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Regimento Interno, conhecer é preciso O neófito em atuação legislativa, mas que pretenda ofe- recer o seu nome ao exame do partido para vir a ser candidato a vereador poderá investir seu tem- po em aprimorar conhecimentos, buscar orientações da forma de ação, e conhecer um pouco da vida do município. Seria pedir muito a que um pretenso candi- dato se inteirasse do Regimento Interno da câmara e da própria Lei Orgânica. Contudo, é bom saber que o Regimento Interno é a mola mestra da organização do legislativo de cada município, sendo um instrumento delinea- dor das atribuições dos órgãos do Poder Legislativo. Não é lei, mas sim um regulamento da Câmara e nele são contempladas as fun- ções legislativas, administrativas, julgadoras e fiscalizadoras, sobre as quais falamos no artigo da edi- ção duzentos e quatro. Ele existe porque foi aprovado pelo plenário e é um ato normativo de exclusiva competência da Câmara. Editorial Nº 206 | Ano 04 | 04 de março de 2011 Litoral Norte | Distribuição Gratuita | Circulação Semanal | www.jornalcanalaberto.com.br Mauricio (Finanças), entrevistado no JCA Pág. 4 e 5 Cetesb respondeu a vereadores ilhéus Pág. 8 Moço de Convés - “caroço no angu” Pág. 3 Tiririca, integra Educação Nacional Pág. 3 GAC acompanha trabalho legislativo Pág. 3 Não são poucos os que se intitulam “donos de praias’, quando o espaço, por determinação federal, é de todos. A praia de Santa Tereza, região central de Ilhabela, parece ter dono. Residente nas imediações colocou vários barcos na praia, como se o espaço fosse de sua propriedade, impedindo o acesso e a passagem. A fiscalização faz vistas grossas e já existe bronca de vereadores para o caso. Falta explicação (e solução) Para muitos brasileiros, o ano inteiro é carnaval. Para Ilhabela, começa hoje a noite a grande comemoração, outrora pagã, quando Sua Majestade o rei Momo, Ronilan Rodrigues de Oliveira, receberá a chave da cidade das mãos do Prefeito Antonio Luiz Colucci, para reinar durante os folguedos de 2011. Aí sim é que vai “engrossar o cordão”. Milena, a rainha, será o ornamento da avenida. Festejemos com euforia Fotos: Ronald Kraag Foto: JCA canalABERTO litoral norte

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Jornal semanal editado em Ilhabela, SP, com notícias locais e das demais cidades do Litoral Norte - Caraguatatuba, São Sebastião e Ubatuba.

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Regimento Interno, conhecer é preciso

O neófito em atuação legislativa, mas que pretenda ofe-recer o seu nome ao exame do partido para vir a ser candidato a vereador poderá investir seu tem-po em aprimorar conhecimentos, buscar orientações da forma de ação, e conhecer um pouco da vida do município. Seria pedir muito a que um pretenso candi-dato se inteirasse do Regimento Interno da câmara e da própria Lei Orgânica. Contudo, é bom saber que o Regimento Interno é a mola mestra da organização do legislativo de cada município, sendo um instrumento delinea-dor das atribuições dos órgãos do Poder Legislativo. Não é lei, mas sim um regulamento da Câmara e nele são contempladas as fun-ções legislativas, administrativas, julgadoras e fiscalizadoras, sobre as quais falamos no artigo da edi-ção duzentos e quatro. Ele existe porque foi aprovado pelo plenário e é um ato normativo de exclusiva competência da Câmara.

Editorial

Nº 206 | Ano 04 | 04 de março de 2011

Litoral Norte | Distribuição Gratuita | Circulação Semanal | www.jornalcanalaberto.com.br

Mauricio (Finanças), entrevistado no JCA

Pág. 4 e 5

Cetesb respondeu a vereadores ilhéus

Pág. 8

Moço de Convés - “caroço no angu”

Pág. 3

Tiririca, integra Educação Nacional

Pág. 3

GAC acompanha trabalho legislativo

Pág. 3

Não são poucos os que se intitulam “donos de praias’, quando o espaço, por determinação federal, é de todos. A praia de Santa Tereza, região central de Ilhabela, parece ter dono. Residente nas imediações colocou vários barcos na praia, como se o espaço fosse de sua propriedade, impedindo o acesso e a passagem. A fiscalização faz vistas grossas e já existe bronca de vereadores para o caso. Falta explicação (e solução)

Para muitos brasileiros, o ano inteiro é carnaval. Para Ilhabela, começa hoje a noite a grande comemoração, outrora pagã, quando Sua Majestade o rei Momo, Ronilan Rodrigues de Oliveira, receberá a chave da cidade das mãos do Prefeito Antonio Luiz Colucci, para reinar durante os folguedos de 2011. Aí sim é que vai “engrossar o cordão”. Milena, a rainha, será o ornamento da avenida. Festejemos com euforia

Fotos: Ronald Kraag

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EDITORIAL

Sempre é bom conhecer o Regimento Interno de uma Câma- Já é um começoZé Paulo

José Paulo [email protected]

CA

FORMADORES DE OPINIÃO

Tunísia, Jordânia, Egito, Marrocos, Líbia, Bahrein, Jemen, e com certeza outros virão. Um levante geral! Revoluções apa-rentemente devidas à opressão sistemática de governos ditato-riais e muitas vezes sanguiná-rios. Os povos desses países, ainda que oprimidos e pobres em suas maiorias, conseguiram se organizar para um basta a esse estado de arbítrio que se sustenta há décadas, amparado pelo absurdo do capital imperia-lista que coloca interesses finan-ceiros acima de tudo e faz vista grossa aos atentados contra os direitos humanos. Esse crime de lesa humanidade tem seus dias contados, embora não sejam poucas as pessoas que acham que governos têm, em determi-nadas circunstâncias, o direito à tortura e outras barbaridades mais ou menos devastadoras. A massa está nas ruas com paus, pedras, coragem, determinação, perseverança e põe pra correr seus algozes, ainda que com o sacrifício de muitas vidas. Cada país tem suas particularidades, todavia, ao contrario do que se poderia supor, parece não haver cunho fanático-religioso em tudo isso mas, apenas e tão somente, o anseio pela dignidade humana e a batalha pela justiça social.

A coisa tem tudo para se espalhar pelo mundo, incluin-do o terceiro. Tanto é que aqui pelos ex campos de Pindoramas já começou. Num país escor-chado por impostos e taxas que mantêm, entre outras coisas: 1º- Uma máquina administrativa ineficiente e corrompida cedida gentilmente desde tempos de antanho a oligarcas que se jul-gam proprietários do patrimônio público e que têm o tempo e a tecnologia não como realidade neutra, mas construídos a seu favor para escravizar pessoas (John Zerzan). 2º- Assembléias legislativas de todos os níveis que se nutrem de conchavos que tornaram crônica a corrupção e que, no cômputo geral, nada pro-duzem ou só produzem porcarias desnecessárias e, via de regra, legislando em proveitos próprios numa falta de vergonha sem pre-cedentes. 3º- Um poder judiciário insuficiente que carece de cré-dito mínimo para desempenho satisfatório. 4º- Um estado pa-ralelo formado por ladrões, trafi-cantes, escroques de todo tipo, assassinos, etc, que diferem da maioria dos governantes e seus bandos apenas porque têm que, teoricamente, arriscar seus pes-coçinhos diariamente. A conse-qüência disso é mais que óbvia; o Estado não cumpre com seus deveres básicos e nada funcio-na a contento – vide educação, saúde, segurança e todo esse lero-lero eterno – enquanto dure – vomitado durante campanhas eleitoreiras.

