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1
BRUNO HENRIQUE CARNEIRO DE MENDONÇA MELO
EFEITO AGUDO DO ALONGAMENTO ESTÁTICO NO TESTE DE 1 RM
RELATIVO EM HOMENS E MULHERES TREINADOS E SAUDÁVEIS.
Resumo
O alongamento realizado antes de um treinamento de força é um assunto ainda muito
discutido na literatura, sobre suas reais atribuições, benefícios e malefícios. O objetivo
do presente estudo foi verificar, qual é o efeito do alongamento estático realizado antes
de um teste de 1 Repetição máxima (RM relativo) em homens e mulheres. Os dados
foram coletados na academia Body Factory, localizada em Taguatinga – DF. A amostra
foi composta por 20 indivíduos, sendo 10 homens que compõem o G1, e 10 mulheres,
que são integrantes do G2. A idade media é de 24,3 ± 2,83 anos no grupo dos homens,
já no grupo das mulheres a idade média foi 23,4 ± 3,37 anos. Ambos os grupos
realizaram dois testes: um com aquecimento geral, sem alongamento estático (S.A) e
outro com aquecimento geral com alongamento estático (C.A). Para análise e
comparação dos resultados foi realizado um teste t independente bicaudal, adotou-se o
nível de significância de p<0,05. Os dados coletados apresentaram normalidade,
segundo os testes de Kolmogorov-Smirnov e Levene. Os resultados obtidos são
discrepantes, quanto à literatura estudada. Onde se obteve os valores de p=0,06 para os
homens, e p=0,04 para as mulheres, o que evidencia que o efeito mostrou-se indiferente
para o grupo dos homens (G1) e ao contrario, as mulheres (G2) mostraram um efeito
ruinoso nos níveis de força. Concluiu-se que em homens o alongamento estático
realizado antes do teste de 1 repetição máxima não teve quaisquer efeitos com
significância estatística. Já em mulheres, foi demonstrado, segundo a análise estatística,
que houve uma perda considerável nos graus de força.
Palavras chaves: Alongamento estático. 1RM. Força muscular.
Introdução
Atualmente existem poucas pesquisas envolvendo o alongamento e suas reais
atribuições a respeito de sua contribuição para a prática de atividade física (SIMÃO, R.
et al. 2003).
O alongamento muitas vezes é mal utilizado pelos praticantes ou mal instruído
pelos educadores físicos e fisioterapeutas. Isso contribui, mesmo que involuntariamente,
para uma valorização dos mitos sobre a utilização correta desse instrumento.
(RIBEIRO, 2008).
Alongamento pode ser referido como exercício que envolve a aplicação de uma
força para superar a resistência do tecido conjuntivo sobre a articulação e tem como
consequência aumento do movimento articular. (CONDON & HUTTON, 1987). A
natureza visco elástica da unidade músculo-tendínea sugere que o alongamento deverá
resultar em maior flexibilidade de uma articulação (TAYLOR et. al. 1990).
DANTAS (2005) sugere que, o alongamento seja uma forma de trabalho que
visa à manutenção nos níveis de flexibilidade obtidos, e na realização dos movimentos
de amplitude normal com o mínimo de restrição articular.
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Há quatro tipos de alongamento segundo ACHOUR (1996): estático, passivo,
ativo e balístico. A ênfase do presente estudo é o alongamento estático: move-se o
membro lentamente, mantendo-se o segmento muscular determinado pela tensão
muscular logo acima da amplitude do movimento habitual.
A pratica de exercícios de alongamento é muito difundida entre atletas e pessoas
envolvidas em atividade física. Estes exercícios têm sido tradicionalmente
recomendados como parte integrante da sessão de aquecimento que antecede treinos de
força. Algumas de suas melhoras comprovadas por estudiosos podem ser citadas como:
Aumento na amplitude dos movimentos, a diminuição no risco de lesões em
articulações e músculos, além da melhora no desempenho. (GARRET, 1990;
SHELLOCK, PRENTICE, 1985). Para (ALTER, 1999; BROOKS, 2000) alongar o
músculo é uma maneira de se treinar a flexibilidade, através de exercícios que previnem
lesões, ajudam no relaxamento muscular pós-treino, melhora a postura, dentre outros
efeitos benéficos.
