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Brasil PRESBITERIANO Março de 2006 Ano 49 / Nº 618 - R$ 1,80 Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Rede Presbiteriana de Comunicação Páginas 16 e 17 Caldas Novas recebe Congresso da Mocidade Presbiteriana Páginas 8 e 9 Congresso da SAF elege nova diretoria para quadriênio Páginas 10 e 11 “Vamos incendiar o Brasil Com o evangelho de Jesus Espalhar nos quatro cantos: Jesus Cristo é o Senhor” Versos da música tema do Congresso “Vamos incendiar o Brasil Com o evangelho de Jesus Espalhar nos quatro cantos: Jesus Cristo é o Senhor” Versos da música tema do Congresso NaUpa reúne 900 adolescentes em Guarapari NaUpa reúne 900 adolescentes em Guarapari Páginas 14 e 15 Missionário presbiteriano evangeliza na Austrália

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“Vamos incendiar o Brasil Com o evangelho de Jesus Espalhar nos quatro cantos: Jesus Cristo é o Senhor” Caldas Novas recebe Congresso da Mocidade Presbiteriana Congresso da SAF elege nova diretoria para quadriênio Missionário presbiteriano evangeliza na Austrália Páginas 14 e 15 Páginas 16 e 17 Páginas 10 e 11 Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Páginas 8 e 9 Versos da música tema do Congresso Versos da música tema do Congresso Rede Presbiteriana de Comunicação

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B r a s i lPRESBITERIANO

Março de 2006 Ano 49 / Nº 618 - R$ 1,80Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil

RedePresbiteriana

de Comunicação

Páginas 16 e 17

Caldas Novas recebe Congresso da Mocidade Presbiteriana

Páginas 8 e 9

Congresso da SAF elege nova diretoria para quadriênio

Páginas 10 e 11

“Vamos incendiar o Brasil Com o evangelho de Jesus

Espalhar nos quatro cantos: Jesus Cristo é o Senhor”

Versos da música tema do Congresso

“Vamos incendiar o Brasil Com o evangelho de Jesus

Espalhar nos quatro cantos: Jesus Cristo é o Senhor”

Versos da música tema do Congresso

NaUpa reúne 900 adolescentes em GuarapariNaUpa reúne 900 adolescentes em Guarapari

Páginas 14 e 15

Missionário presbiterianoevangeliza na Austrália

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Brasil PRESBITERIANO2 Março de 2006

AssinaturasPara qualquer assunto

relacionado a assinaturas do BP,entre em contato com:

Luz para o Caminho0(XX)19 3741 3000

0800 119 [email protected]

Rua Antônio Zingra nº 151, Jardim IV Centenário

CEP 13070-192 - Campinas - SP

JubilaçãoFaço minhas as palavras do rev.

João Wesley Boechat, sobre o artigo “O Ministro Presbiteriano Jubilado” (edição de Janeiro de 2006 do BP). Realmente existem dezenas de pas-tores jubilados vivendo uma vida de grandes dificuldades sem recursos até para adquirir medicamentos para si e esposa. Recebem do INSS uma quan-tia irrisória e os Presbitérios a que pertenceram não ajudam em nada.Há alguns anos passados freqüentei

um Presbitério da Baixada Fluminense representando minha igreja e, certa vez, lá compareceu o saudoso e gran-de servo de Deus, que prestou rele-vantes serviços à IPB, rev. Aníbal Nora, solicitando ajuda pois se encon-trava em condições de quase indigên-

cia. Doente, idoso, precisou vender livros de porta em porta de uma forma humilhante, pois não tinha condições de sobrevivência.De imediato foi levantada uma cole-

ta entre os presentes e o Presbitério ficou de votar uma verba de ajuda.Até hoje o SC (Supremo Concílio)

da IPB não tratou deste assunto com a seriedade merecida. Já é tempo deste assunto ser tratado e resolvido. Sei que não é fácil, mas o SC da IPB tem de resolvê-lo urgentemente.É constrangedor o que homens que

dedicaram a vida para a IPB vivam assim.Nathanael Oliveira NevesComunidade Presbiteriana do

CalvárioSão João da Boa Vista, SP.

O Brasil é um país jovem. A afirmação é fundamentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultas aos censos realizados a partir de 1960 regis-tram que, tomando como ponto de partida aquele ano, e contabilizando até 2005, a população do país passou dos 70 milhões para algo acima dos 175 milhões. O que quer dizer que aproximadamente 105 milhões de brasileiros têm até 45 anos.

Se a juventude representa a maior parte da população, faz total sentido encontrar na juventude evangélica enga-jamento para transformar o país com a Palavra por meio de seu testemunho. ‘Impactar o Brasil com Cristo através da UPA” foi a frase que motivou cerca de 900 adolescentes a participarem do NaUpa 2006, congresso de adolescentes da IPB realizado nas dependência do Sesc de Guarapari, ES, de 30 de janeiro a 3 de fevereiro. A matéria de capa do Brasil Presbiteriano (págs 10 e 11) narra com detalhes o que aconteceu de mais importante durante os quatro dias do evento.

Quase simultaneamente ao NaUpa, as a Sociedade Auxiliadora Feminina reuniu-se em Sumaré, interior de São Paulo, de 31 de janeiro a 4 de fevereiro, para o 15º Congresso da SAF. Eleger a nova diretoria e repensar o trabalhado feminino realizado no último quadriênio foram os objetivos traçados para esta edição. As páginas 8 e 9 registram como foram os quatro dias do encontro.

Quando se está diante de um campo missionário cujo contexto é de prosperidade e secularização, quais os desa-fios enfrentados pelo agente do evangelho? O rev. Júlio Marcelo Ferreira dos Santos, missionário em Perth, na Austrália, conta, nas páginas 14 e 15, quais são estes desa-fios e os instrumentos que Deus coloca à sua disposição para a transmissão da Boa Nova em meio aos povos de língua portuguesa.

O BP deste mês traz ainda duas matérias sobre manei-ras encontradas pela IPB para, a partir das ferramentas disponíveis, lutar por justiça social aliada à disseminação do Evangelho. No foco desta questão estão o Conselho de Ação Social (CAS) da IPB e o Instituto Anima, da IP da Saúde, em São Paulo, em reportagens nas páginas 20 e 13, respectivamente.

Tenha uma leitura abençoada.

Palavra da Redação

Presb. Gunnar Bedicks Jr. – PresidentePresb. Gilson Alberto Novaes - SecretárioRev. Alcides Martins Jr. – TitularPresb. José Augusto Pereira Brito – TitularRev. Carlos Veiga Feitosa – TitularPresb. Sílvio Ferreira Jr. – TitularPresb. Clineu Aparecido Francisco – Diretor Administrativo-financeiroRev. André Mello – Diretor de Produção e Programação

EXPEDIENTE

Rede Presbiterianade Comunicação

Conselho Editorial:Rev. Augustus Nicodemus LopesRev. Celsino GamaRev. Evaldo BerangerPresb. Gilson Alberto NovaesRev. Hernandes Dias LopesRev. Vivaldo da Silva Melo

Brasil PRESBITERIANOAno 49, nº 618 – Março de 2006

Rua Maria Antônia, 249, 1º andar, CEP 01222-020, São Paulo – SPTelefone: 0(XX)11 3255 7269

E-mail: [email protected]

Órgão Oficial da

Secretaria de Atendimento ao Assinante: (19) 3741 3000 / 0800 119 105

Edição e Chefia de Reportagem: Letícia FerreiraDRT/PR: 4225/17/65E-maill: [email protected]: Letícia Ferreira ([email protected]) eMartha de Augustinis (e-mail: [email protected]) Caroline Santana ([email protected])Diagramação: Aristides Neto

Impressão: Folhagráfica

www.ipb.org.br

Uma publicação da

Seu recado

ErramosDiferentemente do que foi publica-

do na edição de fevereiro do BP na agenda de 2006 da IPB, o presidente do Sínodo Leste de Minas Gerais é o Presb. Alexandre Henrique Moraes de

Almeida.R. Padré Café, 405/301 - São

MateusJuiz de Fora - MG 36016-450(32) 3232-2331 / (32) [email protected]

Nosso recado

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Brasil PRESBITERIANO 3Março de 2006

ergunta: Como foi a morte do apóstolo Pedro?Resposta: Cito algumas

fontes e digo uma palavra pes-soal.

I. Fontes:Bíblia de Estudo de Genebra,

sobre João 21.19: “Uma tra-dição antiga diz que Pedro foi martirizado, sendo crucificado de cabeça para baixo”.

Manual Bíblico de Halley, p. 583: “Quo Vadis” cita com alguns detalhes o martírio de Pedro, crucificado de cabeça para baixo. Mas, diz Halley, “Isto é só tradição”.

João Calvino, comentando João 21.18,19, nem se refere à tradição, e é interessante que ele cita a ordem de Jesus a Pedro no fim do versículo 19: “Segue-me”, e comenta (resu-mo meu): É como se Jesus dis-

sesse: “Uma vez que você terá que sofrer a morte segundo o meu exemplo, siga o seu líder”. Com isso Cristo mostra que a morte de Pedro seria semelhan-te à de Cristo. Como disse isso depois da Sua ressurreição, esta vitória sobre a morte abranda o amargor da morte.

James M. Gray, em The International Standard Bible Encyclopaedia, afirma que é tra-dição que Pedro morreu como mártir em Roma no ano 65 d.C., quando estava com 75 anos de idade; e que foi crucificado durante o governo do imperador Nero. Também se diz que ele quis ser crucificado de cabeça para baixo, sentindo-se indigno de morrer como Cristo morreu. É pura tradição, diz J. M. Gray. Segundo essa mesma fonte, alguns antigos pais da igreja

imaginaram (sem base) que Pedro foi para Roma em 42 d.C., logo depois de ter sido libertado da prisão (ver At 12.17). Gray cita Schaff, grande historiador da igreja. Schaff afirma que essa tradição “é inconciliável com o silêncio da Escritura e com o simples fato da existência da Epístola de Paulo aos Romanos, escrita em 58 d.C., visto que essa carta não diz uma palavra sequer sobre trabalhos anterio-res de Pedro naquela cidade, e ele próprio [Paulo] nunca edificou sobre fundamentos de outros homens” (ver Rm 15.20 e 2 Co 10.15,16).

II. Anoto pessoalmente o seguinte:

Acredito que o silêncio da Bíblia sobre como se deu a morte de Pedro é aplicação da mesma sabedoria que levou

Deus a ocultar o lugar do sepul-tamento de Moisés (Dt. 34.5,6): evitar o endeusamento do gran-de líder israelita.

Mesmo tendo sido ocultados os fatos sobre a morte de Pedro, o romanismo, viciado em extra-vios, criou toda uma série de erros, a começar por declarar, como primeiro papa, Pedro, um homem casado, encimando a lista de papas e sacerdotes não casados (não necessariamente celibatários!)... E dizendo que Pedro é a pedra da igreja, quan-do mais de uma vez o apóstolo Pedro afirma que Cristo é a pedra (At 4.11 e 1 Pe 2.3-7).

Pedro é uma das “pedras que vivem” do edifício espiritual que é a igreja (1 Pe 2.5), mas Cristo é a “pedra que vive... eleita e preciosa... a principal pedra angular” (1 Pe 2.4,6,7).

De Pedro devemos seguir as pregações que ele fez, centradas na pessoa e na obra redentora de Jesus Cristo. Como aquela na qual ele diz, em Atos 4.11,12:

“Este Jesus é ‘a pedra que vocês, construtores, rejeitaram,

e que se tornou a pedra angu-lar’.

Não há salvação em nenhum outro, pois,

debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos”.

Consultório Bíblico

P

O rev. Odayr Olivetti é minis-tro jubilado da IPB, foi pastor de várias igrejas e professor

de Teologia Sistemática no Seminário Presbiteriano de

Campinas. É autor de alguns livros e tradutor de inúmeras

obras cristãs.

Odayr Olivetti

Sobre a morte de Pedro

Opinião

rer naquilo que a Bíblia diz é um dom salvador de Deus. Aptidão para

falar em público, não. Crer em Jesus Cristo como o Filho de Deus encarnado é obra salva-dora da graça. Capacidade para administrar uma igreja, não. Receber os relatos bíblicos em fé e viver por eles é resulta-do da operação salvadora do Espírito de Deus no coração. Capacidade para liderar um culto e dirigir uma liturgia, não. Fé nos relatos bíblicos de milagres é graça especial aos eleitos. Poder intelectual e acui-

dade mental, não. É por isto que existem pas-

tores e professores de teologia que são incrédulos. Pois para ser pastor e professor de teo-logia não é preciso fé. Tive um professor de teologia no mestrado que me confessou ter sido um agnóstico durante toda sua vida. Creu aos 65 anos de idade, durante uma enfermida-de. Sua vida mudou.

