Cinturao Negro Revista Portugues 306 Fevereiro parte 2 2016

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A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online 306 - Fevereiro - Parte 2. Ano XXV

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Todos os DVD's produzidos porBudoInternationalsão realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX,

osimilares) e aimpressão das capas segueasmaisrestritas exigências de qualidade(tipo depapele impressão). Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

REF.: • DVD/TAOWS3REF.: • DVD/TAOWS3

O que acontece quando duas pessoas praticam Chi-Sao? Qual é o sentido da sua prática e quais osobjectivos? Neste 3º DVD, "Chi Sao desde a base até onível avançado", Sifu Salvador Sánchez aborda oaspecto talvez mais importante do sistema Wing Chun,

o Chi-Sao, a própria alma do sistema, que lhedota de umas características

completamente diferentes dos outros,e proporciona grandes virtudes ao

praticante. Este trabalho trataalguns aspectos em princípio

muito básicos, mas queconforme vamosaprofundando neles, nosparecem surpreendentes. Éum rasgo muito claro dacultura tradicionalchinesa, o que é muitoóbvio à primeira vista,encerra uma segunda outerceira leitura, que decerteza modificará anossa maneira de ver, a

prática e a compreensão. Analizamos como praticar

o Chi Sao mediante osnossos “drills” de trabalho e

como aplicar esses drills, essahabilidade, em um sparring,

vinculando alguns conceitos, talveznão tão ligados ao Kung Fu tradicional,

tais como bio-mecânica, estruturas,conhecimentos de física, etc..., a fim de obter

melhores resultados na prática.

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etimologia nos diz que “educare” significa“guiar desde fora”, tanto como “tirar parafora o que se leva dentro”. Educar é a maisnobre das profissões, essas que, como a domédico, são mais um sacerdócio que outra

coisa. Meu avô era um professor e o era em mais de um

sentido. Ele me ajudou com o Latim, que na época seestudava muitos anos, matéria desprezada como inútil, jánaquele tempo, mas que curiosamente, tem sido uma daspoucas coisas que depois me têm servido na vida, (desdejá, infinitamente mais que de toda essa série de coisainúteis que me fizeram memorizar).

Ter informação não é saber; saber usar os factos é oque serve e usá-los com sabedoria é o que conta. Naeducação, o carácter tem de se formar com esmero,como trata de uma planta, cortando aqui e acolá comcuidado e carinho, as direcções erróneas, mas acima detudo, regando e alimentando para o seu crescimento serpossível.

Mas, direcções erróneas, de acordo a que coisa?Cada tempo, cada cultura, tem seus tabus. Todo Mestreterá erros se não é capaz de saber os confins do seusacerdócio. O bom Mestre sabe que não só ele tem seuslimites, como que também a sua primeira conquista seráo de não se tornar, por mor de suas próprias taras, ocastrador consciente ou inconsciente que não sabe o queo aluno pode chegar dentro ou chegar a ser.

Os dados acumulados não são então o objectivo, nemsequer sua funcionalidade, porque não serão só osresultados que contarão em toda educação; tal vez emum mundo que vive para fora, assim possa chegar a ser,mas resulta que os indivíduos vivemos nas duasdirecções, fora e dentro, e desde já que se pode chegar ater muito sucesso social, sem deixar de ser um absolutoidiota e um perfeito infeliz. Um Mestre trata com materialimprevisível e nunca deve esquecer isso.

É óbvio que para mim, educar não é ensinar coisas;educar é ensinar a viver. O Mestre parte daspossibilidades que cada um tem e a sua tarefa é faze-lasvisíveis, polir e encaminhar a melhor das propostas quetais possibilidades possam proporcionar. Se depois apessoa faz com eles o que quer que seja, é coisa de cadaum e não só porque a liberdade é uma grande coisa,como também e especialmente, porque pretender intervirde outra maneira, acabará em desastre. Transmitir asnossas frustrações, pretender curar-nos em carne alheia,tem sempre o mesmo preço: a desgraça própria e alheia.Por isso o Mestre, como um pai (ou uma mãe) sábio eamoroso, deve implicar-se tanto como praticar odesapego. Árdua tarefa, sim, mas não isenta desatisfações, porque não há prazer semelhante a verflorescer o que foi plantado e até de maneira egoísta, paraquem, como sugere seu magistério, ama o conhecimentoe a sabedoria, de nada se aprende mais que do ensinar.

Falando disso: Dizem que nada ensina mais que opróprio exemplo, mas é falso. O exemplo não ensina,antes bem dele se pode aprender. O Mestre queacreditando neste dito popular, trate de impor seu reflexo,se engana, porque os alunos repararão no que ele sentir eo interpretarão de acordo com seu entender e tendências,e já se sabe que aquilo que para um é grandioso, paraoutros pode ser horroroso. O sábio respeita a diferença,porque só dela surge a evolução.

Mas, onde estão os limites do magistério? Pordesgraça não há mapas certeiros para indicar o ditoconfim, porque cada um tem o seu carácter, com as suasvirtudes e suas deficiências, suas tendências e objectivos.Saber montar a cavalo não significa ser capaz de montarem todos os cavalos. O meu querido amigo, o CoronelRamos Alcaraz, (descanse em paz), extraordináriocavaleiro de Raid, odiava montar os cavalos de doma,porque dizia que tinham mais molas que um computador.Para ele, que a monta significava, passo, trote, galope esalto, quer dizer, ir de um lugar para outro montado emum cavalo, sentindo o prazer da liberdade, do ir e vir noscampos unido à nobre besta, fazer carantonhas subidoem um equino, era não só supérfluo como até tambémperigoso, porque enquanto tu pensavas estar mandandoa ordem de ir para diante, o equino percebia ir para trás.

Parece que o sentido comum é nestas coisas, comoem tantas outras, totalmente insubstituível, mas tambémo é a humildade. Encher a cabeça de coisas, dados oupresunções - que toda opinião isso é - como quemenche um recipiente, não ajudará ninguém a cumprir seudestino, a ser melhor e mais livre, mais sábio, nem maisfeliz. O conhecimento está tão sobrevalorizado, comoinfravalorizada está a sabedoria.

Ser simplesmente impecável na nobre tarefa daeducação é extremamente difícil, sem a combinaçãoexacta de compromisso e desapego. Ir excessivamentealém ou não chegar, é o mais comum. Não há professorque não tenha sido frustrado em seus empenhos, não hámestre sem decepção. Todos nos justificamos sempre,porque somos indivíduos, porque necessitamos serdonos dos nossos reflexos, porque queremos querer-nos,que nos queiram, que nos respeitem. Os humanos somosmanada, além de indivíduos. A tribo, sela qual for oconceito que disso possamos ter, é essencial nas nossasvidas e tal princípio está nos nossos genes.

Por mais que a vida seja uma experiencia pessoal, adimensão social do nosso ser não pode ser obviada, nempelo contrário tornar-se em um todo que nos escravize ouposponha aquilo que só é nosso. Ao César o que é doCésar… Hoje, o que chamam educação é associar dadosa uma funcionalidade pretendida e sempre falsa; todoaquele que saiu da Universidade, sabe desta mentira. Aexperiência e o trabalho de campo são os que fazem aoespecialista, ao Mestre fá-lo o tempo e a teimosaperseverança por compreender.

“Já não há enducancia, nem respeito” (sic)(O tio Flores apoiado em sua bengala)

“Há duas cosas infinitas: o Universo e a estupidez humana...e do Universo, não tenho certeza”

Albert Einstein

A

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Dizem que sabemos uma coisa quando somos capazes de aensinar bem. Esta é a verdade rara vez explicada, de por que motivoum Mestre necessita um aluno. Sempre se acentua na outra direcção,mas é quando nos esvaziamos, quando nos contrastamos tratando deexplicar o que acreditamos dominar, quando compreendemos as nossaslimitações e descobrimos as nossas deficiências, e só às vezes, nosassombramos constatando que sabíamos mais do que nos ensinaram. E nãoesqueçamos que o povo diz: “mais aprende o esperto de um parvo, que o parvode um esperto”.

As avaliações sentimentais de experiências aproveitadas não fazemque estas sejam boas. Eu dou valor ao serviço militar como quemmais, mas não porque fosse bom mas porque eu fiz dessaexperiência uma coisa boa. Para muitos dos meus colegasfoi ao contrário. Estabelecer disso um ponto universal, éde uma presunção tremenda.

Com o sentimentalismo, acabamos beijando até opau que nos bateu, mas para o verdadeiro mestre,vale mil vezes mais a manha, que a força. O paunão pode ser o recurso quotidiano, mas simexcepcional. A dor gratuitamente infringida - equase sempre é - não suporta justificaçãoalguma, mas sempre é uma amostra dasnossas taras e deficiências no magistério. Hoje,lamento poucas cosas das vividas, massempre lamento aquele açoite que dei àminha querida cadela Eleutéria, quando eunão soube ensiná-la de outra maneira.Aprendeu disso? Sim… mas, era necessárioou só mostrava a minha incapacidade? Sóo carinho infinito que lhe professei podecompensar de alguma maneira aformação do seu carácter que foi, porquejá estava nela, nobre, digno, valente einfinitamente doce.

As crianças são matéria sensível, ofacto de serem maleáveis não querdizer que tudo suportem. Educaradultos - ainda que mais duros,não são senão criançascrescidas, não pense o leitor quea regra possa ser muito diferente.Se apanham mais moscas commel que com vinagre!

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Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.e-mail: [email protected]

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5

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Kyusho - ColaboraçõesIntegração do Kyusho em todos os estilos de Artes Marciais

Kyusho

Na fotografia, da esquerda para a direita:Anthony Rotella, Marshall Wolf, Mike Hebert, Evan Pantazi, Raffi Derderian, John Hagman e Cody Robyn.

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Kyusho - Kali(Perspectiva do Kali por Raffi Derderian)

As Filipinas têm uma longa história de combates à vida oumorte. Desde a antiguidade até os tempos modernos, as Artesde luta do arquipélago filipino têm mostrado repetidas vezes,terem métodos de luta eficientes, eficazes e extremamentemortais. Há um grande número de sistemas de Artes Marciaisfilipinos distribuídos pelas múltiplas ilhas desta região. Muitassão Artes Familiares e provavelmente ninguém que chegar de"fora" as aprenda alguma vez. Por desgraça, muitas delastambém estão à disposição do resto do mundo.

O maior mal entendido das Artes Marciais de Filipinas é quesão principalmente sistemas de armas. O Arnis, a Escrima, e oKali são Artes Marciais amplas e muito completas. O métodode luta com mãos nuas do Kali é realmente único no seugénero e inclui golpes (é também conhecido como Panantukan,Suntukan ou Pagamot), pontapés (Pananjakman, Sikaran), e osagarres (Dumog). O Panatukan utiliza o punho, o cotovelo, osnós dos dedos, o ombro, o antebraço, e a cabeça comoferramentas para bater. Os Golpes Tipo Boxe se combinamcom bofetões e picadas, para fazer uma série devastadora decontra-ataques. Muitos dos movimentos utilizados com a mãonua, derivam da prática com armas do Kali. Seus praticantessentem que o treino com armas (pau simples, duplo pau,bengala, adaga, e assim sucessivamente) melhora e dinamiza otreino das mão nuas.

Tudo isto funciona devido ao inacreditável jogo de pés queusa o praticante de Kali. A combinação de jogo de pés angular,técnicas de protecção, e os ângulos únicos de contra-ataque,são o realmente eficaz. Este trabalho de pés consta de cortarângulos, muitas vezes se deslocam para fora do alcance dooponente. Quando o trabalho de pés, que utiliza triângulosmasculinos e femininos, se utiliza correctamente, leva aolutador Kali a uma posição temporal e segura, desde ondelançar um contra-ataque.

Outro termo que é muito familiar para os estudantes de Kali é"gunting". Literalmente se traduz como "tesoura". A tesoura serefere ao movimento feito com as mãos (ou armas, se for ocaso) que se utiliza na prática do Kali. O movimento gunting seutiliza grande parte do tempo na prática de ataque duro àsextremidades.

O estudo de Kyusho é o complemento perfeito para a práticada luta Kali. O Kali é um sofisticado método de tratar comgolpes e pontapés, que se dirigem especificamente aos nervosda extremidade do contrário. Portanto, um praticante de Kali vêum golpe que se aproxima não como um ataque, mas comoum objectivo a destruir. Assim sendo, um punho terá um "olho

Kali

“O maior malentendido acerca

das ArtesMarciais das

Filipinas é que sãoprincipalmentesistemas de

armas”

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de boi" nele, por exemplo. Todo isto nos leva de volta ao conceito bem conhecido de "tirar osdentes à serpente". Este termo se utiliza muito em toda a prática Kali, com e sem armas. A ideiaé que tirando os dentes a uma serpente, ela se torna inofensiva.

Então, onde aparece o Kyusho em tudo isto? Tendo em consideração que grande parte dosgolpes do Kali apontam aos nervos, é “um casal feito no céu”. Kali incorpora o ataque queimplicará bater nos nervos do braço. Bater nestes pontos sem o estudo do Kyusho, certamente éeficaz, mas tudo se torna melhor quando o estudante sabe exactamente onde bater, conhece amelhor maneira de bater no ponto e qual é o resultado possível.

Para o nosso propósito actual, os pontos de referência que estamos utilizando, seriam: 1) duplo exterior (quando estiver completamente na parte exterior do braço atacante 2) fora/dentro ou "split", Quando se tem um braço fora e dentro do ataque e3) duplicar o interior (ambos braços na parte interior do braço atacante).Quando o lutador de Kali se enfrenta a um golpe em sentido contrário (ou pontapé mais

adiante) entrará na luta o antes possível, com uma destruição da integridade física. Esta técnicanão está destinada a pôr fim ao confronto, mas sim a deixar o braço do contrário fora de jogo.

Na resposta dupla para fora a um golpe, um contra-ataque comum é parar com uma mão,enquanto que se bate nos nervos ao longo dos tríceps. Também se utilizará um movimento decorte de golpe baixo no braço, ao longo do osso. O seguinte passo é fazer um seguimento comgolpes contínuos no exterior do braço e trabalhar em direcção à zona da cabeça e pescoço. Osnumerosos golpes nas extremidades e nos nervos são excessivos, para dizer-mos o mínimo.Sendo realistas, percebem ser pouco prático bater no braço tantas vezes, numa luta. A prática éa criação da coordenação, a velocidade, o timing e sem dúvida, a focalização. Na verdade, umgolpe no braço para provocar dor no atacante, seria mais realista, no entanto, é melhor ser maishábil que menos.

Kali

A técnica consta de parar ou controlar o braço exterior dos atacantes, enquanto se lhe batecom o braço pelo interior. Uma opção é atacar directamente no pescoço ou nos olhos. Muitasvezes, batem n bíceps do rival a caminho da a cabeça. Pode ser um golpe com os nós dosdedos; em Kenpo se chama Phoenix (olho).Também se poderia bater com os nós oucom quatro gemas dos dedos. Em qualquercaso, este género de precisão no contra-ataque, se optimiza com o conhecimento doKyusho.

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Kali

A defesa de um golpe com um gunting interior duplo, implicará uma parada cruzada do corpo, com um revés ao bícepsdo mesmo lado. Os nós do revês se acentuam para de verdade “morder” o músculo. O seguimento é continuar com ogolpe na cabeça e no corpo, usando os cotovelos, os punhos e assim sucessivamente.

Uma das maneiras de ver isto é interpretar estas destruições das extremidades como método para simplesmente paraprovocar dor no atacante para causar mais dor e dano. O praticante de Kali armado com o conhecimento do Kyusho, podelevar a prática do Kali a uma perspectiva completamente profunda. Um nervo afectado do braço, agora se torna uma coisaque poderia pôr fim ao confronto. Já se não vê um ataque por um olho de boi. Pelo contrário, se vê uma extremidade compontos verdes por todo lado, como um gráfico de Acupunctura.

As imagens são:© Raffi Derderian2015www.derderian-academy.com

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Kyusho

Kyusho - Kali(Perspectiva do Kyusho por Evan Pantazi)

O Kali é um de ponto de partida não só para os esforços colaboradoresdo Kyusho no futuro, com também para alguém que trabalha parasimplesmente aprender a ciência do Kyusho, porque sempre têminsistido no braço para parar os batimentos e colapsar os objectivos como seu trabalho de pás. Isto faz com que a mistura seja natural tanto nométodo como em na sua síntese, como é com todos os estilos anterioresdas Artes Marciais.

