Brasil de Fato RJ - 092

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esporte | pág. 16 Jornalistas só poderão cobrir a coletiva de Del Nero às 15h Del Nero assume CBF “às escondidas” 16 a 22 de abril de de 2015 • distribuição gratuita cultura | pág. 11 mundo | pág. 6 Obama e Raúl Castro realizam encontro bilateral Ano 2 | edição 93 Divulgaç ã o/Ministerio de la Presidencia É a primeira vez desde 1958 que presidentes dos dois países se reúnem Fabio Rodrigues Pozzebom /ABr Galeano: “Precisamos romper o velho hábito da obediência” Escritor uruguaio, autor de Veias Abertas da América Latina, faleceu nesta semana aos 74 anos Terceirização pode afetar 40 milhões no Brasil Brasil | pág. 7 Entidades sindicais e organizações de trabalhadores em todo o país intensificam atos essa semana para barrar as principais mu- danças previstas no projeto de lei 4330, de 2004, em tramitação na Câmara dos Deputados. A pressão nas ruas e nas redes sociais surtiu efeito e a votação do projeto foi adiada mais uma vez. Sin- dicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda participaram, nessa quarta-feira (15), de um protesto contra projeto de lei que autoriza a terceirização em massa do emprego. Pablo Vergara Pesquisador faz alerta sobre Baía de Guanabara Biólogo Sebastião Raulino fala sobre o futuro do ecossistema Rafael Ribeiro/CBF entrevista | pág. 4

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esporte | pág. 16

Jornalistas só poderão cobrir a coletiva de Del Nero às 15h

Del Nero assumeCBF “às escondidas”

16 a 22 de abril de de 2015 • distribuição gratuita

cultura | pág. 11mundo | pág. 6

Obama e Raúl Castro realizam encontro bilateral

Ano 2 | edição 93

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É a primeira vez desde 1958 que presidentes dos dois países se reúnem

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Galeano: “Precisamos romper o velho hábito da obediência”Escritor uruguaio, autor de VeiasAbertas da América Latina, faleceunesta semana aos 74 anos

Terceirização pode afetar40 milhões no Brasil

Brasil | pág. 7

Entidades sindicais e organizações de trabalhadores em todo opaís intensificam atos essa semana para barrar as principais mu-danças previstas no projeto de lei 4330, de 2004, em tramitaçãona Câmara dos Deputados. A pressão nas ruas e nas redes sociais

surtiu efeito e a votação do projeto foi adiada mais uma vez. Sin-dicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda participaram,nessa quarta-feira (15), de um protesto contra projeto de lei queautoriza a terceirização em massa do emprego.

Pablo Vergara

Pesquisador fazalerta sobre Baía de Guanabara Biólogo Sebastião Raulinofala sobre o futuro do ecossistema

Rafael Ribeiro/CBF

entrevista | pág. 4

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Rio de Janeiro, 16 a 22 de abril de 2015 02 | opinião

• Ed

Para anunciar:

[email protected]

• Ed

CONSELHO EDITORIAL: Antonio Neiva, Aurelio Fernandes, Joaquín Piñero, Kleybson Andrade,Mario Augusto Jakobskind, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti EDITORA: Vivian Virissimo (MTb13.344) REPÓRTER: André Vieira, Bruno Porpetta, Fania Rodrigues e Pedro Rafael Vilela REVISÃO:Núbia Pimentel COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago FOTÓGRAFO: Pablo Vergara ADMINISTRA-ÇÃO: Carla Guindani DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade DIAGRAMAÇÃO: Stefano Figalo TIRAGEMMENSAL: 200 mil exemplares

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente emtodo o país e agora com edições regionais em SãoPaulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Queremoscontribuir no debate de ideias e na análise dos fatosdo ponto de vista da necessidade de mudançassociais em nosso país e em nosso estado.

Desde 1º de maio de 2013

(21) 4062 7105

EDITORIAL

O movimento sindicalestá dando exemplo de ma-turidade política com a uni-dade de ação da Central Úni-ca dos Trabalhadores (CUT),Conlutas-Central Sindical ePopular, Intersindical e aCentral dos TrabalhadoresBrasileiros (CTB). Os parti-dos de esquerda, PSTU,PSOL, PCdoB, PCB, PT eConsulta Popular seguem omesmo caminho.

As Centrais Sindicais eos partidos políticos men-cionados estão unidos paraenfrentar o inimigo comum,ou seja, os patrões e seusdefensores no Congresso,que se esforçam em apro-var a terceirização das re-lações de trabalho, um pro-jeto nefasto aos trabalha-dores brasileiros.

São vários os exemplosda necessidade dessa uni-dade dos movimentos sin-dicais e de partidos políticosde esquerda.

Além do combate ao pro-jeto de terceirização das re-

lações de trabalho, está tam-bém em questão a defesa dalegalidade. A política reali-zada de acordo com a lei estáameaçada por saudosistasde um tempo de torturas eassassinatos, por opositoresunidos com os defensoresda privatização da Petrobráse do Estado mínimo.

REFORMA POLÍTICAA reforma política, com

destaque para o fim do fi-nanciamento empresarialdas campanhas políticas,é também uma necessida-de que une as diversas for-ças populares.

O resultado concreto dessefinanciamento empresarialaparece nitidamente no Con-gresso, quando deputados esenadores contemplados de-fendem com unhas e dentesseus padrinhos financeiros.

Exemplo concreto nessesentido é o do atual presi-dente da Câmara dos De-putados, Eduardo Cunha(PMDB-RJ). Ele apresentou

uma proposta de emenda àConstituição que se for apro-vada, significará o mais durogolpe contra o Sistema Únicode Saúde (SUS), uma con-quista criada para atenderaos brasileiros.

Cunha se esforça paraaprovar a sua Proposta deEmenda Constitucional (PEC451/2014), que obriga as em-

presas a pagarem planos desaúde privados para todosos seus empregados. EssaPEC desobrigaria o Estadobrasileiro a investir no SUS,

garantindo atendimento desaúde gratuito.

Como se explica esse em-penho de Cunha? Nas últimaseleições os planos de saúdedistribuíram R$ 52 milhõesem doações para 131 candi-daturas de 23 partidos, emtodos os níveis, segundo in-forma a jornalista Najla Passosem artigo no siteCarta Maior.

O presidente da Câmarasimplesmente recebeu umdos maiores “incentivos”(250 mil reais do grupo Saú-de Bradesco) em sua cam-panha. Outros como Cunhaagem da mesma forma pro-curando retribuir o favor fi-nanceiro. Para enfrentar taisaberrações é fundamental aunidade sindical e política.

