Cinturao Negro Revista Portugues 298 Outubro parte 2 2015

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A revista internacional de Artes Marciais, desportos de combate e defesa pessoal. Download grátis. Edição Online 298 - Outubro - Parte 2. Ano XXIV

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om mais de 75 milhões de habitantes, aTurquia tem sido uma encruzilhada históricaentre as culturas e civilizações Orientais eOcidentais. Com uma grande diáspora deemigrantes em todo o mundo (devemos

destacar na Europa a importante comunidade Turca naAlemanha, com mais de 2 milhões e meio de pessoas), aedição da nossa revista nesta sua língua, terá provavelmenteuma repercussão internacional muito destacada. Internet, como meio de difusão, permite hoje o impossível.Faz só alguns anos, uma difusão alem fronteiras dosconteúdos gratuitos da nossa revista, a cada mês jásuperam os 360.000 leitores. Com 8 idiomas e em pelomenos 6 deles, em que editamos duas vezes por mês arevista, desde faz já muitos anos, as nossas revistas levam amensagem dos Mestres marciais (de agora e de sempre) portodo o mundo, através das redes.Nesta magnífica ocasião, também não farei um panegírico danossa revista, nem destacarei como própria a conquista queconstitui editar a revista em tantos idiomas, porque tenho asuficiente idade para saber que são múltiplos os factoresintervenientes em tais sucessos e nem sempre atribuíveis àsvirtudes das pessoas. Entretanto, e porque os factos sãoobstinados, devemos admitir a realidade que implica a nívelde comunicações, esta novidade: O mundo das ArtesMarciais está mudando, porque hoje mais que nunca, osestudantes possuem a capacidade de entrar em contactocom informações que em séculos passados seriamimpensáveis.Na nossa web site www.budointernational.com, estãoalojados mais de 600 vídeos em cinco ou seis idiomas, dosmelhores mestres do mundo e a um só clique se podemdescarregar a preços baratíssimos. O nosso canal deyoutube: videobudo, com mais de 23.000 subscritores e com13.983.936 visualizações, proporciona à comunidade

marcial, material gratuito em vídeo. Nanossa web se podem adquirirequipamentos, livros, etc…, um sonho paraum jovem Alfredo Tucci, quando em 1968começava a treinar Artes Marciais, semnenhum apoio informativo, para além de umou dois livros.Entretanto, não podemos obviar, os aspectosinerentes a esta facilidade. A informação por sisó não implica a aprendizagem, porque o queas Artes Marciais proporcionam à formação deuma pessoa, não são só conhecimentostécnicos de auto-defesa, mas também aformação do carácter dos indivíduos. Para tudoisso, a presença e a tutela de um bom Mestre sãoabsolutamente imprescindíveis. Entretanto, querer resumir o enorme legadomarcial só a conhecimentos de ordem técnico, étão idiota como ignorar o facto de que os temposmudaram. Os Mestres dos nossos dias devemactualizar suas posições, porque as velhas fórmulasnão lhes vão granjear os resultados dantes. Algunsestilos, como resultado de tudo isto, estão inermes,como quadros em um museu, amarrados acostumes e formulações anacrónicas, quando ocerto é que em seus começos foram inovadoras,adaptáveis e criativas. No outro extremo, aqueles que não vêem mais alémdo quantitativo, se entregam ao “vale tudo”, ignorandotalvez o melhor e mais distintivo destas práticas tãoantigas como o homem, ou seja, o próprio homem, oseu carácter, honra e formação interna de valoreseternos. No entanto, seja qual seja a sua posição, todos elescabem na nossa revista. Com o mesmo respeito e

“Uma viagem de mil milhas começa com o primeiro passo”

Lao Tse

“Para poder continuar, tenho de começar tudo de novo”León Gieco

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admiração, cada mês publicaremos paraos nossos leitores, as suas ensinanças,opiniões e mensagem, para que sejam osleitores que escolham o seu caminho e paraque seja este qual for, aprendam a respeitar eapreciar o caminhos dos seus irmãos marciaisem todo o planeta. Turquia, seja bem-vinda à família BUDO!

Alfredo Tucci es Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.e-mail: [email protected]

Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO.e-mail: [email protected]

e-mail: [email protected]

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5

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Ninguém teve tanta influência na expansão das ArtesMarciais em todo o mundo como Bruce Lee.

Diríamos até que podemos dividir a evolução das ArtesMarciais na Ásia em dois períodos importantes: antes edepois da era de Bruce Lee.

Antes de saltar para a fama no cinema, em 1971, forados seus países de origem, no resto do mundo, as artesmarciais só eram praticadas por pequenos grupos deseguidores entusiastas. A partir do grande sucesso dasfitas de Lee, milhões de pessoas ficaram impressionadase sentiram-se inspiradas a iniciar alguma arte marcial eeste período no Oeste é conhecido como a “Era das ArtesMarciais”.

Durante os três anos que se seguiram aos começos deBruce no cinema, “toda a gente fazia Kung Fu”, surgiu a

Reportagem

Kostas ArgyriadisArchivo Budo

Texto: Fotos:

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Após 45 anos da sua morte, encontrámos o assassino de Bruce Lee!

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esde os inícios do 1971, quando estava a filmar “Big Boss”em condições muito duras na selva da Tailândia, até que fez“O Dragão Ataca”, em 1973, Bruce tinha trabalhado com umforte excesso de carga constante, levando-o até ao limite dassuas forças físicas e psicológicas. Durante este curto período

perdeu 8kg e começou a mostrar sinais de estar esgotado.A 10 de Maio de 1973, Bruce estava nos estúdios Golden Harvest, em

Hong Kong, onde dobrava os diálogos finais de “O Dragão Ataca”.Nesse dia, fazia muito calor e havia muita humidade no estúdio e para

piorar as coisas, tinham desligado o ar condicionado para não criarproblemas no som da fita. Num determinado momento, Bruce não sesentiu bem e saiu do estúdio. Como demorava a voltar, foram buscá-lo;deram com ele no chão, a vomitar e com convulsões. Foi de imediatolevado para o hospital, onde as suas contracções musculares pioraram.Os médicos deram-lhe o medicamento Mannitol, para reduzir a inflamaçãodo cérebro que lhe tinham diagnosticado.

Após uma hora e meia, Bruce recupera a consciência, mexe os olhospara a direita e para a esquerda e diz algumas palavras que ninguémconsegue perceber.

série de televisão interpretada por David Carradine, e muitoslocais transformaram-se em dojos.

45 anos após a morte do pequeno Dragão, a atenção dacomunidade de artes marciais internacional ainda se senteatraída pela questão da causa da repentina e inesperadamorte de Bruce Lee em 1973, um homem de condiçõesfísicas extraordinárias, com apenas 32 anos de idade.

Até agora, sabemos que sofreu um edema cerebral. Noentanto, nunca foi dada uma explicação concludente acercada causa que provocou tal edema.

Neste artigo, vamos tentar pesquisar o mistério e acharuma resposta para sabermos o que matou Bruce Lee.

Reportagem

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Este episódio deixa Bruceaterrado e duas semanasdepois, ele e a sua mulher Lindaviajam aos Estados Unidos parainiciar um tratamento de quatrodias, com tests profundos nocérebro e no resto do corpo, nocentro médico da UCLA.

Um neurologista, o Dr. DavidReisbrod, chega à conclusão deque Bruce estava a sofrerconvulsões geradas por causasdesconhecidas, e receitaDilantin, outro medicamento.

Apesar de Bruce só estar apesar 62kg, acharam que estavaem perfeito estado e deram-lhealta. Feliz com este resultado,Bruce e Linda voltam para aHong Kong, onde ele continua atrabalhar na sua próxima fita,“Game of death”.

A 20 de Julho de 1973, Brucee Raymond Chow, seu sócio nacompanhia de produçãoConcord e proprietário dosestúdios Golden Harvest, vão atéà casa da actriz chinesa Betti TinPei, para falar de umasmudanças no enredo da fita.

Bruce queixa-se de dores nacabeça e Lee Ting Pei dá-lhe umcalmante, Ecuagesic, e Bruce vaidormir um pouco.

Chow deixa o apartamentopara se encontrar com o antigoactor George Lazenbay, paraconversar com ele sobre a suaparticipação na fita “Game ofDeath”.

Durante a parte da tarde, BettyTing Pei tenta, por várias vezes,acordar Bruce, mas ele nãoresponde; telefona então paraRaymond Chow, que chega porvolta das 21:30h.

Chow também não consegueacordá-lo e chama um médicoque tenta reanimar Bruce Lee,sem resultado, antes de omandar para as urgências dohospital.

Quando chega ao hospitalQueen Elizabeth, os médicoslevam-no logo para a UVI ecomeçam a massajar o seucoração, seguido de uma injecçãode remédios estimulantesdirectamente no coração. De nadaserviu; Bruce Lee tinha falecido.

A autópsia revelou que a causada morte foi um edema cerebral,

definição de um excesso deacumulação de água nosespaços intra ou extra celularesdo cérebro. Oficialmente, a causafoi o resultado de uma reacçãoadversa e anormal ao calmanteEquagesic.

A 24 de Setembro, depois de otribunal ter ouvido astestemunhas, Mr. Egbert Tungdeu o veredicto final de “morteacidental”.

Um mês depois da sua estreia,o filme “O Dragão Ataca” já soma200 milhões de dólares, com umcusto de 600.000, tornando-se afita de maior sucesso em termosreceita/custo.

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Inevitavelmente, as misteriosascircunstâncias da morte deBruce fizeram saltar todo ogénero de especulações erumores acerca da causa da suamorte. Tríadas, uma luta, umbatimento Dim Mak, overdose,veneno...

Reacção fatal alérgica ao“cannabis”

O neurologista Dr. Wu queexaminou Bruce no hospital a 10de Maio, durante o seu primeiroepisódio, concluiu que elepadecia de um edema cerebral ereceitou Mannitol.

Esta droga é apenas usada notratamento de um edemacerebral. É um osmótico

diurético, utilizado principalmenteem overdose de estupefacientese na eliminação do sistema deum potencial e letal excesso desódio, que pode causarconcentração nos rins.

Segundo informou o Dr. Wu,este sódio provocouhipersensibilidade ao “cannabis”que, por sua vez, foi a causa doedema cerebral e dasconvulsões.

O médico da família de Lee, oDr. Donald Langford, esteve deacordo com esta teoria econfirmou que de cada vez queo vira após o dia 10 de Maio,tinha-o achado excessivamentetenso.

De acordo com o Dr. Langford,Bruce era especialmentesensível aos alcalóides quecontinham “cannabis”, e a sériede sucessos acontecidos,teriam causado a sua mortemeses depois.

A verdade do assunto é que a10 de Maio, Bruce tinha umaquantidade de “cannabis” noseu estômago; ele usava-oregularmente em chicletes e emfolhas.

A autópsia praticada depoisdo dia 20 de Julho, mostrou quesó tinha uma ínfima quantia de“cannabis” no seu estômago nomomento da morte. Os quedefendem a teoria de sua

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hipersensibilidade ao “cannabis”,dizem que a 10 de Maio Bruce foilevado rapidamente para ohospital e apesar de ter sido salvomomentaneamente, umas horaspreciosas do dia 20 de Julhoforam perdidas, antes de darentrada no hospital, deixando queo “cannabis” f izesse o seutrabalho fatal.

Desidratação severa

Outra teoria sugere que a mortede Lee foi causada por“envenenamento do corpo”devido a uma falta aguda de água.É sabido que Bruce, apesar doseu duro regime de treino, nãobebia muita água, mas bebiamuito um sumo de feijão Dou Jian,nada parecido com o leite de soja.

O corpo humano precisa dedeterminadas quantidades deágua para sobreviver; a água é oprincipal regulador da circulação

do sangue e desempenha umpapel crucial na filtração desubstâncias potencialmentenocivas no organismo. Se não sebeber água suficiente, o sistemaprotesta e adoece. Apesar de océrebro ser só uma quinta parte dopeso do nosso corpo, ele precisade 20% de circulação do sangue.

Envenenamento

O facto de o Dr. WU ter dadoMannitol a Bruce durante oepisódio de 10 de Maio, leva oseu irmão Robert Lee a acreditarque o Dragão imortal tinha sidoenvenenado. Os amigos deinfância de Lee em Hong Kong,foram ainda além e acusaram osócio Robert Chow de envenenarLee. Outra possível suspeita deenvenenamento foi a máfia deHong Kong, a chamada “tríade”.

Durante os anos 70, em HongKong era comum a prática de que

as estrelas de cinema pagassempor protecção a estas tríades.

