CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology...

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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA E SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL AO APERFEIÇOAMENTO DE SERVIÇOS: Roteiro de referência e Estudo de caso SÃO PAULO 2007

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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO

CHARLES SPINA

APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA E SIMULAÇÃO

COMPUTACIONAL AO APERFEIÇOAMENTO DE SERVIÇOS: Roteiro de

referência e Estudo de caso

SÃO PAULO

2007

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CHARLES SPINA

APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA E SIMULAÇÃO

COMPUTACIONAL AO APERFEIÇOAMENTO DE SERVIÇOS: Roteiro de

referência e Estudo de caso

Dissertação apresentada ao Curso de

Mestrado Profissional em Administração

da Escola de Administração de Empresas

de São Paulo da Fundação Getulio

Vargas, para obtenção do título de Mestre

em Administração.

Linha de Pesquisa: Gestão de Operações

(POI)

Orientador: Prof. Dr. Orlando Cattini Junior

SÃO PAULO

2007

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CHARLES SPINA

APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA E SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL AO APERFEIÇOAMENTO DE SERVIÇOS: Roteiro de

referência e Estudo de caso Dissertação apresentada ao Curso de

Mestrado Profissional em Administração

da Escola de Administração de Empresas

de São Paulo da Fundação Getulio

Vargas, para obtenção do título de Mestre

em Administração.

Linha de Pesquisa: Gestão de Operações

(POI)

Data da Aprovação: ___ / ___ / ____

Banca Examinadora:

_________________________________

Prof. Dr. Orlando Cattini Junior

(Orientador)

FGV-EAESP

_________________________________

Prof. Dr. Julio César Bastos de Figueiredo

FGV-EAESP

_________________________________

Profa. Dra. Eliane Simões Martins

UEL

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FICHA CATALOGRÁFICA

Spina, Charles. Aplicação de ferramentas lean seis sigma e simulação computacional ao aperfeiçoamento de serviços: Roteiro de referência e Estudo de caso / Charles Spina. - 2007. 138 f. Orientador: Orlando Cattini Junior. Dissertação (MPA) - Escola de Administração de Empresas de São Paulo. 1. Serviços (Economia) – Simulação por computador. 2. Simulação (Computadores). 3. Controle de qualidade. I. Cattini Júnior, Orlando. II. Dissertação (MPA) - Escola de Administração de Empresas de São Paulo. III. Título.

CDU 338.46

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Aos meus amados Raul e Sabrina

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AGRADECIMENTOS

Aos meus queridos Sabrina e Raul, por serem minha grande motivação.

Aos meus pais e irmãos, pelo apoio, auxílio com o Raul e pela eterna preocupação e

torcida.

Aos amigos Ivo, Denis e Simone, pela ajuda precisa e de qualidade.

Ao amigo Ricardo, companheiro de jornada.

A todos meus colegas de trabalho, pelo apoio, confiança e por suprirem minhas

ausências com compreensão e brilhantismo.

Aos amigos da turma 2005 do MPA que muito me ensinaram ao longo dos últimos

dois anos.

Ao Professor Cattini, pela sugestão do tema da pesquisa e orientação.

Finalmente, a Deus, que me proporcionou saúde, paz e energia para a conclusão

deste trabalho.

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“A essência do conhecimento consiste em

aplicá-lo, uma vez possuído”.

Confúcio (551 a.C. – 479 a.C.)

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RESUMO

A melhoria da qualidade da prestação de serviços em virtude do aumento da

competitividade nas empresas vem se tornando uma realidade evidente para

aquelas que desejam continuar atuantes no mercado de serviços.

Esta melhoria deve ter como objetivo a satisfação das necessidades de seus clientes

e para isto, abordagens de Qualidade como Lean Seis Sigma encontram as

condições propícias para sua utilização.

Lean Seis Sigma é uma metodologia de melhoria de qualidade que apresenta foco

na variabilidade dos processos e objetiva a redução de falhas ou defeitos por meio

do arcabouço de técnicas e ferramentas estatísticas da qualidade.

Este trabalho tem como proposta a apresentação de um roteiro de referência para a

aplicação de Lean Seis Sigma em Serviços utilizando-se, ainda, de Simulação

Computacional de processos, uma poderosa ferramenta que possibilita maior

agilidade e precisão à aplicação do roteiro.

Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica para apresentar um referencial

teórico de conceitos sobre Lean Seis Sigma, Simulação Computacional e Casos de

Implementação para que, a partir desta base, fosse desenvolvida o roteiro de

aplicação de Lean Seis Sigma em Serviços.

Para validação da proposição, realizou-se um estudo de caso em um processo de

serviço de uma grande instituição financeira, aplicando-se o roteiro proposto e

analisando os resultados obtidos.

Palavras-chave: Serviços, Qualidade, Seis Sigma, Lean, Simulação Computacional,

Roteiro, Estudo de Caso.

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ABSTRACT

The improvement in the quality of the provided services, due to the rising

competitiveness of the industry is becoming an evident reality for those companies

that desire to maintain themselves in the service market.

The main goal for this quality improvement is to achieve satisfaction of costumers’

needs and for this, quality approaches such as Lean Six Sigma find their propitious

conditions for being used.

The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the

variability of the processes and objectives the reduction of imperfections or defects

by using schematizing techniques and statistical tools for quality.

This work has as proposal to present a reference methodology to apply The Lean Six

Sigma in the service industry. It also presents the use of Computer Processes

Simulation, a powerful tool that makes possible to increase agility and precision of

the methodology application.

In the beginning (First of all), it was carried a bibliographical revision to present a

theoretical reference of the concepts concerning The Lean Six Sigma, Computational

Simulation and Cases of Implementation so that, from this point, it was developed the

methodology of application of Lean Six Sigma in service industry.

In order to validate this proposal, it was fulfilled a case study on a service process in

a major financial institution, applying the herein proposed methodology and analyzing

the achieved results.

Key Words: Service Industry, Quality, Six Sigma, Lean, Computational Simulation,

Methodology, Case Study.

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LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 2.1: Fluxo da Metodologia de Pesquisa 8

Figura 3.1: Qualidade percebida do Serviço 15

Figura 3.2: Curva de Gauss – Distribuição Normal 21

Figura 3.3: Processo 6 Sigma estável 22

Figura 3.4: Processo 6 Sigma no longo prazo 23

Figura 3.5: Método DMAIC 25

Figura 3.6: Técnicas e Ferramentas de Lean e Seis Sigma 35

Figura 3.7: Exemplo de um processo de formalização de empréstimos 39

Figura 3.8: Exemplo de uma matriz QFD 40

Figura 3.9: Exemplo de um Gráfico de Controle 41

Figura 3.10: Exemplo de um Histograma 41

Figura 3.11: Exemplo de uma planilha de FMEA 42

Figura 3.12: Exemplo de um gráfico de Pareto 43

Figura 3.13: Exemplo de um diagrama de causa e efeito 44

Figura 3.14: Exemplo de uma Matriz Swot 45

Figura 3.15: Equação para cálculo do Lead Time 45

Figura 3.16: Fluxo do Processo de Simulação 56

Figura 4.1: Alvo do projeto Lean Seis Sigma 66

Figura 5.1: Fluxo do Processo de Formalização de financiamentos – Visão Macro 79

Figura 5.2: Fluxo de Atividades do Processo A 79

Figura 5.3: Histograma do Tempo de Ciclo do Processo A 82

Figura 5.4: Tipo de distribuição Lognormal definida pelo software STAT::FIT 83

Figura 5.5: Modelo Computacional do Processo A 85

Figura 5.6: Sistema de filas do Processo A 88

Figura 5.7: Sistema de filas do Processo A 88

Figura 5.8: Análise FMEA da Atividade Analisar Juridicamente 90

Figura 5.9: Análise FMEA da Atividade Analisar Documentos 91

Figura 5.10: Análise FMEA da Atividade Cadastrar dados e valores da operação 92

Figura 5.11: Modelo Computacional do Processo A Melhorado 94

Figura 5.12: Equação para cálculo do Nível Sigma 95

Figura 9.1: Tela de Abertura do ServiceModel 132

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Figura 9.2: Tela de cadastramento de Locais 133

Figura 9.3: Tela de cadastramento de Entidades 134

Figura 9.4: Tela de cadastramento de Variáveis 135

Figura 9.5: Tela de cadastramento de Variáveis 136

Figura 9.6: Tela de cadastramento de Chegadas 137

Figura 9.7: Tela de cadastramento de Processos 137

Figura 9.8: Tela de cadastramento de Recursos 138

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LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 3.1: Nível de Qualidade Sigma. 23

Tabela 3.2: DMAIC 28

Tabela 3.3: Sinergias entre Lean e Seis Sigma 35

Tabela 3.4: Comparação das metodologias Seis Sigma e Lean 37

Tabela 5.1: Distribuição do Tempo de Ciclo do Processo A 81

Tabela 5.2: Medidas de Posição e Dispersão do Tempo de Ciclo do Processo A 82

Tabela 5.3: Desempenho de algumas atividades do Processo A 83

Tabela 5.4: Recursos no Processo A 84

Tabela 5.5: Percentuais de Análise Jurídica e de Pastas com a maioria dos documentos presentes. 85

Tabela 5.6: Valores resultantes das atividades Cadastrar Entrada e Montar Pasta 86

Tabela 5.7: Tabela comparativa entre o Processo A e seu modelo 87

Tabela 5.8: Novo desempenho de algumas atividades do Processo A 93

Tabela 5.9: Performance da Simulação do Processo A Melhorado 95

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CTQ - Critical To Quality

DMADV - Define, Measure, Analyze, Design, Verify

DMAIC - Define, Measure, Analyze, Improve, Control

DOE - Design Of Experiments

DPMO - Defects Per Million Opportunities

FMEA - Failure Modes and Effects Analysis

LEI - Limite de Especificação Inferior

LES - Limite de Especificação Superior

PERT-CPM - Program Evaluation and Review Tecnique - Critical Path Evalution

QFD - Quality Function Deployment

SWOT - Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats

TQM - Total Quality Management

WIP - Work In Process

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SUMÁRIO

Página

1. Introdução 1

1.1. Considerações Iniciais 1

1.2. Motivações da Pesquisa 3

1.3. Objetivos 5

1.4. Estrutura do Trabalho 5

2. Metodologia 7

2.1. Descrição da Metodologia 7

2.2. Limitações do estudo 9

3. Revisão Bibliográfica 10

3.1. Serviços e Qualidade 10

3.1.1. Contextualização de serviços 10

3.1.2. A Importância dos serviços 11

3.1.3. Qualidade 12

3.1.4. Avaliação da Qualidade do Serviço pelo Cliente 13

3.1.5. Sinopse da Evolução Contemporânea da Qualidade 17

3.1.6. Considerações sobre o tema 18

3.2. Lean Seis Sigma 19

3.2.1. Seis Sigma 19

3.2.2. Definição Estatística 20

3.2.3. O Método DMAIC 24

3.2.4. Variabilidade 29

3.2.5. Lean 30

3.2.6. A Integração de Lean e Seis Sigma 33

3.2.7. Principais Ferramentas Lean Seis Sigma 38

3.2.8. Considerações sobre o tema 49

3.3. Simulação Computacional 50

3.3.1. Definições 50

3.3.2. Metodologia de Simulação 54

3.3.3. Considerações sobre o tema 57

4. Definição do Roteiro de Referência para Aplicação de Lean Seis Sigma em Serviços 59

4.1. Casos na Literatura 59

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4.1.1. Síntese da pesquisa 63

4.2. Roteiro de Referência 64

4.2.1. Passo 1 65

4.2.2. Passo 2 66

4.2.3. Passo 3 67

4.2.4. Passo 4 68

4.2.5. Passo 5 68

4.2.6. Passo 6 69

4.2.7. Passo 7 69

4.2.8. Passo 8 70

4.2.9. Passo 9 71

4.2.10. Passo 10 72

4.2.11. Passo 11 72

4.2.12. Passo 12 72

4.2.13. Passo 13 73

5. Estudo de Caso 74

5.1. Descrição da organização em estudo 74

5.2. Apresentação do Caso 74

5.2.1. Descrição do Processo de Estudo 75

5.3. Aplicação do Roteiro Proposto 77

5.3.1. Passo 1 77

5.3.2. Passo 2 80

5.3.3. Passo 3 80

5.3.4. Passo 4 84

5.3.5. Passo 5 84

5.3.6. Passo 6 86

5.3.7. Passo 7 87

5.3.8. Passo 8 89

5.3.9. Passo 9 89

5.3.10. Passo 10 94

5.3.11. Passo 11 95

5.3.12. Passo 12 96

5.3.13. Passo 13 96

5.4. Discussão dos resultados 96

6. Conclusões 98

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6.1. Recomendações de Estudos Futuros 101

7. Referências Bibliográficas 102

8. Apêndices 113

8.1. Código de programação do Processo A 113

8.2. Código de programação do Processo A Melhorado 124

9. Anexos 131

9.1. Nível Sigma 131

9.2. A Construção de um Modelo 132

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1

1. Introdução

1.1. Considerações Iniciais

A sobrevivência das empresas depende do crescimento dos negócios, hoje

determinado principalmente pela satisfação dos clientes, suportada pelas dimensões

de qualidade, preço e serviços. Esses elementos são possíveis por meio da

capabilidade do processo, que é limitado em grande parte por inúmeras variações.

As limitações e variações dos processos conduzem freqüentemente ao aumento de

defeitos, falhas, custos e tempos nos ciclos de produção. Para eliminar a variação

nos processos, é necessário aplicar o conhecimento certo e aprender os meios

existentes para aumentar a satisfação dos clientes que conduzirão à excelência

operacional. Portanto, tratar desse tema é de importância relevante, considerando a

competitividade e as exigências impostas às empresas na atualidade.

A estratégia de gerenciamento dos processos pode contribuir também para a criação

de vantagens competitivas sustentáveis, pois em função de sua complexidade,

podem ser de difícil imitação, de acordo com o conceito defendido por Prahalad e

Hamel (1990).

Uma metodologia que está se consolidando no mundo dos negócios e possibilitando

grandes conquistas às empresas é o Seis Sigma, um método que se concentra na

diminuição ou eliminação da incidência de erros, defeitos e falhas em um processo.

Seis Sigma surgiu em meados da década de 80 quando a empresa Motorola que

começou a estudar as variações dos processos produtivos para desenvolver ações

de melhoria. Essa abordagem, inicialmente aplicada nos processos produtivos com

excelentes resultados, foi logo estendida a todas as atividades da organização e

batizada como a conhecemos: Seis Sigma, o programa utilizado pela Motorola para

gerenciar seus negócios e que, estatisticamente, significa ter processos de produção

com níveis mínimos de defeito (ECKES, 2001).

Além da Motorola, outras organizações, como a Alliedsignal e a General Eletric, logo

adotaram a abordagem Seis Sigma e obtiveram grandes resultados. O sucesso

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dessas organizações tornou o Seis Sigma popular como uma abordagem para

eliminação da variabilidade dos processos e redução de desperdícios através de

ferramentas e técnicas estatísticas (ANTONY; BANUELAS, 2002) e que pode ser

aplicada na maioria dos setores da atividade econômica, incluindo-se serviços

(SMITH; ADAMS, 2000).

Alcançar o Seis Sigma significa reduzir defeitos, erros e falhas a perto de zero e

atingir a quase perfeição no desempenho dos processos. A metodologia associa um

rigoroso enfoque estatístico a um conjunto de ferramentas que são empregadas com

o objetivo de caracterizar as fontes de variabilidade e demonstrar como esse

conhecimento pode controlar e aperfeiçoar os resultados (WATSON, 2001).

Diante dessas oportunidades, a aplicação dos conceitos de Lean Seis Sigma

representa um poderoso recurso para a eliminação de erros, a diminuição de

desperdícios e a conquista de resultados que melhoram significativamente os

processos (ANDRIETTA, 2003).

Recentemente a metodologia Seis Sigma vem sendo utilizada integrada com a

metodologia Lean, alavancando a quantidade de técnicas e ferramentas que podem

ser aplicadas em projeto de melhoria de processos. A junção dessas duas

abordagens de melhoria de processos foi denominada Lean Seis Sigma (GEORGE,

2004).

Um dos grandes atributos de valor/qualidade para os clientes é o tempo de ciclo de

uma transação. No caso de empréstimos imobiliários, por exemplo, a formalização

do contrato de serviço é uma etapa importante que antecede a entrega do produto.

O prazo ou tempo de ciclo dessa etapa é extremamente importante para o cliente.

Reduzir a variabilidade desse tempo de ciclo é também uma forma de gerar valor

para o cliente. Segundo Kotler (1998), os clientes compram o que lhes oferece maior

valor de consumo, no caso a diferença entre os benefícios oferecidos e o custo para

o cliente. O custo para o cliente também inclui seu tempo, energia e custos físicos.

A metodologia Lean Seis Sigma vem de encontro a esse objetivo, trazendo

ferramentas analíticas fundamentadas estatisticamente que buscam a qualidade e a

eficiência dos processos. Aplicar essa metodologia em um processo é uma

oportunidade de verificar os resultados que Lean Seis Sigma pode proporcionar em

um serviço.

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Adicionalmente, outro ponto de estudo desta dissertação é a utilização de simulação

computacional. A simulação computacional é uma poderosa ferramenta na análise

de processos e sistemas complexos, tornando possível o estudo, a análise e a

avaliação de situações que não seriam possíveis na vida real. Em um mundo em

crescente competição, ela tem se tornado uma metodologia indispensável para os

tomadores de decisão nas mais diversas áreas (SHANNON, 1998).

Por fim, como conseqüência, o objetivo é definir um roteiro de aplicação de

conceitos e ferramentas de Lean Seis Sigma em um processo de serviço, com a

utilização de um software de modelagem e simulação. Após essa definição, este

roteiro será aplicado a um processo de serviço de formalização de contratos de

financiamento imobiliário através de um estudo de caso.

1.2. Motivação da Pesquisa

É inegável a importância da Qualidade na administração como uma filosofia de

gestão, envolvendo pessoas e processos e tendo como foco o mercado e os clientes

(CORRÊA; CORRÊA, 2006). A gestão baseada em critérios e conceitos da

Qualidade é algo extremamente importante para as empresas, não só do ponto de

vista da organização em si, como do ponto de vista dos acionistas e clientes.

As operações existem; são projetadas e gerenciadas para criar e entregar pacotes

de valor aos seus clientes (CORRÊA; CORRÊA, 2006). Além disso, segundo

Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005), para assegurar o benefício de um conceito em

serviços é preciso estabelecê-lo como diferencial competitivo e, para isso, se faz

necessário gerir a operação com eficiência.

De acordo com as pesquisas realizadas, Lean Seis Sigma ainda é pouco explorado

no âmbito acadêmico, em aspectos como sua relação com sistemas de qualidade já

existentes na organização, o aprendizado organizacional e o estudo prático dos

casos de implantação.

Uma razão teórica e outra empírica estão no centro da elaboração deste trabalho. A

primeira avançar na análise dos pressupostos relacionados com a adoção e

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4

implementação do Lean Seis Sigma pelas organizações, e a segunda busca

identificar e relatar às outras organizações pontos importantes e pontos de atenção

que se relacionam com a implantação de um projeto Lean Seis Sigma.

A metodologia Lean Seis Sigma é abordada na literatura de forma muito genérica e

conceitual, pois são raras as publicações que demonstram aplicações práticas ou

descrições detalhadas de casos de sucesso, principalmente na área de serviços. No

campo da pesquisa acadêmica, as buscas realizadas de trabalhos brasileiros

relacionados ao tema confirmam o número reduzido de fontes de informações

acerca do assunto.

Assim, muitas empresas de serviços ainda relacionam Lean Seis Sigma com

atividades de manufatura. A análise e divulgação de casos relacionados a serviços

em geral é a maneira de iniciar, desenvolver e implementar Lean Seis Sigma no

setor de serviços.

Segundo Reis (2003), na maior parte dos casos conhecidos, verifica-se que a

metodologia Lean Seis Sigma vem sendo introduzida no Brasil por empresas

multinacionais ou globais, em geral norte-americanas, que utilizam a metodologia em

seu país de origem e, por esta razão, tentam aplicá-la à realidade brasileira. Muito

pouco, porém, é divulgado com o nível de detalhes desejado, com relação ao

sucesso ou fracasso dessas iniciativas.

Devemos considerar ainda que um dos pré-requisitos da metodologia é a presença

de uma linha de pensamento estatística (SANTOS, 2006), o que demanda um

conhecimento, algumas vezes, inexistente nas empresas. A utilização de uma

ferramenta de simulação computacional ainda agrega mais aspectos técnicos e traz

benefícios à aplicação da metodologia. Tal qual Lean Seis Sigma, simulação

computacional de processos também é pouco explorado e experimentado na

literatura.

Considerando esse contexto, o estudo contribuirá para o aumento do número de

fontes de informação teóricas e práticas sobre o tema da melhoria de processos,

bem como elevará o nível de conhecimento do assunto Lean Seis Sigma na região

abrangida pelo trabalho.

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1.3. Objetivos

O presente estudo tem como objetivo principal definir um roteiro de aplicação dos

conceitos de Lean Seis Sigma em processos de serviços utilizando-se de simulação

computacional e estudar sua aplicação em um caso real.

Alguns objetivos específicos:

- Identificar as metodologias existentes na literatura;

- Levantar aplicações reais descritas na literatura;

- Montar um roteiro de referência incorporando a simulação computacional à

metodologia Lean Seis Sigma.

A pergunta de pesquisa a ser respondida nesta dissertação é:

Quais as características relevantes e ganhos esperados da aplicação da

metodologia Lean Seis Sigma em processos de serviços utilizando-se de

simulação computacional?

Algumas outras questões secundárias relevantes:

- Quais as características importantes para um roteiro ou metodologia de aplicação

de Lean Seis Sigma?

- Quais as vantagens e desvantagens da utilização da simulação de processos

como ferramenta na aplicação da metodologia Lean Seis Sigma ?

1.4. Organização do Trabalho

Esta dissertação está estruturada em 9 capítulos que buscam estabelecer uma

disposição seqüencial das informações e dos passos realizados.

No Capítulo 1 encontra-se a Introdução do trabalho, onde o leitor é apresentado ao

tema, sua relevância, bem como aos objetivos que serão perseguidos.

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6

A seguir, no Capítulo 2, é apresentada a metodologia de pesquisa, onde se detalha

o tipo de pesquisa e o fluxo que será seguido no desenvolvimento do trabalho.

Logo após, inicia-se a Revisão Bibliográfica no capítulo 3, onde é apresentado todo

o referencial teórico e conceitual que servirá de base para a proposição do roteiro de

referência objetivado.

No Capítulo 4 realiza-se uma grande pesquisa na literatura de casos envolvendo a

temática do trabalho para seja possível complementar as informações apresentadas

até o momento e, neste mesmo capítulo, propor o roteiro de referência para

aplicação de Lean Seis Sigma em serviços.

O Estudo de caso inicia-se no capítulo 5, onde o processo estudado é descrito e o

roteiro proposto é aplicado, para que o mesmo seja validado e sejam analisados o

resultados obtidos.

Em seguida encontra-se o capítulo 6 com as conclusões do trabalho e as propostas

de estudos futuros.

Por fim verificamos os capítulos 7, 8 e 9 respectivamente Referências Bibliográficas,

Apêndices e Anexos.

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7

2. Metodologia

2.1. Descrição da Metodologia

O estudo proposto seguirá o modelo fenomenológico ou qualitativo, mas baseado

em dados quantitativos. A metodologia adotada é a de estudo de caso de caráter

experimental. Segundo Scapens1 (1990 apud HUSSEY E COLLIS, 2005), este tipo

de pesquisa examina as dificuldades para implementar novos procedimentos e

técnicas em uma organização e para avaliar seus benefícios.

Segundo Silva e Menezes (2000), a abordagem qualitativa considera que o

ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o

instrumento chave, que tende a analisar os dados indutivamente.

Segundo Nakano e Fleury (1997), os principais métodos da pesquisa qualitativa são:

o estudo de caso, a observação participante e a pesquisa-ação.

Hoppen et al. (1996) apresenta as principais características de uma pesquisa

qualitativa a seguir:

- A pesquisa busca uma profunda compreensão do contexto da situação;

- A pesquisa enfatiza o processo dos acontecimentos, isto é, a seqüência

dos fatos ao longo do tempo;

- Enfoque da pesquisa é mais desestruturado, não há hipóteses fortes no

início da pesquisa, o que lhe confere bastante flexibilidade;

- A pesquisa utiliza mais de uma fonte de dados e enfatiza a perspectiva do

objeto de estudo.

Para Yin (2005), o estudo de caso se caracteriza como sendo uma estratégia de

pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo inserido no seu

contexto.

1 Scapens, R.W. (1990) Researching Management Accounting Pratice: The Role of Case Study Methods, British Accounting Review, 22, pp.259-81.

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8

Baseado no exposto, a metodologia está dividida em fases, que são apresentadas

na Figura 2.1, destacando-se suas relações e interdependências.

Inicialmente foi definido o problema de pesquisa, seu escopo e abrangência. A partir

da definição, foi feito o levantamento bibliográfico, buscando os conceitos de Lean

Seis Sigma, Simulação Computacional e exemplos de metodologias e técnicas de

aplicação de Lean Seis Sigma e Simulação Computacional em processos em geral.

Na segunda etapa foi proposto um roteiro de referência que, em seguida, foi

aplicado através de um estudo de caso. O trabalho se encerra com a análise crítica

dos resultados e conclusões.

Figura 2.1: Fluxo da Metodologia de Pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor

No estudo de caso, o método de coleta de dados a ser empregado é o de Diário,

porém com uma vantagem substancial: Os dados diários são registrados de maneira

automática por um sistema computacional utilizado na operação e controle do

processo (Workflow), o que garante maior consistência e confiabilidade aos dados.

Definição do Problema

Revisão Bibliográfica

Simulação Computacional

Proposição da Metodologia de Referência

Lean Seis Sigma

Estudo de Caso

Análise Crítica e Conclusões

Levantamento das Metodologias e Aplicações existentes

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9

Os Diários são mais úteis como geradores de dados quantitativos desde que sejam

usados os mesmos formatos para arquivar informações e se tome cuidado com a

não-confiabilidade dos arquivos (HUSSEY; COLLIS, 2005).

2.2. Limitações do Estudo

De forma geral, o estudo apresenta algumas limitações. A principal delas está ligada

à dificuldade de se estabelecer generalizações científicas baseando-se em estudos

de caso, os quais são fundamentados na abordagem qualitativa (YIN, 2005).

Outra limitação deste estudo é seu enfoque nas técnicas, métodos e ferramentas

que fazem parte de Lean Seis Sigma, não explorando o arcabouço comportamental

e cultural dessa metodologia.

Grande parte das pesquisas relacionadas a Lean Seis Sigma enfoca o aspecto

comportamental da metodologia, citando-o como aspecto chave para o sucesso. Em

um ambiente real não seria possível mensurar os efeitos da presença ou ausência

destes aspectos na execução desta pesquisa, porém a utilização de simulação

computacional criou um ambiente paralelo, virtual, que blindou o estudo de efeitos

comportamentais, como será visto no desenvolvimento do trabalho.

