CAPÍTULO I – ASPECTOS GERAIS I.1. Introdução: Objetivos ... · condições ambientais nas...
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Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
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CAPÍTULO I – ASPECTOS GERAIS
I.1. Introdução: Objetivos, justificativas e importância
O conteúdo gimnospérmico da Formação Crato, Grupo Santana é estudado aqui
tendo em vista a identificação taxonômica de alguns de seus componentes, avaliação das
condições ambientais nas quais se desenvolveu a flora com base em seus dados
morfológicos e anatômicos, complementados por informações geológicas e de componentes
florísticos associados. Foi avaliada também a importância evolutiva e paleobiogeográfica
desta flora em relação a outras conhecidas para o Cretáceo Inferior.
O estudo das gimnospermas dessa unidade litoestratigráfica justifica-se por se tratar
de um registro fitofossilífero eocretáceo onde esse grupo vegetal ainda constituía elemento
predominante na flora; por sua diversidade sendo representado por pteridospermales,
cicadales, coniferales e gnetales, ainda não descritas completamente e pelo excelente grau
de preservação de detalhes morfológicos e anatômicos de alguns de seus elementos.
No Brasil, o documentário de macrofósseis vegetais em rochas sedimentares
eocretáceas é relativamente escasso, quando comparado ao do Hemisfério Norte.
Entretanto os fitofósseis encontrados nas camadas de calcário laminado da porção basal
(Formação Crato) e nas camadas areno-calcárias da porção mais superior (Formação
Romualdo) do Grupo Santana, na bacia sedimentar do Araripe, gozam de enorme
importância por sua grande diversidade e preservação especial com muitos órgãos vegetais
conectados.
A Formação Crato representa a implantação de um sistema lacustre com vários
corpos d’água amplos e rasos, que preservou em seus sedimentos um excelente registro
fossilífero incluindo ostracódios, conchostráceos, insetos, aracnídeos, biválvios,
gastrópodes, actinopterígeos, anuros, crocodilos, pterossauros, lagartos, aves, coprólitos,
algas, pteridófitas, gimnospermas, angiospermas e seus palinomorfos (Neumann et al.,
2002). Trata-se de um importante “Konservat-Lagerstätte” seja pela preservação, seja pela
diversidade.
As plantas eocretáceas aí preservadas são consideradas entre os registros mais
importantes para a província paleotropical árida. Incluem fragmentos de caules, folhas,
sementes, frutos, raízes e flores muitas vezes em conexão orgânica. Normalmente, estão
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em bom estado de preservação por substituição tipo: calcificação, limonitização e/ou
goethitização.
Ainda que sua existência seja conhecida desde há quatro décadas (Duarte, 1965) e
apesar de sua grande importância para estudos paleoflorísticos e de evolução vegetal, só
agora sua análise paleobotânica está sendo desenvolvida mais intensamente (Pons et al.,
1992; Bernardes-de-Oliveira et al., 1999 a, 1999b, 2002; Dilcher et al., 2000; Mandarim-de-
Lacerda et al., 2000; Mohr & Friis, 2000; Wu et al., 2000; Mohr & Rydin, 2002; Mohr &
Bernardes-de-Oliveira, 2004; Dilcher et al., 2005; Kunzmann et al., 2004, 2006; Leme et al.,
2005; Mohr et al., 2005, 2006).
Esse estudo foi desenvolvido dentro do Projeto FAPESP 03/09407-4: “Estudo
paleoflorístico do Membro Crato, Formação Santana, Eocretáceo da Bacia do Araripe,
Nordeste do Brasil”, coordenado pela Profa. Dra. Mary Elizabeth C. Bernardes-de-Oliveira.
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CAPÍTULO II – GEOLOGIA REGIONAL
II.1. Geologia da Bacia do Araripe
II.1.1. Características gerais As bacias interiores do Nordeste do Brasil constituem um conjunto de pequenas
bacias fanerozóicas situadas entre as bacias de Tucano-Jatobá, do Parnaíba e Potiguar
(Figura II-1), que embora tenham sido consideradas fragmentos de uma única bacia interior
(Cordani et al., 1984), suas estratigrafias são particulares, indicando histórias geológicas
distintas. O rifteamento, responsável pela origem e evolução destas bacias, é o resultado
dos processos de separação da América do Sul e África (Berthou, 1990; Matos, 1992;
Mabesoone, 1996; Ponte & Ponte-Filho, 1996).
A bacia do Araripe é a mais extensa dessas bacias interiores do Nordeste do Brasil.
Encontra-se dentro da Província Estrutural de “Borborema” (Almeida et al., 1977), que
engloba quase todo o Nordeste do Brasil, cobrindo rochas do embasamento Pré-cambriano.
Apresenta uma forma aproximadamente retangular, com eixo longitudinal na direção W-E.
Está formada por seqüências sedimentares paleozóicas e mesozóicas (Figura II-2),
estendendo-se, atualmente, por uma área de aproximadamente 8000 km2 (Neumann, 1999).
A bacia localiza-se entre os meridianos 38º 30’ e 40º 50’ de longitude W de Greenwich e os
paralelos 7º 05’ e 7º 50’ de latitude S, ocupando parte dos estados do Piauí, Ceará,
Pernambuco e Paraíba.
Engloba duas feições geomorfológicas diferentes (Figura II-3): a) Um altiplano
chamado “Chapada do Araripe”, e b) Um vale conhecido como ”Vale do Cariri” (Estampa I,
figuras 1 e 2). O altiplano estende-se longitudinalmente em direção W-E. As mais antigas
sucessões sedimentares são observadas no “Vale do Cariri” (Neumann & Cabrera, 1999).
II.1.2. Arcabouço estrutural O embasamento da bacia do Araripe inclui-se na Região de Dobramentos do
Nordeste ou Província Borborema, que é uma feição tectônica regional pré-cambriana de
estrutura complexa, com intensos dobramentos, segmentada por grandes geofraturas e com
intrusões de batólitos principalmente de granitóides (Ponte, 1996).
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Figura II-1. Bacias interiores do Nordeste e localização da bacia do Araripe
(Redesenhada de Assine, 1992)
Figura II - 2. Mapa geológico simplificado da bacia do Araripe (modificado de
Viana & Neumann, 1999; Neumann et al., 2003)
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A bacia encontra-se limitada ao norte pelo lineamento de Patos ou da Paraíba, ao sul
pelo lineamento de Floresta ou de Pernambuco, a falha de Farias Brito ao noroeste e ao
leste e sudeste pela falha de Conceição ou Boqueirão dos Cochos (Rand & Manso, 1984;
Ponte & Ponte Filho, 1996) (Figura II-4).
A bacia do Araripe consiste em uma zona de riftes com 170 km de comprimento E-W
e largura de 30-50 km (Figura II-5), formada durante a reativação de antigas geofraturas pré-
cambrianas (Ponte, 1996), evento conhecido para o Nordeste brasileiro como Reativação
Vealdeniana (Almeida, 1967).
As unidades fundamentais são grabens assimétricos colaterais, com orientação NE-
SW, e mergulhos de polaridades similares para NW (Figura II-5). Apresenta três grupos de
falhamentos: o dominante com direção N 40o-55oE, que obedece à orientação principal da
trama estrutural do embasamento; um conjunto com direção E-W, que concorda com as
orientações dos lineamentos da Paraíba e Pernambuco; e um conjunto, menos freqüente
com direção N 60o-65oW, também concordante com a trama estrutural do embasamento
(Figura II-5) (Ponte, 1996).
Levantamentos gravimétricos e magnetométricos (Rand & Manso, 1984) levaram à
identificação do alto estrutural de Dom Leme ou horst de Dom Leme, separando a bacia em
duas, a sub-bacia do Cariri ou Leste que está limitada a oeste pelo horst de Dom Leme e a
falha de Crato, e a nordeste pela falha de Missão Velha, mergulha suavemente para o SE, e
tem uma espessura máxima de 1400 metros; e a sub-bacia de Feitoria ou Oeste que está
quase completamente soterrada sob a chapada do Araripe, limita a leste com o horst de
Dom Leme e a oeste com a falha de Serrolândia, e tem uma espessura máxima estimada de
1850-1900 m (Figura II-5) (Ponte, 1996).
II.1.3. Evolução tectônica A bacia do Araripe deve sua origem e evolução aos reflexos dos eventos tectônicos
responsáveis pela fragmentação de Gondwana, individualizando as placas Sul-Americana e
Sul-Africana e à conseqüente implantação entre elas do Oceano Atlântico Sul (Ponte &
Ponte Filho, 1996).
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A evolução tectono-sedimentar da bacia do Araripe pode-se dividir em cinco
seqüências (Ponte, 1996; Ponte et al., 1997): a Tectono-seqüência Beta, que corresponde à
Formação Maurití, de suposta idade siluriana, e que se encontra assentada sobre a
discordância pré-fanerozóica; a Tectono-seqüência Pré-rifte, representada pelas Formações
Brejo Santo e Missão Velha, de idade Jurássica, que está limitada na base pela
discordância pré-mesozóica; a Tectono-seqüência Rifte, ou Sin-rifte, de idade Neocomiana,
é documentada pela Formação Abaiara; a Tectono-seqüência Pós-rifte, que é representada
pelos sedimentos do Grupo Santana e da Formação Exu, de idade Eocretácea, está
assentada sobre a discordância pré-aptiana. E finalmente a Tectono-seqüência Zeta de
idade cenozóica, que inclui depósitos eluvionares, coluvionares e aluvionares (Figura II-6).
São reconhecidas três discordâncias regionais (Figura II-6): discordância pré-
fanerozóica; discordância pré-mesozóica; discordância pré-aptiana (Assine, 1990; Ponte,
1993; Ponte & Ponte Filho, 1996).
Figura II-6. Esquema litoestratigráfico simplificado mostrando as discordâncias da
bacia (Ponte & Ponte-Filho, 1996) e o esquema de evolução tectônica correspondente (Ponte Filho, 1992), com unidades litoestratigráficas de Neumann & Cabrera (1999)
II.1.4. Unidades litoestratigráficas No primeiro trabalho sobre sua geologia, Small (1913) subdividiu o registro
sedimentar da bacia do Araripe em quatro unidades litoestratigráficas: Conglomerado Basal,
Arenito Inferior, Calcário Sant’Anna e Arenito Superior. Estudos posteriores de Beurlen
(1962, 1963) levaram à redefinição das unidades estabelecidas por Small, que foram re-
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denominadas formações Cariri, Missão Velha, Santana e Exu, estimando-se uma espessura
de 850 m para a seqüência.
Além deles, têm sido feitos muitos trabalhos em relação à litoestratigrafia da bacia
(Figura II-7), entre os quais sobressaem-se Barros (1963) , Beurlen (1962, 1963, 1971),
Gaspary & Anjos (1964), Braun (1966), Silva Santos & Valença (1968), Mabesoone & Tinoco
(1973), Moraes et al., (1976), Lima (1978a), Silva (1983), Assine (1990, 1992), Ponte & Appi
(1990), Martill & Wilby (1993) e Neumann & Cabrera (1999).
Figura II-7. Quadro comparativo das principais propostas litoestratigráficas para a
bacia do Araripe (modificado de Assine, 1992; Neumann & Cabrera, 1999)
Embora a nomenclatura litoestratigráfica mais difundida no exterior seja a de Martill &
Wilby (1993), a mais adotada no Brasil tem sido a de Ponte & Appi (1990). Entretanto, a
nomenclatura estratigráfica adotada nesta dissertação é a de Neumann & Cabrera (1999).
Na proposta desses autores, o Grupo Santana compreende as formações Rio da Batateira,
Crato, Ipubi, Romualdo e Arajara e o Supergrupo Araripe envolve os grupos Vale do Cariri,
Santana, mais a Formação Exu (Figura II-8). O Grupo Santana era inexistente na
nomenclatura de Ponte & Appi (1990), e todas as suas unidades estariam agrupadas dentro
do Grupo Araripe que incluiria também a Formação Exu. Nesta mesma nomenclatura, as
formações Crato, Ipubi e Romualdo, encontram-se na categoria de membro, dentro da
Formação Santana como foi proposto por Beurlen (1971). Martill & Wilby (1993), baseados
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numa proposta anterior de Beurlen (1963), elevaram o Membro Crato à categoria de
formação e definiram para ela três membros, Nova Olinda, Barbalha e Jamacaru,
correspondentes a três unidades carbonatadas diferentes. Os Membros Ipubi e Romualdo
também são elevados à categoria de formação, mas este último sob a designação de
Formação Santana. São definidos para ela três membros, Aroporanga, Pedra Branca e
Romualdo que contem as concreções fossilíferas. Na nomenclatura de Neumann & Cabrera
(1999), os membros Crato, Ipubi e Romualdo foram elevados à categoria de formação e a
Formação Santana que os engloba, elevada a categoria de Grupo (Figura II-8). São também
identificadas seis unidades carbonatadas para a Formação Crato ao invés de três. Esta
nomenclatura adapta-se às exigências do Código Brasileiro de Nomenclatura Estratigráfica
(Petri et al., 1987), dado que os três membros possuem características sedimentológicas e
ambientais próprias e extensão em área, que permitem individualizá-las como formações.
Além disso, a designação de uma unidade estratigráfica já consagrada na literatura não
deveria ser colocada numa categoria inferior como acontece com a Formação Santana que
ficaria restrita ao Membro Romualdo na nomenclatura de Martill & Wilby (1993).
Figura II-8. Nomenclaturas estratigraficas mais difundidas para a bacia do Araripe
(Ponte & Appi, 1990; Martill & Wilby, 1993; Neumann & Cabrera, 1999)
II.2. Formação Crato Pertence ao Grupo Santana, que segundo Neumann & Cabrera (1999), compreende
também as formações Rio da Batateira, Ipubi, Romualdo e Arajara.
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Foi inicialmente englobado dentro da denominação Calcário de Sant’Anna (Small,
1913), também designado Formação Santana por Beurlen (1962) e posteriormente
individualizado como Membro Crato incluido dentro da Formação Santana (Beurlen, 1971).
Esta unidade lacustre é, predominantemente, carbonatada. Silva (1983) a juntou com os
evaporitos sobrejacentes chamando esta unidade de Formação Araripina. Martill & Wilby
(1993) designaram como Formação Crato ao Membro Crato de Beurlen (1971), seguindo
proposição anterior de Beurlen (1963), para a unidade restrita ao sistema lacustre
carbonatado.
A Formação Crato (lacustre-carbonática) mais a parte superior da subjacente
Formação Rio da Batateira (deltaica) constituem a seqüência lacustre aptiano-albiana da
fase pós-rifte da Bacia do Araripe (Neumann et al., 2002).
II.2.1. Litoestratigrafia Está constituída, principalmente, por seis unidades carbonatadas que representam
uma sedimentação carbonática lacustre interna (Figura II-9). As unidades carbonáticas que
variam de poucos metros até 15 metros, estão separadas entre si, tanto lateralmente quanto
verticalmente por arenitos e siltitos deltaico-lacustres da Formação Rio da Batateira e por
siltitos e folhelhos lacustres. Também são observados folhelhos ricos em matéria orgânica
associados às unidades carbonáticas (Neumann, 1999; Silva et al., 2002).
As seis unidades de sedimentação carbonática lacustre interna foram denominadas,
informalmente, por Neumann (1999) de C1 a C6. Cada uma destas unidades inclue duas
litofácies principais, uma de ritmito argila-carbonato, situada na base das unidades, e a
litofácies de calcário laminado que é predominante nessas unidades. Nas duas litofácies
podem ser encontradas microfalhas e nos calcários laminados podem ser observadas
microdeformações do tipo loop bedding, estas estruturas são atribuídas a movimentos
sísmicos de baixa magnitude ocorridos durante a deposição das unidades carbonáticas
(Silva et al., 2002).
As litofácies de ritmito argila-carbonato estão constituídas por finas lâminas claras e
escuras intercaladas, de poucos microns a poucos milímetros de espessura (Estampa I,
figura 5), as lâminas escuras, mais finas, são ricas em argilas e contêm abundantes restos
vegetais, enquanto as lâminas claras são ricas em carbonato e pobres em matéria orgânica.
Esta litofácies apresenta poucos palinomorfos, mas os macrorrestos de insetos e peixes são
comuns e estão bem preservados (Estampa I, figuras 6-9). Às vezes, é possível encontrar
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dentro delas, pseudomorfos de halita que deformam a lâmina ao redor deles (Estampa I,
figura 6) (Neumann et al., 2003).
A calcita é o mineral dominante nas lâminas carbonatadas enquanto a dolomita é
escassa ou ausente, entretanto, a maioria dos cristais de calcita apresentam uma forma
romboédrica típica da dolomita, evidenciando uma desdolomitizaçao (Neumann & Cabrera,
1999).
Figura II-9. Painel de correlação estratigráfica para o sistema lacustre Aptiano-
Albiano da bacia do Araripe (Redesenhado de Viana & Neumann, 1999)
II.2.2. Idade A ausência de fósseis marinhos nas rochas eocretáceas brasileiras, impossibilita sua
correlação com andares internacionais, o que levou à criação de andares locais, entre eles,
o Andar Alagoas que foi definido, originalmente, na bacia de Sergipe-Alagoas com base em
critérios litológicos e grafoelétricos (Schaeller, 1969) e, posteriormente, estendido as outras
bacias brasileiras (Viana et al., 1971; Regali et al., 1974). Este andar corresponde ao
intervalo Aptiano-Eoalbiano e tem duração aproximada de 6 m.a. (Beurlen, 1982; Regali &
Viana, 1989; Arai et al., 1989; Dino, 1992). Está demarcado, bioestratigraficamente, pela
biozona de ostrácode Cytheridea spp. 201/218 (NRT-011) e as palinozonas Sergipea
variverrucata (P-270) e Cicatricosisporites avnimelechi (Arai et al., 2001).
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Com base em análises bioestratigráficas, o Grupo Santana em sua totalidade é
colocado dentro do Andar Alagoas, correspondendo à biozona de ostrácode Cytheridea spp.
201/218 (NRT-011) e às palinozonas Sergipea variverrucata (P-270) e Cicatricosisporites
avnimelechi (Figura II-10). A Formação Crato está na parte superior da palinozona S.
variverrucata, de idade neoaptiana (Arai et al., 2001).
Figura II-10. Esquema lito-crono-bioestratigrafico para o Grupo Santana da
bacia do Araripe (modificado de Arai et al., 2001).
II.2.3. Ambiente deposicional e paleoclima Para Silva (1983, 1988), os sedimentos da Formação Crato constituem fácies
centrais de um sistema deposicional lacustre batizado de “Lago Araripe”. Baseado em dados
palinológicos, Lima (1978) também indicou que a deposição da Formação Crato foi feita
num ambiente de água doce, lacustre, calmo e relativamente raso e cercado de vegetação
arbórea que, posteriormente, foi afundando e tornando-se cada vez mais tranqüilo com
pouca ou nenhuma energia. O caráter de água doce deste lago é assinalado também por
Viana (1992), com base na associação fossilífera e no ambiente calmo que é indicado pela
estratificação plano-paralela das camadas de calcário.
A extensão atual dos depósitos lacustres, preservados na Formação Crato, seria
uma expressão mínima de seu real desenvolvimento. Durante seu desenvolvimento o corpo
aquoso passou por diferentes etapas de extensão variada, chegando a atingir até 6000 km2
de área (Neumann, 1999). Este corpo lacustre, segundo o mesmo autor, não atingia grande
profundidade (menor que 20 metros), mas foi possível o estabelecimento de condições
meromicticas que diferenciavam um corpo de água superficial com salinidade mais diluída e
outro de profundidade, mais concentrado e de condições anóxicas.
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Apesar da grande quantidade de fósseis na Formação Crato, a diversidade da
paleobiota aquática foi baixa, o que pode ser explicado por condições de estresse ambiental
devidas a mudanças na salinidade ou até mistura com águas de fundo ricas em gases
tóxicos (Neumann, 1999). Embora existam indícios de salinidade no sistema, aportes fluviais
são evidenciados pela presença de alguns organismos de baixa tolerância à salinidade (e.g.
Botryococcus). As características litológicas e os valores de isótopos de carbono e oxigênio
sugerem um sistema hidrologicamente fechado (Neumann, 1999).
Para Neumann (1999) e Neumann et al. (2002), o ambiente deposicional da
Formação Crato é um ambiente deltaico-lacustre dividido em quatro sub-ambientes: 1) um
lago salino com haloclina variável e porção mais marginal constituída de água doce com
limites variando de acordo ao aporte de sedimento e água; 2) uma zona lacustre marginal
periodicamente inundada, circundada por pântanos e bosques tropicais úmidos; 3) zonas
elevadas acima do nível freático e bem drenadas; 4) um relevo de colinas (Figura II-11).
Análises palinológicos da Formação Crato indicam uma vegetação muito
diversificada, com plantas aquáticas, arbustivas e arbóreas próximas à zona lacustre
marginal, num ambiente úmido favorecendo a proliferação de briófitas, fungos e anuros
(Moura et al., 2006). A palinoflora também indica uma elevada diversidade de
gimnospermas na zona de colinas, diminuindo em direção à borda do lago, ao contrário das
angiospermas cuja maior abundância e diversidade ocorre perto do lago (Neumann, 1999)
(Figura II-11).
Figura II-11. Reconstituição paleoambiental da Formação Crato com ênfase na distribuição da microflora (redesenhado de Neumann, 1999)
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O lago que deu origem à Formação Crato se desenvolveu num ambiente
intracontinental, longe, mas não isolado da influência de massas de ar oceânico, em latitude
de 10-15º S (Neumann, 1999). Barron & Moore (1994), utilizando um modelo de circulação
global para o Eocretáceo, propõem para a região, temperaturas médias de 35-40º durante o
verão, e de 30-35º durante o inverno, o que constitui um regime tropical quente com escassa
variação sazonal. A precipitação obedeceria a um regime monzônico, com precipitações
máximas de 900-1000 mm, no verão, e mínimas de 0-90 mm, no inverno (Barron & Moore,
1994). A relação precipitação/evaporação, ligeiramente positiva a negativa indica um clima
tropical árido a semi-árido, o que é concordante com as informações paleobotânicas
(Neumann, 1999).
II.2.4. Aspectos tafonômicos
Os processos de fossilização envolvidos na Formação Crato são: substituição,
carbonização e incrustação, dos quais o mais comum é a substituição por material
ferruginoso, raramente por calcita; a carbonização ocorre em pontos localizados onde
aparecem fragmentos de caule, estróbilos e mesmo folhas fossilizados por este processo; a
incrustação ocorre apenas nos conchostráceos onde a concha original foi coberta por uma
crosta piritizada (Viana, 1992).
Barreto et al. (2000) após submeterem o material ferruginoso a exame de raio X, o
identificam como limonita/goethita.
Martill (1993) propõe que inicialmente os restos vegetais foram substituidos por pirita
e posteriormente oxidados. Experimentalmente foi demostrado que piritização de restos
vegetais pode ocorrer em poucas semanas ou meses sob ambientes anoxicos e com
intensa atividade microbiana (Brock, et al., 2006), preservando incluso estruturas celulares,
tal como ocorre nos macrofitofósseis da Formação Crato onde detalhes epidérmicos e do
sistema vascular podem ser observados.
Além da rápida substituição que permite a preservação das estruturas microscópicas,
os restos vegetais da Formação Crato encontram-se, no geral, pouco fragmentados, com
orgãos em conexão orgânica e, às vezes, na forma de plantas completas incluindo as
raizes. Para esta inusual preservação, Mohr et al. (2006) sugerem fluxos torrenciais que
arrancavam as plantas e as levavam rapidamente para o local de sedimentação.
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II.2.5. Conteúdo fossilífero Os fósseis da bacia do Araripe são conhecidos desde o século XIX. O primeiro
registro aparece no livro Reise in Brasilien (Viagem pelo Brasil), dos naturalistas alemães
Johann Baptist von Spix e Carl Friedrich Philipp von Martius (1823-1831). Este registro,
correspondente a um exemplar de peixe contido num nódulo calcário da Formação
Romualdo, despertou o interesse de outros naturalistas, dentre os que se destaca o suiço
Jean Luis Rodolphe Agassiz (1841), quem analisou cuidadosamente a ictiofauna desta
formação.