Pastores e professores de teo-logia que não têm fé têm de ter outra coisa: a habilidade de separar mentalmente o que ensinam domingo na sua igreja

daquilo que realmente acredi-tam, quando estão a sós com seus livros. Se não tiverem isto, até o que tem lhes será tirado. Pois se ensinarem na igreja o que realmente acreditam, difi-cilmente manterão seu empre-go. Qual é a igreja que deseja ouvir um pastor que não crê nas Escrituras? As que quiseram, fecharam ou estão morrendo. As igrejas da Europa que o digam.

Por não ter fé, o pastor incré-dulo tem de direcionar seu ministério e seu culto para áreas onde sua incredulidade

passe mais despercebida. Tudo deve estar voltado para ocupar os sentidos de maneira que a fé não faça falta. A mensa-gem deve evitar temas difíceis. O foco é em pontos morais, sociais e políticos.

O problema com pastores incrédulos não é o que eles dizem, mas o que eles deixam de dizer, os temas que evitam, os assuntos que nunca men-cionam, como a ressurreição de Cristo, a infalibilidade das Escrituras, a veracidade e con-fiabilidade da narrativa bíbli-ca, o poder do Espírito para

regenerar a natureza humana pecaminosa, a morte vicária de Cristo, a realidade da tentação e a necessidade de resisti-la. É assim que sobrevivem, evitan-do matérias de fé e pregando aquilo que um rabino, um mes-tre espírita ou líder muçulma-no também pregaria, como a honestidade e o amor ao próxi-mo, por exemplo.

Alguém pode perguntar “Por que alguém gostaria de ser pas-tor se não tem fé? Não tem uma maneira mais fácil dele ganhar dinheiro?”. Pois é, pior é que não tem.

C

A incredulidade no púlpito

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Brasil PRESBITERIANO4 Março de 2006

As primeiras confissões reformadas foram escritas na Suíça, o berço do movi-mento. Várias delas foram

elaboradas no contexto de impor-tantes debates teológicos que levaram à aceitação do protestan-tismo em diversas cidades daque-la confederação. Inicialmente, a única cidade importante que acei-tou a Reforma foi Zurique, sob a influência de Ulrico Zuínglio. Os governantes civis de Berna seguiram o exemplo de Zurique e convocaram um debate sobre as questões religiosas da época, que ocorreu nos dias 6 a 26 de janeiro de 1528. Entre as cidades represen-tadas no debate estavam Zurique, Basiléia, Constança, Estrasburgo, Augsburgo e Ulm; entre os

participantes, além dos redato-res das teses, estavam Zuínglio, Martin Bucer (Estrasburgo) e Ecolampádio (Basiléia). O debate reuniu 350 religiosos, além de muitos homens públicos e cida-dãos. Foi o maior e mais espeta-cular de todos os debates públicos realizados nas cidades suíças.

Para esse debate, o reformador local Berchtold Haller (1492-1536) e seu colega Franz Kolb elaboraram as Dez Conclusões de Berna ou Teses de Berna, que foram revisadas por Zuínglio. Este as verteu para o latim e Guilherme Farel para o francês. O debate começou quando Kolb leu a pri-meira tese: “A santa igreja cristã, cujo único cabeça é Cristo, nasce da Palavra de Deus e permanece na mesma, e não ouve a voz de um estranho”. Colocou, assim, o

fundamento da igreja em Cristo e na Escritura. As teses seguintes abordaram os seguintes temas: a Escritura está acima das tradições humanas (2); Cristo é o único meio de salvação e satisfação pelo pecado (3); Cristo não está pre-sente na Eucaristia de forma cor-pórea (4); a missa é contrária às Escrituras e uma blasfêmia contra o sacrifício de Cristo (5); Cristo é o único mediador e advogado dos seres humanos, à exclusão de todos os demais (6); não existe purgatório, sendo vãs todas as cerimônias pelos mortos (7); as imagens são condenáveis como objetos de culto (8); a Escritura não proíbe o matrimônio a nin-guém; o celibato clerical é perni-cioso porque conduz à impureza (9-10).

As teses foram aprovadas “como

cristãs” pela grande maioria dos delegados e aceitas “para sempre”, devendo ser observadas mesmo “ao custo da vida e da proprieda-de”. Elas se tornaram um docu-mento respeitado em uma vasta região da Suíça e mesmo além das suas fronteiras, sendo a primei-ra definição do tipo suíço de fé reformada a ter ampla aceitação. Os resultados mais importantes do Debate de Berna foram a introdu-ção definitiva da Reforma nessa importante cidade e a estabiliza-ção do protestantismo suíço. A partir de 1531, Berna enviou mis-sionários evangélicos aos territó-rios de língua francesa do oeste da Suíça. O mais conhecido desses pregadores foi Guilherme Farel (1489-1565), que em 1536 levou Genebra a abraçar a Reforma e no mesmo ano convenceu o jovem

João Calvino a ajudá-lo naquela cidade que seria tão decisiva para a consolidação e difusão do movi-mento reformado.

Talvez a mais fundamental das Teses de Berna seja a terceira, que afirma: “Cristo é a única sabedo-ria, justiça, redenção e satisfação pelos pecados do mundo inteiro. Por isso confessar qualquer outro meio de salvação ou satisfação pelo pecado é uma negação de Cristo”. Documentos como esse ajudaram a dar uma clara identi-dade doutrinária e confessional às igrejas reformadas, contribuindo ao mesmo tempo para a trajetória do protestantismo como um todo.

Alderi Souza de Matos

As Confissões Reformadas

As Dez Conclusões de Berna (1528)

A

O rev. Alderi Souza de Matos é o historiador oficial da IPB

[email protected]

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Brasil PRESBITERIANO 5Março de 2006

Quem é o ungido de Deus?á um erro comumente aceito pelos evangéli-cos com respeito aos

pastores, cujas implicações nem sempre são devidamen-te analisadas. Refiro-me ao fato deles serem considerados como “ungidos de Deus” e, consequentemente, não pode-rem ser questionados em suas atitudes, decisões ou ensina-mentos. Certamente os minis-tros do evangelho devem ser honrados pelo trabalho que realizam. As Escrituras afir-mam serem “formosos os pés dos que anunciam coisas boas” (Is 52.7 e Rm 10.15). Além do mais, aqueles que se afadigam na palavra e no ensino devem

ser considerados merecedores de dobrados honorários (1Ts 5.17). Os cristãos ainda são exortados a se lembrarem dos seus guias e obedecerem-nos (Hb 13.7 e 17). Contudo, no afã de expressar essa honra aos seus ministros, alguns cristãos os consideram como ungidos de Deus, colocando-os em posições de intocáveis e inacessíveis.

Esse equívoco aparente-mente inocente possui sérias implicações para a vida cristã. O primeiro problema oriundo dessa atitude é que ela repre-senta um desprezo prático pela doutrina do sacerdócio univer-sal. Essa doutrina foi uma das mais importantes descobertas da Reforma Protestante, quan-

do os reformadores insistiram na verdade bíblica de que cada cristão é um sacerdote com livre acesso à presença de Deus, através de Cristo (cf. 1Pe 2.5 e 9). Nesse sentido, o único mediador entre Deus e os homens é o Senhor Jesus (1Tm 2.5). Com isso, os refor-madores rejeitavam a ênfase do Catolicismo Romano de que a igreja, através do clero, era a mediadora entre Deus e os homens. Embora o minis-tro do evangelho seja reves-tido de autoridade divina em função do seu ministério, essa posição não concede a ele o status de intocável.

O segundo problema com esse erro é que as Escrituras revelam claramente ser Cristo

o “Ungido de Deus” (Dn 9.25-26 e At 4.25). Dessa forma, o título “ungido” é um título messiânico, pois foi Cristo quem desempenhou a função tripla de profeta, sacerdote e rei. Essa é uma das razões pelas quais ele é o cabeça e a autoridade absoluta sobre a Igreja. É em virtude da unção de Cristo que os seus discípu-los são chamados cristãos, ou seja, “ungidos”. O problema é que no temor de ofender os ministros do evangelho, os quais são identificados como ungidos, muitos cristãos ofen-dem o verdadeiro Ungido de Deus quando deixam de confrontar e exortar alguns pastores ao arrependimento. Os ministros são ungidos de

Deus para o exercício sacer-dotal debaixo da autoridade do Supremo Pastor das ove-lhas.

Ao final dessa meditação, há que se dizer que não fica aqui uma licença para a rebel-dia, para o descaso ou para o desrespeito. O único objetivo dessa observação é exortar que as relações dos membros da igreja com os seus pastores sejam embasadas no amor e no compromisso cristão, e não em um medo supersticioso advindo de uma interpretação errôneas das Escrituras.

H

Liderança

Valdeci da Silva Santos

Livro amplia conhecimento sobre obra de Calvinoo dia 14 de feverei-ro, nas dependên-cias do Edifício João

Calvino, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, o dr. Hermisten Costa apresen-tou o seu mais novo livro à comunidade, Calvino de A a Z. Trata-se de uma coletânea de citações das obras de João Calvino, o reformador de Genebra e autor de dezenas de livros, sendo a sua obra mais importante e conheci-da A Instituição da religião cristã.

Grande conhecedor da obra de Calvino, este pesquisador presta um grande serviço aos

leitores brasileiros. Tendo consultado 33 obras do refor-mador, em português, inglês e espanhol, Costa apresen-ta mais de 200 tópicos em ordem alfabética com mais de 1200 relevantes citações. Tudo isto faz da obra uma excelente ferramenta de pes-quisa, além de uma amostra-gem para quem quer conhe-cer o pensamento de Calvino em sua obra geral.

Contudo, além das citações, o autor apresenta uma intro-dução de cerca de 50 páginas sobre a vida de Calvino, sua obra, teologia, ministério e influência. O autor propõe que pela introdução o leitor tenha condições de compre-

ender melhor a “visão herme-nêutica e exegética” (p. 12) do reformador. Uma seção da introdução intitula-se “Calvino Como Humanista”. Costa expõe o humanismo de Calvino tanto no seu pensa-mento quanto na sua prática. Ele diz: “O humanismo de Calvino, no entanto, não deve ser confundido com o huma-nismo secular, que coloca-va o homem como centro de todas as coisas. Calvino rejeitava este tipo de huma-nismo. Na sua obra magna, A instituição da religião cristã, ele expressa a sua concep-ção humanista, que consiste em reconhecer a grandeza do homem como criatura de

Deus, a quem deve adorar e glorificar.” (p. 19) Outra seção da introdução lida com a “Autoridade interna das Escrituras”, onde Costa aponta para a forma magis-tral como Calvino compreen-de a obra do Espírito Santo a nos guiar na compreensão das Escrituras e o temor que devemos guardar diante da Palavra de Deus. O método hermenêutico de Calvino fica exposto na seção “A Escritura à Luz da Escritura”. Outras seções encerram o quadro que vai esclarecer a forma pastoral e prática com que Calvino aplica as Escrituras para a sua vida e para o povo de Deus.

Recomendo entusiastica-mente o livro de Hermisten Costa tanto para aquele que conhece a obra de Calvino quanto para o novato! Não deixe de ter em sua biblioteca esta obra!

Serviço:Calvino de A a Z, Hermisten

Costa, Série Pensadores Cristãos, Editora Vida, 2006.

N

Resenha

Mauro Meister

Valdeci da Silva Santos é Coordenador do Programa de Doutorado de Ministério

do CPAJ

Dr. Mauro Meister é pro-fessor do Antigo Testamento

graduado pelo Seminário do Sul, mestre em Teologia

Hexegética do Antigo Testamento no Covernant Theological Seminary, em

Saint Louis, Missouri, EUA, e pastor colaborador da IP

da Lapa.

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Brasil PRESBITERIANO6 Março de 2006

Notícias

Universidade Presbiteriana Mackenzie publica “Religião e Tecnologia”A Universidade Presbiteriana Mackenzie

lançou, em fevereiro, o livro “Religião e Tecnologia”. De autoria do dr. Egbert Schuurman e organizado pelo Rev. Augustus Nicodemus, o título é resultado de uma palestra realizada por Schuurman no Congresso Internacional de Ética e Cidadania, realizado na Universidade Presbiteriana Mackenzie, durante a semana de Ética e Cidadania, em agosto do ano passado.Preocupado com a utilização da tec-

nologia que, por vezes, não respeita critérios éticos, dr. Schuurman traça um panorama do atual cenário tecnológico. As visões positivista-pragmática e mar-xista-ortodoxa, a tensão cultural entre tecnicismo e naturalismo e a religião da tecnologia estão entre os tópicos abor-dados pelo autor na obra. Nas palestras proferidas, o dr. Schuurman analisou as questões éticas relacionadas com o uso da tecnologia moderna. Como ponto central, está a preocupação de que a tecnologia deve ser utilizada de manei-ra responsável, o que só pode ser feito levando-se em consideração os valores atribuídos pela fé cristã à criação e à humanidade. Cientista por formação, conforme expli-

ca o rev. Augustus em seu texto de apresentação, o dr. Egbert Schuurman é professor em universidades públicas na Holanda, membro do Senado daquele país e cristão reformado por convicção. Para esta edição, o Mackenzie preparou 4 mil exemplares distribuídos aos calou-ros da universidade.

