CADERNO DE RESUMOS - 2015 - Faculdade de Educação da USP · Faculdade de Educação...

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES 1 CADERNO DE RESUMOS - 2015

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES 1

CADERNO DE

RESUMOS - 2015

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES 2

Resumos Apresentados - 03 DE março de 2015 – 19h30 às 22h00

QUESTÃO DE GÊNERO EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO: EXPERIÊNCIAS DE

ESTÁGIO.

Paloma de Queiroz

Tatiana Araujo Pereira

Instituto de Química da USP

[email protected]

Este trabalho visa descrever as experiências de estágio na disciplina de vivência e

investigação em gestão da educação, acompanhando o trabalho de gestão escolar em duas escolas

públicas (Escola A e Escola B), com foco na questão de gênero. A Escola A oferece cursos do ensino

fundamental e médio, enquanto que a escola B não tem ensino fundamental, mas, além do ensino

médio, tem cursos técnicos de variadas áreas. A primeira fica localizada em um bairro humilde na

cidade de Guarulhos, e a segunda, em um bairro classe média de São Paulo.

A metodologia compreende observação dos trabalhos de coordenação, bem como as

relações no dia a dia da escola; análise de projeto pedagógico e regimento escolar e entrevistas com

alunos. Os resultados foram confrontados com a literatura sobre o tema e mostram duas escolas com

posturas bem diferentes no que se refere ao tema abordado, provavelmente, porque a localização da

Escola B em uma região mais favorecida da cidade resulta em um quadro de alunos bastante plural,

contemplando diferentes classes sociais, idades, sexo, identidade de gênero e orientação sexual, ao

contrário da Escola A.

A Escola B se mostra menos conservadora em relação à homossexualidade e

transexualidade, visto que a Escola A mantém posturas comumente observadas na maioria das

instituições públicas de ensino, não tolerando dentro da escola comportamentos não esteriotipados –

meninos deveriam se comportar como meninos e vice-versa. Apesar do discurso progressista, a escola

cai em contradição com suas atitudes, tanto no que se refere à homo e transexualidade quanto ao

sexismo. Já na Escola B foi percebido maior presença de diálogo e respeito às individualidades nas

atitudes da escola frente a um de seus alunos que é transgênero e teve a liberdade de levar

representantes de um movimento social para debater sobre o assunto e conscientizar os demais

alunos da escola. Ao mesmo tempo, os líderes discentes, em sua maioria, são homossexuais, ou seja,

eles são os que mais se posicionam politicamente na escola, possivelmente em função da necessidade

de se imporem frente à

nossa atual sociedade fortemente conservadora, trazendo para dentro da escola a

postura que possuem fora dela. Entretanto, as duas têm posturas semelhantes quando se trata de

alguns hábitos sexistas, tais como a vestimenta, evasão e, no caso dos cursos técnicos, a quantidade

de alunos dos diferentes sexos matriculados em especializações tipicamente masculinas ou femininas.

Em níveis diferentes, ambas reforçam estereótipos sobre a figura feminina, mas a Escola B garante

maior autonomia a alunos de ambos os sexos.

Palavras-chave: gestão; educação; gênero.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES 3

ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA, TECNOLOGIA ASSISTIVA E DESENHO UNIVERSAL DO ESPAÇO ESCOLAR

Ana Clara Dias Idino Faculdade de Educação, USP

[email protected] O estágio foi realizado numa escola estadual, localizada na zona periférica da cidade de

Campinas, interior do estado de São Paulo. As famílias dos alunos tem pouco poder aquisitivo, e muitos

moram em condições precárias. Parte considerável dos alunos mora em uma invasão próxima a escola,

em barracos de madeira. O entorno escolar enfrenta problemas como zona de prostituição e

inexistência de atendimento público acerca da saúde. No período de 2012 a 2014, a escola contou com

o patrocínio de uma importante empresa da cidade, que tem um cunho voltado para atividades

educacionais, e esse patrocínio trouxe muitas melhorias para a escola e permitiu novas experiências

aos professores e alunos, inclusive relacionados com o tema do estágio.