Já foi demonstrado que o treinamento de flexibilidade pode melhorar o
desempenho nos exercícios de força envolvendo o alongamento (WILSON, 1992;
BARBANTI, 1998). É importante salientar um ponto, que seria a segurança do
indivíduo durante a execução de exercícios de força. Seguindo essa linha de
pensamento, seria aconselhável usar, inicialmente, a técnica de alongamento estático ou
uma ação de alongamento bastante lenta para aumentar a amplitude de movimento, e
depois, quando se tiver uma maior mobilidade, treinar de forma dinâmica (BARBANTI,
1996).
Mesmo sabendo dos benefícios do alongamento antes de qualquer atividade
física, o uso do alongamento imediatamente antes de sessões de exercícios de força
máxima ainda pode ser contestada por muitos autores (RAMOS, 2007).
Estudos que analisaram o efeito agudo do treinamento da flexibilidade no âmbito
esportivo mostraram que, há uma diminuição nos níveis de força máxima. Esses
achados sugerem que, antes de algumas atividades esportivas, não sejam realizadas
sessões de alongamento estático. (AVELA et al. 1999; FOWLES et al. 2000;
KOKKONEN et al. 1998; NELSON, KOKKONEN, 2001; WEIR et al. 2005).
Alguns estudos tentaram provar que o uso de alongamento poderia causar déficit
de força máxima em testes de 1 Repetição Máxima (RM). Uma possibilidade de que
isso tenha ocorrido é que o tempo de exposição da articulação e da musculatura a
alongamentos não tenha sido suficiente para provar que isso realmente possa acontecer
(TRICOLI, V. et al. 2002). Porém, isso nem sempre pode ser observado.
Em revisão crítica realizada por SHRIER (2004), constatou que em 32 estudos
que foram analisados, nenhum deles apontou que exercícios de alongamento eram
benéficos para atividades que exigissem: força, torque e ou saltos. Ou podem não
exercer influência significativa no rendimento físico (SIMÃO R, 2003).
Já o aquecimento para testes, como é o de 1RM, ainda é realizado sem muita
comprovação cientifica de como ele deve ser feito, pois há poucos estudos na literatura
que retratam seus reais benefícios. Usualmente, formas de aquecimento são aplicadas
3
com a finalidade de aumento da freqüência cardíaca, o funcionamento mais ativo do
organismo como um todo, além de prevenir lesões (SIMÃO, R. 2003). Além, do
aumento da temperatura corporal, acelerando assim, as reações químicas (ROBERGS,
ROBERTS, 2002).
Porém, alguns autores falam sobre os benefícios da prática do aquecimento antes
do alongamento, ou de qualquer prática de atividade física. Para atingir o alongamento
de um músculo de maneira mais eficiente, a temperatura intramuscular deve elevar-se
antes que ele seja realizado. Quando um músculo está aquecido ele dá mais de si,
alonga-se mais, tem maior resistência a lesões e sua capacidade contrátil é maior
(CALVO J.B. 1998). O aquecimento otimiza o fluxo sanguíneo local e no início do
exercício o sistema aeróbio coopera com o metabolismo muscular. (MCARDLE, et al.
2003).
Observou-se em diferentes estudos, que há realmente uma grande divergência de
idéia acerca dos benefícios e ou malefícios causados pelo alongamento durante
realização de exercícios de força máxima, como é o teste de 1 repetição máxima. O teste
de 1RM é bastante usado, o protocolo sugere que seja feito o levantamento do máximo
peso em apenas um movimento completo, a fim de medir a força em um grupamento
muscular especifico (BAECHLE, EARLE, 2001). Esse teste é comumente utilizado
pela sua alta acessibilidade e facilidade de se mensurar os resultados.
Um dado importante para análise dos dados que vamos estudar é o intervalo de
descanso, que em treinamento de força máxima, como será o teste de RM, é de 3 a 5
minutos. (BOMPA, T. et. al 2004).
FOWLES et al (2000) utilizaram em alguns estudos como sendo alongamento
estático aqueles exercícios que tenham pelo menos 3 series de 15 segundos de
alongamento para cada grupamento muscular.
Há vários tipos de força segundo a literatura, algumas delas são estática,
dinâmica, explosiva, dentre outras. A Força dinâmica, que será o foco principal deste
presente estudo é dada como: atividade física com movimento articular aparente. Ela é
subdividida (DANTAS, 1995) em dois pequenos grupos: força absoluta (valor máximo
de força que pode ser feito em um movimento) e força relativa (que seria o coeficiente
entre a força absoluta e o peso corporal do individuo).
