Bioma

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BIOMA 1. INTRODUÇÃO Bioma é um conjunto de diferentes ecossistemas, que possuem certo nível de homogeneidade. São as comunidades biológicas, ou seja, as populações de organismos da fauna e da flora interagindo entre si e interagindo também com o ambiente físico chamado biótopo. O termo "Bioma" (bios, vida, e oma, massa ou grupo) foi utilizado pela primeira vez em 1943 por Frederic Edward Clements definindo-o como uma unidade biológica ou espaço geográfico cujas características específicas são definidas pelo macroclima, a fitofisionomia, o solo e a altitude. Podem, em alguns casos, serem caracterizados de acordo com a existência ou não de fogo natural. Segundo ele a definição para bioma seria, “comunidade de plantas e animais, geralmente de uma mesma formação, comunidade biótica”. Não existe consenso sobre quantos biomas existem no mundo. Isso porque a definição de bioma varia de autor para autor. Mas, em geral, são citados 11 tipos de biomas diferentes que costumam variar de acordo com a faixa climática. Por exemplo, o bioma de floresta tropical no Brasil é semelhante a um bioma de floresta tropical na África devido a ambos os locais se situarem na mesma faixa climática. Isso significa que as fitofisionomia, o clima, o solo e a altitude dos dois locais é semelhante, muito embora possam existir espécies em um local que não existem no outro. Em outras palavras, um bioma é formado por todos os seres vivos de uma determinada região, cuja vegetação tem bastante similaridade e continuidade, com um clima mais ou menos uniforme, tendo uma história comum em sua formação. Por isso tudo sua diversidade biológica também é muito parecida.

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BIOMA

1. INTRODUÇÃO

Bioma é um conjunto de diferentes ecossistemas, que possuem certo nível de homogeneidade. São as comunidades biológicas, ou seja, as populações de organismos da fauna e da flora interagindo entre si e interagindo também com o ambiente físico chamado biótopo.

O termo "Bioma" (bios, vida, e oma, massa ou grupo) foi utilizado pela primeira vez em 1943 por Frederic Edward Clements definindo-o como uma unidade biológica ou espaço geográfico cujas características específicas são definidas pelo macroclima, a fitofisionomia, o solo e a altitude. Podem, em alguns casos, serem caracterizados de acordo com a existência ou não de fogo natural. Segundo ele a definição para bioma seria, “comunidade de plantas e animais, geralmente de uma mesma formação, comunidade biótica”.

Não existe consenso sobre quantos biomas existem no mundo. Isso porque a definição de bioma varia de autor para autor. Mas, em geral, são citados 11 tipos de biomas diferentes que costumam variar de acordo com a faixa climática. Por exemplo, o bioma de floresta tropical no Brasil é semelhante a um bioma de floresta tropical na África devido a ambos os locais se situarem na mesma faixa climática. Isso significa que as fitofisionomia, o clima, o solo e a altitude dos dois locais é semelhante, muito embora possam existir espécies em um local que não existem no outro.

Em outras palavras, um bioma é formado por todos os seres vivos de uma determinada região, cuja vegetação tem bastante similaridade e continuidade, com um clima mais ou menos uniforme, tendo uma história comum em sua formação. Por isso tudo sua diversidade biológica também é muito parecida.

Os biomas são: florestas tropicais úmidas, tundras, desertos árticos, florestas pluviais, subtropicais ou temperadas, bioma mediterrâneo, prados tropicais ou savanas, florestas temperadas de coníferas, desertos quentes, prados temperados, florestas tropicais secas e desertos frios. Existem ainda, os sistemas mistos que combinam características de dois ou mais biomas.

Os biomas podem, ainda, ser divididos em biomas aquáticos do qual fazem parte a plataforma continental, recifes de coral, zonas oceânicas, praias e dunas; e biomas terrestres. Os biomas terrestres são constituídos por basicamente três grupos de seres: os produtores (vegetais), os consumidores (animais) e os decompositores (fungos, bactérias).

É comum a confusão do termo bioma com o termo biota. Porém, biota designa a parte viva de um ecossistema. Não considerando, portanto, características como o clima que fazem parte de uma classificação mais abrangente (bioma).