Unidade da esquerdana luta popular

“Nas últimas eleições os planos de saúdedistribuíram R$52 milhões emdoações para 131candidaturas de23 partidos_________________

PREVISÃO DO TEMPO

Rio de Janeiro, Brasilquinta-feira, 16 abril

Chuva

29 ºC | F

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Polícia Civil investiga morte de mulher na Maré

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Seguro-desemprego

O governo Dilma Rous-seff já aceita discutir mu-danças nas alteraçõesdas regras de concessãode direitos trabalhistase previdenciários. Umadas mudanças que maisdesagradaram os traba-lhadores é a que trata daprimeira solicitação doseguro-desemprego. Pelaproposta inicial do go-verno o prazo passa de 6para 18 meses.

Metalúrgicos de Niterói e An-gra terão nego-ciação dura

Os metalúrgicos dosmunicípios de Niterói eAngra dos Reis têm data-base no dia 1° de maio.Tudo indica que a nego-ciação vai ser difícil. Osetor naval foi comple-tamente sucateado nadécada de 80. A partirdo primeiro governo Lulacomeçou a se reerguer.Com a crise na Petrobrás,seus trabalhadores so-frem com demissões. Sóem fevereiro deste anotrês mil profissionais fo-ram demitidos no Rio deJaneiro. Os patrões vãotentar negociar manu-tenção no emprego emtroca de reajuste salarial.Os metalúrgicos não vãoaceitar pagar a conta.

Rio de Janeiro, 16 a 22 de abril de 2015 geral | 3

Movimentos populares fizerammanifestação nestaquarta-feira (15), nocentro do Rio, em defesa do direito àmoradia, pela funçãosocial da proprieda-de e contra o ajustefiscal proposto pelo governo federal.

SINDICALClaudia Santiago

mandoumal

mandoubem

A Parada LGBT de Ma-ringá mandou bem. Elesaproveitaram a frase doPapa Francisco ‘Quem soueu para julgar?’ para ela-borar o material de divul-gação. Essa frase foi ditape lo pontífice em entre-vista em 2013.

www.e.eita.org.br/assinebrasildefatorj

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FRASE DA SEMANA

Ta nia Re go/ABr

Divulgação

A Delegacia de Homicí-dios da Capital (DH) do Riode Janeiro instaurou inqué-rito nesta quarta-feira (15)

para apurar as circunstân-cias da morte de RaimundaClaudia Rocha Silva, de 47

anos, no fim datarde de ontem(14), na Maré,zona norte dacidade. Ela foiatingida por

um tiro na favela, que estáocupada pelo Exército háum ano.

Por meio da página doFacebook Maré Vive, mora-dores da região relataramque Cláudia estava na janelade casa quando foi atingidacom um tiro na cabeça.

Divulgação

O cantorEd Mottamandoumuito mal. Nas redes so-ciais ele insultou os brasi-leiros dizendo que aqui se-ria “terra de ignorante” ede “gente simplória”. Eu,hein! A declaração causoumuita polêmica e o cantoraté cancelou shows queseriam realizados no finalde semana.

“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizontecorre dez passos. Por mais que eu caminhe,jamais alcançarei. Para que serve a utopia?Serve para isso: para que eu não deixe decaminhar”. Galeano faleceu na última segunda-feira (13), aos 74 anos.

Div

ulga

ção

Fernando Frazao/ABr

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Rio de Janeiro, 16 a 22 de abril de 2015 4 | entrevista

O professor de biologiaSebastião Raulino é um dosmembros mais atuantes doFórum dos Atingidos pela In-dústria de Petróleo e Petro-química das Cercanias da Baíade Guanabara. Raulino apon-ta, nesta entrevista, sua preo-cupação quanto ao futuro daBaía. O professor fez alertasfundamentais sobre o nossomais belo e desrespeitado te-souro ambiental, lugar de vidae memórias de populaçõesque somadas são mais de 10milhões de pessoas.

Qual é o quadro social daBaía de Guanabara hoje?

Sebastião Raulino -A Baíaé um corpo hídrico que unediversos municípios do Riode Janeiro. Nela, há praias,restingas, costões rochosos,muitos manguezais, MataAtlântica, enfim, uma grandediversidade de ecossistemas.Esse cenário vem se degra-dando, especialmente, a par-tir da segunda metade doséculo XX, com a industria-lização da região, sobretudocom a indústria do petróleo,petroquímica e química. Aindustrialização atraiu mi-lhares de trabalhadores des-de então. Assim, devido àfalta de investimento em in-fraestrutura urbana para re-ceber essa população mi-grante, surgiram loteamen-

tos precários, sem água, semesgoto e com coleta de lixoprecária. Tudo isso trans-formou a Baía num grandereceptor de esgotos domés-ticos sem tratamento e deefluentes industriais.

E o que isso causou?Ao longo do tempo, nós

percebemos a diminuição daqualidade dos rios que de-ságuam na Baía de Guana-bara, causando sua degra-dação, o que veio a afetarprogressivamente a qualida-de da água da própria Baíae, consequentemente, da fau-na e flora. Manguezais,praias, lagoas foram sendopaulatinamente destruídos.Acompanhando esse proces-so, assistimos um quadro de-solador criado em relação àspopulações tradicionais daBaía de Guanabara.

Poderia ser mais especí-fico em relação a essas po-pulações?

Pescadores artesanais, ma-risqueiros e catadores de ca-ranguejos são alguns dos gru-pos mais atingidos. Essesgrupos que, historicamente,subsistem a partir da Baíase viram frequentementeameaçados e impedidos deexercer seu trabalho, numaviolação de direitos que vemsendo negligenciada pelopoder público. Esses gruposvêm decrescendo ano a anofrente ao cenário de viola-ções que vivem. Vale ressaltarque a perda desses grupossignifica a perda de um modode vida secular e conheci-mentos próprios em relaçãoà própria Baía de Guanabara.

Significa também a perda desustento de várias famíliase o agravamento de proble-mas sociais na região. Re-percute também no distan-ciamento que o modo devida de nossa sociedade geraem relação à natureza, mes-mo num cenário natural tãorico como o Rio de Janeiro ea Baía de Guanabara.

O senhor poderia destacara indústria do petróleo e

petroquímica nesse proces-so de degradação?

Nesse processo, a inaugu-ração da Refinaria Duque deCaxias (REDUC) em 1961 eo polo petroquímico que seformou ao seu redor são mar-cos mais importantes. O va-zamento de óleo de 2000,que despejou mais de ummilhão de litros na Baía deGuanabara, também mereceser lembrado, dado ao ce-nário de degradação e perdade produção pesqueira quese observou a partir desseepisódio. A intensificação domodelo petróleodependenteno estado do Rio de Janeiro,com o anúncio do pré-sal ea implantação do ComplexoPetroquímico do Rio de Ja-neiro (Comperj) prenunciaum cenário de maior pressãoambiental sobre a Baía deGuanabara, retirando da po-pulação a sua possibilidadede escolha sobre qual Baía

de Guanabara deseja. A so-ciedade precisa escolher sequer uma Baía transformadaem planta fabril, ocupadapor oleodutos, gasodutos,terminais de gás, portos euma sobrecarga de navios li-gados à cadeia de petróleo

ancorada em seu espelhod'água ou se deseja uma Baíade Guanabara despoluída,com paisagens que sempreforam símbolos do país, ondediferentes formas de uso sus-tentável possam convivernesse espelho d'água.

