CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO ... · No Brasil os trabalhos apontam para 10% ......
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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
ALINE LOPES BEZERRA
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA O
TRATAMENTO DE FIBROMIALGIA
São Paulo
2017
ALINE LOPES BEZERRA
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA O
TRATAMENTO DE FIBROMIALGIA
Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu
Área de concentração: Terapia Cognitivo-Comportamental
Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon
Coorientadora: Profa. Msc. Eliana Melcher Martins
São Paulo
2017
Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.
Bezerra, Aline Lopes Terapia Cognitivo-Comportamental para o tratamento de Fibromialgia Aline Lopes Bezerra, Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins – São Paulo, 2017. 29 f. + CD-ROM Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC). Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins 1 Fibromialgia, 2. Terapia Cognitivo-Comportamental. I. Bezerra, Aline Lopes. II. Alarcon, Renata Trigueirinho. III. Martins, Eliana Melcher.
Aline Lopes Bezerra
Terapia Cognitivo-Comportamental para o tratamento de Fibromialgia
Monografia apresentada ao Centro de Estudos em
Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das
exigências para obtenção do título de Especialista
em Terapia Cognitivo-Comportamental
BANCA EXAMINADORA
Parecer: ____________________________________________________________
Prof. _____________________________________________________
Parecer: ____________________________________________________________
Prof. _____________________________________________________
São Paulo, ___ de ___________ de _____
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu esposo Flávio Diogo
que sempre me apoiou e acima de tudo acreditou
e embarcou neste meu sonho. A você meu amor,
o meu profundo e eterno agradecimento.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela presença constante em minha vida.
Ao meu esposo Flávio Diogo que sempre me apoiou e acima de tudo acreditou e
embarcou neste meu sonho.
Aos meus amigos e colegas de turma, pela ajuda, cumplicidade, amizade e
momentos compartilhados.
A minha orientadora Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon, pela dedicação em ter
me acompanhado em cada etapa na desenvoltura desse trabalho.
Aos queridos Eliana e Élcio, pelo eterno carinho e profissionalismo.
RESUMO
O presente estudo consiste em uma pesquisa bibliográfica, cujo principal objetivo foi
apresentar se há evidencias significativas da Terapia Cognitivo-comportamental para
o tratamento da Fibromialgia. A Fibromialgia trata-se de uma síndrome orgânica
crônica caracterizada por queixas dolorosas por todo o corpo, apresentando
prejuízos na esfera física e psicológica do indivíduo, gerando um impacto negativo
na sua qualidade de vida. Diante da pesquisa realizada ficou constado importância
da Terapia Cognitivo-Comportamental para amenização da dor, melhoria do sono,
resultando em melhor qualidade de vida, não excluindo o tratamento farmacológico,
atividades físicas de baixo impacto e técnicas de relaxamento.
Palavras-chave: Fibromialgia, Terapia Cognitivo-Comportamental
ABSTRACT
The present study consists of a bibliographical research whose main objective was to
present if there is significant evidence of Cognitive-behavioral Therapy for the
treatment of Fibromyalgia. Fibromyalgia is a chronic organic syndrome characterized
by painful complaints throughout the body, presenting damages in the physical and
psychological sphere of the individual, with a negative impact on their quality of life.
In view of the research carried out, the importance of Cognitive-Behavioral Therapy
for pain relief and improvement of sleep, resulting in better quality of life, not
excluding pharmacological treatment, low impact physical activities and relaxation
techniques was established.
Keywords: Fibromyalgia, Cognitive-Behavioral Therapy
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
2 OBJETIVO .............................................................................................................. 11
3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 12
4 RESULTADOS ....................................................................................................... 13
4.1 FIBROMIALGIA ................................................................................................... 13
4.2 DIAGNÓSTICO ................................................................................................... 13
4.3 TRATAMENTO: O PAPEL DA TERAPIA COGNITVO-COMPORTAMENTAL .... 13
5 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 24
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 26
8
1 INTRODUÇÃO
A Fibromialgia é uma síndrome orgânica crônica caracterizada por queixas
dolorosas neuromusculares difusas nos tecidos moles (músculos, tendões,
ligamentos), e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente bem
determinadas (ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE DOENTES COM FIBROMIALGIA)
É caracterizada como uma síndrome porque engloba manifestações clinicas
como dores, fadiga, perturbações do sono e distúrbios emocionais (ansiedade,
depressão) (JUNIOR, GOLDENFUM, SIENA, 2012).
