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Opinião | pág. 2 Cidades | pág. 5 Cidades | pág. 6 Entrevista | pág. 7 RIO DE JANEIRO Ano 3 | edição 173 28 de abril a 1 de maio de 2016 distribuição gratuita Divulgação Pablo Vergara Divulgação Samuel Tosta Os trabalhadores do Rio de Janeiro voltam às ruas nessa sexta-feira (29) para mais um grande ato nos Arcos da Lapa, no centro, a partir das 17h. A atividade “Trabalhadores por democracia e mais direitos” denuncia a tentativa de golpe contra a presidente Dilma Rousseff, através do processo de impeachment . A manifestação é organizada pela Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo e contará também com apresentações culturais. Trabalhadores voltam aos Arcos da Lapa contra o golpe Escolas ocupadas dão aula de democracia Ocupação de estudantes denuncia precariedade da educação no Rio de Janeiro “Me considero totalmente feminista” Torcidas gays para combater homofobia Fla-Gay se tornou exemplo de luta contra o preconceito nos jogos de futebol Em entrevista ao Brasil de Fato, a youtuber Jout Jout fala da batalha das mulheres contra o machismo BELAS, RECATADAS, E DO LAR A escadaria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) foi tomada nesta quarta-feira (27) por mulheres que denunciam os padrões impostos pela sociedade machista. Cidades | pág. 4

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Cidades | pág. 6 Entrevista | pág. 7

RIO DE JANEIRO

Ano 3 | edição 173

28 de abril a 1 de maio de 2016 distribuição gratuita

Divulgação

Pablo Vergara

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ulga

ção

Samuel Tosta

Os trabalhadores do Rio de Janeiro voltam às ruas nessa sexta-feira (29) para mais um grande ato nos Arcos da Lapa, no centro, a partir das 17h. A atividade “Trabalhadores por democracia e mais direitos” denuncia a tentativa de golpe contra a presidente Dilma Rousseff, através do processo de impeachment. A manifestação é organizada pela Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo e contará também com apresentações culturais.

Trabalhadores voltam aos Arcos da Lapa contra o golpe

Escolas ocupadas dão aula de democracia

Ocupação de estudantes denuncia precariedade da educação no Rio de Janeiro

“Me considero totalmente feminista”

Torcidas gays para combater homofobiaFla-Gay se tornou exemplo de luta contra o preconceito nos jogos de futebol

Em entrevista ao Brasil de Fato, a youtuber Jout Jout fala da batalha das mulheres contra o machismo

BELAS, RECATADAS, E DO LAR A escadaria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) foi tomada nesta quarta-feira (27) por mulheres que denunciam os padrões impostos pela sociedade machista.

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EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:Fania Rodrigues

REPORTAGEM:André Vieira, Bruno Porpetta, Mariana PItasse e Pedro Rafael Vilela

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

ADMINISTRAÇÃO: Angela Bernardino e Marcos Araújo

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares/mês

(21) 4062 [email protected]

EDITORIAL

Quinta-feira, 28 de abril, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F24 Pancadas de

chuva

PREVISÃO DO TEMPO

Font

e: G

oogl

e

Há cerca de um mês acon-tece no Rio de Janeiro

um processo de ocupação de escolas pelos estudantes. Aparentemente essa luta te-ria o papel de apoiar a greve dos professores da rede es-tadual. Aparentemente, por-que a luta já é muito mais do que isso.

As ocupações estão de-nunciando para a socie-dade a situação da educa-ção estadual. Demonstram como as escolas estão em péssima situação para al-guém estudar. Falta estru-tura, ar-condicionado, ma-teriais. Ou seja, salas de aula lotadas com professo-res sem condições mínimas de dar aula. E essa situação tende a piorar com o corte de investimentos na educa-ção do governo Pezão/Dor-nelles (PMDB).

ESCOLHA DOS DIRETORESAlém disso, a escolha das direções das escolas acon-tece de forma autoritária. A Secretaria de Educação in-dica as pessoas que vão co-locar em prática seus inte-resses, e os próprios estu-dantes, pais e mães e pro-fessores não podem partici-par da escolha.

Outra reivindicação é o fim do Saerj (Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro), que é uma avaliação que re-força a desigualdade entre as escolas. O Saerj prioriza

Quando ocupam escolas, estudantes estão dando uma verdadeira aula à sociedade

tando as férias para desmo-bilizar as ocupações.

Porém, a sociedade de-monstra todos os dias que está junto com os estudan-

tes. As escolas recebem dia-riamente doações de to-dos os tipos para que os es-tudantes possam se manter mobilizados. Vários artistas,

educadores e organizações estão contribuindo com ati-vidades que movimentam o cotidiano dos colégios.

Quando ocupam escolas, estudantes estão dando uma verdadeira aula à sociedade. Com as ocupações, as esco-las estão tendo atividades culturais, aulões, debates, todo tipo de ação para dialo-gar com os estudantes e com a comunidade. Ocupando as escolas, estão aprenden-do coisas que nunca apren-deram em sala de aula: a se organizar, cuidar coleti-vamente da sua escola, rei-vindicar seus direitos, cui-dar do seu futuro. Quem luta aprende, e educa também!

investimentos apenas nas que são melhor avaliadas, deixando as outras afunda-rem. Os estudantes também pedem a ampliação do pas-se livre estudantil, para ga-rantir livre acesso à cidade.

MANOBRA DA SECRETARIAA Secretaria de Educação pretende acabar com as ocupações dos estudantes, fazendo todo tipo de mano-bra. Por um lado, estimula o movimento contra as ocu-pações, tentando passar a imagem de que a socieda-de não apoia os estudantes. Por outro, pretende mudar o calendário escolar, adian-

Quem luta educa!O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Pernambuco. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

24° 20°

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24° 21°

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24° 19°

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25° 19°

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Pablo Vergara

Rio de Janeiro, 28 de abril a 1 de maio de 20162 | Opinião

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EM FOCO

Uma bicicleta, uma câmera e o desejo

de saber o que a bici-cleta significa na vida das pessoas. Essa é a receita básica do pro-jeto Transite – brasi-leir@s e suas bicicle-tas, do fotógrafo pau-lista Felipe Baennin-ger, 28 anos.

Há cerca de três anos, ele saiu de São Paulo em direção a Porto Alegre, dan-do início à jornada de bicicleta pelo Brasil. O que seria, inicial-

Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Fotógrafo registra relação dos brasileiros com suas bicicletas

HOMENAGEMSão Jorge atrai multidões no RJ

Como de costume, a Igreja Matriz de São Jor-ge, em Quintino, na zona norte do Rio de Janeiro, fi-cou repleta de fiéis do san-to na madrugada de sába-do (23), com direito a fo-gos de artifício, peça tea-tral e missa de manhã. De acordo com os organiza-dores, a festa atraiu cer-ca de meio milhão de pes-soas até o fim do dia.

São Jorge é um dos san-tos mais venerados no ca-tolicismo e é imortaliza-do na lenda em que mata o dragão.

mente, uma viagem por 17 es-tados, acabou virando um giro completo, e todo o material co-

lhido no percurso será organizado em fotoli-vro com financiamen-to coletivo.

Nesta semana Felipe chegou ao Ceará, o pe-núltimo estado da via-gem de bicicleta. Sua pesquisa prévia mos-trou que há grupos consolidados de ciclis-tas na capital cearen-se, novos empreendi-

mentos voltados para bicicle-ta e ciclistas dispostos a peda-lar sob sol ou chuva. (ABr)

ESCRACHO Manifestantes do Levante Popular da Juventude do Distrito Federal fizeram, no sábado (23), um protesto em frente ao Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer em Brasília. Com faixas e cartazes, os manifestantes acusavam Temer de golpista e traidor da pátria.

