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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI CAMPUS TANCREDO DE ALMEIDA NEVES CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA ANÁLISE DO AMBIENTE TÉRMICO EM GALPÕES REDUZIDOS PARA FRANGOS DE CORTECOM DIFERENTES MATERIAIS DE COBERTURA JAMILE ESPESCHIT BEDRAN SÃO JOÃO DEL-REI MG JUNHO DE 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI

CAMPUS TANCREDO DE ALMEIDA NEVES

CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA

ANÁLISE DO AMBIENTE TÉRMICO EM GALPÕES REDUZIDOS PARA

FRANGOS DE CORTECOM DIFERENTES MATERIAIS DE COBERTURA

JAMILE ESPESCHIT BEDRAN

SÃO JOÃO DEL-REI –MG

JUNHO DE 2016

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II

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI

CAMPUS TANCREDO DE ALMEIDA NEVES

CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA

ANÁLISE DO AMBIENTE TÉRMICO EM GALPÕES REDUZIDOS PARA

FRANGOS DE CORTECOM DIFERENTES MATERIAIS DE COBERTURA

JAMILE ESPESCHIT BEDRAN

Graduanda em Zootecnia

SÃO JOÃO DEL-REI –MG

JUNHO DE 2016

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III

JAMILE ESPESCHIT BEDRAN

ANÁLISE DO AMBIENTE TÉRMICO EM GALPÕES REDUZIDOS PARA

FRANGOS DE CORTE COM DIFERENTES MATERIAIS DE COBERTURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Zootecnia,

da Universidade Federal de São João Del Rei - Campus Tancredo de Almeida Neves,

como parte das exigências para a obtenção do diploma de Bacharel em Zootecnia.

Comitê de Orientação:

Orientador (a): Prof.ªDr.ª VANUSA PATRÍCIA DE ARAÚJO FERREIRA

(UFSJ/CTAN)

Co-orientador (a): Prof. Dr. HEWERSON ZANSÁVIO TEIXEIRA

SÃO JOÃO DEL-REI–MG

JUNHO DE 2016

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IV

JAMILE ESPESCHIT BEDRAN

ANÁLISE DO AMBIENTE TÉRMICO EM GALPÕES REDUZIDOS PARA

FRANGOS DE CORTE COM DIFERENTES MATERIAIS DE COBERTURA

Defesa Aprovada pela Comissão Examinadora em: ______/______/_______

Comissão Examinadora:

____________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Vanusa Patrícia de Araújo Ferreira (Orientadora)

Universidade Federal de São João del-Rei

Curso de Bacharelado em Zootecnia/ Campus Tancredo de Almeida Neves

_______________________________________________________

Prof.Dr.HewersonZansávio Teixeira

Universidade Federal de São João del-Rei

Curso de Bacharelado em Zootecnia/ Campus Tancredo de Almeida Neves

_________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Renata de Souza Reis

Universidade Federal de São Joãodel-Rei

Curso de Bacharelado em Zootecnia/ Campus Tancredo de Almeida Neves

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V

SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................... VII

ABSTRACT ................................................................................................................ VIII

LISTA DE GRÁFICOS ................................................................................................ IX

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... X

LISTA DE TABELAS .................................................................................................. XI

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 15

2.1. Panorama da avicultura brasileira ............................................................... 15

2.2. Importância dos fatores ambientais na produção de aves ........................ 15

2.3. Respostas fisiológicas e comportamentais ................................................... 19

2.4. Conforto térmico de frango de corte .......................................................... 22

2.5. Coberturas alternativas em instalação avícola .......................................... 23

2.6. Modelos reduzidos ........................................................................................ 26

3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 28

3.1. Telha de fibrocimento ................................................................................... 29

3.2. Telha de barro .............................................................................................. 30

3.3. Telha de Tetra Pak®

...................................................................................... 30

3.4. Telha de Garrafa PET .................................................................................. 31

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 40

5. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 49

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 50

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VI

RESUMO

Este experimento foi desenvolvido com o objetivo de avaliar diferentes

coberturas de aviário utilizando galpões reduzidos para frango de corte. Foram

construídos quatro galpões de 1,25 x 1,00m, os quais foram cobertos com diferentes

quatro tipos de telhado (telha de barro, garrafa pet, fibrocimento e tetra pak®). Os

modelos foram alocados no sentido leste-oeste, não alinhados e distanciados 4,0 m um

do outro.Durante dez dias foram avaliadas temperatura e umidade relativa com auxílio

de um termohigrômetroinstalado na parte interna dos modelos. Um termômetro

infravermelho de mira laser foi utilizado para medir a temperatura interna e externa dos

telhados, sensores de temperatura acoplados na parte interna dos modelos, com a

finalidade de um resultado mais preciso e detalhado. Após as análises dos dados,

concluiu-se que a cobertura com telha de barro apresentou o melhor isolamento térmico

e a cobertura com telha degarrafas pet demonstrou pior isolamento. Entretanto, o

comportamento do TetraPak® foi similar ao da telha de fibrocimento, onde foi

evidenciado um aquecimento maior e uma dissipação de calor mais lenta. Desta forma,

a telha de barro apresentou melhor desempenho térmico em relação aos outros materiais

apresentados, e a garrafa PET o pior. Em comparação a telha de fibrocimento obteve

melhores resultados em relação a telha de Tetra Pak.

Palavras chave: aves, cobertura alternativa, conforto térmico

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VII

ABSTRACT

This experiment was carried out to evaluate different aviary covers using reduced sheds

for broiler chicks. Four sheds 1,25 x 1,00 m was constructedthey were covered with

four different types of roof (tile clay, plastic bottle, cement and tetra Pak). The models

were allocated in east-west direction, not aligned and spaced 4.0 m from each other. For

ten days they relative humidity and temperature were evaluated with the aid of a

thermohygrometer installed on the inside of the models. An infrared laser thermometer

sight was used to measure the internal and external temperature of roofs, temperature

sensors attached to the inside of the models, with the purpose of a more accurate and

detailed results. After the analysis of data, it was concluded that the coverage with clay

tile had the best thermal insulation and covering with PET bottles tile showed worse

insulation. However, Tetra Pak® behavior was similar to that of asbestos tile, where it

was evidenced a greater heating and a slower heat dissipation. Thus, the clay tile had

improved thermal performance compared to other materials presented, and the worst

PET bottle. Compared to fiber cement tile obtained better results than the tile Tetra Pak.