Desde o princípio dos seus diasem Hong Kong, Bruce tinha-senegado a cumprir com estaprática, e por isso, muitospensam que era um “mauexemplo” para os outros actorese, por conseguinte, um exemplo aeliminar.

Autodestruição devida adois anos de abuso deesteróides

Tom Blecker, durante algumtempo estudante de Lee e ex-marido de Linda Lee, no seu livro:“Assuntos por decifrar: vida emorte de Bruce Lee”, comentaque Lee, desde os anos sessenta,consumia sistematicamente“haxixe” e esteróidesanabolizantes. Diz também que ouso de esteróides poderia terdamificado Lee física e

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emocionalmente, especialmentequando misturados com outrosfactores, como o esgotamento edeterminados níveis de tensão,aproximando-o da morte.

Um médico de Chicago,James Fitkins, apareceu comuma nova teoria baseada numamorte repentina por epilepsia.Pensa que Lee faleceu devido aum ataque epiléptico agudodenominado SUDEP, que foiconhecido pela ciência médicaem 1995. Isto implica umaconvulsão que paralisa ocoração e os pulmões e podeser provocada por falta de sonoe severos níveis de tensão.Naturalmente, tem-se de serepiléptico para se sofrer um

SUDEP, mas também seconstatou que pode acontecer apessoas submetidas a extremascondições de tensão.

Explicações

A parte mais fraca daexplicação oficial, uma reacçãoalérgica ao Equagesic, é o factode que a 10 de Maio Bruce nãotinha tomado este remédio. Pelocontrário, a 10 de Maio e a 20de Julho, foi encontrado“cannabis” no seu estômago.Então, onde está a suahipersensibil idade a estasubstância que o matou?

Duvido, de acordo com o Dr.Ronald Teare, da Universidade

de Londres, que o nível de“cannabis” fosse tão diminutoque pudesse provocar umareacção alérgica.

Falemos de envenenamento

Naquela época, toda a gentesabia que a relação de Lee eChow se tinha deterioradoseriamente. Muita gente,presente nas filmagens de “ODragão Ataca”, confirma que osdois estavam sempre a discutir.Numa carta escrita por Bruce aRun Run Shaw, proprietário daShaw Brothers, naquelemomento o estúdio de cinemamais importante de Hong Kong,

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ele declarava-o absoluto inimigo e istoparece confirmar os rumores.

Bruce declara então que estarádisponível a partir de Setembro de 1973para uma fita da Shaw Borthers.Também tinha feito uma série defotografias de promoção para eles.

Fontes próximas aos dois homenscomentam também que dias antes dasua morte, Lee e Chow tiveram umaforte briga na qual Bruce acusou Chowde o roubar na sociedade da companhiade produção Concord.

Durante 1973, Bruce recebiaregularmente guiões da Warner Bros.,produtores de “O Dragão Ataca”, parafazer uma fita. Também era sabido queBruce planeava um grande regresso aosEstados Unidos, para lá ir viver com asua família, e onde, segundo JackieChan, especialista na fita, tinha emmente estabelecer a sua própriaprodutora.

Quem sabe se Raymon Chow, no seumedo de perder a galinha dos ovos de

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ouro e ao enfrentar uma acusação por problemasfinanceiros, resolvesse talvez selar a boca de Lee parasempre, envenenando-o?

Poderia ser, mas, o que sucede com os pareceresdos juízes, onde não se fala em envenenamento?

Hong Kong, nos anos 70, era bem conhecida pelasua corrupção e aqueles que apoiam a teoria doenvenenamento declaram que com a quantidade desubornos existentes, qualquer parecer médico poderiater sido facilmente falsificado.

Pessoalmente, não acredito que Chow matasseBruce, pela simples razão de que ninguém se arriscariaa isso, após o episódio de 10 de Maio.

Vamos examinar, finalmente, a teoria mais recente: o SUDEP

O Dr. Wu confirmou, a 10 de Maio, que Bruce tinhauma série de convulsões alternativas entre acontracção do músculo e a relaxação, um episódiobastante parecido a um ataque de epilepsia.

O facto de o neurologista em Los Angeles o terexaminado depois deste episódio e ter concluído queestava a padecer de desordem convulsiva, receitando-lhe Dilantin, uma medicação normalmente utilizadapara a epilepsia, parece também confirmar a presençade algum tipo de epilepsia não declarada.

É bem conhecido o facto de que a massa domúsculo pesa mais que a gordura. O paradoxo comBruce era que quanto mais músculo tinha mais pesoperdia. É certo que poderia ter estado em perfeitaforma, mas isto não quer dizer que tivesse boa saúde.Sistematicamente, ele queimava mais calorias nostreinos do as que ingeria, e o resultado era 1% degordura corporal menos, com um peso de 62kg no finalda sua vida.

Pessoalmente, penso que o “assassino” de Bruce foio SUDEP, ajudado pelo próprio Lee.

O seu extenuante regime de treino, combinado com aingestão de líquido inapropriado, a sua falta dedescanso e de sono, os seus níveis de tensãoconstantes e a possível utilização de esteróides,ajudaram o SUDEP a fazer o trabalho.

No entanto, talvez tenha sido melhor assim. Brucedetestava a ideia de chegar a ser velho e tendo morridona cimeira da fama, o Dragão mortal conquistou a vidaeterna nos corações de milhões de admiradores emtodo o mundo.

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Dentro do estilo marcial ModernFarang Mu Sul, estilo fundado peloGrand Master Michael De Alba, o usode armas cortantes é de suma impor-tância. O nosso Grão Mestre e muitoreconhecido técnico da utilização dafaca, desenvolveu um vasto currículode técnicas dirigidas ao ataque e àdefesa de seus praticantes. No FarangCombat podemos observar também o jádito Farang Mu Sul, técnicas de utiliza-ção da faca, concentrando-se no uso daadaga para empurrar (Push Dagger).

Farang Combat

Farang Combat e o uso da adaga para empurrar (Push Dagger)

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Farang Combat desenvolveu grande número detécnicas para o ataque e a defesa, de um modorealista e eficaz. Na sua área de ataque, o FarangCombat conta com diferentes aproximações deataque, sendo um dos mais importantes eimpressionantes chamado “Hidden knive”. Nesta

técnica, o ataque é e rápido e por surpresa, atacando em primeirolugar os planos baixos e utilizando diferentes zonas do nosso corpoem combinações, para depois realizar o ataque de maneira efectiva.Segundo as redes históricas de informação, o Push Dagger ou

literalmente “adaga para empurrar” (também conhecida como:“push knife” (faca de empurre), “gimlet knife” (faca de punho oufaca verruna) é uma adaga de folha curta com uma pega com feitiode um “T”, desenhada para ser empunhada na mão, de maneiraque sobressair a folha pela parte dianteira do punho, geralmenteentre o 2º e o 3º dedo. Ao longo dos séculos, o Push Dagger tem tido diferentes graus

de popularidade como arma de combate corpo a corpo para civis ea elite militar.Diz-se que o Push Dagger tem sua origem na Índia e que está

relacionado, em princípio, com o Katar hindu do Século XVI, achamada espada perfuradora. Na América, no Século XVIII, a faca foi adoptada por homens e

mulheres de todas as classes sociais, como uma arma defensiva eum artigo de uso quotidiano. Os políticos portavam-na nos edifíciosestaduais e federais, inclusivamente no Capitólio dos EstadosUnidos. Como arma de fácil ocultação, o Push Dagger foi a escolhafavorita dos civis, que requeriam uma faca discreta, capaz de serutilizado para a protecção pessoal. Foi uma arma comum nascidades, durante a década de 1800 e geralmente se deslizava numa

Farang Combat

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bota, se escondia dentro de uma manga de casaco, ou sependurava a um botão do colete, com uma correia unida aoestojo em pele da faca.Durante a segunda metade do Século XIX, o Push Dagger

também gozou de um breve período de popularidade no ReinoUnido e na Europa Central, principalmente na Alemanha, ondefoi chamado Stobdolch ou Faustmesser, que significa “PushDagger”. Procavelmente, a arma foi lá introduzida a meados dadécada de 1800, por marinheiros estrangeiros que visitavamos portos do norte da Alemanha. Fabricantes de faqueirosalemães começaram a fabricar versões nacionais do desenho,frequentemente fixos a suportes de níquel e prata. OStobdolch se vendeu principalmente como uma arma dedefesa para os viageiros, vendedores e outras pessoas querequeriam uma arma compacta e discreta. Os Push Dagger continuaram vendendo-se na Grã Bretanha

e no resto da Europa até finais do século XIX, quando acombinação de forças policiais mais eficazes e adisponibilidade de armas de fogo pequenas e de baixo custo,causaram uma diminuição substancial nas vendas e o uso dePush Dagger e de outros tipos de facas especiais para lutar edefender-se.Durante a década de 1980, novas versões do conceito Push

Dagger têm sido produzidas por uma variedade de fabricantesespecializados em cutelaria e se vendem principalmente comouma arma táctica ou de auto-defesa, especialmente nos E.U.A. As leis de muitos países e de vários estados e cidades dos

E.U.A., não autorizam ou penalizam em certa medida acompra, posse, porte ou venda do Push Dagger ou de facascom punhos de nós metálicos.

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OS PONTAPÉS NAS ARTES MARCIAIS 1ª Parte

En este espacio especialmente dedicado al estudio de las patadas en las artesNeste espaço especialmente dedicado ao estudo dos pontapés nas artes marciais eoutros desportos de contacto, analisaremos as particularidades para sua execuçãoem diversos estilos, como deve de começar a preparar-se cada pessoa, dependendoda sua própria morfologia, fisiologia, sexo, idade, etc.

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execução dos pontapés, manobras, combinações,concatenamentos mistos (punhos e pernas) ou outrasespecialidades ao respeito, são o que realmente proporcionam“atractivo, beleza ou espectáculo” a qualquer artista marcialque se preze.Por fortuna, actualmente contamos com estudos muito

específicos e profundos ao respeito. Lembro-me que no passado, esem irmos muito longe, quando eu comecei a treinar as artes marciais,lá por 1967, essa falta de profissionalidade, formação, pesquisa econtraste estadístico, praticamente não existia. E o que é pior, comoera coisa precisamente tão desconhecida, à vez que considerada“vulgar” e para pessoas de pouca cultura ou classe social baixa, nãoexistia censura alguma, nem seguimento ou controlo legal por parte deninguém, nem de nada. Assim, qualquer chinês, japonês, coreano, ouindivíduo com cara semelhante a qualquer dos três, abria uma escola ouum dojo, dizendo ser Cinto Preto de tal grau, ou mestre de “X” e todos osinteressados passavam por “caixa”. Isso aconteceu em todos os paísesdo mundo e ainda agora, em 2015…, infelizmente, em alguns lugarescontinua acontecendo.Sem falar em nomes, todos aqueles que me conhecem e têm

seguido a minha trajectória, hão-de saber ao que faço referência.Os meus Instrutores iniciais, nos obrigavam a realizar exercícios etécnicas “de maneira extrema” e nada importava se quandotentávamos nos lesionávamos, partíamos alguma coisa ou serealmente conseguíamos. Pontapear era para eles: “Vamos embora,mais forte, mais alto, mais forte, mais rápido e mais alto!” Sempreparação científica nem demonstração por parte daqueles quenunca suaram seu “Gi” e que se limitavam a dirigir os nossos treinos“só com a voz”, sem se mexerem muito para não enrugar ofato. Ainda há iludidos ou idiotas que os defendem,

A

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Kenpo

“A execução dospontapés, manobras,

combinações,concatenamentosmistos (braços epernas) ou outrasespecialidades ao

respeito, são o querealmente

proporcionam“atractivo, beleza e

espectáculo” a qualquer artista

marcial que se preze”

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procurando explicações para aquilo que as não têm. Para mim, foram os espertalhões daépoca da nossa ignorância e aflição. Charlatães ou manipuladores que montaram“impérios económicos” à custa dos que trabalhávamos com entusiasma e entrega numacoisa em que ACREDITÁVAMOS. Por sorte, naqueles tempos eu era jovem e me acompanhava um fantástico Anjo da

Guarda e a minha própria genética. Actualmente, ambos continuam a meu lado, graças aDeus! Ainda assim, me lesionava com muita frequência, por consequência doanteriormente dito. Mas tanto a minha genética como minha juventude me ajudavam ame recuperar rapidamente. Mas também e como é natural, muitos abandonavam por umtempo ou para sempre.Sou desses que estão convencidos de que tudo é possível, mas com “ordem e

método”, com perseverança, paciência e conhecimento. Do contrário, o que poderia dar-nos muitas satisfações, também nos pode frustrar e decepcionar para sempre, pensandoque as artes marciais, ou neste caso a arte de pontapear, não vai connosco, que nãoservimos ou não temos qualidades nem direito a isso, que é só para uns “poucosescolhidos”.Em Pittsburgh, Pensilvânia, USA, (1992) conheci o Grão Mestre John Rhee, (Jhoon Goo

Rhee) Coreano e Introdutor do Tae-Kwon-Do nos Estados Unidos (1950), à vez quecriador das primeiras protecções do Full-Contact. Instrutor de famosos…, nasceu a 7 deJaneiro de 1932, na Coreia do Sul. Assisti a um Seminário Intensivo que ele dirigia enesse mesmo evento, nos confessou que ele não conseguira uma elongação completa,nem muscular, nem articular, até que com de 59 anos de idade, resolveu consegui-la econseguiu! Ali mesmo nos fez uma grande demonstração da mesma, o que vemconfirmar que realmente, não há limitação de idade, sexo ou raça. A questão équerermos e seguir os passos correctamente, com disciplina, esforço, paciência eperseverança.Sempre, nos meus treinos pessoais, no meu ensino, nos seminários ou mesmo quando

escrevo, insisto na importância de primeiro conseguir uma grande preparação física. É abase de tudo, sem importar o estilo que se fizer ou os objectivos que se perseguirem.

