Catavento - 1ª quinzena de Agosto 2014

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Cata Vento Informativo Interno da Embrapa Meio Ambiente Nº 105 - ANO 7 - 1 a 15 de agosto de 2014

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Informativo interno da Embrapa Meio Ambiente, que é uma Unidade de Pesquisa de Tema Básico, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

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CataVentoInformativo Interno da Embrapa Meio Ambiente

Nº 105 - ANO 7 - 1 a 15 de agosto de 2014

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• SUMÁRIO CataVento

Fórum do leitor

Este espaço é reservado para publicação de comentários, críticas e sugestões enviadas por você, leitor. Sua participação é fundamen-tal, escreva para cristina.tordin ou [email protected]

Viagem a campo ................................................................. 3

PIMo ................................................................................... 4

CIPA .................................................................................... 4

Ética .................................................................................... 5

Viagens internacionais ....................................................... 5

Seminário ........................................................................... 5

Espaço SGP ......................................................................... 6

Dia dos Pais ........................................................................ 6

Coral Harmonia .................................................................. 6

Qualidade de Vida .............................................................. 6

Campanha Mais e Melhor .................................................. 7

Calendário de cursos .......................................................... 7

Visitas ................................................................................. 7

Dica de leitura .................................................................... 8

Chefe GeralCelso Vainer Manzatto

Chefe Adjunto de AdministraçãoMarcos Antônio Vieira Ligo

Chefe Adjunto de Pesquisa e DesenvolvimentoMarcelo A. Boechat Morandi

Chefe Adjunto de Transferência de TecnologiaLadislau Araújo Skorupa

Núcleo de Comunicação Organizacional - NCOCristina Tiemi Shoyama

Edislene Ap. Bueno RuzaEliana de Souza Lima

Gabriel Pupo NogueiraMarcos Alexandre Silva

Maria Cecília Valadares ZittoMaria Cristina Tordin

Silvana Cristina Teixeira

EXPEDIENTE

JornalistasEliana de Souza Lima

Marcos Alexande SilvaMaria Cristina Tordin

TextoEliana de Souza Lima

Marcos Alexandre SilvaMaria Cristina Tordin

RevisãoCristina Tiemi Shoyama

Victor Paulo Marques Simão

Projeto GráficoSilvana Cristina Teixeira

DiagramaçãoGabriel Pupo Nogueira

Foto da capaThinkstock/Embrapa

PeriodicidadeQuinzenal

Publicação de responsabilidade do Núcleo de Comu-nicação Organizacional - NCO da Embrapa Meio Am-biente, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento. Contatos e sugestão de matérias: [email protected] ou [email protected]

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Informativo Interno CataVento Nº 105- ANO 7 - 1 a 15 de agosto de 2014

N o dia 28 de julho, o pesqui-sador Alfredo J. B. Luiz, junta-

mente com pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Es-paciais), realizaram uma missão de campo, como parte das atividades do projeto de pesquisa intitulado “Desenvolvimento e implemen-tação de um sistema de monito-ramento agrícola para o Brasil, via dados de satélites de observação da Terra”.

A viagem se deu ao longo da Ro-dovia SP-340, entre Mogi Guaçu e Mococa, e teve como objetivo identificar, localizar e fotografar áre-as sob diferentes tipos de uso do solo, para futuro estudo da dinâmi-ca do comportamento fenológico das espécies vegetais encontradas, por meio de imagens de satélites de observação da Terra. A região foi escolhida pela importância eco-nômica das atividades rurais e por apresentar algumas características

muito úteis para a pesquisa em sensoriamento remoto agrícola.

Segundo Alfredo, foram localiza-das, identificadas e fotografadas 73 áreas a partir das margens da rodo-via ou muito próximo da mesma. As fotografias foram obtidas com dois objetivos principais: permitir o retorno exatamente no mesmo local no futuro e retratar o estado fenológico da cultura ou a situação de recobrimento do solo, no caso da ausência de plantas.

Nos locais escolhidos, foram iden-tificados os seguintes usos do solo: eucalipto, pinus, manga, lichia, pas-tagem, mata, citros, seringueira, ca-na-de-açúcar, batata, soja (colhida), milho (e possivelmente também sorgo colhido), girassol, quiabo, trigo, aveia, mandioca, feijão e solo preparado. Em várias áreas estão instalados sistemas de irrigação do tipo pivô central.

