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& 108
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Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul
BENS SERVIÇOS
EmprEENdEdoriSmo Pivotar é alternativa
para melhorar resultados
Nicho O hábito do cafezinho e os bons
negócios que ele gera
EquipE Avaliação de desempenho para mobilizar equipes
gestão para Construir um mundo melhor
SuSt
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adE
mArie chAn, diretOrA dA effective brAnds, fAlA sObre Os desAfiOs dO marketingEntrevista
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Zildo de Marchi Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac
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Há algum temPo o teRmo sustentabili-dade começou a fazer parte do dia a dia das empresas e do discurso de seus gestores. Não seria novidade dizer que este é um tema sempre importante, e que deveria, inclusive, estar no cerne do universo empreendedor há muito mais tempo. Entretanto, somente ago-ra vemos práticas salutares e cotidianas que contribuem para a sustentabilidade – econô-mica, social e ambiental – de um negócio.
Foi necessário ao empreendedorismo com-preender que este é um conceito que abraça muito além do que diz respeito aos cuidados com o meio ambiente. Trata-se, na verdade, de prestar atenção no todo; no contexto em que a sustentabilidade está inserida. Se analisarmos o mercado atual, poderemos, felizmente, encontrar bons exemplos de empresas que investem na sustentabilidade como uma atitude que garante benefícios diretos e indiretos.
São práticas que trazem retorno positivo para a reputação da empresa de forma geral; para cada colaborador que ali traba-lha e, indiretamente, a todos que circulam diariamente próximo ao entorno do empre-
endimento. São lojas sustentáveis, fábricas de tecido que reutilizam retalhos e marcas que reciclam, entre outros inúmeros exem-plos. Vemos, também, iniciativa de líderes que veem na sustentabilidade mais que uma causa, veem um componente fundamental da base que sustenta um negócio, em espe-cial no mundo contemporâneo. É ir além da economia de água e luz, da substituição do papel branco pelo reciclável: é saber crescer de forma ampla. É avançar e manter-se atu-ante garantindo os bons frutos da susten-tabilidade no longo prazo e a todos os que formam uma empresa.
O Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac mantém seu compromisso com a susten-tabilidade por meio de campanhas, fóruns e programas como o Envolva-se, que une edução e desenvolvimento interpessoal e que, em 2013, foi responsável por receber e transformar 90 toneladas de resíduos em peças exclusivas. O que a sua empresa está fazendo para vivermos em uma sociedade melhor? A responsabilidade de cada um é crucial para que todos sejam beneficiados. Só assim poderemos, quem sabe um dia, viven-ciar o pleno desenvolvimento.
Desenvolvimento sustentável
especial / sustentabilidade
revista bens & serviços / 108 / abril 2014
sum
ário
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responsabilidade e
equilíbrio nas práticas
corporativas constroem
um ambiente sustentável
e responsável por gerar
resultados positivos
para a sociedade, para o
meio ambiente e para os
negócios
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nicHo
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reGiÕes
encantos da serra estimulam
oportunidades de negócios
e favorecem todo comércio
local do polo turístico
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entrevista
marie chan, diretora da
effective brands, avalia
o cenário cada vez mais
desafiador do marketing
cafeterias apostam no
charme e na diferenciação
para cativar e atrair mais
consumidores
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Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente
responsável da matéria-prima florestal.