Rogério Daflondo Rio de Janeiro (RJ)

Pesquisador Sebastião Raulino fala sobre o futuro do ecossistema

Falta de investimento transformou a Baía num grande receptor de esgotos domésticos

“Pescadores artesanais, marisqueiros e catadores de caranguejossão alguns dosgrupos maisatingidos_______________ “O vazamento

de óleo de 2000despejou maisde um milhão de litros na Baíade Guanabara_________________

Maior pressão ambientalsobre a Baía de Guanabara

Divulgação/Global Ong

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Info

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•O papa Francisco lembrouneste domingo (12) o "atroze descabelado extermínio" dopovo armênio. O discurso foipronunciado durante a sau-dação inicial aos participantesda missa pelo centenário do"martírio" armênio, realizadana Basílica de São Pedro.

A celebração no Vaticanofoi em referência ao primeirocentenário da tragédia hu-manitária, que Francisco qua-

lificou como "o primeiro ge-nocídio do século XX".

"Hoje lembramos com o co-ração cheio de dor, mas tam-bém de esperança, o centenáriodaquele trágico evento", disse.

Após o pronunciamentodo Papa, o governo da Tur-quia chamou para consultasseu embaixador no Vaticano,em uma reação de protestocontra o uso do termo "ge-nocídio armênio".

Declaração do Papa Francisco criou crise diplomática com governo turco

Observatório Romano

É a primeira vez desde 1958 que presidentes dos dois países se reúnem

Papa classificacomo "genocídio"massacre de armênios em 1915

Rio de Janeiro, 16 a 22 de abril de 2015 6 | mundo

Mais de 50 anos após rup-tura de relações diplomáticas,Cuba e EUA tiveram um diahistórico neste sábado (11).Os presidentes Raúl Castroe Barack Obama realizaramreunião bilateral para dis-cutir a reaproximação diplo-mática entre os países.

O encontro aconteceu emuma pequena sala dentrodo Centro de ConvençõesAtlapa do Panamá, onde estásendo realizada a VII Cúpuladas Américas.

“É uma reunião histórica",

disse Obama, que reconhe-ceu que a história entre osdois países é "complicada"."Agora estamos em condi-ções de avançar no caminhopara o futuro".

Raúl Castro, por sua vez,disse que Cuba está "dispos-ta a falar de tudo" no pro-cesso de normalização bi-lateral. No entanto, “podeser que nos convençam dealgumas coisas e de outrasnão, não se deve criar expec-tativas", acrescentou Castro.(Opera Mundi)

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Hillaryanunciacandidatura

A ex-secretária deEstado do Estados Uni-dos, Hillary Clinton,anunciou oficialmenteneste domingo (12)sua candidatura peloPartido Democratapara concorrer naseleições de 2016. Seeleita, Hillary será aprimeira mulher a che-gar à presidência dopaís. Hillary não deveenfrentar grandes ri-vais nas primárias deseu partido, em contraste com as pri-márias de 2008,quando partiu comofavorita, mas terminouperdendo uma longabatalha contra Obama.

Obama e RaúlCastro realizamencontro bilateralentre EUA e Cuba

EM FOCO

Cohen A. Young

Desaceleração na América Latina podeafetar emprego, diz OIT

O diretor-geral da OIT (Or-ganização Internacional doTrabalho), Guy Ryder, dissedurante a 7ª Cúpula dasAméricas, no Panamá, quea desaceleração econômicanos países da América Latinae do Caribe terá impacto so-bre o mercado de trabalho.

Uma das principais con-

sequências do esfriamentoda economia, diz Ryder, é opossível aumento do desem-prego e da informalidade.

“Depois de quase umadécada de avanços signifi-cativos, agora temos de nospreparar para [esse] aumen-to nos próximos anos”, disseRyder. (ABr)

Divulgação

Trabalhadoresprotestam contramedidas de auste-ridade adotadaspelo governo fran-cês em Marselha.Manifestaçõesaconteceram emtoda a França.

Force Ouvrie re

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Entidades sindicais e or-ganizações de trabalhadoresem todo o país intensificamatos essa semana para barraras principais mudanças pre-vistas no projeto de lei 4330,de 2004, em tramitação na Câ-mara dos Deputados. A pressãonas ruas e nas redes sociaissurtiu efeito e a votação doprojeto foi adiada mais umavez. O texto-base do projeto jáhavia sido aprovado na semanapassada e autoriza a terceiri-zação em massa do emprego.

ATIVIDADE-FIMAtualmente, uma súmula

do Tribunal Superior do Tra-balho (TST) já permite a ter-ceirização, mas protege em-pregos diretos ligados à ati-vidade-fim da empresa. Numaescola, cuja finalidade é edu-car, o professor executa umaatividade-fim e, portanto, suacontratação não pode ser ter-ceirizada. Já os serviços delimpeza e segurança, que sãoatividade-meio, podem serterceirizados para outros pres-tadores. O PL 4330 aprofundaessa realidade. As empresaspoderão terceirizar todos osseus trabalhadores para outrasempresas, gastando menoscom salário e evitando res-ponsabilização direta pelonão cumprimento dos direitostrabalhistas. Vai se chegar aum cenário em que grandesempresas não terão pratica-

mente nenhum empregadocontratado diretamente.

Especialista em direito dotrabalho, a advogada Fernan-da Rocha explica que a ter-ceirização é uma ameaça pe-rigosa, pois transforma o tra-balhador em produto. “Essasempresas são especializadasapenas em oferecer mão deobra, como sua única ativi-dade econômica. O lucro de-las, portanto, está na vendaessa mão de obra, que setransforma em produto. En-

tão, por exemplo, ela vendea mão de obra por R$ 8 parauma empresa, paga R$ 5 parao trabalhador e lucra R$ 3.Essa lógica vai reduzir saláriose aumentar a exploração. Es-sas empresas vão competirentre si para ver quem exploramais o trabalhador, porquequem explorar mais vai ga-nhar mais contratos”, analisa.

Dos cerca de 45 milhõesde trabalhadores com carteiraassinada no país, 33 milhõessão contratos diretamente pe-las empresas e outros 12 mi-lhões são terceirizados. Como novo projeto, essa relaçãovai se inverter e aumentar.Estudo do Departamento In-tersindical de Estatística e Es-tudos Socioeconômicos (Diee-se), em parceria com a CentralÚnica dos Trabalhadores(CUT) aponta que, em média,um trabalhador terceirizadotrabalha três horas a mais porsemana e ganha 25% menosque um empregado direto.