Keywords: alternative cover, birds, thermal comfort

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VIII

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Variação de temperatura dos modelosde cobertura T1, T2, T3e T4 ........... 40

Gráfico 2 - Gráfico de variação de temperatura, divida em períodos, comparando os

modelos T3 e T4 ............................................................................................................. 42

Gráfico 3 - Gráfico de correlação entre os materiais Fibrocimento (T3) e Tetra Pak®

(T4). ................................................................................................................................ 43

Gráfico 4 - Gráfico de interpolação de curva entre os materiais Fibrocimento (T3) e

Tetra Pak® (T4). ............................................................................................................. 45

Gráfico 5 – Gráfico de Umidade Média dos Modelos no período da manhã ................ 45

Gráfico 6 – Gráfico de Umidade Média dos Modelos no período da tarde ................... 46

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IX

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Zona térmica de desempenho ótimo de frangos de corte. Adaptado de ROSS,

2010 18

Figura 2- Área escolhida para o experimento ................................................................ 28

Figuras 3 – Chapa de compensado cortadas e pintadas ................................................. 29

Figura 4 – Modelo reduzido com telha de fibrocimento ............................................... 30

Figura 5– Modelo reduzido com telha de barro ............................................................. 30

Figura 6 – Modelo reduzido com telha de Tetra Pak®

................................................... 31

Figura 7 – Modelo reduzido com telha de garrafa PET ................................................. 31

Figura 8 – Termohigrômetro ......................................................................................... 32

Figura 9 – Sensor de temperatura LM35 da National Semiconductors. Identificação dos

terminais de entrada (externos) e o de saída analógica que vai ligado à placa de

aquisição de dados .......................................................................................................... 33

Figura 10 – Programa desenvolvido em linguagem LabVIEW 8.5 .............................. 34

Figura 11 – Placa de aquisição de dados NI-USB 6221 da NationalInstruments com as

pontes de terminais em verde onde são feitas as conexões com os sensores de

temperatura .................................................................................................................... 35

Figura 12 – Pinagem da placa de aquisição NI-USB 6221 (AI = entrada analógica, AO

= saída analógica, GND = terra, P = entrada/saída digital ) .......................................... 36

Figura 13 – Curvas de calibração para obtenção dos parâmetros a e b da equação da

reta de ajuste .................................................................................................................. 37

Figura 14 - Termômetro Infravermelho Digital com Laser MT-320 Minipa ................ 38

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X

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Faixas de temperaturas de conforto para frangos de corte em diferentes

idades .............................................................................................................................. 22

Tabela 2 - Esquema de ligação dos sensores de temperatura na placa de aquisição ..... 36

Tabela 3 - Média das temperaturas (°C) registradas no período da manhã (10h) e no

período da tarde (14h), dos diferentes materiais ............................................................. 40

Tabela 4- Média das temperaturas (°C) internas e externas das telhas dos diferentes

materiais dos modelos reduzidos, no período da manhã ................................................ 47

Tabela 5- Média das temperaturas (°C) internas e externas das telhas dos diferentes

materiais dos modelos reduzidos, no período da tarde ................................................... 48

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1.INTRODUÇÃO

A avicultura brasileira é uma das atividades agropecuárias de maior

desenvolvimento nas últimas décadas, apresentando índices que possibilitaram a

indústria avícola um notável potencial econômico. A criação de frangos de corte em

larga escala no Brasil fez com que a atividade passasse a ser considerada um complexo

industrial que deve ser abordado e analisado sob uma visão sistêmica do setor,

apresentando características que contribuem para aumentar a geração de emprego e

renda no campo (RODRIGUES, 2014). Nas últimas três décadas a indústria avícola fez

consideráveis ajustes para atender a crescente demanda por carne e ovos de qualidade e

de baixo custo, levando o setor a atingir altos índices de crescimento. A modernização e

o emprego de técnicas adequadas de manejo, sanidade, alimentação balanceada e

melhoramento genético são fatores que contribuíram para o aperfeiçoamento da

produção no setor.

Segundo Mendes (2014), a avicultura brasileira é responsável, hoje, por 1,5 % do

PIB nacional, cinco milhões de empregos diretos e indiretos e movimentação de cerca

de 8,5 bilhões de dólares apenas com seu posto de maior exportador mundial de carne

de frango. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA, 2016), o

Brasil se consolidou como segundo maior produtor de carne de frango mundial com a

produção final de 2015 passando por alta de 3,58% em relação ao mesmo período de

2014, superando a China em mais de 100 mil toneladas.

Este crescimento, tem sido acompanhado por mudanças estruturais no setor,

caracterizadas pelo surgimento e crescimento de estabelecimentos agrícolas e

industriais, e a intensificação e concentração das operações na criação de aves. Segundo

projeções realizadas em 2015 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(MAPA), o crescimento da produção de carne de frango até o ano de 2025 será de 30%.

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Devido ao aumento da preferência dos consumidores pela carne branca, a atividade

avícola vem ganhando cada vez mais espaço, fazendo-se necessário um maiorprogresso

no melhoramento genético, ambiência, sanidade e na nutrição animal para esta área.

A carne de frango tem grande impacto na economia brasileira e o estudo para

aperfeiçoamento desta produção é de suma importância para que cada vez mais o país

possa produzir e manter seu status elevado de produção/exportação (ROGRIGUES,

2014), trazendo segurança para os consumidores na hora de comprar. Uma carne

produzida de forma sustentável e saudável, como efeito, também gera impactos na

saúde dos consumidores, e este binômio é exigência da nova ordem mundial de

produção de carnes.

Ainda que seja significativo o potencial para produtividade, a criação de frangos

de corte mostra-se susceptível a variáveis como os fatores ambientais, que interferem

diretamente no rendimento geral do setor (OLIVEIRA et al., 2006, apud, LOPES,

2015). O clima tropical com temperaturas elevadas, intensa radiação e umidade relativa

do ar oscilando dentro dos períodos úmido e seco, afetam os produtores em algumas

épocas do ano, interferindo excessivamente na produção. Do ponto de vista

bioclimático, o material de cobertura escolhido para a formação do telhado é um dos

principais fatores que influenciam a carga térmica de radiação incidente (PEREIRA,

2007). Com isso, o setor avícola para manter a competitividade do mercado nacional e

internacional, está buscando técnicas ambientais, com diferentes materiais e técnicas

positivas de coberturas para possibilitar um melhor acondicionamento térmico às aves.

As aves são consideradas animais homeotérmicos. Esta característica possibilita

manter sua temperatura corporal constante e, para este processo ser eficaz, é preciso que

o ambiente esteja em uma temperatura dentro dos limites de conforto térmico. Sendo

assim, os aviários tem que controlar a temperatura do local ao longo da vida dos

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animais, pois à medida que ave cresce a temperatura ambiente e de umidade do ar pode

variar dentro da zona de conforto térmico (ZTC). De acordo com a Cobb-Vantress

(2008), esta ZCT pode variar, respectivamente, de 16 a 33ºC e de 30 a 70% de UR,

alterando os valores de acordo com a fase de crescimento e condições ambientais locais.

O bem-estar do animal e sua saúde devem ser considerados em um sistema de criação

(BOCKISCH et al., 1999).

O maior desafio da produção animal brasileira é desenvolver tecnologias de baixo

custo que proporcionem aos animais condições ambientais favoráveis. Este desafio pode

ser enfrentado com o uso de materiais alternativos na construção de instalações para

animais, sendo uma opção para a redução dos custos de produção, crescimento da

produtividade e colabora para a sustentabilidade ambiental (GOMES et al., apud

CARDOSO, 2010).

No mercado atual, estão disponíveis diversos tipos de telhas que vão desde os

materiais mais comuns como o fibrocimento e o barro, até as inovadoras e recicláveis

telhas ecológicas, que englobam materiais como a telha vegetal feita com fibra de

celulose, o bambu, a garrafa PET e as embalagens longa vida (Tetra Pak®). Dos

materiais recicláveis citados para utilização em telhados de aviários, os dois últimos

apresentam maiores vantagens em sua utilização por apresentarem baixo custo e

diminuição da poluição ambiental, já que seria evitado que os mesmos fossem lançados

no meio ambiente.

Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar o conforto térmico

ambiental proporcionado por quatro tipos diferentes de coberturas, confeccionadas com

materiais alternativos em comparação com a cobertura de telhas de barro, em modelos

reduzidos de galpões avícolas, para frangos de corte.