Com isso, o presente estudo tem como objetivo, verificar a carga máxima
relativa no teste de 1RM após aplicação de aquecimento geral e alongamento estático,
em homens e mulheres treinados e saudáveis. Os resultados serão comparados,
separadamente, por gênero.
Materiais e Métodos
Amostra
Foram selecionados 10 homens (G1) e 10 mulheres (G2), todos alunos da
academia Body Factory, unidade Taguatinga. A idade média de 24,3 ± 2,83 no grupo
dos homens, já no grupo das mulheres a idade média foi 23,4 ± 3,37. Os grupos (G1 e
G2) fizeram dois testes: um com aquecimento geral, sem alongamento estático (S.A) e
outro com aquecimento geral com alongamento estático (C.A). O valor encontrado será
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sempre dado como coeficiente relativo do teste de RM. Todos são indivíduos treinados,
ou seja, praticantes de musculação há pelo menos seis meses ininterruptos com
freqüência igual ou superior a três sessões semanais de treino. Todos são indivíduos
saudáveis e aptos aos testes. Os envolvidos na pesquisa tiveram uma participação
voluntaria, responderam negativamente aos itens de questionário PARQ (Anexo 1) e
assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 2).
Em um período prévio aos inicio dos testes foi feita uma aferição da massa
corporal (kg) dos indivíduos. Os homens tiveram massa corporal com média 78,5 ±
6,65(Kg), no grupo das mulheres obteve-se uma massa média de 64,05 ± 4,91 (Kg).
Procedimento
Seguiu-se o protocolo usado nos mesmos estudos de SIMÃO, R. et al. (2003).
Onde o exercício selecionado para o teste de 1RM para a comparação dos grupos foi o
supino horizontal. Objetivando reduzir a margem de erro no teste de 1RM, foram
adotadas as seguintes estratégias: a) instruções padronizadas foram oferecidas antes do
teste, de modo que o avaliado estava ciente de toda a rotina que envolvia a coleta de
dados; b) o avaliado foi instruído sobre a técnica de execução do exercício; c) o
avaliador estava atento quanto à posição adotada pelo praticante no momento da
medida. Pequenas variações no posicionamento das articulações envolvidas no
momento poderiam acionar outros músculos envolvidos, levando a interpretações
errôneas dos escores obtidos; d) os pesos utilizados no estudo serão previamente
aferidos com a balança calibrada (Welmy modelo: R-110/2009 e=d=100g).
Para melhor discriminar a realização do exercício, foram obedecidas as seguintes
etapas de execução: posição inicial, fase concêntrica e fase excêntrica. A descrição
detalhada no exercício em cada fase é apresentada a seguir: a) Posição inicial - O
indivíduo em decúbito dorsal, com as articulações do quadril e joelhos flexionados,
membros inferiores paralelos e pés apoiados. O posicionamento das mãos na barra para
cada avaliado foi padronizado - quando realizasse a fase excêntrica, o ângulo de 90°
fosse formado entre braço e antebraço; b) Fase concêntrica - A partir da fase excêntrica
realizou-se a flexão horizontal dos ombros e a extensão completa dos cotovelos; c) Fase
excêntrica - A partir da posição inicial realizava-se a fase excêntrica da extensão dos
cotovelos e flexão horizontal de ombros até formar um ângulo de 90º entre braço e
antebraço.
Antes de começar o teste, os participantes realizaram um aquecimento geral, que
foi realizado em uma esteira ergométrica com velocidade aleatória (com uma
velocidade que seja considerada de leve a moderada), por 10 minutos e sem inclinação.
Só 1 minuto depois do aquecimento é que o teste teve inicio.
O peso inicial do teste foi selecionado de forma aleatória. Entre as tentativas de
1RM, adotaremos o intervalo de descanso entre as tentativas em cinco minutos. Quando
o avaliado não conseguir realizar o movimento completo de forma correta, ou ficou leve
para realizar apenas uma repetição, houve uma interrupção. Para elevação ou
diminuição das cargas, respectivamente.