O estágio foi realizado no mês de maio de 2014, no período da manhã, e compôs parte da

nota da disciplina Educação Especial: Fundamentos, Políticas e Práticas Escolares, ministrada pela

professora doutora Karina Soledad Maldonado Molina Pagnez, matéria obrigatória do curso de

Pedagogia da Universidade de São Paulo.

A proposta do estágio era constatar se o espaço físico da escola permitia aos alunos com

deficiência, sua frequência e permanência no ambiente escolar. Para isso, a proposta era recorrer às

normas da ABNT acerca da acessibilidade arquitetônica, bem como aspectos da tecnologia assistiva e

do desenho universal. A abrangência legal foi um aspecto também considerado, e para isso foram

consultados a Constituição Federal, o Decreto nº8213/1991 e declarações que ressaltam os direitos de

pessoas com deficiência.

A experiência do estágio foi em sua maior parte de observação, mas também envolveu

conversas com alguns funcionários da unidade escolar. Vale ressaltar que, na oportunidade em que o

estágio foi realizado, a escola tinha uma aluna usuária de cadeira de rodas, e as conversas com ela,

bem como acompanhar sua rotina, foram relevantes para confirmar que o espaço atendia suas

necessidades, desde rampas de acesso até o banheiro adaptado para o seu uso.

Ter a presença de uma aluna com deficiência na escola criou oportunidades para que

também fosse observado outros aspectos, além dos propostos inicialmente, como por exemplo, lidar

com a insegurança inicial diante do novo desafio, conhecer as pequenas medidas que a escola tomou

para que ela sempre estivesse amparada, como ter amigos para ajudá-la, bem como a árdua tarefa em

conseguir uma cuidadora para auxiliá-las em atividades diversas.

O estágio foi bastante satisfatório e com muitos pontos positivos, que até mesmo fugiriam

do objetivo do estágio. Foi uma experiência enriquecedora, tanto no campo pessoal como no campo

acadêmico.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES 4

RELAÇÕES ENTRE ALUNOS DEFICIENTES, A ESCOLA E SEU AMBIENTE

CAMPOS, Rodolfo da Silva

Instituto de Matemática e Estatística

[email protected]

A acessibilidade de pessoas que possuem qualquer tipo de deficiência tem sido um

tema emergente no Brasil e no mundo, pois com o avanço da tecnologia podemos contar com

ferramentas e aparelhos que auxiliem na inclusão e na comunicação entre quaisquer indivíduos.

Na educação é visível que a inclusão de alunos com deficiência é essencial para evitar a exclusão

desse indivíduo na escola bem como na sociedade, então este trabalho dedica-se a pesquisar e

entender melhor a relação entre a escola e seus alunos com deficiências diversas a fim de

entender como a gestão escolar lida com essa condição e se a relação entre os indivíduos no

âmbito escolar é afetada a ponto de se criar uma situação de exclusão na escola.

A instituição em questão foi escolhida devido o fato de o autor ser ex-aluno e conhece

o ambiente desde o início de sua vida escolar, e sabe que a escola possui um espaço reservado

para a elaboração de trabalhos e assessoria à alunos portadores de deficiência.

O estágio constituiu-se na execução de 60 horas dentro da instituição em questão e

foi elaborado a partir da proposta da disciplina de Estágio de Vivência e Investigação em Gestão

Escolar e Políticas Públicas (EDA0689).

No final do estágio e durante a conclusão da disciplina posso dizer que a experiência

que adquiri nesse período foi de extrema importância para minha vida acadêmica e pessoal:

conheci pessoas interessantes e interessadas por colaborar com uma educação de qualidade para

a formação de indivíduos, aprendi e lidei com situações de gestão escolar onde, com a colaboração

da equipe de gestão da instituição, entendi melhor como funciona uma escola, qual a função da

gestão e corpo docente, quais as expectativas para com a instituição e com seus alunos, além de

relembrar minha experiência de ex-aluno, meus ex-professores sentiram-se satisfeitos e

orgulhosos com minha atitude e o caminho pelo qual decidi me especializar, a educação.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES 5

PROPOSTA DE ATENDIMENTO ÀS PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NOS MUSEUS DO

CAMPUS BUTANTÃ DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Simone Santos Pereira - Faculdade de Educação - [email protected]

Gustavo Ceregatti - Faculdade de Educação - [email protected]

Carina Castro – Faculdade de Educação – [email protected]

Esse trabalho é o resultado de uma pesquisa realizada como estágio da disciplina

Educação Especial - fundamentos, políticas e práticas escolares da Faculdade de Educação da

Universidade de São Paulo (FEUSP), ministrada pela Profa. Dra. Shirley Silva.

