Cinesiologia de MMSS e MMII

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    Referncia em FISIOTERAPIA na Internet

    www .fisiow eb.com.br Trabalho realizado por:Prof. Blair Jos Rosa Filho

    BIOMECNICA GLOBAL

    INTRODUO

    A mecnica uma rea da fsica e da engenharia, que lida com a anlise das forasque agem sobre um objeto. Seja para a manuteno deste ou de uma estrutura em um pontofixo, como a descrio e a causa do movimento do mesmo.

    Assim, a Cinesiologia deve ser capaz de aplicar leis e princpios bsicos de mecnica afim de avaliar as atividades humanas. Essa aplicao da mecnica cai nos domnios daBiomecnica que pode ser definida como aplicao da mecnica aos organismos vivos,tecidos biolgicos, aos corpos humanos e animais.

    A postura do corpo resultante de inmeras foras musculares que atuam equilibrandoforas impostas sobre o corpo, e todos os movimentos do corpo so causados por foras queagem dentro e sobre o corpo.

    Em nossas atividades dirias, no trabalho, no esporte, temos que lidar com foras e osprofissionais que trabalham com leses msculo-esquelticas precisam compreender comoas foras afetam as estruturas do corpo e como estas foras controlam o movimento.

    A biomecnica a base da funo msculo-esqueltica. Os msculos produzem foras

    que agem atravs do sistema de alavancas sseas. O sistema sseo ou move-se ou ageestaticamente contra uma resistncia. O arranjo de fibras de cada msculo determina aquantidade de fora que o msculo pode produzir e o comprimento no qual os msculospodem se contrair. Dentro do corpo, os msculos so as principais estruturas controladorasda postura e do movimento. Contudo, ligamentos, cartilagens e outros tecidos moles tambmajudam no controle articular ou so afetados pela posio ou movimento.

    1. CENTRO DE GRAVIDADE

    A Gravidade uma fora externa que age sobre um objeto sobre a terra, e paraequilibrar essa fora, uma segunda fora externa precisa ser induzida - ou seja, todo o corporecebe a ao de uma fora, reage mesma com uma fora igual e oposta.

    O conceito de Centro de Gravidade proveitoso ao descrever e analisarmecanicamente o movimento do corpo humano e outros objetos, sabendo exatamente comoa fora da gravidade atua nesses corpos.

    O Centro de Gravidade o ponto dentro de um objeto onde se pode considerar quetoda a massa, ou seja, o material que constitui o objeto, esteja concentrada. A gravidadepuxa para baixo todo ponto de massa que constitui este objeto ou o corpo. No entanto, adeterminao do Centro de Gravidade do corpo humano muito difcil, pois este noapresenta densidade uniforme, no rgido e no simtrico enquanto um objeto com todasestas caractersticas o Centro de Gravidade em cada ponto igual.

    Existem clculos matemticos que analisam parte a parte o centro de gravidade de umcorpo no uniforme, de forma a adquirir um resultado mdio do centro de gravidade domesmo.

    2. LINHA GRAVITACIONAL

    A localizao do Centro de Gravidade do corpo como um todo varia, dependendo da

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    posio do corpo. Numa pessoa ereta, pode-se situ-lo de forma aproximada sobre umalinha, formada pela interseo de um plano que corta o corpo em duas metades, uma direitae uma esquerda, e um plano que corta o corpo em metade anterior e posterior. A posio doponto do Centro de Gravidade ao longo desta linha imaginria, pode-se considerar que agravidade atua sobre esse nico ponto de Centro de Gravidade, puxando diretamente parabaixo em direo ao centro da terra. Essa linha ou direo de trao a linha de gravidade.

    3. BASE DE SUSTENTAOA base de sustentao, ou a base de apoio para o corpo a rea formada abaixo docorpo pela conexo com a linha continua de todos os pontos em contato com o solo. Naposio ereta, por exemplo, a base de apoio aproximadamente um retngulo, formado porlinhas retas atravs dos dedos, formado por linhas retas atravs dos dedos e calcanhares eao longo dos dedos de cada p. Quando um corpo est numa posio fixa com a linha degravidade passando atravs da base de apoio, diz-se que ele est compensado, estvel ouem equilbrio esttico. Se a linha de gravidade passar fora da base de apoio, o equilbrio e aestabilidade so perdidos e os membros apoiadores devem mover-se para evitar uma queda.Essa situao ocorre continuamente, quando andamos, corremos e mudamos de direo.

    4. FORCAS QUE ATUAM NO MOVIMENTO

    A Cincia mecnica diz que uma fora pode ser definida simplesmente como umempurro ou trao. Por definio a fora uma entidade que tende a produzir movimento.s vezes, o movimento no ocorre ou o objeto se acha em equilbrio. O ramo da mecnicaque lida com este fenmeno a esttica; caso haja o movimento, chamado dinmica.

    A fora definida por quatro caractersticas bsicas:- magnitude de fora;- direo;- sentido; e- quantidade de trao.

    As foras mais comuns envolvidas com a biomecnica so: a fora muscular,gravitacional, inrcia, de flutuao e fora de contato. A fora produzida por msculosdepende de vrios fatores. Dois desses fatores incluem velocidade de contrao do msculo

    e comprimento do msculo. O peso de um objeto resultado da fora gravitacional.O conceito de inrcia mantm que um corpo permanece em repouso ou em movimento

    uniforme at receber a ao de uma fora externa.

    A fora de flutuao tende a resistir fora da gravidade. Na gua a magnitude dessafora equivale ao peso de gua que o objeto desloca. A fora de contato existe toda vez quedois objetos se acharem em contato um com o outro. Esse tipo de fora pode ser uma forade reao ou uma fora de impacto. A fora pode ser ainda subdividida em uma fora normalperpendicular s superfcies de contato e uma fora de frico ou atrito que paralela superfcie de contato.

    5. PLANOS E EIXOS

    Planos de ao so linhas fixas de referencia ao longo das quais o corpo se divide. H 3planos e cada um est em ngulo reto ou perpendicular com dois planos.

    O plano frontal passa atravs do corpo de lado a lado, dividindo-o em frente e costa. tambm chamado plano coronal. Os movimentos que ocorrem neste plano so abduo eaduo.

    O plano sagital passa atravs do corpo da frente para trs e o divide em direita eesquerda. Pode-se pensar nele como uma parede vertical cuja extremidade se move. Osmovimentos que ocorrem neste plano so flexo e extenso.

    O plano transverso passa horizontalmente pelo corpo e o divide em parte superior einferior. tambm chamado plano horizontal. Neste plano, ocorre a rotao.

    Sempre que um plano passa pela linha mdia de uma parte, esteja ela no plano sagital,

    frontal ou transverso, est se referindo ao plano cardinal, porque divide o corpo em partesiguais. O pondo onde os trs planos cardinais se encontram o centro de gravidade. Nocorpo humano este ponto , na linha mdia, mais ou menos ao nvel da segunda vrtebrasacra, ligeiramente anterior a ela.

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    Os eixos so pontos que atravessam o centro de uma articulao em tomo da qual umaparte gira. O eixo sagital um ponto que percorre a articulao de frente para trs. O eixofrontal vai de lado a lado e o eixo vertical, tambm chamado longitudinal, vai da partesuperior inferior.

    O movimento articular ocorre em torno de um eixo que est sempre perpendicular a umplano. Outro modo de se descrever este movimento articular, que ele ocorre sempre nomesmo plano e em tomo do mesmo eixo. Por exemplo, flexo/extenso ocorrer sempre no

    plano sagital em tomo do eixo frontal e a aduo em tomo do eixo sagital. Movimentossemelhantes como o desvio radial e ulnar do punho tambm ocorrero no plano frontal emtomo do eixo sagital.

    6. TIPOS DE MOVIMENTO

    Movimento linear, tambm chamado movimento translatrio, ocorre mais ou menos emuma linha reta, de um lugar para outro. Todas as partes do objeto percorrem a mesmadistancia, na mesma direo e ao mesmo tempo. Se este movimento ocorrer em linha reta chamado movimento retilneo. Se este movimento ocorre numa linha reta mas em uma formacurva, chamado curvilneo.

    O movimento de um objeto em tomo de um ponto fixo chamado movimento angular,

    tambm conhecido como movimento rotatrio. Todas as partes do objeto movem-se nummesmo ngulo, na mesma direo, ao mesmo tempo. Elas no percorrem a mesmadistncia.

    Falando de um modo geral, a maioria dos movimentos do corpo angular, enquanto osmovimentos feitos fora da superfcie corporal tendem a ser lineares. Excees podem serencontradas. Por exemplo, o movimento da escpula em elevao/depresso epronao/retrao essencialmente linear. Todavia, o movimento da clavcula, que fixada escpula, angular e realizado atravs da articulao extraclavicular.

    7. MOVIMENTOS ARTICULARES

    As articulaes movem-se em direes diferentes. O movimento ocorre em tomo de umeixo e de um plano. Os termos a seguir so usados para descrever os vrios movimentos

    que ocorrem numa articulao sinovial. A articulao sinovial uma articulao mvel livre,onde a maioria dos movimentos articulares ocorrem.

    - Flexo: o movimento de dobra de um osso sobre o outro causando uma diminuiodo ngulo da articulao.

    - Extenso: o movimento que ocorre inversamente flexo. o endireitamento de umosso sobre o outro, causando aumento do ngulo de articulao. O movimento, geralmente,traz uma parte do corpo sua posio anatmica aps esta ser flexionada. A hiperextenso a continuao da extenso, alm da posio anatmica.

    - Abduo: o movimento para longe da linha mdia do corpo e aduo o movimentode aproximao da linha mdia do corpo. As excees a esta definio de linha mdia so osdedos e os artelhos, onde o ponto de referncia para os dedos o dedo mdio. O movimento

    para longe do dedo mdio abduz, mas aduz somente como um movimento de volta daaduo. O ponto de referncia dos artelhos o segundo artelho. Semelhante ao dedo mdio,o segundo artelho abduz da direita para a esquerda, mas no abduz a no ser comomovimento de volta da aduo.

    - Circunduo: a combinao de todos esses movimentos numa seqncia em que aparte da extremidade faz um grande crculo no ar, enquanto as partes prximas extremidade proximal fazem um crculo pequeno.

    - Rotao: o movimento de um osso ou parte dele em torno de seu eixo longitudinal.Se a superfcie anterior se move em direo linha mdia, chamado medial ou rotaointerna. Se a superfcie anterior se movimenta para longe da linha mdia, este movimento chamado rotao lateral ou externa. Alguns termos so usados para descrever movimentosespecficos de certas articulaes, como:

    - Pronao: o movimento ao longo de um plano paralelo ao solo e para longe da linhamdia e retrao o movimento no mesmo plano em direo linha mdia. Ainda existemalguns termos como desvio ulnar e radial, para se referir aduo e abduo do punho.

