1992), como tomadas sob certeza, risco ou incerteza.

1 - Tomada de decisão sob certeza, em que existe um conhecimento completo e preciso

sobre as conseqüências da decisão;

2 - tomada de decisão sob risco, quando só podem ser identificadas as conseqüências

possíveis e suas probabilidades de ocorrência;

3 - tomada de decisão sob incerteza, onde só algumas das conseqüências da decisão

podem ser identificadas, porém suas probabilidades de ocorrência são

desconhecidas.

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Formas de tomada de decisão

As formas de decisão podem ser classificadas, segundo Shoemaker e Russo (1993), em

quatro grandes grupos:

1 - o julgamento intuitivo, que constitui a forma de decisão mais rápida e também a

mais imprecisa;

2 - as regras, que são formas de decisão mais claras e acuradas, mas que representam a

realidade de maneira muito limitada, desconsiderando informações relevantes;

3 - a importância ponderada, que identifica quais fatores são considerados mais ou

menos importantes; e

4 - a análise de valor, que considera a relação existente entre os fatores e os objetivos-

chave na análise da decisão.

Tipos de decisões organizacionais

Os tipos de decisão organizacional, segundo Keen (apud Grahl, 1992), podem ser

classificados em:

1 - decisões estruturadas, que envolvem procedimentos-padrão repetitivos e rotineiros,

que podem ser aplicados automaticamente, sem a necessidade de novas análises;

2 - decisões não-estruturadas, que não se repetem ao longo do tempo, são complexas e

irredutíveis a um procedimento padrão. Esses tipos de decisões devem ser tratados

heuristicamente;

3 - decisões semi-estruturadas, que são as decisões parcialmente estruturadas e

parcialmente não-estruturadas. Nessas circunstâncias, assim como em decisões não-

estruturadas, recomenda-se desenvolver sistemas computacionais que em conjunto

com o tomador de decisão permitam alcançar a eficácia desejada. O inter-

relacionamento dos diferentes componentes pode ser sumariado na matriz que se

segue (Quadro 3.1), na qual são indicados alguns exemplos de sistemas de

informações em cada categoria.

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Incerteza de objetivosBaixa Alta

Baixa Decisão porcomputador(Resposta)

Decisão porcompromisso

(Diálogo)Incerteza de causa eefeito

Alta Decisão porjulgamento

(Aprendizado)

Decisão porinspiração (Idéia)

Quadro 3.1 - Categorização de recursos decisórios de acordo com o grau de incerteza de objetivos ede resultados esperados

Baseando-se em características mais detalhada do modo como a incerteza é percebida

e localizada dentro das organizações, a matriz acima apresentada é de real significância na

tentativa de entender a emergência e o funcionamento dos sistemas de informação das

organizações, além de também ter relação com o ponto de vista daqueles que encaram o

processamento de informações como um meio para reduzir incertezas.

3.2.5.2 Como tomar decisões inteligentes

As decisões têm de ser melhoradas a cada dia, o que significa que é necessário

diminuir a margem de erro. A conexão entre as decisões que são tomadas não está no que é

decidido, e sim na forma como é decidido. Nesse sentido, a melhor maneira de se tomarem

decisões mais certas é aprender a fazer uso de um bom método decisório. Sobre esse assunto

pode-se citar Hammond, Keeney e Raiffa (1999, p. 17), que afirmam que um processo de

decisão eficaz deve preencher basicamente os seguintes critérios:

concentrar-se no que é importante;

ser lógico e coerente;

reconhecer os fatores subjetivos e objetivos, combinando o pensamento analítico e o

intuitivo;

exigir apenas a quantidade de informação e análise necessárias para resolver

determinado dilema;

estimular e guiar a obtenção de dados relevantes e opiniões bem informadas;

ser direto, seguro, fácil de usar e flexível.

Da mesma forma, Hammond, Keeney e Raiffa (1999) acreditam que uma decisão

inteligente deve conter oito elementos, a saber: (1) trabalhar com o problema certo; (2) definir

os objetivos; (3) criar alternativas com imaginação; (4) compreender as conseqüências; (5)

confrontar os itens de negociação; (6) esclarecer incertezas; (7) analisar cuidadosamente a

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tolerância diante de riscos e (8) examinar as decisões interligadas. Como se pode perceber, os

oito elementos têm um enfoque de proação, fazendo com que antes de ser executada a decisão

se consiga redirecionar profundamente a decisão, de modo que assim se ampliem as chances

de se encontrar uma solução cada vez mais satisfatória.

Se formos analisar os diversos apontamentos dos autores que referenciam como

possível tomar decisões mais inteligentes, pode-se chegar com certeza a afirmar que a melhor

decisão parte da forma como é desenvolvida cada uma das seguintes etapas a seguir.

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Figura 3.2 - O processo de tomada de

PROCESSO DECISÓRIO

Identificação do problema

Definiçãodos objetivos

Desenvolvimentode alternativas

Avaliação dasalternativas

Escolha deuma alternativa

Implantação dadecisão

Controle eavaliação

decisão

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Estas etapas são desenvolvidas partindo-se da identificação do problema. Nessa etapa,

clarifica-se o problema e são obtidos todos os dados referentes a ele, sem mascará-lo.

Na segunda etapa, são determinados os objetivos, ou seja, define-se claramente aonde

se quer chegar com a solução do problema e o que se pretende com isso. Esses objetivos são

relacionados aos resultados que se deseja atingir ao ser resolvido o problema.

Na terceira etapa, desenvolvem-se as alternativas de solução. Isso significa que

existem várias formas de se solucionar um problema, e é necessário saber quais são essas

possíveis soluções que podem existir, considerando-se também soluções obvias.

A próxima etapa é a mais trabalhosa, uma vez que é nesta etapa que se avaliam as

alternativas consideradas como possíveis soluções; nesta etapa, é fundamental considerar

principalmente a avaliação de cinco aspectos: (1) primeiro deve-se compreender as

conseqüências que cada alternativa de solução considerada pode trazer; (2) depois, confronte

os itens de negociação que cada uma das alternativas pode ter, isto é até que ponto cada uma

das soluções pode ser factível de ser negociada com os órgãos ou pessoas com os quais se

relaciona; (3) outro aspecto muito importante é o esclarecimento de incertezas – deixe muito

claro qualquer informação que é incerta pedindo informações ou solicitando-as; (4)

continuando, execute uma análise cuidadosa da tolerância diante de riscos. Isso significa que

deverá se fazer uma análise de até que ponto poder-se-á tolerar algum risco ao qual pode estar

submetido a minha alternativa de solução, considerando-se que os riscos estão quase sempre

presentes, sobretudo quando se quer tomar decisões muito importantes, o que nos leva muitas

vezes a cometer erros, quando não é feita uma análise sobre isso. (5) Finalmente, o ultimo

aspecto é examinar as decisões interligadas. Nunca deixe de analisar se a possível decisão

pode levar a decisões que estão ligadas a outros setores ou que podem influenciar outras

pessoas ou outros processos de trabalho que nem sempre estão ligados diretamente ao setor ou

pessoa envolvida no problema.

Na quinta etapa, já há condição suficiente de se escolher uma das alternativas e, com

certeza, se as etapas anteriores foram bem elaboradas, essa é a mais fácil de ser executada. A

escolha da alternativa basicamente será a partir da definição de qual das alternativas tem mais

pontos positivos do que negativos e mais vantagem do que desvantagens na solução proposta.

A sexta etapa considera a implantação da solução escolhida. Significa dispor dos

recursos suficientes (humanos, materiais e financeiros) que são necessários para essa

implantação. Com certeza, ter-se-á mais subsídios até para se conseguir esses recursos,

principalmente quando estão envolvidos recursos financeiros, já que nas etapas anteriores o

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decisor adquiriu mais firmeza na decisão que escolheu e certamente saberá muito bem

defender qualquer obstáculo que lhe seja apresentado no processo de sua implantação.

Finalmente, na sétima etapa será controlada e avaliada a decisão escolhida, uma vez

que, como todo processo dinâmico, essa solução pode se transformar devido a outros fatores

que estão em constante mudança e que podem vir a influenciar o seu êxito. È por isso que a

decisão sempre deverá ser cronometrada e/ou controlada. A avaliação sempre acontece junto

com o controle, visto que quando se controla, também se está avaliando.

Se a solução não foi a melhor, o ideal é repetir o processo desde a identificação. Nunca

passe a escolher e implantar a segunda, terceira, quarta ou quinta melhor decisão, pois as

situações mudam constantemente, bem como as pessoas e as organizações.

3.2.6 O processo de educação continuada

A educação é um ato eminentemente humano do qual educador e educando participam

juntos de um processo chamado ensino–aprendizagem que os leva a uma transformação

pessoal que precisa utilizar alguns meios através dos quais se viabilize um aprendizado cada

vez mais otimizado. Nesse sentido, cabe ressaltar que o termo educação vem sendo discutido

ao longo dos anos. Úm dos maiores desafios da educação é a cultura e o contexto sócio-

político de uma nação. Então, educação pode ser definida como todos os processos através

dos quais uma pessoa pode adquirir uma compreensão do mundo, bem como aptidões para

lidar com seus problemas visando à formação do ser como uma totalidade no meio social em

que sobrevive. Dessa forma, cabe dizer que toda prática transformadora possui um

componente educativo.

Ao se conceituar a educação em serviço – também chamada de educação continuada

ou contínua – cabe dizer que é um processo planejado que compreende indução, orientação,

preparo, atualização e aperfeiçoamento dos funcionários, com a finalidade de atingir e manter

um padrão eficaz e eficiente da instituição, de forma a permitir o desenvolvimento das

potencialidades do pessoal treinado para a melhoria da qualidade do trabalho e das condições

de trabalho. Esse processo se dá num meio organizacional que tem na sua estrutura três tipos

de recursos fundamentais que influenciam direta ou indiretamente na eficácia desse processo:

os recursos humanos, materiais e financeiros.

O aspecto fundamental em todo o processo de ensino–aprendizagem é que os

treinandos sejam estimulados a aprender. A cada dia, isso se torna mais desafiante. O

interesse e a motivação dos treinandos são desafios constantes na área de treinamento e de

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desenvolvimento. Uma ferramenta que auxilia nesse processo é a tecnologia, uma vez que

pode “inspirar” os colaboradores, tornando a aprendizagem mais excitante e relevante. Um

exemplo real disso é a multimídia interativa, que parece ser capaz de melhorar o processo de

ensino–aprendizagem, aumentando a taxa de retenção e diminuindo o tempo necessário para a

aprendizagem (Barron e Orwig, 1995).

Um dos aspectos mais impressionantes do raciocínio humano é a habilidade de

deslocamento de um pensamento para outro. A forma como a multimídia organiza as

informações é baseada nessa estrutura do pensamento humano. Diferentemente de um

programa de televisão ou de videoteipes, os programas em multimídia são planejados para

serem experimentados através de navegação interativa. A meta fundamental é que a

aprendizagem se torne uma exploração pessoal, em vez de uma experiência passiva.

Deve-se estimular os treinandos de uma maneira multissensorial, ou seja, não

estimular somente seus olhos, mas também seus ouvidos; esses sentidos devem ser

estimulados de variadas formas como, por exemplo, mostrando-se uma figura. Depois, essa

mesma figura se move e, na seqüência, entram sons, narração, etc.

Os principais objetivos da educação em serviço na enfermagem são: (1) aumentar o

padrão técnico; (2) tornar o trabalho de enfermagem mais eficiente; (3) aumentar a satisfação

do funcionário; e (4) proporcionar orientação, capacitação, atualização e aperfeiçoamento,

com o intuito de se promover o ser humano e melhorar o atendimento ao cliente.

Toda educação em serviço responde a uma necessidade concreta. Isso pode ser

verificado: na admissão de um novo funcionário ou na redução de pessoal; ao surgir alguma

mudança nos métodos de trabalho; na substituição ou remanejamento de pessoal; na expansão

de serviços; na alteração de programas de trabalho; na implantação de processos de

modernização dos equipamentos; ou ao serem identificadas falhas no desempenho

profissional. Diante dessas verificações, será de primordial importância realizar uma

capacitação ou educação em serviço.

Existem dois tipos de capacitação: a formal e a informal. A capacitação formal se

executa a partir de uma necessidade identificada com antecedência ou prevista segundo o

plano de trabalho da organização. Esse tipo de capacitação terá de cumprir basicamente

quatro fases: (1) diagnóstico das necessidades de aprendizagem; (2) elaboração de um plano

de ação; (3) execução do treinamento e (4) aplicação dos critérios e instrumentos de

avaliação. A capacitação informal se executa de uma forma não planejada, a partir de uma

necessidade de uma situação “crítica”, na qual o tempo se torna um fator muito importante

no alcance dos resultados; geralmente é fornecido pelo educador de maneira imediata para se

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71

O

obter resultado imediato. Na figura abaixo pode ser visualizado o processo cíclico da

educação continuada formal.

DIAGNÓSTICO DASITUAÇÃO

ALCANCE DOSOBJETIVOS DAORGANIZAÇÃO

DETERMINAÇÃODE REQUISITOS

BÁSICOS DAFORÇA DETRABALHO

RESULTADOS DAAVALIAÇÃO DEDESEMPENHO

ANÁLISE DEPRPOBLEMAS E

DE PESSOAL

ANÁLISE DERELATÓRIO E

OUTROS DADOS

DECISÃO QUANTOÀ ESTRATÉGIA

QUEM TREINAR

COMO TREINAR

EM QUE TREINAR

ONDE TREINAR

IMPLEMENTAÇÃO OUAÇÃO

APLICAÇÃO DOSPROGRAMAS PELAASSESSORIA, PELORESPONSÁVEL DA

EDUCAÇÃO

AVALIAÇÃO ECONTROLE

ACOMPANHAMENTO

VERIFICAÇÃO OUMEDIAÇÃO

COMPARAÇÃO DASITUAÇÃO ATUALCOM A SITUAÇÃO

ANTERIOR

Figur

LEVANTAMENTODE

NECEDIDADES

PROGRAMAÇÃODO

TREINAMENTO

EXECUÇÃO DOTREINAMENTO

AVALIAÇÃODOS

RESULTADOS

RETROAÇÃO

Implan

dec

a 3.3 - O processo cíclico da educação continuada fo

RETROAÇÃ

tação daisão

rmal

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3.2.7 A avaliação na supervisão em enfermagem

O terceiro milênio aponta para mudanças cada vez mais velozes e intensas no

ambiente das organizações, como mostra a Figura 3.4, visto que o mundo moderno se

caracteriza por tendências que envolvem globalização, tecnologia, informação, conhecimento,

serviços, ênfase no cliente, qualidade e competitividade. Todas essas tendências estão

afetando e continuarão a afetar a maneira pela qual as organizações utilizam os indivíduos

como recursos humanos, influenciando poderosamente seu estilo de administração ao lidar

com eles.

Figura 3.4 - Tendências atuais do mundo moderno X gestão de pessoas(Chiavenato, 1999)

Globalização

Tendênciasatuais domundo

moderno

Tecnologia

Informação

Conhecimento

Produtividade

Qualidade

Serviços

Competitividade

Ênfase no cliente

Gestãode

pessoas

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73

pos

Figura 3.5 - Gestão de pessoas(Chiavenato, 1999)

Nesse contexto, percebe-se que, quando se pretende abordar a questão da avaliação

como meio que mostra claramente ao supervisor se seus recursos humanos estão

correspondendo aos resultados esperados no processo de trabalho, entra-se na questão da

avaliação de desempenho. Assim, pretende-se apresentar de uma forma clara e objetiva essa

função, abordando-se (a) princípios que são utilizados quando se quer avaliar o desempenho a

Osprincipaisprocessos

namodernagestão depessoas

Agendandopessoas

Aplicandopessoas

Monitorandopessoas

Recompensandopessoas

Desenvolvendopessoas

Mantendopessoas

Quem deve trabalhar naorganização:recrutamento e seleção

Como desenvolver as pessoas:- treinamento e desenvolvimento- programas de mudanças- programas de comunicações

Como manter as pessoas notrabalho:- treinamento e desenvolvimento- programa de mudanças- programa de comunicações

Como recompensar as pessoas:- recompensas e remuneração- benefícios e serviços

O que as pessoas deverão fazer:desenhos de cargos e avaliaçãode desempenho

Como saber o que fazem e oque são:sistema de informação gerenciale banco de dados

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partir do supervisor de enfermagem; (b) fatores que constituem essa avaliação; (c) sistemas e

normas utilizadas na avaliação; e (d) o que deve ser comentado com o avaliado.

Geralmente é o supervisor de enfermagem quem faz a avaliação do desempenho. Sua

condição lhe possibilita uma observação contínua do funcionário e o capacita a dizer o que

constitui o bom ou o mau desempenho dele. No entanto, se o supervisor do próprio supervisor

conhecer o trabalho do funcionário, ele também pode avaliá-lo, com o intuito de obter uma

média. Porém, de qualquer forma que se faça a avaliação, o encarregado deve ser treinado pra

isso, deve conhecer as normas de uma sadia avaliação e ser alertado para os seus engodos. O

avaliador deve, por exemplo, saber que a avaliação só será válida se resultar de uma

observação contínua. Se o tempo que o chefe ou avaliador dedicar à avaliação do desempenho

for aquele que coincide com o preenchimento do questionário, é dispensado dizer que tal

avaliação – sem uma sistematização, computando apenas fatos e comportamentos mais

recentes e sem uma análise profunda – carece de qualquer valor (Mezomo, 1981, 1992).

Entre os muitos erros que podem ocorrer, destaca-se o de avaliar o empregado a partir

de uma impressão pessoal positiva ou negativa que se teve dele num determinado momento,

generalizando-se as conclusões. Daí a necessidade de observações constantes e regularmente

distribuídas. Dessa forma, tem-se uma amostra real da situação, ou seja, do verdadeiro

desempenho do empregado. É importante, que as diversas observações sejam registradas, pelo

menos em seu conteúdo essencial. A memória não retém adequadamente o registro dos fatos,

sobretudo de certos detalhes. Deve-se ter cuidado, porém, para registrar fatos, e não

julgamentos. O que importa é saber o que aconteceu. O julgamento do empregado será feito

na hora da avaliação do desempenho.

Um aspecto a ser observado no registro é distinguir o que é significativo daquilo que

não o é. Aqui, quase sempre entra em ação a efetividade do observador. Inconscientemente,

ele tende a enfatizar casos negativos de pessoas que não lhe agradam muito e casos positivos

de suas simpatias, assim como tende a registrar só os problemas e as situações perturbadoras.

Isso é muito comum.

Para o registro dessas observações contínuas, aconselha-se o uso de fichas individuais.

Assim, na hora da avaliação o observador irá dispor de todos os dados necessários para fazê-

la de modo objetivo. Dessa forma, os registros das observações podem ser facilitados se

forem feitas algumas perguntas, como as que se seguem.

- O empregado executa os trabalhos exatamente como foram prescritos?

- A quantidade e a qualidade programadas do trabalho foram atingidas?

- O trabalho é executado no prazo determinado?

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- O empregado utiliza adequadamente os recursos ou materiais à sua disposição?

- O empregado demonstra satisfação e interesse?

- O empregado respeita a hierarquia?

- Quais são os pontos críticos de seu desempenho?

- Qual é o comportamento do empregado com seus colegas, superiores e

subordinados?

- O empregado conversa livremente com seu chefe sobre problemas do trabalho?

- O empregado traz sugestões?

- O empregado comete muitos erros?

- Quais são os aspectos mais positivos no desempenho do empregado?

3.2.7.1 Fatores do processo de avaliação

Os fatores abaixo constituem o processo de avaliação do desempenho do pessoal de

enfermagem (Mezomo, 1981 e 1992):

1. Qualidade de trabalho. Se não houver padrão estabelecido, considere apenas a

qualidade desejável no setor. Leve em consideração no seu julgamento os seguintes

elementos: clareza, perfeição, asseio e cuidados técnicos com que o trabalho tem sido

normalmente executado.

2. Quantidade de trabalho. Se não houver padrões de quantidade estabelecidos,

considere, por estimativa e para cada tipo de trabalho, o volume de produção desejável.

Admita como “padrão desejável” a quantidade de trabalho que possa conseguir não um

homem excepcional, mas simplesmente um homem comum. Ao julgar esse fator, não se

esqueça de levar em conta a maneira como o trabalho está distribuído para cada

funcionário, não deixando, também, de revelar situações anômalas ou excepcionais,

caracterizadas pelo acúmulo de alguns funcionários e pelo “nada ou pouco que fazer” de

outros.

3. Versatilidade. Capacidade de fácil adaptação a novos trabalhos sejam eles relacionados

ou não com o que é executado presentemente. Lembre-se de que, inadvertidamente,

costumamos sobrecarregar de novos trabalhos os funcionários mais versáteis, o que,

geralmente, passa a constituir um erro grave de supervisão, com reflexos negativos no

grupo.

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4. Saúde. Deve-se levar em conta não a aparência de saúde ou os indícios aparentes, quer

físicos, quer psíquicos, mas a capacidade de resistência e disposição que o indivíduo tem

para o trabalho.

5. Cooperação. Analise a atitude do empregado, tanto em relação ao seu próprio trabalho

quanto do trabalho dos colegas, e como eles reagem à visita da atuação do avaliado. A

cooperação é trabalho em equipe. O ato de cooperar, inclusive, pode ser considerado no

sentido de executar o próprio trabalho em tempo, com presteza e perfeição, de modo a

não prejudicar o andamento do trabalho do grupo

6. Iniciativa. Qualidade que revela a capacidade de conceber idéias, visualizar situações e

encontrar prontamente recursos que solucionem irregularidades ou situações novas no

trabalho. Caracteriza capacidade de julgamento, de planejamento, de criação e execução.

7. Personalidade. Tomamos a palavra neste sentido: efeito que uma pessoa exerce sobre

os outros ou sobre o grupo de trabalho, resultante de sua disposição, tato, entusiasmo,

disciplina, aparência, simpatia natural, etc. Atente para essa conceituação.

8. Segurança no trabalho. Examine o grau de responsabilidade do funcionário ao cumprir

o que lhe for determinado, ao realizar trabalhos que exijam precauções especificas

relativas à própria segurança e à proteção do grupo ou auxiliares do serviço.

9. Capacidade de aprender e de assimilar novos conhecimentos. Identifique

potencialidades de aprendizado de cada funcionário.

10. Responsabilidade. Cumprir na hora certa e não no momento certo é uma qualidade que

deve ser inerente a qualquer profissional da área da saúde.

3.2.7.2 Sistemas e normas da avaliação

Existem vários sistemas de avaliação do desempenho. Cada encarregado pode aplicar

aquele que mais se adaptar ao seu caso, ou seja, à qualidade das pessoas a serem avaliadas:

chefes, encarregados, funcionários, etc.

Dessa forma, antes, porém, de aplicar o sistema, Mezomo (1981 e 1992) considera que

o encarregado deve lembrar diversos critérios e normas que devem ser seguidos para tornar

eficiente o seu programa de avaliação.

Alguns dos sistemas básicos mais utilizados de avaliação são os seguintes:

1. Escala de avaliação (uma escala para cada fator).

Ex.: Conhecimento do Trabalho.

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Excepcional Acima da Médio Abaixo da Mau Média Média

2. Entrevista com o supervisor do empregado que informa sobre o desempenho deste.

3. Sistema de comparação dos empregados com relação aos diversos fatores

selecionados para a avaliação.

4. Avaliação por um grupo de supervisores reunidos.

5. Entrevista com o subordinado, desde que bem conduzida.

6. Observação direta do funcionário pelo supervisor.

7. Auto-avaliação do funcionário, mediante o preenchimento da “Ficha de

Autoconceito”.

8. Preenchimento da “Ficha de Mérito” do funcionário pelo seu supervisor.

Prescindindo do método, diversos critérios e normas podem ser seguidos, entre estes:

1. O sistema escolhido deve ser simples para que seja viável, e deve incluir os itens que

têm maior importância para a empresa hospitalar, como a quantidade e a qualidade

da produção de serviços, a colaboração, etc.

2. A idéia, antes de ser executada, deve ser vendida às chefias interessadas, para que se

possa contar com sua colaboração.

3. As pessoas encarregadas da execução do sistema de avaliação devem estar

convenientemente treinadas e conscientes do valor da avaliação para o hospital e

para os próprios funcionários.

4. Na execução da avaliação, deve-se avaliar todos os funcionários em função de cada

item, e não avaliar um funcionário de cada vez.

5. Os funcionários devem ser informados de que o hospital mantém um critério

racional de avaliação.

6. A avaliação deve ser atual, ou seja, deve referir-se ao período findo, e não aos

anteriores.

7. A execução do programa deve ser acompanhada de perto pelo responsável.

8. Os resultados da avaliação devem ser transformados em gráficos para que se possa

ter uma visão de continuidade do desempenho do funcionário.

9. É preciso lembrar que as avaliações são um auxílio para a avaliação propriamente

dita e final, e não um recurso único e absoluto. As pessoas não podem ter o seu

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comportamento medido apenas em números ou em classes rígidas. A avaliação deve

ser completada pela observação humana, para se evitar o tecnicismo exagerado.

10. O programa de avaliação deve estar sempre em dia, com arquivos organizados,

mantendo as chefias interessadas no seu andamento, usando as informações obtidas,

aperfeiçoando a sistemática do programa e procurando novas aplicações para ele.

3.2.7.3 Comentário da avaliação do desempenho com os funcionários

Alguns supervisores pensam que o comentário da avaliação do desempenho com os

funcionários é uma prática odiosa para ambas as partes. Entretanto, não comunicar seus

resultados aos funcionários seria inutilizar grande parte do valor da avaliação, visto que estes

se mostram quase sempre interessados em saber como estão em seu trabalho. O que muitas

vezes falta é a capacidade dos supervisores em conduzir tais entrevistas ou comentários, que

poderia, entre outras vantagens, melhorar sensivelmente seu relacionamento com os

funcionários. Cabe, então, ao Serviço de Recursos Humanos que os treinou para a avaliação

treiná-los também para a boa condução do comentário.

Alguns objetivos da avaliação do desempenho são: (1) identificar os empregados que

precisam de aperfeiçoamento em determinadas áreas; (2) oferecer oportunidades para que

conheçam seus pontos fortes e fracos, de modo que procurem corrigir deficiências; (3)

auxiliá-los a progredir em suas funções, para que talvez possam aceitar posições de maior

responsabilidade. Assim sendo, é necessário fornecer-lhes conhecimento acerca das

informações relevantes sobre suas avaliações, a fim de que tais objetivos sejam alcançados.

Porém, a comunicação dos resultados das avaliações aos empregados deverá ser feita de

forma planejada, por intermédio de entrevistas, tendo-se todo o cuidado para que se consiga

estimular o progresso e o aperfeiçoamento dos homens.

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4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E ENFERMAGEM

4.1 Considerações gerais

Com a expressão da informática na área da saúde, alguns limites foram

automaticamente definidos, tendo como finalidade básica identificar as áreas de atuação dos

profissionais e até mesmo identificar as novas áreas de conhecimento existentes.

Um dos primeiros termos empregados e divulgados com relação ao uso dos

computadores na área de atendimento ao paciente foi o termo “informática médica”. Esse

termo foi empregado com amplo sentido e significando o uso da tecnologia da informação no

que se refere ao cuidado ao paciente e ao processo de tomada de decisão em saúde (Shortliffe,

1990).

Segundo Mandil (1992), a finalidade básica da informática em saúde é fornecer

suporte no atendimento, a fim de que obtenha um alto nível de saúde para o indivíduo, para a

comunidade, para a nação e mesmo para todo o mundo.

É um campo próspero da ciência, com amplas possibilidades na realização de

pesquisas científicas, desenvolvimento de aplicação e outras inúmeras e criativas atividades

que poderão ser introduzidas para auxiliar o profissional.

No Brasil, em 1988, foi criada a Secretaria Especial de Informatização (SEI) e,

naquela ocasião, a expressão “informática em saúde” foi definida como a área do saber que

trata das aplicações e do uso de ferramentas de automação de processamento dos dados e

informações nos vários segmentos das ações relacionadas à saúde do indivíduo e da

coletividade.

4.2 Informática na enfermagem

Na área da enfermagem, com o crescente avanço das aplicações e com o

desenvolvimento de pesquisas, muitas definições foram surgindo, na tentativa de melhor

identificar os objetivos do uso de computadores na enfermagem (Mandil, 1992). Para Hannah

(1990, p. 129),

informática em enfermagem é o campo de estudo que direciona o uso da tecnologiade informação para enfermeiros que cuidam dos pacientes, como resolvem osproblemas administrativos nas instituições de saúde e como ensinam na formação denovos profissionais.

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De modo geral, observa-se que a informática em enfermagem buscou os

conhecimentos da ciência da informação e da computação para tratar dos fenômenos de sua

área específica. Dessa forma, o estudo inicial a ser feito é com relação à identificação do que é

informação em enfermagem, quais são os dados, as informações e o conhecimento que

caracterizam a enfermagem como disciplina, como profissão (American Nurses Association-

ANA, 1994).

Os autores enfermeiros da década de 1980 não se referem mais aos computadores

como uma tecnologia emergente.

Muitos deles abordam seu uso corrente em diversos aspectos da assistência de

enfermagem. A conclusão básica e consensual entre todos esses autores é a de que os

enfermeiros precisam ver os computadores como ferramenta profissional, devendo a

enfermagem preparar-se ativamente para o uso desses recursos (Andreoli e Musser, 1985).

É fundamental, portanto, que eles saibam usar a máquina adequadamente, de forma a

obter o máximo de vantagens dela, além de melhores informações em todas as fases do

processo de pesquisa. Somente através da utilização dos computadores, os enfermeiros têm

sido capazes de responder a questões de pesquisa em um espaço de tempo razoável.

Muitos são os fatores favoráveis ao crescimento do interesse em computadores para o

uso da prática, ressaltando-se, em primeiro lugar, a própria natureza do processo de

enfermagem (Sweeney, 1985).

A Associação Norte-Americana de Enfermagem (ANA, 1994) estabelece o que

representa a informática em enfermagem, determinando alguns requisitos:

a informática em enfermagem deve servir aos interesses dos pacientes;

o emprego da informática na enfermagem deve ser intrínseco ao cuidado de enfermagem.

A utilização de uma ferramenta computacional dessa natureza proporcionará acesso

rápido às informações necessárias para o planejamento, e possibilitará a elaboração da

prescrição individualizada e os cuidados de enfermagem com base no sistema de resolução de

problemas.

Outros autores, como DeLuca e Doule (1991), consideram como guia para

desenvolvimento de um sistema de informação o conceito de ciclo tradicional de vida de um

sistema computacional, que oferece uma estrutura padronizada contendo seis faces distintas,

denominadas:

fase do planejamento (que conduz o estudo das viabilidades);

fase da análise funcional;

fase de determinação de requisitos;

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fase de desenho e desenvolvimento;

fase de implementação;

fase de avaliação.

Portanto, se a administração do sistema desconhece essas fases, corre o risco de ter

adquirido um sistema falho, pois se faz necessário um conhecimento amplo e contínuo para

que as necessidades do administrador sejam supridas.

4.3 Sistemas de informação na área da saúde

Não há nada de errado ou de problemático no fato de as pessoas terem diferentes

conceitos sobre alguma coisa, exceto se trabalharem em conjunto, sem que seja estabelecido

previamente um entendimento comum a esse respeito.

O fato é que temos como sistemas métodos, normas e procedimentos que são

freqüentemente intercambiados. Tal fato leva ao conceito de sistema total de informação ou

sistema de informação gerencial, à medida que esse sistema pode responder a uma variada

gama de necessidades de informação para a tomada de decisão. Embora o conceito em si

mesmo não se refira a esse ou àquele meio de processamento em termos práticos, o

computador é que torna possível cogitar o grau de integração (Bio, 1996).

Nesse sentido, Bio (1996, p. 24) define sistema de informação como “um conjunto de

normas e procedimentos que objetivam transmitir, através de um meio qualquer, informações

entre pessoais e órgãos”.

Conforme Melo (1983), a área da saúde sempre foi dependente de processamento da

informação. Desde o início, as artes de diagnosticar e de medicar estão relacionadas com a

capacidade dos profissionais da saúde de receber, guardar, processar e gerar informações que

auxiliam na tomada de decisão no atendimento ao paciente. O mesmo autor ainda salienta que

existem três grandes grupos de sistemas informatizados de apoio à medicina e à enfermagem,

a saber:

1) grupos administrativos para gerência de unidades de atendimento em geral;

2) grupos assistenciais, para melhoria do acompanhamento direto do paciente nas

áreas de prevenção e tratamento de doenças nos níveis clínicos;

3) grupos especialistas, para auxiliar no apoio à decisão do médico em

especialidades que não a sua. Os sistemas especialistas devem ser considerados

básicos em país pobre onde, muitas vezes, o profissional precisa tomar decisões

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sem ter uma equipe interdisciplinar, por estar isolado numa região distante.

Nesse caso, ele poderia recorrer a informações quantitativas, qualitativas e

sistematizadas que o ajudariam a agir com maior segurança.

É importante salientar que para introduzir a informática na enfermagem há

necessidade de se entender e de se ter conhecimentos básicos dessa última. Para que se possa

utilizar os meios hardware e software, é necessário ter sólidos conhecimentos da área de

enfermagem e saber o que se pretende pôr em prática, baseado em fundamentação teórico-

científica tanto de enfermagem como de informática.

Se se concluir que no século XXI a informática vai superar a inteligência humana,

também é certo que, para aqueles que não tiveram a oportunidade de se instruírem ou de se

informarem sobre a informática e suas verdadeiras possibilidades, ainda haverá algumas

apreensões. Por mais que não queiramos, os computadores invadem a cada dia que passa o

nosso espaço. Em todas as áreas já há a necessidade de se introduzir a informática e,

principalmente nas instituições de saúde, há a idéia de que a enfermagem precisa ser

informatizada e de que as enfermeiras aprendam a computação. Ter um computador e saber

operá-lo não é suficiente para afirmar que se está fazendo informática em enfermagem, saber

manusear uma planilha de cálculos, um processador ou um gráfico não é fazer informática em

enfermagem.

Para fazer informática em enfermagem, é necessário conhecimento teórico e prático

sobre essa área da saúde, de forma que se obtenha algum resultado, como um sistema

informatizado voltado para a enfermagem ou um conhecimento científico correspondente à

informática em enfermagem (Leonzio, 1996).

O mesmo autor diz que o uso da informática associado a cuidados de enfermagem é de

custo elevado, porém a necessidade e a aplicabilidade desse recurso tecnológico devem estar

bem definidas antes da aquisição de um sistema informatizado. A qualidade dos dados

também deve ser cuidadosamente avaliada para que estes possam ser interpretados

adequadamente. Diversos dados podem ser aplicados em um programa específico, como: data

de aquisição, unidade de internação, informações clínicas, anamnese, informações

laboratoriais, seleção de patógenos, procedimentos cirúrgicos, etc.