Somente após um dia corrido os testes foram realizados com alongamento
estático. O protocolo a ser seguido para o alongamento é o seguinte: cada grupamento é
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submetido a um alongamento de três series de quinze segundos de duração. Com
intervalo de 1 minuto de relaxamento entre as series (FIGURAS 1, 2 e 3). Depois de
serem feitas as três series será acrescido mais 1 minuto para inicio do teste pós-
alongamento.
Importante salientar que os avaliados realizaram os testes durante o mesmo
horário nos dois dias de realização.
Figura 1 Figura 2 Figura 3
Fonte: ANDERSON, B. 1983.
A resistência a ser adotada foi a mesma que foi mensurada durante o teste
apenas com aquecimento geral, ou seja, sua ultima repetição válida. Caso a carga
estivesse mais leve ou mais pesada, haveria uma interrupção, e seria feita uma nova
tentativa após cinco minutos, como já foi citado anteriormente. Até que seja feito uma
repetição máxima completa, como é o objetivo do estudo.
É valido ressaltar que cada participante teve, no máximo, cinco tentativas para
obtenção das cargas referentes ao teste de 1RM. Se necessário mais que cinco
tentativas, o teste seria realizado em outro dia.
Análise estatística
Para análise e comparação dos resultados foi utilizado o programa SPSS
(PASW) 18.0 sendo efetuados os testes de Kolmogorov-Smirnov e Levene, e a partir
dos resultados Teste T independente. Foi utilizada também uma estatística descritiva
para caracterização da amostra (média e desvio padrão). O nível de significância
estatística utilizado foi de (p < 0,05).
Resultados e Discussão
Os resultados dos estudos em relação ao efeito do alongamento no desempenho
de força são controversos. Isso ocorre, sobretudo, pela aplicação de diferentes
metodologias e métodos nos estudos. Diferentes maneiras de alongar, diferentes
números de repetições, diferentes comparações. Todos esses fatores contribuem para
não haver uma verdade absoluta quanto a esta análise.
O presente estudo busca verificar qual é o efeito do alongamento estático
realizado antes do teste de 1 repetição máxima, no supino reto, em homens e mulheres.
6
Os benefícios da realização do alongamento durante qualquer atividade física
estão evidenciados em toda a literatura. Porém, é possível verificar que nem sempre o
alongamento estático tem efeito benéfico, como é o caso na execução de exercícios de
força máxima, onde há uma queda no rendimento.
Ao analisar os dados coletados, pode-se observar que o G1, formado por
homens, apresentou um p>0,05, o que mostra que não há uma diferença significativa
entre os grupos S.A e C.A, como mostra a tabela 1, a seguir.
Tabela 1 - Grupo dos homens (G1).
Teste de 1RM (G1) Coef. S.A Coef. C.A p-valor
Média
Desvio Padrão
1,18
0,12
1,10*
0,11
*0,06
Tabela 1 - *p=0,06 (Coef. S.A: coeficiente da massa corporal sobre a resistência levantada durante os
testes realizada com aquecimento geral, porém, sem alongamento estático. Coef. C.A.: coeficiente da
massa corporal sobre a resistência levantada durante os testes realizados com aquecimento geral somado à
prática do alongamento estático).
Ao contrário de que se observou em grande parte da literatura, o presente estudo
apresentou resultados opostos. Como podemos observar nos estudos de KOKKONEN et
al. (1998); TRICOLE e COSTA (2002), onde o rendimento foi baixo quando se
realizava alongamento estático pré teste de 1 RM.
Porém, BEHM et al. (2001), testaram o desempenho de força através de
contrações involuntárias após uma sessão de exercícios de alongamento e não
encontraram diminuições significantes no desempenho.
Um ponto que pode ser o diferencial para a realização dos testes sem o
decréscimo considerável de força, é o tempo de exposição da articulação e da
musculatura a um esforço (alongamento).
O grupo das mulheres (G2) apresentou uma significativa diferença quando
foram analisados. O valor encontrado foi p= 0,04. Comprovando assim, que há uma
diferença de força quando é realizado um RM sem alongamento e outro, posteriormente,
com alongamento. Como mostra a tabela 2.
ENDLICH et. al. (2009) observaram em seus estudos que a prática de
alongamento estático deve ser desencorajada quando, posteriormente, forem executados
exercícios que requeiram um nível alto de força máxima dinâmica. O que corrobora
com os achados do presente estudo, no grupo das mulheres, apenas.