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15

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Panorama da avicultura brasileira

O enorme crescimento da produção avícola mundial e nacional aconteceu devido

à evolução nas áreas da genética, nutrição animal, manejo e sanidade, incluindo a

importância da ambientação do animal à sua faixa de conforto térmico e, também, a

atenção cada vez maior na busca por boas condições de bem-estar animal (CASSUCE,

2011). Além disso, Costa (2015) afirma que não somente pela reestruturação industrial,

mas também pela posição que o país ocupa como grande produtor de soja e milho

juntamente com a consolidação do sistema de produção em “parceria avícola”,

possibilita a oferta responder com eficiência a estes aumentos de demanda e ajudam a

explicar o excepcional desempenho do setor.

Para Donda (2002), o desenvolvimento da avicultura é considerada o ícone do

crescimento e modernização do agronegócio no Brasil, abrangendo os três elementos

mais importantes no cálculo econômico do capitalismo: tecnologia de ponta, eficiência

na produção e diversificação no consumo.

O consumo per capita de carne de frango no Brasil atingiu índice médio de 43,25

kg em 2015 (ABPA, 2016). De acordo com informações da Fundação APINCO de

Ciência e Tecnologia Avícola de 2016, a capacidade de produção de carne de frango do

primeiro mês de 2016 foi de 3,5% maior sobre o potencial de janeiro do ano passado.

2.2. Importância dos fatores ambientais na produção de aves

Baêta & Souza (2010), definem o ambiente animal como sendo o conjunto de

todos os fatores que afetam direta ou indiretamente os animais e acrescentam, ainda,

que os fatores que causam os maiores efeitos sobre o bem estar e, consequentemente,

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sobre a produção animal são a temperatura, a umidade, a radiação e o vento. De acordo

com os mesmos autores, o ambiente interno de uma instalação normalmente é resultante

das condições locais externas, das características construtivas e dos materiais da

instalação, da espécie, do número de animais, do manejo e das modificações causadas

pelos equipamentos do sistema produtivo e pelos que têm como objetivo o

acondicionamento ambiental. A ambiência também pode ser definida como a soma dos

impactos dos fatores biológicos e físicos nos animais, consistindo-se em um dos

principais responsáveis pelo sucesso ou fracasso do sistema de produção avícola

(MACARI & FURLAN, 2001).

Na produção de carne ou qualquer outro produto de origem animal, já é bem

estabelecido que gerir eficazmente as condições ambientais reduz o custo total de

produção. No negócio de produção de carne de frango, todos os componentes do

processo de produção, desde a escolha da progênie feita pelo pecuarista, favorecem para

um controle ambiental eficaz. As condições ambientais podem influenciar a produção

(SILVA & SILVA, 1998), o comportamento (DAWKINS, 1999) e a condição

fisiológica dos animais (FURLAN et al., 1999). Estudos que vêm sendo realizados na

área de genética tentam desenvolver aves com melhor adaptabilidade, visando melhorar

os índices zootécnicos da criação (FERRANTE et al., 2001; MARIN et al., 2001;

SILVA et al., 2001).

O desenvolvimento, produção e reprodução das aves pode ser comprometido pelo

desconforto térmico no interior da instalação causado tanto pela radiação incidente,

quanto por elevados valores de umidade relativa (UR) e temperatura. A compreensão

das respostas produtivas e fisiológicas de aves sujeitas a um espaço limitado é de grande

importância para definir a adequação ambiental confortável (SOUSA, 2002apud

PEREIRA, 2007).

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O sucesso ou fracasso de uma criação avícola está diretamente relacionado às

condições ambientais a que estão submetidos, onde os altos valores de temperatura

ambiente causam mortalidade elevada e queda de produção (CAMPOS, 1995 apud.

BUENO & ROSSI, 2004). Com a intensificação de produção através do aumento da

densidade de animais em uma mesma área, juntamente com os avanços genéticos que

tornam as aves mais precoces e produtivas, as condições ambientais desfavoráveis vem

se agravando (MACARI, 1998).

Na avicultura de corte, a produtividade ideal pode ser obtida a partir do momento

em que a ave não necessita desperdiçar energia, tanto na compensação do frio, quanto

para a refrigeração do próprio corpo (MOURA, 2001 apud. PEREIRA, 2007). Isso

ocorre quando o animal é submetido à temperatura ambiental adequada, combinada com

valores ideais de umidade relativa, radiação solar e velocidade do vento. Estes fatores

juntos formam a chamada temperatura efetiva adequada.

As variáveis ambientais podem ter efeitos tanto positivos como negativos sobre a

produção avícola. Por um lado, altas temperaturas reduzem o consumo de alimento

prejudicando o desempenho dos frangos enquanto que, por outro lado, baixas

temperaturas melhoram o consumo, porém a custo de elevada conversão alimentar (CA)

(CASSUCE, 2011). O estresse causado pelo ambiente térmico influencia diretamente a

produtividade por modificar a taxa de consumo de alimentos, a taxa de ganho de peso

corporal, a troca de calor com o ambiente e, consequentemente, as exigências

nutricionais (CURTIS, 1987 apud. PEREIRA, 2007) (Figura 1).

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Figura 1- Zona térmica de desempenho ótimo de frangos de corte. Adaptado de ROSS,

2010.

Acondicionamento térmico ou climatização é o processo pelo qual são

controlados, deforma individual ou conjunta, por meios naturais ou artificiais, os níveis

das variáveis do ambiente, como temperatura, umidade, movimento e pureza do ar, e a

radiação solar no interior de uma construção, com o objetivo de se obterem melhores

condições de conforto (BAÊTA, 1997). Para NÃÃS et al. (2001), climatizar é adaptar o

ambiente interno da instalação às condições ideais referentes ao animal, tendo como

parâmetro de referência, condições exteriores, podendo-se utilizar de equipamentos de

ventilação, exaustão, nebulização e painéis de resfriamento adiabático. Esta alternativa

se torna uma saída estratégica para se criar uma situação de certa independência do

clima externo.

Aviários bem desenhados refletem diretamente no aumento da produtividade,

através de economias com aparelhos de condicionamento artificial. Assim, as

construções devem ser planejadas e construídas para minimizar o impacto ambiental e

para oferecer melhores condições de desenvolvimento animal.

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2.3. Respostas fisiológicas e comportamentais

Estresse térmico em aves, normalmente causado por temperaturas mais elevadas,

tem vários efeitos negativos sobre o desempenho da produção, funções imunológicas e

suscetibilidade a doenças (SILVAet al., 2015). Aves convertem mais eficientemente

alimentos à carne quando são dadas condições ambientais estáveis e melhores, com a

temperatura sendo o fator mais crítico (LAGANÁ, 2008). Qualquer alteração básica na

temperatura já terá um efeito significativo sobre os retornos para o proprietário. Desta

forma, a questão de estresse ambiental tornou-se rapidamente um grande ponto de

interesse na agricultura animal, particularmente devido à consciência e preocupações do

consumidor.

O estresse térmico resulta de um saldo negativo entre o valor líquido da energia

que flui do corpo do animal para o ambiente circundante e a quantidade de energia

térmica produzida pelo animal. Lara & Rostagno (2013), citam que este desequilíbrio

pode ser causado por variações de uma combinação de fatores ambientais, como luz

solar, temperatura do ar, umidade etc., e de características do animal, como espécie,

mecanismos de termorregulação e taxa de metabolismo.

