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Outubro de 2011 Já sabemos que o governo, por meio da Resolução 44/2011, propõe a divisão de nossas férias em dois períodos de 15 dias, em julho e ja- neiro. Posicionamo-nos contrários a esta política. Todavia, não aceitare- mos que a retirada desta resolução, signifique a entrega ao governo de outras reivindicações da categoria. O governo já aponta a possibi- lidade de recuo, entretanto, impondo condicionantes, ou seja, que a atri- buição seja em dezembro e que as aulas comecem no dia 1º de feverei- ro. Temos aí, no mínimo, dois pro- blemas: primeiro já perderíamos uma semana de recesso em fevereiro e, Negociação sim, mas com mobilização! Não queremos as nossas férias divididas! segundo, como ficariam as salas de aula abertas em janeiro? Os profes- sores que compuseram jornada em outra escola, ou que tiveram aulas atribuídas que não eram de seu inte- resse, poderão fazer nova opção em outro momento? Não vamos aceitar a política de “retirada do bode da sala” para que o governo possa implementar pro- postas ainda mais nefastas do que a divisão das férias, dentre elas: a) A manutenção da prova de mérito como critério de progressão funcional; b) A retirada “indireta” da apo- sentadoria especial, uma vez que a evolução por nível, (presente na Lei nº 1143/11), impede, sobretudo à mulher, de chegar ao último nível com 25 anos de carreira, só chega- rá com mais de 30 anos de magis- tério; c) O congelamento da discussão acerca do reajuste salarial de acor- do com a inflação; d) A não diminuição imediata da jornada de trabalho; e) A não diminuição do número de alunos por sala: máximo de 25 alunos. Fiquemos de olho: Negociação só com mobilização! Unidos pra Lutar defende: Unidos na Educação REPOSIÇÃO DAS PERDAS NÃO À DIVISÃO DAS FÉRIAS! DIMINUIÇÃO DA JORNADA ESTABILIDADE AOS OFAs

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Outubro de 2011

Já sabemos que o governo, pormeio da Resolução 44/2011, propõea divisão de nossas férias em doisperíodos de 15 dias, em julho e ja-neiro. Posicionamo-nos contrários aesta política. Todavia, não aceitare-mos que a retirada desta resolução,signifique a entrega ao governo deoutras reivindicações da categoria.

O governo já aponta a possibi-lidade de recuo, entretanto, impondocondicionantes, ou seja, que a atri-buição seja em dezembro e que asaulas comecem no dia 1º de feverei-ro. Temos aí, no mínimo, dois pro-blemas: primeiro já perderíamos umasemana de recesso em fevereiro e,

Negociação sim, mas com mobilização!Não queremos as nossas férias divididas!

segundo, como ficariam as salas deaula abertas em janeiro? Os profes-sores que compuseram jornada emoutra escola, ou que tiveram aulasatribuídas que não eram de seu inte-resse, poderão fazer nova opção emoutro momento?

Não vamos aceitar a política de

“retirada do bode da sala” para que

o governo possa implementar pro-

postas ainda mais nefastas do que

a divisão das férias, dentre elas:

a) A manutenção da prova de

mérito como critério de progressão

funcional;

b) A retirada “indireta” da apo-

sentadoria especial, uma vez que a

evolução por nível, (presente na Lei

nº 1143/11), impede, sobretudo à

mulher, de chegar ao último nível

com 25 anos de carreira, só chega-

rá com mais de 30 anos de magis-

tério;

c) O congelamento da discussão

acerca do reajuste salarial de acor-

do com a inflação;

d) A não diminuição imediata da

jornada de trabalho;

e) A não diminuição do número

de alunos por sala: máximo de 25

alunos.

Fiquemos de olho: Negociação

só com mobilização!