A presente pesquisa foi realizada em todos os museus e acervos da Universidade de São

Paulo (USP) do campus da Cidade Universitária em São Paulo. A investigação visa entender a

acessibilidade ofertada para pessoas com necessidades especiais dentro de cada instituição. Os

objetivos da pesquisa foram: i. discutir o que promulga os documentos oficiais brasileiros referentes à

inclusão de pessoas com necessidades especiais e ii. construir um panorama do que se realiza na

prática nestas instituições.

Compreendemos a importância da mediação da cultura como parte integrante do

processo educacional, social e pessoal de cada um, portanto visamos estabelecer um painel dos

elementos facilitadores ou limitadores da inclusão social nesses espaços da universidade, em seu

projeto de extensão à sociedade. Para realizar a pesquisa utilizamos questionários (sobre

acessibilidade física e estrutural), entrevistas, visitas e observações em todos os espaços. O estágio

teve duração de trinta horas.

A análise concluiu que algumas instituições apresentam características que podem

facilitar a interação da pessoa com o meio, entretanto há um distanciamento entre o que é proposto

pelos documentos oficias e a aplicação na vida social. Acreditamos na importância da pesquisa, pois

essas instituições devem contribuir para a educação e cultura dos estudantes em todas as modalidades

de ensino, em especial a Educação Especial Inclusiva, assim como o público espontâneo com

necessidades especiais.

Palavras-chave: Acessibilidade em Museus – Políticas Públicas Inclusivas - Programas de

Ação Educativa Inclusiva – Educação Especial Inclusiva – Projeto de extensão da universidade.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES 6

Resumos Apresentados – 04 de março de 2015 – 14h30 às 17h00

ESTÁGIO NO ENSINO MÉDIO: DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA

Mairin Imoto Saito

FFLCH

[email protected]

A experiência de estágio aqui relatada ocorreu nos dois semestres de 2014 - com a

observação de aulas de sociologia no ensino médio como elemento principal do estágio - para atender

a três disciplinas obrigatórias do curso de licenciatura em Ciências Sociais: Metodologia do ensino de

Ciências Sociais I, Metodologia do ensino de Ciências Sociais II e POEB. O estágio se deu

majoritariamente numa escola pública específica do estado de São Paulo, mas incluiu também um

número significativo de horas em duas escolas particulares no primeiro semestre de 2014, como parte

do estágio solicitado por Metodologia do ensino de Ciências Sociais I.

Houve uma concentração maior de aulas observadas no primeiro e terceiro anos do

ensino médio, em função da compatibilidade de grade horária. O objetivo do estágio foi orientado pelo

tema do currículo. Além de verificar o plano de ensino da disciplina de sociologia – e sua relação com

o projeto político-pedagógico (PPP) e parâmetros curriculares nacionais (PCN) no caso de POEB -

busquei atentar para o modo como os assuntos eram trabalhados pelo professor em sala de aula, a

recepção dos alunos e sua reação aos tópicos abordados. A experiência de observação das aulas se

revelou bastante surpreendente e gratificante nos vários aspectos observados, e ainda fui

contemplada com uma oportunidade de regência igualmente enriquecedora.

Palavras-chave: estágio, ensino médio, sociologia.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES 7

ALFABETIZAÇÃO EM LINGUA PORTUGUESA EM ANGOLA

Sheila Perina de Souza

Faculdade de Educação

[email protected]

O meu estagio foi realizado na cidade do Dundo, Lunda Norte, Angola, no segundo

semestre de 2014, em uma escola publica. Nesse período estive em intercambio acadêmico financiado

pela capes. Durante o período de 2 meses realizei o estagio na sala do 1º ano, do primeiro ciclo.