Tabela 2 - Grupo das mulheres (G2).
Teste de 1RM Coef. S.A Coef. C.A p-valor
Média
Desvio Padrão
0,46
0,05
0,41*
0,07
*0,04
Tabela 2 -*p=0,04 (Coef. S.A: coeficiente da massa corporal sobre a resistência levantada durante os
testes realizada com aquecimento geral, porém, sem alongamento estático. Coef. C.A.: coeficiente da
massa corporal sobre a resistência levantada durante os testes realizados com aquecimento geral somado à
prática do alongamento estático).
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Recentes trabalhos de revisão têm mostrado tendência de efeito deletério do
alongamento agudo na geração de força muscular com conseqüente perda de
desempenho (HAFF, 2006; RUBINI, et al. 2007; SHIRER, 2004)
Outro ponto importante mencionado por TRICOLI e PAULO (2002) é que um
sistema músculo-tendão mais maleável passaria por um rápido período de encurtamento
com ausência de sobrecarga até que os componentes elásticos do sistema fossem
ajustados o suficiente para a transmissão de força. Isto colocaria os componentes
contráteis numa posição menos favorável em termos de produção de força. Isso talvez
seja um dos fatores que demonstraram significativa diferença nos valores estatísticos
para demonstrar os resultados obtidos no G2.
Considerações Finais
O presente estudo teve como objetivo principal verificar os efeitos reais de uma
sessão de alongamento estático realizado antes de um teste de 1 RM em homens e
mulheres treinados e saudáveis. Importante relembrar que os resultados analisados
foram dados em valores relativos, ou seja, foram verificados não os valores absolutos,
mas sim, o valor da resistência levantada, dividida pela massa corporal do individuo.
Com base nisso, foi possível observar que os resultados foram discrepantes, pois
para o grupo dos homens não se obteve quaisquer efeitos significativos durante a
realização do teste com alongamento estático. Já no grupo das mulheres, houve sim, um
efeito considerado negativo. Onde os níveis de força foram diminuídos com a presença
do alongamento.
Fatores como o tempo de exposição da articulação ao alongamento, tempo de
treino, horário do dia, alimentação, fatores psicológicos, dentre outros podem ser os
causadores de resultados divergentes como os encontrados no presente estudo.
Há ainda, uma grande duvida, sobre os reais efeitos do alongamento estático no
teste de 1RM, porém, muito se observou, durante toda literatura, que os efeitos são
maléficos quanto ao nível de força exigido para realização de testes como este. Porém
não foi observado no presente estudo.
Em futuras pesquisas, as áreas da Educação física e Fisioterapia devem
aprofundar mais estudos sobre os efeitos de sessões de alongamento no desempenho de
atividades cotidianas e físicas. Uma análise mais detalhada que pode ser feita, é sobre os
efeitos de outro tipo de alongamento no desempenho de atividades que envolvam força.
Que seria o alongamento passivo, utilizando-se métodos como o pilates em aparelhos,
por exemplo.
8
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ANEXO 1
QUESTIONARIO DE PAR-Q (PHYSICAL ACTIVITY READNINESS QUESTIONNARIE)
Este questionário tem objetivo de identificar a necessidade de avaliação clínica antes do início
da atividade física. Caso você marque mais de um sim, é aconselhável a realização da
avaliação clínica. Contudo, qualquer pessoa pode participar de uma atividade física de esforço
moderado, respeitando as restrições médicas.
Por favor, assinale “sim” ou “não” as seguintes perguntas:
1) Alguma vez seu médico disse que você possui algum problema de coração e recomendou
que você só praticasse atividade física sob prescrição médica?
sim não
2) Você sente dor no peito causada pela prática de atividade física?
sim não
3) Você sentiu dor no peito no último mês? sim não
4) Você tende a perder a consciência ou cair como resultado do treinamento?
sim não
5) Você tem algum problema ósseo ou muscular que poderia ser agravado com a prática de
atividades físicas?
sim não
6) Seu médico já recomendou o uso de medicamentos para controle de sua pressão arterial ou
condição cardiovascular?
sim não
7) Você tem consciência, através de sua própria experiência e/ou de aconselhamento
médico, de alguma outra razão física que impeça a realização de atividades físicas ?
sim não
Gostaria de comentar algum outro problema de saúde seja de ordem física ou psicológica que
impeça a sua participação na atividade proposta?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________
Declaração de Responsabilidade
Estou ciente das propostas do Projeto: EFEITO AGUDO DO ALONGAMENTO
ESTÁTICO NO TESTE DE 1RM RELATIVO EM HOMENS E MULHERES
TREINADOS E SAUDÁVEIS. Assumo a veracidade das informações prestadas no questionário “PAR Q” e afirmo estar
liberado pelo meu médico para participação na atividade citada acima.