Da perspectiva do Kyusho o estudo começa com a aprendizagem darecuperação e a reanimação, mas depois se desenvolve o braço emmovimento, dirigido como seu fundamento Marcial. No momento deencarar um ataque, além dos pontapés, todos os outros ataquescomeçam com os braços, o desafio é porque os braços são a parte docorpo com os movimentos mais rápidos, mais amplos e capacidade deataque direccional. Assim sendo, é uma secção de treino muito difícil,que deve ser integrada em cada sessão, em muitas variantes. Há outrasmaneiras de fazer este nível um pouco mais fácil e uma reside nahabilidade de agarrar o braço.

Como o Kali também concentra parte do seu treino no agarre dosbraços para imobilizar ou posicionar o atacante para facilitar ainda mais aacção e a posição, o ajuste com Kyusho é lógico e natural. Em primeirolugar é uma boa ideia analisar os numerosos objectivos Kyusho do braço,que poderíamos atacar.

Na imagem da anatomia à direita, retirando a pele e o músculo,podemos ver os principais nervos (estruturas amarelas). Vemos umgrande número de possíveis objectivos. Como vemos, a vasta rede denervos na parte interna do braço, também aí há a mesma quantidade deobjectivos na parte exterior do braço. Mas não se trata só de saber ondeestão, também é vital saber como ter um melhor acesso a eles, para

“O Kali é um grande ponto departida não só para os esforçoscolaboradores do Kyusho no

futuro, como também para alguémque trabalha para simplesmenteaprender a ciência do Kyusho”

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Kyusho

provocar dor severa, disfunção física (até paralisia) e inclusivamente, estados alterados de consciência.Quando estes objectivos já são conhecidos e foram experimentados, o seguinte passo é fazer esse

acesso das maneiras mais dinâmicas, semelhantes aos ataques, primeiro planejados e depoisespontaneamente. Utilizar os agarres do Kali, ajudará a minimizar a mobilidade do braço do oponente,para que a sua aplicação, ou ataque aos objectivos do Kyusho, seja mais fácil de conseguir. Os objectivosKyusho também trabalham simultaneamente dentro das acções de agarre da Kali, debilitando oudesactivando o oponente no instante, pelo que não restam dúvidas ou necessidade de aplicar duashabilidades diferentes. Isto assegura ao praticante o resultado mais rápido e devastadoramente maisseguro.

O agarre do Kali funciona desde vários ângulos, tanto dentro como fora do braço do oponente, assimcomo divide as acções internas e externas simultâneas. Os ângulos de agarre são perfeitos para atacartambém com a trajectória correcta, não só com o ângulo e a direcção. A trajectória é um ponto vital noKyusho, assim como o ângulo ou a direcção de um ataque aos nervos. Não é um completo factordeterminante para fazer que funcionem, também se necessita a profundidade de penetração para alémda pele, nos músculos e no meio ou em contra das estruturas ósseas. Em suma, tem de se utilizarcorrectamente essa trajectória na estrutura nervosa, para provocar a sobrecarga neurológica do sistemanervoso central, do tronco cerebral e do próprio cérebro de maneira aguda e eficientemente. Com osagarres de braço do Kali serão capazes de usar essa profundidade correctamente, com a acção e o fluirda acção do Kyusho e do Kali combinados. A imobilização adquire agora duas formas, a partir domovimento de agarre do braço para o ataque Kyusho, formando um completo controlo anatómica internoe externo. Com o Kali estamos alterando as funções motoras do corpo e o Kyusho está sobrecarregandoas funções sensoriais e por sua vez detendo essas funções motoras. Assim como nós agarramos osbraços dos oponentes, também afogamos ou limitamos seus novos ataques, pelo que é mais fácilconseguir um ataque Kyusho inabilitante, afectando internamente toda a função fisiológica.

Um praticante de Kali vê um ataque como um soco, não tanto como um ataque, mas como umobjectivo oferecido para ser atacado sistematicamente mediante a imobilização o batimento. Isto não estálonge da maneira de pensar do Kyusho, excepto em que as estruturas que se atacam são as internas, emvez das externas.

Assim sendo, mediante a adição da técnica externa de Kali e o agarre, estamos afectando muito mais acapacidade do oponente.

“O agarre do Kali funciona desde vários ângulos,tanto dentro como fora do braço do oponente,

assim como divide as acções internas e externassimultâneas. Os ângulos de agarre são perfeitospara atacar também com a trajectória correcta,

não só com o ângulo e a direcção”

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Kyusho

O Kyusho é um estudo da anatomia humana, não uma Arte Marcial, apesar de que pode e se tem destacado como umadelas. Mas o seu uso com ou numa Arte Marcial é natural, e adiciona uma maior dimensão. Assim sendo, se pode integrarcom facilidade e eficácia em qualquer estilo de Arte Marcial: Taekwondo, Wing Chun, Tai Chi e mais além. Em DVDs sobreKyusho já apresentados, temos mostrado o Jujitsu, Artes de manipulação de articulações, Karate, Wing Chun, Garra deTigre e vários outros estilos. Como praticantes Kyusho sempre temos treinado com artistas de vários estilos, com osmesmos objectivos de eficiência e do controlo fabuloso que oferece o Kyusho. Isto é um resultado natural! Esperamos quepara conseguir que muitos destes esforços de colaboração com o Kyusho, possam beneficiar o treino de muitos estilos.

No próximo artigo e Vídeo, mostraremos os resultados da combinação dos inerentes ou possíveis objectivos Kyusho nacabeça, com os mesmos agarres de braço que se podem ver neste DVD e neste artigo...

Estudem-nos bem e o seguinte passo será mais fácil poder aprender a utilizá-los.© Evan Pantazi

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osimilares) e aimpressão das capas segueasmaisrestritas exigências de qualidade(tipo depapele impressão). Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

REF.: • DVD/VIET6REF.: • DVD/VIET6

O Vovinam Integral é simplesmente voltar ao Fundador. Ameta do Fundador era clara e abertamente declarada:“Adquirir técnicas eficazes, assimilar as essências destastécnicas e transformá-las em técnicas de Vovinam”. Esteconceito está vigente anda hoje e é OBRIGATÓRIO para

todos os mestres de Vovinam no mundo. O Vovinam é assim um conceito de

investigação, para alcançar um estilosuperiormente eficaz. No entanto,

actualmente 90% dos professores deVovinam esquecem isto e se

inclinam perante um programademasiadamente carregado,

demasiadamente fixo,demasiadamente estético epor vezes, completamenteineficaz para numerosastécnicas.

O Vovinam integral é,simplesmente, voltar aencontrar a essênciaoriginal da arte de MestreNguyen Loc. Para isso,temos os princípios, as

técnicas de base e só temosque voltar a trabalhar a

forma eficaz de cada técnica,assim como aplicar o princípio

fundador. Neste DVD, pela mão do Mestre

Patrick Levet, estudamos osfundamentos do Vovinam Integral, as

ameaças e ataques com faca, contra-ataques integrais e a defesa frente a Dam

Thang (punho directo), Dam Moc (gancho), Dam Lao(soco azabaia), assim como as chaves básicas de perna.

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BUJUTSU… Por que tantos significados?

Muitos praticantes atribuem apenas ao aspecto militara forma encontrada neste primeiro ideograma. Seolharmos pela óptica de quinhentos anos atrás, empleno período de intensas guerras, veremos que muitascoisas podem ser explicadas. Se prestarmos a atençãoapenas no aspecto deste primeiro ideograma, veremosque seu signif icado mais correcto, uma vezdesmembrado, seria “parar a arma”, haja vista que oseu centro - Tomeru - é atribuído como a força queconduz o ideograma. Ou seja, a parte de cima quesignifica arma, é alimentada pela força do centro. Istonos remete à época em que todos deveriam saber sedefender; o caos e a disputa entre os principaissenhores, determinavam que a guerra iminente poderiair mais adiante. Assim, se olharmos para o significadodesta palavra - Bujutsu - podemos dizer: a arte de parara arma? Sim, uma vez que seu significado, em essência,responde à ideia específica de arte de guerra.

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Bugei

“Conservar algo empleno século XXI não étarefa fácil, nem tão

pouco barata.Conservar significa

manter a forma como é,ainda que existam

sequênciasultrapassadas e irreaispara os tempos de hoje”

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Profundamente podemos dizer que: na guerra, a mente é inerentemente clara e pura,mas é obstruída pela cobiça, ódio, estupidez, arrogância, pelos cinco desejos e pormuitos tipos de enganos. Portanto, os grandes mestres de Haragei sabiam que aquelesque dominam, interrompem estes sentimentos, ou seja, se as máculas forem descartadase as mentes se tornarem puras, pode-se interromper a arma do oponente, do inimigo!Interior e exterior devem estar em equilíbrio.Absorver a força externa da guerra e dominá-la foi a prática mais sagrada dos antigos

guerreiros. “O oceano não rejeita a água” - por isso, ele se tornou imenso. “As montanhasnão rejeitam a terra” - e é por isso que elas podem se tornar tão grandes. É a síntese dacoragem samurai: Enfrentar o momento se tornando parte dele. Abraçar a guerra significaque um soberano iluminado não rejeita as pessoas - portanto, o seu povo pode tornar-sepopuloso.Para o Haragei, o termo “Bu” é a completa compreensão da guerra. Reconhecer cada

sentimento no instante em que surge. O meio para isso é a plena consciência. Assim quecompreendemos as causas e a natureza dos nossos sentimentos, eles começam a setransformar.Alguns mestres e professores de escolas tradicionais têm entrado em contato comigo e

juntos, temos chegado à interessante conclusão. Conservar algo em pleno século XXI nãoé tarefa fácil, nem tão pouco barata. Conservar significa manter a forma como é, aindaque existam sequências ultrapassadas e irreais para os tempos de hoje. Muitos se dizemtradicionais e quando percebemos a síntese técnica, encontramos fragmentos disso,daquilo, e logo, intensas justificativas para tal. A palavra conservação, de acordo com odicionário, é derivação fem. sing. de conservar. Conservação s. f., ação de conservar;Ecol., actividade que consiste na protecção de construções antigas, monumentos, áreasurbanas, espaços verdes, animais, plantas selvagens, etc., que se encontram muitasvezes em perigo, devido à actividade devastadora do homem.

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Bugei

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Para nós, conservar significa conservar até a forma de pensamento naaplicação de cada Seiteigata. Obviamente que todos nos preocupamos emevoluir interiormente e, através do pensamento, buscarmos a perfeição de cadadia. Porém, estamos falando de herança marcial. Significa que se colocarmosdentro do ponto de vista histórico, deve ser como é. Dentro da visão apenas daarte marcial, cada um é livre para praticar e realizar as técnicas como acharconveniente.Através da História, o homem oriental, em nosso caso referencial, japonês -

percebendo que sua vida é breve, acidentada, sujeita ao sofrimento e à mortecerta, sempre formulou uma ideia chamada "Bujutsu" - artes da guerra(específica, pois o termo aplicado ao caractere “Jutsu” se refere à uma arteespecífica e não abrangente). Reconhecendo - como também hojereconhecemos - que a vida é transitória, desejou experimentar alguma coisa deimenso e de supremo, coisa não criada pela mente ou pelo sentimento; desejou aexperiência ou descobrir o caminho de um mundo transcendental, inteiramentediferente deste, com suas aflições e torturas. As artes marciais foram influenciadas pelas crenças da época de cada país. No

caso do Japão, as maiores influencias foram o Shintoísmo, Budismo eConfucionismo. Nutriu a esperança de descobrir esse mundo transcendental pelobuscar e sondar. Cumpre-nos examinar esta questão, a fim de descobrirmos seexiste, ou não, uma realidade (cujo nome não importa) de dimensão inteiramentediferente. Para penetrarmos tão fundo, devemos naturalmente perceber não sersuficiente compreender apenas no nível verbal - porquanto a descrição jamais é acoisa descrita, a palavra nunca é a coisa. Pode-se penetrar esse mistério, se éum mistério isso que o homem sempre tentou penetrar ou prender, chamando-o,a ele se apegando, adorando-o, por ele se fanatizando. Entretanto, este não é oponto desejado, nem tão pouco enaltecido neste texto.

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Bugei

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As artes de guerra tiveram sua ascensão no período Sengoku, e seus reflexos podem ser vistos ainda nos dias de hoje.Sendo a vida nesta época - bastante superficial, vazia, cheia de enganos e sem muita expressão - impulsionou a guerraentre as verdades, cada escola ou clã tratou de inventar, de lhe dar um significado. Se o indivíduo que inventa talsignificação e finalidade é dotado de certo talento, sua invenção se torna uma coisa bastante complexa, haja vista quemuitas artes sofreram uma reformulação no período Tokugawa. É este o ponto em que quero chegar: tudo está certo desdeque esteja perfeitamente em ordem em seu interior. Cada qual sabe a sua necessidade. Cada qual sustenta a verdade quelhe é conveniente. Contudo, há de entender que conservar está além do que é ou não perfeito.Chega um momento especial em que nos desfazemos de todas as vaidades e desejos e compreendemos que no

verdadeiro caminho em nada se necessita compartir explicações. O entendimento surge de maneira natural e tudo se tornaaparente. Este é o momento em que chamamos “Koushin” - sentimento luminoso -, o sentimento que se torna iluminado, omomento em que nos sentimos invadidos por uma compreensão. É um único instante onde tudo cai por terra: títulos,políticas, verdades e mentiras; e o que fica é apenas a sensação da busca interna que é indefinida por caminho, arte,federação, grupo... Descobrimos que é algo a mais do que referências.Já dizia da guerra um grande mestre e sábio: “Ela não se manifesta sobre a forma desta ou daquela escola. Ninguém

sabe como ela virá!” Isso significa que todos os caminhos são correctos e todos são errados. A genuinidade de cada formareside no interior de quem a busca. É o momento em que experimentamos a quietude do nada. Nada existe! Nada reside!...Nada é! Talvez para as artes de guerra este seja o verdadeiro estado meditativo. Descobrir se o cérebro, com todas as suasexperiências, pode tornar-se absolutamente quieto. Neste estado que digo, não existe coesão, não existe a dualidade. Elese tornará apenas quieto; é o momento em que o cérebro se encontra activo, todavia, em silêncio. Um dínamo grande, emperfeito estado de funcionamento, quase não faz barulho; só quando há atrito, há barulho.Perdemos tempo em busca de definições acerca de verdades políticas que apartam o verdadeiro sentido do estudo. A

busca não é movida por monopólios, por verdades unilaterais... Cada um busca o que tem necessidade. Natural que aexistência em si mesma, nessas ocasiões, se nos afigure como sendo um painel torturado de paixões à solta. Costumamosesquecer, porém, que o mundo é o mundo e nós somos nós. Entre o passageiro e o comboio que o transporta, hásingulares e inconfundíveis diferenças. Se o veículo ameaça desastre, é possível que o viajante, dentro dele, se convertaem ponto de calma, irradiando reequilíbrio. É este o sentido original!

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Bugei

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O Mestre Shaolin Shi Yanti é monge da 34ª geraçãodo Templo Shaolin de Songshan e discípulo directodo Venerável Abade Shi Yong Xin. Neste primeiro trabalho para Budo International, elenos apresenta Luohan Shibashou, uma das formas

básicas de mão nua mais antigas erepresentativas do Templo Shaolin.

Segundo o livro “Shaolin Quan Pu”,na Dinastia Sui, os monges

guerreiros de Shaolindesenvolveram uma série demovimentos simples,escolhidos de acordo comas “18 Estátuas deLuohan”, daquí o nome deLuohan Shi Ba Shou (18mãos de Luohan). Oestilo deste Taolu éespecial e em seusmovimentos contínuos,se apreciam nitidamentecombinações demovimentos reais eirreais, de defesa e contra-

ataque, e grande variedadede movimentos ocultos. As

principais técnicas de mãoneste Taolu, são as de palma e

sua aprendizagem exige uma muitoboa agilidade e coordenação, assim

como o domínio das posições Xubu,Dingbu, Gongbu e Mabu, e suas características.

