Cap 6 - Integração
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UFGD / FACET – Prof. Wellington Lima dos Santos – Cálculo Numérico (Notas de Aula 2009/II) Observação: Estas notas de aula não foram suficientemente verificadas, portanto podem conter erros.
1
6 INTEGRAÇÃO NUMÉRICA
Sejam f(x) uma função contínua no intervalo [a, b] e F(x) sua primitiva
(conhecida). Então:
( ) ( ) ( )b
af x F a F b= −∫
em que F’(x) = f(x). Quando a primitiva F(x) tiver expressão analítica muito complexa
ou simplesmente não for conhecida, tal como a primitiva de exp(x2), métodos
numéricos devem ser utilizados para avaliar a integral de f(x). Se apenas valores
discretos de f(x) forem conhecidos, também é necessário o uso destes métodos. Em
qualquer das situações citadas, a idéia básica da integração numérica consiste em
aproximar f(x) por um polinômio interpolador, cuja integral é de obtenção simples. A
escolha deste polinômio e dos pontos utilizados para determiná-lo irão definir os
vários métodos de integração.
6.1 Fórmulas de Newton-Cotes
As fórmulas de Newton-Cotes para a integração numérica utilizam pontos de
integração igualmente espaçados. Dividindo o intervalo [a, b] em n subintervalos de
comprimento h, tem-se:
( )
0, 1, 2,...,j
b ah
n
x a j h j n
−=
= + =
6.1.1 Fórmula dos trapézios
A fórmula dos trapézios corresponde a interpolar f(x) por um polinômio de
primeiro grau, ou seja, por uma reta secante.
y
x0
f (x)
=a x b=1x =a=0x 1x b x
y
P(x)1
f (x)
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Da geometria, sabe-se que
( )0( ) ( 1)
2
hA f x f x= +
Erro de truncamento da fórmula dos trapézios
Como nos demais métodos numéricos, o valor da integral obtido é uma
aproximação do valor exato da integral, portanto existe um erro, ou seja, uma
diferença entre a integral analítica (exata) e a aproximada. Para cada fórmula de
integração, é possível deduzir a equação que fornece o valor deste erro máximo.
Para a fórmula dos trapézios, tem-se:
3
max"( )
12
hE f a bβ β= − ≤ ≤
Este limite superior para o erro é determinado encontrando-se o valor máximo de
f''(x) dentro do intervalo [a, b].
Exemplo: Dada a integral 0,4
0cos( )x dx∫ , pede-se:
a) Calcular o seu valor aproximado pela fórmula dos trapézios
b) Calcular o valor máximo do erro cometido nesta aproximação
c) Comparar o valor da integral aproximada com o valor da integral analítica
Solução:
a) ( ) ( )0 1
0,4 0,0 0,4
0,4( ) ( ) cos(0,4) cos(0) 0,384212
2 2
h
hI f x f x
= − =
= + = + =
b) 3 3
max
'( ) ( ) "( ) cos( )
0,4"( ) ( cos(0)) 0,005333
12 12
f x sen x f x x
hE f x
= − ⇒ = −
= − = − − =
Utilizou-se –cos(0), porque este é o valor máximo (em módulo) que a segunda
derivada pode assumir no intervalo. Como Emax é positivo, o valor da integral exata é
maior que o valor da integral aproximada, o que já era previsível uma vez que cos(x)
é côncava para baixo no intervalo.
c) 0,4 0,4
00cos( ) sen( ) sen(0,4) sen(0) 0,389418x dx x= = − =∫
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Portanto, e erro real é:
0,389418 - 0,384212 = 0,005206 ( 0,00533)r
E = ≤
Fórmula dos trapézios composta
y
x0
f (x)
=a x b=nx
1x x2 x3 xn-2 xn-1
h h h h h
0 1 1 2 2 3 1
0 1 2 3 1
( ) ( ) ( ) ( )2 2 2 2
( 2 2 2 2 )2
n n
n n
h h h hI y y y y y y y y
hI y y y y y y
−
−
= + + + + + + + +
= + + + + + +
�
�
Erro de truncamento da fórmula dos trapézios composta
3
max 2
( )"( )
12
b aE f a b
nβ β
−= − ≤ ≤
Vê-se que o erro é inversamente proporcional ao quadrado do número de
subintervalos; por exemplo, se o intervalo [a, b] for dividido em 10 subintervalos o
erro máximo de integração será 100 vezes menor.