Unidos pra Lutar defende:

Unidos na Educação

REPOSIÇÃO

DAS PERDASNÃO À

DIVISÃO DAS

FÉRIAS!DIMINUIÇÃODA JORNADA

ESTABILIDADEAOS OFAs

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Secretaria da Educação gREINSTALA OS POLOS, A ENROLAÇÃO E

Unidos pra Lutar na Educação 02

Matriz Curricular do Ensino Médio,Educação em Tempo Integral e TrêsCiclos de Progressão Continuada:Remendos nos mesmos projetos daSEE!

Verificamos, por meio do debatenos polos sobre plano de carreira, queo governo não nos atendeu em nada!Ao contrário, mentiu quando afirmouque a divisão das férias foi umareivindicação dos professores nosreferidos polos. Vejamos o que foiprotocolado ao governo, no Polo 1(Diretoria de Ensino Centro, Centro-Oeste, Norte 1 e Norte 2), no dia 6 demaio de 2011, sobre as férias:“Garantia de férias de trinta dias noperíodo de janeiro e o recesso emjulho e dezembro, haja vista anatureza do trabalho docente.”

Dizemos e provamos! O governoblefa à categoria, à mídia e à populaçãoem geral. Diante dos argumentosfalaciosos do Secretário da Educação,inclusive expressos na própriaResolução 44, como acreditar que eleabriu “um novo” debate acerca de suaspropostas? Óbvio que não dá paraacreditar!

Em setembro, a SEE apresentou àrede três propostas de reorganização doensino no estado:

a) Remendo 1: Novas matrizescurriculares para o ensino médio

Tal proposta pretende instituirmatrizes curriculares diferenciadas aosalunos que cursam o 3º ano do EnsinoMédio. Neste ano, os alunos optariampor uma área de concentração de seusestudos (centradas numa das três áreasde conhecimento hoje vigorando em SãoPaulo: Códigos e Linguagens, Ciênciasda Natureza e Matemática e CiênciasHumanas) de acordo com os “seus”interesses. Isso jogaria um professorcontra o outro no interior das escolas,visto que as disciplinas de Matemática,Português e Inglês perderiam muitasaulas. Manteria o número absurdo deaulas que temos que ministrar, atribuindoao aluno irreais possibilidades de fazê-

lo com as condições educacionais quelhes são oferecidas. Na realidade, é umremendo do DAC (Disciplinas deApoio Curricular), uma tentativa deestabelecer a lógica dos cursinhos pré-vestibulares no interior da escolapública. Não estranhemos se,futuramente, não recebermos apostilasdo aluno com os logos do Sistema Angloou Etapa de Ensino. Seria cômico, nãofosse trágico.

b) Remendo 2: Alteração naprogressão continuada daaprendizagem no ensino fundamentalorganizado em três ciclos

Aqui verificamos o segundoremendo: o governo institui mais umciclo, agora três, com possibilidade dereprovação, ciclo I, até o 5º ano, cicloII, até o 7º ano e ciclo III até o 9º ano.

Esta medida é para responder aosíndices pífios das avaliaçõesinstitucionais, cujas causas estão naspróprias avaliações e condições daeducação e não nos professores ealunos. Também para responder àpressão dos pais, às críticas da grandemídia e do conhecido número de alunosque chegam ao ensino médio com sériosproblemas de aprendizagem, resultantes

da aplicação do sistema de progressãocontinuada no ensino fundamental.

Não somos defensores dachamada política de reprovação, cujosdécimos eram suficientes para manter oaluno retido, todavia, a política deprogressão continuada instituída pelogoverno tem um caráter irresponsável eserviu, ao longo de sua aplicação, paramaquiar os níveis degradantes quechegou a escola pública e justificar

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etaria da Educação ganha tempo: ENROLAÇÃO E A POLÍTICA DOS TRÊS REMENDOS

Unidos pra Lutar na Educação 03

A proposta de instituir 220 dias letivos veio da boca do atualMinistro da Educação, Fernando Haddad (PT). A principal alegaçãoé a “necessidade de aumentar o tempo de permanência dosestudantes na escola”. Chegou a dizer que o aluno no Brasil ficapouco tempo na escola. O ministro está desinformado ou usa demá-fé. A maioria dos países tem menos de 200 dias letivos. Dadosapresentados, inclusive por instituições da classe dominante,comprovam que aumentar os dias letivos não melhora a qualidadede ensino.