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Pertence a essa primeira geração excepcional, após a abertura aoexterior do Templo de Shaolin. Participou naquelas primeirasexibições fora da China, que assombraram o mundo e incentivarama renovação, nos nossos dias, do mito do Templo mais famoso dasArtes Marciais. Shi Xing Hong era carinhosamente chamado porseus colegas "a máquina", posto que a sua execução das formasera de uma precisão, velocidade e potência excepcionais. A primeiravez que o vi, era um tímido jovem que queria engoliro mundo com os despertos olhos de quemestava a viver um sonho. Agora ele fala umcorrecto inglês e ensina por meio mundo.Nesta entrevista, fala pela primeira vezabertamente, sobre a sua experiênciadesde criança em Shaolin, sobre as Artese filosofias do Templo, a sua vida comomonge, e um sem número de aspectos quepermitirão saber mais sobre a verdade doTemplo.Sempre renitente no que diz respeito a ser

gravado, finalmente aceitou realizar um trabalhode instrução em DVD com a BudoInternational, para que os

estudantes do esti lo possamdesfrutar das suas ensinanças. Paraisso, compilou os movimentos queconstituem o âmago do esti lo eensina-os um a um, dando-nos ocasiãode compreender os fundamentos queformam a essência das Artesguerreiras de Shaolin.

Alfredo Tucci

Artes de Shaolin

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Shaolin

“Em 1989, quando o templo de Shaolinresolveu mostrar-se ao mundo,

eu fui um dos monges escolhidos para fazerexibições de Kung Fu e ensinar em outros

países o que é o Kung Fu Shaolin.”

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Artes de Shaolin

“Quando eu tinha nove anos,os meus pais perceberam que

eu não era muito bomestudante, por isso pensaramnuma maneira de melhorar as

minhas expectativas de futuro”

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Entrevista com Shi Xing HongCinturão Negro: Em primeiro lugar, gostaria de lhe agradecer a sua

presença, mais uma vez, na nossa redacção. Shi Xing Hong: Não tem importância, para mim é uma honra.

C.N.: Comecemos pelo princípio. A que idade entrou no Templo e qual omotivo que o levou a fazê-lo?S.X.H.: Entrei no Templo quando tinha onze anos. A cidade onde nasci fica

muito longe do Templo, no Sul da China, demora-se uns dois dias de comboiopara chegar ao Templo. Quando eu tinha nove anos, os meus pais perceberam que eu não era muito

bom estudante, por isso pensaram numa maneira de melhorar as minhasexpectativas de futuro e tomaram a decisão que consideraram melhor, que foimandar-me para o Templo Shaolin, porque talvez o facto de lá estudar,pudesse mudar a minha vida, proporcionar-me um bom futuro. Então levaram-me para o Templo de Shaolin, mas naquela época, no templo não aceitavamgente tão jovem, e por isso não permitiram a minha entrada. Disseram-me quedevia estudar fora durante dois anos e os meus pais decidiram mandar-me

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para uma escola especial para quetreinasse durante esses dois anos,para depois poder ser aceite noTemplo. E assim foi e eu fiquei numa das

escolas que nessa época havia emvolta do Templo. Um dia, um mongeShaolin que visitava as escolas deKung Fu seleccionando crianças parao Templo, (de cada cem estudantesescolhiam quinze), reparou em mim eassim, com onze anos, entrei noTemplo. O meu treino a partir deentão foi muito mais intenso.Treinávamos durante seis horas pordia, até durante a noite treinávamos!Praticávamos Kung Fu o tempo todo.

C.N.: Quando foi a primeira vezque viajou para fora da China?S.X.H.: Em 1989, quando o templo

de Shaolin resolveu mostrar-se aomundo, eu fui um dos mongesescolhidos para fazer exibições deKung Fu e ensinar em outros países oque é o Kung Fu Shaolin. A primeiravez que viajei para longe da China foiem 1991, viajei à Itál ia, a Milão,juntamente com outros cincomonges. Essa foi a primeira vez quese mostrou a gente do estrangeiro oque era o Shaolin Kung Fu.

C.N.: É curioso como os seuspais, que moravam tão longe,resolveram levá-lo para Shaolin.Como foi que chegaram a essaconclusão?S.X.H.: Bem, como já disse

anteriormente, eu não era muito bom

Artes de Shaolin

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estudante, sempre andava a reprovar exames e acometer erros no colégio, mas pelo contrário,gostava muito do Kung Fu. Muita gente na minhacidade praticava Kung Fu e na China, todos osque praticam Kung Fu sonham com dar entradano Templo. Os meus pais foram sensíveis a isso,sem dúvida, já era o meu destino, de maneira queposso dizer que fui muito afortunado.

C.N.: O seu pai tinha praticado Kung Fuanteriormente?S.X.H.: Ele não praticou Kung Fu, no entanto

tinha estudado na Ópera Chinesa. O treino que sefaz na Ópera Chinesa é muito parecido ao KungFu, por isso o meu pai sempre gostou do Kung Fu.

C.N.: Disse-nos ter feito parte do primeirogrupo que saiu o Templo de Shaolin para fazerexibições por todo o mundo, iniciando assimuma nova era para o Templo. Alguns dessesmonges estão agora fora do Templo. Qual é omotivo deste exílio?S.X.H.: A nossa geração de monges descende

de outra geração. Ao longo da história de Shaolin,tem havido muitas gerações, e cada uma temmudado em algo, com respeito à anterior. Nósfomos afortunados porque estávamos na Chinaquando o país abriu as suas portas, para ensinarao mundo a nossa cultura; nesse momento, oTemplo Shaolin também se abriu para ensinar aomundo o que é o Kung Fu Shaolin.

Artes de Shaolin

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A nossa geração teve a imensa sorte de viajar amuitos países por todo o mundo, e o que vimospareceu-nos fascinante, especialmente o facto deconstatar como era a vida em outros países. Porisso, os membros da primeira equipa, após sairdo nosso país repetidas vezes para fazer asexibições, resolveram partir para fora e procurar oseu próprio futuro. Muitas vezes, Shaolin é comouma Universidade, muita gente mora lá, praticalá, faz-se forte lá e depois parte. Por exemplo, entre o pessoal da minha equipa

houve muitas opções: Uns fizeram filmes, outrosfundaram escolas…, outros foram morar paraoutros países. E mesmo sendo nós aescolhermos o caminho a tomar para o futuro,sempre podemos voltar, no caso das nossasexperiências na "sociedade" terem algumproblema; sempre podemos pedir conselhos aomestre e ele tratará de nos ajudar. A nossa geração resolveu ir-se embora, sair do

Templo; até os mestres que precedem a nossageração nos incentivaram para sairmos, paraexperimentar a vida exterior, conhecer asociedade, conhecer o ser humano; se fechares aporta e ficares lá, nunca saberás o que acontece;serás bom em Kung Fu, mas isso não será bompara a tua mente, nem para o teu coração.Dizem-nos: "Viaja, conhece o mundo, mas setens problemas, volta".

C.N.: Quantos anos permaneceu no Templo?S.X.H.: Uns quinze anos, dos nove até aos 26.

C.N.: O que pensa que caracteriza Shaolin?Em que se baseia a sua diferença frente aoutros mosteiros?

Artes de Shaolin

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Shaolin

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S.X.H.: Agora, o Templo Shaolin é muitofamoso, mas poucas pessoas sabemrealmente a que é isto devido. Todos pensamque é pelo Kung Fu, mas é o Budismo Chan(Zen) o que o caracteriza e dá a força aShaolin. O Chan é o que te faz ter a mentelimpa, ter aberto o coração, o que te ajuda aconheceres-te a ti mesmo. Para encontrar oteu futuro, para saber quem és, paraencontrares o teu caminho na vida. Este é osignificado do Templo através dos séculos.Não só o Templo Shaolin tem isto, também seprocura o Chan em outros templos, mas oTemplo Shaolin é, sem dúvida, a referêncianeste terreno.Isto é o que eu faço agora, fundando uma

federação para fazer entender às pessoas queas coisas não se devem apenas usar pelonome que têm; os nomes não sãoimportantes, o importante é o próprio uso dascoisas; o que tu aprendes, o que tuconsegues, isso é o que conta. Tu podesaprender a ser, na vida, mais forte comopessoa. A coisa mais forte de Shaolin é o Chan!

Artes de Shaolin

“A primeira vez que viajei para longe da China foi em1991, viajei à Itália, a Milão,

juntamente com outros cinco monges. Essa foi a primeira vez que se mostrou a gente do

estrangeiro o que era o Shaolin Kung Fu”

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C.N.: Estas coisas que nos diz, levam-me a pensaruma coisa. Somos nós, ocidentais, suficientementeabertos de mente, para praticarmos o Chan tanto comoo Wu? Ou pensa que provavelmente, 75% ou 80% daspessoas aqui procuram o Wu, quer dizer, o Kung Fu emtermos de Arte Marcial, e só 20% ou menos, procuramo Chan, o sentido espiritual? Qual pensa que seja apercentagem nas sociedades ocidentais? S.X.H.: Penso que as pessoas aqui no Ocidente

seguem, acima de tudo, os seus olhos. Querem vertudo. Só se virem alguma coisa que é poderosa, entãoacreditam que essa é a escolha adequada. E apesar de

todos sabermos que o que entra pelos olhos não énecessariamente o que temos que seguir, o Ocidentalsegue-o. Por isso se perdem, porque quando percebem qual é

o caminho que têm de seguir na sua viagem, já é tarde,estão doentes. No Ocidente, quando as pessoas vêemalgo atractivo, seguem-no. Elas nunca se seguem a simesmas! Seguem a sociedade. Só depois é que seperguntam a si mesmas: O que tenho estado a fazerdurante toda a minha vida? Mas muitas vezes já é tarde,por isso, no tempo de vida não alcançam a liberdade doSatori.

Shaolin

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Artes de Shaolin

“ Agora, o Templo Shaolin émuito famoso, mas poucas

pessoas sabem realmente a queé isto devido. Todos pensam queé pelo Kung Fu, mas é o BudismoChan (Zen) o que o caracteriza e

dá a força a Shaolin”

“Não só oTemplo Shaolintem isto, tambémse procura o Chanem outros templos,mas o Templo Shaolin é,

sem dúvida, a referência neste

terreno”

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C.N.: Bem, isto não é totalmente justo! Não acredito que sejaum problema exclusivo dos Ocidentais, o que acaba de dizer éalgo perfeitamente aplicável aos Chineses, Africanos, ouAmericanos. Esta parece ser uma "viagem" comum a todo serhumano.

S.X.H.: É claro, é comum a todos. Por exemplo, agora podemosver como a economia da China está a abrir-se e a desenvolver-semuito rapidamente. Toda a gente persegue o dinheiro, a economia,as coisas materiais. Claro está que nós, seres humanos,precisamos disto. Apenas quando as pessoas conseguem istopensam no que perderam.

C.N.: Então diga-nos, segundo a sua experiência noOcidente, qual é a percentagem de gente que seinteressa no Chan? Seria correcto dizer que só uns10% se interessam no Chan e o resto só na ArteMarcial?S.X.H.: Bem, podemos dizer que de cada dez pessoas

oito procuram o Kung Fu e só duas andam à procura doseu Chan.

C.N.: Bem, isto é um 20%! O senhor é mais optimistaque eu!S.X.H.: Para um ocidental, o mais importante é alcançar o

poder externo. Mas é preciso ir passo a passo; uma pessoadeve alcançar este poder, mas depois deve alcançar metasmais elevadas, deve tentar alcançar o nível mais alto possível.Deixa-me dar um exemplo: Posso dizer que quem praticaShaolin pode chegar a parar o tempo quando faz meditação.Por isso, quando têm que ir embora, caminham felizes para a

morte. Quando as pessoas constatam este tipo deconquistas que alcançamos, perguntam: Porque

podem eles fazer isto? Parecem não perceberque eles também poderiam fazê-lo! Mas nãoé o que procuram, e é que se só teconcentrares na parte material, nuncapoderás alcançar estas conquistas.

Shaolin

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C.N.: Por favor, fale-nos um pouco doque nos vai ensinar neste primeiro vídeopara a Budo International. S.X.H.: Estou muito contente por ter feito

este vídeo. O que vou ensinar neste vídeo é oprimeiro passo que é preciso aprender paracontinuar a aprender o Shaolin Kung Fu. Esteprimeiro passo consiste em aprender osdezoito movimentos básicos. Estes dezoitomovimentos do Shaolin Kung Fu são muitoimportantes. Se aprenderem estesmovimentos, depois será muito fácil aprendero resto. Se souberem fazer estes movimentosbásicos, podem aprender qualquer forma doKung Fu Shaolin. Eu gostaria que as pessoasaprendessem bem o Kung Fu. Que não sededicassem só às formas. Que pratiquem oque realmente é importante, a energia, o Chi,o poder.

C.N.: Está a ensinar estes dezoitomovimentos, e estes dezoito movimentosestão relacionados com as formas. Sãouma espécie de linhas de combinação demovimentos, ofensivos e defensivos.Também está a ensinar a reacção dolutador?S.X.H.: Assim é. Destes movimentos, sai

uma forma à qual denominamos Kung FuChan; esta forma seria o primeiro passo paraadquirir outros poderes, outras habilidades,para conseguir a união; quando se consegue,sente-se as diferentes energias.

C.N.: Isto inclui alguma coisa relacionadacom o Chi Kung, o Ki Gong, entre outros?S.X.H.: Sabes bem que treinando cada

forma, precisas do Chi Kung, tu estáspreparado para isto mesmo se não sabes que

Artes de Shaolin

“Para um ocidental, o mais importante éalcançar o poder externo. Mas é preciso irpasso a passo; uma pessoa deve alcançareste poder, mas depois deve alcançar metasmais elevadas, deve tentar alcançar o nível

mais alto possível”

“Eu gostaria que as pessoas aprendessem bem o Kung Fu.

Que não se dedicassem só às formas. Que pratiquem o que realmente é

importante, a energia, o Chi, o poder”

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Shaolin

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estás a praticar o Chi Kung;quando praticas conseguesadquirir potência para osmúsculos, e dentro de ti tens o ChiKung. Claro está que depois,através da meditação, é precisoaprender como alcançar o Chi. Isto éo que agora estamos a ensinar, oexercício para primeiro conseguir que oteu corpo se sinta confortável, e depoisalcançar um maior desenvolvimento.

C.N.: Estava a pensar acerca destaassociação que criou com algunsamigos e que se tornou uma federaçãoeuropeia. Conte-nos alguma coisaacerca deste projecto.S.X.H.: Em 2000 pensámos nesta

federação, que nasceu em 2002. Uma novafederação à qual chamámos InternationalChan Wu Federation. Nela, se alguém quiserpraticar Chan, temos um Mestre que ensinaisto. Se alguém quiser praticar Shaolin KungFu, temos versados em Shaolin Kung Fu parao ensinar. Se alguém quiser praticar Tai Chi,temos especialistas em Tai Chi para oensinar. Se alguém quer praticar Wu Shumoderno, temos versados em Wu Shumoderno para o ensinar. Se aquilo de quegostas é a medicina tradicional chinesa,também temos médicos especializados emmedicina tradicional chinesa. Portanto, temosprofissionais muito especializados. Na nossafederação podem encontrar coisas como oChan, o Wu, que estão em todas as ArtesMarciais da China. Quando viemos para a Europa,em 2002, tentámos saber o que podíamos fazerpelas pessoas, pelo seu bem-estar, e tivemos muito

sucesso nestes três anos.

C.N.: Quais as mudanças que notaram após ofalecimento do antigo chefe do Templo de Shaolin? Eagora que têm um novo governante em Shaolin, sendo

esta uma nova pessoa com diferentescaracterísticas, há quem diga que existe

uma pressão política sobre Shaolin.

Artes de Shaolin

“No Ocidente, quandoas pessoas vêemalgo atractivo,seguem-no.

Elas nunca seseguem a simesmas!”

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Shaolin

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Qual é a posição da vossafederação com respeito aisto?S.X.H.: Bem, como sabes, a

nossa federação não precisa deautorização do Templo de Shaolin.Não precisamos nada deles.Porque nós fazemos isto por nósmesmos. Estas federações sãodesenvolvidas pelas nossas mãos e o ShaolinKung Fu é só uma parte disto. A nossafederação não é só de Shaolin Kung Fu. Eu sou orepresentante de Shaolin Kung Fu, mas nafederação há muitas outras coisas, trata-se deArtes Marciais da China. No templo Shaolin têmas suas regras e a sua religião, mas eles sãocomo um apoio para a nossa federação, eupenso que eles não nos podem dizer que não anada.