Já no século XX, inúmeros pesquisadores nacionais e estrangeiros, motivados pelas
descobertas paleontológicas na bacia do Araripe, começaram a estudar mais
detalhadamente seu conteúdo fossilífero, com ênfase nas formações Crato e Romualdo. A
diversidade e principalmente a abundância, além da qualidade da preservação de macro e
microfósseis nestas duas formações, fazem com que elas mereçam o status de Konservat-
Lagerstätte (Selden & Nudds, 2005).
Segundo Moura et al. (2006), a biota da Formação Crato sugere um ecossistema
complexo, com um índice de diversidade de no mínimo 605 espécies. Os grupos mais
diversificados são as gimnospermas que constituem 42,7% da flora, e os insetos que
representam 79,7% da fauna.
A Tabela II-1 apresenta uma síntese da biota (macro e microfauna e flora)
encontrada na Formação Crato.
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CAPÍTULO III – MATERIAL E MÉTODOS
III.1. Material estudado
O material fóssil estudado procede da Formação Crato (Aptiano Superior do Brasil).
É constituído, predominantemente, de calcários finamente laminados paralelos e uniformes
(Estampa I, figura 5). Os fósseis estão preservados como impressões, moldes e
substituições parciais por limonita e goethita, escassamente podem ser encontrados restos
incarbonizados. Ocorrem de maneira esparsa na rocha e em vários níveis, na forma de
fragmentos, órgãos destacados ou em conexão.
Os espécimes estudados fazem parte da Coleção Científica “Murilo Rodolfo de Lima”
do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP), das coleções
científicas do Museu Paleontológico de Santana do Cariri da Universidade Regional do Cariri
(Santana do Cariri-CE), do Museu dos Fósseis do DNPM (Crato-CE), do Setor de
Paleontologia do DNPM (Distrito Rio de Janeiro), do Museu Nacional de Rio de Janeiro
(UFRJ), do Instituto de Geociências da UFRJ (Rio de Janeiro).
Os exemplares da Coleção Científica “Murilo Rodolfo de Lima” do Instituto de
Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP) estão catalogados sob a sigla GP/3E
#. Os que procedem do Museu Paleontológico de Santana do Cariri da URCA (Santana do
Cariri, CE) estão catalogados sob a sigla MPSC PL #. Enquanto aqueles do Museu dos
Fósseis do DNPM (Crato-CE) estão catalogados sob a sigla CPCA #. As amostras
procedentes do Museu Nacional de Rio de Janeiro estão catalogadas sob a sigla MN # Pb.
Os espécimes procedentes do Departamento Nacional de Produção Mineral Distrito Rio de
Janeiro têm sigla MCT # Pb. As amostras do Instituto de Geociências da Universidade
Federal de Rio de Janeiro têm a sigla # Pb. Seus respectivos números e identificação
taxonômica encontram-se relacionados no capítulo de sistemática (Capítulo VI).
O material vegetal recente foi coletado dentro do campus da USP, nos jardins do
Instituto de Geociências (IGc) e do Instituto de Biociências (IB) e foi identificado com o nome
do grupo vegetal. Material foliar foi clarificado e montado em lâminas, incorporadas à
coleção de comparação do Laboratório de Paleobotânica do IGc/USP. Cutículas fósseis
foram identificadas com o número do espécime do qual foram extraídas. As amostras
usadas para microscopia eletrônica de varredura (MEV), estão identificadas com a sigla
StPb #. Todas encontram-se depositadas no Laboratório de Paleobotânica do IGc/USP.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
17
III.2. Métodos de estudo
III.2.1. Métodos de campo Foi realizada uma viagem de campo entre os dias 17/01/2005 e 22/01/2005, durante
a qual foram feitas coletas de material fossilífero na pedreira de calcário Triunfo no
Município de Nova Olinda (CE) (Estampa I, figuras 3 e 4). Também foram feitas visitas
técnicas ao Museu Paleontológico de Santana do Cariri da URCA, no Município de Santana
do Cariri (CE); ao Museu dos Fósseis do DNPM no Município de Crato (CE); ao Museu
Nacional de Rio de Janeiro; ao Departamento Nacional de Produção Mineral Distrito Rio de
Janeiro e ao Instituto de Geociências da Universidade Federal de Rio de Janeiro. Dos
acervos desses museus e coleções foram examinadas todas as amostras fitofossilíferas da
Formação Crato. Aquelas melhor preservadas e de maior interesse científico foram
solicitadas por empréstimo para estudos mais adequados no Laboratório de Paleobotânica
do GSA-IGc/USP.
III.2.2. Métodos de laboratório
a) Preparação mecânica do material Consistiu em descobrimento de partes fósseis ainda envolvidas pela matriz, com
auxílio de martelete, talhadeira, agulha, instrumental odontológico e de joalheria, seguindo a
metodologia descrita por Fairon-Demaret et al. (1999), chamada dégagement e que consiste
em desgastar os arredores do fóssil até descobri-lo, removendo as partículas de poeira com
ar sob o estereomicroscopio. Além do descobrimento das partes, as amostras coletadas em
campo foram numeradas e catalogadas preliminarmente.
b) Preparação química do material O material foliar recente para comparação foi clarificado segundo o método de
clarificação de Foster conforme descrito por Dutra & Stranz (2002).
Cutículas fósseis de espécimes incarbonizados foram retiradas das amostras com
ajuda de agulhas e tratadas quimicamente com ácido nítrico (HNO3) a 100%, por,
aproximadamente, 24 horas e, posteriormente, com hidróxido de potassio (KOH) a 10%
diluído em água destilada para eliminar os restos orgânicos ainda presentes. Seguiu-se a
lavagem com água destilada e a desidratação com álcool etílico, as cutículas obtidas foram
coloridas com solução alcoólica de safranina e montadas em lâminas com Bálsamo de
Canadá ou Entellan. As amostras anteriores foram preparadas no Laboratório de
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
18
Paleobotânica do GSA-IGc/USP e ali mesmo encontram-se depositadas sob o número do
espécime do qual foram obtidas.
c) Métodos ópticos Os fósseis foram analisados sob fotoestereomicroscopio ZEISS Stemi SV6, com
câmara lúcida acoplada, do Laboratório de Paleobotânica do GSA-IGc/USP. A mensuração
das feições morfológicas dos espécimes foi feita diretamente sobre o fóssil, ou sobre seus
respectivos desenhos em escala, com paquímetro digital, transferidor e régua. As
fotomacrografias foram obtidas com câmara digital Olympus de 6,0 megapixels de resolução
e as fotomicrografias com câmara digital Sony Cyber Shoot DSC-S75 de 3,3, megapixels de
resolução, adaptada ao estereomicroscópio Zeiss do Laboratório de Paleobotânica do GSA-
IGc/USP. As cutículas fósseis e as de materiais recentes de referência foram examinadas
sob microscópio óptico Carl Zeiss Axiophot II, e fotografadas com câmera digital Sony Cyber
Shoot DSC-S75 de 3,3 megapixels de resolução, acoplada ao microscópio. As
fotomicrografias obtidas foram analisadas com o software Axiovision 3.0 da Zeiss. Estes
equipamentos pertencem ao Laboratório de Paleobotânica do GSA-IGc/USP.
d) Microscopia eletrônica de varredura Alguns fragmentos das substituições, que apresentavam caracteres epidérmicos
preservados ou estruturas anatômicas tridimensionais, foram removidos dos fósseis e
montados em “stubs” com fita de carbono ou cola e recobertos por ouro, para serem
analisados no MEV LEO 440 I do Laboratório de Microscopia Eletrónica de Varredura do
IGc/USP. As mensurações foram feitas com o software C. Zeiss para análise de imagens,
Axiovision 3.0 do Laboratório de Paleobotânica e Palinologia do GSA-IGc/USP.
III.2.3. Comparações As comparações com flora recente foram feitas com material clarificado recém
colhido ou de herbário e descrições da literatura botânica. As comparações com material
fossilífero foram baseadas em descrições, fotos e desenhos encontrados na literatura
paleobotânica.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
19
CAPÍTULO IV – ESTUDOS PALEOBOTÂNICOS PREVIOS
Os primeiros registros de macrofósseis vegetais do Grupo Santana foram feitos por
Duarte (1965) e descritos, posteriormente, em Duarte (1985). Correspondem a ramos
folhosos de gimnospermas com duas espécies do gênero Brachyphyllum (Brongniart)
Lindley & Hutton (B. obesum Heer e B. castilhoi Duarte) e folhas destacadas da espécie
Podozamites lanceolatus (Lindley & Hutton) Schimper, referidas como pertencentes à família
Podozamitaceae, além de angiospermas registradas como Nymphaeites choffati (Saporta)
Teixeira, relacionadas às Nymphaeaceae e Choffatia francheti Saporta, de posição
taxonômica desconhecida. Todas as espécies descritas foram encontradas na Formação
Crato, exceto Podozamites lanceolatus (Lindley & Hutton) Schimper e Brachyphyllum
castilhoi Duarte, coletadas na Formação Romualdo.
Numerosos trabalhos vêm sendo feitos, principalmente com amostras do Grupo
Santana depositadas nas coleções científicas “Murilo Rodolfo de Lima” do IGc/USP, do
Instituto de Geociências da UFPE, Departamento de Biologia Animal e Vegetal da UERJ, do
Museu de Paleontologia de Santana do Cariri da URCA, do Museu do Crato do DNPM e do
Museu de História Natural de Berlim (Alemanha). Na década de 80 e 90, muitas formas
foram registradas em resumos de eventos (Oliveira-Babinski & Lima, 1991; Pons et al.,
1992, 1994; Bernardes-de-Oliveira et al., 1993, 1996, 1999a, 1999b; Mandarim-de-Lacerda
et al., 1994; Lima et al., 1996) e em trabalhos sistemáticos completos (Duarte, 1989, 1993),
ou trabalhos gerais de geologia e paleontologia (Maisey, 1991; Martill, 1993).
A partir do ano 2000, uma nova fase de publicação inicia-se com descrições
sistemáticas mais completas (Barreto et al., 2000; Mohr & Friis, 2000; Mohr & Rydin, 2002;
Mohr & Eklund, 2003; Kunzmann et al., 2004, 2006; Mohr & Bernardes-de-Oliveira, 2004;
Dilcher et al, 2005; Mohr et al., 2006a) e alguns resumos e trabalhos completos em eventos
(Bernardes-de-Oliveira et al., 2000, 2002, 2003a, 2003b, 2003c, 2005, 2006a, 2006b; Dilcher
et al., 2000, 2004; Mandarim-de-Lacerda et al., 2000; Barreto et al., 2001; Sucerquia et al.,
2004, 2005, 2006; Fanton et al., 2005a, 2005b, 2006a, 2006b, 2006c; Kerkhoff et al., 2005;
Leme et al., 2005; Mohr et al., 2005, Sucerquia & Bernardes-de-Oliveira, 2006).
Estudos palinológicos também têm evidenciado a grande diversidade paleoflorística
da Formação Crato (Lima, 1978a, 1978b, 1978c, 1979a, 1980, 1989; Pons et al., 1990,
1992, 1996; Arai et al., 2001; Neumann, 1999).
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
20
Nos trabalhos anteriormente mencionados, tem sido encontrada uma grande
variedade de formas vegetais, representadas pelas Classes Esfenopsida, Licopsida,
Filicopsida, Gymnospermopsida, Gnetopsida e Angiospermopsida. Esta paleoflora se
destaca pela excelente preservação, abundância, diversificação, posicionamento
paleogeográfico na Província Florística Equatorial Árida e idade coincidente com a primeira
diversificação das angiospermas primitivas (Bernardes-de-Oliveira et al., 2003). Os vegetais
se encontram preservados por substituição do tipo calcificação, limonitização e/ou
goethitização e incarbonização (Vianna, 1992; Barreto et al., 2000).
IV.1. Paleoflora do Membro Crato Un levantamento sucinto da composição fitofossilífera da Paleoflora do Crato,
considerando seus elementos tanto apenas registrados como já descritos, é feito a seguir:
IV.1.1. Esfenófitas Na síntese apresentada por Dilcher et al. (2000), foi registrada a presença de uma
planta herbácea pequena, com ramos portando raízes e folhas inseridas de forma similar a
algumas espécies do morfogênero Schizoneura.
IV.1.2. Licófitas Bernardes-de-Oliveira et al. (2003) descreveram cinco espécimes de plantas
constituídos de caules curtos e suculentos, do tipo cormo, com micrófilas estéreis e férteis,
estas últimas exibindo uma lígula e a abertura do esporângio; as micrófilas apresentam
cristais longitudinais e faixas estomáticas longitudinais. As plantas foram classificadas
dentro de gênero Isoetes (Ordem Isoetales). Outros autores já tinham registrado a presença
deste grupo, mas nenhum deles apresenta descrição completa dos espécimes (Dilcher et
al., 2000; Bernardes-de-Oliveira et al., 2002).
IV.1.3. Pteridófitas Este grupo foi registrado por Oliveira-Babinski & Lima (1991), com três formas de
pteridófitas que representam as famílias Schizeaceae, Dipteridaceae e Salviniaceae.
Posteriormente, Bernardes-de-Oliveira et al. (1999b) relatam a presença de fragmentos de
frondes férteis e estéreis da família Schizeaceae com afinidade ao gênero Anemia.
Bernardes-de-Oliveira et al. (2006c) identificam esses fragmentos como a espécie Ruffordia
goepperti (Dunker) Seward da Família Schizeaceae e confirmam sua afinidade com o
gênero Anemia, especificamente com a espécie existente A. adiantifolia (Linnaeus) Swartz.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
21
IV.1.4. Coníferas A Família Araucariaceae tem sido registrada na forma de folhas isoladas (Crane &
Maisey, 1991; Bernardes-de-Oliveira et al., 1993; Duarte, 1993), uma delas reconhecida
como Araucaria cartellei Duarte (Duarte, 1993), megaesporófilos da espécie Araucarites
vulcanoi Duarte (Duarte, 1989, 1993) e cone feminino do gênero Araucaria e masculino
juvenil do gênero Araucariostrobus (Kunzmann et al., 2004).
O gênero Brachyphyllum (Brongniart) Lindley & Hutton, que tem sido posicionado
dentro da Família Araucariaceae (Hollick & Jeffrey, 1906; Kendall, 1948) ou
Cheirolepidiaceae (Watson, 1988), está representado por vários espécimes de ramos
folhosos da espécie B. obesum Heer (Duarte, 1985, 1989, 1993; Kunzmann et al., 2004) e
um estróbilo da espécie B. insigne Heer, só reconhecido anteriormente no Jurássico Inferior
da Sibéria (Duarte, 1993).
A Família Cheirolepidiaceae está representada por ramos folhosos das espécies
Tomaxellia biforme Archangelsky e Tomaxellia degiustoi Archangelsky (Kunzmann et al.,
2006; Sucerquia & Bernardes-de-Oliveira, 2006) e ramos foliosos do gênero Frenelopsis
Schenk (Kunzmann et al. 2006), além de 4 espécies do grão de pólen Classopollis Pflug e 3
do gênero Circulina Malyavkina (= Classopollis) (Lima, 1979).
Outras coníferas de afinidade desconhecida identificadas como o morfogênero
Lindleycladus Harris são registradas pela primeira vez para o Hemisfério Sul por Kunzmann
et al. (2004). O gênero Podozamites, também de afinidade desconhecida, foi igualmente
registrado (Bernardes-de-Oliveira et al., 2003, 2006).
Martill et al. (2005) descrevem as ocorrências de resinas fósseis (âmbar) associadas
a macrorrestos de plantas araucarianas e encontradas dentro de cones. Outras ocorrências
de âmbar têm sido relatadas (Castro et al., 1970; Cardoso et al., 1999; Pereira et al., 2006).
IV.1.5. Gnetales Palinologicamente, este grupo está bem representado na Formação Crato, com 5
gêneros de grãos de pólen poliplicados de afinidade gnetaleana: Equisetosporites, Singhia,
Gnetaceaepollenites, Steevesipollenites e Regalipollenites, para um total de 49 espécies
(Lima, 1978a, 1980; Pons et al., 1990, 1996). Macrofósseis gnetaleanos também são
encontrados (Pons et al., 1992; Bernardes-de-Oliveira et al., 1996, 1999a, 2000; Mohr et al.,
2004; Dilcher et al., 2005; Fanton et al., 2005a, 2006b, 2006d; Kerkhoff et al., 2005;
Sucerquia et al., 2006).
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
22
A Família Welwitschiaceae está presente com as espécies Cratonia cotiledon Rydin,
Mohr & Friis, uma planta com dois cotilédones e raiz, Welwitschiaprisca austroamericana
Dilcher, Bernardes-de-Oliveira, Pons & Lott, descrita a partir de ramos jovens com 2
cotilédones, Welwitschiophyllum brasiliense Dilcher, Bernardes-de-Oliveira, Pons & Lott,
criada para folhas isoladas e Welwitschiostrobus murili Dilcher, Bernardes-de-Oliveira, Pons
& Lott, que consiste em eixos portando cones masculinos (Dilcher et al., 2005). Outros
exemplares da mesma família, 3 gêneros e 4 espécies, tinham sido relatados anteriormente,
com base em formas vegetativas e reprodutivas (Bernardes-de-Oliveira et al., 1999a).
Outros espécimes, não atribuídos às famílias dentro das Gnetales, mas de afinidade
indiscutível com este grupo, são encontradas como ramos dicásicos áfilos com estruturas
reprodutivas em posição apical (Kerkhoff et al., 2005); caules articulados longitudinalmente
estriados com duas ramificações opostas portando pares de folhas opostas com venação
paralela e pequenas estruturas estrobilares (Fanton et al., 2005, 2006); e ramos folhosos
portando folhas opostas de venação flabelinérvea (Sucerquia et al., 2006).
IV.1.6. Angiospermas O registro de angiospermas da Formação Crato constitui 25% dos macrofósseis
(Mohr & Friis, 2000) e 16% do conteúdo palinológico (Lima, 1978a), entretanto apresenta-se
já bastante diversificado. Este registro compõe-se de ramos, folhas, rizomas, sementes e
frutos, isolados ou em conexão orgânica, chegando a encontrar, às vezes, plantas
completas; a maioria de hábito terrestre com adaptações para clima árido, enquanto outras
são aquáticas (Mohr & Friis, 2000; Bernardes-de-Oliveira et al., 2003).
Das plantas completas descritas formalmente, duas apresentam tanto caracteres
vegetativos quanto reprodutivos. Elas pertencem à Classe Magnoliídea, Araripia florífera
Mohr & Eklund da Ordem Laurales (Mohr & Eklund, 2003) e Endressinia brasiliana Mohr &
Bernardes-de-Oliveira da Ordem Magnoliales (Mohr & Bernardes-de-Oliveira, 2004). Outra
planta descrita com base em caracteres vegetativos, Klitzchophyllites flabellatus (Mohr &
Rydin) Mohr, Bernardes-de-Oliveira, Barale & Ouaja, tem afinidade com as
Monocotiledôneas (Mohr et al., 2006a), sendo anteriormente descrita para a mesma
formação como Nymphaeites choffati (Saporta) Teixeira (Duarte, 1985) ou Trifurcatia
flabellata Mohr & Rydin (Mohr & Rydin, 2002).
Dentre as monocotiledôneas, existem alguns trabalhos com registros ou descrições
informais ou preliminares. Leme et al. (2005) descrevem a espécie Protananas lucenae
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
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Leme, Brown, Dilcher, Bernardes-de-Oliveira, Siqueira & Sales com base em inflorescência
estrobilada, atribuindo-a à Família Protananaceae, monocotiledônea relacionada com as
bromeliáceas.
Mohr et al. (2004) registram 3 táxons de plantas aquáticas relacionadas com as
Nymphaeales, um deles relacionado com a Família Cabombaceae, outro com
Nymphaeaceae e outro relacionado com as Nymphaeales ou com dicotiledôneas da Família
Nelumbonaceae. A espécie Iara iguassu Fanton, Ricardi-Branco, Dilcher & Bernardes-de-
Oliveira é proposta para uma planta aquática possivelmente relacionada às
monocotiledôneas da Ordem Alismatales ou às dicotiledôneas da Família Podostemataceae
(Fanton et al., 2006a, 2006c).
Órgãos isolados também são encontrados, entre eles um fruto monocarpelar referido
à Ordem Magnoliales dada sua semelhança com Archeanthus linnenbergeri Dilcher &
Crane, da Formação Dakota do Neocretáceo dos Estados Unidos (Barreto et al., 2000); um
fruto alado tetralocular (Barreto et al., 2001); uma compressão cárpica similar aos frutos de
Caesalpinoidea (Cristalli et al., 1999) e um pequeno fruto espinhoso de afinidade não
determinada (Sucerquia et al., 2004).
Algumas sínteses do material referente às angiospermas da Formação Crato
também foram apresentadas (Mandarim-de-Lacerda, 2000; Bernardes-de-Oliveira et al.,
2002, 2003, 2006; Dilcher et al., 2000, 2004; Mohr et al., 2006b).
A Tabela IV-1 apresenta apenas os táxons descritos formalmente para a Formação
Crato.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
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Espécie Descrição Referência
Pteridofitas
Ruffordia goeppertii Frondes férteis e estéreis com rizomas Bernardes-de-Oliveira et al., 2006
Coniferas
Brachyphyllum obesum Ramos folhosos Duarte, 1985; Duarte, 1989; Duarte, 1993; Kunzmann et al., 2004
Brachyphyllum insigne Ramos folhosos Duarte, 1993
Araucarites vulcanoi Escamas destacadas Duarte, 1989; Duarte, 1993
Araucaria cartellei Folhas destacadas Duarte, 1993
cf. Araucaria spec. Cones e escamas Kunzmann et al., 2004
Araucariostrobus sp. Cone feminino Kunzmann et al., 2004
Lindleycladus sp. Ramos folhosos Kunzmann et al., 2004
Tomaxellia biforme Ramos folhosos Kunzmann et al., 2006
Tomaxellia sp. Ramos folhosos Kunzmann et al., 2006
Frenelopsis sp. Ramos folhosos Kunzmann et al., 2006
Gnetales
Cratonia cotiledon Plântula com cotilédones e raiz Rydin et al., 2003
Welwitschiaprisca austroamericana Plântula com dois cotilédones Dilcher et al. 2005
Welwitschiophyllum brasiliense Folhas destacadas Dilcher et al. 2005
Welwitschiostrobus murili Cones masculinos Dilcher et al. 2005
Angiospermas
Nymphaeites choffati = Trifurcatia flabellata =
Klitzchophyllites flabellatus
Ramos trifurcados portando folhas com forma de leque de afinidade
com as Monocotiledóneas
Duarte, 1985; Mohr & Rydin, 2002; Mohr et al., 2006
Araripia florífera Ramos portando folhas e flores de afinidade com as Laurales Mohr & Eklund, 2003
Endressinia brasiliana Caule ramificado com folhas e
flores de afinidade com as Magnoliales
Mohr & Bernardes-de-Oliveira, 2004
Protananas lucenae Inflorescência estrobilada Leme et al., 2005
Iara iguassu Caule de planta aquática com verticilos de ramos delgados Fanton et al., 2006
Tabela IV-3. Táxons descritos formalmente para a Formação Crato
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
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CAPÍTULO V – CONTEXTO PALEOFLORÍSTICO MUNDIAL EOCRETÁCEO
Para melhor entender o contexto no qual a paleoflora da Formação Crato
desenvolveu-se e sua importância, é necessário compreender o cenário mundial da flora
nesse tempo. Quase sempre as floras do Eocretáceo são, conforme sintetizou Meyen
(1987), discutidas junto com as floras do Jurássico. No intervalo de tempo que compreende
estes dois períodos, podem ser reconhecidas duas etapas de desenvolvimento
paleoflorístico, que refletem mudanças climáticas maiores: uma, no Eo-mesojurássico, onde
os climas predominantes eram quentes e úmidos e outra, no Neojurássico a Eocretáceo,
quando a área equatorial tornou-se muito mais seca. As diferenciações pronunciadas entre
as floras gondvânicas e as nórdicas, desaparecem no Jurássico.