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10

3. Revisão bibliográfica

Este capítulo apresenta uma revisão bibliográfica sobre os temas relacionados com

a pesquisa, de forma a criar um referencial teórico que possa servir de base para o

perfeito entendimento dos conceitos afetos ao trabalho, bem como para a

concepção do modelo de aplicação da Metodologia Lean Seis Sigma.

Primeiramente é abordado o tema Qualidade, com a descrição de conceitos,

histórico e evolução, a conceituação de serviço e processo de avaliação da

qualidade do serviço pelo cliente. Em seguida, são apresentadas as informações

necessárias à compreensão da Metodologia Lean Seis Sigma. Por fim são

apresentados o conceito e a metodologia de simulação.

3.1. Serviços e Qualidade

3.1.1. Contextualização de serviços

Este tópico apresenta a importância do setor de serviços na economia mundial e

brasileira e como, a partir de seu desenvolvimento, a sociedade aproxima-se cada

vez mais de uma sociedade pós-industrial. Apresenta, ainda, a definição de serviços,

suas características, seu processo de operação e como acontece a avaliação de sua

qualidade pelos clientes.

Conhecer o que são os serviços, entender as diferenças que existem entre serviço

prestado e um bem físico produzido é fundamental para que a gestão de serviços

seja conduzida para um desempenho satisfatório. É imperativo reconhecer que os

serviços não são atividades meramente periféricas, mas parte integrante da

sociedade; estão presentes no cerne da economia e são fundamentais para que

esta se mantenha sadia e funcional (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2005).

Um sistema de produção pode oferecer dois tipos de produtos: bens e serviços

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11

(SASSER et al., 1978; CORRÊA; CORRÊA, 2006). Bens são objetos físicos e

tangíveis que podem ser criados ou transferidos, enquanto serviços são intangíveis e

não-físicos. A identificação de uma empresa que produza, puramente, bens ou

serviços não é clara. Por exemplo, o pacote oferecido por um fabricante de veículos

contém um bem – o automóvel – e um conjunto de serviços, como profissionais

habilitados para realizar reparos e linhas telefônicas para atendimento ao

consumidor (CORRÊA; CORRÊA, 2006).

3.1.2. A Importância dos serviços

Tornou-se uma verdade no meio comercial a idéia que o serviço ao cliente é um

fator fundamental para conquista e a retenção do mesmo. O cliente hoje em quase

todos os mercados está exigindo níveis de desempenho mais elevados dos

fornecedores, sobretudo no que diz respeito à entrega (CHURCHILL, 2000). Em

muitas organizações, o enfoque voltado à redução do estoque fez com que a

qualidade do serviço de entrega dos fornecedores fosse examinada de perto. No

outro extremo, os consumidores tornaram-se igualmente exigentes quanto ao

serviço. Na era da fast-food e das lojas de conveniência, há menos tolerância para a

espera. Como resultado, a disponibilidade dos produtos na prateleira vai

normalmente superar a preferência pela marca.

O desafio para a organização que pretende ser líder em serviço ao cliente é

conhecer as exigências dos diferentes segmentos em que atua. Para isso, deve

contar com profissionais cada vez melhor qualificados e reestruturar seus processos

de logística em direção ao cumprimento dessas exigências.

Antigamente considerava-se que os fatores da produção eram a terra, o trabalho e o

capital. Para Grönroos (1995), mais recentemente reconheceu-se a importância dos

serviços em nossa sociedade pela posição que ocupam na economia, seja através

da participação no Produto Interno Bruto seja na geração de empregos, ou pela

análise das tendências e transformações que a economia mundial está

experimentando.

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Para Grönroos (1995) o mundo ocidental está vivenciando uma sociedade de

serviços, ou uma economia de serviços. Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) afirmam

que os serviços estão no centro das atividades econômicas. Essa economia é

caracterizada pelo fato de mais da metade do produto interno bruto ser produzido no

chamado setor de serviços. Segundo Zeithaml e Bitner (1996), a economia mundial

está cada vez mais dominada pelo setor de serviços: a participação dos serviços no

PIB dos Estados Unidos, França, Inglaterra, Canadá e Japão, entre outros, por

exemplo, é superior a 50%.

Segundo Bell 2 apud Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005), a economia de serviços é

uma realidade própria de uma sociedade pós-industrial. Essa sociedade está

preocupada com a qualidade de vida, medida por serviços tais como saúde,

educação e lazer, em contraponto às sociedades industriais e pré-industriais.

Nesse modelo econômico, onde os produtos estão se transformando em

commodities, a diferenciação entre as empresas se dá pelos serviços que são

oferecidos aos clientes. Portanto, cada vez mais a interação entre as empresas e o

consumidor ganha destaque. A qualidade do serviço prestado, a lealdade do cliente

e o lucro devem ocupar espaço significativo na gestão das empresas.

3.1.3. Qualidade

Segundo Paladini (2000), a qualidade é o processo que investe continuamente em

mecanismos de melhoria, ou seja, de aumento da adequação de produtos e serviços

ao fim a que se destinam.

Já na visão de Barçante (1998), a qualidade é o meio pelo qual as empresas

buscam oferecer produtos e serviços para os clientes com valor superior ao da

concorrência e com um elevado desempenho operacional por parte da empresa.

Resumidamente para Juran (1999) qualidade é a adaptabilidade ao uso.

Slack et al (1999) preconizam que o sucesso das organizações depende de sua

vantagem competitiva baseada em produção, que está associada a cinco objetivos

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de desempenho: qualidade, rapidez, confiabilidade, flexibilidade e custo. A qualidade

é um objetivo de desempenho particularmente importante, pois afeta diretamente

consumidores internos e externos, além de possibilitar redução de custos, aumento

de confiabilidade e conseqüentemente a satisfação dos clientes.

A Qualidade e a sua gestão se apresentam, nos dias de hoje, como uma disciplina

fundamental ao sucesso das organizações, inseridas compulsoriamente no processo

de globalização das economias que fatalmente leva à abertura de mercados, à forte

competição entre as empresas e, conseqüente, à busca pela competitividade

(MARSHALL JUNIOR et al, 2003).

Nesse contexto, a Qualidade assume um caráter essencial para as iniciativas

empresariais, uma vez que influencia fortemente os modelos de gestão e o modo de

pensar das pessoas, agindo como um motor que impulsiona para o aprimoramento

contínuo de métodos e procedimentos. A Qualidade não significa simplesmente

iniciativa isolada de controle da produção ou assistência técnica, mas dentro de uma

visão holística, apresenta-se como um modelo gerencial que busca, continuamente,

a eficácia e a produtividade dos processos de negócios (PINHO, 2005).

3.1.4. Avaliação da Qualidade do Serviço pelo Cliente

Kotler (1998) defende que uma das principais maneiras de uma empresa de serviços

diferenciar-se de concorrentes é prestar serviços de alta qualidade. A chave é

atender ou exceder as expectativas de qualidade dos consumidores alvos. Suas

expectativas são formadas por experiências passadas, divulgação boca a boca e

propaganda da empresa de serviços. Os consumidores escolhem prestadores de

serviços nesta base e, após serem atendidos, comparam o serviço recebido com o

serviço esperado. Se os serviços percebidos ficarem abaixo da expectativa, os

consumidores perdem o interesse pelo fornecedor. Se os serviços atenderem ou

excederem às expectativas, os consumidores procurarão o fornecedor novamente.

2 Bell, Daniel. The Coming of Post Industrial Society: A Venture in Social Forecasting, Basic Books, Inc., New York, 1973.

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14

A expressão “momentos da verdade”, criada por Normann (1993), serviu para

traduzir a importância dos momentos de contato com o cliente, durante a prestação

de serviço, uma vez que são nesses momentos que o serviço está sendo avaliado

pelo cliente.

Woodruff (1997) adota o conceito de valor do serviço como sendo a percepção do

cliente sobre as preferências e as avaliações dos atributos do serviço, do

desempenho desses atributos e das conseqüências originadas pelo uso. Os clientes

enxergam o serviço como um conjunto de atributos. Quando adquirem o serviço,

desenvolvem preferências e desejos por certos atributos, que lhes proporcionam as

conseqüências desejadas nas situações de uso (conceito de valor em uso),

atendendo seus objetivos e gerando satisfação com o valor recebido.

Segundo Tam (2004) a satisfação do cliente, a qualidade do serviço e o

correspondente valor percebido são variáveis que são cada vez mais apresentadas

como fonte de vantagem competitiva.

A definição de valor percebido geralmente envolve uma troca entre o que o cliente

recebe e o que ele investe para conseguir o serviço (Zeithaml3, 1988 apud Tam,

2004). Lovelock4 (2001 apud Tam, 2004) sugere que o valor percebido pode ser

otimizado adicionando benefícios ao serviço ou reduzindo os custos associados à

compra ou uso do serviço.

Preço é ainda um critério utilizado para representar o que os clientes têm que

sacrificar para obter um serviço, porém verifica-se que atributos não monetários

como tempo e esforço físico também são considerados custos para se obter um

serviço (Lovelock4, 2001 apud Tam, 2004). A importância dos tipos de custo não

monetário pode variar de acordo com cada cliente individualmente, por uma situação

específica ou de acordo com a natureza do serviço (Tam 2004).

Corrêa e Corrêa (2006) discutem que os serviços dificilmente podem ser avaliados

antes da compra, dando-se a avaliação durante o processo de prestação do serviço

ou, em alguns casos, somente depois de conhecer seu resultado. A avaliação que o

3 Zeithaml, V, Consumer perceptions of price, quality and value: a means-end model and synthesis of evidence, Journal of Marketing, Vol. 52 No.July, pp.2-21. 1988

4 Lovelock, C. Services Marketing, 4º edição, Prentice-Hall, 2001

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cliente faz, durante ou após o término do processo, se dá pela comparação entre o

que o cliente esperava do serviço e o que ele percebeu do serviço prestado.

Segundo Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005), a satisfação do cliente pode ser

definida pela comparação da percepção do serviço prestado com as expectativas do

serviço desejado. Quando se excedem as expectativas, o serviço é percebido como

de qualidade excepcional, e também como uma agradável surpresa. Quando, no

entanto, não se atende às expectativas, a qualidade do serviço passa a ser vista

como inaceitável. Quando se confirmam às expectativas do serviço a qualidade é

satisfatória. Como mostra a figura 3.1, essas expectativas derivam de várias fontes,

entre elas a propaganda boca a boca, necessidades pessoais e experiências

anteriores.

Figura 3.1: Qualidade percebida do Serviço

Fonte: Fitzsimmons e Fitzsimmons, 2005, p 147; adaptado de Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985)

Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) ainda qualificam as dimensões da qualidade em

serviços, identificadas por pesquisadores de marketing no estudo de várias

categorias de serviço. São elas: confiabilidade, responsabilidade, segurança,

empatia e aspectos tangíveis, em ordem decrescente de importância e

resumidamente definidas a seguir.

- Confiabilidade: capacidade de prestar os serviços prometidos com

confiança e exatidão, o que significa cumprimento dos prazos, sem

modificações e sem erros;

Dimensões da Qualidade em

serviços Confiabilidade

Responsabilidade Segurança

Empatia Aspectos Tangíveis

Serviço Esperado

Serviço Percebido

Indicação Pessoal

Necessidades Pessoais

Experiência Passada

Qualidade Percebida em Serviços

Expectativas Excedidas (SE<SP) ☺ Expectativas Atendidas (SE = SP) � Expectativas não atendidas (SE>SP) �

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16

- Responsabilidade: disposição para auxiliar o cliente e fornecer o serviço

prontamente. Significa não deixar o cliente esperando, principalmente por

razões não aparentes e, na ocorrência de uma falha, a capacidade para

recuperá-la rapidamente;

- Segurança: está relacionada ao conhecimento e a cortesia dos

funcionários, bem como sua capacidade de transmitir confiança e

confidencialidade;

- Empatia: demonstração de interesse, atenção personalizada ao cliente. A

empatia inclui as seguintes características: acessibilidade, sensibilidade e

esforço para entender as necessidades dos clientes.

- Aspectos Tangíveis: é a aparência das instalações físicas, equipamentos,

pessoal e materiais de comunicação. A condição do ambiente é uma

evidência do cuidado e da atenção aos detalhes exibidos pelo fornecedor

do serviço.

A avaliação da qualidade leva em conta, ainda, o processo fundamentalmente

humano de geração e entrega do produto e tem seu foco na percepção do cliente

acerca do que está recebendo. Para Whiteley (1992), a qualidade do serviço é a

parte de “como você obtém” em contraste ao “o que você obtém” da qualidade do

produto. Em vista disso, naturalmente existe uma maior dificuldade em se mensurar

o que leva um investidor a optar por uma instituição financeira em detrimento de

outra, por exemplo.

É possível destacar também que a excelência na prestação de serviços passa

eminentemente pelo comprometimento de pessoas a partir do real entendimento

sobre o negócio da empresa e pela importância da satisfação dos clientes. Toda a

organização deve ter essa filosofia claramente compreendida, saindo de uma visão

reducionista, onde somente o front office é responsabilizado, para uma visão

sistêmica, segundo a qual cada um possui sua parcela de responsabilidade.

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17

3.1.5. Sinopse da Evolução Contemporânea da Qualidade

Entre as décadas de 70 e 90, as grandes potências ocidentais, caracterizadas

principalmente por empresas norte-americanas, sofreram grandes perdas

competitivas no mercado mundial para empresas japonesas emergentes, nos

setores de base, eletroeletrônicos, automobilístico e tecnologia em geral. No início, a

administração das empresas americanas tentou buscar os motivos que justificassem

essas perdas de competitividade, porém, somente com o passar dos anos que

começaram a perceber que o diferencial das empresas japonesas estava em seu

modelo de gestão da produção.

Após a segunda guerra, os Estados Unidos enviaram para o Japão especialistas

para ajudar a reconstruir sua economia. Dentre estes, destaca-se W. Deming, um

estatístico que auxiliou o Japão em seu processo de re-industralização.

De acordo com Eckes (2001), a contribuição mais significativa de Deming foi a

influência que seu trabalho original exerceu sobre as estratégias de análise das

variações dos processos de produção utilizadas pelas organizações japonesas.

Por toda a década de 80, as empresas americanas em uma tentativa de imitar as

japonesas, se entregavam a qualquer abordagem de melhoria cujo título trouxesse a

palavra qualidade (ECKES, 2001). Dentre essas abordagens, citaria desde o

Controle Estatístico do Processo (CEP), passando pelo Total Quality Management

(TQM) até o Just in Time (JIT) junto com a metodologia Lean.

Por volta de 1988, segundo Erlich (2002) a Motorola através do engenheiro Willian

Smith desenvolveu e batizou a metodologia Seis Sigma. Este programa utilizado

pela Motorola como forma de gerenciar seus negócios, estatisticamente significa ter

processos com níveis mínimos de defeito, ou seja, processos com índice de defeitos

da ordem de 3,4 por milhão de oportunidade (ECKES, 2001).

Algumas fontes apontam o Seis Sigma como uma ferramenta revolucionária, mas

suas origens estão fundamentadas nos trabalhos dos criadores do movimento da

Qualidade e Sistemas de Gerenciamento da Qualidade. O Seis Sigma apresenta um

pacote único de gestão de projeto, uso de ferramentas de identificação e resolução

de problemas e envolvimento das pessoas, que reforça o processo de obtenção e

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18

manutenção de Qualidade e sustentação de Sistemas de Gestão da Qualidade, e

conta como ponto forte o fato de que desenvolve projetos que têm aplicação prática

com resultado imediato.

Como metodologia capaz de treinar e disseminar técnicas estatísticas de

identificação, solução e controle de problemas em todos os níveis da organização, o

Seis Sigma foi adotado por centenas, ou talvez milhares de organizações em todo o

mundo, com aplicação em todas as áreas, não se limitando à área operacional,

produzindo ganhos de qualidade, produtividade e de satisfação dos clientes.

Alguns dos exemplos de organizações que adotaram essa ferramenta, entre

precursores e seguidores estão a Motorola, General Electric, AlliedSignal,

Honeywell, Delphi, ABB, Black & Decker, entre outros.

Mais recentemente a metodologia seis sigma vem sendo utilizada adaptada com

parte da abordagem Lean. É o que se chama atualmente de Lean Seis Sigma. De

acordo com George (2004), a fusão de métodos de melhoria Lean com os de Seis

Sigma é interessante porque:

- Seis Sigma possibilita colocar um processo sob controle estatístico;

- Lean possibilita melhorar drasticamente a velocidade dos processos;

- Ambos possuem ferramentas que possibilitam a redução do custo da

complexidade dos processos.

3.1.6. Considerações sobre o tema

Pelo estudo da literatura fica claro que para uma empresa diferenciar-se em um

mercado competitivo precisa oferecer produtos e serviços de qualidade. Quando

focamos em serviços talvez essa necessidade seja ainda mais forte pela

intangibilidade dos mesmos, o que reforça a criticidade de fatores como a

confiabilidade e a responsabilidade da prestação de serviços, conceitos esses

apresentados por Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005).

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19

Por esse motivo, oferecer serviços de qualidade é uma exigência para garantir a

sobrevivência das organizações, que passaram a utilizar abordagens e metodologias

criadas e desenvolvidas em ambientes de manufatura, adaptando-as para serviços.

É nesse contexto que surge a presença da metodologia Seis Sigma em serviços,

trazendo um arcabouço de ferramentas e técnicas de qualidade para garantir a

prestação de serviços cada vez mais confiáveis e adequados às expectativas dos

clientes.

3.2. Lean Seis Sigma

3.2.1. Seis Sigma

Seis Sigma é uma abordagem que vem atraindo a atenção de muitas organizações

devido a sua forma sistemática de alcançar a diminuição da variabilidade e dos

desperdícios nos processos, utilizando-se de métodos estatísticos e da gestão da

qualidade.

A metodologia propõe às organizações desenvolver processos com desempenho

seis sigma em termos estatísticos, ou seja, que apresentem no máximo 3,4 defeitos

a cada milhão de produtos ou serviços produzidos para cada projeto ou cliente. É

uma meta alcançada pro poucas empresas em seus processos.

Segundo Pande et al (2001) Seis Sigma é um sistema abrangente e flexível para

alcançar, sustentar e maximizar o sucesso empresarial. Seis Sigma é singularmente

impulsionado por uma estreita compreensão das necessidades dos clientes, pelo

uso disciplinado de fatos, dados e análises estatísticas e a atenção diligente à

gestão, melhoria e reinvenção dos processos de negócios.

Segundo Rotondaro et al (2002), Seis Sigma é uma estratégia gerencial de

mudanças para acelerar o aprimoramento de processos, produtos e serviços. O

conceito desta estratégia gira em torno da capacidade do processo em trabalhar livre

de falhas.

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20

Seis Sigma é um método lógico e sistemático de conseguir melhorias continuamente

em processos, onde o nível de qualidade sigma é o indicador de freqüência de

defeitos (WANG et al, 2004).

Conforme Erlich (2002), Seis sigma é definido como um método disciplinado e

baseado em dados, focado na melhoria contínua de qualidade e produtividade nos

processos que resultam em maior lucratividade operacional. Decompondo essa

definição teríamos:

- Disciplina: Seis sigma utiliza um processo padronizado com ferramentas

específicas de condução de projetos chamado DMAIC, que significa Definir

(Define), Medir (Measure), Analisar (Analyse), Melhorar (Improve) e Controlar

(Control);

- Baseado em dados: Seis sigma enfatiza o uso de dados estatísticos,

devidamente coletados e analisados para que a tomada de decisões seja bem

suportada;

- Melhoria Contínua: Seis Sigma prega que sempre existem melhorias ainda por

fazer;

- Qualidade: Capacidade de o processo ir de encontro ou exceder as expectativas;

- Produtividade: A capacidade de o processo transformar as entradas nas saídas

de maneira efetiva e eficiente;

- Maior lucratividade operacional: A eficiência de Seis sigma pode ser mensurada

através de resultados financeiros. Trata-se de um método originado normalmente

na alta administração das empresas, o que contrasta com as iniciativas de gestão

de qualidade do passado que eram coordenada pelos departamentos de

qualidade.

3.2.2. Definição Estatística

Seis Sigma está diretamente relacionado com a meta de atingir um nível de defeitos

muito baixo ou próximo da perfeição, ao buscar reduzir a variabilidade no resultado

dos processos que serão controlados.

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Os resultados de um determinado processo tendem a se dispersar, ou variar em

torno de um ponto central, geralmente identificado como média, e a variação em

torno da média é indicada pelo desvio-padrão deste processo. A probabilidade de

ocorrência destes resultados são representados pela curva de distribuição normal,

com maior probabilidade de ocorrência no ponto médio, e com menor probabilidade

de ocorrência à medida que os resultados se distanciam da média.

Figura 3.2: Curva de Gauss – Distribuição Normal

Fonte: Elaborado pelo Autor

O desvio-padrão, em uma distribuição de probabilidades, é representado, na

estatística, pela letra grega sigma (σ), que representa através de um número a

dispersão, ou variabilidade dos resultados de uma amostra ou processo. Quanto

maior é o desvio-padrão, maior a variação esperada de um resultado. Processos que

apresentam como característica um desvio-padrão pequeno geram resultados com

pouca variação, ou mais próximos do resultado esperado.

Segundo Antony (2006), o termo sigma é uma medida que indica a dispersão na

performance de uma característica de um serviço da sua performance média. O

objetivo da metodologia Seis Sigma é reduzir a variação dentro dos limites de

tolerância ou entre os limites de especificação, máximos e mínimos, de uma

determinada característica.

Dentro do intuito de promover o aumento da qualidade de um serviço, é imperativo

medir e quantificar a sua variabilidade para depois desenvolver uma estratégia para

reduzir essa variação (ANTONY, 2006).

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22

O nível de qualidade Sigma de um processo pode ser definido de forma simples

como o número de desvios padrão que “entram” entre a média do processo e cada

limite de especificação. Na figura 3.3 há um exemplo de um processo com

característica seis sigma estável (Seis desvios padrão entre os limites de

especificação inferior e superior). Nessa situação, a chance de encontrar produtos

fora de especificação será de só 2 ocorrências por bilhão.

Figura 3.3: Processo com característica Seis Sigma estável

Fonte: Elaborado pelo Autor

Porém, o que se observa com o tempo, é que os processos apresentam oscilações

em torno da média de até 1,5 desvios padrão para cada lado (no longo prazo). Desta

forma, um processo que tinha como característica um nível de qualidade 6 sigma no

curto prazo, ao longo do tempo aumenta sua variabilidade fazendo com que seu

nível sigma reduza para 4,5 sigma dentro dos mesmos limites de especificação

(Figura 3.4) e a chance de encontrar produtos fora de especificação passa a 3,4

ocorrências por milhão de oportunidades (3,4 DPMO).

Segundo Pyzdek (2001), esse efeito é denominado The 1.5 sigma shift. A

metodologia Seis Sigma ajusta esse efeito somando 1,5 desvios padrão a média,

antes de calcular ou estimar quanto o processo está dentro dos limites de

especificação.

Se não houvesse esse ajuste, um processo seis sigma teria, estatisticamente, na

verdade 4,5 desvios padrão dentro dos limites de especificação. Por esta razão

afirma-se que um processo seis sigma apresenta 3,4 defeitos por milhão de

oportunidades e não 2 defeitos por bilhão (ERLICH, 2002).

Limite de especificação Superior

Limite de especificação Inferior

6 σσσσ

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23

Figura 3.4: Processo 6 Sigma no longo prazo

Fonte: Elaborado pelo Autor

Dentro dessa ótica, segundo Wang et al (2004), George (2004) e Erlich (2002), o

nível de qualidade sigma é um indicador de freqüência de defeitos, onde quanto

maior o nível de qualidade sigma, menor a probabilidade de ocorrerem defeitos, ou

seja, menor a variabilidade dos resultados. Na Tabela 3.1 observamos os diferentes

níveis sigma ajustados de modo a incorporar o 1.5 sigma shift.

Quando se fala em um processo seis sigma, significa redução da variabilidade de

um parâmetro para uma taxa de 3,4 falhas por milhão de observações, ou

99,99966% de perfeição.

Tabela 3.1: Nível de Qualidade Sigma.

Nível de Qualidade Sigma

Defeitos por milhão de Oportunidades (DPMO)

Nível de serviço dentro dos requisitos do cliente

6 3,4 99,9997%5 233 99,977%4 6.210 99,379%3 66.807 93,32%2 308.537 69,20%1 690.000 31%

Fonte: George, 2004, p 34.

Pesquisas mostram que a maioria dos processos de serviço como folhas de

pagamento, cobrança, pedidos, entregas, etc. são desempenhados com nível de

Limite de especificação Superior

4.5 σσσσ

Limite de especificação Inferior

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qualidade sigma inferior a 3,5 com uma taxa de DPMO de 23000 ou nível de serviço

de 97.7% (YILMAZ; CHATTERJEE, 2000). Melhorando o nível de qualidade sigma

de qualquer um desses serviços para o nível 4, a taxa de DPMO cairia

significativamente para 6210 e o nível de serviço passaria para 99.38%.

Uma mudança como essa poderia trazer um significativo retorno financeiro através

da redução da taxa de defeitos, da redução do número de reclamações e da

melhoria da satisfação dos clientes.

3.2.3. O método DMAIC

A metodologia Seis Sigma fundamenta uma lógica estruturada de análise e

processamento das informações, baseando-se em ferramentas estatísticas

conhecidas e aplicadas no campo da Gestão da Qualidade. Seu objetivo é

padronizar uma forma eficiente de utilização dessas ferramentas, de forma a

obtermos os melhores resultados na solução dos problemas.

Segundo Pande et al (2001) o Seis Sigma conta com a metodologia DMAIC, que

esta dividida em cinco fases ou estágios básicos para se obter o desempenho Seis

Sigma em um processo, divisão ou empresa. Essas cinco fases são conhecidas

como: Define (Definir), Measure (Medir), Analyse (Analisar), Improve (Melhorar) e

Control (Controlar). O método DMAIC e suas características podem ser verificados

através do desenho esquemático da figura 3.5.

De acordo com Antony (2006), as fases do DMAIC são detalhadas conforme os

passos a serem desenvolvidos:

� Fase Define ou Definir

- Definir o problema como um projeto sucintamente e especificadamente;

- Identificar principais stakeholders;

- Entender o problema na perspectiva do cliente, identificando clientes

internos e externos;

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25

- Mapear o processo de forma simplificada para determinar onde está o

problema;

- Estabelecer as entradas, saídas e controles existentes no processo;

- Determinar papéis e responsabilidades das pessoas envolvidas no projeto,

bem como os recursos necessários, tempo alocado, escopo do projeto e

os principais benefícios esperados;

Figura 3.5: Método DMAIC

Fonte: Antony, 2006, adaptado pelo autor

� Fase Measure ou Medir

- Determinar qual a performance atual do processo (DPMO, capacidade,

tempos de ciclo, etc);

- Definir o que medir (Característica crítica para qualidade ou CTQ) e como

medir;

- Verificar como está o desempenho do processo através de benchmarking,

se possível;

- Identificar os pontos fortes e as oportunidades de melhoria no processo.