C.N.: Shi De Yang está na vossafederação?S.X.H.: Sim, ele é Mestre de Chan, é uma

das linhas da federação, está a ensinar oChan. Ele é um monge e ensina o que épreciso conseguir para ser um monge. Porexemplo, se um aluno vier ter comigo, eu digo-lhe que se em algum momento da sua vidaquiser ser monge, que vá ver o Mestre Shi DeYang, porque ele lhe vai ensinar qual é ocaminho que deve seguir para ser monge.

C.N.: Obrigado pelo seu tempo e porpartilhar com os nossos leitores a suavisão das coisas.S.X.H.: Obrigado a vocês pelo trabalho

realizado todos estes anos e que é muitoapreciado entre todos os que vêm doTemplo.

Artes de Shaolin

“Agora podemos ver como a economiada China está a abrir-se e a

desenvolver-se muito rapidamente.Toda a gente persegue o dinheiro, a economia, as coisas materiais.

Claro está que nós, seres humanos,precisamos disto. Apenas quando aspessoas conseguem isto pensam

no que perderam”

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Shaolin

“Bem, podemos dizer quede cada dez pessoas oitoprocuram o Kung Fu e sóduas andam à procura do

seu Chan”

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Artes de Shaolin

“Estou muito contente por ter feito estevídeo. O que vou ensinar nestevídeo é o primeiro passo que é

preciso aprender paracontinuar a aprender o ShaolinKung Fu. Este primeiro passoconsiste em aprender os dezoito

movimentos básicos”

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Shaolin

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“Talvez uma das melhores representações de assuntosMarciais em Teatro”

Magnífica representação no teatro “A Rambleta” de Valência (Espanha) de “Os Shizen, o povo de Tengu”, umespectáculo audio-visual justamente integrado no ano dual Espanha-Japão, uma grande iniciativa da embaixada doJapão na Espanha e que festeja o estabelecimento de relações entre ambos países. O espectáculo criado para aocasião, formava parte também da festa pública pela graduação na escola Kaze no Ryu, de 6 novos Shidoshi, ou Joho,tal como se diz en Shizengo. Um documentário sobre esta representação, está sendo produzido com seu making off,back stage, entrevistas, etc. e que incluirá grande parte do espectáculo, para que todos os interessados na culturaShizen de todo o mundo, que não puderam assistir, possam gozar do mesmo.

“O povo de Tengu” foi pensado como uma presentação ao público da tradição Shizen, situando-a histórica eculturalmente e destacando os seus dois aspectos mais interessantes: por um lado, a sua tradição Marcial, o Bugei, epor outro lado, a sua cultura espiritual, o e-bunto.

Video Download

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Novo

“A magia, o encanto, o sabor do que é autêntico. A força de uma cultura e um povo, e seus costumes”

Seis novos Shidoshi festejaram a sua graduação de acordo com a tradição Shizen, com todas as suas cerimónias,com os ritos e as velhas danças em volta da fogueira, o tiro cerimonial e em companhia de seus seres mais queridos.Com, generosidade e abundância festejaram e honraram todos os mundos visíveis e invisíveis, à antiga maneira dopoderoso povo de Tengu, numa noite mágica e inesquecível. Quem disse que não ficavam cosas autênticas?

Festa de graduação dos novos Joho (Shidoshi) da linhagem de Kawa, escola Kaze no Ryu Ogawa Ha, dirigida porShidoshi Jordan Augusto Oliveira.

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Avi Nardia

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Durante mais de 15 anos tenho estado viajando por todo o mundo,desde o Amazonas no Brasil, até o Polo Norte e a Antártida, paraestudar - explorar e apresentar o Kapap - Krav Panim ou Panim - e oKrav Maga israelita. Anteriormente escrevi numa das minhas colunas narevista Budo, como os guerreiros zulus eram decididos e valentes e comoderrotaram o exército britânico, referindo-me à tribu Zulu como osmelhores lutadores no combate corpo a corpo. Na minha última visita àÁfrica, conheci os Zulú e os Masai e mais duas tribos, para os conhecermais de perto e aprender com eles.

Sensei na estrada - Hakuna Matata"Hakuna matata" é uma frase swahili que traduzida, significa

mais ou menos "Sem Preocupações"

É nossa filosofia libertar-se dos problemas!”

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m África dizem: "Até os leõesescrevem a sua própria história, ahistória da caça sempre glorificará ocaçador". É muito certo. A África temoferecido muito do que aprender,tanto historicamente comoemocionalmente, talvez melhor ver

como a descreve Desmond Tutu: "Quando os missionários chegaram à África tinham

a Bíblia e nós tínhamos a terra. Disseram: ‘Oremos’.Nós fechamos os olhos. Quando os abrimos, nóstínhamos a Bíblia e eles tinham as terras.

"É difícil de compreender o aspecto político emÁfrica e em todas as partes da sua história, mas porvezes pude sentir que havia alguma coisainquietante no ambiente. Por outro lado, foi umagrande viagem e uma grande experiência e sóposso estar de acordo com León Tolstoi: “Os doisguerreiros mais poderosos são a paciência e otempo. Com o tempo, tudo volta ao seu lugar e omais importante é a educação, como bem apontaum velho prov�rrbio africano que reza:

"Se educares um homem, educas um indivíduo,mas se educares uma mulher, educas uma família".

Vindo de umas origens como Artista Marcial,como estudante e professor, penso que todossomos acima de tudo, Mestres e Educadores e quetodos devemos aprender dos erros, como diz umoutro provérbio africano: “Sempre se aprende muitomais quando se perde que quando se ganha”.

Também acredito que os mares em calma nãofazem hábeis marinheiros (outro provérbio africano).Todos aprendemos a navegar neste mar da vida.Como muitas vezes tenho dito aos meus alunos,não podemos parar a ondas, mas podemosaprender a fazer “surfe”. O nosso objectivo ésensibilizar a educação na Arte Marcial e mais umavez digo que “o objectivo não está em bater”(provérbio Swahili).

Queremos "bater" e saber que educamos para ofuturo e não só para um corto período de tempo.

“Perder-se é aprender o caminho” (provérbioafricano) e por isso, o caminho da Arte Marcial é umamaneira de explorar um caminho que muitas vezesnem sabemos bem onde nos leva, mas sempreprocurando a maneira de progredir e avançar.

Na África aprendi muito dos animais e do seucomportamento e que eles têm os melhoresMestres, que se chamam evolução e sobrevivênciae que cada erro pode ser o último. Nesta escola, sóos melhores estudantes se podem manter e isto melevou a pensar em Israel e nas raízes do conceitoda Arte Marcial israelita.

Avi Nardia

E

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Por que motivo é a Arte Marcial israelita uma das melhores do mundo e como chegamosisto? A resposta é muito simples e vem directamente da vida. Não podíamos cometer erros -como nos ensina a evolução. A Vida não perdoa. Quando alguém perde se torna parte dahistória e vencem o predador ou o inimigo. Como sucede no mundo animal, cada dia é umcombate por sobreviver.

Observando os animais na natureza e como os veados saltam alto no ar quando aparecemos leões caçando, podemos ver uma mensagem na qual dizem ao caçador: “Não trates deme caçar porque sou saudável, jovem e forte e só te vais cansar de correr... Escolhe umanimal velho ou doente…”

É incrível como os animais mandam mensagens aos predadores de que não pensamtornar-se vítimas! Quando ensinamos auto-defesa também falamos do comportamentohumano e como mandar mensagens de conhecimento.

Avi Nardia

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Conhecer as Tribos e admirar a natureza africana me fez lembrar as Artes Marciais e como há gente que sempre se sente inferior eem perigo de extinção frente a outros e falam de má maneira, só para mostrarem que são invencíveis. Talvez seja só uma parte dagrande selva em que todos vivemos.

Um grande escritor do nosso tempo, Paulo Coelho, disse que: “O guerreiro que confia em seu caminho não tem que provar que ooutro caminho é incorrecto”.

Agora vou a compartilhar algumas deixas bonitas sobre as quais estive pensando quando estava na África:“Um homem que usa a força tem medo do raciocínio” (provérbio keniano)“O dinheiro não pode falar, mas pode fazer com que as mentiras se vejam verdadeiras” (provérbio sul-africano).“Uma lata vazia faz muito barulho” (provérbio Keniano).

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“A galinha vem do ovo e o ovo vem da galinha” (provérbio Sul-africano).“Se queres ir rápido, vai sozinho. Se queres ir longe, vai acompanhado”. (provérbio africano).“Os factos não deixam de existir por serem ignorados” - Aldous Huxley.“Um génio é um africano que sonha para cima” - Vladimir Nabokov“Não há maior erro que tentar saltar um abismo em dois saltos” - Benjamin Disraeli.“O maior risco é não correr riscos”Por disposição da amabilidade da natureza, a maioria das perguntas que vão mais além das possibilidades do homem para

responder, lhe acontecem absolutamente a ele” - George Santayana.“Só os mortos viram o final da guerra” - George Santayana“O hábito é mais forte que o raciocínio” - George Santayana“A história é um monte de mentiras sobre acontecimentos que nunca aconteceram, contados por

pessoas que não estavam lá” - George Santayana“O medo à morte vem do medo à vida. Um homem que vive plenamente, está pronto para morrer em

qualquer momento” - Mark Twain - (¡É por isto que no KAPAP sempre ensinamos a viver!)"Quanto mais escura é a noite, mais brillham as estrelas” -

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Fyodor Dostoevsky.“Estamos de acordo em que qualquer bem também pode ser

mau”.Levei à África a minha nova faca de novo desenho, a minha

faca Kapap (chamada Fox 602), para lhe fazer provas eencontrar novas ideias e maneiras de uso. Antes de Áfricatambém estive na Austrália, no Ártico e no Amazonas do Brasil.A ideia desta faca é que nela se pode encontrar a história daminha vida.

Mei pai era combatente paraquedista de primeira geração - ofundo das suas asas era vermelho, em vez de azul, o quesignifica que realmente estivera em combate. Isto não é muitocomum, visto a maioria dos paraquedistas treinam, masrealmente não entram em combate desta maneira. Eu crescientre os primeiros paraquedistas das FDI, absorvendo a suacultura, história, lendas e imagens dos velhos tempos. Umaimagem que nunca esqueci - que aqui se mostra - é a do treinocom faca de combate do pelotão, em 1950, quando o KAPAP -Krav Maga ou Panim - combate corpo a corpo era o sistema de

combate utilizado nas FDI. Nós o reconstruímos e o começamosa introduzir em todo o mundo para o mercado civil. A imagemde como tudo começou do KAPAP, continuava surdindorepetidas vezes no meu pensamento.

Essa imagem é a do meu pai, que eu adaptei ao meu logótipoe assim levo a memória e a tradição do meu pai.

Esta sombra da faca me tem seguido desde que era umacriança pequena. Lembro-me que o meu pai utilizava a facacomo uma faca pesada, tanto em exteriores como em interiores.

Me alistei no exército em 1980 e fui enviado à guerra em 1982.Servi numa zona de guerra durante dois anos e a faca estavasempre no meu colete militar. Quando sai do exército, ofereci afaca a um amigo, um tenente coronel, e viajei ao Japão para láestudar quase oiro anos de Artes Marciais japonesas e chegar aser 6º Dan de esgrima japonesa e 7º Dan em Aiki Jutsu Kenpo.

Tenho praticado diferentes Artes Marciais, mas sempre mevejo como um mestre do combate e manipulação da espada.

A minha escola de esgrima é “dar a vida”. Quando comecei aensinar combate, observei que muitos ensinam a matar com

Avi Nardia

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uma faca e explicam a faca na direcção errada. Matar, podemos matar comuma pedra…

A faca é uma ferramenta muito importante para o ser humano. Utilizamosa faca para sobrevivermos a cada dia.

Devido à minha história pessoal, a minha forma de vida e os meusprincípios, assim como com um estudo profundo da espada e a faca de lutados mestres, desenvolvi ideias acerca de como seria a faca ideal. Combase na origem da navalha, do que recebi de meu pai e com a minhaexperiência como treinador olímpico de esgrima e faca de combate e naesgrima japonesa, comecei a desenhar esta faca que viria a ser a base paraos cursos onde ensinamos KAPAP. No Kapap a denominamos apenas “SóFaca”. Os estudantes precisam só de uma faca para entrarem no bosquesozinhos e sobreviverem.

O desenho da faca tinha de ser um que não fosse só eficaz como arma,mas que também devia abranger as capacidades para se poder construir opróprio refugio, obter o alimento, a água, o fogo, e o cuidado de todas asnecessidades para sobreviver. A ideia é que com a minha faca de luta nãosó se pode matar, mas também salvar vidas e sobreviver.

Esta é a ideia principal desta faca: - dar a vida, não tirar uma vida.

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Avi Nardia

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OS PONTAPÉS NASARTES MARCIAIS.

O pontapé frontal eo lateral

PONTAPÉ FRONTAL O pontapé frontal é um dos

pontapés mais simples etambém simples de realizar.Desde o início da suaexecução, em queadoptamos uma posição

natural e nos propomos lançá-lo, tudo é muito simples.Naturalmente que é fácilquando já se treinouanteriormente e se conhececomo é e funciona. É tambémum pouco mais rápido que opontapé lateral, habitualmentetem menos potência, devido aque o golpe é apenas musculare não utiliza a alavanca que sepode fazer com a articulação dacadeira. Ocupa menos espaçoao impacto e por isso podemospenetrá-lo entre espaços mortosna guarda do oponente. Alémdisto, nos permite amagar opontapé frontal e a meio caminhoou quase no final do trajectomudá-lo para circular, lateral ouinvertido, consoante a própriapreparação e domínio.Como o seu nome indica, é

frontal porque sai directamentedesde a frente do corpo,flexionando e elevando o joelho, aperna se retrai como uma mola, parao nosso corpo e depois, o pé saidespedido para a frente, impactando

tanto com o calcanhar, como com ometatarso ou toda a planta do pé. Isto

dependerá da zona na que desejemosimpactar e a altura.

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Este pontapé é lançado habitualmente desde o péadiantado, para ser empregado como “jab” depontapé, e assim manter o oponente longe. Querdizer que à semelhança do Boxe, pode utilizar-secomo perna de tanteio, estorvo e análise dasreacções do adversário. Também se pode lançardirectamente com a perna atrasada, para maiorpenetração. Existe a percutâneo “Keague” ou a de penetração

“Kekomi”. Na Kekomi, desde detrás, este pontapé sefaz mais visível e demora mais a chegar ao oponente,mas quando o conseguimos pode ser definitivo. Écomo um golpe directo, quase sempre apontado aoabdómen.O pontapé é simples, mas é importante o

movimento inicial de flexionar o joelho e levá-la omais perto possível do corpo, para depois utilizar o“rebite” para a frente, para poder bater na curtadistância e com muita potência. O facto de iniciar o movimento de elevar primeiro o

joelho, é por sua vez, uma provocação ao instinto dooponente. Ou seja que começando o ditomovimento, isto fará que o adversário realize algumtipo de reacção e quando vemos o que ele fez,executamos a técnica mais apropriada, com aintenção de nele impactar. É semelhante a uma finta!É um pontapé fácil de aprender, não requer

grande elongação da perna, salvo que se utilize paraatacar a cabeça, e se pode usar de várias maneiras,como já foi dito anteriormente, para “pontuar” oupara um “jab”, tenteando assim o oponente ou comogolpe directo. Sempre é bom combiná-lo com algunssocos prévios ou ulteriores, para que a lentidão dopontapé se veja avantajada pela combinação dosbraços.