O Jurássico e o Eocretáceo são usualmente referidos como o tempo de supremacia
das gimnospermas (Figura V-1). Por exemplo, na área paleoequatorial e ao seu redor, as
plantas dominantes eram: cicadales, bennettitales, coniferales e em alguns lugares
peltaspermales; nas áreas siberianas, predominavam ginkgoales e leptostrobales, junto aos
fetos (Meyen, 1987).
Figura V-1. A. Distribuição temporal dos principais grupos vegetais
(Redesenhado de Niklas et al., 1983); B. Mudanças porcentuais dos principais grupos de plantas do Jurássico ao Paleoceno (Redesenhado de Crane, 1987)
Nas floras do Neojurássico e do Neocomiano, as angiospermas estão quase
ausentes. Apesar de já serem um componente significativo das palinofloras do Cretáceo
Superior de baixas latitudes, tardaram a dominar as latitudes medianas a altas, o que
aconteceu apenas no Neocretáceo (Brenner, 1976; Crabtree, 1987; Drinnam & Crane,
1990). Em latitudes médias, durante o Aptiano e Albiano, as angiospermas constituíam uma
porção significativa de comunidades riparianas perturbadas, mas só desenvolveram hábitos
arbóreos e arbustivos após o Cenomaniano (Figura V-2) (Doyle & Hickey, 1976; Hickey &
Doyle, 1977; Crane, 1987).
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
26
Figura V-2. Distribuição dos principais grupos de plantas desde o Neocomiano até o Cenomaniano em vegetações de latitude média. (a), Coníferas araucarianas; (b) Coníferas taxodiáceas; (c), Cicadales; (d), Bennettitales; (e), Licófitas herbáceas; (f), Fetos; (g), Angiospermas arbustivas; (h), Angiospermas herbáceas; (i), Gnetales herbáceas e arbustivas; (j), Angiospermas arbóreas (Redesenhado de Crane, 1987)
Evidências do caráter subordinado das angiospermas em latitudes médias do
hemisfério sul, durante o Eocretáceo, podem ser encontradas na flora do Albiano de
Koonwarra na Austrália, que contem um dos registros de megafósseis mais antigos de
angiospermas que se conhece, uma pequena planta de hábito herbáceo (Taylor & Hickey,
1990), associada a ginkgoales, coníferas podocarpáceas, fetos em menor quantidade,
pentoxylales e esfenófitas (Drinnan & Chambers, 1986). A presença de um único tipo de
grão de pólen de angiosperma na palinoflora de Koonwarra, entre 62 táxons (Dettmann
1986) e o caráter herbáceo do único megafóssil conhecido, implicam que as plantas com
flores, constituíam um componente menor desta vegetação. Este mesmo padrão pode ser
visto em floras Neocomiano-Albianas da África do Sul, onde os megafósseis de
angiospermas estão ausentes e somente são encontrados alguns poucos tipos de grãos de
pólen angiospérmicos (Anderson & Anderson, 1983, 1985; Drinnan & Crane, 1990) e em
floras aptianas do Sul da Argentina (Romero & Archangelsky, 1986), embora sejam
conhecidos grãos de pólen de angiospermas em assembléias do Barremiano da Argentina
(Archangelsky 1980). As angiospermas também foram raras ou ausentes em latitudes
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
27
médias do hemisfério norte, durante o Aptiano (LaPasha & Miller 1984), e foram
completamente ausentes nas floras Árticas até próximo do fim do Albiano (Spicer 1990).
Durante o Eocretáceo, as angiospermas ainda eram pouco importantes nas regiões
de latitudes altas. Existe um hiato entre a primeira aparição das plantas com flores nas
regiões equatoriais e o incremento de sua importância nas vegetações de latitude média a
alta, o que pode estar ligado com a evolução lenta de sua capacidade para se adaptar a
condições mais frias (Brenner 1976).
Floras eocretáceas de diferentes áreas podem exibir muitos gêneros e até espécies
em comum (Meyen, 1987). Segundo Parrish (1987), esta uniformidade se deve ao fato de os
gradientes climáticos, durante o Jurássico e Eocretáceo, terem sido menos marcados do
que agora, como resultado principalmente da proximidade entre massas terrestres. Outros
autores concordam com a homogeneidade das floras durante o Eocretáceo (Barnard, 1973;
Frakes, 1979). Porém, essa uniformidade pode ter sido aparente, embora realmente as
diferenças fitogeográficas sejam menores que as do Neocretáceo (Batten, 1984).
Apesar disso, é possível definir alguns fitocórions ou unidades florísticas territoriais
que, embora individualizadas, apresentam afinidades taxonômicas entre si (Meyen, 1987).
Krassilov (1972) propõe uma classificação fitogeográfica baseada em elementos
dominantes da macroflora. Ele definiu a flora Arctomesozóica ou Phoenicopsis incluindo
Sibéria, Alaska, Canadá e Groelândia Oeste, e a atribuiu a uma zona de floresta temperada;
a flora Madromesozóica ou Cycadeoidea para os Black Hills de Dakota, os Freezeout Hills
de Wyoming e o noroeste de New México nos Estados Unidos, o Jurássico Europeu, parte
da Índia, Mongólia e Japão, regiões com pronunciada aridez e predomínio de florestas de
coníferas; a flora Notomesozóica ou Pentoxylon, presente na Índia e no hemisfério Sul.
Brenner (1976) reconhece quatro províncias florísticas principais, baseado em
assembléias polínicas: Laurásia Norte, Laurásia Sul, Gondwana Norte e Gondwana Sul
(Figura V-3). As associações da palinoflora barremiana-aptiana de latitudes baixas mostram
que as angiospermas já haviam aparecido, e que experimentavam uma diversificação
significativa, embora grãos de pólen similares aos da gimnosperma xerofítica vivente
Ephedra tenham sido abundantes na área setentrional do Gondwana (Brenner 1976; Doyle
et al. 1982; Crane & Lidgard 1989). O clima nas províncias da Laurásia meridional e do
Gondwana setentrional é inferido como estacionalmente seco, com base em dados
palinológicos e sedimentológicos (Brenner, 1976; Ziegler et al., 1987). Os palinomorfos de
fetos e coníferas aparecem em grande quantidade em sedimentos das regiões da Laurásia
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
28
setentrional e do Gondwana meridional, onde se pensa que houvesse climas mais frios e
úmidos. (Brenner 1976; Ziegler et al. 1987).
Também com base em dados palinológicos, Srivastava (1994) definiu três
fitogeoprovíncias para o Eocretáceo. Para o Neocomiano, a Fitogeoprovíncia Boreal
Cerebropollenites e a Fitogeoprovíncia Austral Microcachyridites, formando faixas em altas
latitudes ao norte e sul respectivamente, sob clima úmido e relativamente mais frio do que a
Fitogeoprovíncia Equatorial Dicheiropollis que apresentava um clima mais árido. Já no
intervalo Barremiano-Aptiano, a Fitogeoprovíncia Equatorial Dicheiropollis recebe o nome de
Fitogeoprovíncia Equatorial de Polens Elaterados, por serem estes os componentes que
passaram a dominar a fitogeoprovíncia nesse intervalo (Figura V-4).
Figura V-3. Províncias florísticas durante o Cenomaniano, baseadas em dados palinológicos (redesenhado de Batten, 1984 com dados de Brenner, 1976 sobre
reconstituição paleogeográfica de Smith & Briden, 1977)
Figura V-4. Fitogeoprovíncias do Eocretáceo. A. Neocomiano; B. Barremiano-
Albiano (redesenhado de Srivastava, 1994)
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
29
Herngreen & Chlonova (1981) baseiam-se também em dados palinológicos para
definir suas províncias microflorísticas cretáceas. Eles revisaram amplamente a literatura
palinológica publicada até o momento e definiram oito províncias para todo o Cretáceo, das
quais três correspondem ao Eocretáceo (Figura V-5). Elas são: a Província Boreal no
hemisfério norte, caracterizada pela presença de esporos trilete e grãos de pólen
bissacados, e que no Neocretáceo se divide nas Províncias Normapolles e Aquilapollenites.
A Província WASA (West African-South American), pré-albiana, com predominância de
grãos de pólen de gimnospermas (Classopollis, tipo-Ephedripites, Eucomiidites e
Araucariacites), com escassos grãos de pólen bissacados e esporos triletes. Esta província
foi se individualizando cada vez mais com o surgimento de alguns grupos importantes e no
Cretáceo médio recebe o nome de Província ASA (África-South América), caracterizada
pela abundância de grãos de pólen elaterados e diversidade de angiospermas. Já no
Neocretáceo, é chamada Província Palmae pela abundância de grãos de pólen tipo Palmae,
sendo notável a redução de grãos de pólen elaterados. Por último, durante o Eo-
mesocretáceo, a Província Gondwana Sul, ocupando Austrália, Índia, Sul da África e da
América, caracterizava-se pelos grãos de pólen trissacados dos gêneros Microcachryidites e
Podosporites. Durante o Neocretáceo, a extensão desta província fica restrita à distribuição
de grãos de pólen de Notofaghidites, pelo que a província recebe esse nome.
Figura V-5. Províncias microflorísticas do Eocretáceo (redesenhado de
Herngreen & Chlonova, 1981)
Talvez o zoneamento paleoflorístico mais reconhecido e amplamente utilizado para o
Eocretáceo seja o de Vakhrameev (1991) que, combinando dados paleobotânicos e
palinológicos, definiu quatro regiões (Figura V-6): Sibero-Canadense, Euro-Siniana,
Equatorial e Austral (Notal). Suas localizações e características na base de dados
palinológicos são as seguintes:
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
30
Figura V-6. Zoneamento paleofloristico do Eocretáceo. Regiões, SC: Sibero-
Canadense; ES: Euro-Siniana; E: Equatorial; A: Austral (redesenhado de Vakhrameev, 1984 in Meyen, 1987)
A Região Sibero-Canadense foi, inicialmente, definida por Vakhrameev (1984 apud
Vakhrameev, 1991) como província Siberiana. Abrange Sibéria, Norte e Nordeste da China,
Alaska, Canadá, Spitsbergen, Franz Joseph Land, Nordeste da Plataforma Russa e
possivelmente a porção mais nórdica da Escandinávia. A região está situada numa faixa de
clima moderadamente quente, e está dividida em três províncias: Lena, Amur e Canadense
(Figura V-6).
Durante o Neocomiano, esta região estava provavelmente coberta por densas
florestas de coníferas associadas a fetos herbáceos, Equisetum, algumas Cycadales e
umas poucas Bennettitales. Está caracterizada por abundantes grãos de pólen bissacados,
e grãos de pólen de Classopollis em quantidades menores que 5%. São raros os ramos
folhosos de Brachyphyllum e Pagiophyllum e estão ausentes os gêneros Frenelopsis e
Pseudofrenelopsis, o que indicaria que as Cheirolepidiaceas não eram um componente
importante desta vegetação (Vakhrameev, 1981, 1991). Os fetos estavam representados
principalmente por Dicksoniaceae, Osmundaceae e Gleicheniaceae, com Schizeaceae rara
no início, tornando-se comum na metade do Neocomiano. As angiospermas só começaram
a aparecer aí, no Albiano, denunciadas por fósseis de pequenas folhas e grãos de pólen
tricolpados sendo mais comuns no Neoalbiano.
O clima era úmido, moderadamente quente e sazonal, o que é suportado pela
presença de anéis anuais de crescimento e braquiblastos em Czekanowskiales e pela
abundância de depósitos de carvão, o que também evidencia a presença de pântanos. A
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
31
flora desta região mantinha certa uniformidade, só se misturando na parte sul das Províncias
Canadá e Amur, com elementos da região Euro-Siniana.
A Região Euro-Siniana, conhecida anteriormente como uma sub-região da Região
Indo-Européia (Vakhrameev, 1970), foi elevada à categoria de região independente por
Vakhrameev (1984 apud Vakhrameev, 1991). Ocupa a maioria da Europa, o Cáucaso, parte
do Oriente médio e a metade mais sul da Sibéria Oeste, Kazakhstan e Ásia Média; o
território dos Estados Unidos referido a esta região, segundo Vakhrameev (1991), só
conhecido pelas floras albianas, realmente apresenta registros de macro e microfósseis
barremianos e aptianos nas formações Patuxent e Arundal do Grupo Potomac (Hickey &
Doyle, 1977). Subdivide-se nas províncias Européia, Oriente Próximo e Extremo Oriente, no
território da Eurásia, e Província Potomac, na América do Norte (Figura V-6).
A flora desta região tem quase o dobro da diversidade da Região Sibero-Canadense.
Diferencia-se dessa região pelo desaparecimento das Czekanowskiales, por apresentar um
número significativo de Bennettitales e Cheirolepidiáceas com ramos folhosos de
Brachyphyllum, Frenelopsis e Pseudofrenelopsis, e maiores proporções do grão de pólen
Classopollis (Vakhrameev, 1978). As angiospermas apareceram nessa região, no
Mesoalbiano, com formas foliares pequenas e de venação irregular. Já no Neoalbiano,
apareceram árvores com folhas grandes, principalmente de Platanóides constituindo
florestas decíduas.
A grande diversidade florística é reflexo da heterogeneidade climática desta região: o
clima da parte mais sul era subtropical a quase tropical, com umidade decrescente nas
partes média e sul da Eurásia; na parte oeste da região, o clima era mais úmido, o que é
corroborado pela abundância de macro e microfósseis de fetos (Vakhrameev, 1991).
No Neocomiano, a abundância de grãos de pólen de Classopollis estava entre 50%-
70%, com quantidades de esporos de fetos e grãos de pólen bissacados bastante
reduzidas. Durante o Aptiano e Albiano, a umidade da região aumentou, causando a
redução a 2-4% na quantidade de grãos de pólen de Classopollis, sendo, as
Cheirolepidiáceas substituídas por outras coníferas como Pinaceae e com aumento da
quantidade de fetos. Este aumento de umidade alcançou o máximo no Albiano e foi
acompanhado por algum esfriamento. Como aconteceu na região Sibero-Canadense, o
clima no final do Eocretáceo era bastante úmido, e aparecem depósitos de carvão.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
32
A Região Austral (Notal) encontra-se no cinturão subtropical do hemisfério sul,
abrangendo o sul da América do Sul, sul da África, Península Antártica, Austrália, Nova
Zelândia e a Península Indiana. Apresenta clima subtropical e devido a sua posição relativa
ao Equador, é a correspondente da Província Euro-Siniana, no Hemisfério Sul, com a
diferença que quase toda a área correspondente a esta província estava ocupada pelo
oceano.
É característica a presença das coníferas Podocarpaceae, Araucariaceae,
Cheirolepidiaceae, a ausência de Pinaceae e Czekanowskiales e a escassez de Ginkgoales,
com ampla distribuição do gênero Ginkgoites. Estas coníferas apresentavam-se como
formas lenhosas e podem ser encontrados anéis de crescimento anuais que indicam clima
sazonal. Schizaceae, Gleicheniaceae, Cycadales e Bennettitales estão em quantidades
similares às do Hemisfério Norte, o que indica que sua migração pelo Equador não foi
impedida.
Esta região se divide nas províncias Patagônica, Australiana e Indiana, que embora
compartilhem muitos elementos, suas composições florísticas apresentam diferenças
significativas devido à umidade. Enquanto na Província Patagônica, os fetos eram escassos
e as Cheirolepidiaceas eram abundantes, representadas por percentagens do grão de pólen
Classopollis desde 15-17% no sul, aumentando até 90% para o norte, na Província
Australiana, a quantidade de Classopollis atinge raramente 5% e os fetos eram abundantes
e diversos, incluindo vários gêneros endêmicos. O sul da África apresenta fetos, Cycadales,
Bennettitales e Coniferales na sua composição. A Província Indiana possui abundantes
macrofósseis de Bennettitales e Coniferales. Palinologicamente é similar às outras
províncias da Região Austral.
Finalmente, a Região Equatorial abrangia quase todo o continente Sul-Americano,
exceto a Patagônia e Sul do Chile, norte, leste e centro da África, e o Sudeste da Ásia; este
último com poucas áreas emersas, sendo, esta faixa equatorial, predominantemente,
ocupada pelos oceanos Pacifico e Indico. As localidades encontradas até agora são poucas,
sendo impossível por enquanto definir províncias isoladas dentro desta região. A parte
equatorial da América do Sul e da África, estavam próximas durante o Eocretáceo, o que
contribuiu para a semelhança de suas floras.
A composição florística desta região é, principalmente, conhecida pela palinologia. A
microflora indica uma grande abundância e ampla distribuição de grãos de pólen do tipo
Classopollis (60-70%). Grãos de pólen de Ephedripites e Gnetaceapollenites, também eram
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
33
abundantes e estes últimos muito diversos, embora com uma distribuição não tão ampla.
Outros componentes abundantes, mas de afinidade incerta eram: Dicheiropollis,
Elateropollenites, Elaterosporites e Galeacornea. Inaperturopollenites também era um
elemento comum. Os fetos apresentam-se, microflorísticamente, diversificados, embora os
macrofósseis deles estejam restritos a Weichselia e Piazopteris da Família Matoniaceae
(Vakhrameev, 1991) e à Família Schizeaceae (Bernardes-de-Oliveira et al., 2006). As
Bennettitales encontram-se bem representadas no registro macroflorístico, mas seus grãos
de pólen são escassos. As famílias Pinaceae, Czekanowskiaceae e Ginkgoaceae, não são
encontradas nessa região.
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CAPÍTULO VI – SISTEMÁTICA
VI.1. Generalidades A sistemática paleobotânica tenta ajustar-se ao sistema de classificação dos vegetais
da sistemática botânica. Esta sistemática estabelece uma organização natural dos vegetais,
baseada em relações evolutivas verdadeiras, identificando linhagens de organismos ou
clados que, independentemente, de outros clados, atingiram alguma vantagem evolutiva.
A diferença da sistemática botânica, a paleobotânica está baseada em material
vegetal preservado de modo fragmentar, geralmente, orgãos isolados ou fragmentos deles
e, excepcionalmente, orgãos em conexão orgânica. O estabelecimento de afinidades
botânicas para muitos desses orgãos, nem sempre é possível, pelo que se faz necessário a
criação de sistemas artificiais de classificação como os morfogêneros e os organogêneros.
As categorias taxonômicas superiores, usadas na classificação dos exemplares aqui
estudados, são aquelas do esquema proposto por Stewart & Rothwell (1993), onde a
seqüência tem um caráter cronológico e tenta inserir a flora fóssil dentro da sistemática dos
grupos vegetais estabelecidos para a flora vivente.
VI.2. Lista dos componentes da macroflora gimnospérmica da Formação Crato
Reino PLANTAE
Divisão TRACHAEOPHYTA
Classe GYMNOSPERMOPSIDA
Ordem BENNETTITALES
Gênero Otozamites Braun in Münster
Otozamites sp. Gênero Zamites Brongniart
Zamites sp. Ordem CONIFERALES
Família Araucariaceae Henkel & Hochstetter
Gênero Araucarites Presl
Araucarites vulcanoi Duarte Araucarites kunzmanni sp. nov.
Família Cheirolepidiaceae Takhtajan
Gênero Brachyphyllum Lindley & Hutton emmend. Harris
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
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Brachyphyllum obesum Heer Brachyphyllum ponsi sp. nov. Brachyphyllum araripense sp. nov.
Gênero Tomaxellia Archangelsky
Tomaxellia aff. T. degiustoi Archangelsky Tomaxellia cf. T. biforme Archangelsky
Gênero Pseudofrenelopsis Nathorst
Pseudofrenelopsis sp. Ordem GNETALES
Gênero Limaephyton gen. nov.
Limaephyton cratense sp. nov. Limaephyton duartei sp. nov.
Genera Limaephytophyllum gen. nov.
Limaephytophyllum mohrium sp. nov.
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Reino PLANTAE Divisão TRACHEOPHYTA Classe GYMNOSPERMOSPSIDA Este grupo é conhecido também como a Divisão Pinophyta (Cronquist, 1971) ou
simplesmente como Gimnospermas. As mais antigas conhecidas ocorrem em sedimentos
depositados durante o Neodevoniano e sua aparição marcou mudanças fundamentais na
composição e distribuição da flora, devido ao fato de alcançarem níveis não conhecidos de
biologia reprodutiva e hábito vegetativo (Rothwell & Scheckler, 1988). Suas adaptações para
conquistar o meio continental seco garantiram-lhes a sobrevivência em climas muito secos e
frios. A principal inovação evolutiva nelas encontrada é o desenvolvimento da semente que
permitiu sua propagação sem a necessidade de um meio úmido, um evento qualificado por
Stewart & Rothwell (1993) como um dos mais importantes na evolução das plantas
vasculares e que constituiu uma vantagem seletiva sobre as outras plantas existentes. Essa
vantagem lhes permitiu uma ampla diversificação durante o Mesozóico, que somente se viu
dizimada com o advento de formas mais evoluídas como as angiospermas.
As ordens Coniferales, Cycadales, Ginkgoales e Gnetales existem desde o
Paleozóico ou Mesozóico até o Recente. Bennettitales, Caytoniales, Czekanowskiales,
Pentoxylales, Pteridospermales, Glossopteridales, Voltziales e outras com afinidades
indeterminadas ocorreram no passado (Stewart & Rothwell, 1993).
As quatro ordens de gimnospermas viventes, são, morfologicamente, muito
divergentes uma da outra (Chaw et al., 1997), pelo que as relações filogenéticas entre elas
não são muito claras. Para Page (1990), as gimnospermas viventes podem ser agrupadas
em duas subdivisões, Conipherophytina que inclui as Coniferales e Ginkgoales, e
Cycadophytina incluindo as Cycadales e as Gnetales. A proximidade entre Coniferales e
Ginkgoales é também apontada por Crane (1985) e Doyle & Donoghue (1986). Ao contrário,
Loconte & Stevenson (1990) colocam Coniferales e Ginkgoales como grupos separados.
Para eles as gimnospermas não constituem um grupo monofilético e as Cycadales
representam o grupo mais basal de plantas com semente. Análises cladisticas baseadas em
dados moleculares de gimnospermas viventes, as evidenciam como um grupo monofilético,
com 4 clados bem definidos, correspondentes às 4 ordens mencionadas anteriormente, com
as Cycadales como grupo basal e as Gnetales junto com as Coniferales conformando um
grupo monofilético (Bowe et al., 2000; Chaw et al., 2000; Burleigh & Mathews, 2004).
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
37
Ordem BENNETTITALES É também chamada Cycadeoidales. Esta ordem extinta de plantas viveu desde o
Permiano até o Neocretáceo, com maior abundância e diversidade durante o Jurássico.
Eram árvores pequenas, com coroas de folhas pinadas similares às das Cycadales viventes,
mas cuja estrutura epidérmica difere destas no fato de apresentarem células epidérmicas de
paredes sinuosas e estômatos sindetocélicos com aberturas orientadas perpendicularmente
às veias, enquanto os estômatos das Cycadales são haplocélicos e suas aberturas estão
orientadas de forma paralela às veias, as células epidérmicas nas Cycadales apresentam
paredes anticlinais lisas (Archangelsky, 1970; Stewart & Rothwell, 1993).
Uma de suas características mais marcantes é a presença de estruturas reprodutivas
similares às flores angiospérmicas, com microesporófilos e óvulos ocorrendo no mesmo
cone (Stewart & Rothwell, 1993). Esta estrutura levou a pensar que as Bennettitales
poderiam ser o grupo-irmão de um clado composto por Angiospermas e Gnetales (Doyle &
Donoghue, 1986; Crane, 1985, 1988; Stewart & Rothwell, 1993; Taylor & Taylor, 1993) ou
mesmo estar incluído dentro dele (Nixon et al., 1994). Dentro desta ordem, têm sido
reconhecidas tradicionalmente duas famílias, Cycadeoidaceae e Williamsoniaceae (Taylor,
1981; Watson & Sincock, 1992), mas uma terceira, Wielandiellaceae, foi também sugerida
(Sporne, 1971).