O estudo realizado por Julian (2014), reafirmou que a temperatura ambiental está

associada ao metabolismo de aves jovens, causando aumento da mortalidade no lote

quando essa temperatura se torna crítica. O autor cita ainda que milhões de mortes

ocorridas anualmente são devidas à hipertermia por falha da energia elétrica que

compromete o funcionamento dos equipamentos de climatização.

A temperatura é considerada a principal variável do ambiente térmico, uma vez

que a dissipação do calor depende da diferença entre a temperatura corporal e a do ar

(LIMA, 2009). Dessa forma, a temperatura ambiente exerce grande influência sobre o

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consumo de ração, afetando diretamente o ganho de peso e a conversão alimentar dos

animais.

Para que a atividade celular seja normal, o animal precisa ter seu ambiente interno

estável com relação às flutuações externas, processo definido como homeotermia,

homeostase ou homeocinese (BAÊTA, 1997). A homeotermia refere-se ao processo

pelo qual o animal mantém a temperatura corporal aproximadamente constante, por

meio de processos de aumento e dissipação de calor, mediante as flutuações ocorridas

no meio ambiente externo (BAÊTA, 1997).

Para Lima (2009), as transferências de calor que ocorrem entre o animal e o meio

envolvem fatores de radiação, convecção e condução, com o aumento do calor advindo

da energia da ração e da radiação absorvida do ambiente, e liberando o calor excessivo

através da radiação emitida e por convecção feita pela pele e pela respiração. As aves

em estresse por calor abrem as asas mantendo-as afastadas do corpo, expondo a região

ventral altamente vascularizada, eriçam as penas e promovem vasodilatação periférica,

intensificando o fluxo sanguíneo para a superfície corporal e áreas não cobertas com

penas (pés, crista e barbela), com a finalidade de facilitar a perda de calor para o am-

biente (TAN et al., 2010). O estudo realizado por Mack et al. (2013) mostrou que as

aves submetidas à condições de estresse por calor gastam menos tempo de alimentação,

mais tempo bebendo água e ficam mais ofegantes, bem como permanecem menos

tempo em movimento.

Os animais utilizam de várias formas para manter a homeostase e a

termorregulação e quando sujeitos a temperaturas elevadas, perdem calor por convecção

e evaporação por meio da vasodilatação e transpiração. Porém as aves contam com um

mecanismo adicional para promover a troca de calor entre o corpo e o ambiente que são

os sacos aéreos. Estes sacos aéreos são muito úteis durante a ofegação, uma vez que

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promovem a circulação do ar e aumentam as trocas gasosas, perdendo calor por

evaporação (FEDDE, 1998).

Temperaturas ambientais elevadas alteram a atividade do sistema neuroendócrino

de aves, o que resulta na ativação do eixo hipotalâmico-pituitária-adrenal (HPA) e

elevação da concentração de corticosterona no plasma (GARRIGA et al., 2006; STAR

et al. 2008; QUINTEIRO-FILHO et al. 2010). Além disso, a temperatura corporal e

atividade metabólica são reguladas pelos hormônios da tireoide triiodotironina (T3) e

tiroxina (T4) e o equilíbrio entre estes, e estudos relataram que as concentrações de T3

diminuem consistentemente em condições de alta temperatura (STAR et al., 2008;

MACK et al., 2013). Os resultados descritos por Geraert et al. (1996) indicam que as

alterações endócrinas causadas por estresse térmico crônico em frangos de corte

estimulam a acumulação de lipídeos através do aumento da lipogênese, reduz a lipólise

e aumenta o catabolismo de aminoácidos.

Em situação contrária, condições ambientes com temperaturas frias, ou seja,

abaixo da temperatura crítica inferior, esses animais, para manter o calor, ativam através

do centro termorregulador, localizado no sistema nervoso central, certos processos

fisiológicos, como vasoconstrição, redução da frequência respiratória, elevação da taxa

metabólica, maior isolamento da pele com ereção dos pelos e produção de calor através

da ocorrência de tremor muscular e arrepio(MEDEIROS,2001).

Em suma, o estresse térmico prejudica a produção de frangos de corte em geral

(ARCILA, 2014), modificando o perfil neuroendócrino da ave, tanto pela diminuição de

ingestão de alimentos, quanto pela ativação do eixo HPA. As reações das aves podem

ser de formas distintas, que serão afetadas pelo tempo de exposição ao estresse e

também pela intensidade do mesmo.

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22

2.4. Conforto térmico de frangos de corte

A capacidade das aves em suportar o calor é inversamente proporcional ao teor de

umidade relativa do ar. Quanto maior a umidade relativa do ar, mais dificuldade a ave

tem de remover calor interno pelas vias aéreas, o que leva ao aumento da frequência

respiratória. Todo esse processo que a ave realiza no sentido de manutenção da

homeotermia promove modificações fisiológicas que podem comprometer seu

desempenho (OLIVEIRA et al., 2005).

Segundo estudo realizado por Cassuce (2011), um ambiente é considerado

confortável para frangos de corte adultos quando apresenta temperaturas de 16 a 23ºC e

umidade relativa do ar de 50 a 70%.

Vários autores, em pesquisa, objetivaram estabelecer bons parâmetros de criação,

que vem sendo adotadas como as faixas de temperatura consideradas ideais para um

galpão de frango de corte, visando maior desempenho produtivo (Tabela 1). Estas faixas

de temperatura tem norteado os produtores em um melhor manejo de criação com

emprego de sistemas de acondicionamento térmico para as condições climáticas no

Brasil (CASSUCE, 2011).

Tabela 1- Faixas de temperaturas de conforto para frangos de corte em diferentes

idades.

Idade (Semanas) Faixa de Temperatura (ºC)

1ª 34-32

2ª 32-28

3ª 28-26

4ª 26-24

5ª 18-24

6ª 18-24

Adaptado de Jurkschat et al. (1989); Misson (1976); Furlan e Gonzales (2002).

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23

Azona de conforto térmico é dependente de diversos fatores, sendo alguns ligados

ao animal, como peso, idade, estado fisiológico, tamanho do grupo, nível de

alimentação e genética e outros ligados ao ambiente como a temperatura, velocidade do

vento, umidade relativa do ar, tipo de piso (STRINGHINI et al., 2003)

Vários índices têm sido obtidos de testes com o objetivo de expressar oconforto

do animal com relação a dado ambiente. Em geral, são considerados dois ou mais

fatores climáticos, todavia, para alguns, são consideradas outras variáveis, como a taxa

metabólica e o tipo de isolamento (BAÊTA, 1997).O efeito da temperatura ambiente

sobre a temperatura corporal varia de acordo com a produção de calor do corpo que está

diretamente relacionada à massa corporal e da ingestão de alimentos.

Para Sartoriet al. (2001), as limitações climáticas podem ser amenizadas a partir

de um projeto de instalação correto em conjunto com manejo alimentar, bem como

técnicas de modificações térmicas ambientais.

2.5. Coberturas alternativas em instalação avícola

O material de cobertura exerce grande influência na qualidade da sombra. Baêta

(1997) afirma que um bom material de cobertura apresenta temperaturas superficiais

amenas, devendo possuir alta refletividade solar conjugada à alta emissividade térmica

na parte superior da superfície e baixa absortividade conjugada à baixa emissividade

térmica na parte inferior.