COMO ESQUIVÁ-LO? Em Fu-Shih Kenpo temos um bom repertório de

esquivas, desvios para o interior ou para o exterior,bloqueios ou anulação dos mesmos. Sempre éimportante ter em consideração os ângulos de perigonos quais o oponente poderia facilmente descarregartodo o seu arsenal contra nós. Se escolhemos essesângulos de escape, só deve de ser quando temosum planeamento já estabelecido, para o fazer entrarno nosso jogo, e nunca por ignorância, o que poderiair a pior a nossa situação nesse encontro.Este pontapé é fácil de esquivar se sair desde

detrás, pois leva um tempo até chegar ao impacto econvém esquivá-lo para os lados, posto ser ai onde ooponente fica em desvantagem. Ele terá dado ao seucorpo um forte e enérgico impulso para a frente. Porisso e anulando a sua trajectória, vai levar-lhe umtempo para a seu reagrupamento, alinhamento ouvolta ao ângulo em que possa voltar a contra-atacar.

Se o oponente executa o pontapé comdeslocamento, ao levantar o joelho desloca o pé dabase para a frente, para levar o corpo completo coma perna elevada e aumentar a força do impacto. Umaboa possibilidade frente a isto, é mais convenienteque com uma pronta resposta, deslocar-se emdiagonal para a frente. Esquivando-o e na menordistância possível, executar algum golpe que vá emoposta direcção ao seu avance.Por exemplo, deslocando-nos para ele na nossa

esquiva, podemos aplicar um soco ao torso, umpontapé com o peito do pé na frente do seu corpoou perna de apoio. Um joelho ascendente até afemoral da perna atacante, joelho ao abdómen,varrimento ao seu pé de apoio, etc. Ou algumarotação que impacte “cortando-lhe” a inércia dodeslocamento que efectuou. Tendo o pé levantado,sentirá mais o impacto e será menor a suacapacidade de reacção.

CÓMO BLOQUEAR UM PONTAPÉ? Bloquear um pontapé é simples, dependendo de

onde tivermos estabelecido o peso do corpo. Se é nopé atrasado ou adiantado. Se o peso está atrás,levantamos o joelho do menor apoio, ou seja o dediante, desviando para dentro ou para fora, oubloqueando-o. Também se pode bloquear desdedetrás, só que neste caso devemos de acelerar onosso movimento para não chegarmos tarde demaisao bloqueio propriamente dito.

CÓMO FORTALECER E MELHORARESTE PONTAPÉ? Muitas formas de treino existem para melhorar

estes e outros pontapés. Repetições ao ar, em frentedo espelho, paus, sacos, árvores, manoplas, comparceiro, etc. Um muito bom exercício é empurrar umcolega com escudo que se resista, só utilizando aperna desde a flexão, até a extensão. Nunca emhiper-extensão, para no afectar os músculos,ligamentos e principalmente à articulação do joelhoou das ancas. Trabalho no espaldar, com lastres.Atando uma corda a uma perna e pelo outro extremoa espaldares à altura do joelho, depois levantar ojoelho da perna livre e realizar os pontapés por cimada dita corda. Pôr um banco ou uma cadeira emfrente de nós e pontapear levantando o joelho porcima deste obstáculo.

PONTAPÉ LATERALNo Fu-Shih Kenpo, o pontapé lateral é

considerado como uma das mais potentes do estilo,pela força propulsada desde as ancas e a utilização

A Coluna de Raul Gutiérrez

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1º) Levantamento ou Elevação frontal com ambas pernas. Começar a qualquer altura prudente e ir ascendo aospoucos, em cada série de repetições… 12, 14, 16 etc… De 3 a 4 repetições por ambos lados.

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Estiramentos

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de todo o peso do corpo. Também se precedida de umaboa formação física, mental e fisiológica, é agora a correctaexecução e aperfeiçoamento a través dos treinos contínuose constantes, o que com ela, nos vai fazer fortes eeficientes.As formas básicas de conseguir este pontapé, são:1) Com a ajuda de um espaldar, podemos realizar uma

série de manobras para melhorar e aperfeiçoar estepontapé. Frente ao espaldar agarrados e em posiçãocavaleiro (Kiba Dachi) começamos elevações laterais. Umasérie de 12 ou mais repetições, 3 vezes cada perna eaumentando tanto o número de repetições, como assimtambém a altura das elevações.2) Na mesma posição realizar outra série de pontapés a

uma altura prudencial. Já não são elevações, mas simpontapés laterais reais. Mínimo 3 repetições por lado eaumento tanto das repetições como da altura do impacto.Aqui, por exemplo, podemos juntar esquerda com a direitapara pontapear com a direita, depois juntar a direita com aesquerda e pontapear com a esquerda.3) Este mesmo exercício fazemo-lo ao contrario. Em vez

de juntar esquerda com a direita, a direita se junta àesquerda e pontapeia a direita. Neste tipo de exercícios,nos deslocamentos devemos procurar manter sempre aaltura da posição do cavaleiro.4) Agora, em vez de realizar 12, 16 ou 21 pontapés por

lado. Executamos um a cada lado, em cada repetição, paraequilibrar tanto a altura, como a colocação das ancas e docorpo.5) Na seguinte execução, combinamos 2 pontapés

laterais a cada lado. A duas alturas diferentes. Por exemplozona media, recolhendo a perna mas sem tocar no chão,repetimos pontapé lateral à zona superior. Depois, numaoutra série podemos pontapear ao contrário, primeiroacima e depois e baixo. Em outra série combinamos embaixo, ao centro e acima. Ao meio, acima, em baixo, etc.6) Depois podemos finalizar com estiramentos laterais,

subindo de barra em cada repetição e mantendo-nos pelomenos 30 segundos, até conseguir a máxima altura.7) Isto pode ser feito com qualquer objecto similar a um

espaldar. Com uma cadeira, numa árvore, uma corda ouagarrado a mão de um parceiro.8) O uso de lastres nos tornozelos, nos proporciona tanto

elasticidade como também força para manter a perna adeterminadas alturas.9) Todo este processo de exercícios anteriormente ditos,

também se devem de realizar ao ar livre, sem sujeiçãoalguma.10) O trabalho do saco pesado, médio, paus, alvos, etc.,

é outra maneira de aumentar as nossas habilidades nospontapés.11) Nesta modalidade de pontapé lateral, se sobe o

joelho ao máximo, apontando para cima e nunca parabaixo. Serve ao mesmo tempo de escudo cruzado para onosso corpo. Com este escudo nos protegemos, podemosempurrar o oponente “escudados” e durante o seudeslocamento, lançar o pontapé ou as combinações.12) Ao ar podemos avançar cruzando as pernas para

ganhar profundidade no pontapé. O salto em pontapé quedenominamos “de combate”; salto empurrando com aperna atrasada e pontapeando logicamente com a pernaadiantada. Assim se consegue também um claro aumentode potência pelo peso do corpo que se soma ao impacto.

COMO SE BLOQUEIA? Melhor não bloquear. É melhor esquivar ou tentar desviar

um pontapé. Tem muita potência e uma perna tem muitopeso e poder frente a um braço. Mas se não restar outraopção, subir o joelho tanto como se puder, para que esteescudo nos proteja um pouco. Provavelmente, vamos cairpara trás, mas evitaremos que o pontapé chegue à umazona mais delicada.

COMO SE ESQUIVA? No é difícil reagindo a tempo, posto que o pontapé lateral

não abrange muita zona de impacto, mas apenas só umalinha central. Saindo dessa linha, devia ser suficiente.Especialmente recomendamos esquivar em diagonal paraa frente, para ficar a um dos lados do oponente epodermos contra-atacar. É arriscado porque vamos emdirecção oposta ao pontapé, mas vale a pena se temos avelocidade para um passo armado e um pontapé emresposta. Com bons reflexos e grande velocidade dereacção, entrando com decisão e energia, podemosimpedir que esse pontapé nos seja executado na suamáxima extensão.Para o meu gosto pessoal, é um pontapé muito potente

e estético. Até bonito diria eu, tanto vista em execução,como fotografada durante a execução de um bomespecialista.

A Coluna de Raul Gutiérrez

“No Fu-Shih Kenpo, o pontapé lateral é considerada comoum dos mais potentes do estilo”

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2º) Levantamiento o Elevación lateral con ambas piernas. Comenzar a cualquier alturaprudente e ir ascendiendo poco a poco en cada serie de repeticiones…12, 14, 16 etc… 3 o 4repeticiones por ambos lados.

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Fu-Shih Kenpo

2º) Levantamento ou Elevação lateral com ambaspernas. Começar a qualquer altura prudente e irascendendo aos poucos em cada série derepetições… 12, 14, 16, etc… De 3 ou 4 repetiçõespor ambos lados.

3º) Deslocamento lateral juntando a direita àesquerda, elevação do joelho e pontapé lateralesquerdo. Mesmo exercício agora cruzando aesquerda para ganhar em profundidade e potênciade impacto. Realizar os mesmos deslocamentoscom a direita. 3 ou 4 repetições em séries de 12, 14,16, 18 ou mais, conforme a própria capacidade.O mesmo exercício se realiza retrocedendo

esquerda à direita, escapando de um ataque edepois pontapeando com a mesma esquerda.Realizar séries a ambos os lados.

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IMITAÇÃO E DESONESTIDADE

Pelo Grão Mestre John Pellegrini

No mundo da arte, a questão da "autenticidade" é essencial para oestudo a classificação e em último termo, a avaliação de qualquerobra de arte. Nenhum museu respeitável iria expor um Rembrandtfalso e nenhum coleccionista sério pagaria milhões por um Picassofalso..., no entanto, sucede... O mundo da arte se tem visto afectadopelo comércio de falsificações durante séculos. Motivado pelaperspectiva de grandes somas de dinheiro e em muitos casos,também pelo ego, os indivíduos com muito talento têm produzido,quadros pintados, esculturas, livros, jóias e outros objectos de arte,no estilo exacto de artistas famosos, copiando até a sua maneira deassinar as obras, e os têm vendido como originais. A ironia de tudoisto é que os falsificadores são artistas excepcionalmente talentosospor direito próprio. Se imagina o leitor, a pintar um "Van Gogh" tãobom que pode enganar os especialistas profissionais da arte? Oureproduzir uma moeda romana antiga ou uma talha do Século XIV,que pode enganar até a conservadores de museus? Não muitos denós poderíamos fazer isso. Estes talentosos falsificadores podiam serrespeitados e artistas de êxito se criassem seu próprio trabalho, maspreferem apropriar-se da fama e da reputação de outros, mediante aprodução de falsificações.

m problema similar tem existido no mundo dos negócios durante muitotempo e isso tem levado a maioria dos países a promulgar leis restritivas quetratam das infracções de direitos de autor, marcas e patentes. A maioria daspessoas sabem e compreendem os motivos de se não poder fazer e/ouvender camisas com logótipos de Nike, Mickey Mouse ou Coca-Cola. No

entanto, isto sucede. O roubo da propriedade intelectual, produtos piratas para entreter,objectos de desenho falsos e todo género de violações dos direitos de autor, estão àordem do dia em todo o mundo, com um custo de milhares de milhões de dólares para asociedade e proporcionando milhares de milhões para os criminosos!Então agora, como relacionamos isto com as artes marciais? Não se pode negar que

abrandemos ambas áreas: criamos e produzimos "Arte" e pela comercialização aopúblico, nos envolvemos em negócios. E assim, também padecemos uma praga defalsificadores, farsantes e gatunos…

Combat Hapkido

U

“Não se pode negar que abrangemos duasáreas: criamos e produzimos "Arte" e por sua

comercialização ao público, nos envolvemos nosnegócios. E sim, também padecemos uma

praga de falsificadores, farsantes e gatunos”

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Em vez de afirmações vagas e gerais, oferecerei exemplos da minhaexperiência pessoal. Mas antes de fazer isso, devo esclarecer algunspontos muito importantes que têm criado confusão e maus entendidosnas Artes Marciais, desde faz muito tempo.O primeiro é a questão das "técnicas". Ninguém pode reclamar a

"autoria" de um soco, um pontapé ou uma luxação. Até mesmo se uminstrutor ou um campeão modificar ou "melhorar" um soco, um pontapéou uma luxação, estas técnicas não podem ser da sua propriedade.Mesmo no caso do instrutor ou o campeão ter integrado esses golpes,pontapés e luxações em combinações eficazes e criativas, não podemser considerados como propriedade exclusiva da pessoa. Qualquerpessoa pode usar, melhorar, faze-las ineficazes e crit icá-lasabertamente. O mesmo se aplicam as sequências de movimentos jáestabelecidos, que nas Artes Marciais chamamos "kata / hyung /poomsae / padrões ou formas". São praticados abertamente pormilhões de estudantes de todo o mundo e se consideram de domíniopúblico. A reivindicação da propriedade seria como tentar reclamardireitos de autor por uma dança de tango ou de valse. No entanto,apesar do tão improvável que possa parecer, há pelo menosuma excepção: sou ciente de que uma Associação deTaekwondo nos E.U.A. foi bem sucedida registandolegalmente as suas formas, para evitar que os nãomembros e ex-membros as ensinem. (Vou deixar queos leitores julguem a conveniência desta política).Em 1992 fundei o meu estilo de arte marcial

"Combat Hapkido". Eu não "inventei" as cerca de300 técnicas do sistema. Eu aprendias dos diversosMestres de Hapkido com os quais estudar e porsua vez, eles aprenderam de seus Mestres ou doFundador do Hapkido, o qual por sua vez,aprendeu dos seus mestres.... Já podem fazeruma ideia! Não se podem registar batimentos,golpes, luxações e pontapés nem sequer asequência em que se apresentam em umprograma de estudos. De facto, não se podemregistar as palavras "Karate", "Kempo","Taekwondo" ou "Hapkido! Mas aqui é onde istocomeça a ser interessante. Se bem eu não podiaregistar a palavra "Hapkido" (nem eu nemninguém devia poder), estava perfeitamentedentro do meu direito de autor o nome de"Combat Hapkido", assim como a marca e ologótipo da nossa organização. O nome queinventei para o nosso sistema e o logótipo quepara ele desenhei, são da minha propriedadeintelectual e não se podem utilizar legalmente ouser reproduzidos por qualquer pessoa, sem anossa autorização e uma compensação adequada. Mais uma vez, gostaria de insistir, não registei as

técnicas. Qualquer pessoa pode aprender e praticaressas técnicas, mas para o público, não se podem

Grandes Mestres

“Mais uma vez, quero serclaro, eu não registei

as técnicas”

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Combat Hapkido

“Em 1992 fundei o meu estilo de arte marcial CombatHapkido. Eu não inventei as cerca de 300 técnicas do

sistema. Eu as aprendi dos diversos Mestres de Hapkidocom os estudei e por sua vez, eles aprenderam dos seusMestres o com o Fundador do Hapkido, que por sua vez

aprendeu de outros mestres”

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Combat Hapkido

chamar "Combat Hapkido", a menos que se sejaum Instrutor diplomado pela nossa organização(ICHF) e estiver devidamente registado comomembro activo da nossa dita organização. Omotivo disto não é só para proteger os nossosinteresses, mas também para proteger osestudantes das pessoas incompetentes,perigosas e carentes de honestidade. O ICHF,como um órgão de governo e autoridadereguladora, assegura o controlo da qualidade, osprocedimentos adequados e um alto nível donosso sistema e dos encarregados do seu ensino.Aceitei o facto de que muitos haviam de querer

imitar as nossas técnicas (que realmentefuncionam!), os nossos sistemas, a nossa fórmulae o nosso êxito. Afinal, "a imitação é o melhorelogio de adulação" e eu me sinto comprazido.Todos nós nas Artes Marciais, temos uma maneiraaberta e descaradamente, de nos esforçarmospor "imitar" os nossos Mestres, os seus métodos,as suas atitudes, também até as suas maneiras egestos. Nós os consideramos modelos ideais aseguir e os imitamos porque os admiramos. Nãoera a nossa intenção "roubar" as suas conquistas,as sua contribuições e a sua reputação, mas oêxito duramente ganho e o prestígio dedestacados artistas marciais, também sempretem provocado invejas e um retorcido sentido dodireito em muitas pessoas sem maturidade,desonestas e egoístas.Assim sendo, penso que vai ser uma surpresa

para os nossos leitores, ficarem a saber agoraque nos últimos 23 anos temos tratado com umconsiderável número de fraudes, gatunos epessoas pouco éticas. E o problema continuaexistindo até agora e enquanto estou escrevendoeste artigo.