De acordo com Alfredo, “o acom-panhamento dessas áreas ao lon-go de um ano agrícola, tanto em solo como por meio de imagens, permitirá a construção de um ban-co de dados que associará as res-postas espectrais de diversos tipos de uso do solo com as reais fisio-nomias encontradas, num mesmo momento e local”. Com isso, será possível a visualização concomi-tante da dinâmica agrícola regio-nal, com potencial de utilização para diversos trabalhos na área de sensoriamento remoto agrícola.”

Por fim, ele espera que “a continui-dade desse trabalho venha a pro-duzir muita informação e conhe-cimento sobre as relações entre a resposta espectral e a real aparên-cia de áreas agrícolas, que pode re-sultar não só em trabalhos publica-dos como em subsídio para novos projetos, dissertações e teses”.

Viagem a campo

Foto: Ieda Del’Arco Sanches

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PIMo

N o período de 4 a 7 de agosto, Fagoni Ca-legario coordenou várias ações referen-

tes à Produção Integrada de Morango (PiMo).

Durante o primeiro dia, na Casa de Agri-cultura de Atibaia, foram revistas as normas

técnicas específicas e os documentos de acompanhamento da PIMo a serem en-

viados para publicação no D.O.U.

Em 5 de agosto, a equipe esteve reunida em workshop para dar

continuidade à revisão, com o objetivo de atualizar NTE-

-PIMo e seus documentos de apoio, de acordo com o Novo RAC, para membros e participantes da Co-missão Técnica da PIMo, no Auditório do Sane-amento Ambiental de Atibaia.

O Dia de Campo Brasil Certificado - o caso do

morango, no Parque do Morango Duílio Maziero e

Unidades Demonstrativas,

CIPA

Entre os dias 13 e 15 de agosto, a fim de cumprir às regulamentações normativas, foi realizado na Unidade o Curso de Formação de Cipeiros para os novos integrantes da gestão 2014/2015. O treinamento foi ministrado por Leandro Scrivai, técnico em segurança do trabalho da Embrapa Pecuária Sudeste.

O evento visa transferir aos membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, os co-nhecimentos teóricos sobre os focos principais de atuação, que se estabelece a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a compatibilizar de forma permanente, o trabalho, a preservação da vida e a promoção da saúde do empregado.

O conteúdo programático atendeu aos conceitos, baseados no regimento de conduta da CIPA, em conformidade com a NR-5 e suas portarias, que por força legal regulam e asseguram as me-lhores práticas da comissão no ambiente de trabalho.

foi realizado no dia 6, para apresentar as la-vouras certificadas, bem como os produtores responsáveis, técnicos, parceiros e agentes públicos colaboradores.

O encerramento das atividades se deu em 7 de agosto, por meio do Dia de campo so-bre a fitossanidade do morangueiro na safra 2014, em 6 lavouras certificadas de Atibaia e Valinhos.

Em razão das severas perdas que essas la-vouras estão enfrentando, logo no início da safra, o fitopatologista Helcio Costa visitou as propriedades, acompanhado de técnicos habilitados, para realizar o diagnóstico dos principais problemas, como também revisar cadernos de campo identificando práticas que talvez possam ser reajustadas, além de planejar a próxima safra em busca do au-mento da resistência das lavouras.

Foram parceiros nesta atividade o Mapa, a Andef, a Prefeitura de Atibaia, a Associação de Produtores de Morangos e Hortifrutigran-jeiros de Atibaia, Jarinu e Região, a Coordena-doria de Assistência Técnica Integral (Incaper) e a Universidade Federal do Paraná.

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VIAGENS INTERNACIONAIS(1) Celso Manzatto esteve em Buenos Aires de 11 a 14 de agosto para participar da reunião para validação do mapa de solos e erosão das terras da bacia do Prata, do programa MARCO. Mais infor-mações sobre o programa, acesse em: www.bit.ly/programa_marco

(2) Itamar Melo esteve em Montevideu, no Uru-guai, entre os dias 22 e 24 de julho para partici-par como expositor no Primer Foro Nacional sobre Pautas Estratégicas en Biotecnología para Sectores Productivos.