Existem relatos que demonstram que a utilização de sistemas informatizados é de alta

efetividade (Beytee, 1986; Wenzel, 1987). Dessa forma, cabe salientar que a informática

como instrumento de trabalho do enfermeiro visa racionalizar o tempo gasto facilitando a

interpretação de dados e a elaboração de relatórios. Assim, torna-se mais fácil atingir o

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objetivo maior do enfermeiro: que o paciente seja atendido com rapidez e segurança (Cardo,

1992).

De acordo com a atual situação de saúde econômica, as tendências mostram que, para

um futuro próximo, podemos esperar um aumento considerável de pacientes, escassez de

enfermeiros para prestação da assistência e contenção de custos nos hospitais. Segundo essas

previsões, os serviços de enfermagem hospitalar devem considerar a informatização como

alternativa para ajudar os enfermeiros a racionalizar o tempo. Um dos objetivos principais de

um sistema de informação em enfermagem é promover a qualidade do cuidado, aprimorando

a administração da informação nas unidades de internação. Ainda como benefício da

padronização da informação, deve-se considerar a produção de uma documentação melhorada

para propósitos legais e de pesquisa, além de uma redução significativa no tempo despendido

pelos enfermeiros em atividades relacionados à escrituração.

Um outro benefício da instalação de sistemas automatizados é que os enfermeiros

podem acompanhar a evolução do paciente utilizando as funções do terminal à beira do leito.

Packer (1986) registrou em seu estudo que 87% dentre 2.133 enfermeiros que já

trabalham com computadores em outros locais optariam por um hospital dotado de

computadores nos departamentos de enfermagem, caso lhes fossem possível escolher. Mesmo

assim, 67% relataram que o uso do computador reduziu o envolvimento pessoal com os

pacientes. Portanto, um dos objetivos básicos da informatização em enfermagem é facilitar as

atividades burocráticas, no sentido de que o enfermeiro disponha de mais tempo para atender

o paciente.

Um desafio significante para a próxima década será, de acordo com Woolery (1990), o

desenho e a implementação de sistemas de informação que realcem os resultados e o padrão

profissional de enfermagem.

Impõe-se, naturalmente, a preparação de um maior número de pessoas, em

enfermagem e tecnologia de sistemas de informação, para que os sistemas sejam desenhados a

partir de uma base tecnológica e sob o ponto de vista da área da enfermagem (Hannah K. et

al., 1990).

4.3.1 Sistema hospitalar integrado

A informação é hoje o maior recurso de que se dispõe para alcançar o crescimento e o

desenvolvimento, com vistas a viabilizar o futuro. É a grande chave da evolução e representa

poder para quem a possui.

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Para os profissionais da saúde, dominar o conhecimento gerado e processado pelo

crescente aumento no número de dados e informações ou simplesmente ter acesso facilitado

quando necessário já estabelece diferentes níveis de atuação.

Profissionais mais atualizados têm maior chance de executar ações eficientes e menor

chance de erro no processo de tomada de decisão. Em um ambiente hospitalar, em que o

volume de informações aumenta a cada dia em decorrência do crescimento no número de

atendimento e no volume de dados gerados por cada paciente, muitas vezes recuperar os

resultados de um exame ou mesmo ter acesso ao prontuário dos pacientes pode representar

um gasto de tempo importante. Dessa forma, gradualmente todos os meios para economizar

tempo têm sido introduzidos em hospitais para resolver problemas criados pela exploração da

informação. Com base nisso, os sistemas informatizados nos hospitais são desenvolvidos

tendo como conceito básico e primordial criar um arquivo acumulativo de cada paciente, com

facilidade de manutenção e de acesso (Marin, 1995).

Por outro lado, a mesma autora mais adiante enfatiza que, aos poucos, está

desaparecendo aquela imagem tradicional do profissional debruçado sobre uma prancheta,

cercados de prontuários. Atualmente, é difícil apontar algum profissional de enfermagem que

utilize o computador como ferramenta de trabalho, salvo em organizações de saúde

particulares. Isso ocorre porque, ao lidar com sistema de informações, o enfermeiro se vê

diante de dois perigos: sabe muito pouco a respeito do assunto e ou sabe demais. Com pouco

entendimento de tecnologia de sistemas, uma pessoa pode ser arrastada pelos eventos e perder

o controle no gerenciamento e na liderança. Nesse sentido, o líder da organização pode

terminar envolvido em detalhes que poderiam ser trabalhados por sistemas de informação

adequados às necessidades dessa mesma organização.

No entanto, no ambiente das questões do raciocínio quantitativo e análise de

gerenciamento de assistência médica e de enfermagem nos dias atuais, os executivos dessa

mesma assistência estão mais dependentes de um sistema de informações para um

gerenciamento organizacional bem-sucedido do que antes.

Marin (1995) acredita ainda que nenhum profissional gosta de ser percebido na falta

de conhecimento. Então, em vez de tentar acompanhar o que está em uso, alguns líderes

simplesmente evitam o assunto completamente e deixam a responsabilidade para diretores de

sistemas de informações, consultores e peritos da casa.

Uma outra razão pela qual os profissionais de enfermagem tentam fugir da questão dos

sistemas de informação é que eles não consideram tais sistemas importantes. Por outro lado,

Wiederhold e Pereault (1990) ressaltam que, em um hospital, todo os profissionais envolvidos

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constantemente precisam tomar decisões, quer seja com relação aos aspectos administrativos

da instituição, que seja com relação ao cuidado que devem ter com o paciente. O desempenho

de todas as funções com competência e eficiência seria bem mais fácil se cada membro dessa

equipe pudesse contar com um parceiro inteligente, que fornecesse os dados processados,

revestidos de significado, de forma a nortear a tomada de decisão.

Os primeiros sistemas de informação introduzidos nos hospitais foram desenvolvidos

utilizando-se um computador central localizado em um setor especial, então conhecido como

Centro de Processamento de Dados. Os terminais ligados a essa máquina central e

distribuídos entre os diversos setores do hospital.

Os defensores desse método enfatizam que para serem obtidos bons resultados é

preciso inicialmente identificar todas as necessidades do hospital e fazer parte dos processos

que são desenvolvidos no hospital em termos de tratamento informações que contemplem

todas elas em um único sistema de atendimento, por meio do qual os usuários conseguirão

obter as respostas via consultas nos terminais instalados Marin (1995).

Peterson e Jelger (1988) ressaltam que tais sistemas tinham uma flexibilidade quase

nula devido aos impedimentos de ordem técnica e econômica, e por isso eram destinados a

processar dados financeiros para atividades operacionais somente, e não para análise e

planejamento.

Esses sistemas integram e comunicam a informação, porém dificultam a otimização do

trabalho, o que torna o acesso às informações muitas vezes mais demorado. Por meio dessas

características é possível observar que a implantação do sistema informatizado demandou, no

início, um alto custo no investimento, da mesma forma como também se percebe a não

utilização desse mesmo sistema na assistência empregada ao paciente e a todos os setores de

um hospital.

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Figura 4.1 - Complexa rede de computadores

DRIVESDE

DISCO

DRIVESDE FITA

IMPRESSORASDE

LINHA

CONTROLADORCOMPUTADOR 1

COMPUTADOR 2

COMPUTADOR 3

PRÉDIODE

REDE

CONTROLADORDE

REDE

CONTROLADORDE

REDE

PRÉDIODO

HOSPITAL

PRÉDIODO

ESCRITÓRIOMÉDICO

PRÉDIO DACLÍNICA DE

PACIENTES EXT.

REDE LOCAL DE COMPUTADORES REDE DE GRANDE ÁREA

OBS.: A rede local de computadores é o principal sistema de processamento de informações do hospital. A rede de grande área é apermanente ligação dos campos que conectam as várias redes locais aos vários prédios. Assim, conforme ilustrado, a rede de área localconecta-se à rede de computadores local.

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Para outros controladores- de rede na rede- de grande área

Para outros controladores:- de rede na rede- de grande área

Figura 4.2 - Modelo de rede de área local(departamento de administração de enfermagem)

* Também usado como terminal do computador central

SERVIDOR DEARQUIVOS DE

SOFTWARELOCAL

CONTROLADORDE

REDE PC*

COMPUTADORPESSOAL

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No final da década de 1970, surgiram os chamados “sistemas modulares” em que uma

ou mais máquinas são dedicadas ao hospital e diversos programas aplicativos são

desenvolvidos, de modo a desempenharem tarefas específicas. Uma estrutura comum

previamente estabelecida define a interface de comunicação com o usuário, permitindo,

assim, que os dados sejam compartilhados entre os diferentes módulos instalados (Wiederhold

e Perreault, 1990).

Tecnicamente falando, um sistema integrado ou consolidado é aquele cujos dados

coletados residem em uma única base de dados, que pode ser acessada por todos os terminais

do sistema. Freqüentemente existem vários sistemas, cada qual com sua própria base dados, e

esses sistemas estão conectados uns aos outros por meio de softwares especializados

chamados “interfaces”.

O principal propósito das interfaces é fazer com que o sistema pareça integrado para o

usuário final. Se os dados dos quais o usuário final necessita estiverem disponíveis de maneira

oportuna, ele terá suas petições preenchidas, não importando se aquela informação veio de

uma única base de dados ou de várias até chegar a ele (De Luca, 1990).

Em resumo, não há um caminho melhor para todas as organizações de assistência

médica e enfermagem para configurar seu sistema informatizado. De maneira geral, as opções

oferecidas por sistemas integrados, gerenciadores de base de dados, tecnologia de rede e

capacidade de interfaces criam um número quase sem limites de alternativas para qualquer

instituição. Escolher o que fazer parece mais razoável, o que implica verificar as atuais

capacidades tecnológicas da organização e revisar as necessidades atuais, as projetadas e as

metas da organização, como também escolher uma estratégia que permita aos sistemas de

informação dar suporte às necessidades e metas de maneira mais econômica e efetiva

possível.

A base de dados assim como outro componente de um sistema de informações de

assistência médica e de enfermagem existe para contribuir na eficiência e efetividade do

gerenciamento da instituição (De Luca, 1991). O que vale lembrar é que o hospital que não

está informatizado ou não iniciou esse processo pode estar comprometendo sua participação

no futuro. O preço a ser pago pelo hospital por esse atraso pode ser até mesmo mais caro do

que o que seria gasto para informatizá-lo (Marin, 1995).

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4.4 O enfermeiro ante o computador: a aceitação como forma de conduta

A essência da ação em enfermagem é a prestação de cuidado ao paciente. No exercício

da profissão, os aspectos administrativos da prestação da assistência se misturam com o

cuidar, e por vezes, o profissional fixa sua atenção mais nesse lado, a fim de garantir que os

recursos humanos e materiais estejam à sua disposição e facilitem o cuidado com o paciente.

Também é certo que para muitos que não tiveram a possibilidade de se informar sobre

o que é informática, paira ainda um grande mistério sobre suas verdadeiras possibilidades, e

em alguns casos, existe certa apreensão.

Quando se começa a falar sobre informática em enfermagem, surge uma série de

perguntas e inseguranças, tais como: o que é, como se aplica, o que compreende, que alcance

tem, etc. (Leonzio, 1996).

Esse medo e essa insegurança ocorrem pelo fato de nossos enfermeiros estarem

despreparados para trabalhar com computadores e com a tecnologia da informação (Marin,

1995).

As pessoas de maneira geral estão sujeitas a freqüentes alterações. Essas alterações

podem ser em nível comportamental, ambiental e intelectual.

Toda manifestação do ser humano dá-se sempre em termos psicológicos. Da mesma

maneira, em qualquer área, a conduta implica sempre a participação infalível do corpo e do

mundo externo.

Segundo Davidoff (1983, p. 111), o termo conduta, ou comportamento, refere-se ao

“conjunto de fenômenos que são observáveis ou que são factíveis de ser detectados, o qual

implica a instrução metodológica de ater-se ao fato tal qual eles se dão, com exclusão de toda

inferência animista ou vilalista”.

Bleger (apud Watson, 1994), diz que na história do conceito de conduta em psicologia

iniciou-se a corrente ou escola chamada de Comportamentalismo ou Behaviorismo, a qual

sustenta que a psicologia científica deve estudar só as manifestações externas (motoras,

glandulares e verbais), aquelas que podem ser submetidas tanto à observação e ao registro

rigoroso como à verificação.

Segundo Bleger (apud Barros, 1984, p. 116), “o comportamento é o conjunto das

reações ou respostas que o organismo apresenta a estimulações do ambiente”. Todo organismo

está continuamente recebendo estimulações do ambiente e reagindo a elas. Assim, os cientistas

afirmam que o organismo vive um constante processo de interação com o seu ambiente. As

reações que mantemos com o mundo que nos rodeia são reações de dar e receber, ou seja, o

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ambiente nos fornece entradas e a forma de recebê-las é particular a cada receptor. Recebemos

inúmeras estimulações e damos respostas a elas.

Diante de tudo isso, vale salientar que conduta ou comportamento nada mais é que uma

forma de agir, uma atitude. O homem pode manifestar sua ação com palavras, gestos,

símbolos, fazendo-se entender através destes uma forma agradável ou desagradável.

As atitudes são geralmente definidas como conceito de avaliação aprendida, associados

a pensamentos, sentimentos e comportamento. Ou seja, as pessoas fazem algumas observações

e formulam idéias gerais a respeito disso.

Davidoff (1983) acredita que não nascemos com atitudes específicas. Adquirimo-las

através de observação, de condicionamento operante e respondente, e de tipos de

aprendizagem cognitiva. Tipicamente, essas influências se misturam numa única experiência.

Embora estejamos continuamente procurando modificar as atitudes dos outros (apenas as

grandes empresas dos Estados Unidos gastam bilhões de dólares por ano em anúncios com

fins persuasórios), as atitudes tendem a resistir à mudança.

O mesmo autor refere que o psicólogo Herbert Kelman sugere uma razão lógica para

nosso conservantismo. As atitudes bem-estabelecidas comandam as experiências das pessoas

com os objetos de suas atitudes, afetando as informações a que os indivíduos se expõem, a

organização dessas informações e, no caso das atitudes interpessoais, o comportamento do

objeto da atitude. Embora a mudança de atitude seja tipicamente lenta, as atitudes na realidade

se modificam à medida que as pessoas ficam expostas a novas informações e experiências. As

atitudes são provavelmente alteradas pelos mesmos processos que a formaram inicialmente – a

observação, o condicionamento operante e respondente, e os tipos cognitivos de

aprendizagem.

4.4.1 Capacidade do homem de agir diante da realidade

Segundo Travelbee (1982, p. 16), “a atitude para enfrentar a realidade implica um algo

mais, tomar decisões para resolver problemas”. As decisões devem ser tomadas com plena

consciência, com conhecimento das possíveis conseqüências, pois o indivíduo deve viver com

sua decisão sem culpar os outros por ela.

A capacidade de enfrentar a realidade inclui o conhecimento do mundo em que se vive

e da atitude para orientar-se nele. É algo mais que uma adaptação às tensões ou de uma

simples acomodação ao meio cultural, é algo mais que ser uma pessoa bem adaptada.

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Travelbee (1982, p. 17) considera que “estar adaptado a uma sociedade doente não constitui

uma virtude”.

A atitude para enfrentar a realidade também inclui a capacidade de se maravilhar,

gozar e produzir prazer aos demais. A acessibilidade de experiência se caracteriza pela

capacidade de se permitir que coexistam problemas ou sentimentos opostos sem buscar a

solução imediata para eles. O papel do enfermeiro consiste em estruturar a interação de tal

modo que o paciente possa experimentar essa acessibilidade.

Segundo Travelbee (1982), o enfermeiro deve ser capaz de aplicar um enfoque

intelectual disciplinar aos problemas (significa que não deve apenas saber pensar como

também deve dominar os fatos, princípios e conceitos em que pensa), combinado com a

capacidade de usar sua própria pessoa terapeuticamente para ajudar outras pessoas, famílias e

a comunidade a resolverem problemas de saúde.

4.5 Os sistemas de informação e a organização

Inicialmente, ao definirmos o que são sistemas e subsistemas, nos enfrentamos

basicamente com o que já fora dito por Bio (1996, p. 18), que estabelece a seguinte definição:

“um conjunto de elementos interdependentes, ou um todo organizado, ou partes que interagem

formando um todo unitário e complexo”. Essa definição abrange todos os aspectos que atuam

e interagem em uma organização qualquer, em que cada dependência é considerada como um

subsistema.

Os sistemas que interagem com o ambiente externo são reconhecidos como sistemas

abertos, os quais podem ser identificados mais freqüentemente em nosso meio como sistemas

organizacionais. Assim, pode-se dizer que os sistemas de informação são reconhecidos como

um subsistema de um macrossistema empresarial ou de uma organização qualquer em que

sempre existiram informações a serem tratadas.

Entretanto, um sistema de informação pode ser definido como “um conjunto de

procedimentos ou processos que coletam, processam, armazenam e disseminam a informação

para apoiar a tomada de decisão, o controle e as funções organizacionais” (Laudon e Laudon,

1991, p. 5), sendo essa uma definição que abrange todos os aspectos que intervêm na

transmissão das informações, como as comunicações, as inter-relações, entre outros.

As organizações podem ser divididas em quatro níveis, de acordo com Laudon e

Laudon (1991): (1) nível operacional, relacionado com a eficiência de tarefas específicas e

com o controle de processos de produção; (2) nível do conhecimento, relacionado com a

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criação e com o gerenciamento da informação e os produtos da informação; (3) nível de

controle de gerenciamento, basicamente relacionado com planejamento, controle e

monitoramento das atividades operacionais e com o uso dos recursos da organização; (4) nível

estratégico, relacionado com o estabelecimento de objetivos organizacionais em longo prazo e

a determinação do modo como os recursos e as atividades vão ser controlados. Cada um

desses níveis tem diferentes interesses e relações com a informação

As empresas, como todo sistema organizacional aberto, enfrentam múltiplas mudanças

que são geradas em conjunto pelas mudanças que acontecem no mundo, mais especificamente

no âmbito sócio–econômico–político de cada nação.

O enfrentamento de cada empresa com relação a essas mudanças está mais dirigido à

sua sobrevivência, o que faz com que a eficiência e eficácia se tornem dois aspectos

empresariais muito discutidos ou questionados. Segundo Bio (1996, p. 21), eficácia diz

respeito a resultados, a produtos decorrentes de uma atividade qualquer; é relação entre os

resultados pretendidos e os resultados obtidos. Por outro lado, a eficiência diz respeito ao

método, modo correto de fazer as coisas; significa que é relação entre volumes produzidos e

recursos consumidos. Essas definições clarificam o caráter quantitativo e qualitativo de cada

um desses aspectos e de como eles podem ser enfrentados numa empresa cujo objetivo

principal é a sobrevivência. Apresenta-se a inovação como um dos modos que acarretam

melhorias nos resultados de uma empresa.

Pode-se também perceber que numa organização gerencial existem diversos

subsistemas, muitas vezes chamados de sistemas, os quais adquirem o nome da função

principal a ser cumprida. Entre eles, estão os sistemas de apoio executivo, que servem aos

níveis estratégicos da organização, os sistemas de informação gerencial, entre outros. Todos

esses subsistemas cumprem funções específicas e têm objetivos particularizadores.

Porém, as diversas organizações têm sistemas de informação diferentes para as mesmas

áreas funcionais, visto que não existem duas organizações com objetivos e interesses

idênticos, ou com a mesma estrutura. Portanto, os sistemas de informação devem ser

construídos de acordo com as características únicas de cada situação de trabalho, ou segundo

cada organização.

Pode-se perceber que as organizações utilizam a tecnologia da informação para

desenvolver novos produtos e serviços, novas formas para seu funcionamento, novas relações

entre a organização e seus clientes e fornecedores. Sob esse aspecto, pode-se dizer que essa é

uma estratégia que a organização utiliza visando atingir seus objetivos principais. Atualmente

a tecnologia de informação é considerada um meio para alcançar vantagem competitiva na

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difícil luta pelo mercado. Assim, pode-se dizer que os sistemas de informação podem ser

estratégicos de diferentes formas.

Por outro lado, é difícil sustentar a vantagem competitiva, principalmente porque os

competidores podem copiar os sistemas, além de o custo de manutenção dos sistemas ser

muito alto e os impactos estratégicos em longo prazo serem incertos.

Finalmente, pode-se concluir que os sistemas de informação, conforme diz Bio (1996,

p. 126), são considerados bem planejados quando têm diferentes papéis na eficiência total da

operação, e para isso estarão sujeitos sempre às múltiplas mudanças do meio externo da

organização que farão com que o planejamento também mude constantemente.

4.6 Modelagem conceitual de um sistema

Primeiramente, cabe definir o que é um modelo. Muitos autores definem modelo

dentro das ciências administrativas. Um dos primeiros conceitos foi definido por Ackoff e

Sasieni (apud Pidd, 1998) em 1968, que classificavam modelo como uma representação da

realidade. Essa definição simples não abordava a especificidade do que estava representado no

modelo. Mas cabe lembrar que um modelo implica simplificação. O mesmo autor diz que a

definição de modelo é: “uma representação externa e explícita de parte da realidade vista pela

pessoa que deseja usar aquele modelo para entender, mudar, gerenciar e controlar parte

daquela realidade” (Pidd, 1998, p. 30).

Dessa forma, a modelagem conceitual deve ser abordada ou entendida como descrições

mínimas de subsistemas ou componentes, que seriam necessários em qualquer representação

das definições-chave. Seu intuito é levar em conta os verbos inclusos nas definições-chave e

mostrar como eles devem se relacionar entre si. Assim, segundo Pidd (1998), o modelo

conceitual seria uma representação contendo diagramas das interconexões de atividades ou

processos mentais. Essas interconexões precisam ser apresentadas dessa maneira para que as

definições-chave façam sentido.

4.7 Sistemas de informação: tipos e níveis dentro da empresa

Após se definir o que é sistema e sistema de informação, e também como estes são

identificados numa organização, fica evidente tentar discutir sobre os tipos de sistemas de

informação que podemos identificar. Assim, segundo Kroenke (1992), identificam-se cinco

tipos de sistemas: (1) o Sistema de Processo de Negócio (TPS), (2) o Sistema de Informação

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Gerencial (SIG), (3) o Sistema de Apoio à Decisão (DSS), (4) o Sistema de Automação de

Escritórios (OAS) e o (5) Sistema de Apoio a Executivos (ESS). No entanto, Furlan (1994)

identificam e discutem a inter-relação entre Sistemas de Informação Executiva (EIS), Sistemas

de Suporte à Decisão (DSS) e Sistemas de Informação Gerencial (MIS). Percebe-se que em

ambos os casos, os autores identificam os mesmos tipos de sistemas de informação, e os

últimos não fazem a mesma divisão, mas identificam todos eles.

O Sistema de Processo de Negócio (TPS) é identificado por Furlan (1994). dentro dos

Sistemas de Informação Gerencial (MIS); já os Sistemas de Automação de Escritórios (OAS)

são identificados por Furlan (1994) como parte dos Sistemas de Suporte à Decisão (DSS). Isso

quer dizer que, na verdade, existem os cinco tipos de sistemas de informação, só que eles

poderão ser identificados e discutidos de acordo com os objetivos e a filosofia da organização

bem como com o tipo de organização que faz uso das informações contidas no sistema para

que ele funcione de maneira mais eficaz.

Pode-se dizer que uma organização está bem organizada quando são utilizados

sistemas de informações bem estruturados e que tenham uma relação íntegra com a realidade

do cotidiano de trabalho.

Quando se quer implantar um sistema de informação numa organização, primeiro é

necessário identificar previamente em que nível ele será implantado, o que quer dizer que são

identificados diversos níveis de sistemas de informação. Assim, segundo Kroenke (1992),

existe um Sistema de Informação Gerencial em nível de pessoal no qual “as comunicações

verbais e escritas são muito importantes para empresários”. Com essa afirmação, o autor

abrange toda a importância que tem esse nível do Sistema, importância esta fundamental para

facilitar a sua análise. O Sistema de Informação Gerencial é muito usado também no

planejamento, no orçamento e na prevenção de aplicações, respectivamente.

O mesmo autor identifica um outro nível chamado de “grupo de trabalho”. Esse nível é

desenvolvido em equipe. Assim, o autor menciona que se trata de um conjunto de pessoas,

geralmente duas a vinte e cinco pessoas (pode ser maior), que trabalham juntas para executar

uma meta comum, e que são denominadas com nomes que identificam cada departamento da

organização, grupo, escritório, entre outros. Essas pessoas trabalham em um mesmo local

físico e se conhecem bem, identificando-se umas com as outras.

Um workgroup foi definido por esse mesmo autor como um sistema organizado de

duas ou mais pessoas que estão inter-relacionadas, de forma que a performance de alguma

função do sistema possui um padrão de um papel importante na relação entre seus membros, e

possui normas que regulam a função do grupo e de cada um de seus membros. Nessa definição

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identificam-se três componentes: Função, Papel e Normas. A Função é a intenção para a qual

o grupo existe. Com relação ao Papel do workgroup, existem dois tipos básicos: o homogêneo

(qualquer um no grupo, exceto o gerente, cumpre o mesmo papel) e o heterogêneo (envolve

uma variedade de diferentes papéis e trabalhos). Já as Normas podem ter uma influência

importante na utilização dos sistemas. Identificam-se quatro tipos diferentes de arranjos que

são enfocados em duas dimensões:

PERMANENTE TEMPORÁRIO

Situação simples

Distribuição

Depto. De recursos Humanos

Cliente apóia o grupo

Proposta de desenvolvimento

Lançamento de produto

Quadro 4.1 - Tipos diferentes de arranjos

O SIG no empreendimento pode ser inicialmente definido como um sistema de

pessoas, equipamentos, materiais, dados, políticas e procedimentos que existe para fornecer

um produto ou serviço, geralmente com a meta de gerar lucro (nos serviços públicos a meta

não seria gerar lucro). Mas o empreendimento também inclui essa linha de organização.

Assim, um empreendimento tem proprietário e responsáveis que investem dinheiro na

organização, com a expectativa de um prêmio financeiro futuro ou algum outro benefício

(ocupar chefias ou diretorias futuramente).

Finalmente, pode-se dizer que a definição dos níveis de SIG dentro da empresa é muito

importante para que ela funcione melhor e para a obtenção de maiores lucros, não apenas

econômicos, mas também que permitam oferecer mais qualidade na prestação de serviços.

4.8 Sistemas de informação

4.8.1 O processo de desenvolvimento

Laudon e Laudon (1991), no livro Management information systems: a contemporary

perspective, apresentam uma visão geral de como ocorre o processo de desenvolvimento de

sistemas. Especificamente nos capítulos 13, 14 e 15 eles enfocam essa questão; primeiramente

ressaltam o processo de desenvolvimento de sistemas formulando exemplos de diversas

empresas nas quais foram realizados análises e projetos de sistemas; em seguida referem sobre

como se dá o sistema alternativo para a construção dos sistemas, enfocando principalmente as

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metodologias de construção, os estudos de protótipos, os pacotes e o desenvolvimento

direcionado aos usuários que realmente o utilizarão.

Existem muitas maneiras de se construírem sistemas e existem múltiplas aplicações

específicas para os analistas de sistemas. A construção de um sistema de informação

ocasionará uma mudança organizacional na qual estarão envolvidas muitas pessoas. Assim, os

principais fatores que influenciam a análise e o projeto de um sistema de informação são, entre

outros, a estrutura da organização e suas metas, as necessidades de informação do usuário, a

seleção da tecnologia apropriada, o projeto do trabalho e as mudanças necessárias. As idéias

para a construção de um sistema podem se originar para o pessoal de operação e de

processamento de dados, bem como para gerentes cênicos.

A tecnologia envolve muito mais do que hardware; ela também inclui postos de

trabalho, pessoas, gerência e organização. Isso gerou a abordagem dos sistemas sociotécnicos,

na qual as tecnologias precisam ser entendidas em termos de seu relacionamento total com as

pessoas e organizações. Novos sistemas de informações são sistemas sociotécnicos, que

envolvem os elementos técnicos e sociais para fins de formação de uma entidade única. Nesse

contexto, não se pode instalar uma nova tecnologia sem se considerarem as pessoas que

devem trabalhar com ela. Novos sistemas significam novas formas de trabalho da organização

e mudanças organizacionais planejadas

Todos os projetos de sistemas, independente dos métodos usados para construí-los,

acabam passando por um processo de ciclo de vida: início, meio e fim; então, pode-se dizer

que um dos métodos mais utilizados e mais comuns de desenvolvimento de sistemas é o seu

ciclo de vida. Essa metodologia divide o processo de desenvolvimento para que se torne uma

seqüência de tarefas, mostrando, dessa forma, o fluxo do trabalho, as responsabilidades dos

usuários, as técnicas e os produtos finais resultantes.

Os analistas de sistemas e os projetistas agem como arquitetos na elaboração dos

sistemas, que são projetados de acordo com as necessidades dos usuários, de modo a garantir

que estão cumprindo as exigências desses usuários e que possam ser controlados facilmente

por eles.

Laudon e Laudon (1991) referem que os desenvolvedores de sistemas têm iniciado sua

exploração por procedimentos ou metodologias alternativas de desenvolvimento de sistemas

que podem resolver esses problemas. Eles estão procurando ferramentas e metodologias que

possam reduzir o tempo, o custo e a ineficiência na especificação de exigências, considerando-

se o tempo que se leva para traduzir os sistemas com precisão para o design ou projeto de

sistemas de informação. Esses desenvolvedores buscam metodologias que possam aproveitar

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mais as habilidades e os talentos dos usuários finais, e reduzir a necessidade de especialistas

em processamento de dados, como o uso de protótipos, pacotes de software de aplicações e

desenvolvimento de usuário final, principais alternativas não-tradicionais de construção de

sistemas.

O protótipo é definido por Laudon e Laudon (1991) como uma versão ou parte de um

sistema com que se possa trabalhar, mas a intenção é que a função do sistema seja somente um

design ou projeto preliminar para experimentação. Os autores explicam que, para muitas

aplicações, um protótipo será estendido e aperfeiçoado ou melhorado consecutivamente antes

que o projeto final seja aceito. Tem-se falado que a construção de protótipos implica refazer o

trabalho de uma forma não planejada por uma interação planejada, ou seja, o sistema fornece

informações preestabelecidas, servindo como uma espécie de guia para direcionar

planejamentos, mas, na verdade, quem elabora o planejamento real é o usuário desse software.

A construção de protótipos permite com que os projetistas possam trabalhar com um sistema

para fins de determinação exata do que eles precisam.

Existem diferentes ferramentas de desenvolvimento de aplicações. Assim, a construção

de protótipos exige elementos que auxiliam o desenvolvimento de softwares. Os usuários

interagem com um sistema funcional muito mais cedo no processo de desenvolvimento do

projeto, experimentando diversas vezes uma série de sistemas de teste.

Assim, diz-se que existe então uma reduzida necessidade para as habilidades de

programação convencionais. Muitas vezes, profissionais de sistemas podem gastar mais tempo

com usuários. O processo de criação do protótipo segue os quatro passos abaixo.

1. Identificar as necessidades básicas do usuário;

2. desenvolver um protótipo com que se possa trabalhar;

3. utilizar o protótipo elaborado;

4. verificar a necessidade de revisar e melhorar o protótipo.

A versão aprovada do protótipo se torna um protótipo operacional. Com o uso de

protótipos, todo o processo de desenvolvimento do sistema se torna mais rápido, mais

interativo e informal do que acontece com a metodologia de desenvolvimento convencional.

Os pacotes devem contar com uma flexibilidade aceitável, muitas vezes até o ponto de

poderem ser modificados. A sua interface deverá ser amigável para o usuário, de tal forma que

possam ser utilizados facilmente, e o custo deles deve ser aceitável. Quando são implantados,

esses pacotes inicialmente ocasionam um impacto característico de toda mudança

organizacional, o que faz com que sejam necessárias medidas organizacionais de adaptação,

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que, muitas vezes, são implantadas antes do sistema de informação, para diminuir o impacto e

lograr o equilíbrio no normal funcionamento na empresa.

Atualmente os pacotes para a implantação de sistemas específicos para uma empresa

ainda estão sendo desenvolvidos pelo usuário final. Isso se deve às múltiplas aplicações

específicas de cada empresa, e a tendência está em se utilizarem os pacotes prontos cuja

variabilidade é cada vez maior. Uma grande vantagem de se utilizar o usuário final é a

velocidade e facilidade com que ele pode criar certos tipos de aplicação.

Finalmente pode-se dizer que, antes de ser iniciado o processo de desenvolvimento de

sistemas de informação, é preciso preestabelecer alguns padrões a serem seguidos, tendo como

principal alvo a organização específica à qual esses padrões servirão. É necessário ressaltar

principalmente os pontos fracos da organização, de modo que tais pontos sejam considerados

no processo de desenvolvimento e se evitem perdas e gastos desnecessários, e

conseqüentemente, os sistemas se tornem mais eficientes a essa organização.

4.8.2 Planejamento, implantação, controle e qualidade dos sistemas de informação

Quando se pretende desenvolver um Sistema de Informação inicialmente enfrenta-se

uma sistemática de trabalho. Ou seja, como todo trabalho organizado, há a necessidade de se

estabelecer um planejamento para tal; isso significa que será preciso determinar toda uma

estratégia de desenvolvimento de controles tanto gerais como específicos para esse sistema,

cuja característica particular será o direcionamento que se faz para todas as áreas da

organização (marketing, produção, finanças, contabilidade e sistemas de informação). Assim,

nessa etapa se determinam os programas e os projetos futuros para a organização.

Stair (1992), no seu livro Principles of Information Systems - A managerial approach,

considera que no mínimo o planejamento de sistemas de informação deve considerar as

seguintes fases: a) desenvolver os objetivos globais para o departamento de SI considerando o

plano estratégico da organização; b) identificar os projetos de SI, que usualmente resultam dos

objetivos determinados na primeira fase; c) estabelecer prioridades e selecionar projetos,

sendo necessárias consultas com os primeiros níveis gerenciais da empresa; d) analisar

requerimentos de recursos, tais como pessoas e tecnologia, principalmente; e) estabelecer

programas, isto é, fazer uma descrição detalhada do que precisa ser feito, com as respectivas

datas; f) desenvolver o documento do planejamento de SI contendo todas as fases descritas

anteriormente e outras informações necessárias.

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Cabe ressaltar que quando se está planejando um sistema de informação, este reflete

um impacto direto em todos os empregados do departamento de sistemas de informação.

Percebe-se que, quando se iniciam ou se modificam programas de software, isso poderá

significar que programadores e analistas deverão trabalhar por meses, ou talvez anos, na

elaboração do sistema.