Gostaria de lhes dar alguns exemplos:1. Professores que nunca se formaram formado

nas nossas aulas de "Combat Hapkido", fazempublicidade do sistema e oferecem-no (talveztenham comprado um dos nossos vídeos!) 2. Professores que ilegalmente denominam o

seu sistema de auto-defesa "Combat Hapkido",mesmo sendo totalmente diferente do autêntico.3. Instrutores desconhecidos para nós, que

dizem ser diplomados pela nossa organização.4. Instrutores que não são membros da ICHF,

uti l izando o nosso logótipo sem a nossaautorização (por vezes até o incluem impresso emseus folhetos e diplomas!).5. Antigos membros que afirmam ser ainda

afiliados e autorizados por nós.

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Combat Hapkido

6. Instrutores que entregam diplomas falsos de"Combat Hapkido" aos seus alunos. (Falsificaçõesabsolutas ou fotocopias dos diplomas autênticos).7. Instrutores que falsificam a minha assinatura nas

certidões e diplomas que entregam aos seus estudantes.8. Pessoas que ilegalmente copiam os nossos DVDs e

os vendem na Internet.9. Instrutores que concedem o "reconhecimento" do

grau ICHF, mediante a apresentação de certidões ediplomas falsos ou claramente alterados, de outrasorganizações de Artes Marciais.10. Pessoas que imprimem diplomas falsos de Cinturão

Negro do Combat Hapkido e os vendem em branco, parase pôr o nome do interessado.Devido a termos passado por todos os incidentes

anteriormente ditos, por alguns várias vezes e emdiferentes zonas do mundo, em certo sentido, quaseestamos habituados a eles e temos aprendido a esperá-los e aceitá-los como uma parte normal do negócio. Claroestá que quando é possível, lutamos usando todos osrecursos legais, civis e penais, e expomos publicamenteesses perdedores sem vergonha.Também sei que para a maioria de nós, artistas marciais

éticos, que sentimos respeito, humildes, "autênticos", édifícil acreditar que se escondam tantos gatunos e fraudesentre nós, porque erroneamente, nós supomos que todosos artistas marciais se guiam por um código de honra eseguem um conjunto bem definido de princípios morais.Os verdadeiros artistas marciais devem de exibir umaconduta que sirva como modelo positivo para o resto dasociedade. Portanto, perguntamos de alguns optaram porfalsificar, enganar, mentir, roubar. Qual é a sua motivaçãopara se apropriarem da obra, da reputação e dacriatividade dos outros? É a preguiça intelectual, osciúmes, uma infinita avareza, o ego? Estão optando peladesonestidade simplesmente como um atalhoconveniente para os seus objectivos egoístas? Têm umproblema mental?Talvez se trate de uma combinação de algumas ou de

todas essas coisas. Mas não devemos de perder tempo"brincando a ser psicólogos" para percebermos asmotivações dos indivíduos disfuncionais. Vamos sersempre conscientes de que andam por aí, escondidosentre nós e que quando os descobrimos, é nosso deverexpô-los e expulsá-los da nossa comunidade.

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Todos los DVD’s producidos por BudoInternational se realizan en soporte DVD-5, formatoMPEG-2 multiplexado (nunca VCD, DivX, osimilares), y la impresión de las carátulas sigue lasmás estrictas exigencias de calidad (tipo de papel eimpresión). Asimismo ninguno de nuestrosproductos es comercializado a través de portales desubastas online. Si este DVD no cumple estosrequisitos, y/o la carátula y la serigrafía nocoinciden con la que aquí mostramos, se trata deuna copia pirata.

REF.: • LAT-3REF.: • LAT-3

Los grandes Maestros lo son no solo en virtud de susconocimientos, también claro está de una trayectoria y en mihumilde opinión, desde luego, de una personalidad, de un carácter.

Rene Latosa lo es y vuelve justamente a nuestras portadas,muchos años después de aquel primer encuentro,

porque reúne todas estas cualidades.Gozoso reencuentro debo añadir, pueslo fue. Corto pero sabroso y suficientepara comprender como todo lo queuno había esbozado hace años,en aquella primera ocasiónestaba ahí, maduro, firme ygentil a la vez.La razón de su viaje: Unnuevo video que verá la luzen breve. Una mañana detrabajo impecable, unagrabación fluida yagradable, para un videoque a buen seguro, harálas delicias de todos losamantes de las Artesfilipinas. El Latosa Escrima, un

estilo que un Maestroamigo de Wing Tsun definiócon elógios como “antiespectacular”, donde la

eficacia campa a sus anchas,marcando la diferencia.Contamos con la inestimable

asistencia de su alumno Sifu MarkusGoettel, al que agradecemos su gentileza

y ayuda.

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Todos os DVD's produzidos porBudoInternationalsão realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares)e aimpressão das capas segueas maisrestritasexigências de qualidade(tipo depapel e impressão).Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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Em exclusiva, o DVD do Mestre Marco Morabito, acerca dadefesa pessoal com mãos nuas, e a apresentação preliminardo Krav Maga Israelita Survial System. Las técnicas e ométodo que constitui o sistema, se ilustram sem segredos,

de maneira clara, transparente e facilmentecompreensível. Uma ocasião única para nos

aproximarmos até o coração da defesaisraelita e melhorar os nossos

conhecimentos sobre a matéria. Oautor é um dos grandes

expoentes mundiais em defesapessoal e conta em seu haver

com experiência no âmbitomilitar e empresas desegurança; galardoado porvárias nações, convidado adar cursos e semináriosem todo o mundo, desde oJapão aos E.E.A., aPolónia, a Espanha, CaboVerde, Alemanha, Israel,França e Rússia, se tornouporta-voz internacional de

diferentes sistemas decombate e defesa pessoal

pouco conhecidos, ainda queextremamente efectivos.

Morabito desenvolve umapesquisa contínua, sem nunca

parar na procura incansável deadquirir novos conhecimentos e nunca

deixar de fazer perguntas. Krav MagaIsraelita Survial System não é uma disciplina o um

conjunto de regras rígidas, mas sim um método, umprocesso em evolução contínua e constante. Isto fá-loadaptável a qualquer situação e circunstância, permeável aqualquer mudança e proporciona a capacidade de fazer umestudo dos erros e da sua experiência uma oportunidadepara melhorar.

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Todos os DVD's produzidos porBudoInternationalsão realizados emsuporteDVD-5, formato MPEG-2multiplexado(nunca VCD, DivX, osimilares)e aimpressão das capas segueas maisrestritasexigências de qualidade(tipo depapel e impressão).Também,nenhum dosnossos produtosécomercializado atravésde webs de leilõesonline.Se este DVD não cumpre estasexigências e/o acapa ea serigrafia nãocoincidem com a queaquimostramos,trata-se de uma cópia pirata.

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Defesa Pessoal

Este segundo vídeo segue-se aoutro já publicado em 2003 porBudo International, com otítulo: "Lieutenant-colonelRaymond H.A. CARTER –European Police Self Defence".Inclui uma apresentação deelementos técnicosdesenvolvidos por Juan AntónioRODRIGUEZ COQUE e AlfredoPEREZ PEREZ, membros da"Federação Madrilena de Luta –Departamento de DefesaPessoal Policial" e RaymondH.A. CARTER da "Associationeuropéenne des Polices"(Associação Europeia dePolícias – AE-COPS), baseadosnuma análise do direito penaleuropeu, susceptíveis deestabelecer uma aproximaçãodas bases jurídicas "comuns"europeias, relativas àsintervenções das forças deordem e os agentes da forçapública, no que diz respeito à"legítima defesa", à detenção eà protecção de pessoas, tendosido cometidos crimes e delitos.Este vídeo tenta, em primeiro

lugar, responder a uma questãoespecífica: "Porquê uma "políciaeuropeia"?

“EUROPEAN POLICE SELF-DEFENSE”"TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO"

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qui é preciso ter em conta doisfactores: por um lado, a evoluçãode uma criminalidade cada vez maisactiva, que não respeita fronteiras eque provoca as nações, por vezes

com derramamento de sangue inocente, poroutro, a necessidade de instalar no espaçoeuropeu, cada vez mais amplo, uma autênticaforça policial adaptada e competente a nível

europeu, para se enfrentar a essa criminalidade,mas cuja existência só pode depender dainstauração de um direito penal europeu.Portanto, é preciso considerar duas dificuldadesmaiores:

1. O questionamento de uma certa soberanianacional;

2. A ausência, de momento, de uma ordempública europeia.

Se a tendência maioritária se apresentaactualmente ainda contra a criação de umapolícia europeia, a criminalidade semfronteiras, com excessiva frequência "maisrápida que o próprio direito", continua muitoactiva e perigosa para a paz e a segurançapública.

Daí a necessidade para orepresentante da ordem, de consideraresta diferença entre a acção doscriminosos locais através de umacriminalidade internacionalizada e ainstauração de meios legaisadaptados e obtidos à custa de “pôrem tela de juízo” a soberania nacionale os seus atributos no que respeitaaos direitos humanos, para melhorcombater esta forma moderna decriminalidade.Portanto, isto implica para os

polícias e gendarmes, a suaantecipação a nível nacional, com ainstauração de uma formação e deum treino susceptíveis de permitirenfrentar, nas melhores condições,esta criminalidade, comfrequência muito violenta, de umasestruturas mafiosas, de crimeorganizado e de terrorismo, e estaformação a dois níveis:

a) A nível TÉCNICO, por meio de umaestandardização de técnicas adaptadas e evolutivas,na linha do respeito pelos direitos humanos, eeficazes, visando a segurança pública e a protecçãoe salvaguarda dos representantes da ordem.

b) A nível ÉTICO e DEONTOLÓGICO,considerando daqui em diante os direitos humanose a jurisprudência desenvolvida no seio do direitopenal europeu.

Defesa Pessoal

A

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Defesa Pessoal

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Este duplo desafio jurídico e técnicodeve permitir ao representante da ordem:A) A antecipação a nível da sua acção,

a qual pode já integrar o aspectointernacional, através de determinadasacções de procedimento (comissãorogatória…) realizados no marco de umacooperação "além fronteiras", pelaintegração de técnicas de defesa corpo acorpo adaptadas à sua própriasalvaguarda física ou de outros, no marcodo seu trabalho dentro da futura políciaeuropeia.b) Adaptar-se aos riscos vinculados

com a luta contra a criminalidade, atravésde um melhor conhecimento do direitopenal europeu e as suas exigências emtermos de direitos humanos e do Direitoem geral, para um melhor conhecimentoda criminalidade internacional, a suaviolência e as suas diversas formas(agressão, chantagem…).Assim, o representante da ordem deve

agir e reagir "antes do direito e pordireito", com o objectivo de prevenir todoo perigo social e garantir a segurançapública a nível nacional e a nível europeue inclusivamente, por extensão, a nívelextra-europeu. O que implica umatomada de consciência efectiva dosriscos incursos na luta contra acriminalidade, quaisquer que sejam asformas e a extensão, e uma antecipaçãopor uma adaptação específica, emconformidade com o direito nacional,através de princípios e bases geradosdesde o direito penal europeu e ajurisprudência da Corte Europeia deEstrasburgo.É o trâmite que queremos iniciar por

meio deste segundo vídeo.Uma vez já explicado, brevemente, o

que é o direito penal europeu, falaremosdo conceito de "excepção ao direito davida", que pode intervir, entre outros, emcaso de legítima defesa.O direito penal europeu, que interessa

actualmente a 43 países membros doConselho Europeu, é um "direito

internacional de carácter regional",constituído por um conjunto de normaspenais comuns aos diversos estados daEuropa e em evolução constante,considerando os direitos humanos,intangíveis e condicionais, apresentadoum carácter objectivo, enumerados naConvenção Europeia dos DireitosHumanos.A Convenção Europeia dos Direitos

Humanos e a sua jurisprudênciaoferecem-nos exemplos interessantesquanto à interpretação evolutiva dosdireitos convencionais, através de umapolít ica dinâmica e construtiva,interessando em primeiro lugar para anossa matéria, entre outros, através danoção de legítima defesa de nós própriosou de outros.Sublinhemos neste propósito, que o

princípio de proporcionalidade é umanoção que está na moda em todos osdireitos internos de direito civil, assimcomo em direito penal "lato senso".Integra, de maneira evidente, a legítimadefesa, a qual deve ser proporcional àgravidade da agressão. Esta noçãointervém também a nível da penalidade,que tem de ser proporcional à gravidadedo delito e da falta do delinquente, assimcomo à detenção provisional.No direito europeu dos direitos

humanos, a proporcionalidade pode serconsiderada como "o uso de meios quenão vão além do necessário, em funçãodas circunstâncias".A análise da situação pelos

representantes da ordem e a suaresposta adaptada a um confrontourgente, deve ser frequentementeextremamente rápida e requer umaformação precisa e um treino adaptado.De facto, a acção dos representantes daordem e a meta que perseguem tornam-se desproporcionais só quando existeexcesso de meios utilizados. A acçãodeve ser realizada "na restrita medida quea situação exige". Portanto,entenderemos facilmente a necessidade

Defesa Pessoal

“No direitoeuropeu dos

direitoshumanos, a

proporcionalidade pode serconsiderada

como ‘o uso demeios que nãovão além do

necessário, emfunção das

circunstâncias’”

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de uma formação precisa e de um treinoadaptado e seguido que possa gerar unsautomatismos susceptíveis de não falseara reacção adequada admitida no marcolegal interno. Porque, como no tiro, não sepode fazer qualquer coisa porque épreciso ir rápido. O estudo assíduo decasos específicos, constitui o melhorremédio para afinar a consideração dasituação que vai levar o recurso a umaacção/reacção susceptível de integrar,entre outros, o marco legal admitido dalegítima defesa.A proporcionalidade é, portanto, uma

noção evocando o razoável, segundo osdados dos factos da espécie. Está emrelação com "a margem nacional deapreciação" na medida em que é umcorrectivo desta últ ima. Para a suaingerência na vida dos cidadãos, asautoridades nacionais e os seusrepresentantes beneficiam de uma certamargem de manobras, somente no que fornecessário para o objectivo queperseguem, porque "é preciso procurar seum equilíbrio justo tiver sido mantido entreas exigências do interesse geral e osimperativos da salvaguarda dos direitos doindivíduo". Assim, como já vimos, é na "restrita

medida em que a situação o exige" quedeterminados desbocamentos oudesproporções necessários para enfrentarou fazer frente a circunstâncias precisas,podendo ir até "a excepção ao direito davida", poderão ser aceites pelo juiz, queportanto, não considerará aresponsabilidade penal do representanteda ordem, tendo este agido conforme a lei.A excepção ao direito da vida. O artigo

2-2 da CEDH dispõe que a morte não éconsiderada como violação deste artigo,no caso que fosse proveniente de umrecurso à força que se tornouabsolutamente necessária, no marco daobrigação dos Estados e dos seus agentespara proteger a vida humana, assim como

a das pessoas detidas, das quais sãoresponsáveis. Portanto, far-se-á tudo paraevitar que a vida de qualquer detido sejaposta em perigo. Mas conhecemos adeterminação de certos criminosos emtentar eliminar determinados detidos quepodem prejudicá-los perante o juiz.Também será necessária uma vigilânciamuito especial na execução deste tipo demissão arriscada. Segundo o mesmo artigo, existe

"uma obrigação positiva detomar de maneira preventivamedidas de ordem práticapara proteger o indivíduo cujavida esteja ameaçada pelasactuações criminais deoutro". O que, segundo umadecisão da CEDH, de 1998,impõe às autoridades ainstalação de medidas específicaspara prevenir a materialização dorisco certo e imediato da vida.Isto implicará também para o

representante da ordem, que se antecipe atodo risco como "prevenção", e/ou que ajafrente aos riscos conhecidos. Quanto maisse tiver formado e treinado, mais eficazserá a sua própria salvaguarda e a suaactuação realizada para proteger todo oindivíduo posto sob a suaresponsabilidade na estrita aplicação dodireito.Exceptuando a pena capital, o artigo 2-2

da CEDH reconhece três situações nasquais um preconceito ao direito da vidapode estar justificado:1- A defesa contra uma violência ilegal.