Decisões baseadas em dados e medições

Compromisso da alta gerência com o projeto, seu andamento e objetivos

Pensamento Estatístico e aplicação de técnicas e ferramentas de qualidade

Alinhamento da estratégia de negócio e Seis Sigma

Impacto nos colaboradores e na satisfação dos clientes

Integração dos aspectos de processos e pessoas do processo de melhoria

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26

� Fase Analyse ou Analisar

- Descobrir as causas dos defeitos no processo;

- Entender as causas da variabilidade do processo que levam a defeitos e

priorizar para investigação mais profunda;

- Entender a natureza e a distribuição dos dados;

- Determinar as variáveis-chave que podem estar ligadas as causas dos

defeitos e quantificar as oportunidades de melhoria.

� Fase Improve ou Melhorar

- Desenvolver soluções potenciais para resolver o problema e prevenir

novas ocorrências;

- Avaliar o impacto de cada solução proposta pela ótica de custo-benefício

para a organização. Levar em consideração satisfação do cliente;

- Verificar eventuais riscos das soluções propostas;

- Validar as melhorias através de estudos ou estimativas;

- Re-avaliar o impacto das soluções propostas;

� Fase Control ou Controlar

- Desenvolver ações corretivas para sustentar as melhorias alcançadas;

- Desenvolver novos padrões e procedimentos para garantir resultados de

longo prazo;

- Implementar controles de processo com indicadores e determinar as

novas capacidades;

- Estabelecer o gestor do processo e definir seu papel;

- Verificar os benefícios e economias de custo;

- Documentar os novos procedimentos;

- Fechar o projeto, finalizar a documentação, compartilhar a experiência

obtida e reconhecer a contribuição da equipe do projeto.

Rotandaro et al (2002) também definiu o DMAIC através das atividades pertinentes a

cada fase e seus objetivos. A primeira fase (Definir) tem por objetivo definir os

efeitos indesejáveis que se pretende eliminar ou melhorar no processo. Os passos a

seguir representam a essência desta etapa:

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27

- Definir quais são os requisitos do cliente traduzindo-as em Características

Críticas para Qualidade (CTQ) ligando assim a visão do cliente com o que

acontece dentro da organização, e definir também os processos chave

envolvidos;

- Montar uma equipe preparada para aplicar as ferramentas Seis Sigma;

- Mapeamento dos processos críticos procurando identificar fatores

relacionados com as CTQ’s do cliente, como resultados ruins,

reclamações dos clientes, problemas funcionais, problemas trabalhistas,

altos custos de mão de obra, baixa qualidade de suprimentos etc. Estes

erros que influenciam diretamente as atividades operacionais e que

indiretamente afetam os resultados do negócio, afetando assim a

satisfação do cliente, e conseqüentemente o lucro;

- Realizar uma análise de retorno dos resultados que poderão ocorrer dos

esforços de melhoria, relacionando os esforços com os custos referentes à

má qualidade;

- Apresentar o projeto para avaliação dos executivos líderes.

Na etapa seguinte (Medir), com o processo foco já mapeado, as variáveis dos

processos principais são medidas. Os procedimentos desta etapa devem ser os

seguintes:

- Desenhar o processo e os subprocessos envolvidos com o projeto,

definindo as entradas e as saídas e estabelecer as relações Y = f(x);

- Analisar o sistema de medição de modo a ajustá-lo às necessidades do

processo. Coletar dados do processo por meio de um sistema que

produza amostras representativas e aleatórias.

Na fase de análise (Analisar), os dados coletados na fase anterior devem ser

analisados estatisticamente para que se possam determinar as causas raízes dos

problemas. Aqui as causas óbvias e não obvias (os X’s – entradas do processo) que

influenciam o processo devem ser determinadas. Feito isto, determina-se a

capacidade sigma atual do processo e estabelecem-se os objetivos de melhoria para

o mesmo.

A fase posterior (Melhorar), segundo Rotandaro et al (2002), é mais crítica de todo o

processo, pois é nela que as melhorias propostas devem ser implementadas. Os

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dados estatísticos ajustados na fase anterior, colocados como metas, devem ser

transformados novamente em dados de processo para que a equipe responsável

possa agir sobre as causas raízes dos problemas do processo a ser melhorado.

Na última etapa (Controlar), as novas métricas estabelecidas e implementadas no

processo, têm de ser validadas e mantidas via um sistema de medição e controle

capaz de garantir a manutenção da capacidade do processo. As entradas críticas do

processo (X’s críticos), neste ponto do projeto, têm de ser monitoradas não somente

com o objetivo de manutenção da capacidade do processo, mas também para captar

oportunidades de melhoria futura.

Por fim, Pande et al (2001) resume através de um diagrama, representado na Tabela

3.2, as diversas fases do modelo DMAIC, bem como as ações correspondentes

tanto para o caso de melhoria de processo existente, quanto de projeto de

processos de negócios.

Tabela 3.2: DMAIC

Melhoria de Processo Projeto/Reprojeto de Processo

DefiniçãoIdentifique o problema

Defina requisitosEstabeleça meta

Identifique problemasDefina objetivo/mude a visão

Esclareça escopo e exigências do cliente

MediçãoValide problema/processoRedefina problema/objetivo

Meça passos-chave/entradas

Meça desempenho segundo exigênciasColete dados da eficiência do processo

AnáliseDesenvolva hipóteses

Identifique causas-raizValide hipóteses

Identifique melhores práticasAvalie projeto do processo

Redefina exigências

ImplementaçãoDesenvolva soluções

Teste soluçõesPadronize e meça resultados

Projete novo processoImplemente novo processo

ControleEstabeleça medidas-padrãoCorrija quando necessário

Estabeleça medidas e revisõesCorrija quando necessário

Fonte: Pande et al , 2001, adaptado pelo autor

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29

3.2.4. Variabilidade

Um dos alicerces da metodologia Seis Sigma é a eliminação da variabilidade dos

processos, reduzindo drasticamente o número de falhas, seja qual for a variável em

questão. Segundo George (2004), a variação precisa ser eliminada, pois variação

em uma característica crítica para a qualidade de um cliente deve ser considerada

um indicador chave para orientar os processos de melhoria.

Para Rotondaro et al (2002), as organizações de sucesso entendem a variabilidade

do processo e passam a controlá-la como forma de redução de falhas e aumento da

confiabilidade, pois isso é muito mais efetivo que simplesmente tentar eliminar os

defeitos. O autor ainda afirma que se um processo tiver uma variabilidade alta, o

resultado é um produto ou serviço de má qualidade, com custos altos e entrega

deficiente, portanto, que não satisfaz o cliente.

Todavia, é bom lembrar que variação e variabilidade não são sinônimos.

Variabilidade tem um sentido mais amplo, pois abrange não somente a variação,

mas a instabilidade e a falta de exatidão (acurácia) (SANTOS, 2006).

Segundo Santos (2006), a variabilidade estará sempre presente, entre produtos,

pessoas, serviços, processos, natureza etc. O importante é tentar descobrir:

- o que a variabilidade indica sobre os processos;

- qual a fonte de incerteza em relação aos dados estatísticos; e

- qual o entendimento que se tem dos conceitos de probabilidade para se

estudar a variabilidade.

Segundo Britz et al. (2000), as variações podem se originar de seis fontes distintas:

- Pessoas: por meio de diferentes maneiras de fazer as coisas,

diferentes estilos de aprendizagem, diferentes talentos e

habilidades;

- Máquinas: por meio de equipamentos inconsistentes, descalibrados

ou imprecisos ou de várias partes de equipamentos, cujo

desempenho não é uniforme (apesar de se esperar que sejam);

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30

- Material: devido à diversidade de fornecedores que supostamente

compreendem as mesmas entradas, ou mesmo da falta de controle

da variação existente entre diferentes remessas de um mesmo

fornecedor;

- Método: a execução de procedimentos mal elaborados ou

inapropriados para se estudar as fontes de variação pode se

constituir numa fonte de erros;

- Medições: inabilidade ou incapacidade de medir exatamente e

precisamente as diversas saídas dos processos;

- Ambiente: pode haver variação tanto no ambiente físico como no

ambiente de trabalho, nas políticas, e ações administrativas.

Estatisticamente falando, a medição é a única forma de se efetivar a observação de

um fenômeno que apresenta variações. A medição efetiva a ligação entre variação e

dados, seja nos processos técnicos, nos de manufatura, ou nos processos não

técnicos, como os administrativos, de serviços ou de transações (SANTOS, 2006).

3.2.5. Lean

Segundo Erlich (2002), Lean ou Lean Production é uma filosofia de negócio

originalmente desenvolvida na Toyota Motor Company, onde foi denominada TPS ou

Toyota Production System. O objetivo dessa filosofia é eliminar todas as formas de

desperdício nos processos produtivos. São consideradas formas de desperdício

(ERLICH, 2002):

- Superprodução: Produzir acima do necessário ou produzir em

determinada parte da cadeia produtiva mais rápido que a etapa

subseqüente;

- Tempo de espera: Caso algum recurso ou local precise aguardar para

produzir, pois a etapa posterior do processo não está disponível para

receber seus produtos;

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31

- Transporte: Movimentação de transporte de recursos ou produtos

desnecessária;

- Processo: Desperdícios causados por ineficiências, falhas de desenho de

processo, atividades duplicadas, inspeções e atividades não adicionadoras

de valor;

- Estoque excessivo: Quantidade de produtos em processamento elevada;

- Movimento: Movimento desnecessário de pessoas;

- Retrabalho: Desperdício por re-processamento de produtos defeituosos.

Quando se elimina os desperdícios do processo, o tempo do pedido ao seu

respectivo pagamento é comprimido. Como resultado se obtém tempos de ciclo e de

distribuição menores, maior qualidade e menores custos (ERLICH 2002).

Segundo George (2004), Lean é diretamente ligado à velocidade dos processos,

eficiência e eliminação de desperdícios. Dessa forma, o benefício geral da filosofia

Lean é a capacidade de ver oportunidades de redução de prazo e custo através da

aplicação de ferramentas específicas apresentadas no item 3.2.7.

De acordo com Rotondaro et al (2002), a abordagem Lean é uma das mais

abrangentes e bem articuladas quando se foca a melhoria de desempenho de

processos e sistemas de produção. Segundo o autor, essa abordagem é norteada

pelos seguintes princípios:

- Produção Puxada: Caracteriza o sistema de produção enxuto. Trata-se da

formatação do processo onde os centros de produção puxariam a

produção dos centros precedentes na seqüência do roteiro do processo;

- Produção Flexível: Flexibilização dos sistemas de produção de modo a

tornar competitiva a produção de uma maior variedade de itens, em

diferentes quantidades e com agilidade;

- Produção Previsível: O modelo Lean requer iniciativas para se reduzir a

variabilidade dos processos em geral, por meio do aprimoramento das

capacidades de assegurar a conformidade dos produtos, disponibilidade

dos equipamentos e recursos e controle de fatores que impactam o

desempenho do sistema de produção;

- Produção Nivelada: Este princípio incentiva a busca de medidas que

possibilitem alocar da maneira mais uniforme possível a carga de

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32

produção no tempo, ainda que no mercado a demanda de produtos seja

oscilante por natureza;

- Produção em fluxo contínuo: O modelo Lean prega que o fluxo de

produção seja o mais contínuo possível, de tal modo que as tarefas e

movimentações seja realizadas com o mínimo de interrupções;

- Aproveitamento adequado do potencial humano: Este princípio busca no

local de trabalho melhores condições de aproveitamento do potencial

humano, promovendo o trabalho em grupo, variando o conteúdo das

tarefas, incentivando a participação das pessoas na resolução dos

problemas e processos de mudança e dando condições de empowerment;

- Gerenciamento Visual: Lean promove a idéia de que o gerenciamento de

um sistema de produção é mais ágil e eficaz quando se permite a rápida e

clara visualização das condições de andamento da produção.

Segundo Shah e Ward (2003), Lean reúne conceitos e práticas provenientes de três

modelos de gestão em manufatura: JIT (Just-in-time), TPM (Total Productive

Maintenance ou Manutenção Produtiva Total) e TQM (Total Quality Management ou

Gestão da Qualidade Total).

Para Corrêa e Corrêa (2006), Lean é uma nova embalagem para os conceitos

contidos no JIT, proposta por Womack et al. (1992) no livro “A máquina que mudou o

mundo”. Assim como o JIT, Lean propõe que a empresa elimine todos os

desperdícios em seu processo onde quer que eles estejam, procurando fazer com

que o cliente receba somente aquilo que deseja, no momento e quantidade desejada

(CORRÊA; CORRÊA, 2006).

Lean engloba uma grande variedade de práticas, incluindo JIT, sistemas de

qualidade e gestão da produção, em um sistema integrado, que trabalha em sinergia

para servir o cliente com poucas ou nenhuma perda no processo (SHAH; WARD,

2003).

Para Womack e Jones (1997), os benefícios que a adoção da filosofia Lean pode

trazer para a empresa são:

- Aumento da produtividade da mão-de-obra ao longo de todo o sistema;

- Redução de estoque no sistema;

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33

- Redução de erros que chegam ao cliente;

- Redução de sucata dentro do processo de produção;

- Redução de acidentes;

- Redução do tempo de lançamento de novos produtos;

- Possibilidade de oferta de maior variedade de produtos a um custo

adicional modesto.

Rotondaro et al (2002) apresenta ainda outros conceitos para a abordagem Lean. O

primeiro deles é a produção flexível, visto que para atender às necessidades cada

vez mais específicas dos consumidores é preciso diversificar a oferta de produtos. O

segundo é a redução da variabilidade dos processos, através do aprimoramento das

capacidades de assegurar a qualidade de conformidade dos produtos no próprio

processo, a disponibilidade dos equipamentos e suas boas condições de processo e

o adequado controle de outros fatores ou tarefas que influenciam o desempenho os

sistemas de produção. Além disso, os fluxos de produção devem ser os mais

contínuos possíveis, de modo que as tarefas e movimentações sejam realizadas

com o mínimo de interrupções.

As empresas de serviços também podem ser gerenciadas com base no Pensamento

Enxuto e alcançar benefícios como: aumento de produtividade, redução de custos,

diminuição do tempo de resposta, redução de nível de estoques e aumento da

flexibilidade (CUATRECASAS, 2002).

3.2.6. A Integração de Lean e Seis Sigma

O Lean e o Seis Sigma são metodologias que buscam melhorias de qualidade,

produtividade e redução de custo, utilizando abordagem e formas diferentes.

Enquanto o principal objetivo Lean é reduzir o tempo e o custo dos processos

através da eliminação dos desperdícios, Seis Sigma visa melhorar qualidade e

custos, reduzindo a variabilidade dos processos.

O Lean e o Seis Sigma não têm conflitos diretos, pois buscam utilizar ferramentas e

formatos diferenciados para promover a melhoria contínua. A melhor forma de

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34

integrá-los é utilizar os pontos mais fortes de cada uma das metodologias

(OLIVEIRA, 2007).

Para Erlich (2002), Seis Sigma é a opção certa para se construir processos com

defeito zero, porém integrando ferramentas e técnicas de Seis Sigma com os de

Lean possibilita a junção criar e entregar alta qualidade, baixo custo, produtos

altamente especificados pelo cliente em uma base sustentável de melhoria contínua.

Segundo Antony et al (2003), enquanto um dos princípios fundamentais de Seis

Sigma é levar a organização a um nível sigma de excelência através de um enfoque

estatístico rigoroso e a aplicação de ferramentas e técnicas estatísticas, Lean possui

como fundamentos a eliminação de desperdícios e de atividades não adicionadoras

de valor na cadeia produtiva como um todo. As principais sinergias entre as duas

metodologias podem ser contempladas na tabela 3.3.

Antony et al (2003) ainda afirma que as organizações que adotarem as metodologias

Lean e Seis Sigma de forma integrada podem alcançar os seguintes benefícios:

- Tornarem-se mais rápidas e ágeis junto a seus clientes;

- Alcançar a capacidade do nível seis sigma;

- Operar no mais baixo custo possível de baixa qualidade;

- Obter grande flexibilidade por todos seus negócios.

Para Kumar et al (2006), ultimamente os praticantes de Lean e Seis Sigma estão

integrando as duas estratégias em uma abordagem híbrida, mais poderosa e efetiva,

que isola grande parte das fraquezas e retém a maioria dos pontos fortes de cada

estratégia. Lean Seis Sigma combina as ferramentas de redução de variabilidade de

Seis Sigma com a preocupação de eliminar desperdícios e atividades não

adicionadoras de valor de Lean, para gerar ganhos e economias no bottom-line das

organizações.

Tabela 3.3: Sinergias entre Lean e Seis Sigma

Page 52: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

35

Lean Seis Sigma

Usa uma abordagem de implementação por projeto Implementação e Gestão por projeto

Levanta dados e informações do produto e da produção Levantamento de dados gerais

Busca compreender as condições correntes Busca o conhecimento do processo como um todo

Cria planilhas de trabalho buscando padronização Busca a estabilidade do processo e planejamento do controle

Mede os Tempos Levanta dados (Controle Estatístico do Processo)

Busca o fluxo de trabalho ótimo através da eliminação do desperdício e de atividades não adicionadoras de valor

Proporciona ferramentas para eliminar a variação do processo

Reduz tempos de ciclo, tempos de set up, indisponibilidade de equipamentos, etc.

Uso e gestão das ferramentas da qualidade.

Fonte: Antony et al , 2003, adaptado pelo autor

Kumar et al (2006) apresenta ainda um diagrama baseado em trabalhos anteriores

sobre Lean e Seis Sigma de autores renomados como Womack, Hoerl, Breyfogle III,

Hines, Pyzdek entre outros, que resume a integração entre as duas abordagens

evidenciando algumas de suas principais ferramentas e técnicas. Este diagrama é

visto na figura 3.6.

Figura 3.6: Técnicas e Ferramentas de Lean e Seis Sigma

Fonte: Kumar et al , 2006, adaptado pelo autor

Sistema Puxado (Kanban)

Gestão do Local de Trabalho

Manutenção produtiva Total Redução do tempo de Set-up A prova de erros (Poka-Yoke) 5S Gestão Visual Mapeamento de Processo Análise de valor de tempo e ciclo Just-in-time Fluxo de produção balanceada

Kaizen

Manufatura Celular

5 Por que’s

Diagrama de Causa e Efeito

Diagrama de

Pareto

Ferramentas de gestão de

mudanças

Histogramas

Gráficos de controle

Análise

de Correlação

DMAIC

Redução da Variabilidade

Controle estatístico do Processo

Análise de capacidade do

processo

Análises do sistema de mensuração

Desenho de

Experimentos (DOE)

Desenho Robusto

QFD (Casa da qualidade)

FMEA – Análise de falhas e efeitos

Gestão de projetos

Regressão

Análise de média e variância

Teste de Hipóteses

SEIS SIGMA LEAN

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36

George (2004), descreve Lean Seis Sigma destacando os pontos onde as duas

abordagens se complementam. Segundo ele, Lean necessita da abordagem Seis

Sigma nos seguintes momentos:

- Na especificação clara da infra-estrutura cultural necessária para a sua

implementação e manutenção;

- Na ênfase da utilização das necessidades críticas para a qualidade e para

o cliente;

- Quando é necessário focar a eliminação das variações dos processos.

Já Seis Sigma necessita da abordagem Lean nos seguintes momentos:

- Na identificação e eliminação dos desperdícios;

- Na melhoria da velocidade (ou tempos de ciclo) dos processos;

- Na eliminação de passos/atividades não adicionadores de valor.

Nave (2002) construiu uma tabela comparativa, tabela 3.4, entre as duas

metodologias onde ficam evidenciadas as potencialidades da utilização conjunta de

Seis Sigma e Lean.

George (2004) ainda afirma que a mescla dos temas centrais de Lean e Seis Sigma

oferece 5 leis que direcionariam os esforços de melhoria. São elas:

- Lei do Mercado – Priorizar o que é crítico e relevante para o cliente.

George (2004) afirma que o CTQ ou crítico para a qualidade para o cliente

define a qualidade e é a mais alta prioridade para melhoria;

- Lei da Flexibilidade – Tornar o processo flexível. Segundo George (2004),

A velocidade de qualquer processo é proporcional à flexibilidade do

processo;

- Lei do Foco – Identificar os pontos no processo que merecem foco. Para

George (2004), 20% das atividades de um processo causam 80% dos

atrasos;

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37

- Lei da Velocidade – Tornar o processo veloz. Segundo George (2004), a

velocidade de qualquer processo é inversamente proporcional ao volume

ou quantidade de trabalho em processo (WIP)

- Lei da Complexidade e Custo – Reduzir a complexidade do processo.

Para George (2004), a complexidade do serviço ou produto oferecidos

geralmente adicionam mais custos não-adicionadores de valor e WIP do

que a má qualidade.

Tabela 3.4: Comparação das metodologias Seis Sigma e Lean

Metodologia Seis Sigma Lean

Teoria Reduzir variação Eliminar desperdícios

1. Definir 1. Identificar valor

2. Medir 2. Identificar cadeia de valor

3. Analisar 3. Fluir

4. Melhorar 4. Puxar

5. Controlar 5. Aperfeiçoar

Foco Foco no problema Foco no fluxo

Pressupostos

Há um problema.Gráficos e números são valorizados. Os resultados do sistema são melhorados se a variação em todos os processos for reduzida

A eliminação do desperdício aumentará o desempenho do negócio. Várias pequenas melhorias são melhores do que grandes rupturas.

Efeito principal Resultado uniforme do processo Tempo de fluxo reduzido

Efeitos secundários

Menos variações. Resultados uniformes. Menos estoques. Novo sistema de contabilidade. Avaliação de desempenho pelos gerentes. Qualidade melhorada.

Menos desperdícios. Melhoria da saída do processo. Menos estoques. Avaliação de desempenho pelos gerentes. Qualidade melhorada.

Críticas

A interação do sistema não é considerada. Os processos são aperfeiçoados independentemente.

A análise estatística ou de sistema não é valorizada.

Diretrizes de aplicação

Fonte: Nave, 2002, adaptado pelo autor

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38

3.2.7. Principais ferramentas Lean Seis Sigma

Existem diversas ferramentas e técnicas de gestão de operações e qualidade que

são utilizadas em Lean e Seis Sigma e que servem de arcabouço da metodologia

Lean Seis Sigma. Essas técnicas e ferramentas são aplicadas conforme as

especificidades demandadas pelo processo-alvo.

A seguir encontra-se uma descrição resumida das principais ferramentas disponíveis

e mais utilizadas:

Brainstorming

Termo em inglês que significa tempestade de idéias. Na visão de Marshall Junior et

al. (2003), trata-se de uma técnica em que se reúne um grupo pequeno de pessoas

para expressar livremente o pensamento no menor tempo possível. Busca-se

criatividade e diversidade de pontos de vista, que são registrados e depois

analisados por facilitadores devidamente treinados para conduzir trabalhos em

equipe. O Brainstorm é muito utilizado como ponto de partida e busca-se livremente

soluções ou propostas que posteriormente podem ser mais detalhadas e

desenvolvidas.

Mapeamento de Processos

Segundo Rotondaro et al. (2002), o fato de as empresas em geral serem

estruturadas por funções ou departamento com objetivos próprios, mas produzirem

bens ou serviços através de processos interligados pode gerar conflitos que muitas

vezes levam ao insucesso. A técnica de mapeamento de processos permite

conhecer detalhadamente as tarefas realizadas por todos os setores, bem como

entradas, fornecedores, saídas, clientes, pontos críticos e demais informações

necessárias à melhoria da qualidade. Abaixo, na figura 3.7 um exemplo de um

processo mapeado em forma de fluxo.

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39

Recepção da

Solicitação

Análise da

Solicitação

Regularização das

Pendências

Emissão do

contrato

Sim

NãoExistem Pendências ?

Recepção da

Solicitação

Análise da

Solicitação

Regularização das

Pendências

Emissão do

contrato

Sim

NãoExistem Pendências ?

Figura 3.7: Exemplo de um processo de formalização de empréstimos

Fonte: Elaborado pelo autor

Pesquisa de Mercado

Segundo Gil (1999), uma pesquisa tem como objetivo fundamental descobrir

respostas mediante o uso de procedimentos científicos. No caso das pesquisas de

mercado, podem ser usadas técnicas como o levantamento, que usa a interrogação

direta do público que deseja conhecer, ou estudos de campo, que, segundo o autor,

buscam aprofundar as questões propostas em um único grupo ou comunidade,

utilizando a técnica de observação. Os resultados de uma pesquisa de mercado

servem de base para a elaboração de diagramas como, por exemplo, o QFD, e

trazem ao projeto a visão do cliente para que se estabelece o que é crítico para a

qualidade em sua perspectiva.

QFD – Desdobramento da Função da Qualidade

Também conhecida como Casa da Qualidade (House of Quality), devido a sua

semelhança com uma casa. Na visão de Rotondaro et al (2002), é a matriz mais

importante da Metodologia Seis Sigma, pois identifica e prioriza as necessidades dos

clientes, traduz essas demandas em características críticas para a qualidade

(CTQs), prioriza as CTQs, realiza comparações em relação aos concorrentes e

determina metas quantitativas de melhoria. Na figura 3.8, a título de ilustração, é

possível observar uma QFD preenchida.

Page 57: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

40

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Avaliação Clientes

Qualidade Planejada

Matriz

Correlações

Peso AbsolutoPeso Relativo

Nossa EmpresaConcorrente XConcorrente Y

Dificuldade Técnica

Peso Corrigido Absoluto

Peso Corrigido Relativo

Qualidade Projetada

Avaliação

Técnica

Figura 3.8: Exemplo de uma matriz QFD

Fonte: Peixoto, 1998, adaptado pelo autor

Gráficos de Controle

Os gráficos de controle, em geral, nos mostram o comportamento dos dados ao

longo de um período de tempo. Trata-se de uma das principais ferramentas para

monitorar amostras de um processo, de forma a acusar a presença de causas

especiais que possam colocá-lo fora de controle, ou seja, trabalhando fora dos

limites estabelecidos para uma operação com qualidade. Os gráficos de controle

são utilizados para monitorar se determinado processo encontra-se dentro dos

padrões de especificação (Superior e Inferior). Na figura 3.9, pode se visualizar um

exemplo de gráfico de controle.

Nível Sigma ou Índice de Capacidade Sigma

Trata-se da medição do índice utilizado para determinar a capacidade seis sigma do

processo e mede a distância da média à especificação mais próxima (LEI ou LES)

em quantidades de desvios-padrão (sigmas). A apuração do índice de capacidade

sigma determina quão longe ou perto o processo trabalha do objetivo de seis sigma.

A tabela 3.1, apresentada anteriormente, mostra a relação entre o nível sigma e a

quantidade de defeitos por milhão de oportunidades.