Tratava-se de uma sala em que as crianças estavam em fase de alfabetização. O estagio é parte da

pesquisa de campo de minha iniciação cientifica intitulada “Alfabetização em Língua Portuguesa em

Angola” orientada pelo Professor Valdir Barzotto, e o estagio também contemplou a disciplina

Metodologia do ensino de Língua Portuguesa, cursada em Angola na Universidade Lueji A’nkonde . O

objetivo de meu estagio foi investigar a alfabetização em Língua portuguesa em Angola, um país

plurilinguístico, que tem o português como língua oficial, mas que coexiste com outras línguas

nacionais. Apesar de ter conquistado a independência em 1975, e estruturado em 1977 seu novo

sistema nacional de educação e ensino, Angola viveu após sua independência um período de guerra

civil (1975-2002) que desestruturou parte de seu sistema de ensino. Com base no reconhecimento da

atual situação do país e seu processo de reconstrução educacional, ambicionamos refletir sobre as

praticas de ensino e aprendizagem de alfabetização na língua Cokwe.

A alfabetização em Angola é realizada em Língua Portuguesa, embora a língua materna

de grande parte das crianças na região da Lunda Norte é a língua Cokwe. O estagio foi uma experiência

riquíssima e me ajudou a entender as marcas da colonização na educação em Angola, mas também

evidenciou a resistência do povo angolano que após 500 anos de colonização conserva suas línguas

nacionais. Hoje o grande desafio para a educação angolana é tornar as línguas maternas de seu povo

presente na escolarização de suas crianças, jovens e adultos. E nós através do Projeto de Pesquisa

buscamos investigar e refletir sobre a educação angolana, mais precisamente a alfabetização das

crianças, jovens e adultos.

Palavras Chaves: Alfabetização em Angola - educação em Angola - ensino de língua

portuguesa.

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POLIVALÊNCIA: POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES DE UM PROJETO INTERDISCIPLINAR

Gabriela da Costa Rosa

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

[email protected]

O presente estágio foi realizado em uma Escola Municipal de Ensino Fundamental no

bairro de Vila Aricanduva, zona Leste da cidade de São Paulo, durante 20 horas, conforme exigido pela

disciplina Política Organizacional da Educação Básica cursada no primeiro semestre de 2014.

A experiência mostrou que a escola possuía um projeto diferente das demais escolas da

Rede Municipal de Educação, organizado com base na polivalência. De acordo com o projeto, cada

turma de 1º ao 9º ano possuía seu próprio professor para ministrar as disciplinas de Língua Portuguesa,

Matemática, Geografia, História e Ciências, chamados de professores polivalentes, enquanto as

disciplinas de Língua Inglesa, Educação Física e Arte contavam com professores específicos de cada

área, chamados de professores especialistas.

O objetivo da polivalência é articular os conteúdos de todas as áreas do conhecimento, a

fim de promover o trabalho interdisciplinar e coletivo.

A formação de cada professor era feita durante os Grupos de Estudos organizados nas

horas de trabalho coletivo, onde professores de cada área se reuniam para planejar o conteúdo de

cada ano e compartilhar os conhecimentos de sua área de formação.

O objetivo do estágio foi consultar o Projeto Político Pedagógico da instituição e observar

como tal projeto se materializava na prática docente, a fim de analisar as potencialidades de limitações

de tal organização.

De forma resumida, o que se pôde observar foi que, embora a formação de cada professor

nas diferentes áreas de conhecimento fosse garantida e de fato se realizasse, a articulação entre as

disciplinas, objetivo principal do projeto, não acontecia na prática das aulas, preservando o caráter

disciplinar da educação.

Palavras-chave: polivalência, disciplina, interdisciplinaridade.

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ENSINO DE FILOSOFIA NO BRASIL: APROXIMAÇÃO A PARTIR DE DOIS ESTÁGIOS DE

LICENCIATURA

Marcos Malta Campos

FFLCH – Curso de Filosofia

[email protected]

[email protected]

Pretendo partilhar algumas reflexões a partir da realização de dois enriquecedores

estágios de minha licenciatura em filosofia.