Gênero Otozamites Braun in Münster Espécie tipo: Otozamites obtusus (Lindley & Hutton) Brongniart 1849
Este gênero foi proposto para frondes mesozóicas anteriormente incluídas no gênero
Zamites Brongniart. Este gênero ocorre desde o Triássico até o Eocretáceo, apresentando
distribuição cosmopolita no Jurássico (Seward, 1919; Archangelsky, 1970). As frondes
pinadas portam pinas alternas contíguas ou separadas, inseridas na superfície adaxial da
raque; estas pinas possuem bases arredondadas e, às vezes, lobadas, com o lobo distal,
geralmente, mais pronunciado que o proximal; as bases são geralmente constritas (Stewart
& Rothwell, 1993). As veias saem paralelas da base, divergindo e se dicotomizando na
lâmina; a epiderme superior possui células de paredes espessas e sinuosas e não
apresenta estômatos; a epiderme inferior tem células mais delicadas e estômatos entre as
veias, com aberturas orientadas perpendicularmente a elas e células subsidiárias
engrossadas (Archangelsky, 1970).
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
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Otozamites sp. Estampa II, Figura 1
Espécime identificado: GP/3E 7503 da Coleção Científica “Murilo Rodolfo de Lima”
do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP).
Descrição: Espécime de pina destacada preservado por limonita/goethita, de textura
aparentemente coriácea, de forma ovada medindo 16,27 mm de comprimento e 7,32 mm de
largura máxima, na porção basal; base constrita, medindo 2,09 mm no ponto de inserção; a
porção basal é arredondada e ligeiramente assimétrica, sendo mais ampla do lado direito
embora não se apresente claramente auriculada; o ápice é agudo (60º), arredondado,
curvando-se ligeiramente para o lado. As veias se abrem desde a base e se dicotomizam,
correm paralelas na porção mediana da lâmina e as laterais terminam na margem, enquanto
as centrais chegam paralelamente até a porção apical, não apresentando anastomose. A
densidade de venação é de aproximadamente 23 veias/cm, elas medem aproximadamente
150 µm de largura, separadas entre si a intervalos de 400 µm. A epiderme apresenta células
com paredes sinuosas, aparentemente de forma retangular e estômatos aleatoriamente
distribuídos e irregularmente orientados.
Discussão: Segundo Herbst (1966) e Archangelsky (1970) o gênero Otozamites
Braun distingue-se pela presença de uma base foliar assimétrica, geralmente com a
margem acroscópica mais desenvolvida que a basiscópica, constituindo uma aurícula
conspícua. O gênero Glossozamites Schimper parece melhor se adaptar à descrição do
espécime da Formação Crato, dado que não apresenta aurícula muito desenvolvida, sendo
a única característica que o diferencia de Otozamites Braun. Porém, Glossozamites
Schimper, muitas vezes, é transferido para Otozamites Braun ou outros gêneros, colocando
em dúvida sua validade (Seward, 1917).
O gênero Sphenozamites Brongniart foi inicialmente erigido como um subgênero de
Otozamites Braun para folhas portando folíolos sem base auriculada, mas este gênero como
Glossozamites Schimper, tem sua validade discutida dado que a diferença entre ele e
Otozamites não está bem definida e muitas espécies atribuídas a Sphenozamites Brongniart
correspondem a Otozamites Braun (Seward, 1917).
A morfologia deste espécime indica que pertence ao gênero Otozamites Braun
apesar de não apresentar uma base auriculada bem desenvolvida, mas sim ligeiramente
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
39
assimétrica. A afinidade é confirmada pelas características epidérmicas, principalmente com
a sinuosidade das paredes de suas células epidérmicas.
De acordo com a descrição para o gênero encontrada em Archangelsky (1970), o
espécime GP/3E 7503 preservou uma epiderme inferior, já que a superior não apresentaria
estômatos. A assimetria presente na base da lâmina, com a parte direita mais ampla e o
ápice apontando para o lado contrário, além de sugerir que se trata de uma epiderme
inferior, podem indicar que se tratava de uma pina que estava inserida no lado esquerdo da
fronde.
Dentre os representantes do gênero Otozamites Braun encontrados na América do
Sul, Otozamites parviauriculata Menendez, da Flora de Ticó na Argentina possui pinas com
aurículas pouco desenvolvidas e uma assimetria que faz o ápice da pina apontar em direção
ao ápice da fronde, mas é diferenciada do espécime da Formação Crato por possuir pinas
mais compridas, com margens paralelas, ponto de inserção basal mais amplo, ápice obtuso,
densidade de venação de 35 veias/cm e maior número de dicotomias (Menéndez, 1966).
Também da Flora de Ticó, Otozamites grandis Menéndez apresenta aurículas pouco
desenvolvidas, mas a proporção comprimento/largura é bem maior que a do espécime da
Formação Crato. O ponto de inserção basal de Otozamites grandis Menéndez é estreito tal
como no do espécime da Formação Crato e a densidade de venação é mais parecida, com
20 veias/cm. As margens apresentam-se paralelas nos 2/3 basais de suas pinas e vão
estreitando-se até atingir ápices um pouco menos obtusos que os de Otozamites
parviauriculata Menéndez. Neste caráter é mais parecido com o espécime da Formação
Crato.
O espécime da Formação Crato é similar morfologicamente àquele descrito por
Lemoigne (1984) como Otozamites sp. para a Formação Valle Alto na Cordilheira Central da
Colômbia (Neojurássio-Eocretáceo). O espécime da Colômbia possui tamanho similar,
contorno da pina triangular, e aurículas similarmente pouco desenvolvidas e ponto de
inserção basal estreito. A densidade de venação, embora seja descrita como maior (30-40
veias/cm), sugere ser parecida com a do espécime da Formação Crato quando observada
na foto. Lemoigne não o colocou dentro de uma espécie devido à falta de outras
características determinantes.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
40
Uma afinidade específica não é possível de ser atribuída para o espécime GP/3E
7503, dado que características determinantes como as epidérmicas não foram bem
preservadas e a presença de um único exemplar não permite erigir uma nova espécie.
Gênero Zamites Brongniart Espécie tipo: Zamites grandis Lindley & Hutton
Este gênero é comum no Mesozóico, apresentando habitat cosmopolita entre o
Neotriássico ao Eocretáceo (Archangelsky, 1970). Possui pinas lineares a ligeiramente
falcadas e às vezes lanceoladas, que se inserem na superfície superior da raque, de base
constrita, simétrica e de apice arredondado ou agudo (Archangelsky, 1970; Stewart &
Rothwell, 1993). Possui veias finas, dicotômicas, abrindo desde a base e percorrendo a
lâmina paralelamente às margens. (Archangelsky, 1970).
Zamites sp. Estampa II, Figura 2
Espécime identificado: GP/3E 6062 da Coleção Científica “Murilo Rodolfo de Lima”
do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP).
Descrição: Pina destacada de textura aparentemente coriácea, de forma falcada
com 28,24 mm de comprimento e 2,70 mm de largura constante ao longo da maioria da
lâmina. A margem superior é quase reta e a inferior é ligeiramente convexa. A base é ampla,
simétrica, mas ligeiramente constrita em relação à lâmina, truncada, medindo 2,70 mm de
largura, o ápice é agudo (45º) apontando em direção à parte superior (ápice da fronde).
Possui veias paralelas que convergem no ápice, sem dicotomias evidentes e com uma
densidade constante de (48 veias/cm) 4-5 veias/mm nas porções basal, média e apical, que
medem aproximadamente 100 µm de espessura, separadas entre si por 200 µm. As células
epidérmicas encontradas sobre as veias são alongadas, as comuns aparentemente
também. Não foram observados estômatos.
Discussão: O gênero Zamites Brongniart, distintamente de Ptilophyllum Morris
possui as bases das pínulas constritas (Stewart & Rothwell, 1993). Esse caráter e o fato de
ter folhas alongadas e não de contorno triangular como as do gênero Otozamites Braun,
levam a considerar o espécime da Formação Crato como pertencente ao gênero Zamites
Brongniart.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
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Os limites entre os gêneros das pinas de folhas de Bennettitales: Otozamites,
Zamites e Ptilophyllum, às vezes, são difíceis de definir conforme Person & Delevoryas
(1982). A Tabela VI-1 apresenta uma comparação entre os três gêneros.
Otozamites Zamites Ptilophyllum
Ponto de inserção das pinas
Na parte superior da raque Na parte superior da raque Na parte superior da raque
Contorno Ovado a triangular Lineares a ligeiramente falcado, lanceolado
Lineares retos, curtos ou longos, de margens paralelas
Base Assimétrica, arredondada com aurícula na margem acroscópica, constrita
Simétrica, truncada a cuneada, constrita Assimétrica, larga e decorrente
Ápice Arredondado e curvo para um lado Arredondado ou agudo Agudo, ligeiramente curvo para o
lado apical da fronde
Venação
Paralela na base, dicotómicas divergentes desde a base, curvam-se do lado acroscópico da base para dentro da aurícula, paralelas no ápice
Fina, nem sempre dicotómica, abrindose desde a base, paralelas à margem e convergentes no ápice
Finas, dicotómicas, saem da base já paralelas à margem
Disposição das pinas
Alternas, contíguas ou separadas Alternas Subopostas, quase se tocando
Esquema da base e ponto de inserção
Tabela V-1. Comparação morfológica entre as pinas dos gêneros Otozamites, Zamites e Ptilophyllum (Dados de Archangelsky, 1970; Person & Delevoryas,
1982)
Ordem CONIFERALES Jussieu Este grupo de plantas, conhecido informalmente como coníferas, é o mais abundante
e diverso das gimnospermas viventes. Tem distribuição global e compreende mais de 600
espécies agrupadas em 60-65 gêneros. Seus representantes mais antigos conhecidos são
do Neocarbonífero. Foram um grupo muito abundante durante o Neojurássico e Eocretáceo
(Stefanović et al., 1998).
As coníferas atuais têm sido tradicionalmente agrupadas em 7 ou 8 famílias:
Araucariaceae Henkel & Hochstetter, Cephalotaxaceae Dumortier, Cupressaceae Rich. ex
Bartling., Pinaceae Lindley, Podocarpaceae Endlicher, Taxaceae Gray e Taxodiaceae
Warming (Pilger, 1926), além de Sciadopyityaceae Hayata (Page, 1990), embora esta última
não seja reconhecida pelo Código Internacional de Nomenclatura Botânica (International
Association for Plant Taxonomy, San Luis, 2000). Stefanović et al. (1998) com base em
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
42
análises moleculares concluem que as coníferas formam um grupo monofilético composto
pelas famílias Pinaceae, Podocarpaceae, Araucariaceae, Taxaceae, Cephalotaxaceae,
Sciadopytiaceae e Cupressaceae, esta última incluindo a antiga Taxodiaceae.
Conforme Archangelsky (1970) acrescentam-se aquí as famílias, Lebachiaceae,
Voltziaceae, Cheirolepidiaceae e Podozamitaceae, conhecidas unicamente pelos seus
fósseis.
A principal característica que agrupa esta ordem é a presença de megaestróbilos
compostos ou cones que consistem em um eixo central portando em filotaxia espiralada ou
decussada, escamas e brácteas parcial ou totalmente soldadas protegendo as sementes.
Outras características comumente encontradas nas coníferas são: cutículas espessas e
estômatos haplocélicos (Archangelsky, 1970).
Família Araucariaceae Henkel & Hochstetter Esta família de coníferas compreende apenas 3 gêneros viventes, Araucaria Jussieu,
Agathis Salisbury e Wollemia Jones et al., que conformam um grupo monofilético, com
aproximadamente 40 espécies restritas ao hemisfério sul. Durante o Mesozóico foi muito
diversificada e amplamente distribuída nos dois hemisférios, principalmente durante o
Jurássico (Taylor, 1981; Stockey, 1982; Page, 1990; Stewart & Rothwell, 1993, Setoguchi et
al., 1998).
Muitos tipos de fósseis têm sido referidos como araucarianos, porém dentre eles
alguns são morfogêneros com afinidade duvidosa à família. Estes fósseis são encontrados
na forma de ramos folhosos, folhas destacadas, lenhos, cones e escamas destacadas.
Ramos folhosos e folhas com afinidade ao gênero atual Araucaria Jussieu são geralmente
referidos aos gêneros Araucaria Jussieu, Araucarites Presl, Brachyphyllum Lindley & Hutton
e Pagiophyllum Heer. Estes dois últimos também têm sido colocados dentro da Família
Cheirolepidiaceae e sua afinidade só pode ser determinada com base em características
cuticulares ou associação com cones contendo grãos de pólen do tipo Araucarites. Os
gêneros Araucaria Jussieu e Araucarites Presl são também usados para cones e escamas
destacadas com afinidade ao gênero atual Araucaria. Outrossim, o gênero Araucariostrobus
é usado indiscriminadamente para cones femininos e masculinos. Para lenhos é,
geralmente, usado o gênero Araucarioxylon Kraus, que por suas semelhanças no xilema
secundário, muitas vézes, foi considerado o equivalente mesozóico e cenozóico do gênero
paleozóico Dadoxylon das Cordaitales. Doliostrobus, Dammara, Dammarites e
Protodammara são gêneros usados para fósseis com afinidade ao gênero Agathis Salisbury
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
43
(Hollick & Jeffrey, 1906; Seward, 1919; Taylor, 1981; Stockey, 1982; Van Waveren et al.,
2002; Kunzmann et al., 2004).
Dos três gêneros que compõem a Família Araucariaceae, Araucaria Jussieu é o que
tem o registro fóssil mais completo. Os representantes atuais deste gênero estão divididos
em 4 seções: Eutacta Endlicher, Araucaria (= Columbea) Endlicher emmend Wilde &
Eames, Intermedia White e Bunya Wilde & Eames. Representantes fósseis do gênero
Araucaria Jussieu estão incluídos além destas quatro seções, nas seções Perpendiculares
Pole, Yezonia Oshawa, Nishida & Nishida e outra indeterminada. Destas seções, a que tem
o registro fossilífero mais extenso e a maior quantidade de espécies atuais é a seção
Eutacta Endlicher (Stockey, 1982; Dettmann & Clifford, 2005).
Gênero Araucarites Presl Espécie tipo: Araucarites goeppertii Presl, in Sternberg, 1838
Este gênero é, frequentemente, usado para designar fragmentos de vegetais de
idade permiana a cenozóica, mas principalmente mesozóicos que possam sugerir alguma
afinidade com o gênero Araucaria Jussieu, com reservas à falta de conhecimento sobre as
demais partes da planta (Archangelsky, 1970). Tendo sido usado, indiscriminadamente, para
impressões ou petrificações de ramos, cones e também para megaesporófilos dispersos
(Feistmantel, 1882; Seward & Sahni, 1920; Archangelsky, 1970, Bernardes-de-Oliveira,
1977), atualmente está restrito a cones femininos completos e escamas destacadas (Zijlstra
& van Konijnenburg-van Cittert, 2000). Bose & Maheshwari (1973) propõem usar o gênero
Araucaria Jussieu ao invés de Araucarites Presl, para escamas fósseis destacadas quando
a porção apical da escama ovulífera está preservada.
Neste trabalho, o nome genérico Araucarites é usado só para megaesporófilos
destacados com afinidade araucarioide.
Araucarites, na forma de megaesporófilos, tem sido registtrado em sedimentos
mesozóicos dos dois hemisférios. São comuns no Jurássico da Índia (Feistmantel, 1876,
1877a, 1877b) e da Inglaterra (Kendall, 1949, 1952); no Cretáceo Inferior da Argentina
(Archangelsky, 1966), da Antártica (Halle, 1913) e da África do Sul (Anderson & Anderson,
1983) e no Cretáceo médio dos Estados Unidos (Berry, 1908, 1911). O exemplar mais
antigo atribuído a este gênero é Araucarites delafondii do Permiano da França (Seward,
1919) e foram relatados também exemplares do Triássico da Cordilheira Bética na Espanha
(Ramis & Pérez-López, 1996).
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
44
No Brasil, megaesporófilos de Araucarites Presl foram encontrados na Formação Rio
Bonito de idade permiana (Bernardes-de-Oliveira, 1977), na Formação Crato do Eocretáceo
(Duarte, 1989, 1993; Kunzmann et al., 2004) e no Triássico Superior da Bacia do Paraná
(Wilberger & Dutra, 2005).
Araucarites vulcanoi Duarte Estampa II, Figuras 3-6
Espécimes identificados: GP/3E 9088, GP/3E 9098, GP/3E 9108, GP/3E 9109,
GP/3E 9110 a, b, GP/3E 9114, GP/3E 9120, da Coleção Científica “Murilo Rodolfo de Lima”
do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP); 375 Pb, 379 Pb, 3275
Pb do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Rio de Janeiro, MN a, b do
Museu Nacional de Rio de Janeiro.
Descrição: Escamas destacadas de forma trapezoidal ou em forma de “T”, medindo
14-20 mm de comprimento por 12-19 mm de largura máxima na porção distal, estreitando-
se em direção à base, às vezes abruptamente, até atingir 4-7 mm de largura mínima na
porção proximal, formando uma cunha com margens retas; a base é truncada.
Nas amostras GP/3E 9098, GP/3E 9108 e GP/3E 9109, o ápice termina numa
apófise pequena ou bico, nas outras, é reto.
A superfície é fibrosa, com estrias longitudinais retas em quase toda a superfície,
exceto na cavidade da semente, onde as estrias são sinuosas. A cavidade da semente é
obovada e encontra-se na porção central da escama, podendo ou não conter uma semente
individual que mede 9,5 mm de comprimento e 5 mm de largura. A superfície da semente é
de textura granulosa e parece ter apresentado uma quilha longitudinal, preservada como um
sulco na cavidade da semente. Em alguns espécimes a lígula também foi preservada.
Discussão: As amostras possuem os caracteres diagnósticos da espécie erigida por
Duarte (1989), e são muito similares à fotografia por ela apresentada, embora nem todas as
amostras apresentem a totalidade das características, faltando geralmente a semente, a
apófise apical ou a lígula. A afinidade dos megaesporófilos com a família Araucariaceae
pode ser estabelecida com base na presença de uma única semente em cada escama e
uma lígula embebida na bráctea (Archangelsky, 1966; Stockey, 1980).
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
45
Megaesporófilos atribuídos ao gênero Araucarites foram ilustrados por Teixeira
(1948) para o Cretáceo de Portugal da Flora de Belas. Segundo o autor, não diferem dos
exemplares de Araucarites de outros jazigos por ele estudados, embora difiram
morfologicamente entre si, podendo representar até 3 tipos diferentes. Entretanto,
apresentam uma clara afinidade araucarioide dada a presença de apenas uma semente.
Estes megaesporófilos diferem de Araucarites vulcanoi Duarte nas proporções
comprimento/largura sendo dois espécimes de 2:1 e outro de 1:1 ao contrário de 1:1,5. As
sementes, nos exemplares portugueses, ocupam 1/2 ou 2/3 do comprimento do
megaesporófilo, enquanto os da Formação Crato têm, proporcionalmente, uma semente
maior. A apófise apical está presente em um dois espécimes de Portugal e esta é muito
prolongada se comparada à de Araucarites vulcanoi Duarte.
Do Cretáceo Inferior da Argentina, Formação Baqueró, Província de Santa Cruz,
foram descritas duas espécies do gênero Araucarites: A. baqueroensis Archangelsky e A.
minumus Archangelsky (Archangelsky, 1966). As duas espécies argentinas são similares,
morfologicamente, a A. vulcanoi Duarte, sendo A. baqueroensis Archangelsky também
parecida em tamanho, embora apresente uma largura máxima um pouco maior devido à
presença de duas aletas membranosas expandidas lateralmente, 8 mm a partir da borda da
semente. A lígula é também mais larga que a de A. vulcanoi Duarte, com uma largura
ligeiramente maior que a da semente. O ápice da lígula, nas espécies argentinas, é
arredondado, diferindo de A. vulcanoi Duarte que tem um ápice agudo. A. minimus
Archangelsky apresenta dimensões muito menores que as de A. vulcanoi Duarte. As três
espécies apresentam um ápice acuminado com comprimento não superior a 3 mm.
Araucarites cutchensis Feistmantel descrita inicialmente para o Jurássico da Flora de
Kach (Cutch), da Índia, ocorre também na Flora do Grupo Jabalpur, do Grupo Sripematur na
Costa de Madras de idade Gondwana Superior e na Flora do Grupo Rajmahal de idade
Liássica (Eojurássico). Esta espécie apresenta várias formas diferentes (Feistmantel, 1876,
1877a, 1877b, 1879a, 1879b). Estas formas, embora de morfologia variada, são atribuídas à
mesma espécie. Segundo Seward & Sahni (1920) é impossível determinar toda a amplitude
de variação de características que permitam delimitar a espécie. A. cutchensis Feistmantel
apresenta, distintamente de A. vulcanoi Duarte, uma apófise apical de até 2,5 cm de
comprimento e uma base de 5 mm de largura (Pant & Srivastava, 1968). Algumas das
formas de A. cutchensis apresentadas por Feistmantel (1877a, Pl. XIV, figs. 1, 4, 5, 8, 9) e
Pant & Srivastava (1968, Pl. 1, figs 1-3) têm uma lígula com um ápice triangular e uma
largura ligeiramente maior que a largura da semente. A semente tem forma obovada,
apresentando uma crista longitudinal ao longo de todo seu comprimento como acontece
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
46
com algumas formas de A. vulcanoi Duarte. Outras formas apresentadas por Feistmantel
(1876, Pl. VII, fig. 7; 1877a, Pl. XIV, figs. 14; 1879b, Pl. XIV, fig. 9) são mais semelhantes a
A. vulcanoi Duarte em forma e proporções. Possuem uma apófise apical similar em tamanho
e base muito menos larga que a largura máxima da escama.
Pant & Srivastava (1968), ao estudarem a estrutura cuticular das escamas de
Araucarites cutchensis Feistmantel do Grupo Jabalpur da Índia, as compararam com as da
espécie atual Araucaria columnaris, encontrando semelhanças tais como células
epidérmicas de paredes retas, arranjadas em fileiras longitudinais, bandas alternadas com e
sem estômatos, estômatos com orientação, predominantemente, longitudinal e
espessamentos ao redor das células guardiãs. Concluiram, então, que estas escamas têm
uma clara afinidade com o gênero atual Araucaria Jussieu e renomearam a espécie como
Araucaria cutchensis (Feistmantel) Pant & Srivastava.
Outra espécie descrita para a Índia é Araucarites macropterus Feistmantel descrita
para a Flora do Grupo Sripematur na Costa de Madras de idade Gondwana Superior e a
Flora do Grupo Rajmahal do Liássico (Eojurássico). Esta espécie, diferentemente, de A.
cutchensis (a outra espécie indiana) e A. vulcanoi Duarte, possui asas laterais
membranosas muito desenvolvidas, semelhantes às das espécies sul-africanas Araucaria
rogersii (Seward) Anderson & Anderson e Araucaria mkuziensis Anderson & Anderson
(Feistmantel, 1877a, 1879a; Anderson & Anderson, 1983).
Megaesporófilos destacados de afinidade araucarióide são também encontrados no
Jurássico de Yorkshire na Inglaterra. A espécie A. estonensis criada por Kendall (1952)
corresponde a escamas que não compartilham muitas características com as Araucarites
anteriormente descritas e que, segundo Cornet & McDonald (1995), têm mais afinidade com
as Cheirolepidiáceas, recombinando-as na espécie Hirmeriella estonensis. Uma outra
espécie descrita para o Jurássico de Yorkshire na Inglaterra é Araucarites phillipsi
Carruthers. Aparece em Kendall (1949) com vários exemplares, todos cuneiformes e
apresentando variações de tamanho, porém são colocados dentro da mesma espécie por
constituir, segundo a autora, um grupo uniforme não só na forma mas também na estrutura
celular. Estas escamas apresentam como Araucarites vulcanoi Duarte, uma apófise apical
pequena e a lígula também é visível.