Diante desse quadro, grupos razoavelmente organi-zados da população de várias capitais, principalmente as do cone sul-sudeste, se mobilizaram. Constituíram uma corrente infor-mal na base do boca-a-boca, bem aos moldes tupiniquins, como

nunca se viu e saíram às ruas! De cara as primeiras centenas de pessoas tiveram que enfren-tar os garbosos, educados, pre-parados, corajosos e impolutos policiais mancomunados à milícia metropolitana, gente de coragem ímpar que só espanca em grupe-lhos, certos de estarem, no míni-mo, sete contra um. O clima foi ficando pesado até que se ouviu o primeiro tiro. Estava formado o pandemônio! Como diria Ado-niran Barbosa, “era só brachola que voava”. A turma se defendeu como pode, atirando alambrados, garrafas, quentinhas... um ou ou-tro rojão pipocou aqui e acolá – há quem afirme ter visto gente com pistolas 7.65 e granadas de bolso, mas provavelmente seja coisa de neguinho infiltrado – contra o pe-lotão com seu gás lacrimogêneo, spray de pimenta, escudos de po-licarbonato, cassetetes de última geração, bombas de efeito mo-ral, balas de borracha, etc. Teve até deputado e vereador, desses partidos mais defensores do povo, que entraram na pancada e... estava oficializado o hemato-ma. Gente sangrando, pisoteada, queimada, um horror! Mas, até agora, não se tem notícia de mor-tos. Os hospitais das cercanias, já com pessoas amontoadas nos corredores, viraram a expressão máxima da humilhação. A coisa se estendeu madrugada afora. O populacho se entrincheirou atrás de carros tombados, apareceram bandeiras de todas as cores e, gritando palavras de ordem noite adentro o contingente de mani-festantes foi engrossando. Houve boataria sobre as forças armadas terem sido acionadas, fato que quase desencadeou um início de pânico, mas ninguém arredou pé. Nos telejornais, alguns comenta-ristas se posicionavam contra, ou-tros a favor, mas a maioria, confor-me costume, obrava e andava pra tudo aquilo.

Pela manhã do terceiro dia o poder capitulou e propôs o recebimento de palestrantes que portassem bandeiras, brancas e de preferência sem logotipos, para oficializar a queda do presi-dente, já no cargo sabe-se lá há quantos anos. Dentre as várias medidas acertadas, novas elei-ções serão marcadas o mais bre-ve possível e a promessa é de que ocorram sem fraudes detectáveis. Vitória afinal!

Como as instituições sócio-políticas do país são lai-cas (hmmm...) com toda certeza não houve cunho religioso nessa revolução. E foi assim que, final-mente, o rei Riciardo Trexeira foi escorraçado do poder e saiu pela porta dos fundos levando apenas uns quatro ou cinco ca-minhões com parcos pertences acumulados durante sua gestão e algumas dezenas de caixotes contendo caviar iraniano, garra-fas de Veuve Cliquot, Chateau La-fite Rothschild-95 e Blue Label. A EFMT (Entidade Futebolística Máxima Tupiniquim) finalmente terá outro soberano, democrati-camente escolhido, mas haverá cotas de votos, proporcionais ao tamanho das torcidas organiza-das... Claro! Daqui pra frente há chances remotas de que não ocorra muita sacanagem em 2014. Já é um começo.

O editorial de um jornal – apenas para quem ainda des-conhece -, é o primeiro artigo de um jornal, normalmente produzi-do pelo editor chefe (e, quando isso acontece, não precisa, nem deve ser assinado). Pois bem, no editorial da edição número du-zentos e quatro – há duas sema-nas – focalizamos tema que foi bastante comentado por leitores, repercutindo. “Pretensos candi-datos a vereador, preparem-se. Há tempo”. Longe do sarcasmo sugerido por alguns mal inten-cionados, o desenvolvimento da matéria prendeu-se ao fato de que não são poucos os que pre-tendem oferecer os seus nomes aos partidos políticos, engajan-do-se na luta político-partidária do município, como pretendentes ao importante cargo de vereador – tão importante que é previsto na Carta Magna – e que pode-ria, sem medo de errar há quem afirme – ser a base de grandes ações em favor do município, houvesse uma preocupação sóli-da e pertinente para a execução de um trabalho normatizado pe-las regras a ele adstritas.

A intenção única é de poder mostrar os caminhos para se exercer um bom mandato, na ação de fiscalização e capaz de legislar, longe de caminhos nem sempre benfazejos ao município e à comunidade, com base em li-ções de administradores e cons-titucionalistas que campeiam em órgãos públicos e mesmo no IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal - ou CEPAM – Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal, o primeiro no Rio de Janeiro, o segundo paulista.

O neófito em atuação legislativa, mas que pretenda oferecer o seu nome ao exame do partido para vir a ser candi-dato a vereador poderá investir seu tempo em aprimorar conhe-cimentos, buscar orientações da forma de ação, e conhecer um pouco da vida do município. Seria pedir muito a que um pre-tenso candidato se inteirasse do Regimento Interno da câmara e da própria Lei Orgânica. Con-tudo, é bom saber que o Regi-mento Interno é a mola mestra da organização do legislativo de cada município, sendo um instrumento delineador das atri-buições dos órgãos do Poder Le-gislativo. Não é lei, mas sim um regulamento da Câmara e nele são contempladas as funções legislativas, administrativas, jul-gadoras e fiscalizadoras, sobre as quais falamos no artigo da edição duzentos e quatro. Ele existe porque foi aprovado pelo plenário e é um ato normativo de exclusiva competência da

Câmara, não podendo, em hi-pótese alguma, sofrer interfe-rência do Estado ou do próprio Prefeito. Justamente pelo valor jurídico intrínseco, o Regimento Interno deve ser conhecido am-plamente pelo Vereador, pois o seu cumprimento é condição pri-mordial para o bom andamento dos trabalhos da Casa e como ato administrativo só é obrigató-rio para os membros da Câma-ra, no desempenho das funções que lhes são próprias. Não tem efeito algum para os munícipes, nem conterá disposições a eles endereçadas. Trata-se de um ato regulamentar, e, como tal, o Regimento Interno não pode criar, modificar ou suprimir di-reitos e obrigações, constantes da Constituição Federal ou das leis, em especial da Lei Orgânica do Município. Disciplina o proce-dimento legislativo e os traba-lhos dos Vereadores, da Mesa e da Presidência, bem como das Comissões – Permanentes ou Especiais – que vierem a ser constituídas para determinado fim. Em seu conteúdo estarão todas as disposições normativas da atividade interna da Câmara, desde que não invadam a área da lei. A função do Regimento Interno não é compor o órgão le-gislativo do Município, mas sim de reger os seus trabalhos. Toda disposição que escapar desse âmbito deve ser evitada no Regi-mento, justamente porque, não terá qualquer valor.