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    - Inclinao lateral: quando se refere ao tronco que se move para a direita ou para aesquerda.

    8. TIPOS DE CONTRAES MUSCULARES

    H trs tipos bsicos de contraes musculares:

    - Isomtrica;

    - Isotnica concntrica; e- Isotnica excntrica.

    Uma contrao isomtrica ocorre quando o msculo se contrai, produzindo fora semmudar o seu comprimento. O msculo se contrai mas nenhum movimento ocorre. O nguloda articulao muda.

    Uma contrao isotnica pode ser dividida em concntrica e excntrica. Uma contraoconcntrica ocorre quando h movimento articular, o msculo diminui e as fixaesmusculares se movem em direo uma da outra.

    Uma contrao excntrica ocorre quando h movimento articular, mas o msculo parecealongar, quer dizer, as extremidades se distanciam.

    8.1. CONTRAES CONCNTRICAS1- Fixaes musculares se movem juntas, em direo uma da outra.

    2- O movimento se faz contra a gravidade.

    3- Se o movimento acontece com gravidade, o msculo est usando uma fora maior doque a fora da gravidade.

    8.2. CONTRAES EXCNTRICAS

    1- As fixaes musculares se movem para longe uma da outra.

    2- 0 movimento ocorre com gravidade.

    9. SISTEMA DE ALAVANCAS

    Uma alavanca uma barra rgida que gira em torno de um ponto fixo quando uma fora aplicada para vencer a resistncia.

    Uma quantidade maior de fora ou um brao de alavanca mais longo aumentam omovimento de fora.

    H trs classes de alavancas, cada uma com uma funo e uma vantagem mecnicadiferente.

    Diferentes tipos de alavancas tambm podem ser encontradas no corpo humano. Nocorpo humano, a fora que faz com que a alavanca se mova, na maioria das vezes emuscular. A resistncia que deve ser vencida para que o movimento ocorra, inclui o peso daparte a ser movida, gravidade ou peso externo. A disposio do eixo em relao fora e aresistncia vo determinar o topo de alavanca.

    9.1. CLASSE DAS ALAVANCAS9.1.1. Alavanca de Primeira Classe

    O eixo (E) est localizado entre a fora (F) e a resistncia ( R).

    9.1.2. Alavanca de Segunda Classe

    O eixo (E) em uma das extremidades, a resistncia ( R) no meio e a fora (F) na outraextremidade.

    9.1.3. Alavanca de Terceira ClasseTem o eixo numa das extremidades, a fora no meio, a resistncia na extremidade

    oposta.

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    A alavanca de 3 classe a mais comum das alavancas do corpo. Sua vantagem aextenso do movimento.

    10. TORQUESe for exercida uma fora sobre um corpo que possa girar em torno de um ponto

    central, diz-se que a fora gera um torque. Como o corpo humano se move por uma srie derotaes de seus segmentos, a quantidade de torque que um msculo desenvolve umamedida muito proveitosa de seu efeito.

    Para empregar o valioso conceito de torque, devem-se compreender os fatoresrelacionados sua magnitude e as tcnicas para seu clculo. A magnitude de um torque estclaramente relacionada magnitude da fora que o est gerando, mas um fator adicional adireo da fora em relao posio do ponto central. A distncia perpendicular do piv linha de ao da fora conhecida como brao de alavanca da fora. Um mtodo paracalcular o torque multiplicar a fora (F) que gerou pelo brao de alavanca (d).

    T = F x d

    11. CADEIA CINTICA

    o estudo das foras que produzem ou afetam o movimento.As leis desenvolvidas por Newton formam a base para o estudo da cinemtica.

    11.1. PRIMEIRA LEI DE NEWTONA fora tem sido definida como uma entidade que acelera um objeto (implica em

    movimento). a acelerao, seja positiva ou negativa, de um objeto, a rapidez com quemuda de velocidade, que produzida por uma ou mais foras.

    Esta a lei da Inrcia, que afirma que um objeto permanece em seu estado existente demovimento a menos que sofra a ao de uma fora externa. Assim, um objeto estacionriono comear a se mover, a menos que uma fora externa aja sobre ele, e um objeto emmovimento permanecer em movimento, na mesma velocidade e direo.

    11.2. SEGUNDA LEI DE NEWTONA segunda lei de Newton a lei da acelerao. Afirma que quando uma fora externaage sobre um objeto, o objeto muda sua velocidade ou acelera-se em proporo direta fora aplicada. O objeto ir tambm acelerar em proporo inversa sua massa. Assim, amassa tende a resistir acelerao. A frmula bem conhecida como: F = m . a vlida paraobjetos que se movem em translao ou linearmente.

    11.3. TERCEIRA LEI DE NEWTONA gravidade uma fora externa que sempre age sobre um objeto sobre a terra. Para

    equilibrar essa fora crescente, uma segunda fora externa precisa ser introduzida. Um objeto apoiado sobre uma mesa recebe ao de pelo menos duas foras: a da

    gravidade e a fora exercida pela mesa.Assim, na medida em que o objeto sobre a mesa sofre ao da trao da gravidade, a

    mesa reage fora da gravidade com uma fora igual e oposta.

    12. TRABALHO E ENERGIA

    Quando a fora de um objeto est relacionada com a localizao do objeto, os princpiosde trabalho e energia se tornam importantes. Em mecnica, o trabalho refere-se ao produtode foras exercidas sobre um objeto e o deslocamento do objeto paralelo ao componente defora de resistncia do objeto.

    Trabalho (W) = Fora (F) x Distncia (d).

    O trabalho realizado na medida em que a fora vence uma resistncia e move o objetoem uma direo paralela ao componente de fora de resistncia.

    Energia a capacidade de fazer trabalho. Existem muitas formas de energia, dentreelas a energia mecnica e o calor. O calor geralmente considerado subproduto de outrasformas de energia ou resulta quando uma forma de energia se transforma em outra. Umaumento de calor ocorre quando molculas de rea aquecida aumentam sua quantidade de

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    movimento.

    A energia mecnica pode ser dividida em dois tipos: energia potencial e cintica. Aenergia potencial a energia armazenada. Possui o potencial para ser liberada e tornar-seenergia cintica, que a energia de movimento.

    13. OMBRO

    13.1. CONSIDERAES ANATMICASA mobilidade desfrutada pelo membro superior advm em parte das estruturas

    conhecidas como o cngulo do membro superior e articulao do ombro ou, maisprecisamente, articulao glenonumeral. atravs dessa unidade funcional que o brao,antebrao, punho e mo so conectados ao esqueleto axial e por controle dessa unidade que o mero pode ser posicionado. Embora estruturalmente separados, o cngulo do membrosuperior e a articulao glenonumeral so funcionalmente inseparveis.

    Os componentes esquelticos do cngulo do membro superior incluem duas clavculas,duas escpulas e o esterno. Estes ossos so responsveis pela transmisso de foras dosmembros superiores para o corpo. Esta transmisso de fora segue, necessariamente, umcaminho definido pelas articulaes associadas ao cngulo do membro superior. O cngulo considerado um sistema mecnico aberto - isto , os lados esquerdo e direito no soconectados diretamente e, portanto, podem mover-se de modo independente. A fixaoindireta entre os lados esquerdo e direito atravs do manbrio do esterno. As escpulasno so ligadas entre si ou coluna vertebral, embora se considere que existe uma conexoou articulao precria entre a face anterior de cada escpula (fossa subescapular) e ostecidos que esto entre ela e as costelas. Esta geralmente denominada articulaoescapulotorcica.

    O ponto de fixao das escpulas s clavculas a articulao acromioclavicular. Esta uma articulao plana que, alm de ser estabilizada pelos ligamentos capsulares, auxiliadapor duas estruturas ligamentosas importantes, os ligamentos acromioclavicular ecoracoclavicular. A exemplo de muitas estruturas anatmicas, a denominao sugereclaramente sua localizao. O ligamento acromioclavicular serve para fortalecer, na frente, aarticulao acromioclavicular, anaxial; o ligamento coracoclavicular, que conecta a escpula

    com o processo coracide, fornece a principal proteo articulao. Esse ligamento composto de duas estruturas, os ligamentos conide e trapezide, que seguem da facesuperior do processo coracide para a face inferior da clavcula.

    A articulao esternoclavicular (plana) dupla, triaxial, funciona em todos os movimentosdo cngulo do membro superior. Embora dupla, a articulao esternoclavicular funciona comouma articulao esferide triaxial porque a clavcula se articula com o manbrio do esterno etambm com a primeira costela. A clavcula, atuando como uma escora ou brao mecnico,mantm a articulao glenonumeral em sua distncia correta do esterno. As faces articularesdas extremidades esternais das clavculas no so moldadas anatomicamente ao pontoesternal de fixao. Um disco articular aumenta o grau de ajuste e tambm atua como umamortecedor de choques para as foras transmitidas da regio do ombro e ajuda a prevenirluxao da articulao. O disco fixado clavcula e primeira cartilagem costal. A

    articulao esternoclavicular tambm protegida de deslocamento excessivo pelo ligamentocostoclavicular, que segue da face superior medial da primeira costela face inferior medialda clavcula.

    A articulao glenoumeral consiste numa cabea do mero quase hemisfrica e numacavidade glenide relativamente rasa na margem lateral da escpula. O lbio glenoidal uma estrutura na margem lateral da escpula. O lbio glenoidal uma estrutura fibrosa quereveste o permetro da cavidade glenide e serve, essencialmente, para aprofundar aarticulao e desse modo aumentar sua estabilidade. A extrema mobilidade da articulaoglenoumeral alcanada em sacrifcio direto da estabilidade, ou resistncia aodeslocamento. A cpsula articular, que circunda completamente a articulao, no umaestrutura rgida e permite uma separao significativa das faces articulares durante omovimento umeral anterior e inferior. A cpsula se fixa ao colo do mero abaixo e a margem

    ssea da cavidade glenide acima. Estruturalmente, a articulao protegida, acima, peloarco coracoacromial, formado pelo processo coracide, acrmio e ligamento coracoacromial,que atravessa a distncia entre estas duas protuberncias. Outros ligamentos, embora nomantenham as faces articulares em aposio, protegem a articulao de um deslocamento.

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    O ligamento coracoumeral segue do processo coracide face anterior do tubrculomaior e serve para fortalecer a cpsula articular. Os ligamentos glenoumerais (superior,mdio, inferior) tambm so encontrados na parte anterior da articulao e constituem parteda cpsula articular. Embora difceis de identificar como ligamentos individuais, eles seguemda cavidade glenide ao tubrculo menor e colo anatmico do mero.