Diversos estudos na área de bioclimatologia vêm sendo realizados. Porém, a

maioria destes tem sido realizados sob condições de temperatura ambiental elevada fixa.

Em contraste, poucas são as informações disponíveis sobre os efeitos da combinação

dinâmica de temperatura e UR que realmente existe em climas tropicais reais,

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24

acarretando em limitações na compreensão abrangente de uma solução aplicável ao

problema do estresse por calor.

Jentzsch (2002), analisando os sistemas produtivos de acordo com o proposto

porBauke (1998) e Palmério (1998),verificou que os ganhos com a produção

apresentam margens líquidas pequenas em relação ao capital investido. Neste caso,

oaumento do retorno financeiro não é possível a partir do aumento do preço do produto,

mas sim com o aumento da produtividade e da escala de produção. Levando em conta

que as margens de lucro em relação ao capital investido são pequenas, o aumento da

produtividade e consequentementedo lucro, só é possível com o investimento em

tecnologia, abrangendo as instalações envolvidas no sistema. Estas instalações devem

atender às exigências de durabilidade, economicidade, funcionalidade e conforto

ambiental.

Em concordância com Rodrigues (1998), o telhado é o fator que mais contribui

para as condições do ambiente, dentro de galpões para a criação animal. O telhado influi

no ambiente térmico através do material constituinte das telhas, da sua natureza

superficial e da existência e eficiência de isolantes térmicos e forros. Machado et al.

(2012) afirmaram que a alta incidência de radiação solar sobre a cobertura das

instalações avícolas é um dos principais causadores do estresse térmico nos aviários.

Para os autores, o grande desafio para avicultura no Brasil é o desenvolvimento de

tecnologias de baixo custo, que proporcionem às aves condições ambientais favoráveis

para que estas possam expressar todo o seu potencial genético, uma vez que materiais

isolantes são relativamente caros.

Segundo Conceição et al. (2008), o tipo de material determinará a quantidade de

radiação que passará para dentro da construção, contribuindo para elevação da

temperatura no seu interior e, que nos aviários, a este calor se soma o calor latente e

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sensível produzido por cada ave aumentando ainda mais a carga térmica radiante e,

consequentemente, a temperatura interna do ar.

O material ideal para a cobertura deve atender às recomendações com as quais a

superfície superior tenha alta refletividade solar e alta emissividade térmica, e a

superfície inferior tenha baixa refletividade solar e baixa emissividade térmica (ABREU

et al., 2001). Atualmente no mercado existem vários tipos de telhas de materiais que

vão dos mais comuns, como barro/cerâmica e fibrocimento, até materiais alternativos,

como garrafas PET e embalagens TetraPak®. Esses dois últimos, possuem como

vantagens, possuírem um baixo custo e também podem diminuir a poluição ambiental,

já que a utilização dos mesmos, impediria que fossem lançados ao meio ambiente.

Moraeset al. (1999) citam que no Brasil, devido ao baixo custo de implantação e

manutenção, utiliza-se mais nas instalações avícolas coberturas de fibrocimento do que

telhas de barro (cerâmica) e alumínio, mas esta cobertura não proporciona um conforto

térmico para as aves em regiões de temperaturas mais elevadas. Já a telha de barro é

uma das mais antigas e acessíveis opções de telha disponíveis e ainda é uma opção

muito popular, adequando-se muito bem ao clima tropical e oferecendo uma ótima

relação de custo-benefício. Dentre os maiores entraves para sua utilização está o custo

mais elevado, em relação a outros tipos de cobertura nas instalações avícolas.

Coberturas confeccionadas com embalagens longa vida recicladas podem

substituir as telhas convencionais. Araújoet al. (2008), observaram que as telhas

produzidas a partir de embalagens Tetra Pak® apresentaram resultados melhores que as

telhas de fibrocimento tanto na caracterização mecânica como físico-química. Estes

autores citam ainda que, por ser aluminizada, além da durabilidade e resistência, as

embalagens Tetra Pak® atuam na reflexão da luz solar, deixando o ambiente mais fresco

e agradável, evitando dessa forma o efeito estufa gerado pelas altas temperaturas. Além

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26

disso, este tipo de material é atóxico e sem restrições de uso. Já a utilização de garrafas

PET (politereftalato de etileno) como material na construção de telhados ainda é baixo.

Este material tem um custo quase zero, se comparado aos demais materiais dos telhados

convencionais e, além disso, o seu uso evita a poluição ambiental.

Kravchenko e Gonçalves (1980) conduziram experimento para verificar a

eficiência de materiais de cobertura para instalações animais, em Goiânia. Utilizaram

cinco abrigos cobertos com fibrocimento vermelho, fibrocimento cinza, alumínio

ondulado, telha de argila tipo francesa e capim-jaraguá (Hyparrhenia rufa). As

condições mais favoráveis foram observadas nos ambientes cobertos com capim, telha

francesa ealumínio, respectivamente. As telhas de fibrocimento vermelho e cinza foram

as que apresentaram menor eficiência.

2.6. Modelos reduzidos

A utilização de estruturas em modelos reduzidos é um mecanismo de estudo físico

onde se pode ter uma melhor noção de um modelo natural, porém com custos muito

menores. Este método de avaliação de instalações para produção animal tem como

principal limitação, a impossibilidade de realizar os testes em condições de produção,

sendo apenas uma simulação básica do meio sem os animais (ALMEIDA, 2011).

Para a avaliação do comportamento térmico do projeto, entretanto, a realização de

experimentos deste tipo apresentam várias vantagens, como o baixo custo de material,

mão de obra e tempo envolvido (ALMEIDA, 2011). O desenvolvimento de pesquisas

sobre instalações para avicultura em escala natural apresenta custo elevado, além de

demandar um longo tempo para o desenvolvimento e adaptações dos projetos

(CARDOSO, 2014).

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27

Desta forma, o uso de modelos reduzidos é uma ótima opção para avaliação de

possíveis alternativas de escolha para posterior utilização em escala real, permitindo a

verificação de eficiência, a utilização de diversos materiais e possibilitando a

observação da viabilidade econômica de cada um destes materiais para a escolha, além

de poder ser realizados testes em condições extremas de temperatura.

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28

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi realizado na área experimental do Departamento de Zootecnia

da Universidade Federal de São João del-Rei, localizado no Campus Tancredo Neves

em São João del-Rei - MG, nos meses de novembro e dezembro de 2015, deste foram

selecionados dez dias alternados onde o tempo deveria estar ensolarado.Segundo o

IBGE, a latitude do município é 21° 08’ 08”S e longitude 44° 15’ 42”W. A

classificação do clima é Cwa (clima temperado úmido com inverno seco e verão

quente), com pluviosidade média anual de 1468 mm.

A área do experimento foi previamente limpa, os modelos foram montados em

um terreno plano livre de sombreamento durante o dia, gramado e nivelado (Figura 2).

Figura 2 - Área escolhida para o experimento.

Para a execução do experimento foram construídos quatro modelos reduzidos de

galpões avícolas, geometricamente similares, em escala reduzida de 1:10, estabelecida

com base na relação entre dimensões reais e reproduzidas na estação experimental.

(MURPHY, 1950; MORAES, 1999, 2001a, b). Utilizando uma bússola, foram alocados

no sentido leste-oeste, não alinhados e distanciados 4,0 m um do outro com o auxílio de

uma trena.