O Regimento Interno dirá sobre a Câmara, as funções, a sede e a instalação; a mesa, suas funções e modificações, a competência, as atribuições de seus membros, o plenário, as comissões, suas finalidades e modalidades, a formação e modificações, o funcionamento e competências. Cuidará dos Vereadores, exercício, interrup-

ção e suspensão do exercício da vereança e das vagas, liderança parlamentar, incompatibilida-des e impedimentos, fixação de subsídios, assim como das proposições e sua tramitação, modalidades e formas, espé-cies, apresentação, tramitação e retirada de proposição. Aten-ção também especial terão as sessões legislativas: ordiná-rias, extraordinárias e solenes; as discussões, deliberações, a disciplina dos debates; a ela-boração de procedimentos de controle, o orçamento, as codifi-cações, o controle, o julgamen-to das contas, a convocação de autoridades municipais, discipli-nando igualmente a ordem regi-mental, as questões de ordem e precedentes, a divulgação do Regimento Interno e a gestão dos serviços internos da Casa.

A representatividade proporcional dos partidos que integram o legislativo será ob-servada por ocasião da consti-tuição das Comissões e da pró-pria Mesa, e, salvo disposição contrária contida na Constitui-ção Federal, as deliberações da Câmara serão tomadas por maioria de votos. Certo é que, Emendas Constitucionais pro-mulgadas nos últimos anos de-terminaram alterações que têm refletido no Regimento Interno. Não são poucos os municípios que já aplicaram as modifica-ções cabíveis. Ilhabela, não.

Daremos novas obser-vações sobre essa questão, im-portante sob todos os aspectos e que têm despertado a atenção da comunidade, porque nem sempre ela sabe ou conhece o que faz, como faz, pode ou deve fazer um vereador, aquele que “vereia” e que zela pelo bem estar e sossego dos munícipes, vereando, exercendo as funções legislativas no Município. CA

Canal Aberto 206 | 04 de março de 2011 | www.jornalcanalaberto.com.br02

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NA PONTA DO LÁPISPreservação (1)Não são poucos os que recla-mam da Taxa de Preservação Ambiental instituída no muni-cípio e que é cobrada na saí-da da cidade, antes de entrar na balsa, rumo ao continente. Também não são poucos os municípios que aplicam esse tipo de cobrança. Se falar em Fernando de Noronha, onde o governo de Pernambuco cobra R$40,40 ao dia, com valor fechado para dez dias a R$329,60, pode surpreender. Acima de dez dias os preços sobem bastante, para evitar que permaneçam mais tempo por lá.

Preservação (2) Ainda neste semestre o valor da taxa será de R$ 65 para brasileiros e R$ 130 para es-trangeiros e a cobrança será feita pela Econoronha que venceu a licitação. Paraty (RJ) estuda a aplicação da taxa na Vila de Trindade, Parque Nacio-nal da Bocaina, recanto muito especial. São Luiz do Paraitin-ga limitou em 1.200 o núme-ro de veículos na cidade, sem acesso ao Centro Histórico. Cada um pagará R$ 50,00 de zona azul. Ônibus pagarão R$ 400,00; micros, R$ 300,00; vans, R$ 200,00. A cobrança em Ilhabela tem proporcionado investimento alto na área am-biental, preservando-a e me-lhorando consideravelmente, em todos os sentidos.

Profissões (1)Muito se tem falado sobre pro-fissões de homens e mulheres; até gente sem formação algu-ma dá os seus palpites. Porém, atentos a nomes que contem-poraneamente tem-se esmera-do em estudos sobre o tema, esta semana Marina Bentivo-glio – pesquisadora italiana, neurocientista da Universidade de Verona, uma das principais em atividades no mundo, dis-se: ”não há profissões só para homens ou só para mulheres”. Aliás, segue a mesma lição de Ruth Cardoso que repetia Mi-chel Quoist –“é tão importante descascar batatas quanto er-guer edifícios”. Então, o que se dirá de lavar um tanque cheio de roupas sujas?

Profissões (2)Feliz da mulher que pode em-prestar os seus conhecimen-tos ao município, à cidade e à comunidade em que vive. Lave roupas, sim, mulher; tricote o mais que puder, aproveite o seu tempo e diga ao mundo que a vida lhe pertence; a sua liberdade é íntegra; que o res-peito cabe em qualquer lugar; a educação idem e que todos, sem exceção, até os represen-tantes do povo (e seu também) precisam saber disso.

Humildade (1)Vai longe o tempo, certa vez

um jornal da região divulgou: “As comunidades de Ilhabela não estão sentindo a falta de melhor atendimento porque a organização ‘São Sebastião tem alma’ tem dado toda assis-tência que elas precisam. Infe-liz a entrevista concedida ao jornalista editor, recentemente desaparecido. A informação era imprecisa, inverídica mes-mo.

Humildade (2)A coerência do jornalista se apresentou num gesto de hu-mildade. A responsável pela de Saúde de Ilhabela foi ao jornal, mostrou a realidade, compro-vou que as visitas eram peri-ódicas, com médico, dentista, psicólogo e assistente social, e, o jornal, o jornalista e um vereador ilhéu se retrataram. Há sobreviventes envolvidos: perguntem ao Marco Antonio Mróz que ele confirmará. (É de seu feitio). Como diretor de

assuntos internacionais do re-luzente Partido Verde ele sabe quão importante é reconhecer equívocos, retratando-se. Ex-perientes agem assim.

O País mereceAcreditem: integra a comissão de educação e Cultura da Câ-mara Federal o deputado Fran-cisco Everardo de Oliveira Silva, considerado pelo TRE paulista um “analfabeto funcional e não absoluto” o campeão de votos e do PR (partido do Valdemar Costa Neto, o Boy, de Mogi das Cruzes), Tiririca. Merecemos. Cada povo tem o governo que merece. O que dirá ele no Pla-no Nacional de Educação, em breve, e logo mais na formata-ção da Lei de Responsabilidade

Educacional? Realmente, pior que está fica.

O Coral dançou?(1)Sei não; com dificuldades – sempre – de encontrar locais para os ensaios, os integran-tes do Coral Municipal Celina Pellizzari estão às voltas com espaço para as terças feiras, uma vez que utilizavam o recin-to da câmara de vereadores. É que, a partir desta semana as sessões do legislativo aconte-cem justo nas terças feiras (a primeira, a segunda e a quarta do mês), a partir das 18h.

O Coral (2)Pensar que esses abnegados coralistas são voluntários, dei-xam seus afazeres, seus lares, suas famílias e representam o município tanto aqui quanto fora, sob o comando de Tarcí-sio Bruder e Adriana Rêgo...Será que?...bem, deixe prá lá; os coralistas que continuem a

sua busca por um espaço para os seus ensaios. O espaço para ensaio do Coral foi para o espaço. Literalmente. O ensaio desta semana foi na Comidaria Donabela.

Praça, que praça?Tudo é permitido para quem tem grana? É o que dizem pescadores de Ilhabela. Prin-cipalmente aqueles que vêem barcos na areia da praia, ali em Santa Tereza, centro da cidade. E há, no imóvel uma placa proibindo a permanência de veículos. Pelo que se sabe, barco também é veículo.

GAC ativo (1)Recomeçando a sua tarefa, o Grupo de Acompanhamento da

Câmara voltou a se reunir esta semana. É um dos grupos de trabalhos do Instituto Ilhabela Sustentável que começará a questionar projetos inconsti-tucionais apresentados pelos vereadores. Tá na hora dos se-nhores representantes do povo começarem a ler (e entender), o Regimento Interno, a Lei Or-gânica do Município e a própria Constituição Federal. Ninguém quer ensinar nada para nin-guém, pelo contrário, o que nós – povo – queremos é aprender, ouvindo lições de vereadores.