    13.2. FISIOLOGIA DO OMBRO

    13.2.1. Amplitude- Extenso do ombro - 45 a 50- Flexo do ombro - 180 (amplitude total do ombro) - Rotao interna do ombro - 95 (ultrapassa um pouco 90)- Rotao externa do ombro - 80 (no atinge 90)

    Abduo e aduo a partir da posio da referncia =3 estgios- Abduo de amplitude 60- Abduo de amplitude 120- Abduo de amplitude 180

    Aduo amplitude muito fraca

    Aduo atinge amplitude de 30 a 45

    13.2.2. Amplitude e msculos envolvidos

    - Anteposio (proteo). Peitoral maior. Peitoral menor. Serrtil anterior

    - Retroposio (retrao)RombideTrapzioGrande dorsal

    Obs.: A amplitude de anteposio maior que a da retroposio.

    - Abduo de 90 no plano frontal. Msculo deltide. Msculo supra-renal. Msculo trapzio

    - Antepulso + aduo anterior = 140. Msculo "deltide (feixe clavcula)". Msculo "sub escapular". Msculo "peitoral maior". Msculo "peitoral menor. Msculo "serrtil anterior"

    - Retropulso + aduo posterior + 30

    . Msculo "deltide". Msculo "infra espinhal"

    . Msculo "redondo maior"

    . Msculo "redondo menor"

    . Msculo "rombide"

    . Msculo "trapzio"

    . Msculo "grande dorsal"

    - Cintura escapularA cintura escapular consiste de dois pares de ossos: . 1 clavcula de cada lado. 1 escpula de cada lado

    - Articulaes. Articulao esternoclavicular - a que se d entre a ponta medial da clavcula e o

    manbio do esterno. E uma articulao sinovial em sela. H um disco cartilaginoso entre asduas faces, que ajuda a articulao a mover-se melhor, reduzindo a incongruncia das

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    superfcies e absorvendo o choque transmitido atravs do membro superior para oesqueleto axial (D.1).

    . Articulao acromioclavicular - uma pequena articulao sinovial entre a pontalateral da clavcula e o processo acromial da escpula (D.2).

    . Articulao glenoumeral - a funo entre a cabea do mero e a cavidadeglenide. uma articulao sinovial, esferide e multiaxial. a frouxido da cpsula quepermite que a articulao possua uma grande amplitude de movimento mas a faz vulnervel

    a luxaes (D.1).. Articulao carococlavicular - onde a superfcie inferior da clavcula passa naproximidade do processo coracide da escpula. A forte unio desta articulao fibrosagarante que a escpula e a clavcula movam-se como uma unidade e tambm ajuda atransferir o choque do membro superior a forte extremidade medial da clavcula.

    13.2.3. Ligamentos. ligamento interclavicular. ligamento costoclavicular. ligamento acromioclavicular. ligamento conide. ligamento trapezide. ligamento capsular. ligamento transversoumeral. ligamento glenoumeral

    13.2.4. Msculos envolvidos na rotao interna (medial) e externa (lateral) do ombro

    - Msculo subescapular - Rotao interna medial IIMovimento acessrio:

    aduo fraca do mero

    - Msculo peitoral maior - Aduo horizontal do ombro II Movimento acessrio:

    Flexo do meroRotao mediana interna do mero

    - Msculo grande dorsal - Extenso do ombro II

    Movimento acessrio:Aduo do meroAduo horizontalRotao medial

    - Msculo redondo maior - Extenso do ombro IIMovimento acessrio:

    Aduo do meroRotao medial (interna)

    - Msculo infra espinhal - Rotao externa lateral do mero IIMovimento acessrio:

    Extenso do ombroAbduo horizontal do mero

    - Msculo redondo menor - Rotao externa lateral do mero IIMovimento acessrio:

    Extenso fraca do ombroAduo do ombro

    13.2.5. Msculos envolvidos nos movimentos escapulares

    - Msculo trapzio (fibras superiores) - Elevao da escpula IIMovimento acessrio:

    Extenso do pescoo

    - Msculo elevador da escpula - Elevao da escpula

    - Msculo trapzio (fibras inferiores) - Depresso da escpula IIMovimento acessrio:

    Aduo da escpula

    - Msculo serrtil anterior - Abduo da escpulaMovimento acessrio:

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    Rotao para cima da escpula

    - Msculo peitoral menor - Abduo da escpulaMovimento acessrio:

    Rotao para baixo da escpula

    13.2.6 Msculos envolvidos na flexo e extenso do ombro

    - Msculo deltide anterior - Faz flexo do ombro II

    Movimento acessrio:Aduo horizontalRotao medialAbduo do ombro

    - Msculo coracobraquial - Faz flexo do ombro

    - Msculo grande dorsal - Extenso do ombro IIMovimento acessrio:

    Aduo do meroAduo horizontalRotao medial (interna)

    - Msculo redondo maior - Faz extenso do ombro IIMovimento acessrio:

    Aduo do meroRotao medial (interna)

    - Msculo deltide superior - Faz extenso do ombro IIMovimento acessrio:

    Abduo horizontalRotao lateral externa

    13.2.7 Msculos envolvidos na abduo e aduo do ombro

    - Msculo medial - faz abduo do ombro

    - Msculo supra-espinhal - inicia a abduo do mero

    - Msculo trapzio (fibras mediais) - aduo da escpula

    - Msculo rombide maior e menor - aduo da escpula IIMovimento acessrio:

    rotao da escpula para baixo

    13.2.8. Msculos envolvidos na aduo e abduo horizontal do ombro

    - Msculo deltide posterior - abduo horizontal do ombro

    - Msculo peitoral maior - abduo horizontal do ombro II Movimento acessrio:

    flexo do merorotao medial interna do mero

    13.2.9. Os movimentos da escpula

    - Elevao - elevantador da escpula e trapzio (parte posterior)- Abaixamento - peitoral menor, trapzio inferior, serrtil anterior e posterior

    - Abduo da escpula (para frente) - serrtil anterior

    - Aduo da escpula (para trs) - rombide e trapzio

    13.2.10. Msculos que compem o "Manguito Rotador"

    O manguito rotador uma convergncia de todos, semelhante a um capuz; somsculos superiores que possuem a funo de manter firme a cabea do mero junto cavidade glenide; so eles:

    - Msculo infra-espinhal - faz a aduo do brao e fraco rotador lateral e flexor.

    - Msculo supra-espinhal - gira lateralmente, faz abduo (parte posterior), aduo

    (parte inferior).- Msculo redondo menor - gira lateral e faz aduo do brao.

    - Msculo subescapular - faz giro medial do brao, flexo e extenso do brao, aduo e

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    abduo.

    13.2.11. Msculos que ligam o ombro ao brao e suas funes

    - Msculo deltide - faz abduo do brao, a parte clavicular e adjacente ao acrmio,flexionam o brao. As partes espinhais e adjacentes das pores acromiais estendem obrao medialmente, a poro dorsal e gira lateralmente o brao.

    - Msculo coracobraquial - faz flexo do brao e do antebrao, e faz supinao da mo.

    - Msculo trceps braquial - poro longa, aduz o brao.- Msculo infra-espinhal - faz aduo do brao, fraco rotador lateral e flexor.

    - Msculo supra-espinhal - gira lateralmente, faz abduo (parte posterior) e aduo(parte inferior).

    - Msculo redondo menor - gira lateral e faz aduo do brao.

    - Msculo redondo maior - aduo, extenso e giro medial do brao.

    - Msculo subescapular - giro medial do brao e flexo, extenso do brao, aduo eabduo.

    Resumo dos msculos envolvidos nos movimentos do ombro e da cintura escapular

    MovimentosAnatmicos

    Msculos AtuantesPrimrios

    Msculos AtuantesAssistentes

    Flexo Deltite anteriorPeitoral menor (clavcula)

    Bceps braquial (cabeacurta)CoracobraquialSubescapular

    Extenso Grande dorsalRedondo maior

    Trceps braquialDeltide posterior

    Abduo Deltide medialSupra-espinhal

    Peitoral maior

    Deltide anteriorBiceps braquial

    AduoPeitoral maiorGrande dorsalRedondo maior

    Bceps braquialTrceps braquialCoracobraquialSubescapular

    Aduo horizontalDeltide anteriorPeitoral maiorCoracobraquial

    Bceps braquial

    Abduo horizontal

    Deltide mdioDeltide posteriorInfra-espinhalRedondo menor

    Supra-espinhalGrande dorsalRedondo maior

    Rotao internaSubescapularRedondo maior

    Deltide anteriorPeitoral menorBceps braquial

    Rotao externaInfra-espinhalRedondo menor

    Deltide posterior

    Elevao da escpula

    Trapzio

    Elevador da escpulaRombide xxxxxx

    Trapzio

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    Depresso da escpula Peitoral menor Grande dorsal

    Abduo e rotao paracima da escpula

    Serrtil anteriorTrapzio

    Elevador da escpula

    Abduo e rotao paracima da escpula

    RombidePeitoral menor xxxxxx

    14. O PUNHO E A MO

    14.1. CONSIDERAES ANATMICAS

    Todos os elos que compem o membro superior podem, em ltima anlise, serrelacionados ao asseguramento da funo de movimentos especializados da mo. Tarefasmotoras finas, como as executadas por um neurocirurgio, so realizadas com a mesmaestrutura anatmica usada por um carateca para partir fibras de madeira e tijolos, uma tarefagrosseira cujo principal requisito a transmisso de fora.

    A mo composta de 27 ossos e mais de 20 articulaes. Os ossos, divididos em trs

    grupos, so os oito carpais, cinco metacarpais e trs fileiras de falanges.Os ossos do carpo, classificados como irregulares, so o escafide, semilunar, piramidal

    e piriforme, trapezide, trapzio, capitato e uncinado. Os cinco ossos do metacarpo tm umabase proximal, um corpo e uma cabea distal. As trs fileiras de falange so as fileirasproximal, mdia e distal. O polegar no possui uma falange mdia.

    O punho constitudo pelas articulaes radiocrpica e intercrpicas. A primeira, umaarticulao elipside, formada pela extremidade distal do rdio, um disco articular e trsdos quatro ossos na fileira proximal do carpo. A articulao radiocrpica separada da fileiraproximal de carpais por um disco articular fibrocartilagneo. Os trs carpais envolvidosformam uma face convexa lisa que recebe a extremidade distal cncava do rdio e admitemovimentos planares (anaxiais).

    As articulaes intercrpicas so divididas em trs grupos: as articulaes entre osossos escafide, semilunar, piramidal e isiforme; as articulaes entre o capitato, uncinado,trapezide e trapzio; e a articulao mediocrpica, entre as fileiras proximal e distal.

    Os ligamentos da articulao radiocrpica incluem uma extensa cpsula articular e oradiocrpico palmar, radiocrpico dorsal, colateral ulnar do carpo e colateral radial do carpo.As articulaes intercrpicas so sustentadas por uma complexa rede de ligamentos.