O evento, Bio UY 2014 : De la biotecnología a la bio-economía, contou com mais de 200 representan-tes de empresas, agências públicas e instituições de pesquisa vinculadas à biotecnologia nacional e regional, com o objetivo de definir linhas de ação que promovam a aplicação dos conhecimentos biotecnológicos em áreas prioritárias de atividade para o país. Foram realizadas oficinas com intercâmbio entre os expositores e o público presente, para a toma-da de decisões em matéria de políticas públicas sub-setoriais em saúde animal, saúde humana, agropecuária e industrial (biorefinarias, mineração, energia e meio ambiente).Em 24 de julho foi realizada uma sessão aberta de sensibilização, cuja proposta foi divulgar a es-tudantes, docentes, imprensa e demais partici-pantes, as potencialidades da biotecnologia para o desenvolvimento sustentável. O painel esteve integrado por expositores da biotecnologia inter-nacional e foi moderado pelo Diretor de Biotec-nologia da Universidad ORT, Carlos Sanguinetti. O fechamento oficial esteve a cargo dos ministros de Indústria, Energia e Mineração (Ricardo Kreimer-man), Educação e Cultura (Oscar Gomez - interino) e pelo presidente, José Mujica.

SEMINÁRIOA proposta do projeto macroprograma 2 - Análise socioeconômica e ecológica de sistemas agroalimen-tares orgânicos do Brasil, foi discutida em 12 de agosto, durante seminário coordenado por Luci-mar de Abreu, em parceria com a Embrapa Solos.

Ética

A BBC Brasil elaborou uma lista com as 10 atitudes que os brasileiros costumam to-

mar e que, por vezes, nem percebem que se tra-tam de corrupção. São elas:

01. não dar nota fiscal02. não declarar Imposto de Renda03. tentar subornar o guarda para evitar mul-tas04. falsificar carteirinha de estudante05. dar/aceitar troco errado06. roubar o sinal da TV a cabo07. furar fila08. comprar produtos falsificados09. no trabalho, bater ponto pelo colega10. falsificar assinaturas

Segundo um promotor, “aceitar essas pequenas corrupções legitima aceitar grandes corrupções. “Seguindo esse raciocínio, seria algo como um menino que hoje não vê problema em colar na prova ser mais propenso a, mais pra frente, su-bornar um guarda sem achar que isso é corrup-ção.”

Uma pesquisa da UFMG, aponta que 35% dos entrevistados dizem que algumas coisas podem ser um pouco erradas, mas não corruptas, como sonegar impostos quando a taxa é cara demais.

De acordo com o Ministério Público, a corrup-ção corrói vários níveis da sociedade, desde a prestação dos serviços públicos ao desenvolvi-mento social e econômico do país, o que com-promete a vida das gerações atuais e futuras.

Os Representantes da Ética, da Embrapa Meio Ambiente, sugerem as seguintes reflexões:

» estaciono somente em local permitido? » respeito a proibição de falar ao celular en-

quanto dirijo? » trato todas as pessoas de forma respeitosa,

não fazendo qualquer tipo de distinção (etnia, cargo, condição social, entre outras)?

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Espaço SGP

Férias

Ao completar 50 anos de idade não é possível dividir as férias em 2 períodos. Portanto, o em-pregado poderá sair 30 dias corridos ou optar por gozar 20 e receber os outros 10 dias como abono. Os demais empregados, podem parce-lar da seguinte forma:

» 15-15 dias

» 12-18

» 18-12

» 10-20

» 20-10

Licença Especial

O empregado poderá gozar licença especial de uma só vez ou parceladamente, em períodos de 10, 15 ou 30 dias consecutivos. A licença de-verá se requerida com, no mínimo, dez dias de antecedência por meio de formulário próprio, disponibilizado na Intranet – SGP/outras infor-mações/formulários diversos.

Qualidade de VidaNo último dia 5 ocorreu uma atividade física de alongamen-to e flexibilidade destinada a todos os empregados. Este evento fez parte do Programa de Qualidade de Vida, coor-denado pelo SGP da Unidade, em parceria com a Unimed Campinas.

O educador físico da equipe de Medicina Preventiva da Unimed, Emerson Clodoaldo dos Santos, conduziu os exercícios e orientou todos os participantes, que aprovaram a atividade e já pediram para que ocorra no mesmo formato ou até com inovações oportunamente.