‘Spurgeon’ africano fala sobre Avivamento na Visão Reformada no MackenzieNos dias 3 e 4 de março, o Auditório

Rui Barbosa do Instituto Presbiteriano Mackenzie, em São Paulo, recebe o Pr. Conrad Mbewe, da Igreja Batista Kabwata,

em Lusaka, Zâmbia. Considerado o “Spurgeon Africano”, em referência ao evangelista Charles H. Spurgeon, o pas-tor faz uma exposição a partir do tema “Avivamento na Visão Reformada”. O rev. Augustus Nicodemus será o intér-prete do Pr. Mbewe, que no dia 3 faz sua pregação a partir das 19h30, e no dia 4, às 16h. A organização do evento é do rev. Jannes Daniel Bertoni.O Instituto Presbiteriano Mackenzie fica

na Rua Itambé, 45, Higienópolis, São Paulo. Mais informações pelo telefone (11) 6957 5111, ou pelo email [email protected].

Pastor Presbiteriano é homenageado com Título de Cidadão na BahiaNo dia 12 de dezembro, em sessão

solene na Câmara Municipal de Coaraci (BA), o rev. Waldérico de Santana Filho recebeu o título Honorífico de Cidadão Emérito Coaraciense. Rev. Waldérico é pastor da Congregação Presbiterial de Coaraci, que será organizada no próximo ano, em 11/03/2006.

Evangelismo explosivo na ParaíbaA segunda clínica de Evangelismo

Explosivo se realizará na IP de Campina Grande (PB), nos dias 22 a 26 de maio. Será um treinamento intensivo para pas-tores e líderes. Os preletores serão os pastores rev. José Airton, de Mossoró (RN), e Jorge Issao Noda, de Campina Grande. Informações pelos telefones (83) 3322 4000/8802 4141/9996 8207.

Rev. Ronaldo Lidório comemora resultados obtidos em viagem médica realizada na AmazôniaO casal de missionários Ronaldo e

Rossana Lidório iniciam 2006 com moti-vos para comemorar. Os resultados obti-dos nas viagens médicas realizadas na Amazônia superaram as expectativas. A expedição foi feita a bordo do barco Amanajé, espécie de barco-hospital, com

consultório odontológico capacitado para atendimentos regulares. O que permitiu que indígenas provenientes de mais de dez diferentes etnias fossem atendidos com resultados satisfatórios. Segundo eles, a equipe Amanajé per-

manece motivada e fiel ao trabalho do Senhor. São 18 missionários no campo e, para este ano, outras famílias são aguardadas. O trabalho entre as etnias do Alto Rio

Negro continua a despeito da distância e das barreiras, assim como o amadureci-mento da Igreja Tukano, em São Gabriel, e o trabalho de plantio da igreja no Rio Cuieiras. O casal louva a Deus pela proteção nas

muitas viagens e pelos dois mapeamen-tos realizados neste ano, que lhes dão direção para onde devem caminhar no futuro.

Revista Fides Reformata completa dez anos Organizada e distribuída pelo Centro

Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper (CPPAJ), a revista Fides Reformata completou dez anos de existência. Trata-se de uma publicação semestral de cunho acadêmico, sendo considerada a revista oficial do CPPAJ.Lançada em 1996 e tendo à frente, àque-

la época, o rev. Augustus Nicodemus, a revista possui artigos e reflexões rela-cionadas com as áreas que o Centro de Pós-graduação estuda e conta com a colaboração de seus professores, alunos e ex-alunos. Como comemoração aos dez anos, o

número mais recente da revista traz uma seção especial: um índice de todas as matérias e artigos publicados até hoje, divididos por categorias.Além do cunho acadêmico, a revista

busca também auxiliar a liderança da igreja e pode ser adquirida através do site do CPPAJ:www.mackenzie.br/teologia.

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Brasil PRESBITERIANO 7Março de 2006

sonho do presidente do Sínodo de Mato Grosso do Sul, Rev.

Adoniran Judson de Paula, de ver criado um legítimo Presbitério do Pantanal, formado a partir da Igreja Presbiteriana de Aquidauana (Portal do Pantanal), parece mais próximo de ser realiza-do, pois uma nova Igreja foi constituída na região. Em cerimônia que con-

tou com a presença do Rev. Sebastião Pereira da Cruz, hoje jubilado e que lançou a pedra fundamental da Congregação Presbiteriana de Miranda em 12 de agos-to de 1975, foi organizada a Igreja Presbiteriana desta que é uma das cidades mais antigas de Mato Grosso do Sul.O que se viu no culto solene

de instalação da nova Igreja foi um momento emocional muito forte para alguns dos membros remanescentes do início dos anos 60, do século 20. Em 1960 passou pela região pantaneira de Miranda o evangelista Gedion Lili, lançando a semente da obra presbiteriana a partir das fazendas e chácaras.Histórico elaborado pelo

Rev. Jackson Balmant Fraga, Secretário Executivo do PPAN e ex-pastor do campo, registra que os frutos ini-ciais deste projeto evan-gelístico apareceram em 17 de dezembro de 1961, quando o Rev. Eudes Ferrer, da Igreja Presbiteriana de Aquidauana, recebeu por

Batismo e Profissão de Fé os primeiros membros. O ano seguinte foi marca-do por uma grande colheita. Em três ocasiões acontece-ram cerimônias de batismo e profissão de fé, dirigidas respectivamente pelos pas-tores Rev. Newton Serra (da IPB de Campo Grande), Rev. Carlos José Hahn Jr. ( da IPB de Corumbá) e Rev. Domingos Hidalgo (da IPB de Dourados). As alegrias desses momen-

tos foram rememoradas no último dia 19 de fevereiro por Genésio de Campos Leite, Flora Piúna Leite, Milton de Campos Leite, Galdina Barros Leite, Aparecida Fernandes Rodrigues de Barros e Hermes Baltazar, na medida em que o Rev. José Ronaldo Pissurno, pre-sidente da comissão orga-nizadora, compartilhava a palavra com base no texto

de Mateus 25:14-30, concla-mando os presentes a ope-racionalizarem os talentos dados por Deus. Da fase de implantação da obra presbi-teriana em Miranda, esses pioneiros sempre entende-ram o espírito da exortação pastoral, e agora colhem os frutos de um trabalho árduo e perseverante.No dia anterior, em

assembléia, os membros da nova Igreja escolheram como presbíteros Cláudio do Amaral Góes, Luiz Cezar de Albuquerque e Marisden Freitas Batista. Compõem a Junta Diaconal Milton de Campos Leite, Geraldo Ferreira da Silva, Marcos Piúna Leite e Paulo Albuquerque Filho. O Rev. Paulo Afonso de Sá, oriun-do de Belo Horizonte (MG), foi recebido como pastor da Igreja. Antes dele também contribuíram para que sur-

gisse uma nova Igreja nos limites do Presbitério do Pantanal, PPAN, o evangelis-ta Hermes Baltazar; os mis-sionários Roberto Vieira da Silva Filho, Vandira Santos da Cruz, Eliamar Gomes Carolino e Madalena Neves e os pastores Hiruito de Azevedo, Clemente Arcanjo Albuquerque, Carlos Cooper Iapechino, Marcos Alves Vieira Neto, Vivaldo da Silva Melo, Fernando Glória Caminada Sabra e Ian Carlos Gomes Lopes. A CAÇADA QUE VIROU

PESCARIASe existe um fato inusi-

tado na história da Igreja Presbiteriana de Miranda, este aconteceu num certo domin-go de 1984, quando dois jovens, Fábio e Heitor, filhos de Germano de Oliveira, foram caçar nas imediações da Chácara Esperança. Mês de seca, muito calor, depa-

raram com uma casa cujo morador era desconhecido. Como estavam com sede, Heitor sugeriu que fossem pedir água ao desconhecido. Não só tomaram água como foram convidados para almo-çar. Nasceu daí uma grande amizade. O hospedeiro, Manoel

Francisco de Lima, também conhecido como “Manezão”, era cristão e sabendo que os dois jovens eram pres-biterianos, convidou-os para darem início a um trabalho evangelístico na região. A obra alcançou significativo crescimento e o apoio do diácono Genésio de Campos Leite, da então Congregação de Miranda, foi decisivo para que ali nascesse um ponto de pregação, com predominân-cia da etnia terena.Registro histórico da Igreja

Presbiteriana de Miranda salienta que “pela onisciên-cia, bondade e misericórdia do Senhor, os irmãos da Chácara Esperança e circun-vizinhos foram alcançados pelo evangelho. E o que pare-cia uma simples caçada trans-formou-se em uma grande pescaria. Pescaria de homens para Jesus!”. Hoje no local existe um templo presbiteria-no, onde acontecem reuniões de estudo bíblico aos domin-gos e sexta-feiras, dirigidas por Heitor de Oliveira, egres-so do Instituto Bíblico Felipe Lands, da Missão Caiuás, em Dourados.

Inauguração

Nova igreja no pantanal sul-matogrossense

OVivaldo S. Melo

Rev. Vivaldo S. Melo é pas-tor da Igreja Presbiteriana de

Aquidauana

Fachada da Igreja Presbiteriana de Miranda, no Mato Grosso do Sul

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Brasil PRESBITERIANO8 Março de 2006

Congresso

Santidade, unidade e paz marcam reunião da SAF

epresentando a assem-bléia máxima do Trabalho Feminino,

confederações das Sociedades Auxiliadoras Femininas (SAFs) de todo o Brasil se reuniram no 15° Congresso Nacional das SAFs. O evento aconteceu entre os dias 31 de janeiro e quatro de fevereiro deste ano e levou 565 auxi-liadoras na Estância Árvore da Vida, em Sumaré (SP). O tema do quadriênio, Santidade, Unidade e Paz (Efésios de 1 a 6), foi concluído por meio de palestras, reuniões e devocio-nais, dando destaque à eleição da nova diretoria e aos estudos do rev. Paulo de Tarso Brito de Souza, pastor da Primeira IP de Duque de Caxias (RJ), capelão do Seminário Presbiteriano do Rio de Janeiro e preletor ofi-cial do evento.

O pastor dividiu o tema do congresso em três estudos, buscando elucidar, por meio de textos bíblicos, a Santidade no ouvir, no pensar, no falar e no agir, contextualizando esses subtemas às atividades cotidianas das participantes. Além da palavra do rev. Paulo, o evento contou com uma série de palestras sob o tema geral A mulher que Deus quer usar em face dos desafios do século 21. As palestrantes foram as pro-fessoras Keila Coelho Neto V. Glória, com o tema A mulher cristã como embaixadora do Reino dos Céus e Lídice Meyer Pinto Ribeiro com o tema Mantendo a Santidade no Mundo Informatizado; a psicó-loga Eloísa Helena Chagas M. Alves com o tema A Mulher que Deus quer na liderança e a professora Solange Tambelini Brasileiro, que tratou do tema Minha família não tem preço. A

prof. Solange é esposa do pre-sidente do Supremo Concílio da IPB, rev. Roberto Brasileiro, que ministrou o culto de aber-tura, quando aconteceu a entra-da solene das bandeiras das sinodais ali presentes.

BENÇÃOS DIVINASA rica programação e a cola-

boração de todas as congressis-tas fizeram do 15° Congresso Nacional um marco na história da SAF. Além da presença dos secretários dos 63 sínodos ali representados, todas as pales-tras, seminários e a eleição foram veiculadas em um telão ao alcance da visão de todos. O mote e o lema da SAF eram lembrados em todas reuniões, sempre dando ênfase à ora-ção e à comunhão com Deus em cada nova decisão. “Deus é maravilhoso! Mulheres dos mais diferentes locais, com seus sotaques, costumes e cul-turas diferentes pareciam uma

só família. Nossos corações voltados para o mesmo objeti-vo: glorificar a Deus através de nossas vidas e ouvindo Deus falar aos nossos corações da mesma maneira. Éramos todas irmãs e falávamos a mesma linguagem. Isso é maravilhoso! Sinto saudades de todas”, conta a presidente da Sinodal Norte Paulistano, da região sudeste, Miriam Gomes da Silva.

No evento todas as regiões sugeriram e apontaram metas para o andamento da SAF, tanto em âmbito regional, quanto nacional, por meio do projeto Repensando o Trabalho Feminino. A Comissão de Planos e Metas, responsável pela elaboração do documen-to, apresentou as decisões das congressistas. Tal documento abrangeu desde as missões até as publicações da SAF em Revista, dando maior destaque para as sugestões que envolvem

a terceira idade, o incentivo aos cultos domésticos e o desen-volvimento de projetos mobi-lizadores para o crescimento da sociedade. O Encontro Nacional de Formação de Líderes, promovido por meio das vice-presidentes de cada região brasileira, também fazia parte do conjunto de propos-tas apresentadas pelo projeto – sugestão muito aplaudida pelas congressistas.