Na Planície Litorânea Atlântica dos Estados Unidos, Berry (1908) descreveu alguns
restos de plantas araucarianas dentre os quais megaesporófilos destacados eram
provenientes das localidades Big Bend e Parker Landing do Cretáceo médio da Carolina do
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
47
Norte. Designou-os como Araucarites jeffreyi Berry. Seus exemplares apresentam leves
variações em tamanho e morfologia e podem diferenciar-se de Araucarites vulcanoi Duarte,
principalmente, pela presença de uma apófise apical muito maior, semelhante à de vários
exemplares de Araucarites cutchensis da Índia.
Também dos Estados Unidos, Berry (1911) descreveu para o Grupo Potomac,
Formação Patapsco, Cretáceo Inferior (Barremiano-Aptiano) no Estado de Maryland, duas
espécies de megaesporófilos destacados do gênero Araucarites: A. aquiensis Fontaine e A.
patapscoensis Berry. Estas espécies não apresentam claramente a presença de uma única
semente. Contrariamente, na fotografia de A. patapscoensis Berry apresentada em Berry
(1911, Pl, LXXVII, fig. 5), a escama parece portar 4 sementes, o que lhe atribuiria maior
afinidade às Cheirolepidiáceas.
Outras espécies de Araucarites Presl, registradas nos Estados Unidos, são
Araucarites wyomingensis Fontaine e Araucarites cuneatus Ward da Formação Lakota da
Região dos Black Hills (Cretáceo Superior), cujo tamanho é menor que o das descritas por
Berry (1911). Dammara cliffwoodensis e Dammara borealis do Cretáceo Superior do litoral
leste dos Estados Unidos (Berry, 1910, 1911), com afinidade ao gênero atual Agathis
Salisbury. Escamas tipo Araucarites Presl também ocorrem no Jurássico de Utah (Wilkens
et al., 2005).
A variedade morfológica intraespecífica é apresentada por Feistmantel (1876, 1877a,
1877b, 1879a) e Kendall (1949), revelando a dificuldade para definir características úteis na
delimitação de espécies dentro do gênero Araucarites Presl. Variações em tamanho e forma
são encontradas em megaesporófilos atuais, da mesma espécie e até do mesmo cone.
Essa variedade morfológica acontece também entre os espécimes ora estudados
identificados como Araucarites vulcanoi Duarte, cuja caracterização específica também é
difícil delimitar. Por esta razão foi conservado o nome especifico erigido por Duarte (1993),
já que não foram encontradas características que permitissem separar os exemplares por
ela descritos, dos estudados aqui.
A afinidade de alguns megaesporófilos de Araucarites Presl com o gênero Araucaria
Jussieu é discutida por Cantrill & Falcon-Lang (2001). Eles estudaram espécimes da ilha
Alexander na Antártica e chegaram à conclusão, baseados nos estudos sobre o gênero
Wollemia Jones et al. (Chambers et al., 1998), que uma das espécies por eles descrita,
Araucarites wollemiaformis Cantrill & Falcon-Lang teria mais afinidade com o gênero atual
Wollemia Jones et al., dada a ausência do óvulo e da escama ovulífera, que teriam sido
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
48
destacados do megaesporófilo quando este chegou à maturidade; o que não acontece com
os megaesporófilos de Araucaria Jussieu mas sim com os de Wollemia Jones et al. e
Agathis Salisbury. Segundo Chambers et al. (1998), megaesporófilos de Araucaria Jussieu
podem ser encontrados sem a escama ovulífera, mas a fusão da bráctea com a semente,
mantida na maturidade, é uma característica do gênero.
Em comparação com Araucarites vulcanoi Duarte, A. wollemiaformis Cantrill &
Falcon-Lang, além de não apresentar semente, difere na forma obovada, na proporção
maior do comprimento em relação à largura e na presença de uma apófise apical comprida
de até 12 mm. A outra espécie descrita por Cantrill & Falcon-Lang (2001) para a Antárctica,
Araucarites citadelbastionensis Cantrill & Falcon-Lang possui características para ser
considerada com afinidade a Araucaria Jussieu, tais como a presença do megaesporófilo
completo. Esta espécie, assim como Araucarites vulcanoi Duarte possui uma apófise apical
curta, mas difere desta pela forma do ápice da bráctea, sendo arredondado na espécie da
Antártica e reto na espécie da Formação Crato.
Araucarites kunzmanni sp. nov. Estampa II, Figuras 10-12
Sinonímia 1993 – Araucarites vulcanoi Duarte, 1989
Duarte – Anais da Academia Brasileira de Ciências,
65 (4): 358-359, Est. I, fig. 3.
2004 – cf. Araucaria sp.
Kunzmann et al. – Mitt. Mus. Nat.Kd. Berl. Geowiss Reihre
7: 159-160, Pl. 1, fig. 3 e Fig. 1B.
Holótipo: GP/3E 9112
Parátipos: 652 Pb, GP/3E 9091, MPSC PL 651, PUC
Procedência: Pedreiras da rodovia entre os municípios de Santana do Cariri e Nova
Olinda (CE), Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil
Distribuição estratigráfica: Formação Crato, Grupo Santana, Aptiano Superior
Etimologia: kunzmanni – Latim, caso genitivo de Kunzmann, tributo a Lutz
Kunzmann, pesquisador alemão destacado pelos estudos da flora de gimnospermas da
Formação Crato.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
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Diagnose: Megaesporófilos destacados de textura coriácea, de contorno obovado ou
cuneiforme, estreitando-se de forma côncava até a base que geralmente é truncada. Ápice
de contorno convexo/arredondado com um processo curto. Margens laterais abaixo da
largura máxima retas a ligeiramente côncavas para a base. Superfície suavemente fibrosa
com estrias finas longitudinais. Internamente, com finas fibras sinuosas. Em sua área
central, apresenta tecido vascular em feixes fibrosos que se encurvam em direção ao ápice.
Descrição: Megaesporófilos isolados, de forma araucarióide, de contorno obovado
ou cuneiforme com a porção mais larga na área distal, estreitando-se abruptamente para o
ápice terminando em um curto processo. Estreita-se em ligeira concavidade,
progressivamente, em direção a área de inserção ou porção proximal, que, em geral, é
truncada. As margens são retas a ligeiramente côncavas. Apresentam-se em porção
abaxial, com superfície abaulada ou convexa rasa, mais elevada na altura da maior largura
ou área central. Medem de 17-25 mm de comprimento e 9,2-11,6 mm de largura máxima na
altura dos 2/5 apicais. O processo pode medir 2-2,5 mm de comprimento e geralmente
encontra-se encurvado para acima. As escamas são coriáceas, estão deformadas e exibem
uma superfície suavemente fibrosa com estrias finas longitudinais que se alargam na área
central. Internamente há finas fibras sinuosas, numa espécie de hipoderme e em sua área
central, tecido vascular em feixes fibrosos que se encurvam em direção ao ápice. A
impressão do óvulo ou semente não é nítida devido à posição abaxial de preservação. As
finas fibras sinuosas hipodérmicas, devido à abrasão, muitas vezes, parecem sair
lateralmente, esgarçadas.
Discussão: As formas aqui estudadas são semelhantes às descritas por Duarte
(1993) como Araucarites vulcanoi Duarte (Est. I, fig. 3, espécimes 146 e 173 UCL) e também
com o espécime MFN Pb 1999/428 descrito por Kunzmann et al. (2004) (Pl.1, fig. 3) como
cf. Araucaria sp., todos procedentes da Formação Crato.
Estes espécimes são colocados numa espécie nova devido a não apresentarem as
características diagnósticas de Araucarites vulcanoi Duarte. Nenhuma delas permite
visualizar a semente ou a cavidade desta nem a lígula. Alem disso a forma hexagonal
alongada não é observada nos exemplares de Araucarites vulcanoi Duarte.
A Tabela VI-2 apresenta uma comparação das características das duas espécies de
Araucarites encontradas na Formação Crato.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
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Araucarites kunzmanni sp. nov. Araucarites vulcanoi Duarte
Contorno Obovado ou cuneiforme Trapezoidal
Tamanho 17-25 mm de comprimento 9,2-11 mm de largura
14-20 mm de comprimento 12-19 mm de largura
Proporção comprimento/largura 2:1 1,5:1
Posição de largura máxima ¼ abaixo do ápice No ápice
Forma do ápice Convexa Reta e acuminada
Forma da base Côncava, truncada na extremidade Cuneada, truncada na extremidade
Ponto de inserção Afilado 4-7 mm de largura
Preservação Sempre oferecendo a fase abaxial Fase abaxial fibrosa, convexa, mais abaulada na porção apical
Quase dempre mostrando a fase adaxial Fase adaxial com semente ou com a cavidade desta
Semente Não observável
Ocupando 2/3 ou mais do comprimento total da bráctea, abaulada em toda sua extensão, com superfície granulosa e uma crista mediana longitudinal
Tabela V-2. Comparação entre duas espécies de Araucarites encontradas na Formação Crato
Família CHEIROLEPIDIACEAE Takhtajan Esta família extinta de coníferas viveu desde o Neotriássico até o Neocretáceo, foi
muito diversificada e teve ampla distribuição geográfica, incluindo Europa, Ásia, África,
América do Norte e do Sul. Possuía uma grande variedade de hábito e hábitat (Watson,
1988).
A família foi originalmente definida como Cheirolepidaceae por Hirmer & Hörhammer
(1934), com base no gênero Cheirolepis Schimper, o qual foi, posteriormente, renomeado
gênero Cheirolepidium Takhtajan devido a sua homonímia com o gênero Cheirolepis
Boissier da Família Asteraceae. Foi assim renomeada sua família sob a designação
Cheirolepidiaceae por Takhtajan (1963). O nome Hirmeriellaceae é também usado para esta
família ao invés de Cheirolepidiaceae (Watson, 1977; Harris, 1979). Os cones do gênero
Hirmeriella Hörhammer e Cheirolepidium Takhtajan são, segundo Jung (1968), idênticos ou
corresponderiam a diferentes etapas de maturidade da mesma planta, e consequentemente,
por uma questão de prioridade, Cheirolepidium Hörhammer, sendo posterior, estaria na
sinonímia de Hirmeriella Hörhammer. Jung (1968) colocou o gênero Hirmeriella Hörhammer
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
51
dentro da Família Voltziaceae, correspondendo a uma nova subfamília chamada
Hirmerelloideae. Embora existam dois nomes para esta família, Cheirolepidiaceae e
Hirmeriellaceae, nenhum dos dois foi corretamente erigido (Doludenko, 1978), porém o
nome Cheirolepidiaceae é o mais difundido e utilizado pela maioria dos autores atualmente
(e.g. Doludenko, 1978; Alvin, 1982; Watson, 1988; Gómez et al., 2002; Axsmith et al, 2004;
Kunzmann et al., 2006).
O caráter mais típico da Família Cheirolepidiaceae e o único pelo qual podem se
agrupar seus componentes, é a presença de grãos de pólen do gênero Classopollis Pflug
(Doludenko, 1978; Watson, 1988), antigamente também chamados Corollina Malyavkina ou
Circulina Malyavkina (Pocock & Jansonius, 1961; Traverse, 2004). Estes grãos de pólen
estão distribuídos, estratigraficamente, desde o Neotriássico até o Turoniano (Reyre, 1973;
Srivastava, 1976), registros posteriores são interpretados como retrabalhamentos (e.g.
Vakhrameev, 1970; Archangelsky & Romero, 1974). Sua distribuição geográfica é global,
sendo menos abundantes em altas latitudes (Vakhrameev, 1970; Brenner, 1976).
As características morfológicas dos grãos de pólen de Classopollis Pflug são
notáveis, ocorrendo tanto em grãos isolados quanto em tétrades. Os grãos isolados
possuem uma forma aproximadamente esférica, apresentam marca trilete em área polar
proximal e um criptóporo circular em área polar distal que corresponde a uma exina mais
fina. Um canal circumpolar subequatorial entre o equador e o pólo distal ou rímula. O
equador está definido por uma banda de exina espessada e geralmente estriada no interior.
(Srivastava, 1976; Watson, 1988).
A afinidade dos grãos de pólen de Classopollis com macrofósseis foi estabelecida
com base em cones masculinos da espécie Hirmeriella muensteri Hörhammer portando este
tipo de grão (Harris, 1957). Posteriormente, Barnard (1968) descreveu e comparou
Classopollis encontrado em restos vegetais dos gêneros Masculostrobus, Brachyphyllum,
Cheirolepis e Pagiophyllum, sugerindo que estes gêneros pertenciam à mesma família, a
Cheirolepidiaceae.
Além dos grãos de pólen do tipo Classopollis, não há outras características
morfológicas que agrupem esta família, os hábitos de vida, a morfologia e o tamanho das
folhas e dos cones masculinos e femininos, assim como suas características epidérmicas
são muito variáveis. As folhas, por exemplo, podem ser adpressas e carnosas, outras são
falcadas e helicoidalmente arranjadas, bem como folhas diminutas dispostas em verticilos
sobre caules articulados. Entre os gêneros mais representativos e que podem ser atribuídos
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
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a esta família com certeza encontram-se Brachyphyllum Lindley & Hutton emmend. Harris
(pro parte), Cupressinocladus Seward (pro parte), Frenelopsis Schenk, Pseudofrenelopsis
Nathorst emend. Srinivasan, Hirmeriella Hörhammer, Pagiophyllum Heer (pro parte),
Tomaxellia Archangelsky e Tarphyderma Archangelsky. Outros gêneros são,
potencialmente, membros desta família, eles são Androvettia Hollick & Jeffrey e Glenrosa
Watson & Fisher (Watson, 1988).
As afinidades filogenéticas, no interior desta família, parecem impossíveis de
determinar ou não se tem, até o momento, evidências sólidas que lhe permitam, igualmente,
afinidades com outros grupos de coníferas (Watson, 1988). As características morfológicas
parecem relacioná-las com as famílias Araucariaceae, Taxodiaceae e Cupressaceae. A
família extinta Voltziaceae tem sido sugerida como ponto de derivação das
Cheirolepidiaceas (Archangelsky, 1968; Jung, 1968; Watson, 1988).
A ocorrência global dos grãos de pólen de Classopollis, desde o Neotriássico até o
Turoniano, pode indicar um habitat cosmopolita para as plantas que o produziam
(Srivastava, 1976), ajudado pela proximidade entre os continentes e a uniformidade
climática nesta época. Sua abundância numa assembléia polínica, é indicadora, segundo
Pocock & Jansonius (1961), de deposição perto da linha de costa sob condições climáticas
secas.
Embora a distribuição das Cheirolepidiáceas tenha sido global e sua ocorrência seja
amplamente conhecida no hemisfério Norte, existem poucos registros para América do Sul e
correspondem principalmente a ocorrências de altas latitudes, dos gêneros Tomaxellia
Archangelsky e Tarphyderma Archangelsky na Argentina (Archangelsky, 1963c, 1966, 1968;
Archangelsky & Taylor, 1986, 1991). Esta família também foi documentada em baixas
latitudes, com os gêneros Cupressinocladus, Brachyphyllum e Pagiophyllum no leste da
Colômbia (Pons, 1988; Van Waveren et al., 2002) e os gêneros Brachyphyllum, Tomaxellia e
Frenelopsis na bacia do Araripe no Brasil (Duarte, 1985, 1993; Kunzmann et al., 2006;
Sucerquia et al., 2006) e Pseudofrenelopsis na bacia de Lima Campos (Mussa et al., 1991).
Na Formação Crato, as Cheirolepidiaceas estão, palinologicamente, bem
representadas em muitos níveis estratigráficos por 4 espécies do grão de pólen Classopollis
Plfug e 3 do gênero Circulina Malyavkina (= Classopollis) (Lima, 1978a).
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
53
Gênero Brachyphyllum Lindley & Hutton emmend. Harris Espécie tipo: Brachyphyllum mamillare Lindley & Hutton
Este morfo-gênero agrupa ramos de coníferas com folhas escamiformes em arranjo
espiralado, as folhas são adpressas, com a parte livre ou a folha inteira de comprimento
menor do que a largura total dela (Harris, 1979).
Brachyphyllum é considerado por muitos autores como membro da Família
Cheirolepidiaceae (Srivastava, 1976; Watson, 1988) e por outros, como parte da Família
Araucariaceae (Kendall, 1949; Harris, 1979; Kunzmann et al., 2004). Este morfogênero,
provavelmente, abrange espécies que podem ser colocadas nas duas famílias, dada a sua
variabilidade morfológica e anatômica, bem como por terem sido encontrados seus ramos
em associação ou conexão orgânica com cones masculinos, contendo grãos de pólen dos
gêneros Classopollis ou Araucarites.
Grãos de pólen do tipo Classopollis são encontrados em cones masculinos
associados com Brachyphyllum scotii Kendall (Barnard, 1968; Van Konijnenburg-van Cittert,
1971). Barnard (1968) descreveu o cone masculino Masculostrobus rishra Barnard no
Jurássico do Irã. Estes cones portavam grãos de pólen do tipo Classopollis e encontram-se
associados a ramos folhosos de Brachyphyllum expansum com características cuticulares
semelhantes às do cone. Segundo o autor, a afinidade do cone com os ramos é evidenciada
pelo fato de que, apesar de não terem sido encontrados em conexão orgânica, são os
únicos tipos de cone e de ramo folhoso encontrados em associação na flora das camadas
por ele descritas.
Kendall (1949) comparou a cutícula de Brachyphyllum mamillare com a de
Araucarites phillipsi Carruthers do Jurássico de Yorkshire na Inglaterra, encontrando muitas
semelhanças entre elas. Comparou-as também com as do gênero atual Araucaria Jussieu,
encontrando características similares como a presença de aparelhos estomáticos
arredondados, com numerosas células subsidiárias, tendência dos estômatos a formar
fileiras longitudinais, embora suas orientações sejam variáveis. Couper (1958) descreveu
grãos de pólen do tipo Araucaricites provenientes de cones em conexão orgânica com
ramos folhosos de Brachyphyllum mamillare. Esta espécie também ocorre associada com
escamas de Araucarites cutchensis Feistmantel em Rajmahal Hills na Índia, embora esta
associação possa ser apenas coincidência (Ramanujam, 1957).
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
54
Algumas espécies do gênero Brachyphyllum cabem dentro da descrição do gênero
Pagiophyllum (Harris, 1979), sendo apenas diferenciáveis pelo comprimento da parte livre
da folha, cujos limites são transgredidos por espécies tanto de um quanto do outro gênero.
Espécimes do gênero Brachyphyllum são conhecidos no Eocretáceo do Brasil. Na
Formação Crato ocorrem as espécies B. obesum Heer, B. insigne Heer e B. corallinum Heer
(Duarte, 1985, 1989, 1993; Kunzmann et al., 2004) e, na Formação Romualdo, ocorrem B.
obesum Heer e B. castilhoi Duarte (Duarte, 1985).
Brachyphyllum obesum Heer Estampa III, Figuras 1-3, 5
Espécimes identificados: GP/3E 6065, GP/3E 7509, GP/3E 7540, GP/3E 9085 da
Coleção Científica “Murilo Rodolfo de Lima” do Instituto de Geociências da Universidade de
São Paulo (IGc-USP).
Descrição: Espécimes preservados como substituições de óxidos de ferro.
Correspondem a ramos folhosos não terminais, com ramificação monopodial e pinada até
duas ordens. O espécime mais completo é o GP/3E 6065. Neste, o ramo principal mede
82,5 mm de comprimento e 10 mm de diâmetro na parte proximal, que vai se estreitando,
progressivamente, em direção à parte distal até atingir 6 mm de largura próximo ao ápice. O
ramo principal ramifica-se num único plano.
Os ramos de segunda ordem saem em ângulos de 46º-56º, em pares sub-opostos
separados entre si por intervalos de 2-4 mm e de outros pares por intervalos de 4-18 mm,
encontrando-se os valores maiores na parte proximal. Estes ramos têm comprimento total
entre 16-35,5 mm e diâmetros correspondentes entre 5-7,5 mm. Os ramos mais basais
ramificam-se da mesma forma que o ramo principal, num único plano.
Os ramos de terceira ordem saem em ângulos de 41-44º e medem entre 3-13 mm de
comprimento e 3-4 mm de diâmetro.
Todos os ramos portam folhas densamente dispostas em filotaxia espiralada, com
duas folhas em cada faixa obliqua na parte basal do ramo principal e das ramificações. As
folhas são escamiformes em forma de rombo, sendo as basais assimétricas e as apicais
simétricas, de base e apice agudo. As folhas localizadas na porção mais proximal do ramo
são maiores que as encontradas na porção apical, medindo, as primeiras 7,1 mm de
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
55
comprimento por 7,4 mm de largura máxima, as folhas menores medem aproximadamente
2,4 mm de comprimento e 2,8 mm de largura, existindo folhas de tamanho transicional entre
estes dois tipos.
Caracteres epidérmicos e anatômicos não foram possíveis de serem observados
devido à falta de estrutura preservada.
Discussão: Os espécimes aqui descritos são muito semelhantes aos descritos para
a mesma formação por Duarte (1985, 1993) e alguns dos espécimes descritos por
Kunzmann et al. (Pl. 2, figs. 1-4; Pl. 4, fig. 1; Pl. 5, figs. 1,2,5; 2004).
A afinidade do gênero Brachyphyllum é aqui considerada com a Família
Cheirolepidiacaeae, principalmente pela abundancia, deste tipo de ramo folhoso, na
Formação Crato, onde ocorrem também numerosos grãos de pólen do tipo Classopollis e
escassos grãos de pólen de afinidade as Araucariaceae. Apesar disso, não pode ser
descartada a afinidade com essa familia.
Brachyphyllum ponsi sp. nov. Estampa III, Figuras 4, 6-8
Sinonímia 2004 – Brachyphyllum obesum Heer
Kunzmann et al. – Mitt. Mus. Nat.Kd. Berl. Geowiss Reihre
7: 159-160, Pl. 5, figs. 3 e 4.
Holótipo: MPSC PL 560 do Museu Paleontológico de Santana do Cariri da URCA
(Santana do Cariri, CE).
Parátipos: GP/3E 3586, GP/3E 6064, GP/3E 7518, GP/3E 7538, GP/3E 9117 da
Coleção Científica “Murilo Rodolfo de Lima” do Instituto de Geociências da Universidade de
São Paulo (IGc-USP).
Procedência: Pedreiras da rodovia entre os municípios de Santana do Cariri e nova
olinda (CE), Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil
Distribuição estratigráfica: Formação Crato, Grupo Santana, Aptiano Superior
Etimologia: ponsi – Latim, caso genitivo de Pons, tributo a Denise Pons, importante
pesquisadora francesa da paleobotânica e palinologia do Mesozóico sul-americano.
Diagnose: Ramos folhosos, pinados, de ramificação sub-oposta, râmulos de
contorno apical agudo saindo do eixo principal em ângulos de 30º-50º, retos, de
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
56
comprimentos não maiores de 3 cm e larguras relativamente uniformes, com os três apicais
menores, não ramificados. Ramos e râmulos de largura semelhante, cobertos por folhas
escamiformes, adpressas, em filotaxia helicoidal, com faixas obliquas de duas a três folhas.
Folhas ligeiramente assimétricas de contorno rômbico, base e ápice agudos arredondados,
percorridas por numerosas fibras paralelas que convergen no ápice. Ápice engrossado.
Estômatos dispostos em fileiras longitudinais.
Descrição: Fragmentos de ramo, terminal ou não, com uma ordem de ramificação
pinada num plano só. Na amostra MPSC PL 560, o ramo principal tem uma largura entre 5-
8,5 mm sendo menor nas porções mais distais. As ramificações são sub-opostas, saindo do
ramo principal em ângulos de 40-50º e que diminuem até 30º na porção distal do ramo
principal. Têm comprimento máximo de 3 cm que diminui progressivamente em direção à
parte distal e abruptamente nos râmulos mais apicais onde atingem até 3,5 mm de
comprimento. As larguras variam entre 5-7 mm.