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Uma classificação básica distingue entre biomas aquáticos e biomas terrestres. Biomas terrestres podem ser distinguidos conforme os seguintes critérios: • tipo de vegetação (deserto, campo / pradaria, matagal / savana ou floresta). • latitude (tropico, temperado quente e frio ou  polar) e altitude.•clima (úmido, semi-úmido, árido, semi-árido,  continental ou marítimo) e solos,• historia geológica.

A pesar de todas as tentativas de padronizar internacionalmente a classificação dos biomas, eles muitas vezes recebem nomes locais. O bioma dos campos sulinos, por exemplo, está conhecido popularmente como estepe na Ásia central, savana ou veld em África do Sul prairie em América do Norte, pampa em América do Sul e outback em Austrália. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Brasil divide-se nos seguintes 6 biomas terrestre: Mata Atlântica, Amazônia, Pantanal, Cerrado, Caatinga e Pampa. E um Bioma Marinho que se situa sobre a "Zona Marinha do Brasil" e apresenta diversos ecossistemas.

2. BIOMAS TERRESTRES

Um mesmo bioma terrestre pode ser encontrado em diferentes continentes, apresentando variações na fauna e na vegetação.Os grandes biomas terrestres do planeta são:

2.1 TUNDRA

Localização e clima: zonas próximas ao polo Norte; temperaturas muito baixas durante todo o ano.

Vegetação: musgos, liquens e algumas ervas e arbustos com raízes pouco profundas (pois o solo permanece congelado a maior parte do ano). No verão, com o degelo, aparecem charcos e prados com plantas anuais.

Fauna: bois almiscarados, renas, alces, raposas, lebres, perdizes da neve e roedores (como os lemingues).

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2.2 TAIGA (floresta de coníferas)

Localização e clima: zonas de clima temperado a frio, com invernos frios e verões temperados e úmidos. Solo raso e pedregoso.

Vegetação: a floresta é formada por coníferas (pinheiros, abetos, cedros), árvores com folhas em forma de agulha, adaptadas às baixas temperaturas invernais.

Fauna: ursos, alces, lobos, esquilos, lebres e raposas.

2.3 FLORESTA TEMPERADA

Localização e clima: regiões com solo fértil e clima chuvoso, com verões de temperaturas amenas e invernos frios, porém menos intensos do que no caso da taiga.

Vegetação: predominam as árvores caducifólias, como as faias, os carvalhos, os álamos e os castanheiros. Entre elas crescem arbustos, como a amoreira silvestre.

Fauna: ursos, cervos, lobos, javalis, roedores. No inverno, a floresta muda drasticamente: as plantas perdem suas folhas, as aves emigram para zonas mais quentes, os répteis interrompem sua atividade e os ursos hibernam.

2.4 BOSQUE MEDITERRÂNEO

Localização e clima: zonas de invernos frios, porém suaves, e verões quentes, com precipitações escassas.

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Vegetação: árvores de pequeno porte (azinheira, sobreiro), arbustos e plantas herbáceas, muitas delas aromáticas (tomilho, alecrim, alfazema).

Fauna. Lagartos, coelhos, lebres, linces, raposas.

2.5 PRADARIAS E ESTEPES

Localização e clima: ocupam amplas zonas do interior dos continentes. Clima temperado e precipitações variáveis.

Vegetação: as plantas predominantes são as gramíneas, embora existam algumas árvores e arbustos dispersos.

Fauna: nas pradarias norte-americanas, bisões e marmotas. Nas estepes euro-asiáticas, o chacal, o camelo, muitas aves e roedores.

2.6 SAVANA

Localização e clima: formação típica do continente africano, embora haja equivalentes na América e na Ásia. Ocorre nas zonas tropicais, quentes, com duas estações bem definidas: uma chuvosa (curta) e outra seca.

Vegetação: predominam as gramíneas de grande porte, mas ocorrem também árvores (baobás e acácias) e arbustos dispersos.

Fauna: zebras, gazelas, gnus, leões, hienas, búfalos, elefantes.