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Para ser eficaz, o primeiro que manda é onosso corpo físico. Devemos entãopreparar ao máximo todo o nosso arsenal,mediante uma disciplina e ordem no treino.Não basta que em frente de um espelho ouao feitos ao ar, eu “pense” que os meusmovimentos são bonitos, estéticos ourápidos. O que realmente conta é se nomomento de bater em um objecto, seja elesaco, pau, makiwara ou oponente, a minhatécnica é efectiva ou pelo contrário, melesiono a mim mesmo.Neste processo, é vital realizar um

aquecimento antes de começar a treinar astécnicas. O objectivo é preparar o nossocoração, músculos, l igamentos earticulações, para que possam suportardepois o enorme esforço que vão realizar.Com um bom aquecimento activamos onosso metabolismo, o que nos protegerácontra possíveis lesões. Também melhora acoordenação intermuscular. Assim pois, amigos, peço-vos darem

muita importância à fase inicial doaquecimento. Do que constar esteaquecimento e a duração do mesmo, teráde ser à vossa escolha, dependendo dotempo de que dispuserem para cada treino,da rotina de exercícios que pensaremrealizar em cada momento.Também é importante dizer que tanto

antes como depois do treino, é muitosaudável realizar exercícios de Estiramento.Isto proporciona uns músculos maisflexíveis e prontos para entrar em acção.Cada vez que esticamos, estamos evitandoproblemas nas nossas articulações eagilizamos a oxigenação dos músculos. Jádevem ter escutado instrutores a dizer quequando, por exemplo, sentimos dor nosgémeos, quadriceps ou nas costas,realizemos exercícios de estiramentos nazona ou zonas afectadas. Com oestiramento se aquece a zona, depoisrelaxamos e voltamos a esticar e emapenas uns minutos, começamos a sentiralívio. Isto é porque desbloqueamos essazona da dor provocada talvez, por umatorcedura natural em um excesso de treino,por um batimento, golpe ou similar.Aquecendo, esticar e depois relaxar; anossa energia começa outra vez a fluir equando vai passando, cura y alivia.Para realizar exercícios de estiramento

óptimos, é necessário começar primeiroesticando de maneira lenta e controlada.Não realizar puxões, não forçar a zona e não

ultrapassar o próprio limiar da dor. A dosavisa! Avisa de uma possível ruptura defibras, por exemplo, a qual, ainda sendomicroscópica, provoca grande dor eproblemas que demoram bastante em curar,dependendo do grão do mal ocasionado. Eu uti l izo muito os métodos do

Stretching, que consiste em tensão (paraaquecer o músculo), relaxação e extensãoe assim sucessivamente. Notamos comoem cada repetição vamos conseguindo ummaior estiramento. Tensamos e quandosentirmos que diminui, continuamosempurrando um pouco mais. A respiração, como em tudo, é muito

importante. Respirarmos profundamente.Inspirarmos e expirarmos correctamente, émuito necessário. O ideal é aplicar a tensãono momento de largar o ar (exalação).Assim conseguimos relaxar a musculaturae portanto, “esticar” nos custa menos.Sejam constante nisto de estirar. Vão ver

como é grato sentir os progressos e aconstância se encarrega de nos premiar.Também podemos realizar só sessões deestiramentos, percorrendo todo o corpo.Isto se pode fazer umas duas vezes porsemana. Evitaremos lesões e os resultadosparecem antes.Depois de treinar é normal termos o que

se denomina “Agulhetas”, “doresmusculares”. Se a dor é leve, é bom sinal!Acostumasse a dizer que os músculos sócrescem quando no treino que realizarmos,se produzem micro rupturas das fibrasmusculares, de tal maneira que o nossosábio corpo, depois se vai dedicar àreparação destas fibras magoadas,engrossando-as para resistirem os seguintesesforços aos quais as submetermos.À pergunta acerca de que se podemos

treinar todos os dias, a resposta é: Poder, se pode, mas então será

necessário dividir os nossos treinos. Não éaconselhável forçar o corpo em excesso,nem trabalhar o mesmo grupo musculardurante dois dias a seguir, porque osmúsculos não crescem durante o treino,mas sim na fase de regeneração, que podedurar até umas 48 horas.

AGRADEZCO A COLABORAÇÃOFOTOGRÁFICA da NOSSA ALUNA EAMIGA NEL PÉREZ.No mês que vem: “Elongação. A

importância da mobilidade articular e osEstiramentos na prática da actividade física”.

Kenpo

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Jeet Kune Do

“No OLIVA Professional JKD StickFightingse aprende-se: um pau só,

dois paus, Pananjakman (pontapés abaixo da cintura),Dumog, Kina Mutai (“tirar

os olhos”, morder, beliscar, etc.) e sparring, para completar a

formação”

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No proceloso mundo do JKD e arredores, émais que difícil navegar com garantias. Não é que não existam escolas e graduações

que nos possam servir como referência, o queacontece é que nem sempre os homensresponsáveis pelas mesmas agem com a mesmaobjectividade e impecabilidade, de maneira que aefémera fama ou o bom nome se podem perderfacilmente, num meio por outra parte tãocompetitivo e restringido. Nesta redacção, nestes últimos tempos, poucos

instrutores nos têm surpreendido tãogratamente como Salvatore Ol iva. O seucompromisso, a sua seriedade, contrastamamplamente com muitas outras, para não falarda sua técnica, velocidade e conhecimentos…Este homem possui esses atributos necessáriospara sentirmos que se pode estudar com ele… ealém disso, aprender! Uma longa etapa com PaulVunack criou uns fundamentos magníficos, umconceito que tem vindo a avançar, enriquecidocom os critérios que proporciona uma linha detrabalho fiável, uma linha certeira e consistente. Inteligência, organização, eficácia… coisa tão

necessária e desejável em qualqueraprendizagem, aparecem unidos neste jovem masversado Mestre, que está a dar muito que falar

Auto-defesa

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pelo que nos honra apresentar -vos umnovo trabalho do mesmo.No seu último vídeo sobre a luta com

pau, ele introduz-nos a um mundo quedomina amplamente e que nos permitiráabrir a nossa mente a aspectos inéditosque só as distâncias do pau nos podemoferecer. Aspectos que, entretanto, sãoperfeitamente aplicáveis no combate demãos nuas. As defesas contra pau sãoparte essencial deste trabalho, um vídeoque não defraudará os seguidores damatéria.Devemos assinalar a próxima aparição de

um magnífico livro deste mesmo autor, doqual já temos notícias e uma cópiapreliminar na redacção; um magnífico livrosobre Jeet Kune Do, de momento apenasem língua alemã, mas do qual, sem dúvida,em breve poderemos contar com umaedição em Castelhano. Um trabalho muitobem editado e de interessantíssima leitura.

A Arte da luta com PauJ.K.D. Stick Figting

“Autêntica Defesa Pessoal oferecem muitaspessoas, mas muito poucas a podem ensinar deverdade. 100 % eficaz! Simples e real. Trata-se de umsistema funcional, eficiente e profissional, baseado naeficácia e na simplicidade.”

Auto-defesa

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“Simplicidade e eficáciasão os conceitos que

empregamos a cada dia,na nossa busca e no

treino”

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O que é o Professional FightingSystem (PFS)?

Professional Fighting System é um sistemade combate eficaz, dirigido especialmente aosserviços de ordem pública, mas tambémadaptado ao uso civil. Técnicas simples elógicas têm como resultado uma estratégia dedefesa fácil e eficaz. Tal perspectivaprofissional do combate marca a diferença e aeficácia do vencedor.Professional Fighting Systems (PFS

Academy) é uma organização com sede naSuíça, fundada pelo Sifu Salvatore Oliva.Trata-se de um sistema profissional, que visao combate puro e duro, isto é, que nosprepara para vencer um agressor numasituação real na rua. O sistema tem sidodesenvolvido - e sempre actualizado - parachegar ao máximo nível no menor espaço detempo possível. O Professional FightingSystem inclui também a capacidade parasuportar situações com muita pressãopsicológica. Neste sentido, o PFS não é maisum sistema baseado na tradição mas umsistema ultramoderno, com o qual se aprendeem pouco tempo a eficácia no combate. Oseu segredo reside no facto de estar baseadonos reflexos naturais do corpo e cobrir asquatro distâncias do combate.A base do método é o movimento rítmico,

para que o aluno não seja escravo de umatécnica fixa, para que possa mover-selivremente, de uma forma espontânea ecriativa, respondendo assim de forma

Auto-defesa

“O ProfessionalFighting System incluitambém a capacidade

para suportarsituações com muitapressão psicológica”

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Auto-defesa

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adequada ao ataque. O trabalho de combate com pau é muito importante para que o alunomelhore as suas técnicas através de uma melhor coordenação corporal, força, deslizamento,sensibilidade, ritmo, capacidade de reacção, potência e auto-confiança. Para aprender osistema não faz falta um conhecimento muito profundo ou uma força descomunal.

JKD Stick Fighting Philosophy

O OLIVA Professional Fighting System Philosophy e neste caso especialmente o JKD StickFighting, é um sistema profissional de combate. O JKD Stick Fighting é eficaz tanto na defesacomo no ataque. Técnicas que não proporcionam eficácia absoluta não se encontram no

Auto-defesa

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programa de aprendizagem. Este éum dos pilares do ensino, queinsiste neste aspecto.O programa da Professional

Fighting System Academy constade duas partes: Self Perfection eSelf Preservation. A diferença entreestes dois termos é que SelfPreservation é o simulacro docombate da rua. Empregam-sediferentes técnicas de punho,cotovelo, joelho e inclusivamentecabeçadas, quer dizer, técnicas quepodem deixar fora de combate orival, numa mínima fracção detempo. Por outro lado, aprende-sea Self Perfection, isto é, respiração,movimento, ritmo e fi losofia (ocoração da arte marcial, a arte emsi). Através dos exercícios com osparceiros, o aluno aprende adesenvolver Self Perfection e SelfPreservation. É muito importantenão desenvolver só um atributo,mas todos.No OLIVA Professional JKD Stick

Fighting aprende-se: um pau só,dois paus, Pananjakman (pontapésabaixo da cintura), Dumog, KinaMutai (“tirar os olhos”, morder,beliscar, etc.) e sparring, paracompletar a formação.O meu objectivo e a filosofia do

JKD Stick Fighting residem numapreparação de todos os meus

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Auto-defesa

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alunos com as ferramentas necessárias para sobreviver a qualquer tipo de ataque. Eu ensino técnicassimples, eficazes e reais para a defesa pessoal, para os meus alunos terem a possibilidade de as usarem situações de perigo. Cada situação é diferente, mas o procedimento da defesa ou a técnica usadasempre são iguais.Uns exemplos: Primeira situação num clube de bilhares. Um homem bebeu demais, está a usar a sua

bengala como um moinho de vento e aproxima-se perigosamente de ti. O que fazer? Como podemosdefender-nos? Segundo exemplo: Um estacionamento subterrâneo de noite. Observamos que seaproximam dois homens de grande tamanho, um deles com um taco de basebol. Como reagir? Comodefender-se?Muito fácil: temos de empregar movimentos realistas, lógicos e eficazes. No meu vídeo vemos

algumas das principais técnicas, que proporcionam o método adequado, para que a defesa sedesenvolva com vantagem!As situações anteriormente ditas podem acontecer qualquer dia e a qualquer pessoa. Esta é a razão

pela qual ensino o JKD Stick Fighting. Cada pessoa deveria aprender a defender-se perante as ditassituações.