Tanto o ramo principal quanto as ramificações portam folhas escamiformes,
adpressas em filotaxia helicoidal, com faixas obliquas de duas a três folhas. As folhas
medem entre 4-4,6 mm de comprimento e 3,6-4,7 mm de largura. As folhas são ligeiramente
assimétricas. Apresentam contorno rômbico de base e ápice agudos arredondados. São
percorridas por numerosas fibras paralelas e convergentes no ápice. O ápice apresenta-se,
quando é preservado como impressão, numa profundidade maior do que o resto da folha, o
que leva a pensar que estes ápices apresentavam algun tipo de engrossamento.
Apesar de que não foi encontrada epiderme preservada, algumas impressões das
folhas permitem observas aberturas estomáticas dispostas em fileiras.
Discussão: Ramos folhosos do gênero Brachyphyllum são abundantes na Formação
Crato. Comparando os restos aqui estudados, é possível perceber algumas diferencias em
relação aos já descritos e classificados na espécie B. obesum, elas diferem em algumas
características morfologicas, a ramificação em B. obesum apresenta até duas ordens, em B.
ponsi é encontrado um só. Os ramos se apresentam, no geral, com diâmetros maiores em
B. obesum, portando assim, um número maior de folhas por espiral. Os râmulos em B.
ponsi, possuem um contorno apical agudo, esta característica não é encontrada em
nenhuma das ordens de ramificação de B. obesum. Folhas bastante assimétricas são
encontradas a em B. obesum, enquanto em B. ponsi, essa assimetria é apenas perceptível.
Os engrossamentos apicais nas folhas são características exclusivas de B. ponsi.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
57
Brachyphyllum araripense sp. nov. Estampa IV, Figuras 1-8
Sinonímia 1991 – Ramos de conífera
Maisey – Santana Fossils: an illustrated atlas
p. 424
2004 – Brachyphyllum obesum Heer
Kunzmann et al. – Mitt. Mus. Nat.Kd. Berl. Geowiss Reihre
7: 159-160, Pl. 5, fig. 6.
Holótipo: MPSC PL 571 do Museu Paleontológico de Santana do Cariri da URCA
(Santana do Cariri, CE).
Parátipos: GP/3E 7498, GP/3E 7500, GP/3E 7504, GP/3E 7598, GP/3E 9119a,
GP/3E 9119b da Coleção Científica “Murilo Rodolfo de Lima” do Instituto de Geociências da
Universidade de São Paulo (IGc-USP).
Procedência: Pedreiras da rodovia entre os municípios de Santana do Cariri e nova
olinda (CE), Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil
Distribuição estratigráfica: Formação Crato, Grupo Santana, Aptiano Superior
Etimologia: araripense – (latim) de Araripe, Indicando a procedencia do material
estudado.
Diagnose: Ramos folhosos, mono ou bi-pinados, de ramificação alterna a sub-
oposta. Ramos de primeira ordem saindo do ramo principal em ângulos de 45º-65º,
levemente curvos, de contorno apical truncado ou arredondado, ramificados. Ramos de
segunda ordem saindo em ângulos de 60º-70º, retos, de contorno apical arredondado.
Ramos cobertos por folhas escamiformes, em filotaxia helicoidal, com faixas obliquas de 4
folhas. Folhas ligeiramente assimétricas, de contorno rômbico, de base convexa e ápice
agudo, percorridas por numerosas fibras paralelas que convergen no ápice. Margem coberta
por pêlos. Células epidérmicas poligonais alongadas, portando pêlos. Estômatos dispostos
em fileiras, irregularmente orientados. Afundados, do tipo haplocélico. Células subsidiárias
portando papilas. Traqueídes com pontuações areoladas uni ou bisseriadas.
Descrição: Espécimes preservados como substituições de óxidos de ferro.
Correspondem a ramos folhosos com ramificação monopodial até duas ordens. No
espécime MPSC PL 177 o ramo principal mede 122,28 mm de comprimento e 12,12 mm de
largura na parte proximal que vai se estreitando progressivamente em direção à parte distal
até atingir 10,77 mm de largura. O ramo principal ramifica-se num único plano.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
58
Os ramos de primeira ordem saem em ângulos de 45º-65º, foi possível observar um
único par de ramos sub-opostos, separados entre si por 2,5 mm, os outros ramos se
separam deste par e entre eles por intervalos de 9-16,5 mm. Os ramos de segunda ordem
têm comprimentos entre 27-54 mm e larguras relativamente constantes de 6,2-6,9 mm.
Unicamente dois ramos da parte distal se ramificam da mesma forma que o ramo principal,
num único plano.
Os ramos de segunda ordem saem em ângulos de 60º-70º e medem entre 3-13 mm
de comprimento e 3-4 mm de largura. Todos os ramos portam folhas densamente dispostas
em filotaxia espiralada, com duas folhas em cada faixa obliqua na parte basal do ramo
principal e das ramificações.
As folhas são escamiformes em forma de rombo, ligeiramente assimetricas, de base
convexa e apice agudo arredondado. Medem entre 2-7 mm de comprimento e 2-3 mm de
largura máxima. São percorridas por numerosas fibras longitudinais retas que convergem no
ápice. A margem na porção apical aparece delineada por uma faixa de pêlos.
Características epidérmicas e anatômicas foram preservadas. A epiderme apresenta
células poligonais alongadas de paredes anticlinais retas, com numerosos pontos de
inserção de pelos, podendo apresentar até três numa única célula. Os estômatos estão
dispostos em fileiras e irregularmente orientados. São afundados, de tipo haplocélico, com
células subsidiárias portando pontos de inserção de papilas. Discussão: Comparando esta espécie com Brachyphyllum obesum, se percebe que
a densa ramificação dos ramos de primeira ordem em B. obesum, não está presente em B.
araripense. A simetria e contorno das folhas é também diferente entre as duas espécies,
sendo as folhas de B. obesum muito mais assimétricas e não apresentam uma base
convexa como a de B. araripense, mas sim aguda.
B. araripense difere de B. ponsi, por apresentar duas ordens de ramificação e estas
em nenhum dos casos apresentam ramos com contorno apical agudo. As folhas de B.
araripense, não apresentam os engrossamentos apicais das folhas de B. ponsi.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
59
Gênero Tomaxellia Archangelsky
O gênero Tomaxellia Archangelsky foi definido para elementos da Flora de Ticó da
Formação Baqueró, Cretáceo Inferior da Argentina. É constituído de duas espécies: T.
degiustoi Archangelsky e T. biforme Archangelsky (Archangelsky, 1963c, 1966, 1968). A
distribuição geográfica deste gênero era considerada restrita ao sul da Argentina até seu
primeiro registro na bacia do Araripe (Kunzmann et al., 2006), evidenciando, deste modo, a
ampla distribuição paleolatitudinal dele em território sul-americano.
Este gênero foi inicialmente erigido para ramos folhosos com cutículas preservadas
(Archangelsky, 1963c, 1966) mas, posteriormente, foram encontrados exemplares de
Tomaxellia biforme Archangelsky em conexão orgânica com cones femininos e masculinos,
estes últimos contendo grãos de pólen do tipo Classopollis Pflug (Archangelsky, 1968;
Archangelsky & Gamerro, 1967). A presença destes grãos de pólen nos cones de
Tomaxellia Archangelsky permite situar este gênero dentro da família Cheirolepidiaceae.
Tomaxellia aff. T. degiustoi Archangelsky 1963 Estampa V, Figuras 1-5
Espécime identificado: GP/3E 9107 da Coleção Científica “Murilo Rodolfo de Lima”
do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP).
Descrição: Espécime preservado tridimensionalmente em substituição por óxidos de
ferro. Corresponde a um ramo folhoso de última ordem com folhas dispostas em filotaxia
helicoidal. O ramo mede 33,90 mm de comprimento e 1,79-2,07 mm de largura, porta 13
folhas inseridas helicoidalmente. As folhas, aparentemente, homomórficas, compridas e
estreitas, medindo entre 8-13 mm de comprimento e 1,3-2,5 mm de largura, lineares de
base decorrente e ápice agudo, aparentemente paralelinérveas.
As células epidérmicas são de forma retangular alongada, com paredes anticlinais
retas e longitudinalmente dispostas, às vezes, formando fileiras sinuosas. As paredes
periclinais apresentam uma superfície convexa e ligeiramente ondulada. As células da face
superior têm comprimento em média de 63 µm, com valores mínimos de 44,5 µm e máximos
de 86 µm. A largura é, em média, de 17 µm, com valores mínimos de 11 µm e máximos de
24 µm. Vistas em corte tranversal apresentam paredes periclinais (externas e internas)
medindo 7-12 µm, mais espessas do que as anticlinais que medem 6 µm.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
60
A folha é anfistomática, com estômatos haplocélicos distribuídos em fileiras
irregulares por toda a superfície da lâmina, com densidade, na porção apical desta, de 31
estômatos/mm². Os aparelhos estomáticos são circulares a ligeiramente ovais, medindo
entre 48,29 – 67,41 mm de diâmetro, com proporções de 1:1 (circulares) e 1:0,8 (ovais). Os
estômatos são monocíclicos, com células subsidiárias em anéis de 4-6 células, orientados
irregularmente e distribuídos entre as veias. As células guardiãs são moderadamente
afundadas.
Discussão: O espécime GP/3E 9107 apresenta características morfológicas muito
similares às descritas por Archangelsky (1963c, 1966), na diagnose da espécie Tomaxellia
degiustoi, tais como: ramos portando folhas alongadas e estreitas em filotaxia helicoidal. O
ângulo de inserção das folhas é também similar, sendo de 45º ou, às vezes, menor. A forma
das folhas, alongada e estreita, quase acicular com ápice agudo é característica de T.
degiustoi.
As características epidérmicas também se apresentam semelhantes às da diagnose
de T. degiustoi encontrada em Archangelsky (1963c). Ele descreveu as células epidérmicas
como quase exclusivamente retangulares, raramente isodiamétricas. No espécime GP/3E
9107, é encontrada esta característica. Folhas anfistomáticas, com estômatos distribuidos
por toda a superfície da cutícula superior da lâmina, dispostos em bandas mal definidas,
com suas aberturas, irregularmente, orientadas e densidade de estômatos decrescente em
direção ao ápice, são características encontradas também no espécime da Formação Crato.
A forma dos estômatos é também semelhante à descrita na diagnose, porém os observados
no espécime GP/3E 9107 foram sempre do tipo monocíclico, não sendo encontrados do tipo
dicíclico e o contorno do aparelho estomático é, predominantemente, circular.
Não foi possível observar, entretanto, as características epidérmicas da cutícula
inferior como as papilas na parte mediana e as bandas marginais não estomáticas. Dada a
falta de todos os elementos indicados na diagnose original da espécie encontrada em
Archangelsky (1963c), o espécime da Formação Crato foi considerado como Tomaxellia aff.
T. degiustoi, à espera de coletas de exemplares melhor preservados.
Tomaxellia aff. T. biforme Archangelsky 1966 Estampa V, Figuras 6-12
Espécime identificado: GP/3E 9106 da Coleção Científica “Murilo Rodolfo de Lima”
do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP).
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
61
Descrição: Fragmento de ramo folhoso não apical, preservado como substituição de
óxidos de ferro. O ramo tem comprimento de 17, 25 mm e largura entre 2,5-5 mm, portando
folhas em filotaxia helicoidal. As folhas são, claramente, dimórficas, com comprimentos
variando entre 4,5-12,5 mm e larguras entre 1,2-3,8 mm, estando as maiores em posição
mais apical do ramo. As folhas são falcadas e com a face abaxial convexa, coriáceas,
paralelinérveas, de ápice agudo e largura máxima próxima à base decorrente.
Na margem, exibem células epidérmicas de forma retangular muito alongada, de
paredes anticlinais retas e longitudinalmente dispostas. Medem entre 50-132 µm de
comprimento e 18-34 µm de largura. As mais largas podem apresentar pontos de inserção
de pelos circulares a elípticos, medindo 11-16 X 19-25 µm. A profundidade destas marcas
atinge 4 µm. Os aparelhos estomáticos são ovais a circulares, não muito bem preservados.
Discussão: Da mesma forma que T. biforme, o espécime GP/3E 9106 apresenta
heterofilia, com dois tipos de folhas, umas pequenas e adpressas e outras grandes com sua
parte livre voltada para fora, mas diferentemente da diagnose dada por Archangelsky
(1966), as folhas maiores, no espécime da Formação Crato, não saem em ângulos retos
mas sim em ângulos de aproximadamente 45º.
Caracteres epidérmicos foram, unicamente, observados na cutícula superior perto da
margem de folhas maiores. Desses carateres observa-se apenas a forma e dimensões das
células epidérmicas que, conforme a diagnose original do gênero dada por Archangelsky
(1966), são retangulares com mais de 100 µm e estão dispostas longitudinalmente.
Não foi possível observar estômatos, entretanto, se tivessem sido preservados eles
deveriam estar dispostos em duas faixas que iriam da base até o ápice da lâmina, deixando
uma faixa central e suas margens livres. As características epidérmicas observadas no
espécime da Formação Crato correspondem ao setor marginal, que deveria ser livre de
estômatos.
As características, principalmente as morfológicas e poucas epidérmicas,
encontradas no espécime GP/3E 9106, levam a identificá-lo como T. aff. T. biforme
Archangelsky. Porém uma atribuição específica mais segura não é possível pela falta de
caracteres cuticulares preservados, principalmente aqueles relacionados com a distribuição
e forma dos estômatos.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
62
A preservação de bases de pêlos sobre células epidérmicas, na margem da folha,
aproxima o espécime da Formação Crato do gênero Genitzia Endlicher, cujas folhas se
assemelham às de Tomaxellia Archangelsky (Watson, 1988), sem, contudo, apresentar
heterofilia no mesmo ramo.
Segundo Kunzmann et al. (2006), com base nas diagnoses de Harris (1979), as
folhas menores de Tomaxellia apresentam similaridade morfológica com as do gênero
Brachyphyllum e as maiores com as do gênero Pagiophyllum. Para Archangelsky (1968) as
folhas de Tomaxellia assemelham-se às dos gêneros Elatides ou Elatocladus.
Harris (1979) apresenta nas diagnoses das espécies Pagiophyllum kurrii (Schimper)
Salfeld e Brachyphyllum crucis Kendall, folhas heteromórficas, mas distintamente de
Tomaxellia biforme, as duas variedades de folhas, não se encontram no mesmo ramo mas
sim em ramos diferentes, sendo os mais curtos os portadores das formas menores.
Considerando que há alguns caracteres faltando e outros além dos diagnósticos de
T. biforme Archangelsky, prefere-se, no caso, identificar esse espécime como T. aff. T.
biforme.
Gênero Pseudofrenelopsis Nathorst Coníferas de ramos cilíndricos lisos, articulados, portando diminutas folhas de
apariência soldada ou adpressas e, às vezes, em longos intervalos. São conhecidas no
Eocretáceo da Europa, América do Norte, Ásia e África (Watson, 1977). Foram inicialmente
designadas como Frenelopsis Schenk. Posteriormente, foi erigido o gênero
Pseudofrenelopsis Nathorst (sinónimo de Manica Watson) para espécimes do Eocretáceo
do México.
Dentro do gênero Pseudofrenelopsis foram inseridas muitas das espécies descritas
anteriormente como Frenelopsis (Alvin, 1977; Watson, 1977) evidenciando a dificuldade
para delimitar estes dois gêneros. Poucas características podem ser diagnósticas para
estabelecer essa diferença. A presença de entrenós com bases de folhas não soldadas
indica claramente uma afinidade com Pseudofrenelopsis, mas a fusão das folhas está
presente tanto nesse gênero quanto em Frenelopsis (Srinivasan, 1995).
No geral, as folhas em Frenelopsis se encontram em verticilos de três e raramente
de duas, Pseudofrenelopsis possue uma única folha por nó e as folhas formam uma espiral
simples ao longo do ramo (Watson, 1977). Porém, esta característica não é completamente
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
63
determinante, pois, embora escassos, têm sido atribuídos a Pseudofrenelopsis ramos com
duas folhas por nó (Srinivasan, 1995).
Segundo Alvin (1977), a morfologia cuticular e dos ramos é similar entre os dois
gêneros, embora Watson (1977, 1983) indique que a presença de papilas dentro da abertura
estomática é uma característica presente na maioria das espécies de Frenelopsis.
Pseudofrenelopsis sp. Estampa VI, Figuras 1-7
Estampa VII, Figuras 1-17
Espécimes identificados: GP/3E 9118 da Coleção Científica “Murilo Rodolfo de
Lima” do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP), 428 Pb a, b,
858 Pb a, b do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Rio de Janeiro.
Descrição: Os espécimes 428 Pb a, b e 858 Pb a, b, apresentam-se parcialmente
substituídos por óxidos de ferro e como impressões pobremente preservadas, com escassos
detalhes epidérmicos. O espécime GP/3E 9118 apresenta-se parcialmente incarbonizado e
como impressão, com restos de cutícula preservados.
Consistem em caules folhosos articulados, na amostra 428 Pb a, b está ramificado
três vezes, sendo mais monopodial do que dicotômico. Na mesma amostr, as distâncias
entre as ramificações são de 19,90 mm entre a mais inferior e a seguinte e de 27,16 mm
entre a segunda e a terceira. Os ramos medem entre 172,40 a 238,82 mm de comprimento
e 4,9 mm de largura. O caule principal mede desde a base até a última ramificação 63,59
mm e tem 6,35 mm de largura. Os ângulos das ramificações varia entre 42º e 49º.
Os caules e ramos são segmentados, portando geralmente 1 folha por nó,
escamiforme e soldada na base constituindo o internó, com sua parte livre adpressa, de
forma triangular medindo 1 mm de altura e apresentando margem com pêlos. Alguns
escassos segmentos parecem exibir 2 folhas opostas. A filotaxia dos segmentos não está
bem definida, parecendo helicoidal. As bases dos segmentos estão separadas, em media,
por 7,6 mm, sem apresentar muitas diferenças entre caule e ramos.
Alguns fragmentos da epiderme dos segmentos foliares preservados na amostra 428
Pb a, foram analisados no MEV. Apresentam numerosas fileiras longitudinais de estômatos
de 120 µm de largura, separadas entre elas por faixas longitudinais que medem 50 µm de
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
64
largura e se encontram em posição mais elevada que as fileiras de estômatos. Embora as
características celulares dos aparelhos estomáticos não estejam muito bem preservadas,
estes parecem ser de tipo monocíclico, apresentando um anel de 5 células subsidiárias. Os
aparelhos estomáticos medem 60 µm de comprimento e 70 µm de largura. As aberturas
estomáticas não estão uniformemente orientadas, sendo longitudinaia ou oblíquas. As
células epidérmicas situadas nas fileiras de estômatos são, geralmente, isodiamétricas com
bordas arredondadas, medindo entre 30-50 mm de diâmetro. Estas células se encontram
em uma fileira de cada lado dos aparelhos estomáticos separando-os das faixas mais
elevadas e em uma ou duas fileiras entre os estômatos. Algumas destas células parecem
apresentar papilas.
Da amostra GP/3E 9118 foi possível obter cutículas, nelas é possível distinguir
características epidérmicas diferentes segundo a parte da folha à qual pertencem. Na
porção basal da folha, existe uma zona livre de estomatos, com células epidérmicas
alongadas de paredes grossas. A medida que se avança em direção ao ápice, vao
começando a aparecer os estômatos, inicialmente dispersos, mas que na porção média da
folha tornam-se numerosos, sendo claramente, visível a disposição deles em fileiras,
adjacentes ou separados entre si por células epidérmicas isodiamétricas de paredes
grossas, estas células, quando são encontradas no limite de duas fileiras de estômatos, têm
suas paredes adjacentes muito engrossadas, constituindo uma faixa longitudinal que separa
as duas fileiras. Esta disposição dos estômatos em fileiras é mantida até a porçao apical da
folha, antes de chegar à parte livre. As fileiras de estômatos, quando chegam à porção
apical, curvam-se em direção ao ápice da folha. As células epidérmicas nesta parte da folha
apresentam-se achatadas em relação ao eixo longitudinal, e apresentam papilas sobre a
parede periclinal que se dobram por cima da abertura estomática. A parte livre da folha, de
forma triangular apresenta estômatos dispersos e numerosas células epidérmicas provistas
de pelos que apontam em direção ao ápice da folha.
Anatomicamente, foi possível observar em MEV, alguns caracteres, como a
presença de espessamentos helicoidais em elementos vasculares. Estes elementos estão
localizados em partes mais internas do caule, medem entre 11-15 µm de diâmetro e os
espessamentos atingem até 3 µm de espessura. Nas partes mais externas, é possível
observar os campos de cruzamento com pontuações areoladas. Também foram observadas
traqueides com pontuações areoladas uniseriadas.
Discussão: Espécimes com características similares aos aqui descritos,
pertencentes também à Formação Crato, foram colocados por Kunzmann et al. (2006)
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
65
dentro do gênero Frenelopsis. Segundo eles, os ramos apresentam segmentos com uma ou
duas folhas por verticilo que embora, nem sempre estejam preservadas, as estrias
longitudinais dos segmentos mostrariam a posição inicial das folhas, as quais, em muitos
casos apresentam arranjos decussados. A atribuição ao gênero Frenelopsis de Kunzmann
et al. é baseada no número de folhas por eles encontrado e pelo fato de não apresentar
suturas no segmento.
Como foi discutido anteriormente, estabelecer um limite entre os dois gêneros é
complicado. As características nas quais se basearam Kunzmann et al. (2006) para definir
seus espécimes como Frenelopsis são, muitas vezes, também encontradas em
representantes do gênero Pseudofrenelopsis.
Nos espécimes GP/3E 9118, 428 Pb a, b e 858 Pb a, b, não foram identificados
segmentos com duas folhas, mas concordantemente com os espécimes descritos por
Kunzmann et al. (2006), não há evidencias de suturas nos segmentos.
Caracteres epidêrmicos não foram descritos por Kunzmann et al. (2006). Uma
comparação deles foi feita com a espécie Pseudofrenelopsis parceramosa (Fontaine)
Watson que ocorre no Cretáceo Inferior dos Estados Unidos e da Inglaterra (Watson, 1977).
Apresenta os estômatos com a mesma distribuição em fileiras marcadas por
engrossamentos das paredes de celulas epidérmicas, como acontece no espécime da
Formação Crato. Os estômatos podem aparecer separados por celulas epidérmicas
isodiamétricas ou adjacentes nas duas espécies. Ambas apresentam papilas inseridas na
parede periclinal das células subsidiárias dobrando-se por cima da abertura estomática
cobrindo-a. Compartilham também a caracteristica de possuir uma densa cobertura de pelos
na parte livre da folha, mas nos espécimes descritos por Watson (1977), a margem apical da
folha apresenta pelos longos e soldados, o que não foi observado nos espécimes aqui
descritos. Pseudofrenelopsis parceramosa, apresenta também, ramos com segmentos
curtos, que não têm sido encontrados na Formação Crato.
As características anatómicas encontradas nos espécimes da Formação Crato, como
pontuações areoladas unisseriadas e os campos de cruzamento, são muito similares aos
descritos para Pseudofrenelopsis parceramosa por Alvin et al. (1981).
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
66
Ordem GNETALES Atualmente, as Gnetales são um grupo vegetal reduzido, que no passado foram
muito abundantes e diversificadas. Compreendem 3 gêneros viventes muito diferentes na
sua morfologia e ecologia. Gnetum tem distribuição em florestas tropicais úmidas e hábito
arbóreo ou de liana, suas folhas são quase idênticas às de angiospermas dicotiledôneas.
Ephedra é um arbusto que cresce em ambientes áridos a semi-áridos e que possui
diminutas folhas com forma de escama. Welwitschia é um gênero monoespecífico,
confinado atualmente aos desertos do leste africano e que produz somente um par de folhas
fitáceas de crescimento contínuo (Price, 1996).
Alguns autores baseados em análises cladísticas, morfológicas e anatômicas (Crane,
1985; Doyle & Donoghue, 1986, 1992; Doyle et al., 1994; Doyle, 1996), e moleculares (Bowe
et al., 2000; Chaw et al., 2000; Soltis et al., 2002), consideram as Gnetales viventes como
um grupo monofilético, com Ephedra, em posição basal, como grupo-irmão do clado
composto por Welwitschia e Gnetum. Chaw et al. (1997) consideram, também, as Gnetales
como um grupo monofilético, mas colocam Welwitschia como basal e grupo-irmão do clado
composto por Ephedra e Gnetum. Porém a monofilia das Gnetales é questionada, sendo
considerada como grupo parafilético com Welwitschia e Gnetum mais as Angiospermas
como um grupo monofilético, com Ephedra, na base, como grupo-irmão (Nixon, et al., 1994).