2.7 DESERTO

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Localização e clima: em zonas com precipitação muito escassa e temperaturas elevadas, com grandes variações entre o dia e a noite.

Vegetação: escassa e adaptada à insuficiência de água. Destacam-se os cactos (América) e as palmeiras (África e Ásia), além de gramíneas e arbustos típicos desse bioma.

Fauna: coiote, puma, cascavel (Américas); chacal, dromedário (África, Ásia).

2.8 FLORESTA TROPICAL

Localização e clima: regiões próximas à linha do Equador. Clima úmido e quente, chuvas abundantes, estações mal definidas.

Vegetação: muito densa e rica em espécies. Árvores perenifólias, muitas delas de grande porte; sub-bosque com grande variedade de espécies de arbustos, epífitas e herbáceas.

Fauna: grande biodiversidade: macacos do Novo Mundo - como o sagüi e o mico-leão, bicho-preguiça, onça (América do Sul); gorila, chimpanzé, leopardo (África); orangotango e tigre (Ásia) etc.

3. BIOMA BRASILEIRO

O  Brasil possui enorme extensão territorial conforme tabela abaixo e apresenta climas e solos muito variados. Em função dessas características, há uma evidente diversidade de biomas, definidos, sobretudo pelo tipo de cobertura vegetal. É dono de uma das biodiversidades mais ricas do mundo, possui as maiores reservas de água doce e um terço das florestas tropicais que ainda restam. Estima-se que aqui está uma em cada 10 espécies de plantas ou animais existentes.

Biomas Continentais Brasileiros Área Aproximada (km²) Área / Total Brasil

Bioma AMAZÔNIA 4.196.943 49,29%

Bioma CERRADO 2.036.448 23,92%

Bioma MATA ATLÂNTICA 1.110.182 13,04%

Bioma CAATINGA 844.453 9,92%

Bioma PAMPA 176.496 2,07%

Bioma PANTANAL 150.355 1,76%

Área Total Brasil 8.514.877 100%

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Fonte: http://www.ibge.com.br/home/presidencia

3.1 AMAZÔNIA

“Pulmão do Mundo”, “Planeta Água”, “Inferno Verde”, são alguns dos chavões mundialmente conhecidos a respeito da Amazônia. Está sempre em evidência em qualquer ponto da aldeia globalizada. Interessa a todos. Uma das últimas regiões do planeta que ainda seduzem pela exuberância de uma natureza primitiva, hoje absolutamente ameaçada por sua devastação.

A Amazônia guarda a maior diversidade biológica do planeta – região mega-diversa - e escoa 20% de toda água doce da face da Terra. Seu início se deu há 12 milhões de anos atrás, quando os Andes se elevaram e fecharam a saída das águas para o Pacífico. Formou-se um fantástico Pantanal, quase um mar de água doce, coberto só por águas. Depois, com tantos sedimentos, a crosta terrestre tornou emergir e, aos poucos, formou-se o que é hoje a Amazônia.

A Amazônia ocupa 4.196.943 km², cerca de 49,29% do território brasileiro. Ocupa a totalidade de cinco unidades da federação (Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima), grande parte de Rondônia (98,8%), mais da metade de Mato Grosso (54%), além de parte de Maranhão (34%) e Tocantins (9%). A área desmatada da Amazônia já atinge 16,3% de sua totalidade.

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Hoje cerca de 17 milhões de brasileiros vivem no bioma Amazônia, sendo que cerca de 70% no meio urbano.

3.2 CERRADO

Cerrado é o mais antigo bioma brasileiro. Fala-se que sua idade é de aproximadamente 65 milhões de anos. É tão velho que 70% de sua biomassa está dentro da terra. Por isso, se diz que é uma “floresta de cabeça prá baixo”. Por isso, para alguns especialistas, o Cerrado não permite qualquer revitalização. Uma vez devastado, devastado para sempre. Por isso, se diz que é uma “floresta de cabeça prá baixo”. Por isso, para alguns especialistas, o Cerrado não permite qualquer revitalização.Uma vez devastado, devastado para sempre.