FRASE DA SEMANA

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disse o rapper Mano Brown em show no Rio de Janeiro. Ele criticou a manipulação da mídia, em especial a praticada pela Rede Globo.

A televisão elege e derruba quem quer”

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O apresentador de TV Ratinho mandou muito mal ao chutar uma assis-tente de palco em seu pro-grama. Ela estava dentro de uma caixa de papelão e foi agredida ao vivo. O ato foi considerado machista e um incentivo à violência contra a mulher.

O ator Zé de Abreu de-nunciou a tentativa de gol-pe contra a presidente Dil-ma Rousseff no programa do Faustão, na TV Globo. Ele aproveitou a oportunidade para explicar que impeach-ment é o mesmo que “entre-gar o cofre para a raposa”.

mandouMAL

mandouBEM ANTECIPAÇÃO

Rio inicia vacinação contra gripe

A vacinação contra a gri-pe começou na última se-gunda-feira (25) em todo o estado do Rio de Janeiro para gestantes e crianças entre seis meses e 5 anos, além de pacientes renais crônicos. A determina-ção da Secretaria Estadual de Saúde tem por objeti-vo antecipar, de forma pre-ventiva, a imunização des-ses grupos que estão clas-sificados como prioritários na Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe do Ministério da Saúde.

A campanha nacional tem início previsto para o próximo dia 30, quan-do a vacina estará disponí-vel também para as demais populações alvos, como idosos a partir de 60 anos, mulheres até 45 dias após o parto, profissionais de saú-de, além de outros doentes crônicos, presos e funcio-nários do sistema prisional.

Rio de Janeiro, 28 de abril a 1 de maio de 2016 Geral l 3

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Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

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Mulheres de todas as ida-des, cores e classes sociais protestaram, nessa quar-ta-feira (27), contra a mídia machista que insiste em en-quadrá-las em um padrão de comportamento ultrapas-sado, como fez a revista Veja com Marcela Temer, ao se re-ferir a ela como “bela, recata-da e do lar”.

Cerca de cinco mil mulhe-res participaram do ato reali-zado em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de demonstrar indignação diante da onda conservadora da mídia, partidos de direita e do Congresso Nacional, em sua maioria.

Para muitas, esse ato foi como um grito de liberdade. “A gente quer ser livre. E essa visão da mulher bela e reca-tada faz parte dos séculos passados e vai contra tudo o que a gente acredita”, destaca a estudante secundarista Ca-rolina Bastos, de 17 anos.

Silvia Mendonça, dirigente do Movimento Negro Unifi-cado, uma das organizadoras do ato, ressaltou a importân-cia de resistir aos retrocessos políticos impostos pelo Con-gresso Nacional. “Esse tam-bém é um protesto contra o impeachment, em defesa da democracia e a favor da pu-nição de todos os deputados envolvidos em atos de cor-rupção”, destacou. Palavras de ordem contra o deputado federal Jair Bolsonaro e o pre-sidente da Câmara, Eduardo Cunha, foram ouvidas du-rante toda a manifestação.

“Em seu voto contra a pre-sidente Dilma, Bolsonaro ho-menageou o torturador Car-los Alberto Brilhante Ustra. Esse homem estuprou e ma-

Belas, combativas e de lutaAto das mulheres contra o machismo reúne cerca de 5 mil pessoas no Centro do Rio, na quarta-feira (27)

tou nossas mulheres, assas-sinou nossos filhos e nossos homens. Bolsonaro não me-rece estar no Congresso”, pro-testou Silvia Mendonça.

REPRESSÃO ÀS MULHERESPara a estudante de História Thaís Alvez, de 20 anos, que foi lá protestar, essa taxação de mulher “bela, recatada e do lar” afronta todas as mu-lheres. “A gente só quer ser o que a gente quiser. Nem re-catada, nem puta. Sem este-

reótipos”, diz a universitária. A forte presença de mu-

lheres jovens no ato também chamou a atenção. Elas fo-ram maioria na campanha que rolou nas redes sociais que ironizava a matéria pu-blicada pela revista Veja, so-bre Marcela Temer

“A Veja fez essa matéria para contrapor à imagem de Dilma. Marcela é essa mu-lher que não participa da política, é bela e silencio-sa. Quando a revista ressal-ta essa mulher ela está di-

zendo que esse é o modelo a ser seguido, que esse é o tipo de mulher aceitável para o Brasil”, observa a estudante Thaís Alvez.

A matéria da Veja causou indignação em vários gru-pos de mulheres, não so-mente as feministas. Uma delas é Sandra Carneiro, de 50 anos, comerciária apo-sentada. “A mulher tem que ir pra rua, participar da po-lítica, lutar por seus direi-tos. Queremos igualdade, nem mais nem menos que

A mulher tem que ir pra rua, participar da política, lutar por seus direitos”Sandra Carneiro, manifestante

os homens. Mas tem muita amiga minha que não con-corda com isso, elas acham que eu devia estar em casa assistindo novela e não aqui protestando”, lamenta a aposentada. “Mulherada, nós precisamos nos unir mais”, completa.

No ano passado, o “levan-te feminino” contra o pro-jeto de lei apresentado por Eduardo Cunha, que dificul-tava o acesso ao atendimen-to médico a mulheres estu-pradas, já tinha tomado as redes sociais e as ruas. E ago-ra novos movimentos, como o #belarecatadaedolar, vie-ram com tudo para fortale-cer a luta das mulheres.

Fotos: Samuel Tosta

Depois de ato em frente à Alerj, mulheres saíram em marcha pelo Centro até a Carioca, onde fica o escritório do deputado Eduardo Cunha

Ativista faz performance artística para denunciar a violência sofrida pelas mulheres

Rio de Janeiro, 28 de abril a 1 de maio de 20164 | Cidades

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André Vieira do Rio de Janeiro (RJ)

O momento é de ocupar as ruas. Só a mobilização popular pode barrar o golpeRonaldo Leite, da CTB

Os trabalhadores do Rio de Janeiro voltam às ruas

nessa sexta-feira (29) para mais um grande ato nos Arcos da Lapa, no centro, a partir das 17h. Como principal pau-ta, a atividade “Trabalhadores por democracia e mais direi-tos” denuncia a tentativa de golpe contra a presidente Dil-ma Rousseff, através do pro-cesso de impeachment, e con-tra o retrocesso apontado por ele como a retirada de direitos dos trabalhadores. A manifes-tação é organizada pela Fren-te Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, que reúnem um conjunto de movimentos populares, e contará também

Trabalhadores voltam aos Arcos da Lapa contra o golpeAtividade no Rio de Janeiro ocorrerá a partir das 17h dessa sexta-feira (29)

com apresentações culturais. Para essas organizações, o

impeachment da presidente Dilma seria um golpe à de-mocracia, já que ela foi elei-ta com 54 milhões de votos e que os resultados das ur-nas devem ser respeitados. Os motivos legais para a des-tituição também são questio-nados, já que Dilma Rousseff também não responde a ne-nhuma denúncia de crime, diferentemente de vários de-putados que votaram a favor do impeachment, dentre eles Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é investigado em pelo menos cinco processos no Supremo Tribunal Federal.