    As articulaes carpometacrpicas incluem as dos quatro dedos mediais e a do polegar.A articulao carpometacrpica do polegar formada pela base do primeiro metacarpal e otrapzio. Contudo, as articulaes carpometacrpicas dos quatro dedos mediais so sinoviaisplanas. A articulao carpometacrpica do polegar tem uma cpsula articular relativamentefrouxa que reforada pelos ligamentos carpometacrpicos palmar (radial) e dorsal (anteriore oblquo posterior) laterais do polegar. Os ligamentos das articulaes carpometacrpicas

    so os carpometacrpicos dorsais, carpometacrpicos palmares e carpometacrpicosintersseos.

    As extremidades distais dos metacarpais formam articulaes elipsides com asextremidades proximais das falanges proximais, as articulaes metacarpofalngicas (MF).

    14.2. MOVIMENTOS ARTICULARES

    A articulao radiocrpica produz circunduo. A articulao permite todos osmovimentos, exceto rotao em tomo de seu eixo longitudinal. O movimento no plano frontalinclui a abduo, s vezes referida como desvio radial ou flexo radial, e aduo, s vezesreferida como desvio ulnar ou flexo ulnar. No plano sagital, o punho se estende e se flete. Aflexo faz com que a palma se aproxime da face do antebrao. O movimento dasarticulaes intercrpicas desprezvel.

    As articulaes carpometacrpicas so de dois tipos: a do polegar uma articulaoselar, permitindo movimentos extensos e peculiares. As demais so do tipo plano. A segundae terceira articulaes carpometacrpicas no permitem praticamente nenhum movimento; a

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    quinta e, at certo ponto, a quarta permitem uma leve flexo, movimento observadoquando se pem as mos em concha.

    A articulao MF do polegar uma articulao em dobradia que admite apenas flexoe extenso. As outras quatro articulaes MF so elipsides, com capacidades de flexo-extenso e abduo-aduo. A abduo geralmente referida como desvio radial ou flexoradial e representa o movimento dos dedos para longe do dedo mdio. O movimento inverso,aduo, geralmente denominado desvio ulnar ou flexo ulnar.

    Todas as articulaes IF so ginglimos que permitem apenas a flexo e a extenso.Estruturas ligamentosas previnem hiperextenso destas articulaes

    14.3. MSCULOS E MOVIMENTOS DO POLEGAR E OUTROS DEDOS

    A flexo do punho predominantemente uma funo da ao sincrnica do flexor radialdo carpo, flexor ulnar do carpo e flexor superficial dos dedos. Foi relatado que o flexorprofundo dos dedos no exerce um papel na flexo do punho, embora sua posio sugirauma possvel contribuio, assim como as posies do palmar longo e flexor longo dopolegar. Esses msculos, juntamente com o pronador redondo, compem o que denominado grupo flexor superficial do antebrao.

    H trs extensores principais do punho: extensor radial longo do carpo, extensor radialcurto do carpo e extensor ulnar do carpo. Durante o cerramento do punho, o extensor radiallongo do carpo muito ativo, ao passo que o extensor radial curto do carpo quase inativo.Em virtude de sua posio, os extensores dos dedos, do dedo mnimo, longo do polegar e doindicador so considerados extensores auxiliares do punho. Um grupo extensor superficial doantebrao composto pelos extensores radiais longo e curto do carpo, extensor dos dedos,extensor do dedo mnimo, extensor ulnar do carpo e os msculos da articulao do cotovelobraquiorradial e ancneo.

    Os desvios radial e ulnar (abduo e aduo) resultam da contrao sinrgica demsculos que so responsveis primariamente pela flexo e extenso do punho. A abduoresulta da contrao do flexor e extensor radiais do carpo. O extensor dos dedos e flexor dosdedos so ativos e podem contrair-se com uma aduo extrema do punho ou amplitude domovimento de abduo. A abduo pode ser auxiliada pelo grupo extensor profundo (abdutorlongo do polegar, extensor curto do polegar, extensor longo do polegar, extensor do indicadore supinador) devido s suas linhas de trao.

    Os msculos intrnsecos da mo so subdivididos em trs grupos os do dedo polegar,encontrados no lado radial e responsveis pela eminncia tenar; os do dedo mnimo,encontrados no lado ulnar e responsveis pela eminncia hipotenar; e os no meio da mo eentre os metacarpais. Os pequenos msculos intrnsecos da mo esto associados aosmovimentos dos dedos. Dividem-se em trs grupos - os quatro lumbricais, os quatrointersseos dorsais e os trs intersseos palmares. Os lumbricais se localizam na palma, eos intersseos, entre os metacarpais. Todos servem para fletir as falanges proximais eestender as falanges mdias e distais. Trs msculos atuantes apenas sobre o dedo mnimo,o abdutor do dedo mnimo, flexor curto do dedo mnimo e oponente do dedo mnimo, tambmso msculos intrnsecos da mo.

    A flexo do polegar ocorre quando o primeiro metacarpal movido transversalmente palma: a extenso o movimento de retomo. A abduo do polegar a partir da posioanatmica ocorre quando o primeiro metacarpal afasta-se do segundo num planoperpendicular ao da mo. A aduo do polegar o movimento de retorno. A oposio dopolegar aos dedos uma ao peculiar e crucial da mo humana e envolve uma combinaode abduo, circunduo e rotao que traz a ponta do polegar para uma posio olhandopara as pontas dos dedos, ou em oposio a elas.

    Oito msculos atuam sobre o polegar, dos quais quatro so intrnsecos da mo. Osmsculos extrnsecos so o extensor longo do polegar, extensor curto do polegar. Abdutorlongo do polegar e flexor longo do polegar. Os quatro msculos intrnsecos, que se originamna eminncia tenar, so o flexor curto do polegar, oponente do polegar, abdutor curto dopolegar e adutor do polegar.

    Os movimentos do polegar so funo de complexas interaes neuromusculares emecnicas entre os msculos intrnsecos e extrnsecos. Uma medida da complexidade e,portanto, da importncia do polegar funo normal da mo refletida pelo fato de que ovalor do polegar foi estimado entre 40 e 50% de toda a mo. A extenso das articulaes do

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    polegar est sob controle dos extensores longo e curto do polegar, que atuam nasfalanges e metacarpais. O oponente do polegar e abdutor curto do polegar so msculostenares ativos durante a extenso do polegar. O flexor curto do polegar desempenha umimportante papel no posicionamento do polegar sem carga prximo s pontas dos dedos,enquanto o flexor longo do polegar geralmente inativo. Este, entretanto, parece fornecer amaior parte da fora necessria para neutralizar cargas aplicadas ao polegar nessa posio,no importando se a falange distal est fletida ou estendida. O fator limitante na fora da

    preenso pode de fato ser uma funo da incapacidade de o polegar opor-se a cargas.Para a aduo do polegar contribuem o extensor longo do polegar, flexor longo dopolegar, flexor curto do polegar e adutor do polegar. A contribuio do flexor e extensor longodo polegar solicitada para trabalhar contra uma carga e, ao neutralizar as tendncias dosoutros msculos a fletir ou estender o polegar, propicia um torque de aduo resultante.

    Os msculos hipotenares, so o palmar curto, abdutor do dedo mnimo, flexor curto dodedo mnimo e oponente do dedo mnimo.

    Quando o polegar suavemente colocado em oposio aos lados e pontas de cada umdos dedos mediais, os msculos tenares so mais ativos que os hipotenares. Dos msculostenares, o oponente o mais ativo e o flexor curto do polegar o menos ativo. O msculohipotenar mais ativo o oponente do dedo mnimo. medida que a fora de oposioaumenta, a atividade do flexor curto do polegar aumenta, tornando-se dominante.

    Os dedos e seus movimentos exemplificam como o conhecimento do tipo de articulaoe da direo da linha de trao dos msculos envolvidos no fornece todas as informaesnecessrias para determinar o movimento qualitativamente. A complexa expanso extensora,uma estrutura tendnea altamente especializada, um importante determinante domovimento dos dedos.

    Na posio lumbrical, os lumbricais e intersseos dorsais e palmares no podemsimultaneamente fletir a articulao MF e estender as articulaes IFP e IFD. Na posio emgancho, a contrao dos flexores longos dos dedos necessria flexo das IFP e IFD mastambm acompanhada de um indesejvel torque de flexo na MF. Para anular o torquecontraproducente, o extensor dos dedos se contrai, mas assim fazendo tende a causarextenso das IFP e IFD). Essas ineficincias aparentes podem ser explicadas pela naturezados sistemas de alavancas e pela tenso passiva gerada por antagonistas alongados.

    Os lumbricais e intersseos tendem a ser o sistema muscular dominante na articulaoMF. Segundo, o extensor dos dedos domina a articulao MF quando os lumbricais noesto ativos. Terceiro, os flexores longos dominam as articulaes IFP e IFD mesmo quandoo extensor dos dedos est ativo.

    Na posio lumbrical, os lumbricais e intersseos causam flexo da MF, que alonga otendo do msculo extensor dos dedos e subseqentemente causa extenso dasarticulaes IFP e IFD. Na posio em gancho, o msculo extensor dos dedos e os flexoreslongos contribuem. O primeiro domina a articulao MF e os dois ltimos dominam asarticulaes IFP e IFD. Na flexo completa, os flexores longos dominam as articulaes MF,IFP e IFD, mas o estiramento imposto expanso extensora deve ser aliviado por algumgrau de extenso do punho ou, no mnimo, evitando-se a flexo do punho.

    O movimento de preenso geralmente considerado como a categoria de movimentosda mo nos quais a mo segura um objeto. Os movimentos de preenso so classificadoscomo aperto de potncia ou aperto de preciso. No primeiro, todos os msculos extrnsecoscontribuem para a fora. Os msculos intersseos e tenares so usados no aperto depotncia, mas os lumbricais (excluindo o quarto) no so ativos.

    O movimento grosseiro e fora compressiva necessrios no aperto de preciso soproporcionados por msculos extrnsecos especficos. Os msculos intrnsecos, entretanto,fornecem as caractersticas de controle fino da preenso. Se um objeto precisa ser girado namo, os intersseos so importantes para abduzir e/ou aduzir as articulaes MF, e oslumbricais abduzem e/ou aduzem e giram a falange proximal. Os intersseos propiciamalteraes delicadas na compresso, e o flexor curto do polegar oponente do polegar eabdutor do polegar fornecem foras de aduo transversalmente palma.