O Cerrado é ainda a grande caixa d’água brasileira. É do Planalto Central que se alimentam bacias hidrográficas que correm para o sul, para o norte, para o oeste e para o leste.

O Cerrado guarda ainda uma fantástica biodiversidade, porém, 57% do Cerrado já foram totalmente devastados e a metade do que resta já está muito danificada. Sua devastação é muito veloz, chegando a três milhões de hectares por ano. Nesse ritmo, estima-se que em 30 anos já não existirá.

A partir da década de 70, sob o embalo do regime militar, essa foi a grande fronteira agrícola para criação de gado e depois para o plantio de soja. A devastação de sua cobertura vegetal está comprometendo suas nascentes, rios e riachos. Ao se eliminar a vegetação, também se está eliminando os mananciais. Um rio como o São Francisco tem 80% de suas águas com origem no Cerrado. Hoje se fala que é necessário uma moratória para se preservar o que resta do Cerrado.

O Bioma Cerrado ocupa 2.036.448 Km², ou seja, 23,92% do território brasileiro. Ocupa a totalidade do Distrito Federal, mais da metade dos estados de Goiás (97%), Maranhão (65%), Mato Grosso do Sul (61%), Minas Gerais (57%) e Tocantins (91%), além de porções de outros seis estados.

Sua população em 1991 era estimada em 12,1 milhões de habitantes.

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3.3 MATA ATLÂNTICA

Já foi a grande floresta costeira brasileira. Ia do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Em alguns lugares adentrava o continente, como no Paraná, onde ocupava 98% do território Paranaense.

Era também o mais rico bioma brasileiro em biodiversidade. Ainda é em termos de Km². Hoje é o mais devastado de nossos biomas. Restam aproximadamente 7% de sua cobertura vegetal. São manchas isoladas, muitas vezes sem comunicação entre si. Há quem fale em apenas 5%.

A Mata Atlântica é o exemplo mais contundente do modelo desenvolvimento predatório desse país. Foi ao longo dele que se saqueou o pau Brasil e depois se instalaram os canaviais, tantas outras monoculturas, além do complexo industrial. Quem vive onde já foi esse bioma muitas vezes nem conhece seus vestígios, tamanha sua devastação.

O Bioma Mata Atlântica ocupa 1.110.182 km², ou seja, 13,04% do território nacional. Cobre inteiramente três estados - Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina - e 98% do Paraná, além de porções de outras 11 unidades da federação.

Aproximadamente 70% da população brasileira vivem na área desse bioma, perto de 120 milhões de pessoas. Por mais precarizado que esteja, é desse bioma que essa população depende para beber água e ter um clima ainda ameno.

3.4 CAATINGA

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Há aproximadamente 260 milhões de anos, toda região onde hoje está o semi-árido foi fundo de mar, mas o bioma caatinga é muito recente. Há apenas dez mil anos atrás era uma imensa floresta tropical, como a Amazônia. Para conhecer bem esse bioma do semi-árido brasileiro, basta fazer uma visita ao Sítio Arqueológico da Serra da Capivara, no sul do Piauí. Ali estão os painéis rupestres, com desenhos de preguiças enormes, aves gigantescas, tigres-dente-de-sabre, cavalos selvagens e tantos outros. No Museu do Homem Americano estão muitos de seus fósseis. Com o fim da era glacial, há dez mil anos atrás, também acabou a floresta tropical. Ficou o que é hoje a nossa Caatinga.

A Caatinga ocupa oficialmente 844.453 Km² do território brasileiro. Hoje fala-se em mais de um milhão de Km² . Estende-se pela totalidade do estado do Ceará (100%) e mais de metade da Bahia (54%), da Paraíba (92%), de Pernambuco (83%), do Piauí (63%) e do Rio Grande do Norte (95%), quase metade de Alagoas (48%) e Sergipe (49%), além de pequenas porções de Minas Gerais (2%) e do Maranhão (1%).

A Caatinga é muito rica em biodiversidade, tanto vegetal quanto animal, sobretudo de insetos. É por isso que o sul do Piauí, por exemplo, é muito favorável à criação de abelhas.