DIREITOS“O momento é de ocupar as ruas. Só a mobilização po-pular pode barrar o golpe. Michel Temer [como presi-dente] seria um grande re-trocesso para os direitos dos trabalhadores e ele tem

anunciado isso”, denuncia Ronaldo Leite, presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e integran-te da Frente Brasil Popular. E o movimento não é ape-

nas daqueles que estão na base do governo. Oposição ao governo Dilma, Rose Ci-priano lembra que a mobili-zação da próxima sexta-feira (29) é em defesa de direitos e da democracia. Ela avalia os efeitos de um possível go-verno de Michel Temer.

“A flexibilização da CLT (Consolidação das Leis Tra-balhistas) significaria que os patrões poderiam negociar direitos consolidados como férias, 13o salário e outros”, denuncia Rose, que é direto-ra do Sindicato dos Profissio-nais de Educação de Duque de Caxias (SEPE) e integra a Frente Povo Sem Medo.

MACHISMOOutra forte denúncia feita pelos movimentos popula-res é o fato de Dilma estar so-frendo uma série de ataques por ser mulher, caracterizan-do, assim, além de um mo-vimento golpista, um movi-mento machista.

“Foram os governos de Lula e Dilma que trouxeram o debate sobre as mulheres, a população negra, os LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), deficientes físi-cos, que compõem uma par-cela da sociedade que esta-

va esquecida e sofrendo com isso. Se abrir o debate inco-modou, imagine uma mu-lher estar na presidência”, questiona Camila de Melo, da Central Única dos Traba-lhadores (CUT).

ATO EM MADUREIRANo dia primeiro de maio, Dia Internacional do Trabalha-dor, outro ato ocupará o Par-que Madureira para dialogar com a população. A ativida-de é organizada pela Frente de Esquerda Socialista e terá início a partir das 15h. En-tre as pautas estão: contra os ajustes fiscais do PT, PMDB e PSDB; e o apoio à luta dos servidores estaduais. “De-nunciamos também a falsa alternativa que representa o impeachment, vendido pe-los setores conservadores e que aprofundam a retirada de direitos dos trabalhado-res”, destaca Talíria Petrone, militante feminista.

Midia Ninja

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Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

A iniciativa de organizar torcidas de futebol for-

madas exclusivamente por homossexuais não é uma no-vidade. Também não está li-gada ao potencial das redes sociais em agrupar segmen-tos da população em torno de uma causa.

Desde os anos 70 existem as primeiras torcidas “gays”. Essa história começou com o Grê-mio de Porto Alegre (RS), em 1977, e a sua Coligay, e com a Fla-Gay, em 1979.

Enquanto a Coligay ocu-pou um lugar de destaque nas arquibancadas do antigo Estádio Olímpico, a Fla-Gay capengou diante das inú-meras dificuldades impostas pela homofobia.

A Fla-Gay foi uma iniciati-va do botafoguense Clóvis Bor-nay, ícone do carnaval carioca que se tornou muito conheci-do e imbatível nos concursos de fantasias de luxo. Às vésperas de um Fla-Flu, Bornay conclamou homossexuais rubro-negros a irem juntos ao Maracanã, sob a bandeira da Fla-Gay.

A reação não poderia ser pior. Se as hostilidades nas ar-quibancadas eram óbvias, elas também encontraram respal-do na diretoria do Flamengo. Após a derrota por 3 a 0 para o Fluminense, o então presiden-te rubro-negro, Márcio Braga, creditou a derrota a uma su-posta “praga da Fla-Gay”.

Daí em diante, as hostili-dades só cresceram e a tor-

Iniciativas como a Fla-Gay são exemplo de luta contra o preconceito no futebol

cida recém-fundada foi con-denada ao gueto das cadeiras numeradas. Sua extinção era uma questão de tempo.

A Fla-Gay passou por duas tentativas de reorganização, ca-pitaneadas pelo ativista LGBT Raimundo Pereira. Entre os anos de 1996 e 97, mais de 100 militantes frequentavam as ar-quibancadas do Maracanã jun-tos nos jogos do Flamengo.

Apesar do estranhamen-to com o restante da torcida, este foi o período mais lon-go de duração da Fla-Gay. O fim deste período se deu por desânimo dos ativistas. Um

dos companheiros de luta de Raimundo, o vascaíno Car-los Alberto Migon, contou a uma reportagem do Portal EBC em 2013 que a torcida era muito mais ligada ao ati-vismo que ao futebol, o que favorecia a desmobilização diante da repulsa homofóbi-ca das arquibancadas.

Houve uma nova tentativa de retorno em 2003, mas seto-res da própria diretoria do Fla-mengo se opuseram e a inicia-tiva morreu antes de se efetivar.

HOMOFOBIA NAS REDES SOCIAISTorcidas como a Coligay e a Fla-Gay sobrevivem hoje ape-nas na memória, através de pá-ginas na internet. Porém, são poucas as referências positivas.

Em uma rápida pesquisa em sites de busca, percebe-se que a imensa maioria das referências às torcidas de ho-mossexuais é feita de manei-ra jocosa e pejorativa. Torna-ram-se uma “arma” para tor-cidas adversárias provoca-rem os clubes.

Seguindo uma lógica mais geral do uso da internet no Bra-sil, os comentários a postagens e matérias sobre o tema são

uma demonstração clara da homofobia presente na socie-dade e, em especial, no futebol.

BONS EXEMPLOS CONTRA A HOMOFOBIASe é verdade que a homofo-bia ainda está muito presente no futebol, também é possível verificar focos de resistência dentro dele. A própria persis-tência das torcidas “gays” em existir é um exemplo de luta por dignidade nos estádios.

Se aqui no Brasil elas su-cumbiram ao preconceito, na Inglaterra existe a GFSN (Gay

Football Supporters Network, ou Rede de Torcedores Gays de Futebol, em tradução livre), que organiza torcedores ho-mossexuais de todos os clu-bes, propondo várias inicia-tivas de inclusão do público LGBT no meio do futebol.

Outro exemplo interessante é o clube alemão St. Pauli, de Hamburgo, Alemanha. De tra-dição de esquerda, os torcedo-res promovem manifestações contra a homofobia nos está-dios e, entre 2002 e 2010, o clu-be foi presidido por Corny Li-ttmann, diretor teatral declara-damente homossexual.

Fotos: Divulgação

Torcidas gays resistem à homofobia nos estádios

Rio de Janeiro, 28 de abril a 1 de maio de 20166 | Cidades

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Mariana Pitassedo Rio de Janeiro (RJ)

Fotos: Divulgação

Quase dois anos depois de estrear seu canal no You-

Tube, Julia Tolezano, mais conhecida como Jout Jout, se tornou referência das dis-cussões sobre feminismo nas redes. Somente com o vídeo “Não tira o batom vermelho”, Jout Jout alcançou mais de 2 milhões de visualizações ao apresentar a discussão sobre relacionamentos abusivos de forma simples e didática.

Ao Brasil de Fato, a you-tuber conta como o feminis-mo entrou em sua vida e so-bre sua importância para to-das as pessoas.

Brasil de Fato - Quando você se reconheceu feminista?Jout Jout - A gente está em con-tato com o feminismo desde sempre, mas sem esse nome. Quando comecei a fazer o ví-deo, as pessoas que viam me procuravam para falar que eu era feminista, só que eu não ti-nha percebido isso. Então, fui pesquisar sobre, vi vídeos, li uns textos e uns livros. Hoje me con-sidero totalmente feminista.

Brasil de Fato - Como acre-dita que ajuda as mulheres que te assistem?Na verdade, eu acho que falo muito o que as pessoas já sa-bem, mas vão ignorando, por-

que é mais fácil ignorar. Acho que quando as mulheres per-cebem que não é só com elas, que tem um monte de gente passando pelas mesmas coi-

sas, que estamos todas jun-tas e na luta, então se sentem abraçadas. E acho que esse se sentir abraçada é um primei-ro passo para se empoderar.