De acordo com a epidemiologia o número de casos é variável de acordo com
a população e método de estudo utilizado. No Brasil os trabalhos apontam para 10%
a relação de incidência comparativa entre o sexo feminino e o masculino é variável
de acordo com o trabalho pesquisado, situando na faixa de 6 a 10 mulheres para
cada homem. Sintomas têm início na faixa etária de 29 a 37 anos, com diagnóstico
entre 34 e 57 anos, com pico de incidência de 30 a 50 anos e menor ocorrência na
população pediátrica. Pode ocorrer em adolescentes e idosos, sendo incomum a
instalação após os 60 anos (SILVA, 2011).
Em um estudo realizado no Brasil, em Montes Claros, a fibromialgia foi a
segunda doença reumatológica mais frequente, após a osteoartrite. Neste estudo,
observou-se prevalência de 2,5% na população, sendo a maioria do sexo feminino,
das quais 40,8% se encontravam entre 35 e 44 anos de idade (HEYMANN, PAIVA,
2009).
Segundo Fukuda, Takarada, Skare (2010), a síndrome afeta de 6% a 20%
dos pacientes das clínicas reumatológicas, quase 10% dos casos em consultas de
dor crônica e entre 0,5% e 5% da população geral. No Brasil, um estudo
epidemiológico sobre doenças reumáticas, realizado na cidade de Montes Claros,
mostrou que a síndrome da fibromialgia foi a segunda desordem reumatológica mais
frequente, com prevalência de 2,5% na população geral.
Segundo Santos, Junior, Fraga, Macieira, Bonjardim (2012), a ocorrência de
sintomas de ansiedade e depressão é comumente observado em pacientes com dor
crônica, havendo também um aumento na frequência de sintomas ansiosos e
depressivos nessa população.
A Terapia Cognitivo-Comportamental surgiu no início da década de 1960,
através do psiquiatra Aaron T. Beck, dando início a uma revolução no campo da
9
saúde mental, com objetivo de resolver problemas de depressão e a modificar
principalmente os pensamentos e comportamentos por meio de um tratamento
estruturado, de curta duração e direcionada ao presente. De acordo com as
pesquisas de Beck, os pacientes deprimidos vivenciam o presente de modo negativo
(cognição negativas e distorcidas), antecipam pensamentos catastróficos para
eventos futuros.
Quando as pessoas aprendem a avaliar seu pensamento de forma mais
realista e adaptativa, elas obtêm uma melhora em seu estado emocional e no
comportamento. (BECK, 1997)
Segundo Beck (1997) através de estudos empíricos parte da hipótese de que
as emoções, os comportamentos e a fisiologia de uma pessoa são influenciados
pela própria percepção dos eventos; assim, a interpretação de uma situação pode
levar a pensamentos automáticos que geram uma reação.
O principal papel do terapeuta é proporcionar aos seus pacientes a
compreensão sobre suas distorções cognitivas para identificar novas formas de
enfrentamentos.
Segundo Santos, Junior, Fraga, Macieira, Bonjardim (2012), a relação entre a
fibromialgia e a depressão já foi comprovada por vários estudos. Essa relação pode
ser explicada pela relação entre a depressão e a dor, uma vez que a síndrome
fibromiálgica é caracterizada pela presença obrigatória de dor difusa e crônica.
Existem, pelo menos, três vertentes teóricas para explicar a relação entre a dor e a
depressão: 1. Dor provoca depressão, devido às consequências estressantes
causadas por ela; 2. Depressão e dor partilham as mesmas raízes patofisiológicas;
3. Depressão provoca dor, devido ao aumento da sensibilidade dolorosa.
Conforme já mencionado, o paciente fibromiálgico poderá apresentar
sintomas depressivos e a terapia cognitivo-comportamental, através de um processo
de tratamento poderá auxiliar o paciente a modificar crenças e comportamentos que
resultam em certos estados de humor, com participação ativa do mesmo. Ocorrendo
em 3 fases estratégicas: 1) foco nos pensamentos automáticos; 2) no estilo da
pessoa em relacionar-se; 3) alteração/mudança de comportamento para melhor
enfrentamento da situação (POWELL et al.,2008).
Segundo Associação Portuguesa de Doentes com Fibromialgia, os doentes
de Fibromialgia apresentam diminuição de Serotonina. A serotonina é considerada
por alguns pesquisadores como o elemento químico que é responsável por manter o
10
humor em equilíbrio, sendo que a produção diminuída de serotonina representa
fatores de vulnerabilidade à depressão (STELLA, GOBBI, CORAZZA, COSTA,
2002).
Em decorrência da vasta sintomatologia apresentada pelos pacientes com
fibromialgia, o tratamento ideal requer uma abordagem multidisciplinar incluindo a
associação de terapia farmacológica e não farmacológica (BRAZ et al., 2011).
O tratamento psicofarmacológico inclui antidepressivos, relaxantes
musculares, analgésicos e modulares de canais de cálcio, (amitriptilina, duloxetina,
fluoxetina, milnaciprana, ciclobenzaprina, gabapentina, pregabalina e o tramadol),
mas atualmente os únicos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) para
o tratamento são: duloxetina, pregabalina e milnaciprana (BRAZ et al., 2011).
