Caso Clínico Mariana Bruinje Cosentino Programa de Residência Médica de São José dos Pinhais.
Transcript of Caso Clínico Mariana Bruinje Cosentino Programa de Residência Médica de São José dos Pinhais.
Caso Clínico
Mariana Bruinje Cosentino
Programa de Residência Médica de São José dos Pinhais
Identificação
• Paciente de 58 anos, masculino, branco, pintor, viúvo, natural e procedente de São Paulo
QP: dor em ombro e braço esquerdo.
• Paciente com episódios de dor em MSE e ombro esquerdo há 2 semanas com piora progressiva, fez uso de analgésicos sem melhora.
• Procurou o setor de emergência do hospital com agravo importante da dor há 1 dia, acometendo queixo a esquerda, ombro, hemiface e MSE, de forte intensidade, constante, sem alívio.
• Hoje apresentou episódios transitórios de parestesia em MSE.
HDA:
• Gerais: Hiporexia. Emagrecimento subjetivo referido, aproximadamente 8kg/1ano. Nega febre.
• Piora importante da acuidade visual a esquerda nas últimas semanas.
• Cardiorespiratorio: dispnéia aos médios esforços há 4 meses. Tosse produtiva hialina há 2 meses.
• Gastrointestinal: disfagia.• Genitourinario: nega alterações.• Osteomioarticular: parestesia e fraqueza MSE.
I.S.D.A.S.:
• Patológico:▫ Hipertenso em tratamento há 10 anos. Nega DM.▫ DPOC em uso de broncodilatador e corticóide inalatório.▫ Nega internações prévias ou transfusões.
• Social: ▫ Tabagista 40 cigarros/dia por 20 anos. Parou há 1 ano.▫ Nega etilismo.
• Familiar▫ Mãe: cancer (sítio desconhecido).▫ Pai: HAS e IAM aos 52 anos.
Antecedentes
Exame físico
Geral: REG, hipocorado 2+/4, consciente, orientado, eupneico, afebril
Fala : disfonia. Sem disartria. Sem alteração da linguagem
Sinais vitais: PA: 120/60 mmHg, Pulso: 82 bpm, FR: 20 ipm, Tax 36.8
Pele e fâneros: sem alterações
Tecido celular subcutâneo e panículo adiposo: diminuído
Gânglios: linfonodo palpável supraclavicular esquerdo
Pescoço: tireóide sem alterações. Ausculta de carótida sem alteração
Exame físico
Neurológico: miose a esquerda com ptose palpebral discreta..
Exame físico
Tórax: Aumento do diâmetro antero posterior
AP: MV diminuído difusamente sem RA, sem tiragem
FTV diminuido difusamente
AC: RCR 2T BNF S/S
Abdome: sem alterações
Extremidades: discreta
redução força MSE.
Hipóteses diagnósticas?
• 58 anos• Dor queixo,face,ombro, e MSE • parestesia em MSE• Miose E• Ptose E• Hiporexia• Emagrecimento• Disfagia• Disfonia• Dispnéia 4 meses• Tosse produtiva 2 meses• Hipertensão• Tabagista 40 maços/ano• HF precoce IAM• HF cancer (sítio desconhecido)
Lista de problemas• IAM
• AVC
• Processo expansivo
• NP cérebro
• NP cervical
• NP pulmão
• Tuberculose
• Linfoma
• Aneurisma aórtico
• Dissecção carótida
Exames complementares
• Hb: 11,3• Ht: 34,9%• Leucocitos: 4800 diferencial normal• Plaquetas: 281.000• Creatinina: 0,8• Ureia: 41• Na: 137• K: 3,8• Albumina:2,2• VHS:70
Laboratório
• VDRL: não reagente• HIV: não reagente• EPU: sem alteração• CK: sem alteração• CK-MB: sem alteração
• PPD não reator• BAAR negativo
• ECG sem alterações
• TC crânio sem alterações
• Ecodoppler de carótida: irregularidades parietais, bilaterais, <30%.
Exames complementares
RX tórax
TC tórax
• Broncofibroscopia: evidenciou paralisia de corda vocal E e hiperemia de mucosa em seguimento ápico posterior a esquerda, sem lesões endobrônquicas.
• Lavado bronco alveolar e escovado endobrônquico: adenocarcinoma
• Biópsia de linfonodo supraclavicular: adenocarcinoma
Exames complementares
Câncer de Pulmão
• É o mais comum de todos os tumores malignos• Em 90% dos casos está associado ao tabagismo• Carcinoma de não pequenas células corresponde
75%:▫ Carcinoma epidermóide▫ Adenocarcinoma▫ Carcinoma de células grandes
• Carcinoma indiferenciado de células pequenas
• 5% dos casos de câncer de pulmão podem se apresentar com a síndrome de pancoast
Câncer de Pulmão
• Dor em ombro e membro superior ipsilateral • Comprometimento nervoso de C8-T2• Síndrome de Horner
▫ ptose, enoftalmia, miose e anidrose ipsilateral
• Atrofia e paresia dos músculos da mão
• A causa mais comum é o carcinoma broncogênico não-pequenas células, geralmente epidermóide, seguido do adenocarcinoma e carcinoma de grandes-células.
Síndrome de Pancoast
Síndrome de Hornerptose, enoftalmia, miose e anidrose ipsilateral
• Anamnese e exame físico• RX de tórax demonstra um tumor apical, (em alguns
casos, pode ser negativa e o tumor identificado apenas na TAC do tórax.
• RNM é útil para melhor avaliação da invasão tumoral através da pleura, do envolvimento do plexo braquial e dos vasos subclávios.
• Broncoscopia e citologia são conclusivas em 10 a 20%.• O método diagnóstico mais eficaz é a punção
transtorácica percutânea guiada por USG ou TC
Síndrome de Pancoast - Diagnóstico
• Cirúrgico – lobectomia com ressecção em cunha• Radioterapia – única ou combinada• Quimioterapia – isolada é paliativa
Síndrome de Pancoast - Tratamento
• Alta morbimortalidade• Diagnóstico frequentemente tardio• Compromete abordagem terapêutica e resultados• Os sintomas iniciais de apresentação do câncer
pulmonar não são específicos.• O clínico deve estar atendo a sintomatologia em
pacientes expostos a fatores de risco, para o diagnóstico precoce.
Câncer de pulmão