Nome do participante: _________________________________________________________
Nome do responsável se menor de 18 anos:
_________________________________________________
______________
Data
_____________________________________
Assinatura
OBS: se o participante for menor de 18, o responsável assina a declaração.
12
ANEXO 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário (a), da pesquisa – EFEITO
AGUDO DO ALONGAMENTO ESTÁTICO NO TESTE DE 1RM RELATIVO EM
HOMENS E MULHERES TREINADOS E SAUDÁVEIS. -, no caso de você concordar em participar, favor assinar ao final do documento. Sua participação não é obrigatória, e, a qualquer momento, você poderá desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador(a) ou com a instituição.
Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e email do
pesquisador(a) principal, podendo tirar dúvidas do projeto e de sua participação.
NOME DA PESQUISA EFEITO AGUDO DO ALONGAMENTO ESTÁTICO NO TESTE
DE 1RM RELATIVO EM HOMENS E MULHERES TREINADOS E SAUDÁVEIS.
PESQUISADOR (A) RESPONSÁVEL: BRUNO HENRIQUE CARNEIRO DE MENDONÇA
MELO
EMAIL: [email protected]
TELEFONE: 84548901
OBJETIVOS: Verificar a carga máxima relativa no teste de 1RM após aplicação de
aquecimento geral e alongamento estático, em homens e mulheres treinados e saudáveis e
comparar os resultados entre os grupos.
PROCEDIMENTOS DO ESTUDO: Serão selecionados 10 homens e 10 mulheres todos serão
indivíduos treinados, ou seja, praticantes de musculação a pelo menos seis meses ininterruptos
com freqüência igual ou superior a três sessões semanais de treino. Todos deverão ser saudáveis
e aptos aos testes. Os indivíduos serão escolhidos aleatoriamente, terão participação voluntária,
responderão negativamente aos itens de questionário PARQ e assinarão ao presente termo de
consentimento livre e esclarecido.
Os participantes serão submetidos a testes de força máxima (1RM) com e sem
alongamento. Ou seja, execução de uma única repetição com o máximo de carga possível para
que ocorra uma repetição completa.
RISCOS E DESCONFORTOS: As possibilidades de que ocorram lesões e ou desconfortos são
se o individuo não estiver devidamente treinado e preparado para os testes. Podem ocorrer
lesões musculares e/ou articulares se forem executados de maneira incorreta. Para isso será
informada a ordem e a execução correta anteriormente aos testes.
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CUSTO/REEMBOLSO PARA O PARTICIPANTE: não haverá nenhum custo para os
participantes realizarem o teste.
CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: somente serão disponibilizados os dados referentes
ao objetivo da pesquisa. Quaisquer dados dos participantes serão mantidos em sigilo, para
assegurar a privacidade dos sujeitos envolvidos.
Assinatura do Pesquisador Responsável:
____________________________________
CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DA PESSOA
COMO SUJEITO
Eu,_________________________________________________________,RG:
______________________, declaro que li as informações contidas nesse documento,
fui devidamente informado(a) pelo pesquisador(a) - BRUNO HENRIQUE CARNEIRO
DE MENDONÇA MELO - dos procedimentos que serão utilizados, riscos e
desconfortos, benefícios, custo/reembolso dos participantes, confidencialidade da
pesquisa, concordando ainda em participar da pesquisa. Foi-me garantido que posso
retirar o consentimento a qualquer momento, sem que isso leve a qualquer
penalidade. Declaro ainda que recebi uma cópia desse Termo de Consentimento.
LOCAL E DATA:
BRASILIA, _____, DE _____________ DE 2011.
NOME E ASSINATURA DO SUJEITO OU RESPONSÁVEL (menor de 21 anos):
(Nome por extenso)__________________________________
(Assinatura)_______________________________