Estandes da Casa Editora Presbiteriana (CEP), da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT) e da Junta de Missões Nacionais (JMN) também se faziam presentes. O presidente da APMT, rev. Sérgio de Paula, conversou com a plenária e fez um apelo às irmãs para que a sociedade não deixasse de divulgar e orar por missões. “Um dos principais compro-missos da SAF é orar pelo

Martha de Augustinis

R

Reunidas para repensar o Trabalho Feminino e eleger a nova diretoria, auxiliadoras participam do 15° Congresso Nacional da SAF

As 565 delegadas de todo Brasil posam para foto oficial do Congresso.

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Brasil PRESBITERIANO 9Março de 2006

trabalho missionário da igre-ja”, afirmou a ex-presidente da CNSAF, Leontina Dutra da Rocha. Da mesma forma, o secretário executivo da JMN, rev. Lourival Luiz do Prado, incentivou as congressistas a continuarem em oração e com as contribuições para missões nacionais.

Mas o Congresso não foi feito apenas de momentos de decisão e reflexão. As Sinodais de Campinas e Sorocaba, que realizaram a recepção das con-gressistas, prepararam uma noite cultural com alguns dos trabalhos sociais que as irmãs das SAFs da região exercem. O primeiro trabalho a se apre-sentar foi o Coral Desafio, da APAE de São Carlos (SP), que é regido e coordenado por duas irmãs do Trabalho Feminino daquela cidade. Em seguida, foi a vez do Projeto Vida – trabalho com crianças e adolescentes carentes – exe-cutado pelo Serviço Social Presbiteriano de Americana, da IP Central de Americana (SP). O último número foi do Grupo de Surdos da IP de Itu e Indaiatuba, que encenou a pas-sagem de Lucas 7:36-50.

“Essa foi a minha primeira experiência em um Congresso Nacional e o que mais me chamou a atenção foi a orga-nização de todos os atos. Pude sentir a doce e forte mão de Deus conduzindo cada parte, desde as devocionais abenço-adas aos plenários, com muita ordem. O momento da eleição foi marcante, pois com 565 delegadas votando, o silêncio e a ordem eram absolutos”, conta Miriam, da Sinodal Norte Paulistano. A eleição da nova diretoria nacional do Trabalho Feminino foi ponto forte do Congresso. Miriam coloca que as líderes a serem escolhidas devem ser mulheres compro-metidas com o Senhor, que falem a mesma linguagem, e que possuam respeito mútuo.

PLANEJAMENTOA presidente eleita para o qua-

driênio 2006 – 2010, foi Anita Eloísa Chagas, que nos quatro anos anteriores ocupava a vice-

presidência da região sudeste. Ela afirmou que a nova direto-ria possui muitos sonhos para serem realizados nos próximos anos, mas que todas dese-jam que nesse quadriênio o Trabalho Feminino esteja vol-tado para a Evangelização e Missões. “Presidir a CNSAFs realmente é uma grande res-ponsabilidade, pois as pessoas esperam no mínimo que seja-mos exemplo a ser seguido, e isso não é fácil. Mas Deus nos

colocou nessa posição. Então é nEle que depositaremos com muita humildade, as orações para que nos dê sabedoria, for-ças e as condições necessárias para exercê-la”, afirma a pre-sidente.

O tema do próximo quadri-ênio será divulgado logo após a primeira reunião da direto-ria, nos dias três e cinco de março. A divulgação para toda a IPB será logo após a reunião Executiva que será nos dias 27 e 30 de abril, no Rio de Janeiro (RJ). “Não podemos adiantar mais nada sobre o tema, mas desejamos que, assim como os temas anteriores, esteja ins-pirando, edificando e estimu-lando as auxiliadoras por esse imenso e querido país”.

Anita conta que a emoção sentida durante a eleição com

a consagração dos nomes da nova diretoria foi um momento muito especial. “É algo sonhado e desejado pela mulher presbi-teriana; e não somos diferentes. Estar junto com a ex-presi-dente Leontina, toda a direto-ria e secretárias de atividades no planejamento e execução do Congresso e ao final poder agradecer a Deus pelo mesmo haver transcorrido da forma como foi, também é benção sem medida. A SAF caminha

muito bem e pedimos a Deus que ajude a nossa diretoria e às irmãs que irão se juntar a nós como secretárias de atividades, a conduzi-la de forma que con-tinue crescendo, atendendo às esperanças depositadas em nós pelas auxiliadoras, pela Igreja e sobretudo pela gratidão que devemos a Deus”.

Quando questionada a res-peito da importância do Congresso, Anita afirmou que o evento ajudou as auxiliado-ras a estarem preparadas para servir melhor a Deus, à Igreja, e em todo o lugar que Deus as colocar.

A ex-presidente Leontina, por sua vez, disse que se sente satisfeita e abençoada, tanto com os resultados do quadriê-nio, quanto com os do evento. “Pelo modo como passamos

os dias no congresso tudo leva a crer que o tema foi vivi-do intensamente. A impres-são que tivemos foi de que todas as auxiliadoras ali pre-sentes estavam vivenciando a ‘Santidade, unidade e paz’ profundamente. Os resultados do 15° Congresso Nacional não é um mérito apenas da diretoria, mas de cada uma das irmãs membros da

sociedade. Durante os cinco dias de evento vimos apenas o reflexo do que elas viveram em todo o quadriênio em suas respectivas SAFs”.

Ela ressaltou que o papel das vice-presidentes durante o qua-driênio foi fundamental, junto do trabalho das Secretárias de Atividades. “A vices tiveram um papel preponderante atuan-do junto às suas regiões, o que possibilitou uma maior inte-gração. E também o trabalho consciente de cada secretária de atividades que se esmerou no cumprimento de suas atri-buições, ensejando o mesmo em relação às sinodais, fede-rações e SAFs”. E ainda com-pletou dizendo que prestar esse serviço foi muito gratificante e abençoador. “Pude contar com cada uma das minhas compa-

nheiras de diretoria e com as secretárias de sinodais. Cada uma delas, dentro da sua área específica de serviço, muito à vontade diante de Deus desem-penhou com toda a fidelidade

o seu trabalho e esteve à dispo-sição da diretoria, das confede-rações sinodais, das federações e da SAF”.

O culto de encerramento foi presidido pelo secretário exe-cutivo do Supremo Concílio da IPB, rev. Ludgero Bonilha de Morais, que logo em segui-da dirigiu a Santa Ceia. No início de sua pregação, o reve-rendo falou sobre a importân-cia da SAF para a IPB e das estatísticas presbiterianas do Brasil. “Vejo o trabalho femi-nino como um instrumento do Evangelho nas mãos Divinas”, afirmou o reverendo.

Antes do encerramento ofi-cial do evento, a nova diretoria divulgou o local do próximo congresso: o 16° Congresso Nacional das SAFs acontecerá em Recife (PE).

Nova diretoria eleita para o quadriênio 2006-2010.

Diretoria eleita para oquadriênio 2006-2010:

PresidenteAnita Eloísa Chagas

Vice Presidente NorteTerezinha Moraes Santana

Vice Presidente NordesteAna Maria Prado

Vice Presidente SudesteMathilde Meyer Pinto Ribeiro

Vice Presidente SulNiracy Henriques Bueno

Vice Presidente Centro-OesteEdicélia Tomas Carneiro

Secretária ExecutivaEloísa Helena Chagas M. Alves

Primeira SecretáriaEdna Coelho Neto Vieira

Segunda Secretária Lúcia de Araújo Ramos Martins

TesoureiraMaria da Paz Magalhães Sousa

Secretária GeralOnilda Portella Peixoto

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de super heróis e demais persona-gens infantis.

Na devocional, a educadora Leninha Maia falou sobre os vários embaraços e complexos da adolescência, e como estes podem impedir a aproximação com Deus. Muitos jovens cristãos são carac-terizados como “quadrados” por viverem uma vida de santidade, longe das coisas contaminadas do mundo. Porém, “é melhor ir quadrado para o céu do que rolan-do para o inferno”, completou.

TERCEIRO DIAApós a devocional matutina,

os adolescentes participaram das clínicas vivenciais. Cada um pôde conhecer dois projetos. Programas desenvolvidos: Pé na estrada, de despertamento e apoio à atividade missionária; Alunos de Cristo, um método de evangelização nas esco-las; Turma do Consolo, ministra-ção da bíblia e visitação em hos-pitais, creches, orfanatos e asilos, e Sede de Justiça, atividades em nome das causas sociais.

As delegações do congresso reuniram-se naquela tarde para eleger a nova diretoria da UPA nacional (confira os nomes eleitos no quadro). O presidente eleito, Milson Ribeiro, que já foi presi-dente de confederação sinodal por três anos, sempre considerou a figura do presidente como algo muito distante. Agora, ele poderá vivenciá-la. “Sonhos eu tenho muitos, mas certeza eu só tenho uma: desempenharei meu trabalho de todo o coração”.

Alegria, felicidade e gratidão são sentimentos que expressam a sen-sação da nova secretária executiva, Mariana Marcolino. “Estou muito grata a Deus por esse presente maravilhoso. Sei que é um cargo de muita responsabilidade, mas Deus é soberano e vai me capaci-tar”, afirmou.

O segundo jantar temático, “UPA Esporte Clube”, reuniu torcidas de grandes times brasileiros. Apesar das rivalidades existentes no fute-bol, os adolescentes deixaram-nas de lado em nome de uma equipe maior: a de Jesus Cristo.“Somos mais do que vencedores, indepen-dentes da camisa”, afirmou o rev. Carlos Aranha Neto.

O rev. Deivson Torres, mensage-iro da noite, apontou algumas car-acterísticas de um participante do

time de Deus. E ressaltou que o Senhor convoca seus servos para grandes desafios. Portanto, “Sê forte e corajoso” (Js 1:6), assim como foi Josué, homem reto e íntegro que foi “escalado” para conduzir o povo de Israel rumo à conquista da terra prometida.

QUARTO DIA Na manhã seguinte, os ado-

lescentes tomaram as ruas de Guarapari. Juntos e uniformizados com a camiseta oficial do NaUpa – Secretaria da IPB e Confederação Nacional dos Adolescentes pre-sentearam os congressistas com

a camiseta e a mochila oficiais do Congresso –, todos marcharam proclamando o amor de Cristo, distribuindo folhetos e pregando a Palavra. Nem o sol forte calou as vozes que anunciavam “ei, você aí, Jesus te ama”. O momento impac-tou a cidade e foi uma experiência única para os adolescentes. “Todos os que ali estavam saíam seja de onde fosse para ver a grande mar-cha que estava acontecendo. Havia sorriso no rosto de todos e muitas pessoas querendo pegar os folhe-tos”, relatou Isabela Dias, da IP de Volta Redonda (RJ).

No culto da noite, o mensageiro foi o rev. Walcyr Gonçalves, secre-tário geral da União da Mocidade Presbiteriana (UMP). Baseado em Ec.12:1, enfatizou que viver a juventude apegado a Jesus é o melhor projeto de vida.

Membros da diretoria nacional da Mocidade fizeram-se presentes no culto. Completando as palavras proferidas pelo rev. Walcyr, o Pb. Júlio César Mendes Pereira, presi-dente da Confederação Nacional da Mocidade (CNM) também incen-tivou os adolescentes a perman-ecerem firmes no santo caminho.

Após esse período, a nova dire-toria da UPA foi apresentada na companhia dos membros da dire-toria anterior. O presidente do Supremo Concílio da IPB, rev. Roberto Brasileiro, rogou ao Pai celeste as mais ricas bênçãos sobre a vida de cada um deles.

O ex-presidente Alex Brito falou sobre a alegria de ter comple-tado uma trajetória de cinco anos abençoada por Deus. Mas não conseguiu esconder o sentimento de tristeza. “Cinco anos não são cinco dias. É uma caminhada e tanto. Certamente começaria tudo de novo”, afirmou.

Nessa noite, os adolescentes foram mais uma vez desafiados a ser sal e luz. Em um ato simbólico, velas foram distribuídas a todos os presentes. Progressivamente, cada um acendia a do outro. A ilumi-nação do auditório foi desligada, enquanto o cântico “Brilha Jesus” era entoado, conclamando os ado-

lescentes a serem sal da terra e luz do mundo.

ÚLTIMO DIANa devocional do último dia,

o tesoureiro da IPB, Pb Renato José Piragibe, que acompanhava o presidente do Supremo Concílio, também incentivou os adolescen-tes a progredirem nos caminhos do Senhor. E revelou: “Os melhores dias da minha vida foram e con-tinuam a ser dentro da igreja”.

O rev. Roberto Brasileiro dirigiu da cerimônia de posse da nova diretoria. Ele enfatizou que “toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto”, (Tg 1:17). Portanto, ter sido eleito para a direção da UPA é uma benção do Pai celeste. Frisou ainda que o trabalho em equipe é essencial. Ao fim da mensagem, os presentes participaram também da Santa Ceia.