Os modelos reduzidos foram confeccionados com chapas de compensado com

espessura de 10 mm, sendo que as faces leste e oeste tiveram um fechamento opaco. As

dimensões foram de 1,25 m de comprimento, 1,0 m de largura, 0,90 m de altura e beiral

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de 0,20m, sendo que a inclinação das coberturas foi de 30º, de acordo

com(VIGODERIS, 2007), que recomenda inclinações de telhado entre 20° e 30°

parainstalaçõesavícolas.Os caibros foram utilizados com a finalidade de sustentação dos

modelos utilizados, para o acabamento dos modelos utilizou-se tinta acrílica branca,

solúvel em água, com três demãos, aplicada tanto na parte externa quanto na parte

interna dos modelos (Figura 3).

Figura 3 – Chapa de compensado cortadas e pintadas.

As coberturas analisadas nos tratamentos foramàsseguintes:telha de

fibrocimento, telha de barro, TetraPak®; garrafas PET.

3.1. Telha de fibrocimento

A telha de fibrocimento utilizada no experimento foi da marca CONFIBRA com

espessura de5mm. A telha foi medida e instalada em um dos modelos reduzidos, para

comparação de desempenho térmico com o das outras telhas (Figura4).

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30

Figura 4 – Modelo reduzido com telha de fibrocimento.

3.2. Telha de barro

As telhas de barro utilizadas foram da marca INCA.No total foram 64 telhas,

sendo 4 para acumieira(Figura 5).

Figura5 - Modelo reduzido com telha de barro.

3.3. Telha de Tetra Pak®

Após adquirir todas as caixas de leite TetraPak®, as mesmas foramhigienizadas e

após a secagem, foram cortadas em tamanho uniforme. Com o auxílio de um

grampeador foram unidas lado a lado com a parte laminada voltada para dentro do

modelo (Figura 6).

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31

Figura 6 – Modelo reduzido com telha de Tetra Pak®.

3.4.Telha de Garrafa PET

Para o aproveitamento das garrafas PET os rótulos foram retirados. Realizou-se

a lavagem e o corte em tamanhos iguais das mesmase,com o auxílio de um grampeador,

foram anexadas uma ao lado da outra e posicionadas na cobertura de um dos modelos

(Figura 7).

Figura 7 -Modelo reduzido com telha de garrafa PET.

Para a determinação do ambiente térmico interno dos modelos foram registradas

a umidade relativa (UR) e as temperaturas através de termohigrômetrosda marca

Impac® (Figura 8), instalados dentro de cada modelo a 20 cm da altura do piso,

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similares aos centros geométricos das aves. A escala de medição de temperatura do

termohigrômetro utilizado varia de -10°C a +60°C. A medição de umidade relativa do

ar varia de 10% a 99%(INCOTERM®).

As medições foram realizadas durante dez dias, às 9 h e às 15 h. O dia para cada

coleta deveria estar ensolarado e sem nuvens.

Figura 8 – Termohigrômetro.

Conjuntamente, foi instalado um sistema digital de aquisição de dados para

leitura de cinco sensores de temperatura. Os sensores foram instalados bem próximos

aos termômetros, sendo previamente calibrados em freezer e estufa.

O sensor de temperatura utilizado no experimento foi o LM35 da National

Semiconductor (Figura 9). Trata-se de um sensor analógico capaz de registrar

temperaturas variando de -55 a 150 ºC com uma precisão de 0,5 ºC. O sensor é

alimentado por tensões que variam de 4 a 30 V. Para cada grau Celsius (ºC) de

temperatura o sensor retorna 10 mV no terminal de saída, ou seja, 10 mV/ºC

(NATIONAL SEMICONDUCTOR, 2000).

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33

Figura 9 – Sensor de temperatura LM35 da National Semiconductors. Identificação dos

terminais de entrada (externos) e o de saída analógica que vai ligado à placa de

aquisição de dados.

O sistema digital de aquisição de dados é constituído por um programa

desenvolvido em linguagem LabVIEW 8.5 (software) e uma placa de aquisição de

dados (hardware), modelo NI-USB 6221 da Nationa lInstruments. O LabVIEW oferece

um desempenho multiprocessado para plataformas de hardware embarcado e de tempo

real, sendo fundamentado em fluxo de dados de programação gráfica (NATIONAL

INSTRUMENTS, 2014).

O painel frontal do programa de leitura dos sensores desenvolvido em

LabVIEW8.5 é mostrado na Figura 10.

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34

Figura 10 – Programa desenvolvido em linguagem LabVIEW 8.5.

O painel frontal do programa permite a visualização de até cinco sensores de

temperatura. A visualização se dá tanto de forma gráfica quanto por meio de

indicadores numéricos posicionado na parte inferior central de cada gráfico. Os

parâmetros ai e bi, i = 1 a5, localizados abaixo dos respectivos gráficos alteram a curva

de ajuste da calibração de cada sensor. O programa permite, ainda, ajustar o número de

amostras lidas a cada segundo, ativar o modo de gravação de dados e o nome dos

arquivos a serem salvos.

A gravação de dados foi feita de 24 h por dia. Os arquivos foram salvos no

formato test_AA-MM-DD_HHMM.lvm, onde AA refere-se aos dois últimos dígitos do

ano corrente, MM ao mês, DD ao dia, HH à hora e MM ao minuto em que se inicia a

gravação. Às 23h59 oprograma automaticamente fecha e salva o arquivo do dia corrente

e cria o arquivo para o dia seguinte.

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35

A taxa de amostragem foi ajustada em 0,1 amostras/s, o que resulta em seis

amostras/min. Em um dia, o programa registrava 8639 amostras em cada sensor de

temperatura. A temperatura média foi calculada dentro de cada minuto, o que reduziu o

número de dados para 1440 amostras em cada sensor. A partir das médias de cada

sensor foram feitos os gráficos de registro de temperatura ao longo do dia.

O programa, além de promover a interface com o usuário, gerenciava a placa de

aquisição de dados NI-USB 6221. Esta placa era composta por 16 canais de entrada

analógica, 1 saída analógica, 24 entradas/saídas digitais e se conecta ao computador por

meio de uma entrada USB(NATIONAL INSTRUMENTS, 2014) (Figura 11).

Figura 11 – Placa de aquisição de dados NI-USB 6221 da NationalInstruments com as

pontes de terminais em verde onde são feitas as conexões com os sensores de

temperatura.

A pinagem da placa de aquisição dedados é apresentada na figura 12.

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36

Figura 12 – Pinagem da placa de aquisição NI-USB 6221 (AI = entrada analógica, AO

= saída analógica, GND = terra, P = entrada/saída digital)

O esquema de ligação dos sensores à placa de aquisição de dados é apresentado

na tabela 2. Observa-se que todos os terminais Vcc dos sensores de temperatura são

ligados ao pino de alimentação da placa (Pino 96).

Tabela 2 – Esquema de ligação dos sensores de temperatura na placa de aquisição.