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41

Histograma

O histograma é um gráfico de barras que mostra a distribuição dos dados de uma

amostra, agrupados por classes em determinado instante. Neste gráfico é possível

identificar a tendência central, a variação e o comportamento dos dados cuja forma,

pode indicar o tipo de distribuição que encontramos na variável medida. Na figura

3.10 visualizamos um exemplo de histograma.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Limite de Especif icação Superior

Limite de Especif icação Inferior

Figura 3.9: Exemplo de um Gráfico de Controle

Fonte: Elaborado pelo autor

0

5

10

15

20

25

0 a 1 1 a 2 2 a 3 3 a 4 4 a 5 5 a 6 maisque 6

Figura 3.10: Exemplo de um Histograma

Fonte: Elaborado pelo autor

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42

FMEA – Failure Modes and Effects Analysis

Na visão de Marshall Junior et al.(2003), é um método eficiente para as etapas de

projeto, planejamento e fabricação de produtos, pois visa identificar e prevenir todos

os modos possíveis de falhas e os seus efeitos, através de uma avaliação

permanente do processo. Pode ser de três tipos: identificação de falhas associadas

a funções de sistema (system FMEA), a análise de produtos (design FMEA) e a

processos (process FMEA).

O método FMEA traz uma seqüência lógica e sistemática de avaliar as formas possíveis

pelas quais um sistema ou processo está mais sujeito à falhas. O FMEA avalia a

severidade das falhas, a forma como as mesmas podem ocorrer e, caso ocorram, como

eventualmente poderiam ser detectadas antes de levarem a reclamações do cliente.

Assim, com base nestes três quesitos: severidade, ocorrência e detecção, o método

FMEA leva a uma priorização de quais os modos de falha levam a um maior risco ao

cliente (FERNANDES, 2005).

Para Rotondaro et al (2002) é uma ferramenta muito eficiente e que é normalmente

utilizada na fase de análise do DMAIC. É uma ferramenta que pode ser utilizada para

identificar causas de variabilidade em um processo. Na figura 3.11 encontra-se um

modelo da planilha utilizada no FMEA.

Figura 3.11: Exemplo de uma planilha de FMEA

Fonte: Fernandes, 2005

DOE – Design of Experiments

Trata-se de um método para determinar quais as variáveis afetam o desempenho de

um processo, bem como os efeitos associados às diferentes combinações entre

elas. Segundo Rotondaro et al (2002), os delineamentos de experimentos são testes

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43

planejados em que variáveis controladas de entrada são alteradas de modo

planejado, a fim de avaliar os seus impactos sobre uma resposta e assim identificar

a melhor combinação de variáveis. Esses experimentos são desenvolvidos através

das correlações e funções entre variáveis que foram determinadas na fase de

medição do processo. Esta ferramenta guarda muita sinergia com a utilização de

simulação e modelagem computacionais.

Gráfico de Pareto

Também um tipo de gráfico de barras que permite priorizar as causas de não-

conformidades de um processo produtivo. Segundo Marshall Junior et al (2003),

essa ferramenta tem origem nos estudos do economista italiano Vilfredo Pareto, cujo

princípio conhecido como regra 80/20 estipula que 80% dos problemas estão

concentrados em 20% das causas. Na figura 3.12 é possível visualizar um gráfico de

Pareto.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Causa A Causa B Causa C Causa D Causa E Causa F Causa G

Acumulado

Figura 3.12: Exemplo de um gráfico de Pareto

Fonte: Elaborado pelo autor

Diagrama de Causa e Efeito

Também é conhecido como “espinha de peixe” ou diagrama de Ishikawa. A princípio

deve ser elaborado pelo pessoal diretamente envolvido no operação para que sejam

listadas as possíveis causas para os efeitos constatados. Em geral as causas são

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44

agrupadas em categorias, a exemplo do que mostra a figura 3.13.

Figura 3.13: Exemplo de um Diagrama de Causa e Efeito

Fonte: Rotondaro et al, 2002, adaptado pelo autor.

Matriz SWOT

Sigla em inglês que significa Strengths (forças), Weaknesses (Fraquezas),

Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). Trata-se de uma matriz que

organiza e utiliza as informações dos ambientes internos e externos da empresa, e

apresenta benefícios como baixo custo, flexibilidade e a facilidade de interpretação.

A Figura 3.14 apresenta como é constituída a Matriz SWOT e as possíveis

combinações estratégicas para cada situação.

Setup rápido

Tem o objetivo de obter reduções drásticas no tempo requerido para a realização

das atividades de setup em máquinas ou equipamentos que envolvem troca de

ferramentas ou de materiais e que, portanto, implicam na necessidade de pará-las

(ROTONDARO ET AL, 2002). Segundo Womack e Jones. (1992), o setup rápido

pode ser alcançado através do desenvolvimento de técnicas simples para poder

trocar as ferramentas com freqüência. Segundo George (2004) também existe tempo

de setup em operações de serviço quando, ao se passar de uma tarefa para outra,

geralmente haverá uma curva de aprendizagem antes que a taxa de saída seja

plena.

Mão de Obra

Materiais Máquinas

Métodos Meio Ambiente

Medição

Efeito

Causas

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45

Na conquista do objetivo…

Ori

gem

do

Fat

or

Ajuda Atrapalha

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(Org

aniz

ação

)E

xter

no

(A

mb

ien

te)

OS

Oportunidades

WT

Forças

Ameaças

Fraquezas

Figura 3.14: Exemplo de uma Matriz Swot

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_SWOT, acesso em 13/10/2007

Lead Time e WIP

Na abordagem Lean existem dois conceitos importantes, a seguir apresentados

segundo a definição elaborada por George (2004):

- Work in Process (WIP) ou Trabalho em processo: Trata-se de qualquer

trabalho, processo, produto ou serviço que ainda esteja oficialmente no

processo e ainda não esteja concluído. É comumente chamado de

estoque ou de processo na fila.

- Lead Time ou Prazo: é o prazo que se leva para entregar o produto ou

serviço uma vez disparado o pedido. Pode ser determinado simplesmente

pela equação 1, onde Índice Médio de Conclusão é taxa de produtos

entregues por uma unidade de tempo.

( )

conclusãodemédioÍndice

WIPprocessoemtrabalhodeQuantidadetimeLead =

Figura 3.15: Equação para cálculo do Lead Time

Fonte: George (2004)

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46

Automatização

Significa não apenas automatizar máquinas e equipamentos, mas também dotá-los

de condições para que possam operar de forma mais autônoma. Máquinas flexíveis

e cada vez mais automatizadas são capazes de produzir imensos volumes de uma

ampla variedade de produtos (WOMACK; JONES, 1992). Em serviços podemos

traçar um paralelo com os sistemas que suportam a execução da maioria das

atividades. Muitas tarefas, ao serem automatizadas, aumentam a eficiência do

processo e reduzem a quantidade de falhas.

Tecnologia da Informação

Trata-se do uso de sistemas informatizados e inovadores que servem de apoio às

operações internas e externas tanto para transmissão de informação quanto para

interface com clientes e fornecedores (WOMACK; JONES, 1992). Em serviços, o

sucesso da Tecnologia da Informação depende bastante da aceitação do cliente, já

que geralmente há diminuição no contato pessoal e necessidade de novos

aprendizados por parte do mesmo, como ocorreu na implantação de terminais de

auto-atendimento em bancos (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2005).

Kanban

Mecanismo que comunica o momento para reabastecer ou produzir exatamente o

que está sendo requerido e na devida quantidade, possibilitando que o fluxo de

produção seja puxado (WOMACK; JONES, 1992).

Arranjo físico celular

Significa a organização da produção em grupos de produtos, peças ou tipo de

atividade que possuem afinidades relevantes e utilizam os mesmos recursos de

produção, a fim de simplificar e racionalizar a programação da produção, as

movimentações de materiais e o controle (WOMACK; JONES, 1992; ROTONDARO

ET AL, 2002).

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47

Operador polivalente

Trata-se de um conceito oposto ao conceito de especialização no trabalho, pois visa

a não restringir o trabalho a tarefas específicas, simples, repetitivas e constantes no

tempo, capacitando os operadores a executar uma variedade maior de tarefas, para

que todos conheçam o processo como um todo. Lean emprega trabalhadores

multiqualificados em todos os níveis da organização (WOMACK; JONES, 1992).

Autocontrole

Significa a transferência de algumas decisões da média gerência ou da supervisão

para a base da organização, promovendo também a responsabilidade da auto-

inspeção com foco na qualidade e autonomia para resolver anomalias (WOMACK;

JONES, 1992).

Poka-yoke

Está associado à idéia de prevenção de falhas por distração humana e ao ideal de

produzir sempre com qualidade. Segundo Rotondaro et al (2002), o poka-yoke em

serviços é aplicado tanto para operadores (funcionários) quanto para clientes, para

evitar que ambos cometam falhas humanas que gerem perdas no processo ou

retrabalho.

Nivelamento da produção

Procura manter o volume total produzido o mais constante possível, uniformizando a

produção (WOMACK; JONES, 1992).

Procedimento de trabalho padrão

Trata-se da determinação de tarefas padronizadas para cada processo, para que o

tempo de ciclo médio seja sempre seguido, assim como a quantidade de material a

ser utilizada (MONDEN, 1984).

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48

Produção em pequenos lotes

Tem o objetivo de produzir conforme a demanda, visando a eliminar perdas por

superprodução e custos de estoque, além de flexibilizar a produção. Para Womack e

Jones (1992), a produção em pequenos lotes elimina os custos financeiros dos

estoques, além de permitir que o operador visualizasse os erros dos equipamentos

quase que instantaneamente.

Controle visual do processo

Permite a rápida e clara visualização do andamento da produção para que o

gerenciamento do sistema seja mais ágil, através da apresentação de resultados

parciais em murais para que todos os funcionários possam acompanhar o processo.

Na Toyota, por exemplo, eram utilizados quadros andon (quadros eletrônicos

luminosos), para que todos os funcionários pudessem acompanhar o desempenho

da produção (WOMACK; JONES, 1992).

Kaizen - Melhoria Contínua

São melhorias simples feitas pelos funcionários de linha de frente, orientadas para

determinadas ocasiões onde existam perdas no processo. Segundo Womack e

Jones (1992), é possível atribuir aos trabalhadores pequenos reparos, controle da

qualidade e, até mesmo, reservar horários para que a equipe possa sugerir medidas

para melhorar o processo.

Pré-processamento

Também chamado de “processamento paralelo”, é o tratamento de produtos que

aguardam operações em estoques intermediários, para redução de tempo de ciclo

(SHINGO, 1985). Em serviços, fala-se em pré-processamento de clientes em filas de

espera, para que possam adiantar o processo do serviço.

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49

Treinamento do cliente

Quando o cliente é co-produtor do serviço, ou seja, quando realiza atividades

importantes para a prestação do serviço, tais como preenchimento de cadastros ou

deslocamento de materiais, é fundamental que ele entenda o processo do qual

participa e como deve exercer suas funções. Johnston e Jones (2004) distinguem a

produtividade em serviços em produtividade operacional e produtividade dos clientes

e afirmam que a empresa pode obter ganhos em produtividade se tiver foco nas

atividades realizadas tanto pelos funcionários quanto pelos seus clientes. A empresa

deve envolver seus clientes na prestação do serviço e treiná-los para que possam

contribuir para a qualidade do serviço (BOWEN; YOUNGAHL, 1998).

3.2.8. Considerações sobre o tema

Neste capítulo foi apresentado o referencial teórico mais especificamente

relacionado ao contexto do Lean Seis Sigma, trazendo uma fundamentação

conceitual imprescindível para compreensão do tema de pesquisa explorado na

dissertação.

Reduzir e eliminar desperdícios é uma forma de atacar as fontes de variação que

vem sendo empregada como um esforço de melhoria contínua e de busca de

perfeição. Esse enfoque tem sido usado nas organizações, especialmente, depois

do surgimento dos conceitos relacionados com Lean. A eliminação de desperdícios é

uma estratégia alinhada com os objetivos gerais do Seis Sigma de reduzir fontes de

variação em processos que possam comprometer o padrão de qualidade de

produtos ou serviços.

Considerando que a redução da variabilidade seja um aspecto norteador para a

organização que visa aumentar seu desempenho, refletir sobre as diversas fontes de

variação que podem existir em processos, em produtos, em serviços, nas atividades

das pessoas, na matéria-prima, entre outras fontes, consiste o objetivo primário da

metodologia Lean Seis Sigma.

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50

Revisando a literatura, constata-se que Seis Sigma foi preliminarmente

compreendido como uma iniciativa de melhoria focada em medição; uso de

ferramentas estatísticas; na busca por alcançar uma meta de desempenho de

processos pré- estabelecida e na satisfação do cliente.

A definição do nível sigma para medir defeitos com base em uma métrica universal

aplicável a diferentes produtos/serviços por meio da correlação direta entre o

número de defeitos, o custo do desperdício e o nível de satisfação do cliente traz um

enfoque novo para a forma de abordar os defeitos nos processos chaves. A

identificação do status desses processos pelo padrão sigma estabeleceu uma forma

interessante de avaliar quantitativamente a posição competitiva da organização.

O método DMAIC aparece na literatura e nos estudos de caso como um método

consagrado e eficiente de abordagem de problemas e como guia para execução de

projetos Seis Sigma ou Lean Seis Sigma. A divisão do método em fases estabelece

uma seqüência lógica para a melhoria de processos em geral.

Quanto às ferramentas utilizadas e consagradas para controle e melhoria de

processos, como as prescritas no método DMAIC e apresentadas neste trabalho,

não há novidades. Na sua maioria, as ferramentas estatísticas recomendadas e

aplicadas já foram introduzidas há várias décadas por personalidades como Deming,

Shewhart e Ishikawa, entre outros.

A sistemática de combinação e utilização do conjunto de ferramentas voltadas para

a melhoria da qualidade por meio de um método disciplinado é apontada por

Schroeder et al (2002) como um diferencial do Seis Sigma; algo que não havia sido

proposto anteriormente.

3.3. Simulação Computacional

3.3.1. Definições

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51

Uma possível definição de simulação: “Uma simulação imita um processo através de

outro processo” (HARTMANN, 1996, p 17, tradução nossa). Segundo Hartmann

(1996) a base de uma simulação é um modelo dinâmico que especifica,

adicionalmente a algumas propriedades estatísticas, suposições sobre a evolução

no tempo de um considerado objeto ou sistema.

Para Pereira (2000), a simulação computacional é a representação funcional de um

sistema real por um modelo de grande precisão através do computador, permitindo

visualizar a dinâmica desse sistema, implementar mudanças, respondendo a

questões tipo: “o que aconteceria se” (what-if), dessa maneira economizando

recursos econômicos e tempo.

Ainda segundo Hartmann (1996), existem algumas funções das simulações na

ciência. São elas:

- Simulações como técnica: Investiga a dinâmica detalhada de um sistema;

- Simulações como ferramenta Heurística: Desenvolve hipóteses, modelos e

teorias;

- Simulações como substituto de um experimento: Realiza experimentos

numéricos;

- Simulações como ferramenta para experimentalistas: Suporta

experimentos;

- Simulações como ferramenta pedagógica: Proporciona entendimento de

um processo.

Simulações permitem a análise das habilidades, capacidades e comportamentos de

um sistema sem precisar experimentar através do sistema real ou até mesmo

construí-lo. Por exemplo, uma vez que é extremamente dispendioso fazer

experimentos com uma fábrica para determinar sua melhor configuração, a

simulação da própria fábrica torna-se extremamente vantajosa (SMITH, 2000).

Para Shannon (1975), a simulação não é uma teoria, mas uma metodologia de

resolução de problemas; é um método de modelagem utilizado para implementar e

analisar um procedimento real (físico) ou proposto em um computador (de forma

virtual) ou até mesmo em protótipos (ensaios). A simulação é, então, o ato de imitar

um procedimento real em menor tempo e com menor custo, permitindo um melhor

Page 69: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

52

estudo do que vai acontecer e de como consertar erros que gerariam grandes

gastos.

Hlupic e Robinson (1998) afirma que a simulação deve ser usada como uma

ferramenta de modelagem de processos devido a algumas razões. Ele cita, por

exemplo, uma decisão sobre um grande investimento que seja difícil de reverter.

Normalmente, é dispendioso experimentar soluções diretamente no processo real,

especialmente se envolve várias áreas de uma organização. Em outros casos as

variáveis e recursos necessários para novos processos não estão determinados ou

completamente compreendidos e a simulação pode ajudar a entender melhor essas

necessidades.

Para Tumay (1996) os processos de negócio são muito complexos e dinâmicos para

serem analisados somente com fluxos e planilhas. Segundo ele, a simulação é a

mais poderosa e realista ferramenta para analisar a performance de um processo. A

simulação leva em consideração a variabilidade dos tempos das atividades, a

interdependência dos recursos e outras complexidades que afetam a performance

no tempo.

Shannon (1998) identifica os seguintes benefícios da simulação de processos:

- Possibilidade de se testar novos designs e layouts sem a implementação

real dos recursos necessários;

- Pode ser utilizada para explorar novas políticas de alocação de

funcionários, procedimentos operacionais, tomadas de decisão, estruturas

organizacionais, fluxos de informação etc. Sem causar nenhuma ruptura

no sistema real da organização;

- A simulação permite a identificação de gargalos nos fluxos de informação,

material e produto e realiza testes com o objetivo de aumentar cada taxa;

- A simulação permite o controle do tempo. Assim, sistemas podem ser

simulados por meses ou anos em questão de segundos e fornecer

resultados visualizados em longo prazo. Além disso, pode-se diminuir a

velocidade da simulação para a realização de estudos;

- Permite adquirir conhecimento em relação a como o sistema funciona e a

identificação de quais são as variáveis que mais afetam a performance do

modelo;

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53

- A simulação significa em uma maior possibilidade de realização de

experimentos com situações não familiares e responder a questões “e se”.

Strack (1984) aponta algumas características encontradas em problemas a serem

analisados que justificam o uso da simulação. São elas:

- não há para o problema uma formulação matemática completa;

- não há um método analítico para a resolução do modelo matemático;

- a obtenção de resultados com o modelo é mais fácil de ser realizada por

simulação do que por método analítico;

- não existe habilidade pessoal para a resolução do modelo matemático por

técnica analítica ou numérica;

- é necessário observar o desenvolvimento do processo desde o início até

os resultados finais, e são necessários detalhes específicos;

- não é possível ou é muito difícil a experimentação no sistema real;

- é desejado estudar longos períodos de tempo ou são necessárias

alternativas que os modelos físicos dificilmente fornecem.

Como toda técnica ou metodologia, a simulação também apresenta desvantagens.

Shannon (1998) identifica as seguintes:

- A modelagem de um dado sistema é uma “arte” que requer um

treinamento especializado e as habilidades dos modeladores tendem a

variar amplamente. A utilidade do estudo dependerá diretamente da

qualidade do modelo desenvolvido e das habilidades do modelador;

- A coleta de dados de entrada confiáveis pode consumir grande quantidade

de tempo e mesmo assim os resultados podem ser questionáveis. A

simulação não pode compensar dados inadequados;

- Modelos de simulação envolvem a execução de dados de entrada,

produzindo as saídas propriamente ditas, surgidas em função das rodadas

realizadas. Os modelos não geram por si só uma solução ótima, servindo

apenas como uma ferramenta de análise a partir de condições pré-

estabelecidas pelo modelador.

Page 71: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

54

Atualmente existem pacotes de simulação disponíveis no mercado que apresentam

inúmeras vantagens em termos de facilidade de uso, eficiência e eficácia dos

resultados obtidos. Segundo Shannon (1998), dentre as vantagens em se usar os

pacotes de simulação podemos ressaltar a redução na tarefa de programar, o

aumento da flexibilidade de realizar mudanças nos modelos, menos erros de

programação e a coleta automática de dados estatísticos.

O objetivo dos pacotes de simulação é diminuir o espaço entre a conceituação que o

usuário tem do modelo e sua forma executável. Os pacotes de simulação são

divididos em duas categorias: uma de propósito geral e outra de propósito

específico. Na primeira categoria estão os pacotes que podem resolver praticamente

todos os problemas de simulação de eventos discretos, como ARENA®, AweSim®,

GPSS/H™, Simscript II.5®, Extend™ etc. Na segunda categoria estão os pacotes

utilizados na simulação de sistemas de manufatura e problemas de manuseio de

material, tais como SimFactory, ProModel®, AutoMod™, Taylor II® e Witness® se

encaixam nesta categoria. Assim como os pacotes designados para a condução de

estudos de reengenharia de processos, como BPSimulator™, processModel™,

SIMPROCESS® e Extend+BPR (TORGA, 2007).

Este trabalho utiliza o ServiceModel® para realizar a modelagem de um processo de

serviços. A razão de seu uso está no fato de ser um software adaptado para a

simulação de processos administrativos e de serviço em geral.

A descrição do software ServiceModel é mostrada no Anexo B. Uma questão

importante é a flexibilidade que o software permite na criação e utilização de

elementos gráficos para locais, entidades e recursos, além da possibilidade do uso

de elementos de fundo, o que pode tornar o modelo bastante representativo e de

fácil entendimento.

3.3.2. Metodologia de simulação

A simulação computacional envolve mais do que a utilização de um software. Trata-

se de um projeto que requer um planejamento prévio de cada uma de suas etapas e,

além disso, um conhecimento do sistema a ser simulado e das pessoas envolvidas.

Page 72: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

55

Grande parte dos trabalhos de simulações mal sucedidos tem como causa a

ausência de um planejamento condizente com a importância de seu estudo. Por

isso, simular requer mais do que o conhecimento de um software específico, mas

também, pessoas com conhecimento dos passos a serem seguidos, bem como

experiência analítica, estatística e organizacional (SILVA, 2005).

Para que a construção de um modelo computacional possa trazer resultados

satisfatórios deve passar por algumas etapas, segundo compilação de diversos

autores, que podem ser verificadas na figura 3.16 e estão descritas a seguir.

(SHANNON, 1998; HLUPIC E ROBINSON, 1998; SMITH, 1998; ADAMS ET AL,

1999; PEREIRA, 2000; ZAREI, 2001; SILVA, 2005)

- Formulação do problema: Todos os estudos em simulação se iniciam com

a descrição do problema. Os objetivos da simulação devem ser

explicitamente definidos em termos da amplitude e profundidade que se

deseja da análise, tempo necessário e os recursos disponíveis. Além

disso, deve envolver uma descrição dos cenários que devem ser

investigados. Essa definição inicial do problema pode ser alterada durante

a realização do processo de simulação.

- Coleta de Dados: Trata-se de um processo de recolhimento dos fatos e

informações disponíveis que serão utilizados para construção do modelo.

A coleta dos dados deve obedecer aos seguintes cuidados:

� deve haver uma quantidade suficiente de dados;

� os dados devem ser quantitativamente confiáveis;

� os dados devem ser significativos para o processo de decisão.

A qualidade dos dados influi diretamente na precisão do modelo e da

simulação.

- Modelagem: o primeiro passo da modelagem corresponde à identificação

das variáveis do problema. Em seguida, ocorre a elaboração do modelo

em si. Pode ser a parte mais difícil do processo de simulação. A

dificuldade decorre do fato de que, na construção de modelos, é exigida

tanto arte quanto técnica, levando-se em conta todas relações

importantes, tanto entre as variáveis internas do sistema quanto entre este

e o meio ambiente que o cerca. Segundo Torga (2007), a construção do

Page 73: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

56

modelo deve iniciar de forma simples e a complexidade deve ser

adicionada de maneira evolutiva. Isso pode ser feito adicionando-se

detalhes ao modelo de maneira gradativa.

Figura 3.16: Fluxo do Processo de Simulação

Fonte: Elaborado pelo autor.

- Avaliação do modelo: A validação é a certeza de que o modelo construído

reflete o funcionamento do sistema real. Uma das maneiras é chamar o

sistema real de sistema base e comparar seus resultados com os do

modelo. Se elas forem similares, pode-se dizer então que o modelo é

válido. De acordo com a figura 3.16, esta etapa é decisiva no processo de

simulação, pois a rejeição do modelo nesta etapa levará ao reinício do

processo. Esse fato ocorre aqui porque as próximas etapas dependem

diretamente do modelo gerado.

- Realização dos experimentos: este passo é realizado após o modelo estar

Modelagem

Realização de experimentos

Validação do Modelo

Coleta de Dados

Formulação do Problema

Rejeitado

Análise dos dados de Saída

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57

pronto, tendo sido verificado e solucionado qualquer erro de programação

e após julgado válido. Para cada execução de simulação (e sua posterior

análise), decisões precisam ser tomadas em relação ao tempo de duração

da simulação e o número de replicações em cada cenário. As simulações

são realizadas com o objetivo de estabelecer medidas de desempenho de

cada cenário simulado.

- Análise dos dados de saída: Os resultados devem ser relatados de

maneira clara e consciente. A análise dos resultados deve permitir a

revisão da formulação final, as alternativas criadas, seus critérios de

criação e acima de tudo, as recomendações ou conclusões de cada

cenário.

3.3.3. Considerações sobre o tema

Através da descrição e explicação do histórico e dos conceitos relacionados com

simulação, suas vantagens e desvantagens, assim como sua metodologia de

implementação pode-se verificar que se trata de uma ferramenta que se mostra

adequada às mais diferentes áreas de aplicação.

A utilização de simulação de parâmetros dinâmicos de um processo como tempos,

entradas, saídas, volumes e capacidades aprimora significativamente a performance

da análise de um processo, pois proporciona uma visualização muito mais eficaz dos

gargalos, desperdícios e desempenho do que uma análise estática do processo em

si (AGUILAR; PATER, 1999).

A utilização de simulação para análise de problemas pode ser uma importante

ferramenta de análise na implementação de soluções e proposições oriundas da

metodologia Lean Seis Sigma (e outras também). A simulação permite avaliar a

efetividade de uma solução sem a necessidade de implementá-la, além de

possibilitar a análise conjunta de vários cenários.

Existe uma grande similaridade da metodologia DMAIC com a metodologia de

simulação. Pontos como a Definição do Problema e Coleta de Dados revelam

bastante sinergia com o que se propõe com o DMAIC. De uma forma geral a

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58

utilização da simulação em projetos Lean Seis Sigma alavanca a velocidade e a

qualidade dos resultados obtidos, devido à sinergia e a aos benefícios que o uso da

simulação traz.

Page 76: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

59

4. Definição do Roteiro de Referência para Aplicação de Lean Seis Sigma em Serviços 4.1. Casos na literatura A seguir encontra-se o resumo de algumas pesquisas e estudos de caso que

serviram de conceituação, exemplificação e suporte para a definição do roteiro de

aplicação de Lean Seis Sigma em serviços.

Leal (2003), em sua dissertação de mestrado, realizou um estudo de caso no setor

bancário estabelecendo um método de diagnóstico dos processos de atendimento

de uma agência utilizando técnicas de mapeamento de processos e simulação

computacional através do software ProModel.