Selo FSC
PubliCação mEnSal do SiStEma FEComérCio-rS FEdEração do ComérCio dE bEnS E dE SErviçoS do EStado do rio GrandE do Sulavenida alberto bins, 665 – 11º andar – Centro – Porto alegre/rS – brasil
CEP 90030-142 / Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]
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Presidente:Zildo de marchi
Vice-Presidentes: luiz Carlos bohn, ronaldo netto Sielichow, levino luiz Crestani, luiz antônio baptistella, Jorge ludwig Wagner, antônio trevisan,
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Gasparin, Joel vieira dadda, leonardo Ely Schreiner, leonides Freddi, luiz Caldas milano, moacyr Schukster, nelson lídio nunes, olmar João Pletsch,
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Suarez Cacheiro, Joarez miguel venço, ivo José Zaffari, Jaime Gründler Sobrinho, João Francisco micelli vieira
diretores: adair umberto mussoi, ary Costa de Souza, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio müller, Cladir olimpio bono, darci alves Pereira,
Edson luis da Cunha, Edison Elyr dos Santos, élvio renato ranzi, Francisco Squeff nora, Gabriel de oliveira Souto Jr., Gerson nunes lopes, Gerson
Jacques müller, Hélio berneira, Henrique José Gerhardt, isabel Cristina vidal ineu, Jamel Younes, Joel Carlos Köbe, Jorge Salvador, José nivaldo da rosa, Jovino antônio demari, liones oliveira bitencourt, luiz Carlos dallepiane, luiz Henrique Hartmann, marco aurélio Ferreira, marcos andré mallmann, marice
Fronchetti, milton Gomes ribeiro, Paulo roberto Kopschina, Paulo renato beck, rogério Fonseca, rui antônio dos Santos, Sérgio José abreu neves, Sueli lurdes
morandini marini, tien Fu liu, túlio luis barbosa de Souza, Walter Seewald, Zalmir Francisco Fava. diretores Suplentes: airton Floriani, alexandre Carvalho acosta, andré luis Kaercher Piccoli, antonio Clóvis Kappaun, arlindo marcos
barizon, Carmen Zoleike Flores inácio, Clobes Zucolotto, daniel miguelito de lima, dinah Knack, Eduardo vilela neves, Eider vieira Silveira, Ernesto
alberto Kochhann, Everton barth dos Santos, Francisco amaral, Gilberto José Cremonese, Gilmar tadeu bazanella, Hildo luiz Cossio, Janaína Kalata das
neves, Jair luiz Guadagnin, Jarbas luff Knorr, João antonio Harb Gobbo, Jorge alfredo dockhorn, José Joaquim Godinho Cordenonsi, José vilásio Figueiredo, José vagner martins nunes, Juares dos Santos martins, Jurema Pesente e Silva,
ladir nicheli, luiz alberto rigo, luiz Carlos brum, marcus luis rocha Farias, miguel Francisco Cieslik, Paulo Ganzer, ramão duarte de Souza Pereira, régis luiz Feldmann, ricardo Pedro Klein, romeu maurício benetti, Silvio Henrique
Frohlich, Susana Gladys Coward Fogliatto, valdir appelt
conselho Fiscaltitulares: rudolfo José müssnich, Erselino achylles Zottis e nelson Keiber Faleiro
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conselho editorial: Júlio ricardo andriguetto mottin, luiz Carlos bohn e Zildo de marchi
assessoria de comunicação: aline Guterres, Camila barth, Caroline Santos, Catiúcia ruas, Fernanda romagnoli, liziane de Castro, luana trevisol e
Simone barañano
coordenação editorial: Simone barañano
Produção e eXecução: temática Publicações
edição: Fernanda reche (mtb 9474)
cheFe de rePortagem: marina Schmidt
rePortagem: diego Paiva de Castro, luísa Kalil, marina Schmidt e rafael tourinho raymundo
colaboração: ana laura visentini, Edgar vasques, leodir Senger ePaola oliveira
edição de arte: Silvio ribeiro
diagramação: vanessa bratz e michelle marquetti
reVisão: Flávio dotti Cesa
imagem de caPa: Zmeel Photography/istockphotos
tiragem: 22,7 mil exemplares
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seção página
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Palavra do Presidente
Sobre / Estratégia
Notícias & Negócios
Gestão / Energia
10 Passos / Para eficiência logística
Opinião
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Especial / Sustentabilidade