“Quando você permite quemais de 40 milhões de traba-lhadores migrem para umcontrato precarizado, vocêafeta a contribuição ao FGTS(Fundo de Garantia), à Pre-vidência Social e impacto noSUS (Sistema Único de Saú-de), já que os terceirizadossão as maiores vítimas dasdoenças ocupacionais e deóbitos no ambiente de tra-balho”, adverte o presidenteda Central dos Trabalhadorese Trabalhadoras do Brasil(CTB), Adilson Araújo.

DISPUTA NO CONGRESSO

Na Câmara dos Deputados,apenas 3 dos 28 partidos vo-

taram contra o projeto de lei:PT, PCdoB e PSOL. Os demaisforam a favor com algumasexceções. Em audiência pú-blica no Senado para falar daproposta, a representante daCUT Mulher, Graça Costa, dis-se que os trabalhadores jamaisvão se esquecer dos parla-mentares que votaram contraos direitos trabalhistas e fez

um alerta. “Pode votar contra,não tem problema, mas o teunome e a tua foto vai para to-das as cidades onde o senhorfoi votado. Nós temos, inclu-sive, mapas indicando ondecada deputado teve mais voto.É lá naquela base que nós va-mos investir para desgastarvocê que é contra o trabalha-dor e a trabalhadora agora”.

Rio de Janeiro, 16 a 22 de abril de 2015 brasil | 7

“Um trabalhadorterceirizado trabalha trêshoras a mais porsemana e ganha25% menos ________________

Terceirização doemprego podeafetar 40 milhões

Se permanecer comoestá, projeto de Leipode causar danos irreversíveis aos direitos trabalhistas

Pedro Rafael Vilelade Brasília (DF)

Protestos contra terceirização ocorreram em 21 estados e no DF

Fabiano Ibidi

Vaccari é preso na Operação Lava Jato

O secretário de Finanças do PT, João Vaccari Neto,foi preso na manhã desta quarta-feira (15) durante adécima segunda etapa da Operação Lava Jato da PolíciaFederal. Ele é investigado por suspeita de receber propinaem esquema de corrupção na Petrobras.

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Sindicatos, movimentossociais e partidos de esquerdaparticiparam, nesta quarta-feira (15), de um protestocontra o projeto de lei queretira direitos trabalhistas aoregularizar a terceirização dotrabalho. O ato foi realizadono centro do Rio de Janeiro.

Os manifestantes acusamos congressistas de trair opovo e querer destruir os di-reitos trabalhistas conquis-tados ao longo dos anos. “Oscongressistas vão tentar pas-sar essa lei, porque eles de-fendem o interesse dos em-presários, mas nós vamoscontinuar resistindo, protes-tando e colando a fotos dosdeputados traidores nos pos-tes da cidade”, garante o pre-

sidente estadual da CentralÚnica dos Trabalhadores(CUT-RJ), Darby Igayara.

Os organizadores estimamque cerca de 5 mil pessoastenham participado do ato,que começou na Cinelândiae terminou em frente à Fe-deração das Indústrias doRio (Firjan).

“Vamos juntos protestarem frente a casa dos em-presários, pois nossa lutatem que ser unificada, por-que eles estão unidos paranos atacar”, ressaltou o di-rigente do  Movimento dosTrabalhadores Sem Teto, Vi-tor Guimarães.

Rio de Janeiro, 16 a 22 de abril de 2015 8 | especial

Rio protesta contra projetode lei da terceirização

“Os manifestantesacusam os con-gressistas de trairo povo e quererdestruir os direi-tos trabalhistas_________________

Trabalhadores seunem para repudiar o projeto de lei da terceirização

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

O economista e professorda Universidade Federal doRio de Janeiro, Mauro Osó-rio, aponta a real situaçãoeconômica do governo e odesemprego no estado doRio de Janeiro.

Brasil de Fato – O governodo Rio de Janeiro enfrenta

sérias dificuldades finan-ceiras. Quais as razões des-sa crise?O problema é que 12% doorçamento do governo doestado depende dos royal-ties do petróleo. E com aqueda do preço do barril oestado está arrecadandomenos.  Esse cenário tam-bém foi agravado com acrise da Petrobrás.

Brasil de Fato – Hoje quala situação do desempregono Rio?No Brasil houve uma queda

de 80 mil empregos formais.Desse total, 51 mil desem-pregados são do estado doRio de Janeiro. A metade des-sas demissões foi causada porum movimento natural dostrabalhos temporários da altatemporada. E a outra partefoi em função da desacelera-ção da indústria do petróleo.

Brasil de Fato – Qual a saídapara essa crise?A crise econômica é filhada crise política. Então asinvestigações na Petrobrásprecisam caminhar rápi-

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Pablo Vergara

Rio de Janeiro enfrentagrave crise econômicaEconomista fala sobredesaceleração da in-dústria do petróleo

do Rio de Janeiro (RJ)

Manifestação reuniu cinco mil pessoas, segundo organizadores

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Essa quarta feira (15) jáé considerado um dia his-tórico para as lutas sociais.Foi a primeira vez em mui-tos anos que movimentos epartidos de esquerda tãodiversos se uniram em tornode uma causa.

“Na prática, a aprovaçãodesse projeto significa a voltada escravidão, Por isso esta-mos unidos, para dar umaresposta a esse ataque aostrabalhadores”, destaca a pro-fessora Dayse de Oliveira, daCSP Conlutas, central sindicalligada ao PSTU.

Entre as organizações que

participaram do ato estão ossindicatos dos professores,bancários, jornalistas, radia-listas, petroleiros, metalúr-gicos, servidores públicos,Correios, Comlurb, Casa daMoeda, além das centraissindicais, dos movimentosestudantis, do Movimentodos Trabalhadores Sem Tetoe do Movimento dos Traba-lhadores Sem Terra (MST).Entre os partidos de esquerdaestavam presentes o PT,PSOL, PSTU, PCB, PCdoB ea Consulta Popular.

Para o presidente da CUT– RJ, “o grande barato desseato é que reuniu trabalha-dores de diferentes os setorespolíticos e ideologias. Hoje,nosso único caminho é der-rotar esse projeto de lei elutar por uma verdadeira re-forma política”, destaca Dar-by Igayara. (FR)

Rio de Janeiro, 16 a 22 de abril de 2015 especial | 9

Partidos e sindicatos seunem contra terceirizaçãoAto unitário reuniuCUT, Conlutas, Intersindical e CTB no centro do Rio

do Rio de Janeiro (RJ)

 

do, encontrar os culpados,punir quem tiver que punire seguir em frente.    Alémdisso, o Rio precisa ter pla-nejamento em longo pra-zo e diversificar sua in-dústria. (FR)

Diferentes categorias, sindicatos e partidos se uniram contra projeto de lei que amplia terceirização

O que é terceirização?