Sensor Canal Analógico Pino Vcc Pino de Entrada Pino GND

Sensor 1 Canal 0 Pino 96 Pino 01 Pino 03

Sensor 2 Canal 1 Pino 96 Pino 04 Pino 06

Sensor 3 Canal 2 Pino 96 Pino 07 Pino 09

Sensor 4 Canal 3 Pino 96 Pino 10 Pino 12

Sensor 5 Canal 4 Pino 96 Pino 17 Pino 19

Para cada sensor de temperatura foi ajustada uma equação de reta de forma a

proceder ao ajuste da calibração. Esse ajuste consistiu em obter os parâmetros a e b da

equação da reta y = ax + b para cada sensor. Para fazer a calibração foi utilizada uma

fonte fria e uma fonte quente. A fonte fria consistiu em um freezer com termômetro

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digital. A fonte quente consistiu em uma estufa com controle digital. A temperatura na

fonte fria foi fixada em 1,4 ºC e a temperatura na fonte quente em 38,2 ºC. Os sensores

de temperatura foram instalados nessas fontes juntamente com um termômetro digital

previamente calibrado. A aquisição dos dados dos sensores de temperatura foram feitas

durante alguns segundos. Ao mesmo tempo, procedeu-se a leitura do termômetro

digital. Os ajustes das curvas de calibração são mostrados na figura 13:

Figura 13 – Curvas de calibração para obtenção dos parâmetros a e b da equação da reta

de ajuste.

A partir das curvas de calibração, obteve-se os parâmetros a e b inseridos na

interface do programa mostrada na figura 13.

T1

y = 100,71x + 0,6415

0

10

20

30

40

50

0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4

Tensão (V)

Tem

pera

tura

(ºC

)

T2 y = 100,22x - 0,4885

0

10

20

30

40

50

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5

Tensão (V)

Tem

pera

tura

(ºC

)

T3

y = 100,45x - 0,4424

0

10

20

30

40

50

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5

Tensão (V)

Tem

pera

tura

(ºC

)

T4

y = 100,92x + 0,5142

0

10

20

30

40

50

0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4

Tensão (V)

Tem

pera

tura

(ºC

)

T5

y = 100,13x + 0,7321

0

10

20

30

40

50

0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4

Tensão (V)

Tem

pera

tura

(ºC

)

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38

Os sensores foram instalados no centro geométrico de cada modelo reduzido, a

0,3 m do piso, correspondente ao centro de massa das aves (WELKER et al., 2008;

DAMASCENO et al., 2010).

Foi utilizado um termômetro de infravermelho digital com mira laser modelo

MT-320, da marca Minipa(Figura 14)com medida de máximo e mínimo, faixas de

medição de– 20 ~ 400ºC. Para medição das temperaturas superficiais das coberturas, as

temperaturas foram coletadas em três pontos das superfícies interna e externa das

coberturas, e por conseguinte, calculada a média de temperatura em cada horário de

coleta.

Figura 14 - Termômetro Infravermelho Digital com Laser MT-320 Minipa

Em cada modelo reduzido no seu interior, foi coletado temperaturas e umidade

relativa do ar. Para a temperatura superficial interna e externa das coberturas os valores

foram coletados em três pontos (OLIVEIRA et al., 2005), sendo por conseguinte

calculada a média das temperaturas nos três pontos.

As variáveis ambientais dos modelos foram analisadas por meio da análise

descritiva, comparando os dados observados com os dados da literatura. As médias e

gráficos foram executados através do programa Microsoft Office Excel.

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39

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40

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com o gráfico 1,a cobertura com telha de barro(T1) apresentou o

melhor isolamento térmico. Entretanto,a cobertura com telha de pet (T2) demonstrou o

pior isolamento. O comportamento do Tetra Pak® (T4) é similar ao da telha de

fibrocimento (T3).

Gráfico 1 – Variação de temperatura dos modelos de cobertura T1, T2, T3 e T4.

A tabela 3 apresenta as temperaturas médias dos tratamentos aferidas com o

termohigrometro às 9 h e às 15h.

Tabela 3 - Média das temperaturas (°C) registradas no período da manhã (9 h) e no

período da tarde (15h) dos diferentes materiais.

T1 T2 T3 T4

Manhã 24,2°C 29,1°C 24,4°C 25,8°C

Tarde 28,4°C 34,8°C 28,8°C 28,9°C

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

0:0

0

1:0

0

2:0

0

3:0

0

4:0

0

5:0

0

6:0

0

7:0

0

8:0

0

9:0

0

10:0

0

11:0

0

12:0

0

13:0

0

14:0

0

15:0

0

16:0

0

17:0

0

18:0

0

19:0

0

20:0

0

21:0

0

22:0

0

23:0

0

Tem

pe

ratu

ra (

ºC)

Tempo (h)

Dinâmica da variação de temperatura

T1 (ºC)

T2 (ºC)

T3 (ºC)

T4 (ºC)

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41

Na tabela 3observa-se que no período da manhã, independente do material

utilizado nos modelos,a temperatura variou de 24,2 – 29,1ºC. Na parte da tarde os

valores de temperatura variaram de 28,4 – 34,8ºC. Os dados de T1, T3 e T4 na parte da

manhã aproximam dos valores obtidos de Furtado et al. (2003), onde encontraram a

temperatura ideal para as aves de 18 a 25-28 °C.Deste modo, os valores de temperatura

média observados no período da manhã entre os tratamentos durante o experimento

estão dentro dos limites críticos estabelecidos na literatura.Os valores de temperatura

média observados no período da tarde ultrapassaram os limites críticos superiores em

praticamente todos os dias dos períodos analisados.

Resultados de vários estudos indicam os efeitos do estresse por calor e das

variações sazonais e diárias de temperatura e umidade relativa sobre o desempenho

produtivo das aves (MAHMOUD et al., 1996). Sabe-se que,sob estresse por calor, a ave

pode apresentar perda de peso corporal (SCOTT &BALNAVE, 1988).

Autorescomo (SEVEGNANIet al., 1994), observaram que a telha barro

apresentou melhores resultados térmicos que a de fibrocimento.

Embora as telhas de barroapresentem um melhor desempenho térmico, a

cobertura de telha de fibrocimento apresenta custo de construção inferior, devido

principalmente ao suporte ser mais leve e exigir uma menor quantidade de mão-de-obra

(TCPO 7, 1980).

Como foi evidenciado que os materiais Tetra Pak® e Fibrocimento possuem um

comportamento similar, foi feito uma análise comparativa mais aprofundada dos

materiais citados, representado no gráfico 2.

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42

Gráfico 2 – Gráfico de variação de temperatura, dividida em períodos, comparando os

modelos T3 e T4.

Para melhor entendimento do gráfico, ele foi divido em cinco partes, que são

distribuídas em horas do dia, sendo elas: Período 1 (P1), Período 2 (P2), Período 3 (P3),

Período 4 (P4) e Período 5 (P5). O P1 varia de 0 h às 10 h, P2 varia de 10 h às 14 h, P3

varia de 14 h às 16h30, P4 varia 16h30às 17h30e P5 varia de 17h30 à 0 h.

No período 1, foi observado que o galpão reduzido cujo telhado era de Tetra

Pak®, a temperatura interna foi menor comparado ao do galpão cujo telhado era de

Fibrocimento. Nota-se também que ao longo dos outros períodos do dia, essa situação

se alterna. Enquanto o modelo T3 consegue mantera temperatura internano telhado, o

modelo T4 libera o calor da telha mais rápido.Existem dois comportamentos: quando a

temperatura ambiental começa a subir a telha de Tetra Pak® esquenta mais. Quando a

temperatura começa a cair observa-se que a temperatura da telha de Fibrocimento

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Dinâmica da variação de temperatura

T3 (ºC)

T4 (ºC)

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estámais alta em relação a telha Tetra Pak®

, ou seja, Fibrocimento mantém a

temperatura por mais tempo em comparação ao Tetra Pak®.