Machado (2006), em sua tese de doutorado, explora a utilização de princípios e

ferramentas Lean no desenvolvimento de produtos, estabelece uma metodologia de

aplicação de Lean para tal segmento e realiza posterior aplicação em uma empresa

do setor aeronáutico.

Süffert (1998), em sua dissertação de mestrado, estuda os princípios e conceitos

Lean e verifica, através de um estudo de caso em um grande banco brasileiro, sua

aderência a tais princípios.

Santos (2006), em sua tese de doutorado, propõe um modelo de referência para se

aplicar o Programa de Qualidade Seis Sigma. A autora realizou uma pesquisa em 4

empresas multinacionais e, através de entrevistas e uma extensa pesquisa

bibliográfica apresenta e valida seu modelo proposto.

Torga (2007), em sua dissertação de mestrado, analisa a aplicação de conceitos de

simulação e otimização em um processo de manufatura de uma empresa do ramo

automobilístico. Tal processo trabalha sob o conceito de produção puxada de Lean e

utilizando-se do software ProModel, que otimizou a saída do processo através de

simulação computacional.

Moraes (2006), em sua dissertação de mestrado, estuda as implicações de algumas

iniciativas da qualidade em processos que não se apresentam normalmente

distribuídos. O autor discorre sobre os cuidados para se determinar o nível sigma de

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60

processos não-normais e aplica esses conceitos através de um estudo de caso em

um processo industrial de medição de furos de precisão.

Rico (2007), em sua dissertação de mestrado, define um roteiro de aplicação de

conceitos da produção enxuta (Lean) em processos administrativos e o aplica,

através de um estudo de caso, em um processo administrativo de uma empresa de

equipamentos automotivos.

Cabrera (2006), em sua dissertação de mestrado, explora as dificuldades de

implementação da metodologia Seis Sigma em empresas de diferentes portes. O

autor realiza esta pesquisa através de um estudo de caso em 3 empresas brasileiras

do ramo industrial utilizando-se de pesquisa com especialistas.

Sousa (2006), em sua dissertação de mestrado, também explora as dificuldades

para implementação da metodologia Seis Sigma, mas em uma empresa do setor de

serviços, mais precisamente de telecomunicações. O foco de seu trabalho é maior

em aspectos culturais e comportamentais da metodologia.

Turatti (2007), em sua dissertação de mestrado, aborda a aplicação de conceitos e

princípios Lean no setor público. O autor estuda a aplicação destes conceitos

através de um estudo de caso na Secretaria Municipal da Fazenda do município de

São Carlos no estado de São Paulo.

Giannini (2007), em sua dissertação de mestrado, estuda as adaptações

necessárias à abordagem Lean e suas ferramentas para a aplicação em processos

de serviços. O autor analisa a aplicabilidade de Lean adaptado a serviços através de

um estudo de caso em 3 hotéis de diferentes categorias.

Cuatrecasas (2002; 2004), em dois artigos, apresenta a aplicação de conceitos de

Lean em operações de serviços em dois estudos de caso, mostrando como o

balanceamento de atividades e equipes multifuncionais podem resultar em redução

do tempo de ciclo e aumento de eficiência.

Kumar et al (2006) explora a aplicação de ferramentas Lean e Seis Sigma de forma

integrada através de um estudo de caso em uma empresa indiana de acessórios

automotivos. Os autores apresentam de forma clara a aplicação das ferramentas

lean seis sigma e verificam o sucesso obtido através da melhora de diversos

indicadores.

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61

Singh et al (2006), em seu artigo, apresenta uma abordagem para decisão da

utilização de ferramentas de mapeamento de processo Lean, de acordo com os tipos

de desperdício encontrados no processo ou projeto. Os autores aplicam essa matriz

de decisão e avaliam o resultado a partir da aplicação das ferramentas determinadas

em uma empresa do setor siderúrgico.

Antony et al (2005), em seu artigo, aplicam a metodologia Seis Sigma através do

DMAIC em uma empresa automotiva que enfrentava problemas com seus produtos

(motores que apresentavam aquecimento). É interessante o foco na redução da

variabilidade do processo que resultou em aumento de capacidade, resolução do

problema e uma economia significativa.

Hensley e Dobie (2005), em seu artigo, propõe um modelo de aplicação dos

conceitos de Seis Sigma em organizações de serviço. O modelo é aplicado em uma

empresa pública norte-americana de controle de tráfego. As autoras ainda discutem

dificuldades de implementação do modelo sugerido em empresas com e sem

experiência em iniciativas de qualidade.

Wyper e Harrison (2000), em seu artigo, estudam a aplicação da metodologia Seis

Sigma em uma empresa de recursos humanos da Grã-Bretanha. Os autores

utilizaram-se do método DMAIC para aplicar os conceitos de Seis Sigma e

alcançaram resultados relevantes para a empresa.

Johnson et al (2006), em seu artigo, aplica a metodologia Seis Sigma em um projeto

da Universidade de Miami que visava a construção de novos dormitórios para os

alunos. Os autores utilizam para esse estudo o método DMADV (define, measure,

analyse, design, verify), uma variante do DMAIC indicado para desenvolvimento de

novos produtos, serviços e processos.

McCarthy e Stauffer (2001), em seu artigo, abordam o tema da integração da

metodologia Seis Sigma com a utilização de simulação computacional. Além de

discorrer sobre os benefícios desta integração, os autores realizam um estudo de

caso em uma empresa de TI, obtendo resultados relevantes.

Kasahara e Carvalho (2003) estudam as similaridades e distinções entre a aplicação

de Seis Sigma e o TQM (Total Quality Management) através de um estudo em três

empresas multinacionais com sede no Brasil de ramos diferentes.

Furterer e Elshennawy (2005), em seu artigo, propõem um método de aplicação de

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ferramentas Lean Seis Sigma e de TQM no setor público e realizam uma

experimentação através de um estudo de caso na secretaria de finanças de uma

cidade norte-americana.

Kumi e Morrow (2006), em seu artigo, descrevem aplicação da metodologia Seis

Sigma na biblioteca da Universidade de Newcastle, com o objetivo de promover o

auto-atendimento dos usuários. Os autores utilizam-se do método DMAIC e de

algumas ferramentas clássicas.

Ariente et al (2005), em seu artigo, retratam o estudo de caso de uma multinacional

do setor industrial no processo de implementação da metodologia Seis Sigma e o

respectivo impacto em sua cultura organizacional.

Das (2005), em seu artigo, descreve a aplicação da metodologia Seis Sigma através

do método DMAIC e utilização de algumas ferramentas importantes em uma

empresa que tinha problema com o grande tempo despendido na obtenção de

matéria prima.

Mukhopadhyay e Ray (2006), em seu artigo, utilizam a metodologia Seis Sigma e o

método DMAIC para reduzir a variabilidade de um processo de fabricação de

embalagens de uma empresa têxtil indiana. Parte da produção da empresa era

rejeitada por seus clientes devido a produtos fora de especificação.

Moura (2004), em seu estudo de caso, apresenta os resultados obtidos em uma

aplicação da metodologia Seis Sigma em uma empresa de eletroeletrônica no Pólo

Industrial de Manaus.

Ruthes et al (2006), em seu artigo, realizam pesquisa que investiga e proporciona

uma visão geral acerca do programa Seis Sigma no processo de fabricação do

refrigerante pet 2L. Neste estudo, ficou evidente que o programa Seis Sigma pode

trazer grandes benefícios para o processo de produção do refrigerante pet, com

redução do número de defeitos e um aumento da uniformidade dos produtos.

Tang et al (2006), em seu livro, apresentam um caso de aplicação de Seis Sigma em

um fornecedor de placas de circuitos eletrônicos montadas para reduzir o número de

defeitos e melhorar o tempo de ciclo de montagem e teste.

Aguilar et al (1999) apresentam, em seu artigo, como a utilização de simulação

computacional de processos pode suportar a tomada de decisão e o desenho de

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63

processos. Os autores utilizam como exemplo dois processos administrativos de um

Banco Internacional de Luxemburgo.

Adams et al (1999), em seu artigo, descrevem através de dois estudos de casos

empresas que utilizam a metodologia Lean em seus processos e agregam a

simulação computacional para promover a eficiência dos projetos de melhoria

contínua.

Zerbini (2006), em sua dissertação de mestrado, define uma metodologia de

avaliação de fornecedores através de uma extensa revisão bibliográfica e um estudo

de caso em uma instituição financeira do setor bancário brasileiro.

Zarei (2001), em seu artigo, apresenta um estudo de caso no Centro de Informações

e Documentos do Irã, responsável pela aquisição processamento e disseminação do

conhecimento científico naquele país. Os processos administrativos deste centro

foram mapeados e simulados através do ServiceModel. As simulações foram

valiosas para a proposição de melhorias e a compreensão das ineficiências

presentes nos processos.

4.1.1. Síntese da pesquisa

Alguns pontos podem ser destacados após a leitura dos estudos de casos

mencionados no item anterior. O primeiro deles é a extensa utilização do método

DMAIC. O DMAIC está fortemente associado à metodologia Lean Seis Sigma e Seis

Sigma (figurando, às vezes, até como sinônimos) e verifica-se que sua utilização

facilita a compreensão dos passos e funciona como um grande guia.

Além disso, seja através do DMAIC ou pela metodologia Lean, algumas etapas

basicamente estão presentes em quase todas as aplicações observadas na maioria

das vezes na seguinte ordem:

- Definição do problema;

- Determinação do que é crítico para o cliente, mercado e/ou empresa;

- Mapeamento do Processo;

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64

- Coleta de Dados e mensuração do desempenho dos processos;

- Análise dos fatores que impactam os pontos críticos e das maiores causas

de variabilidade no processo;

- Proposição de ações de melhoria;

- Implantação das ações;

- Nova medida de desempenho, comparando os resultados com as medidas

do processo original.

Verificou-se ainda que é imprescindível que se tenha visão sobre como o uso dos

métodos estatísticos pode contribuir para que os objetivos estratégicos sejam

concretizados. Isto significa dizer que, dependendo de quão apurada se torna esta

visão, mais fácil é estabelecer critérios mais eficazes para se escolher quais

métodos e técnicas devem ser usados na implementação dos projetos.

Além disso, para a escolha e aplicação das técnicas e ferramentas, é necessário

conhecimentos estatísticos e de gestão da qualidade. Algumas ferramentas são

utilizadas recorrentemente por proporcionarem resultados mais relevantes. É o caso

do gráfico de Pareto e do diagrama de causa e efeito para o diagnóstico das causas

da variabilidade dos processos e da análise FMEA, que combina o diagnóstico das

principais causas de falhas de forma priorizada, com a proposição de ações de

melhoria. Adicionalmente, nas aplicações de Lean nota-se uma preocupação com a

identificação de pontos no processo que possam ser transformados em “puxados”,

ao invés de “empurrados”.

Com relação a simulação computacional, identificou-se diversos aplicativos e

softwares capazes de proporcionar a caracterização de processos. Nos casos

abordados, a utilização da simulação baseia-se na flexibilidade e agilidade em se

testar modificações nos processos. No entanto foram encontradas poucas

publicações que focassem a integração da simulação de processos com as

metodologias Lean e Seis Sigma.

4.2. Roteiro de Referência

O objetivo desta dissertação é desenvolver um roteiro que possibilite a aplicação de

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65

ferramentas Lean Seis Sigma e simulação de forma objetiva e prática em um

processo de serviço e que deverá auxiliar na melhoria dos resultados do mesmo.

Um roteiro é uma forma explícita de estruturar pensamentos e ações, de forma a

revelar quais passos deverão ser tomados, como serão realizados e o porquê de

serem realizados em determinada ordem.

Nesta dissertação, a abordagem proposta foi chamada de roteiro, visto que provê

uma forma de estruturar o pensamento ao mesmo tempo em que oferece os passos

para tomadas de decisões fundamentadas.

A apresentação do roteiro segue a forma de passos a serem seguidos, na ordem

numérica que são apresentados. Cada passo está associado a uma fase da

metodologia DMAIC (Definir, Mensurar, Analisar, Melhorar e Controlar).

4.2.1. Passo 1 (Definir) – Definição do Processo, Projeto ou Problema

Conforme apontam Coronado e Antony (2002), a formulação de um projeto Seis

Sigma deve contribuir para ajudar a organização a melhorar sua vantagem

competitiva, aumentar a lucratividade do negócio, reduzir o tempo de ciclo do

processo, elevar a eficiência, entre outras contribuições. Mas, ressalte-se aqui que

para se conseguir essa vantagem competitiva é preciso ter em mente qual é o

processo crítico, cujo desempenho carece de melhoria e, sobretudo, qual é a “falha”

apontada pelo cliente, a qual se pretende corrigir, para melhor satisfazê-lo. Nem

sempre isso é tarefa fácil, e talvez venha daí a dificuldade de se conseguir identificar

projetos que agreguem valor aos olhos do cliente.

A Figura 4.1 mostra que um projeto Lean Seis Sigma nasce do reconhecimento de

uma falha ou defeito que é identificada não apenas com base nas CTQ’s externas

que trazem informações dos requisitos do mercado (clientes), como também das

CTQ’s internas, aquelas que são representativas dos processos críticos do processo

de negócio.

As CTQ’s podem representar um requisito de desempenho que pode ser

mensurável. Por exemplo, taxa de defeitos, custo da não qualidade, percentual de

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66

erros, entregas fora do prazo, e número de reclamações de clientes são algumas

das métricas de desempenho usadas pelas companhias como motivação para o

desenvolvimento de projetos.

Normalmente as CTQ’s externas são determinadas através do método QFD (Quality

Function Deployment) ou Desdobramento da Função Qualidade. O QFD leva em

consideração a opinião do cliente e a posição dos concorrentes para se determinar

quais são as CTQ’s externas e quais seus níveis exigidos e aceitáveis em termos de

valores. Estes parâmetros serão importantes para confrontação com o desempenho

atual do processo, como será visto nos passos a seguir.

Figura 4.1: Alvo do projeto Lean Seis Sigma

Fonte: Rotondaro et al, 2002, adaptado pelo autor

4.2.2. Passo 2 (Mensurar) – Mapeamento do Processo

Este passo consiste fundamentalmente em se conhecer o processo em análise no

detalhe de suas atividades, entradas, saídas, recursos. Normalmente o mapeamento

de processo é exibido em forma de fluxograma, cuja notação segue um padrão.

Um mapa do processo detalhado fornece todas as atividades executadas e sua

seqüência de execução. O mapa do processo também, geralmente, define os pontos

de coletas de dados no processo.

Além do fluxograma, existem outras formas para se apresentar o mapa do processo,

CTQ interna

Desempenho dos processos

críticos

CTQ externa

QFD

Requisitos dos Clientes

Defeitos

Projeto Lean Seis Sigma

CTQ interna

Desempenho dos processos

críticos

CTQ externa

QFDQFD

Requisitos dos Clientes

Defeitos

Projeto Lean Seis Sigma

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67

tais quais:

- Gráfico de Gantt;

- PERT-CPM;

- Matriz de estrutura de projeto (Design Structure Matrix - DSM);

- Mapa de Fluxo de Valor.

4.2.3. Passo 3 (Mensurar) – Coleta de Dados

Produzir dados que gerem informações confiáveis e relevantes e que dêem suporte

à tomada de decisão é uma condição primária na visão moderna do gerenciamento

da qualidade em qualquer ambiente organizacional.

Para tanto, a acumulação e armazenamento de dados do processo, formando um

banco de dados consistente estatisticamente, é primordial em todos os processos,

especialmente os de serviços.

Nesta etapa coletamos os dados do processo de forma a completar seu

mapeamento com uma fotografia de seu desempenho. Em serviços, geralmente são

medidos os tempos de ciclo das atividades, a quantidade de não conformidades

(Exemplo: formulários errados), o número de reclamações entre outras medidas. O

importante é medir ou extrair os dados da CTQ definida no passo 1.

A coleta e apresentação desses dados deve passar por um tratamento estatístico. A

amostragem deve ser feita de forma garantir a representatividade dos dados e

devem ser calculadas medidas de posição e dispersão, para que se tenha uma idéia

da variabilidade atual do processo como um todo e de suas atividades, de maneira

independente uma das outras.

Algumas ferramentas importantes são utilizadas nessa etapa, tais quais:

- Histogramas;

- Gráficos de Controle;

- Lead-Time;

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68

- WIP;

- Mapa de fluxo de Valor.

4.2.4. Passo 4 (Mensurar) – Cálculo do Nível Sigma

Conforme exposto, a apresentação do nível sigma talvez seja uma das maiores

contribuições da metodologia Seis Sigma. Trata-se de uma forma universal de se

expressar o status de um processo.

Nesta etapa, uma vez coletados os dados necessários relativos a CTQ estudada,

devemos mensurar a performance atual do processo com relação ao conceito Seis

Sigma. Esse parâmetro servirá de base comparativa, quando obtivermos os dados

após a implantação das melhorias que serão propostas, para verificação da

evolução do processo.

Para se definir o nível sigma é preciso o valor da CTQ para o cliente. O cálculo pode

ser feito por duas formas:

- Através da quantidade de defeitos por milhão de oportunidades;

- Através das medidas de posição (média) e dispersão (desvio padrão).

Pelo segundo método, deve se levar em consideração o “The 1.5 shift efect”,

descrito na revisão da literatura, que faz com que a média se desloque 1.5 desvios

padrão no longo prazo.

Para determinação do nível sigma pode ser utilizada a tabela de relação de

probabilidades, DPMO e nível sigma apresentada no Anexo A.

4.2.5. Passo 5 (Mensurar) – Modelagem do processo

Neste passo inicia-se a utilização da simulação computacional.

Uma vez realizado o mapeamento completo do processo, com todas as atividades

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69

definidas, entradas, saídas e a distribuição de performance de cada atividade, é

possível realizar a modelagem computacional do processo.

Esta etapa requer domínio do software escolhido para a realização das modelagens

e simulações computacionais. O software escolhido para o desenvolvimento deste

trabalho é o ServiceModel desenvolvido pela ProModel Corporation. Trata-se de um

aplicativo adaptado para a modelagem e simulação de processos de serviços.

4.2.6. Passo 6 (Mensurar) – Validação do Modelo

Como exposto, a validação do modelo é a certeza de que o modelo construído

reflete o funcionamento do sistema real.

Para tanto é necessário executar o modelo, simulando-o com todos os parâmetros e

atributos mensurados até o momento e comparar os resultados obtidos com os

dados de performance medidos e observados no processo real.

Na maioria das vezes a etapa de validação resulta em adequações a serem

realizadas no primeiro modelo e assim sucessivamente repetindo-se os passos 5 e 6

até a validação do modelo.

O resultado final será a obtenção de um modelo computacional fiel ao processo real

e que servirá de base para as simulações que serão realizadas posteriormente. Essa

medida trará maior confiabilidade ao roteiro como um todo, pois em determinada

proporção será como aplicarmos todas as recomendações futuras diretamente no

processo real e verificar os resultados obtidos.

4.2.7. Passo 7 (Analisar) – Aplicação de Lean (Criação de um Sistema Puxado)

Em processos onde o tempo de ciclo ou o Lead Time são variáveis importantes e

decisivas, dentro da abordagem Lean, existe a necessidade de se criar um sistema

de produção puxado para se a redução de WIP ou o estoque de trabalho. Isso é feito

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70

através da tomada de decisão sobre o timing do trabalho (pedido, solicitação ou

processo) que é liberado para entrar no processo.

Em outras palavras, o único gatilho para liberar um trabalho para entrar no processo

é fazer com que outro saia do processo. É isso que é um sistema puxado

(GEORGE, 2004).

Para essa etapa é necessária a criação de um buffer de entrada com um sistema de

triagem para se determinar qual trabalho deve ser o próximo a ser liberado a entrar

no processo. Em alguns casos a regra PEPS (Primeiro a entrar, primeiro a sair) pode

não ser a mais adequada em virtude das características do processo. Um trabalho

com uma rentabilidade maior associada a ele em relação a outros deve ser

priorizado, por exemplo.

Segundo George (2004) a dificuldade de se implantar um sistema puxado está no

fato de que para muitas pessoas ele é contra-intuitivo. A maioria das pessoas pensa

que a melhor maneira de ser mais rápido é empurrar o trabalho processo adentro o

mais rápido possível. O que Lean afirma é que somente é possível controlar tempo

de processamento controlando a liberação de trabalho para o processo.

Outra vantagem da criação de um sistema puxado é a possibilidade de se isolar o

tempo de fila do tempo de processamento ou execução da atividade. Isso

possibilitará um controle gerencial mais eficaz.

4.2.8. Passo 8 (Analisar) – Estudo das causas da Variabilidade

A grande lição que Seis Sigma e Lean Seis Sigma nos oferece é a necessidade de

redução de variabilidade nos processos e atividades para se alcançar níveis de

qualidade super diferenciados.

Essa etapa define o foco da procura das melhorias no processo nas causas internas

da variabilidade das atividades. Para que isso seja possível é necessário, na ordem:

- Obter as curvas de probabilidade das variáveis analisadas em cada

atividade do processo;

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71

- Priorizar a análise das atividades com maior variabilidade e em seguida as

que apresentam maior WIP;

- Utilizar as ferramentas clássicas de análise para identificação das causas

das variações e propor ações corretivas. As ferramentas mais úteis nessa

etapa são o Gráfico de Pareto, o Diagrama de Causa e Efeito e o FMEA.

Quando a variação no processo está ligada aos tempos de ciclo, fila, processamento

etc. na maioria das vezes estes estão associados a atrasos no processo. Alguns

tipos de atraso podem servir de guia para a análise do processo:

- Atrasos devido a ineficiências de processo: Fatores como curva de

aprendizagem, diferenças de treinamento dos recursos podem levar a

baixa produtividade por dia por pessoa;

- Atrasos devido a variações de oferta e demanda: Caso a oferta de

serviços estiver exatamente sintonizada com a taxa de pedidos (O que

convenhamos é raro) não ocorrerá filas, mas caso contrário atrasos por

tempo de fila começarão a se acumular.

- Atrasos devido a variações de capacidade de processo: Normalmente

fatores como tempo de queda de sistemas ou computadores e faltas ao

trabalho acabam por causar variações de capacidade e,

conseqüentemente, de produção de um dia para o outro.

- Atrasos devido a baixa qualidade: A quantidade de defeitos e a

necessidade de retrabalhos acabam por ter impacto direto e prejudicial ao

WIP e ao lead time.

4.2.9. Passo 9 (Analisar) – Consolidação das Propostas de Melhoria

Todas as ações identificadas como necessárias e propostas nos passos 7 e 8

devem ser consolidadas em um único local para servir de referência e guia para as

simulações que serão realizadas no modelo computacional.

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72

4.2.10. Passo 10 (Analisar) – Simulação das Propostas de Melhoria

Assim como nos passos 5 e 6, esta etapa também prevê a utilização do software de

simulação, no caso o ServiceModel.

Com base no modelo desenvolvido e validado e na consolidação das propostas de

melhoria, o objetivo é modelar todas a ações e recomendações para simulação e

obtenção dos novos dados de performance do processo.

Após a modelagem, realiza-se a simulação do processo melhorado.

4.2.11. Passo 11 (Analisar) – Avaliação de Desempenho

Nesta etapa analisam-se os dados obtidos com a simulação do processo com as

melhorias aplicadas. A idéia é comparar os novos dados de saída com a

performance do processo original.

Adicionalmente calcula-se o novo nível sigma, bem como o novo lead time e verifica-

se o WIP resultante deste novo processo. Uma vez seguidos todos os passos aqui

propostos, a tendência é que se observe uma melhora nesses parâmetros.

4.2.12. Passo 12 (Melhorar) – Apresentação e Implantação

O resultado obtido através da simulação das propostas de melhoria identificadas no

processo é um grande trunfo para a decisão sobre a implantação das mesmas.

Trata-se de um grande argumento para a decisão de implantação de ações que

tenham custo ou demandem mudanças representativas.

Aliado a isso, o software escolhido apresenta uma funcionalidade que pode

contribuir decisivamente para a decisão. Além de simular os dados do processo, o

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73

SeviceModel apresenta uma interface gráfica animada onde é possível visualizar a

simulação dos processos. Isso permite a apresentação das propostas e dos dados

em conjunto com uma imagem do processo funcionando, o que provavelmente

facilitará a compreensão das propostas pelos executivos líderes ou tomadores de

decisão envolvidos no processo.

Uma vez aprovada, a consolidação das propostas e ações de melhoria pode ser

implantada no processo real.

4.2.13. Passo 13 (Controlar) – Validação das Propostas de Melhoria

Como último passo do roteiro, é preciso validar os resultados obtidos com a

implantação das melhorias no processo real com os resultados que tinham sido

obtidos a partir da simulação do processo. O objetivo é verificar se os efeitos

imaginados foram realmente alcançados com razoável precisão.

Caso isso não seja observado, a validação pode indicar a necessidade de novas

incursões no processo e a retomada do roteiro para se identificar se existem novas

fontes de variabilidade, por exemplo.

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74

5. Estudo de Caso

5.1. Descrição da organização em estudo

A unidade de análise do estudo de caso é uma etapa do processo de formalização

de financiamentos imobiliários realizado por uma grande instituição financeira

brasileira, que doravante será denominada Empresa A, por questões de sigilo.

A organização em estudo é uma das cinco maiores instituições financeiras privadas

do Brasil, tanto sob a ótica de valor dos ativos, lucro e rentabilidade. Devido a seu

tamanho e a grande variedade de negócios que conduz, a organização divide sua

estrutura em uma série de unidades de negócio. Uma delas é responsável por

crédito imobiliário, envolvendo atividades comerciais, de análise de crédito,

formalização e manutenção de operações e cobrança de créditos inadimplentes. Há

dois públicos-alvos: pessoas físicas, que tomam financiamento para compra de

residências e pessoas jurídicas (construtoras), que captam recursos para a

construção de empreendimentos imobiliários, na sua maioria de caráter residencial

(EMPRESA A, 2006).

5.2. Apresentação do Caso

A formalização de financiamentos imobiliários, objetivamente, consiste em elaborar o

contrato de empréstimo entre cliente e instituição financeira para a aquisição de um

imóvel. A formalização do financiamento somente ocorre para clientes cuja análise

de concessão de crédito tenha sido aprovada e quando o cliente indica o imóvel que

está adquirindo.

O principal objetivo do processo de formalização é assegurar ao credor, por meio de

um contrato jurídico, que a garantia oferecida em troca do crédito (Imóvel que está

adquirindo) poderá ser exercida em caso de impossibilidade de cumprimento das

obrigações financeiras relativas à quitação do financiamento.

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75

O contrato de financiamento imobiliário, além de regular as condições do

financiamento, também formaliza o ato de compra e venda do imóvel, tendo a

mesma validade jurídica que uma escritura pública. É também através do contrato

de financiamento que se institui a garantia da operação, atualmente hipoteca ou

alienação fiduciária do imóvel objeto da compra e venda, em favor do banco

concessor do financiamento.

Na figura 5.1 encontra-se o fluxo macro do processo de contratação. Destacado em

cinza está o Processo A, que será objeto de estudo e detalhado a seguir.