É a "legítima defesa" que tende aassegurar a defesa de qualquer pessoacontra uma violência ilegal e/ou ilegítima.Mas este mesmo artigo não alcança adefesa dos bens. No seu livro já citado eque constitui, ao que sabemos, o únicolivro a tratar do direito penal europeu, JeanPRADEL e Geert CORSTENS sublinhamque "entretanto, resulta duvidoso o ponto

Defesa Pessoal

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de saber se esta excepção aponta apenas à legitima defesa dasautoridades públicas ou se também se pode estender aosindivíduos. Este ponto está em oposição à segunda opinião,visto que, de facto, são os direitos nacionais os que justificam alegítima defesa dos indivíduos nas suas mútuas relações. ACorte de Estrasburgo poderia intervir neste ponto, casoconstatasse que o código penal não asseguraria à vítima umaprotecção específica e efectiva, e deduziria uma violência doartigo 8 da Convenção Europeia dos Direitos Humanos (CEDH)".É importante que o representante da ordem conheça ascaracterísticas da legítima defesa, "facto justificativo" previstopela lei, e o equilíbrio entre agressão e defesa, quer dizer, ascondições relativas ao ataque e à defesa. A agressão não éreconhecida como tal quando o perigo é futuro ou eventual, ouse o perigo passou e o mal está feito. A acção deve estar aponto de ser realizada (se um adversário vem e agarra a lapelado teu casaco com uma mão, enquanto outro se prepara pordetrás para te bater, este critério é fragrante), e deve ser injusta,quer dizer que não resulta de uma falta cometida anteriormente,pelo que se pede o direito à legítima defesa, e que não seja aconsequência do cumprimento de um dever ou do exercício deum direito (se entretanto executarem uma detenção e a pessoaimplicada tentar escapulir-se ao vosso controlo tentando bater-vos, esquivando-vos vocês do seu ataque antes de o dominarcom uma técnica de corpo a corpo, não haverá legítima defesapara este indivíduo). O acto de defesa tem que ser necessário ea pessoa agredida não poderá ter qualquer outro meio à suadisposição para fazer frente a esta agressão e esquivar-se doperigo (mesmo que a fuga seja possível, não é uma obrigaçãopara a pessoa agredida, a qual poderá defender-se e sim, nestecaso, trata-se de uma questão de facto). O acto de defesa temque ser simultâneo, a reacção de defesa tem que intervirimediatamente com respeito à agressão (um bloqueio ou umaesquiva marcam em geral, esta simultaneidade; o legisladordeclarando que uma infracção cometida para prevenir um perigofuturo ou para se vingar de um mal já feito, não poderá serjustificado com a legítima defesa. No entanto, a realidade de umcombate mostra muito frequentemente, que vários ataques sesucedem quando a pessoa agredida se defende com bloqueiose esquivas antes de bater para acabar com estes ataquesrepetidos. Uma pessoa assim ameaçada por outro ataque apóster recebido um, poderia ser justif icada se bater"preventivamente" antes deste segundo ataque, para acabarcom o confronto sob risco de ser ferida ou morta). O acto dedefesa tem que ser proporcional, qualquer desproporçãoevidente tem que ser evitada na reacção (matar um homem quenos dá uma bofetada por exemplo). É preferível esquivar"simplesmente", o que é mais fácil de dizer que propriamentefazer, para uma pessoa que não esteja treinada. Isto não excluium mal maior causado pelo defensor sobre o agressor (umindivíduo que tenta bater-nos na cabeça com uma pá, podemuito bem achar-se no chão com o nariz partido, depois danossa reacção e nesse caso, beneficiam-nos sob o direito delegítima defesa). 2- A detenção regular e a prevenção da evasão de uma

pessoa regularmente detida.

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A morte, nestes casos, só pode ser a consequência involuntária dautilização da força. A intenção de matar estaria em oposição com oobjectivo buscado de deter de maneira regular uma pessoa ouimpedir a sua fuga. Sublinhemos que o artigo 2 da CEDH nãoreconhece como excepção a prevenção de crimes. De facto,apenas no caso da prevenção de um crime que iria a par comuma excepção admitida como legítima defesa (artigo 2-2, pontoa) o polícia ou o gendarme estaria autorizado a matarintencionalmente. Resumindo, tanto a detenção como o

encarceramento têm que ser regulares, quer dizer, conformes àsexigências da CEDH. As técnicas de detenção que apresentamosestão em conformidade com as exigências legais, sendo a maiorpreocupação do representante da ordem, a entrega do criminoso àjustiça para que seja julgado.

3- A repressão de um motim ou de uma insurreição,constitui a terceira excepção e pode também justificar o

uso de uma força, podendo provocar a morte.O artigo 2- c) exige uma disposição da lei

nacional para que possa sercumprida.

Em todos estes casos,convém recordar e sublinhar aimportância da investigaçãoque terá que estabelecer eevidenciar que o uso dosmeios utilizados nas ditascircunstâncias forajustificado, para que o juizpossa l ibertar da suaresponsabilidade penal orepresentante da ordemque agiu conforme a lei.

AS TÉCNICAS DEINTERVENÇÃO

Este vídeo que vemcompletar outro

denominado "Lieutenant-colonel Raymond H.A.

CARTER – European Police Self-Defense", inscreve-se no marco de

uma reflexão que continua o seucurso, realizada há já vários anos

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pelos autores Juan António RODRIGUEZ COQUE, AlfredoPEREZ PEREZ e Raymond H.A. CARTER e as suas federaçõese associações respectivas, acerca da necessidade deencontrar um equilíbrio entre "o dever e o direito" do polícia, o"dever" de servir o interesse público para uma segurança euma paz públicas, tendo que considerar o "direito" de todo orepresentante da ordem, de poder garantir a sua integridadefísica no marco do seu trabalho quando age com toda alegitimidade e no respeito mais estrito da lei do seu país,para o bem de cada cidadão. Tem por objectivo apresentarum determinado número de técnicas de intervenção e dedetenção, experimentadas no terreno da luta contra acriminalidade pelos polícias de vários países e por elespróprios. Evidenciam a necessidade de uma vigilânciapermanente do representante da ordem, que tem que sercapaz de reagir imediatamente, com rapidez e precisão, frentea qualquer agressão contra ele próprio ou contra outros, paraa controlar eficazmente e a neutralizar com um domínio totaldo agressor, geralmente a nível dos membros superiores(socos, cotoveladas, armas…) ou inferiores (pontapés,joelhadas), tendo que ser evitada ao máximo, a zona dacabeça. O conhecimento das técnicas de defesa pessoaldesenvolvidas no primeiro vídeo já mencionado, cuja lista nãoé exaustiva e que continuam a evoluir, facilitará o estudodestas técnicas de intervenção e a sua realização,entre outros, quando os polícias vão com parceiro,o que é ideal para garantir a segurança de cadaum. É a razão pela qual os "gendarmes vãosempre aos pares"! Insistimos acerca danecessidade de controlar totalmente o agressordesde o princípio do ataque até à suaimobilização para o algemar e levar com ummáximo de segurança a um lugar seguro, porque orisco de outras agressões (tentativa de libertaçãopor uns cúmplices…) continua enquanto ocriminoso não estiver num lugar seguro eprotegido. Este vídeo também apresenta umasalgemas, "LICA", concebidas e criadas por AlainLICA, oferecendo umas técnicas interessantes eeficazes no marco da detenção de criminosos etambém trata várias alternativas (empunhar umdepósito de gás de pimenta, adaptação de umpau de defesa na utilização "tonfa de polícia",integração de uma faca de mola…). O inventorestá à disposição de qualquer praticante, paraqualquer informação complementar. A repetiçãodestas técnicas, tanto de dia como de noite,deve permitir uma realização automática das

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Defesa Pessoal

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“A agressão não é reconhecidacomo tal quando o perigo é

futuro ou eventual, ou se o perigo passou e o mal

está feito”

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fases de captura e de condução da pessoa interpelada. A prática destastécnicas evolutivas permite uma adaptação aos acontecimentos e àscircunstâncias encontradas quotidianamente pelos representantes daordem. Pode comportar a utilização de equipamento e material profissionaisespecializados (tonfa de treino, protecção…) que estão disponíveis nasociedade "GK" (159 rue Galliéni, 93177, Bagnolet cedex – France – tel.01.55.82.15.00 – E-mail : [email protected]), provedores da polícia e dagendarmeria francesa. A sociedade "ANDREU SOLER I ASSOCIATS" (apdo10.042 - 08080 Barcelona, tel. 93.4294900 – Email: [email protected])também nos entregou material profissional de qualidade. Aconselha-se umestudo lento, em interior primeiro (sala de treino, dojo…) antes de os realizarnum meio exterior e "hostil", de maneira mais dura e real, de dia e depois ànoite. A presença de instrutores oficialmente credenciados para este tipo deformação e de treino, como os formados no AE-COPS ou os da "FederaçãoMadrilena de Luta - Departamento de Defesa Pessoal Policial", é vivamenterecomendada no momento do estudo, para garantir a aquisição e a umaprática respeitando o marco legal do vosso país, para vos proteger melhor eassentar na eficácia técnica e no direito às vossas acções/reacções contraos criminosos. O representante da ordem jamais deverá esquecer que éresponsável pelas suas acções e que poderão pedir-lhe conta delas emqualquer momento. Não desanimem!

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Na linha de entrevistas a Mestres do WingTsun,queríamos conhecer quantos mais pontos de vistapossíveis, acerca da Arte à que temos dedicadogrande parte das nossas vidas. Tenho a certeza quepara os seguidores do Wing Chun, este género deentrevistas são enriquecedoras, posto quepossibilitam conhecer outros pontos de vista, outrasinquietudes. Estes novos pontos de vista e ideias,podem servir para estudar em profundidade o que sefaz mundo afora. Estamos de acordo em que ninguém,absolutamente ninguém, tem a verdade e toda averdade! Mas todos têm uma pequena parte dela…

Sifu Salvador Sánchez

qÉñíç=É=cçíçëW=páÑì=p~äî~Ççê=p•åÅÜÉò

A Coluna do Wing Tsun: Sifu Salvador Sánchez

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Entrevista a Sifu Tam Yiu Ming(Wing Tsun Kuen - Leung Ting Lineage)

Nas minhas últimas viagens tive ocasião de conhecerexcelentes mestres de todo o mundo. Devo reconhecer quetodos me proporcionaram alguma coisa interessante,alguma no que podemos estarmos de acordo ou não, masdepois desta série de entrevistas, acredito que ospraticantes de Wing Chun de diferentes l inhagens,conhecem melhor outros membros de sua “família marcial”. Hoje quero falar-lhes de Sifu Tam Yiu Ming, um Grão

Mestre de WingTsun da linhagem do G.M.Leung Ting. Uminstrutor de primeira categoria, que desenvolve suaactividade na Europa, desde faz já muitos anos. O seutrabalho é importante, disso não resta dúvida alguma emerece deve ser conhecido. Temos uma grande amizade eum excelente relacionamento com Sifu Rafa Alins e SifuBradford Wohlner, graças à excelente iniciativa doDepartamento de WingTsun da Federação Espanhola deLutas Olímpicas e Disciplinas Associadas. Desde a suaconstituição, sempre chamou a minha atenção a evolução

de sifu Rafa Alins (a quem conheço faz muitos anos, porqueos dois vínhamos da mesma associação) e à maneira quedeu à sua prática. Rafa é pessoa que AMA o que faz, quetenha feito do WingTsun um autêntico caminho de vida.Tudo na sua vida gira em volta desta profissão.Por tudo isto, quando ele e Sifu Brad vieram à Espanha a

ofereceram uma “master class” de WingTsun, nascelebrações do Dia Internacional do WingTsun, me sentirealmente interessado em saber com quem treinavam agorae qual era a sua maneira de ver. Sem dúvida, seu nível subiu enormemente nos últimos

anos e isso, além do treino pessoal, quase sempre tem aver com a tutela de um grão mestre e tenho a certeza deque é o caso do sifu Tam Yiu Ming.Quero agradecer à Wing Tsun Academy de Stockholm, de

Uppsala e de Monterrey, junto com a WT Concepts Academy,que nos permitiram realizar esta entrevista e que fizerampossível que todos os praticantes de Wing Chun possam leracerca deste instrutor “TOP”, residente em Londres. Para aqueles que ainda o não conhecem, Master Tam Yiu

Ming nasceu em Hong Kong, em 1963. Começou a estudarWing Chun nos anos setenta. Master Tam é aluno directo do

A Coluna do Wing Tsun

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Grão Mestre Cheng Chuen Fun e do Grão Mestre LeungTing. Master Tam começou a sua carreira como instrutor deWing Tsun na escola principal IWTA, em Hong Kong e foiexaminador responsável para todos os grupos. Durante oseu tempo em Hong Kong, ele foi escolhido pararepresentar a IWTA realizando demonstrações e escolhidotambém como “top instrutor”, dada a sua grande habilidadeaplicando as técnicas. Na actualidade reside em Londres,onde também é instrutor de WT.

A entrevista:

Cinturão Negro: Nossas saudações e seja bem vindoSifu Tam. É para nós uma grande alegria por aqui o ver equero, desde já, agradecer-lhe o facto de nos concederesta entrevista.

Sifu Tam Yiu Ming: Obrigado a vocês…

C.N.: Quando começou a treinar Wing Tsun?S.T.E.M.: Comecei a treinar Ving Tsun com 10 anos. Com

20 anos comecei a treinar Wing Tsun, na sede IWTA, emHong Kong, para lá continuar os meus estudos.

C.N.: Quem foi seu mestre e por quanto tempo?S.T.E.M.: Estudei este estilo com três professores. O

primeiro foi o meu professor da escola primária, o SenhorWong, que me ensinou Ving Tsun durante alguns anos. Omeu segundo mestre é o GGM Cheng Chuen Fun, que émeu Si-Fu. Estudei com ele durante mais de 30 anos econtinuo visitando-o em Hong Kong todos os anos, paraactualizar as técnicas existentes e continuar meus estudos.Finalmente, o meu terceiro mestre foi o Grão Mestre

Leung Ting, que é meu Si-Baak. Com ele estudei por maisde 25 anos.

C.N.: Qual é a melhor qualidade do seu Si-Fu?S.T.E.M.: Os diferentes professores têm diferentes

métodos e eu não sou uma excepção. Independentementedo método que usar cada instrutor, há uma coincidênciamuito importante. Um professor devidamente qualificado,sabe que para o estudo de Wing Tsun ser efectivo, éessencial ensinar os estudantes a se relaxarem, paradesenvolver a força elástica. O mestre deve ensinar osestudantes a realizarem os movimentos correctamente,explicando os conceitos, sem inventar outros novos que

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não são parecidos com os das gerações anteriores. Estessão os métodos tradicionais, de maneira que me sintomuito afortunado por ter tido um muito bom mestre, queempregou o seu tempo para me ensinar correctamente e deacordo com os princípios tradicionais. Mas claro está quehá diferentes maneiras de ensinar e aprender, através daquais se chega a um mesmo destino. O meu Si-Fu prefere ensinar a través de exercícios com

luvas ou sparring, especialmente Jiui Da (caçar), em vez deexplicar. Pensa que os exercícios de sparring levarão oaluno a compreender o significado dos conceitos, mascertamente, isso depende da sua capacidade de absorver e

compreender. O objectivo é que o aluno possa ver e pensarpor si mesmo, após da sessão de treino e como resultadodos exercícios de sparring. Sempre gostei da maneira emque o meu Si-Fu apresenta seus exercícios de sparring. Énecessária 100% de concentração. Como sabes, o WT éum estilo muito rápido. Si-Fu Cheng Chue Fun não quer queo aluno passe muito tempo para recordar as técnicas, amenos que se trate de um instrutor. No entanto, Chengexige que o estudante trabalhe arduamente para dominar astécnicas e alcançar versatilidade nas aplicações. Mas paramim, a sua melhor qualidade é ser um mestre muito afavel eaprazível. Nunca maltrata seus estudantes, mesmo quando

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tem direito a mostrar a sua força. Si-Fu Cheng lembra emtodo momento aos seus estudantes, que devemeconomizar a própria energia.

C.N.: Como se descreve como instrutor de Wing Tsun? S.T.E.M.: Antes de responder à sua pergunta, gostaria de

lhes contar uma história.Quando ainda era um adolescente, fiquei cativado por

uma velha fita da série de Kung Fu, intitulada “Wong HungFay”, ambientada no século XIX. Foi gravada entre 1949 e1970 e foi um grande sucesso. Os cem episódios da sériese projectaram nos cinemas de Hong Kong e depois natelevisão, na década dos anos 70.