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Sesc
Marketing
Senac
Empreendedorismo/ / Pivotar
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Nicho / Cafeterias
Monitor de Juros
Visão Política
Pelo mundo
Dica do mês
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EstratégiaQuando pensamos em estratégia, uma das
primeiras imagens Que vêm à mente é a de um
jogo de xadrez. talvez essa seja mesmo a melhor
analogia para o tema. afinal de contas, é na
escolha de cada passo Que se constrói a vitória
ou o fracasso. e é dessa mesma forma Que
traçamos QualQuer estratégia, onde cada passo
deve ser pensado para se chegar ao objetivo
“Estratégia é a diferença entre dois pontos, o ponto A e
ponto B, que é um estágio futuro projetado. É exatamente nesse
trajeto que é preciso escolher entre os caminhos disponíveis
aqueles que vão levar ao objetivo. Estratégia também é saber
dizer não. Depois da tomada de decisão é preciso ser seletivo
e desapegar de tudo aquilo que não faça parte da escolha
estratégica, para manter foco e prioridade, porque não é
possível fazer tudo ao mesmo tempo. A estratégia será assertiva
quando o plano ao longo da trajetória se mostra eficaz. É
claro que errar faz parte desse processo. Se
necessário, é preciso dar um passo para trás
ou escolher um plano B. A estratégia precisa
ser definida como um ímã para o alcance da
visão de futuro, mas as mudanças são, muitas
vezes, necessárias para chegar ao objetivo.”
EvErton CarstEn, consultor da ECR Consultoria
O lema da estratégia competitiva é ser diferente. Significa escolher, de forma deliberada, um conjunto diferente de atividades para
proporcionar um mix único de valores.”“
MiChaEl PortEr professor da Harvard Business School
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“ A maneira mais eficaz e decisiva para alcançar o objetivo é tomar, guardar e explorar a iniciativa. Estar na ofensiva coloca você no controle e força o oponente a reagir. Tomar a iniciativa é,
a princípio, um processo mental estratégico seguido por uma ação tática real. Quando agimos pri-meiro, preservamos a liberdade da ação. Se nosso oponente se mexe primeiro, nossa única opção pode ser a de reagir. ”
GErald a. MiChaElson, em Sun Tzu – A arte da guerra para gerentes
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notícias negócios&Ed
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Negociações salariais acima da iNflação O levantamento anual do Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Econômicos (Dieese) sobre negociações salariais em 2013 mostra que 86,9% das 671 negociações analisadas
obtiveram aumento acima da inflação.
AberturA de empresA em cinco diAso governo brasileiro vai encurtar o prazo para abertura e fechamento de empresas para até cinco dias. Atualmente, o prazo para abrir uma empresa pode chegar a seis meses. A proposta de mudança foi anunciada pela presidente Dilma Rousseff du-rante o 1º Fórum da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, realizado no início de abril, em Brasília. “Burocracia mata a inventividade, a liberdade de iniciativa”, afirmou a presidente. O processo de redução de prazos será iniciado pelas empresas optantes do Simples Nacional e deve gerar efeitos ainda neste ano.
estAdo mAntém nível médio de quAlidAde de vidAo RS atingiu seu maior nível em qualidade de vida, segun-do pesquisa da Fundação de Economia e Estatística (FEE). O Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese) esta-dual foi de 0,727 (em uma escala que vai de 0 a 1) em 2010 – o melhor desempenho registrado desde 2007, quando a média estava em 0,699. O avanço, todavia, ainda mantém os gaúchos no patamar intermediário. O aumento no nível de desenvolvimento do Estado foi puxado pela expansão da renda, que cresceu 6,1% no período. Para atingir um nível considerado alto (a partir de 0,800), contudo, será preciso avançar em educação, cuja média foi de 0,654 em 2010.