Brasil de Fato - Você acredi-ta que é uma referência fe-minista?Não sei dessa coisa de símbo-lo, mas sem dúvida formamos uma irmandade com o canal. As mulheres estão se unindo muito. Eu tenho falado mui-to de coisas que estamos con-versando juntas nos bares, na faculdade, no trabalho. Muita gente se identifica, o que já é uma super responsabilidade.

Brasil de Fato - Acha que está mais comum falar so-bre feminismo hoje?Muita gente está chegando junto, mas ainda tem mui-to preconceito. O feminismo está mais por aí, com certeza. Está super frequente em co-letivos e nas discussões dos jovens. Acho que essa gera-ção que hoje tem uns 15 anos vai ser porreta.

Brasil de Fato - Recente-mente você virou embai-xadora do YouTube em um projeto para estimular mu-lheres a fazerem vídeos. Como foi?O que aconteceu foi que o YouTube fez uma pesquisa e viu que a maioria dos cria-dores de conteúdo eram ho-mens - menos de 30% eram mulheres. Então se pergun-taram: “cadê as moças aqui junto?”. Aí eles criaram esse projeto com vários vídeos, que foram postados em mui-tos canais de mulheres, para um empoderamento ge-ral. Discutimos muitas coi-sas, vários tipos de impedi-mentos que a gente se coloca

e não é para colocar. A ideia é meio que falar: “moças, não precisam ficar desse jei-to, é para vocês estarem aqui também. É para vocês esta-rem em todos os lugares”. Na verdade, o impedimento não existe, é a gente que cria.

Brasil de Fato - Seu público não é só feminino e é muito di-verso. Como consegue se co-municar com tantas pessoas?Nossa, tem gente de tudo quanto é tipo. É engraça-do isso. Uma vez eu estava numa padaria e umas meni-nas que estavam indo para a escola vieram falar comigo. Em seguida, um cara que é porteiro de um prédio per-to da padaria também me abordou para dizer que me acompanha e acha legal o que eu faço. Acho que a mensagem de que está todo mundo mal, mas vai ficar tudo bem no final, está che-gando para muita gente.

Brasil de Fato - Como é o li-vro que você está lançando, o Tá todo mundo mal?É maravilhoso. É livro de crises. Fiquei um ano escre-vendo em segredo comple-to. Várias editoras me procu-raram depois do vídeo “Não tira o batom vermelho” (o mais acessado do canal de Jout Jout). Não queria escre-ver uma autobiografia por-que não vivi quase nada no alto dos meus 25 anos, en-tão eu resolvi fazer um livro só sobre crises. É um pouco como a filosofia do canal, as crises fazem parte da vida de todo mundo.

A gente está em contato com o feminismo desde sempre, mas sem esse nome. Hoje me considero totalmente feminista

Eu tenho falado muito de coisas que estamos conversando juntas nos bares, na faculdade, no trabalho

Jout Jout: “Ainda há muito preconceito sobre o feminismo”Para a youtuber, o feminismo faz parte da vida de todas as mulheres, muitas vezes sem esse nome

ENTREVISTA | Julia Tolezano, Jout Jout | Youtuber

Julia Tolezano alcançou 2 milhões de visualizações com vídeo “Não Tira o Batom Vermelho”

Jout Jout: “Acho que essa geração que hoje tem uns 15 anos vai ser porreta”

Rio de Janeiro, 28 de abril a 1 de maio de 2016 Entrevista l 7

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Número de mortos em terremoto no Equador ultrapassa 650No dia 16 de fevereiro, um

terremoto de magnitu-de 7,8 graus castigou parte do norte do litoral do Equador. O número de mortos já che-gou a 654 e mais de 16 mil fe-ridos foram atendidos. A in-formação foi divulgada essa semana pela Secretaria Na-cional de Gestão de Risco, do governo equatoriano.

Desde a tragédia, os bombei-ros estão realizando buscas en-tre os escombros. 113 pessoas foram resgatadas com vida en-tre os destroços das casas e edi-

Carlos Silva/El Ciudadano

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ação

MEDALHA DE HONRA O ex-presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, foi homenageado em Ouro Preto, na semana passada, com a Medalha da Inconfidência, a maior honraria do estado de Minas Gerais. Mujica convocou os jovens a lutar contra o golpe. “Esse não é um problema de um partido. É um problema do Brasil”, disse.

No dia em que se come-mora a queda da ditadura portuguesa, 25 de abril, cer-ca de cem brasileiros que vi-vem em Portugal saíram na Marcha pela Democracia para se manifestar contra o golpe de Estado no Brasil. Os manifestantes carrega-ram uma faixa com os dize-res “Golpe nunca mais”.

A data lembra o aconte-cimento conhecido como Revolução dos Cravos, em Portugal, que marcou o fim da ditadura de Antônio de Oliveira Salazar, em 1974. Após o golpe militar de 1926, Salazar estabeleceu uma ditadura no país, ins-pirada no fascismo italiano. Naquela época, as liberda-des de reunião, de organi-zação e de expressão foram eliminadas. (OperaMundi)

França: Igreja católica é abalada por escândalo de pedofilia

PORTUGALBrasileiros fazem ato a favor da democracia

Figura influente da Igre-ja Católica na França, o arce-bispo do estado de Lyon, car-deal Barbarin, de 65 anos, é alvo de uma investigação ju-dicial por saber e não denun-ciar as agressões sexuais en-volvendo padres.

Cinco casos de agressão se-xual ou pedofilia, ligados à diocese de Lyon, vieram a pú-blico esse ano. Outros casos também foram relatados em

Equador faz balanço das perdas humanas e materiais depois do terremoto

Líder católico admite erros ao nomear padres pedófilos para comandar igrejas

fícios. Esse foi um dos piores terremotos da história desse país andino. Cerca de 130 pes-soas ainda estão desapareci-das e 26 mil desabrigadas.

O governo equatoriano in-formou que há 7 mil imóveis destruídos e 3 mil afetados. Cerca de 282 escolas tam-bém foram atingidas.

O presidente do Equador, Ra-fael Correa, agradeceu a socie-dade, as instituições estatais e o apoio internacional pela soli-dariedade demonstrada assim que o terremoto aconteceu. Se-

Loiret, um estado localizado na região central do país.

Essa semana a igreja da França veio a público e admi-tiu os erros. “O cardeal Bar-barin reconheceu que a dio-cese tinha cometido erros na gestão e nomeação de alguns sacerdotes”, disse o arcebispo Yves Baumgarten, vigário ge-ral da diocese, em um comu-nicado à imprensa.

O arcebispo anunciou que está sendo criada uma comis-são independente para receber denúncias e relatos de vítimas de abuso sexual cometido por membros da igreja. (France24)

gundo Correa, o país vai preci-sar de 3 bilhões de dólares para reconstruir as áreas devastadas.

SOLIDARIEDADEO governo brasileiro enviou um avião da Força Aérea car-regado com remédios, vaci-nas e material hospitalar. As-sim como o Brasil, mais de 20 países enviaram ajuda hu-manitária para o Equador, que incluiu mais de mil espe-cialistas em trabalhos de res-gate de vítimas e atendimen-to aos afetados. (Abr)

Rio de Janeiro, 28 de abril a 1 de maio de 20168 | Mundo

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Rafael Tatemotode São Paulo (SP)

No encontro com a presidente, as frentes pediram que ela não renuncie e resista ao processo de impeachment até o final

Fotos: Midia Ninja

Nenhuma das duas frentes aceitará o golpe. Se houver, ocorrerá uma paralisação geral no país e nos manteremos nas ruasAlexandre Conceição, do MST

Representantes da Frente Brasil Popular e da Fren-

te Povo Sem Medo entrega-ram ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao Supremo Tribunal Fede-ral, na terça-feira (26), mais de 300 manifestos de entida-des e movimentos populares e sindicais que se posicionam contra o impeachment da pre-sidente Dilma Rousseff, con-siderado golpe ao Estado De-mocrático de Direito.