Nos períodos sem chuva, cerca de 8 meses por ano, ela “adormece” e suas folhas caem. Depois, com a primeira chuva, ela como que ressuscita. É a essa lógica que seus habitantes têm que se adaptar. Portanto, aqueles que ainda acham essa região inviável, ou a têm como um deserto, demonstram um profundo desconhecimento da realidade brasileira.Cerca de 28 milhões de brasileiros habitam esse bioma, sendo que aproximadamente 38% vivem no meio rural. Essa população tem um dos piores IDHs de todo o planeta.

 

3.5 PAMPA

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O Pampa gaúcho é bastante diferente dos demais biomas brasileiros. Dominado por gramíneas, com poucas árvores, sempre foi considerado mais apropriado para a criação do gado. Entretanto, em 2004 foi reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente como um bioma. Na verdade, sua biodiversidade havia sido ignorada por quase trezentos anos.  Foi a porta de entrada para o gado através da região sul. A outra foi pelo vale do São Francisco, através dos currais de gado.

O único estado brasileiro com esse bioma é o Rio Grande do Sul. Ocupa 63% do território do Rio Grande. Ele também se estende pelo Uruguai e Argentina.

Agora o Pampa sofre uma ameaça muito mais grave: a introdução do monocultivo e Pinus e Eucaliptos. Mais uma vez, portanto, se propõe um tipo de desenvolvimento econômico inadequado às características de um bioma. 

3.6 PANTANAL

O Pantanal sugere animais, rios, peixes, matas e qualquer coisa ainda parecida com o Paraíso.É um bioma geologicamente novo. O leito do rio Paraguai ainda está em formação.  “O Pantanal é a maior planície inundável do mundo e apresenta uma das maiores concentrações de vida silvestre da Terra. Situado no coração da América do Sul, o Pantanal se estende pelo Brasil, Bolívia e Paraguai com uma área total de 210,000 km2. Aproximadamente 70% de sua extensão encontra-se em território brasileiro, nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”. (www.conservation.org.br/onde/pantanal/)

No Brasil o Pantanal ocupa 150.355 Km², ou seja, 1,76% do nosso território. Há opinião que 80% do Pantanal encontra-se bem conservado. Entretanto, as queimadas, a derrubada das árvores, o assoreamento dos rios ameaçam sua existência. As últimas reportagens de TVs falam da intensa evaporação de suas águas e o risco de tornar-se um deserto. O que mais ameaça e agride esse bioma são as pastagens, queimadas e as entradas do agronegócio. Foi para impedir projeto de cana no Pantanal que Anselmo deu sua vida. A forma como a criação de gado teria se adaptado ao ambiente seria uma das responsáveis. Entretanto, para outros, os problemas ambientais do Pantanal passa também pela criação de gado.

O desafio é manter suas características e também manter sua população em condições dignas de vida. O caminho do turismo é uma possibilidade real e também um perigo. A pesca esportiva predatória é um exemplo. “Pelo seu estado de conservação, sua rica biodiversidade

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e as particularidades de seu ecossistema, o Pantanal é considerado uma das 37 últimas Grandes Regiões Naturais da Terra”. (Idem)

O Baixo Pantanal tem uma população de 130 mil pessoas.

 

4 BIOMAS AQUÁTICOS OMAS AQUÁTICOS BIOMAS AQUÁTICOS

Lagos, rios e mares constituem os biomas aquáticos. Esses biomas podem ser de água doce ou salgada. Além disso, as águas paradas, como dos lagos e lagoas, são conhecidas como águas lênticas. Já as correntes, como no caso dos rios, são denominadas águas lóticas. Vamos conhecer melhor esses biomas aquáticos.

4.1 AMBIENTES LÊNTICOS

Os lagos são mais profundos e têm maior área que as lagoas. Vários fatores podem levar à formação dessas águas paradas. Uma lagoa pode se formar quando um canal se enche de água, ou em áreas de antigos cursos d'água, ou ainda, um canal de água pode sair à superfície em uma região de terreno que possua uma depressão. Uma geleira também pode derreter-se e criar uma depressão. Finalmente, o homem pode criar uma região com água parada.