“Simplicidade e eficácia são os conceitos que empregamos a cada dia, na nossa busca e no treino.”

Programa do JKD Stick Fighting

No nosso programa do JKD Stick Fighting aprendem-se técnicas básicas e princípios fundamentais.O aluno avançado tem a possibilidade de treinar com o sparring. O dito sparring não tem nada a vercom o conhecido contacto pleno ou contacto médio, porque nós, no JKD Stick Fighting, empregamosjoelhos, cotovelos, cabeça, dedos, ombros, chaves, projecções e combate no chão.Nos primeiros meses, de uma forma relativamente fácil, os principiantes aprendem muito trabalho de

passos em combinação com técnicas de um só pau e de dois paus, e também de mão nua. Paraconseguir rapidez, profundidade e coordenação, a fim de entrar o mais rápido possível na curtadistância, é importantíssimo dominar os referidos atributos, porque só assim se esquiva ao mesmotempo todos os ataques. Todas as tácticas empregues no combate e delineamento dos passos são asmesmas, independentemente da arma usada. Estas técnicas influem também no combate a mão nua,cujo delineamento se denomina Tatsulok (Triângulo). No JKD Stick Fighting existem três distâncias:- “Mão Larga” para a longa distância.- “Sombreada” para a distância média (empregando punhos, pontapés baixos, com objectivo de

alcançar tíbia, joelho, tornozelo e a zona genital).

JKD

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Auto-defesa

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“O meu objectivo e a filosofia do JKD Stick Fightingresidem numa preparação de todos os meus alunos comas ferramentas necessárias para sobreviver a qualquer

tipo de ataque”

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“Num confronto não ganha aquele com as técnicas mais bonitas,

mas aquele com as melhores condições!”

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- “Combate a distância curta” também chamado“Curto” ou “Punho” para o combate corpo a corpo.Aqui empregam-se cotovelos, cabeçadas, dedos,ombros, projecções, estrangulamentos e mordedelas.Os extremos da arma são frequentemente usados,porque normalmente não se pode empregar toda alongitude da arma.Em todas as distâncias do programa de treino,

emprega-se o princípio “Humbok” (“Fluir como aÁgua”) para se adaptar às mudanças. Para empregaras diferentes tácticas, aprende-se nos inícios com opau e com a faca na longa distância (“Distância MãoLarga”). O segundo passo é o treino na distância média(“Sombreada” ou “Distância Média”), e finalmente,aprende-se o combate corpo a corpo (“Combate adistância curta”).O JKD Stick Fighting é um sistema com técnicas

ofensivas e defensivas, dando lugar ao emprego depassos diagonais e em forma de triângulo, como écomum na maioria dos estilos filipinos. O JKD StickFighting usa o desenho do triângulo para a “DistânciaCurta”, passando o adversário ou envolvendo-o, paraconseguir uma posição vantajosa.

Porque é tão eficaz o JKD Stick Fighting?O JKD Stick Fighting é tão eficaz porque os seus

movimentos são realistas e lógicos, baseado emreflexos naturais, possibilitando uma aprendizagem nomenor espaço de tempo possível.Independentemente do ângulo de ataque,

empregam-se principalmente três técnicas de defesa

(cotovelada, joelhada, cabeçada) na combinaçãoadequada, conseguindo máxima eficácia. A eficácia nocombate baseia-se nas ditas técnicas básicas, isto é,na simplicidade e na contínua actualização.JKD Stick Fighting é combate de sobrevivência

contra um ou vários agressores armados, em qualquerdistância, ou seja, autêntico combate da rua.Efectividade no JKD Stick Fighting quer dizeractuações rápidas, directas, duras, eficazes edecididas. A eficácia do JKD Stick Fighting baseia-seno facto de a maioria dos confrontos na ruacomeçarem na distância média (“Medium Range”) ouna curta (“Close Quarter Combat Range”) e asrespectivas técnicas acabam justamente nas ditasdistâncias. O melhor de tudo é que não fazem faltaconhecimentos em outras artes marciais ou desportosde contacto. Idade, sexo, peso, constituição física,passam a um segundo plano. O programa que podemapreciar no terceiro vídeo, baseia-se em movimentosreais, curtos, precisos e acima de tudo lógicos, comuma execução simples e com a máxima velocidade,fluidez e plena potência. O nosso objectivo é oferecerum sistema profissional de combate, com a finalidadede o usar só em situações de defesa para acabarquanto antes com a agressão e de uma forma segura.Nós queremos formar gente com dotes práticos, quedizer, transmitir ao aluno um caminho directo e rápido,para poder defender-se a si próprio ou à sua família.Recomendo com plena confiança, o sistema OLIVA

Profissional Fighting System e o JKD Stick Fighting.

“Num confronto não ganha aquele com as técnicasmais bonitas, mas aquele com as melhores condições!”

Auto-defesa

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Existem fórmulas mágicas para melhorar, naaprendizagem das Artes marciais?

Desde que o homem é homem, tem dedicado os seusesforços a procurar atalhos que façam mais rápido eefectivo o seu caminho aos objectivos que persegue.Se por fórmulas mágicas entendermos aquelas quesem esforço nos fazem melhorar, claro está que aresposta é que não existem. Reza o provérbio que"não há atalho sem trabalho", e esta é uma verdadeuniversal. Se por mágico entendermos aquilo que nospermite avançar, subir pelas ladeiras encurtandocaminho na direcção do cimo, a resposta é Sim, comcerteza.

No entanto, cada passo evolutivo tem tido um preçoque pagar; quando escolhemos alguma coisa, sempreé muito o que deixamos para trás e de lado. Mas estaé a aventura de viver, o desafio do Ser humano.

Muitos Mestres indicam que o gozo está nocaminho, não no cimo. Entretanto, é possível gozar oprazer das vias alternativas no nosso sendeiro, edesde já, o cimo sempre é o cimo, se bem que possuasignificados muito diversos, conforme quem oconquistar. Vejamos, para uns o cimo pode seralcançar a invencibilidade, para outros, ser capaz dederrotar o resto (que não é o mesmo!), para outros,transcender o próprio combate, ir além do dual.

Neste contexto, a técnica é uma ferramentaindispensável para todo estudante. Sem dúvida, atécnica é em si mesma, um atalho para alcançar aexcelência, mas é na forma de a utilizar ondeencontraremos as chaves ocultas que darão umamaior eficácia ao nosso treino.

Cinco Chaves Ocultaspara melhorar as técnicas

Texto: Takahashi Oshihirofotos: © www.budointernational.com

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1. Interiorizar o movimento

Quando começamos a praticar, todos passamos por uma etapa dedesconcerto. O corpo parece não responder ao pensamento; emulamos osmovimentos que nos ensinam, movemos braços e pernas pensando queestamos a fazer o mesmo que os outros… mas o espelho teima em nosdesmentir. Durante o processo da aprendizagem básica, dividimos osmovimentos (ou assim os explicam) para os ir dominando passo a passo e aospoucos, vamos conseguindo fazê-los. Juntamos as letras para fazer palavras edepois acabamos por fazer frases, até que finalmente, podemos escrever umlivro. Durante estas etapas, um dos truques mais efectivos é aprender ainteriorizar o movimento. Para levar a efeito tal coisa, devemos aprender atreinar em solitário, repetindo as técnicas com os olhos fechados. Isto porqueos seres humanos dependem em grande medida e para tudo, do nosso sentidoda vista. Anulando-o repetidamente, conseguimos identificar sensações que deoutra maneira demorariam muito em se integrarem no conjunto de sinais que océrebro usa para controlar o movimento. Quando sai um ataque de punho, gera-se uma série de movimentos, de

ângulos do tronco e das ancas que dão maior ou menor eficácia à suaaplicação. Na luta corpo a corpo, o sentido do tacto é essencial, pois podemosnão perceber visualmente o que faz o contrário enquanto os corpos estãoentrelaçados. Uma pequena variação do peso pode antecipar a seguinteentrada em Judo, tanto como um olhar telegrafar o seguinte ataque em Karaté. Sentir o movimento não é só visualizá-lo, mas realizá-lo enquanto integramos

as sensações que o acompanham. Essa informação cria condutas dentro dotraçado do nosso sistema nervoso, auto-estradas, atalhos, que nos poupamenergia que finalmente, fica disponível para ser usada em forma de potência evelocidade, ou o que é mais importante, em forma de atenção às mil e umavariantes e situações que pode provocar o nosso oponente.A prática contínua com os olhos fechados dará asas à nossa técnica, irá

torná-la mais eficiente e acima de tudo, sóbria. O combate é uma situaçãosempre entrópica, onde quem mais poupa acaba por vencer, pois o que resistevence.

Cinco Chaves Ocultaspara melhorar as técnicas

“Sentir o movimento não é sóvisualizá-lo, mas realizá-lo enquanto

integramos as sensações que oacompanham.”

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2. "Não há tensão, não há obstrução"

Os processos da aprendizagem constituem sempre um grande desgaste eesforço. Isto acontece na medida que não sabendo quais os pacotes muscularesque devemos utilizar, acabamos por tensar todos. A Mestria sempre se medepela fluidez na execução, pela "complicada simplicidade", a eficaz naturalidadedo praticante. Se de entrada anulamos a tensão, estaremos a poupar montanhas de energia

e, provavelmente, de lesões. Tomemos como exemplo uma técnica elementar,como o pontapé frontal; na primeira parte da técnica, devemos utilizar os pacotesmusculares da parte da frente das pernas, quadríceps. Neste momento, toda atensão nos seus antagonistas, os ilíacos, entorpecerá a sua acção. Só nomomento de completa extensão, estes devem ser tensados. Praticandoaplicadamente, a utilização nos níveis mínimos de tensão indispensáveis paramover a nossa extremidade, poupamos os movimentos; isto dá ocasião aocérebro para compreender toda uma série de implicações do resto do corpo noprocesso. Se além disso o fizermos de olhos fechados, o aproveitamento serámúltiplo, "sentiremos" como o nosso peso se desloca sobre a perna de apoio,como a anca sobe, como o tronco contrapesa a nossa acção (de outro modo,cairíamos ao chão), como se esticam os músculos dos pés. Assim pois,concentramo-nos em não tensar.Como em quase tudo na vida, o nosso maior inimigo somos nós mesmos.

Quando nos concentramos em não tensar, deixamos de interferir negativamente,poupando energia e descobrimos, sem grande esforço, aquilo que demoraríamosmuito mais por outras vias. Ao contrário do velho provérbio dos culturistas "No pain, no gain" ("sem dor

não há ganho"), o artista marcial deveria dizer "Sem tensão, não há obstrução".

Cinco Chaves Ocultaspara melhorar as técnicas

“A Mestria sempre se mede pelafluidez na execução,

pela "complicada simplicidade", a eficaz naturalidade do praticante”

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3. Treinar as técnicas em posições diversas

Por que motivo aprender em pé a bater com o punho, se o podemos fazersentados?Durante o processo de aprendizagem, o princípio "divide e vencerás" é, sem

dúvida, uma das estratégias essenciais. Quando treinamos uma técnica numa posição diferente da que depois vamos

utilizar, damos uma ocasião ao computador central de concentrar a sua atençãonuma só parte das fases de execução. Compreendo que nos possamos sentirmais ou menos ridículos a pontapear deitados no chão, de cócoras, ou agarradosà parede, mas em cada uma destas posições estamos a isolar os principaismúsculos intervenientes na técnica quando a aplicarmos em pé. Ao fazê-lo podemos concentrar-nos muito mais adequadamente, para conseguir

uma correcta aplicação do ponto dois deste artigo, tornando-nos autênticos avaren-tos com a nossa energia. Geralmente, descobrimos então a inutilidade de tensar gru-pos musculares que no fundo, só agem como acessórios na execução das técnicas,modulando a sua execução, em vez de realmente intervir directamente nela, gruposque o neófito tensa inadequadamente, o que lhe tira velocidade e potência. O mesmo acontece quando nos pomos em situação diferente à habitual,

questionamos o equilíbrio de um modo diferente, armazenando dados que nospermitirão avaliar e gerir muito melhor os movimentos de compensação que cadatécnica implica nas áreas que não se comprometem directamente na execução decada técnica. Romper as rotinas no treino, abre sempre perspectivas novas, conscientes ou

inconscientes, que nos permitirão acelerar a aprendizagem.