    14.4. CONSIDERAES MECNICAS DAS LESES DO PUNHO E MO

    O traumatismo de vrias regies do membro superior proximais ao punho e mofreqentemente resulta em disfuno distal. Trs nervos do membro superior, o ulnar, o

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    mediano e o radial, esto sujeitos a leso e influenciam diretamente a funo da mo.As leses do cotovelo podem afetar o nervo ulnar quando este passa entre o epicndilomedial e o elcrano, onde coberto apenas por fscia e pele. A abduo e aduo dosdedos, exceto o polegar, e a flexo do quarto e quinto dedos so afetadas por uma leso donervo ulnar. O nervo mediano o nervo para o lado radial do antebrao e mo. Um dosmuitos ramos desse nervo supre a maioria dos msculos da eminncia tenar, e a leso donervo pode afetar profundamente a funo do polegar. O nervo radial supre os msculos

    extensores do brao e antebrao. Espiralando-se em volta do mero a partir do plexobraquial, o nervo radial pode ser lesado em decorrncia de leses do complexo do ombrocomo luxaes e fraturas, afetando assim o movimento no punho e na mo.

    O canal do carpo uma rea relativamente constrita localizada na face anterior dopunho atravs da qual passam os oito tendes flexores, o flexor longo do polegar e o nervomediano. O canal formado em trs lados pelos ossos do carpo e no quarto lado peloligamento crpico palmar. A sndrome do canal do carpo resulta de uma compresso quepode ser iniciada por micro ou macrotraumatismos, tenossinovite (inflamao de uma bainhatendnea) dos tendes flexores, fratura, ou luxao de qualquer um dos carpais.Basicamente, a tumefao do contedo do canal ou uma constrio do canal comprime onervo mediano. Os resultados so uma gama de sintomas na distribuio do nervo mediano,desde formigamento dos dedos indicador e mdio a atrofia dos msculos tenares.

    15. A COLUNA VERTEBRAL

    15.1. CONSIDERAES ANATMICAS

    A coluna vertebral composta de 33 vrtebras, das quais 24 se unem para formar umacoluna flexvel. De cima para baixo, so classificadas como cervicais (C1 -C7), torcicas (T1-T12), lombares (L1-L5), sacrais (S1-S5) e quatro coccgeas. As vrtebras sacrais ecoccgeas so denominadas vrtebras falsas porque no adulto so fundidas para formar osacro e cccix. As demais vrtebras, cervicais, torcicas e lombares, so denominadasverdadeiras porque permanecem distintas por toda a vida.

    O forame vertebral, atravs do qual passa a medula espinhal, limitado na frente pelocorpo vertebral e atrs pelo arco vertebral. Este arco formado por dois pedculos e lminas.

    Os pedculos se originam do corpo vertebral, enquanto as lminas se originam dos pedculos.Um processo espinhoso projeta-se para trs a partir de sua origem na juno das lminas, edois processos transversos projetam-se para trs e lateralmente a partir de sua origem nas

    junes dos pedculos e lminas. Dois pares de processos articulares, superiores einferiores, unem vrtebras adjacentes. Os nervos espinhais em cada nvel segmentar deixama coluna vertebral atravs dos forames intervertebrais, que so limitados pelas incisurasvertebrais (superior e inferior) de vrtebras contguas.

    A coluna vertebral sustentada e protegida de foras em parte pelas estruturasarticulares. Os dois tipos de articulaes na coluna vertebral so snteses cartilagneas esinoviais planas. O primeiro tipo encontrado ao longo da coluna vertebral do xis ao sacro ecomposto de discos fibrocartilagneos entre os corpos de vrtebras adjacentes. Estes discosso contguos com camadas de cartilagem hialina nas faces inferiores e superiores dos

    corpos e so classificados como snfises. Na regio torcica, os discos tm uma espessuraquase uniforme, enquanto nas reas cervical e lombar so mais espessos na frente, o quecontribui para as curvas regionais.

    Os discos intervertebrais so compostos de duas estruturas principais. O ncleopulposo uma massa semelhante a gel situada no centro do disco. limitado por umacamada de fibrocartilagem resistente denominada anel fibroso.

    Os discos degeneram-se com a idade em associao a uma reduo em suacapacidade de ligar-se com gua. Esta qualidade de ligao gua reduzida resulta emmenor elasticidade, o que influencia a capacidade de armazenar energia e distribuir cargas e,portanto, a capacidade de resistir colocao de cargas.

    A outra articulao encontrada na coluna vertebral a articulao sinovial entre osprocessos de vrtebras adjacentes. As cpsulas dessas articulaes so finas e bastante

    frouxas, fixando-se s margens dos processos articulares. A flexibilidade (a capacidade deuma articulao percorrer uma amplitude de movimento) da coluna vertebral estdiretamente relacionada orientao dessas articulaes com referncia umas s outras.

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    A sustentao ligamentosa da coluna vertebral provm de suas estruturas. O ligamentolongitudinal anterior segue do xis ao sacro ao longo das faces anteriores dos corpos dasvrtebras. Adere aos discos e margens salientes dos corpos, mas no firmemente fixadoaos meios dos corpos. O ligamento longitudinal posterior tambm segue do xis ao sacro,mas ao longo das faces posteriores dos corpos dentro do forame vertebral. Os ligamentosamarelos conectam as lminas de vrtebras contguas em toda a extenso do foramevertebral. Os ligamentos amarelos consistem em tecido elstico amarelo cuja extensibilidade

    e elasticidade permitem a separao das lminas durante a flexo da coluna vertebral. Oligamento supra-espinhal conecta as pontas dos processos espinhosos de C7 at o sacro. Eum forte cordo fibroso cujas fibras, dependendo da localizao, podem transpor at quatrovrtebras. Acima de C7 continua-se como o ligamento da nuca, membrana fibroelstica queno homem representa um vestgio de um importante ligamento elstico encontrado emalguns tipos de animais pastadores.

    15.2. MOVIMENTOS ARTICULARES

    As duas primeiras vrtebras cervicais so estruturas altamente especializadasdedicadas sustentao do crnio. A primeira, denominada atlas, no possui corpo, mas um anel sseo circundando o forame vertebral. Em sua face superior tem duas grandes facesarticulares cncavas que acomodam os cndilos occipitais do crnio. Essas articulaes

    atlanto-occipitais permitem uma flexo e extenso considerveis da cabea. A articulaotem uma cpsula frouxa mas reforada pelos ligamentos atlanto-occipitais anterior,posterior e lateral. A segunda vrtebra, denominada xis, tem uma cavilha curta, chamada dedente, que se estende verticalmente a partir de seu corpo para o forame vertebral do atlas,onde um ligamento muito grande o separa da medula espinhal. Este processo sseo servecomo um piv em torno do qual o atlas gira livremente, tornando possvel girar ou balanar acabea de um lado a outro. O movimento nessas duas articulaes livre em comparaocom as outras articulaes intervertebrais.

    No resto da regio cervical, contudo, as articulaes zigoapofisrias so inclinadas at450 do plano transversal (de frente para trs) e, em geral, se situam orientadas com o planofrontal. Devido a esse alinhamento, as articulaes zigoapofisrias da regio cervicalpermitem flexo e extenso no plano sagital, flexo lateral no plano frontal e rotao no plano

    transversal. A amplitude de movimento para a flexo e extenso varia de cerca de 5 a 170,flexo lateral de 5 a 100 e rotao de 8 a 120 para cada articulao.

    Na regio torcica, as articulaes zigoapofisrias esto em ngulos de at 60 para oplano transversal e 20 para o plano frontal. Tais articulaes permitem uma flexo lateralvariando de 7 a 10 por segmento e rotao de 2 a 10. Os oito segmentos superiores (TI aT8) permitem at 9 de rotao, mas esta quantidade reduzida para cerca de 2 nos quatrosegmentos torcicos inferiores. A flexo e extenso, ainda mais restritas pelas costelas, solimitadas a cerca de 3 a 4 nos 10 segmentos superiores, mas atingem 10 nos segmentosinferiores. A amplitude de movimento das vrtebras torcicas tambm influenciada pelaespessura dos discos intervertebrais.

    Na regio lombar, as faces articulares podem ser perpendiculares ao plano transversal eapresentar um ngulo de at 45 em relao ao plano frontal. Devido a esse alinhamento, a

    rotao no plano transversal intensamente restringida para 2 por segmento em todas asarticulaes exceto a ltima (L5 para S1), que permite at 4 a flexo e extenso variam de12 na maioria das vrtebras lombares superiores a 20 na mais inferior. A flexo lateral variade 3 a 8 por segmento.

    15.3. LOMBALGIA

    As causas de lombalgia foram classificadas em cinco categorias principais: distrbiosintra-abdominais, doena vascular abdominal/perifrica, distrbios psicognicos, fontesneurognicas como leses do crebro, medula espinhal e nervos perifricos, e fontesespondilognicas, que esto relacionadas coluna vertebral e estruturas anatmicasassociadas.

    Uma questo recorrente a respeito dos distrbios acompanhados de lombalgia por

    que a regio lombar parece predisposta a leses. Dois fatores fundamentais so a fraquezainerente da estrutura e as foras ou cargas que ela enfrenta durante tarefas quotidianas eatividades recreativas/desportivas. As fontes das cargas s quais a coluna vertebral submetida incluem o peso corporal, cargas aplicadas externamente e a contrao de

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    msculos.

    15.3.1. Cargas aplicadas coluna vertebral

    A dor no dorso, especialmente na regio lombar, to prevalente nos esportes,ambientes profissionais e mesmo situaes domsticas que se tem empreendido pesquisasbiomecnicas sobre este tema em todo o mundo.

    O desequilbrio entre a fora da musculatura dorsal e da abdominal pode ser fonte deproblemas. Um desequilbrio pode criar, entre outras coisas, um desvio da postura plvica,deste modo alterando a curva lordtica e subseqentemente sobrecarregando o disco.

    As atividades causadoras de rotao so aquelas durante as quais a coluna vertebral submetida a tores vigorosas.

    Em anlises biomecnicas simplificadas, pode-se tratar a coluna vertebral como umcorpo rgido girando em tomo de seu eixo, situado na articulao lombossacral (L5-S 1).Considere algumas das foras que atuam sobre esse tipo de modelo durante as posturaselementares de ficar em p e levantar-se, dado um homem de 891 N (91 kg) na posioereta. Se 50% do peso corporal estiverem acima da articulao lombossacral, pode-sepressupor uma fora compressiva de 445,5 N (45,5 kg). Contudo, no indivduo normal, a facesuperior de S1 inclinada para a frente de 30 a 40 (ngulo sacral). Essa inclinao introduzuma fora de cisalhamento de at 341,25 N 934,8g). as foras compressivas atuam

    predominantemente sobre o anel fibroso atravs da compresso do ncleo pulposo. Asforas de cisalhamento afetam principalmente o forame intervertebral, s vezes denominadoarco neural, a rea entre os processos articulares inferior e superior contguos.

    Se o homem agora fletir a coluna vertebral de modo que o ngulo seja 45, evidenteque o brao de momento do centro de gravidade da metade superior do corpo, e o brao demomento de qualquer peso externo nas mos ou em outro lugar, aumenta. Isto significa quese houver necessidade de manter a metade superior do corpo numa posio de equilbrioesttico, o torque exercido pelos extensores vertebrais (msculo eretor da espinha) deve serigual a essa tendncia rotacional para a frente. Observa-se que o torque necessrio aumenta medida que o ngulo do tronco aproxima-se de 90, quando o brao de momento atingeseu mximo.