GAC (2) O Projeto 01/2011, que trata de utilização de espaço público; se passar, a cara da Vila muda-rá. Tem vício de iniciativa, como tantos outros, fere a CF. Seria bom consultar entendidos. Há, na própria casa. Ou não?

GAC (3)O GAC vai questionar; vai suge-

rir, vai usar dos aparatos ele-trônicos para informar a popu-lação, e, se necessário irá ao Ministério Público. Rapidinho, rapidinho.

Hum, mau exemplo!19h45 de segunda (28), chine-los nos pés, autoridade fora do horário de trabalho estacionou o carro nas proximidades do Frade – defronte ao Foto Cen-tral; desceu, fez compras, re-tornou, entrou no carro, faróis apagados e deu ré, na Avenida Princesa Isabel; defronte a en-trada do estacionamento do supermercado, sem dar seta, acendeu os faróis e entrou na Rua Olímpio Leite da Sil-va, sem o cinto de segurança. Essa não! Coincidentemente,

repórter – que trabalha em tur-no dobrado – registrou o fato, a placa do carro e sabe muito bem quem é o motorista.

DVD de IlhabelaMartim Ramos e Zezé, do sem-pre lembrado Jornal da Ilha, com narração do Prof. Irineu têm, em mãos, um lindo DVD de Ilhabela. Quem viu gostou e está comprando para pre-sentear. Vale à pena (12) 9766 6566 é o celular do “milon-gueiro” que entregará em do-micílio. Vale à pena.

Deficiente?Sequer idosos veranistas e novos ilhabelenses desobe-decendo normas do trânsito, parando em fila dupla, cami-nhões de entregas abusando, sem fiscalização convincente, um motorista normalíssimo e não deficiente parando em vaga de deficiente (ou mes-mo de idoso, sem ser), prin-cipalmente na Vila, defronte a Caixa Federal, precisa ter a reprimenda (no bolso) do pes-soal do trânsito. A reportagem investigativa está atrás de mo-tivos que levam a não autua-ção do dito cujo.

Canal da ManchaCom técnico internacionalmen-te conhecido, (Igor de Souza), comprometido com a sua re-alidade, amplia-se o leque de preparação física, técnica e psicológica do competidor de grandes percursos de águas abertas, Harry Finger, disposto a atravessar o Canal da Man-cha. Problemas no joelho, ex-cesso de peso, mas com ritmo destemido para ano e meio de preparação e patrocinadores, Harry tem encontrado apoio de amigos, competidores que sabem de suas performances, e, principalmente da família. É um “tour de force”, mas valerá muito. Apoiemos, pois!

Caroço no anguEsse tal de curso de Moço de Convés para alguns parece ser um bicho de sete cabeças. Há muitos querendo – principal-mente de Ilhabela, e as difi-culdades sempre aparecerem – de todas as formas. À boca pequena comenta-se que, no continente ilhéus são menos-prezados e as dificuldades se avolumam. Está parecendo um angu, e, com muito caroço. Fosse argentino o encarregado de todo o problema existente, diria: no hay la plata. Será?

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Canal Aberto 206 | 04 de março de 2011 | www.jornalcanalaberto.com.br04LINHA DE FRENTE

Thereza Felipelli

Secretário de Finanças, Maurício Burizik Calil, traz da iniciativa privada conhecimentos aplicáveis à administração pública e revoluciona o setor da prefeitura de Ilhabela, aplicando cele-ridade a vários setores, cujos reflexos já são conhecidos e ficarão para sempre, utilizáveis, para as gestões vindouras do arquipélago. Acredita-se que essa evolução seja sempre lembrada

Secretário de Finanças de Ilhabela fala sobre mudanças necessárias no arquipélago e no Brasil. Todas importantesQuando aceitou sua função na prefeitura, a condição era poder avançar em áreas além de sua Pasta. Tratava-se de um compromomisso moral de abraçar um pouco mais que as paredes de sua secretaria, pois acredita que está tudo integrado e que pode ajudar em outras áreas. Devagar, seguindo planejamento eficaz, alcança objetivos previstos. Ilhabela agradece

Esta semana, nosso en-trevistado especial é o secretá-rio de Finanças, Maurício Burizik Calil, 47 anos.

Ele, que trabalha desde os 14 anos de idade, veio para Ilhabela há 25, quando - en-quanto cursava o segundo ano de Ciências Sociais na Unesp de Marilia, passou como escriturá-rio em um concurso do antigo Banespa, carreira que duraria 20 anos, tendo sido encerrada no banco já privatizado, o San-tander, como gerente de negó-cios e administrativo.

Ainda em Marilia, em 1981, como estudante, partici-pou da formação do PT (Partido dos Trabalhadores) na cidade, partido que também ajudou a fundar em Ilhabela. "Encerra-mos a existência legal do par-tido no arquipélago em 1994, quando um grupo julgou que ele estava caindo em mãos não muito próprias", disse Maurício, que desde então não é filiado a nenhum partido.

De 2004 a 2008, o atu-al secretário também foi gerente administrativo do Ilhabela Shop-ping da Construção.

Maurício explica que a secretaria de Finanças lida com a questão orçamentária, de pa-gamentos, e engloba as direto-rias de Receita e Cadastro. Sua condição, quando aceitou ser secretário, foi poder avançar em áreas além de sua Pasta. Trata-va-se de um compromisso moral de abraçar um pouco mais que as paredes de sua secretaria, pois ele acredita que está tudo integrado e que pode ajudar em outras áreas.

E é por isso que, durante a entrevista ao canalAberto, ele fala dos mais variados assuntos.

Reforma PolíticaDo ponto de vista na-

cional, Maurício acredita que precisamos, com urgência, de reformas, como a politica e a tri-butária, sendo a primeira a mãe de todas as outras possíveis. Segundo ele, o Brasil vive um momento especial, no qual os paises emergentes constituem realmente a bola da vez. "O Bra-sil hoje é autosuficiente em pe-tróleo, urânio, tem uma matriz energética muito interessante. Temos, ainda, um povo ávido por trabalhar, mas que tem amarras

feito essa questão mal resolvida do desenvolvimento politico", comentou. "O fato de haver mais de 30 partidos politicos gera desmandos e confusões, como o mensalão, que acabam por contaminar todo o processo", continuou.

Ainda de acordo com Maurício, é pouco lógico ver o prefeito Toninho Colucci, por exemplo, "de pires na mão", indo na União, no Estado, atrás de verbas. "Os recursos nascem nos municípios, seguem um ca-minho federativo e aí a gente tem que ir lá esmolar algo que é nosso", declarou o secretário, que entende que, como o Bra-sil está em um bom momento macroeconômico, com um po-sicionamento global muito inte-ressante, com Copa do Mundo e Olimpíadas chegando, ter uma reforma política nesses quatro anos de governo Dilma seria perfeito. "Seria muito bom se houvesse um sistema com meia dúzia de partidos politicos, elei-ções distritais (ou um voto dis-trital misto), onde se teria par-ticipação regional - parte dela vinculada da sigla de partidos, com um prazo de mandatos de seis anos, sem reeleição. Talvez tivéssemos algo mais puro, pre-feitos, governadores e presiden-te com uma administração mais técnica", avaliou Maurício, que acredita que, com isso muitos problemas administrativos tam-bém se resolveriam. "As eleições seriam gerais. Num mesmo final de semana, haveria eleições em níveis federal, estadual e mu-nicipal. Teriamos todo mundo atrelado e mudando o pais de uma vez só", avaliou.