Os antidepressivos e neuromoduladores atuam aumentando a quantidade de
neurotransmissores que diminuem a dor, sendo por isso eficazes e utilizados no
tratamento da Fibromialgia (MARIANO, 2011).
No tratamento não psicofarmacológico é recomendada atividade física com
exercícios leves e/ou aeróbica para manter seu condicionamento físico e sensação
de bem-estar, incluindo a psicoterapia na abordagem Cognitivo-Comportamental
(BRAZ et al., 2011).
Segundo Provenza (2004) a fibromialgia provoca um impacto negativo
importante na qualidade de vida dos pacientes, correlacionando-se fortemente com
a intensidade da dor, fadiga e decréscimo da capacidade funcional.
Essa revisão bibliográfica teve como intuito ampliar o conhecimento para o
melhor atendimento clínico de pacientes portadores de fibromialgia, auxiliando assim
uma melhor qualidade de vida para os mesmos.
11
2 OBJETIVO
O objetivo dessa pesquisa bibliográfica foi dissertar sobre a fibromialgia e a
valência da Terapia Cognitivo-Comportamental no tratamento dessa síndrome
orgânica crônica.
12
3 METODOLOGIA
A pesquisa bibliográfica foi realizada por meio de revisão bibliográfica de
artigos científicos e livros.
As bases de dados pesquisadas foram: Google acadêmico, Scielo,
Associação Brasileira de Fibromiálgicos, Associação de doentes com Fibromialgia,
Sociedade Brasileira de Reumatologia. Foram utilizadas palavras chaves em
português: terapia cognitivo-comportamental, fibromialgia e em inglês: cognitive
behavioral therapy, fibromyalgia
A seleção dos artigos deu-se por meio da leitura prévia dos resumos dos
artigos.
Critérios de inclusão dos artigos foram: pesquisa atuais sobre fibromialgia, e
que estivessem no idioma de publicação na língua portuguesa e inglesa
Critérios de exclusão: foram excluídos os artigos anteriores aos últimos 15
anos.
13
4 RESULTADOS
Para a realização deste trabalho foi realizado uma busca em 2 bases de
dados na área da saúde (Google acadêmico e Scielo).
Na busca realizada obteve-se o retorno de 18 artigos, devido os critérios de
seleção dos mesmos: publicações nos últimos 15 anos e relevância ao tema de
busca.
4.1 FIBROMIALGIA
Há 150 anos ocorreram os primeiros estudos da síndrome de fibromialgia,
estudo realizado pelo médico britânico Willian Balfour. Traut (1968) desenvolveu
seus estudos, incluindo nesse conjunto todos os sintomas cervicais, lombalgias,
sendo assim incluído na literatura sob o nome de fibrosite, porém, em meados de
1935, os pesquisadores não haviam descoberto nenhum achado inflamatório que
comprovassem a sintomatologia da Fibrosite, a partir de então o termo foi
substituído por Fibromialgia. (SILVA, 2011).
Até a década de 1970, a Fibromialgia não era considerada uma entidade
clinicamente bem definida, quando foram publicados os primeiros relatos sobre os
distúrbios do sono. O conceito da Fibromialgia foi introduzido em 1977 quando foram
descritos sítios anatômicos com exagerada sensibilidade dolorosa,
denominados tender points, nos portadores desta moléstia. Também foram
documentados distúrbios do sono, inclusive, quando induzidos experimentalmente,
podendo reproduzir os sintomas de dor e de sensibilidade muscular vistos nesta
síndrome dolorosa crônica. (JUNIOR, GOLDENFUM, SIENA, 2012).
De acordo com Junior, Goldenfum, Siena (2012) a denominação fibromialgia,
palavra derivada do latim fibro (tecido fibroso, presente em ligamentos, tendões e
fáscias), e do grego mio (tecido muscular), algos (dor) e ia (condição), foi proposta
inicialmente por Yunus e cols. em 1981, com o intuito de substituir o termo fibrosite2,
até então utilizado para denominar um tipo particular de reumatismo caracterizado
pela presença de pontos endurados musculares dolorosos à palpação, a partir do
entendimento de que não havia, nestes adoecimentos, inflamação tecidual. Na
década de 1980 diversos critérios diagnósticos foram sugeridos com base na
14
exclusão de doença sistêmica, na presença de determinados sintomas e no achado
de tender points durante o exame físico.
O arrogue para a fibromialgia aconteceu no ano de 1990, com a realização de
um simpósio médico internacional, realizado pelo Colégio Americano de
Reumatologia (ACR) (SILVA, 2011).