    Quando o ngulo do tronco aumenta alm de 90 e o centro de gravidade trazido mais

    prximo do eixo de rotao, o brao de momento comea a diminuir. Logo, a contribuiodos extensores do tronco necessria para se opor a esse torque tambm se reduz.Entretanto, aps um certo ponto na amplitude de movimento da flexo vertebral e da flexodo quadril associada, pode-se observar "relaxamento dos flexores".

    Quando ocorreu relaxamento dos flexores, disse-se que as estruturas sseo-ligamentosas passivas foram responsveis pela estabilizao da coluna vertebral. (Noentanto, o eretor da espinha alongado e o grupo posterior profundo criam tenso passiva, adespeito do silencio eltrico, segundo suas propriedades de comprimento-tenso). Como obrao de momento dos ligamentos ps-vertebrais pequeno, a necessidade de foras dessamagnitude potencialmente perigosa para os ligamentos. A perda de pelo menos parte docontrole muscular nas posies extremas fornece informaes biomecnicas importantesacerca de diversas tarefas de levantamento, simtricas e assimtricas.

    15.4. MSCULOS DA COLUNA VERTEBRAL

    Os msculos que atuam sobre a coluna vertebral podem inicialmente ser divididos emduas categorias, anterior e posterior. Os msculos de ambas as categorias existem em paresbilaterais, embora possam e de fato funcionem de modo independente (unilateralmente).Como regra geral, os msculos da categoria anterior causam flexo da coluna vertebral,enquanto os da categoria posterior so responsveis pela extenso. Considera-se que ummsculo, o quadrado lombar, atua como flexor lateral puro.

    15.4.1. Grupo anterior - flexores cervicais

    O grupo pr-vertebral de msculos consiste no longo do pescoo e longo da cabea.Estes so msculos profundos que causam flexo da cabea e vrtebras cervicais (exceto olongo do pescoo, que atua apenas sobre as vrtebras cervicais) quando se contraembilateralmente. A contrao unilateral desses msculos causa flexo lateral das vrtebrascervicais ou rotao da cabea. Os oito msculos hiideos causam flexo cervical contrauma resistncia maior que a do segmento, mas so usados principalmente na deglutio.

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    O superficial esternocleidomastideo, um msculo de duas cabeas, tambm flete acabea e vrtebras cervicais. Atuando unilateralmente, causa a flexo lateral das vrtebrascervicais e rotao da cabea para o lado oposto (os termos lado oposto e mesmo lado emrelao rotao sero usados para indicar o lado com referncia ao msculo que esteja secontraindo unilateralmente).

    Os msculos escalenos (anterior, mdio e posterior) podem ser considerados com acategoria anterior, mas na verdade situam-se mais lateralmente. Embora importantes na

    respirao, tambm fletem as vrtebras cervicais ou, se ativados em um lado, fletemlateralmente as vrtebras cervicais.

    15.4.2. Grupo anterior - flexores lombares

    Conforme indicado antes, o grau de flexo e extenso da regio torcica extremamente restrito. Por isso, apenas a regio lombar apresentada aqui. Devido slimitaes da regio torcica ao movimento no plano sagital, a grande amplitude da flexo-extenso cervicais no influencia a regio lombar.

    O grupo de msculos responsveis pela flexo lombar geralmente referido comoabdominais. Eles no possuem nenhuma conexo direta com a coluna vertebral. Alguns soainda distinguidos por no possurem fixaes sseas em nenhuma das extremidades.Ademais, alm das aes articulares cruciais que efetuam (isto , flexo lombar), so

    importantes na constrio da cavidade abdominal e seu contedo. Esta ltima funo eleva apresso intra-abdominal, que, alm de estar associada eliminao de resduos (defecaoe mico), tambm reduz as cargas sofridas pelas vrtebras lombares durante determinadasatividades. Uma discusso dessa funo segue-se apresentao da musculatura.

    O msculo reto do abdome, como seu nome indica, desce verticalmente no abdome esuas partes direita e esquerda so separadas pela linha branca tendnea. Devido sua linhade trao orientada verticalmente, um primo-agonista para a flexo da coluna vertebral eum flexor lateral quando ativado apenas de um lado.

    Os msculos oblquos interno e externo do abdome cobrem as pores anterior e lateralda parede abdominal entre o reto do abdome na frente e o msculo grande dorsal / fsciatoracolombar atrs. As fibras desses msculos seguem quase perpendicularmente umas soutras, uma caracterstica que se reflete numa grande diferena em suas aes unilaterais.

    Quando ambos os lados dos oblquos externos se contraem simultaneamente, oscomponentes Z e X de sua trao so neutralizados. Quando apenas um lado do msculo ativado, contudo, ocorre flexo vertebral e, alm disso, flexo lateral e rotao do tronco,neste caso para o lado oposto. Com exceo da direo da rotao, o mesmo vlido paraos oblquos internos. Durante uma contrao unilateral desse msculo, a rotao do tronco para o lado oposto. O transverso do abdome, o msculo mais profundo desse grupo, no temuma funo associada execuo motora por causa de sua linha de trao e conexestendneas. No entanto, todos esses msculos tm uma conexo anatmica comum ourelao entre si, pois as bainhas aponeurticas dos oblquos externo e interno e dotransverso do abdome formam a bainha do reto do abdome.

    15.4.3. Grupo posterior - extensores vertebrais

    Aproximadamente 140 msculos esto envolvidos na funo motora da colunavertebral. Para fins de uma anlise geral do movimento, a separao dos extensores dacoluna vertebral em grupos simplifica o assunto sem comprometer a compreenso. Doisgrandes grupos de msculos compem o grupo posterior (ou extensores vertebrais): o eretorda espinha e o grupo posterior profundo.

    O grupo eretor da espinha, ou msculo sacroespinhal, se origina como uma grandemassa carnosa na rea sacral; quando ascende na coluna vertebral, divide-se em trscolunas principais. A diviso, que ocorre no nvel lombar superior, resulta na formao dosmsculos iliocostal, longssimo e espinhal (ainda considerados globalmente como o eretor daespinha. Nas regies torcica e lombar, o msculo sacroespinhal coberto pela fsciatoracolombar. Esta estrutura particularmente relevante, tendo em vista a prevalncia dasndrome de lombalgia e a relao de uma maior fora dos msculos abdominais com areduo das cargas sobre a coluna vertebral. O transverso do abdome e a poro inferior daorigem do oblquo interno do abdome nascem dessa fscia. Ademais, a poro inferior daorigem do oblquo externo justape-se a uma parte do grande dorsal, dos quais o ltimotambm incorporado fscia.

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    O msculo iliocostal, a mais lateral das trs colunas, divide-se em trs partes regionais,os iliocostais lombar, torcico e do pescoo. Os nomes assinalam sua posio anatmica. Acoluna intermdia (longssimo) e a coluna medial (espinhal) se dividem em trs partesregionais, a do trax, do pescoo e da cabea. Todos estes msculos servem para estendera coluna vertebral em diversos nveis. A contrao unilateral do msculo iliocostal e dolongssimo do trax causa flexo lateral e rotao para o mesmo lado. A flexo lateral erotao das vrtebras cervicais e cabea so produzidas pelos longssimos do pescoo e da

    cabea, respectivamente, quando um lado se contrai. Os espinhais do trax e do pescoo,contraindo-se unilateralmente, tambm causam flexo lateral. Em geral, o espinhal dacabea est associado estrutural e funcionalmente ao semi-espinhal da cabea.

    Os msculos esplnicos (do pescoo e da cabea) so freqentemente consideradosparte do grupo eretor da espinha. Ambos servem como extensores das vrtebras cervicais epodem causar rotao dessas vrtebras e da cabea.

    O grupo espinhal posterior profundo inclui os intertransversrios, interespinhais,rotadores e multfidos, todos os quais atuam para estender a coluna vertebral. Atuandounilateralmente, estes msculos causam flexo lateral e rotao para o lado oposto. importante ressaltar que, assim como todos os msculos, o grau no qual essas aesunilaterais ocorrem depende do torque gerado pela contrao. Estes msculos geralmentepossuem braos de momento muito pequenos. Por exemplo, atribuiu-se um brao de

    momento de 24 mm ao eretor da espinha atuando na articulao L5-S 1. Com base na linhade trao observada do msculo, poder-se-ia muito bem considerar esses movimentosrotatrios e de flexo lateral resultantes como movimentos previstos apenasbiomecanicamente, ao contrrio de movimentos significativos.

    15.5. PAPEL DA MUSCULATURA ABDOMINAL NA REDUO DAS CARGASVERTEBRAIS

    As vrtebras lombares e seus discos associados so submetidas a foras muito grandesdurante o curso de atividades dirias. Em geral, a fratura do corpo vertebral ocorre antes daruptura de um disco sadio. Vrios pesquisadores estimaram ou mediram as magnitudesdessas foras. Devido freqncia de leses do dorso com suas subseqentesrepercusses econmicas, a mecnica da coluna vertebral tem sido estudada extensamente.

    Alguns autores, procurando quantificar foras normalmente encontradas sobre a colunavertebral, usaram modelos biomecnicos. Um modelo estimou as foras compressivas sobreL5 em 10.000 N. Outros relataram valores mais conservadores de 4.250 N de compresso.Em modelos dinmicos, nos quais as foras resultantes da inrcia e acelerao devem serconsideradas, foram relatadas foras compressivas mximas de 7.000 N. Kumar e Davissugeriram que, via de regra, os levantamentos dinmicos podem ser considerados pelomenos duas vezes mais estressantes que sustentaes estticas para a mesma resistncia.Naturalmente, as foras de cisalhamento aumentam com as foras compressivas, e se acarga for assimtrica, foras rotacionais so introduzidas.

    As cargas sobre a coluna vertebral, especialmente a regio lombar, devem ser mantidaso mais baixo possvel.

    A relao entre msculos abdominais fortes e um dorso sadio interessa h muito os

    cinesiologistas. Existe uma relao de causa-efeito intuitiva entre contrao dos msculos doabdome, compresso do contedo abdominal e elevao da PIA (presso intra-abdominal.Quanto maior a PIA e mais rgido o cilindro traco-abdominal, maior a frao de cargavertebral compartilhada e maior a reduo das cargas vertebrais.

    15.6. MECANISMOS TORCICOS BSICOS

    A principal finalidade do trax, composto pelas vrtebras torcicas, 12 parescorrespondentes de costelas, cartilagens costais e esterno, a proteo dos principaiscomponentes dos sistemas respiratrio e circulatrio.