Reforma Tributária"Em um segundo mo-

mento, uma reforma tributária seria necessária", disse Maurício. "Aí gradativamente as pessoas estariam sendo consumidas pelo mercado de trabalho que há de vir", disse. "A partir daí, acho que teríamos uma saída técnica, não traumática, para dentro de um circulo virtuoso que contempla-ria coisas que não passam hoje de boas intenções, como, por exemplo, o Turismo, que, no Bra-sil, ainda é algo bastante primiti-vo", continuou o secretário, que acredita que, comparados com vizinhos, como a Argentina, nos falta tudo porque falta dinheiro, que se perde pelos corredores

dessa falta de lógica administra-tiva, que nasce da necessidade de reformas.

Transformações"Em Ilhabela, no que

diz respeito à máquina pública, acho que quando deixarmos o governo, a população vai con-seguir enxergar uma série de transformações que a gente vem operando", afirma Maurício. "Eu e o prefeito, por exemplo, às vezes somos tidos como pesso-as duras, mas somos compro-metidos não só com o presente mas também com o futuro, o que nem sempre aconteceu por aqui. Muitas vezes o remédio foi amargo porque a doença que a gente vivia aqui era grave", co-mentou o secretário.

Ele acredita que existia na administração pública uma grande colcha de retalhos, e que os sistemas de informação não conversavam entre si. "Dentro da secretaria de Finanças, por exemplo, quando eu assumi, os saldos bancários eram trabalha-dos naqueles livros pretos de contabilidade antigos, onde se anotavam créditos, faziam con-tas. Tem sido muito dificil sair da 'idade da pedra'. São esto-ques de informações de muitos anos", disse. "Será que faziam isso por comodismo? " pergun-tou o secretário.

Exigente e econômico"Tenho perfil de banco,

um centavo tem que bater com um centavo", disse Maurício, que afirma querer deixar um le-gado para seus sucessores. "Es-tamos fazendo mudanças estru-turais irreversíveis.

Temos um compromis-so com a verdade, mesmo que doa", disse.

O secretário conta, ainda, que negociou, junto aos bancos estatais – Brasil e Caixa Econômica Federal – isenção de tarifas bancárias que, hoje não são pagas pela prefeitura. "Tudo isso graças à moderniza-ção. Um cheque acima de R$ 5 mil obriga o pagamento de uma sobretaxa de 0,11. Quando faço pagamento via planilha, não emito cheque, e sim um TED, ou um DOC. Assim, economizamos todos esses 0,11, além de não pagarmos as tarifas bancárias. Essa economia passa de R$ 100 mil por ano", contou.

ModernizaçãoHoje, a prefeitura co-

nhece quem deve para o muni-cípio, e os devedores recebem cartinhas sobre dívidas, parce-lamentos, acordos. Segundo o secretário, se perdeu muito di-nheiro por prescrição de débitos graças a uma cultura de falta de acompanhamento. "O dinheiro que às vezes falta para a escola, a creche e demais investimen-tos vaza pelos vãos dos dedos com uma facilidade enorme", comentou Maurício, que garante que a cidade está passando por mudanças técnicas importantís-simas.

De acordo com o secre-tário, o sistema de compras e o controle de frota também estão sendo modernizados. Segundo Maurício, o sistema de entrada e saida de produtos nos almo-xarifados contará com controle de código de barras. "Estamos acabando de implantar no Cen-tral, no da Saúde, da Educação e nos materiais de informática", contou.

GeoprocessamentoO secretário acredita que possivel-

mente a mais polêmica de todas as trans-formações que estão sendo promovidas – a "menina de seus olhos" (embora mui-ta gente talvez queira furar seus olhos por causa disso) é um programa de geoproces-samento contratado pela prefeitura, licita-do no inicio do governo, que está custando aos cofres públicos de forma parcelada, em quatro anos, R$ 494 mil reais. "Como admi-nistrar uma cidade se não se conhece seus limites geográficos?", perguntou.

Maurício conta que o Cadastro Municipal era um conjunto de arquivos en-ferrujados, com várias fichinhas trazendo as informações sobre os terrenos e casas e suas possiveis mudanças com o tempo. Grande parte dos loteamentos feitos na cidade não possuia planta efetiva; alguns nem possuiam planta, sem contar as áre-as de invasão. "Se você não tem controle sobre a propriedade pública, tem tudo isso aberto para quem quiser colocar a mão. Isso explica a quantidade de ocupações ir-regulares na Ilha", disse.

O geoprocessamento – que já tem 82% de implantação - além de trazer justi-ça do ponto de vista tributário, inibirá a ocu-pação de áreas de mananciais, propiciando

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Canal Aberto 206 | 04 de março de 2011 | www.jornalcanalaberto.com.br 05LINHA DE FRENTE

Secretário de Finanças, Maurício Burizik Calil, traz da iniciativa privada conhecimentos aplicáveis à administração pública e revoluciona o setor da prefeitura de Ilhabela, aplicando cele-ridade a vários setores, cujos reflexos já são conhecidos e ficarão para sempre, utilizáveis, para as gestões vindouras do arquipélago. Acredita-se que essa evolução seja sempre lembrada

Secretário de Finanças de Ilhabela fala sobre mudanças necessárias no arquipélago e no Brasil. Todas importantesQuando aceitou sua função na prefeitura, a condição era poder avançar em áreas além de sua Pasta. Tratava-se de um compromomisso moral de abraçar um pouco mais que as paredes de sua secretaria, pois acredita que está tudo integrado e que pode ajudar em outras áreas. Devagar, seguindo planejamento eficaz, alcança objetivos previstos. Ilhabela agradece

Fotos: Ronald Kraag

ao município a possibilidade de vigiar tudo o que há nele.

Além disso, esse sistema traz uma série de outras possibilidades, basta usar a criatividade. "Será possível fazer planeja-mentos estratégicos, ver se um determina-do núcleo precisa de um posto de saúde, acompanhar focos de dengue. Terá mil e uma utilidades esse brinquedo", avaliou.

Segundo ele, a fiscalização fez um trabalho recentemente com relação a aces-sibilidade na Ilha. "Usando essa ferramen-ta, já temos mapeadas todas as calçadas com problemas na cidade", disse.

Regularização FundiáriaMaurício comenta que são 15 os

núcleos de ocupação desordenada no arqui-pélago. "Redistribuiremos posses para que as pessoas paguem IPTU, tiraremos pesso-as de áreas de risco", afirmou.

De acordo com o secretário, hoje a

prefeitura tributa cerca de 9.200 imóveis prediais. "O IBGE, no últi-mo censo, apontou Ilhabela com 27 mil habitantes, tendo visitado 14 mil famílias. Desses, acho que se tem, no mínimo, três mil propriedades que deveriam estar sendo tributadas e não estão, e justamente nas areas que mais demandam serviço", declarou Maurício, que acredita que o caminho é fazer a regularização fundiária e inserir o cidadão na sociedade de forma plena.

Recursos PrópriosEm Ilhabela, preconiza-

se, para a Educação, 25% de recursos próprios. "Gastamos 29,9 e gradativamente temos diminuído essa utilização, tra-balhando melhor com recursos carimbados", contou Maurício.