De forma objetiva, o processo de formalização de financiamentos inicia-se pela

recepção do rol de documentos exigidos para formalização do contrato, denominado

pasta de documentos, solicitados no momento da aprovação de crédito do cliente.

Esta pasta é analisada através do Processo A, onde são apontados eventuais

documentos faltantes que são novamente solicitados aos clientes. Caso não existam

documentos pendentes o processo se encaminha para uma fase de confirmação,

junto ao cliente, dos valores envolvidos na operação de compra e venda do imóvel e

financiamento (Entrada, Valor a ser utilizado de FGTS, Valor de Financiamento,

Prazo desejado, etc.). Com os valores confirmados, efetua-se a intermediação junto

a CEF (Caixa Econômica Federal) para saque do valor utilizado da conta do FGTS

do cliente e por fim emite-se o contrato.

Caso existam documentos faltantes no processo, após a nova solicitação ao cliente

e a posterior recepção dessas pendências, verifica-se se não existem mais

pendências e o processo é encaminhado para a fase de confirmação e emissão do

contrato já descrita.

5.2.1. Descrição do Processo de Estudo

O Processo A é o coração da formalização de financiamentos. Nele ocorre a análise

técnica e jurídica dos documentos enviados pelo cliente, preparação do contrato de

financiamento e apontamento de pendências de documentos no processo.

Page 93: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

76

Na figura 5.2 encontra-se o fluxo do Processo A, em detalhes, descrito atividade a

atividade a seguir.

- Recepcionar pasta de documentos: O processo de contratação é iniciado

quando cliente, com a carta de crédito aprovada encaminha ao banco a

relação de documentos solicitados para análise e formalização da

operação. A listagem de documentos é adaptada ao tipo de financiamento

aprovado pelo banco para o cliente e às diferentes localidades em que o

banco concede financiamento imobiliário.

- Cadastrar Entrada: A documentação é recebida e em seguida cadastra-se

a recepção da documentação no sistema interno para prosseguimento do

processo de contratação, registrando a data de entrada de cada processo.

Cada processo recebe um número de controle (número de processo).

- Distribuir o processo: Após o cadastramento da recepção da pasta de

documentos no sistema interno, o processo é distribuído, seguindo ordem

de cadastramento, para cada colaborador indicado no sistema interno

como habilitado para execução da análise do processo de contratação, de

acordo com especificação previamente realizada.

- Montar pasta: Toda a documentação fisicamente encaminhada ao banco

pelo cliente e que comporá o processo de contratação é agrupada em uma

ordem previamente determinada que otimiza a análise em uma pasta

padrão de documentos.

- Arquivar pasta: As pastas recepcionadas no dia são reunidas e arquivadas

em armários por ordem de número de processo até que no momento de

sua análise seja retirada pelo analista responsável.

- Iniciar análise: A documentação é retirada do arquivo pelo colaborador

selecionado, de acordo com a fila individual do sistema interno.

- Analisar Documentos: Os documentos, reunidos na pasta, são analisados

um a um pelo analista responsável pelo processo de contratação. Ele

verificará se as informações ali reunidas asseguram ao banco uma

garantia sem ônus para a concessão do financiamento. Para isso, o

analista verifica se as partes envolvidas na operação (Cliente Comprador,

Vendedores do Imóvel e Imóvel) apresentaram documentos pessoais

Page 94: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

77

verdadeiros que atestem a inexistência de impedimentos legais que

possam comprometer a concessão do empréstimo.

- Analisar juridicamente: Alguns processos além da análise realizada pelos

analistas necessitam de uma análise jurídica mais aprofundada por

advogados. Os advogados da equipe de contratação elaboram pareceres

sobre aspectos da documentação que suscitem dúvidas nos analistas

responsáveis pelo processo ou careçam de interpretação técnica em

função de sua complexidade.

- Cadastrar dados e valores da operação: Após a análise, o analista

cadastra as informações necessárias para a confecção do contrato de

financiamento no sistema interno. Trata-se de uma quantidade relevante

de dados como nome, endereço, entre outros, dos clientes (compradores),

dos vendedores e do imóvel, além dos valores da operação.

- Fechar Pendências: Eventualmente os processos apresentam pendências

de documentos faltantes na remessa realizada pelo cliente. Todas

pendências documentais do processo são registradas no sistema interno

através de um check-list eletrônico. Outra equipe realizará a solicitação

desses documentos faltantes ao cliente com base nos apontamentos

realizados no sistema interno nessa fase.

5.3. Aplicação do Roteiro proposto

Descrito o processo, passamos para a aplicação do roteiro proposto no capítulo

anterior, seguindo a estrutura de passos indicada.

5.3.1. Passo 1 (Definir) – Definição do Processo, Projeto ou Problema

Segundo pesquisas junto aos clientes e ao mercado (concorrência) verificou-se que

dentro do processo de formalização de financiamentos imobiliários a agilidade é um

parâmetro fundamental (EMPRESA A, 2007).

Page 95: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

78

Figura 5.1: Fluxo do Processo de Formalização de financiamentos – Visão Macro

Fonte: Empresa A, 2007, adaptado pelo autor

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Page 96: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

79

Figura 5.2: Fluxo de Atividades do Processo A

Fonte: Empresa A, 2007, adaptado pelo autor

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80

Quando se fala de agilidade, estamos lidando diretamente com aspectos como

Tempo de Ciclo e Lead Time do processo. Especificamente no processo, foi

pesquisado e levantado que o tempo entre a entrega da pasta de documentos

solicitada e a resposta da análise, seja para confirmar os valores da operação, seja

para solicitar os documentos faltantes era uma característica crítica de qualidade

para o cliente.

Uma vez que essa fase envolve muita expectativa e ansiedade por concretizar,

muitas vezes, o sonho da casa própria do cliente e, pelo fato da operação envolver

valores significativamente altos da negociação entre o cliente comprador e os

vendedores do imóvel, essa CTQ para o cliente é amplamente compreensível e

esperada.

Em nenhum momento foi realizada a análise de QFD do processo, porém as

mesmas pesquisas (EMPRESA A, 2007) indicam que o cliente aceita aguardar, no

máximo, uma semana (ou 7 dias corridos) pela resposta do banco referente a seu

processo. Para execução deste trabalho consideraremos esse dado como CTQ do

processo, especificando ele como Limite de Especificação Superior do tempo de

ciclo do Processo A.

5.3.2. Passo 2 (Mensurar) – Mapeamento do Processo

O mapeamento do processo foi realizado e apresentado na caracterização do

estudo de caso e descrição do processo de estudo neste mesmo capítulo. O

processo, neste mesmo capítulo, encontra-se caracterizado em forma de fluxograma

nas figuras 5.1 e 5.2.

5.3.3. Passo 3 (Mensurar) – Coleta de Dados

Page 98: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

81

A coleta de dados foi realizada através de pesquisa no sistema interno do processo

de formalização, que armazena diversos dados de cada processo para possibilitar o

acompanhamento dos trabalhos e gerar dados que reportem seu desempenho.

Dessa forma, a fonte de coleta de dados está caracterizada como um “Diário” que

contém diversos registros sobre os passos de cada processo. Os dados são de alta

confiabilidade, pois são armazenados de forma automática pelo sistema e extraídos

diretamente de seu banco de dados, não havendo nenhum tipo de registro manual

de dados.

Como sabido, o CTQ do processo é seu Tempo de Ciclo, ou Lead Time, e para

determiná-lo foi coletada uma amostra de 3580 processos, compreendendo todas as

operações que foram formalizadas entre Maio e Agosto de 2007. Os tempos

observados, em dias, encontram-se na tabela 5.1.

Tabela 5.1: Distribuição do Tempo de Ciclo do Processo A

Dias Quantidade Analisada22 121 120 319 218 117 016 515 214 313 112 711 1110 269 598 497 906 1075 2164 4273 6582 8071 1104

Total 3580

Fonte: Elaborado pelo autor

Page 99: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

82

Para se analisar a distribuição do Processo A, utilizamos um histograma que pode

ser visualizado na figura 5.3.

Histograma - Processo A

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Figura 5.3: Histograma do Tempo de Ciclo do Processo A

Fonte: Elaborado pelo autor

Calculando as medidas de posição e dispersão do tempo de ciclo do processo como

um todo, com os dados coletados, obtemos os parâmetros indicados na tabela 5.2.

Tabela 5.2: Medidas de Posição e Dispersão do Tempo de Ciclo do Processo A

Tamanho da Amostra (n) 3580Média ( x ) 2,92Desvio Padrão (σ) 2,28

Fonte: Elaborado pelo autor

A distribuição segue o modelo LogNormal com valor mínimo zero. O teste para

definição do tipo de distribuição foi realizado utilizando-se o aplicativo Stat::Fit,

presente no software ServiceModel e pode ser visualizado na figura 5.4.

Page 100: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

83

Figura 5.4: Tipo de distribuição Lognormal definida pelo software STAT::FIT

Fonte: Elaborado pelo autor

Algumas atividades também puderam ter seu desempenho medido individualmente,

pois tinham seus dados armazenados individualmente como fases do processo, o

que será essencial para as etapas de modelagem e análise. As atividades medidas

estão listadas na tabela 5.3, com as respectivas médias, desvios padrão e tipo de

distribuição, verificados através do software STAT::FIT.

Tabela 5.3: Desempenho de algumas atividades do Processo A

Atividade Média (Min) Desvio Padrão (Min) Tipo Distribuição

Analisar Documentos 28,45 14,8 Normal

Analisar Juridicamente 36,7 19 Normal

Cadastrar dados 13,2 3,23 Normal

Fonte: Elaborado pelo autor

As quantidades de entradas de processos também foram armazenadas diariamente

Page 101: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

84

e analisadas pelo software STAT::FIT que estabeleceu a equação Q = 11+ L(30.1,

11.3) para a quantidade de processos que iniciam a formalização diariamente, onde

L(30.1, 11.3) é uma distribuição Lognormal de média 30,1 e desvio padrão de 11,3.

5.3.4. Passo 4 (Mensurar) – Cálculo do Nível Sigma

O nível Sigma do Processo A pode ser facilmente calculado com base nos defeitos

observados. Acima do CTQ de 7 dias, foram observados 171 casos que

representam 4,77% do total da amostra.

Multiplicando esta taxa por um milhão, obtemos os defeitos por milhão de

oportunidades do processo ou DPMO. No caso, existem cerca de 47765 DPMO.

Utilizando-se esse número e a tabela do Anexo A, verificamos que o nível sigma

correspondente a 47765 DPMO é de aproximadamente 3,2 sigma.

5.3.5. Passo 5 (Mensurar) – Modelagem do processo

A modelagem do processo foi realizada com base nos passos 2 (mapeamento) e 3

(coleta de dados). Na figura 5.5 é possível verificar o modelo do Processo A

desenvolvido.

Para a modelagem do processo também foram utilizadas as quantidades de locais e

recursos, tabela 5.4, que exercem funções dentro do Processo A real.

Tabela 5.4: Recursos no Processo A

Recurso Quantidade

Analistas 5 Advogados 2 Assistentes 3

Recepcionista 1

Fonte: Elaborado pelo autor

Page 102: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

85

Figura 5.5: Modelo Computacional do Processo A

Fonte: Elaborado pelo autor

Outros dados importantes para a construção do modelo foram o percentual de

processos encaminhados para a análise jurídica e o percentual de pastas que dão

entrada com a maioria dos documentos solicitados presentes. Essas duas variáveis

estão na tabela 5.5.

Tabela 5.5: Percentuais de Análise Jurídica e de Pastas com a maioria dos documentos presentes.

% de processos encaminhados para Análise Jurídica 55%% de processos com a maioria dos documentos presentes 33,5%

Fonte: Elaborado pelo autor

Page 103: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

86

5.3.6. Passo 6 (Mensurar) – Validação do Modelo

Para validação do modelo foi criada uma variável chamada vLEADTIME que

monitorou e armazenou todos os tempos de ciclos dos processos que passaram

pelo modelo do Processo A.

O modelo foi executado pelo período de 14 semanas, sendo as duas primeiras como

“aquecimento” do modelo para que o processo se estabilizasse. Neste tempo de

aquecimento não são coletados dados do processo.

O processo de validação do modelo construído passa por comparar os resultados

obtidos na simulação através da variável vLEADTIME com os dados reais,

fundamentalmente a média e o desvio padrão do tempo de ciclo do processo.

Para o Processo A, a validação do modelo foi um processo iterativo, de tentativa e

erro, para se alcançar a média e o desvio padrão estabelecidos na tabela 5.3. Para

tanto, foram variados a distribuição dos tempos das atividades que não possuíam

dados armazenados, tais quais as atividades de Cadastrar Entrada e Montar Pasta

que acabaram por assumir os valores contidos na tabela 5.6.

Tabela 5.6: Valores resultantes das atividades Cadastrar Entrada e Montar Pasta

Atividade Média (Min) Desvio Padrão (Min) Tipo Distribuição

Cadastrar Entrada 2,2 0,4 Normal

Montar Pasta 18,5 3,8 Normal

Fechar Pendências (Maioria Documentos faltantes) 5,3 1,3 Normal

Fechar Pendências (Maioria Documentos presentes) 2,1 1,1 Normal

Fonte: Elaborado pelo autor

No final do processo obtemos o seguinte resultado, descrito na tabela 5.7.

Tabela 5.7: Tabela comparativa entre o Processo A e seu modelo (Unidade: dias)

Processo A Real Modelo

Média 2,92 2,90

Desvio Padrão 2,28 2,12

Fonte: Elaborado pelo autor

Page 104: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

87

Considerando os valores obtidos acima, verifica-se através de um Teste de Hipótese

que a média do modelo pode ser considerada igual a do Processo A. Utilizando-se

os parâmetros obtidos com o modelo, temos que para uma confiança de 95%, a

média do Processo A está contida no intervalo [2,83; 2,97], validando o modelo

como fiel ao Processo A.

O modelo final do Processo A encontra-se no Apêndice A na forma do código de

programação do software ServiceModel.

5.3.7. Passo 7 (Analisar) – Aplicação de Lean (Criação de um Sistema Puxado)

O Passo 7 é onde se inicia a fase de análise do processo. Neste passo verifica-se

um aspecto da metodologia Lean muito importante, principalmente em um processo

em que o tempo de ciclo é uma variável importante, como é o caso do Processo A.

Ao analisar o Processo A, primeiramente verifica-se a presença de filas individuais,

uma para cada analista, onde os processsos são encaminhados após a recepção.

Isso significa 5 filas separadas para a mesma atividade, sujeitas a variações

individualmente, como pode ser verificado no diagrama da figura 5.6, que ilustra

como a atividade Analisar Documentos está concebida.

O sistema interno empurra os processos que chegam para as filas dos analistas, que

possuem filas independentes. Isso significa, por exemplo, que em uma eventual falta

ou ausência de um analista, os processos de sua fila ficarão aguardando sem serem

trabalhados.

Page 105: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

88

Sistema Atual

Entrada DistribuiçãoSistema Interno

Analista 1

Analista 2

Analista 3

Analista n

....

Sistema Atual

Entrada DistribuiçãoSistema Interno

Analista 1

Analista 2

Analista 3

Analista n

....

Figura 5.6: Sistema de filas do Processo A

Fonte: Elaborado pelo autor

Lean prega que todo sistema produtivo deve ser puxado, ou seja, deve existir uma

única fila ou buffer onde os processos são pegos para serem trabalhados. Utilizando

essa teoria no Processo A, teríamos que a fila da atividade Analisar Documentos

deveria ser como ilustrado na figura 5.7. Além de sujeitar os processos a menos

variações de tempo, esse esquema de produção permite uma gestão de produção

mais eficiente, onde a quantidade analisada dependerá da pró-atividade dos

analistas.

Proposta

Fila(buffer)

Entrada

Analista 1

Analista 2

Analista 3

Analista n

....

1

2

3

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Proposta

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Figura 5.7: Sistema de filas do Processo A

Fonte: Elaborado pelo autor

Essa alteração no processo dependerá de adequações no sistema interno utilizado

na formalização de contratos.

Page 106: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

89

5.3.8. Passo 8 (Analisar) – Estudo das causas da Variabilidade

Para se analisar a fundo o processo, foram focadas as atividades Analisar

Juridicamente, que apresenta, entre as atividades medidas, a maior variabilidade

com um desvio padrão de 19 minutos, a atividade Analisar Documentos que

apresenta um desvio padrão de 14,8 minutos e a atividade Cadastrar dados e

valores da operação com desvio padrão de 3,23 minutos.

Para esse passo foi utilizada a ferramenta FMEA que busca identificar as causas

das falhas e propor ações para as mesmas. A aplicação da ferramenta não contou

com a participação dos envolvidos executantes do Processo A, como apregoa as

regras de utilização do FMEA. As planilhas FMEA do processo podem ser

visualizadas nas figuras 5.8, 5.9 e 5.10.

5.3.9. Passo 9 (Analisar) – Consolidação das Propostas de Melhoria

Através da ferramenta FMEA utilizada no Passo 8, estabeleceu-se diversas ações a

serem aplicadas no Processo A. Além disso, o Passo 7 identificou a necessidade de

adequação do sistema de filas da atividade Analisar Documentos.

Em seguida foram consolidadas todas as ações de melhoria que deverão ser

implantadas no Processo A:

- Adequação das filas da atividade Analisar Documentos para uma única fila

de processos;

- Segregação das atividades Analisar Documentos e Cadastrar dados e

valores da operação (Para a simulação utilizaremos 3 analistas para

execução da primeira atividade e 2 para a execução da segunda);

- Criar indicadores de indisponibilidade do sistema interno, monitorando-o e

exigindo da área de tecnologia a melhora deste indicador;

- Criar programas de treinamento e reciclagem de conhecimento para os

envolvidos no processo;

Page 107: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

90

Figura 5.8: Análise FMEA da Atividade Analisar Juridicamente Fonte: Elaborado pelo autor

SO

DR

Rec

urso

s In

sufic

ient

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2 A

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ados

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Ges

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ca,

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ento

da

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ção

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da

72

342

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Indi

spon

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rec

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ltas

Méd

icas

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rios

(RH

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mas

não

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tegr

ado

com

a

gest

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a pr

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ão

74

384

- C

riar

cont

role

mai

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gido

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pres

ença

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Util

izar

rec

urso

com

part

ilhad

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ra

ativ

idad

e-

Cria

r pl

anilh

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cias

fu

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ogra

mad

as

Indi

spon

ibili

dade

do

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ista

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ar a

dúv

ida

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e o

levo

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envi

ar

o pr

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ara

anál

ise

jurí

dica

Nen

hum

27

684

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cam

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spac

ho n

o pr

oces

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form

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mot

ivo

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nvio

p/ a

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e ju

rídi

ca

Indi

spon

ibili

dade

do

sist

ema

inte

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reg

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ão d

a at

ivid

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hum

53

710

5-

Cria

r in

dica

dor

de in

disp

onib

ilida

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stem

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rídi

cas

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ias

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roce

sso

de

cont

rata

ção

dura

nte

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ente

.

Nen

hum

53

710

5

- C

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indi

cado

r pa

ra c

onsu

ltas

extr

aord

inár

ias

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ient

izar

as

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quip

es s

obre

o

efei

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onsu

ltas

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ireci

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con

sulta

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trao

rdin

ária

s pa

ra

outr

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s

Aná

lise

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roce

ssos

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ples

qu

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ista

pod

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ter

reso

lvid

o e

envi

ou

erro

neam

ente

par

a a

anál

ise

jurí

dica

Nen

hum

73

363

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cap

acita

ção

jurí

dica

par

a os

an

alis

tas

(Rec

icla

gens

Pro

gram

adas

)-

Cria

r in

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de p

roce

ssos

que

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m

inde

vida

men

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ela

Aná

lise

Jurí

dica

Pas

tas

mon

tada

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o pa

drão

usu

al (

Doc

umen

tos

fora

da

orde

m d

efin

ida)

Nen

hum

52

220

- R

eorie

ntaç

ão e

Fee

dbac

k a

equi

pe d

e m

onta

gem

de

past

as-

Indi

cado

r pa

ra m

onito

rar

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as

inad

equa

das

Ope

raçã

o co

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hes

jurí

dico

s fo

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fr

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ncia

mui

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ara.

Ban

co d

e S

ituaç

ões

Jurí

dica

s no

vas

ou r

aras

par

a co

nsul

ta8

13

24

- C

riar

prog

ram

a de

rec

icla

gem

e

capa

cita

ção

perió

dica

par

a os

adv

ogad

os-

Pro

mov

er a

util

izaç

ão d

o ba

nco

de

situ

açõe

s ju

rídi

cas

Eng

ano

do A

dvog

ado

Fee

dbac

k qu

ando

det

ecta

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14

36-

Cria

r pr

ogra

ma

de r

ecic

lage

m e

ca

paci

taçã

o pe

riódi

ca p

ara

os a

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ados

Atr

aso

para

o in

ício

da

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ise

Tem

po d

e an

ális

e ju

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ca

acim

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pre

vist

o

Atr

aso

dura

nte

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eT

empo

de

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ise

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ima

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revi

sto

Ope

raçã

o co

m m

aior

Ris

co

Jurí

dico

ao

Ban

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rro

na a

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e do

s do

cum

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s

Os

advo

gado

s el

abor

am

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cere

s so

bre

aspe

ctos

da

docu

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taçã

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scite

m

dúvi

das

nos

anal

ista

s re

spon

sáve

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elo

proc

esso

ou

care

çam

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inte

rpre

taçã

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ade.

Ana

lisar

Jur

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amen

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enda

das

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Des

criç

ão d

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sso

Fun

ção

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Fal

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oten

cial

Efe

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alha

Pot

enci

alC

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da

Fal

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oten

cial

Con

trol

es A

tuai

s

Page 108: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

91

Figura 5.9: Análise FMEA da Atividade Analisar Documentos Fonte: Elaborado pelo autor

SO

DR

Atra

so n

a m

onta

gem

das

pa

stas

Nen

hum

42

216

- Cria

r Ind

icad

or p

ara

mon

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scie

ntiz

ar e

quip

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mon

tage

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Rec

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sufic

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A

nalis

tas

parti

cipa

m d

o pr

oces

so)

Ges

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oces

sos

agua

rdan

do a

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e,

Aco

mpa

nham

ento

da

varia

ção

da d

eman

da

73

484

- Com

parti

lhar

recu

rso

móv

el d

e ou

tra

ativ

idad

e pa

ra p

icos

de

traba

lho

Com

petiç

ão d

o ou

tras

ativ

idad

es re

aliz

adas

(C

adas

tro d

e da

dos

e pe

ndên

cias

)

Nen

hum

99

216

2- S

egre

gaçã

o da

s at

ivid

ades

- Cria

r ind

icad

ores

de

gest

ão d

e fil

as d

as

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idad

es

Indi

spon

ibilid

ade

dos

recu

rsos

(F

alta

s, A

traso

s, C

onsu

ltas

Méd

icas

, etc

.)

Con

trole

de

freq

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ia e

ho

rário

s ds

func

ioná

rios

(RH

), m

as n

ão é

inte

grad

o co

m a

ge

stão

da

prod

ução

74

384

- Cria

r con

trole

mai

s ríg

ido

de p

rese

nça.

- U

tiliz

ar re

curs

o co

mpa

rtilh

ado

de o

utra

at

ivid

ade

- Cria

r pla

nilh

a pa

ra c

ontro

le d

e au

sênc

ias

futu

ras

prog

ram

adas

Indi

spon

ibilid

ade

do s

iste

ma

inte

rno

para

reg

istra

r a

exec

ução

da

ativ

idad

eN

enhu

m5

27

70- C

riar i

ndic

ador

de

indi

spon

ibili

dade

do

sist

ema,

com

aco

mpa

nham

ento

Pas

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mon

tada

s fo

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drão

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al (D

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ento

s fo

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a or

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inid

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cks

Pon

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s6

25

60

- Reo

rient

ação

e F

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ack

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de

mon

tage

m d

e pa

stas

- Ind

icad

or p

ara

mon

itora

r pas

tas

inad

equa

das

Err

o na

aná

lise

dos

docu

men

tos

Ret

raba

lho

para

cor

reçã

o ou

op

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ão c

om m

aior

Ris

co

Juríd

ico

ao B

anco

Eng

ano

do A

nalis

taFe

edba

ck q

uand

o de

tect

ado

83

614

4- C

riar p

rogr

ama

de re

cicl

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e

capa

cita

ção

perió

dica

par

a os

ana

lista

s

Ana

lisar

Doc

umen

tos

Ver

ifica

r se

as

info

rmaç

ões

reun

idas

atra

vés

dos

docu

men

tos

solic

itado

s as

segu

ram

ao

banc

o um

a ga

rant

ia s

em ô

nus

para

a

conc

essã

o do

fina

ncia

men

to.

Par

a is

so, o

ana

lista

ver

ifica

se

as

parte

s en

volv

idas

na

oper

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(Clie

nte

Com

prad

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Ven

dedo

res

do Im

óvel

e

Imóv

el) a

pres

enta

ram

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cum

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s pe

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is

verd

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ros

que

ates

tem

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istê

ncia

de

impe

dim

ento

s le

gais

que

pos

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co

mpr

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er a

con

cess

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o em

prés

timo.

Tem

po d

e an

ális

e ac

ima

do

prev

isto

Atra

so p

ara

o in

ício

da

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ise

Atra

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lise

Tem

po d

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ális

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ima

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prev

isto

Açõ

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ecom

enda

das

Índi

ces

Des

criç

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o P

roce

sso

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po d

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lha

Pot

enci

alE

feito

de

Falh

a P

oten

cial

Cau

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a Fa

lha

Pot

enci

alC

ontro

les

Atu

ais

Page 109: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

92

Figura 5.10: Análise FMEA da Atividade Cadastrar dados e valores da operação

Fonte: Elaborado pelo autor

SO

DR

Com

petiç

ão d

o ou

tras

at

ivid

ades

rea

lizad

as (

Aná

lise)

Nen

hum

99

216

2-

Seg

rega

ção

das

ativ

idad

es-

Cria

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ges

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las

das

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es

Indi

spon

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dade

do

sist

ema

inte

rno

para

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iar

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ecuç

ão

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tivid

ade

Nen

hum

93

718

9-

Cria

r in

dica

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de in

disp

onib

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de d

o si

stem

a, c

om a

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panh

amen

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Indi

spon

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dade

do

sist

ema

inte

rno

para

exe

cuta

r a

ativ

idad

eN

enhu

m9

37

189

- C

riar

indi

cado

r de

indi

spon

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dade

do

sist

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com

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mpa

nham

ento

Pas

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mon

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usu

al (

Doc

umen

tos

fora

da

orde

m d

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ida)

Fee

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ks P

ontu

ais

33

545

- R

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ntaç

ão e

Fee

dbac

k a

equi

pe d

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gem

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Indi

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rar

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as

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das

Mui

tas

tela

s de

cad

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amen

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m c

om q

ue o

ana

lista

pe

rca

tem

po c

om a

nav

egaç

ão

no s

iste

ma

Nen

hum

99

216

2-

Sol

icita

r ad

equa

ção

do s

iste

ma

inte

rno

Pas

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mon

tada

s fo

ra d

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drão

usu

al (

Doc

umen

tos

fora

da

orde

m d

efin

ida)

Fee

dbac

ks P

ontu

ais

33

545

- R

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ntaç

ão e

Fee

dbac

k a

equi

pe d

e m

onta

gem

de

past

as-

Indi

cado

r pa

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equa

das

Fal

ta d

e F

amili

arid

ade

com

os

dive

rsos

doc

umen

tos

Nen

hum

72

684

- C

riar

prog

ram

a de

rec

icla

gem

e

capa

cita

ção

perió

dica

par

a os

ana

lista

s

Eng

ano

do A

nalis

taIn

dica

dor

de fa

lhas

de

cada

stro

92

610

8-

Cria

r ro

teiro

de

cada

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rado

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ento

font

e.