Os locais de pontos dolorosos pesquisados são aqueles estabelecidos pelo
critério de classificação do Colégio Americano de Reumatologia, conforme na figura
a seguir (Figura 1) (PROVENZA et al.,2004).
Figura 1: Pontos dolorosos para diagnostico da Fibromialgia. Figura retirada de Wolfe et al.(1990 apud Provenza at al., 2004).
Grande parte dos pacientes com Fibromialgia também relata fadiga, rigidez
muscular, dor após esforço físico e anormalidades do sono. Pode também haver
sintomas de depressão, ansiedade, deficiência de Memória, desatenção, cefaleia
tensional ou enxaqueca, tontura, vertigens, parestesias, sintomas compatíveis com
síndrome do intestino irritável ou com síndrome das pernas inquietas, entre diversos
outros sintomas não relacionados ao aparelho locomotor (JUNIOR,
GOLDENFUM, SIENA, 2012).
A fibromialgia ocasiona um impacto negativo na qualidade de vida dos
pacientes, englobando aspectos familiares, pessoais, profissionais, e sociais,
15
apresentando como consequência da intensidade da dor, fadiga e declínio da
capacidade funcional (PROVENZA et al.,2004).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), qualidade de vida é
definida como percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura
e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos,
expectativas e preocupações. Apesar da Fibromialgia não apresentar lesões
anatomopatológicas ou evoluir para deformidades, ela produz, de modo geral,
grande impacto negativo na qualidade de vida, interferindo na capacidade laboral,
convívio social e familiar. Como critério avaliativo são usadas técnicas de auto-
relato, como SF-36 (Short form.) e FIQ (Fibromyalgia Impact Questionnare) (SILVA,
2011).
A literatura apresenta a utilização de questionários relacionados a
determinados aspectos da fibromialgia, como o questionário conhecido como
Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ), é o instrumento específico para avaliação
do impacto na qualidade de vida, onde são abordadas questões globais e a
intensidade dos principais sintomas. Existem também o de capacidade funcional,
conhecido como Health Assessment Questionnaire (HAQ), o de depressão de Beck,
o Beck Depression Questionnaire, o de qualidade do sono no Post-Sleep Inventory,
entre outros (PROVENZA et al.,2004).
Os autores recomendam a utilização dos seguintes instrumentos: escalas
analógicas numéricas de 0 a 10, para os principais sintomas que incluem a dor,
qualidade do sono, fadiga, depressão e ansiedade e o instrumento específico de
impacto da doença sobre a qualidade de vida e o FIG, para se ter um
acompanhamento satisfatório (PROVENZA et al.,2004).
4.2 Diagnóstico
Caracteristicamente o quadro clínico da fibromialgia são dores intensas pelo
corpo inteiro, com pelo menos três meses de duração. Estes sintomas são
acompanhados de rigidez matinal, cansaço ou fadiga fácil, perturbação do sono
depressão, enxaqueca, tonturas, mucosas secas, parestesias em mãos e pés,
podendo também apresentar cefaleia, cólon irritável, disúria, dismenorreia, e
fenômeno de Raynaud. A sintomatologia característica da fibromialgia afeta
16
principalmente três sistemas: o musculoesquelético, neuroendócrino e psicológico.
Fibromiálgicos possuem limiar para dor mais baixo que o padrão (SILVA, 2011).
Considera-se a sintonia central é essencial para o diagnóstico, de acordo com
o Colégio Americano de Reumatologia, a dor difusa ou dor generalizada, conforme
definição proposta por esse organismo e com duração mínima de três meses. Em
relação ao acompanhamento clínico, também são muito importantes os demais
sintomas dessa síndrome, entre eles: fadiga, distúrbios do sono, ansiedade e
depressão (PROVENZA et al.,2004).
O diagnóstico de fibromialgia é difícil, pois ela guarda semelhança com uma
gama de patologias, e por não apresentar alterações nos testes laboratoriais ou
raios-X usuais. A dor é o principal motivo da procura pelo atendimento médico.
Atualmente, os dois critérios de classificação para o diagnóstico de fibromialgia são
decorrentes da aplicação da recomendação desenvolvida pelo Colégio Americano
de Reumatologia, em 1990. Dor crônica generalizada (com mais de três meses de
duração). A dor generalizada pelo corpo é entendida como acima e abaixo da
cintura, à esquerda e a direita e com dor no esqueleto axial e dores em pelo menos
11 dos 18 locais específicos do corpo mostrados na Figura 1 (SILVA, 2011).
As demais características clínico-propedêuticas da dor, embora possam ser
úteis ao diagnóstico, não são habitualmente referidas como métodos de
acompanhamento clínico. No exame físico, a única alteração evidente é a pesquisa
da alodinia, através da avaliação das áreas hipersensíveis à palpação, conhecidas
na literatura internacional como pontos dolorosos. Duas formas de avaliação estão
disponíveis: a contagem simples dos pontos dolorosos ou o índice miálgico total
(PROVENZA et al.,2004).