A terceirização damão de obra significaque entre o trabalhadore a empresa que precisado serviço haverá umcapitalista querendo lu-crar. Por isso, nesses ca-sos os salários são maisbaixos e as condições detrabalho são precárias.

Trabalho terceirizadomata

Quatro em cada cincoacidentes de trabalhoenvolvem funcionáriosterceirizados, muitosdesses acidentes resul-tam em ferimentos gra-ves e até mortes, segun-do pesquisa da CUT.

Tomaz Silva/ABr

Você Sabia?

Osório: “A crise econômicaé filha da crise política.“

Divulgação

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Rock´n Lixo

O que? É um musical comtemática ecológica quedesperta nas crianças o in-teresse para as questõesambientaisOnde? Centro CulturalMunicipal Parque das Ruínas - Santa TeresaQuando? Sexta-feira (17),às 10h.Quanto? 0800

Música no MuseuO que? Projeto tem o obje-tivo de formar novas plateiase estimular a música de con-certo. Edição apresenta opianista Boris Marques.Onde? CCBB (Rua Primei-ro de Março – Centro)Quando? Quarta-feira(22), às 12h30Quanto? 0800 (Distribuição de senhas 1 hora antes)

Anarkia BoladonaO que? Mostra exibe trabalho da grafiteira feminista Panmela CastroOnde? Espaço CulturalEletrobrás Furnas (RuaReal Grandeza, 219 - Botafogo)

Quando? De terça à sexta,das 13h às 18h e sábado,domingo e feriado, das14h às 19h. Quanto? 0800

Samba Brilha

O que? Edição do sambahomenageia o santo guer-reiro, São Jorge. Convida-dos: Aluisio Machado(Império Serrano), Tia Su-rica (Portela), Tiãozinhoda Mocidade (Padre Mi-guel), Mariano Maia (Ca-cique de Ramos), NêgoWando (Estácio), Selmi-

nha Sorriso (Beija-flor)Onde? Espetinho da Nê-gah (Rua Álvaro Alvim, 33– Cinelândia)Quando? Sábado (18), apartir das 15hQuanto? 0800

Rio — Uma Paixão Francesa O que? A exposição reúne fotografias perten-centes a acervos da França. Compõe o registro de jovens surfistasde trem de Rogério Reis.

Onde? Museu de Arte doRio (Praça Mauá - zonaportuária)Quando? Terça (21), 10h às 19hQuanto? 0800

ZoaSomO que? Programa derádio abordará os impac-tos à saúde causados peloconsumo de alimentoscom agrotóxicos.Onde? Sintonize RádioMEC AM (800KhZ) ou Roquette-Pinto FM (94.1) Quando? Toda quinta-fei-ra, das 14h às 15h

A NOVELA COMO ELA É | Joaquim Vela

Nomes esquisitõesTV Record

Rio de Janeiro, 16 a 22 de abril de 2015 10 | cultura

AGENDA DA SEMANA

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Se tem uma coisa queautores de novela podemfazer à vontade é batizaros personagens com os no-mes que desejaram colocarnos filhos ou que tenhamalgum conteúdo simbólicopara si. Muitos sabem, porexemplo, que o aposentadoManoel Carlos sempre no-

meou as heroínas de suashistórias de Helena, em alu-são à mitologia Helena deTroia, mulher mais bela daGrécia. Mas, tem uns no-minhos por aí que são en-graçados e esquisitões pordemais, duvido que algumescrivão de cartório aceitariaregistrar uma criança comeles. Haja criatividade!

MUNDÃO A FORAPor exemplo, em “Alto

Astral”, novela da faixa das19h, o autor Daniel Ortizbatizou os filhos de Manuel(Leopoldo Pacheco) e Ar-gentina (Elizabeth Savalla)

com nome de países: Israel(Kayky Brito), Itália (SabrinaPetraglia), Bélgica (Giovan-na Lancellotti) e Afeganistão(Gabriel Godoy). Mas até aítudo bem, conheço pessoascom nomes de diversos lu-gares desse mundão afora,como Japão, Venezuela e,pasmem, Peru.

Quem gosta mesmo deinventar nomes é MiguelFalabella. Em Aquele Beijo(2011), a história contoucom Maruska, Taluda, Su-lane, Belezinha, Íntima, Eve-va e Locanda. Em Negócioda China (2008) a criativi-dade do autor chegou a Ma-ralanis, Aldira, Lausanne,Tamuz e Jasão.

Já na novela Dez Man-damentos, no ar pela RedeRecord, nome raro é o quenão falta, claro. O folhetim,baseado na história bíblicade Moisés, passa no Egito etraz nomes hebreus, difíceisaté de escrever. Joquebe-de,(Samara Felippo/Denisedel Vecchio) Arão (VictórioGhava/Kadu Schons/Petrô-nio Gontijo) Tuya (AngelinaMuniz) Henutmire (Mel Lis-boa/Vera Zimmermann)  eDisebek (Daniel Aguiar/Eduardo Lago) são algunsdeles. Além da desenvolturana atuação, acho mesmo éque os atores têm aprendidoa desenvolver a musculaturada língua para pronunciá-los, não é mesmo?

“Tem uns nominhos por aí que são engraçados e esquisitões pordemais. Hajacriatividade!______________

Joquebebe e Arão na novela Dez Mandamentos, da Record

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Morreu essa semana, aos74 anos, o uruguaio EduardoGaleano, um dos mais res-peitados escritores da Amé-rica Latina. Autor de mais detrinta livros, dezenas de crô-nicas e artigos, Galeano tam-bém era um defensor do so-cialismo, dos direitos e dadignidade humana. Entreseus livros pode se destacarVeias Abertas da América La-tina, Memória do Fogo, Livrodos Abraços e Espelho.

O livro Veias Abertas daAmérica Latina foi escritona década de 1970. Hoje, épossível escrever um novoVeias Abertas?

Para mim esse livro foi umponto de partida, não de che-gada. Foi o começo de algo,de muitos anos de vida lite-rária e jornalística tentandoredescobrir a realidade, ten-tando ver o não visto e contaro não contado. Depois de

“Veias” escrevi muitos livros,que foram continuações deum certo modo e uma ten-tativa de cavar cada vez maisprofundamente na realidade.“Veias” é um livro limitadoà economia política latino-americana. Os livros seguin-tes têm que ser lidos com avida toda, nas suas múltiplasexpressões. Conto as históriasda História e tento escreverde tal modo que aconteçamde novo, na hora em que sãocontadas. Aí está o verdadeiro

ofício de contar história queaprendi nos cafés de Mon-tevidéu, que inclusive per-mite você escutar o som daspatas dos cavalos e sentir ocheiro da chuva.