Os movimentos também se reuniram com a presidente na segunda-feira (25). Em ambos os encontros, os movimentos que compõem as duas entida-des manifestaram sua contra-posição ao processo de impea-chment, prometendo resistên-cia e mobilização nas ruas.

“O recado, muito claro, foi: ‘não à quebra do Estado De-mocrático de Direito’. Nós en-tendemos que não há crime de responsabilidade configu-rado. Tanto é que os deputa-dos votaram pela família, por Deus, por tudo, mas não to-caram no objeto do proces-so. Nenhuma das duas fren-tes aceitará o golpe. Se hou-ver, ocorrerá uma paralisação geral no país e nos mantere-mos nas ruas. Temer não vai ter sossego! Ele não vai gover-nar!”, afirmou Alexandre Con-ceição, dirigente nacional do Movimento dos Trabalhado-res Rurais Sem Terra (MST).

As frentes esperam que as votações no Senado se-jam menos atabalhoadas do

Movimentos entregam manifestos pró-democracia ao Senado e STFRepresentantes das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo também se reuniram com Dilma

que na Câmara. O encon-tro com Calheiros, segun-do Conceição, foi proveito-so. “Na Câmara, foi um circo armado coordenado por um réu, Eduardo Cunha. Aqui-lo envergonhou o Brasil pe-rante o mundo. Ele [Calhei-ros], como um articulador político, recebeu bem a nos-sa mensagem, e disse que vai fazer, dentro do Senado, uma votação onde todos tenham

espaço, assegurando a ampla defesa, fazendo de tudo para que não se quebre a demo-cracia”, completou.

A mesma posição foi levada ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que a recebeu com “tranquilidade”. “A res-ponsabilidade por qualquer golpe, como guardiões da jus-tiça e da Constituição, tam-bém é do STF. [Lewandowski]

garantiu que, dentro das prer-rogativas do seu trabalho, vai fazer todos os procedimentos dentro da normalidade”, afir-mou Conceição. No encontro, também foi pedido que o pro-cesso que julga o afastamento do presidente da Câmara seja acelerado: “Cunha não pode representar mais aquela Casa. Está desmoralizando o país e a política nacional”.

PRESIDÊNCIANo encontro com a presiden-te, as frentes pediram que ela não renuncie e resista ao pro-cesso de impeachment até o

final. De acordo com Con-ceição, Dilma se mostrou fir-me em relação a essa ques-tão. Além disso, a presidente teria se comprometido a to-mar medidas que retomem a atividade econômica e aten-dam os interesses da socie-dade, bem como retomar discussões sobre uma refor-ma política. As frentes surgi-ram em 2015 como articula-ções de entidades e congre-gam, cada uma, movimentos populares, centrais sindicais e organizações estudantis e de juventude.

Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo se reuniram com Renan Calheiros, em Brasília

Frentes surgiram em 2015 e reúnem movimentos, centrais e organizações de juventude

Rio de Janeiro, 28 de abril a 1 de maio de 2016 Brasil l 9

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AGENDA CULTURAL DA SEMANA

O quê: Espetáculo de circo conta história de Lasanha e Ravioli, dois amigos que resolvem ensaiar uma peça sobre a Chapeuzinho Vermelho.Onde: Arena Carioca Dicró – Parque Ary Barroso, Penha. Entrada pela Rua Flora Lobo.Quando: Sexta (29), 14h. Quanto: 0800

O quê: Espetáculo dá voz a Marta e seu drama após descobrir que tem um tumor cerebral. Mãe e filho, na peça, são interpretados pelo mesmo ator.Onde: Galpão Gamboa – Rua da Gamboa, 279.Quando: 30/04, 21h. 1/5, 20h.Quanto: R$ 20 (R$ 10 meia/R$ 5 moradores da região)

O quê: Festa traz o melhor do pagode com o Grupo Quinto Segredo e o MC Pé de Pano, e ainda conta com a presença de DJs.Onde: Villa Show – Av. Prudente de Moraes, 1070, Duque de Caxias. Quando: Sexta (29), 22h.Quanto: 0800 (fem), R$ 10 (masc)

O quê: Com tema “retrô”, roda de samba mais agitada da zona norte relembra grandes sucessos da década de 90 e dos anos 2000.Onde: Exklusiv Klub – Rua Gomes Freire, 599, Lapa.Quando: Sábado (30), 23h. Quanto: R$ 20 (masc) e R$ 15 (fem) com nome na lista até 00h30

O quê: Evento artístico comemora o Dia da Baixada Fluminense através do hip hop, com grupos de dançarinos, grafiteiros, skatistas, DJs, rappers, etc.Onde: Praça do Pacificador – Avenida Presidente Kennedy, Duque de Caxias.Quando: Sexta (29), 14h.Quanto: 0800.

O quê: Roda de samba liderada por Gabriel Cavalcante anima conhecida rua do centro do Rio de Janeiro, com muita alegria e um repertório cheio de sambistas consagrados. Onde: Rua do Ouvidor, esquina com a Rua do Mercado – Centro. Quando: Sábado (30), 17h.Quanto: 0800

O quê: Festa promete MPB, rock, pop e funk, e ainda se manifesta pelas alunas que protestam contra estupros na Universidade Rural, contra o impeachment, entre outras causas.Onde: Arco do Teles – Travessa do Comércio, 11, Centro.Quando: Domingo (1), 18h.Quanto: 0800

Samba da Ouvidor

Baile de Esquerda

Lasanha e Ravioli in Casa Cypher na Rua

Alegria & Ousadia Agita SambaMamãe

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Mídia Ninja

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O quê: Em sua 24ª edição, festa anima público com rap e hip hop e conta com apresentações culturais de artistas do ramo, mixagens e ainda terá batalha de MCs.

Onde: Pista de skate do São Roque – Comunidade São Roque, Queimados.

Quando: Sábado (30), 16h.

Quanto: 0800

Batidas e Rimas

por e-mail

Receba o www.e.eita.org.br/assinebrasildefatorj

Rio de Janeiro, 28 de abril a 1 de maio de 201610 | Cultura

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Brasileiro fica em média 4h30 por dia em frente à TV

A comunicação popular é indispensável em nossa sociedadeRenata Souza, doutoranda em Comunicação e Cultura da UFRJ

Sheila Jacobdo Rio de Janeiro (RJ)

Núcleo Piratininga

Cursos do Núcleo Piratininga contribuem com comunicação popular

Na semana passada, o Nú-cleo Piratininga de Co-

municação (NPC) lançou um livro que apresenta um olhar sobre a comunicação popu-lar no Rio de Janeiro. Para além das questões teóricas, a obra faz um mapeamento de diversas experiências e ini-ciativas espalhadas pela cida-de. O livro, que tem como tí-tulo Experiências em comuni-cação popular ontem e hoje: uma história de resistência nas favelas cariocas foi escri-to a muitas mãos, em um tra-balho coordenado e orien-tado pela jornalista Claudia Santiago, uma referência na-cional no assunto.