Neste sentido, o SGP convida todos os empregados e solicita que estejam atentos às novas cha-madas de Qualidade de Vida e especialmente para as próximas visitas do Emerson na Unidade.

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CoralO Harmonia completa seus 15 anos e comemora no Lar dos Velhinhos de Santo Antônio de Posse, Centro de Convivência do Idoso Raízes da Vida de Jaguariúna e durante a Sipat da Embrapa In-formática Agropecuária, em Campinas/SP.

Dia dos PaisEste ano, a comemoração ao Dia dos Pais foi re-alizada no Centro de Convivência do Idoso Raí-zes da Vida, em Jaguariúna/SP. Na oportunidade, houve apresentação do Coral, além de muita interação e distribuição de presentes, pelos em-pregados aos pais que participam do projeto. Para José Benatti, 86, um dos frequentadores “a presença do Coral e das pessoas da Embrapa, é sempre um presente”.

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VISITAS

(1) Ladislau Martin Neto

Diretor de P&D da Embrapa, esteve na Uni-dade no último dia 15. A programação in-cluiu conversa com as chefias, visita aos laboratórios/instalações e no período da tar-de houve reunião geral com os empregados para discussão da visão e cenário atual de P&D e ações da Diretoria-Executiva.

(2) ARS e Labex USA

Pesquisadores do Agricultural Research Servi-ce (ARS), órgão vinculado ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), estarão no Brasil para visitar a Empresa de 19 a 29 de agosto.

Os visitantes estarão acompanhados do coordenador do Labex EUA, Carlos Lazari-ni. Além da Sede, farão apresentações das oportunidades de pesquisa colaborativa nas Unidades: Informática Agropecuária e Moni-toramento por Satélite (Campinas, SP), Cer-rados (Brasília, DF), Agrosilvipastoril (Sinop, MT) e Meio Ambiente (Jaguariúna, SP). As Unidades também apresentarão alguns pro-jetos de pesquisa para discussão sobre estas oportunidades.

Na sexta-feira, 22, o grupo estará em nossa Unidade, quando haverá a apresentação so-bre Programas de Mudança Climática e Re-cursos Hídricos por Charlie Walthall e Mark Walbridge, pesquisadores do ARS. Pela Em-brapa Meio Ambiente serão abordados vá-rios estudos que vêm sendo conduzidos nas seguintes temáticas:

Water and CO2 balances in Eucalyptus and sugarcane – Osvaldo Cabral

Project FACE - Free Air Carbon Dioxide Enrich-ment – Kátia Nechet

GHG emission in tropical crops: sugarcane and coffee – Ana Paula C. Paker

Projects on Water Resources – Ricardo Fi-gueiredo

Development of a monitoring system for en-vironmental management of aquaculture – Fernanda Sampaio

Após as apresentações e discussões os pes-quisadores visitarão as instalações laborato-riais e o experimento Face.

Calendário de cursosConfira a programação dos treinamentos internos para o 2o semestre.

EVENTO DATA

Curso de NR 10 6, 7 e 8 de agosto- Módulo 1 (20h)- realizado19, 20, 21- Módulo 2 (20h)27 de agosto- Módulo 3 (8h)

Curso de Cipeiros 13, 14 e 15 de agosto- realizado

Brigada de Incêndios 8 e 9 de setembro

Gestão do Tempo 17 de setembro

SIASG A confirmar

Gestão de contratos A confirmar

Oficina - elaboração de projetos compe-titivos

8 a 10 de outubro

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Mais e Melhor

Ainda no 2o semestre, o NCO, juntamente com NDI e SGP, realizarão a Campanha Mais e Melhor, dando enfoque à ações que contemplam a melhoria da comu-nicação e da transparência. Neste contexto, está prevista a realização de oficinas do uso da intranet; palestra sobre comunicação e trans-parência; oficina com gestores e secretárias sobre comunicação e transparência.

Já no tocante ao clima organizacional, o SGP e a comissão de clima desenvolverão ações apoiadas pelo DGP, que contemplam a me-lhoria do fator de percepção da igualdade e justiça de procedimentos. As ações incluem oficinas com gestores e empregados e o ma-peamento de práticas que impactam na baixa percepção deste fator. Aguarde!