A palpação digital é a técnica mais utilizada. Nesse método, a força
necessária para tornar pálido o leito ungueal do primeiro dedo é a pressão
apropriada nos locais dos pontos dolorosos para se estabelecer o que constitui um
estímulo doloroso (PROVENZA et al.,2004).
O "índice miálgico total" pode ser composto por várias combinações de
formas de avaliação do limiar de dor através da pressão sobre os pontos dolorosos.
Utilizando-se a palpação digital pode-se obter escore de acordo com a seguinte
escala: 0 - ausência de dor; 1 - dor leve; 2 - exclamação verbal de dor; e 3 -
movimento de retirada ou expressão facial de dor. Nessa escala, os pontos
dolorosos estabelecidos pelo Colégio Americano de Reumatologia são avaliados, e
17
o escore máximo a ser obtido é 54, resultante da multiplicação dos 18 pontos pelo
número 3, que corresponde à avaliação máxima (PROVENZA et al.,2004).
4.3 Tratamento: o papel da terapia cognitivo-comportamental
A literatura empírica indica que a atribuição externa e o pensamento
catastrófico contribuem para a intensidade da dor (VANDENBERGBE et al., 2005).
Atualmente a terapia cognitiva comportamental (TCC) tem sido bastante
estudada em pacientes com fibromialgia. De acordo com a proposição da TCC, a
forma como as pessoas interpretam a realidade influencia diretamente no
sentimento em relação à situação vivida e em como irão se comportar (figura 2)
(BECK, 2013 apud ALARCON et al., 2014).
Em poucas palavras, o modelo cognitivo propõe que o pensamento disfuncional (que influencia o humor e o pensamento do paciente) é comum a todos os transtornos psicológicos. Quando as pessoas aprendem a avaliar seu pensamento de forma mais realista e adaptativa, elas obtêm uma melhora em seu estado emocional e no comportamento (BECK, 2013, p 23).
Figura 2 – Modelo Cognitivo (BECK, 2013, p 23). Fonte: Figura Retirada de ALARCON et al.
(2014).
Diante de uma situação, temos pensamentos rápidos, que surgem
espontaneamente, sem que haja uma deliberação ou raciocínio específico. Esses
são denominados pensamentos automáticos, muitas vezes passam despercebidos e
geralmente são aceitos como verdades sem nenhuma crítica. Os pensamentos
automáticos estão relacionados às crenças centrais (BECK, 2013, p 51 apud
ALARCON et al., 2014).
As crenças centrais (ou nucleares, ou ainda esquemas) são estabelecidas na
infância, quando a criança desenvolve conceitos sobre si, do outro e do mundo.
Essas são estruturas cognitivas internas, interpretadas verdades absolutas, agem
18
como “filtros” e determinam como as situações são percebidas pelo indivíduo e
como novas informações serão organizadas (BECK, 2013, p 52 apud ALARCON et
al., 2014).
Entre os pensamentos automáticos e as crenças centrais, existe uma classe
de crenças, denominadas crenças intermediárias. Essas crenças são regras e
pressupostos que a pessoa adquire ao longo do seu desenvolvimento, diante da
interação com o mundo e com as pessoas, tentando entender o ambiente e
organizar suas experiências (ALARCON et al., 2014).
A figura 3 apresenta a relação entre os pensamentos automáticos, crenças
centrais e intermediárias, baseado no modelo cognitivo (BECK, 2013) a maneira em
que o indivíduo interpreta determinadas situações influencia diretamente na emoção
(estado de humor) e no seu comportamento, e ainda, que essa conscientização
esteja baseada no repertório de crenças da pessoa, o terapeuta cognitivo-
comportamental pode auxiliar o paciente a identificar comportamentos disfuncionais
e a modificar pensamentos distorcidos, gerando uma resposta mais adaptativa
(ALARCON et al., 2014).
Figura 3. Relação entre as crenças e pensamentos. Fonte: Figura Retirada de ALARCON et
al. (2014).
19
Estudos apontam uma forte relação da fibromialgia com a ansiedade e
depressão, sendo estas comorbidades reportadas por um terço dos pacientes. A
ansiedade é considerada um sintoma secundário comum e, frequentemente severo
nos casos de fibromialgia. A prevalência desses sintomas entre os fibromiálgicos
varia entre 13% e 71%. A presença da ansiedade em pacientes com fibromialgia
está relacionada a um maior número de sintomas físicos e maior intensidade da dor,
aumentando, dessa forma, a severidade da doença. A depressão apresenta-se de
forma semelhante à ansiedade na fibromialgia. Pacientes com fibromialgia
apresentam uma maior prevalência de sintomas depressivos, quando comparados a
grupos de pacientes com doenças reumáticas inflamatórias e não inflamatórias. A
taxa de prevalência de sintomas depressivos varia entre 20% e 80% em
fibromiálgicos (SANTOS, JUNIOR, FRAGA, MACIEIRA, BONJARDIM, 2012).