Pode se dizer que hoje exis-te uma demanda por go-vernos de esquerda naAmérica Latina?

O que existe é um pano-rama muito complexo e di-verso de realidades diferen-tes. Esses novos movimentosestão brotando por toda par-te e tentam oferecer uma res-posta diferente às desigual-dades sociais, contra os mauscostumes da humilhação eos fatalismos tradicionais. Oque existe sim é uma energiade mudança. Em quase todosos países estamos comemo-rando o bicentenário de umaindependência que ainda éuma tarefa por fazer.

O que falta para a AméricaLatina ser completamenteindependente?

Precisamos romper o ve-lho hábito da obediência. In-ventar a História a em vezde obedecê-la. Ser capaz deimaginar o futuro e não sim-plesmente aceitá-lo. Paraisso é preciso revoltar-secontra a horrorosa he-rança imperial, rom-per com essa cul-tura da impo-

tência, que diz que somosincapazes de fazer, por issotemos que comprar feito. Eupenso que é imprescindívelvencer isso para poder geraruma nova realidade.

A América Latina copiouum modelo de desenvolvi-mento. É possível inventarum modelo próprio?

O desafio é pensar no quequeremos ser: originais oucópias? Uma voz ou eco?Estamos tentando recupe-rar nossa própria voz, emdiferentes países, de diver-sas maneiras.

Rio de Janeiro, 16 a 22 de abril de 2015 cultura | 11

Galeano: “Precisamos rompero velho hábito da obediência”

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Confira a entrevistaconcedida a revistaCaros Amigos, em 2009

Na Cúpula dasAméricas, em 2009,ex-presidente daVenezuela, HugoChavez, presenteiao presidente dos EUA, Barack Obama, com o livro “As veiasabertas da AméricaLatina.”

Evan Vucci/Unasul

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Galeano: “O que existe sim é uma energia de mudança”

“Precisamosinventar a História em vez de obedecê-la. Ser capaz de imaginar o futuro e não simplesmenteaceitá-lo________________

“Estamos tentando recuperar nossaprópria voz, emdiferentes países_________________

Galeano: “É preciso revoltar-se contra a horrorosa herança imperial”

Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

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Tramita no Congresso Na-cional uma Proposta deEmenda à Constituição (PEC)que propõe a REDUÇÃO DAMAIORIDADE PENAL. Maso que tem motivado tal en-tusiasmo? Quais os interessespor trás disso? Essa medidavisa mesmo combater a vio-lência no Brasil?

Dois dados nos ajudam aesclarecer essas perguntas:

1. Segundo a Unicef, ape-nas 0,013% dos adolescentesbrasileiros cometeu atos con-tra a vida. Por outro lado,36,5% dos menores no paíssão vítimas de homicídio, ouseja, muito mais que o res-tante da população que cor-responde a 4,8%.

2. De acordo com o IBGE,nos últimos 20 anos a po-pulação carcerária no Brasilaumentou mais de 400%.

A partir desses númerospodemos chegar as seguintesconclusões:

Longe do que afirmam aselites e os setores conserva-dores da nossa sociedade,os adolescentes são, na ver-dade, as principais vítimasda violência e não seus pro-

motores. E o atual sistemacarcerário no Brasil, longe deser um instrumento de “res-socialização” de quem co-mete algum tipo de crime, acada dia demonstra mais queestá falido e ultrapassado.

DEMAGOGIANesse sentido, a PEC

171/93 que propõe reduzira maioridade penal de 18para 16 anos, é uma propostademagógica, que procura“tapar o sol com a peneira”e não enfrentar os principaisproblemas relacionados aotema da violência. Isso de-monstra que não é interesseda maior parte dos nossos“representantes” mudar arealidade em que vive o povobrasileiro. O maior exemplodisso é que parte dos quedefendem no Congresso aproposta da redução damaioridade estão envolvidosem crimes de corrupção.

Fiquemos de olhos aber-tos e não nos deixemos levarpor discursos simplistas efalsos. Reduzir a maioridadepenal não é um caminhopara resolver a questão da

violência, muito pelo con-trário, apenas aprofundariatal problema, criminalizan-do cada vez mais os jovensnegros e pobres.

A nação brasileira nãopode desistir de suas criançase adolescentes, mas protegê-las, aprimorando e efetivandoo Estatuto da Criança e doAdolescente (ECA) e garan-tindo o acesso e permanênciaa uma escola digna e de qua-lidade. Esse é o caminho parauma verdadeira cidadaniaem que todos possam ter veze voz, em especial nossascrianças e adolescentes.

Evelyne Medeirose Pedro Silva são militan-

tes da Consulta Popular

Rio de Janeiro, 16 a 22 de abril de 2015 12 | opinião

A fim de papo | Mc Leonardo

É isso mesmo galera, oFunk vai bombar no Museude Arte do Rio (MAR).

Sabemos que o Funk vemsendo perseguido há tem-pos no Rio de Janeiro, e queseus espaços de realização,os Bailes, estão sendo ne-gados em todo o estado.

Assim precisamos ocupartodos os espaços possíveispara fazer com que as in-formações sobre o nossomovimento cheguem a to-dos os lugares. A culturapopular não é aquela quefala da linguagem de umpovo, e sim, aquela que éacessível a um povo.

CAMINHO NATURALO Funk se fez presente,

se tornou acessível e, con-sequentemente, popular. Aida dele para um museunão tem nada de estranho,é só um caminho naturalde sua história.

Por isso aceitei o conviteda produção do “Eu AmoBaile Funk” para fazer umsom no MAR.

Com o meu irmão e par-ceiro Mc Junior que tambémcomprou a ideia, a dupla Ju-nior e Leonardo estará for-mada e vai cantar com Grand-master Raphael nas picapes.

O MELHOR: É 0800Quem é Funkeiro de ver-

dade sabe o que vai rolarcom esse trio reunido. Oevento contará tambémcom uma nova geração defunkeiros dançando passi-nhos. É nessa sexta feira dia(17), a partir das 18 horas.E o melhor de tudo é que é0800, é só chegar.

O Museu de Arte do Riofica na Praça Mauá, e vocêque não quer perder aoportunidade de ouvir umFunk da antiga, cheguecedo, pois o espaço estásujeito à lotação.

Vem que vem, chame osamigos, e vamos dançar!Até semana que vem eVamu q Vamu!!