São as péssimas condições de trabalho as causas do caosna educação pública. Aumentar os dias letivos vai piorar a situaçãodos professores e não irá melhorar as condições de aprendizadodos estudantes. O senhor Haddad tem que lembrar que nãoestamos na Grécia Antiga, onde os professores eram escravos.Não ao aumento dos dias letivos!

22O DIAS LETIVOS É ESCRAVIDÃO !!!

Portanto, defendemos:a) Uma matriz curricular do ensino médio e fundamental, discutida pela categoria nas escolas eque tenha, como pressuposto, a redução da jornada de trabalho!

b) Redução dos alunos por sala de aula: quanto menor a idade do aluno, menor o número emsala, com o máximo de 25 no Ensino Médio. Assim, teremos condições de discutir progressão noprocesso de ensino-aprendizagem.

c) Escola de Tempo Integral, sem institucionalização irracional do estudante. Nosso aluno nãodeve ser objeto de depósito e dos interesses de lucro das ONGs e demais

instituições privadas. Estrutura material e humana para a realização deum trabalho sério nas escolas de tempo integral. Estrutura e

trabalhadores do setor público!

perante os organismos internacionaisque a educação no Brasil segue à riscao seu receituário.

A “nova” proposta, ou remendo,institui o PROJAI (Projeto deAceleração Intensiva), nos mesmosmoldes da antiga “Aceleração”, cujosalunos eram segregados em salas e emnada contribuiu para o seu avançopedagógico, mas, contribuiu,sobremaneira, para a redução de suaautoestima. Ademais, a atribuição deaulas será por “perfil” e, sabemos queesta forma de atribuição favorece todotipo de clientelismo e nepotismo nosistema público. Mantém, na proposta,

a mentira da recuperação contínua(quem consegue acompanhar os alunos,com a acuidade necessária, com onúmero que temos em sala?!) e arecuperação paralela, que jádemonstrou, ao longo de suaimplantação, que não contribuiu pararecuperar o conjunto de nossos alunos.

c) Remendo 3: Educação Integral:escola de tempo integral e aluno emtempo integral

Não bastassem os depósitos queo governo criou com a chamada Escolade Tempo Integral (ETI), cujas escolas

não dispunham sequer de material paraos estudantes e professores, o governoagora cria a figura do Aluno em TempoIntegral (ATI), o terceiro remendo. Ouseja, agora é o aluno que sairá da escolapara frequentar cursos em instituiçõesprivadas. Mais uma vez são os famososconvênios com a iniciativa privada. Ogoverno/SEE apresenta algumaspropostas de convênio, são eles: InstitutoAyrton Sena, Itaú Cultural, SEBRAE,Sistema “S”, dentre outros conhecidos.Mais uma vez: verba tem, mas para ainiciativa privada! A quem interessa taisconvênios? Aos alunos e professores,com certeza, não interessam!

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Unidos pra Lutar na Educação - 04

EXPEDIENTE: Publicação da UNIDOS pra Lutar - Textos: professores estaduais da UNIDOS. blog: http//unidospralutar.blogspot.com/ - e-mail: [email protected] - Correção/Edição/diagramação:Emerson José MTB:31.725 Manuel Alberto Iraola MTB: 58.611 - Impresso na Gráfica Imperial.

“Um olho no peixe e outro no gato”

CONTRA OS ATAQUES DO GOVERNO E EM DEFESA DA DEMOCRACIA NA APEOESP!