Entretanto, Stair (1992) destaca algumas vantagens, entre outras, no planejamento dos

sistemas de informação: o desenvolvimento de estratégias de amplo alcance na utilização de

tecnologia da informação dentro da organização; a melhor utilização dos recursos da

informação; e o melhor desempenho da área funcional de sistemas de informação, visto que o

planejamento permitirá definir os parâmetros que facilitarão a avaliação do desempenho da

área de sistemas de informação. Contudo, pode-se ressaltar que o êxito de um sistema de

informação dependerá do seu modo como este foi planejado.

Os sistemas de informação automatizados têm uma vantagem própria que é a sua

vulnerabilidade à destruição e ao erro. Por isso, deve-se tomar medidas que possam garantir

para que esses sistemas sejam adequadamente controlados. Assim, identifica-se um outro

passo quando se pretende desenvolver sistemas de informação: o controle. Nessa fase, tenta-se

prevenir erros, fraude, destruição e falhas de hardware e software.

O controle consiste em se criarem ou se desenvolverem métodos, meios de segurança e

procedimentos organizacionais que garantam a segurança dos bens da organização, a exatidão

e a confiabilidade de seus registros contábeis, e a aderência aos padrões gerenciais. O controle

pode ser considerado como uma forma de se criarem estratégias para garantir o bom

funcionamento dos sistemas de informação desenvolvidos.

Para Laudon e Laudon (1999), existem dois tipos de controles: (1) os controles gerais,

que controlam o projeto global, a segurança e o uso de programas de computador e os

arquivos para a organização em seu conjunto; e (2) os controles de aplicação, que são

controles únicos para aplicações computadorizadas específicas. Eles se concentram na

integridade e exatidão dos ingressos, atualizações, manutenção e na validade da informação no

sistema. Esses controles consistem em:

1) controle das entradas ao sistema;

2) controle do processamento;

3) controle das saídas.

Uma fiscalização compreensiva e sistemática pode ajudar a organização a determinar a

eficiência dos controles nos seus sistemas de informação. Uma verificação regular da

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qualidade dos dados deve ser conduzida para auxiliar a organização a possibilitar um alto nível

de integridade e exatidão dos dados armazenados em seus sistemas.

4.8.3 Implementação, avaliação e algumas questões éticas e sociais relacionadas aossistemas de informação

Ao se desenvolver e implantar um sistema de informação, o êxito definitivo deste vai

depender muito da sua implementação e avaliação. É nessa última etapa que se eliminam os

erros, se verificam resultados em relação ao previsto e se exige a predefinição de tais erros ou

de ineficiências. Muitas vezes, as falhas dos SI ocorrem porque os sistemas não estão sendo

usados de acordo com o objetivo principal para o qual foram criados. Uma outra questão é a

dificuldade ou a complexidade na utilização de alguns sistemas de informação, e as falhas

fazem com que se tornem inutilizáveis.

Como causadores de problemas das áreas do projeto (design), Laudon e Laudon (1991)

identifica os custos, os dados e as operações, que são atribuídos a fatores técnicos ou não. Na

existência de problemas ou erros nos SI, o mais importante é identificá-los e implementá-los.

A seguir, trata-se da identificação desses problemas, realizada por meio do processo de

avaliação dos SI.

A avaliação dos SI, segundo Laudon e Laudon (1991), é medida pelo alto nível do uso

do sistema, pela satisfação do usuário, pelas atitudes favoráveis, pelos objetivos executados e

pelo saldo financeiro. Para Oliveira (1993), os SI podem ser controlados e avaliados através da

análise do planejamento estratégico, a saber: verificando-se os pontos de contribuição e/ou

envolvimento de sua unidade organizacional; estabelecendo-se metas junto com seus

subordinados para o período de avaliação, assim como os procedimentos a serem

operacionalizados, com vistas ao alcance das metas individuais; transferindo aos subordinados

os modelos básicos de procedimentos, recolhendo-se os formulários básicos e efetuando-se a

avaliação e a adoção de medidas necessárias; e por último, realizando-se o arquivamento das

avaliações nos prontuários dos subordinados. Na verdade, esses dois últimos enfoques visam

principalmente identificar problemas em qualquer das áreas em que se apresentem para que

sejam então eliminados. Além disso, é necessária a elaboração de estratégias de avaliação

próprias para cada caso, sem deixar de olhar o SI como um conjunto de partes integradas e

inter-relacionadas, que fazem parte de um todo com um objetivo principal em comum.

Com relação ao nível que está sendo avaliado, Oliveira (1993) refere que a avaliação

ocorre em três níveis de planejamento: estratégico, tático ou operacional. Ressalta-se a

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importância das informações nesse processo avaliativo, informações essas que vão determinar

o êxito dos sistemas.

Aborda-se também a resistência que as mudanças criam na organização, quando é

implantado um SI. Essa resistência torna-se uma característica inata de todo SI, diante da qual

será necessário implantar estratégias de gerenciamento organizacional que estarão ligadas

diretamente ao tipo de organização e à filosofia da empresa em seu conjunto. Assim, há

muitos autores que discutem esse assunto de diferentes maneiras, mas sempre com um

objetivo comum: a implantação satisfatória dos SI, sem deixar de se pensar na satisfação do

trabalhador com o seu trabalho.

Diversas questões éticas e sociais estão relacionadas aos SI, muitas das quais em

relação a hardware, software, ambiente de trabalho e ao homem (usuário, analista de sistemas,

programador, etc.) (Stair, 1992). No que diz respeito a hardware tem-se o mau uso dos

equipamentos, que implica no desconhecimento da parte física do computador, o que pode

levar a violar sua utilização.

O software traz consigo problemas relacionados à sua utilização para atos criminosos,

como criação de vírus, hackers, invasão na privacidade de terceiros, o que infringe leis

internacionais, federais e estaduais, relativas à privacidade do indivíduo, ou regulamentos que

protegem tal privacidade. Em relação ao ambiente de trabalho, há a preocupação com a saúde

(ergonomia), o quer dizer pensar sempre em se adaptar a esse ambiente, no caso adaptar o

hardware e o software ao homem (analista, usuário, etc.), não pensando somente na

produtividade (NR 17).

Em relação aos SI, existem quatro questões éticas que valem a pena ser ressaltadas: (1)

privacidade, que caracteriza o local onde são armazenados os dados (informações pessoais,

individuais, informações estratégicas próprias de uma empresa, etc.); (2) gratidão

(armazenamento de informações em um lugar incorreto, o que faz com que exista falha na

comunicação dos dados, por exemplo, a hipoteca de casas, o resultado de um erro, o ingresso

na faculdade de alguém que não merecia, etc.); (3) propriedade, em relação a quem pertencem

os dados necessários para a liberação de informações, como, por exemplo, roubar um trabalho

de pesquisa (copiar de outro autor); e (4) acesso, que se refere à habilidade em se obterem

informações, muitas vezes sem permissão para que estas possam ser utilizadas para fins

diversos. Entretanto, existe o Código de Ética, que foi desenvolvido por diferentes

organizações e associações que incluem todos esses aspectos – privacidade, gratidão,

propriedade e acesso – ressaltando alguns aspectos mais relacionados com o objetivo de cada

uma dessas organizações.

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Conclusivamente, pode-se dizer que as questões éticas tornam-se importantes e

imprescindíveis para a organização considerando-se que, para que esta funcione, é necessário

ter uma parte fiscalizadora que a regule e tente mantê-la em equilíbrio.

4.9 Gerenciamento dos recursos da informação

Nas organizações, o alvo do gerenciamento dos sistemas de informação tem passado

por muitas transformações ao longo do tempo. Assim, antigamente enfatizava-se o

gerenciamento dos computadores e a tecnologia para o processamento da informação.

Entretanto, nas organizações em que o uso de sistemas de informação era relativamente

avançado, a principal prioridade deslocou-se para a informação nos mesmos sistemas de

computadores, e foi surgindo a necessidade de se gerenciarem as informações informatizadas

como um recurso estratégico, incorporado na totalidade da organização.

As mudanças tecnológicas, o ambiente das organizações e o crescimento do papel da

informação foram criando muitos desafios ao gerenciamento contemporâneo. Assim, o

gerenciamento de sistemas de informação centralizados está perdendo o controle da

informação e dos equipamentos. Existem ilhas de aplicações que fazem com que essas

informações tornem-se isoladas ou pobremente integradas. Entretanto, existe também uma

diminuição de pessoal especializado que entende o porquê de esses desenvolvimentos

surgirem tão apressadamente. Cabe ressaltar que se faz necessário permitir que a tecnologia da

informação influencie no planejamento estratégico das organizações. Entretanto, as empresas

que fracassam nesse ajustamento são provavelmente superadas por outras empresas. Assim, o

modelo de cadeia de valores e o modelo de forças de competitividade podem ser muito úteis

na identificação de objetivos estratégicos para o desenvolvimento de sistemas. Portanto, a

partir do ponto de vista histórico e prático, os sistemas de informação estratégicos têm a

capacidade de sugerir ou dar opções de ação aos tomadores de decisão. Para isso, os

consultores desenvolvedores do sistema de informação muitas vezes têm de se inserir no

desenvolvimento da tarefa para compreender o uso prático para o qual se está querendo

utilizar o sistema. Agora, uma vez que os sistemas estratégicos são identificados, o sistema

correto deverá ser escolhido. Também existem diversos métodos para escolher sistemas, entre

os quais o custo–benefício, o porta-fólio, a pontuação e o organizacional. Não existe um único

método certo, entretanto, vários deles podem ser utilizados em conjunto ou numa combinação

entre si.

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Pode-se então dizer que, sendo os sistemas selecionados, eles devem ser gerenciados e

apropriadamente implementados. Assim mesmo os planos dos projetos usualmente

subestimam o tempo e os custos, às vezes em quantidades significativas. Em curto termo, as

pessoas e o tempo não são sempre intercambiáveis. Em geral, a informação acerca dos atrasos

não é comunicada aos gerentes seniores. Existem diversas soluções para esses problemas.

Uma solução em longo termo seria captar trabalhadores de sistemas de alta qualidade e

projetar o trabalho, de forma a reduzir a ambigüidade e os conflitos.

Em nossos dias, os novos sistemas envolvem mudanças significativas na vida

organizacional. Essas mudanças poderiam ser chamadas de transições estratégicas. Assim, a

tecnologia, a mudança ambiental e os fatores organizacionais internos devem ser

cuidadosamente balanceados para atingir transições estratégicas bem-sucedidas. Portanto,

muitas vezes as transições estratégicas de grande escala e os empregados devem estar mais

estreitamente envolvidos no desenvolvimento de sistemas. Em muitos casos, é requerido um

tipo de pessoal inteiramente novo para conceber e implementar as transições estratégicas

(Laudon e Laudon, 1991).

De maneira geral, para as organizações conseguirem se desenvolver e ficar em um

nível mais ou menos equilibrado, de acordo com a realidade da época e do momento, elas

atualmente estão enfrentando muitas mudanças que às vezes são particularizadas e próprias de

cada organização. Entretanto, para que essas organizações encontrem seu espaço dentro da

sociedade na qual se desenvolvem, é necessário que se submetam a muitas mudanças que nem

sempre são bem-aceitas pelo pessoal que as integram. Isso faz com que seja preciso, em

termos de gerenciamento, tomar diversas decisões, que são chamadas de estratégias de

gerenciamento.

Muitas das empresas de hoje lutam para encontrar a melhor maneira de lidar com um

fenômeno muito característico, que é a multiplicidade com que se apresentam as tarefas e a

idiossincrasia de cada indivíduo, com o intuito de garantir a eficácia e a eficiência no

desenvolvimento de sua tarefa, que conseqüentemente garantirá a produtividade. Entretanto,

muitas alterações e muitas mudanças vêm acontecendo na forma de essas empresas

organizarem o trabalho, tanto em termos de desenvolvimento da tarefa em si, como do

gerenciamento organizacional (estrutura hierárquica, tomada de decisão, comunicações, etc.).

Existe uma forte tendência motivada principalmente pela pressão dos usuários, no

sentido de que o departamento da equipe responsável pelo desenvolvimento e pela

manutenção de sistemas esteja localizado no mesmo nível do cliente ou próximo a ele. Essa

tendência provém do desejo, por parte do cliente ou do usuário, de controlar os destinos da

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informática em razão do aumento de sua dependência em relação à tecnologia da informação

para o bom cumprimento de seu trabalho. Entretanto, em contrapartida existe uma tendência

tradicional de concentração dessas atividades em um órgão centralizado de desenvolvimento,

que olha o cliente mais de longe, fazendo com que o sistema não seja adaptável à realidade.

Um dos ganhos mais efetivos que a descentralização do pessoal técnico de informática

pode proporcionar é o entendimento gerado pela proximidade entre técnicos e usuários.

Portanto, a área usuária passa a compreender melhor o potencial e as limitações da tecnologia,

assim como também o profissional de informática enxerga melhor o objetivo final da empresa,

ampliando o seu leque de visão e, em última instância, sua própria competência.

A adoção de equipes descentralizadas contribui significativamente na redução dos

custos relativos ao controle e à coordenação de uma grande equipe técnica. Mesmo assim, a

necessidade de esforços em relação ao marketing e à comunicação tende a ser bem menor.

Há alguns anos, a tecnologia disponível implicava uma maior economia de escala no

equipamento de processamento de dados ao lado da especialização técnica, que precisava

alcançar a sua emancipação e o crédito das outras funções na empresa, através do

cumprimento de seus compromissos. Tudo isso conduzia inevitavelmente a estratégias

centralizadas, que foram percebidas principalmente nas instituições publicas e privadas como

área específica (Departamento de Informática, Centros de Processamento de Dados), onde se

reuniam técnicos e máquinas. No exterior dessas áreas ficavam os usuários para os quais eram

prestados serviços (Laudon e Laudon, 1991).

Atualmente a situação desses aspectos não está bem definida. De um lado, existem

máquinas pequenas (mínis, micros) cada vez mais potentes e baratas. De outro, os

conhecimentos em informática começam a extrapolar, deixando de ser patrimônio de uma

elite de experts, o que faz com que cheguem às direções das empresas e às gerências das áreas

usuárias, pessoas cada vez com maior preparação em informática (Laudon e Laudon, 1991).

Além disso, a indústria da informática descobriu o novo mercado e está criando linguagens e

sistemas operacionais com adaptação crescente às necessidades e possibilidades dos usuários,

que são submetidos a uma forte pressão comercial.

Finalmente, pode-se dizer que uma adequada gestão da função da informática passa,

conseqüentemente, pela eleição da forma como será a apresentação do sistema e como ele irá

ser desenvolvido pela equipe de desenvolvedores, considerado-se previamente os recursos

disponíveis.

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4.10 Sistemas de apoio à decisão

A inteligência artificial é definida como um ramo da informática que enfoca o

desenvolvimento de programas de computadores capazes de desempenhar tarefas

normalmente associadas ao comportamento humano inteligente. Tem como objetivo a

construção de sistemas cooperativos, que assistam de perto o homem em seus trabalhos

diários, bem como de sistemas autônomos, que possam operar sem intervenção humana

(Chorafas, 1998).

Numerosos avanços no campo da inteligência artificial, ocorridos nas décadas de 1950,

1960, e 1970, acarretaram significativas repercussões nas pesquisas que ainda hoje estão sendo

projetadas. Vale ressaltar, no entanto, que, no início, as pesquisas eram bastante ambiciosas e

tornaram o projeto global bastante oneroso.

No final da década de 1950, John McCarthy criou uma linguagem de processamento de

listas – LISP, considerada a primeira linguagem para pesquisas em inteligência artificial. Em

1972, ocorreu a criação do PROLOG, por Alain Colmaraneur, na França. Essa linguagem, ao

contrário da LISP, continha uma sintaxe mais simples de ser utilizada (Schildt, 1989).

Como conseqüência de tantos trabalhos, um corpo de conhecimentos foi se formando,

e a especialização nessa área começou a ser concretizada. Nesse contexto, as pesquisas na

área buscam tornar o computador mais inteligente para auxiliar o homem, ao mesmo tempo

que investigam o fenômeno da inteligência humana.

Para alcançar tal objetivo, algumas metodologias foram empregadas. Uma delas

explora o processo de pensamento executado pelo ser humano quando ele está resolvendo

problemas e/ou tomando decisões. Esse processo de pensamento é dividido em etapas básicas

e projetado em um programa de computador, de tal forma que o programa consiga simular a

atuação do ser humano.

Embora a inteligência humana seja uma função extremamente complexa e conhecida

apenas em parte pelos cientistas, hoje já se sabe o suficiente para se poder fazer suposições a

respeito da forma de pensar e aplicar tais suposições aos projetos construídos na área da

inteligência artificial.

Yourdon (1990) relata que hoje as aplicações na inteligência artificial vão desde a

efetuação de diagnósticos médicos até a exploração de petróleo, o que demonstra o efetivo

ingresso da tecnologia no mundo dos negócios.

Assim, se antes e no início das aplicações os computadores foram usados como

assistentes nas tarefas repetitivas e bem definidas, atualmente, como ferramentas de apoio,

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possibilitam encontrar soluções inteligentes para os problemas, utilizando amplamente o

conhecimento em um determinado assunto (Keller, 1991).

É um campo que vem apresentando uma importância crescente no meio científico e até

mesmo no meio comercial, principalmente no que se refere à construção de sistemas de apoio

à decisão e dos chamados sistemas especialistas.

Os sistemas especialistas ou sistemas baseados em conhecimento são essencialmente

programas de aplicação que usam o raciocínio para inferir conclusões dos fatos armazenados.

Esses sistemas contrastam com os programas de bases de dados, desenvolvidos para recuperar

fatos estocados, mas que não estão definidos para resolver problemas ou reconhecer padrões

que podem estar presentes nos dados (Shortliffe, 1990).

Basicamente, são programas que têm embutido o conhecimento e a capacidade de fazer

o sistema funcionar, de acordo com as necessidades do usuário, como um profissional faria na

área para a qual foi projetado. No entanto, a dificuldade em se produzirem capacidades

humanas como pensar, agir e tomar decisões faz com que a tarefa de desenvolvimento de um

sistema baseado em conhecimento seja ainda um tanto quanto fluída, o que requer da ciência

da computação um investimento considerável em recursos humanos, tempo, esforços e um

constante investimento no processo de continuidade, atualização e manutenção dos programas

(Hirsch e cols, 1993).

Porém ressalta-se que, seja qual for a aplicação existente, não se propõe ou se cogita

que o profissional em saúde apenas se encarregue de manipular teclas do computador, pois

nada poderá superar a capacidade humana, e tudo o que se constrói é a partir dela. Ainda, nada

poderá substituir o relacionamento do profissional com o paciente. O que se pretende de fato

com o desenvolvimento de sistemas de apoio à decisão que utilizam o conhecimento é poder

oferecer ao profissional um suporte para que possa tomar condutas mais rápidas e seguras.

Com o uso de tais sistemas, o profissional poderá empregar seu tempo de forma mais

racional, incrementando seu relacionamento com o paciente, tendo acesso facilitado aos novos

avanços científicos em sua área de atuação e tendo seus registros e informações armazenados

organizadamente, decorrentes das atividades executadas, de modo que possa recuperá-los com

mais facilidade

Em termos de arquitetura básica, os sistemas de apoio à decisão são compostos de:

base de conhecimento, mecanismo de interferência e interface. Na base de conhecimento estão

inseridos os fatos, as regras, os conceitos e as definições. O mecanismo de interferência

contém as estratégias de interferência que o sistema possui, ou seja, busca a solução do

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problema utilizando o conhecimento armazenado na base. A interface é a parte do sistema

responsável pela comunicação com o usuário.

Para construção da base de conhecimento – estrutura principal e que dá ao sistema a

real competência e capacidade – algumas etapas precisam ser cumpridas. São elas: aquisição

de conhecimento pertinente à área em que o sistema está sendo desenvolvido e transformação

desse conhecimento no padrão computacional, etapa denominada de Representação do

Conhecimento. Faz-se também um processo de validação do conhecimento, considerado como

uns dos mais complexos, e que consiste na realização de testes que terão a finalidade de

observar o desempenho da Base de Conhecimento.

Validar significa demonstrar que o desempenho do sistema está de acordo com as

especificações inicialmente requeridas e que pode, portanto, ser usado para as intenções que

motivaram a sua criação.

A utilização de Sistemas de Apoio à Decisão, conforme a própria denominação, tem a

finalidade de sugerir ao profissional um caminho para a tomada de decisão, sendo a aceitação

da sugestão dada de responsabilidade do profissional que está usando o sistema.

Saba e cols. (1994) ressaltam que o uso dos sistemas em inteligência artificial para

auxiliar na elaboração de diagnósticos tem sido cada vez mais solicitado. Baseados em

conhecimento programável e raciocínio lógico, esses sistemas irão melhorar a qualidade de

assistência prestada pela disponibilidade da informação e fornecimento regular de lembretes

aos seus usuários, recomendando a eles uma determinada ação.

Assim, esses sistemas buscam assegurar a qualidade na assistência prestada,

independente do local em que se está atuando e até mesmo de quem está prestando o cuidado,

seja com relação à atualização e experiência na área, seja com relação a fatores externos, como

cansaço, desmotivação, irritação, uma vez que os lembretes e recomendações serão os

mesmos. Com o uso de tais instrumentos, todas as pessoas atendidas terão os mesmos

questionamentos, as mesmas orientações.

Além disso, os sistemas de apoio à decisão podem ser um excelente recurso para o

processo administrativo, organizando e armazenando dados referentes a cada indivíduo,

facilitando a recuperação da informação e, posteriormente, possibilitando a avaliação do

cuidado prestado, das necessidades de melhoria e dos investimentos.

São ainda bons instrumentos de ensino por possuírem conhecimento embutido, o que

demonstra o processo de raciocínio elaborado para a tomada de decisão que possibilita treinar

novos profissionais em uma determinada área do saber.

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4.10.1 Aplicações na enfermagem

Especificamente na enfermagem, a literatura tem mostrado que os sistemas de apoio à

decisão começaram a ser desenvolvidos principalmente na área assistencial, com o objetivo de

atender a interesses nas atividades práticas dos enfermeiros.

Um desses sistemas, considerado como pioneiro na área, denomina-se COMMES e foi

desenvolvido na Universidade de Creigton (Evans, 1985). Embora originalmente fosse

endereçado para servir de instrumento de apoio ao ensino, os componentes de enfermagem no

COMMES têm sido ampliados e atualmente são usados da seguinte maneira: (1) os

enfermeiros entram com os dados sobre um determinado paciente; (2) algumas questões lhe

são feitas e (3) a partir dos dados fornecidos, o computador faz o processamento, consultando

sua base de conhecimento. O sistema fornece opiniões e recomenda ações de enfermagem. Sua

base de conhecimento é altamente especificada em condições de doença e em procedimentos

de enfermagem.

Alguns outros pesquisadores vêm explorando estratégias para utilização de sistemas

especialistas e de apoio à decisão na elaboração de diagnósticos de enfermagem. Westfall e

Cols. (1986) examinaram um particular componente do processo de enfermagem: realizar

diagnósticos de maneira otimizada, levantando todas as hipóteses e demais inferências

oriundas dos dados clínicos dos pacientes.

Lauri (1992) desenvolveu um sistema que também emprega técnicas de simulação,

auxiliando os enfermeiros no processo de tomada de decisão nas atividades de assistência às

crianças, na área de saúde pública.

Também para uso em enfermagem, foi desenvolvido o Sistema de Apoio à Decisão em

Assistência Pré-Natal Normal (Marin, 1994). É um sistema cujo objetivo principal é fornecer

ao profissional de saúde (médico, enfermeiro) um instrumento que possa auxiliá-lo no

atendimento de gestantes durante todo o período gestacional. Para tanto, contém todo o

protocolo de atendimento seguindo a orientação da Semiologia Obstétrica para a realização da

primeira consulta e consultas de retorno. Durante o acompanhamento pré-natal, o sistema

identifica sinais e sintomas de risco, solicita exames subsidiários que julga necessários,

controla o ganho ponderal e o crescimento fetal intra-útero por meio de uma interface gráfica,

além de gerar uma lista de diagnósticos, orientações às gestantes, recomendações e

encaminhamentos a serviços de apoio, acompanhados de lembretes e aconselhamentos que

contêm referências bibliográficas para maior aprofundamento no tema. Além disso, é gerada

uma base de dados que armazena todas as informações provenientes das consultas que

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permitem realizar estudos sobre incidência e prevalência das moléstias que podem incidir no

período gestacional, na população atendida.

Carmagnani et al. (1991) desenvolveram um sistema de apoio à decisão em

enfermagem, com foco em problemas de enfermagem, compreendendo qualquer condição

apresentada pelo paciente passível de ser atendida pelo enfermeiro com ações gerais e

específicas de enfermagem. Basicamente o sistema é composto pelos itens: denominação de

problema; descrição do problema; enumeração do tipo de paciente com maior chance de ter o

problema; descrição da ação de enfermagem contendo indicação, contra-indicação, freqüência

e limites da ação; referências bibliográficas complementares e informações úteis para o

atendimento de problemas relacionados à enfermagem.

Vários outros sistemas encontram-se em fase de elaboração, testes de validação e

desenvolvimento. Isso vem, portanto, demonstrar a imensa possibilidade e oportunidade que

os profissionais podem aproveitar para facilitar as ações de prática em ensino de enfermagem.

O acesso a sistemas que possam documentar, analisar e sugerir procedimentos,

opiniões e recomendações por certo resultará em benefícios e, conseqüentemente, influenciará

na aquisição de melhores condições de assistência aos indivíduos de um país como o nosso.

Nosso país ainda necessita de muito investimento na qualidade de vida de seus cidadãos para

garantir o futuro de seu desenvolvimento, obtendo melhor utilização dos recursos que possui e

maior produtividade de seus serviços de atendimento à saúde de seus profissionais.

Sigulem (1991) nos lembra que a chave para o aumento da produtividade no futuro é

trabalhar de forma inteligente. Para isso, a essência do processo é repensar a técnica de

produção de serviços visando aumentar sua eficiência e seus resultados. As novas tecnologias

poderão fornecer estratégias para a melhoria da produtividade. Em contraste com as velhas

tecnologias, as técnicas baseadas no uso do computador poderão melhorar o processo de

pensamento na produção de serviços com maior qualidade.

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TERCEIRA PARTE – DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DE CASO

5 ESTUDO DE CASO

Este capítulo pretende apresentar dados e/ou informações referentes a todo o sistema

que envolve a situação de trabalho da enfermagem, que será o principal foco deste estudo.

Para isso, inicialmente serão abordadas questões organizacionais, funcionais e de estrutura

física/ambiental do macrossistema ou instituição onde está inserido o ambiente de trabalho do

profissional de enfermagem. Assim, apresenta-se a organização do trabalho desse

profissional, ou seja, suas atribuições e seu trabalho “real” na clínica médica onde cumpre

diariamente suas atividades. Para isso, ressalta-se a organização e funcionalidade real de

trabalho dessa clínica no momento em que as atividades estavam sendo desenvolvidas.

5.1 Caracterização do trabalho da enfermagem e seu ambiente

5.1.1 O ambiente hospitalar

O hospital atualmente é considerado parte integrante de uma organização médica e

social, cuja função básica consiste em proporcionar à população assistência médica integral,

curativa e preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento, inclusive domiciliar. Constitui-

se também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisa em saúde,

bem como de encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os

estabelecimentos de saúde a ele vinculado tecnicamente. Dessa forma, uma instituição

hospitalar torna-se um sistema organizacional complexo, no qual uma multiplicidade de

funções é desenvolvida a partir da ciência e tecnologia orientadas a seres humanos, com

componentes sociais, culturais e educacionais que interferem na estrutura, no processo e nos

resultados dessa organização que presta serviços assistenciais (Bittar e Nogueira, 1997).

Este estudo foi desenvolvido em um hospital e maternidade de grande porte,

localizado na região do Vale do Itajaí, Santa Catarina. Trata-se de uma instituição privada e

filantrópica que atende diversos pacientes de convênios privados ou que utilizam o Sistema

Único de Saúde (SUS). Dessa forma, cabe ressaltar que o hospital,

sob o enfoque sistêmico, pode ser considerado como um sistema aberto, sócio-técnico (sic) estruturado, que recebe inputs, processa-os e devolve ao ambienteatravés dos outputs, reavaliando seus procedimentos através do feedback.

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Caracterizado como um sistema complexo de elementos em internação mútua(Gerges, 1994, p.47).

5.1.1.1 Filosofia e objetivos do hospital

O hospital possui como filosofia assistir o paciente com qualidade, eficiência, e

competência técnica de acordo com suas necessidades específicas, a fim de promover,

recuperar e manter a saúde, proporcionando, assim, um completo bem-estar físico, emocional

e espiritual. Seus objetivos são: (1) executar a política de saúde no setor médico-hospitalar,

traçado pela Coordenação de Saúde Pública e Hospitalar do Ministério da Saúde; (2)

organizar e operar a unidade hospitalar, com o intuito de prestar assistência à população local

e adjacente, assistência essa que será gratuita para quantos apresentarem insuficiência de

recursos; (3) colaborar com o poder público na defesa da saúde e assistência médico-

hospitalar, e em especial na solução dos problemas médico-hospitalares da comunidade local

e do Estado; colaborar com entidades que exerçam atividades de saúde pública ou de ensino

no país, visando treinamento, especialização e aperfeiçoamento de pessoal técnico; realizar

pesquisas, inquéritos, sindicâncias e estudos necessários ao desenvolvimento de suas

atividades.

5.1.1.2 Estrutura física/ambiental

A instituição apresenta uma área física de 17.421,60 m2 e é edificada em forma de

monobloco vertical. Possui uma abrangência assistencial de base, no momento com capacidade

para 290 leitos, e seu corpo clínico é fechado. Presta assistência geral, atendendo a todas as

patologias.

Sua estrutura física é ampla, estando dividida por unidades de internações específicas.

Possui duas entradas principais, com dois estacionamentos, tendo como acesso às unidades os

elevadores, os corredores e as escadas. Os elevadores são utilizados por pacientes, familiares,

médicos e funcionários, além de serem utilizados para serviços internos, tais como lavanderia,

nutrição e manutenção, o que causa transtornos devido ao grande fluxo de pessoas,

principalmente em horário de visita. O ideal seria um elevador só para o transporte de

pacientes internados, um para a área de serviço e um para o uso coletivo.

Os corredores são amplos, possuem corrimão em ambos os lados e pisos de paviflex; a

rampa de acesso às clínicas possui piso antiderrapante. Apresenta paredes e tetos com

revestimento lavável e pintura de cor clara. As janelas de um modo geral estão dentro do

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padrão, porém há uso incorreto de blackouts, o que leva ao acúmulo de microorganismos.

Porém, no momento os blackouts estão sendo usados para proteção dos pacientes. O ideal seria

que as janelas fossem com vidros canelados, ou então que os vidros fossem pintados de cor

branca.

Quanto às instalações sanitárias, pias, vasos sanitários e chuveiro estão distribuídos de

forma adequada. Contudo, o mesmo não acontece com as tomadas nos corredores e quartos. Já

a rede de oxigênio (O2) e vácuo é centralizada, porém apresenta distribuição inadequada nas

unidades de internações, que contêm em cada quarto apenas uma entrada para cada dois a

quatro leitos, o que dificulta o atendimento. Segundo as normas da ABNT (Associação

Brasileira de Normas Técnicas), deveria haver uma entrada de oxigênio para cada dois leitos

ou conforme a necessidade.

Com relação à diferenciação dos gases, pode-se dizer que a instituição está dentro da

padronização: tubulação verde para o oxigênio, cinza para o vácuo, amarelo para o ar

comprimido e azul para o óxido nitroso. Na Central há um sistema sonoro, que dispara um

alarme luminoso quando ocorre fuga de algum desses gases. Na questão de proteção e combate

a incêndios, observou-se que cada unidade possui extintores e alarme para combater incêndios,

porém existem alguns extintores que estão sem a data de recarga e/ou danificados. A

instituição possui portas corta-fogo, mas estas não cumprem sua função específica.

5.1.1.3 Estrutura organizacional

O hospital onde foi realizado o estudo é uma entidade civil e beneficente, sem fins

lucrativos, criado pelo Governo Estadual em 1956 e cedido para administração ao Instituto

das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, uma congregação religiosa. Foi construído

com dinheiro público e deveria ser administrado pelo Governo Estadual.

O hospital não atua de forma direta no que se refere a ensino e pesquisa, porém abre

suas portas para a universidade: serve de campo de estágio para os cursos de medicina,

enfermagem e para o curso de auxiliar e técnico de enfermagem, e propicia um vasto campo

para pesquisa.

Quanto à política do hospital, esta se volta para o atendimento à população. A

entidade busca cumprir as diretrizes estabelecidas pelo SUS, que tem como lema saúde para

todos. A instituição possui uma cota de atendimento limitado para o SUS, que está dividida

em todas as especialidades, o que faz com que muitas pessoas fiquem sem o atendimento

necessário, pois a instituição só atende e interna dentro do limite de vagas. Quando se

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ultrapassa o limite, a instituição deixa de atender os pacientes e passa a atender somente

urgências.

A organização geral do hospital baseia-se no Organograma da Instituição, conforme

pode ser verificado na Figura 5.1. A administração executiva do hospital tem uma estrutura

organizacional dividida em:

- Diretor-Geral

- Diretor Clínico

- Diretor Técnico

- Gerente Administrativo-Financeiro

A diretoria-geral é a autoridade máxima dentro da instituição, a qual representa o

hospital, e realiza movimentação de contas e balanços contábeis.

O diretor clínico é quem orienta a execução de trabalhos científicos. O diretor técnico

orienta, coordena e fiscaliza todas as atividades do serviço do hospital, fiscalizando também o

procedimento ético profissional dentro do hospital.

O gerente administrativo-financeiro é quem administra todas as compras de materiais

e aparelhos necessários para o correto funcionamento da instituição Tudo passa pela

aprovação dele, mas, no entanto, as compras de materiais muitas vezes são vetadas por falta

de uma visão mais ampla das necessidades existentes, pois a gerência acredita que a

instituição possui os mesmos gastos de dez anos atrás. Mas a realidade é outra: a demanda

aumentou muito e o estoque de material continua o mesmo, tornando-se insuficiente para

manter toda essa demanda.

Os departamentos dividem-se em:

- Diretoria Geral, Corpo Clínico, Secretária Geral, Comissões e Assessorias,

Departamento de Enfermagem.

- Departamento Administrativo Financeiro.