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Dica de leitura: Fundação, de Isaac Asimov – Editora Hemus

Esse livro merece aten-ção por diversos motivos. O autor, um russo que imigrou ainda criança e cresceu nos Estados Uni-dos, era bioquímico, foi professor universitário e escreveu ou editou mais de 500 livros, entre eles muitos de conteúdo téc-nico ou de populariza-ção da ciência. Embora não tenha chegado ao

Nobel da literatura, essa história em especial recebeu o prêmio Hugo de melhor série de ficção científica de todos os tempos. Apesar de ter sido escrita entre 1942 e 1953, algumas previsões tecnológicas conti-nuam no mundo da ficção, preservando a atualidade da narrativa.

Além disso, li Fundação pela primeira vez quando era adolescente e desconfio que aquela leitura teve influ-ência na minha opção por ingressar na Universidade, cursar engenharia, vir a trabalhar com pesquisa na Embrapa e fazer pós-graduação em estatística.

Vamos, então, ao livro. Apesar de não se poder preci-sar exatamente quando se passa a história, percebe-se que é em um futuro muito distante. A humanidade se desenvolveu tanto que conquistou toda a Galáxia. A Terra é desconhecida da maioria, apenas citada em alguns mitos quase esquecidos sobre a origem da es-pécie humana, sobrevivendo somente na lembrança de poucos estudiosos ou em raros livros ainda preser-vados nas bibliotecas. A população humana se conta aos trilhões. Existe um planeta inteiro, Trantor, só para abrigar a capital do Império. Nele não há um palmo de solo livre, exceto pelo jardim da universidade cen-tral. Toda a superfície é coberta por uma cidade ini-maginavelmente grande, horizontal e verticalmente falando. Como não há solo disponível, milhares de cargueiros chegam todos os dias dos confins do es-paço com uma infinidade de produtos para susten-tar a imensa população ocupada exclusivamente em manter o funcionamento do leviatã burocrático em que se tornou o planeta Sede.

O personagem principal é um cientista. Seu nome é Hari Seldon. Ele é uma mistura de economista, histo-

Alfredo Luiz inaugura essa seção e gentilmente escreve essa resenha.

riador, sociólogo e matemático. Todo o livro é uma brincadeira com vários princípios científicos verdadei-ros e Asimov adora deixar pistas disso e fazer troca-dilhos e brincadeiras com o significado das palavras. Seldon, por exemplo é um sobrenome, enquanto sel-dom, em inglês, transmite um conceito de raridade ou baixa frequência, usado no campo da probabili-dade, parte fundamental da estatística, que é um dos principais campos de estudo do protagonista do livro.

Seldon descobre uma fórmula para modelar a histó-ria humana. Quando os críticos ao seu trabalho argu-mentam que é impossível prever o futuro, pois isso iria contra a ideia totalmente aceita do livre arbítrio, ele afirma que, embora o comportamento de uma única pessoa seja totalmente imprevisível, o comportamen-to de um número muito grande – quanto maior me-lhor - de indivíduos se torna bastante previsível. Em termos atuais, é como se ele estivesse explicando que é impossível prever em quem alguém vai votar, mas, se o número de eleitores for grande, 140 milhões por exemplo, basta uma amostra relativamente pequena, uns 2.000 digamos, para se ter uma ideia bastante confiável do resultado das eleições!

Usando o que chama de psico-história na construção do seu modelo, ele finalmente consegue chegar a re-sultados confiáveis, mas as notícias não são boas: sua previsão é que já não é possível evitar a queda do Im-pério, que se dará nos próximos 300 anos e terá a du-ração de 30 mil anos, um período de trevas e barbárie. Quase como na história do rei que mandava cortar a cabeça dos mensageiros que portavam más notícias, Seldon e seu grupo de pesquisa são considerados subversivos por pregarem o caos e ele é preso por re-presentar um perigo para o sistema.

A partir daí, os esforços inteligentes e corajosos que ele e sua equipe empreenderão para sobreviver e sal-var o que for possível da civilização e do conhecimen-to, ocorrerão ao mesmo tempo em que eles buscarão formas de reduzir o período previsto de selvageria para mil anos. Essa luta, que precisará ser mantida por todo o tempo da grande noite que se abaterá sobre a humanidade, fornecerá o combustível de uma em-polgante jornada que nos levará ora aos extremos da Galáxia ora às profundezas da mente humana. Desco-brir qual a mais perigosa ou proveitosa dessas aventu-ras será a tarefa do leitor.

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