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espAço sindicAl
siNdilojas gravataí abre escola do varejo
A recém-criada Escola do Varejo Sindilojas
Gravataí oferece, durante todo o ano, 28 cursos
e palestras na sede e nas subsedes da Morada
do Vale e de Glorinha. Além disso, outros cursos e
formações serão oferecidos através de parceria
com o Sindicato dos Empregados no Comércio
de Gravataí (Sindec) e universidades da região.
Nova diretoria do siNdilojas Nordeste
gaúcho é empossada Ocorreu no dia 9 de
janeiro a solenidade que celebrou a posse da
nova diretoria do Sindilojas Nordeste Gaúcho.
O presidente eleito, empresário Celso Fontana,
presidirá a entidade na gestão 2014/2018
e inicia seu mandato com a proposta de
intensificar o trabalho realizado até o momento.
empresário marcio aguilar assume presi-
dêNcia do siNfac-rs O empresário Marcio
Aguilar estará à frente do Sindicato das Socie-
dades de Fomento Comercial – Factoring do
Estado do Rio Grande do Sul (Sinfac-RS) para a
gestão 2014-2018.
rating do brAsil é rebAixAdoa agência de classificação de riscos Standard & Poor’s (S&P) rebaixou a nota de crédito soberano do Brasil em março, de BBB para BBB-. A alteração sinaliza para desafios de crescimento da economia nacional. A reclassificação, no entanto, mantém a recomendação de investimentos no país. Acompanhando o desempenho brasileiro, 13 instituições financeiras do Brasil também tiveram a nota rebaixada pela S&P. A agência rebaixou de BBB para BBB- os ratings em escala global, em moeda local e estrangeira, do Bradesco, Banco do Brasil, Itaú BBA, Itaú Unibanco Holding, Citibank, HSBC Bank Brasil, Santander Brasil, Banco do Nordeste do Brasil, Sul América Companhia Nacional de Seguros e Allianz Global Corporate & Specialty Resseguros Brasil. A S&P não prevê novas quedas de rating tanto para o país quanto para instituições financeiras em curto espaço de tempo.
siNdilojas saNta maria participa de ação
em homeNagem às vítimas da boate Kiss O
Sindilojas foi um dos apoiadores da ação “San-
ta Maria Floresce”, promovida pelo Grupo de
Trabalho Ações por Santa Maria, criado depois
do incêndio na boate Kiss. A iniciativa levou os
lojistas a coloca-
rem nas vitrines e
portas ramalhete
de flores brancas
ou faixa branca.
nAcionAis
siNdilojas vale do taquari elege empresas
do atitudes veNcedoras O Sindilojas Vale do
Taquari iniciou a etapa de pesquisas do projeto
Atitudes Vencedoras. A pesquisa vai ouvir mora-
dores dos municípios
da região e premiará
as empresas mais
lembradas pelos
entrevistados.
empregador doméstico pode ser multado O
empregador de trabalhador doméstico que não assinar a
Carteira de Trabalho do empregado pode ser multado.
O valor estipulado pela lei é de um salário mínimo
(R$ 724, atualmente). A punição passa a valer
a partir de agosto deste ano.
comissão AprovA mudAnçAs no simples nAcionAlNo dia 8 de abril, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Sena-do aprovou projeto que trata da substituição tributária para os optan-tes do Simples Nacional. Os senadores concordaram em reduzir a lista de produtos sujeitos ao regime especial de tributação. A substituição tributária foi criada para simplificar a cobrança de tri-butos de setores que têm como característica produção concentrada e venda pulverizada, como bebida, cigarro e pneus. Contudo, quase todos os estados alargaram o regime para as micro e pequenas em-
presas, inclusive aquelas que estão no Simples Nacional. Na prática, houve aumento da carga tributária delas. A matéria seguirá para o plenário. Se for aprovado, o texto é encaminhado para apreciação da Câmara dos Deputados. Se a proposta virar lei, cerca de um milhão de micro e pequenas empresas serão beneficiadas.