Funk no Museu?Divulgação

Evento contará com nova geração de funkeiros dançando passinhos

Reduzir maioridadenão é a solução

“A cultura popular não éaquela que fala da linguagem de um povo, e sim aquelaque é acessívela um povo_________________

“O atual sistemacarcerário a cadadia demonstramais que está ultrapassado_________________

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Ingredientes10 colheres de sopa de trigo10 colheres de sopa de açúcar1 colher de sopa de fermento em pó1 tablete de margarina dividido em três partes iguais12 bananas d'água ou pratabem madura2 ovos batidos em neve1 xícara de açúcar com canela

Querida Rosa, vivemosnuma sociedade machistana qual o trabalho domés-tico (cuidar da casa, dosfilhos, dos doentes, da co-mida, etc.) não é conside-rado trabalho. Por isso es-cutamos tanto que mulhe-res não trabalham quandona verdade cuidam de to-dos os serviços domésticos.O trabalho doméstico éconsiderado uma obriga-ção das mulheres e, para“ficar mais leve”, relacio-nam isso com o "amor"pela família.

Entretanto, isso se man-tém devido ao privilégiodos homens em relação àsmulheres e à opressão queos eles exercem sobre elas.Muitas mulheres lutarame lutam para que essa si-

tuação seja mudada, paraque esse trabalho seja so-cializado com os homense com o Estado. Dizer“não” e responsabilizarmarido e filhos pelas tare-fas de casa é uma formade começar. A luta por cre-ches, por restaurantes co-munitários também é im-portante. Faça parte dessaluta você também!

•Fico me perguntando... Por que nós mulheres te-mos que cuidar de todos os detalhes relacionadosà casa e os filhos?Rosa Ferreira, 37 anos, contadora

Rio de Janeiro, 16 a 22 de abril de 2015 variedades | 13

BOA E BARATA

Todas as semanasnas ruasdo Rio

(21) 4062 7105Dúvidas sobre saúde? Encaminhe e-mail para [email protected]

AMIGA DA SAÚDE

Tempo de preparo40 minutos

Rendimento20 porções

Divulgação

Modo de preparoMisture o trigo, o açúcar e ofermento e divida em trêsporções de 7 colheres desopa. Em um tabuleiro unta-do com margarina, coloqueuma das partes de farinha, abanana em fatias, pedacinhosespalhados de margarina eaçúcar com canela. Repita ascamadas até terminar as 3partes da farinha e finalizecom os ovos batidos. Leve aoforno a 180°C por 30 minutos

Torta de bananaDivulgação

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ABRIL E MAIOFASES DA LUA

Rio de Janeiro, 16 a 22 de abril de 2015 14 | variedades

LUA DA SEMANANOVA

HORÓSCOPO SEMANAL

Não desmoralize se não for rapidamentereconhecido nos seus esforços deevolução pessoal e profissional.

Analise com serenidade e sabedoria asua vida sentimental para obter maioralegria no seu coração.

A sua vida amorosa vai se apresentarequilibrada conferindo uma maiorautoestima.

Caminhará a passos largos para o bomentendimento, harmonia e alegria nasua relação amorosa.

Sentirá grande segurança numa recenterelação amorosa. Terá toda a força eenergia para recomeçar qualquer coisa.

Para se sentir em harmonia com oseu parceiro, reserve o fim desemana apenas para ambos.

A harmonia e o entendimento vãoreinar nas suas relações pessoais eprofissionais. Aproveite a vida.

Terá todas as oportunidades para fazervaler as suas opiniões e ideias desdeque respeite as dos outros.

Algumas propostas familiarespoderão interferir nos seus pro-jetos profissionais.

Qualquer que seja a sua forma deatuar ela irá refletir-se fortementeno seu cotidiano.

Seja compreensivo com os seus amigos se esses não demonstrarem amesma opinião que possui.

Não permita que situações de umpassado recente interfiram na suavida amorosa. Seja prudente.

Minguantedia 11/5, 07h36

Novadia 18/4, 15h59

Crescentedia 25/4, 20h56

Cheiadia 4/5, 00h44

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Quem ama futebol, comoEduardo Galeano amava,pode compreender umapequena história contadaem seu livro Futebol ao sole à sombra, onde transfor-ma histórias do futebol emsonhos. Sonhos reais, vivi-dos como sonhos.

Caminhando por Mon-tevidéu, Galeano cruza comgarotos voltando de umapelada. Todos suados, sujose risonhos, cantando pelarua: “Ganamos, perdimos,igual nos divertimos”. O seuamor pelo futebol parte dessapremissa. Ganhar ou perderfaz parte do jogo. Importa oquanto o jogo pode nos fazersonhar e nos divertir.

Exatamente o que vimosperdendo ao longo dos anos.Estamos todos cada vez maiscompetitivos, na bola e navida. Não admitimos perder,em hipótese alguma.

Se na vida, em específicono Brasil, existe uma turma

que até hoje não admitiuque perdeu as eleições econtinua, contraditoriamen-te, inflados pelas desastra-das ações do governo, ten-tando virar o jogo no tape-tão, no futebol a coisa andatão triste quanto.

Que amor ao esporte jus-tifica uma menina carrega-da no colo, fugindo da vio-lência de uns bobalhões queresolvem acertar suas dife-renças na arquibancada emPelotas? Que tipo de leal-dade reside em um pé norosto de Gilberto no clássicoentre Vasco e Flamengo?Ou na solada de Cirino emGuiñazu (que também nãoé flor que se cheire)?

PERDÃO, MAS QUEP*** É ESSA?

Vivemos tempos em quea vontade que dá é subirem um caixote, estufar opeito, pedir para parar tudoe tentar começar tudo denovo. Em que ponto da retaela virou curva? Onde foique nos perdemos?

Se é a utopia que nos fazcaminhar, é de utopia que an-damos precisando. Um pou-co menos dessa necessida-de de vencer a qualquer cus-to. Um pouco mais de sonho.

Galeano foi um gigante.Seja pela Pátria Grande la-tino-americana, seja peloamor ao futebol que divertee encanta. Que seja eterno!

“Ganhar ou perder faz parte do jogo.Importa o quantoo jogo pode nosfazer sonhar enos divertir_________________

Rio de Janeiro, 16 a 22 de abril de 2015 esporte | 15

Na vida ou na bola, parecemos caminhar na direção contrária de Galeano

toques curtos | Bruno Porpetta

Brasil se prepara para oPan em torneio na Polônia

BINÓCULO

Spiderolímpico?

O lutador AndersonSilva, supercampeão do UFC, afastado desde o caso de dopingcom o qual foi flagrado,manifestou em carta en-dereçada ao presidenteda confederação Brasi-leira de Taekwondo –Carlos Fernandes – de-sejo de participar dosJogos Olímpicos do Rio 2016 pela equipe da modalidade.

Silva é embaixador do esporte em que ini-ciou sua prática de artesmarciais desde 2013 e,em função disso, sedisse motivado a repre-sentar o Brasil nos Jogos em casa.