O departamento assistencial é diretamente subordinado à diretoria-geral do hospital e

faz parte da estrutura hospitalar como órgão executivo, congregando as unidades que se

destinam ao atendimento direto ao paciente, com exceção do corpo clínico. O departamento

assistencial se constitui das seguintes seções:

- Seção de Enfermagem

- Seção de Nutrição

- Seção de Prontuário do Paciente

O serviço de nutrição é bastante precário, existindo em toda a instituição apenas um

nutricionista para atender todos os pacientes internados, visto que esse serviço é quase

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impossível de se realizar, pois, ao mesmo tempo que atende à preparação dos alimentos,

visando cada dieta prescrita, não consegue acompanhar a distribuição desses alimentos e nem

avaliar o estado nutricional dos pacientes. A instituição deveria ter mais nutricionistas para

atender à demanda e prestar um melhor atendimento aos seus pacientes.

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Figura 5.1 - Organograma do hospital e maternidade

Serviço deProntuáriodo Paciente

DIRETORIAGERAL

CorpoClínico

SecretariaGeral

Comissões eAssessorias

AssessoriaJurídica

Gerente deEnfermagem

Serviço deEnfermagem

CentroCirúrgico

Clínica Gineco-Obstétrica

ClínicaCardiológica

Clínica Médico-Cirúrgica

Serviço deC.M.E

Isolamento deHIV

ClínicaCirúrgica

C.T.I

ClínicaMédica

ClínicaObstétrica

Berçário

Pronto-Socorro

Serviço deS.A.D.T.

Isolamento deDoenças Infecto-

Contagiosas

GerenteFinanceiro

ServiçosAdministrativos

Serviço deRecursosHumanos

Serviço deNutrição eDietética

ServiçoSocial

Serviço deMarketing

ServiçosContábeis eFinanceiros

Serviço deTesouraria

Serviço deContabilidade e

Custos

Serviço deFaturamento e

Convênios

Serviço dePatrimônio

Serviços deMateriais

Serviçode

Compras

Serviçode

Farmácia

Serviçode

Almoxarifado

Serviço de Apoio

Serviçode

S.P.R.

Serviço deLimpeza eZeladoria

Serviçode

Manutenção

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Estrutura organizacional do serviço de enfermagem do hospital

O serviço de enfermagem tem como objetivo executar as atividades relativas a

cuidados intensivos de pacientes graves, conforme plano de cuidados, a fim de promover,

recuperar e manter a saúde dos pacientes. O organograma hierárquico do serviço de

enfermagem, demonstrado na Figura 5.2, é de forma clássica no sentido vertical, de

assessoria e linha. Segue uma hierarquia tendo o chefe do serviço de enfermagem em

primeiro plano, depois as enfermeiras supervisoras noturnas, seguidas pelas enfermeiras-

chefes de unidade, que, por sua vez, têm como subordinados os técnicos e auxiliares de

enfermagem, e os atendentes de enfermagem autorizados pelo Conselho Regional de

Enfermagem a exercerem essa função.

Qualquer situação e/ou problema do serviço de enfermagem é resolvido diretamente

com a chefia de enfermagem. A enfermeira-chefe de unidade não possui autonomia para

tomar decisões sem a autorização da chefia de enfermagem do hospital. Esse é um ponto

negativo da instituição, visto que, sem autonomia, a enfermagem não desenvolve um trabalho

adequado que atinja as expectativas da unidade específica em benefício de uma assistência de

qualidade para o paciente. Cada unidade possui uma enfermeira, mas toda decisão a ser

tomada é a enfermeira-chefe quem resolve, como, por exemplo, remanejar funcionário de

uma unidade para outra sem o parecer da enfermeira da unidade.

A chefia de enfermagem utiliza muito o método de comunicação verbal, o que

dificulta um repasse de comunicações oficiais, que poderiam ter uma conotação mais formal,

sobretudo quando se trata de grandes mudanças, como troca de funções ou de cargos dos

funcionários. O regulamento do serviço de enfermagem está diretamente ligado à enfermeira-

chefe, que por sua vez está ligada diretamente à diretoria-geral do hospital. As atribuições

dela estão descritas em um manual que foi desenvolvido a partir deste estudo e que faz parte

de um submódulo do sistema concebido. Trata-se de um manual descrito basicamente da

mesma forma como os manuais de normas e rotinas ou de medicamentos. O Regimento do

Departamento de Enfermagem está diretamente ligado a uma enfermeira, à qual compete a

supervisão de todo o serviço de enfermagem, incluindo a execução e as atribuições

específicas de enfermagem. Esse departamento é diretamente subordinado à superintendência

e dele constam: enfermeiro diretor do Departamento de Enfermagem; enfermeiros-chefes das

unidades de internações e unidades especiais; enfermeiros supervisores; técnicos de

enfermagem; auxiliares de enfermagem e atendentes autorizados pelo Conselho Regional de

Enfermagem.

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Figura 5.2 - Organograma hierárquico do serviço de enfermagem do hospital

5.1.1.4 Estrutura funcional

Política de recursos materiais

O departamento de administração de materiais assegura o reabastecimento de

materiais de todo o hospital, e a compra dos diversos materiais necessários é efetuada através

do Setor de Compras. O responsável pelo setor solicita orçamentos de diversos fornecedores,

faz uma seleção em conjunto com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e,

posteriormente, compra daquele que oferecer menor preço e uma qualidade aceitável.

Chefe do Serviço deEnfermagem

Enfermeira-Chefe

SupervisoraNoite 1

Enfermeira-Chefe

SupervisoraNoite 2

Enfermeira-ChefeSupervisora de

Unidade

Técnica deEnfermagem

Auxiliar deEnfermagem

Atendente deEnfermagemem Atividade

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Atualmente, os materiais estão passando por períodos de experiências para que, depois de

serem aprovados, a compra possa ser efetuada, sempre visando o melhor preço do mercado.

Quanto aos materiais, o hospital os adquire conforme a necessidade e o custo, não

havendo estoque de materiais. O controle é feito por meio de relatórios diários, elaborados a

partir de um sistema de informatização. A manutenção dos equipamentos permanentes é

precária. Nas unidades, a distribuição de materiais de uso contínuo funciona por permuta, e o

setor de farmácia e o almoxarifado adotam o sistema de pedidos diários ou interdiários para a

liberação dos materiais.

Política de recursos humanos

Na data da pesquisa, o hospital contava com um total de 440 funcionários de diversas

categorias e cargos. O regime trabalhista é a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), e o

número de horas de trabalho e o piso salarial são diversificados, não havendo uma política

definida de cargos e salários. Do total de funcionários, 35% são pessoas da área de

enfermagem.

O recrutamento de pessoal é realizado por uma assistente social e por uma psicóloga,

e a avaliação ocorre através de processo seletivo para a área desejada. A partir da abertura de

vaga, o candidato selecionado é chamado para entrevista e teste de conhecimento na área em

que irá atuar. Posteriormente, o candidato retorna em outro momento para realizar um teste

psicológico, o qual é eliminatório.

Para admissão do pessoal de enfermagem, é necessário possuir no mínimo curso de

auxiliar de enfermagem, sendo excluída a contratação de atendentes. Considera-se na

pontuação a classificação do currículo, a prática no setor em que o profissional irá atuar ou a

prática hospitalar geral. Os enfermeiros são avaliados e acompanhados durante o tempo de

adaptação pela chefia de enfermagem do hospital. Para a contratação, faz-se necessário

realizar a inscrição no Conselho Regional de Enfermagem, apresentando a documentação

completa e os respectivos diplomas. A admissão e referida contratação são feitas de acordo

com as normas da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). O departamento de recursos

humanos adota a seguinte política:

I - sistema de mérito e de incentivo permanente à elevação da produtividade individual e

coletiva;

II - remuneração em função de atribuições: atividades, responsabilidades e qualificação;

III - ingressos nos seus quadros mediante seleção ou concurso de provas e títulos.

O processo de seleção é realizado por intermédio da assistente social e da psicóloga,

que, em conjunto, fazem a seleção através de provas, testes psicotécnicos e entrevista. Após

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passar por todas as provas, o profissional entra no estágio de adaptação, com duração de 3 a 5

dias. Se passar pela adaptação novamente, é encaminhado à assistente social para depois ser

encaminhado ao departamento pessoal, já com toda a documentação necessária. Todo

funcionário é admitido através das leis da CLT.

Não existem planos de carreira dentro da empresa. Remunerações, prêmios, abonos e

outros somente segundo as normas do hospital e conforme prevêem as leis trabalhistas.

O Hospital da Comissão de Saúde Ocupacional tem um médico do trabalho e uma

técnica de segurança do trabalho, que são responsáveis pelas consultas e exames de admissão

e demissão, além dos exames periódicos e acidentes de trabalho. Esses profissionais também

zelam pela proteção dos funcionários, enfatizando a importância do uso dos Equipamentos de

Proteção Individuais (EPIs) em conjunto com a Comissão de Controle de Infecção

Hospitalar.

5.1.2 A clínica médica

Esta unidade atende pacientes pelo Sistema Único de Saúde de clínica médica, nas

especialidades de nefrologia, medicina interna, geriatria, gastrologia, vascular,

endocrinologia, oncologia e às vezes pacientes cirúrgicos que, por falta de vaga na clínica

cirúrgica, são internados nesta clínica. As principais patologias atendidas são: insuficiência

renal, trombose, varicorragia, diabetes, câncer de estômago, câncer de laringe, câncer de colo

uterino, câncer de esôfago, úlcera gástrica, gastrenterite, gastrite, hepatomegalia e lupus

eritematoso.

5.1.2.1 Estrutura física/ambiental

A clínica médica encontra-se situada no andar térreo do monobloco de 12 andares do

hospital. O layout da clínica apresenta uma distribuição física por ambientes individuais em

que se encontram de um a quatro leitos por ambiente, com um banheiro para cada quarto. A

Figura 5.4 apresenta graficamente a estrutura e distribuição da clínica e os diversos ambientes

em que a equipe multidisciplinar desenvolve suas tarefas durante 24 horas por dia, em

diversos turnos de trabalho, assistindo ao paciente que é atendido pelo Sistema Único de

Saúde.

No momento, a planta física apresenta-se em estado de má conservação, pois se

encontra com rachaduras, pintura descascando e partes do reboco caindo. As portas não estão

dentro das medidas corretas, estabelecidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas

Técnicas), e também estão mal conservadas. Algumas portas de banheiros abrem de maneira

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incorreta, ou seja, para dentro. Em ambientes pequenos, como os banheiros, existe também um

desnível ou grade no piso da entrada, o que dificulta o acesso por parte dos pacientes e do

pessoal de enfermagem que os assiste.

A iluminação da unidade é precária, pois há falta de lâmpadas nos corredores e quartos,

dificultando o trabalho assistencial prestado pela equipe.

5.1.2.2 Estrutura organizacional

Cabe salientar que não existe um organograma específico da unidade de clínica médica,

de modo que o organograma que será apresentado a seguir (Figura 5.3) foi elaborado de acordo

com a hierarquia observada e vivenciada na instituição, e de acordo com as áreas de trabalho

em que atua o enfermeiro. Conforme já mencionado, a Figura 5.4 mostra a estrutura e

distribuição da clínica e os diversos ambientes em que a equipe multidisciplinar desenvolve

suas tarefas.

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Figura 5.3 - Organograma hierárquico da clínica médica

Figura 5.4 - Organograma por áreas de trabalho da clínica médica

EnfermeiroChefe da CM

Escriturária

Auxiliar deEnfermagem

Setor deenfermagem da

CM

Seção de Enfermagemde Clínica MédicaNefrológica

Seção de Enfermagemde Clínica MédicaGeriátrica

Seção de Enfermagemde Clínica MédicaGastrológica

Seção de Enfermagemde Clínica MédicaVascular

Seção de Enfermagemde Clínica MédicaOncológica

Seção de Enfermagemde Clínica MédicaEndocrinológica

Seção de Enfermagemde Clínica MédicaInterna

Seção de Enfermagemde Clínica MédicaIntercorreções

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5.1.2.3 Estrutura funcional

A equipe de enfermagem que trabalha na clínica médica é apresentada no quadro a

seguir, de acordo com os horários das jornadas de trabalho.

07h/12h – 13h/16h – 1 Enfermeira / 42 horas semanais

2 copeiras - 7h/13h – 13h/19h2 faxineiras - 13h/19h – 7h/13hs

Manhã – 04 funcionários Tarde – 04 funcionários

07h/13h Aux. de enfermagem 38h/sem. 07h/19h Aux. de enfermagem 38h/sem.07h/13h Aux. de enfermagem 38h/sem. 07h/19h Aux. de enfermagem 38h/sem.07h/13h Aux. de enfermagem 38h/sem. 07h/19h Aux. de enfermagem 38h/sem.07h/13h Aux. de enfermagem 38h/sem. 07h/19h Aux. de enfermagem 38h/sem.

Noite – 04 funcionários (N1 e N2)

22h/7h Aux. de enfermagem 38h/sem (3 aux.)22h/7h Atendente de enfermagem 38 h/sem

Quadro 5.1 - Pessoal da unidade e atribuições

5.1.2.4 Posto de trabalho da enfermagem: recursos materiais e humanos

Política de recursos materiais da clínica

Os recursos materiais da clínica em estudo são precários. Por ser uma unidade que

assiste só pacientes do Sistema Único de Saúde, ela carece de recursos, como

equipamentos de última geração, para o diagnóstico e tratamento desses pacientes. A falta

de recursos prejudica a qualidade da assistência e a pronta recuperação dos pacientes.

Atualmente, o SUS não repassa os recursos financeiros a esta instituição hospitalar, o que

reflete diretamente na qualidade da prestação do serviço, não só da enfermagem, como de

toda a equipe multidisciplinar do hospital que assiste o paciente durante a sua

permanência na reabilitação do motivo de sua internação.

Sabe-se que, sem os recursos materiais adequados, a qualidade fica totalmente

afetada, o que, muitas vezes, leva os profissionais da clínica a cometer infrações e adotar

condutas antiéticas que denigrem sua imagem e põem em risco a vida do paciente.

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Política de recursos humanos do serviço de enfermagem da clínica

- Alocação de recursos humanos

A clínica médica hoje é composta por: 1 enfermeira e 14 auxiliares de enfermagem,

divididos em turnos de manhã, tarde e noite 1 e 2. Esta clínica tem 33 leitos, com taxa de

ocupação diária de 90 a 95%, e os profissionais trabalham 6 dias por semana, em um regime

de 38 horas semanais. A enfermeira trabalha 8 horas de 2ª a 6ª, e nos finais de semana e

feriados em escala de plantões realizados 1 vez ao mês, num total de 42 horas semanais. Dos

14 auxiliares, 1 está em licença gestacional. A distribuição por turno encontra-se hoje

disposta da seguinte maneira:

TURNO HORÁRIO CATEGORIA NÚMERO

Manhã 07h/16h (tarde) Enfermeira 01

07h/13h Aux. de Enf. 04

Tarde 13h/19h Aux. de Enf. 02

16h/22h Aux. de Enf. 02

Noite 1 22h/07h Aux. de Enf. 02

Noite 2 22h/07h Aux. de Enf. 02

Quadro 5.2 - Distribuição de pessoal por turno

Abaixo constam o cálculo de provimento do pessoal de enfermagem para esta clínica

médica e a distribuição de pessoal por turno tipo II:

- Dimensionamento

n.º = 33 X 3,4 X 7 + 20% nº = 19.635 + 20% = 23.56 ~= 23 elementos

40

Distribuição por categorias

* Enfermeiro 30% = 6.9 ~= 7

* Aux. de enf.

70% = 16

* Téc. de enf.

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TURNO CATEGORIA NÚMERO CATEGORIA NÚMERO

Manhã Enfermeiro 02 Aux. de enf. 06

Tarde Enfermeiro 01 Aux. de enf. 04

Noite 1 Enfermeiro 02 Aux. de enf. 03

Noite 2 Enfermeiro 02 Aux. de enf. 03

Quadro 5.3 - Distribuição de pessoal por turno tipo II (por categoria e turno de trabalho)

A escala de distribuição de turnos do pessoal de enfermagem é feita mensalmente sob

a responsabilidade da enfermeira da unidade, quem a repassa para a chefia de enfermagem

para aprovação. A enfermeira da unidade não tem um instrumento para a elaboração da

escala de atribuições, a qual é realizada geralmente de forma verbal, não havendo nenhum

tipo de controle oficial sobre isso.

Caracterização do supervisor de enfermagem do estudo (Enfermeiro da Clínica)

O enfermeiro que desenvolve suas atividades profissionais na clínica em estudo é do

sexo feminino, solteira, tem 28 anos de idade e formou-se como enfermeira em julho de 1994,

ano em que iniciou também suas atividades na área, mora num município vizinho e é natural do

Estado de Rio Grande do Sul. Formada também na carreira de Magistério, não realizou cursos

de especialização. Formou-se numa universidade localizada na mesma cidade do local de

trabalho. Atualmente, tem um tempo de serviço de 5 anos nesta instituição hospitalar,

inicialmente foi enfermeira chefe da unidade de clínica cirúrgica durante 3 anos onde atendia a

pacientes de convênios e particulares e há 2 anos executa atividades na clínica médica em

estudo.

5.1.2.5 Organização atual do trabalho na administração da assistência em enfermagem

da unidade

Segundo a instituição, consta no seu Regimento Normativo que:

Artigo 6º - Aos chefes das unidades de clínica médica e médico-cirúrgica compete:

a) dirigir a unidade de sua responsabilidade sob a orientação do diretor;

b) participar do planejamento e organização referentes à unidade de sua

responsabilidade;

c) fazer executar o plano de assistência de enfermagem na unidade;

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d) manter o padrão de assistência de enfermagem;

e) colaborar com a equipe de saúde;

f) acompanhar a passagem de plantão;

g) fazer escala mensal de serviço e escala de atribuições diárias, férias e folgas;

h) registrar as atividades executadas;

i) apresentar relatórios semestrais à Chefia do Serviço de Enfermagem;

j) executar controles de material e equipamentos disponíveis, e zelar por sua

conservação;

k) colaborar com a Comissão de Infecção Hospitalar;

l) colaborar nos programas específicos de educação em serviço;

m) cumprir ordens de serviço, portaria e regulamentos do hospital;

n) promover reuniões periódicas com seus funcionários e participar de reuniões

quando solicitados;

o) fazer pedidos de almoxarifado;

p) receber, conferir e guardar o material do almoxarifado e farmácia;

q) orientar o paciente sobre o regimento do hospital;

r) prestar assistência de enfermagem aos pacientes;

s) acompanhar os cuidados de enfermagem prestados aos pacientes;

t) encaminhar à farmácia o prontuário do paciente para pedidos diários de

medicação;

u) encaminhar o boletim informativo do paciente ao serviço de informações;

v) prestar informações de sua competência aos médicos, visitantes e outras pessoas.

Artigo 15º - Ao auxiliar de enfermagem compete:

a) executar atividades de enfermagem relativas a cuidados intensivos de pacientes

graves, conforme o planejamento de cuidados do paciente;

b) participar da elaboração do plano de cuidados da enfermagem;

c) prestar cuidados integrais de enfermagem aos pacientes que lhe forem confiados;

d) observar e anotar qualquer reação anormal do paciente e tomar as devidas

providências, notificando o(a) chefe da unidade;

e) anotar no prontuário do paciente os cuidados de enfermagem prestados e as

observações feitas, informando-os com precisão e clareza;

f) administrar medicamentos e observar seus efeitos, bem como exames especiais,

tratamentos e curativos;

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g) receber os pacientes admitidos e orientá-los na unidade de enfermagem;

h) atender o paciente em suas necessidade e solicitações;

i) colher material de exame de laboratório sempre que necessário;

j) preparar os pacientes para exames complementares e diagnósticos;

k) fazer controle hídrico e de sinais vitais;

l) tomar conhecimento da evolução do serviço e do estado dos pacientes durante a

passagem do plantão;

m) executar cuidados pré e pós-operatórios, orientando o paciente;

n) prestar informações e esclarecimentos aos familiares de pacientes durante as

visitas;

o) zelar pela manutenção da limpeza das dependências da unidade;

p) auxiliar e chefiar a unidade de enfermagem quando for designado;

q) colaborar com o programa de educação em serviço;

r) exercer funções delegadas pelo chefe da unidade ou departamento;

s) executar programas de saúde pública;

t) manter boas relações com os paciente e equipe de saúde;

u) colaborar com a comissão de infecção hospitalar e outras quando solicitado;

v) desempenhar outras tarefas a critério da chefia da unidade;

w) preparar o corpo após o óbito.

Artigo 16º - Ao atendente de enfermagem compete:

a) atender prontamente as campainhas e comunicar os auxiliares e técnicos;

b) preparar o corpo após o óbito;

c) limpar e conservar todo o material usado na unidade e em suas dependências;

d) manter limpa e em ordem a unidade do paciente e todas as dependências da

unidade de internação;

e) buscar todo o material necessário para o trabalho diário;

f) cumprir normas de serviço;

g) manter bom relacionamento com a equipe de saúde.

Artigo 17º - À supervisora noturna compete:

a) supervisionar a área de sua responsabilidade;

b) visitar diariamente e sempre que necessário as unidades de enfermagem,

verificando as condições de trabalho de recursos humanos e materiais;

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c) avaliar o desempenho do pessoal da enfermagem e sua competência;

d) supervisionar, orientar e promover educação em serviço junto ao seu pessoal;

e) visitar diariamente os pacientes para inteirar-se de suas necessidades;

f) elaborar planos de assistência de enfermagem para pacientes de alto risco;

g) prestar cuidados de enfermagem aos pacientes graves;

h) controlar a assiduidade, pontualidade e disciplina dos seus funcionários;

i) orientar pacientes e familiares;

j) controlar os equipamentos e materiais das unidades;

k) promover reuniões com os plantonistas sempre que necessário;

l) registrar no livro de ocorrências as atividades realizadas no seu plantão;

m) participar das reuniões de chefias quando convocado;

n) promover o inter-relacionamento entre as diversas unidades de enfermagem;

o) solicitar, sempre que necessário, a presença de um assistente espiritual para os

pacientes;

p) providenciar documentação do paciente após o óbito comunicando o médico

assistente e os familiares.

As atribuições do enfermeiro, auxiliar de enfermagem e atendentes relatados segundo

enfermeiro da unidade são:

- Enfermeiro

• realizar passagem de plantão;

• realizar conferência de exames;

• realizar pedido no almoxarifado;

• realizar visitas nos quartos dos clientes;

• orientar clientes quanto a exames, alta, rotinas da unidade, etc;

• conferir evoluções em prontuários dos clientes, realizadas pelos auxiliares de

enfermagem;

• realizar técnicas mais complexas, tais como cateterismos vesicais e curativos

complexos.

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- Auxiliar de Enfermagem

• realizar cuidados gerais com cliente: banho, curativo, medicações, assistência

integral, auxílio na alimentação quando dependentes;

• transportar pacientes pra hemodiálise, exames radiológicos, etc;

• levar materiais e pegar na Central de Material;

• realizar tamponamentos.

- Atendentes de Enfermagem

• realizar cuidados gerais com cliente: banho, curativo, assistência integral,

auxílio na alimentação quando dependentes;

• transportar pacientes para hemodiálise, exames radiológicos, etc.;

• levar materiais e pegar na Central de Material;

• realizar tamponamentos.

A assistência prestada pela equipe é do tipo mista: a enfermeira adota o sistema de

visitas aos pacientes pela manhã, quando há tempo disponível, ou a faz somente aos pacientes

que foram internados em sua ausência.

A unidade não adota o sistema de fluxograma para o desenvolvimento das atividades.

A comunicação da unidade é realizada verbalmente por turno. O hospital funciona com

supervisão indireta por parte da chefia de enfermagem, e a última palavra compete e ela.

Em relação à educação continuada, é algo novo na instituição, com mais ou menos

duas semanas de início, e sabe-se que há muitos planos para a melhora do serviço de

enfermagem.

As atividades relacionadas à pesquisa existem através de acadêmicos de todas as áreas

da saúde e médicos do hospital, sendo poucos divulgadas para a comunidade e no próprio

hospital.

O gerenciamento e a liderança de enfermagem da unidade são de forma democrática.

A tomada de decisão é de forma empírica, sendo esse método utilizado pouco confiável, visto

que pode ocorrer o erro de se tomar a primeira decisão que lhe vem à mente diante de um

problema, sem fazer a devida análise do processo decisório. Agindo-se dessa forma, podem

ocorrer problemas que, na maioria das vezes, não podem ser reparados ou melhorados em

uma segunda oportunidade. O que significa que, quando se lida com saúde, a probabilidade

de uma segunda vez pode custar uma vida.

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5.2 Análise da atividade cognitiva e modelagem do trabalho do enfermeiro na clínica

médica

5.2.1 Introdução à análise

Os conhecimentos, segundo Richard (1990), são estruturas cognitivas permanentes e,

portanto, gravadas na memória de longo termo. Essa função garante a evolução do sistema

cognitivo e permite enriquecê-lo através de experiências.

Existem dois modos de construção dos conhecimentos que, em geral, contribuem para a

aprendizagem (Santos, 1991). Em primeiro lugar, os conhecimentos podem ser construídos a

partir de informações simbólicas, processadas pelo pensamento e veiculadas por textos e outros

meios abstratos. Em segundo lugar, podem ser construídos pela ação e experiência, a partir da

resolução de problemas. O primeiro modo produz principalmente (mas não exclusivamente)

conhecimentos relacionais ou declarativos; o segundo modo produz, sobretudo, conhecimentos

procedurais.

Do ponto de vista funcional, os dois instrumentos podem originar idênticas respostas,

mas, do ponto de vista da representação, há significativas diferenças que efetivamente

influenciam o desempenho da tarefa dada. A consulta, por exemplo, em uma tabela torna-se

muito fácil, porém requer uma larga memória de armazenamento. Dessa forma, as estruturas

específicas das representações do conhecimento possuem um significado particular que é usado

na resolução de problemas. Uma entidade inteligente precisa empregar um largo espectrum de

representações para comunicar-se com o mundo. Podemos concluir que a finalidade de um

conhecimento pode ser a mesma, mas o conteúdo nem sempre o é.

Nesta pesquisa, a análise da atividade cognitiva do enfermeiro é a base para o

desenvolvimento de um modelo do sistema de informação, e surge no estudo como uma

proposta inovadora em que o principal cenário é o desenvolvimento do trabalho do enfermeiro

em clínica médica.

Desenvolveu-se a análise em questão a partir da apresentação e da representação gráfica

do levantamento das atividades desenvolvidas pelo enfermeiro, de forma que se apresente a

atividade desenvolvida pelo enfermeiro no momento que ele a desenvolveu e o tempo gasto na

elaboração ou desenvolvimento dessa atividade; posteriormente, identificar-se-ão os processos

operacionais a partir do detalhamento das atividades já apresentadas que envolvem processos

mentais na tomada de decisão, representados em diagramas de processos. Ainda, para

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aprofundar o estudo, esses diagramas serão modelados e representados através de fluxogramas,

permitindo mostrar graficamente processos mentais com maiores exigências cognitivas por

parte do enfermeiro no momento que este executa a atividade. Posteriormente, serão

discriminadas e desenvolvidas modelagens cognitivas dos principais processos de tratamento

da informação e resolução de problemas de situações que envolvem a supervisão da assistência

de enfermagem na clínica em estudo. Por parte do enfermeiro; a partir do planejamento,

coordenação, controle e avaliação da supervisão da assistência.

Finalmente, a partir do desmembramento das atividades desenvolvidas por este

profissional, realizou-se uma análise das exigências cognitivas das atividades relacionadas à

supervisão da assistência de enfermagem desenvolvida por ele. Este capítulo é a base principal

para o desenvolvimento do modelo conceitual do sistema de informação que apoiará o

enfermeiro na supervisão da assistência em enfermagem em clínica médica. A partir das

modelagens apresentadas e analisadas, o modelo conceitual será concebido como reflexo das

exigências cognitivas reais da atividade desenvolvida pelo enfermeiro nessa clínica e,

conseqüentemente, será adaptado às exigências cognitivas desse profissional em situação de

trabalho real.

5.2.2 Levantamento da tipologia e freqüência das ocorrências no trabalho

As atividades desenvolvidas pelo enfermeiro-chefe da unidade de clínica médica são

apresentadas em diagramas que mostram a funcionalidade das atividades no cotidiano do

trabalho desse profissional, mostrando, dessa forma, sua atividade real. Esses diagramas serão

chamados de Diagramas da funcionalidade real e temporal da atividade, e são apresentados a

seguir.

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Diagrama da funcionalidade real e temporal das atividades do enfermeiro

Diagrama funcional e temporal das atividades do Enfermeiro

Nº DAS ÀS DUR.ATIV.(min.)

DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE DURAÇÃOEFETIVA(min.)

01 6:45 6:55 10 Lê o livro de intercorrências na sala dosenfermeiros do Hospital e fica sabendo queteve duas internações de pacientescirúrgicos por falta da vaga na clínicacirúrgica.

08

02 6:55 7:00 05 Desloca-se rapidamente para a clínicamédica.

04

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03 7:00 7:15 15 Recebe o plantão da noite dos auxiliares deenfermagem (2) e constata que há 33pacientes internados: 3 aguardam provávelalta; 1 pcte. apresenta vômito, náuseas,sente-se muito agoniada e chora; tambémlhe comunicam que é necessárioprovidenciar um leito para paciente que estádescendo da Unidade de Terapia Intensiva;1 pcte. com alimentação por sondatotalmente dependente; 1 pcte. para levarpara a tomografia; 1 paciente para a qualainda não foi definido o médico lhe queprestará assistência; 1 pcte. que fezsalpintectomia que deverá ser transferida àclínica cirúrgica quando surgir uma vaganessa clínica. Assim, na clínica tinha: 1pcte. que fez uma cirurgia na pernaesquerda (vascular) aguardando vaga; 4pctes. com insuficiência renal que fazemhemodiálise, 1 pcte. com cálculo renalesquerdo e outra com cálculo renal direito; 1pcte. com câncer de estômago, 1 com Ca. depâncreas, 1 com Ca. de laringe, 1 com Ca.de pulmão, 1 com Ca. de cavidade oral, 1com Ca. de estômago de grau III° e outracom Ca. de colo uterino de III°; 1 pcte. comlupus eritematoso; 1 pcte. com hemorragiadigestiva que passou bem durante a noite; 1pcte. com anemia falciforme; 1 pcte. comdiabetes descompensada; 1 pcte. etílico,com hipertensão e fratura de fêmur; 1 pcte.com trombocitose; 3 pctes. com úlceravaricósica infectada e 2 com úlcera domembro inferior esquerdo; 1 pcte. commúltiplas lesões contaminadas e T.C.E.; 2pctes. com cirrose hepática e 1 comhepatomegalia; 1 pcte. com cólica renal egrávida; 1 pcte. com síndrome pos-trombótica e com úlcera de M.I.D.; 1 pcte.com ascite, leucopenia severa e 1 pcte. quefez salpintectomia.

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04 7:15 7:35 20 Define a escala de atribuições da equipe deenfermagem, partindo dos pctes. prioritários(dependentes) que deveriam ser assistidosno banho primeiro; delega uma assistênciaoperacional para uma funcionária, e aadministração de medicamentos e higiene econforto para outra funcionária, quetambém fará os curativos; as outras duasfarão as evoluções de enfermagem,verificando os sinais vitais dos pacientes econferindo seu estado geral em termos desinais e conforto; outras funções que irãosurgindo serão executadas pelo funcionárioque tenha menos funções a seremdesenvolvidas.

17

05 7:35 7:38 03 Atende telefonema da internação parainformar quantos pctes. estão internados.

03

06 7:38 7:40 02 Verifica se chegou o exame de glicemia depcte. com hiperglicemia.

02

07 7:40 7:42 02 Solicitam-lhe vagas na unidade. 02

08 7:42 7:50 08 Confere as dietas de todos os pacientes,principalmente as dos que foram admitidosna noite anterior (4) até o início de suajornada.

07

09 7:50 7:53 03 Confere pedido de exames da unidade everifica nos prontuários novas solicitaçõesda noite anterior.

02

10 7:53 7:58 05 Confere o resultado da glicemia de urgênciaque acabou de chegar do laboratório; é deuma pcte. que teve hiperglicemia durante anoite, baixou de 410 mg para 331 mg. e estásendo tratada pela medicina interna; paraavaliar esse caso, foi solicitado o parecer deum endocrinologista.

05

11 7:58 8:01 03 Atende o chamado da pcte. que fezsalpingectomia bilateral, que, muito ansiosa,deseja saber quando irá para casa.Comunica-lhe que ela ainda será transferidapara a clínica cirúrgica e que seu médico, deacordo com a sua recuperação, lheinformará o dia de sua alta.

02

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12 8:01 8:05 04 Atende a outro chamado de pcte. que seencontra nervosa, refere sentir náuseas,vontade de vomitar, dor epigástrica e estámuito agoniada. Tenta conversar com apcte. para obter mais dados sobre o que eleestá sentido, levanta a cabeceira da cama(posição de semi-fowler), vira-lhe o corpopara a esquerda e coloca uma cuba rim pertodo rosto dela para facilitar o vômito.Comunica à pcte. que verificará suaprescrição médica, tentando deixá-la maiscalma.

03

13 8:05 8:07 02 É chamado pela escriturária para determinaro leito que será ocupado pelo pcte. que estádescendo do CTI.

01

14 8:07 8:10 03 Liga para a clínica cirúrgica do SistemaÚnico de Saúde (SUS) pedindourgentemente vaga para um dos pacientescirúrgicos que se encontram na clínica.Consegue a vaga.

03

15 8:10 8:12 02 Delega para funcionária que comunique apcte. sobre sua transferência e para quearrume seus pertences.

01

16 8:12 8:14 02 Ligam do setor de tomografía comunicandoque podem levar o pcte. que fará umatomografia de abdome; diz que o pcte. nessemomento está na hemodiálise.

02

17 8:14 8:15 01 Um familiar pergunta a hora da chegada damédica que assiste sua filha e a enfermeiracomunica-lhe que a visita é somente noperíodo da manhã.

01

18 8:15 8:20 05 Inicia visita aos pacientes prioritários paraverificar o estado de cada um deles: visita opcte. que está com alimentação por sonda,percebe a tampinha da sonda aberta everifica que não está fechando (câncer emfase terminal de estômago), confere a via dosoro, a fralda e a posição do pcte.

05

19 8:20 8:23 03 Interrompe sua visita porque é chamado poruma funcionária que lhe comunica que umapcte. está nervosa e se nega a ser assistidapelo médico que está responsável por suainternação.

03

20 8:23 8:26 03 Vai até o quarto da pcte. e explica-lhe quesua médica está viajando e que o médicoresponsável por sua internação é o únicoque pode assisti-la.

02

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21 8:26 8:28 02 Visita a pcte. com sonda vesical de demorae verifica que o instrumento está fora domeato urinário.