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três perguntAs
Cezar Taurion, consultor
de novas tecnologias e
evangelista técnico, explica
o potencial dos dados e
como aproveitar a onda
do Big Data para ganhar
competitividade no mercado
cada vez mais concorrido.
como o Big Data pode melhorar resultados do
comércio? A grande vantagem competitiva do
comércio é criar um engajamento com os clientes.
Além das informações de compra, que dizem muito
sobre o consumidor, há ainda comentários que estão
nas mídias sociais sobre queixas e sobre o que o
cliente deixou de comprar. Se eu puder juntar tudo
isso, sei quem é meu cliente e do que ele gosta. O
Big Data permite conhecer melhor os consumidores
e identificar o potencial deles. Então, há um espaço
de vantagem competitiva, tornando possível, ainda,
fazer análises preditivas e identificar mudanças
de comportamento antes que o cliente deixe de
consumir seus produtos.
os empresários brasileiros já se deram coNta
desse poteNcial? Você encontra algumas redes,
principalmente as maiores, já com essa percepção,
mas com grande dificuldade de colocar isso
em prática, principalmente porque falta pessoal
qualificado. As médias têm, também, uma grande
oportunidade de usar a mesma tecnologia e
não precisam desenvolver um data center para
isso. Com a computação nas nuvens é possível
adotar soluções compatíveis com o potencial de
investimento dessas companhias.
por oNde essas empresas devem começar? O
primeiro passo é definir uma clara estratégia de como
usar essas informações. Tem que ter um processo do
que fazer com os dados e as opções de análises de
que as empresas dispõem. Ou seja, é necessário criar
uma estratégia de gestão da informação.
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/IBM
Bra
sil
notícias negócios&entrAves à exportAçãode acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os principais entraves às exportações para os empresários brasileiros são o câmbio pouco competitivo e a burocracia alfandegária e tributária. Perguntados sobre os principais problemas do setor, os empresários mencionaram a taxa de câmbio em 46,2% das vezes e a burocracia aduaneira em 44,3% das ocasiões. A burocracia tributária ficou em terceiro lugar, com 28,2% de menções. Foram citados, ainda, greves nos setores de movimentação e liberação de cargas, frete internacional, custo dos tributos e a necessidade de adequação de produtos e processos. Apenas 5,2% dos empresários ouvidos afirmaram que não enfrentam dificuldade para ampliar suas exportações.
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o/A
Br
goverNo prorroga prazos do esocial O
governo cedeu à pressão do empresariado e,
mais uma vez, prorrogou o prazo para adesão
ao eSocial, ambiente digital estruturado para
receber e encaminhar informações trabalhistas,
fiscais e previdenciárias a órgãos públicos, como
Ministério do Trabalho e Emprego, Receita Federal,
Caixa Econômica Federal e Previdência Social.
A obrigatoriedade de adequação atinge desde
empregadores domésticos e microempreendedores
a empresas de todos os portes. Com a mudança
no cronograma, a obrigatoriedade passa a valer a
partir de outubro, para empresas de lucro real, com
receita anual acima de R$ 78 milhões. A substituição
definitiva das atuais guias de recolhimento será feita
em janeiro de 2015, quando todas as
demais modalidades de empresas devem
ingressar no sistema.
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caNadá facilita eNtrada
de turistas O governo
canadense não exigirá
mais comprovações
financeiras para aprovar
o visto de pessoas que já
tenham viajado para o
país ou para os EUA nos
últimos 10 anos, desde que
tenham como comprovar
a viagem por meio de
passaporte e visto emitido
anteriormente.
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de conferir os vídeos com consultores sobre temas variados.
Rep
rod
uçã
o
tecnologiA contrA importAção irregulAr a Receita Federal do Brasil e a Empresa Brasileira de Correios (ECT) estão trabalhando em conjunto no desenvolvimento de um sistema informatizado de combate à importa-ção irregular de produtos pela internet. A ferramenta deve captar dados de remessas postais transformando-os em informações estratégicas para a fiscalização da Receita. A perspectiva é de que a nova tecnologia permita, também, que as pessoas possam regularizar automaticamente a compra de produto importado, pagando os impostos antecipadamente e evitando incidência de multas e taxações.