Conforme esses dados podemos evidenciar que os pacientes fibromiálgicos
podem apresentar sintomas depressivos e ansiosos e a Terapia Cognitiva-
Comportamental, por meio de um processo de tratamento poderá auxiliar o paciente
a identificar suas distorções cognitivas e comportamentais que resultam em certos
estados de humores.
De acordo com a Associação Brasileira dos Fibromiálgicos as emoções
positivas como a felicidade, podem diminuir a dor e as emoções negativas como a
tristeza, podem aumentar a dor.
Segundo Powell (2008) as distorções cognitivas, compreendidas como erros
sistemáticos na percepção e no processamento de informações, ocupam lugar
central na depressão. As pessoas com depressão tendem a estruturar suas
experiências de forma absolutista e inflexível, o que resulta em erros de
interpretação quanto ao desempenho pessoal e ao julgamento das situações
externas.
Através de exercícios, o paciente pode aprender a identificar emoções
negativas relacionadas com a dor e com eventos estressantes e reconhecer
pensamentos disfuncionais e vieses cognitivos associados a elas. Com exercícios
ele pode ganhar melhor controle sobre os processos simbólicos relacionados com a
experiência e o manejo da dor (VANDENBERGBE et al., 2005)
A terapia cognitivo-comportamental trata-se de um programa educacional,
que ensina técnicas de autocontrole, com objetivo de melhorar a sintomatologia
dolorosa, compreendendo relaxamento e técnicas de distração (SILVA, 2011).
20
Uma das vantagens da Terapia cognitivo-comportamental é a participação
ativa do paciente no tratamento, de modo que ele (ou ela) é auxiliado a: a) identificar
suas percepções distorcidas; b) reconhecer os pensamentos negativos e buscar
pensamentos alternativos que reflitam a realidade mais de perto; c) encontrar as
evidências que sustentam os pensamentos negativos e os alternativos; e d) gerar
pensamentos mais acurados e dignos de crédito associados a determinadas
situações em um processo chamado reestruturação cognitiva (POWELL et al.,2008).
Estudo randômico e controlado, realizado em 60 pacientes, avaliou a eficácia
da TCC em pacientes com fibromialgia. No ensaio, todos os pacientes receberam 25
mg/dia de amitriptilina, sendo que metade fez TCC e outra metade usou apenas o
medicamento. Os resultados mostraram que a TCC foi eficaz nesses pacientes
quando usada associada com a farmacoterapia (BRAZ, PAULA, DINIZ, ALMEIDA,
2011).
Segundo Junior. Goldenfum, Siena (2012) numa recente revisão da literatura,
que envolveu principalmente publicações de revisões sistemáticas e de metanálises
nos últimos 12 anos, foi verificado que não existe uma uniformidade quanto ao tipo
de reabilitação e de exercícios que devem ser empregados para esta síndrome
dolorosa crônica. São muito variadas as formas de exercícios aeróbicos estudados
(caminhadas, marchas, bicicleta, remo etc.), assim como outros tipos de exercícios
(alongamentos, exercícios isométricos, isocinéticos, entre outros de fortalecimento
muscular), e variadas modalidades de hidroterapia (exercícios respiratórios
aquáticos, deep water running, hidroginástica, natação, entre outros). Também foi
encontrada uma grande diversidade nos métodos de reabilitação como, por
exemplo, coping, biofeedback, educação familiar, terapia cognitivo-comportamental,
técnicas manipulativas e de relaxamento. De uma maneira geral, os estudos
concluíram pelos efeitos benéficos, tanto dos exercícios, como dos diferentes tipos
de reabilitação, mesmo que envolvendo modalidades heterogêneas.
De acordo com a Associação de doentes com Fibromialgia, devemos frisar
que a Fibromialgia se trata de uma doença crônica e que o tratamento visa, não a
ausência de sintomas, mas o seu controle, e considera-se que o apoio psiquiátrico
sempre que se revele faz necessário e a psicoterapia é particularmente útil nas
áreas cognitiva/comportamental, para desenvolver a habilidade de viver com a
doença e aceitar suas limitações, assim como aprender a lidar com o stress e as
técnicas de biofeedback têm-se mostrado úteis.