Normalmente os lagos e lagoas apresentam três regiões distintas: uma região junto à margem, onde há grande incidência de luz e chegada de nutrientes

da orla. Boa para alimentação e reprodução (zona litoral); a região correspondente à parte central do lago, a "água aberta" onde chega a luz (zona

limnética); a zona profunda, que se localiza abaixo da zona limnética, onde a luz não chega.

As drenagens das áreas circundantes da lagoa trazem matérias orgânicas e nutrientes dissolvidos, permitindo o desenvolvimento de vários grupos de indivíduos produtores como pequenas algas suspensas (fitoplâncton), plantas, algumas algas aderidas às plantas e, no fundo, algas conhecidas como bênticas.

Os lagos e lagoas ainda são ocupados por vários tipos de consumidores como anfíbios adultos e suas larvas, crustáceos, larvas de peixes e insetos, pequenas criaturas herbívoras. Também são encontradas bactérias que não utilizam o oxigênio para realizar seu metabolismo (bactérias anaeróbicas), já que na zona profunda a luz é pouco disponível.

Pássaros, cágados e grandes predadores vão e vêm dos lagos e lagoas. O nível da água cai e se eleva naturalmente dentro de alguns limites ajudando a manter a diversidade do ecossistema aquático e prevenindo da concentração excessiva de nutrientes.

4.2 AMBIENTES LÓTICOS

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Os cursos d'água (rios e correntezas), desde a nascente até a foz, apresentam-se de formas muito diferentes. Na região inicial as águas são mais velozes e os leitos pouco profundos. No curso final as águas são mais lentas e os leitos menos profundos.

Na parte inicial há grande concentração de algas responsáveis pela fotossíntese e que absorvem os nutrientes provenientes de resíduos como pedaços de madeira, folhas, restos de seres vivos, etc. vindos da terra. As algas são consumidas por microorganismos. Muitos insetos de água doce passam a maior parte de suas vidas como larvas, na água. Alguns peixes que vivem nos rios reproduzem-se no mar (salmonete e enguias). Outros peixes saem do mar para reproduzir-se nos rios (salmão).

Existem muitos tipos de cursos de água: cursos de pântanos, de águas negras, que drenam terras úmidas que recebem

principalmente águas de chuva e que em geral têm águas brandas;

cursos montanhosos, com águas turbulentas as quais conseguem formar sedimentos finos. Quando as águas alcançam as terras baixas, sua velocidade diminui e os sedimentos se depositam, inundando regiões e possibilitando o crescimento de plantas de terras úmidas;

rios que drenam áreas de solo argiloso, que tendem a ser turvos e que contribuem com a fertilidade do solo local;

rios de mananciais, os quais recebem grandes quantidades de águas limpas que se infiltram na terra, podendo constituir cursos subterrâneos. Essas águas são claras e permitem a passagem de luz facilitando a realização da fotossíntese;

rios de maré, que correm para o mar e sofrem os efeitos das marés nas regiões mais baixas. Fluem lentamente quando a maré é alta e rapidamente quando a maré é baixa.

4.3 AMBIENTES MARINHOS

Podem ser divididos em: plataforma continental (recifes de coral e campos de águas marinhas); costões rochosos; zona oceânica.

Plataforma continental

A plataforma continental não é tão profunda quanto a zona oceânica. Desde a praia, o declive formado na plataforma continental é de até 200 m. Aqui aparecem muitos tipos de animais que vivem sobre e no fundo arenoso. Nessas regiões, milhares de plantas aquáticas

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microscópicas, o fitoplâncton, flutuam na água e realizam o processo fotossintético com grande intensidade.

Aí aparecem significativas correntes que são, em parte, originadas pelos rios. Uma considerável quantidade de alimento está disponível nas plataformas continentais, permitindo que nela existam peixes, caranguejos, lagostas, mariscos e muitos outros seres vivos.