O NaUPA não poderia deixar de reconhecer o esforço, com-petência, dedicação e empenho do secretário geral de adolescentes. O rev. Haveraldo e sua família foram abençoados e homenageados pelo trabalho expressivo na IPB. A equipe de coordenação do NaUPA também foi digna de agradecimen-tos. Por meio dessas pessoas, que colocaram suas vidas em prol do congresso, o desenrolar de toda a programação e logística do evento foram um sucesso, para honra e glória de Deus.

“Ao mestre sejamos fiéis, nas tre-vas sejamos luz, nas lutas sejamos fortes, servindo ao Senhor Jesus” (moto da UPA).

pós quatro anos de espera, o que significa uma viagem cansativa de longas horas

perto da vontade de participar do encontro que reúne adolescen-tes da IPB de todas as partes do Brasil? Nada, já que os primeiros momentos de comunhão e amizade começam a ser vivenciados nas caravanas. Portanto, pode-se considerar que assim começou a edição do Congresso Nacional da UPA (União Presbiteriana de Adolescentes) de 2006, realizada entre os dias 30 de janeiro a três de fevereiro no SESC de Guarapari (ES), local que acolheu com amor os mais de 900 inscritos.

A chegada foi o momento de con-hecer os amigos de quarto, aqueles com os quais os dias começariam e terminariam – na recepção, os congressistas receberam a mochila do NaUpa, com a revista oficial do Congresso (com toda a programa-

ção do evento), a Revista Point da Upa, de circulação bimestral, e o crachá de identificação. Dialetos, costumes e culturas diferentes foram aos poucos sendo assimila-dos, formando naqueles jovens um só coração e um só propósito.

ABERTURAReunidos na parte exterior dos

auditórios, os adolescentes ajoel-haram-se num momento de ora-ção, agradecendo ao Senhor pela oportunidade de estarem juntos e rogando proteção ao longo do evento. Uma grande bandeira da UPA foi estendida para a entrada dos congressistas, abençoando o espaço separado para as devocio-nais.

Na introdução do culto, o moto da UPA foi recitado. O conjunto musical formado por adolescentes de igrejas presbiterianas de Vila Velha conduziu o momento de lou-vor. Em seguida, o rev. Haveraldo Vargas, secretário geral da UPA,

passou a palavra para o pregador da noite, rev. Ronaldo Lidório.

Baseado no texto de 2 Reis 7:3-9, o reverendo fez referência ao sermão que seu próprio pai pregou quando ele tinha 15 anos de idade e que o despertou para o trabalho missionário. A passagem bíblica relata a escolha de Deus por quatro homens leprosos, excluídos da sociedade da época, para revelar a fuga dos sirios, algo benéfico para o povo de Israel. Assim, ele frisou que Deus usa quem ele quer para cumprir os seus planos, até mesmo os fracos, os problemáticos e os pecadores, mostrando que somos usados pela sua graça.

“Basta dizer sim! Eu quero ser usado pelo Senhor”, afirmou. Da mesma forma que os samaritanos passavam fome e estavam tomados pelo desespero, hoje, mais de 3 mil povos não possuem a bíblia tradu-zida para suas línguas.

Após a mensagem, seguiu-se a apresentação dos grupos de coor-

denação do NaUPA. Um dos destaques foi a equipe dos “Anjos”, composta por congressistas volun-tários, dispostos a colaborar para a organização e funcionamento do evento. Encerrando, o grupo de louvor compostos por jovens de igrejas presbiterianas do Rio de Janeiro apresentou a música com-posta especialmente para o NaUPA 2006.

Ao fim do culto, foram realizadas atividades sociais, com brincadei-ras e dinâmicas saudáveis. Mas a programação não acabou assim. Os adolescentes dirigiram-se a seus respectivos quartos para reali-zar a devocional diária, disponível na revista do congresso. Momento que se repetiu nas demais noites, seguindo o programa de devocio-nais apresentado pela revista.

O evento contou também com a Rádio NaUpa. Durante os quatro dias, a emissora veiculou recados, avisos e mensagens, além de músi-cas evangélicas. A programação

manteve os participantes informa-dos sobre tudo o que aconteceria no NaUpa

SEGUNDO DIANa manhã seguinte, o rev. Ronaldo

pregou sobre a vida de Jonas e a ferida de sua alma; o ódio à cidade de Nínive. Foram enfatizados o ato de obedecer a Deus em qualquer circunstância e, mais uma vez, o amor ao próximo, mesmo que esse seja seu inimigo. “Sempre teremos motivações humanas para não obe-decer a Deus”, afirmou o rever-endo. Porém, “o importante é fazer a vontade do Pai”, concluiu ele.

À tarde, ocorreu a primeira reunião de Congresso. Foram com-partilhadas e debatidas idéias com representantes de todas as regiões, envolvendo e aproximando as UPAs.

À noite, o primeiro jantar temáti-co, “De volta à UCP” (União de Crianças Presbiterianas), homena-geou o ministério. Para relembrar a época, os adolescentes vestiram-se

Brasil PRES BI TE RIA NO10 11Março de 2006 Março de 2006Brasil PRES BI TE RIA NOAconteceu

ACaroline Santana

Cinco dias que marcaram a vida UPA

Congresso Nacional de Adolescentes da IPB proporciona momentos inesquecíveis de comunhão, adoração e despertamento espiritual.

Adolescentes se preparam para marchar pelas ruas de Guarapari (ES)

Programa Alunos de Cristo, ministrado pelo rev. Deivson Torres

Diretoria eleita da UPA

Presidente:Milson Jonatas Borges Ribeiro (Governador Valadares – MG)

Vice- presidente nordeste:Danilo Lopes (Cocos – BA)

Vice- presidente sudeste:Priscila da Silva Matias (Rio de Janeiro- RJ)

Vice- presidente norte:Tassio Gonçalves (Palmas – TO)

Vice- presidente sul:Franklin Valentin (Vila Operária – SC)

Vice- presidente centro-oeste:Helder Barbosa Maciel (Várzea Grande – MT)

Secretária Executiva:Mariana Marcolino dos Anjos (São Paulo – SP)

1º secretário:Thiago Maia Ferreira Cavalcanti (Rio de Janeiro –RJ)

2º secretário:Letícia Laviola Laignier (Baixo Guandú – ES)

Tesoureira:Isabela Guerra Gonçalves (Governador Valadares – MG)

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Brasil PRESBITERIANO12 Março de 2006

Solidariedade

o natal do ano pas-sado, o município carente de Salto da

Divisa, região do Baixo Jequitinhonha, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, foi presenteada com a Ong Comunidade Auto-Sustentável, projeto criado a partir de uma parceria entre duas igrejas de denomina-ções importantes: a Igreja Presbiteriana de Salto da Divisa (campo missioná-rio) e a Igreja Batista local. O projeto foi criado com o objetivo de oferecer à população da região opor-tunidades de emancipação social – a região ainda é dominada, em pleno século 21, por famílias tradicionais dos antigos coronéis, como acontece em algumas regi-ões pobres do país. A política em Salto da

Divisa ainda é coronelista,

dos tempos do Brasil-colô-nia, servindo portanto de instrumento de opressão e manipulação – que segue à risca o ditado popular “manda quem pode, obe-dece quem tem juízo” – e à serviço dos interesses políti-cos e até particulares destas famílias. Porém, por meio do missionário Gilberto da Penha de Andrade, a IP local tem sido responsável por mudar essa realidade triste e que ainda assola alguns municípios brasileiros. O projeto da Comunidade Auto-Sustentável tem ofe-recido aos moradores do município cursos gratui-tos de computação, inglês comunitário, aulas de refor-ço escolar, além da escola de futsal, voley e handebol, que tem como alvo trabalhar com as crianças carentes da cidade, como instrumento de integração social.A organização não-gover-

namental está registrada sob o nome de Associação Cristã de Promoção Social e Cultural das Comunidades do Vale do Jequitinhonha, e atualmente procura profis-sionais voluntários na área de saúde para atuar no tra-balho. O objetivo para os próximos meses é também organizar cursos profissio-nalizantes e promover doa-çõesde roupas e brinquedos

com o objetivo de suprir algumas das necessidades da população local. Atualmente, a IP de Salto

da Divisa conta com dez membros congregados e três comungantes. Por sua vez, a escola dominical já registra a presença de 30 alunos. Esta é a segunda igreja plantada pelo mis-sionário Gilberto. Antes da IP de Salto da Divisa,

ele iniciou o trabalho da IP de Curionápolis, no Sul do Pará, que continua ativa a levar a bandeira do Evangelho de Salvação naquela região do país.Interessados em auxiliar o

trabalho realizado em Salto da Divisa podem entrar em contato com o missionário Gilberto Penha de Andrade pelo email [email protected]

N

Parceria entre IP e Igreja Batista organiza ONG em região carente

Da Redação

Salto de Divisa, no Vale do Jequitinhonha: política ‘coronelista’ oprime população

Educação

Formatura da primeira turma de validaçãoconteceu no último dia 22 de fevereiro a cerimônia de for-

matura da primeira turma de validação na área de teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. A partir de uma resolução do Ministério da Educação (MEC), que autoriza esco-

las de teologia reconhecidas a validar os créditos obtidos em seminários maiores das denominações, o Mackenzie iniciou o projeto, a pedi-do do Supremo Concílio da IPB. O Rev. Dr. Antônio Máspoli deu os primeiros contornos do programa, que após ser aprovado pelos

Conselhos da Universidade e pelo MEC, entrou em operação em janeiro do ano passado. Atualmente, mais de 250 alunos estão matriculados nas turmas especiais e regulares. Esta é a primeira turma que se forma a partir da aplicação da resolução do Ministério.

A cerimônia foi realizada no auditório Ruy Barbosa da Universidade, em São Paulo, e contou com a par-ticipação do Rev. Roberto Brasileiro, presidente do Supremo Concílio da IPB, além de outras autoridades eclesiásticas e acadêmicas. O programa de teologia do

Mackenzie não visa a for-mação de pastores. Com o diploma de teólogo reco-nhecido, os pastores pres-biterianos e de outras deno-minações terão melhores condições de ingressar em cursos superiores e também de lecionar religião nas escolas.

A

Resolução do MEC autoriza escolas de teologia reconhecidas a validarcréditos obtidos em seminários

Auxílio mais que necessário

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Brasil PRESBITERIANO 13Março de 2006

m outubro de 2003, a Igreja Presbiteriana da Saúde, na zona sul

da capital paulista, decidiu compartilhar com a comuni-dade carente da região o amor recebido da parte de Deus. Liderança e membros da IP entenderam que era hora de oferecer uma perspectiva dife-rente aos jovens das classes D e E daquela localização da cidade. Para isso, fundaram o Instituto Anima.

Hoje, quase seis anos após sua criação, o Instituto aten-de cerca de 150 famílias. Para este ano, os planos são de dobrar a capacidade de ação. Dividido em módulos, o trabalho oferece escola de informática, grupo de artesa-nato, alfabetização de adultos, reforço escolar, orientação vocacional e psicológica, e orientação espiritual. “Nosso objetivo é o atendimento de crianças e adolescentes, na faixa-etária de 10 a 17 anos de idade, e que se encontram em vulnerabilidade social”, explica Acyr Ferreira Costa, responsável pela adminis-tração do Instituto. Ele afir-ma que, muito mais que um programa de ação social, o projeto nasceu no coração do povo da IP da Saúde e de sua liderança, “em cum-primento à palavra de Deus que, através de Jesus, nos diz sobre sua própria missão e a nossa como Corpo”, e cita como exemplo a passagem de Lucas 4:18 e 19: “O espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evan-gelizar aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos

cativos e restauração, da vista aos cegos, para pôr em liber-dade os oprimidos e apregoar o ano aceitável do Senhor”.

Por meio das atividades ofe-recidas, o instituto visa trazer esperança às famílias assis-tidas pelo Evangelho, e criar oportunidades de valorização do relacionamento familiar, da educação e da profissiona-

lização. “Tornando a família participante dessa transforma-ção, visamos atingir não só o indivíduo, como sua célula familiar e comunitária”.

O programa conta com duas empresas patrocinadores. A Microlins oferece o curso de formação profissional. A Corporis tem atuado como mantenedora do projeto, a colaborar com os salários da coordenadoria geral do Instituto e da coordenadoria de informática.

No módulo de informática, o programa oferece ensino

básico dos programas Word e Excel. Com o reforço escolar e a alfabetização de adultos, fornece apoio ao aluno com dificuldades escolares por meio de atividades educativas que visam contribuir com o desempenho escolar. O dife-rencial do processo é o víncu-lo próximo e afetivo estabe-lecido com os atendidos pelo

Anima e seus familiares, e a inserção da orientação cristã, abordada de forma prática e descontraída durante as aulas.