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O Tratamento para a Fibromialgia é um desafio para o profissional da saúde,
sendo uma mescla de técnicas medicamentosas e não medicamentosas, com o
objetivo de melhora no quadro geral do paciente. Entre as práticas não
farmacológicas mais citadas encontram-se elementos físicos, psicológicos e
educacionais, para que o portador e sua família possam aprender a conviver com
esta nova realidade e melhorar assim a qualidade de vida. Tais como: Atividade
Física, Terapia comportamental e cognitiva, Biofeedback, Intervenção
fisioterapêutica, Acupuntura, Hidroterapia, Coping, Aparelhos usados no combate as
dores músculo-esqueléticas, Ginástica holística (SILVA, 2011).
Segundo Provenza (2014) entre 25% a 50% dos pacientes com Fibromialgia
apresentam distúrbios psiquiátricos concomitantes, que dificultam a abordagem e a
melhora clínica destes, necessitando muitas vezes de um suporte psicológico
profissional. A abordagem cognitivo-comportamental também é efetiva, desde que
combinada com técnicas de relaxamento, exercícios aeróbicos, alongamentos e
educação familiar. Esta última é extremamente importante, em especial por se tratar
de uma enfermidade de longa duração, com queixas persistentes. Por outro lado, o
apoio psicológico dos familiares conduz, com certeza, à melhor qualidade de vida.
Segundo Angellotti et al., (2007):
situando a dor como um fenômeno físico e também psicológico, Dowd (1996) pontua que esta pode ser percebida com maior ou menor intensidade pelo individuo devido a uma série de fatores, que são descritos abaixo: 1) Fatores cognitivos e perceptivos – A ocorrência da dor provoca uma tendência natural a pensar nela de forma constante e catastrófica. 2) Fatores emocionais – A vivencia da dor pode ocasionar a eclosão de
emoções diversas, estando a ansiedade entres as mais frequentes. Quando, por exemplo, a dor é intermitente, o paciente tende a esperar o seu início, agravando seu nervosismo e a intensidade da sensação quando esta ocorrer 3) Fatores Comportamentais – É comum que alguém que sinta dor expresse
sua aflição sob a forma de lamentos, queixas verbais, gemidos, andar rígido, esfregação sobre a área dolorida e tensão dos músculos. Alguns destes chamados “comportamentos de dor” como, por exemplo, os dois últimos, criam uma dor adicional e servem para lembrar constantemente a presença do desconforto. 4) Fatores interpessoais – Há a forte tendência de ganho secundário com a dor, uma vez que esta é reforçada socialmente em nossa cultura. Assim, como fenômeno social é comum que alguém com for seja cuidado e acolhido de forma especial, bem como tenha a possibilidade de ganho financeiro com o problema (conquista de pensões por invalidez, por exemplo). Com isso, mesmo com o desaparecimento das bases físicas da dor, pode ser que por essas razões ela persista.
Além dos aspectos fisiológicos presentes nos quadros de dor, deve-se
atender para outras variáveis envolvidas no espoco daquela determinada situação,
ou seja, é preciso personalizar o caso e encarar aquele paciente como um ser de
funcionamento próprio e com características únicas, Assim, os aspectos psicológicos
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e emocionais do desconforto associado à dor podem ser trabalhados de forma bem
direcionada, no sentido de buscar um meio mais assertivo no que se refere à
convivência do paciente com a experiencia dolorosa (ANGELLOTTI et al., 2007).
O tratamento cognitivo-comportamental da dor crônica é baseado em duas
esferas sucessivas e complementares, sendo: 1º) é preciso ensinar o paciente a
enfrentar a dor e conscientizá-lo de que é possível obter uma redução de sua
intensidade; 2º) em um segundo momento, o terapeuta deverá promover a utilização
das técnicas cognitivas com o objetivo de rebater as crenças que são contra a sua
conscientização de que é capaz de utilizar as técnicas de enfrentamento e
autogerenciamento (ANGELLOTTI et al., 2007).
Segundo Chakr (2011) a intervenção psicológica em Fibromialgia parece
melhorar dor, sono, depressão, catastrofização e estado funcional, de forma
semelhante ao benefício observado em estudos de outras condições dolorosas e de
tratamento farmacológico. Em analise comparativas, a TCC foi superior às outras
intervenções psicológicas no controle da dor em Fibromialgia.
Abordando especificamente a Terapia Cognitivo-comportamental, uma
revisão sistemática com revisão crítica de ensaios clínicos randomizados estudou a
sua eficácia na Fibromialgia e constatou o efeito benéfico desta intervenção na
capacidade de o indivíduo em lidar com a dor, no humor deprimido e no
comportamento de busca por cuidados em saúde. Dor é o principal domínio que os
pacientes com Fibromialgia gostariam de ter resolvido (CHAKR, 2011).