Exemplo:
Calcular o valor da integral do exemplo anterior dividindo o intervalo em 4 partes
iguais
Solução:
Neste caso é conveniente montar uma tabela dos valores (xi, yi).
xi yi
0,0 1,000000
0,1 0,995004
0,2 0,980067
0,3 0,955336
0,4 0,921061
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4
3
max 2
0, 4 00,1
4 4
0,1(1,000000 2 0,995004 2 0,980067 2 0,955336 0,921061) 0,389094
2
(0, 4 0)( cos(0)) 0,000333
12 4
0,389418 0,389094 0,000324 ( 0,000333)r
b ah
I
E
E
− −= = =
= + ⋅ + ⋅ + ⋅ + =
−= − − =
⋅
= − = ≤
6.1.2 Fórmula do 1/3 de Simpson
Esta fórmula aproxima f(x) por um polinômio P2(x), ou seja, por uma parábola,
portanto são necessários três pontos, o que exige um número par de subintervalos
de integração:
y
x0
f (x)
=a x b=2xx1
hh
=0x a 21x x b= x
y
P(x)2
h h
f (x)
0 1 2( 4 )
3
hI y y y= + +
Erro de truncamento da fórmula do 1/3 de Simpson
5
(4)
max( )
90
hE f a bβ β= − ≤ ≤
Pela equação do erro, verifica-se que a fórmula do 1/3 de Simpson fornece valores
exatos para integral de polinômios de grau igual ou inferior a 3, uma vez que a
derivada de quarta ordem dos mesmos é nula.
Exemplo:
Calcular o valor da integral do exemplo anterior, utilizando a fórmula do 1/3 de
Simpson
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Solução:
Como são necessários três pontos, o intervalo será dividido em dois subintervalos
de mesmo comprimento:
xi yi
0,0 1,000000
0,2 0,980067
0,4 0,921061
(3) (4)
5
0, 4 00, 2
2 2
0, 2(1,00000000 4 0,98006658+0,92106099)=0,38942182
3
" cos( ) sen( ) cos( )
0, 2cos(0) 0,00000356
90
0,38941834 - 0,38942182 = -0,00000348 ( 0,00000356)
x
r
b ah
I
f x f x f x
E
E
− −= = =
= + ⋅
= − ⇒ = ⇒ =
= − = −
= ≤
Fórmula do 1/3 de Simpson composta
y
x0
f (x)
=a x b=nx
1x x2 x3 xn-2 xn-14x
hh h h h h
0 1 2 3 4 2 1( 4 2 4 2 ... 2 4 )
3n n n
hI y y y y y y y y− −= + + + + + + + +
Erro de truncamento da fórmula do 1/3 de Simpson composta
5
(4)
max 4
( )( )
180
b aE f a b
nβ β
−= − ≤ ≤
Exemplo:
Calcular o valor da integral do exemplo anterior, utilizando a fórmula do 1/3 de
Simpson com a precisão 8 casas decimais após a vírgula.
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Solução:
O primeiro passo é determinar o número de subintervalos através da fórmula:
1
5 5 4(4) (4)
max 4
max
( ) ( )( ) ( )
180 180
b a b aE f n f
n Eβ β
− −= − ⇒ = −
8
max10E
−= é dado do problema e já se sabe que para 0β = , ( )(4)1f β = (valor
máximo da quarta derivada), logo
1
5 41/4
8
(0, 4 0,0)1,0 5688,88 8,8
180 10n
−
−= − = =
Como n deve ser par, adota-se n = 10.
0, 4 00,04
10
b ah
n
− −= = =
Os valores de yi da fórmula 0 1 2 8 9 10
/ 3 ( 4 2 ... 2 4 )I h y y y y y y= ⋅ + + + + + + podem ser
colocados na tabela abaixo, em que c são os fatores 1, 4 e 2.
assim,
0,0429,2063760886 0,3894183478
3 3i
hI c y= = =∑
Er = sen(0,4)– 0,3894183478 = –0,0000000055 (< 10–8
)
xi yi = cos(xi) c c x yi 0,00 1,0000000000 1 1,0000000000
0,04 0,9992001067 4 3,9968004266
0,08 0,9968017063 2 1,9936034126
0,12 0,9928086359 4 3,9712345434
0,16 0,9872272834 2 1,9744545668
0,20 0,9800665778 4 3,9202663114
0,24 0,9713379749 2 1,9426759497
0,28 0,9610554383 4 3,8442217532
0,32 0,9492354181 2 1,8984708362
0,36 0,9358968237 4 3,7435872947
0,40 0,9210609940 1 0,9210609940
ic y∑ = 29,2063760886
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Exercícios propostos
1) Dada a integral dxx∫5,1
3,0, pede-se:
a) Determinar o seu valor aproximado utilizando três trapézios.
b) Calcular o erro máximo cometido na aproximação anterior.
c) Calcular a diferença entre a integral exata e a aproximada, comparando esta
diferença com o erro máximo calculado anteriormente.
d) Quantas subdivisões seriam necessárias para calcular (pela fórmula dos
trapézios) a integral com erro igual ou inferior a 0,0001?
2) Determine o valor da integral 2
1
xe dx
−
∫ , pela da fórmula do 1/3 de Simpson, com
um erro inferior a 10-5.