Cinco Chaves Ocultaspara melhorar as técnicas

“Quando treinamos uma técnica numaposição diferente da que depois

vamos utilizar, damos uma ocasião aocomputador central de concentrar a

sua atenção numa só parte das fasesde execução”

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Reportagem

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4. O mundo "ao contrário"!Seguindo esta chave poderosa já enunciada de romper com as rotinas,

proponho pôr o mundo ao contrário. Fazemos dos ataques defesa e dasdefesas ataques. Fazemos em cima do oponente o mesmo que fazemos pordebaixo, mudamos a nossa direita pela nossa esquerda, a nossa esquerdapela nossa direita. Viramos o mundo de pés para cima!Quando praticamos uma técnica de defesa como ataque ou ao contrário,

estamos a explorar a "cara oculta" da mesma, fechando o círculo na mente,apostando pela versatilidade. As técnicas rápidas executadas lentamente, aslentas rapidamente, fazemos do circular rectilíneo e de recto circular, o rosáriode opções é quase infinito para fazer do paradoxo o nosso aliado. Ver as coisas de ângulos diferentes oferece ao cérebro uma ocasião para

reconsiderar e afirmar-se no aprendido, dimensiona as nossas habilidades eproporciona um apoio firme para ser criativo. Se as nossas combinaçõesfavoritas começam com os braços, para acabar com as pernas, fazemos aocontrário; se primeiro tentarmos projectar para a frente, para depoisaproveitarmos a energia defensiva do oponente para trás, tentamos acombinação oposta; o menos que vai acontecer é descobrirmos porque essae não outras são as nossas favoritas e talvez até nos surpreendamos e aosnossos colegas com uma veia criativa que nos faz desconcertantes nocombate.

Cinco Chaves Ocultaspara melhorar as técnicas

“Ver as coisas de ângulos diferentesoferece ao cérebro uma ocasião para

reconsiderar e afirmar-se noaprendido, dimensiona as nossas

habilidades e proporciona um apoiofirme para ser criativo”

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Reportagem

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5. Observar a natureza.Aplicar cada coisa no combate

"A teoria vê-se na prática", reza o antigo provérbio. Uma técnica que não écontrastada no combate, à semelhança da faca que se não usa, nunca é afia-da. As melhores técnicas são aquelas que surgem como resultado da pressão

que exerce a habilidade de um parceiro de treino. Quando estamos fartos deque sempre nos entre com uma determinada combinação, devemos come-çar a visualizar o conjunto de acções que a neutralizará; treinar primeiro asós, depois em companhia e finalmente, aplicar esse conjunto com o nossodesafiante parceiro, para saber se funciona ou não funciona. Em tal processo, a depuração técnica alcança as suas maiores cotas de

excelência, a realidade sempre é a mais dura prova com a qual nos contrasta-mos, e a Mestria sempre acontece do lidar contínuo com ela. Os seus argumen-tos sempre são incontestáveis, a natureza, a realidade, é o único Mestre quenunca se engana, por isso, em todas as latitudes, sempre tem sido fonte de ins-piração para os budokas. Atacar com o poder de uma onda a romper na praia,bater como um raio, mover-se como um felino, esticar-se como um grou, des-lizar-se como uma nuvem, envolver o adversário como uma rajada de vento,estrangular como uma jibóia constritora…, os exemplos são bem conhecidos,mas penetrar no seu mistério, só conhece um caminho: Treinar, treinar e trei-nar… e depois… treinar. Assim pois: Bom treino!

Cinco Chaves Ocultaspara melhorar as técnicas

“ Atacar com o poder de uma onda aromper na praia, bater como um raio,

mover-se como um felino, esticar-se como um grou,

deslizar-se como uma nuvem, envolver o adversário como uma

rajada de vento, estrangular comouma jibóia constritora…”

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dor é o melhor dos mestres - como medisseram várias vezes - “Tens sabedoria,mas só podes sorrir frente à dor…”

Como conheço o preço que tive de pagarpor esse conhecimento e a sabedoria,ninguém poderá dar-me o valor desta

sabedoria. Aí é quando resolvo levar o meu conhecimentoda dor ao público e compartilhar esse medo, ou comoalguém o chamou, sabedoria!

Tendo crescido na sagrada terra de Israel, pude vercomo todos os dias, pessoas perdiam a vida e eramassassinadas por terroristas. Desde criança, me lembrodos “Fadayun”; os nomes foram mudando com os anos,para: “Patah”-OLP - Hamas - Hezbollah. Hoje vemos asmesmas acções com os nomes de Al Qaeda e Isis. O EIILassassina com diferentes nomes, mas com as mesmasacções.

Resolvi carregar a bandeira do amor e da paz por todo omundo e ensinar e compartilhar o meu conhecimento, aminha dor!

Servi na unidade número um paraenfrentar o terrorismo e lutar contraeste mal. Um dia, uma pessoa daminha família me chamou “assassino”

durante um jantar e só consegui voltar a sorrir alguns anosdepois, quando a encontrei depois de ter perdido a suamelhor amiga em um ataque terrorista e me disse quedevíamos matá-los a todos! Desta vez, eu respondi queessa não era a maneira. Expliquei que não se pode vencera maldade com mais maldade e que o “olho por olho” nosdeixará cegos a todos. Não sou um assassino em os meusamigos o são. Há uma história da minha unidade, na qualum paramédico realizou uma RCP a um terrorista que foiferido, depois dele de abrir fogo contra a nossa unidade.O médico o resuscitou, curou, prendeu e levou-o àcorte judicial; nunca contou a usa verdadeirahistória a este terrorista… O seu pai era umalenda do exército e um dia, os terroristasatravessaram a fronteira e atacaram a suacasa. Tomaram como reféns sua mãe eo resto da famíl ia. Todos elesmorreram a mãos dos terroristasdurante o ataque; também oseu pai, que insistiu em sero primeiro a sair pelaporta. Nessemomento, eleera um

A

“Não lutamos porqueodiamos aqueles que

estão em frente de nós.Lutamos para cuidarmosdaqueles que estão atrás

de nós e queremos. Como diz o povo,

“os guerreiros não lutam porodiarem os que estão na frente deles,

mas sim por amarem os que estão atrás”

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Grandes Mestres

“Expliquei que não se podevencer a maldade com

mais maldade e que o “olho por olho” nos deixará cegos a

todos”

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bebé e sobreviveu graças a que a mãe o escondeu namáquina de lavar roupa, quando escutou a chegada dosterroristas, salvando-lhe a vida. Mais tarde, o exército oencontrou lá dentro e com o tempo, chegou a ser membroda unidade de luta antiterrorista.

NO entanto, não somos assassinos, carregamos com abandeira do amor e da paz e só quem tiver estado naguerra, sabe o preço do amor e da paz!

Não lutamos por odiarmos aqueles que estão em frentede nós. Lutamos para cuidarmos daqueles que estão atrásde nós e queremos. Como diz o povo, “os guerreiros nãolutam por odiarem os que estão na frente deles, mas simpor amarem os que estão atrás”.

Esta sabedoria serve para comunicar e também paraensinar as pessoas de todo o mundo, a lidarem com osconflitos e também como uma qualidade e forma de vida epara compartilhar todo o conhecimento.

Isto me leva a me lembrar da história de umas crianças quefaziam muito barulho ao lado do quarto de um senhor idoso e

o não deixavam dormir. O homem saiu e foi falar com eles.Sabia que se lhes gritasse, se tornaria uma brincadeira paraos meninos e ainda havia de ser pior; de maneira que lhesdisse que se faziam barulho, ele pagar-lhes-ia, mas quetinham de fazer muito barulho... E assim sucedeu duranteuma semana. Passado esse tempo, quando os meninosforam “trabalhar” no barulho, o idoso explicou que lamentavamuito mas que já não tinha dinheiro! Então, os garotosdisserem que sem dinheiro não havia barulho!…

Às vezes, a solução para o barulho é a sabedoria e issoé o que os líderes da minha equipa levam consigo portodo o mundo, para dar a conhecer ao público que aamizade, o amor e a paz são o melhor conhecimento quepodemos desejar.

Se o meu conhecimento se publicasse num livro, estariaescrito com uma tinta especial, feita de sangue, suor elágrimas; essa é a tinta da dor. A minha força não vem delevantar pesos e alteres, mas sim de me levantar a mimmesmo, todas as vezes que me abateram...

“Por vezes, a solução para o barulho e a confusão é asabedoria e isso é o que levam consigoos líderes da minha equipa mundo afora,

para fazer saber ao público que a amizade, o amor e a paz são o melhor conhecimento

que podemos desejar”

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Grandes Mestres

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ENTREVISTA COM O MESTRE MARTÍN GARCIA MUÑOZ

Em geral, os reencontros no caminho da nossa vida, acostumam a ser muitoagradáveis e portadores de grandes e emotivas recordações de uma etapapassada. “Se quiseres deixar marca do teu passo por este mundo e vida, serás sempre

honesto, sincero e humilde. Procura que tudo quanto fizeres, dizeres, pensarese sentires, seja do coração e procurando não magoar ninguém. Sempre é melhordeixar marcas de amor e compreensão e não feridas ou cicatrizes. Por tudoisso, seremos sempre recordados, queridos e respeitados. Por outras palavras,morreremos com satisfação e honra”.

Entrevista

Introdução do Mestre Raul Gutiérrez López

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A cada dia conhecemos novaspessoas, vivemos novas emoções econtinuamos lutando paraalcançarmos as nossas ilusões.Com frequência tambémreencontramos seres, amigos oufamiliares do passado. Se nessesreencontros deixamos neles essa“marca e não tivermos causadoangústia e dor”, então éreconfortante.Uma dessas grandes e simples

emoções é o que frequentemente eao longo destes últimos anos daminha existência, venho sentindo naminha passagem pela vida. Emoutras palavras: Sinto uma enormesatisfação, toda vez que alguém edesde qualquer lugar do mundo, mecontacta via telefone, email oupessoalmente, para manifestar-me asua estima, afeição eagradecimentos por alguma coisaque por eles fiz bem no passado.Isto é coisa que muitas vezes nãotemos em consideração ou não nos

apercebemos de que realmente étão importante para toda a gente.No entanto, é uma maneira demedirmos se temos sido boaspessoas ou não. Ser consequentecom os nossos princípios,comportamento e acções, é maisimportante do que muitas pessoasacreditam. Na minha experiênciapessoal, a maioria daquelesaduladores constantes, aqueles quemais “fiéis parecem” ou pelo menostentam fazer-nos acreditar, são osprimeiros em “falhar-se consigomesmos”. Como bem sabemos, oamor, o respeito, a admiração ou aamizade autêntica, só se podem vercom a passagem do tempo e não nomesmo instante em que alguém issonos faz saber. Aqueles que menosou nada me prometeram, com otempo me demonstraram suaafeição autêntica e sincera e têmsido os que realmente mereciam aminha amizade e fizeram o quejamais teria esperado deles. Os

parvalhões que me davampalmadinhas constantemente e mefalavam de como “outros” secomplicavam a vida e agiam demaneira irracional, foram os queafinal, acabaram por se mostraremverdadeiramente na sua própriaegolatria, infâmia e deslealdade.Nesta ocasião, quero apresentar-

lhes uma dessas pessoas que emalgum momento do meu passadoestiveram perto e que por essascoisas do destino, voltei a“encontrar” recentemente. É um homem entusiasta da vida,

amante das artes marciais e daformação policial, entre outrascoisas. Uma pessoa que comotodas, tem de se conhecer e tratarpara descobrir a sua essênciaautêntica. Sabemos que todosdamos uma imagem “certa ouerrada”, no nosso primeiroencontro. Tudo depende do nossoestado anímico desse momento, decomo vamos vestidos, de como

Entrevista

“Os efectivospoliciais

necessitam estaraltamente

preparados emtodas as áreaspertinentes, para melhor

desenvolver suasobrigações

profissionais”

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cheiramos e como noscomunicamos nessa primeiraentrevista ou encontro; tudo isto nosmarcará fortemente. Depois, otratamento, a comunicaçãoconstante e os factos, nosdesvelarão com maior certeza“quem ou como realmente é”.Alguns meses atrás, festejávamos

um primeiro Curso de DefesaPessoal Policial Profissional, napovoação de La Herradura,província de Granada (Espanha).Especificamente no Sábado 9 deMaio de 2015. Para lã irem,convidamos Mestres e Instrutoresda categoria de Dário Diaz Castro,(Madrid), Martim Luna Verón,(Tenerife), Osvaldo Gasparetti Genre(Argentina), e Mónica Couto(Portugal). Foi presidido e com asupervisão de Raul Gutiérrez,presidente de IPSA e assistirampessoas da Andaluzia (Granada,Málaga, Marbella), de Madrid, dePortugal, etc.