Aos alunos do módulo sobre orientação vocacional, o pro-jeto apresenta informações sobre profissões, mercado de trabalho e cursos profis-sionalizantes. No trabalho desenvolvido com o grupo de artesanato, o Anima ensi-na técnicas para trabalhos em crochê, tricô, ponto cruz, tear, patchwork, corte e costura, e criação de bijuterias. Este módulo é realizado toda quin-

ta-feira, das 9h às 17h, no espaço social da IP da Saúde. “Desenvolvemos oficinas de trabalhos manuais visando a profissionalização e o desen-volvimento das cooperativas locais que traçam um hori-zonte de trabalho não só entre os jovens, mas em toda a comunidade”, esclarece Acyr. Ele acrescenta que as oficinas

de artesanato hoje atendem principalmente aos pais dos jovens trabalhados no Anima. Segundo ele, as oficinas de artesanato proporcionam real oportunidade de negócio, como as de bordado, bijuteria e patchwork, além da pos-sibilidade de incremento no orçamento doméstico.

Há ainda o programa de orientação cristã, cujo obje-tivo é apresentar o plano de salvação e promover refle-xão da própria existência nas dimensões física, men-tal, espiritual e social. Assim,

o instituto busca identificar os significados estabelecidos entre crenças internas e exter-nas, valores e atitudes. Além destas ações, o Anima oferece trabalho interdisciplinar, que é realizado com todos os assis-tidos e dentro de suas comu-nidades. Esta parte do projeto lida com temas relevantes, oferecendo, por exemplo, palestras sobre saúde – saúde da família, amamentação, higiene sanitária, sexualida-de na adolescência, métodos de contracepção, prevenção de doenças –, aproveitamento total de alimentos, relações familiares, desenvolvimento social, organização comuni-tária etc..

“Desenvolvendo um traba-lho sócio-educativo de caráter preventivo, através de ativi-dades planejadas que respei-tem a capacidade de cada um, buscamos a multiplicação de conhecimentos, o desen-volvimento de um trabalho em conjunto com toda a área pedagógica da unidade de ensino do jovem, e desenvol-ver a pessoalidade, sociabili-dade, caráter e valores éticos e morais”, completa Acyr.

Em texto institucional, a organização do Instituto Anima ressalta que a experi-ência do desenvolvimento de um projeto social no ambiente da igreja proporcionou uma surpresa agradável: a mobili-zação de pessoas unidas em prol de uma causa – a de servir.

Mais informações sobre o Instituto Anima pelos tele-fones (11) 5585 9057, 5072 5123 ou 5584 7645, ou pelo email [email protected].

Ação social

Instituto Anima evangeliza e promove integração

EFilipe Albuquerque

IP da Saúde trabalha pelo desenvolvimento social de comunidades carentes da região sul de São Paulo

pessoas assistidas pelo Anima; cumprimento da missão da Igrejaenquanto corpo de Cristo

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Brasil PRESBITERIANO14 Março de 2006

uando o casal de mis-sionários presbite-rianos Júlio Marcelo

Ferreira dos Santos e Celeste Barros dos Santos desembar-cou em Perth, região oeste da Austrália, em setembro de 1996, não fazia idéia dos desafios que o campo na Oceania apresentavam. Após temporadas missio-nárias na Bolívia, Reino Unido, Espanha, Portugal, além do trabalho iniciado no Brasil, a realidade que se apresentou diante deles na Austrália revelou-se distinta das já enfrentadas anterior-mente. Tradições religiosas extremamente arraigadas e o secularismo vivido naquele país atualmente foram algu-mas das situações que dei-xaram o casal preocupado com os dias que estavam por vir.Mas o chamado para missões e a certeza de que a vontade divina é de que o casal este-ja focado na evangelização dos povos de língua por-tuguesa residentes naquele país foram suficientes para fortalecer a família naqueles dias difíceis de adaptação e choque cultural. “Em se tra-tando de Austrália, tardamos mais de cinco anos espe-rando as portas se abrirem. Tinha no meu coração abso-luta certeza de que Deus nos traria para cá”, revela o rev. Júlio. País de colonização britâ-

nica, a Austrália tem 26% de sua população formada por anglicanos; os católicos

estão na segunda posição em termos de distribuição junto aos nativos. Mas a secularização segue a pas-sos firmes entre os nativos e residentes naquele país. Líderes cristãos australia-nos revelaram que templos cristãos têm sido vendidos

e transformados em casas noturnas, restaurantes e endereços comerciais. Estas informações constam no blog alimentado periodica-mente pelo Rev. Júlio (ver Box), ferramenta eficiente para manter interessados em seu trabalho atualizados com o que tem sido feito na Austrália. O missionário afirma que o secularismo no país é estatisticamente com-

provado. De acordo com Júlio, a Austrália está entre os cinco países mais difíceis de serem evangelizados. “Dizem que as igrejas cris-tãs fecharão suas portas nos próximos 50 anos. É quase comum ir a feiras ou lojas onde encontramos bíblias

presenteadas sendo vendi-das”, lamenta. A colonização britânica

ocorrida na Austrália não facilitou automaticamente o campo para a expansão da fé cristã reformada. A experiência vivida pelo Rev. Júlio em Londres, antes de fixar residência em Perth, mostrou que a cultura do Reino Unido não é sinô-nimo de facilidade para a

pregação da Boa Nova de Salvação. “Pudemos ver (em Londres) vários tem-plos evangélicos (batistas, presbiterianos, metodistas etc.) sendo comprados por muçulmanos e outras reli-giões. Igrejas pequenas se unindo ou fechando as por-

tas completamente. Muitos afirmam que a teologia liberal arruinou as igrejas no Reino Unido”, lembra o missionário. Para ele, a Austrália segue

o mesmo caminho, “embora certos líderes não queiram admitir e os neo-pentecos-tais sempre falem de um reavivamento que está che-gando”. Ele lamenta o fato de a fé reformada, naquele

país próspero, cujo índice de alfabetização acima dos 15 anos é de 100%, estar subdi-vidida e, atualmente, lutan-do para manter seus mem-bros. “A igreja presbiteriana do Estado de Victoria, em Melbourne, comemorou a diminuição da velocidade do decréscimo de seus mem-bros. Entre os campos por que passamos, a Austrália tem sido, com certeza, o mais difícil”. PLANO DE AÇÃOA comunidade de língua

portuguesa residente em Perth é o foco da ação do trabalho missionário desen-volvido pelo Rev. Júlio e sua família. Segundo ele, informações não oficiais registram um pouco menos de 400 brasileiros residen-tes na cidade. Mas a região conta com uma comunida-de portuguesa, oriunda da Ilha da Madeira, de tama-nho considerável. “O obje-tivo é alcançar pessoas de fala portuguesa, depois, os hispanos”, comenta o mis-sionário. “No dia-a-dia, ten-tamos alcançar a todos que surgem em nosso caminho. A Austrália é um país multi-cultural”, destaca.A realidade dos brasileiros

que escolhem a Austrália é a mesma dos que embar-cam para os Estados Unidos ou para diferentes países do mundo. O sonho de substituir uma vida de total instabilida-de econômica no Brasil por dias mais estáveis, somado a certa dose de consumismo, sublima a necessidade de cuidados com questões emo-

QFilipe Albuquerque

Missões

Missões do outro lado do planeta

O rev. Júlio no estúdio em Perth de onde transmite os programas: vidas abençoadas por meio dos programas transmitidos em língua portuguesa

Secularização, consumismo e tradições religiosas são desafios enfrentados por casal de missionários presbiterianos na Austrália

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Brasil PRESBITERIANO 15Março de 2006

cionais e espirituais, além de uma vida de comunhão com Deus. “Os estrangeiros também entram na corrida consumista”, constata o rev. Júlio. “Quase todo feriado em que ele puder fazer um dinheiro extra, ele faz. A Austrália é um dos países em que mais se trabalha. Por isso, nem sempre a pessoa prioriza ler a Bíblia ou ir à igreja. Em pouco tempo, esfria”. Segundo o missionário,

grande parte dos brasileiros que procuram o país para viver prefere Sidney por ser mais fácil encontrar trabalho naquela cidade. E novamen-te, segundo relato do reve-rendo, os problemas pelos quais passam naquele país são praticamente os mes-mos enfrentados em países como os Estados Unidos, Inglaterra e demais locais onde a presença de brasi-leiros é maciça; trabalho, ilegalidade e a luta para se regularizar junto à imigra-ção. Mas, para Júlio, é triste ver o modo como os bra-sileiros são influenciados pelo secularismo. “É difícil

ver um evangélico com a mesma firmeza anterior. As razões são as mais distintas: ganhar dinheiro, estar ile-gal ou viver um cristianismo ‘light’. Alguns entram como turistas, tentam casar e viver em regime de concubinato para pegar o visto perma-nente. Obviamente não se pode generalizar”. Para atender à comunida-

de de língua portuguesa, o trabalho conta com o pro-grama Cada Dia, produzido pela Luz para o Caminho (LPC) e transmitido por uma emissora de rádio FM portuguesa, com audiência satisfatória, e um programa curto em espanhol. Neste ano, o rev. Júlio pretende incrementar o programa na FM portuguesa e estender o tempo do transmitido em língua espanhola. Outro problema enfrenta-

do pelo casal é o suporte financeiro. Como o susten-to missionário atualmente não permite ao casal viver exclusivamente dedicado ao trabalho no campo, o Rev. Júlio e Celeste precisam de trabalhos seculares para

continuar em Perth. Mas para este ano, o objetivo do casal é obter sustento suficiente para que possam diminuir o tempo dedica-do nos empregos regulares, dando atenção ainda maior ao ministério. E se tudo cor-rer como o planejado, 2006 será também o ano em que igrejas serão plantadas em Sidney e outras capitais aus-tralianas. Consta ainda, na agenda de projetos para este ano, a criação de um progra-ma de TV. PRIMEIROS DIASA família do missioná-

rio também enfrentou difi-culdades tão logo chegou em Perth. Além da falta de recursos financeiros, que obrigou o casal a correr atrás de emprego logo nos pri-meiros dias de residência na Austrália, e os problemas já citados do secularismo impregnado na sociedade australiana e das tradições religiosas de fundamentos questionáveis, o casal e as filhas estiveram diante do maior choque cultural já enfrentado por eles. O rev. afirma que a vontade de

voltar para o Brasil tomou conta da família nos pri-meiros meses de estadia em Perth. Até hoje Júlio não se considera adaptado à rea-lidade daquele país, e sim “conformado”. “Se eu sou-besse o que iria passar nesse sentido (adaptação), talvez não tivesse vindo para a Austrália com filhos na ado-lescência”, pondera o mis-sionário, pai das meninas Kamila, Karoline e Kéziah. “Para nossa cultura e outras similares, a questão familiar aqui é diametralmente opos-ta”, aponta o reverendo, que destaca que, nos primeiros dias de Austrália, uma das filhas enfrentou crises de depressão. FRUTOSA despeito de todos os desa-

fios enfrentados pela família do Rev. Júlio nestes quase

dez anos em Perth, parte oci-dental da Austrália, os resul-tados colhidos pelo trabalho missionário são animadores. Entre eles, o missionário ressalta a ação que resultou em vidas sendo resgatadas da prostituição, do álcool e das drogas, incluindo o res-gate de pessoas envolvidas com seitas diversas. “Temos também ouvintes do progra-ma Cada Dia, que nos tele-fonam dizendo o quanto têm sido abençoadas por Deus por meio da rádio”, vibra. Para mais informações

sobre o trabalho realizado pela família do Rev. Júlio na cidade de Perth, escreva para [email protected], ou acesse o blog cons-tantemente atualizado pelo missionário, no endereço http://juliocelesteaustralia.zip.net

Reunião em um dos lares de famílias evangelizadas pelo trabalhodesenvolvido em Perth

Blog é ferramenta de missionário para auxiliar no trabalho

de evangelização

O blog é uma ferramenta criada na Internet, que funciona como uma espécie de diário virtu-al. Qualquer pessoa pode criar e atualizar seu próprio blog, sem a necessidade de conhecer HTML, Java ou qualquer outro instrumento utili-zado na criação de websites. O rev. Júlio tomou emprestada a idéia de

milhares de jovens espalhados pelo mundo, que usam os blogs para comentar sobre as dores e as delícias da vida juvenil, e resolveu criar um diário eletrônico em que consegue manter infor-mados parentes, amigos e auxiliadores de seu trabalho via Internet. No blog, cujo endereço é a soma dos nomes do missionário e da esposa, Júlio veicula testemunhos, informações sobre obtenção de visto para quem pretende estudar ou trabalhar na Austrália, e textos pertinentes ao trabalho missionário em Perth. Até o fechamento desta edição, a mensagem mais recente deixa-da pelo reverendo no blog trazia informações sobre os programas de rádio e de que maneira a veiculação desses programas tinha sido útil para a quebra de barreiras que muitos possuíam com relação ao trabalho desenvolvido por ele naquela cidade.