Escadinha de volta

O líbero Serginho, conhecido como Escadi-nha, foi convocado no-vamente para a seleçãobrasileira de vôlei. Suabelíssima atuação na final da Superliga,mesmo na derrota desua equipe – Sesi – parao Cruzeiro, foi o carimbono passaporte do re-torno à seleção.

O veterano atleta,hoje com 40 anos deidade, foi o líbero da se-leção que mais se desta-cou na função. Por mui-tos anos foi consideradoo melhor líbero domundo e desde a Olim-píada de Londres 2012está fora da seleção.

Durante evento em Flo-rianópolis (SC), o ex-veleja-dor Torben Grael – hoje diri-gente da CBVela – demons -trou muita preocupação comas condições da Baía de Gua-nabara para os Jogos Olím-picos do Rio 2016.

Em entrevista ao UOL, Tor-ben afirmou que “se a coisa

continuar do jeito que estáindo, será um vexame enor-me”. Segundo Grael, “a quan-tidade de lixo é gigante, nin-guém gosta de velejar em umaágua imunda e fedorenta”.

Para Grael, o problemaprincipal é a coleta de lixonas cidades que circundama Baía, isentando os mora-dores de culpa. “Passa numcórrego e joga o lixo, quandochove o córrego leva embora,não é porque a pessoa faz depropósito, é porque não temopção”, disse o ex-atleta.

Torben Grael revelamuita preocupaçãocom a poluição da Baíade Guanabara

A seleção brasileira de han-debol masculino, visando apreparação para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, emjulho, disputará um torneioamistoso na Polônia. Alémda seleção da casa, enfrentarátambém as seleções da Ro-mênia e do Egito, adversárioda estreia no dia 1º de maio.

A partida contra a Romênia

será no dia 2 de maio e oconfronto com os polonesesacontece no dia 3. Nesse tor-neio, o treinador Jordi Riberaaproveita para preparar cincojovens para o Mundial Júnior,que acontecerá em julho, emMinas Gerais.

Os cinco jogadores sub-20 que irão à Polônia são osarmadores José Guilhermede Toledo e Leonardo Sam-paio Santos, os centrais Acá-cio Marques e João PedroSilva, além do pivô RogérioMoraes. (BP)

Seleção masculina de handebol fica naPolônia de 25 de abril a 5 de maio

“Será um vexameenorme”, diz Graelsobre Baía

Divulgação

Um apelo para sair da sombra

Divulgação

Para Torben, limpeza da Baía está muito longe de acontecer

Divulgacao

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Vasco e Botafogo avan-çaram para a segunda faseda Copa do Brasil, jogandoem casa, com vitórias sobre

os seus adversários. O Vascovenceu o Rio Branco-AC por3 a 2, em São Januário, e oBotafogo derrotou o seu“xará” paraibano por 4 a 2,no Nilton Santos.

No entanto, nenhum dosdois clubes cariocas teve muitafacilidade. O Botafogo pareciaque golearia, fez 2 a 0 no pri-meiro tempo, gols de Bill eTomas, mas permitiu que oBotafogo-PB diminuísse.

William Arão ampliou nosegundo tempo, já sob vaiasda torcida, mas o Botafogo-PB mais uma vez descontou,ficando a apenas um gol daclassificação. Apesar dos sustos,Sassá marcou o quarto e seloua classificação dos cariocas.

Em São Januário, o pri-meiro tempo vascaíno foimuito ruim e o cruzmaltinosaiu perdendo para o RioBranco-AC. Thalles melho-

rou no jogo e o time do Vas-co em 16 minutos o placarjá havia virado.

Porém, o Rio Branco-ACempatou o jogo e colocoupressão sobre o Vasco. Foialles, com seu segundo golna partida, que definiu o pla-car e a vitória vascaína. Odestaque ficou por conta deBernardo, que saiu chorando

de campo após ser hostili-zado por torcedores.

FRED SUSPENSOO atacante Fred, do Flu-

minense, foi punido com doisjogos pelo TJD-RJ e está forada segunda partida da semi-final do Carioca, contra o Bo-tafogo. O Flu vai tentar umefeito suspensivo no STJD.

Vasco venceu RioBranco-AC por 3 a 2;Botafogo bateu “xará” por 4 a 2

Está marcada para as 11hdesta quinta-feira a posse donovo presidente da CBF, nasede da entidade, MarcoPolo Del Nero. O dirigenteeleito em 2014, antes daCopa do Mundo, herda oposto de José Maria Marin.

A cerimônia de posse que

a princípio seria aberta à im-prensa, por determinação deDel Nero, não será mais. Aimprensa estará liberada paraentrar no prédio da entidadeapenas a partir das 15h. Onovo presidente concederáentrevista coletiva às 16h.

Marin ficou marcado porsua associação à ditaduramilitar, ao roubo de umamedalha e à goleada da Ale-manha sobre o Brasil naCopa por 7 a 1.

Del Nero também tem suaimagem ligada à ditadura,por conta de sua associaçãoao CCC (Comando de Caçaaos Comunistas) em seustempos de estudante. (BP)

16 | esporte Rio de Janeiro, 16 a 22 de abril de 2015

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

Novo presidente da entidade tomaposse nesta quinta-feira (16)

CAMPEONATO CARIOCASEMIFINAIS

XBotafogo Fluminense

Estadio Nilton Santos18/04 – 18h30

XFlamengo Vasco

Maracanã19/04 – 16h

Rafa

el R

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BF

Thalles melhorou na etapa final e fez dois gols na vitória do Vasco

Paulo Fernandes

Del Nero foi do CCC durante a ditadura militar

Vasco e Botafogo avançam nosufoco

Um grupo de sócios etorcedores do Colo Colo(CHI) iniciou campanhanesta terça-feira (14), pelaexclusão de todos os registrosdo ditador chileno AugustoPinochet no quadro asso-ciativo do clube. O ditadorchegou a ser escolhido comopresidente de honra do clu-be mais popular do país.

O porta-voz do grupo,Jose Miguel Sanhueza, afir-mou à Agência EFE: “Temosa missão de dar vida a estainiciativa para reparar o erro

histórico e eliminar esta no-meação (de Pinochet) comopresidente de honra”.

O Colo Colo tem seu de-partamento de futebol admi-nistrado por uma SociedadeAnônima, na qual o grupoColo Colo de Todos tem umassento. Fernando Monsal-ve, líder da S.A., afirmouque a tarefa de excluir osregistros de Pinochet na his-tória do clube não é simples,mas avaliará a proposta.

A administração do clubese reunirá no mês de maioe a pretensão do grupo éapreciar a proposta nestareunião, enquanto isso mo-bilizará torcedores paraapoiá-la. (BP)

Sócios querem excluirPinochet dos registrosdo Colo ColoGrupo conhecidocomo Colo Colo deTodos quer apagar registros do ditador

Del Nero assume CBF“às escondidas”