Capítulo 6

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL:A China como novo centro de inovação

mundial

“É UMA REVOLUÇÃO”Foi o que disse o CEO da Grow+, Paulo Ricardo Beck, ao abrir a palestra sobre transformação digital na última edição do AFTERNOW. Segundo o empreendedor, o mundo começou a entender que todo processo repetitivo feito pelo homem poderia ser automatizado, depois robotizado e agora digitalizado. Logo, as aceleradoras de startups têm a missão de olhar para o futuro, mas considerando o passado e o presente. A palestra seguiu com a tão esperada apresentação do CEO da CBIPA, o chinês In Hsieh, que falou sobre a aceleração de negócios e investimentos em tecnologia entre o Brasil e a China (o maior mercado do mundo de e-commerce, mobile payment e games).

Os chineses não usam o termo “crescimento”, mas “retorno”. Isto porque em vários momentos dos últimos 2000 anos, a China teve o maior PIB do

mundo. “Só nos últimos 500 anos perdemos este posto para outros países europeus”, frisou In Hsieh, reforçando os 1,4 bilhões de pessoas no país da

Ásia Oriental e a cultura de concorrência entre todos. “O número de habitantes no país é o principal motor do nível de competitividade, o chinês

precisa ser muito bom o tempo todo”, explicou.

BEM-VINDOS À NOVA CHINA DIGITAL

Na era da China digital, mais de 800 milhões de pessoas são usuárias da internet, o que significa quase 50% da população chinesa. Dentre este número, 90% acessam a web via mobile: o baixo custo dos aparelhos celulares e a disponibilidade de wi-fi facilitaram o acesso à tecnologia -também para novos usuários.

“A China criou um ambiente propício para esse desenvolvimento”, explicou In Hsieh, justificando a formação de 5 milhões de profissionais em STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) só no ano de 2016 no país.

Também na China digital, a Cultura 996 é consequente da intensa competitividade chinesa, levando pessoas a jornadas de trabalho de 12h por dia e seis dias por semana. Paralelo a isso, está a Shanzhai Culture, uma plataforma aberta com foco em cópia e inovação local, voltada ao desenvolvimento, criação, produção e aos canais de venda, e com capacidade de juntar hardware, software e online. Um dos principais resultados desta nova cultura chinesa é a mudança para o e-commerce e para o pagamento via celular.O Brasil deve estar atento às semelhanças com a China em relação à maturidade dos seus usuários, já que tem um perfil de público muito parecido com o chinês, ou ao menos mais parecido do que com o americano, de acordo com In Hsieh.“A China estar ganhando dinheiro com produtos deve servir de inspiração. Talvez a gente consiga fazer aqui, tão interessante quanto ou mais”, incentivou o empreendedor, que acredita que educação e aprendizado são “as grandes chaves”.

CULTURA 996,SHANZHAI CULTURE,

CHINAE BRASIL

As inovações que ocorrem em todo o mundo em decorrência desta transformação digital, como por exemplo as mudanças na cultura de compra e venda, são possibilitadas por ambientes digitais comuns: ao gerar dados e permitir o acesso a informações pessoais, o usuário se torna “conhecido” e facilita, por exemplo, a compra e a venda online, o e-commerce.De acordo com In Hsieh, é por ter acesso a estes dados que as empresas do mundo digital não são mais focadas no produto, e sim no cliente.Desta forma, na China, o exercício de disponibilizar dados pessoais é tratado comumente entre a população como uma maneira de contribuir para o benefício de todos.

INOVAÇÃO NOMODELO DE NEGÓCIOS

Os chineses estão descobrindo com a era digital que dar atenção às pessoas é ainda mais interessante que focar no produto, que a diversão é mais importante que o desconto e que o entretenimento e o engajamento do usuário são fundamentais no mundo dos negócios.

A reflexão que In Hsieh provoca é:

Como a sua empresa vai se portar neste cenário?

NOVOQUEBRA-CABEÇASDIGITAL

Sétimo capítulo: O FUTURO DA GASTRONOMIA (01/Outubro)

MAIN SPEAKERS:Chef Cris Mota e Chef Zi Saldanha