As características apontadas por vários autores, que defendem a monofilia deste grupo são:
a presença de grãos de pólen longitudinalmente estriados do tipo “ephedroide” (Crane,
1988, 1996), a presença de vasos com placas de perfuração crivadas (Carlquist, 1992,
1996) e pares de brácteas decussadas na base de óvulos e microesporangióforos (Crane,
1985).
As relações das Gnetales com outros grupos vegetais são também controversas; sua
posição tem sido uma das questões mais enigmáticas no estudo da filogenia das plantas
com semente (Burleigh & Mathews, 2004). Análises cladísticas, com base em dados
morfológicos de plantas viventes, as colocam perto das angiospermas (Crane, 1985; Doyle
& Donoghue, 1986; Loconte & Stevenson, 1990, Nixon, et al., 1994; Doyle, 1996). Quando
são incluídos dados fosseis, as Gnetales formam um clado junto com as angiospermas,
Bennettitales e Pentoxylon (Crane, 1985; Doyle & Donoghue, 1986, 1992; Nixon, et al.,
1994), referido como as Antófitas (Doyle & Donoghue, 1987). Análises cladisticas baseados
em dados moleculares colocam as Gnetales como o grupo irmão das Coníferas,
especificamente da família Pinaceae (Chaw et al., 1997, 2000; Bowe et al., 2000; Rydin et
al., 2002; Soltis et al., 2002).
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
67
As Gnetales compartilham com as coníferas características morfológicas dentro das
quais se incluem folhas lineares, esporófilos reduzidos (Doyle, 1996), pontuações areoladas
circulares com tori e espessamentos helicoidais no xilema primário, caráter compartilhado
também com as Ginkgoales (Carlquist, 1996). Da mesma forma que as coníferas e as
Cordaitales, as Gnetales possuem estruturas estrobilares que consistem em um ramo axilar
curto portando folhas escamiformes estéreis e esporófilos simplificados, sendo tanto o
feminino quanto o masculino, agregados em estróbilos compostos em Gnetales e
Cordaitales, na maioria das coníferas só o feminino é composto (Burleigh & Mathews, 2004).
Gênero Limaephyton gen. nov. Espécie tipo: Limaephyton cratense gen. et sp. nov.
Procedência: Pedreiras da rodovia entre os municípios de Santana do Cariri e nova
olinda (CE), Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil
Distribuição estratigráfica: Formação Crato, Grupo Santana, Aptiano Superior
Etimologia: Limae – Latim, caso genitivo de Lima, tributo a Murilo Rodolfo de Lima,
importante pesquisador brasileiro da palinologia do Grupo Santana; Phyton – de planta.
Diagnose: Planta herbácea de caule delgado, articulado e longitudinalmente
estriado, portando folhas simples decussadas, obovadas ou elípticas, com ápice agudo e
base cuneada, não pecioladas, coriáceas e de margem inteira. Venação flabelinérvea, fina
densa, dicotômica, sem veia principal, as veias laterais ao chegarem à margem da lâmina se
curvam em direção ao ápice juntando-se à veia, imediatamente, superior em ângulo agudo
simulando uma veia intramarginal.
Limaephyton cratense sp. nov. Estampa VIII, Figuras 1-12
Holótipo: CPCM 16 do Museu dos Fósseis do DNPM (Crato-CE).
Parátipos: GP/3E 7477, GP/3E 6048, GP/3E 6042 a, b da Coleção Científica “Murilo
Rodolfo de Lima” do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP),
MPSC PL 922 do Museu Paleontológico de Santana do Cariri da URCA (Santana do Cariri,
CE), 925 Pb do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Rio de Janeiro.
Procedência: Pedreiras da rodovia entre os municípios de Santana do Cariri e nova
olinda (CE), Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil
Distribuição estratigráfica: Formação Crato, Grupo Santana, Aptiano Superior
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
68
Etimologia: cratense – (latim) de Crato, unidade litoestratigráfica onde os espécimes
foram coletados.
Diagnose: Planta herbácea de caule delgado, articulado e longitudinalmente
estriado, ramificado, caule e ramos com dicotomias iso e anisotómicas. Porta 2 folhas
simples opostas em cada nó e decussadas, de forma obovada a elíptica, com ápice agudo
arredondado e base cuneada, não pecioladas, coriáceas e de margem inteira. Venação
flabelinérvea, fina, densa, dicotômica, sem veia principal media, as veias laterais ao chegar
à margem da lâmina se curvam em direção ao ápice encontrando a veia imediatamente
superior em ângulo agudo simulando uma veia intramarginal. Plantas monóicas, portando
cones masculinos e femininos eretos em nós de ramificações dicotômicas, os femininos são
maiores e se encontram num nível inferior aos masculinos, que ocorrem em dicotomias
distais. Descrição: Os espécimes CPCM 16 e MPSC PL 922 são os mais completos e
correspondem a caules ramificados com vários pares de folhas. O espécime 925 Pb
corresponde também a um caule ramificado, porém menor e fragmentado. Os espécimes
GP/3E 7477, GP/3E 6048, GP/3E 6042 a, b correspondem a ramos folhosos terminais com
um ou dois pares de folhas aparentemente jovens.
O espécime CPCM 16 corresponde a um caule articulado ramificado
dicotomicamente, preservado principalmente como impressão e algumas partes como
substituição por óxidos de ferro. Desde a base do ramo até a primeira dicotomia mede 29,68
mm de comprimento e 1,78 mm de largura na base, engrossando até 2,9 mm no nó. Nesse
ponto saem duas folhas opostas e dois ramos, a folha que sai para esquerda não está bem
preservada, com um comprimento apenas perceptivel de 15,86 mm, a folha que sai para
direita também não está bem preservada, mede 11,99 mm de comprimento e 3,87 mm de
largura. O ramo que sai para direita está fragmentado e mal preservado, medindo 10,34 mm
de comprimento (incompleto) e 0,89 mm de largura. O ramo da esquerda mede 45,35 mm
de comprimento até a dicotomia seguinte e 2,12-2,50 mm de largura engrossando-se até
4,85 mm no nó, do qual saem duas folhas opostas, dois ramos, um para esquerda e outro
para direita e um cone na parte central. As duas folhas apresentam-se dobradas ao meio no
sentido longitudinal. A folha que sai para direita mede 26,46 mm de comprimento e 5,50 mm
de largura, a que sae para esquerda mede 25,73 mm de comprimento e 8,15 mm de largura,
a largura das folhas, por estas estarem dobradas na metade, provavelmente seja o dobro da
largura observada. O ramo que sai para direita encontra-se fragmentado, medindo 27,19
mm de comprimento (incompleto) e 1,91 mm de largura. O ramo que sai para esquerda
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
69
mede 41,73 mm de comprimento até a dicotomia seguinte. O cone, que se encontra na
porção central, provavelmente corresponda a um cone feminino. Este mede 8,26 mm de
comprimento e 1,01 mm de largura.
O espécime MPSC PL 922 também corresponde a um caule articulado ramificado
dicotomicamente, mas este encontra-se preservado principalmente como substituição por
óxidos de ferro e como impressão em algumas partes. Desde a base do caule até a primeira
dicotomia, mede 21,80 mm de comprimento. Nesse nó, saem duas folhas opostas e dois
ramos de suas axilas. O ramo da esquerda mede 28,96 mm de comprimento até o nó
seguinte, onde saem duas folhas opostas e um ramo. Uma das folhas mede 11,93 mm de
comprimento e 4,58 mm de largura, e a outra 17,19 mm de comprimento e 9,09 mm de
largura. O ramo mede 20,09 mm até o nó seguinte, do qual saem duas folhas que não estão
muito bem preservadas, mas com um comprimento de maximo 10,95 mm.
O ramo, que sae à direita na primeira dicotomia, mede 37,91 mm de comprimento
até o nó seguinte, onde saem duas folhas opostas e um ramo. As folhas não estão muito
bem preservadas, medindo 22,36 mm de comprimento e 14,40 mm de largura máxima. O
ramo mede 43,66 mm de comprimento até o nó seguinte do qual sae uma folha de 31,42
mm de comprimento e 12,69 mm de largura e dois ramos fragmentados. A largura dos
ramos varia entre 2,05 mm e 3,71 mm.
Limaephyton duartei sp. nov. Estampa IX, Figuras 1-11
Estampa X, Figuras 1-9
Holótipo: GP/3E 6045 da Coleção Científica “Murilo Rodolfo de Lima” do Instituto de
Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP).
Parátipo: GP/3E 7470 da Coleção Científica “Murilo Rodolfo de Lima” do Instituto de
Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP).
Procedência: Pedreiras da rodovia entre os municípios de Santana do Cariri e nova
olinda (CE), Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil
Distribuição estratigráfica: Formação Crato, Grupo Santana, Aptiano Superior
Etimologia: duartei - Latim, caso genitivo de Duarte, tributo a Lélia Duarte,
paleobotânica brasileira que noticiou e estudou a Flora de Crato pela primeira vez.
Diagnose: Planta herbácea de caule articulado e longitudinalmente estriado,
ramificado dicotomicamente em nós engrossados. Porta 2 folhas simples opostas em cada
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
70
nó e alternas com as seguintes, de forma obovada a elíptica, com ápice agudo a
ligeiramente acuminado e base cuneada, não pecioladas, coriáceas e de margem inteira.
Venação flabelinérvea, fina densa, dicotômica, sem veia principal média; as veias laterais ao
chegarem à margem da lâmina se curvam em direção ao ápice encontrando a veia
imediatamente superior, em ângulo agudo, simulando uma veia intramarginal. Rizomas
também articulados e com raízes adventícias emergindo dos nós. Células epidérmicas
comuns poligonais e isodiamétricas, enquanto outras são retangulares e longitudinalmente
dispostas quando situadas por cima das veias. Aparelhos estomáticos de contorno elíptico
aleatoriamente distribuídos entre as veias, com aberturas estomáticas irregularmente
orientadas. Células guardiãs afundadas e reniformes. Cinco a sete células subsidiárias
proeminentes.
Descrição: Ramo folhoso de última ordem, com 92 mm de comprimento e largura
variável entre 3,89 mm (parte basal) e 1,77 mm (parte terminal). Possui 5 pares opostos de
folhas decussadas com espaçamentos de 26,8 mm (primeira e segunda), 27,9 mm (segunda
e terceira), 25,04 mm (terceira e quarta), entre os últimos dois pares não é possível perceber
o espaçamento pelo fato de que o ultimo par é muito jovem parecendo estar na fase inicial
de crescimento das folhas. O par mais basal de folhas se encontra a 14 mm do início do
ramo na amostra. Os outros ramos associados não são folhosos, mas sim rizomatosos,
apresentando características epidérmicas muito semelhantes a aquelas do ramo folhoso.
As folhas são simples, coriáceas, de margem inteira, não pecioladas. A forma e as
dimensões são variáveis de acordo com a posição no ramo. O par mais basal tem contorno
elíptico alargado, com base cuneada obtusa e ápice obtuso. As folhas medem 21 mm de
comprimento e 14 mm de largura. Seguindo em direção à parte distal do ramo, o segundo
par tem forma obovada larga, base cuneada aguda (60-70º) e ápice obtuso (120º), medem
29-32 mm de comprimento e 16-17 mm de largura. As folhas do terceiro par têm contorno
obovado estreito a oblanceolado, base cuneada aguda (40º) e ápice agudo acuminado (86º).
Medem 33 mm de comprimento e 14 mm de largura. No quarto par, as folhas apresentam
forma oblanceolada, base cuneada aguda (44º) e ápice agudo acuminado (60º), as
dimensões são menores que as anteriores, com 24 mm de comprimento e 7 mm de largura.
Discussão do gênero Limaephyton: Os espécimes analisados compartilham
características com diversos grupos de plantas, incluindo Sphenopsida, Gimnospermas e
Angiospermas.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
71
Ramos articulados e longitudinalmente estriados estão presentes nas Esfenófitas.
Entre elas existem ramos portando grupos opostos de folhas uninérveas soldadas, que têm
sido descritos como Schizoneura Schimper & Mougeot (Boureau, 1964), morfogênero
encontrado desde o Neopaleozóico até o Cretáceo (Stewart & Rothwell, 1993).
Diferentemente deste gênero, os espécimes estudados apresentam duas folhas simples
opostas, plurinérveas e com venação flabelada. Archangelsky (1970) define o gênero como
plantas arbustivas de caules delgados e entrenós amplos, onde os dois grupos opostos de
folhas só se encontram fusionados em indivíduos jovens. A espécie Schizoneura
gondwanensis Feistmantel apresenta características epidérmicas parcialmente similares às
de Limaephyton, com células epidérmicas alongadas sobre as veias e poligonais entre
estas, entretanto a espessura das paredes é muito mais fina em Schizoneura gondwanensis
Feistmantel; as folhas são hipostomáticas e, na fase abaxial esses estômatos se dispõem
em fileiras (Pant et al., 1982). Segundo os mesmos autores, o sistema vascular das
Esfenófitas, em geral, apresenta espessamentos escalariformes e pontuações areoladas.
Características tais como células epidérmicas de paredes espessas levam a
compara-las com as gimnospermas. Entre essas, os espécimes podem ser comparados
com algumas Ginkgoales, Coniferales e Gnetales.
A similaridade morfológica com folhas de Ginkgoales de duas espécies do gênero
Ginkgoites, G. crassipes (Feistmantel) Seward e G. dilatata (Heer) Teixeira, foi
imediatamente percebida. G. crassipes do Gondwana Superior, descrita no litoral de Madras
na Índia, Camada Sripematur em Ragavapuram e Sripematur (Prakash & Kumar, 2004), na
reprodução apresentada por Seward (1919, p. 28) mostra uma folha inteira com base
longamente decorrente percorrida por uma venação dicotômica, com numerosas nervuras
que se recurvam em direção à margem na parte visível da amostra. Os outros caracteres
não são mencionados. A espécie G. dilatata, descoberta em várias localidades jurássicas de
Portugal, corresponde a folhas divididas em seis lobos quando jovens. Elas fossilizam-se,
freqüentemente, em lobos isolados e a iconografia apresentada por Teixeira (1948, prancha
4) lembra completamente a forma geral das folhas de Limaephyton. Contudo, a descrição é
sucinta e a venação pouco visível.
Outros gêneros dentre as Ginkgoales fósseis, com folhas simples de margem inteira,
apresentam características em comum com os espécimes estudados. A venação flabelada
dicotômica é amplamente conhecida nas Ginkgoales fósseis e na única espécie vivente
Ginkgo biloba Linneu, mas, diferentemente delas onde a venação é, marginalmente, aberta,
os espécimes analisados possuem convergência acródroma das veias perto da margem.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
72
Porém, esta convergência é também encontrada em alguns gêneros fósseis de Ginkgoales,
e.g. Glossophyllum Kraeusel e Eretmophyllum Harris et al. 1974 emend. Gómez (In: Gómez
et al., 2000). Estes gêneros têm veias paralelas que convergem no ápice. Outra
característica que apresentam os espécimes estudados e que não possui o único
representante vivente das Ginkgoales, mas alguns gêneros fósseis sim, é a presença de
folhas anfistomáticas em Glossophyllum Kraeusel, Phoenicopsis Heer, Eretmophyllum
(Thomas) Gómez et al., Eretmoglossa Barale. A falta de detalhes anatômicos para alguns
táxons (Glossophyllum, Phoenicopsis, Eretmoglossa) não permite comparações mais
acuradas.
O gênero Nehvizdya Hlustik 1977, descrito para o Cretáceo Inferior da República
Checa e da Espanha, compartilha muitas características morfológicas e anatômicas com
Limaephyton. Este gênero é considerado como de afinidade ginkgoaleana pertencendo à
Família Karkeniaceae (Gómez et al., 2000). Tanto Nehvizdya quanto Limaephyton possuem
folhas simples, coriáceas, com veias dicotomicamente ramificadas, mas no caso da
Nehvizdya, as veias são paralelas e ligeiramente convergentes no ápice. Os estômatos nos
dois gêneros são do tipo haplocélico, afundados e aleatoriamente distribuídos entre as
veias, com aberturas estomáticas irregularmente orientadas. Limaephyton carece de células
subsidiárias com paredes periclinais. Apresenta dobras internas pendendo sobre as células
guardiãs como em Nehvizdya. Além disso, nos espécimes de Crato não foram encontrados
corpos resinosos no mesofilo, como acontece em Nehvizdya e outras Ginkgoales.
Outro grupo de gimnospermas com o qual Limaephyton compartilha algumas
características são as Cordaitales. Apesar deste grupo ter existido num intervalo de tempo
restrito ao Paleozóico (Carbonífero a Permiano), algumas ocorrências dele são registradas
no Triássico da Argentina (Archangelsky, 1970) e de África do Sul (Anderson & Anderson,
1983) e outras ocorrências possivelmente pertencentes a este grupo poderiam ter existido
ainda no Cretáceo (Rothwell, 1988). Nas Cordaitales, alguns gêneros como
Noeggerathiopsis, Dicranophyllum e Euryphyllum possuem características morfológicas em
suas folhas, com muitas semelhanças às de Limaephyton, tais como: a venação flabelada
dicotômica e sem nervura mediana esta presente em muitas das espécies dos dois gêneros.
Em Coniferales, as folhas do gênero Agathis (Araucariaceae) possuem um ápice
mais estreito; as veias se abrem em dicotomias em direção à borda e ao ápice. Ao se
aproximarem da borda fletem-se para cima cursando paralelas a ela até desaparecer a partir
do terço médio do limbo, enquanto as veias mais centrais seguem retas e dicotomizantes
até o ápice. A venação é nitidamente aberta como no gênero Nageia (Podocarpaceae),
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
73
onde a folha é percorrida por veias longamente paralelas à borda antes de se juntarem no
ápice.
O grupo vegetal com o que Limaephyton gen. nov. compartilha mais características
tanto morfológicas quanto anatômicas é o das Gnetales. Representantes desta ordem já
foram encontrados na flora da Formação Crato, tanto como macrofósseis agrupados nas
famílias Welwitschiaceae (Mohr & Friis, 2003; Dilcher et al. 2005) e Ephedraceae (Kerkhoff
et al., 2005)
A Família Welwitschiaceae está presente na Formação Crato com a espécie Cratonia
cotyledon Rydin Mohr & Friis correspondente a uma plântula com dois cotilédones (Rydin et
al, 2003) e as espécies Welwitschioprisca austroamericana Dilcher, Bernardes-de-Oliveira,
Pons & Lott, descrita a partir de ramos jovens com 2 cotilédones, Welwitschiophyllum
brasiliense Dilcher, Bernardes-de-Oliveira, Pons & Lott, criada para folhas isoladas e
Welwitschiostrobus murili Dilcher, Bernardes-de-Oliveira, Pons & Lott, que consiste em eixos
com cones masculinos (Dilcher et al., 2005). Estas plantas diferem de Limaephyton gen.
nov. em que suas folhas são alongadas, em forma de faixa e apresentam veias secundárias
do tipo chevron.
Outras formas atribuídas à Família Ephedraceae consistem em ramos dicásicos
áfilos com estruturas reprodutivas em posição apical (Kerkhoff et al., 2005). Fanton et al.
(2006b, 2006d) descrevem pequenas plantas com caules articulados longitudinalmente
estriados, com duas ramificações opostas, portando pares de folhas opostas, com venação
paralela e pequenas estruturas estrobilares, também da Família Ephedraceae.
Algumas características da Família Ephedraceae, como os ramos articulados e
longitudinalmente estriados, estruturas reprodutivas em nós que se dicotomizam, folhas não
pecioladas com venação acródroma, são comuns entre esa família e Limaephyton.
Welwitschia e Gnetum possuem estômatos sindetocélicos; os de Limaephyton são
haplocélicos como nas Ephedrales, e as células subsidiárias estão dispostas em círculo (5-6
células) enquanto os estômatos do gênero Ephedra estão cercados por duas células laterais
e duas células polares com os ostíolos orientados segundo o eixo da folha, reduzida a duas
ou mesmo três nervuras (Kubitzki, 1990).
Características anatômicas de Ephedraceae atuais lembram as encontradas em
Limaephyton. Espessamentos helicoidais nas paredes das traqueídes são encontrados em
quase todas as espécies de América do Norte e algumas poucas de Eurásia, mas não são
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
74
encontradas nas espécies de América do Sul (Carlquist, 1988b, 1996). Embora a presença
de elementos de vaso seja uma característica da ordem Gnetales, algumas espécies de
Ephedra de grandes altitudes, carecem deles, o que pode estar relacionado a escassez de
água seja por aridez ou por congelamento dela. A abundância de traqueídes versus a
escassez de vasos constitui um sistema de condução mais resistente e seguro em áreas de
seca climática ou fisiológica, dado que as traqueídes possuem a habilidade de confinar
bolhas de ar enquanto os vasos poderiam ser destruídos (Carlquist, 1988b, 1996). A falta de
vasos em Limaephyton, um caráter tão notável nas Gnetales, poderia estar relacionado a
adaptação a fatores climáticos e não à falta de afinidade com este grupo.
Entre macrofósseis gnetaleanos (Krassilov, 1986; Crane & Upchurch, 1987; Krassilov
& Bugdaeva, 1988; Crane, 1996; Cornet, 1996; Krassilov et al., 1998; Yang et al., 2005),
unicamente as espécies do Eocretáceo Drewria potomacencis (Crane & Upchurch, 1987) e
Leongathia elegans (Krassilov, et al., 1998) compartilham algumas características
morfológicas com Limaephyton. Ramos articulados e longitudinalmente estriados estão
presentes em todas. Drewria e Limaephyton portam duas folhas opostas em filotaxia alterna
saindo de cada nó, enquanto em Leongathia a filotaxia é espiralada, saindo geralmente 4
folhas fusionadas pela base, em cada nó. As folhas são simples, de margem inteira em
Drewria e Limaephyton, conadas na base em Leongathia. As folhas de Limaephyton
possuem uma bainha menos desenvolvida que aquelas de Drewria e Leongathia. A venação
descrita para Drewria é muito diferente daquela de Limaephyton: enquanto Drewria
apresenta duas ordens, a primária paralela e pouco densa e a secundária do tipo chevron,
Limaephyton tem só uma ordem de venação densa, porém de diferentes calibres que
poderiam corresponder às fibras subepidérmicas longitudinalmente orientadas de Drewria.
Caracteres epidérmicos das folhas estão descritos em Leongathia, compartilhando com
Limaephyton a distribuição de estômatos entre as veias, células guardiãs afundadas e
aberturas estomáticas irregularmente orientadas, porém as células subsidiárias
individualizadas não são reconhecidas em Leongathia. Espessamentos helicoidais e
pontuações bisseriais também são caracteres em comum entre Limaephyton e Leongathia.
O caráter que aproxima Limaephyton das angiospermas e em especial das
monocotiledôneas é a fusão marginal das veias. Doyle (1973) e Doyle & Hickey (1976)
sugerem que certos caracteres como a presença de várias ordens de veias, assim como a
fusão marginal das veias primárias em direção ao ápice poderiam evocar as
Monocotiledôneas. Troll (1938) fala de venação estriada para designar essa fusão apical. De
fato existem vários cenários possíveis dado que em Liliaceae (Liliales), Marantaceae
(Zingiberales) e Araceae (Alismatales) cada veia da zona apical próxima à borda, se junta
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
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com a veia superior suprajacente e convergem em direção ao ápice (Foster et Gifford,
1974). Algumas monocotiledôneas possuem uma base foliar curta, um pecíolo diferenciado
e um limbo, outras uma folha invaginante. Finalmente podem-se observar folhas que não
apresentam nenhuma diferenciação entre pecíolo e limbo (Dahlgren et al., 1985).