    O movimento do trax est envolvido primariamente com a respirao. A restritaamplitude do movimento toracovertebral, no que diz respeito complexidade e nmero detarefas que constituem o movimento humano, torna-o menos relevante que as regiescervical e lombar. O movimento do trax definido predominantemente pela elevao eabaixamento das costelas e, sob vrias condies, inclu a participao de msculospreviamente descritos e outros que merecem considerao. Em geral consideram-se como

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    os principais msculos da respirao o diafragma e os intercostais. Os msculosescalenos, esternocleidomastideo, peitorais, serrtil anterior e abdominais so consideradosagonistas e acessrios.

    No homem, o diafragma o msculo inspiratrio principal. Com sua ativao esubseqente contrao, o diafragma expande a base do trax ao mover as costelas paracima e lateralmente. Este movimento ocorre pelas foras transmitidas atravs de seu centrotendneo (insero) sua origem, que se fixa quase inteiramente ao redor da face interna da

    cavidade corporal.Os oblquos internos e intercostais externos so ativos durante a expirao e inspirao,

    respectivamente. Esses msculos funcionam de acordo com o interespao no qual estolocalizados.

    15.7. DEFEITOS ESPECFICOS

    A flexibilidade da coluna vertebral s vezes prejudicada pelo desenvolvimento dedesvios indesejveis.

    A cifose e escpulas abduzidas so inteiramente diferentes: a primeira umaconvexidade posterior aumentada da coluna torcica e a ltima um desvio, para a frente, docngulo do membro superior. Entretanto, uma causa a outra e as duas comumente aparecemcomo um defeito integrado.

    A cifose resistente ou estrutural, ou qualquer defeito desse tipo acompanhado de doraguda, indica uma provvel doena ou defeito hereditrio de natureza mais grave. Jamais sedevem fornecer exerccios corretivos nesses casos, exceto quando prescritos por um mdico.

    A lordose uma concavidade posterior aumentada da curva lombar ou cervical normal,acompanhada de uma inclinao da pelve para a frente.

    Os msculos da regio lombar so encurtados e os abdominais alongados. Quandoessa posio assumida habitualmente, um peso excessivo lanado sobre as margensposteriores dos corpos das vrtebras lombares e h uma forte tendncia ao desenvolvimentode escpulas abduzidas em compensao ao desvio para trs do peso corporal. Osindivduos que so mais flexveis do que a mdia tm apenas de adquirir a capacidade deassumir a posio correta da coluna vertebral e, ento, pratic-la at que o hbito esteja

    estabelecido.Quando a pelve inclinada excessivamente para a frente, os msculos do dorso e

    flexores dos quadris so encurtados enquanto os msculos do abdome e do jarrete soalongados. No trar nenhum beneficio corrigir o desequilbrio apenas dos msculos dotronco ou do quadril, ambos os grupos devem ser ajustados e controlados para manter apelve em seu grau de inclinao apropriado.

    Dorso plano (cifose lombar) - o dorso plano envolve uma reduo abdominal nacurvatura lombar normal. O ngulo de obliqidade da pelve reduzido, pois os msculos dos

    jarretes so curtos demais e os flexores dos quadris e ligamentos iliofemorais, longosdemais. Est comumente associado aos ombros arredondados, trax plano e abdomeprotuso tpicos do quadro clnico de fadiga. A condio de difcil correo, mas os esforospara aumentar a fora e tnus dos msculos do abdome e eretor da espinha podem ser

    recompensadores.Curvatura lateral - a curvatura lateral da coluna vertebral, que em estgios acentuados

    denominada escoliose, um desvio para um dos lados. Representa uma combinao dedesvio lateral e rotao longitudinal. Poder-se-ia esperar que os msculos no lado cncavoda curvatura fossem mais fortes que os do lado convexo, e isto o que seria observado se acurvatura decorresse da ao desimpedida dos msculos longitudinais. Contudo, estudoseletromiogrficos mostraram que na maioria dos casos os msculos no lado cncavo somais fracos que o normal. Isto atribudo ao fato de que o desequilbrio dos msculos maisprofundos (semi-espinhal, multfico e rotadores) o principal fator na produo dadeformidade. Esses msculos profundos so rotadores importantes. Quando os de um ladoso particos, a ao desimpedida dos msculos do lado oposto gira as vrtebras para umaposio escolitica.

    Em alguns casos, entretanto, os msculos no lado convexo esto atrofiados e os dolado cncavo, contrados. E controverso se as alteraes que depois ocorrem podem serexplicadas com base apenas no desequilbrio muscular.

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    A curvatura lateral diminui a capacidade da coluna vertebral de sustentar o pesocorporal, distorce as cavidades corporais, aglomera os rgos fora de lugar e, em casosavanados, causa compresso dos nervos espinhais onde eles deixam o canal vertebral. Aescoliose geralmente comea com uma curva em C nica. Esta pode ser para qualquer umdos lados, mas como a maioria das pessoas destra, os msculos no lado direito do corposo mais fortes e a convexidade tende a se desenvolver para a esquerda. A condio tendea ser mais prevalecente em meninas e entre bitipos ectomorfos, mas no est confinada a

    nenhum dos dois. a curvatura pode estender-se por toda a coluna vertebral ou ser localizada.Uma curva em C pode inclinar a cabea obliquamente, quando ento h uma tendnciareflexa a endireit-la at que os olhos estejam novamente nivelados. Ao longo do tempo,esse reflexo de endireitamento cria uma inverso da curva em C nos nveis espinhaissuperiores, produzindo uma curva em S. podem surgir novas tentativas de compensao,criando ondulaes adicionais na curva.

    Nos estgios iniciais, a escoliose pode ser funcional, ou postural. Estes termos indicamque a curva pode ser eliminada por esforo voluntrio ou ao pendurar-se com as mos. Nosestgios posteriores, a condio se torna resistente, ou estrutural, e a curva no pode maisser eliminada desse modo. Uma vez estabelecida uma curva estrutural, exerccios corretivospodem produzir uma curva compensatria ao invs de abolio da curva primria.

    A escoliose pode ser causada por numerosas condies unilaterais, incluindo defeitos

    hereditrios da estrutura; deteriorao de vrtebras, ligamentos, ou msculos, emdecorrncia de infeces ou doena; paralisia unilateral de msculos espinhais; um membroinferior curto unilateral; p plano ou pronao unilateral; e desequilbrio do desenvolvimentomuscular devido profisso ou hbito.

    16. A ARTICULAO DO QUADRIL

    A articulao do quadril uma articulao esferide. formada pelo encaixamento dacabea do fmur no acetbulo do osso do quadril.

    16.1. MOVIMENTOS ARTICULARES

    A despeito da estabilidade inerente proporcionada articulao por sua arquitetura esustentao ligamentosa, a articulao do quadril demonstra um alto grau de mobilidade. Os

    movimentos permitidos pelo quadril, descritos com referncia ao fmur, incluem a flexo eextenso no plano sagital, abduo e aduo no plano frontal e rotao medial e lateral noplano transversal.

    O posicionamento do corpo do fmur, por meio do colo femural, a uma certa distnciada pelve ssea, ajuda a prevenir restries amplitude movimento de articulao do quadrilque poderiam resultar de coliso. O ngulo colo-corpo permite que o corpo do fmur seposicione mais lateralmente em relao pelve. No plano frontal, com referencia ao eixolongitudinal do fmur, o ngulo colo-corpo normal de aproximadamente 125. Adeformidade na qual o ngulo maior, denominada coxa vara, e a deformidade na qual ongulo menor, denominada coxa valga, causam alteraes na transmisso de foras para ofmur e a partir dele.

    Um segundo ngulo, o de anteverso, o ngulo no qual o colo se projeta do fmur nadireo ntero-posterior. Embora haja uma grande variao entre indivduos, o valor normal cerca de 12 a 14. A articulao do quadril pode mover-se independentemente do cngulo domembro inferior, mas pode ser complementada por inclinaes da pelve. A diferena dosistema aberto do cngulo do ombro, o sistema fechado do cngulo plvico impossibilitamovimentos no lado direito independentes do esquerdo. Na posio ereta, as aberturassuperior e inferior da pelve formam ngulos com o plano horizontal, de aproximadamente50-60 e 15, respectivamente.

    Este ngulo denomina-se inclinao da pelve. As inclinaes da pelve so rotaesmedidas com referncia inclinao plvica e classificadas em relao s articulaes dosquadris e lombossacral. A articulao do quadril demonstra sua maior amplitude demovimento no plano sagital, no qual se observa que a flexo pode chegar a 140 e aextenso a 15. A abduo tambm pode atingir 30 e a aduo um pouco menos que isto,25. A aduo deve ser acompanhada de alguma flexo. O grau de flexo do quadril afeta amagnitude da rotao medial e lateral. Numa posio estendida, na qual os efeitoslimitadores dos tecidos ligamentosos se manifestam, as amplitudes de rotao medial e

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    lateral se reduzem para 70 e 90, respectivamente.

    16.2. MUSCULATURA DA ARTICULAO DO QUADRIL

    Vinte e dois msculos atuam sobre a articulao do quadril. Foram apresentados vriosesquemas de classificao, mas um mtodo singelo identificar os msculos que docontribuies importantes para cada uma das aes possveis na articulao do quadril. Osmembros do grupo flexor incluem o psoas e o ilaco, os agonistas primrios e o reto da coxa.

    O grupo extensor do quadril inclui os msculos do jarrete: semimembranceo,semitendneo e cabea longa do bceps da coxa.

    O grupo adutor do quadril composto pelo grcil, adutor longo, adutor curto, adutormagno e pectneo. O grupo abdutor composto de vrios msculos que atuampredominantemente em outras aes articulares. A rotao lateral uma funo de parte doglteo mximo, reto da coxa e um grupo de seis msculos geralmente agrupados como osrotadores laterais.

    16.3. MSCULOS BIARTICULARES (multiarticulares)

    Msculos biarticulares so aqueles que atravessam vrias articulaes e criam cinticasignificativa nessas articulaes. Os msculos do membro inferior so freqentementeempregados como exemplos anatmicos e objetos de pesquisa a respeito dos mecanismosde seu controle pela parte central do sistema nervoso e as resultantes aes articulares.Markee et al sugerira que os msculos biarticulares podem atuar numa extremidade seminfluenciar a outra; esta hiptese foi contestada por Basnuajian e De Luca. A regra geralacerca de um msculo biarticular que ele traciona ambos seus tendes no seletivamenteem direo ao ventre do msculo, deste modo influenciando as articulaes. Um msculobiarticular no pode atuar como um msculo monoarticular sem o auxlio de outros msculos,a menos que uma das aes articulares seja estabilizada por outros msculos. O efeitocintico do msculo sobre a segunda articulao diminudo.