02

22 8:28 8:33 05 Na sala de curativos, pega uma bandeja eluvas e vai para o quarto da pcte; calça asluvas e retira a sonda; avalia o acessovenoso do soro e deixa a pcte. confortável.

04

23 8:33 8:34 01 É informado pela funcionária de que omédico da pcte. que está com dor e nervosachegou.

01

24 8:34 8:36 02 Participa da visita médica da pcte, para aqual é indicada a medicação de um plictilvia endovenosa; delega essa atividade para afuncionária responsável pela medicação.

02

25 8:36 8:39 03 Continua a visita aos leitos degastroenterologia (4) e verifica que um dospacientes em condições de risco(hemorragia digestiva, etílico) estáaparentemente calmo.

02

26 8:39 8:42 03 Recebe o pcte. que veio do CTI, encaminha-o ao quarto e auxilia na sua transferência aoleito; verifica e avalia o estado geral dopcte.; instala o oxigênio e as vias nasaispermeáveis; verifica a endoscopia marcada.

03

27 8:42 8:44 02 Recebe a indicação de sondagemnasogástrica imediata com sonda n. 20 parapcte. que estava vomitando com abdomedistendido e que receberá o plictil com afinalidade de esvaziar o conteúdo gástrico.

02

28 8:44 8:46 02 Faz os pedidos para a farmácia dos pctes.que foram prescritos até esse horário.

02

29 8:46 8:48 02 Faz pedido de almoxarifado, conferegavetas e prevê o material para o final desemana (sábado e domingo).

02

30 8:48 8:53 05 Repõe na gaveta material da reserva,conferindo agulhas, scalps, seringas, bolsascoletoras, saco plástico para óbito, soros,etc. (sala de medicação).

04

31 8:53 8:58 05 Repõe material da sala de curativos e fazpedido de soluções, luvas, gilete, seringadescartável para procedimentos, etc.

04

32 8:58 9:00 02 Vai ao quarto da pcte. para conferir se ela setranqüilizou e a encontra dormindo.

02

33 9:00 9:02 02 A escriturária solicita a autorização de umantibiótico potente que será autorizadoprimeiro pelo médico do CCIH, passandopela chefia da contabilidade para depois sersolicitado na farmácia.

02

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34 9:02 9:04 02 Solicita que uma funcionária transporte opcte. que chegou do CTI ao quarto 2-2 everifique a colocação das luvas pararestrição dos membros inferiores.

02

35 9:04 9:08 04 Vai até a farmácia depois das autorizaçõespara pedir o antibiótico.

03

36 9:08 9:11 03 Prepara o material da sondagemnasogástrica indicada para excretar oconteúdo gástrico.

02

37 9:11 9:12 01 Pede a um funcionário para trazer o pcte. doultra-som.

01

38 9:12 9:15 03 Leva o material para o quarto e explica paraa pcte. a importância do procedimento a serexecutado e ela concorda; é administrada asonda e extraída a secreção gástricaamarelo-escuro com conteúdo bilioso (+ ou– 100cc) sem complicações.

03

39 9:15 9:17 02 Comunicam-lhe que foi indicada umasondagem vesical de demora para pcte cujasonda saiu.

02

40 9:17 9:18 01 Pede a um funcionário para trazer-lhe umequipo de cateterismo do setor deesterilização de materiais.

01

41 9:18 9:21 03 Visita pcte. que chegou da ultra-sonografiae avalia seu estado geral, a P.A, o pulso e arespiração.

02

42 9:21 9:23 02 Complementa a evolução de enfermagemcom a avaliação dos sinais da pcte.

02

43 9:23 9:26 03 Visita pcte. oncológico e supervisiona aadministração da medicação viaendovenosa, realizada pela funcionária.

03

44 9:26 9:28 02 Comunicam-lhe que chegou o equipo decateterismo vesical de demora.

02

45 9:28 9:30 02 Avalia uma úlcera varicosa durante ocurativo que está sendo realizado por umafuncionária.

02

46 9:30 9:31 01 Atende um telefonema da enfermeira daClínica Médica I, que pede emprestado umfrasco estéril.

01

47 9:31 9:32 01 Pede a uma funcionária para providenciar ofrasco.

01

48 9:32 9:33 01 Comunica para funcionária que fique alertacom relação à evolução do paciente quechegou do CTI.

01

49 9:33 9:35 02 Verifica se chegou roupa para a unidade. 01

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50 9:35 9:37 02 Atende uma ligação de uma funcionária quepede para chegar às 16 horas em vez de 13horas. Nega este pedido, pois a unidade estámuito sobrecarregada e ela deveria avisarcom antecedência.

02

51 9:37 9:40 03 Avalia o soro de duas pctes. (leitos 12-1 e12-2), uma delas está fora de veia.

02

52 9:40 9:42 02 Chama a funcionária responsável pelamedicação para mudar de veia e administraro soro.

01

53 9:42 9:47 05 Visita o quarto (15-1), conversa com o pcte.estimulando-o a se levantar e a sentar nacadeira, para a qual o conduz.

04

54 9:47 9:52 05 Conversa com o pcte. (15-2) e explica-lhe aimportância de ser feita uma traqueotomiano seu “estado” (Câncer de Laringe).

04

55 9:52 9:53 03 Visita e avalia a pcte. que será submetida àrealização de uma fístula.

02

56 9:53 9:56 03 Visita a pcte. vizinha e verifica que aindanão foi realizada a preparação do pré-operatório de histerectomia total.

02

57 9:56 9:57 01 Delega para um funcionário os cuidados dopré-operatório da pcte.

01

58 9:57 10:00 03 Visita pcte. prioritário e o supervisiona,verificando os cuidados que foram prestadosa ele (alimentação por sonda, banho de leitoe conforto).

02

59 10:00 10:02 02 A escriturária informa-lhe que o controle deglicemia do pcte. com hiperglicemia serárealizado de 8 em 8 horas, e não de 6 em 6horas, como foi indicado anteriormente pelomédico, segundo o laboratório que ligouavisando.

01

60 10:02 10:05 03 Prepara e leva o material para sondagemvesical de demora para o quarto. (6-2).

02

61 10:05 10:07 02 Delega à Auxiliar de Enfermagem queadministre o soro para pcte. que receberámedicação de quimioterapia.

01

62 10:07 10:10 03 Administra e avalia sondagem vesical dedemora (6-2) e registra 1.500 cc. de urinacoletada.

02

63 10:10 10:11 01 A escriturária pergunta se pode fazer umatroca de uma paciente da cirúrgica por umada oncologia.

01

64 10:11 10:14 03 Explica para a pcte. do quarto 1.1 que elaserá transferida para a clínica cirúrgica. Elaconcorda.

02

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65 10:14 10:15 01 O médico comunica à enfermeira que foisuspenso o soro da paciente que fezsalpintectomia.

01

66 10:15 10:18 03 Verifica o acesso venoso da pcte. do quarto14-2 e constata que está obstruído. Fecha oacesso e informa ao pcte. que será trocado.

02

67 10:18 10:22 04 Vai para a sala de medicação e prepara omaterial para retirada e administração dosoro.

03

68 10:22 10:37 15 Realiza procedimento de administração deacesso venoso sem sucesso (tentou-se trêsvezes em diferentes lugares, com scalp eabocatt).

13

69 10:37 10:47 10 Ajuda na transferência da pcte. do leito 1-1para clínica cirúrgica.

08

70 10:47 10:52 05 Faz admissão de um pcte. para o leito 1-1. 04

71 10:52 11:07 15 Leva para fazer endoscopia paciente do leito2-2, que chegou do CTI inconsciente,dependente e obesa.

14

72 11:07 11:10 03 Auxilia no exame de endoscopia. 03

73 11:10 11:12 02 Transporta a pcte. da maca para a camajunto com três funcionárias.

02

74 11:12 11:13 01 A escriturária lhe comunica que dois pctes.precisam ser transferidos para outraunidade, visto que são necessárias duasvagas deste setor para outros pacientes.

01

75 11:13 11:20 07 Atende chamado de pcte. que está muitonervosa e descontrolada.

06

76 11:20 11:23 03 Solicita à médica da pcte. que a avalie, e elaprescreve um sedativo via endovenosa.

02

77 11:23 11:24 01 Delega à funcionária a administração dosedativo prescrito para a pcte.

01

78 11:24 11:28 04 Confere o pedido da farmácia. 03

79 11:28 11:38 10 Vai para a farmácia recolher o pedido demedicamentos.

10

80 11:38 11:45 07 Confere os dados das diureses que sãoinformados pelos funcionários, faz obalanço do período da manhã e anota naevolução de enfermagem.

06

81 11:45 11:56 11 Visita os pctes. que têm diureses indicadas everifica uma vez mais os dados informadospelos funcionários.

09

82 11:56 12:03 07 Verifica e avalia alguns cuidados que foramprestados aos pacientes pelos funcionários.

06

83 12:03 12:10 07 Avalia a evolução da úlcera varicosa de umapcte.

05

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84 12:10 12:18 08 Participa da visita médica oncológica einforma a pcte. de que não foi possível oacesso venoso (câncer de colo uterino),tendo sido mudado para via oral.

06

85 12:18 12:22 04 Pede à funcionária para ir com o pedido àfarmácia e trazer a medicação que foimudada.

03

86 12:22 12:23 01 Comunicam-lhe que é necessária umapessoa para ajudar a trazer pcte. daendoscopia.

01

87 12:23 12:27 04 Verifica se a cama foi arrumada (2-2) e pedepara a funcionária mandar lavar o colchãopiramidal e trocar o lençol da cama.

02

88 12:27 12:28 01 Comunicam-lhe que não tem lençol limpo. 01

89 12:28 12:32 04 Liga para a rouparia e solicita lençolurgente.

03

90 12:32 12:33 01 Encarrega a funcionária para trazer lençol. 01

91 12:33 12:38 05 Avalia curativo que foi feito pelafuncionária.

04

92 12:38 12:43 05 Confere algumas das evoluções deenfermagem feitas pelos funcionários.

04

93 12:43 12:55 12 Vai para a endoscopia junto com duasfuncionárias para trazer uma pcte.

09

94 12:55 12:57 02 Comunica aos funcionários que irá almoçar. 01

95 14:00 14:08 08 Volta do almoço e verifica os pedidos para afarmácia, de acordo com as prescriçõesmédicas.

07

96 14:08 14:18 10 Leva o pedido para ser autorizado pelaadministração orçamentária e para farmáciaque lhe fornece a medicação.

08

97 14:18 14:26 08 Faz transferência de leitos (um pcte. denefrologia que esteve em um quarto devascular é transferido ao quarto danefrologia).

06

98 14:26 14:28 02 Informa familiar sobre a doença de um pcte.com úlcera varicosa e o orienta sobre oscuidados necessários.

02

99 14:28 14:32 04 Orienta familiar sobre a localização do pcte.que foi trocado de leito.

03

100 14:32 14:35 03 Informa familiar sobre o exame que foi feitono pcte. (ultra-sonografia).

03

101 14:35 14:39 04 Orienta família sobre a evolução da doençade pcte. diabético e sobre os exames queainda serão feitos.

04

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102 14:39 14:41 02 Comunica a familiares e amigos sobre pcte.que ainda não voltou da sala de raios X(tomografia).

02

103 14:41 14:43 02 Pede a funcionário para trazer o pcte. 02

104 14:43 14:46 03 Pede a outra funcionária para fazer umxerox dos exames dos pctes. da oncologia.(rotina dessa especialidade).

03

105 14:46 14:49 03 Orienta familiar que diz que sua mãe está dealta e explica-lhe que é o médico quemautoriza a alta.

03

106 14:49 14:53 04 Atende familiar que fala que sua avó “estágelada” e verifica que não, tranqüilizando osdemais familiares.

04

107 14:53 14:56 03 Esclarece dúvidas de familiares do pcte.com câncer de laringe sobre os cuidados quedeverão ter e sobre a evolução da doença.

03

108 14:56 15:01 05 Confere com a copeira as dietas que foramprescritas. Confere as prescrições.

05

109 15:01 15:04 03 Confere as prescrições de todos os pctes. 03

110 15:04 15:08 04 Visita pcte. prioritário, avalia seu estadogeral, o curativo da subclávia, a sondanasogástrica e faz a troca do soro que estáterminando.

04

111 15:08 15:10 02 Explica a familiares que o marido não podeficar no quarto da paciente, por se tratar dequarto feminino.

02

112 15:10 15:14 04 Atende chamada de familiar que diz que apcte. deseja mudar de médico e explica-lheque isso tem de ser resolvido diretamentecom o médico da referida paciente.

04

113 15:14 15:17 03 Verifica se os familiares trazem comida queacompanhe a dieta prescrita para os pctes.

03

114 15:17 15:20 03 Orienta familiares de pctes. da nefrologiaem relação ao cumprimento da dieta e damedicação, explicando os danosocasionados caso não sejam cumpridas.

03

115 15:20 15:25 05 Confere e supervisiona as prescrições e oaprazamento destas.

05

116 15:25 15:29 04 Supervisiona o cumprimento daadministração dos medicamentos das 16horas.

04

117 15:29 15:36 07 Supervisiona o cumprimento das funções dehigiene e conforto e a verificação dos sinaisvitais por parte da equipe de enfermagem doturno da tarde.

07

118 15:36 15:40 04 Verifica o pedido de materiais (seringas,agulhas, esparadrapo, etc.).

04

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119 15:40 15:43 03 Comunica ao laboratório, via telefonema,que envie alguém para colher sangue para ohemograma que foi solicitado.

02

120 15:43 15:49 06 Supervisiona as evoluções dos pacientes querequerem cuidados prioritários.

05

121 15:49 15:51 02 Comunica a um funcionário que fique alertapara possível coleta de sangue urgente.

02

122 15:51 15:56 05 Visita pctes. que requerem cuidadosprioritários e verifica o estado geral deles.

05

123 15:56 15:58 12 Comunica à funcionária que o soro estáterminando e que troque a roupa de cama dopcte.

05

124 15:58 16:08 12 Anota no caderno de intercorrências daenfermagem a evolução dos pctes. querequerem tratamento prioritário durante odia e as pendências que ficam.

09

FINAL DO TURNO DE TRABALHO DO ENFERMEIRO

Tempo total de Tempo total de assistênciaassistência (min.) [514 ] efetiva (min.) [ 434 ]

8h34min. 7h14min.

Índice de Assistência Efetiva = 84,43%

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5.2.3 Diagramação das operações que envolvem tratamento de informação e tomada de

decisão

Neste item, serão representadas em diagramas de processo as atividades que foram

relacionadas anteriormente, de modo a apresentar maior especificidade nas operações

elementares que envolvem processos mentais a partir de tomadas de decisão relacionadas à

supervisão executada pelo enfermeiro-chefe ou supervisor da unidade de internação em estudo.

Assim, na seqúência, são apresentados os significados dos símbolos utilizados para representar

esses processos operacionais e as respectivas atividades relacionadas.

Transporte

Verificação

Operação

Verificação / Operação

Fim

FIM

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ATIVIDADE 1: Lê o livro de intercorrências, no qual constam duas internações de pacientescirúrgicos por falta de vaga na clínica cirúrgica.

Vai para a sala de enfermagem do hospital.

Lê todas as informações registradas no livro de intercorrências.

Anota que há necessidade de realização de duas internações de pacientescirúrgicos por falta de vaga.

Anota que há uma paciente com hiperglicemia e o controle periódicode glicemia desta.

Assina confirmando o ciente.

Vai para a unidade.

FIM

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144

ATIVIDADE 4: Define a escala de atribuições da equipe de enfermagem: higiene e conforto,administração de medicamentos, curativos, evolução de enfermagem (sinais vitais) e funçõesgerais.

Vai para a sala de enfermagem.

Verifica e avalia a escala de plantão dos funcionários de enfermagem.

Determina os pacientes prioritários a serem assistidos primeiro no banho.

Delega para uma funcionária a administração de medicamentos e higiene econforto, a qual será auxiliada por outra funcionária que também fará oscurativos.

Determina para outras duas funcionárias as evoluções de enfermagem, verificaos sinais vitais dos pacientes, conferindo o estado geral dos sinais e o confortodestes, e verifica as funções gerais que serão também cumpridas por essasfuncionárias.

Registra as atribuições na escala de atribuições diárias delas.

Comunica aos funcionários as atribuições de cada um.

Sai da sala e se dirige aos quartos.

FIM

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145

ATIVIDADE 9: Confere o pedido de exames e verifica nos prontuários as novas solicitaçõesda noite anterior.

Vai para o posto de atendimento.

Verifica os pedidos de exames para o dia.

Lê e verifica os pedidos de exames nas prescrições de todos os pacientes.

Vai para os quartos dos pacientes que têm exames.

ATIVIDADE 14: Liga para a clínica cirúrgica do SUS pedindo urgentemente vaga para umdos pacientes cirúrgicos que se encontram na clínica médica e consegue a vaga.

Vai para o telefone.

Liga para a clínica cirúrgica.

Solicita uma vaga para um paciente que é cirúrgico e que foi provisoriamenteinternado na clínica médica.

Comunicam-lhe a existência da vaga solicitada.

Decide imediatamente preparar o paciente que deverá ser transferido para aclínica cirúrgica.

Desliga o telefone.

FIM

FIM

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146

ATIVIDADE 26: Recebe um paciente que veio do CTI e o encaminha ao quarto, auxiliandona sua transferência para o leito; avalia o estado geral dele, instala o oxigênio no vácuo doquarto e confere a endoscopia marcada.

Vai para o posto de atendimento.

Chega um paciente do CTI.

Chama dois funcionários para receber o paciente.

Com os funcionários transporta o paciente para o quarto.

Transporta o paciente da maca para a cama, com o auxílio dos funcionários.

Avalia o estado geral do paciente (sinais vitais, oxigênio, etc.).

Recebe as informações necessárias sobre o paciente, que são fornecidas pelofuncionário do CTI que o trouxe.

Vai para o posto de atendimento.

Lê a evolução de enfermagem do paciente.

Determina os cuidados que serão prestados ao paciente e as prioridades.

Confere o pedido para a endoscopia já marcada.

Liga para o setor de endoscopia e verifica o horário do exame.

Repassa para a escriturária as informações sobre o paciente.

Avisa a equipe de enfermagem sobre os cuidados a serem prestados a estepaciente.

FIM

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147

ATIVIDADE 28: Faz pedidos à farmácia de medicamentos prescritos para os pacientes atéesse horário.

Vai para o posto de atendimento.

Lê as prescrições de todos os pacientes da unidade.

Verifica e registra na folha de pedido de medicamentos as medicações prescritaspara um dia dos pacientes que tiveram prescrição até este horário.

Guarda os pedidos para enviá-los à farmácia.

ATIVIDADE 41: Visita um paciente que chegou da ultra-sonografia e avalia seu estado gerale seus sinais vitais.

Vai para o quarto do paciente.

Verifica e avalia os sinais vitais desse paciente (pressão arterial, pulso erespiração).

Avalia outros sinais que o paciente possa apresentar, tais como angústia, falta desono, agitação, falta de ar, etc.

Sai do quarto para o posto de atendimento.

FIM

FIM

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148

ATIVIDADE 43: Visita um paciente oncológico e supervisiona a administração de medicaçãoendovenosa realizada pela funcionária.

Vai para o quarto do paciente.

Observa e verifica o estado do paciente.

Supervisiona a administração de medicamento por via endovenosa, realizada poruma funcionária da enfermagem.

Sai do quarto.

ATIVIDADE 50: Recebe ligação de uma funcionária que pede para chegar às 16 horas emvez de chegar às 13 horas. Nega esse pedido, visto que a unidade está sobrecarregada e afuncionária deveria avisar com antecedência.

Vai para o telefone.

A funcionária que inicia sua jornada às 13 horas pede para chegar às 16 horasdevido aproblemas familiares.

Decide que não poderá atendê-la, justificando que esse tipo de pedido deve serfeito com antecedência e que a unidade encontra-se lotada.

A funcionária insiste em seu pedido.

Nega definitivamente o pedido.

FIM

FIM

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149

ATIVIDADE 51: Avalia o soro de duas pacientes (leitos 12-1 e 12-2) e verifica que umadelas está fora de veia e o soro está passando para o tecido intersticial.

Vai para o quarto 12 (Medicina Interna).

Observa e verifica o acesso venoso da primeira paciente (12-1) e dialoga comela.

Aproxima-se da outra paciente (12-2), observa e verifica também seu acessovenoso.

Dialoga com o paciente em busca de informações que contribuam para ummelhor planejamento e execução dos cuidados que ela deverá receber.

Sai e vai para outro quarto.

ATIVIDADE 58: Visita um paciente prioritário e o supervisiona, verificando os cuidados quelhe foram prestados (alimentação por sonda, banho de leito e conforto).

Vai para o quarto de paciente prioritário.

Observa, verifica e avalia os cuidados de higiene e conforto, alimentação, etc.,prestados a este paciente pela equipe de enfermagem.

Verifica o estado geral atual do paciente em busca de sinais que contribuam paraprestar-lhe um atendimento melhor.

Deixa o paciente confortável.

Vai para o posto de atendimento.

Verifica no prontuário do paciente o registro dos cuidados que foram prestados aele.

Anota na evolução de enfermagem o estado geral do paciente.

FIM

FIM

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150

ATIVIDADE 62: Administra e avalia uma sondagem vesical (feminina) de demora (6-2),registra 1,500 cc de urina coletada.

Vai para o quarto da paciente levando o material a ser utilizado na sondagemvesical.

Orienta a paciente sobre o procedimento a ser realizado.

Expõe o material sobre uma mesa e aproxima a cama da paciente.

Pede para a paciente ficar em posição ginecológica expondo a região genital.

Abre o pacote de cateterismo preservando a assepsia.

Organiza o material no campo fenestrado com o auxílio da pinça.

Realiza procedimento preservando os princípios de assepsia e dá seqüência a ele.

Mede a quantidade de urina coletada.

Leva o material utilizado para a sala de expurgo e despreza e/ou lava o materialutilizado.

Registra no controle de diureses e evolução de enfermagem os 1,500 cc de urinacoletada no momento em que foi realizada a sondagem.

FIM

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151

ATIVIDADE 80: Confere os dados das diureses que são informados pelos funcionários e fazbalanço do período da manhã, tomando nota na evolução de enfermagem.

Vai para o posto de atendimento.

Lê as informações registradas nas folhas de controle de diureses dos pacientesque têm este controle prescrito.

Realiza o balanço do período da manhã (até às 13 horas).

Registra na evolução de enfermagem as diureses dos pacientes que têm estecontrole prescrito.

Sai e dirige-se aos quartos dos pacientes.

ATIVIDADE 82: Visita os leitos dos pacientes que requerem cuidados prioritários (1-2, 2-2,5-2, 7-1, 10-1, 10-2, 11-1, 13-2, 14-1, 14-2 e 15-2) e avalia alguns cuidados que lhes foramprestados pelos funcionários.

Vai para o quarto de um dos pacientes (1-2).

Observa-o e dialoga com ele, verificando seu estado.

Dirige-se para o quarto 2 (2-2).

Avalia o estado geral deste paciente e os cuidados que lhe foram prestados.

Dirige-se para o quarto 5 (5-2).

FIM

A

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152

Avalia a incisão e sinais e sintomas da paciente no pós-operatório.

Dirige-se para o quarto 7 (7-1).

Observa e avalia o curativo que foi feito na perna esquerda do paciente.

Dirige-se para o quarto 10.

Conversa com o paciente (10-1) e verifica os seus sintomas.

Aproxima-se do paciente (10-2) e avalia o estado neurológico e os reflexospresentes nele (paciente referia não sentir as pernas).

Dirige-se para o quarto 11 (11-1).

Verifica e avalia a posição do paciente e os cuidados que lhe foram prestados.

Dirige-se ao quarto 13 (13-2).

Avalia o estado geral do paciente e os sinais que ele apresenta.

Dirige-se para o quarto 14.

Avalia o estado geral do paciente (14-1) e o acesso venoso.

Conversa com a paciente (14-2), tranqüilizando-a sobre as dúvidas que elapossui em relação à doença.

Vai para o quarto 15 (15-2).

Avalia o estado geral da paciente e os cuidados que lhe foram prestados.

FIM

A

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153

ATIVIDADE 83: Avalia a evolução de úlcera varicosa de uma paciente durante odesenvolvimento do curativo.

Vai para o quarto da paciente.

Observa as características da úlcera.

Avalia a evolução da úlcera da paciente

.

Supervisiona a forma como está sendo feito o curativo.

Orienta a funcionária que está fazendo o curativo sobre a importância dairrigação com soro nesse tipo de ferida.

Sai do quarto.

ATIVIDADE 91: Avalia curativo de coto do membro inferior esquerdo de um paciente feitopor funcionária.

Vai para o quarto do paciente.

Observa as características do curativo realizado.

Avalia e verifica a forma da bandagem que foi feita.

Orienta o paciente em relação aos cuidados com o curativo feito.

Sai do quarto.

Orienta a funcionária sobre a forma correta de bandagem de coto na perna.

Registra a avaliação no seu controle individual sobre o desempenho destafuncionária, ressaltando a necessidade de ela realizar treinamento e reciclagemsobre bandagens.

FIM

FIM

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154

ATIVIDADE 98: Orienta família sobre doença de uma paciente com úlcera varicosa (4-2) esobre os cuidados necessários.

Chama a família que está visitando a paciente (4-2).

Dialoga com os familiares sobre o estado geral da paciente tentando obterinformações sobre o ambiente socioeconômico e familiar onde ela vive.

Estimula os familiares a questionarem sobre suas dúvidas a respeito da doençada paciente.

Esclarece aos familiares dúvidas a respeito da doença da paciente.

Informa os familiares dos cuidados a serem prestados por eles com relação àpaciente, orientando-lhes sobre como proceder com a alimentação desta e comofazer a higiene da ferida.

Coloca-se à disposição dos familiares no esclarecimento de possíveis dúvidas.

ATIVIDADE 107: Esclarece dúvidas de familiares de um paciente (15-2) com câncer delaringe sobre os cuidados que deverão ter com a evolução da doença.

Atende a chamado de familiares de paciente (15-2).

Dialoga com familiares sobre o estado geral do paciente.

Conversa com familiares sobre a doença do paciente.

Orienta os familiares desse paciente sobre os cuidados que deverão ter com ele esobre a evolução da doença.

Pede para os familiares conversarem com o paciente para que ele aceite arealização da traqueotomia que, no seu caso, ajudará no tratamento e narecuperação da doença.

Coloca-se à disposição dos familiares em relação a qualquer esclarecimento arespeito dos cuidados que deverão ter com o paciente quando for para casa (tipode alimentação, cuidado com a cânula de traqueotomia, etc.).

Dirige-se para o posto de atendimento.

FIM

FIM

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155

ATIVIDADE 110: Visita um paciente prioritário e avalia seu estado geral, o curativo dasubclávia e a sonda nasogástrica, e faz a troca do soro que está terminando.

Dirige-se para o quarto da paciente (2-2).

Observa e avalia o curativo da subclávia feito por uma funcionária.

Verifica e avalia a sonda nasogástrica (permeabilidade, posição, etc.).

Verifica e avalia a passagem do soro, identificando que este terminou.

Troca o soro para a passagem do próximo frasco de soro.

Confere a posição do paciente e verifica se ele está confortável.

Dirige-se para o posto de atendimento.

ATIVIDADE 115: Confere e supervisiona as prescrições e os respectivos aprazamentos.

Vai para o posto de atendimento.

Lê e verifica as prescrições médicas e o aprazamento destas.

Discute com a escriturária sobre alguns aprazamentos que foram feitos.

Organiza as prescrições, arquivando-as em prancheta específica.

FIM

FIM

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156

ATIVIDADE 116: Supervisiona o cumprimento da administração de medicamentos das 16horas.

Vai para o posto de atendimento.

Lê as prescrições de medicamentos.

Verifica a administração de medicamentos das 16 horas.

Vai para os quartos dos pacientes.

Visita rapidamente os pacientes para os quais havia sido prescrita a medicaçãoneste horário.

Verifica com os pacientes se foram administrados os medicamentos prescritospara este horário.

Dirige-se para o posto de atendimento.

ATIVIDADE 117: Supervisiona o cumprimento das atividades da equipe de enfermagem doturno da tarde com relação às funções de higiene e conforto dos pacientes, e seus sinais vitais.

Vai para os quartos dos pacientes.

Observa e verifica os cuidados de higiene e conforto executados pelosfuncionários do turno da tarde.

Avalia a verificação de sinais vitais dos pacientes realizada pela equipe deenfermagem do turno da tarde.

Verifica o cumprimento das funções executadas pela equipe de enfermagem daunidade.

Dirige-se para o posto de atendimento.

FIM

FIM

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ATIVIDADE 120: Supervisiona as evoluções dos pacientes que necessitam de cuidadosprioritários.

Vai para o posto de atendimento.

Lê as evoluções de enfermagem dos pacientes prioritários desenvolvidas pelosfuncionários.

Confere alguns dados registrados pelos funcionários.

Complementa as evoluções de enfermagem dos pacientes prioritários a partir dasobservações e atendimentos supervisionados e/ou executados por ela.

ATIVIDADE 124: Registra no caderno de intercorrências de enfermagem a evolução dospacientes prioritários durante o dia e as pendências que ficam.

Dirige-se para a sala de enfermagem.

Anota no caderno de intercorrências de enfermagem os principaisacontecimentos do dia.

Anota a evolução dos pacientes mais prioritários (2 pacientes) e os principaiscuidados que deverão receber.

Deixa anotado que faltou realizar a visita médica a um paciente e a prescrição dotratamento desse paciente.

Anota o horário que deixou a unidade.

Vai marcar o cartão de ponto.

FIM

FIM

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158

5.2.4 Modelagem do processo cognitivo na supervisão da assistência em enfermagem

Para finalizar a análise em questão, são apresentadas as modelagens cognitivas dos

processos mentais de tratamento de informação das operações das atividades executadas pelo

enfermeiro em tempo real. Dessa forma, pretende-se mostrar, por meio de uma representação

gráfica, o que estaria se passando na mente desse profissional quando ele toma decisões,

associa informações, cria algoritmos e/ou heurísticas na resolução de problemas e utiliza as

informações armazenadas nas memórias de longo, meio e curto termo, com base em

experiências passadas associadas ao trabalho.

Para a apresentação dessa modelagem, são utilizados símbolos preestabelecidos, que

representam processos cognitivos de tratamento de informação que poderiam estar sendo

processados mentalmente na memória de trabalho do enfermeiro durante a execução de

atividades relacionadas principalmente à supervisão da assistência em enfermagem em tempo

real.

As simbologias de representação obedecem aos seguintes significados:

Processamento

Processamentos simultâneos

Decisão

Alternativa

TérminoFIM

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Pergunta ao pessoal de enfermagem napassagem de plantão sobre os pacientescríticos e sobre os pacientes cirúrgicosadmitidos durante a noite.

Lembra dos dados e os interpreta, edelega funções aos funcionários queprestarão cuidados a esses pacientes.

Realiza visita aos pacientes críticos eaos pacientes cirúrgicos, verificandoproblemas e/ou necessidades dessespacientes.

SIMNÃO

5.2.4.1 Modelagem da exigência cognitiva no planejamento da supervisão da assistênciaem enfermagem

NÃO SIM

NÃO SIM

Figura 5.5 - Modelagem cognitiva do processo “Lê todas as informações registradas no livro deintercorrências” (Atividade nº 01)

Lê, discrimina e interpreta os dadosrelacionados aos cuidados prestados apacientes críticos e a pacientes cirúrgicos queforam internados nesta clínica.

Estão certosos dados?

Lê no prontuário do paciente os dadosrelacionados à sua evolução e recebeinformações na passagem de plantão.

Verifica os dados “errados” nasdiversas fontes (auxiliar deenfermagem do plantão, prontuário,etc.).

Estãocertos osdados?

Confronta esses dados e os relacionacom as prescrições dos pacientes e comos familiares que ficaram com eles.

Estão certosos dados?

FIM

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Discrimina a escala deatribuições, de acordocom a rotatividade naatribuição de funções.

NÃO SIM

Figura 5.6 - Modelagem cognitiva do processo “Verifica e avalia a escala de plantão dos funcionáriosde enfermagem” (Atividade nº 4.1)

Todos osfuncionários

vieram trabalhar?

Delega funçõesoperacionais paracada funcionário.

Associa informações emrelação às potencialidadesno desenvolvimento dastarefas de cada funcionário.

Formula hipóteses relacionadasao cumprimento de tarefas eeficiência dos funcionários nasfunções a serem desenvolvidas.

Associa resultados esperadosdos funcionários a situaçõesanteriores.

Associa mentalmente situaçõessimilares em relação ao fato deas atividades serem executadascom menor número defuncionários.

Formula hipóteses relacionadasà atribuição de funções commenor número de funcionários,tentando manter a qualidade nocuidado.

Discrimina os cuidados de rotina e oscuidados prioritários com ospacientes da clínica.

Estima hipoteticamente a carga detrabalho da equipe de enfermagem.

Discrimina e prioriza a suaparticipação nos cuidados prioritáriosa serem prestados aos pacientes

Detecta a importância de suasupervisão durante sua jornada detrabalho.

Verifica a escala de plantão dosfuncionários de enfermagem.

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NÃO SIM

Figura 5.7 - Modelagem cognitiva do processo “Lê e verifica os pedidos de exames nas prescrições detodos os pacientes” (Atividade nº 9.2)

Lê os pedidos dos pacientes quetêm solicitação de exames.

Tem pedidode exames?

Lê e confere os dados do paciente.

Associa mentalmente asinformações em relação aoscuidados para cada tipo de exame.

Discrimina os cuidados a seremprestados para a realização decada exame.

Formula hipóteses relacionadas àreação dos pacientes napreparação para a realização dosexames.

Discrimina estratégias a seremadotadas em situaçõesimprevistas.

Discrimina os cuidados a seremprestados relacionados àreabilitação do paciente.

Discrimina os cuidados a seremprestados de acordo com asprioridades dos pacientes.

Formula hipóteses relacionadas aosresultados da evolução dospacientes diante dos cuidadosrecebidos.

Sincroniza as suas atividades tentandomanter um equilíbrio no atendimento aospacientes da unidade.

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NÃO SIM

SIM

NÃO

NÃO

SIMSIM NÃO

Interpreta e discrimina os dadosobtidos e mentalmente associainformações relacionadas aoscuidados a serem prestados apaciente, segundo osconhecimentos científicos quepossui.

Associa, relaciona e fazinferências baseadasem casos semelhantesjá vivenciados.

Figura 5.8 - Modelagem cognitiva do processo“Determina os cuidados que serão prestados ao paciente e

as prioridades” (Atividade nº 26.2)

Discrimina e interpreta os dados relacionados a problemas e/ounecessidades que o paciente apresenta, segundo a passagem deplantão.