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cada quatro anos os jovens presbite-rianos de norte a sul

do Brasil se reúnem para a maior festa da Mocidade Presbiteriana, o Congresso Nacional. No coração do país, a cidade de Caldas Novas-GO recebeu cerca de 500 jovens na 15ª edição do Congresso Nacional da Mocidade Presbiteriana, rea-lizado durante os dias 16 a 21 de janeiro de 2006, todos com objetivo de adorar ao nosso Deus e fortalecer o trabalho D´Ele.O tema “Quem vê cara,

vê coração?” foi amplamen-te debatido pelos preleto-res Rev. Roberto Brasileiro (Presidente do Supremo Concílio da IPB), Rev. Walcyr Gonçalves (Secretário Geral da Mocidade) e Rev. Samuel Vieira (Presidente do Sínodo Brasil Central), além de diversas oficinas ministra-das pelo Pb. Uriel Heckert (Relações Interpessoais), Rev. Haveraldo Jr. (Evangelização Urbana), Pb. Max Freitas Mauro Filho (Política e Cristianismo), Banda Expresso Luz (Música e Adoração) e Rev. Enos Moura (A Mocidade tem História).Os momentos de louvor

foram conduzidos pelos músicos da Banda Expresso Luz, não faltando no reper-tório músicas atuais e alguns cânticos do passado.Esta edição registrou a

maior representativida-de dos Estados brasileiros

na história dos Congressos Nacionais, o que encheu de cores, sotaques e sonorida-des, que só a diversidade cultural do nosso grande país é capaz de reunir.A Mocidade Presbiteriana

do Brasil se envolveu de corpo e alma com o tema proposto pela gestão 2002-2006. Durante quatro anos,

estudou a mensagem regis-trada na carta de Paulo aos Romanos, versículo 12:2, e entendeu que, para transfor-mar o mundo, a sociedade e até mesmo a Igreja, é neces-sário, antes de tudo, não se conformar às formas de pen-samento e comportamento secular, e ainda renovar a sua mente dia após dia. Segundo o Pb. Júlio César

Mendes Pereira, Presidente da CNM, “percebemos que a Mocidade resgatou valores importantes ensinados pelo Senhor da Igreja. Resgatar valores e reformar atitudes e comportamentos é construir base sólida para avanços sig-nificativos. Nesse sentido, o tema do Congresso Nacional – Quem vê cara, vê coração?

– vem resgatar a identidade do jovem presbiteriano e o seu papel na sociedade e no reino de Deus”.Na noite de abertura a pala-

vra trazida pelo Rev. Roberto Brasileiro foi baseada em Isaías 53.2-6 e 10, e com esta mensagem ele desafiou os jovens a refletirem a bele-za de Cristo em suas vidas. As palestras dos demais dias

foram ministradas pelo Rev. Samuel Vieira com men-sagens que estimularam os congressistas a conhecerem sua própria identidade e mudá-la de acordo com a vontade de Deus, retirando os véus que impedem de nos aproximarmos verdadei-ramente do Senhor (II Co 3.12-18). Ele ainda faz um

alerta, baseado em Mateus 9.32-34, de que nem sempre quem vê cara, vê coração, e para que nossa cara e cora-ção reflitam a Cristo, preci-samos reconhecer a origem de nosso pecado e não ficar apenas na superficialidade.De acordo com o Rev.

Samuel, “o tema escolhido para o Congresso é de extre-ma relevância, pois, numa

época em que os jovens são tão apegados à aparência, encontrar a felicidade ver-dadeira só é possível quan-do entregamos nossa vida a Deus, assim, nossa identi-dade é transformada, nossos véus são removidos e nossos pecados são tratados desde a raiz”.Nos seminários promovi-

dos durante o Congresso, a ação de Deus foi tão sensível quanto nos cultos e palestras; o seminário ministrado por Índio Mesquita, integran-te da banda Expresso Luz, teve como tema “Louvor e Adoração”, advertindo os jovens que, para minis-trar louvor, é fundamental conhecer a Bíblia e nossa doutrina, pois a doutrina que se canta é a doutrina que se vive, levando-nos a uma vida de adoração ao nosso Deus.O seminário sobre

Cristianismo e Política, ministrado pelo Prefeito de Vila Velha (ES), Pb. Max Freitas Mauro Filho, foi enriquecedor para o jovem presbiteriano. O Prefeito demonstrou o envolvimento político de alguns persona-gens registradas na Bíblia e também de João Calvino - o grande reformador - que foi Prefeito da cidade de Genebra, motivando os presentes a participarem da vida da cidade e da nação, tendo sempre Cristo como exemplo.No seminário sobre

Relações Interpessoais, o médico psiquiatra Pb. Uriel Heckert sensibilizou os jovens sobre nossa condição

No coração do Brasil: Congresso realizado em Caldas Novas reune 500 jovens

15º Congresso da Mocidade Presbiteriana

A

Evento

Momento de louvor durante o Congresso; tema do evento resgata a iden-tidade do jovem presbiteriano e o seu papel na sociedade e no reino de Deus

Lucas Heler eMarina de Moura

Brasil PRESBITERIANO16 Março de 2006

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de seres humanos únicos, enfatizando que esta visão é essencialmente cristã, refle-tindo sobre nosso reconhe-cimento como pessoa, reco-nhecimento de Deus como pessoa e as implicações desta visão para o nosso relaciona-mento com Ele.Para mostrar que a

Mocidade Presbiteriana tem história, uma verdadeira via-gem no tempo foi proposta pelo Rev. Enos Moura, ins-

tigando os jovens líderes a vôos cada vez mais altos na condução dos trabalhos em cada região do Brasil.Aproveitando a ocasião

do Congresso três gran-des colaboradores da UMP em âmbito nacional foram homenageados com o títu-lo “Amigo da Mocidade”, em reconhecimento ao apoio e dedicação à juventu-de presbiteriana: Rev. Enos Moura – Secretário Geral

da Mocidade (1994-1999); Pb. Renato José Piragibe - Tesoureiro da CNM (1986-1990), Tesoureiro do Supremo Concílio (1998-2006); e Pb. Vilson Sebastião Ferreira – Secretário de Esporte e Recreação (1998-2002), Vice-presidente Sudeste (2002-2003).O Congresso Nacional é

o maior fórum deliberativo da UMP com o objetivo de avaliar e repensar as nossas atividades e idéias em âmbi-to nacional. É ainda a maior escola de líderes e a maior fonte de renovação de forças. “É impossível não sofrer o impacto transformador pro-vocado por um evento des-ses. Tenho certeza que cada participante saiu maravilha-do com a dimensão e pro-fundidade desta geração que serve a Deus cuidando da juventude”, diz Rev. Walcyr Gonçalves, Secretário Geral da Mocidade.Durante cinco dias os

delegados se dividiram em comissões, responsáveis pela análise das diversas áreas que compõem o trabalho da Confederação Nacional

da Mocidade. Ao concluir este trabalho, cada comis-são apresentou suas consi-derações em um relatório, contendo ainda propostas para a melhoria das ações da CNM. Este conteúdo será compilado em forma de um boletim a ser publicado na edição da Revista Mocidade Presbiteriana do mês de abril.Após o intenso trabalho das

comissões e apresentações dos relatórios, passou-se ao processo eleitoral da nova Diretoria da Confederação Nacional da Mocidade Presbiteriana, para o qua-driênio 2006-2010 (confira box), com um resultado iné-dito na história da CNM. Desde a organização da Confederação, em 1946, esta é a primeira vez que um Presidente Nacional é reeleito. O Pb. Júlio César Mendes Pereira foi reeleito em primeiro escrutínio para seu segundo mandato frente à CNM. “Vejo a reeleição como um

presente de Deus e o cum-primento da promessa des-crita em Mateus 20.25-28”

– comenta Júlio. “Hoje estou mais maduro, experien-te e igualmente motivado. Começar uma gestão com a visão do todo e não com a visão da soma das partes proporcionará a mim a chan-ce de continuar investindo em estratégias e ações que deram certo e trabalhar os pontos a serem melhorados. Creio que tanto eu quanto a Confederação Nacional sabe-remos aproveitar o momento para conduzir a Mocidade Presbiteriana em seu pro-cesso de reforma mental e comportamental pautados por princípios cristãos”.Ao final deste grande

evento fica a certeza de que as belezas naturais e as águas termais de Caldas Novas foram o cenário per-feito para bons momentos de lazer e comunhão entre os congressistas, comparti-lhando experiências que cer-tamente serão levadas para cada canto do país.

Lucas Santos Heler e Marina de Moura - Assessoria de

imprensa da CNM

Brasil PRESBITERIANO 17Março de 2006

Nova diretoria da CNM (à partir da esquerda): Rev. Walcyr, Pb. Júlio César, Corrie, Éber, Pb. Pedro, Dc. Graziane, Quelita, Pb.André, Lílian, Tirza, Fabiano

Diretoria da CNM 2006-2010

Presidente:Pb. Júlio César Mendes PereiraPresidente da CNM (2002-2006)Confederação Sinodal Rio Doce / MG

Vice-presidente Região Norte:Corrie Elizabeth AultVice-presidente Norte da CNM (2002-2006)Confederação Sinodal Setentrional / AM

Vice-presidente Região Nordeste:Pb. Pedro Pereira Barros SobrinhoVice-presidente Nordeste da CNM (2005-2006)Confederação Sinodal Garanhuns / PE

Vice-presidente Região Sudeste:Diác. Graziane Valentim da SilvaConfederação Sinodal Pampulha / MG

Vice-presidente Região Centro-Oeste:Éber Eurípedes de SouzaConfederação Sinodal Araguaia-Tocantins / TO

Vice-presidente Região Sul:Quelita da SilvaSinodal Curitiba / PR

Secretário Executivo:Pb. André Luiz Moraes de AlmeidaConfederação Sinodal Leste de Minas / MG

1ª Secretária:Lílian Rodrigues LimaConfederação Sinodal Taguatinga / DF

2ª Secretária:Tirza Monteiro2ª Secretária da CNM (2002-2006)Confederação Sinodal Campinas / SP

Tesoureiro:Dc. Fabiano Silva GarciaConfederação Sinodal Leste Fluminense / RJ

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Brasil PRESBITERIANO18 Março de 2006

história do rev. Ludgero Machado Moraes, falecido no

ultimo dia 14 de janeiro, confunde-se com a história da IPB. Nascido em 17 de dezembro de 1920, o rev. Ludgero permeou momen-tos significativos da traje-tória da Igreja a partir do final da primeira metade do século 20.Novembro de 1946 reser-

vou significativas trans-formações para a vida do

jovem Ludgero. Capixaba nascido na cidade de Alegre, formou-se em Teologia no Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, em 16 de novembro daquele ano. Sete dias depois, casou-se com Josenira Bonilha de Moraes. Em fevereiro de 1947,

Ludgero foi ordenado pastor, e no mesmo ano, assumiu a IP de Muqui (ES). Durante 12 anos, foi missionário da Junta de Missões Nacionais da IPB. No período, foi pio-neiro ao implantar trabalho presbiteriano na cidade de

Ponte Nova (MG).O ano de 1957 o trouxe a

São Paulo, onde atuou em São Caetano do Sul, cida-de do ABC Paulista, onde permaneceu por 33 anos. Na região, pastoreou as IPs Filadélfia, São Caetano do Sul, Vila Paula, Vila Gerti e IP de Diadema. Entre suas importantes con-

tribuições para a história da IPB está a construção de 21 templos ao logo do ministé-rio. Em 1990, foi jubilado na IP de Diadema, voltando em seguida para o ES, na cidade

de Meaípe.Em 2005, o Rev. Ludgero

decidiu que era hora de vol-tar a São Paulo, e escolheu a cidade onde formou-se em Teologia. Em Campinas, pastor e família freqüenta-ram a IP de Barão Geraldo. Josenira e Ludgero tiveram

seis filhos – Ludgero, Paulo Rubem, Hamilton, Lucila, Priscila e Marila – e 12 netos. O Rev. Lugdero Bonilha Moraes é pastor da 1ª IP de Belo Horizonte (MG) e Secretário Executivo do Supremo Concílio da IPB.

Personagem da história da IPBBiografia

ADa redação

Rev. Ludgero é parte da trajetória recente do Presbiterianismo no Brasil

O ministério do Rev. Ludgero permeou momentos importantes da história da IPB

Gratidão Por Ludgero Bonilha

de Moraes

Estimados irmãos;quero registrar aqui nossa

gratidão pelas manifesta-ções de todos os irmãos que, através de e-mail, telefonemas, centenas de telegramas, a presença de tantos colegas pastores no sepultamento do papai, várias comitivas de igrejas por onde pastoreou, uma caravana de Belo Horizonte de irmãos muito amados, deixaram sua palavra de carinho e amizade nesta hora que meu pai querido foi chamado à presença do Senhor.Teve ele uma morte tran-

qüila. Na noite anterior, foi deitar no horário de costu-me dele e visto que esta-vam recebendo em casa a visita de uma irmã sua, a mamãe ficou acordada um pouco mais. Uma meia

hora depois papai se levan-tou e foi à sala e disse para minha mãe, com aquele tom que só o papai sabia fazer: “querida, passei a mão do seu lado da cama e ela estava vazia. Eu quero ter você sempre perto de mim.” Foram deitar, dormiu bem

a noite toda e pela manhã mamãe levantou-se antes dele. Daí uns minutos ouviu um som de uma respira-ção mais forte, papai estava morrendo.Morreu cercado de ami-

gos. A médica que o aten-dia veio à casa da mamãe e disse: “Rev. Ludgero era uma pessoa muito especial. Eu tenho por ele um grande amor e admiração”. E era de fato. Nunca vi um médi-co chorar pela morte de seu paciente, mas ela chorou muito.Papai sempre se alegrou

com as coisas pequenas.