No P1 nota-se que o ambiente do galpão com a telha de Fibrocimento está mais

quente do que com a Tetra Pak®

. Após as 10h (P2), observa-se que o galpão com telha

Tetra Pak® fica mais quente. No P3 após as 14h, ocorre uma queda de temperatura dos

dois galpões. Nessa situação o galpão com telha de Fibrocimento mantém a temperatura

mais constante (ele estáretendo a temperatura mais alta, não está deixando esfriar tanto)

enquanto que o Tetra Pak® esfria mais rápido. No P4, observa-se um aumento da

temperatura dos dois galpões, consequentemente pelo fato da temperatura do ambiente

aumentar. Nessa situação o galpão com telha de fibrocimento manteve a temperatura

mais baixa que o galpão de Tetra Pak®.No P5, verifica-se uma nova queda de

temperatura dos dois galpões e novamente o galpão com telha de Fibrocimento

apresentou um decréscimo na temperatura mais lenta.Este comportamento indica que

quando ocorre um aumento na temperatura ambiente, a telha de fibrocimento absorve

calor mais lentamente. Quando a temperatura do ambiente diminui a telha de

Fibrocimento libera calor de forma mais lenta comparativamente a telha de Tetra Pak®,

isso indica um melhor conforto térmico por parte da telha de Fibrocimento em relação à

telha Tetra Pak®.

Observa-se uma considerável correlação entre a temperatura do T3 e a

temperatura do T4. Conforme os gráficos obtidos durante os dez dias de análise

experimental, foi selecionado um dos gráficos para a análise mais completa dos dados

(gráfico 2). Verifica-se que o registro de T4 é similar ao registro de T3 sendo reforçado

pelo gráfico de correlação (gráfico 3), onde se observa-se uma correlação de 98% entre

T3 e T4.

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Gráfico 3- Gráfico de correlação entre os materiais Fibrocimento (T3) e Tetra Pak®

(T4).

No gráfico4 foi realizada uma interpolação de curva por meio de um polinômio

de 5ª ordem nas temperaturas do galpão de fibrocimento e de Tetra Pak®. As duas

curvas evidenciam um aquecimento mais lento da telha de fibrocimento.À medida que a

temperatura do ambiente aumenta há um esfriamento mais lento da telha de

fibrocimento.Quando a temperatura ambiente diminui, observa-se um comportamento

mais lento, demora mais para esquentar, o ambiente fica mais fresco e quando esfria ela

demora mais para liberar o calor. Já a telha de Pet, por exemplo, ela esquenta muito

rápido e esfria muito rápido (variação rápida).

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Gráfico 4- Interpolação de curva entre os materiais Fibrocimento (T3) e Tetra Pak®

(T4).

Ao analisar os dados de umidade relativa do ar foram feitas médias de acordo

com a hora do dia (manhã e tarde). A partir dessas médias, foram criados gráficos para

uma melhor análise.

No período da manhã (Gráfico 5), observa-se que a umidade foi mais alta nos

modelos de telhas de Barro (83%), seguido da Tetra Pak® (81,1%), sendo menor na de

Fibrocimento (80,7%), e por último no galpão cujo telhado era de garrafas Pet (71,7%).

Gráfico 5 – Umidade média dos modelos no período da manhã.

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No período da tarde (Gráfico 6), observa-se que a umidade foi mais alta nos

modelos de telhas Tetra Pak® (67,7%), seguida da telha de Barro (67,4%), em seguida

de Fibrocimento (65%),e por último no galpão cujo telhado era de garrafas Pet (53,6%),

porém com uma menor variação.

Gráfico 6 – Umidade média dos modelos no período datarde.

No período da tarde (gráfico 6), observa-se que as porcentagens de umidade

estão mais próximas do conforto dos animais, se comparado com o período da manhã

(gráfico 5), segundo Cassuce (2011) a umidade relativa do ar ideal é de50 a 70%.

Cardoso (2014), estudando modelos reduzidos de instalações avícolas com

coberturas de telha de PVC, fibrocimento e cerâmica, através de ITGU e carga térmica

radiante (CTR), obteve que, após período de 14 h, a telha de cerâmica sempre obteve

melhores resultados, proporcionando um ambiente com melhores condições de

temperatura.

É importante sempre estar controlando temperatura e umidade das instalações,

pois quando se tem alta umidaderelativa,torna-se mais difícil para as aves dissiparo

calor para o ambiente, retém calor ao invés de perder, aumentando sua frequência

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respiratória e a movimentação dos músculos envolvidos na respiração, sendo que as

movimentações desses músculos geram ainda mais calor.

Pode-se afirmar que as aves criadas no calor seco foram submetidas à menor

nível de estresse, pois a umidade relativa apresenta relação inversamente proporcional à

dissipação de calor por evaporação. Neste caso, se a umidade for elevada, a evaporação

é lenta, reduzindo-se a perda de calor e alterando o equilíbrio térmico da ave

(VALÉRIO, 2000).

Para a mensuração da temperatura interna e externa das telhas foi utilizado um

termômetro infravermelho. Os valores médios da temperatura sãoapresentados na tabela

4 (manhã) e tabela 5 (tarde).

Tabela 4- Média das temperaturas (°C) internas e externas das telhas dos diferentes

materiais dos modelos reduzidos no período da manhã.

T1 T2 T3 T4

Externa 28,6 ºC 28,12 ºC 28,13 ºC 38,29 ºC

Interna 25,65 ºC 30,11 ºC 26,94 ºC 27,65 ºC

Verifica-se na tabela 4 (manhã),que a temperatura externa do T4 é mais alta em

relação às outras telhas, e para a temperatura interna o valor foi maior para o T2 e

menor para o T1.Com isso o modelo T4 esquenta mais externamente e menos

internamente, diferente do modelo T2 em que a temperatura média maior é

internamente e menor externamente.

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Tabela 5- Média das temperaturas (°C) internas e externas das telhas dos diferentes

materiais dos modelos reduzidos, no período da tarde.

T1 T2 T3 T4

Externa 35,72 ºC 30,71 ºC 39,06 ºC 38,2 ºC

Interna 31,5 ºC 36,09 ºC 34,89 ºC 32,05 ºC

Observa-se na tabela 5 que os valores médios dos telhados foram mais elevados

se comparado com a tabela 4, sendo que a temperatura mais alta externamente foi no

modelo T3 e mais baixa no modelo T2, e internamente o valor mais alto foi no modelo

T2 e menor no T1.

Segundo Akbari et al. (2005) uma queda de temperatura superficial do telhado

conduz a uma redução da condução de calor para o interior da instalação. Sendo que a

elevada temperatura do ar ambiente é causada pela energia solar absorvida (Faghih &

Bahadori, 2010).

O melhor material a ser utilizado em uma instalação é o que emiti menos

radiação. A telha de barro possui uma baixa condutividade térmica, sendo um isolante

térmico. Com isso controla mais a troca de calor entre os meios externos e

internos(ÁVALO, 2014), sendo evidenciado nas tabelas acima em que a cobertura do

T1 tem melhor isolamento térmico em relação as outras telhas.

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5. CONCLUSÃO

Concluiu-se que a telha de barro tem maior eficiência como isolante térmico em

relação as outras telhas avaliadas, e a telha de garrafa PET possuia pior eficiência.

Quando comparado as telhas de fibrocimento e de Tetra Pak®, a que apresentou

melhor isolamento térmico e aproximou da temperatura ideal para as aves foi a telha de

fibrocimento.

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