Ambos os estágios foram realizados na mesma escola, uma ETEC – escola técnica estadual,

situada na zona oeste da cidade de São Paula, no âmbito do ensino médio, sendo o primeiro estágio

para a disciplina Política e Organização da Educação Básica, durante o primeiro semestre de 2014, e o

segundo estágio para a disciplina Didática, durante o segundo semestre de 2014.

Meu objetivo é o de expor reflexões no contato que tive com organização da educação e

ensino de filosofia tal como se dão no Brasil, revelando também o que pude observar que acontece de

prático nesse quesito dentro de uma escola, na articulação com o projeto político pedagógico da

mesma.

Um segundo objetivo, que acredito seja complementar ao primeiro, é discutir sobre

recursos didáticos de ensino – entendidos como meios, materiais e instrumentos de suporte à ação

docente – a partir de alguns textos de autores da área, e de minha observação no estágio.

O tema recursos didáticos de ensino foi o horizonte a partir do qual se deu minha

observação na escola, especialmente em algumas aulas de Filosofia para alunos do ensino médio.

Os estágios revelaram-se oportunidades ímpares para uma aproximação com o âmbito

educacional em diversas de suas facetas, favorecendo a formação docente, e levando a pensar sobre

limites e possibilidades da educação e do ensino de filosofia.

Palavras-Chave: ensino de filosofia; projeto político pedagógico; recursos didáticos de

ensino.

Resumos Apresentados – 4 de março de 2015 – 19h30 às 22h00

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De onde viemos?

Projeto de intervenção e orientação pedagógica a professores

Maria de Fatima Ginicolo

Faculdade de Educação da USP

[email protected]

O trabalho relata atividade de estágio em Metodologia de Ensino de História, realizado

em uma escola da rede do município de São Paulo, onde se verificou a opção por uma forma de

conhecimento tópico, ou seja, aquele onde o saber tem status em si mesmo e não é entendido como

significado para quem aprende. A proposta foi sugerir a professores e coordenadores pedagógicos,

durante as Jornadas Especiais Integrais de Formação (JEIF) atividades contextualizadas a partir de um

mapeamento utilizando a árvore genealógica como ferramenta.

A exploração do trânsito da disciplina Historia com as demais e o incentivo à criação de

um banco de imagens fotográficas para apoio didático e para a busca de novas fontes também foram

nossos objetivos. Para tanto, foram utilizados as teorizações em torno da História Oral e da Aula

Oficina. A tabulação dos dados das árvores genealógicas possibilitou identificar correlações entre a

história pessoal dos alunos/comunidade escolar e os conteúdos curriculares, assim como mapear

temas para aulas e/ou projetos.

A pesquisa de fotografias foi utilizada como incentivo à ao pensamento histórico e o

desenvolvimento de uma orientação temporal, pois ofereceu oportunidades para comparações e

problematizações com o tempo presente. A possibilidade de trânsito com as demais disciplinas

também foi verificada.

A parceria e colaboração da escola demonstrou que o ensino pode ser qualificado através

do interesse e da ação conjunta de pessoas interessadas em produzir conhecimento a partir da

realidade local e pensando os problemas da comunidade escolar.

Palavras chave: Metodologia do Ensino de História

O DESAFIO NA ABORDAGEM DA DITADURA MILITAR ATRAVÉS DE FONTES

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Lucas Gallo Otto

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP

[email protected]

O presente trabalho é um relato do estágio de regência, realizado para a disciplina

Metodologia do Ensino de História II, em uma Escola Estadual de São Paulo capital, para salas de

segundo ano do Ensino Médio, que teve início em novembro (por conta da greve) e duração de três

aulas para cada uma das turmas, totalizando seis aulas, além do tempo de reunião e preparo da

atividade com o professor de história responsável pelas turmas.