A obra está centrada no debate sobre a comunicação popular e põe em questão conceitos e definições so-bre o tema. Depois, apresen-ta um panorama comple-to de experiências em fave-las de diversas áreas da cida-de. Passando pela Rocinha e Santa Marta, na zona sul, vai para a Tijuca, Jacarepaguá, Alemão, Maré, e outros veí-culos. As entrevistas com os protagonistas dessa história

Experiências em comunicação popular no Rio são relatadas em livro

são intercaladas com a pes-quisa em arquivo. Tudo foi escrito em uma linguagem acessível para todos aqueles que se interessam pelo tema.

PAPO RETOA jornalista Renata Souza, doutoranda em Comunicação e Cultura da Universidade Fe-deral do Rio de Janeiro (UFRJ), assina o prefácio da obra.

Qual é o papel da TV na nossa sociedade? Sei bem que isso não é tema para tão pouco espaço, e daria para falar disso por horas, em casa, na esco-la, na universidade. Mas queria provocar, quem sabe o assunto renda para você também.

Às vezes parece que é coi-sa de outro tempo falar de televisão, já que agora todo mundo tá online. Mas outro dia vi uma pesquisa, sobre os hábitos de consumo de mídia no Brasil, referente a 2014. É bem detalhada e in-teressante, mas uma coisa que me chamou a atenção foi que, apesar de ter cres-cido muito o acesso à inter-net e o tempo que as pes-soas passam conectadas, ainda é a telinha o principal meio de comunicação. Para vocês terem uma ideia, 95% dos entrevistados afirma-ram que assistem TV. E a média de tempo que fi-cam vendo é de quatro horas e meia! Isso duran-te a semana e também aos sábados e domingos! É muito tempo, né?

“O POVO QUER VER”Então não tem como a gente não parar pra pen-sar nisso. Porque tem de

SEMPRE VI NOVELA | Janete Oliveira

Qual é o papel da TV para você?

Divulgação

tudo na TV. Telejornais, novelas, desenhos, fil-mes, programas de culi-nária, seriados, mais um monte de coisa. Uns pro-gramas são muito interes-santes, fazem a gente via-jar para longe e até apren-der um bocado.

Mas tem outros que vou te contar, viu? Incentivam a violência, tratam as pes-soas com preconceito, re-produzem o que tem de mais conservador no pen-samento social. E não só

reproduzem, com o ar-gumento tosco de que “o povo quer ver”, mas aju-dam mesmo a criar esses preconceitos e ódios.

Eu gosto de TV, gosto muito de novela, mas fico incomodada com o poder que esses grupos têm na nossa vida. Além de con-tar a história das coisas sempre de um jeito pa-recido, querem enfiar di-versos padrões no nosso modo de ser.

Segundo Renata, o livro dá o ‘papo reto’ sobre a comunica-ção dos trabalhadores, dos fave-lados. “Um papo reto, sem cur-va ou reticência, é aquele que forma e informa sem ‘mimimi’, que vai direto ao ponto de inte-resse: a luta pelo direito à vida e à voz”, diz a pesquisadora.

Renata já foi editora do jornal comunitário O Cida-dão, que circula pelas favelas que compõem a Maré, onde mora. “A luta por direitos fun-damentais e elementares à vida são os ingredientes que tornam a comunicação po-pular indispensável em nos-sa sociedade”, explica.

O livro recebeu apoio da Fundação Rosa Luxemburgo e pode ser encontrado na Livra-ria Antonio Gramsci: Rua Al-cindo Guanabara, 17, térreo, Cinelândia. Mais informações em http://livrariagramsci.com.

Ver televisão é hábito de 95% dos entrevistados da pesquisa

Veículos da Maré, Santa Marta, Alemão e Rocinha são alguns dos apresentados

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12 | Opinião

A FIM DE PAPO | MC Leonardo

No último final de se-mana a mídia até esque-ceu o processo golpista contra a presidente Dilma e passou a falar de abso-lutamente tudo que tives-se alguma ligação com a ciclovia que desabou em São Conrado após uma forte onda.

No meio do desespero por notícias, infelizmente vale tudo. Sobrou então para as crianças e jovens que joga-vam bola na areia. Uma foto, tirada assim que o helicóp-tero deixou os dois corpos largados e descoberto na areia, deu o que falar.

Mais do que falar, a foto deu muito o que julgar. Disseram que os moleques eram sem coração, eram insensíveis e até menos hu-manos, por continuarem jogando bola. Isso tudo só por uma foto.

Se fosse no Leblon, o he-licóptero não abandonaria nem por um segundo dois corpos no meio de pessoas e de crianças brincando na praia, pois quando chegas-se na areia já teria uma ten-da aguardando.

Já imaginou ser preso e condenado por um crime

que não cometeu? E se isso acontecesse pela segunda vez com a mesma pessoa? Esse é o drama de Rafael Braga, jo-vem, negro, pobre, catador de latinha e ex-morador de rua.

Em 20 de junho de 2013, próximo a uma manifestação ocorrida na Av. Presidente Var-gas, Rafael voltava de um dia de trabalho quando foi detido por PMs e acusado de porte de explosivos. Seu crime? Carre-gar uma sacola com duas gar-rafas plásticas lacradas: uma de desinfetante Pinho Sol e outra de água sanitária.

Na delegacia, as garrafas apareceram abertas, com um pano no gargalo e, em uma delas, o desinfetante foi substituído por álcool. Ou seja, os policiais tentaram forjar um flagrante, mas se esqueceram que um coquetel molotov só funciona como explosivo quando feito com garrafa de vidro que pode ser quebrada espalhando o fogo.

Corpos na areia

Fizeram daquela forma porque foi em São Con-rado, assim como fizeram em todas as “obras de me-lhorias” da praia. São Con-

rado foi a última praia a receber ciclovia, a última que recebeu postos, a últi-ma que recebeu ilumina-ção pública e a que mais sofre com poluição de to-das as praias.

Cresci naquela praia, pos-so garantir que ela jamais foi própria pra banho. Todos os frequentadores, principal-mente naquele ponto, são moradores da Rocinha, por isso o descaso com as obras ali executadas.

São tantos os descasos com a praia Cantão, que eu me nego a ver insensibili- dade após uma forte onda.

São Conrado foi a última praia a receber ciclovia, iluminação pública e sofre com poluição

A Justiça Criminal julga as pessoas pelo que elas são e não pelo que elas fizeram

Lucas Sada

Apesar disso, Rafael foi con-denado a 5 anos de prisão em regime fechado.

Tempos depois desse episó-dio, já cumprindo pena no regi-me aberto, Rafael teria um novo encontro macabro. Em uma manhã de janeiro desse ano, ele saiu de sua casa, na Vila Cruzei-

ro, para ir à padaria quando foi abordado por PMs. Eles que-riam informações sobre o tráfico de drogas no bairro.

Foi levado até um beco, re-cebeu socos no abdômen e ameaças de estupro. Como não tinha informações e nada a dizer, os milicianos decidi-ram se vingar forjando um fla-grante. Rafael foi acusado de portar uma sacola contendo

maconha, cocaína e um fo-guete. Uma testemunha, que já foi ouvida em juízo, diz que, quando foi abordado, Rafael não carregava sacola alguma.

Nesse momento Rafael está preso, aguardando o fim do julgamento no qual é acusado de tráfico de drogas e associação para o tráfico. A próxima audiência será reali-zada no dia 10 maio, mas ain-da não há data para o juiz de-clarar sua sentença.