É claro que a muitos conhecia, aoutros não e a alguns estavam meioesquecidos devido aos anos quetinham passado... Este foi o caso domeu especial reencontro com oMestre MARTÍN GARCIA MUÑOZ.Uma pessoa, um amigo, um colegano nosso caminho marcial e de vida.Compartilhamos aquele curso,refeições e conversas... .Recordamos épocas passadas,situações de antigamente, amigosem comum, etc.Depois, nos temos encontrado em

várias ocasiões, compartilhando emfamília e planejando coisas para opresente e o futuro. Graças a estesencontros, pude apreciar com maisdetalhe os valores da sua amizade,entusiasmo e generosidade. Porisso e por muito mais, resolvientrevistá-lo em exclusiva, para aRevista Internacional “CinturãoNegro”, de Budo InternationalPublishing Company. Ofereci oprojecto ao senhor Alfredo Tucci,

que aceitou a ideia encantado e aquiestá.

A ENTREVISTA:Cinturão Negro: A que idade

começou o teu treino em artesmarciais, onde e em que estilo?Mestre Raul Gutierrez: Comecei no

Colégio de Andorra la Vieja, aos noveanos, com o Judo. Ali se ensinavajunto com a ginástica.

C.N.: Qual o motivo que te levou aexplorar as artes marciais?M.R.G.: Sempre gostei muito da

acção. Comecei a brincar aospistoleiros e aos índios e desde quedescobri as artes marciais, meencantaram. Vivia em Almería e todos,ou muitas pessoas sabem que Almeríafoi e é ainda é, um lugar de rodagemde muitas grandes produções decinema, especialmente na época dos“Spaguetti Western” e outras fitasamericanas. O primeiro documentário

Homens Notáveis

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a branco e preto se filmou ali, em 1940. Porexemplo, uma das mais populares mundialmente,“A morte tinha um preço”, foi filmada em 1965,por Sérgio Leone, com o famoso Clint Eastwoode Lee Van Cleef, Gian Maria Volonté, Mara Kruppe Klaus Kinski.

C.N.: Quais outros estilos tens praticado atéagora?M.R.G.: Judo, Karate, Kung-fu, Wu-shu, Boxe,

Taekwon-Do WTF e ITF, Thai Boxing e KickBoxing. A minha paixão pelos desportos decontacto e as artes marciais, me levam sempre aprestar interesse e atenção a todos aqueles queestiverem ao meu alcance. Porque nãoprocurando nada em especial, penso que todos ecada um deles é positivo em diversos aspectosde apreciação, tanto seja a nível técnico,desportivo, defesa pessoal e principalmente nosbenefícios que nos proporcionam física, mental eespiritualmente. Esta é uma fraseconstantemente repetida, mas simplesmente, éassim!

C.N.: Dedicas o teu tempo livre a outrosinteresses ou a outra profissão?M.R.G.: Tenho meus próprios negócios mas

dedico todo o tempo que posso ao treino, aoensino e à evolução pessoal e também acompartilhar isto com a minha família, alunos eamigos.

C.N.: Pensas que todos os estilos sãopráticos, bons e eficazes? M.R.G.: Há desportos olímpicos, tais como o

Judo, Boxe e Tae-Kwon-Do. Portanto, estes têma sua censura e delimitações a nível desportivo.Eles nos proporcionam conhecimentos técnicosem diferentes áreas, distâncias e aplicaçõestécnicas e ainda que em princípio, estejamreconhecidos como desportos, as Artes Marciais,Karate, Kung-fu, nos submetem a uma maiorperfeição técnica, estética, coordenação,velocidade, força, etc., em busca de conseguirexpressar a arte em questão. Depois, todo vaidepender do que cada praticante pretenderconseguir. Exercício f ísico, saúde, defesapessoal, competição, reduzir o peso, conhecergente…?

C.N.: Dos Mestres que até hoje tensconhecido, qual ou quais te causaram umamaior impressão ou admiração?M.R.G.: Isto também é como a pergunta

precedente. Cada Mestre é bom em seudesporto ou arte. Se alcançaram títulos e graus,é porque cada um deles chegou a ser bom nasua própria área. Há bons instrutores, bonsespecialistas e bons mestres.

C.N.: Bruce Lee, Jackie Chan, Jet Li ou TonyHaa..., com qual ficarias e por que motivo?M.R.G.: Fico com Bruce Lee porque foi um

grande artista marcial e actor. Tinha um carisma

Entrevista

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impressionante. Uma enorme comunicação porgestos e técnica. Todos sabemos que foi umhomem que se adiantou 20 ou 25 anos na suamaneira de comunicação e evolução, tanto nasartes marciais como no aspecto cinematográfico.

C.N.: Tem o Tae-Kwon-Do uma idadelimitada para o treinar?M.R.G.: O Taekwon-Do não tem limite. No final,

quando nos faltarem as forças, sempre o epraticar como o Tai Chi. E acima de tudo, seformos conscientes e sérios na nossa formação eevitamos assim as lesões, que não só sãopossíveis no Tae-Kwon-Do, como em todas asartes e desportos do mundo. Submetemos onosso corpo e mente a umas provas muito altase por vezes complicadas. Para ser um grandedesportista ou artista marcial, tem de se sofrermuito, treinar muito e ser muito conscientes namaneira de treinar.

C.N.: Quais artes marciais que produzemmais lesões?M.R.G.: Estatisticamente tenho entendido que é

o Judo, ainda que o Judo não seja uma artemarcial mas sim um desporto e de carácterolímpico. Mas talvez essas estadísticas tambémse devem à enorme quantidade de praticantes deJudo existentes no mundo. A mais praticantes,mais possíveis lesões. Depois, estes últimosdesportos a pleno contacto que têm surgido e quesão tão selvagens que ainda também não sendoartes marciais e sim desportos modernos decontacto, são muito perigosos. O que acontece éque como são minoritários, estatisticamente nãodeixem ver o alto nível de perigosidade ou lesõescausadas na sua prática e combates.

C.N.: Alguma estiveste na Coreia ou emalgum outro país Oriental, como o Japão ou aChina?

M.R.G.: Tinha previsto viajar à Coreiajunto com meu mestre de Taekwon-DoWTF. mas quando me mudei para aITF, já não foi possível. Em qualquercaso, fico à espera dessa viagem aum país oriental.

C.N.: O que pensas dasrivalidades sempre existentes entreeles?M.R.G.: Não concordo com nenhum

género de rivalidades… A raça humana,pensamos ser a perfeição e talvezsejamos, mas somos os maisdesajeitados na nossa maneira deviver. Tantas guerras, tanta miséria,tanto sofrimento, sendo quebasicamente todos temos direito aviver e procurarmos ser fel izes.Evitando o sofrimentos dos nossossemelhantes, de certeza que todosconseguiríamos viver com dignidade ehonra.

C.N.: O que preferes, arte marcialtradicional, desporto ou defesa?M.R.G.: Arte marcial tradicional. A arte marcial

tradicional envolve um completo sistema deformação física, técnica, mental, espiritual e deformação integral, para conseguir uma existênciamais saudável, equilibrada e forte.

C.N.: Quem pensas tu que na Espanha seestá realizando um trabalho puro e saudávelnas artes marciais?M.R.G.: Em primeiro lugar, os diferentes

meios de comunicação especializados,por proporcionarem comunicação edifusão. Depois e através

Entrevista

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destes mesmos meios, podemos observarMestres, Instrutores e Especialistashabituais, que levam muitos anos noensino, difusão e evolução das nossasartes e desportos. Eles têm estado aídurante mais de 20 e de 30 anos econtinuam o seu louvável trabalho.

C.N.: Na Europa, o nossoContinente, qual o país que pensasque está mais avançado em matériade artes marciais e/ou desportos decontacto?M.R.G.: A Holanda, a França e a

Alemanha. Estes sempre têm estadoabertos ao conhecimento e evolução detodo género de artes marciais e desportos,oferecendo possibilidades, apoiando erealizando saudavelmente todas as suasactividades, sem tanta rivalidade nempolitiquices!

C.N.: Quais são teus actuais estilos?M.R.G.: Sou:

- Mestre 7ºDan do “Allied Internacional Taekwon-Do Council”, dado pelo Grão Mestre Park

Jong Soo, pioneiro do Taekwon-Do.- Instrutor Internacional 6ºDan da International

Taekwon-Do Federation ITF. - Mestre Internacional 7ºDan de Defesa Pessoal, da

Federação Espanhola de Artes Marciais. FEAM- Mestre Internacional 7ºDan da Federação

Madrilena de Luta. - Mestre de Defesa Pessoal da Federação

Espanhola de Judo. - Cinturão Negro 3º Grau de Muay Thai da

Federação Espanhola de Boxe. - Cinturão Negro 3ºDan de Wu-Shu da

Federação Espanhola de Judo. - Instrutor Internacional Policial I.P.S.A.

C.N.: Desejas dizer mais alguma coisa em especial?M.R.G.: Sim. Quero agradecer a todos os mestres que

tenho tido ao longo da minha trajectória e em especial, aoGM Park Bok Kil de Taekwondo WTF, ao GM Mário Pons deTaekwon-Do ITF, a Thomas Méndez (que descanse em paz),a Roger Paschy, ao GM Raul Gutiérrez e ao Mestre JuanFerrando. E por último, aos meus irmãos marciais MestreJosé Miguel Martínez Valenzuela, Mestre Juan MartínezValenzuela e Mestre Rafael Castro, por esses duros masfrutíferos treinos que temos compartilhado durante muitosanos.

DEFESA PESSOAL POLICIALC.N.: Tens ou tiveste alguma relação com algum

sector da segurança pública ou privada, empresa ousector policial?M.R.G.: Durante o meu serviço militar, fui instrutor de

defesa pessoal da polícia militar de Madrid. Como políciamilitar, colaborava junto com a escolta do Rei Juan Carlos,nos eventos militares na zona de Madrid.

C.N.: Como, onde e com quem te iniciaste na defesapessoal policial?M.R.G.: Venho dando cursos de defesa pessoal à Guarda

Civil, à Polícia Nacional e à Polícia Municipal durante muitosanos, assim como cursos de tiro, a empresas da segurançaprivada.

C.N.: Pensas que a legislação policial age em favor ouem contra do trabalho dos seus efectivos?M.R.G.: Em grande parte e como levamos muitos anos

de invest igação, evolução e actual ização nestasquestões, é positiva. Mas como em toda lei, sempreexistem lacunas a cobr i r, as quais, muitas vezesdesprotegem ao próprio polícia. Penso que as forças desegurança do estado, deviam ter um maior uso de força,porque do contrár io, inadequadamente f icamdesprotegidos em certas situações perigosas ou de altorisco.

Homens Notáveis

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C.N.: Te dedicas ao ensino de maneira regular ouesporadicamente?M.R.G.: Meio regular, diria eu, devido à minha falta de

tempo para isso. Colaboro, estudo, pesquiso, apoio eme relaciono tudo quanto posso, o que nem sempre écom o que quero…

C.N.: Tens projectos ou propósitos de contribuirde alguma maneira a favor dos Copos de Segurançapúblicos e/ou privados no nosso país?M.R.G.: Tenho sim. Com o apoio e colaboração da

minha gente e de sectores como IPSA e InstrutoresProfissionais, estamos tentando organizar cursos deformação e de avance, que possamos oferecer emGranada e em algumas outras cidades da Andaluzia.

Um primeiro Curso Profissional de Defesa Policialserá realizado a 3 de Outubro de 2015, em Granada,dirigido pelos Mestres Raul Gutiérrez e Darío DiazCastro.

C.N.: O que é para ti a Defesa Pessoal Policial?M.R.G.: É sumamente necessária e merece ser

altamente apoiada e protegida. Antigamente se ofereciaqualquer desporto ou arte marcial como DefesaPessoal Policial, até que veteranos políciasespecialistas nas ditas matérias, se juntaram einiciaram um intercâmbio e investigação para desenhar

programas mais adequados a cada sector policial,segurança ou escoltas. Raul Gutiérrez por exemplo, foina Espanha o precursor destes Cursos de InstruçãoPolicial, que começou em 1982, com os seus primeirosseminários a nível nacional e internacional, e ele,melhor que ninguém, conhece acerca destas evoluçõese constante actualização. Seu padre foi “Carabineiro”no Chile, o seu país natal, o que aqui conhecemoscomo “Guarda Civil”. Essa proximidade e os seuscontactos nos Estados Unidos, levaram-no a estudar egraduar-se, trazendo-nos o que a cada dia é cada vezmais útil e necessário.