"No entanto, com a secretaria de Saúde, para a qual se preco-niza 15%, gastamos 40,5. Isso é encrenca",afirmou.

O secretário comenta que o grande problema é o hos-pital, mas diz que não podemos tratá-lo dessa forma. "Como pode uma cidade que chega a ter 120 mil pessoas circulando no carna-val não ter hospital?", perguntou. Ele explica que o Estado e a União dizem que uma cidade com o per-fil da Ilha não deveria ter hospital. "Acho que devemos insistir que te-mos que ser tratados de forma di-ferente. Não há, no Brasil, cidade com caracteristicas semelhantes a Ilhabela“, garantiu.

Royalties"Temos aqui um para-

doxo. Não somos iguais a outros pontos do Brasil, mas, por outro lado, tivemos a bênção de rece-ber royalties. No entanto, agora estão vindo demandas do Con-gresso para que esses royalties sejam divididos por todas as cidades do país, o que lutamos para que não aconteça", comen-tou o secretário. "Petroléo, pré-sal, são bens finitos. É preciso pensar no futuro. Cortar despe-sas de compromissos já assumi-dos é muito dificil", completou.

Funcionalismo"Hoje a gente paga servi-

dores e fornecedores em dia, te-mos uma administração ética. No entanto, reconheço que, com re-lação ao funcionalismo, é neces-sário ainda um plano de carreira mais adequado", afirmou Maurí-cio. Segundo ele, as pessoas pre-cisam de algo que as motive.

SocialCatólico, Maurício sem-

pre esteve envolvido com a Pas-toral da Criança, cuja liderança já foi assumida por sua esposa Ione, que até hoje continua atu-ando no projeto Viva Vida, no alto do Morro dos Mineiros, que há bastante tempo atende crian-ças em estado avançado de des-nutrição criados pelas agentes da pastoral e médicos do PSF.

Um pouco mais deleEle veio de Marília aos

21 anos com uma mala na mão. Hoje, dentro de principios éticos e morais, conseguiu – juntamente com sua esposa, Ione, que tam-bém era funcionária do banco - constituir um patrimônio. "Minha esposa já estava havia cinco anos quando eu cheguei. Com ela, te-nho um filho adotivo, da terra, o Lucas, que tem 15 anos", disse.

Nas horas de lazer, Mau-rício adora viajar. "Gosto muito de

Trindade, Ilha Grande, Visconde de Mauá", contou.

Aos finais de semana, ele vai à praia, joga futebol com os amigos, cuida de seu pomar. Na Água Branca, ele diz ter tam-bém um bom fundo de quintal, onde gosta de descansar com a família. "Tenho hoje muito mais do que sempre pensei que teria, acho que é tratando bem o dinhei-ro. E tudo está na minha declara-ção de Imposto de Renda", disse o secretário.

A equipe da Secretaria de Finanças é enxuta, coesa e bastante experiente

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Canal Aberto 206| 04 de março de 2011 | www.jornalcanalaberto.com.br06

Roberto J. Pugliese

Privatização das águas públicas

CA

Roberto J. Pugliese é autor de terrenos de marinha e seus acrescidos, Letras Jurídicas, São Paulo

FORMADORES DE OPINIÃO

OFICIAL DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS E TABELIÃO DE NOTAS DO MUNICÍ-PIO DE ILHABELA - Rua Dois Coqueiros, 216, salas 1 a 4 - Perequê - Ilhabela

EDITAL DE PROCLAMASEDITAL DE PROCLAMAS Nº 3178 - LIVRO D - 004 *PÁGINA. 121Faço saber que pretendem se casar FILIPE DA SILVA OLIVEIRA e ANDREIA JESUS DOS

SANTOS para o que apresentaram os documentos exigidos pelo artigo 1.525, nºs I, III e IV, do Código Civil Brasileiro.

ELE é de nacionalidade brasileira, natural de São Paulo, Estado de São Paulo, nascido a 13 de novembro de 1987, de profissão auxiliar de escritório, domiciliado e residente em Ilhabela, Estado de São Paulo, na Avenida Ernesto de Oliveira, nº 1.159, bairro Barra Velha, filho de WALDYR DE OLIVEIRA FILHO e ARLETE LUCINDO DA SILVA OLIVEIRA.

ELA é de nacionalidade brasileira, natural de São Paulo, Estado de São Paulo, nascida a 02 de agosto de 1984, de profissão operadora de caixa, domiciliada e residente em Ilhabela, Estado de São Paulo, na Avenida Ernesto de Oliveira, nº 1.151, bairro Barra Velha, filha de ANTONIO BASTOS DOS SANTOS e ROSALINA VIEIRA DE JESUS.

EDITAL DE PROCLAMASEDITAL DE PROCLAMAS Nº 3180 - LIVRO D - 004 *PÁGINA. 122Faço saber que pretendem se casar VITOR MEIRELLES e REGINA CELIA MASSARO para o

que apresentaram os documentos exigidos pelo artigo 1.525, nºs I, III e IV, do Código Civil Brasileiro.ELE é de nacionalidade brasileira, natural de Limeira, Estado de São Paulo, nascido

a 24 de janeiro de 1963, de profissão advogado, domiciliado e residente em Ilhabela, Estado de São Paulo, na Rua Solar dos Bandeirantes, nº 82, chalé 41, bairro Itaquanduba, filho de ALTILINO MEIRELLES e ALICE MAROCHIDES MEIRELLES.

ELA é de nacionalidade brasileira, natural de Araras, Estado de São Paulo, nascida a 08 de junho de 1965, de profissão farmaceutica, domiciliada e residente em Ilhabela, Estado de São Paulo, na Rua Solar dos Bandeirantes, nº 82, chalé 41, bairro Itaquanduba, filha de FERNANDO NORBERTO MASSARO e LUIZA LYGIA DE LUCA REGITANO MASSARO.

Se alguém souber de algum impedimento, oponha-o na forma da Lei.Lavro o presente para ser fixado em Cartório no lugar de costume e enviada cópia para ser publi-cada pela Imprensa Local.

O decreto lei nº9760 de 5 de setembro de 1946 ainda em vigência prevê a cobrança de taxa que incide sobre cons-truções existentes e o simples uso para trafego e fundeação de embarcação no espelho d’água fluvial, lacustre e marítimo.A in-cidência se dá sobre aguas pú-blicas pertencentes a União.

Desse modo, portos privados, marinas, plataformas, estaleiros, decks, docas, pon-tões, entre tantas outras obras particulares e ainda o uso do leito aquático passará a sofrer a incidência de cobranças previs-tas pela referida legislação e re-guladas pela Portaria n. 24, ex-pedida em 26 de janeiro último, pelo Ministério do Planejamento e Gestão.

O referido ato adminis-trativo, expedido por agente da burocracia politica federal, de um lado amplia caminhos de caça valores, aumentando a ar-recadação já bastante elevada, mas por outro, favorece aos par-ticulares que se encontram em situações irregulares sobre a plataforma hídrica federal.

Aqueles que se insta-laram em áreas de preserva-ção ou locais que deveriam estar livres de obras huma-nas, para que a fauna e a flora permanecessem inalteradas, com a edição da portaria refe-rida, poderão requerer admi-nistrativamente solução para coadunarem-se as exigências

fiscais e administrativas e de vilões ambientais, tornarem-se guardiões do bom direito ecológico.