A terapia cognitiva está baseada na permissa de que a modificação de
pensamentos perturbadores gera mudanças nos sentimentos (afeto) e no
comportamento. Na Fibromialgia, várias técnicas comportamentais são aplicáveis,
incluindo ativação comportamental (retomar atividades cotidianas descontinuadas),
exercícios gradativos, regularidade de atividades (dosando atividades nos melhores
e piores momentos da síndrome), redução de comportamentos associados a ganho
secundário, higiene do sono e técnicas de relaxamento (respiração, imagens,
relaxamento muscular progressivo) (CHAKR, 2011).
Lami, Martínez e Sánchez (2013) apresentaram em seus estudos algumas
técnicas, além da psicoeducação que era ministrada por reumatologista ou
enfermeiro no tratamento da fibromialgia, sendo estas:
- Reestruturação cognitiva automática de pensamentos e crenças
disfuncionais sobre dor;
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- Treinamento em aceitação e assertividade;
- Reestruturação cognitiva;
- Atividades prazerosas;
- Relaxamento;
- Higiene do sono;
- Informações sobre sono, ritmo circadiano e distúrbios do sono;
- Técnicas de controle de estímulo e restrição de sono;
- TCC orientado a diminuição do estresse;
- Definição de objetivos;
- Exposição a atividades e emoções ou pensamentos evitados.
De acordo com Chakr (2011) a TCC tem se mostrado eficaz no tratamento de
depressão e ansiedade, condições frequentemente associadas à Fibromialgia. Além
disso, TCC também se mostrou eficaz no tratamento de condições de dor crônica.
Considerando-se o fato de que a TCC não seja uma intervenção isolada, existe
evidência suficiente de que a TCC possa ser um tratamento adjuvante efetivo para
alguns pacientes com Fibromialgia, melhorando, inclusive a dor.
24
5 DISCUSSÃO
De acordo com esse trabalho, é percebível que a Terapia cognitivo-
comportamental pode ser uma ferramenta bastante efetiva a ser agregada ao
tratamento clinico dos pacientes com Fibromialgia.
Os estudos demonstram que o paciente com Fibromialgia tratados com a
TCC pode se beneficiar com um melhor gerenciamento do estresse causado pela
doença, maior enfrentamento, menos dor, mais funcionalidade e capacidade física,
além de prevenção ou redução da depressão e ansiedade auxiliando o paciente na
identificação das suas percepções distorcidas, reconhecer os pensamentos
negativos e buscar pensamentos alternativos que reflitam a atual realidade,
encontrar as evidencias que sustentam os pensamentos negativos e os alternativos,
gerar pensamentos mais aprimorados e dignos de crédito associados a
determinadas situações em um processo chamado reestruturação cognitiva,
permeando através desses fatores melhor qualidade de vida.
Acredita-se que a Terapia Cognitivo-comportamental possa ser eficiente como
coadjuvante ao tratamento clinico dos pacientes com Fibromialgia.
Esse trabalho teve como limitação a utilização de apenas duas bases de
dados. É possível que existam outros trabalhos em bases de dados, principalmente
internacionais, utilizando a TCC como tratamento de pacientes com fibromialgia.
Sugere-se a realização de novos trabalhos, principalmente no Brasil, a fim de
padronizar o atendimento a esses pacientes, tanto em consultórios de
reumatologistas, como no serviço público.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ressalta-se que o objetivo desse trabalho foi ampliar o conhecimento e o
tratamento dessa síndrome orgânica crônica amplamente dolorosa para quem a
vivencia no próprio corpo, englobando prejuízo nos aspectos familiares, pessoais,
profissionais e sociais, provocando um impacto negativo importante na qualidade de
vida dos pacientes.
Realça-se a importância do trabalho multidisciplinar para o atendimento a
esses pacientes de forma realmente integrada, com o objetivo de auxiliá-los a
assuma uma atitude mais positiva frente às propostas terapêuticas e seus sintomas
na compreensão, aceitação para o alívio da própria dor com maior efetividade e
comprometimento.
De acordo com os estudos publicados nos últimos quinze anos, a terapia
Cognitivo-Comportamental apresentou-se como uma técnica eficaz, indicada e mais
citada nas pesquisas, não excluindo a importância do tratamento farmacológico e a
inclusão de atividades físicas para o alívio da dor, favorecendo o ser humano como
um todo.
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Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/prc/v18n1/24816.pdf
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ANEXO
Termo de Responsabilidade Autoral
Eu Aline Lopes Bezerra, afirmo que o presente trabalho e suas devidas
partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade
autoral sobre seu conteúdo.
Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de
Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob
o título “Terapia Cognitivo-Comportamental para o tratamento de Fibromialgia”,
isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-
Comportamental (CETCC), meu orientador e coorientador de quaisquer ônus
consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por mim praticadas,
assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações
realizadas para a confecção da monografia.
São Paulo, __________de ___________________de______.
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