Era um homem verdadeira-mente feliz. Todos os dias realizava o culto domésti-co em nossa casa. Pediu sempre a Deus que lhe mantivesse duas coisas: a lucidez e a voz. Deus aten-deu o seu pedido. Morreu perfeitamente lúcido, espi-rituoso, contador de lindas histórias vividas por ele ao longo de sua vida repleta de bênçãos. Amava muito a mamãe e fazia a ela constantes declarações de amor.Há poucos dias, rece-

bi um telefonema dele e ele iniciou dizendo: “Meu filho querido, estou ligando somente para lhe dizer uma coisa: ‘Eu o amo muito, você é muito especial para mim. Não cesso de orar em seu favor. Filho querido, um beijo”. Papai fez isto muitas e muitas vezes, com todos os filhos, estas declarações. Nos sentíamos muito ama-

dos por ele e pela mamãe. Vou sentir saudades de seu sincero carinho, da sua pre-sença contagiante, do seu jeito simples de ser, de sua vida santa e dedicada a Deus.Papai foi um homem de

convicções profundas. Amava a Igreja, viveu por ela, desgastou-se. Realizou uma obra, pela graça de Deus, admirável, construin-do mais de uma dezena de templos, foi pastor da Junta de Missões Nacionais naquela época de penúria e pobreza, mas sempre entusiasta. Pregou com grande dedicação, levou muitos ao conhecimento do Evangelho. Representou a IPB em diversos encontros internacionais, na África, Europa e Estados Unidos. Enfrentou grandes embates conciliares por amor a Deus e à Sua Palavra. Deixou a todos os seus filhos uma

visão de igreja extrema-mente otimista. Todos, pela graça de Deus, são crentes a Cristo.Seus filhos e esposa per-

manecem fiéis e esperan-çosos do Dia de Cristo. Josenira, mamãe querida, mulher virtuosa, Lucila, a filha mais velha, eu, que recebi o seu nome, para minha alegria, Paulo Rubem, diácono da Igreja do Senhor, Hamilton, com-positor de hinos, Priscila, crente fiel e Marila, mulher de Deus. Amigos queridos, obriga-

do pelas manifestações de amor e apreço nesta hora. Estamos confortados em Deus. Levei para mamãe todos os e-mails, telegra-mas e comuniquei sobre os telefonemas. Ela pede para agradecer a todos.

Sinceramente, Ludgero (filho)

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Brasil PRESBITERIANO 19Março de 2006

o dia 12 de feverei-ro deste ano, a IP do Rio de Janeiro (RJ)

celebrou o culto de gratidão a Deus pela chegada do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) naquela cidade. O IPM, que já se faz presente em Brasília (DF) e em São Paulo (SP), possui todos os seus processos de expansão, inclusive o da capital carioca, orientados e consentidos pelo Supremo Concílio da IPB.

Como parte do Instituto Brasileiro de Contabilidade (IBC), entidade mantenedora da Faculdade Moraes Junior (FMJ) (ver pág. 14 da edi-ção de setembro de 2005 do

BP), o novo IPM contará com cursos de graduação e pós-graduação lato-sensu e já teve suas aulas iniciadas no dia 8 de fevereiro.

O vice-presidente do Supremo Concílio da IPB e pastor efetivo da IP do Rio de Janeiro, rev. Guilhermino Cunha, crê que a chegada do Instituto na cidade significa a obediência às decisões do Supremo Concílio da Igreja, ou seja, expandir a marca do Mackenzie e a qualidade do ensino da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). O reverendo com-pleta sua afirmação base-ando-se em textos do novo Testamento, dos Atos dos Apóstolos e na história da

Igreja. O processo decisório de

implantação do Mackenzie no Rio de Janeiro surgiu com a decisão da Comissão Executiva-SC, homologada pelo Plenário do Supremo Concílio, somados a todas as decisões do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie e da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Apesar de os cursos de graduação estarem presentes no Rio de Janeiro só neste ano, a pós-graduação já estava naquela cidade desde 2001.

GRATIDÃOO culto de gratidão a Deus

teve como pregador o presi-dente do Supremo Concílio,

rev. Roberto Brasileiro, e con-tou com autoridades do IPM, entre eles o presidente do Conselho Deliberativo, presb. Adilson Vieira e o diretor-presidente da Administração Geral do Instituto, rev. Marcos Lins, que compôs o púlpito e fez a oração pas-toral. Representando a IPB, estavam presentes mem-bros da mesa do Supremo Concílio, o presidente e o vice-presidente e o tesoureiro da Igreja, presb. José Renato Piragibe. Estiveram presen-tes também os presidentes de quatro sínodos do estado do Rio de Janeiro, além de auto-ridades do IBC, da Academia Evangélica de Letras e a presidente da Confederação

Nacional das SAFs, Anita Eloísa Chagas.

O rev. Roberto Brasileiro pregou sobre gratidão, toman-do como base o Salmo 145. As palavras do pastor apli-caram-se, especialmente, à filosofia educacional da IPB que tem por base a Bíblia e os valores cristãos da boa ética e da cultura, a busca permanente pela excelência e a qualidade no ensino.

O Conselho da IP do Rio de Janeiro ofereceu ao Instituto Presbiteriano Mackenzie uma placa que representa um Memorial Histórico pela chegada da instituição àquela cidade. No Memorial consta-vam frases de boas vindas e gratidão.

IP do Rio de Janeiro realiza culto de gratidão a Deus pela implantação do Instituto Presbiteriano Mackenzie.

Rio de Janeiro comemora chegada do Mackenzie

N

Educação

Martha de Augustinis

Estimado irmão em Cristo.

Por ordem do senhor Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, Rev. Roberto Brasileiro Silva, venho por meio desta convocar a reunião da Comissão Executiva do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, que se reunirá no mês de março/2006, dos dias 20 à 25. A reunião se dará nas dependências da Universidade Presbiteriana Mackenzie, à Rua Itambé, São Paulo – Capital, iniciando com almoço no restaurante do Campus às 12h e 30min. do dia 20 de março de 2006.

Os irmãos presidentes de sínodos terão as suas despesas ressarcidas da seguinte forma:

a) Os presidentes que residem em distância

superior a 500Km, via aérea.

b) Os presidentes que residem em distância inferior a 500Km, via terrestre.

As passagens aéreas serão adquiridas pela Tesouraria do Supremo Concílio e remetidas aos irmãos presidentes com a devida antece-dência.As despesas dos representantes das Juntas

e Autarquias correrão por conta das entidades que representam.Para qualquer outro esclarecimento quanto a

hospedagem, transporte e ressarcimento, soli-citamos entrar em contato com a Tesouraria do SC/IPB através do telefone (28) 3522-6488.

Lembramos que a documentação a ser enca-minhada a esta Comissão Executiva teve seu

prazo máximo encerrado no dia 20 de feverei-ro, contando com o carimbo postal. Todos os documentos que não foram remetidos dentro do prazo, não serão considerados nesta reu-nião. Lembramos ainda que toda a documen-tação oriunda dos Concílios deve ser tramitada via Sínodo.

Rogamos as mais ricas bênçãos de Deus sobre o amado irmão, esperando vê-lo em breve, sublinhamos os nosso respeito e consi-deração em Cristo.

Seu irmão e conservo.

Rev. Ludgero Bonilha MoraisSecretário Executivo do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil

Igreja Presbiteriana do BrasilSecretaria Executiva

Belo Horizonte, 02 de dezembro de 2005.

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Brasil PRESBITERIANO20 Março de 2006

nfrentar os desafios de uma sociedade, seus problemas e

complicações, é uma das tarefas que tanto chamam a atenção no atual cenário mundial e local. O Brasil, país classificado como sub-desenvolvido, possui difi-culdades e obstáculos que impedem o seu crescimen-to. A fome não foi erradi-cada, as desigualdades são profundas, além da pobre-za, violência, desemprego e tantos outros entraves sociais que se reproduzem dia após dia.Diante desTe ciclo vicio-

so, vários movimen-tos e organizações criam ou apóiam projetos que tenham impacto direto na melhoria das condições de vida da população brasi-leira. E é nesse contexto de responsabilidade social que se insere o Conselho de Ação Social (CAS) da IPB, atuando no combate à pobreza, auxílio à comple-mentação de renda, geração de empregos, erradicação do trabalho infantil, alfabe-tização e outros. O CAS não é uma pes-

soa jurídica, mas um órgão de assessoria do Supremo Concílio. É uma comissão que atua em parceria com a instituições de Ação Social da IPB devidamente cadas-tradas. O CAS realiza seu trabalho sobre quatro pila-res. O primeiro é fornecer assessoria para as entida-des, igrejas, presbitério,

sínodos etc. Em virtude das exigências do Novo Código Civil, muitas instituições tiveram de mudar e ainda estão mudando seus esta-tutos. “Em média, o CAS presta dez assessorias por mês para entidades de norte a sul do Brasil na reforma de seus estatutos, na ela-boração dos projetos e no planejamento da entidade”, acrescenta o rev. Marcos Serjo, presidente do CAS-IPB. O outro pilar é o da

fomentação. O objetivo é estimular e despertar igre-jas para a responsabilidade social. Para tanto, são pro-movidos fóruns regionais e encontros para um inter-câmbio de idéias, experiên-cias, debates de problemas e sugestões de respostas. Em 2005, foram realizados oito fóruns. Para 2006, o CAS pretende ampliar as edições. O fórum concentra-se

em um determinado local e reúne pastores, presbí-teros, diáconos e demais lideranças das igrejas da região. Enfatizam-se aspec-tos sobre o papel social da igreja e o que ela pode fazer à luz da teologia reformada e da história da IPB. Geralmente, o primei-ro fórum é sucedido por outro de caráter operacio-nal, aproximando a teoria à prática, ou seja, o que fazer e como fazer. “Nós não queremos o evangelho social, mas sim resgatar o social do evangelho”, enfa-tiza o presidente do CAS.

A partir de então, o CAS assume o papel de promo-ver parcerias para captação de recursos e capacitação entre as instituições e enti-dades ligadas à IPB, como por exemplo o Instituto Mackenzie, Diaconia, Visão Mundial e outros. Para tanto, o CAS está pro-movendo o cadastramento e recadastramento das ins-tituições, visando a criação de uma Rede de Entidades Sociais Presbiterianas. Como consequência,

pretende-se criar também a ANESP (Associação Nacional de Entidades Sociais Presbiterianas), que será inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Essa associação poderá intermediar os capi-tais e distribuir os recur-sos, ou seja, será um ponto de convergência da Rede. Além disso, ela pode-rá ter acesso ao Conselho Nacional de Ação Social do Governo Federal, par-ticipar das discussões de nível nacional e defender os interesses de suas enti-dades. O quarto pilar é um pro-

jeto desenvolvido pelo pró-pro CAS: Alfabetização que Transforma: Construindo Cidadania através da Alfabetização e Integração Social. De acordo com o rev. Marcos, o projeto está se transformando na “meni-na dos olhos” do Conselho, por meio da parceira com o AEI (Alfabetização e Evangelização Internaci-onal), com a Primeira IP de

Belo Horizonte (MG), com o IBEL (Instituto Bíblico Eduardo Lane) e com a Missão Servi. Esta última coloca em prática o plano de ensino e a propagação da Palavra de Deus. O rev. Marcos afirma que

o objetivo do plano é alfa-betizar e evangelizar três mil pessoas em três anos no semi-árido da Bahia (João Dourado, Wagner, Feira de Santana e Teixeira de Freitas) e no norte de Minas Gerais. Uma equipe de coordenadores é treina-da para capacitar profes-sores nos métodos e carti-lhas educativas da AEI.

DESAFIOApesar de existir trabalhos

brilhantes pelo país afora, muitos são desconhecidos pelo CAS. O cadastramen-to e recadastramento das entidades presbiterianas de ação social é de fundamen-tal importância para a cria-ção da Rede e da ANESP. Ter uma associação nacio-nal responsável pela política social trará grandes benefí-cios para as instituições. Mais informações sobre

cadastramento e recadastra-mento pelo telefone (11) 3255-7269 ou pelo e-mail [email protected]

Conselho de Ação Social da IPB: fazendo com amor para fazer diferençaConheça a IPB

Misericórdia em ação

ECaroline Santana

Rev. Marcos Serjo, presidente do CAS-IPB: um dos objetivos é alfabetizar e evangelizar três mil pessoas em três anos no semi-árido da Bahia