O objetivo principal desta experiência de estágio foi prover aos alunos, a partir de uma

sequência didática preparada no semestre anterior para a disciplina Ensino de História, Teoria e

Prática, contato com fontes do período da Ditadura Militar (1964-1985) não só escritas, mas também

sonoras, proporcionando um debate a respeito dos documentos e possibilitando um exercício crítico

de análise destas, servindo, portanto como aporte inicial às aulas. Os temas tratados foram: o Golpe

militar e seus antecedentes; a censura durante o regime militar e o cerceamento da liberdade de

expressão; a luta armada e as guerrilha. Para a aula do golpe Golpe, as fontes utilizadas foram cinco

capas de jornais do dia primeiro de abril de 1964. Na aula sobre a censura, os alunos entraram em

contato com o veto à música “Tiro ao Álvaro” de Adoniran Barbosa, bem como com a própria música

interpretada por Adoniran e Elis Regina, além de um documento informativo do DOI-CODI a respeito

do cantor Erasmo Carlos; por fim, para a aula sobre a luta armada, os alunos receberam uma lista de

indivíduos “banidos” do território brasileiro em troca da libertação de um embaixador sequestrado.

A expectativa a respeito do interesse que o tema suscitaria aos alunos por conta da

efeméride dos 50 anos do golpe, bem como por entrarem em contato com documentos de época, foi

em parte frustrada pela falta de preparo prévio com os estudantes para o trabalho com fontes, bem

como de uma reflexão crítica do ministrante sobre como utiliza-las em sala de aula. Por outro lado, os

questionamentos dos alunos durante as aulas e o debate em torno do tema da censura superaram em

muito a impressão inicial, e certamente gerou uma experiência marcante para a última semana de aula

desses estudantes, proporcionando a estes uma consciência histórica que proporcionou o escape da

situação de “presentismo” existente na sociedade contemporânea.

Na apresentação pretende-se, em primeiro lugar, explicitar melhor os pontos de inflexão

e os de sucesso desta atividade discente, em segundo lugar, desenvolver melhor os aspectos

metodológicos-conceituais que orientam a atividade com fontes em sala de aula, procurando

aprimorar a utilização destas como material de aula e, em terceiro, delinear os aspectos que mais

cativaram os estudantes, procurando colocá-los como pontos-chave para futuras experiências no

campo do ensino, bem como na elaboração de planos de aula e/ou sequências didáticas que versem

sobre o tema.

Palavras-chave: Consciência Histórica, Ditadura, Fontes, Sequência Didática.

RECURSOS TECNOLÓGICOS NO ENSINO: ESPAÇOS E OPORTUNIDADES

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Julia Z. Grespan

História/USP

[email protected]

O trabalho teve o intuito de analisar o impacto da produção de um curta realizada pelos

alunos do 9º ano na percepção da própria ação e espaço dos alunos em relação à instituição de ensino,

assim como seus papéis como agentes históricos e de mudança social. Através da concepção, produção

e pós-produção, que contou com diversas etapas envolvendo toda a escola, considerando o resultado

final como uma pequena amostra das possibilidades do uso de tecnologia aplicada ao ensino de uma

forma diversificada, buscou-se observar durante o estágio os impactos positivos e negativos na rotina

escolar, no protagonismo estudantil, nas questões tangentes a visibilidade, entre outros fatores. As

diretrizes de análise selecionadas buscaram encontrar formas alternativas de lidar com o tema

tecnologia em sala de aula, visando uma construção de possibilidades dentro do espaço escolar público

de forma a integrar a tríade aluno-professor-conhecimento, além de utilizar as facilidades materiais

da própria instituição, uma vez que o curta foi produzido em sua maior parte com o equipamento

padrão disponibilizado para as escolas públicas estaduais.

As conclusões alcançadas mostram que essa integração foi em muito facilitada pelo uso

de tecnologias, trazendo a tona não somente a quebra da rotina escolar como uma relação de despejo

de conhecimento do professor sobre o aluno, mas também a oportunidade de criação de novos

espaços de aprendizado combinado, que ultrapassam somente o ambiente de sala de aula para além

das contingências das séries.

Palavras-chave: tecnologia, didática, integração.