Açõ

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enda

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ces

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criç

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o P

roce

sso

Fun

ção

Tip

o de

Fal

ha P

oten

cial

Efe

ito d

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Pot

enci

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Fal

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trol

es A

tuai

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aso

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o in

ício

do

cada

stro

Cad

astr

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das

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info

rmaç

ões

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ssár

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ecçã

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con

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o de

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anci

amen

to n

o si

stem

a in

tern

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rata

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ma

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ados

co

mo

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pr

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tre

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os, d

os c

lient

es

(com

prad

ores

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es e

do

imóv

el, a

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do

s va

lore

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ope

raçã

o

Cad

astr

ar d

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e v

alor

es d

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ão

Tem

po d

e ca

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ro a

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pr

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nte

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stro

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om

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eE

rro

de c

adas

tro

Page 110: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

93

- Criar campo ou despacho no processo onde o analista informa o motivo do

envio para a análise jurídica;

- Criar mecanismos para evitar consultas extraordinárias aos advogados do

processo, possibilitando maior foco na atividade;

- Monitorar os processos enviados para análise jurídica indevidamente e

atuar para que este indicador seja reduzido;

- Criar roteiro de cadastramento associando o dado a ser cadastrado e sua

fonte;

- Promover um controle mais rígido de freqüência da equipe;

- Verificar a possibilidade de compartilhar recursos de outras áreas para os

momentos de pico de produção.

Todas essas ações trarão ganho de eficiência ao processo, algumas no curto prazo

e, outras, no médio e longo prazo. Para a simulação do processo melhorado, foram

usadas, como pressuposto, algumas alterações nos tempos das atividades que

seriam decorrentes da implantação das ações apresentadas até aqui. A estimativa

utilizada foi a de que, como resultado das ações de melhoria, os 10% maiores

tempos observados em cada atividade fossem suprimidos. Na tabela 5.8 estão as

novas médias e desvios padrão dos tempos das atividades do Processo A

Melhorado.

Tabela 5.8: Novo desempenho de algumas atividades do Processo A

Atividade Média (Min) Desvio Padrão (Min) Tipo Distribuição

Analisar Documentos 25.6 12.5 Normal

Analisar Juridicamente 33 16 Normal

Cadastrar dados 12.6 2.7 Normal

Fonte: Elaborado pelo autor

Outra ação de melhoria pode ser tomada utilizando-se da ferramenta Treinamento

do Cliente. Trata-se de promover a conscientização do cliente para o envio da pasta

de documentos completa ou quase completa. A idéia é melhorar a comunicação de

solicitação de documentos, após a aprovação da concessão do crédito. Caso essa

ação seja bem sucedida, pressuponho uma melhora do índice de pastas com a

Page 111: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

94

maioria dos documentos presentes para 41,5%.

5.3.10. Passo 10 (Analisar) – Simulação das Propostas de Melhoria

Com as ações propostas e consolidadas no Passo 9, alteramos o modelo do

Processo A original e executamos o novo modelo, denominado Processo A

Melhorado para verificar o seu desempenho.

O modelo do Processo A Melhorado pode ser visualizado na figura 5.11 e seu

código de programação pode ser consultado no Apêndice B.

Figura 5.11: Modelo Computacional do Processo A Melhorado

Fonte: Elaborado pelo autor

Page 112: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

95

5.3.11. Passo 11 (Analisar) – Avaliação de Desempenho

O Processo A Melhorado foi executado pelas mesmas 14 semanas, sendo as duas

primeiras como “aquecimento” do modelo para que o processo se estabilizasse.

Neste tempo de aquecimento não foram coletados dados do processo.

Após a simulação obtemos os parâmetros descritos na tabela 5.9 como performance

para o Processo A Melhorado.

Tabela 5.9: Performance da Simulação do Processo A Melhorado

Observações (n) 3512Média 1,51Desvio Padrão 1,01

Fonte: Elaborado pelo autor

Na simulação não se observou nenhum processo com tempo de ciclo superior a 7

dias, porém, para validação, foi calculado o nível sigma do Processo A Melhorado

em sua média e seu desvio padrão. A fórmula utilizada é a apresentada na figura

5.12.

5.1+−

xCTQSigmaNível

Figura 5.12: Equação para cálculo do Nível Sigma

Fonte: Rotondaro, 2002, adaptado pelo autor

Pela equação apresentada, o nível Sigma do Processo A Melhorado é de 6,85, o

que corresponde a uma taxa de DPMO de aproximadamente 0.04, de acordo com a

tabela de nível sigma do Anexo A.

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5.3.12. Passo 12 (Melhorar) – Apresentação e Implantação

Essa fase consiste na apresentação das melhorias obtidas ao decisor sobre a

implantação das mesmas. Essa etapa prevê a apuração de todos os custos e

dificuldades para a implantação das ações propostas, para que sejam tomadas as

decisões e definido um cronograma de implantação.

Para este estudo de caso, esse passo não foi realizado devido ao objetivo do

trabalho ser apenas apresentar o roteiro e verificar seu sucesso do ponto de vista

experimental.

5.3.13. Passo 13 (Controlar) – Validação das Propostas de Melhoria

O mesmo se aplica a este passo que prevê a implantação das melhorias propostas

ter ocorrido, para que os resultados obtidos sejam comparados com os resultados

obtidos no Passo 11.

5.4. Discussão dos resultados

Após a aplicação do roteiro de referência proposto no capítulo 4 deste estudo de

caso podemos verificar que o Processo A Melhorado apresenta performance bem

superior ao Processo A original, superando o nível sigma 6, objetivo da metodologia

Lean Seis Sigma.

Pelos resultados obtidos, o nível sigma do Processo A cresceu de 3,2 para 6,85, um

aumento de mais de três desvios padrão e que significa uma redução de processos

fora do limite de especificação (Acima do CTQ) de 47765 para menos de um,

considerando um milhão de ocorrências.

Além disso, o Processo A Melhorado apresenta um tempo de ciclo médio de 1,51

dias, contra 2,92 do processo original, o que certamente impactará na percepção do

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cliente.

A evolução do processo possibilitará uma redução do valor do CTQ do cliente,

reforçando o diferencial competitivo de mercado, ou do número de recursos

participantes do processo (analistas, por exemplo) para que o mesmo se adeque ao

CTQ de 7 dias. Essa segunda alternativa inclusive pode ser modelada e simulada no

simulador de processos.

Por outro lado, apesar dos resultados validarem o roteiro de referência proposto,

observa-se alguns aspectos que acabam por limitar a utilização do mesmo, os quais

são descritos a seguir:

- O Processo A, apesar de apresentar diversos dados que possibilitaram a

aplicação do roteiro, é pobre em informações e dados de diversas de suas

etapas e atividades. Isso dificultou a programação do modelo

computacional, exigindo que fossem feitos alguns pressupostos e que

alguns parâmetros fossem calibrados através de tentativa e erro no passo

6 do roteiro;

- Ações de melhoria de cunho comportamental e cultural ou que envolvam

treinamento, orientações e coisas do gênero podem ser efetivas, mas seus

resultados são de difícil mensuração ou estimação. Este ponto também

exigiu a necessidade de pressupor alguns resultados da implementação

das ações, reduzindo a precisão do roteiro;

- A escolha das ferramentas Lean Seis Sigma a serem utilizadas é,

aparentemente, um ponto decisivo do roteiro. Isso exige conhecimento

profundo de todo o arcabouço de técnicas e ferramentas disponíveis e

discernimento na escolha das mesmas. Neste estudo de caso foram

aplicadas as ferramentas mais utilizadas nos casos pesquisados;

- A utilização do software ServiceModel exigiu aprofundamento técnico e

treinamento. Apesar de amigável e de fácil manuseio, a programação e

apuração de resultados exige esforço e pesquisa. Provavelmente um

maior aprofundamento nas técnicas avançadas de programação e

simulação do software possibilitasse o desenvolvimento de modelos de

processo mais eficientes.

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6. Conclusões

A pesquisa teve como objetivo definir uma metodologia ou roteiro de aplicação dos

conceitos de Lean Seis Sigma e de simulação computacional em processos de

serviço. Para isso o estudo buscava responder à seguinte questão: “Quais as

características relevantes e ganhos esperados da aplicação da metodologia Lean

Seis Sigma em processos de serviço utilizando-se de simulação computacional?”.

O alcance deste objetivo se deu na seguinte ordem: Revisão bibliográfica dos

fundamentos teóricos ligados a Qualidade, Serviços, Lean Seis Sigma e Simulação

Computacional; Pesquisa de casos na literatura ligados à aplicação de Lean, Seis

Sigma, Lean Seis Sigma e/ou Simulação Computacional assim como proposições de

metodologias de aplicação; Proposição de um roteiro de referência, baseado nos

itens realizados anteriormente e, por fim, estudo de caso aplicando-se o roteiro

proposto para validação e estudo dos resultados.

Através da Revisão Bibliográfica, verificou-se que Lean Seis Sigma é uma

abordagem, metodologia ou estratégia utilizada pelas organizações para elevar os

padrões de qualidade de seus produtos, serviços e processos. A utilização de Lean

Seis Sigma pelas empresas tem como princípio ir além do que seus competidores

são capazes de oferecer em matéria de qualidade percebida pelos clientes.

Lean Seis Sigma, como abordagem da qualidade, possui duas grandes dimensões.

A primeira é a dimensão técnica, destacada neste trabalho, que define o foco de

Lean Seis Sigma na variabilidade dos processos, na utilização de ferramentas e

técnicas estatísticas para se medir e controlar os processos e na definição de um

nível sigma de performance.

A segunda dimensão é a comportamental e cultural, não explorada neste trabalho,

que procura criar empowerment e motivação nas equipes para que os objetivos

sejam alcançados pela participação de todos, além do grande papel da alta gerência

em demonstrar comprometimento com a abordagem.

Dentro da dimensão estudada, a fundamentação teórica da metodologia Lean Seis

Sigma torna imprescindível que se tenha visão sobre como o uso dos métodos

estatísticos pode contribuir para que os objetivos estratégicos sejam concretizados.

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Isto significa dizer que, dependendo de quão apurada se torna essa visão, mais fácil

é estabelecer critérios eficazes para se escolher quais ferramentas e técnicas devem

ser usados na implementação dos projetos Lean Seis Sigma.

Ainda dentro da revisão teórica, quanto às ferramentas utilizadas e consagradas

para controle e melhoria de processos, não se verificou nenhuma inovação. Na sua

maioria, as ferramentas estatísticas recomendadas e aplicadas já foram introduzidas

há várias décadas por personalidades consagradas do estudo da Qualidade, sendo

que apenas a sistemática de combinação e utilização do conjunto de ferramentas

pode ser considerado um diferencial de Lean Seis Sigma através, por exemplo, do

método DMAIC.

Com relação à Simulação Computacional, verificou-se que esta pode ser uma

importante ferramenta de análise na implementação de soluções e proposições

oriundas de Lean Seis Sigma. A simulação, de um modo geral, permite avaliar a

efetividade de uma solução sem a necessidade de implementá-la, além de

possibilitar a análise conjunta de vários cenários. Essa vantagem fica clara quando

nos deparamos com ações que demandam custos elevados e que não se sabe ao

certo o resultado que será obtido com sua implementação.

Apesar disso, a utilização de Simulação Computacional mostrou-se intimamente

associada à qualidade dos dados presentes no processo. Quanto maior a riqueza

dos detalhes dos dados, maior será a precisão dos modelos e menor será a

necessidade de se fazer suposições sobre pontos do processo que apresentem

dados incompletos. Essa pode ser uma limitação do roteiro proposto neste trabalho,

quando se depara com um processo pobre em dados, o que é relativamente comum

na área de serviços.

Para a definição do roteiro de referência foi pesquisado um razoável número de

livros, dissertações, teses e artigos publicados que envolvessem estudos de casos

relacionados à aplicação de Lean Seis Sigma, suas variantes Lean e Seis Sigma,

Simulação Computacional e proposições de roteiros ou métodos de análise de

problemas. Essa pesquisa em particular, propiciou a base para a proposição do

roteiro de 13 passos para aplicação de Lean Seis Sigma em Serviços.

Uma possível limitação desta pesquisa foi a pouca quantidade de trabalhos

relacionados à aplicação de Lean Seis Sigma em Serviços. Além disso, as

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100

publicações nacionais também são escassas. Aqui há um ramo potencial de estudos

futuros.

Assim como na maioria dos casos pesquisados, procurou se estabelecer um vínculo

entre o roteiro proposto e o método DMAIC, extensamente utilizado na literatura

pesquisada. Com a pesquisa, o DMAIC se despontou como um método consagrado

e eficiente de abordagem de problemas e como guia para execução de projetos Seis

Sigma ou Lean Seis Sigma. A divisão do método em fases estabeleceu uma

seqüência lógica válida e experimentada para a melhoria de processos em geral.

Para validação do roteiro de referência proposto, como já exposto, foi realizado um

estudo de caso com um processo de formalização de financiamentos de uma grande

instituição financeira. Apesar de comprovado a melhoria no processo simulado

através das ações levantadas e dos indicadores propostos, verificou-se grandes

dificuldades devido à falta de diversos dados de desempenho das atividades do

processo. Isso levou ao uso de alguns pressupostos para que a validação do roteiro

fosse possível.

Considera-se outra limitação o fato de não serem concretas e mensuráveis o

resultado de algumas ações de melhoria propostas, principalmente as ações de

caráter comportamental. Existe uma dificuldade intrínseca para se verificar

precisamente o quanto a variação de uma atividade reduz ao se implementar ações

de caráter comportamental. Isso também levou ao uso de alguns pressupostos de

melhoria para que a simulação do processo e a validação do roteiro fossem

possíveis.

Além disso, a operacionalização da utilização da simulação computacional de

processos exigiu treinamento e grande aprofundamento técnico no software

utilizado, o que caracteriza a necessidade de especialização dos envolvidos na

aplicação do roteiro aqui proposto futuramente.

Não obstante às limitações, a melhoria alcançada com a metodologia de referência

proposta mostrou-se muito significativa. Houve uma redução do desvio padrão do

tempo de ciclo do processo na ordem de 55% e um aumento de nível sigma de 3,2

para 6,85 (Em DPMO de 47765 para 0,04).

Finalizando, conclui-se que a proposição e a avaliação preliminar do roteiro de

Referência foi um objetivo alcançado. Ele concretiza o desenvolvimento de uma

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pesquisa que contempla ambas as visões sobre Lean Seis Sigma: a visão conceitual

e a visão prática.

6.1. Recomendações de Estudos Futuros

O presente estudo não esgota a temática da qualidade e de Lean Seis Sigma e não

se pretende que seus resultados sejam comprovadamente generalizáveis para todas

as organizações e processos, mas sim que sejam úteis como referência para

empresas envolvidas em processos semelhantes e para pesquisas da mesma

natureza.

A título de sugestão para futuras pesquisas, seria interessante que outros estudos

se dedicassem a:

- Validar o roteiro de referência proposto em outros processos de serviço,

para se verificar sua aderência e outras limitações;

- Incorporar aspectos comportamentais dos processos, sendo necessário

revisar o roteiro de referência e, talvez, aprofundar-se em técnicas de

simulação para representar esses efeitos;

- Estabelecer uma relação efetiva entre os problemas encontrados nos

processos e as melhores ferramentas e técnicas para analisá-los, dentro

do que propõe os passos 2, 3, 7 e 8.

- Simular e analisar a variação da quantidade de recursos dentro do roteiro

de referência, uma vez identificada essa possibilidade.

A elaboração de uma dissertação de mestrado é um grande desafio que contribui

com o refinamento e a disseminação do conhecimento. Trabalhar com um assunto

tão rico e estimulante, deixa a certeza de que há muito ainda por fazer e de que

novos desafios serão enfrentados.

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7. Referências Bibliográficas

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Page 130: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

113

8. Apêndice 8.1. Código do Processo A ********************************************************************************

* *

* Listagem Formatada do Modelo: *

* C:\Arquivos de programas\ServiceModel\Models\Processo A.MOD *

* *

********************************************************************************

Tempo: Minutos

Distância: Pés

********************************************************************************

* Locais *

********************************************************************************

Nome Cap Unidade Estatísticas Regras Custo

--------------- -------- ------- -------------- ------------------------ ------------

lMONTAGEM INF 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lENTRADA INF 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lADVOGADO1 1 1 Série de Tempo O Mais Velho, , Primeiro

lANALISTA1 1 1 Série de Tempo O Mais Velho, , Primeiro

lARMARIOENTRADA INF 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lARMARIOSAIDA INF 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lFILAJURIDICA INFINITE 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lFILAANALISTA1 INFINITE 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lFILAANALISTA2 INFINITE 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lFILAANALISTA3 INFINITE 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lFILAANALISTA4 INFINITE 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lANALISTA2 1 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lANALISTA3 1 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lANALISTA4 1 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lESPERAJURIDICA INF 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lANALISTA5 1 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lFILAANALISTA5 INFINITE 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lADVOGADO2 1 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

********************************************************************************

* Entidades *

********************************************************************************

Nome Velocidade (fpm) Estatísticas Custo

------------ ------------ -------------- ------------

ePASTA 150 Série de Tempo

eFILASISTEMA 150 Série de Tempo

********************************************************************************

* Redes de Caminho *

********************************************************************************

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114

Nome Tipo T/S De Para BI String

Fator de Velocidade

-------- ------------- ---------------------- --------- --------------- ---- ---------- ----

--------

REDE Passante Velocidade & Distância nENTRADA nJ1 Bi 4.16 1

nJ1 nMONTAGEM Bi 12.31 1

nJ1 nJ2 Bi 5.26 1

nJ2 nARMARIOENTRADA Bi 7.93 1

nJ2 nJ3 Bi 11.15 1

nJ3 nWC Bi 35.51 1

nJ3 nFORATURNO Bi 4.39 1

nADVOGADO nJ4 Bi 16.26 1

nJ4 nANALISTA3 Bi 6.20 1

nJ4 nANALISTA1 Bi 5.31 1

nJ4 nJ5 Bi 9.84 1

nJ5 nANALISTA4 Bi 7.36 1

nJ5 nANALISTA2 Bi 5.92 1

nJ5 nARMARIOENTRADA Bi 18.54 1

nJ5 nARMARIOSAIDA Bi 7.57 1

nJ5 nANALISTA5 Bi 7.46 1

nADVOGADO nADVOGADO1 Bi 2.48 1

nADVOGADO nADVOGADO2 Bi 17.32 1

********************************************************************************

* Interfaces *

********************************************************************************

Red Nó Local

---------- --------------- ---------------

REDE nMONTAGEM lMONTAGEM

nENTRADA lENTRADA

nARMARIOENTRADA lARMARIOENTRADA

nARMARIOSAIDA lARMARIOSAIDA

nANALISTA2 lANALISTA2

nANALISTA1 lANALISTA1

nANALISTA3 lANALISTA3

nANALISTA4 lANALISTA4

nANALISTA2 lFILAANALISTA2

nANALISTA4 lFILAANALISTA4

nANALISTA3 lFILAANALISTA3

nANALISTA1 lFILAANALISTA1

nADVOGADO lESPERAJURIDICA

nANALISTA5 lANALISTA5

nANALISTA5 lFILAANALISTA5

nADVOGADO1 lADVOGADO1

nADVOGADO2 lADVOGADO2

********************************************************************************

* Mapeamento *

********************************************************************************

Red De Para Dest

---------- --------------- ---------- ------------

REDE nJ1 nENTRADA

nJ2 nJ1

nARMARIOENTRADA nJ2

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115

nJ3 nJ2

nADVOGADO nJ4

nJ4 nJ5

nJ5 nARMARIOENTRADA

nJ1 nMONTAGEM

nJ1 nJ2

nJ2 nARMARIOENTRADA

nJ2 nJ3

nJ3 nWC

nJ3 nFORATURNO

nARMARIOENTRADA nJ5

nJ4 nADVOGADO

nJ5 nJ4

nJ4 nANALISTA3

nJ4 nANALISTA1

nJ5 nANALISTA4

nJ5 nANALISTA2

nJ5 nARMARIOSAIDA

nJ5 nANALISTA5

nADVOGADO nADVOGADO1

nADVOGADO nADVOGADO2

********************************************************************************

* Recursos *

********************************************************************************

Rec Ent

Nome Unid Estatísticas Pesquisar Pesquisar Caminho Movimentação Custo

---------- ----- ----------- ------------ ---------- ---------------- -------------- -------

-----

rENTRADA 1 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nENTRADA Cheio: 150 fpm

(Retornar)

rJC 4 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nMONTAGEM Cheio: 150 fpm

(Retornar)

rANALISTA1 1 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nANALISTA1 Cheio: 150 fpm

rANALISTA2 1 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nANALISTA2 Cheio: 150 fpm

rANALISTA3 1 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nANALISTA3 Cheio: 150 fpm

rANALISTA4 1 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nANALISTA4 Cheio: 150 fpm

rANALISTA5 1 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nANALISTA5 Cheio: 150 fpm

rADVOGADO 2 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nADVOGADO Cheio: 150 fpm

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116

********************************************************************************

* Paradas por relógio para Recursos *

********************************************************************************

Rec Freqüência Primeira Vez Prioridade Planejado Nó Lista Desab Lógica

---------- ---------- ------------ ---------- --------- -------- -------- ----- ------------

rENTRADA n(180,1) 4.5 HR 99 Não nWC Não WAIT 1

rJC 24 HR 5 Não nWC Não WAIT 2.5

rANALISTA1 24 HR 4.6 99 Não nWC Não WAIT 2

rANALISTA3 360 2 99 Não nWC Não WAIT

N(2,0.5)

rANALISTA4 24 HR 1.5 HR 99 Não nWC Não WAIT U(2,1)

rANALISTA5 12 HR 3.5 HR 99 Não Não

********************************************************************************

* Processamento *

********************************************************************************

Processo Roteamento

Entidade Local Operação Bl Saída Destino Regra

Lógica de Movimento

------------ --------------- ------------------ ---- ------------ --------------- ---------

- ------------

ePASTA lENTRADA GET rENTRADA

WAIT N(2.2,1.1)

aCHEGADA = CLOCK( )

aQualidadePasta = dQualidadePasta()

GRAPHIC 2

CREATE 1 AS eFILASISTEMA

1 ePASTA lMONTAGEM FIRST 1

MOVE WITH rENTRADA THEN FREE

ePASTA lMONTAGEM GET rJC

WAIT N(18.5,3.8)

GRAPHIC 3

aFASE = 1

1 ePASTA lARMARIOENTRADA FIRST 1

MOVE WITH rJC THEN FREE

eFILASISTEMA lENTRADA 1 eFILASISTEMA lFILAANALISTA1 MOST 1

MOVE FOR 0.01

eFILASISTEMA lFILAANALISTA3 MOST

MOVE FOR 0.01

eFILASISTEMA lFILAANALISTA2 MOST

MOVE FOR 0.01

eFILASISTEMA lFILAANALISTA4 MOST

MOVE FOR 0.01

eFILASISTEMA lFILAANALISTA5 MOST

MOVE FOR 0.01

eFILASISTEMA lFILAANALISTA1 1 eFILASISTEMA lARMARIOENTRADA JOIN 1

MOVE WITH rANALISTA1 THEN FREE

eFILASISTEMA lFILAANALISTA3 1 eFILASISTEMA lARMARIOENTRADA JOIN 1

MOVE WITH rANALISTA3 THEN FREE

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117

eFILASISTEMA lFILAANALISTA2 1 eFILASISTEMA lARMARIOENTRADA JOIN 1

MOVE WITH rANALISTA2 THEN FREE

eFILASISTEMA lFILAANALISTA5 1 eFILASISTEMA lARMARIOENTRADA JOIN 1

MOVE WITH rANALISTA5 THEN FREE

eFILASISTEMA lFILAANALISTA4 1 eFILASISTEMA lARMARIOENTRADA JOIN 1

MOVE WITH rANALISTA4 THEN FREE

ePASTA lARMARIOENTRADA JOIN 1 eFILASISTEMA

1 ePASTA lANALISTA1 FIRST 1

aANALISTA = 1

MOVE WITH rANALISTA1

ePASTA lANALISTA2 FIRST

aANALISTA = 2

MOVE WITH rANALISTA2

ePASTA lANALISTA3 FIRST

aANALISTA = 3

MOVE WITH rANALISTA3

ePASTA lANALISTA4 FIRST

aANALISTA = 4

MOVE WITH rANALISTA4

ePASTA lANALISTA5 FIRST

aANALISTA = 5

MOVE WITH rANALISTA5

ePASTA lANALISTA1 IF aFASE = 1 THEN

{

WAIT N(28.45,14.8)

ROUTE 1

}

IF aFASE = 2 THEN

{

WAIT N(13.2,3.23)

IF aQualidadePasta = 1 THEN

{

WAIT N(5.3,1.3)

}

ELSE

{

WAIT N(2.1,1.1)

}

ROUTE 2

} 1 ePASTA lARMARIOSAIDA 0.550000

1 WAIT N(13.2,3.23)

IF aQualidadePasta = 1 THEN

{

WAIT N(5.3,1.3)

}

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118

ELSE

{

WAIT N(2.1,1.1)

}

GRAPHIC 5

MOVE WITH rANALISTA1 THEN FREE

ePASTA lFILAJURIDICA 0.450000

FREE rANALISTA1

MOVE FOR 0.01

2 ePASTA lARMARIOSAIDA FIRST 1

GRAPHIC 5

MOVE WITH rANALISTA1 THEN FREE

ePASTA lANALISTA3 IF aFASE = 1 THEN

{

WAIT N(28.45,14.8)

ROUTE 1

}

IF aFASE = 2 THEN

{

WAIT N(13.2,3.23)

IF aQualidadePasta = 1 THEN

{

WAIT N(5.3,1.3)

}

ELSE

{

WAIT N(2.1,1.1)

}

ROUTE 2

} 1 ePASTA lARMARIOSAIDA 0.550000

1 WAIT N(13.2,3.23)

IF aQualidadePasta = 1 THEN

{

WAIT N(5.3,1.3)