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Xcha
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brAsil é o pior pAís em retorno de tributos o Brasil figura mais uma vez na última posição do ranking de retorno de tributos à população. É a quinta vez que o país amarga o fim da relação, de acordo com estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Isso significa que o Brasil é o país que menos retorna serviços públicos de qualidade em relação a impostos, contribuições e taxas arrecadadas. A avaliação compara 30 países e apura o bem-estar da população, medido pelo Índice de Desen-volvimento Humano (IDH), em relação à carga tributária – proporção dos tributos sobre o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país). Os países vizinhos, Uruguai e Argentina, figuram em posições melhores e estão em 13º e 24º lugar, respectivamente. Os países que ocupam as melhores posições no ranking são Estados Uni-
dos, Austrália e Coreia do Sul, que mantêm a colocação obtida na última análise. A Bélgica passou do 25º para 8º, porque reduziu a carga tributária de 44% para 30% do PIB, sem prejudicar a qualidade dos serviços públicos. No Brasil, a carga tribu-tária correspondeu a 36,27% do PIB em 2012, segundo o IBPT. A carga tributária de 2013 só será divulgada no fim de 2014.
Rep
rod
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internet é fonte primáriA de informAção pArA metAde do brAsilpesquisa do Ibope apurou que 47% dos brasileiros acessam a internet para ler notícias em primeira mão. O percentual supera a média mundial – que é de 45%. O levantamento foi realizado com base em entrevistas com 20 mil pessoas nas regiões metropolitanas de Bra-sília, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. A pesquisa faz parte do estudo global O que motiva os consumidores do mundo, do Target Group Index. O instituto de pesquisas já havia apontado que o brasileiro passa mais tempo na internet do que assistindo televisão. Em média, são 3h39 contra 3h29, de segunda a sexta. No fim de semana, essa diferença é ainda maior.
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gestão
nível dos reservató-rios de hidrelétricas pelo país. Com isso, as concessioná-rias tiveram que recorrer a fontes mais caras de energia, acionando usinas térmicas. Trabalhando com custos mais altos, houve um rombo no setor elétrico, que levou o Go-verno Federal a conceder um empréstimo de R$ 11,2 bi-lhões a essas companhias.
O encargo extra para cobrir este valor deve ser repas-sado aos consumidores finais em 2015. Isso sem contar os esperados reajustes anuais, os quais toda distribuidora é autorizada a aplicar. Trocando em miúdos, a conta de luz ficará mais cara a partir do próximo ano.
Para um pequeno ou médio empreendimento, as des-pesas com energia são tão essenciais quanto onerosas. Não se pode fugir do custo fixo, uma vez que o consumo dos equipamentos sempre terá um valor mínimo, mas al-gumas medidas podem ser tomadas para diminuir o im-pacto do uso da eletricidade.
DesDe o início
O primeiro cuidado que toda empresa deve tomar é já na instalação. Dependendo do porte, a negociação com a concessionária pode variar. Estabelecimentos médios e grandes, independentemente do setor, têm acesso a três
A estiAgem dos últimos meses bAixou o
consumo de energia é um
custo considerável para
muitas empresas, ainda mais com os reajustes
anuais na conta. medidas práticas, algumas
pouco conhecidas, podem diminuir
as despesas no fim do mês
oPouPar e gastar
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Para evitar desperdícios, confira mais algumas dicas práticas:
A instalação de capacitores pode minimizar a chamada
energia reativa excedente, sujeita a cobranças.
o mesmo vale para a preferência por equipamentos de alta
eficiência energética, como os da classe A.