Estes dadossão

suficientes econfiáveis?

Lê, confere e detecta osdados da evolução e aprescrição médica.

Estes dadossão

suficientes?

Lê e detecta os dados daúltima evolução deenfermagem do paciente.

Estes dadossão

suficientes?Discrimina mentalmente os cuidados queserão prestados ao paciente ressaltandoas prioridades de seu atendimento.

Tem outropaciente a ser

assistido?

FIM

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NÃO SIM

Figura 5.9 - Modelagem cognitiva do processo “Dialoga com os familiares sobre o estado geral dapaciente tentando obter informações sobre a situação socioeconomica dela” (Atividade nº 98.1)

Detecta informaçõesrelacionadas à doença do

paciente.

Associa situações semelhantese determina informações quepodem auxiliar no cuidadoprestado ao paciente.

Consegue obterinformações que

auxiliarão no cuidado?

Associa mentalmente asinformações transmitidas pelosfamiliares com a doença dopaciente.

Cria interferências em relação àsinformações adquiridas associando seusconhecimentos anteriores sobre adoença com a prescrição da paciente.

Formula hipóteses relacionadasaos resultados obtidos atravésdos cuidados a serem prestadosao paciente.

Discrimina novas estratégias noatendimento ao paciente.

Associa mentalmente situaçõessemelhantes na relação com afamília do paciente.

Cria novas estratégias emrelação à inter-relação com osfamiliares, modificando suacomunicação com eles.

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5.2.4.2 Modelagem da exigência cognitiva na coordenação e liderança da equipe deenfermagem

Figura 5.10 - Modelagem cognitiva do processo “Determina para as outras duas funcionárias asevoluções de enfermagem (sinais vitais, estado geral, sinais e conforto dos pacientes) e outras funções

que serão também cumpridas por elas” (Atividade nº 4.2)

Verifica escala de atribuições de dias anteriores.

Lembra e discrimina as potencialidades ehabilidades dos funcionários.

Formula hipóteses relacionadas à atribuição de funçõestentando manter a qualidade no cuidado prestado ao paciente.

Delega funcionárias para verificação de sinais vitais e identificaçãodo estado geral do paciente e respectivo registro na evolução deenfermagem.

Associa dados em relação aodesenvolvimento de tarefas dosfuncionários que podem seratribuídos para essa função.

Discrimina 2 (dois) auxiliares de enfermagemque executarão as evoluções de enfermagem(verificação de sinais vitais, estado geral, algumsinal e conforto dos pacientes) e outras funçõesimprevistas.

Executa bemessa função.

Às vezesexecuta bemessa função.

Poucas vezesexecutou bemessa função.

Associa mentalmentesituações similares jávivenciadas na atribuição defunções.

Discrimina habilidades ecompetências particulares dasfuncionárias escolhidas paraessa função.

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Discrimina atribuiçõesde acordo com a cargade trabalho real.

NÃO SIM

Figura 5.11 - Modelagem cognitiva do processo “Comunica a equipe de enfermagem sobre oscuidados a serem prestados a um paciente” (Atividade nº 26.3)

Lembra a escala de plantão dosfuncionários de enfermagem.

Todos osfuncionários

vieram trabalhar?

Formula hipóteses relacionadasao cumprimento das tarefas eeficiência do funcionário naexecução das funções a seremdelegadas.

Associa informações em relaçãoàs potencialidades e habilidadesno desenvolvimento das tarefas

de cada funcionário.

Delega funções operacionaispara o funcionário que assistiráo paciente.

Associa resultados esperadosdo funcionário a situaçõesanteriores.

Associa mentalmente situaçõessimilares em relação àsatividades a serem executadascom menor número defuncionários.

Formula hipóteses relacionadasà atribuição de funções commenor número de funcionários,tentando manter a qualidade docuidado prestado.

Discrimina os cuidados aserem prestados ao paciente,de acordo com a prioridadeem tempo real

Estima hipoteticamente a carga detrabalho da equipe deenfermagem.

Discrimina e prioriza a suaparticipação nos cuidados prioritáriosa serem prestados ao paciente.

Detecta a importância de suasupervisão durante a execução deatividades delegadas ao funcionário.

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NÃO SIM

Figura 5.12 - Modelagem cognitiva do processo “Orienta a funcionária que está fazendo o curativosobre a importância da irrigação com soro nesse tipo de ferida” (Atividade nº 83.3)

Lê a prescrição médica do paciente everifica a indicação de curativo paraele.

Está realizando ocurativo

corretamente?

Associa mentalmente informaçõessobre feridas e tipos de curativos.

Formula hipóteses relacionadas àevolução da ferida e aodesenvolvimento do curativo a serfeito pela funcionária.

Associa mentalmente situaçõessimilares em relação à evoluçãode feridas e tipos de curativosrealizados.

Confere e avalia a execução do curativo.

Discrimina a evolução da ferida.

Detecta a importância de sua supervisãodurante a execução do curativo.

Determina o tipo e a forma de se fazer ocurativo da ferida varicosa do paciente.

Presença desecreção purulenta

Presença de tecidoneo-subcutâneo e

sem secreção.

Presença de secreçãotransparente(exsudado)

FIMFala para a funcionária sobre o tipo decurativo a ser feito nesse tipo de ferida:deve-se utilizar uma seringa de 20 cc,irrigando a hiato e limpando bem toda asecreção existente com ajuda de uma gazeestéril.

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Pergunta ao pessoal deenfermagem queassistiu esses pacientesqual foi a evoluçãodeles perante oscuidados recebidos

Interpreta e discriminamentalmente informações,associando-as aos motivospara o não-cumprimentodos cuidados que deveriamter sido oferecidos.

NÃO SIM

Figura 5.13 - Modelagem cognitiva do processo “Anota a evolução dos pacientes mais prioritários (2pacientes) e os principais cuidados que deverão receber” (Atividade nº 124.1)

Verifica os cuidados que foram prestados aos doispacientes mais prioritários do dia.

Todos oscuidados foram

prestados?

Confronta e relacionaesses dados comsuas observaçõessobre a assistênciaprestada.

Detecta os cuidados prioritáriosque não foram realizados.

Formula hipóteses relacionadasao cumprimento e à eficiênciados funcionários da tarde naexecução das funções a seremdesenvolvidas.

Associa mentalmente todas as informações obtidasem relação às tarefas executadas.

Lê e interpreta a prescrição médica de doispacientes prioritários.

Discrimina a continuidade doscuidados a serem prestados duranteo transcorrer do dia.

Fixa informações de referência sobre acompetência e responsabilidade dosfuncionários que não executarameficientemente suas funções.

Formula hipóteses relacionadas à faltade responsabilidade por parte daequipe de enfermagem no que dizrespeito ao cumprimento de suasfunções.

Relaciona e faz inferênciasno que se refere à dinâmicado trabalho desenvolvidopelos funcionários duranteesse período.

FIM

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168

Discrimina habilidades ecompetências de cadafuncionário já conhecidas porele.

5.2.4.3 Modelagem da exigência cognitiva no controle e avaliação da supervisão daassistência em enfermagem

NÃO SIM

Figura 5.14 - Modelagem cognitiva do processo “Registra as atribuições na escala” (Atividade nº 4.3)

Verifica escala de plantão do pessoal deenfermagem do turno da manhã.

Todos osfuncionários

vieram trabalhar?

Associa mentalmente situaçõesvivenciadas em relação à distribuiçãode atividades de enfermagem commenor número de funcionários.

Determina mentalmente quefunções poderiam seratribuídas para cadafuncionário.

FIM

Associa informações em relação àscompetências e potencialidades nodesenvolvimento de atividadesassistenciais de cada funcionário.

Formula hipóteses relacionadas àatribuição de funções e organizaçãodo trabalho de enfermagem commenor número de funcionários.

Determina a atribuição de funçõespara cada funcionário.

Detecta a importância de suasupervisão para verificar ocumprimento das funções assistenciaispor parte dessa equipe.

Formula hipóteses relacionadas aocumprimento das tarefas e à eficiênciada equipe de enfermagem naexecução de funções assistenciaisneste período (manhã).

Registra as atribuições dosfuncionários em uma folha branca.

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169

NÃO SIM

Figura 5.15 - Modelagem cognitiva do processo “Verifica e avalia os sinais vitais do paciente(temperatura, pressão arterial, pulso e respiração)” (Atividade nº 41.1)

Os sinais vitais dopaciente estão nosíndices normais?

Determina ações de enfermagem associadas aorestabelecimento dos níveis normais dos sinaisvitais.

Verifica os sinais vitais do paciente(temperatura, pressão arterial, pulso erespiração).

Formula hipóteses relacionadas à reação dopaciente diante das prováveis atitudes tomadas.

Discrimina informações relacionadasaos sinais e sintomas apresentadospelo paciente.

Registra os valores dos sinais vitaisverificados na evolução de enfermagemdo paciente.

Discrimina mentalmente as atividadesassistenciais a serem prestadas aopaciente.

FIM

Lê no prontuário os dados relacionados ao motivoda internação do paciente e os interpreta.

Associa mentalmente todas asinformações relacionadas ao motivo dainternação e à evolução do paciente.

Registra na evolução de enfermagem as atitudestomadas.

Discrimina os índicesanormais dos sinais vitais eos relaciona mentalmentecom o estado atual dopaciente.

Infere dados relacionadosa atitudes imediatas aserem tomadas nesse tipode situação.

Comunica a equipe de enfermagem sobre oscuidados relacionados ao controle contínuo dossinais vitais do paciente.

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170

Verifica e avalia a execução da administração demedicamento por via endovenosa.

Associa fatos e informações em relação àhabilidade e à destreza na execução dessafunção por esse funcionário.

Associa informações sobre as habilidades eresponsabilidade dos funcionários naexecução de funções.

Discrimina informações relacionadas àscompetências e habilidades de umfuncionário que administraria ummedicamento por via endovenosa.

Formula hipóteses relacionadas à administração demedicamento por via endovenosa com base emsituações vivenciadas.

NÃO SIM

Figura 5.16 - Modelagem cognitiva do processo “Supervisiona a administração de medicamento porvia endovenosa, realizada por uma funcionária da enfermagem” (Atividade nº 43.2)

Discrimina informações relacionadas àscompetências e habilidades desse funcionário.

Relaciona mentalmente essa situação a fatosanteriores sobre o desenvolvimento dessafunção.

O funcionário estádesenvolvendobem sua tarefa?

FIM

Lembra as atribuições delegadas aos funcionários.

Cria informações referenciais, relacionadas àscompetências do funcionário na execuçãodessa atividade.

Associa essa vivência às situações jáexperimentadas por esse funcionário naexecução dessa atividade.

Faz inferências relacionadas ao contexto totalsobre as competências e habilidades dessefuncionário.

Determina mentalmente estratégias para corrigir e/ oueliminar qualquer opção de erro no desenvolvimentodessa função.

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171

Discrimina informaçõesrelacionadas a cuidadosque foramsupervisionados durante ajornada de trabalho.

NÃO SIM

NÃO

Figura 5.17 - Modelagem cognitiva do processo “Observa, verifica eavalia os cuidados de higiene e conforto, alimentação, etc., prestados aesse paciente por parte da equipe de enfermagem” (Atividade nº 58.1)

Determina estratégias paracorrigir o não-cumprimentode atividades assistenciaisque coloca em risco a vidado paciente.

Lê o prontuário do paciente certificando-se do diagnóstico médicoe das prescrições em relação a seu tratamento e evolução dadoença que foi o motivo de sua internação.

Foram feitos oscuidados com

eficiência?

Faz inferências emrelação às reações dospacientes ante oscuidados recebidos.

Associa informações em relaçãoao cumprimento de todas asatividades direcionadas ao cuidadodo paciente.

Formula hipóteses relacionadas à reaçãodo paciente, que se refletirão na evoluçãoda doença e na pronta recuperação deste.

Associa resultados obtidos com aassistência prestada.

Discrimina os cuidados quedeveriam ter sido realizados comrelação ao paciente: higiene econforto, alimentação, etc.

Delega à equipe de enfermagem oscuidados que não foram feitos, eparticipa dessa tarefa.

Redefine medidasimediatas tentandocumprir com oatendimento que deveriater sido realizado aopaciente.

Discrimina e prioriza a suaparticipação nos cuidados prioritários aserem prestados ao paciente.

Todos os cuidadosforam prestados ao

paciente?

Elabora estratégias mentalmente, quedarão continuidade à assistência.

FIM

Faz inferências na dinamicidadedas atividades que foramexecutados pelo funcionáriodurante a jornada de trabalho.

Formula hipóteses relacionadas ajustificativas prováveis por parte dopessoal da enfermagem em relaçãoao não-cumprimento de suasatividades assistenciais.

SIM

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172

NÃO SIM

NÃO

Figura 5.18 - Modelagem cognitiva do processo “Verifica no prontuário do paciente o registro doscuidados que foram prestados a ele” (Atividade n° 58.2)

O paciente recebeu oscuidados necessáriosdurante a jornada de

trabalho do enfermeiro?

Formula hipóteses relacionadas àjustificativa por parte do pessoal daenfermagem no que diz respeito aonão-cumprimento de suas atividadesassistenciais.

Faz associações mentais emrelação aos registros do prontuárioe às suas observações durante operíodo de trabalho.

Cria mentalmente hipótesesrelacionadas aos cuidados que serãoprestados pela próxima equipe deenfermagem e à reação do paciente.

Discrimina informações relacionadasàs intercorrências surgidas durante operíodo da manhã com algunspacientes.

Lê a evolução de enfermagem dofuncionário e o registro da medicaçãorecebida pelo paciente.

Discrimina e determina a seqüênciados cuidados que deverão serprestados ao paciente durante aspróximas horas.

FIM

Lembra os cuidados que deveriam ter sidoprestados aos pacientes.

Associa alguns fatos relacionados aimprevistos que interferiram naassistência ao paciente.

Faz inferências em relação àmultiplicidade de atividades que foramexecutadas pelo funcionário da manhã.

Discrimina os cuidados quedeveriam ter sido realizadospara tratamento do paciente.

Foram prestadosrealmente todos os

cuidados?

Determina estratégias para corrigir a falta deatendimento ao paciente a partir da definição demedidas imediatas, tentando cumprir com oatendimento que deveria ter sido prestado a este.

Delega para a equipe de enfermagem oscuidados que não foram prestados aopaciente, e participa dessa tarefa.

SIMNÃO

FIM

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Discrimina cuidados a seremrealizados para o cumprimento dessafunção por parte do pessoal deenfermagem.

Lembra rotinas preestabelecidaspara esse tipo de controle.

NÃO

Figura 5.19 - Modelagem cognitiva do processo “Realiza o balanço da diurese dos pacientes comprescrição do período da manhã” (Atividade nº 80.2)

Lê as prescrições médicas nos prontuários eidentifica os controles de diureses prescritos paraalguns pacientes.

Discrimina paciente que temprescrição de diurese.

Não tem prescritocontrole de diurese. Tem prescrito

controle de diurese.

Determina outros cuidadosassociados à sua prescriçãomédica para este dia.

Foi feito o controlede diureses

corretamente?

FIM

Descrimina mentalmenteinformações relacionadas a umcontrole eficiente de diurese.

Associa essas informaçõesa situações vivenciadasnesse tipo de pacientes.

Lê e confere as informações registradas nafolha de diurese do paciente

Discrimina mentalmenteinformações relacionadas àexecução desse controle por partedo pessoal de enfermagem.

Associa essas informações afatos observados durante ajornada de trabalho.

Determina a continuidade desse tipo decontrole direcionado ao pessoal deenfermagem do próximo turno.

Lembra de situações imprevistasque poderiam ter influenciado nodesenvolvimento dessa atividadepor parte do pessoal deenfermagem.

Relaciona esses fatos àineficiência dodesenvolvimento dessaatividade.

Define ações imediatas direcionadasao cumprimento dessa função nospróximos períodos de trabalho.

Delega para a funcionária responsável por essaatividade a execução desse controle e a realizajunto com a funcionária, tentando lembrar deinformações que se assemelhem aos dados reaisdesse controle.

SIM

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NÃO SIM

Figura 5.20 - Modelagem cognitivado processo “Avalia o estado geral

do paciente e os cuidados que foramprestados a ele” (Atividade n° 82.2)

Lê, discrimina e interpreta as informações da prescriçãoe o diagnóstico médico do prontuário do paciente.

Determina estratégias deatendimento ao paciente para aspróximas horas.

Discrimina cuidados que deveriamter sido prestados ao paciente.

Armazena informações relacionadasaos cuidados que já foram prestadosao paciente e aos que deverão serprestados posteriormente.

FIM

Discrimina informaçõesrelacionadas a dadosregistrados no prontuário.

Associa essas informações àssuas observações e aos dadosfornecidos pelos familiares emrelação ao motivo da internaçãodo paciente.

Foram prestados oscuidados ao paciente de

acordo com o seuestado?

Discrimina informações emrelação aos cuidadosdeterminados mentalmentepara esse paciente.

Infere este em relação àefetividade nodesenvolvimento dos cuidadospor parte da equipe deenfermagem.

Verifica o estado geral do paciente a partir deobservações realizadas durante a jornada detrabalho.

Determina estratégias para um cuidado maiseficiente e adequado com relação à evolução dopaciente.

Delega para a equipe de enfermagem oscuidados que não foram realizados ou quetenham sido desenvolvidos de maneirainsuficiente.

Formula hipóteses relacionadas às habilidades ecompetências da equipe nesse turno de trabalho.

Determina mentalmente estratégias em situaçõessemelhantes que possam surgir tentando diminuire/ou eliminar “os erros” ocorridos.

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NÃO SIM

NÃO

SIM

Figura 5.21 - Modelagem cognitiva do processo “Verifica se foram administrados os medicamentosdeste horário para os pacientes” (Atividade nº 116.2)

Foram administrados osmedicamentos aos

pacientes?

Determina ações imediatas direcionadas aocumprimento dessa função

Relaciona mentalmente e faz inferênciassobre alguns fatos vivenciados durante ajornada de trabalho em relação a essa função.

Delega função para a funcionária responsávelpelo seu cumprimento e a executa junto com elade forma eficaz, tentando anular e/ou diminuirqualquer tipo de dano para o paciente.

Discrimina informações relacionadasaos diversos horários nos quais foramadministrados os medicamentos.

Discrimina mentalmente essa atividaderelacionando sua execução com asoutras atividades desenvolvidas pelofuncionário responsável.

Formula hipótese em relação àadministração de medicamentos emalguns pacientes que não conseguiuacompanhar.

FIM

Lê e interpreta no prontuário do paciente asinformações relacionadas à prescrição demedicamentos a ser realizada durante sua jornada detrabalho.

Associa mentalmente informaçõesrelacionadas à administração dosmedicamentos a pacientes que tinhamprescrição e à via de administração destes.

Relaciona o acontecimentode fatos a problemasimprevistos que alteram arotina.

Será que realmente todosos pacientes receberam

suas medicações?

Cria mentalmente raciocínios em relação aelaborar estratégias diante de situaçõessemelhantes.

Confere com alguns pacientes arealização dessa função.

Discrimina cuidados que darãocontinuidade a essa função.

Lembra de situações quesurgiram durante a jornada detrabalho, relacionado-as afatos que impediram ocumprimento dessa atividade.

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176

5.2.5 Análise cognitiva das atividades relacionadas com a supervisão da assistência emenfermagem

Uma vez apresentada a descrição das atividades que são desenvolvidas pelo enfermeiro

da clínica médica de um hospital de grande porte, a partir da observação no seu cotidiano de

trabalho – representado em diagramas de tipologia e freqüência das ocorrências no trabalho, e

em diagramas das operações que envolvem tratamento de informação e tomada de decisão –

chegou-se às modelagens do processo cognitivo na supervisão em enfermagem, e

posteriormente, a uma análise cognitiva das atividades relacionadas à supervisão da assistência

em enfermagem e executadas no dia-a-dia de trabalho desse profissional, com ênfase nas

atividades que envolvem tratamento de informações.

Dessa forma, a partir de seu perfil profissional, o enfermeiro faz parte de uma categoria

que lhe atribui, de acordo com a Lei do Exercício Profissional, muitos deveres, obrigações e

direitos que, somados ao seu perfil pessoal, determinam e executam suas funções de uma

maneira particular. Essa particularidade faz com que o atribuído legalmente (tarefa pré-escrita)

e o executado (atividade real) nem sempre se ajustem.

Na seqüência, será descrita a análise cognitiva das atividades de supervisão da

assistência em enfermagem. Essa análise foi dividida em: (1) atividades relacionadas com o

planejamento da supervisão da assistência em enfermagem; (2) atividades relacionadas com a

coordenação e liderança da equipe de enfermagem; e (3) atividades relacionadas com o

controle e avaliação na supervisão da assistência em enfermagem. Assim sendo, a referida

análise tem como base todos esses dados, que se juntam ao embasamento teórico descrito em

capítulos anteriores.

Inicialmente, destacam-se alguns aspectos observados de maneira geral em relação ao

trabalho do profissional enfermeiro:

- a organização da estrutura institucional é antiga, no entanto, é indefinida em

alguns itens;

- a tarefa que é desenvolvida pelo enfermeiro na clínica médica deste hospital

encontra-se direta e fortemente influenciada pela problemática institucional e

política da nação. Atualmente, uma instituição de saúde que atua na recuperação e

reabilitação do ser humano doente enfrenta muitos problemas ligados diretamente

à política de saúde; a realidade é muito alarmante, já que a falta de recursos

financeiros, humanos e materiais faz com que muitas instituições estejam em

condições precárias para prestar serviços de assistência à saúde;

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177

- as funções de planejamento, coordenação, organização, execução, avaliação e

controle da assistência de enfermagem são desenvolvidas por somente um

enfermeiro numa clínica médica, a qual possui 32 pacientes com motivos de

internação múltipla, muitos destes já em estado terminal da doença;

- ausência de uma organização administrativa, com vistas à qualidade da instituição

em seu conjunto;

- inadequada definição da organização administrativa do Departamento de

Enfermagem, que se reflete diretamente no processo assistencial desta clínica;

- não existe integração administrativo-assistencial entre os estagiários que realizam

estágio na clínica e o pessoal que nela trabalha;

- as funções de enfermagem ficam isoladas ante as funções médicas, existindo um

vínculo direcionado à subordinação e não à integração profissional diante da

assistência ao paciente;

- profissional de enfermagem com autonomia muito limitada, que impede a

execução de sua função de supervisão da assistência integral ao paciente desta

clínica;

- recursos materiais insuficientes no que diz respeito a equipamentos utilizados para

a assistência, materiais de uso contínuo, medicamentos, entre outros, impedindo o

cumprimento das funções do enfermeiro;

- os sistemas de informação são inadequados pela falta de recursos humanos;

- a definição de atribuições preestabelecidas pelo serviço de enfermagem não vai ao

encontro da realidade cotidiana da equipe da clínica médica;

- inadequada definição de cargos, que, segundo o organograma, se apresentam

centralizados;

- os turnos de trabalho do enfermeiro são muito longos: oito horas por dia, num total

de 40 horas semanais, mais um plantão mensal ou quinzenal de doze horas; o turno

adequado para um enfermeiro de clínica médica é de seis horas/dia, de segunda a

sexta, com um plantão mensal no final de semana de doze horas;

- os auxiliares de enfermagem desta clínica sentem-se muito cansados e

sobrecarregados de atividades; quatro funcionários no período da manhã não são

suficientes para garantir uma assistência adequada. De acordo com o

dimensionamento de pessoal calculado e descrito no início deste capítulo, no turno

da manhã esta clínica deveria contar com seis auxiliares de enfermagem;

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178

- pessoal de enfermagem desmotivado, sem perspectivas futuras, mostrando-se

desinteressados em aprimorar e adquirir novos conhecimentos que proporcionem

satisfação pessoal e profissional;

- desinteresse por parte desse pessoal pelo melhoramento e aperfeiçoamento da

assistência prestada, com vistas a uma assistência de qualidade que se apresenta na

satisfação do cliente e dos familiares;

- inadequado planejamento nas férias desses profissionais, planejamento esse muitas

vezes imposto pela administração superior;

- a escala de turnos de trabalho do pessoal auxiliar fica sob responsabilidade inicial

do enfermeiro da unidade, sendo algumas vezes alterada pela chefia geral, sem que

se possa questionar a mudança;

- a escala do enfermeiro é de responsabilidade total da chefia de enfermagem, que,

muitas vezes, impõe alguns remanejamentos ou substituições que causam incerteza

e desequilíbrio na equipe de enfermagem;

- inexiste uma metodologia de assistência que direcione o trabalho da enfermagem

de modo a garantir a qualidade da assistência prestada ao paciente, o que

conseqüentemente se refletirá na sua pronta recuperação;

- a remuneração salarial é baixa, se comparada com o teto salarial da região;

- inexistência de setores de educação continuada, controle de infecção hospitalar e

avaliação de desempenho;

- inadequado processo seletivo que não garante mão-de-obra qualificada;

- muitas vezes, o pessoal de enfermagem desconhece o diagnóstico médico ou não

identifica os cuidados prioritários de enfermagem para cada paciente;

- inexistência de um bom relacionamento interpessoal entre a equipe de

enfermagem, devido à alta rotatividade observada na unidade, e inexistência de um

programa de avaliação de desempenho e incentivo a esse pessoal;

- pelo tempo que vem trabalhando na instituição (seis anos) e nesta clínica (dois

anos), o enfermeiro consegue ter uma imagem quase fotográfica da planta física e

da distribuição dos ambientes entre os quartos e as salas da unidade, o que permite

que ele identifique mais facilmente a localização dos pacientes; contudo, quando

se trata de pacientes com doenças crônicas e que continuamente se internam na

unidade, essa “facilidade” pode gerar dúvidas quanto à alocação do leito desses

pacientes. O mesmo pode acontecer com pacientes que no momento da internação

ocupam um determinado leito e, em um dos plantões, são trocados de quarto,

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179

gerando confusão que pode induzir ao erro. Também se percebe isso quando os

pacientes com a mesma patologia e o mesmo nome estão alocados no mesmo

quarto, em diferentes leitos;

- existência de algumas situações que criam angústia e desespero, quando às vezes é

necessário conferir dados de pacientes semelhantes, com patologias semelhantes

ou até mesmo com nomes idênticos, gerando confusão e elevando a probabilidade

de erro por parte de toda a equipe que assiste o paciente;

- o estilo de gerência administrativo-financeiro da instituição reflete na tarefa de

uma forma negativa. Não são desenvolvidas estratégias de mudança que possam

vir a se adaptar melhor às necessidades da população. Esse fato é alarmante nas

unidades que assistem pacientes pelo Sistema Único de Saúde;

- a política de recursos humanos da instituição, de maneira global, não está

adequada às exigências da população atendida. Não se normaliza uma política que

vise à qualidade e à qualificação do pessoal de enfermagem.

Para realizar um estudo mais específico das atividades de supervisão da assistência em

enfermagem, a seguir será apresentada a análise cognitiva das atividades relacionadas ao

planejamento, coordenação e liderança, bem como ao controle e avaliação da supervisão em

enfermagem.

5.2.5.1 Análise cognitiva das atividades relacionadas com o planejamento da supervisãoda assistência em enfermagem

Neste primeiro tópico é feita uma análise dos aspectos referentes ao processo

cognitivo das atividades desenvolvidas pelo enfermeiro, relacionadas com o planejamento da

supervisão em enfermagem da clínica médica. Entre esses aspectos, destacam-se:

- o enfermeiro não utiliza tempo para o planejamento das atividades que serão

desenvolvidas por ele durante sua jornada de trabalho, como é apresentado nas

modelagens dos processos cognitivos das atividades 1; 4.1; 9.2; 26.2 e 98.1;

- há falta de interesse por parte do enfermeiro na elaboração de estratégias para a

supervisão da assistência que possam levar a mudanças e a transformações

significativas no trabalho da equipe de enfermagem, como identificado na

atividade 9.2;

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- planejar torna-se uma função automatizada e operacional, inexistindo etapas no

seu desenvolvimento, conforme identificado na atividade 26.2;

- o volume de informações que é utilizado nessa função é muito grande, e elas são

tratadas e/ou processadas de forma leiga, o que diminui o seu valor real, como

pode ser verificado a partir das atividades 9.2 e 26.2;

- a responsabilidade desse profissional é muito abrangente para o volume de tarefas

a serem desenvolvidas em uma jornada de trabalho, como apresentado

principalmente nas atividades 1; 4.1; 9.2; 26.2 e 98.1;

- a falta de instrumentos de registros específicos de enfermagem preestabelecidos

pela instituição impede a execução dessa função (planejamento adequado);

- as atividades de planejamento da supervisão da assistência junto ao pessoal de

enfermagem ficam prejudicadas diante da falta de recursos humanos, com

excessivo número de tarefas e inexistência de uma organização adequada por parte

da instituição;

- a falta de recursos materiais necessários para a execução de tarefas limita o

planejamento de funções adequadas à prestação dos cuidados por parte da equipe

de enfermagem;

- a quantidade de informações direcionadas à execução de atividades de

gerenciamento da assistência e atividades assistenciais é muito grande, e a

multiplicidade de “casos” é muito ampla; dessa forma, a memória de uma só

pessoa não consegue armazenar nem organizar todo esse volume de informações;

- a quantidade de informações na passagem de plantão é insuficiente para que o

profissional possa planejar suas atividades, como é apresentado nas atividades 1;

4.1; 9,2; 26.2 e 98.1;

- as prescrições e informações médicas nos prontuários são insuficientes, pouco

legíveis e pouco confiáveis;

- o processo de verificação e incerteza surge constantemente, o que impede um

planejamento seguro por parte deste profissional, pondo em risco muitas vezes a

vida do paciente;

- a insuficiência dos dados registrados pela equipe de enfermagem cria incertezas na

realização da assistência, projetando-se aos pacientes e a seus familiares, conforme

pode ser observado nas modelagens das atividades 1; 4.1; 9.2; 26.2 e 98.1;

- a determinação no planejamento de cuidados com os pacientes é operacional, com

pouca avaliação dos cuidados de enfermagem a serem executados;

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- a escala de trabalho do enfermeiro é responsabilidade total da chefia de

enfermagem, que muitas vezes impõe alguns remanejamentos ou substituições que

geram incerteza e desequilíbrio na equipe de enfermagem, segundo a atividade 4.1;

- falta de interesse por parte da equipe de enfermagem em conhecer seu próprio

trabalho, o que faz com que o ato de assistir os pacientes torne-se uma obrigação

ou uma necessidade. Esse fato vai, muitas vezes, ao encontro da desmotivação

gerada pela própria organização administrativa superior;

- desinteresse do enfermeiro por um maior conhecimento do processo da doença dos

pacientes que são atendidos na clínica;

- inexistência de uma punição que faça com que o funcionário se interesse pelo

“conhecimento” prévio dos pacientes de que irá cuidar, uma vez que nesta clínica

a rotatividade não é alta, considerando-se os tipos de doença que nela são

atendidas.

5.2.5.2 Análise cognitiva das atividades relacionadas com a coordenação e liderança dasupervisão em enfermagem

Neste tópico são ressaltados aspectos do processo cognitivo das atividades relativas à

coordenação e liderança da equipe de enfermagem por parte do enfermeiro da clínica médica.

Essas atividades apresentam principalmente:

- falta de uma boa interação e integração entre os membros da equipe de

enfermagem, o que faz com que existam atritos e desacordos durante a

coordenação do trabalho realizado pelo enfermeiro da clínica. Nesse sentido,

ressalta-se que existem muitos fatores que podem facilitar essa integração e outros

que podem dificultá-la. Assim, na Figura 5.22 apresentam-se os esquemas

definidos por Poletto (1999) que, de uma maneira clara e objetiva, mostram a

realidade da integração no trabalho de enfermagem. Cabe salientar que esses

esquemas podem mudar, de acordo com o contexto sócio, político e organizacional

das instituições, o qual é fator decisivo para melhorar ou piorar essa integração. Na

Figura 5.23 são apresentados os fatores que dificultam a integração no trabalho de

enfermagem.