}

ELSE

{

WAIT N(2.1,1.1)

}

Page 136: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

119

GRAPHIC 5

MOVE WITH rANALISTA3 THEN FREE

ePASTA lFILAJURIDICA 0.450000

FREE rANALISTA3

MOVE FOR 0.01

2 ePASTA lARMARIOSAIDA FIRST 1

GRAPHIC 5

MOVE WITH rANALISTA3 THEN FREE

ePASTA lANALISTA2 IF aFASE = 1 THEN

{

WAIT N(28.45,14.8)

ROUTE 1

}

IF aFASE = 2 THEN

{

WAIT N(13.2,3.23)

IF aQualidadePasta = 1 THEN

{

WAIT N(5.3,1.3)

}

ELSE

{

WAIT N(2.1,1.1)

}

ROUTE 2

} 1 ePASTA lARMARIOSAIDA 0.550000

1 WAIT N(13.2,3.23)

IF aQualidadePasta = 1 THEN

{

WAIT N(5.3,1.3)

}

ELSE

{

WAIT N(2.1,1.1)

}

GRAPHIC 5

MOVE WITH rANALISTA2 THEN FREE

ePASTA lFILAJURIDICA 0.450000

FREE rANALISTA2

MOVE FOR 0.01

Page 137: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

120

2 ePASTA lARMARIOSAIDA FIRST 1

GRAPHIC 5

MOVE WITH rANALISTA2 THEN FREE

ePASTA lANALISTA4 IF aFASE = 1 THEN

{

WAIT N(28.45,14.8)

ROUTE 1

}

IF aFASE = 2 THEN

{

WAIT N(13.2,3.23)

IF aQualidadePasta = 1 THEN

{

WAIT N(5.3,1.3)

}

ELSE

{

WAIT N(2.1,1.1)

}

ROUTE 2

} 1 ePASTA lARMARIOSAIDA 0.550000

1 WAIT N(13.2,3.23)

IF aQualidadePasta = 1 THEN

{

WAIT N(5.3,1.3)

}

ELSE

{

WAIT N(2.1,1.1)

}

GRAPHIC 5

MOVE WITH rANALISTA4 THEN FREE

ePASTA lFILAJURIDICA 0.450000

FREE rANALISTA4

MOVE FOR 0.01

2 ePASTA lARMARIOSAIDA FIRST 1

GRAPHIC 5

MOVE WITH rANALISTA4 THEN FREE

ePASTA lANALISTA5 IF aFASE = 1 THEN

{

WAIT N(28.45,14.8)

ROUTE 1

}

IF aFASE = 2 THEN

Page 138: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

121

{

WAIT N(13.2,3.23)

IF aQualidadePasta = 1 THEN

{

WAIT N(5.3,1.3)

}

ELSE

{

WAIT N(2.1,1.1)

}

ROUTE 2

} 1 ePASTA lARMARIOSAIDA 0.550000

1 WAIT N(13.2,3.23)

IF aQualidadePasta = 1 THEN

{

WAIT N(5.3,1.3)

}

ELSE

{

WAIT N(2.1,1.1)

}

GRAPHIC 5

MOVE WITH rANALISTA5 THEN FREE

ePASTA lFILAJURIDICA 0.450000

FREE rANALISTA5

MOVE FOR 0.01

2 ePASTA lARMARIOSAIDA FIRST 1

GRAPHIC 5

MOVE WITH rANALISTA5 THEN FREE

ePASTA lFILAJURIDICA 1 ePASTA lADVOGADO1 FIRST 1

MOVE FOR 0.01

ePASTA lADVOGADO2 FIRST

MOVE FOR 0.01

ePASTA lADVOGADO1 USE rADVOGADO FOR N(36.7,19)

GRAPHIC 4

aFASE = 2 1 ePASTA lESPERAJURIDICA FIRST 1

MOVE FOR 0.01

ePASTA lADVOGADO2 USE rADVOGADO FOR N(36.7,19)

GRAPHIC 4

aFASE = 2 1 ePASTA lESPERAJURIDICA FIRST 1

MOVE FOR 0.01

ePASTA lESPERAJURIDICA IF aANALISTA = 1 THEN

{

ROUTE 1

}

IF aANALISTA = 2 THEN

Page 139: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

122

{

ROUTE 2

}

IF aANALISTA = 3 THEN

{

ROUTE 3

}

IF aANALISTA = 4 THEN

{

ROUTE 4

}

IF aANALISTA = 5 THEN

{

ROUTE 5

} 1 ePASTA lANALISTA1 FIRST 1

MOVE WITH rANALISTA1

2 ePASTA lANALISTA2 FIRST 1

MOVE WITH rANALISTA2

3 ePASTA lANALISTA3 FIRST 1

MOVE WITH rANALISTA3

4 ePASTA lANALISTA4 FIRST 1

MOVE WITH rANALISTA4

5 ePASTA lANALISTA5 FIRST 1

MOVE WITH rANALISTA5

ePASTA lARMARIOSAIDA LOG "TC",aCHEGADA

vLEADTIME = CLOCK() - aCHEGADA

INC vSAIDAS, 1

ACCUM 40

1 ePASTA EXIT FIRST 1

MOVE FOR 0.01

********************************************************************************

* Chegadas *

********************************************************************************

Entidade Local Quantidade Primeira Vez Ocorrências Freqüência Lógica

-------- -------- ---------------- ------------ ----------- ---------- ------------

ePASTA lENTRADA 11+L(30.1, 11.3) 9 HR INF N(1440,40)

********************************************************************************

* Designações de Turno *

********************************************************************************

Locais... Recursos... Arquivos de Turno... Prioridades... Desabilitar Lógica...

---------- ----------- ------------------------------ -------------- ----------- -----------

-------

rJC C:\Documents and Settings\Char 99,99,99,99 Não

rANALISTA1 C:\Documents and Settings\Char 99,99,99,99 Não

rANALISTA2

rANALISTA3

rANALISTA4

rENTRADA

rANALISTA5

rADVOGADO

Page 140: CHARLES SPINA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN SEIS SIGMA … · The Lean Six Sigma is a methodology of quality improvement that focuses in the variability of the processes and objectives

123

********************************************************************************

* Atributos *

********************************************************************************

Nome Tipo Classificação

--------------- ------------ -------------

aFASE Inteiro Entidade

aANALISTA Inteiro Entidade

aCHEGADA Real Entidade

aQualidadePasta Real Entidade

********************************************************************************

* Variáveis (globais) *

********************************************************************************

Nome Tipo Valor Inicial Estatísticas

---------- ------------ ------------- --------------

vSAIDAS Inteiro 0 Série de Tempo

vLEADTIME Real 0 Série de Tempo

********************************************************************************

* Distribuições de Usuário *

********************************************************************************

Nome Tipo Cumulativa Porcentagem Valor

--------------- ------------ ------------ ------------ ------------

dQualidadePasta Discreto Não 66.5 1

33.5 2

********************************************************************************

* Arquivos Externos *

********************************************************************************

Nome Tipo Nome de Arquivo

Prompt

---------- ---------------- ----------------------------------------------------------------

----------------- ----------

(null) Turno C:\Documents and Settings\Charles\Meus documentos\Documentos

Diversos\MPA\Tese\TurnoJC.sft

(null) Turno C:\Documents and Settings\Charles\Meus documentos\Documentos

Diversos\MPA\Tese\Turno.sft

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124

8.2. Código do Processo A Melhorado

********************************************************************************

* *

* Listagem Formatada do Modelo: *

* C:\Arquivos de programas\ServiceModel\Models\Processo A M2.MOD *

* *

********************************************************************************

Tempo: Minutos

Distância: Pés

********************************************************************************

* Locais *

********************************************************************************

Nome Cap Unidade Estatísticas Regras Custo

--------------- -------- ------- -------------- ------------------------ ------------

lMONTAGEM INF 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lENTRADA INF 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lADVOGADO1 1 1 Série de Tempo O Mais Velho, , Primeiro

lANALISTA1 1 1 Série de Tempo O Mais Velho, , Primeiro

lARMARIOENTRADA INF 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lARMARIOSAIDA INF 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lFILAJURIDICA INFINITE 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lFILAANALISTA1 INFINITE 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lANALISTA2 1 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lANALISTA3 1 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lANALISTA4 1 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lESPERAJURIDICA INF 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lANALISTA5 1 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lADVOGADO2 1 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

lESPERACADASTRO INF 1 Série de Tempo O Mais Velho, ,

********************************************************************************

* Entidades *

********************************************************************************

Nome Velocidade (fpm) Estatísticas Custo

------------ ------------ -------------- ------------

ePASTA 150 Série de Tempo

eFILASISTEMA 150 Série de Tempo

********************************************************************************

* Redes de Caminho *

********************************************************************************

Nome Tipo T/S De Para BI String

Fator de Velocidade

-------- ------------- ---------------------- --------- --------------- ---- ---------- ----

--------

REDE Passante Velocidade & Distância nENTRADA nJ1 Bi 4.16 1

nJ1 nMONTAGEM Bi 12.31 1

nJ1 nJ2 Bi 5.26 1

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125

nJ2 nARMARIOENTRADA Bi 7.93 1

nJ2 nJ3 Bi 11.15 1

nJ3 nWC Bi 35.51 1

nJ3 nFORATURNO Bi 4.39 1

nADVOGADO nJ4 Bi 16.26 1

nJ4 nANALISTA3 Bi 6.20 1

nJ4 nANALISTA1 Bi 5.31 1

nJ4 nJ5 Bi 9.84 1

nJ5 nANALISTA4 Bi 7.36 1

nJ5 nANALISTA2 Bi 5.92 1

nJ5 nARMARIOENTRADA Bi 18.54 1

nJ5 nARMARIOSAIDA Bi 7.57 1

nJ5 nANALISTA5 Bi 7.46 1

nADVOGADO nADVOGADO1 Bi 2.48 1

nADVOGADO nADVOGADO2 Bi 17.32 1

********************************************************************************

* Interfaces *

********************************************************************************

Red Nó Local

---------- --------------- ---------------

REDE nMONTAGEM lMONTAGEM

nENTRADA lENTRADA

nARMARIOENTRADA lARMARIOENTRADA

nARMARIOSAIDA lARMARIOSAIDA

nANALISTA2 lANALISTA2

nANALISTA1 lANALISTA1

nANALISTA3 lANALISTA3

nANALISTA4 lANALISTA4

nADVOGADO lESPERAJURIDICA

nANALISTA5 lANALISTA5

nADVOGADO1 lADVOGADO1

nADVOGADO2 lADVOGADO2

nJ4 lFILAANALISTA1

nJ4 lESPERACADASTRO

********************************************************************************

* Mapeamento *

********************************************************************************

Red De Para Dest

---------- --------------- ---------- ------------

REDE nJ1 nENTRADA

nJ2 nJ1

nARMARIOENTRADA nJ2

nJ3 nJ2

nADVOGADO nJ4

nJ4 nJ5

nJ5 nARMARIOENTRADA

nJ1 nMONTAGEM

nJ1 nJ2

nJ2 nARMARIOENTRADA

nJ2 nJ3

nJ3 nWC

nJ3 nFORATURNO

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126

nARMARIOENTRADA nJ5

nJ4 nADVOGADO

nJ5 nJ4

nJ4 nANALISTA3

nJ4 nANALISTA1

nJ5 nANALISTA4

nJ5 nANALISTA2

nJ5 nARMARIOSAIDA

nJ5 nANALISTA5

nADVOGADO nADVOGADO1

nADVOGADO nADVOGADO2

********************************************************************************

* Recursos *

********************************************************************************

Rec Ent

Nome Unid Estatísticas Pesquisar Pesquisar Caminho Movimentação Custo

---------- ----- ----------- ------------ ---------- ---------------- -------------- -------

-----

rENTRADA 1 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nENTRADA Cheio: 150 fpm

(Retornar)

rJC 4 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nMONTAGEM Cheio: 150 fpm

(Retornar)

rANALISTA1 1 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nANALISTA1 Cheio: 150 fpm

rANALISTA2 1 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nANALISTA2 Cheio: 150 fpm

rANALISTA3 1 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nANALISTA3 Cheio: 150 fpm

rANALISTA4 1 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nANALISTA4 Cheio: 150 fpm

rANALISTA5 1 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nANALISTA5 Cheio: 150 fpm

rADVOGADO 2 Por Unidade Mais Próximo Mais Velha REDE Vazio: 150 fpm

Base: nADVOGADO Cheio: 150 fpm

********************************************************************************

* Paradas por relógio para Recursos *

********************************************************************************

Rec Freqüência Primeira Vez Prioridade Planejado Nó Lista Desab Lógica

---------- ---------- ------------ ---------- --------- -------- -------- ----- ------------

rENTRADA n(180,1) 4.5 HR 99 Não nWC Não WAIT 1

rJC 24 HR 5 Não nWC Não WAIT 2.5

rANALISTA1 24 HR 4.6 99 Não nWC Não WAIT 2

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127

rANALISTA3 360 2 99 Não nWC Não WAIT

N(2,0.5)

rANALISTA4 24 HR 1.5 HR 99 Não nWC Não WAIT U(2,1)

rANALISTA5 12 HR 3.5 HR 99 Não Não

********************************************************************************

* Processamento *

********************************************************************************

Processo Roteamento

Entidade Local Operação Bl Saída Destino Regra

Lógica de Movimento

------------ --------------- ------------------ ---- ------------ --------------- ---------

- ------------

ePASTA lENTRADA GET rENTRADA

WAIT N(2.2,1.1)

aCHEGADA = CLOCK( )

aQualidadePasta = dQualidadePasta()

GRAPHIC 2

CREATE 1 AS eFILASISTEMA

1 ePASTA lMONTAGEM FIRST 1

MOVE WITH rENTRADA THEN FREE

ePASTA lMONTAGEM GET rJC

WAIT N(18.5,3.8)

GRAPHIC 3

1 ePASTA lARMARIOENTRADA FIRST 1

MOVE WITH rJC THEN FREE

eFILASISTEMA lENTRADA 1 eFILASISTEMA lFILAANALISTA1 MOST 1

MOVE FOR 0.01

eFILASISTEMA lFILAANALISTA1 1 eFILASISTEMA lARMARIOENTRADA JOIN 1

MOVE WITH rANALISTA1 OR rANALISTA2 OR rANALISTA3 OR rANALISTA4 THEN FREE

ePASTA lARMARIOENTRADA JOIN 1 eFILASISTEMA

1 ePASTA lANALISTA1 FIRST 1

MOVE WITH rANALISTA1

ePASTA lANALISTA2 FIRST

MOVE WITH rANALISTA2

ePASTA lANALISTA3 FIRST

MOVE WITH rANALISTA3

ePASTA lANALISTA1 WAIT N(25.6,12.5)

1 ePASTA lESPERACADASTRO 0.550000

1 FREE rANALISTA1

MOVE FOR 0.01

ePASTA lFILAJURIDICA 0.450000

FREE rANALISTA1

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128

MOVE FOR 0.01

ePASTA lANALISTA3 WAIT N(25.6,12.5)

1 ePASTA lESPERACADASTRO 0.550000

1 FREE rANALISTA3

MOVE FOR 0.01

ePASTA lFILAJURIDICA 0.450000

FREE rANALISTA3

MOVE FOR 0.01

ePASTA lANALISTA2 WAIT N(25.6,12.5)

1 ePASTA lESPERACADASTRO 0.550000

1 FREE rANALISTA2

MOVE FOR 0.01

ePASTA lFILAJURIDICA 0.450000

FREE rANALISTA2

MOVE FOR 0.01

ePASTA lANALISTA4 WAIT N(12.6,2.7)

IF aQualidadePasta = 1 THEN

{

WAIT N(5.3,1.3)

}

ELSE

{

WAIT N(2.1,1.1)

} 1 ePASTA lARMARIOSAIDA FIRST 1

GRAPHIC 5

MOVE WITH rANALISTA4 THEN FREE

ePASTA lESPERACADASTRO 1 ePASTA lANALISTA5 FIRST 1

MOVE WITH rANALISTA5

ePASTA lANALISTA4 FIRST

MOVE WITH rANALISTA4

ePASTA lANALISTA5 WAIT N(12.6,2.7)

IF aQualidadePasta = 1 THEN

{

WAIT N(5.3,1.3)

}

ELSE

{

WAIT N(2.1,1.1)

} 1 ePASTA lARMARIOSAIDA FIRST 1

GRAPHIC 5

MOVE WITH rANALISTA5 THEN FREE

ePASTA lFILAJURIDICA 1 ePASTA lADVOGADO1 FIRST 1

MOVE FOR 0.01

ePASTA lADVOGADO2 FIRST

MOVE FOR 0.01

ePASTA lADVOGADO1 USE rADVOGADO FOR N(33,16)

GRAPHIC 4

1 ePASTA lESPERAJURIDICA FIRST 1

MOVE FOR 0.01

ePASTA lADVOGADO2 USE rADVOGADO FOR N(33,16)

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129

GRAPHIC 4

1 ePASTA lESPERAJURIDICA FIRST 1

MOVE FOR 0.01

ePASTA lESPERAJURIDICA 1 ePASTA lANALISTA5 FIRST 1

MOVE WITH rANALISTA5

ePASTA lANALISTA4 FIRST

MOVE WITH rANALISTA4

ePASTA lARMARIOSAIDA LOG "TC",aCHEGADA

vLEADTIME = CLOCK() - aCHEGADA

INC vSAIDAS, 1

ACCUM 40

1 ePASTA EXIT FIRST 1

MOVE FOR 0.01

********************************************************************************

* Chegadas *

********************************************************************************

Entidade Local Quantidade Primeira Vez Ocorrências Freqüência Lógica

-------- -------- ---------------- ------------ ----------- ---------- ------------

ePASTA lENTRADA 11+L(30.1, 11.3) 9 HR INF N(1440,40)

********************************************************************************

* Designações de Turno *

********************************************************************************

Locais... Recursos... Arquivos de Turno... Prioridades... Desabilitar Lógica...

---------- ----------- ------------------------------ -------------- ----------- -----------

-------

rJC C:\Documents and Settings\Char 99,99,99,99 Não

rANALISTA1 C:\Documents and Settings\Char 99,99,99,99 Não

rANALISTA2

rANALISTA3

rANALISTA4

rENTRADA

rANALISTA5

rADVOGADO

********************************************************************************

* Atributos *

********************************************************************************

Nome Tipo Classificação

--------------- ------------ -------------

aCHEGADA Real Entidade

aQualidadePasta Real Entidade

********************************************************************************

* Variáveis (globais) *

********************************************************************************

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130

Nome Tipo Valor Inicial Estatísticas

---------- ------------ ------------- --------------

vSAIDAS Inteiro 0 Série de Tempo

vLEADTIME Real 0 Série de Tempo

********************************************************************************

* Distribuições de Usuário *

********************************************************************************

Nome Tipo Cumulativa Porcentagem Valor

--------------- ------------ ------------ ------------ ------------

dQualidadePasta Discreto Não 58.5 1

41.5 2

********************************************************************************

* Arquivos Externos *

********************************************************************************

Nome Tipo Nome de Arquivo

Prompt

---------- ---------------- ----------------------------------------------------------------

----------------- ----------

(null) Turno C:\Documents and Settings\Charles\Meus documentos\Documentos

Diversos\MPA\Tese\TurnoJC.sft

(null) Turno C:\Documents and Settings\Charles\Meus documentos\Documentos

Diversos\MPA\Tese\Turno.sft

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131

9. Anexos

9.1. Nível Sigma

Nível Sigma do Processo DPMO Nível Sigma do Processo DPMO *Assumes that in the long term the process could drift by ± 1.5σ

(PPM = errors or defects per million opportunities) 6 . 2 7 1 4 . 6 6 8 0 0 6 . 1 2 2 4 . 6 2 9 0 0 6 . 0 0 3 . 4 4 . 5 9 1 , 0 0 0 5 . 9 7 4 4 . 3 8 2 , 0 0 0 5 . 9 1 5 4 . 2 5 3 , 0 0 0 5 . 8 8 6 4 . 1 5 4 , 0 0 0 5 . 8 4 7 4 . 0 8 5 , 0 0 0 5 . 8 2 8 4 . 0 1 6 , 0 0 0 5 . 7 8 9 3 . 9 6 7 , 0 0 0 5 . 7 7 1 0 3 . 9 1 8 , 0 0 0 5 . 6 1 2 0 3 . 8 7 9 , 0 0 0 5 . 5 1 3 0 3 . 8 3 1 0 , 0 0 0 5 . 4 4 4 0 3 . 5 5 2 0 , 0 0 0 5 . 3 9 5 0 3 . 3 8 3 0 , 0 0 0 5 . 3 5 6 0 3 . 2 5 4 0 , 0 0 0 5 . 3 1 7 0 3 . 1 4 5 0 , 0 0 0 5 . 2 7 8 0 3 . 0 5 6 0 , 0 0 0 5 . 2 5 9 0 2 . 9 8 7 0 , 0 0 0 5 . 2 2 1 0 0 2 . 9 1 8 0 , 0 0 0 5 . 0 4 2 0 0 2 . 8 4 9 0 , 0 0 0 4 . 9 3 3 0 0 2 . 7 8 1 0 0 , 0 0 0 4 . 8 5 4 0 0 2 . 3 4 2 0 0 , 0 0 0 4 . 7 9 5 0 0 2 . 0 2 3 0 0 , 0 0 0 4 . 7 4 6 0 0 1 . 7 5 4 0 0 , 0 0 0 4 . 6 9 7 0 0 1 . 5 0 5 0 0 , 0 0 0

Fonte: Pyzdek (2000) em www.pyzdek.com/PDF/2001-05.pdf, acesso em 31/08/2007

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132

9.2. A Construção de um Modelo

Para a realização deste trabalho foi utilizado o pacote de software ServiceModel® da

ProModel Corporation , um dos softwares de simulação disponíveis no mercado.

Este pacote incorpora três programas principais: ServiceModel® (para simulação de

elementos discretos), SimRunner® (para otimização de modelos de otimização) e

Stat:Fit® (para estudo de distribuições de probabilidade).

O ServiceModel é o único simulador no mundo com versão em português. Trata-se

de um avançado software de simulação de eventos discretos, usado para avaliar,

planejar e projetar produção, estocagem, logística e outras situações operacionais e

estratégicas de serviços.

A tecnologia de simulação do ServiceModel é uma poderosa aliada ferramenta para

se reduzir custos, aumentar capacidade, acelerar ciclos de produção e aumentar

serviços a clientes. Muitas empresas em todo o mundo têm aplicado esta ferramenta

nas soluções de problemas de alta complexidade.

A figura 9.1 mostra a tela de abertura do ServiceModel®.

Figura 9.1: Tela de Abertura do ServiceModel

Fonte: Elaborado pelo Autor

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133

Para construção de um modelo, o ProModel® apresenta os seguintes elementos:

“locais”, “entidades”, “recursos”, “processamento” e “chegadas”. Apresenta, ainda,

outros elementos auxiliares como: custo, que define as taxas de consumo de

recursos, e turnos para definição de turnos de trabalho. As definições e o

funcionamento dos principais elementos seguem em seguida:

1. Locais. Representam os lugares fixos do sistema, onde se realizam os processos,

são usadas para representar elementos como: estações de trabalho, buffers,

conveyors e filas. Neste elemento pode-se definir: capacidade, unidades (simples ou

múltiplas), setups, manutenção, nível de detalhamento estatístico, além de regras de

chagada e saída de matéria.

A figura 9.2 exibe a tela do programa na edição dos locais do caso estudado.

Figura 9.2: Tela de cadastramento de Locais

Fonte: Elaborado pelo Autor

2. Entidades: As entidades são os itens a serem processados pelo sistema,

podendo ser: matéria-prima, produtos, pessoas ou documentos. As entidades

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134

possuem velocidades definidas, além de nível estatístico como os locais. Elas

podem ser agrupadas ou divididas ao longo do processo produtivo, se

movimentando de um local para outro utilizando uma rota definida ou uma rede de

trabalho.

A figura 9.3 exibe uma tela do programa com algumas entidades, neste caso com

as duas entidades modeladas.

Figura 9.3: Tela de cadastramento de Entidades

Fonte: Elaborado pelo Autor

3. Variáveis: Podem ser globais ou locais. As variáveis globais são utilizadas para

representar valores numéricos mutáveis. As variáveis locais só estabelecem funções

na parte da lógica em que são declaradas. Podendo ambas conter tanto valores

numéricos como reais. Uma variável global pode ser referenciada em qualquer lugar

do modelo. Já uma local, só dentro de um determinado bloco onde a mesma foi

declarada.

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135

A figura 9.4 ilustra as variáveis globais que foram criadas para o modelo deste

trabalho.

Figura 9.4: Tela de cadastramento de Variáveis

Fonte: Elaborado pelo Autor

4. Atributos: Similares as variáveis, são definidos juntamente com entidades e

locais específicos e geralmente contém informação sobre os mesmos. Podem conter

valores reais ou inteiros. Através de sua utilização pode-se criar somente uma

entidade referente a um tipo de peça e sete atributos para diferenciar os sete tipos

de peças a serem modeladas, como ocorre neste trabalho.

A figura 9.5 ilustra a configuração dos atributos para este trabalho.

5. Chegadas: Define a entrada das entidades dentro do modelo. Podendo ser

definidas as quantidades, freqüência e períodos de chegada, bem com a lógica de

chegada. Podem-se também definir as chegadas através de um arquivo externo de

chegada referenciado no Editor de arquivos.

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136

A figura 9.6 apresenta uma tela com a chegada do modelo do Processo A descrito

neste trabalho.

Figura 9.5: Tela de cadastramento de Variáveis

Fonte: Elaborado pelo Autor

6. Processamento: Consiste em uma tabela onde são definidas as operações de

cada entidade em cada local e o recurso necessário para esta operação, e uma

tabela de rotas que define o destino e a movimentação de cada entidade, bem como

o modo como se dá essa movimentação e os recursos necessários. Nesta etapa são

inseridos os tempos de processamento de cada local de forma probabilística. Para

isso foi utilizado o Stat-fit, um software que faz parte do pacote de simulação do

ServiceModel. Os tempos de processamento foram levantados nos sistemas

internos e inseridos no software para que se obtivesse as distribuições de

probabilidade.

A figura 9.7 apresenta a utilização do menu processamento para o caso estudado.

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137

Figura 9.6: Tela de cadastramento de Chegadas

Fonte: Elaborado pelo Autor

Figura 9.7: Tela de cadastramento de Processos

Fonte: Elaborado pelo Autor

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138

7. Recursos: São os elementos usados para transportar entidades, executar

operações, realizar manutenção nos locais ou outros, podem ser: pessoas ou

equipamentos. Um sistema pode ter um ou mais recursos, sendo dotado de

movimento ou não. Contudo, para cada recurso deve ter designado uma rede de

caminhos, ou seja, um percurso na qual a movimentação se dará.

A figura 9.8 apresenta os recursos utilizados no modelo do Processo A

Figura 9.8: Tela de cadastramento de Recursos

Fonte: Elaborado pelo Autor

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139

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