Alimentos quentes não devem ser armazenados em
refrigeradores, pois exigirão mais desses aparelhos.
As portas das geladeiras devem ficar abertas o menor tempo
possível, para evitar o aquecimento do interior.
Verifique se as borrachas vedam corretamente as portas
desses equipamentos.
Ambientes climatizados têm de permanecer com portas e
janelas fechadas, para evitar que o ar escape.
Acender e apagar as luzes com muita frequência diminui a
vida útil de lâmpadas fluorescentes.
Quando uma sala estiver vazia, mantenha as luzes
apagadas. deixe computadores ligados somente
quando necessário.
Análises termográficas, realizadas por empresas
especializadas, indicam se há fuga de energia em
algum ponto.
somente o necessáriotipos de tarifa: a convencional, a horossazonal azul ou a horossazonal verde. Essas últimas garantem variação do valor cobrado, conforme a hora do dia.
Hotéis, mercados, fábricas, hospitais e qualquer outro lugar que necessite da rede de alta tensão podem trabalhar com contratação por demanda. É preciso considerar o pico máximo de consumo. A partir daí, negocia-se a melhor mo-dalidade. Cabe ao empresário entender a estrutura de seu próprio negócio e calcular qual contrato será o vantajoso.
Paulo Milano, diretor da Siclo Consultoria em Energia, lembra que muitas pessoas não sabem interpretar a conta de luz. “Volta e meia alguns itens podem ser corrigidos”, alerta. Multas por consumo excedente e juros devido a atra-sos encarecem demais a fatura. É necessário entender como funciona a cobrança e, principalmente, pagar em dia.
na prática
No caso de empresas menores, a solução para baixar o valor do boleto é simplesmente poupar energia. Luciano de Almeida, diretor da consultoria Intratec, explica que o desperdício acontece por dois motivos: o estabelecimento não instala equipamentos de alta eficiência e os colabo-radores não são treinados para uma utilização adequada dos aparelhos.
Quando um velho ar-condicionado se torna obsoleto, procura-se trocá-lo por um modelo classe A – a classifica-ção indica melhor desempenho. O mesmo vale para refri-geradores e outros eletrodomésticos. Claro, tudo depende da importância do utensílio para o dia a dia. Para um escri-tório que tenha apenas um frigobar na copa, talvez o valor de um produto de alto padrão não compense a economia energética. Já num bar com muitas geladeiras, o investi-mento se paga, pois a conta fica mais enxuta.
A iluminação e a refrigeração dos ambientes são dois pontos bastante salientados pelos especialistas. Priori-zar a luz natural, sempre que possível, é o mais indicado. Lâmpadas de LED, embora mais caras, proporcionam boa luminosidade com baixo gasto energético; são a melhor alternativa às incandescentes, já em desuso no mercado, pois essas também emitem calor e exigem maior investi-mento em climatização. Para espaços internos, paredes em cores claras e películas nos vidros das janelas minimi-
zam o calor devido à incidência solar. A manutenção pe-riódica dos sistemas de condicionamento de ar também é indicada. Filtros sujos fazem as máquinas trabalharem a mais sem necessidade (confira no quadro mais sugestões para baixar o consumo).
Além de todas essas medidas, um fator básico e eficien-te é a conscientização das equipes. “É importante transmi-tir para os funcionários que todos têm que colaborar, que isso contribui para o sucesso da organização”, diz o diretor da Siclo. Campanhas internas para estimular hábitos cons-cientes são bem-vindas.
Trata-se de uma economia não só para a empresa. Um menor consumo energético favorece a sustentabilidade de toda a cadeia, especialmente em épocas como a atual, em que o apagão de energia é uma possibilidade iminente.