Os estômatos das monocotiledôneas geralmente têm seus ostíolos paralelos ao eixo
das folhas, mas a maior parte das Ariflorae e numerosas Dioscoreales têm seus ostíolos
divergentemente orientados como é o caso de Limaephyton. Em compensação, o tipo
paracítico é predominante nessas monocotiledôneas (Dahlgren et al., 1985), sendo
equivalente ao tipo sindetocélico das gimnospermas (Metcalfe & Chalk, 1950), enquanto os
estômatos de Limaephyton são do tipo haplocélico.
As duas espécies do gênero, embora semelhantes, diferem em algumas
características. O comprimento dos internós é menor em L. duartei, às vezes, com a metade
de comprimento dos internós de L. cratense. Os engrossamentos dos nós são mais visíveis
em L. duartei. A largura dos caules é também maior nesta espécie.
As folhas também apresentam-se semelhantes, diferem principalmente no contorno,
sendo as de L. cratense, no geral, mais oblongas que as de L. duartei, embora esta última
possua folhas deste tipo na parte mais apical dos ramos.
Características epidérmicas e anatómicas não foram possíveis de ser comparadas
pela falta de preservação de estrutura em L. cratense.
A presença de abundantes estômatos na epiderme dos caules, é um forte indicador
de que estas plantas tinham um hábito herbáceo.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
76
Gênero Limaephytophyllum gen. nov. Espécie tipo: Limaephytophyllum mohrium
Procedência: Pedreiras da rodovia entre os municípios de Santana do Cariri e nova
olinda (CE), Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil
Distribuição estratigráfica: Formação Crato, Grupo Santana, Aptiano Superior
Etimologia: Limaephytophyllum – Folhas destacadas morfologicamente similares às
do gênero Limaephyton Diagnose: Folhas destacadas simples, obovadas, oblongas ou elípticas, com ápice
agudo e base cuneada, não pecioladas, coriáceas e de margem inteira. Venação
flabelinérvea, fina, densa, dicotômica, sem nervura principal. As veias laterais ao chegarem
à margem da lâmina se curvam em direção ao ápice, juntando-se à veia imediatamente
superior em ângulo agudo, simulando uma veia intramarginal.
Limaephytophyllum mohrium sp. nov. Estampa XI, Figuras 1-12
Estampa XII, Figuras 1-14
Holótipo: GP/3E 7480 b da Coleção Científica “Murilo Rodolfo de Lima” do Instituto
de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc-USP).
Parátipos: GP/3E 6038, GP/3E 6051, GP/3E 7472, GP/3E 7480 a da Coleção
Científica “Murilo Rodolfo de Lima” do Instituto de Geociências da Universidade de São
Paulo (IGc-USP), 215 Pb, 612 Pb, 548 Pb, 775 Pb do Instituto de Geociências da
Universidade Federal de Rio de Janeiro.
Procedência: Pedreiras da rodovia entre os municípios de Santana do Cariri e nova
olinda (CE), Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil
Distribuição estratigráfica: Formação Crato, Grupo Santana, Aptiano Superior
Etimologia: mohrium – tributo a Bárbara Mohr, paleobotânica alemã que tem
trabalhado amplamente na flora da Formação Crato.
Diagnose: A mesma do gênero
Descrição: Folhas destacadas preservadas como impressões ou subtituições de
limonita/goethita. As lâminas têm textura coriácea, são simétricas, de contorno obovado,
oblongo ou elíptico, base côncava a cuneada, com um angulo de 74o e ápice convexo com
angulo obtuso de 120o. Medem 18-37 mm de comprimento e 11-25 mm de largura máxima,
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
77
aproximadamente, na metade da lâmina. As proporções de comprimento/largura das
lâminas são variáveis, sendo de 2:1 nas formas oblongas e de 1,75 :1 nas formas obovadas.
A venação é flabelinérvea, dicotômica, com dicotomias aparecendo nos 2/3 inferiores
da lâmina, com ângulos entre 4º-7°. Não apresentam nervura mediana, mas na parte central
da base da lâmina de alguns espécimes encontram-se 3 veias proeminentes, que vão se
afinando em direção ao ápice até atingir o mesmo calibre das outras veias, sem chegarem a
constituir veias primárias. As veias são muito próximas na base, e vão se curvando, se
separando e dicotomizando a medida que a lâmina se amplia, atingindo a margem. As mais
centrais percorrem a lâmina em curso reto em direção ao ápice. As laterais desde a porção
mais basal, seguem paralelas à margem, mas curvam-se para as partes mais superiores em
direção ao ápice um pouco antes de atingir a margem, juntando-se com a veia
imediatamente superior. Formam assim uma aparente veia intramarginal. A densidade das
nervuras é em média de 2-3 veias/mm.
Nas amostras GP/3E 6051, GP/3E 7472, GP/3E 7480 b e MPSC 16, caracteres
epidérmicos foram preservados e alguns fragmentos foram analisados sob o MEV.
A epiderme abaxial parece fortemente cutinizada. As células epidérmicas são
poligonais, geralmente isodiamétricas. Elas medem, aproximadamente, 20-30 µm de
diâmetro. Sobre as veias, as células são retangulares, seu comprimento varia entre 25-50
µm e têm uma largura de 20-30 µm. São observadas 5 a 6 camadas de células retangulares
bordejando a folha e medem entre 50-70 µm (às vezes até 150 µm) de comprimento e 12,5-
25 µm de largura. As paredes são retas a ligeiramente sinuosas, com espessura de 4-5 µm.
Os estômatos se encontram entre as veias, dispostos aleatoriamente, sem formar
bandas ou fileiras, separados entre si por células epidérmicas isodiamétricas abauladas,
formando um padrão que se repete. As paredes periclinais são muito espessas. É difícil
observar se há papilas sobre as células, devido à substituição por limonita, que oculta
alguns detalhes. Os estômatos são de tamanhos diferentes (provavelmente de diferente
idade) sobre a borda da parte média do limbo.
Os aparelhos estomáticos são elípticos, medem 22-35 µm de comprimento total e 20-
30 µm de largura. Eles são rodeados por 6-7 células subsidiárias de relevo alto em relação à
câmara supra-estomática, das quais 1-2 são encontradas em posição polar e as outras são
distribuídas em torno das células guardiãs. As células subsidiárias são de tamanhos e
formas diferentes segundo sua posição, mas sempre têm as paredes periclinais muito
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
78
espessas. A espessura da parede anticlinal das células é menor, variando de 2,5-3 µm. As
células guardiãs são nitidamente afundadas em relação à superfície da epiderme. Elas são
reniformes, medindo aproximadamente 15-25 µm de comprimento por 4-7,5 µm de largura.
Nas bordas do ostíolo, observa-se um espessamento que mede 2-4 µm de extensão por 1,1
µm de espessura. Os ostíolos são diferentemente orientados, principalmente oblíquos ás
veias e sempre se encontram abertos, medem entre 9-14 µm de comprimento e 3-5 µm de
largura. As células guardiãs apresentam estrias dispostas radialmente em relação ao
ostíolo, as estrias são muito finas e contam-se 2 estrias a cada 5 µm. A densidade de
estômatos na face abaxial se encontra entre 58-64 estômatos/mm2, enquanto a
concentração de células epidérmicas é de 240 células/mm2. Esta proporção confere um
índice estomático de 2%.
A impressão da epiderme adaxial está parcialmente destruída, entretanto, é possível
seguir o curso das veias próximo à borda do limbo. Sobre uma distância de 1,7 mm se
observam 4 nervuras, espaçadas respectivamente por 200 µm, 600 µm e 450 µm.
Nesta face, os estômatos estão presentes, mas mal conservados e parecem
regularmente distribuídos sobre a superfície do limbo. Eles são mais raros que sobre a outra
face e mais difíceis de contar. Sua densidade é de 12 estômatos/mm2. Os aparelhos
estomáticos medem entre 30-40 µm de comprimento por 30-35 µm de largura. Eles são
freqüentemente mais arredondados que na outra face. As células guardiãs, afundadas, têm
um comprimento entre 15-35 µm e uma largura entre 6-10 µm. Os ostíolos são elípticos,
medindo 10-18 µm de comprimento por 2-6 µm de largura, com um espessamento de
aproximadamente 0,4-0,6 µm na borda do ostíolo. As células anexas freqüentemente
destruídas, são difíceis de observar, mas é possível perceber as paredes periclinais
abauladas e espessas que recobrem as células estomáticas.
As células do mesofilo são poligonais, geralmente pentagonais, medindo, por
exemplo, (C x L): 25 µm x 15 µm; 30 µm x 28 µm; 35 µm x 25 µm; 20 µm x 30 µm. Suas
paredes têm entre 1,5-3 µm de espessura.
Anatomicamente as veias são de dois tipos, as mais finas contem somente uma
fibrotraqueíde, as outras, um pouco mais espessas podem conter até 6. As fibro-traqueídes
têm um diâmetro variando entre 10-35 µm, com uma parede de, aproximadamente, 4µm de
espessura tanto nas veias finas quanto nas grossas. Elas são guarnecidas (ornamentadas)
com pontuações arredondadas a retangulares de 10 µm de diâmetro, com um lúmen
arredondado (3 µm de diâmetro) a oval horizontal (C x l: 3-6 µm x 2,5-3 µm). No MEV, o
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
79
lúmen se apresenta granuloso e mais sombreado que a aréola. As pontuações cobrem toda
a parede. É possível contar 10 pontuações unisseriadas por fila, de 110 µm de altura.
Embora não tenha sido confirmada a presença de veias intersticiais, no MEV, podem ser
observadas pequenas fibro-traqueídes que divergem das principais em ângulo de 50°, mas
isso pode estar relacionado ao inicio de uma dicotomia.
Às vezes, é possível observar a presença de torus nas pontuações areoladas, com
linhas curvas na margen (margo threads). As traqueídes apresentam espessamentos
helicoidais. Na amostra GP/3E 7472, se observa uma estrutura similar às perfurações dos
vasos, são de forma circular e medem, aproximadamente, 5 µm de diâmetro.
Discussão: Este gênero apresenta características morfológicas similares às folhas
do gênero novo Limaephyton, mas na parte epidérmica difere, pela presença de células
epidérmicas não estriadas e menos alongadas que as de Limaephyton duartei. Não foi
possível comparar suas caracteristicas com às da outra espécie L. cratense, pela falta de
preservação de estruturas nesta última.
Alguns dos espécimes apresentam similaridade morfológica com algumas folhas de
Limaephyton duartei (GP/3E 7480 a, b, 215 Pb, 612 Pb, 548 Pb, 775 Pb). Para os demais
(GP/3E 6051, GP/3E 7472, GP/3E 6038), não foi possível determinar se estariam mais
relacionados com L. duartei ou L. Cratense. Assim todas as folhas destacadas foram
agrupadas numa única espécie.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
80
CAPÍTULO VII – AVALIAÇÃO E INTEGRAÇÃO DE DADOS
VII.1. Composição florística da Formação Crato A paleoflora da Formação Crato compreende, além das gimnospermas,
angiospermas, fetos e outros componentes menos abundantes como licófitas e esfenófitas.
Macrofloristicamente, é estimada a presença de pelo menos 70-80 taxons, dos quais
60% corresponderia às gimnospermas, 30% às angiospermas e aproximadamente 10% às
pteridófitas (Mohr & Friis, 2000) (Figura VII-1).
Figura VII-2. Composição macroflorística da Formação Crato (Gráfico
construído a partir de dados de Mohr & Friis, 2000)
A partir dos dados palinológicos de Lima (1978a), é possível perceber que as
gimnospermas eram também dominantes microfloristicamente.
Figura VII-2. Composição mIcroflorística da Formação Crato (Gráfico
construído a partir de dados de Lima, 1978a)
As gimnospermas, então, constituíram o grupo vegetal mais abundante do
Eocretáceo da bacia do Araripe como, aliás, acontecia globalmente. Segundo Mohr et al.
(2006), elas ocorrem na forma de restos de Pteridospermales, Cycadales, Bennettitales,
Coniferales, Czekanowskiales e Gnetales. As Ginkgoales parecem ter estado ausentes na
flora sul-americana paleoequatorial, diferentemente, da Europa e Ásia, provavelmente
devido a causas ecológicas.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
81
Neste estudo, foi verificada a presença das ordens Bennettitales, Coniferales e
Gnetales. As Bennettitales são relativamente raras, estando representadas por duas formas,
cada uma com um espécime (Otozamites sp. e Zamites sp.). As Coniferales foram
observadas como o grupo mais abundante e diversificado, representadas pelas famílias
Araucariaceae e Cheirolepidiaceae. As Araucariaceae aparecem na forma de duas espécies
de megaesporófilos do gênero Araucarites. As Cheirolepidiaceae estão presentes na forma
dos gêneros Brachyphyllum, Tomaxellia e Pseudofrenelopsis. A presença de Gnetales foi
detectada sob a forma de dois gêneros novos: Limaephyton e Limaephytophyllum.
Na flora da Formação Crato, além das formas identificadas neste trabalho, Mohr et
al. (2006), numa avaliação de sua composição geral, registraram dentre as Bennettitales a
especie Willamsonia sp.; nas Coniferales, as famílias Podocarpaceae, Cupressaceae e
possivelmente Pinaceae, as duas últimas apenas na forma de grãos de pólen e um taxon de
afinidade incerta do gênero Lindleycladus; as Gnetales têm representantes das famílias
Ephedraceae, Welwitschiaceae e de prováveis famílias extintas.
VII.2. Aspectos paleoecológicos e paleoclimáticos Esta vegetação paleoequatorial única foi claramente adaptada a diferentes
ambientes (Figura VII-3). Plantas aquáticas cresciam sobre a superfície e submersas em
áreas rasas marginais de corpos aquosos. Nas margens pantanosas destes corpos, que
ficavam periodicamente inundadas, podiam crescer plantas higrófilas tais como,
angiospermas herbáceas, fetos e licófitas (Isoetes). Nestes pântanos, viveriam associados
numerosos anuros (Moura et al., 2006). Ainda nesta zona, provavelmente, encharcada por
água salobra, medravam as Coniferales da Família Cheirolepidiaceae que também
poderiam crescer em locais mais distantes do corpo aquoso. Distanciando-se dos corpos
aquosos e em áreas mais elevadas, começam a aparecerem outras gimnospermas, como
as Coniferales da Família Araucariaceae e as Bennettitales, em associação com Gnetales
da Familia Ephedraceae, que poderiam constituir a cobertura vegetal de áreas ensolaradas
abertas. Nas áreas mais distantes do corpo d’água e muito acima do lençol freático,
dominavam as Gnetales da Família Welwitschiaceae, podendo se desenvolver em leitos
secos de rios temporários, onde plântulas poderiam ser arrancadas e arrastadas para o
interior do corpo aquoso em períodos de chuvas torrenciais, conforme sugere o registro de
algumas plântulas bem preservadas (Mohr et al., 2006).
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
82
Figura VII-3. Reconstituição tentativa da paisagem eocretácea da bacia do Araripe, durante a deposição da Formação Crato, com ênfase na distribuição espacial da flora (Com base em reconstituições de Neumann, 1999 e Moura et
al., 2006).
Muitos dos restos vegetais encontrados na Formação Crato exibem adaptações tanto
à seca climática quanto fisiológica. Dentre estas feições adaptativas têm-se: folhas
coriáceas com células epidérmicas de paredes espessas com uma cobertura de abundantes
pelos e papilas, numerosos estômatos afundados e protegidos por papilas, principalmente
na face abaxial e hipoderme resistente. Kunzmann et al. (2004), baseiam-se na anatomia
das coníferas Lindleycladus e Brachyphyllum para concluir que estavam adaptadas a um
clima moderadamente quente ou quente sazonalmente seco, o que é confirmado pela
presença de pelos espinhosos, glândulas de sal, células oleosas e folhas coriáceas em
angiospermas e pteridophytas (Mohr & Rydin, 2002). Espessamentos helicoidais em
elementos condutores, também apresentam maiores frequencias em áreas secas,
igualmente a abundância relativa de traqueídes em relação a vasos em Gnetales e
Angiospermas (Carlquist, 1988a). Esta adaptação é interpretada como uma melhor e mais
segura forma de condução de agua.
A presença, na flora fóssil da Formação Crato, de coníferas da Família
Cheirolepidiaceae do gênero Pseudofrenelopsis confirma, além de condições climáticas de
aridez, a presença de um corpo de água salino. Este gênero, da mesma forma que o
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
83
gênero morfologicamente semelhante, Frenelopsis, outra conífera da Família
Cheirolepidiaceae, são frequentemente encontrados em ambientes salinos.
Abundantes estômatos em folhas e caules de plantas herbáceas poderiam ter
constituído adaptações a climas mais secos, que provavelmente ficariam abertos
unicamente à noite ou em intervalos de tempo curtos, para fazer o intercambio gasoso e
prevenir a perda de água, como acontece no gênero atual Welwitschia.
Palinomorfos, também indicam condiçoes climáticas áridas a semi-áridas para esta
bacia durante o Cretáceo Inferior, como acontece com outras floras e associações
palinologicas do nordeste de Gondvana. Evidencias sedimentológicas e paleobotânicas
indicam que a área NE de Gondwana esteve submetida no Aptiano-Albiano a um clima árido
a semi-árido com estacionalidade hídrica de espocas secas e chuvosas (Neumann, 1999).
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
84
CAPÍTULO VIII – CONTEXTO PALEOFLORÍSTICO SUL-AMERICANO
As floras eocretáceas da América do Sul podem ser inseridas dentro de duas das
quatro regiões floristicas globais definidas por Vakhrameev (1991). A mais setentrional, a
Região Equatorial, incluiria todo o norte do continente até a província de Neuquén (Latitude
38º-40º S) na Argentina e a meridional, a Região Austral, que comprenderia apenas a
Patagônia e o sul do Chile.
Diferentemente, das floras eocretáceas do hemisferio norte, amplamente descritas e
muito conhecidas, as do hemisferio sul são menos estudadas, porém não menos
abundantes e diversificadas. Destacam-se para o hemisferio sul, as floras da Região Austral
(Notal), dentre as quais as melhor estudadas, até o momento, são as da Austrália,
Antarctica e as da Argentina, podendo a composição desta última ser observada na Tabela
VIII-1.
A Região Equatorial da América do Sul, apesar de ser muito rica em diversidade e
abundância de macrorrestos vegetais do Eocretáceo, encontra-se até agora pouco
estudada, sendo as melhor conhecidas as do Brasil e da Colômbia. No Brasil, numerosos
macrorrestos de plantas foram registrados no Cretáceo Inferior de várias bacias e.g.
Recôncavo, Tucano-Jatobá, Sergipe-Alagoas, Araripe (Duarte & Japiassú, 1971; Mendes &
Petri, 1971), entretanto poucas foram descritas sistematicamente. A bacia do Araripe é a
que possui macrorrestos vegetais estudados mais profundamente (Tabela VIII-1). Na
Colômbia, está documentada uma flora equatorial eocretácea na região dos Andes Orientais
e Centrais que foi estudada principalmente por Huertas (1967, 1970, 1976), Pons (1982,
1988) e mais recentemente Van Waveren et al. (2002). Há também registros de macrofloras
eocretáceas na Venezuela, Equador, Peru, Norte do Chile e da Argentina.
Um levantamento das espécies componentes da macroflora já descritas para o
Cretáceo Inferior da América do Sul, com suas respectivas localidades, pode ser visto na
Tabela VIII-1. Sua localização geográfica é exibida na Figura VIII-1.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
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Figura VIII-3. Localidades macrofitofossilíferas eocretáceas da América do Sul,
(número da localidade referido na Tabela VIII-1)
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
86
Numa análise comparativa da composição das diferentes tafofloras, depreende-se
que as floras equatoriais ocidentais são mais ricas em fetos e não foram, até o momento,
registradas ocorrências de Gnetaleanas contrariamente ao que ocorre nas floras equatoriais
orientais (brasileiras), onde os fetos não contituem elementos abundantes.
As coníferas são os constituentes predominantes da flora na maioria das localidades.
No Brasil são abundantes os representantes da Família Cheirolepidiaceae, contendo
gêneros tais como Frenelopsis e Pseudofrenelopsis, que junto com as Gnetaleanas são
indicadores de climas áridos. Estes elementos não são encontrados na flora eocretácea do
ocidente da América do Sul.
Segundo Vakhrameev (1991), durante o Cretáceo Inferior um clima árido no Brasil,
norte da Argentina e parte do ocidente, centro e sul da África. Atribuído a que, aquelas
regiões ocupavam uma posição central no amplo continente constituído pela África e
América do Sul que ainda estariam ligados. Estas áreas ficariam distantes dos oceanos, o
que evitaria a penetração de umidade, talvez ajudado pela presença de algumas elevações.
Contrariamente, na borda ocidental da América do Sul, parece ter existido um clima mais
úmido, evidenciado pela baixa quantidade de grãos de pólen do tipo Classopollis e a
abundancia de esporos de fetos.
Os fatos anteriores podem ser tomados como evidências da existência de uma faixa
de maior umidade bordejando a parte litorânea ocidental do continente, enquanto a parte
oriental (Nordeste Brasileiro), correspondente à área intracontinental, sob um clima árido,
cujas condições seriam determinadas pela proximidade do continente africano e exigüidade
do proto-Oceano Atlântico. Assim, a Região Equatorial pode ser tentativamente subdividida,
na América do Sul, em duas províncias de características climáticas diferentes, uma
intracontinental sob clima árido e outra litorânea com maior umidade.
As floras do sul da Argentina e do Chile, que corresponderiam à Região Austral,
apresentam características diferentes às da Região Equatorial, com vários componentes
não encontrados nas floras equatoriais, como é o caso das Ginkgoales.
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CAPÍTULO IX – CONCLUSÕES
Os fósseis vegetais da Formação Crato são importantes pelo seu grau de
preservação, com muitos casos orgãos vegetais em conexão orgânica chegando, às vezes,
a apresentar plantas completas, e mesmo no caso de órgãos desconectados houve pouca
fragmentação.
Há poucos casos de matéria orgânica (cutículas) preservada, mas características
epidérmicas e anatómicas são passiveis de observação pela delicada subtituição por óxidos
de ferro.
As gimnospermas constituíam o grupo vegetal mais abundante na bacia do Araripe
durante o Cretáceo Inferior, como também acontecia no cenário global. Ocorrendo na forma
de Bennettitales, Coniferales e Gnetales.
As Bennettitales foram um componente aparentemente raro na flora da Formação
Crato, encontrado na forma de duas pinas destacadas das espécies Otozamites sp. e
Zamites sp.
As Coniferales estavam presentes com as famílias Araucariaceae e
Cheirolepidiaceae. Dentre as Araucariaceae são descritas as espécies Araucarites vulcanoi
Duarte e Araucarites kunzmanni sp. nov. As Cheirolepidiaceae estão representadas pelas
espécies Brachyphyllum obesum Heer, Brachyphyllum ponsi sp. nov., Brachyphyllum
araripense sp. nov., Tomaxellia aff. T. biforme Archangelsky, Tomaxellia aff. T. degiustoi e
Pseudofrenelopsis sp.
As Gnetales ocorreram na forma de três espécies: Limaephyton cratense gen. et sp.
nov., Limaephyton duartei gen. et sp. nov. e Limaephytophyllum mohrium gen. et sp. nov.
A paleoflora da Formação Crato exibe características adaptativas a baixa
disponibilidade de água, tais como: folhas coriáceas, células epidérmicas de paredes
espessas, coberturas de pelos e papilas, numerosos estômatos afundados e protegidos por
papilas, principalmente na face abaxial, hipoderme resistente e elementos conductores com
espessamentos helicoidais.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
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Alguns elementos encontrados na flora da Formação Crato, como as coníferas da
Família Cheirolepidiaceae, principalmente do gênero Pseudofrenelopsis, sugerem condições
climáticas áridas a semi-áridas e a presença, não muito distante, de corpos salinos de água.
A composição paleoflorística da Formação Crato, a insere dentre a Região
Equatorial, numa área intracontinental próxima da África e com características climáticas de
aridez, diferentes às da borda ocidental da América do Sul, mais úmidas.
Dissertação de Mestrado – IGc/USP SUCERQUIA (2006)
89
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