Basta pagar e enfren-tar procedimento administrati-vo que se impõe, o utente terá alvará concedendo-lhe o uso exclusivo de canais, poitas de atracação, fundeadoros, de-cks, pontões, rampas de aces-so a garagens de barcos e inú-meras obras outras dispostas ao longo de praias, barrancos e penhascos do litoral e inte-rior.

Clubes de pesca e náu-ticos, restaurantes, hotéis, resi-dências particulares, colônias de pescadores e entidades pri-vadas unifamiliares populares ou nobres estarão aptas a se tornarem apropriadas as exi-gências impostas, e haverão de se livrar do fantasma de ações civis públicas demolitórias e imposições de penas pleitea-das pelas autoridades públicas competentes.

Enfim, os ribeirinhos que vivem a sensação cons-tante da insegurança jurídica, dispõe agora de instrumentos para consolidarem oficialmente direitos inerentes a obras reali-zadas e terem garantias de uso de áreas públicas com exclusi-vidade, facultando-lhes receber apenas quem desejar e impedir o acesso de terceiros e cobrar pelo uso desses bens erguidos na orla ou leitos aquáticos marí-timos ou não.

Liderados pela profes-sora de Educação Física Mar-cela Cury, do Tebar Praia Clube, ciclistas de São Sebastião visi-taram sábado último a trilha da Água Branca, em Ilhabela.

“Foi um passeio agra-dável e muitos não conheciam a trilha que integra o Parque Esta-dual de Ilhabela, um local agra-dável, de vegetação das mais exuberantes e com uma vista panorâmica para o canal de São Sebastião”, disse um dos inte-grantes da caravana, o Oficial de Justiça Gilson, que presta rele-vantes serviços à Vara Distrital de Ilhabela.

As visitas às trilhas que o Parque Estadual possui são

ESPORTE

Ciclistas do Tebar visitam Trilha da Água Branca, em Ilhabela

Antes das pedaladas, os ciclistas se reuniram defronte ao Tebar, clube 10

Foto: Divulgação

muito boas, abrem espaço para a prática esportiva e turística e desenvolvem um bem estar mui-to grande aos envolvidos. Ilhabe-

la tem, ainda, guias que podem orientar e acompanhar cada um dos passeios em suas trilhas, que não são poucas. CA

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AQUI | MULHER

Parabéns, mulher!Fernando Siqueira

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CLASSIFICADOS

IMÓVEIS

EMPREGOS

Precisa-se de jardineiro/casei-ro. Para trabalhar em casa de família, na Cocaia e outro no norte da ilha. Registrado. Mar-car entrevista pelo telefone (12) 3896 2113

Precisa-se de empregada do-méstica. Vagas para trabalhar na Cocaia e na Vila, todo ser-viço de casa (cozinhar, lavar e passar). Registrada. Marcar en-trevista pelo telefone (12) 3896 2113

Precisa-se de recepcionis-ta masculino com experiência comprovada. Tratar (12) 3896 2009 em horário comercial

Terreno na Estrada da Co-caia, plano e suave aclive, 4.314mts, matrícula. R$ 360 mil. Tratar no telefone (12) 3894 1744

Vendo casa próximo ao colé-gio Objetivo, área do terreno 300mts, escritura definitiva, doc. ok, para financiamento. R$ 150 mil. Tratar no telefone (12) 3895 8397

Ouvindo, outro dia, co-mentário de que um represen-tante do povo havia mandado mulheres lavar um tanque de rou-pa suja que era o que realmente elas precisavam fazer, ao invés de exercer a sua liberdade e fazer o que bem entendessem, toda a comunidade ficou perplexa. Não pode ser verdade, muitos disse-ram. Por incrível que possa pare-cer, era verdade. Tanto assim que não foram poucas as mensagens eletrônicas na caixa de entrada de muitos ilhabelenses, até mes-mo deste semanário.

Já havia escrito outro artigo especialmente para o Dia Internacional da Mulher, a ser co-memorado mundialmente a oito de março corrente, mas deixei-o de lado e saí em busca de outras luzes para preencher o espaço que, há quase quatro anos (fal-tam duas semanas apenas para atingir a marca), à mulher dedi-camos. Até que foi fácil e vinculo esta crônica numa homenagem sem precedentes à mulher, essa admirada figura humana – pobre ou rica, branca ou negra, alta ou baixa, magra ou gorda, pecado-ra (e quem não é?), santa, mãe, irmã, religiosa ou prostituta, so-bretudo mulher – cuja voz inebria, acalanta a apazigua, tolerante, mas principalmente dona de um descortino insuperável, capaz de romper montanhas, mares, abismos, desfiladeiros, quando se sente atingida em seu âmago, em sua retidão, sem deixar de ser terna, reverente, envolvendo e perfumando a um só tempo, aquecendo com o olhar, e, com o beijo úmido só com o gesto, pro-va amar, incondicionalmente.

Foram mulheres capa-zes de “ser”, embora tenham, fruto do trabalho constante com-provado por gerações desta terra atingidas de forma vil, estúpida, irresponsável, autêntico despau-

tério. Inaceitável, merecedora de reprimenda exemplar.

Pois bem, mulheres pre-cisam lavar roupas mesmo, em-bora essa tarefa não lhes seja exclusiva, porque famílias que se prezam têm tarefas divididas nos difíceis dias de hoje – em lava-doras automáticas, em tanques sempre repletos de peças sujas – fraldas, cueiros, babadouros, shorts, bermudas, meias, cuecas, calcinhas, sutiãs, camisas, calças, vestidos, toalhas e mais o que ne-cessário seja, mas sempre farão sobrar um tempo para fazer o que, onde e com quem quiserem.

Na busca da homena-gem à mulher e nessa divagação lembrei-me que, certa vez, vol-tando do nordeste, passando por Jequié (terra do ex-vice Simões), a caminho de Belo Horizonte, época de seca, lá embaixo da ponte sobre o Rio de Contas estavam mulhe-res lavando roupas de suas e de outras famílias; mais de trinta, em batedores – uma prancha apoia-da num toco, à beira da água cor-rente. Falei com elas, fotografei, guardei. Bem antes disso, em Ilha-bela, ali próximo à cachoeira da Água Branca, não havia tanques nas casas, vi mulheres lavando roupas, batendo-as nas pranchas encostadas na margem. A roupa sobre a relva recebia o sol forte,

quarando. Não eram lavadeiras apenas - eram donas de casas, servidoras da prefeitura, profes-soras – cumprindo a sua missão, importante sob vários aspectos, além de serem mães, donas de casas, esposas. Essas mulheres ofendidas repudiaram a indeli-cada manifestação. Razão não lhes falta. Sobra-lhes, apesar de serem tolerantes e medirem as suas ações, mas uma delas elei-ta para falar em nome de todas usou espaço deste semanário e encaminhou a carta aos líderes do partido Verde, ao qual per-tence o ofensor. Marina Silva, lí-der inconteste, alfabetizada aos dezesseis anos às margens dos rios de seu estado, o Acre, lavou muita roupa suja nos igarapés de seu povoado, também leu a carta de dona Verinha – Vera Alvaren-ga Freire – que, nos idos de 1960 passeava com o pai na praia (ain-da havia areia por ali) da Vila. A coluna feminina dos verdistas igualmente sabe da carta, mas principalmente do indelicado ato de seu representante na casa de leis de Ilhabela. Que sintam todas as mulheres, a justa ho-menagem ao oito de março, Dia Internacional da Mulher. Embora extensa, preferi pecar por exces-so, enaltecendo a brava mulher brasileira de Ilhabela.