    Um exemplo simples da atividade de um msculo multiarticular o paradoxo do psoas,no qual o msculo psoas, enquanto flete o quadril, causa hiperextenso da regiolombossacral atravs de inclinao plvica anterior, embora o psoas seja considerado flexordo tronco. O paradoxo, a inverso do papel de flexo/extenso, pode ser observado durante

    exerccios como os "abdominais" com os membros inferiores estendidos e elevaes deambos os membros inferiores. As vrtebras lombares so puxadas para a frente e para baixopela contrao do psoas. A contrao simultnea dos msculos do abdome evita a inclinaoanterior da pelve a menos que esses msculos estejam fatigados ou fracos; assim, a pelveno gira para a frente nem as vrtebras lombares so hiperestendidas. Durante algumascombinaes de aes articulares, os movimentos criados por msculos biarticulares somais eficientes do que se fossem criados por msculos monoarticulares. Durante a corrida,por exemplo, logo antes do contato do calcanhar, os extensores do quadril realizam trabalhopositivo sobre o quadril, ao mesmo tempo que realizam trabalho negativo sobre a perna paradesacelerar a extenso no joelho. Felizmente, os msculos do jarrete realizam ambas asfunes simultaneamente a um baixo custo metablico. Elftman estimou o dispndio deenergia por msculos bi e monoarticulares para realizar essa tarefa em 2,61 e 3,97 cavalos

    fora, respectivamente. A execuo por um msculo biarticular representa uma economia deenergia superior a 34%. As aes tendnea, de correia de transmisso e de polia socaractersticas atribudas a msculos biarticulares porque esses msculos no podem causaruma amplitude total de movimento simultaneamente em ambas as articulaes sobre asquais atuam. Quando o quadril e o joelho se fletem simultaneamente, como no movimentopreparatrio de um chute de carat, ou se estendem ao mesmo tempo, como na fase deataque do chute, o msculo se contrai mas no perde tanto de seu comprimento quando doismsculos monoarticulares poderiam se executassem a mesma ao.

    16.4. CONSIDERAES MECNICAS SOBRE AS LESES DAS REGIES DAPELVE E QUADRIL

    16.4.1. Pelve

    A crista ilaca particularmente suscetvel a leses devido sua localizao superficiale massa de tecidos moles na rea vizinha. As contuses incluem periostite da crista ilaca,entorse e avulses musculares. Mais graves, obviamente, so as fraturas do osso ilaco, asquais so infreqentes porque a maioria dos esportes que envolvem foras que podem

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    acarretar este tipo de leso exige acolchoamento protetor. Corridas e saltos vigorosospodem causar fraturas da espinha ilaca ntero-superior.

    16.5. ARTICULAO DO QUADRIL

    A articulao do quadril extremamente estvel e tem uma grande amplitude demovimento. Enquanto para atletas o joelho parece ais suscetvel a leses muito graves, paraa populao no-atltica h estatsticas assustadoras acerca de fraturas do quadril. Por

    exemplo, a osteoporose, uma condio ssea degenerativa que afeta principalmentemulheres acima de 45 anos de idade, a causa de 1,3 milho de fraturas por ano. Destasfraturas, 200.000 so no quadril e 40.000 destas causam complicaes que levam morte.As fraturas do quadril, ento, representam a principal causa de morte em indivduos idososnos EUA. As fraturas do quadril ocorrem menos freqentemente em negros acima de 45anos que em brancos dessa idade, mas as razes para esta diferena so obscuras. A lesode tecidos moles na regio do quadril uma ocorrncia em mais comum em atletas que emno-atletas. Leses relacionadas a estiramento so amide relatadas, particularmenteenvolvendo msculo e nervo. Outros fatores que tomam essa regio suscetvel a leses soa extrema amplitude de movimento, as potentes contraes musculares associadas regiodurante atividades como as diversas formas de locomoo e as abruptas mudanas dedireo e posio, comuns em atividades desportivas e recreativas.

    16.6. A ARTICULAO DO JOELHO

    A articulao do joelho, tipicamente classificada como uma sinovial em dobradia, amaior e mais complexa articulao do corpo. E vulnervel em atletas e supostamentetambm em no-atletas. Investigadores finlandeses relataram recentemente que em homense mulheres a articulao do joelho o local mais comum de leso desportiva que requercirurgia, e que a freqncia em mulheres significativamente mais alta que em homens. Omovimento do joelho denominado por flexo e extenso, mas normalmente ocorre nosplanos sagital, frontal e transversal. Trs articulaes compem o joelho: duas tibiofemorais ea patelofemoral.

    As duas primeiras so os locais onde os cndilos femorais medial e lateral fazemcontato, atravs de cartilagem articular interposta, com a face articular superior da tbia. A

    articulao patelofemoral composta pelas face articular da patela e face patelar do fmur. Apatela um osso sesamide, que se caracteriza por seu desenvolvimento dentro de umtendo, neste caso o tendo do msculo quadrceps da coxa.

    A maioria dos casos de luxao do joelho na verdade uma luxao da patela.

    A cpsula articular do joelho diferena de outras articulaes, no forma uma estruturaenvolvente completa da articulao. Os poucos ligamentos capsulares verdadeiros queconectam os ossos so auxiliados por tecidos tendneos dos msculos associados articulao. O ligamento da patela a continuao do tendo do msculo quadrceps dacoxa clistal patela. extremamente forte e segue da patela para a tuberosidade da tbia.Resiste tendncia da face tibial superior de deslocar-se para frente com referncia aofmur durante alguns tipos de movimento.

    Outras estruturas ligamentosas importantes que servem para estabilizar a articulao do

    joelho incluem OS ligamentos poplteo oblquo, poplteo arqueado, colaterais medial e laterale cruzados anterior e posterior.

    Os meniscos medial e lateral desempenham um importante papel a funo do joelho.Auxiliam diretamente a estabilizao da articulao, aprofundando as faces articulares datbia, servindo como fonte de absoro de choque e transmisso de foras ao aumentar area de superfcie articular, aumentando a eficincia da lubrificao articular e fixando-se aos05505 e outros tecidos moles das articulaes que restringem alguns tipos de movimento.

    16.6.1. Movimentos articulares

    O movimento da articulao do joelho, embora mensurvel ao redor dos trs eixos, dominado por flexo e extenso no plano sagital. A amplitude movimento da extensocompleta (0) flexo completa de aproximadamente 140. O movimento do joelho no

    plano transversal acompanha tipicamente a flexo e extenso e referido como rotao tibiale medial e lateral.

    O movimento no plano transversal uma funo da posio do joelho no plano sagital.Nenhuma rotao do joelho permitida quando o joelho est completamente estendido;

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  • 7/30/2019 Cinesiologia de MMSS e MMII

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    contudo, at 45 de rotao lateral e 30 de rotao medial so possveis quando ojoelho est fletido at 90. Na extenso completa, a rotao restrita pela arquitetura sseada articulao, enquanto alm de 90 de flexo o movimento limitado pelos tecidos molesesticados ao redor da articulao.

    Costigan e Reid descreveram a rotao tibial durante excurses de flexo e extenso dojoelho. Essas aes simultneas so importantes no movimento normal do joelho. Mediu-seo torque radial no joelho e verificou-se que este uma funo da posio do p. A menor

    quantidade de torque dirigido lateralmente foi encontrada quando o p estava giradolateralmente em 17. Costigan e Reid verificaram que h de fato uma posio do p, maiorque 17 mas menor que 50, na qual o torque radial no joelho reduzido a zero; esta posiovaria entre indivduos e tem implicaes para exerccios como o agachamento com psparalelos e saltos verticais, que exigem flexes dos joelhos e extenses do membrosustentador do peso.

    16.6.2. Msculos da articulao do joelho

    Doze msculos atuam na articulao do joelho e so classificados em trs grupos: ojarrete, o quadrceps da coxa e msculos no-classificados. O grupo do jarrete inclui osmsculos semitendneo, semimembranceo e bceps da coxa.

    O quadrceps da coxa constitudo pelos msculos reto da coxa e trs vastos - vastolateral, medial e intermdio.

    O grupo de msculos no-classificados da articulao do joelho inclui o sartrio, o grcil,o poplteo, o gastrocnmio e o plantar. Os dois ltimos msculos atuam predominantementena articulao do tornozelo, embora passem atrs da articulao do joelho e possuamalguma capacidade de flexo.

    16.6.3. Mecanismo de bloqueio do joelho

    Normalmente, quando o joelho est completamente estendido numa posio eretanormal, a linha de gravidade passa na frente do ponto de contato tibiofenural. Assim, o joelho mantido em extenso pelo torque gravitacional. Devido disparidade nos dimetros doscndilos femorais medial e lateral e dos meniscos correspondentes, a contrao continuadado quadrceps da coxa pode, e necessria para causar rotao lateral do fmur sobre atbia. Esta rotao faz com que o fmur se assente mais intimamente nos meniscos no que

    foi denominado um movimento de "encaixe em parafuso".16.6.4. Consideraes mecnicas sobre as leses do joelho

    As entorses do joelho resultam de movimentos que ultrapassam os limites normais daarticulao. Quando forados alm dessa restrio natural, os ligamentos podem sersubmetidos a uma tenso superior a seu limite elstico, colocando-os na regio plstica desua curva de carga-extenso. O resultado uma deformao permanente dos ligamentos,cuja magnitude depende da fora aplicada. No joelho, a entorse ligamentosa pode ocorrerem qualquer direo de movimento. No tipo talvez mais comum de leso do joelho,freqentemente visto no campo de futebol americano, o p fixado e o fmur giramedialmente com referncia tbia, que ao mesmo tempo gira lateralmente. Todo o joelho deslocado medialmente, resultando em tenso ligamentosa medial. Quando a fora continuada, o ligamento cruzado anterior e, por fim, o cruzado posterior so submetidos

    tenso. A "trade infeliz" refere-se a uma leso que afeta simultaneamente o ligamentocolateral medial, ligamento cruzado anterior e menisco medial.

    Uma entorse intensa o precursor da luxao do joelho patelofemoral ou tibiofemural.Um fator anatmico que predispe um indivduo luxao patelofemoral um nguloanormal. O ngulo Q o desvio entre a linha de trao do quadrceps da coxa e o ligamentoda patela. Geralmente medido como o ngulo entre a linha da espinha ilaca ntero-superior e o centro da patela e a linha do centro da patela tuberosidade da tbia.

    Um ngulo Q de 10 considerado normal. ngulos maiores podem resultar emluxaes laterais da patela quando a contrao do quadrceps reduz o ngulo.

    De gravidade bem maior e, felizmente, menos comum, a luxao tibiofemural.

    A leso de meniscos geralmente simultnea entorse ligamentosa. Os mecanismos

    de leso dos meniscos medial e lateral diferem.Os atletas freqentemente sentem uma dor ao longo da perna que chamam de shin

    splints e existem vrias teorias acerca da causa da incapacidade e parece ser uma condio

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