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Figura 5.22 - Fatores facilitadores da integração nas relações interpessoais.Poletto (1999)

FATORESFACILITADORES

DAINTEGRAÇÃO

Troca deinformaçõesEmpenho da

equipeTranqüilidade

ResponsabilidadeConsideração

Decisõesconjuntas

Ajuda mútuaDisposição

Gostar dotrabalho

Sentir-se bem noque faz

Confiança mútuaSeriedade

HonestidadeAmizade

AtualizaçãoprofissionalBoa vontade

ProximidadeinterpessoalAlcance deobjetivos

Reconhecimentodas potencialidadese experiências das

pessoasMotivaçãoPaciência

Competênciatécnica

e relacional

EntrosamentoUnião do grupoCompartilhamento

AlegriaGostar das

pessoasRespeito

AutocontroleConhecimento

FranquezaColeguismoFlexibilidadeSaber ouvir

Sugestões em vezde imposições

BomrelacionamentoDisponibilidade

Abertura

JustiçaAmbientereceptivoDiálogo

Confiança mútuaHumildadeEstímulo

AutodeterminaçãoAutodisciplina

AutoconfiançaFirmeza

HonestidadeAmor pelo que se

fazCapacidadeParticipaçãocoletiva nas

decisões

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Figura 5.23 - Fatores dificultadores da integração nas relações interpessoais.Poletto (1999)

FATORESDIFICULTADORES

DAINTEGRAÇÃO

Rotatividade elevadade funcionários

Limitações de tempoCobrançaEstresse

Limites impostos pelaplanta física do local de

trabalhoDesmotivação

Rigidez de normasIntolerância

Falta de competênciaLiderança diretiva

Dificuldade em aceitaras mudanças

Falta de materialControle excessivo das

pessoasCoisas prontas

PressaFalta de entrosamento

Falta de respeitoPrepotência

Falta de alegriaDesconfiança

Prevalecimento de unssobre os outros

Rotatividade elevadade funcionários

Limitações de tempoCobrançaEstresse

Limites impostos pelaplanta física do local de

trabalhoDesmotivação

Falta de pessoalPouca discussão sobre

integraçãoPouco preparo para

trabalhar com gruposFalta de lealdadeDificuldade em

compartilhar

Falta de diálogoBaixos salários

Difícil relacionamentoPouco domínio técnico-

científicoMau-humor

Imposições institucionaisIndividualismo

DesrespeitoMá vontade

Falta de humanismoAcomodaçãoRadicalismo

Não gostar do que fazInfluência do modelo

tayloristaFator cultural

Sobrecarga de trabalhoInsegurança

IntransigênciaInflexibilidade

ImposiçãoNegligência nas relações

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- entre as atividades desenvolvidas pelo enfermeiro que processam uma maior

quantidade de informações e criam incertezas maiores na atividade de coordenação

e liderança em enfermagem estão as atividades 4.2; 26.3; 83.3 e 124.1, de acordo

com a apresentação das modelagens cognitivas;

- inadequada definição de funções na escala de atribuições, já que não considera

potencialidades, habilidades, destrezas e conhecimentos do funcionário, conforme

apresentado na modelagem cognitiva do processo da atividade 4.2;

- inexistência de um programa de educação continuada que permita ao pessoal de

enfermagem reciclar e aperfeiçoar seus conhecimentos e habilidades práticas no

cuidado com o paciente de clínica médica. O processamento mental disso é

representado na atividade 83.3;

- a multiplicidade de doenças e reações dos pacientes diante do tratamento faz com

que o enfermeiro se sobrecarregue, tendo que associar sua coordenação do

atendimento a situações semelhantes já vivenciadas, uma vez que trabalha há seis

anos na instituição. Esse fato é ressaltado na modelagem do processo cognitivo da

atividade 26.3;

- para executar a liderança perante o grupo, o enfermeiro se sente muitas vezes

limitado, uma vez que não é ele que define a equipe que deve trabalhar na unidade,

embora seja a chefia dessa unidade. Essa decisão é determinada pela chefia geral

de enfermagem;

- na maioria das vezes o enfermeiro não tem tempo para executar as tarefas de

coordenação e liderança de maneira adequada, já que, como foi apresentado no

diagrama funcional e temporal das atividades desenvolvidas por ele, o seu tempo

total de assistência efetiva é de 84,43%, não contando com tempo para reuniões,

criação e implantação de estratégias de integração entre o pessoal de enfermagem,

nem com tempo para identificar e valorizar as potencialidades individuais de cada

funcionário;

- a exigência da atividade de processar mentalmente muitas informações, em

períodos curtos de tempo, torna o trabalho complexo e estressante, principalmente

pela grande dificuldade em se registrarem as informações, o que aumenta a

probabilidade de esquecimentos que podem gerar erros. Um dos processos

cognitivos do enfermeiro na execução dessa função é apresentado na atividade

26.3 no item anterior;

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185

- inexistência de instrumentos adequados que auxiliem sua coordenação e liderança

da equipe de trabalho. Isso é claramente representado nas modelagens do processo

cognitivo das atividades 26.3; 4.2; 83.3 e 124.1 respectivamente;

- falta de uma rotina de gerenciamento que utilize uma metodologia de trabalho

baseado em novas técnicas de gestão de recursos humanos, a partir do momento

que se trata de “gente” coordenando e liderando “gente”. Esse fato é representado

em todos os fluxos operacionais ligados a essa atividade executada pelo

enfermeiro;

- inexistência de identificação e valorização dos potenciais individuais do pessoal de

enfermagem, o que os leva à motivação profissional nas atividades e funções que

cumprem. Nesse sentido, cabe referenciar que as pessoas devem ser visualizadas

como parceiros das organizações, a partir do momento que são fornecedoras de

conhecimentos, habilidades, capacidades e, sobretudo, o mais importante aporte

para as organizações, atuando através de sua inteligência, que muitas vezes

proporciona decisões racionais e imprime significado e rumo aos objetivos globais.

As pessoas são o capital intelectual da organização (Chiavenato, 1999);

- a equipe auxiliar de enfermagem da unidade não conhece os manuais de normas e

rotinas da clínica médica dessa instituição. Isso gera insegurança e leva a equipe a

cometer erros na execução de funções, sobretudo o pessoal que inicia o trabalho

nesta clínica.;

- falta de um adequado processo seletivo do pessoal de enfermagem que possibilite

alocar o funcionário certo para o cargo certo. Existe falta de mão-de-obra nessa

área, o que faz com que muitas vezes sejam contratadas pessoas que não cumprem

os requisitos básicos para o desenvolvimento de tarefas de enfermagem. O

funcionário novo precisa passar por uma etapa de integração que proporcione a ele

um período de adaptação e conhecimento, sendo essa etapa desenvolvida

geralmente pelo gestor imediato (Boog, 1999);

- essa função é responsabilidade legal e institucional do enfermeiro supervisor de

unidade, pois, segundo a análise, nota-se uma quantidade considerável de

informações que deve ser tratada por esse profissional. As funções que envolvem

raciocínio, avaliação e tomada de decisão exigem elevado esforço mental,

sobretudo pela responsabilidade envolvida nessa função. Como muitos autores

afirmam, lidar com gerenciamento de pessoas não é uma tarefa fácil; muitas vezes

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186

pode ser mais complexo que a execução do próprio trabalho (Chiavenato, 1999;

Boog, 1999; Poletto, 1999; Marquis e Huston, 1999);

- a tomada de decisão nessa função se faz constante, fazendo com que o enfermeiro

cometa erros em relação à coordenação e liderança da equipe pela variedade de

situações e sobrecarga de funções que envolvem grande quantidade de

informações; essas informações precisam ser relembradas no momento oportuno,

sobretudo quando se trata do gerenciamento do cuidado que depende

principalmente dele, e um erro pode pôr em risco não só a vida do paciente como

também denegrir a imagem profissional do enfermeiro, levá-lo a cometer alguma

injustiça, conduzir outro profissional ao erro e denegrir a imagem da instituição,

entre outros. Isso é representado claramente nas modelagens dos processos

cognitivos das atividades 26.3; 4.2; 83.3 e 124.1 respectivamente.

Todos esses aspectos levantados revelam claramente a grande complexidade do

tratamento de informações, uma vez que esse profissional não conta com programas

institucionais que apóiem a coordenação e liderança da equipe de enfermagem. Assim, entre

os mais importantes programas organizacionais que deveriam existir em toda organização

hospitalar que conta com 40 a 60% do total de seu pessoal – pessoal de enfermagem:

enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem – estão os seguintes programas: programa

de saúde do trabalhador; programa de educação em serviço; processo seletivo; educação em

serviço e controle de infecção hospitalar. Esses programas devem atuar ativamente junto ao

serviço de enfermagem, garantindo dessa maneira a qualidade do serviço prestado. Todos

esses serviços lidam com grande volume de informações que ligadas à prática assistencial da

enfermagem garantem esta qualidade.

5.2.5.3 Análise cognitiva das atividades relacionadas com o controle e avaliação dasupervisão da assistência em enfermagem

Neste tópico são apresentados os aspectos relativos ao processo cognitivo das

atividades que envolvem controle e avaliação da supervisão da assistência em enfermagem e

que são executadas pelo enfermeiro da clínica médica. Entre essas atividades podemos

ressaltar que:

- esse profissional não conta com instrumentos padronizados pela instituição para o

controle de atividades relacionadas a atribuições direcionadas à equipe de

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enfermagem, e muitas vezes ele tem de executar remanejamento de funções e

relembrar informações sobre as habilidades e competências desse pessoal,

arriscando a qualidade da assistência prestada, como é apresentado na modelagem

cognitiva do processo da atividade 4.3. Nessa modelagem se percebe um alto

processamento de informações, criando-se esforços mentais que poderiam ser

diminuídos;

- existe incerteza nos controles assistenciais por parte da equipe auxiliar de

enfermagem dessa unidade, geralmente decorrente da inexistência de um

instrumento de controle que apresente gráficos com curvas que possam mostrar

índices anormais e intermitências de algum desses sinais controlados pela equipe;

essa incerteza também decorre da falta de um programa de educação em serviço e

de avaliação de desempenho que induza esse pessoal a agir sempre de uma forma

adequada, visando primeiro o bem-estar e a pronta recuperação do paciente,

conforme a representação da modelagem cognitiva da atividade 41.1;

- não existe um instrumento de supervisão de técnicas de enfermagem que

possibilite identificar precocemente erros ou deficiências por parte da equipe de

enfermagem, de forma que valorize e potencialize habilidades e competências

particulares de cada componente, motivando-os e despertando o seu interesse pelo

trabalho, conforme se pode perceber na atividade 43.2, apresentada através da

modelagem cognitiva dessa função que representa o volume de informações que o

enfermeiro processa e o volume de complexidade dessas informações na sua

execução;

- durante o desenvolvimento de sua supervisão da assistência, o enfermeiro sempre

está executando atividades de controle e avaliação, sobretudo quando se trata da

avaliação por ser uma atribuição específica que compete só ao enfermeiro e

quando sua importância é relevante no cuidado com o paciente;

- o controle é executado de forma empírica; quando surge uma necessidade e/ou

problema no nível do gerenciamento da assistência, a solução ocorre através de

uma pesquisa e de uma conferência exaustiva, até se chegar à informação de

conferência de que se precisa, levando isso à incerteza e ao estresse por parte do

enfermeiro, uma vez que, em caso de erro, ele será o único responsável pelas

conseqüências geradas. Isso pode ser percebido nas modelagens dos processos

cognitivos das atividades 43.2; 58.1; 58.2 e 80.2;

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188

- a verificação é uma função que sempre acompanha o dia-a-dia do enfermeiro,

fazendo com que ele processe mentalmente muitas informações que, associadas a

processos mentais de memorização e raciocínio junto às exigências mentais por

atenção/concentração, levam-no a um contínuo estresse no trabalho, podendo levá-

lo ao desequilíbrio mental. Isso é representado na modelagem das atividades 41.1;

43.2; 58.1; 58.2; 82.2 e 116.2.

- o enfermeiro não dispõe de tempo para executar funções de avaliação e controle, o

que torna o trabalho desse profissional empírico, sem avaliação científica; assim,

esse profissional deverá desenvolver uma assistência com qualidade, visando

também obter, a cada dia, conhecimentos, motivação e reconhecimento pelo seu

trabalho, quando este for executado com qualidade;

- essa função é a que garante os resultados obtidos e seus reflexos na instituição

organizacional na sua totalidade;

- a execução dessa função tem que ter o respaldo organizacional da instituição, pelo

grande volume de informações que são tratadas e pela responsabilidade que

envolve o pessoal responsável, o que exige também um comportamento ético por

parte das chefias de enfermagem da organização.

Finalmente, o enfermeiro apresenta sobrecarga cognitiva aumentada pelo fato de ele

realizar vários processos simultaneamente, com restrição temporal.Esses processos envolvem

tratamento de informações, que, por sua vez, envolvem aprendizagem, reaprendizagem,

lembranças e relembranças, com seleção e filtração de dados que fazem com que se criem

estratégias que são processadas mentalmente em situações multivariadas do dia-a-dia do

trabalho do enfermeiro da clínica médica. Nesse sentido, Benito (1994), em sua pesquisa,

ressalta que muitas atividades desenvolvidas pelo enfermeiro de clínica médica de um

hospital-escola apresentam elevadas exigências cognitivas, o que faz com que esse

profissional esteja exposto a sofrer estresse no trabalho, repercutindo diretamente na

qualidade da assistência e na saúde do trabalhador.

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189

5.3 Modelo conceitual de sistema de informação de apoio à supervisão da assistência emenfermagem

5.3.1 Considerações gerais

Nesta seção, é apresentado o modelo conceitual de Sistema de Informação de Apoio à

Supervisão da Assistência em Enfermagem – SASE, incluindo uma proposta de mudança

organizacional/funcional. Finalmente é validado o modelo e são formuladas as respectivas

conclusões.

O modelo conceitual de sistema de informação propõe a incorporação de recursos

informacionais de apoio às funções críticas de supervisão da assistência de enfermagem,

visando diminuir os efeitos dessa complexidade. Um modelo conceitual, segundo Pidd

(1998), é uma representação simplificada da realidade, e tal simplificação deve ser feita com

vistas a um uso pretendido do modelo. Em caso em questão, o modelo conceitual representa

um sistema de informação de apoio à supervisão no que diz respeito à sua concepção e

definição, bem como às características relevantes, desconsiderando-se os aspectos envolvidos

na sua construção e implementação. Em outras palavras, definir-se-á o que precisa ser feito,

sem que seja necessário entrar no desenvolvimento computacional do sistema.

Com relação à viabilidade do sistema de informação, este é tecnicamente viável por

apresentar uma estrutura simples e com potencial para auxiliar efetivamente na melhoria do

desempenho do enfermeiro.

O modelo conceitual do sistema de informação consiste em definir a estrutura do

tratamento e utilização das informações, bem como os módulos ou componentes do sistema

de informação. Com base em autores como Laudon e Laudon (1999), foram estabelecidas as

seguintes fases para o desenvolvimento do modelo conceitual após a conclusão da análise

ergonômica da atividade cognitiva do enfermeiro:

- definição das necessidades de processamento da informação;

- definição dos processos envolvidos;

- decomposição e definição do sistema em subsistemas ou módulos;

- fluxos das informações;

- reestruturação organizacional coerente com o sistema de informação.

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190

5.3.2 Objetivos e requisitos do sistema de informação

Os objetivos e requisitos do sistema foram determinados a partir dos resultados da

análise ergonômica do trabalho do enfermeiro, principalmente em nível mental, e da

modelagem dos processos cognitivos no desenvolvimento da atividade.

5.3.2.1 Objetivo geral do sistema de informação

O objetivo geral do presente trabalho é conceber um modelo de sistema de informação

de apoio às atividades de supervisão da assistência em enfermagem, com a finalidade de:

- melhorar a qualidade na assistência em enfermagem;

- diminuir a probabilidade de erro por parte do enfermeiro de clínica médica;

- otimizar a gestão de recursos humanos;

- otimizar a utilização de recursos humanos, físicos e financeiros;

- minimizar a carga de trabalho, sobretudo cognitiva, do supervisor da assistência

em enfermagem.

5.3.2.2 Objetivos específicos do sistema de informação

Com relação aos objetivos específicos, o modelo deve orientar o desenvolvimento de

um sistema de informação para apoiar e otimizar as seguintes atividades:

- o processo seletivo do pessoal de enfermagem;

- o processo de avaliação de desempenho do pessoal de enfermagem;

- a educação continuada do pessoal de enfermagem;

- a escala de plantão e de atribuições do pessoal de enfermagem;

- a legibilidade dos registros médicos e de enfermagem;

- o alerta diante de sinais vitais em índices anormais ou que precisem de controle

contínuo por parte da equipe de enfermagem;

- o controle e a avaliação de cuidados prioritários, que deverão ser executados em

pacientes críticos durante cada plantão;

- o controle de administração de medicamentos utilizados na clínica médica;

- a utilização de uma metodologia de assistência de enfermagem;

- o acesso a informações para apoiar a execução de atividades, tais como manuais de

normas e rotinas, de atribuições, de utilização de medicamentos, etc.

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191

- o gerenciamento das comunicações com as outras áreas envolvidas, através de rede

de computadores ligadas via intranet.

5.3.2.3 Requisitos do sistema de informação de apoio à supervisão da assistência emenfermagem

Os requisitos do sistema de informação são definidos com base nas necessidades e nos

problemas levantados na análise da atividade cognitiva. Foram estabelecidos os seguintes

requisitos para o sistema de apoio à supervisão da assistência em enfermagem:

- a interface e a estrutura funcional do sistema de informação deverão ser coerentes

com as estruturas e os processos cognitivos dos enfermeiros no desenvolvimento

da atividade. Em outras palavras, a lógica de utilização e a lógica de

funcionamento do sistema devem ser compatíveis;

- o sistema deverá fazer uso de representações gráficas com utilização de cores e

animação de imagens no registro e na apresentação de informações;

- o sistema deverá processar e armazenar informações relativas ao processo seletivo

do pessoal de enfermagem que irá trabalhar nesta clínica;

- o sistema apresentará diversos instrumentos de controle assistencial (sinais vitais,

diureses, secreções, peso, entre outros), controle de materiais utilizados e

disponíveis (algodão, medicamentos, seringas, agulhas, etc.) e de controle

financeiro (custo dos materiais utilizados);

- o sistema deverá apoiar na assistência em enfermagem, principalmente em

situações críticas, através da emissão de alertas sobre leituras anormais de sinais

vitais e sintomas registrados pela equipe de enfermagem. Também deverá alertar

sobre a evolução anormal ou ilógica desses sinais;

- o sistema deverá apoiar no processo de avaliação de desempenho da equipe de

enfermagem, alertando sobre as deficiências no desempenho desta, com vistas a

orientar as ações do serviço de educação continuada para atingir melhores

resultados;

- o sistema deverá apoiar na elaboração de escalas de jornadas de trabalho do

pessoal de enfermagem, de acordo com as informações do dimensionamento de

pessoal e avaliação de desempenho;

- o sistema apresentará as informações em uma linguagem clara e objetiva, de modo

que sejam evitadas duplas interpretações por parte do usuário;

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- o sistema terá um módulo de informações técnicas para consulta, direcionado a

apoiar a equipe de enfermagem nas suas atribuições e no que diz respeito às

normas e rotinas, bem como aos medicamentos mais utilizados;

- o sistema deverá evitar o problema de desmobilização cognitiva no

desenvolvimento das atividades (automatização das ações humanas), provocado

pela excessiva dependência do pessoal para com o sistema de informação,

controlando a freqüência e o tempo de uso. Essas informações poderão ser

utilizadas também para orientar a educação em serviço direcionada a cada

funcionário de enfermagem, para a reciclagem de conhecimentos atuais;

- o sistema deverá implementar um histórico de situações reais e relevantes da

supervisão da assistência em enfermagem que oriente a tomada de decisão por

parte do supervisor;

- o sistema deve possuir um módulo para adição, atualização e correção/edição das

informações por parte do pessoal de enfermagem autorizado. Também deve ser

implementado um sistema de ingresso de observações ou comentários,

principalmente para quem não está autorizado a operá-lo;

- o sistema também deverá ser adaptado para uso do pessoal menos especializado

e/ou treinado;

- o sistema deverá apoiar o enfermeiro na utilização da metodologia da assistência

com segurança e rapidez, fornecendo-lhe todas as informações do paciente em

tempo real, devendo também avaliar prováveis conseqüências diante de ações

executadas e diminuir a probabilidade de qualquer erro que possa vir a pôr em

risco a vida do paciente e a competência do pessoal de enfermagem da clínica;

- o sistema deverá permitir o acesso a bancos de dados dos prontuários por paciente,

incluindo recursos computacionais para cruzamento de dados que permitam

relacionar o diagnóstico ao histórico da doença do paciente de maneira geral, e não

só no que diz respeito ao motivo da internação. Dessa forma, pode haver

continuidade no tratamento que já foi iniciado, verificando-se a evolução da

doença já identificada e tratada anteriormente.

5.3.3 Estrutura funcional do sistema de informação

O termo "estrutura do sistema" designa a maneira como os programas ou módulos são

dispostos e sua seqüência de execução dentro do sistema (Kipper et al., 1993).

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193

5.3.3.1 Decomposição do sistema em módulos e subsistemas

Um sistema de informação por computador pode ser implementado em diversos

subsistemas ou módulos para facilitar o seu desenvolvimento, manipulação e

aperfeiçoamento. Cada módulo deve conter processos aplicados a casos específicos de

supervisão da assistência em enfermagem ou outras funções. Um módulo pode ser definido

como um sistema de informação por computador para uma função específica, que pode ser

ativado desde qualquer parte ou a partir de determinados processos de um sistema de

informação mais amplo. Os critérios para definir os módulos foram os seguintes: cada módulo

deverá (1) apoiar a execução de um tipo de atividade e, eventualmente, apoiar a execução de

outras atividades, com o intuito de facilitar o acesso e a manipulação às informações, e (2)

favorecer a utilização dos módulos em diferentes situações.

A seguir, são descritos os módulos do sistema de informação, vinculados aos

processos de supervisão da assistência em enfermagem que esses módulos deverão apoiar.

5.3.3.2 Descrição dos módulos do sistema de informação de apoio à supervisão daassistência em enfermagem

Nesta seção são descritos os principais módulos do sistema de informação,

considerando-se o modelo conceitual (Figura 5.24).

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194

Figura 5.24 - Decomposição do sistema em módulos e subsistemas.

Módulo de recursos humanos eprocesso seletivo

Subsistema de avaliação dedesempenho

Módulo de controle de materiais ecustos

Módulo de escala de turnos e deatribuições

Subsistema de elaboração da escalade atribuições

Subsistema de dimensionamento

Subsistema de elaboração da escalade turnos

Módulo de informações técnicas eorganizacionais

Módulo de simulação

Módulo de metodologia de

assistência em enfermagem *

Módulo de prontuários *

Subsistema de treinamento eeducação

Subsistema de banco de “casos” e deaquisição de conhecimento

Subsistema de informações sobrenormas e rotinas de enfermagem

Subsistema de informaçõesorganizacionais

Subsistema de banco de dados derecursos humanos

Módulo de gerenciamento dosistema

Módulo de controle da assistênciae mecanismos de alerta

Subsistema de controle e inferência

Subsistema de interface

Subsistema de base de conhecimento,controladoria e manutenção

Subsistema de sinais vitais e alertas

Subsistema de controle da assistência

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• Módulo de gerenciamento do sistema

Este módulo é responsável (1) pelo gerenciamento dos diversos módulos relacionados

principalmente aos processos de supervisão da assistência em enfermagem e (2) pela

interação enfermeiro–sistema. Este módulo principal pode ativar, quando necessário, módulos

pertencentes a diferentes processos aplicáveis a diversas situações de características similares.

O módulo de gerenciamento é composto pelos seguintes subsistemas:

- subsistema de controle e inferência, que permite a gestão da estrutura modular do

sistema possibilitando ativar processos vinculados aos módulos. Também permite

a comunicação entre módulos por meio de protocolos, comunicação com redes

externas, banco de dados e programas complementares, e outros sistemas

periféricos, principalmente para entrada/saída de informações;

- subsistema de interface que permite a interação dos usuários com o sistema, de

forma amigável e eficiente;

- subsistema de base de conhecimento, controladoria e manutenção, que, além da

segurança, da confiabilidade e da disponibilidade adequada ao sistema de

informação, visa armazenar conhecimento que possa ser utilizado de forma

eficiente, permitindo o aperfeiçoamento do sistema de informação em termos de

processos e informações pertinentes e precisas.

• Módulo de controle da assistência e mecanismos de alerta

Este módulo é composto por dois subsistemas: o subsistema de sinais vitais e alertas e

o subsistema de controle da assistência.

O subsistema de sinais vitais e alertas deverá armazenar dados visando o controle

contínuo de sinais vitais para pacientes críticos ou com uma evolução intermitente da doença.

O módulo deve apresentar informações referentes a níveis normais e variações dos sinais

vitais em pacientes com patologias que são atendidas na clínica médica: oncologia,

nefrologia, medicina interna, gastroenterologia, vascular e principalmente endocrinologia;

deve dispor de um instrumento de controle de cuidados prioritários, executados em pacientes

críticos durante o plantão, permitindo alertar a equipe de enfermagem para o fiel cumprimento

dos cuidados necessários aos pacientes. Outras informações são referentes a cuidados

prioritários, principalmente, em pacientes que apresentam necessidades e/ou problemas

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críticos (higiene, conforto, troca de posições, auxílio na alimentação, cuidados com curativos,

etc.).

Um dos controles mais importantes identificados no estudo é o de diurese para

pacientes com doenças nefrológicas, pela necessidade de informações precisas e oportunas,

relacionadas à quantidade de líquidos que eles ingerem por via digestiva e parenteral, e de

informações detalhadas de todo tipo de líquido que esses pacientes excretam, tais como urina,

suor e outras secreções que contenham líquido, o que resulta no balanço hídrico relacionado

ao peso do paciente renal, que será diário. Dessa formal, poder-se-á avaliar melhor o

funcionamento nefrológico desses pacientes.

O subsistema de controle da assistência é um instrumento específico de supervisão de

atividades e procedimentos desenvolvidos pelo pessoal de enfermagem. Disponibiliza ao

supervisor informações detalhadas sobre o desenvolvimento de atividades e/ou técnicas

executadas pelo pessoal técnico e/ou auxiliar de enfermagem, de acordo com o manual de

rotinas da clínica médica (atualmente inexistente). Quando é solicitado esse manual, pode-se

comparar as informações contidas nele com as que são utilizadas para a elaboração das

escalas de turnos e de atribuições e, ainda, com a evolução dos cuidados e da doença, através

do subsistema de sinais vitais e alertas.

Os sistemas de informação por computador permitem automatizar algumas funções

cansativas de escrituração, associadas à documentação da assistência de enfermagem, a saber:

registros, anotações, relatórios e comunicações (atividades burocráticas), incluindo planos de

cuidado e kardex. As principais vantagens dessa automatização são listadas abaixo.

a. Possibilitam aumento do número e da qualidade de observações à beira do leito;

b. fornecem maior precisão e confiabilidade nas observações;

c. permitem melhor legibilidade, uma vez que as anotações tomam menos tempo

para serem lidas e são interpretadas com maior precisão e mais bem utilizadas;

d. diminuem o tempo empregado em escrita;

e. oferecem pronta análise estatística, que pode ser utilizada como ferramenta de

controle e avaliação;

f. possibilitam a inclusão de dados complementares em suas próprias intervenções e

a revisão do plano de cuidados a qualquer hora; e

g. economizam tempo e energia, não havendo necessidade de procurar por anotações

perdidas.

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197

Uma outra tecnologia eficiente diz respeito aos aparelhos baseados em computador

que monitoram pacientes, liberando o enfermeiro do papel de “vigia de maquinário” e

permitindo que ele focalizar sua atenção no paciente.

• Módulo de recursos humanos e processo seletivo

O módulo de recursos humanos e processo seletivo deve executar dois processos

principais: através do subsistema de banco de dados de recursos humanos e do subsistema de

avaliação de desempenho, respectivamente.

O subsistema de banco de dados de recursos humanos deverá apresentar informações

relacionadas ao processo seletivo direcionado ao pessoal de enfermagem. Este subsistema

deverá recolher informações em um banco de dados dos processos de seleção, treinamento e

avaliação do desempenho, visando, principalmente, alocar o profissional certo no lugar certo

Essas informações apóiam na elaboração da escala de atribuições e na delegação de

atribuições em situações imprevistas. Também são consideradas informações relacionadas ao

número, categoria profissional e todos os dados referentes ao pessoal de enfermagem.

O subsistema de avaliação de desempenho deve fornecer informações referentes à

avaliação de desempenho do profissional de enfermagem no que diz respeito a: (1) habilidade

cognitiva (conhecimento do trabalho); (2) atitudes (ações executadas durante o

desenvolvimento de seu trabalho); (3) comportamento ético ou de juízo (decisões em

situações multivariadas); (4) resultados atingidos (qualidade do serviço prestado); (5)

registros e controles; (6) responsabilidade nos resultados atingidos; (7) seguimento de

normas/rotinas da instituição; (8) cumprimento de normas de segurança no trabalho e no

controle de infecção hospitalar (CCIH); (9) avaliação conclusiva; (10) medidas a serem

tomadas; (11) relacionamento interpessoal; (12) ética profissional e habilidade técnica.

O subsistema de avaliação de desempenho deve utilizar também como referência para

os seus diagnósticos as informações geradas pelo processo de seleção e, por sua vez, fornecer

informações ao banco de dados do primeiro subsistema do módulo.

Com relação às características da informação e de seu tratamento, temos:

alimentação contínua;

freqüência de uso diário ou por turno;

deve ser adequada e baseada em comparações de diversos profissionais

responsáveis pela avaliação;

sua atualização deverá ser semanal;

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O fluxo de dados e do processo correspondente ao módulo de recursos humanos e

processo seletivo é esquematizado na Figura 5.25.

Fluxo do processoFluxo de dados paProcesso manualProcesso informa

Figura

CANDIDATO

(Comunidade) Recrutamento Seleção

Apto paraoutra

função

Aptocondicional

Apto

Tratamento

Seleção AdministrativaSeleção TécnicaSeleção Sanitária

INFORMAÇÃODE

BANCO DEDADOS DERECURSOSHUMANOS

ra

tiza

5.2

- SASE -SISTEMA DE DE APOIO À SUPERVISÃO

ENFDERMAGEM

corretivo

Treinamento

Integração e início de atividades

Avaliação- Técnica- Sanitária

Subsistema deavaliação dedesempenho

o SASE

do

5 - Fluxograma do módulo de recursos humanos e processo seletivo.

- Administrativa

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199

• Módulo de escala de turnos e de atribuições

O presente módulo deverá ser composto pelos seguintes subsistemas de tratamento da

informação: (a) subsistema de dimensionamento, (b) subsistema de elaboração da escala de

atribuições e (c) subsistema de elaboração de escala de turnos, o qual deverá incluir recursos

para previsão\simulação da escala de turnos como ferramenta de apoio à decisão.

A. Subsistema de dimensionamento

Dimensionar o pessoal de enfermagem constitui a etapa inicial do processo de escalas,

turnos e atribuições de pessoal, cuja finalidade é a previsão da quantidade de funcionários por

categoria requerida, para atender, direta ou indiretamente, às necessidades de assistência de

enfermagem. O sistema de informação, se adequadamente alimentado e cruzando informações

com bancos de dados sobre recursos humanos, poderá dimensionar o pessoal de enfermagem

com razoável precisão.

B. Subsistema de elaboração da escala de atribuições

A escala de atribuições é baseada nos dados coletados sobre cada profissional de

enfermagem da clínica em estudo. Informações coletadas desde o recrutamento para admissão

de cada profissional de enfermagem, passando pelo processo seletivo até a avaliação de

desempenho, são fundamentais na elaboração da escala de atribuições e na delegação de

atribuições em situações imprevistas.

C. Subsistema de elaboração da escala de turnos

A escala de turnos do pessoal de enfermagem deve considerar os remanejamentos e/ou

substituições na falta ou ausência de algum profissional. Também deverá incluir recursos para

previsão\simulação da escala de turnos como ferramenta de apoio à decisão. O subsistema

precisa consultar informações implementadas num banco de dados que estejam relacionadas

ao número, à categoria profissional e a todos os dados referentes ao pessoal de enfermagem

que trabalha nas diversas áreas na instituição.

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200

• Módulo de controle de materiais e custos

Este módulo deve permitir um controle rigoroso de materiais, tanto os de menor uso

como os de uso contínuo, e também, de acordo com o custo, os de maior, meio e pequeno

custo. Ou seja, parte-se de: (1) consulta e controle da disponibilidade de materiais (de maior,

meio e pequeno custo), (2) previsão da utilização desses materiais; (3) provisão, (4)

distribuição e (5) estocagem dos materiais utilizados nas diversas atividades direcionadas ao

cuidado direto ou indireto dispensado aos clientes.

Em relação aos medicamentos, especificamente, é necessário um rigoroso controle ao

administrá-los aos pacientes. Assim, são necessárias informações claras, legíveis e específicas

sobre as medicações que deverão ser administradas nos diversos horários pelo pessoal de

enfermagem, com prévio conhecimento e certeza por parte desse pessoal acerca do

medicamento exato, administrado em hora e dose certas, para o paciente previamente

determinado, pela via certa. Também deverão ser estimados os custos envolvidos.

• Módulo de simulação

A simulação computacional, segundo Pidd (1998), consiste no uso de um modelo

como base para exploração e experimentação da realidade. De acordo com Vergara (1999),

um simulador deve possuir armazenados na sua base de conhecimento as características e os

diferentes cenários de um sistema complexo e, por outro lado, os conhecimentos sobre os

comportamentos, neste caso, dos enfermeiros na supervisão da assistência em enfermagem.

Especificamente, um simulador cognitivo simula a dinâmica do raciocínio humano,

realizando uma tarefa que se caracteriza fundamentalmente pela consideração da causalidade

no encadeamento dos processos cognitivos na realização de uma atividade.

O módulo de simulação proposto deverá ser composto de dois subsistemas,

necessários para desenvolver a função a que se destina: (1) o subsistema de banco de casos e

aquisição de conhecimentos, e (2) o subsistema de treinamento e educação continuada. Este

módulo deverá contribuir nos seguintes processos:

melhorar o projeto do sistema de informação, com base na análise da execução de

casos hipotéticos;

ajudar na interpretação das atividades realizadas pelo enfermeiro, permitindo,

assim, melhorar a compreensão e a modelagem do trabalho;

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201

testar as características e comportamentos dos enfermeiros e suas adequações às

diversas situações;

ser instrumento de validação e verificação dos modelos concebidos;

ser um instrumento de treinamento, capacitando pessoas e minimizando os

problemas gerados pela monotonia no trabalho.

A monotonia no trabalho, provocada pela execução de procedimentos repetitivos e

pouco diversificados pode criar automatismos, isto é, a execução de tarefas com uma

mobilização mínima dos processos conscientes. Os automatismos permitem desenvolver

tarefas de forma rápida e com menos esforço. Entretanto, a monotonia e o uso constante de

automatismos pode provocar perda ou diminuição da competência para resolver problemas

em situações que saem do que é considerado normal. Assim, quando acontece um problema

com características diferentes ou novas, o enfermeiro fica confuso e sem saber o que fazer

Um módulo de simulação pode manter capacidades e habilidades sempre treinadas,

reproduzindo situações e ocorrências diversificadas, principalmente aquelas que dificilmente

acontecem.

• Módulo de informações técnicas e organizacionais relacionadas à supervisão daassistência em enfermagem

O sistema deverá ter os seguintes subsistemas de informações na forma de manuais

eletrônicos:

- o subsistema de informação sobre normas e rotinas de enfermagem deverá

levantar: (1) dados relacionados a cuidados de enfermagem de rotina em clínica

médica, de acordo com as competências de cada categoria profissional

(enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem); (2) dados relacionados a

procedimentos em exames de diagnóstico; (3) dados relacionados à prestação de

assistência em exames de tratamento e outros cuidados de enfermagem,

direcionados a paciente de clínica médica. Este subsistema deve incluir também o

manual de enfermagem de medicamentos utilizados na clínica médica;

- o subsistema de informações organizacionais deverá apresentar: (1) as atribuições

do pessoal de enfermagem; (2) as políticas de recursos humanos de enfermagem,

relacionadas com a avaliação de desempenho e de treinamento/educação

continuada. Também deve apresentar informações do regimento e regulamento da

instituição e da divisão de enfermagem.

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Cabe ressaltar que os manuais sobre normas e rotinas de enfermagem, os manuais de

atribuições de enfermagem e o manual de medicamentos, utilizados no atendimento a

pacientes da clínica médica, foram elaborados como parte do desenvolvimento da pesquisa no

que diz respeito aos conteúdos, faltando somente a implementação computacional. Esses

manuais foram validados pelo pessoal da clínica médica estudada, e as informações neles

contidas foram utilizadas também na validação do sistema de informação de apoio à

supervisão da assistência em enfermagem – SASE.

