Como a graça irresistível opera (jonathan edwards 1703-1758)

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Como a Graça irresistível opera? Jonathan Edwards (1703-1758) diz: "Cristo nos amou, quando não havia beleza para desenhar, para ser o esboço do seu amor: 'Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.' - Romanos 5:8 Não havia nada de atraente em nós. Tudo era repulsivo. Não tínhamos nada amável ou qualquer forma desejável. Tudo era abominável aos seus olhos puros. Mas Cristo tem poder infinito para nos dar um novo coração, e beleza infinita para ganhar e tirar desse novo coração o nosso amor. Ele é o resplendor da glória de Deus. Ele é a estrela brilhante da manhã no firmamento espiritual. Ele é mais excelente do que os anjos do céu. Ao contemplar a sua beleza os anjos dia e noite são entretidos em suas almas na comemoração e celebração de seus louvores. Nem ainda as canções dos anjos que continuamente louvam esgotam a

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Como a Graça irresistível opera?

Jonathan Edwards (1703-1758) diz:

"Cristo nos amou, quando não havia beleza para desenhar, para

ser o esboço do seu amor: 'Mas Deus prova o seu amor para

conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda

pecadores.' - Romanos 5:8

Não havia nada de atraente em nós. Tudo era repulsivo. Não

tínhamos nada amável ou qualquer forma desejável. Tudo era

abominável aos seus olhos puros. Mas Cristo tem poder infinito

para nos dar um novo coração, e beleza infinita para ganhar e tirar

desse novo coração o nosso amor. Ele é o resplendor da glória de

Deus. Ele é a estrela brilhante da manhã no firmamento espiritual.

Ele é mais excelente do que os anjos do céu.

Ao contemplar a sua beleza os anjos dia e noite são entretidos em

suas almas na comemoração e celebração de seus louvores. Nem

ainda as canções dos anjos que continuamente louvam esgotam a

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excelência de Cristo, pois ela está além de tudo que a música dos

anjos podem expressar, alem de suas inteligências brilhantes são

capazes de alcançar... então os anjos louvam sem fim.

A Graça opera no coração dos eleitos regenerando-os, e então, os

atrai irresistivelmente neste impulso de desejo e deleite sem fim

na glória que flui eternamente de Cristo".

O que chamamos conversão em nossa geração é algo

completamente superficial – Alguém é chamado a frente, levanta

a mão, repete uma oração... E é dito a ela: Pronto! Bem-vindo ao

reino do Deus!!

Mas o fato é que “a restauração meramente exterior difere tanto

da regeneração quanto a caiação de uma casa velha, caindo aos

pedaços, difere de sua demolição com a edificação posterior de

uma nova em seu lugar” - Augustus M. Toplady

Não! A Bíblia diz que a verdadeira filiação no presente, irá

produzir inevitavelmente algumas marcas que autenticam a

veracidade da entrada no Reino de Deus. De todos! Como disse

William Secker: "Não há filhos natimortos na família da graça"

A Graça opera desta forma descrita por Jonathan Edwards e não

há outra maneira de um homem ser salvo. Olhe para apenas seis

coisas, de muitas, que o homem precisa e que a Graça soberana

muda no coração do homem para que ele possa ir de fato a Deus:

1) Ousadia em seu trono da Graça.

Todas as palavras aí estão em contradição com o homem natural.

É exatamente por fazer de si um deus, ou seja, não reconhecer o

Trono de Deus, mas se sentar no “trono” do seu coração, é que

o homem vive num estado de rebelião.

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Em segundo lugar todo homem natural odeia a Graça – pois

aceitá-la é admitir seu total desamparo, falta de merecimento,

aceitação de que merece a condenação e de que nele, homem

natural, não habita bem algum. É a aceitação do fato de que Deus

tem misericórdia de quem ele quer (por isso é Graça)...

Odiando o Trono e a Graça, em estado de inimizade, o homem

natural não pode ir ao Trono – Que rebelde vai até o trono do

verdadeiro Rei? Se vendo como um ser livre e merecedor, como ir

ao Trono da Graça? E que rebelde pode ir ao trono do Soberano

Senhor com ousadia?

