Breve Analise Sobre o Toyotismo

3
16/10/2010 – Trabalho do Curso Eng. Seg. Trabalho Prof. Alfran – Aluno: Antenor Leonello Texto: Breve análise sobre o Toyotismo: Modelo Japonês de Produção A crise do capitalismo que se iniciou no final dos anos 60 e que se estende até os dias de hoje, obrigou a reestruturação do capital, onde tenta resgatar seu processo de dominação através de transformações no processo produtivo. Este processo traz no seu bojo o neoliberalismo (estado mínimo, livre iniciativa, as atividades são tratadas como mercadorias, inclusive educação e saúde). Surgiram novas tecnologias, novas formas de organização do trabalho e a acumulação de capital se intensificaram, colocando a classe que vive do trabalho na mais aguda crise. A crise do padrão de acumulação Taylorista/Fordista até 1973, contribui para o colapso do capitalismo. Assim sendo, nesta época uma nova fase de exploração da mão de obra entra em cena, o “Toyotismo”, baseado na acumulação flexível. Tornou-se a “Ideologia universal da produção sistêmica do capital”. As características principais do Toyotismo são: Vender primeiro e produzir depois. Este fato fez com que eliminassem os estoques e tempos improdutivos. O principal elemento deste modelo é a automação, ou seja, máquinas computadorizadas, onde o trabalhador consegue “cuidar” de vários equipamentos ao mesmo tempo. Surge ainda neste contexto as células de manufatura, com seu próprio ferramental e com capacidade de produzir uma gama enorme de produtos, fazendo-se pequenos ajustes na máquina e nas ferramentas. Os operários que compõem a célula também são responsáveis pela qualidade do produto. Aumenta-se a responsabilidade sem aumentar salários. Os tempos “mortos” de transporte entre uma célula e outra também são eliminados através de esteiras transportadoras e não mais por operários. Conceitos como “Just in time”, Kanban, 5S e outros são introduzidos no processo produtivo, que passam a serem os responsáveis pelo sucesso das vendas antecipadas. Os tempos

Transcript of Breve Analise Sobre o Toyotismo

16/10/2010 – Trabalho do Curso Eng. Seg. Trabalho

Prof. Alfran – Aluno: Antenor Leonello

Texto: Breve análise sobre o Toyotismo: Modelo Japonês de Produção

A crise do capitalismo que se iniciou no final dos anos 60 e que se estende até os dias de hoje, obrigou a reestruturação do capital, onde tenta resgatar seu processo de dominação através de transformações no processo produtivo.

Este processo traz no seu bojo o neoliberalismo (estado mínimo, livre iniciativa, as atividades são tratadas como mercadorias, inclusive educação e saúde).

Surgiram novas tecnologias, novas formas de organização do trabalho e a acumulação de capital se intensificaram, colocando a classe que vive do trabalho na mais aguda crise.

A crise do padrão de acumulação Taylorista/Fordista até 1973, contribui para o colapso do capitalismo. Assim sendo, nesta época uma nova fase de exploração da mão de obra entra em cena, o “Toyotismo”, baseado na acumulação flexível. Tornou-se a “Ideologia universal da produção sistêmica do capital”.

As características principais do Toyotismo são: Vender primeiro e produzir depois. Este fato fez com que eliminassem os estoques e tempos improdutivos. O principal elemento deste modelo é a automação, ou seja, máquinas computadorizadas, onde o trabalhador consegue “cuidar” de vários equipamentos ao mesmo tempo.

Surge ainda neste contexto as células de manufatura, com seu próprio ferramental e com capacidade de produzir uma gama enorme de produtos, fazendo-se pequenos ajustes na máquina e nas ferramentas. Os operários que compõem a célula também são responsáveis pela qualidade do produto. Aumenta-se a responsabilidade sem aumentar salários. Os tempos “mortos” de transporte entre uma célula e outra também são eliminados através de esteiras transportadoras e não mais por operários.

Conceitos como “Just in time”, Kanban, 5S e outros são introduzidos no processo produtivo, que passam a serem os responsáveis pelo sucesso das vendas antecipadas. Os tempos produtivos são cada vez menores, estressando sobremaneira os operários, que estão sempre atrás das metas de produção estabelecida. Este estress provocado pelo despotismo Toyotista provocou um aumento dos acidentes de trabalho, inclusive altos índices de suicídio (no Japão).As leis trabalhistas foram largamente burladas, surgiram as subcontratações para os serviços piores, onde não há nenhum tipo de vinculo empregatício ou estabilidade para o operário. Também se facilitou a entrada de estrangeiros ilegais no país (Japão), principalmente latinos. Este fato contribuiu para a sobrevivência e expansão das pequenas empresas japonesas que recebem encomendas das grandes, com preços previamente fixados por estas. Os Japoneses não se interessam por este tipo de trabalho, pois os mesmos não apresentam planos de carreira ou qualquer garantia ao trabalhador.

Neste contexto, o Toyotimo acabou transformando o trabalhador em mercadoria, piorando sua qualidade de vida, desconsiderando desta maneira os princípios básicos que

norteiam a qualidade de vida a que todo ser humano tem direito, ou seja, o direito ao lazer, ao prazer e o respeito social. Este é um exemplo do mau uso da tecnologia, onde ela beneficia uma pequena classe de dirigentes (burgueses) e escraviza uma grande massa de operários.

Vale lembrar aqui, que este fato não é novo na história da exploração capitalista, e foi largamente criticado já em 1850 pelo jovem Francês Paul Lafargue no seu manifesto “O direito a preguiça”.

Resumo das principais características do fordismo iniciado em 1908 por Henry Ford com a produção do modelo T:

1. Defeitos no produto só eram identificados no final da linha de produção2. A empresa fabricava muita das peças que compunham seu produto3. Para não faltar peças, estas eram produzidas em excesso, gerando estoques4. O operário modelo era aquele que melhor obedecia as diretrizes de seus superiores5. O funcionário devia se preocupar apenas com as tarefas imediatas6. A empresa devia executar os produtos feitos pelos seus engenheiros

Principais características do Toyotismo:1. Os operários interrompem a produção a qualquer momento para consertar falhas2. A maioria das peças é feita por outras companhias, os fornecedores3. O estoque é mínimo. Os fornecedores entregam as peças quando a companhia os

solicita4. O operário modelo é aquele que identifica problemas e propõe soluções5. O funcionário deve se preocupar com a aplicação que o produto terá depois de

vendido6. A empresa deve planejar a produção de modo a atender aos desejos de seus

clientes.