Oposição realiza ato vitorioso!!!Em resposta à ação

antidemocrática da direção majoritária daAPEOESP, Articulação Sindical, que naúltima assembleia da entidade, dia 02/09/11, não respeitou a decisão da cate-goria que votou para que se realizasseuma nova assembleia em 07/10 em con-tinuidade da campanha contra aprecarização do emprego, por reajustereal de salários, contra a reforma doensino médio e por uma carreira queatenda as reivindicações dos professo-res, todos os setores de Oposição con-vocaram um Ato Público em frente àsecretaria estadual de educação, exa-tamente na data votada pela categoria,que juntou mais de 300 militantes.

Além disso, foram coletadas 18mil assinaturas por meio de abaixo-as-sinados coletados entre os professo-res de todo o Estado e uma comissãofoi recebida pela assessoria do secre-tário que estava no interior.

A Unidos pra Lutar participou ativa-mente do ato, com sua militância de váriassubsedes da capital, grande São Paulo edo interior do Estado. Pela Unidos falarama companheira Silvana, conselheira esta-dual, que destacou a luta que a nossa cor-rente sindical e as oposições têm contra aburocratização, além da necessidade da

conquista das nossas reivindicações naslutas e nas ruas! O companheiro Severino,diretor estadual, destacou a nossa lutacontra a precarização do emprego e anecessidade de não recuarmos em nos-sas reivindicações.

Destacou a necessidade da unifi-cação das lutas de várias categorias além

de lembrar o ascenso das lutasno mundo, desde os ventos re-volucionários da África, pela lutados gregos e os indignados daEspanha, e das recentes mobi-lizações no centro do capital im-perialista em Wall Street (EUA).

O ato se constituiu numimportante polo de resistência,serviu para unificar os setoresde oposição, para denunciar afalta de democracia interna naAPEOESP, além de armar a ca-tegoria para os próximosenfrentamentos que teremos.

Governo ataca, Diretoria da APEOESP (chapa 1) vacila!Desde setembro, a diretoria da APEOESP tem se reunido com o go-

verno para negociar. Como sabemos que quem está nestas “mesas de nego-ciação” são os representantes do setor majoritário da APEOESP (Chapa 1),precisamos ficar com “um olho no peixe e outro no gato”, pois estes foramos mesmos que sabotaram a nossa assembleia estadual do dia 2 de setem-bro, não declarando que a proposta da oposição havia sido vencedora, quetentam nos vender “gato por lebre” quando sai “alguma migalhinha” das

mesas de negociação, quedefendem as avaliaçõesinstitucionais do sistemaeducacional (visto que nãoprecisam fazê-las), que nãosão consequentes na defesada evolução por tempo de

serviço, que podem ser coniven-tes com a política de “do bodena sala”, ajudando o governo emsua retirada, passando uma bor-rifada de “Bom ar” na sala paraesconder o mau cheiro dos acor-dos.

Afinal, sindicato fantochenão serve de nada!!!

Portanto, fiquemos atentos!

Na defesa inconteste de:

- Um plano de carreira aberta;

- Reajuste imediato de salário com in-

corporação das gratificações e reposi-

ção da inflação;

- Paridade entre ativos e aposentados;

- Evolução direta por tempo de serviço;

- Fim da Prova de Mérito;

- Diminuição imediata da Jornada de

Trabalho;

- Redução do número de alunos por sala;

- Concurso público classificatório;

- Estabilidade aos OFAs;

- Fim da divisão dos OFAs em catego-

rias: somos todos professores!

- Atribuição de aulas/classe centralizada;

- Afastamento remunerado para estudo.

Contatos: Silvana/Lapa (11) 8961-9069 Marcos/Lapa (11) 8684-0543 Anita/Avaré(14) 9721-9133, Severino/Sto Amaro (11) 61297264, Luiz/Taboão da Serra (11)9702-0297, Suzete/Jacareí (12) 9703-1575, Julieta /São Carlos (16) 9111-0026.