Em síntese, o módulo de informações técnicas e organizacionais da assistência em

enfermagem representa um sistema de consulta dos manuais que servem de suporte para a

supervisão da assistência em enfermagem. Visando implementar essa proposta, deverão ser

elaborados manuais eletrônicos que apresentem as seguintes características:

índice remissivo, implementado numa estrutura de hipertexto, com palavras-chave,

indicando a seção onde se encontra determinado conteúdo;

sumário com índice básico que facilita a consulta;

sistema de consulta que, através de palavras, textos ou símbolos “linkados” em

qualquer localização, remeta o enfermeiro a outras partes dos manuais com a

finalidade de detalhar mais profundamente determinado conteúdo.

• Módulos complementares

São módulos que não estão dentro dos objetivos principais do sistema de informação,

mas seria importante considerá-los em etapas posteriores de desenvolvimento\implementação

do sistema de informação. São módulos que podem ser adaptados de programas já existentes

ou podem ser desenvolvidos em estudos posteriores.

• Módulo de metodologia de assistência em enfermagem

Este módulo visa, principalmente, a implantação de uma metodologia de assistência de

enfermagem através do processo de enfermagem. As informações necessárias estão

relacionadas com o histórico de enfermagem, o diagnóstico de enfermagem, o exame físico, o

plano de assistência de enfermagem, a evolução de enfermagem, a identificação das

necessidades e/ou problemas da assistência de enfermagem e de problemas cotidianos de

enfermagem em relação aos pacientes.

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As principais características das informações são as seguintes:

a freqüência de uso é constante durante cada turno de trabalho;

a alimentação das informações deve ser diária;

deve haver precisão da informação adequada a cada caso, com base na alimentação

de informações por parte do pessoal de enfermagem que assiste o paciente que está

sob a responsabilidade do enfermeiro da unidade;

atualização constante durante cada jornada de trabalho;

estabelecimento de uma metodologia de assistência conhecida por toda a equipe de

enfermagem com alimentação de informações baseadas no Diagnóstico da

NANDA (Normatização Norte-Americana de Diagnóstico e Assistência em

Enfermagem).

• Módulo de prontuários

Este módulo tem o objetivo de informatizar os registros de enfermagem e de outras

áreas, visando sua adequação e confiabilidade, devido à falta de legibilidade da escrita e falta

de padronização no armazenamento das informações. Estas deverão ser armazenadas em

bancos de dados e organizadas em prontuário por paciente, de modo a facilitar a consulta,

com vistas a resolver os problemas citados anteriormente. Este módulo deverá também

permitir o cruzamento de dados que possibilitem relacionar o diagnóstico de enfermagem ao

histórico da doença do paciente, e não só ao motivo da internação.

5.3.4 Funcionamento do sistema de informação proposto

O funcionamento do sistema diz respeito à disposição dos módulos e à seqüência de

eventos. Cabe esclarecer que será esboçado o funcionamento provável do sistema sujeito a

mudanças em função de fatores imprevistos e de restrições.

Basicamente, o sistema proposto deverá realizar inicialmente um tratamento das

informações, a partir dos dados coletados/ingressados. A seguir, o sistema ativa um módulo

que executa um subsistema, que, por sua vez, executa um processo. Se o processo for

complexo, o sistema ativa outros módulos, solicitando ao usuário, em alguns casos, novos

dados. Na Figura 5.26, é apresentado o diagrama que mostra os relacionamentos, em termos

de processos de informações, entre módulos e subsistemas.

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204

Representação das conexões:

Troca de informações que se sobrepõem

Componentes do módulo

Troca de informações que se sobrepõem (para efeitos de visualização)

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Figura 5.26 - Relacionamentos informacionais entre módulos e sistemas

Módulo de escala de turnos e deatribuições

Módulo de controle de materiais ecustos

Subsistema de elaboração daescala de

Subsistema de elaboração daescala de

Módulo de simulação

Subsistema de banco de “casos”e de aquisição de conhecimento

Módulo de recursos humanos eprocesso seletivo.

Subsistema de avaliação dedesempenho

Subsistema de dimensionamento

Subsistema de banco de dados derecursos humanos

Módulo de controle da assistênciae mecanismos de alerta

Subsistema de sinais vitais e alertas

Módulo de gerenciamento dosistema

Subsistema de controle e inferência

Subsistema de interface

Subsistema de base de conhecimento,controladoria e manutenção

Subsistema de controle da assistência

Módulo de metodologia de

assistência em enfermagem *

Módulo de prontuários *

Subsistema de treinamento eeducação

Subsistema de informações sobrenormas e rotinas de enfermagem

Subsistema de informaçõesi i i

Módulo de informações técnicas eorganizacionais

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Para facilitar a consulta e compreensão das informações apresentadas, recomenda-se

implementá-las utilizando fluxogramas dentro de uma estrutura de hipertexto e/ou hipermídia,

com “links” entre gráficos, tabelas e textos. Um diagrama fala mais que palavras e permite a

representação mental da situação de trabalho de forma global e integrada, o que é importante

para a elaboração de planos de ação, diagnóstico e tomada de decisão. Esses diagramas,

associados a recursos de hipermídia, aumentam muito mais o poder de procura, seleção,

transmissão, assimilação e utilização do conhecimento/informação. Nesse processo devem ser

consideradas também as comunicações com banco de dados e programas complementares.

Portanto, é recomendável estabelecer uma rede de informações entre os setores

envolvidos, de maneira a permitir um intercâmbio rápido de informações.

Por outro lado, a falta de padronização do significado dos termos utilizados na

assistência em enfermagem provoca confusão e até erros. Propõe-se a criação de um

dicionário de dados para ser utilizado e consultado pelo sistema de informação proposto.

5.3.5 Reestruturação organizacional/funcional proposta do trabalho de enfermagem

A implantação de um sistema de informação e de uma nova filosofia de supervisão da

assistência em enfermagem exige, também, uma reorganização do trabalho, que consiste,

principalmente, em definir as atribuições dos postos de trabalho, a estrutura e as relações de

trabalho, e as fronteiras de responsabilidade das partes envolvidas.

Todo processo de mudança tem uma situação transitória, em que vão sendo realizados

os ajustes e as adaptações necessárias para se chegar a uma situação mais estável, a qual

podemos chamar de “situação definitiva”.

Com relação à organização, a partir de um esquema organizacional inicial, este pode

ser aperfeiçoado durante a situação transitória, através de acompanhamento, análise e

retroalimentação da situação de trabalho, até se chegar a uma organização do trabalho mais

estável ou “definitiva”.

Um modelo de gestão funcional é aquele que representa o funcionamento de um

sistema e seu gerenciamento operativo, além da estrutura hierárquica da empresa, tentando

formalizar estruturas auto-organizadas, dinâmicas e flexíveis, baseadas em conhecimento e

que visam otimizar o desempenho do sistema na sua totalidade.

A base para a seleção de um modelo de gestão funcional da área de supervisão da

assistência em enfermagem foi dada pelos resultados da análise ergonômica do trabalho,

principalmente em nível cognitivo, e pela modelagem cognitiva dos processos no trabalho.

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207

Na Figura 5.27, apresenta-se o modelo conceitual de gestão funcional, selecionado

para conduzir os processos de mudança pelo forte apelo à introspecção mental. O processo de

mudança inicia-se pela consciência da sua necessidade, sentida por uma ou mais pessoas do

nível de identidade da organização. Estamos sempre falando em instituição hospitalar como a

entidade em processo de mudança, mas nada impede que essa entidade seja uma clínica

médica ou uma seção, para posteriormente transbordar para outras áreas.

Os componentes básicos do modelo, segundo Boog (1999), são os seguintes:

Parte superior do modelo. Diagnóstico atual. Como nós somos? Refere-se aos

aspectos qualitativos da unidade em termos de liderança, comunicações,

participação, políticas de recursos humanos, etc. Como queremos ser? Refere-se à

visão futura que a equipe de direção tem dos aspectos qualitativos. Exigem-se

novos conhecimentos por parte de todas as pessoas envolvidas no processo.

Parte inferior do modelo. Onde nós estamos? Refere-se ao diagnóstico dos

aspectos quantitativos da unidade, como, por exemplo, diretrizes, objetivos, metas

e planos estratégicos da instituição. Nesta etapa, a equipe de direção se confronta

com a necessidade de fazer. É necessário desenvolver novos conceitos e

procedimentos de planejamento, execução e avaliação dos aspectos anteriores.

Parte central do modelo. Refere-se ao ponto em que as pessoas e o grupo

aprendem e modificam a organização do trabalho. Aqui, ocorre a essência do

processo de aprendizado coletivo e, portanto, o desenvolvimento da organização.

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O que devemos / queremos mudar

Desenvolvimento da Organização

Aprender

Visão daSituação Atual

VisãoFutura

Como vamos chegar lá?

Figura 5.27 - Modelo de gestão de Mudanças (baseado em Boog, 1999).

Novos Conceitosde Gestão

NovosParadigmas

Carta deintenções da

cúpula

Comoqueremos

ser?

2005

Onde queremosestar?

ObjetivosEstratégico

s

2006

2001

Comosomos?

Ondeestamos

Formação de umaequipe de direção

do processo

SASE

Novos conhecimentos

Novos Recursos(Sistema de informação)

Novas Capacidades

Novos Instrumentos e ProcedimentosParticipativos de Planejamento e

Avaliação

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5.3.6 Validação do modelo conceitual

5.3.6.1 Considerações gerais

O modelo conceitual foi discutido e avaliado para efeitos de validação como modelo

para implementação de um sistema de informação por computador que possa servir de apoio à

supervisão da assistência em enfermagem hospitalar.

Em termos de validação, podemos considerar o modelo conceitual como uma

modelagem interpretativa, em função de que sua aplicação requer que os indivíduos e grupos

pensem sobre as conseqüências de suas decisões (Pidd, 1998).

5.3.6.2 Processo de validação

Conforme Checkland (1995), a técnica de validação de modelos conceituais promove

o desenvolvimento de um debate entre pessoas que possuem diferentes visões e fazem

diferentes interpretações sobre a maneira como as coisas são ou como devem ser.

De acordo com Pidd (1998), demonstrar que um modelo é completamente correto é

impossível, pois a validação é um ideal que precisamos nos esforçar para atingir, avaliando as

suas conseqüências, visto que o que realmente importa é se o modelo vai trazer os resultados

esperados.

O processo de validação envolveu basicamente as seguintes etapas: (1) formação de

um grupo para avaliação e validação do modelo; (2) análise e debates sobre o modelo

conceitual; e (3) formulação das conclusões do grupo com base nos resultados das duas etapas

anteriores.

5.3.6.2.1 Participantes da validação

O grupo responsável pelo processo de validação foi composto pelos seguintes

profissionais: três enfermeiros supervisores de unidades hospitalares, dois especialistas em

gerenciamento de enfermagem em hospitais de grande porte, um especialista em gestão de

sistemas de informação e quatro auxiliares de enfermagem que trabalham em clínica médica.

Esses profissionais foram selecionados em função dos seguintes critérios: conhecimento e

experiência relacionada à função de supervisão da assistência em enfermagem hospitalar;

experiência em gestão da função de supervisão em enfermagem hospitalar; conhecimento e/ou

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prática em sistemas de informação; qualificação e experiência em enfermagem; e disposição

voluntária para participar do estudo.

5.3.6.2.2 Análise e debates sobre o modelo conceitual

Visando analisar e debater a validade do modelo proposto de sistema de informação,

ocorrências simuladas foram propostas para serem resolvidas pelo pessoal envolvido,

aplicando-se os modelos cognitivos dos processos de supervisão da assistência em

enfermagem hospitalar elaborados e apresentados anteriormente nesta pesquisa.

Todos os analistas profissionais de enfermagem realizaram o papel de enfermeiro

supervisor de unidade de clínica médica, recebendo e fornecendo informações, também

simuladas e cuidadosamente estudadas. Assim, a experiência foi bem-sucedida, na medida em

que se simularam ações e/ou situações tecnicamente corretas, conseguindo-se hipoteticamente

uma melhor regulação do sistema, com base nos apontamentos dos avaliadores.

O sucesso dessa experiência baseia-se na disponibilidade de recursos informacionais

estruturados, reais e coerentes às características da tarefa e da atividade mental. Existiram

algumas reclamações em relação à seqüência dos raciocínios mais complexos, sobretudo em

situações específicas. Assim, foi sugerido que durante o desenvolvimento do sistema, sejam

criadas “ajudas” em forma de resumos (fluxogramas) que apresentem processos com

raciocínios mais complexos que possam auxiliar o usuário nessas situações. Da mesma forma,

foi sugerido que se criem fluxos globais envolvendo resumidamente todo o processo das

situações e da resolução de problemas. Depois dessa análise, as modelagens foram

reformuladas e readaptadas, de acordo com as sugestões dos avaliadores que não foram muito

relevantes.

Mais adiante será descrito com mais detalhes um dos processos de validação que foi

desenvolvido com os participantes.

5.3.6.2.3 Conclusões do processo de validação do modelo conceitual

A partir da análise dos resultados e dos debates dos participantes do processo de

validação, foram formuladas conclusões que verificaram com maior claridade e cientificidade

a funcionalidade do sistema como instrumento de apoio à supervisão da assistência em

enfermagem hospitalar. O grupo participante de todo o processo de validação foi considerado

adequado pela qualidade e consistência das conclusões formuladas.

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Cabe ressaltar que os manuais elaborados no presente estudo sobre normas e rotinas de

enfermagem, os manuais de atribuições de enfermagem e o manual de medicamentos foram

utilizados na formulação das ocorrências simuladas.

Com relação à etapa de análise e aos debates do processo de validação, conclui-se o

seguinte: os módulos propostos de sistema de informação são considerados tecnicamente

corretos como resultado de experiências simuladas. Os potenciais utilizadores são, na sua

ampla maioria, favoráveis à implantação de um sistema de informação segundo o modelo

proposto.

Os avaliadores citados anteriormente concluíram que o desenvolvimento e a

implantação de um sistema de informação com base no modelo proposto pode resultar nas

seguintes vantagens:

a carga de trabalho mental do enfermeiro poderá ser menor;

a utilização do sistema de informação pode reduzir o tempo e o esforço mental nas

consultas, nas avaliações, nos controles e nos diagnósticos realizados pelos

enfermeiros;

o controle e a homogeneidade na aplicação do conhecimento deverão aumentar a

eficácia no desenvolvimento das atividades de supervisão da assistência em

enfermagem;

o sistema de informação, com as devidas adequações, contribuirá na qualidade e

na redução do tempo de treinamento do pessoal;

a gestão de recursos humanos de enfermagem será otimizada.

Apesar das limitações de tempo e de recursos no processo de validação, pode-se

considerar validado o modelo como base para implementar um sistema de informação por

computador de apoio à supervisão da assistência em enfermagem hospitalar.

5.3.6.3 Descrição de um dos processos de validação

Neste item, é descrito detalhadamente um processo de validação executado junto aos

profissionais de enfermagem que poderão vir a ser os usuários deste sistema de informação de

apoio à supervisão da assistência em enfermagem – SASE.

A situação simulada, para validar o modelo proposto de sistema de informação, foi a

delegação da função de administração de medicamentos pelo enfermeiro a um auxiliar de

enfermagem de uma clínica médica que acabou de ser transferido de uma unidade de

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maternidade, estando ele na instituição há um mês e quinze dias, sendo formado há seis meses

e sem experiência nenhuma na área.

Essa situação foi escolhida porque nela se identifica o desenvolvimento do trabalho do

enfermeiro em estudo, o qual envolve planejamento, tomada de decisão, processo seletivo,

avaliação de desempenho, educação continuada, liderança, organização e controle. Essa é uma

situação que pode levar o enfermeiro a agir de forma inadequada, prejudicando a qualidade da

assistência, que muitas vezes pode até se traduzir na perda de uma vida (do cliente). Quando o

enfermeiro delega esta função, ele deve elaborar mentalmente um processo decisório a partir

dos conhecimentos obtidos na sua formação (principalmente conhecimentos teórico-práticos

relacionados à política de recursos humanos, processo seletivo, liderança, educação em

serviço, avaliação de desempenho, planejamento, tomada de decisão e organização),

experiência profissional em situações semelhantes e experiência de vida, além de ter como

referencial a filosofia, a missão e a cultura organizacional da instituição hospitalar.

Nesse sentido, as respostas por parte dos avaliadores/analistas em relação ao nível das

informações, comportamentos, resolução de problemas e de regulação da ação/função são

apresentadas a seguir.

• Em termos das informações

* Pesquisador: Que informações você precisa no momento em que enfrenta uma situação

na qual tem de ser atribuída a função de ministrar medicamentos ao pessoal auxiliar e/ou

técnico de enfermagem nesta clínica?

* Enfermeiro: Primeiramente precisaria ter participado do processo seletivo do

funcionário ou dispor de informações sobre ele, se ele comporta as competências adequadas

para assistir o cliente de clínica médica (experiência, tempo de serviço grau de instrução,

etc.). Outro aspecto importante é saber como é o relacionamento do funcionário com o cliente

e com a família, e suas relações interpessoais com a equipe de trabalho, além de conhecer seu

grau educacional e sua experiência profissional.

* Pesquisador: No momento em que você decide e delega essa função, qual é a primeira

idéia que vem à sua memória? Verbalize seu raciocínio.

* Enfermeiro: Primeiramente identifico a prioridade do momento, isto é, como tenho

muitos pacientes (33) a serem atendidos, discrimino o que é prioritário e de que funcionários

disponho.

* Pesquisador: Será que o número de pacientes influencia no tempo e no tipo de decisão

que você precisa tomar?

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* Enfermeiro: Sim, uma vez que há um horário para as medicações que têm de ser

ministradas e o número de funcionários é insuficiente. A isso se soma o fato de eu não

participar do processo seletivo dos funcionários que são contratados para esta clínica, embora

eles fiquem sob minha responsabilidade.

* Pesquisador: Que outras informações você precisaria obter para decidir a atribuição

desta função?

* Enfermeiro: Eu gostaria de saber tudo sobre a experiência profissional de meus

funcionários, além de saber por que estão na enfermagem. Acredito que se meu funcionário

comportaria o perfil de que eu preciso para atender a clientela desta clínica, com certeza eu

poderia estar elaborando um planejamento prévio de meu trabalho, o que não faço atualmente,

visto que muitas vezes nem sei que funcionário trabalhará comigo e isso cria em mim uma

certa insegurança.

• Em termos dos comportamentos

* Pesquisador: Como descreveria sua forma de agir diante desta situação?

* Enfermeiro: No momento em que me é apresentada uma situação destas, geralmente eu

atuo de acordo com a minha intuição, ou seja, não avalio nem penso sobre a minha decisão,

penso primeiro nos objetivos de minha decisão, ou seja, ministrar os medicamentos para a

minha clientela naquele horário.

* Pesquisador: O que o leva a agir dessa forma precipitada?

* Enfermeiro: Geralmente, é a sobrecarga de trabalho, uma vez que sou a única

enfermeira do setor e a responsabilidade é minha como enfermeiro. Só isso já me apavora.

Legalmente eu sou a principal responsável pelo setor. São muitos pacientes e uma diversidade

de necessidades e/ou problemas a serem solucionados da melhor forma possível neste setor.

Isso no meu cotidiano se torna estressante.

* Pesquisador: Como gostaria de agir diante dessa situação?

* Enfermeiro: Eu gostaria que não tivesse tanta sobrecarga e que houvesse a participação

de outro enfermeiro ou de algum instrumento que me auxilie neste momento. São muitas

informações que eu preciso ter na hora de tomar uma decisão de delegação, pois muitas vezes

há funcionários recém-contratados e eu nem os conheço. Isso me dá insegurança na hora de

delegar alguma atribuição a eles. Eu, particularmente, não estou satisfeita com meu

comportamento nesses momentos, pois estou agindo de acordo com a situação, sem ter tempo

para planejar, organizar, avaliar ou analisar a situação antes de tomar uma decisão, sobretudo

quando se trata de delegar uma função tão importante como é a de ministrar medicamentos.

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• Em termos de resolução de problemas

* Pesquisador: Quando você resolveu o problema e delegou esta função para o auxiliar

sem experiência e com pouco tempo de formado, acredita que fez uso de algum processo

decisório antes de tomar essa decisão?

* Enfermeiro: Com certeza não, pois diante de uma situação eu tomo decisões rápidas e

pouco pensadas e/ou analisadas, correndo o risco de errar. A falta de um processo decisório

algumas vezes ocasiona erros que as ações corretivas nem sempre conseguem solucionar.

* Pesquisador: Você acredita que resolver problemas desta maneira prejudica a eficiência

de seu trabalho profissional e a qualidade de seu serviço?

* Enfermeiro: Sim, com certeza, porque as melhores decisões são aquelas nas quais você

aplica todas as etapas do processo decisório.

* Pesquisador: De que forma você acredita que este problema poderia ser diminuído?

* Enfermeiro: Como falei anteriormente, eu gostaria de contar com algum instrumento de

apoio na hora de tomar este tipo de decisão.

• Em termos de regulação da ação/função

* Pesquisador: Você acha que um sistema de informação computacional seria este

instrumento?

* Enfermeiro: Sim. Mais como seria este instrumento?

* Pesquisador: Se eu apresento a você um sistema que lhe disponibilize todas as

informações sobre os funcionários, a instituição e os pacientes, acredita que lhe serviria de

apoio?

* Enfermeiro: Com certeza.

* Pesquisador: Na situação apresentada, se você contasse com um sistema que lhe

fornecesse, de forma prática, todas as informações – informações essas coerentes com o

regimento e regulamento da instituição bem como com a política de recursos humanos do

hospital – sobre o auxiliar de enfermagem que acabou de ser transferido, desde dados sobre o

processo seletivo dele, seu currículo completo, até informações em relação à avaliação de

desempenho, formação, aperfeiçoamento, entre outros fatores, acredita que aumentaria a

eficiência e eficácia dos resultados de seu trabalho?..

* Enfermeiro: Sim, porque são esses tipos de situação que criam maior insegurança, me

levam muitas vezes a errar e sobrecarregam mentalmente meu trabalho, a ponto de me sentir

desestimulado como profissional. Um sistema desse tipo aumentaria com certeza a eficiência

de meu trabalho.

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* Pesquisador: Se esse sistema lhe apresentar diagramas com raciocínios lógicos,

específicos para cada situação-problema, com desenhos e cores interagindo em alguns

momentos com você, em casos mais específicos, acredita que apoiaria mais ainda seu

trabalho?

* Enfermeiro: Com certeza, visto que uma das maiores dificuldades do pessoal de nossa

área é lidar com esses equipamentos muito sofisticados e difíceis de serem manuseados.

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QUARTA PARTE – CONCLUSÕES

6 CONCLUSÕES DA TESE

Neste capítulo são apresentadas as conclusões da pesquisa no que se refere aos

objetivos e hipóteses definidos, à concepção de sistemas de informação de apoio à supervisão

da assistência em enfermagem, ao desenvolvimento do trabalho e às perspectivas de

continuidade.

6.1 Quanto aos objetivos e hipóteses definidos

Este estudo possui como objetivo geral a concepção de um modelo de sistema de

informação de apoio à supervisão da assistência em enfermagem hospitalar que seja adaptado

às exigências cognitivas no desenvolvimento das atividades do enfermeiro. Dessa forma,

considera-se que tal objetivo foi atingido, uma vez que está associado diretamente ao

cumprimento dos objetivos específicos. Assim, inicialmente foram levantadas as justificativas

teóricas das áreas do conhecimento envolvidas que permitiram a fundamentação científica da

pesquisa (capítulos 2, 3 e 4); posteriormente, foi feita a análise ergonômica da atividade

cognitiva do enfermeiro que trabalha em uma unidade de internação de clínica médica

(capítulo 5, itens 5.1 e 5.2); com base nessa análise, foi desenvolvido o modelo conceitual do

sistema de informação, o qual servirá de apoio para a realização de atividades de supervisão

da assistência em enfermagem (capítulo 5, item 5.3). O supervisor da assistência em

enfermagem desenvolve uma função gerencial extremamente complexa, devido à diversidade

e multiplicidade de informações que ele adquire, processa, armazena e utiliza, e devido à

tomada de decisão em situações conflitantes e com limitação temporal, e também à

elaboração de avaliações e diagnósticos que utilizam parâmetros dinâmicos no tempo. Assim,

conseguiu-se caracterizar essas exigências cognitivas e identificar o potencial de apoio das

ferramentas da tecnologia de informação no desenvolvimento da atividade do enfermeiro para

posteriormente estabelecer objetivos e requisitos do sistema de informação, resultando na

elaboração do modelo conceitual que irá melhorar o trabalho desse profissional,

principalmente no que diz respeito ao esforço mental pela grande quantidade e diversidade de

informações, que conseqüentemente irão refletir na redução de riscos que possam prejudicar a

qualidade da assistência prestada aos pacientes que ficam sob a responsabilidade deste

enfermeiro.

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217

Os pressupostos foram comprovados através do processo de validação apresentado no

capítulo 5. Dessa forma, verificou-se que o modelo conceitual de sistema de informação com

base na análise ergonômica da atividade cognitiva tem o potencial de ser eficiente no apoio e

na otimização do trabalho do enfermeiro, e ser coerente com as características organizacionais

e funcionais da unidade clínica.

Por outro lado, considera-se que o sistema de informação proposto pode ser

desenvolvido e/ou adaptado para diversas situações de supervisão em enfermagem, pois as

características da função mencionada são semelhantes em sua essência e em estrutura básica.

Com relação à aceitação do sistema de informação por parte dos enfermeiros, esta

pode ser confirmada considerando-se que a elaboração do modelo conceitual do sistema teve

a participação de possíveis usuários. Por outro lado, o modelo proposto foi desenvolvido a

partir das próprias características desses usuários e de sua atividade. Isso influencia

favoravelmente na facilidade de utilização e na eficiência do sistema, e abre novos horizontes

no desempenho da função.

Este estudo permitiu conceber um modelo conceitual de sistema de informação

coerente com as exigências e as características da atividade de supervisão da assistência de

enfermagem, com vistas a contribuir para a redução do esforço mental dos enfermeiros em

atividade de supervisão assim como para a melhoria da qualidade dessa supervisão.

6.2 Quanto à concepção de sistemas de informação de apoio à supervisão da assistênciaem enfermagem hospitalar

A introdução da tecnologia computacional no campo da enfermagem revela uma forte

tendência do futuro, possibilitando o aprimoramento da qualidade nos cuidados com a saúde,

uma vez que pode facilitar o planejamento, a tomada de decisão, a comunicação, o controle

gerencial e as mudanças na estrutura organizacional. Assim, os sistemas de informação

podem apoiar os enfermeiros na estruturação, operacionalização, controle e avaliação do

desempenho do departamento/serviço de enfermagem. Dessa forma, é fundamental que a

equipe de enfermagem seja capaz de ver o computador como um instrumento útil de trabalho.

A qualidade da prática de enfermagem requer, além da habilidade clínica, que cada

enfermeiro perceba, processe, interprete, transmita, implemente e documente a informação

originária de várias fontes, como pacientes, médicos, pessoal de enfermagem, além de

literatura atualizada. O papel do computador na enfermagem implica em ajudar/apoiar o

enfermeiro a organizar e administrar não só suas atividades de supervisão de assistência, mas

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218

também as informações que darão subsídios importantes para o gerenciamento da

continuidade dos cuidados, o controle de qualidade e a responsabilidade legal. A

informatização também oferece vantagens de eficiência, velocidade, contenção de custo,

versatilidade, além de estimular mudanças.

A introdução de instrumentos informacionais dirigidos ao apoio à supervisão da

assistência de enfermagem irá trazer importantes benefícios em favor do paciente em uma

unidade de clínica médica, assegurando melhor planejamento dos recursos humanos,

materiais e financeiros, e, conseqüentemente, melhorando a qualidade da assistência, de forma

a minimizar custos e gerar dados para avaliação e pesquisa.

A capacidade de documentar, organizar, armazenar e processar uma grande quantidade

de dados permite aliviar o enfermeiro das tarefas de transcrever ordens, elaborar requisições e

relatórios, atualizar o prontuário, preparar fichas médicas e controlar todas essas tarefas

manuais, a fim de corrigir possíveis erros de transcrição ou processamento.

A capacidade do computador de recuperar, sumariar e comparar grandes volumes de

informação rapidamente o torna um extraordinário instrumento para os gestores de

enfermagem, responsáveis pela supervisão da assistência e por outras funções. A principal

aplicação dessa capacidade é no processo de tomada de decisão do enfermeiro supervisor,

principalmente no controle de qualidade da assistência, na classificação de pacientes, em

escalas de pessoal, na distribuição de serviços, na avaliação de desempenho, etc.

A automatização da escala de horário do pessoal de enfermagem propicia maior

satisfação no trabalho, favorece a economia de tempo, impõe imparcialidade na atribuição das

folgas e mudanças de plantões, e possibilita documentar a relação entre a quantidade de

pessoal, o grau de dependência e a qualidade da assistência prestada.

A informática pode ser usada na administração de materiais, em requisições e controle

de medicamentos, no controle da manutenção de equipamentos bem como no entrosamento

entre os vários serviços, facilitando a comunicação entre o pessoal de diversos departamentos,

setores ou serviços. O sistema proposto pode oferecer informações tais como: prescrições e

ordens médicas, que darão o direcionamento básico de algumas funções de enfermagem;

identificação, seqüência e controle das internações dos pacientes, de forma a evitar repetição

de dados e modificações necessárias para serem utilizadas no momento em que sejam

requeridas; acompanhamento de todas as informações relacionadas ao tratamento e à evolução

do paciente; integração e intercomunicação de dados na admissão, alta, óbito e transferência;

previsão, provisão, utilização e controle de materiais nos diversos serviços do setor de

materiais (almoxarifado, centrais de materiais, centros cirúrgicos, entre outras).

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Os sistemas de informação automatizados que administram o fluxo de informação

entre as unidades de internação e as unidades de apoio economizam o tempo dos enfermeiros

nas atividades de comunicação.

Em resumo, os benefícios do sistema de informação desenvolvidos dentro dessa

abordagem são:

levantamento das tarefas desenvolvidas mais aproximado da atividade real e de

seus processos cognitivos;

melhor compreensão dos processos no trabalho;

melhor integração e interação por parte da equipe multidisciplinar na estrutura

organizacional hospitalar;

melhor planejamento, coordenação, liderança, controle e avaliação das atividades

de supervisão de enfermagem;

maior precisão e confiabilidade nas observações de avaliação e controle de

enfermagem;

melhor legibilidade, uma vez que se consome menos tempo para as anotações

serem lidas, interpretadas com maior precisão e mais bem utilizadas;

diminuição do tempo empregado em escrita;

redução dos riscos na assistência em enfermagem;

inclusão de dados complementares em suas próprias intervenções e revisão do

plano de cuidados a qualquer hora, de acordo com a metodologia da assistência

adotada. Na instituição estudada, não há uma metodologia de assistência

previamente estabelecida, o que torna o trabalho até certo ponto empírico no que

diz respeito à organização do trabalho do pessoal de enfermagem;

os sistemas de informação oferecem pronta análise estatística, que pode ser

utilizada como ferramenta de ensino por fornecer um guia de observações.

Também orientam sobre conhecimentos e habilidades em enfermagem, e orientam

os pacientes sobre cuidados gerais ou específicos de saúde.

Pode-se concluir que a análise ergonômica da atividade cognitiva é importante no

sucesso da implantação de sistemas de informação, no que concerne à complexidade do

trabalho desenvolvido, a partir do momento em que se lida com a saúde das pessoas. Assim,

esta análise permite levantar, apresentar, compreender e representar os processos cognitivos

de tratamento de informação a partir da decomposição da atividade e da modelagem desses

processos. Tal análise permite identificar a complexidade do desenvolvimento das atividades

de supervisão da assistência em enfermagem, devido à multiplicidade de situações, muitas das

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quais imprevistas, que contribuem no aumento da complexidade desses processos, na

concorrência desde o ponto de vista temporal das atividades e na seqüência indeterminada em

que são realizadas. Todo esse processo de análise contribui significativamente na concepção

de sistemas de informação que sejam mais adaptados às exigências cognitivas do trabalho do

enfermeiro de clínica médica.

6.3 Quanto ao desenvolvimento do trabalho

No presente trabalho foi desenvolvido um estudo de caso em uma instituição

hospitalar de referência para a região do Vale do Itajaí. Essa instituição foi escolhida pela

grande demanda de atendimento na região, pela facilidade no acesso às suas instalações e

informações sobre ela, assim como pela colaboração por parte dos profissionais, o que

enriqueceu mais ainda a análise. A pesquisa de campo foi ampla e frutífera, apesar da

limitação de recursos, e teve uma duração de seis meses.

6.4 Quanto às perspectivas de continuidade

Com base em um processo seletivo que está sendo implementado fundamentado na

filosofia de qualidade total, atualmente a instituição está começando a organizar todos os

setores e está abrindo vagas para a inserção de novos trabalhadores de enfermagem. Estão

traçadas como metas a mudança e a implantação da gestão pela qualidade, com previsão de

cinco anos para sua total implantação junto aos diversos setores desta instituição

(departamento médico, assistencial, administrativo e de diagnóstico).

Existiu muito diálogo com a chefia de enfermagem e toda a equipe multidisciplinar da

clínica médica, principalmente com o pessoal de enfermagem. Isso fez com que muitas das

contribuições do estudo fossem adotadas pela instituição e ampliadas a outros setores.

Algumas já foram implementadas, visto que a instituição pretende se informatizar por

completo, utilizando sistemas de informação que apóiem o trabalho dos profissionais da

saúde.

Existe interesse por parte da instituição em conhecer amplamente os resultados desta

pesquisa e utilizá-los, dado que os principais interesses dela estão direcionados ao trabalho da

enfermagem para que, a partir dele, possa atingir a qualidade na gestão do cuidado.

A instituição está passando por uma mudança organizacional que se baseia nos

conceitos de qualidade total. Para isso, inicialmente foram criados alguns setores e cargos

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administrativos organizacionais. Entre os setores, há um setor de gerenciamento pela

qualidade, coordenado por uma enfermeira; há ainda um centro de treinamento e

desenvolvimento de eventos, também coordenado por uma enfermeira que já começou a atuar

ativamente através de projetos que foram aprovados e implantados na prática – como, por

exemplo, cursos de aperfeiçoamento – de acordo com a necessidade levantada nesta pesquisa.

Atualmente a instituição está iniciando o processo de informatização do hospital com a

instalação física da rede de trabalho ou network. Essa atitude por parte da instituição é um

grande avanço na implantação do sistema de informação.

Recomenda-se que esta pesquisa seja utilizada na concepção de sistemas dentro da

abordagem proposta, sistemas esses que visem apoiar o trabalho de enfermagem em toda a

sua abrangência. Cabe ressaltar que este modelo, conforme mencionado anteriormente, possui

uma característica inédita e original que é a concepção de sistemas a partir do conhecimento

dos processos cognitivos ativados na execução do trabalho.

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ANEXOS

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ANEXO A

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ANEXO B