Que transformações profundas e soberanas são necessárias para

que um rebelde, alienado da vida de Deus, com medo da morte

certa como preço de sua rebelião – possa ir ao Trono da Graça

com ousadia. Uma nova natureza é a característica necessária para

isso.

2) Contrição na Sua cruz.

Esta marca da veracidade de nossa filiação a Deus é fruto da

concordância do coração com a sentença pronunciada por Deus

para tudo o que somos – quer as coisas que achávamos boas como

as que achávamos más. Morte! Teus atos maus merecem a morte,

teus atos de justiça merecem a morte, tua própria natureza merece

a morte, e o inferno não é uma punição dura demais para a

desonra que teus pecados trouxeram a glória de Deus.

Para concordar com esse veredicto de todo o coração, novo

coração é necessário – essa é uma marca apenas daqueles de

quem possa ser dito: “Agora somos filhos de Deus...” – Não é

uma mudança superficial, é a transformação que vai contra tudo

aquilo que o homem é por natureza.

3) Amor a Sua Pessoa.

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Essa marca expõe essa nova criação, já que esse amor é um amor

sobre todas as coisas – o que inclui a nós mesmos. O coração

natural do homem só pode ver Deus como seu adversário, porque

em nossos corações podem habitar muitos deuses, mas o deus

supremo do homem natural é ele mesmo, os outros são deuses

vassalos. Mas o verdadeiro Deus deve ser único. Ou seja, o

homem tem de ter desistido do reinado de sua vontade para a

submissão completa de sua vontade...

4) Contentamento com nossa sorte.

Se Deus Reina Soberanamente, já não sobra marcas de ingratidão.

Essa é uma marca indelével do coração de um filho de Deus. Ao

se firmar no amor de Deus que não pode determinar nada que não

seja para nosso bem final, o clamor diário do coração é: “Faça tua

vontade, faça tua vontade... faça aquilo que mais glorifique Teu

glorioso nome. Toda expressão de descontentamento aponta para

a direção oposta daqueles de quem é dito: “Agora somos filhos de

Deus...” – A expressão comum deles é: “Nu saí do ventre de

minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR

o tomou: bendito seja o nome do SENHOR”. (Jó 1:21).

5) Vitória sobre o mundo.

Todo homem natural ama o mundo e odeia Deus: “Porquanto a

inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à

lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser”. (Rm 8:7); “Não ameis

o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o

amor do Pai não está nele”. 1 João 2:15 – Odiar o que amávamos

e amar o que odiávamos necessita de uma transformação maior do

que a que houve do caos para a ordem no Gênesis. É necessário

uma “nova criação!” – E sem exceção, todos os que nascem de

Deus vencem a atração irresistível que o mundo tinha sobre ele:

“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo...” (1 Jo

5:4).

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6) Zelo pela glória de Deus.

O pecado e a vida do homem natural é exatamente o completo

desprezo pela glória de Deus: “Em sua presunção o ímpio não o

busca; não há lugar para Deus em nenhum dos seus planos” (Sl

10:4). Agora o Espírito Santo em seu coração desenhou um claro

retrato do pecado – A máscara é retirada, o monstro é arrastado

para luz, suas características horrorosas são reveladas...

Agora em todas as suas buscas essa é a questão: Deus será

glorificado? Mesmo no comer e no beber? Na morte ou na vida?

A paixão pela glória de Deus, com exata oposição ao desprezo

anterior, governa seu coração. Seu canto sempre é um Soli Deo

Gloria. "A adoção dá-nos o privilégio de filhos; a regeneração, a

natureza de filhos" - Stephen Charnock (1628-1680).

Como diz a citação de Jonathan Edwards no início deste texto: "A

Graça opera no coração dos eleitos regenerando-os, e então, os

atrai irresistivelmente neste impulso de desejo e deleite sem fim

na glória que flui eternamente de Cristo".

"Amados, agora somos filhos de Deus...!" 1 João 3:2-3

"Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem

da vontade do homem, mas de Deus." - João 1:13

Bem-aventurados são estes! Como disse John Owen (1616-

1683):

"Que eles finjam como quiserem, mas a verdadeira razão por que

alguém despreza o novo nascimento é a de odiar uma nova vida"