É nessa região que, ao longo da costa (onde as temperaturas ficam acima de 20o C, as ondas e correntes são fortes), se desenvolvem os recifes de corais. Os recifes são formados por uma grande diversidade de plantas e animais que "constroem" uma formação calcária com seus esqueletos. Nos recifes, a fotossíntese é intensa. Há muita diversidade, ou seja, muitos tipos de indivíduos, porém pequenas populações de cada espécie.

Vários mariscos, esponjas e algas podem ser encontrados aí. Muitos animais utilizam o coral como fonte de alimento, como o peixe papagaio. Outros pequenos peixes, os pepinos do mar, grandes carnívoros como as moréias, barracudas e pequenos tubarões vivem em suas margens.

Também ao longo das costas, agora rochosas, onde as águas são frias e o as ondas são favoráveis, aparecem os campos de algas marinhas, onde a produção fotossintética também é grande. Nessas regiões aparecem muitos animais como peixes, lontras marinhas, moluscos (madrepérolas) e ouriços do mar.

Costões rochosos

Os costões rochosos localizam-se na zona entre-marés, onde o mar bate em superfícies duras, como rochas. Indivíduos que sobrevivem algum tempo fora da água e algum tempo dentro da água se fixam de alguma forma nessas formações. Esses seres vivos conseguem se utilizar de nutrientes arrastados pela maré. Alguns peixes predadores aparecem, quando a maré está alta.

Mar aberto

Conhecemos como zona oceânica, ou mar aberto, as massas de água salgadas que rodeiam os continentes a partir da região onde o fundo do mar cai drasticamente. Nas águas profundas, a quantidade de nutrientes varia de um local para o outro, sendo que a luz alcança no máximo 100m de profundidade. A salinidade é relativamente uniforme.

As correntes marítimas dirigidas pelos ventos que incidem na água são muito fortes. Em profundidades maiores existe uma contracorrente com águas do fundo, fazendo um intercâmbio de nutrientes nas diferentes regiões oceânicas.

A vida na área oceânica é dispersa e diversa. O fitoplâncton e os milhares de minúsculos animais que também flutuam na água (zooplâncton) formam o plâncton, que se move junto

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com as correntes que falamos anteriormente. Muitos animais maiores, incluindo peixes e mamíferos (como cetáceos), também se movem desde a superfície até o fundo em seu ciclo diário.

5 BIOMA MARINHO BRASILEIRO

O bioma marinho do Brasil situa-se sobre a "Zona Marinha do Brasil" e apresenta diversos ecossistemas.

A "Zona Marinha do Brasil" é o biótopo da Plataforma continental que apresenta largura variável, com cerca de 80 milhas náuticas, no Amapá, e 160 milhas náuticas, na foz do rio Amazonas, reduzindo-se para 20 a 30 milhas náuticas, na região Nordeste, onde é constituída, basicamente, por fundos irregulares, com formações de algas calcárias. A partir do Rio de Janeiro, na direção sul, a plataforma volta a se alargar, formando extensos fundos cobertos de areia e lama.

A Zona Costeira Brasileira é uma unidade territorial, definida em legislação para efeitos de gestão ambiental, que se estende por 17 estados e acomoda mais de 400 municípios distribuídos do norte equatorial ao sul temperado do País.

É um conceito geopolítico que não tem nenhuma relação com a classificação feita pela ecologia. A Zona Costeira Brasileira tem como aspectos distintivos em sua longa extensão através de diferentes biomas que chegam até o litoral, o bioma da Amazônia, o bioma da Caatinga e bioma da Mata Atlântica. Esses biomas com grande variedade de espécies e de ecossistemas, abrangem mais de 8.500 km de costa litorânea.

6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

FARIA; Camila Conceição; Bioma. Disponível em: http://www.infoescola.com/geografia/bioma/ Acesso:10/09/2010

TOWNSEND, Colin R.; BEGON, Michael; HARPER, John L. Tradução Leandro da Silva Duarte. Fundamentos em Ecologia. 3. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 576p.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Biomas_do_Brasil

ROCHA, Luiz Antonio Batista da – Eng. Civil - Biomas terrestres. Enciclopédia do Estudante – 01 Ecologia – pgs. 36 e 37.

http://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ecologia16.php