C.N.: Pensas que o polícia devia ter uma mais altacategoria no uso da chamada "Força Policial"?M.R.G.: Pois sim. Tem de se proteger mais o polícia e

apertar a corda aos bandidos, que por vezes pareceterem mais direitos do que aqueles que estão paraproteger-nos!

C.N.: Qual é a tua especialidade dentro do lequede assuntos instruídos na formação policial?M.R.G.: A aplicação de diversas técnicas de redução

e controlo, engrilhetado e transporte.

C.N.: Quais os organismos policiais a quepertences, em termos de promoção e

Entrevista

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Homens Notáveis

“Tem de se protegermais o polícia e encurtara corda aos bandidos,que por vezes parece

terem mais direitos queaqueles que estão para

proteger-nos”

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desenvolvimento dos assuntos emcompetência com a defesa policial?M.R.G.: A International Police and

Security Association, IPSA; presidida efundada pelo Soke Raul Gutiérrez, InstrutorPolicial Internacional.

C.N.: Qual a zona da Espanha onde tedesenvolves habitualmente? M.R.G.: Na zona da Andaluzia.

C.N.: Pensas que há facilidades eajudas oficiais para o ensino policial?M.R.G.: Em caso de as haver, são muito

poucas e não chegam a cobrir asnecessidades que realmente se têm.

C.N.: Em relação com os diversosaspectos da instrução policial, quais as

matérias que deviam de estar mais aoalcance e no domínio de um Polícia?Legislação, Direito Penal, Utilização daDefesa, Engrilhetado, Tiro, etc.…?M.R.G.: Simplesmente tudo! Os efectivos

policiais necessitam estar altamentepreparados em todas as áreas, para melhordesenvolver suas obrigações profissionais.

C.N.: Alguma coisa que desejaresdizer, propor ou destacar?M.R.G.: O grande trabalho do Mestre

Raul Gutiérrez no mundo das artes marciaise em especial na difusão, pesquisa eevolução da defesa pessoal policial.

C.N.: Ficamos-lhe muito gratos.M.R.G.: Eu é que agradeço a vocês esta

ocasião. Obrigado…

Entrevista

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Homens Notáveis

“A arte marcial tradicionalenvolve todo um sistema deformação física, técnica,mental, espiritual e deformação integral, paraconseguir uma existênciamais saudável, equilibrada

e forte”

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mundo tem cada vez mais uma populaçãode culturas diversas e mistas. Isto nospermite experimentar uma variedade quaseque ilimitada de práticas e crenças. ComoArtistas Marciais, também nos abre a umgrande número de esti los de luta,

culturalmente específicos e focalizações únicas para aresolução de conflitos.

Enquanto que muitos sistemas ou estilos de auto-defesatêm muitas similitudes, também há algumas diferençasmuito específicas. Por exemplo: um pau é muito comumem muitas Artes Marciais, no entanto, o uso do karambit

(faca especial de agarre inverso) não é assim tão comum eé mais de natureza cultural. Muitos dos sistemas clássicosmais antigos, se basearam nos confrontos com uma raçade tamanho similar, com habitantes de uma geografiasimilar e as armas da época. Um estudo rápido dehoplologia (armas, armaduras e tácticas de luta) e deantropologia, pode avaliar esta afirmação. Entretanto, naépoca moderna, a popularidade dos sistemas eclécticosestá demonstrando a sua eficácia, posto que podemadaptar-se rapidamente às diferenças nos tipos de corpo,quando se aprendem e se compartilham abertamente. Porexemplo, a arte do Combat Hapkido tem sido praticado

O tamanho é importante… na luta com pontos de pressãoPelo Maestro Mark S. Gridley

Em artigos precedentes, compartilhei conselhos práticos acerca da aplicação eintegração dos pontos de pressão tácticos, que se aplicam na auto-protecção, assimcomo as aplicações em combate. Neste artigo, o meu objectivo é ajudar o leitor naArte da localização do objectivo, quando se trabalha com uma população diversa. Naminha viagens mundo afora, tenho tido a sorte de treinar com uma grande variedadede culturas e grupos étnicos diferentes, o que me tem proporcionado poder fazeralgumas observações anatómicas gerais.Devo sublinhar que escrevendo isto, o objectivo não é concentrar -se em

estereótipos ou estruturas tácticas baseadas na origem étnica. De facto, eu afirmoatravés da pesquisa científica, que os seres humanos biologicamente somos 99.9%geneticamente idênticos e que a maioria das diferenças anatómicas, são devidas àadaptação a factores ambientais. Faz-se necessário que se compreenda haverdiferenças anatómicas distintivas na nossa população e comecemos a utilizar esteconhecimento através do treino.

Combat Hapkido

O

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em todo o mundo e como resultado da sua formação realista e suaaplicação real, continua evoluindo para satisfazer as necessidadesda nossa sociedade em constante evolução.

O uso dos pontos de pressão tácticos também evolui baseando-se no ambiente, na cultura, na situação, no tamanho e no feitio doobjecto.

Um dos elementos fundamentais na utilização dos pontos depressão, é a localização correcta destes objectivos. Em artigosanteriores, já indiquei uma série de outros elementos importantes eagora vou concentrar-me na localização nesta função.

A eficácia de um ponto de pressão em uma técnica ver-se-áafectada em grande medida, se a localização é incorrecta.Seleccionamos os pontos de pressão (pontos de Acupunctura), postoque maioritariamente se situam entre os músculos, ligamentos, tendões,ossos, ou vias vulneráveis dos nervos e nas principais uniões nervosas/ plexos). Usar estes pontos como objectivos específicos, nos permiteinterromper a energia e o funcionamento do corpo com uma maioreficácia.

Estas áreas são muito pequenas quando utilizadas pelosacupunctores; são só do tamanho da ponta de umaesferográfica. Por sorte para nós, podem ser activadosmediante a estimulação de um área com o diâmetro deuma moeda de um "Euro" (25 mm).

Pensar nos grandes músculos e estruturasanatómicas como uma armadura, pode ajudar avisualizar os objectivos como pequenas gretas naarmadura. Estas são as zonas do corpo maisvulneráveis aos ataques e frequentemente estãomenos protegidas.

É vital para o êxito na activação doobjectivo, reconhecermos plenamente quecada um de nós é de alguma maneira,anatomicamente diferente e quefrequentemente se trata do tamanho e aconstituição física. A localização doobjectivo varia ligeiramente entre os

Combat Hapkido

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indivíduos. Realizar frequentes sessões de formação comdiferentes parceiros de treino, ajuda a desenvolver e refinaro nosso sentido de localização de objectivos.

A diferença conceitual fundamental é que nas ciênciasocidentais, uma unidade de medida é uniforme semexcepção, (por exemplo, uma polegada é uma polegada,independentemente de como se aplicar). Isto difereligeiramente na Medicina Chinesa, onde uma unidade demedida é uma medida proporcional baseada no indivíduo.A compreensão deste conceito ajuda a localizarrapidamente objectivos, pela vista e pelo tacto, frente àtendência de aplicar uma norma exacta. Entretanto, temde se ter uma mentalidade flexível para admitir estavariação.

O leitor há-de ver o termo "unidade anatómica" (UA)referido à frequência na formação táctica em pontos depressão. Utilizamos esta terminologia para ajudar alocalizar com precisão, os nossos objectivos.

Este é o significado desta linguagem:• Uma "UA" também pode denominar-se na Medicina

Chinesa como um "cun".• A medição da UA pode variar de pessoa para pessoa.

É específico e proporcional a cada indivíduo.• Uma UA se pode medir pela largura, a través da

articulação distal do polegar dessa pessoa, ou maisespecificamente, a largura da articulação entre as falangesdo polegar, que é 1 cun.

Um bom texto que tratar da Acupunctura - como possaser o texto do Colégio de Medicina Tradicional, deShanghai, ou meios electrónicos, como o softwareAcupuncture - pode proporcionar um recurso gráfico eexplicação definitórios. O manual de Pontos de Pressãotácticos, foi desenhado para simplificar este estudo einclui descrições completas e ilustrações dos objectivosque se utilizam no Combat Hapkido.

Se bem a informação antes dita é exacta, ainda não seadapta a certas variações anatómicas. Também por istosomos partidários de usar redundância e múltiplosobjectivos em combinação. Quanto maior é a área de umaUA ou um cun que se utiliza para medir, maior é o grau oua margem de erro. Quando estudamos mais a fundo odesenvolvimento deste sistema de medição proporcional,concluímos que afinal, não é assim tão proporcional! Defacto, a medicina asiática antiga estava bastanteestendida e foram uti l izados pelos acupunctores,dispositivos específicos de medição, geralmente feitos emjade e supostamente, foram desenhados sobre a base dafamília real ou dos aristocratas da época. Quando se tratade uma população de tamanho similar, há menos variação,pelo que isto funciona razoavelmente bem, mas não tantoassim se trata de diferentes alturas e tamanhos. Por isto éque o uso UA do sujeito, funciona melhor que o uso donosso próprio UA, ou um UA diferente de outra pessoa. Defacto, têm havido vários artigos apresentados àAcupunctura profissional e às Associações de MedicinaTradicional, que duvidam da idoneidade de utilizar o"Sistema de Medição Cun".

É possível que funcione como uma referência para opraticante que começa a aprender, mas não se devemutilizar as mãos na experiência. Por exemplo, o objectivodo pulmão 8, está situado a uma UA próxima ao pulso.No caso de se não estar recebendo uma boa resposta,tem de se ajustar a posição a outra um pouco maisamplia que uma UA do pulso. No caso de se obter umaboa resposta anatómica e cheia de energia, então é alocalização para esse objectivo. Deve ser utilizadaindependentemente da descrição de livros de texto. Aaprendizagem pela experiência, deve substituir aaprendizagem a partir dos textos, quando se alcança oresultado desejado.

Pontos de Pressão Tácticos

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Pensem nisto como um complemento, em vezde entrar em conflito. Si não tivessem aprendidoa localização em geral no manual, teria sidodifícil fazer um pequeno ajuste para ser bemsucedido.

Eu tive de modificar a minha localização doobjectivo, em função de onde estava ensinando.Por exemplo, na Finlândia, a localização depulmão 8 me pareceu ligeiramente mais alta quequando estava no Panamá. É claro que o paísnão era o factor diferenciador, mas sim como otipo de corpo e adaptações específicas paraesse clima. Esta foi uma observaçãoexperimental e está longe de ser uma verdadeabsoluta. Quando ensino na Europa Central, meparece que a localização do ponto não édiferente à dos E.U.A., no entanto, me parecehaver muita mais variação no tamanho econstituição dos indivíduos.

O que me motivou para escrever este artigo,foi observar outros que se sentiam frustrados pornão encontrarem a localização correcta de umobjectivo. É fácil encontrar uma localização emum mapa e quando estamos perdidos, normal esimplesmente nos esforçamos mais.Recomendo-lhes deixarem-se de zangar com o“mapa” e em vez disso, pensarem se devem deutilizar um mapa diferente, para chegar ondeestiverem situados.

Talvez outra maneira de ver isto seriaimaginarem ver-se em um combate contra um

Monge Shaolin, um guerreiro Viquingo, ou ummembro de uma unidade moderna de OperaçõesEspeciais. Todos são humanos e estão sujeitosàs leis da mortalidade, no entanto, são diferentesna sua vulnerabilidade.

Quando se trata de fazer pressão nos pontos,há poucos atalhos… É preciso estudar, treinar eaplicar os conhecimentos em tantos tipos decorpos diferentes como seja possível. O domíniosurgirá através da nossa capacidade deadaptação.

É claro que este artigo não pode abranger estamatéria na sua totalidade e o meu objectivo éincentivá-los para aprofundarem, para melhorcompreenderem esta importante área da própriadefesa.

Em um próximo artigo falaremos mais acercado fascinante estudo dos Pontos de Pressãotácticos. Mas se quiserem, não têm de esperar,porque toda esta informação está disponívelatravés da série didáctica de DVDs de Pontos dePressão Tácticos, que se pode pedirdirectamente à Defensiva de ServiçosInternacionais em www.dsihq.com e a BudoInternational em www.budointernational.com.