OPORTUNIDADE

Vendo filhotes de Golden Retrivier, Poodle micro toy, Lhasa-apso, Shih-tzu, Pequi-nes, Chiuahua e Sharpei, com vacina importada e pedigree. Entrego no litoral e vale. Tra-tar (12) 8166 2398

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Justa homenagem, a que a Associação Comercial e Empresarial de Ilhabela rende às mulheres – todas desta cidade -, por ocasião do transcurso do Dia Internacional da Mulher, a ser comemorado a 8 de março fluente, terça feira.

Não são poucas as mulheres empresárias, algumas casadas e que par-ticipam da sociedade com o marido, ou mesmo sozinhas; não são poucas as mulheres que possuem empresas e que tocam o seu negócio – comércio ou prestação de serviços – de forma a não deixar dúvidas quanto à sua capacidade, exemplo para a atual conjuntura. Onde quer que atuem, são sempre cumpri-doras de seus deveres, participativas, com iniciativa própria e isso dignifica a

classe. Cumprimentamos a todas nesta oportunidade, agradecemos a presença na associação de classe e podemos dizer que, sem exceção, são importantes para a nossa entidade, cada qual à sua maneira.

Parabéns! Salve o Dia Internacional da Mulher!

Av. Princesa Isabel, 3.039 loja 02 - Barra Velha - Tels. (12) 3895 7102/3895 8523 Fax 3895 8607E-mail: [email protected] - Site: www.acilhabela.com.br

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Vendo terreno no Borrifos, 1600m². IPTU de 2011 pago. Tratar com Sueli no telefone (12) 3894 9464

Vendo terreno de 730m², na Água Branca. R$ 65 mil. Tra-tar com Junior nos telefones (12) 7850 9982 ou (11) 8104 1085

Vendo terreno no Bonete 800m². Com levantamento to-pográfico. Preço de ocasião. Tratar nos telefones (12) 8144 4481 ou 8191 9769

DOAÇÃO

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A franqueza daquela mulher de meia idade deixava todos atônitos. Os que não a conheciam, mais ainda. Os de seu convívio sabiam que ela, na sua experiência de vida - mestra em psicologia – tinha um “faro” excepcional. Ao ser apresentada a quem quer que fosse, batia os olhos e sentia no rápido olhar ou no educado aperto de mão que alguma coi-sa não lhe “cheirava” bem. Na simplicidade de sua franque-za, silenciava diante do fato, mas ficava com aquele episó-dio martelando na cabeça e passava a prestar atenção no (a) apresentado (a). Não foram poucas as vezes que se com-provou suas previsões. Estu-diosos da espiritualidade volta e meia diziam que era o flores-cer de sua mediunidade e ela precisava aprofundar-se nos estudos para conhecer melhor, entregar-se ao preparo e poder conviver com essa questão; afi-nal, até certo ponto ela se inco-modava. Passava a pensar com receio num possível encontro fortuito, haja vista residir numa cidade pequena, onde quase todos se conheciam. Com os mais íntimos comentava, che-gando ao ponto de dizer: “os olhos de fulano não são puros, eles escondem algo profundo e quando se passa (pelo menos eu, dizia) sinto um arrepio nada bom, que aborrece e isso não é normal”.

Coisa incrível, mas ex-plicável por quem entende. Cer-ta vez comentou com um pastor evangélico e ele disse que “isso é normal, justamente porque cada ser humano reage de di-ferente maneira ao ser apre-sentado a um estranho”. Um padre, tempos depois, não falou especificamente para ela, mas disse no púlpito de sua capela, quando pregava, durante a mis-sa: “pode ser que vocês, meus irmãos sintam algo estranho

ao conhecer uma pessoa, às vezes até um arrepio sentem, mas nesse momento é preciso rezar, orar para um Deus único que está em todos os lugares e ele não os desamparará”.

Na verdade não deu para entender muito bem, ficou o dito pelo não dito. Amigo da família, espiritualista de longa data, foi taxativo: “a tendência que entendo para a vida espi-ritual deixa-me a vontade para lhe dizer que a doutrina filosó-fica que tem por base a exis-tência da alma e de Deus pro-porciona a oportunidade para abençoá-la, mediunicamente; aceite um passe”.

As três respostas para a questão do “arrepio” ao cru-zar com alguém que tenha um olhar ameaçador e de princí-pios duvidosos creditam a essa sentida manifestação um poder sobrenatural incomum à mu-lher franca e decisiva em seus atos, causando variantes em seu rol de amigos: uns aceitam a sua maneira de ser, objetiva, verdadeira, sem engodo e com um único peso; outros encaram a seriedade, a objetividade e a verdade com certa dúvida. Fa-lam até em falta de cordialida-de ou educação.

Nua e crua, entretanto, a verdade se contrapõe à men-tira, e, sabendo até mesmo qual é o seu signo, não são pou-cos os que passam a comparar atos de pessoas de seu relacio-namento e que pertençam ao mesmo signo que o seu. Ficam boquiabertos, mas passam a crer nos astros, querendo co-nhecer sobre o zodíaco, a zona da esfera celeste que congrega as trajetórias aparentes do Sol, da Lua, e dos principais plane-tas, dividida em constelações.

Talvez por isso seja bom ouvir sempre com bastan-te atenção essa mulher franca, que vai direto ao assunto, sem rodeios. Conhece alguém as-sim? Experimente dar-lhe aten-ção.

Sexto sentido?

ETERNO APRENDIZMEIO AMBIENTE

Sempre se disse que depois da tempestade vem a bonança, e, em seguida à desor-dem, vem o progresso. Ambien-talistas (estes mantêm plantão permanente) bateram firme no processo de reurbanização da Avenida Princesa Isabel, desde a primeira fase, sobretudo após o início da segunda fase, ale-gando que houve uma destrui-ção de mata ciliar, manguezal e derrubada descontrolada de árvores à beira do Ribeirão Água Branca. Entretanto, a cautela da administração foi reivindicar o licenciamento a tempo e a hora, junto ao órgão especial da Secretaria do Meio Ambiente, a Cetesb, em São Sebastião.

A obra define como se-gunda fase da reurbanização o trecho compreendido do fórum local até o Posto BR, duzentos metros à frente, com a neces-sidade da construção de uma nova ponte (a segunda, para

Cetesb não brinca. Age dentro da leireceber o fluxo de veículos que demanda à balsa e vice versa.

Conforme o Termo de Compromisso de Recu-peração Ambiental número 0000000077/2011 expedido pela Cetesb, a prefeitura de Ilha-bela deverá plantar quatrocen-tas espécies de árvores às mar-gens do ribeirão. Mesmo assim houve contestação, inclusive de vereadores, surpresos com a de-terminação do órgão estadual. O escritório regional expediu co-municado oficial, respondendo aos questionamentos e afirmou que toda autorização expedida

só é feita de acordo com a le-gislação vigente. Outrossim, o plantio das mudas originárias do viveiro municipal será feito com o apoio do Grupo de Esco-teiros Maembipe, cujo trabalho ambientalista em Ilhabela se reveste de grande importância, não apenas pela participação como pelas inúmeras iniciativas meritórias e comunitárias.

Essa obra – a maior da urbanização viária de Ilhabela – faz parte de todo o conjunto que implementa um novo aspecto à entrada e saída da cidade, um moderno cartão postal.