A Justiça Criminal julga as pessoas pelo que elas são e não pelo que elas fizeram. Com raras exceções, vê no ho-mem negro e pobre um pos-sível criminoso que deve pro-var sua inocência. Entretanto, na democracia, quem acusa é que deve demonstrar a culpa.

Queremos acreditar que, dessa vez, a verdade e a jus-tiça irão vencer a mentira e o preconceito.

Lucas Sada é advogado do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH)

O raio da covardia cai duas vezes no mesmo lugar

Notícia do desabamento é distorcida pela grande imprensa

Fernando Frazão / Agência Brasil

RenataNeder/ Revista Forum

Rafael Braga pode ser condenado mais

uma vez por crime que não cometeu

Rio de Janeiro, 28 de abril a 1 de maio de 2016

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Variedades l 13

Baba ganoushIngredientes• 2 berinjelas grandes

• 2 dentes de alho

• ½ colher (chá) de sal

• 2 colheres (sopa) de sumo de limão

• 2 colheres (sopa) de tahini (pasta de gergelim)

• 1 pitada grande de cominho em pó

• 1 pitada de pimenta branca em pó

• 2 colheres bem cheias de iogurte

• Azeite de oliva

• Salsinha picada

Modo de preparoPreaqueça o forno em fogo alto. Pegue as berinjelas e fure-as com um garfo. Depois coloque todas numa assadeira e leve ao forno, virando de vez em quando. As berinjelas vão criar bolhas na casca e escurecer, só então as retire do forno. Não deixe que queimem. Deixe esfriar, e uma vez que estejam frias retire a casca de cada uma (vai sair fácil por causa das bolhas). Coloque as berinjelas num escorredor por aproximadamente 15 minutos e deixe o líquido escorrer. Esmague bem o alho e o sal até que vire uma pasta. Coloque num processador. Acrescente a berinjela, sumo de limão, tahini, cominho, pimenta e iogurte (se quiser). Bata bem até que fique com consistência de purê. Cheque o tempero e acrescente o que precisar de acordo com o seu paladar. Coloque numa vasilha para servir e coloque umas gotinhas de azeite de oliva. Salpique a salsinha.

Divulgação

Oi amiga! A celulite causa algum mal à saúde ou é só um problema estético mesmo? 

Simone Dantas, 35 anos, fotógrafa.

Dúvidas? [email protected] Sofia Barbosa | Coren MG 159621-Enf

Querida Simone, a po-pular celulite é carac-

terizada por irregularida-des na pele, tipo ondula-ções com aspecto de casca de laranja. É causada por desarranjos do tecido sub-cutâneo (abaixo da pele).  Está mais presente nas áreas que acumulam gor-dura, como coxas, náde-gas e abdome. As celulites são inofensivas. Acredi-ta-se que mais de 90% das mulheres têm. Por ser tão comum e não causar mal à saúde, a celulite não de-veria ser motivo de preo-cupação. Entretanto, o que assistimos é o oposto:

BOMBOU NA INTERNET ANDRÉ DAHMER | malvados.com.br

AMIGA DA SAÚDE

tria da beleza, que vende diversos tratamentos mi-lagrosos para acabar com a celulite e lucra milhões. Além de não resolverem o problema, esses sim re-presentam um risco à saú-de das mulheres.

uma corrida pelo corpo per-feito que não admite celuli-te. Essa concepção faz par-te de um sistema de domi-nação que transforma o cor-po das mulheres em obje-tos controlados pelo merca-do. Quem ganha é a indús-

Receita

Rio de Janeiro, 28 de abril a 1 de maio de 2016 Variedades l 13

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14 | Variedades

Áries (21/3 a 20/4)Qualquer que seja a sua forma de atuar, ela irá se refletir fortemente no seu cotidiano nesse período.

Touro (21/4 a 20/5)Os seus dias serão sempre animados com um sorriso estampado no rosto, envoltos em ternura e carinho.

Gêmeos (21/5 a 20/6)Um fim-de-semana no campo ou até numa praia mais deserta fará rejuvenescer sua relação amorosa.

Câncer (21/6 a 22/7)Se está de coração livre, um novo relacionamento poderá romper o deserto da sua vida sentimental.

Leão (23/7 a 22/8)Será com prazer que descobrirá que algumas aplicações financeiras o ajudam a assegurar o seu futuro.

Virgem (23/8 a 22/9)Seu objetivo nestes dias será o de assegurar a estabilidade dos seus familiares ou amigos mais carentes.

Libra (23/9 a 22/10)No âmbito da sua atividade profissional poderá festejar uma nova associação ou sociedade nesse período.

Escorpião (23/10 a 21/11)Serão a calma e o equilíbrio na sua vida a dois que lhe darão a força para viver os próximos dias.

Sagitário (22/11 a 21/12)Tome todas as precauções para não correr o risco de perder o seu posto de trabalho. Tenha cautela.

Capricórnio (22/12 a 20/1)Oportunidades surgidas do nada poderão afastá-lo de um futuro profissional difícil e problemático.

Aquário (21/1 a 19/2)Para uma boa evolução da sua relação afetiva, deverá agir com inteligência. Cuidado é tudo neste momento.

Peixes (20/2 a 20/3)Há que prestar atenção aos comentários que sejam feitos e que possam atacá-lo a nível pessoal.

HORÓSCOPO FASES DA LUANova 6/5

Cheia 28/4

Minguante 30/4

Crescente 13/5

Rio de Janeiro, 28 de abril a 1 de maio de 201614 | Variedades

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Tóquio divulga marca para Olimpíadas de 2020Cidade-sede dos Jogos de 2020 tinha sido acusada de plágio em primeiro logo

A Espanha, finalista olím-pica do basquete masculi-no nas últimas duas edições das Olimpíadas, pode ficar

Cartolagem do basquete europeu ameaça Espanha

de fora dos Jogos do Rio 2016, mesmo tendo se classificado dentro da quadra.

A FIBA Mundial ratificou a decisão de sua seção europeia sobre a punição aos países que compõem a Euroliga, que or-ganiza a competição de clubes do continente há 15 anos. A FIBA Europa deseja fazer a sua competição e pressiona para

que os países aceitem.Além da Espanha, a Lituâ-

nia (também classificada para os Jogos), a Eslovênia, Croácia, Sérvia, Montenegro, Macedô-nia, Rússia, Bósnia e Herzego-vina, Itália, Grécia, Israel e Po-lônia também são ameaçadas de sanções pela cartolagem da FIBA (Federação Internacio-nal de Basquete). (BP)

Turnê de basquete

Vasco e Botafogo farão a fi-nal do Campeonato Carioca, pela segunda vez consecutiva.

Com uma diferença bru-tal. Se, no ano passado, a presença de ambos foi bas-tante questionada, pois o presidente da FERJ, Rubens Lopes, deixou bastante evi-dente desde sempre que os dois fariam a final, neste ano não houve intervenção “divina” para tal.

As duas equipes chegam de forma muito merecida à decisão. A despeito dos valores investidos pela du-pla Fla-Flu em seus elen-cos, Vasco e Botafogo foram melhores onde a coisa se resolve de fato. No campo.

O Botafogo, com uma mo-lecada bem orientada por Ricardo Gomes, foi infini-tamente superior ao Flumi-nense na semifinal. No pri-meiro tempo, o time tricolor não viu a cor da bola.

Apesar das dificuldades evidentes, o Botafogo fez uma partida à altura da sua grandeza.

Na outra semifinal, é pre-ciso dizer que o Flamengo começou a perder o jogo na saída do vestiário.