Por favor, treinem arduamente, vivam comhonra e mantenham-se bem.

Para obter informação acerca certidões,seminários e outras perguntas, é favor entrar emcontacto com: [email protected]

Combat Hapkido

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Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dosShizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexõesgenuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante oabismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva.

O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem domistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente oautor.

Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminhodo guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, quepodem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qualcontemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, decontundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar enão comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo.

Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidadede seu conteúdo.

Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e demanipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoasinteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram ooculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.

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O mestre e o aluno... O consciêncial nas artes antigas

Alvin Toffler diz uma coisa que gosto muito: “Os analfabetos do próximoséculo não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que serecusam a aprender, reaprender e voltar a prender”.Apesar de parecer inabalável, a mesma luta pela moralidade interna e a

inversão de valores que tanto vemos hoje nos cenários das mais variadas artesmarciais, também ocorria na classe samurai, dado que esses questionamentose escolhas por evoluir a nobreza do carácter interno, não é próprio do homem esuas crenças em algo pelo qual viver ou morrer – como viam os antigoscaminhos. Explicando para alguns historiadores do meio académico, asmesmas histórias que aprendi com vários professores que entrevistei e tiveacesso, via conversas e troca de e-mails, a quebra da moral japonesa pode serexplicada a partir do momento em que se têm notícias de que foi com o passardo tempo que a moral dos guerreiros mudou radicalmente: actuavam de acordocom seus próprios interesses e inclusive matavam seu senhor, para ocupar seucargo. De onde surgiu esta nova forma de pensar e actuar? Segundo o Confucionismo, culto que os guerreiros adoptavam, os súbditos

deveriam servir o seu senhor até o ponto de arriscar a vida e morrer por ele,sempre e quando este garantisse suas vidas; quer dizer, seguiam uma regradura que enfatizava “uma coisa pela outra”, norma essa que se havia mantidoinalterada. No começo da cavalaria se deu ênfase à lealdade, que deveria serrecíproca. Minamoto no Yoshiie remunerou seus guerreiros com seus própriosbens e Yoritomo os tratou com muitas considerações. À medida que se desenvolveu o sistema monetário, o pensamento se voltou

mais utilitarista. Além disso, ainda que os guerreiros confiassem em ter um tratomais atento por parte de seus senhores, a maioria dos Shogun e protectoresnão tiveram as considerações esperadas para com eles. Assim se popularizoua ideia que justificava a queda dos senhores. Por outro lado, a maneira em que se distribuía a herança também afectava

aos guerreiros. Na antiguidade, os filhos tinham igual direito às terras deixadaspelo pai; mas com a diminuição das terras para repartir, foi estabelecido umnovo costume: somente um dos filhos (geralmente o maior) herdava todos osterrenos e os outros irmãos se convertiam em seus vassalos, feito que osafastavam do herdeiro e fomentava ciúme e antipatia. Anteriormente, osucessor contava com a ajuda sincera de seus irmãos, mas agora tinha que serprecavido para não ser traído. De facto, muitos protectores foram derrotadospor seus irmãos ou outros familiares. Infelizmente, muitas destas histórias podem quebrar o romantismo de um

Japão virtuoso que, através da história, demonstrou-nos a existência de váriosmotivos que levaram ao rompimento das normas mais vigentes da época epelos quais se desenvolveram tantas novas medidas e estratégias para a vida

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diária. Isso nos permite levantar o véu das aparências e penetrar na realidade dasubstância. Tudo fica mais verdadeiro, mais simples, mais compreensível…

"Quem limitações não conhece, há-de ter motivo para lamentar-se"(Provérbio Japonês)

Muito além da interpretação humana que estabelece a inveja, o maldizer, etc.,como válvulas de escape de uma possível repressão das tantas e tantas versõesdos complexos interiores, é possível verificar que a mente em si, é o todo que sedesperta em favor da consciência – ou vice-versa. Por este ponto de vista - eaqui o vejo em circunstância de uma observação mais consciencial - é certoafirmarmos que subtraímos em nós importantes lições ou momentos de singularprofundidade, sempre que nos tornamos parte do jogo de alguém.Desde que a vida das artes japonesas de viu imersa em guerras internas, que

o sentimento humano de hostilidade se viu invadido pelas necessidades deajunar o outro. Séries televisivas, e grandes filmes como “Ran” de AkiraKurosawa, e Shogun – da novela épica de James Clavel -, revelam um cenárioaterrador em relação à consciência humana.Na sua essência, a vida nos empurra para a frente e nos indica o caminho da

evolução pessoal; o que, por sua vez, fomenta em nós a eterna discussão entreo ser, ele mesmo, e o outro. Cada um na sua relativa “auto-impressão” dentro doaspecto da observação em si (e dado o efímero de cada instante) impulsionaatravés do mecanismo quotidiano, a mais importante premissa que ultrapassa alinha da ignorância: a lucidez!Todavia, somos parte de um todo que em sua efervescente ebulição favorece

os meios pelos quais a nossa mente se desperta. É simples: a mecânica dos“universos” exteriores resulta sempre parte de uma roda projectada pelo serhumano em si. Contudo, em nível interior, as razões são estabelecidas pelaforma com que observamos estes mesmo universos. A mente, em suaconcordância natural, sucumbe às ordens petulantes das medidas adoptadaspelo organismo social. O que, em profundidade, remete-nos a condições mais“onerosas” e perigosas para a lucidez. Sim! Basta observarmos como cada umreage às perdas!Todo aquele que conduz sua vida apegada às realidades pessoais, materiais,

delineadas pelas circunstâncias mais terrenas, sabe que as respostas oferecidaspela consciência, estabelecem padrões muito mais profundos do que umasimples reflexão sobre uma determinada perda. Isso significa que asperspectivas devem alcançar pontos de maior elucidação, frente ao queentendemos como “disfunção consciencial” e a julgar que todas ressurgem deum ponto como preparação para o “por vir”, presume-se que de uma realidadeproporcionada pela mente que vê, o todo observado nada mais é que aquilo quetira o homem da estagnação mental; é a partir da relação que este estabelece

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Artes do Japão

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consigo mesmo, que a sua maioridade consciencial emerge em linhas de exaltação. O que nãosignifica evolução!Aqui a evolução aparece como um melhoramento pessoal, íntimo... Um factor absoluto que não se

envergonha de corrigir as próprias faltas; que vai além da simples imperfeição traduzida como vício.A sabedoria antiga, principalmente na linha tibetana, ensina-nos que nas verdades queexperimentamos, os pontos de maior importância - ainda que sejam importantes - manifestam-sepelo poder das tendências da mente, que são essencialmente vazias.Compreender este fenómeno e por conseguinte, estar ciente de que a mente associa-se para

existir, é constatar que todo fenómeno que ela produz, surge e ressurge por meio de razões ilusórias,apoiadas em mecanismos externos. Dado este factor, a vida retorna relativa e ao mesmo tempotransparente, cada vez que a sua essência perde o seu sentido único, quando se vai aproximando darealidade que nos transforma. Em cada um de nós, isto ocorre de maneira diferente. Para algunssurge a través da família, do dinheiro, da religião... Para outros, através da ciência… Picasso dizia:“Sempre faço o que não consigo fazer, para aprender o que não sei!”Já há algum tempo que em minhas reflexões tenho como certo, e cada vez mais não me faltam

constatações de que a ignorância (aqui faço alusão àquilo que ignoramos) sem dúvida alguma,influencia o destino de todos nós – seja em primeira, segunda, terceira pessoa... O grande IsaacAsimov dizia que “Se o conhecimento pode criar problemas, não é através da ignorância quepodemos solucioná-los”.Mais do que certa esta afirmação, tal conteúdo nos remete à circunstância de que todos nós,

cedo ou tarde, somos ou seremos vítimas da ignorância que com sapatinhos de algodão, invade anossa vida e nos torna reféns de um processo de um amortecimento da parte cerebral, que tantonos indica o uso da razão. Pois é, visto que estabelecemos associações e que, através delas,delineamos todo um tipo de pensar, actuar, sentir..., certamente que no meio a tudo isso, existe umparalelo em que as razões (digo no plural) repercutem em panoramas curiosos e afinados comsingulares cenários que nos “re-inventam”; assim é com o amor, o ódio, a descoberta de um novocaminho, uma nova arte.Reais e imediatas verdades não podem “jamais” serem impostas. Muito além de um limite que

evidencia necessidade de uma afirmação, as realidades mais verdadeiras – pelo menos em minhaforma de ver – são subtis e de individual percepção. Derek Bok diz algo que gosto muito: “Se vocêacha que educação é cara, experimente a ignorância”.Em toda a minha caminhada até agora, diversas coisas me tornaram sensível a um determinado

instante; dentre elas, algo muito interessante me fez “re-pensar” e por conseguinte, “re-avaliar” asminhas directrizes: livre-arbítrio! Como alguém pode decidir pelos demais, aquilo que eles devem ounão, sentir, pensar, adorar? Por mais que a nossa vida seja percebida em meio ao colectivo, elasurge e ressurge através de um encadeamento de causas e efeitos que alteram as nossasrealidades, em função de algum plano maior. Por mais que os argumentos estejam enraizados emcrenças, rudimentos, fundamentos..., o ser é em si uma realidade individual que deve ser trabalhadade dentro para fora. Do contrário, veremos que a sobreposição das verdades, principalmenteaquelas que tentam nos convencer, tornar-se-ão um processo de inversão de valores, de imposiçãode imagens e impressões.Ainda assim, existem determinados pontos de reflexão que também demonstram que tudo, tudo

na vida, principalmente em nível de progresso pessoal, faz-se necessário mediante oposicionamento de cada um. Sábios afirmaram que tais panoramas de análise e observação,

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Artes do Japão

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deveriam ser classificados como “salutares ignorâncias”. Paralelos que buscam deteriorar a vida emmeio à real substração das idiossincrasias de tribos sociais.

“Na realidade, não conhecemos nada, pois a verdade está no íntimo” (Demócrito)

Atraídos pelos vértices do momento, somos muitos os que acreditamos que diante de umasituação de dúvida, de escolha, as consequências serão negociáveis - caso o futuro não representeparte da expectativa depositada. Tudo isto nos mostra que em nosso universo pessoal existe umarealidade que é única e que, através de uma perspectiva individual e intransferível, todos nósescolhemos: optamos por ela. E nisso há-de se ter claro que “Nada há de mais perigoso do que umamigo ignorante; mais vale um sábio inimigo!” (Jean de La Fontaine)Não é difícil percebermos que usurpamos sempre a nossa consciência quando optamos por uma

associação mental, associativa, influenciável..., dotada de cenários pulverizados de infinitas formasou expressões de um mesmo princípio central único. Curioso isso! Não? Em proporção equivalente, a nossa realidade íntima está sempre a tatear e ao mesmo tempo,

ofuscar os diferentes e uniformes panoramas que determinam o que pertence a cada um. Issosignifica que por mais que o universo repercuta em suas dissonantes fragmentações, variantes deacontecimentos que se transformam em factos maiores, tudo é parte integrante e consequente deum idêntico modelo de cada história pessoal, que se repete até o infinito, onde o final não é outrosenão a morte. Todos nós morreremos um dia.Tenho visto através das inúmeras manifestações, revoluções veladas em determinados sectores

marciais, e etc., que as reacções, por pior que sejam, são naturais quando a dor estimula os pontosde ebulição em nosso pensar. É vigente o facto de que somos falhos quando escolhemos,acreditamos, optamos por um determinado lado da questão... Diz-se sempre (muitas vezes em altotom) que temos direito a isso, aquilo... É certo, mas também temos o direito de assumir que asnossas atitudes do passado projectem um presente que gerem premissas imprevisíveis em relaçãoao futuro: “Desejar violentamente uma coisa é tornar-se cego para o demais.” – disse Demócrito.Para os sábios representa o despertar da ilusão para um redescobrir em função da realidade que

cada um estabelece para si, uma vez que as necessidades individuais exemplificam diferentescaminhos e progressos pessoais.Por outro lado, há de se pensar que todos nós possuímos uma nítida expressão de que através do

íntimo existir o ser permanece em sua paisagem consciencial. É fácil se pensarmos que tudo queexiste no universo é fruto de uma reverberação da necessidade que se ajusta à proporção quecriamos frente a este mesmo universo. Transferimos nossas impressões do relativo, através daforma que assumem os nossos sentidos; o que, por sua vez, deixa-nos reordenados e afins com asnossas estruturas de sustentação.

“O fim da vida não é a felicidade, mas o aperfeiçoamento” (Madame de Staël)

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Artes do Japão