A série tratava de um mestre de nome Sifu Wong, que foium famoso mestre de Hung Gar. Sifu Wong usava a filosofiamoral de Confucio, para educar seus alunos. Queria quecompreendessem que a luta só se deve utilizar quando nãoresta outra opção. Era muito duro mas também muitoprotector, com amorosa atenção aos seus alunos. QuandoSifu Wong não tinha outra opção e devia lutar, ele o faziacom benevolência e justiça e afinal, perdoava o seu inimigo. Essa fita representa perfeitamente a cultura chinesa e

mostra a relação do mestre muito tradicional com os seusalunos e a lealdade, disciplina, paciência e respeito que osestudantes sentem por seu mestre. O actor, Gwang DakHing, no papel de Sifu Wong, interpretou perfeitamente a

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sensibilidade do mestre tradicional. Essa imagem ficouno fundo do meu coração, onde ainda hoje seencontra.Para ser honesto, sei que não aparento a imagem de

um mestre ou um instrutor de Kung Fu. A muitaspessoas custa-lhes acreditar que o meu trabalho é o demestre de Kung Fu. O meu corpo é ligeiro e pareço maisa um erudito que um homem de acção.Tornei-me mestre após ter deixado uma grande

organização e como ainda era muito jovem, eu mereferia a mim mesmo como um instrutor, como écostume. Mas ser Mestre era o meu destino e tenhosurpreendido a muitos, mostrando minhas habilidadesem combate.

Sou um mestre tradicional e sigo alguns costumes,tais como a selecção da pessoa adequada para seraluno. Quando ensino as técnicas, sou muito exigentenos pormenores. Tenho paciência para esperar queum estudante possa dominar as técnicascorrectamente, antes de passar à seguinte fase doseu treino. Mas o ensino não trata só da transmissãodas técnicas ou do conhecimento do sistema de WingTsun, há outros assuntos a considerar, de mesmaimportância. Por exemplo, o estado mental dosestudantes, seu nível de formação e educação, aflexibilidade do seu corpo, e o mais importante, seunível de confiança e auto-estima. Por tanto, o ensinoé coisa muito séria e não se deve de tomar à ligeira. É

La columna del Wing Tsun.Sifu Salvador S�nchez

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nisto no que trabalho continuadamente como Mestre deWing Tsun.

C.N.: E do que gosta mais desta arte marcial?S.T.E.M.: Gosto desta arte marcial por muitos motivos,

mas acima de tudo devido às suas diferentes formas. Asminhas formas favoritas são Chi-Sau e o Boneco deMadeira, mas do quer gosto ainda mais é a parte de Gwoh-Sau com Lat-Sau. Isso devido à maneira em que o meucorpo se movimenta, as reacções baseadas em sensaçõestácteis, a possibilidade de aplicar muitas técnicas à vez. O

Wing Tsun é um sistema circular e eu não deixo deexperimentar com ele, repetidas vezes. Como expliquei na minha declaração da Regra 3: A

maneira em que se podem interpretar os movimentos dooponente e tais movimentos e a força que provavelmenteutilize o oponente, provém da sensibilidade. Conforme assuas mãos tocam, não só permitem detectar estainformação, como também é o estímulo para a defesa e oataque. Os movimentos defensivos passivos que seutilizarem para dissolver o ataque do oponente, dependemdos movimentos de ataque que se podem sentir com a sua

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acção automática mais rápida. De acordo com o que se dizno WT, tem de se "ajustar as tácticas de acordo com aacção do rival". Esta parte é a mais difícil de aprender e noWT custa muito trabalho de ensinar. A maioria dosprofissionais ficam “presos” nesta parte. É preciso ter umatremenda paciência.No meu método de ensino, há seis etapas. Desde o

princípio se aprende Poon-Sau até o Lat-Sau, dentro daprimeira secção. Se o aluno tem paciência para aprenderbem as primeiras etapas, sem dúvida vai poder aprender oresto do sistema. Eu comparo a aprendizagem do WT, com

a aprendizagem de um idioma. Se necessita umconhecimento sólido da gramática e do vocabulário, parapoder adquirir fluidez e finalmente também ser mestre como idioma.

C.N.: Quando começou a ensinar WT?S.T.E.M.: Comecei a ensinar WT em 1987. O meu Si-Fu

me ofereceu ser instrutor assistente. Essa foi a minhapreparação para tornar-me um instrutor de pleno direito epoder dar aulas. Eu não sabia ia querer ser instrutor, porquerealmente, do que eu gostava era de treinar e treinar... Às

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vezes ficava treinando a noite toda, ficava treinando a noitetoda, até que já era dia. Eu era muito novo e me lembro deestar muito preocupado por se realmente tinha capacidadepara ensinar e dar aulas. Mas meu Si-Fu me incentivou.Agora, quase que não posso acreditar que esta tenha sido aminha carreira profissional, desde faz já tanto tempo…

C.N.: Tem praticado outras artes marciais?S.T.E.M.: Sim. Pratiquei Hun Gar, um estilo original do Sul

de Shaolin, antes de começar a estudar Wing Tsun.Depois, estudei Taekwondo e alcancei a faixa castanha

com 15 anos de idade. Estava fascinado por pontapearcomo Bruce Lee. Imitava até os seus sons e ainda hoje osimito, às vezes por divertimento. Também estudei os estilos internos Yee Koon e Ng Ga Tai

Chi, antes de me fazer instrutor de WT. O Tai Chi foioriginalmente uma arte de combate e seus princípios estãomuito perto do WT. Apesar de me ter dedicado principalmente ao WT,

continuo treinando Tai Chi, para melhorar a minhacompreensão das artes marciais.

C.N.: Quais são as vantagens e desvantagens do WingTsun?

S.T.E.M.: As vantagens são que treinado intensivamente,em muito pouco tempo se chega a poder usá-lo na luta.Além disto, o WT permite defender-nos em espaços muitoreduzidos.Praticando as pancadas do Sistema, golpes

concatenados e se trabalha muito, podemos chegar a saber

defender-nos em apenas um mês. A razão é que no WT, umdos princípios é usar a distância mais curta ao oponente. Émuito difícil defender-se contra as pancadas concatenadas.A desvantagem do WT é que se te mandam para o chão,

realmente estar no chão é uma desvantagem para qualquerpessoa, mas isto pode evitar-se praticando muito o trabalhode pernas. É mais comum agora na Europa, onde se praticatambém a luta no chão. Eu também ofereço este treino,mas não o misturo com o WT tradicional.

C.N.: O que faz o seu Wing Tsun diferente ao WT dosoutros?

S.T.E.M.: Eu ainda ensino os princípios e com a maneirade ensinar do IWTA HQ, que é a escola principal dalinhagem Leung Ting, assim como as formas, as secçõesoriginais de Chi-Sau. A única diferença é que eu criei aminha própria maneira de ensinar Gwoh-Sau (para atacarpor vez) e Lat-Sau (combate livre começando sem contacto)e exercícios de sparring. O motivo de ter criado o meupróprio programa de Lat Sau é para ensinar os alunos asaberem tratar com maior variedade possível de situaçõesde luta.Também dou aos alunos a

opção de focalizar os purosaspectos do WT, que são dedefesa pessoal. Ensino-lhesos aspectos legais dedefender-se, como evitar aluta e as estratégias da anti-agressão. Isto não é o mais

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interessante pessoalmente para mim, mas é muitoimportante se queremos ensinar defesa pessoal.

C.N.: ¿Os alunos de Wing Tsun devem de fazersparring com praticantes de outras artes marciais? Aparte técnica do sistema demora em se aprender masnão serve sem a pôr em prática. O que pensa disto?

S.T.E.M.: Se o legendário GGM Leung Jan e seu melhoraluno, Chan Wah Shun, aceitaram desafios de diferentesestilos, nós também devemos de fazer sparring com outrosestilos! Não é verdade? Sempre que se fizer com respeitomútuo e para experimentar ideias. Alguns alunos meusassim fazem. Por exemplo, um aluno meu que leva 10 anostendo aulas comigo, me fala das suas experiências desparring. Me agrada escutá-lo a falar disto. Vejo que quantomais sparring fazem, mais confiam no seu Wing Tsun etambém chegam a apreciar outros estilos de artes marciais.

C.N.: Tem razão. A parte técnica do WT demora parase aprender muito mais que a parte de pura defesa.

S.T.E.M.: Em Cantonês há um frase, um adágio sobreKung Fu: “Yat Dam (primeiro é confiança), Yee Lik (segundo

é energia), Sam Kung Fu (terceiro são as técnicas). Se nãose tiverem estas três coisas, especialmente as técnicas, temde se trabalhar muito... Os antigos mestres sempre usavameste adágio como guia para instruir seus alunos.

C.N.: Onde está situada a sua escola? Aceita qualquerpessoa que queira ser seu aluno?

S.T.E.M.: Como é bem sabido, Londres é uma cidademuito cara e eu alugo um espaço em um ginásio para asminhas aulas de grupo, seminários e graduações. As aulasprivadas eu as dou na minha casa.A maioria dos que me procuram para aprender, me

conhecem através da Internet ou de alunos meus. Meentrevisto com cada pessoa interessada, antes de aceitaralguém como novo aluno.

C.N.: Tem alguns conselhos para os alunos e osmestres de WT?

S.T.E.M.: Se realmente se percebe o que é o Wing Tsun ese consegue encontrar uma escola que ensine o Wing Tsuntradicional, então, é preciso ter paciência e se fiel a essaescola. Ser bem sucedido no Wing Tsun depende da atitude

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no treino, da habilidade e paciência e de uma boa guia donosso mestre. O tempo que se dedica a aprender, é desuma importância. Praticar com regularidade, é muitoimportante.Também é muito importante que os alunos percebam que

instruímos de uma maneira pura e clássica, seguindo osmétodos de GGM Yip Man e da IWTA. Exige tempo epaciência aprender bem e o ensino está formado de talmaneira que as técnicas são repetidas, até que formaremparte das reacções naturais do aluno.Um aluno que aprende as técnicas de uma maneira

correcta, será capaz de transmitir as sua habilidadesquando com o passo do tempo se faz instrutor. Darvariedade às técnicas, fazendo-as mais “explosivas” oumais “agressivas”, faz com que o destaca seja mais naforça que na habil idade técnica e deixa de lado ométodo de ensino original, que tem tido êxito em todo omundo.

C.N.: Falemos de aspectos técnicos. O que explicaria a um aluno na sua primeira aula?

Como tentaria transmitir-lhe o que é Wing Tsun?S.T.E.M.: Há bastantes diferenças entre as culturas das

artes marciais no Ocidente e no Oriente. Normalmente, osMestres ou instrutores Chineses não diriam muita coisa aosseus alunos, especialmente na antiguidade. Esperavam sóque os alunos os seguissem sem fazer perguntas.Por exemplo, também quando eu comecei a estudar

Wing Tsun, era normal estar na posição tradicional de WingTsun enquanto alguém praticava os primeiros doismovimentos da primeira forma. Praticávamos durante umasquinze horas. Também era comum, logo de entrada nãofazer perguntas ao mestre, só simplesmente fazer osmovimentos de maneira correcta, copiando o mestre.Tínhamos de mostrar ao mestre que queríamos aprendermuito e que éramos muito sérios. Eu mostrava isso e osmeus “irmãos do Kung Fu” naquele tempo me chamaram “oadicto ao Kung Fu”.De facto, alguns que me têm procurado para eu ser seu

mestre, já tinham a paixão do Kung Fu e já sabiam o que éWing Tsun, antes de escolherem estudá-lo. Mas desde quecheguei a Londres para ficar, tive de me adaptar à maneirade ser das pessoas daqui. Aprendem através de fazerperguntas. Então, percebi por vez primeira, o que sempreme dizia o GGM Leung Ting, acerca das diferenças culturaisentre o Ocidente e a China.

Por isso mesmo, o primeiro dia que chega um novoaluno, faço perguntas, das quais a mais importante é; “Qualé a tua meta estudando WT?” Se me responder que quer aprender porque gosta e está

interessado e não só para estar em forma e para defesa pessoal,eu faço a seguinte pergunta que é; “Como sabes do WT e o quepensas do sistema?”. Das suas respostas eu determino sepodem começar a estudar WT. Na maioria dos casos tenho deexplicar que WT é muito mais que puro “fitness”.É este um motivo pelo que presto especial atenção aos

alunos que ensino. Sou muito cuidadoso em isso e por issomesmo posso dizer que na maioria ficam normalmentedurante muitos anos, estudando comigo.Quando começo a ensinar a um novo aluno, focalizo o

movimento dos pés e os batimento concatenados. Explicoque o equilibrio é o fundamento do WT. Sem equilibrio nãose tem bom movimento nem boa estrutura. Por isso mesmotem de continuar praticando as posições básicas e relaxar-se até sentir que seu corpo da cintura para cima se senteligeiro, mas ao mesmo tempo sentir que o seu peso desceaté os joelhos e os pés e o contacto com o chão.Ao enfrentar um oponente sempre se tem que perceber

que a essência do WT é a teoria da linha central. Ela nosensina que o caminho mais curto entre dois pontos é umalinha recta. Pelo mesmo motivo temos de manter a nossaguarda na linha central do oponente e à vez, manter aspernas bastante fechadas quando nos movermos. A issochamamos “adduction stance”. Esta posição facilitaavançar muito rápido e entrar ao espaço do oponente e asnossas mãos podem alcançá-lo rapidamente sobre a linhacentral quando avançamos.Sempre explico que temos de aprender a mover-nos com

rapidez. Isto é parte do fundamento do sistema. Por isso oaluno tem que se concentrar em seus movimentos dos pése praticar intensiva e arduamente. Sem uma boa base noque respeita ao movimento, as outras técnicas não sepodem desenvolver. O aluno será como uma árvore semraízes e sem raízes a ramagem não pode crescer.

C.N.: Muito agradecidos Mestre. Foi uma honrapodermos realizar esta entrevista.

Se alguém está interessado em contactar com o MestreTam Yiu Ming, pode dirigir-se à sua Academia em Londrespor meio do contacto

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Master Tam Yiu [email protected]+44 07957561389

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“O que dá a beleza ao deserto é que em alguma parte,esconde um poço de água”

Antoine de Saint-Exupery

“O que sabemos é um pingo de água; o que ignoramosé o oceano”

Isaac Newton

Fluir não quer dizer ser descuidado; a água o não é. Não deixacanto sem cobrir, a tudo chega! Dizem os Asturianos que a águatem “um focinho muito fino”. Sem presa, adaptando-se àscircunstâncias, a água é a metáfora da persistência e daadaptabilidade extremas. O paradigma da mydança na forma, semtransformar a essência. O água cataliza a vida, sem ela, a terra seca e fica ermo, o fogo sem

controlador, tudo inunda e o ar, transformado em tormenta de areia, nãopode levar a fertilidade das nuves, nem a força das mudanças. Até ometal é torneado com seu uso nas forjas! A água nos conforta, nos limpa, nos abençoa. Molhados

nos rios do momento, nadamos, lutamos, naufragamos. Fluir, adaptarse às barreiras, correr para baixo, não

se opôr a nada, a água é a perfeita analogía dahumildade, da adaptação e do não conflicto. Aágua vence sem objectivo; seguindo a suanatureza, rodeia qualquer obstáculo e nosensina a como vencer, mas com sabedoria,sem desgaste, sem perder de vista oobjectivo. O que é uma rocha no caminho?O que é uma montanha? Até quando nãohá saída, ela se filtra ou se evapora. Nadadetém o seu destino.O río da vida me deixou nas minhas

margens estos textos, que hojecompartilho como livro. E digo que“deichou”, porque toda autoría équando menos confusa, pois todosdevemos àqueles nos precederam,aos que nos inspiraram e inspiram,as flutuantes nuvens doinconsciente colectivo e até, quemsabe!, os espíritus econsciencias que nos rodeiam. Não tenho nada que

ensinar, porque nada sei, peroa quem quizer escutar asminhas palavras, lhe deixoaquí sinceras reflexões,sentidas, cada día maissentidas e menos pensadas,porque o pensamento nosengana vendo o que quer vere dele aprendi a suspeitar.

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