LÓGICA, CIÊNCIA E MATEMÁTICA

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Ana Claudia Fernandes Roseno da Silva

FEUSP

[email protected]

Meu estágio no Clube da Matemática foi realizado com a intenção de concluir a disciplina

“EDM 321 – Metodologia do Ensino de Matemática”, ministrada pelo professor Vinício de Macedo

Santos. O Clube da Matemática acontecia em salas-laboratório, as quais se organizavam classes de

crianças de seis a onze anos de uma escola pública. O Clube teve duração de um semestre. Cada grupo

de estagiários ficava com uma determinada série e com um determinado número de crianças em uma

das salas-laboratório.

O Clube foi muito proveitoso, visto que além de planejamento em grupo e aplicação na

prática, discutia-se sobre erros e acertos de tal planejamento ao final do dia, num grupo maior, o qual

havia integrantes de todos os grupos que passavam a manhã com turmas de alunos de séries

diferentes. Compartilhar experiências era o foco.

Conhecer mais de perto formas de se trabalhar com a matemática foi muito satisfatório.

Aprender a lidar com crianças, pais, mães, professores e colegas, escolher e pesquisar

temas e materiais fazia de nós, estagiários, mais maduros para enfrentar a sala de aula depois de

concluída a graduação.

Nesta fase, pairou sobre mim um encantamento não só com a matemática, mas com a

sua lógica científica que se estrutura no mundo através do tempo, do espaço, da música, da geometria,

da química, da física etc. Tudo que se mede é ciência, e ela sempre começa e termina na matemática.

Palavras-chave: Clube da Matemática, planejamento, matemática, ciência.

LER, BRINCAR E JOGAR COMO ALTERNATIVAS DESENVOLVIDAS PELA PREFEITURA DE

TABOÃO DA SERRA PARA LIDAR COM AS DIFICULDADES DE APRENDIZADO

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Juliana Queiroz da Silva

Letras

[email protected]

As dificuldades do aprendizado são o tema de muitos trabalhos e pesquisas desenvolvidas

nos cursos de licenciatura e estão intrinsecamente relacionadas com um fator primeiro que permeia a

instituição Escola, a inclusão.

A partir de tais premissas, foi elaborado um projeto de estágio para a observação e análise

de uma estratégia efetiva desenvolvida pela prefeitura de Taboão da Serra no projeto Grupo de Apoio

Especializado (GAPES), o qual visava à diminuição das dificuldades de aprendizado e desenvolvimento

das habilidades de leitura, raciocínio, agilidade e socialização dos alunos atendidos por dito grupo;

através de atividades diversas de leitura, de jogos e das várias experiências do brincar, empoderando-

os de seu papel de alteridade como cidadãos heterogêneos dentro da estrutura escolar. Esse estágio

esteve vinculado às disciplinas Didática e Psicologia da Educação: uma abordagem do cotidiano escolar

e foi realizado numa Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF).

Os objetivos desse estágio constituíram-se da observação empírica das estratégias

utilizadas pelos educadores para dar forma prática ao projeto, da documentação das principais

transformações ocorridas na vida escolar e pessoal dos alunos atendidos, na relação desses estudantes

com os demais colegas e membros do grupo escolar e nas mudanças ocorridas na instituição como

todo, não deixando de levar em consideração o aspecto primeiro que deve ser a função de dito espaço;

a inclusão, a inclusão de todos. A experimentação das práticas na sala do projeto construiu a

constatação de que o elemento lúdico é fundamental para o desenvolvimento de crianças com

dificuldades de aprendizado, ainda que a natureza destas seja vastamente heterogênea.

A disposição física diferente da tida em sala de aula comum, a interação direta com o

educador e com os demais colegas, proporcionaram aos alunos um contato mais íntimo com as causas

de suas dificuldades e tornaram-se o ponto inicial para a construção da autoconfiança necessária para

a aceitação das diferenças, para a inclusão desses alunos, e, consequentemente, para o

desenvolvimento de habilidades antes tidas, por parte deles mesmos, dos pais e até de alguns

educadores como impossíveis de progressão.

Palavras-chave: desenvolvimento, estratégia, dificuldade, lúdico, projeto.

Responsável pela organização da 1ª Mostra de Estágios da FEUSP

Programa de Formação de Professores