Aquela patacoada de en-trar correndo, com a ban-deira em punho, para fincá--la no meio de campo como se fosse Neil Armstrong che-gando à lua, deixando no vá-cuo crianças, que passaram anos rezando pela oportu-

nidade de entrar com o time em campo, foi o primeiro gol do Vasco.

Não se sabe ao certo de quem partiu a “brilhante” ideia. Ou foi do marketing,

para quem crianças ou sa-cos de batata são a mes-ma coisa, ou foi do capitão Wallace, que não merece maiores comentários.

No jogo em si, o Vasco foi soberano. O Flamengo, precisando do resultado, deve estar trocando passes até hoje, sem chegar a lugar algum. Mais objetivo e or-ganizado, o Vasco foi sem-pre mais perigoso.

E quem diria? Que par-tida do Riascos! O César Martins que o diga...

Enfim, chegamos à de-cisão e, apesar dos prog-nósticos apontarem o Vas-co como favorito, já dizia o “filósofo” Jardel: clássico é clássico, e vice-versa.

A despeito dos valores investidos pela dupla Fla-Flu em seus elencos, Vasco e Botafogo foram melhores onde a coisa se resolve de fato. No campo

A seleção de basque-te masculino dos Estados Unidos, Dream Team, é candidata favorita à cam-peã dos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Mas, antes de desembarcar no Rio de Ja-neiro, fará uma pequena “turnê” de preparação.

A federação de basque-te, USA Basketball, divul-gou o roteiro de amisto-sos da equipe estaduni-dense, visando a prepa-ração para os Jogos. En-frentará a Argentina, em Las Vegas, no dia 22 de ju-lho, depois fará dois jo-gos com a China, nos dias 24 e 26, em Los Angeles e Oakland, respectivamen-te. A lista de jogos se com-pleta contra a Venezue-la, no dia 29, em Chicago, e com a Nigéria, no dia 1º de agosto, em Houston.

Vitor Silva / SSPress Botafogo

Divulgação / USA Basketball

Após as acusações de plá-gio na primeira logomar-

ca dos Jogos Olímpicos e Pa-ralímpicos de 2020, a cidade de Tóquio (JAP) divulgou a nova imagem para os eventos na última segunda-feira (25).

Há oito meses, a organiza-ção dos Jogos divulgou uma marca e logo desistiu dela, por conta das acusações de um suposto plágio do Tea-tro de Liége, na Bélgica, fei-

Uma final gigante

to pelo artista plástico Olivier Debie, que chegou a denun-ciar a cópia na justiça belga.

A nova marca, feita pelo artista japonês Asao Toko-lo, incorpora no desenho o lema dos Jogos na terra do sol nascente, sugerindo uma mensagem de união na diversidade. Retângulos de diferentes tamanhos re-presentam os países parti-cipantes. (BP)

Novas marcas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020

Disputa entre FIBA Europa e liga de clubes pode determinar suspensão de vários países

Riascos e Ribamar foram decisivos nas semifinais contra a dupla Fla-Flu

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Rio de Janeiro, 28 de abril a 1 de maio de 2016 Esportes l 15

TOQUES CURTOS | Bruno PorpettaBINÓCULO

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Nos próximos dois do-mingos, o Maracanã volta-rá a cumprir sua consagra-da função. Os jogos finais do Campeonato Carioca, en-tre Vasco e Botafogo, acon-tecerão no estádio após mui-tas negociações envolvendo a FERJ, a Prefeitura do Rio e o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralím-picos do Rio 2016 (CO-Rio).

O Consórcio que adminis-tra o estádio teve pequeno papel nas tratativas. Por um lado, porque o estádio está ce-dido ao CO-Rio e coube à or-ganização dos Jogos dar a pa-lavra final sobre a permissão para os dois clássicos. Por ou-tro, porque o Consórcio Ma-racanã S/A está se desfazendo.

Quase toda sua equipe foi demitida em janeiro deste ano, restando apenas o exe-cutivo Mauro Darzé, res-ponsável pelas negociações com o governo do estado so-bre o destino do comple-xo do Maracanã pós-Olim-

Futebol volta a um Maraca ainda sem rumoEstádio foi cedido para os dois jogos da final do Carioca, entre Vasco e Botafogo

Maracanã abrigará as duas finais entre Vasco e Botafogo, pelo Carioca

píada, e um corpo jurídico.Na administração do es-

tádio, propriamente dita, não sobrou nenhum fun-cionário ou funcionária.

Mauro Darzé substituiu Sinval Andrade, em mar-ço deste ano, no coman-do das conversas com o go-vernador Luiz Fernan-do Pezão, que definiu um rito contrário aos interes-ses dos clubes interessados na administração do estádio.

Flamengo e Fluminen-se demonstram interesse em

administrar o Maracanã, mas o governo exige que os clubes não tenham partici-pação em qualquer consór-cio que dispute a nova lici-tação. A favorita para assu-mir é a empresa BWA, que já administra outras arenas.

Longe de uma solução, o Maracanã reabrirá suas por-tas para o futebol, cuja pre-visão de retorno depois dos Jogos aponta para o mês de novembro. Porém, sem sa-ber quem falará pelo estádio nas mesas de negociações.

O lateral-esquerdo Vic-tor Luis, sem espaço no Palmeiras, está muito pró-ximo de fechar com o Bo-tafogo para a disputa do Campeonato Brasilei-ro. Ele é aguardado no Rio para realizar exames no clube e deve ser anunciado ainda esta semana.

Victor Luis está a um passo do BotafogoConsiderada uma carência

da equipe do Botafogo, a posi-ção de lateral-esquerdo só con-ta com Diogo Barbosa e o ga-roto, recém-chegado da base, Jean. O alvinegro, que estava de olho no jogador desde o iní-cio do ano, acertou todas as ba-ses da contratação com o Pal-meiras, restando apenas o re-

sultado dos exames clínicos.Victor Luis é o primeiro re-

forço do Botafogo para o Bra-sileirão. O clube ainda joga nesta quinta-feira (28) con-tra o Coruripe (AL), além das duas finais do Carioca contra o Vasco antes da estreia na Série A diante do São Paulo, no dia 15 de maio. (BP)

Victor Luis tem 22 anos e foi revelado pelo Palmeiras

O Vasco recebeu o Re-mo, de Belém (PA), em São Januário no jogo de volta da primeira fase da Copa do Brasil. O ti-me cruzmaltino trazia a vantagem de um gol, construída no Manguei-rão na semana passada.

Mesmo com a van-tagem, o Vasco tentou definir logo o confronto, mas esbarrava em erros na criação e definição de jogadas. Apesar do am-plo domínio do Vasco ao longo do primeiro tempo, o placar não saiu do zero.

No segundo tempo, diante da pouca eficiência ofensiva do Vasco, o Re-mo passou a incomodar.

Divulgação Palmeiras

Shana Reis

Paulo Fernandes/Vasco

Vasco vence o Remo e avança

O time paraense precisava vencer e fazer dois gols, pelo menos, para se classificar.

A entrada de Caio Montei-ro, no lugar de Éder Luís, que não fez boa partida, foi de-terminante para a vitória do Vasco. Foi dele o primeiro gol na partida e na carreira, aos 19 minutos.

Cinco minutos depois, Rafael Vaz ampliou de ca-beça, após cobrança de escanteio. O Remo deu o troco aos 29, também em jogada de escanteio, com cabeçada certeira de Max, fechando em 2 a 1 o placar, que confirmou a vaga e aumentou a inven-cibilidade do Vasco para 23 jogos. (BP)

Garotos como Evander tiveram chance de jogar contra o Remo

16 | Esportes

Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ)

Rio de Janeiro, 28 de abril a 1 de maio de 2016