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Para eficiência logística
m logística cada caso é um caso. dependendo do produto e do negócio, as
soluções para melhorar processos são distintas, mas, de qualquer maneira,
há um ponto em comum: as operações logísticas sempre terão impacto no
crescimento da empresa ou na qualidade do serviço prestado
e
operaçõesestratégicas
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Visão de competitiVidade
Logística não é só o processo de transporte de produtos ou a gestão
de estoque. Logística é o que viabiliza o seu negócio. “A visão de que a
logística pode elevar a competitividade é muito importante”, argumenta
o professor da escola de Administração da Ufrgs Antônio Carlos Gastaud
Maçada, especializado em operações logísticas e tecnologia da
informação. O conselho valioso é encarar a logística como um diferencial.
estratégia é central
Para incorporar o conceito de competitividade na prática é
preciso colocar a logística como decisão estratégica. A dica é
relacionar processos logísticos com todas as etapas e processos,
internos e externos, buscando sempre soluções vinculadas ao
objetivo central.
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Faça escolhas coerentes
Atualmente, há empresas que prestam serviços logísticos para os mais
variados ramos. Maçada sugere que seja feita a avaliação sobre essa
escolha. em geral, empresas desenvolvem competências para atuar
em uma área específica, como vendas. Logística é uma competência
a mais. Ou a empresa desenvolve essa competência e controla suas
próprias operações ou contrata serviços especializados.
não olhe apenas custos
O professor da Ufrgs alerta para um dos erros mais comuns quando
se fala em logística: a visão voltada exclusivamente para os custos. “A
empresa observa apenas redução de custos e acaba optando por
um serviço que nem sempre será o melhor para os seus produtos”,
comenta. São escolhas como essas que acabam em produtos mal-
armazenados ou transportados sem o devido cuidado.
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obserVe a segurança
Outra boa razão para enxergar a logística além dos custos diz respeito
à própria segurança. É preciso investir em recursos e processos que
mitiguem não só a ocorrência de roubos, mas que garantam o transporte
adequado, primando para a conservação do produto. O risco de
transportar produtos perecíveis, por exemplo, precisa ser observado com
cuidado redobrado, atentando para o acondicionamento, sobretudo.
busque Flexibilidade
Para melhorar a logística é preciso, também, avaliar o ponto de
instalação do centro de distribuição ou da empresa. Sempre
que possível, o ideal é buscar posicionamento que facilite
o encaminhamento dos produtos ou que os aproxime de
clientes e parceiros.
Para eficiência logística10 passos
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dimensione seu estoque
Grandes depósitos são coisa do passado, salienta Maçada.
Atualmente, é desnecessário ter grandes espaços, já que os próprios
fornecedores se preparam para repor estoques com agilidade. Além de
reduzir gastos com armazenamento, soluções que privilegiem estoques
sucintos favorecem operações, mas é preciso analisar a disponibilidade
e prazo para repor produtos.
alie logística e atendimento ao cliente
Mais uma vez, Maçada destaca que logística é um diferencial. Basta
verificar que, nas compras online, as principais queixas são relacionadas
à entrega e não ao produto. Isso quer dizer que a empresa com melhor
logística ganha pontos. Portanto é importante buscar agilidade. Todas
as soluções para melhorar o atendimento na entrega, flexibilizando
horários para a entrega ao cliente, por exemplo, são válidas.
910
inVista em logística reVersa
A logística reversa é uma possibilidade que gera mais ganho do que custo.
Maçada destaca que muitas empresas já têm investido nessa opção. Na
entrega de um eletrodoméstico, por exemplo, caixas de papelão e plásticos
podem ser levados pela empresa para reciclagem. Além de o produto
voltar praticamente intacto, gerando ganho de matéria-prima, essa atitude
conquista o cliente. É uma aposta promissora, avalia o professor.
analise dados e inFormações
Para obter eficiência e bons resultados, é preciso analisar todos os
dados e informações possíveis. “A logística é baseada em muitas
informações. então, é preciso fazer uma ampla análise de tudo:
consumo de energia, transporte, armazenagem. enfim, trabalhar
com informação é o melhor modelo”, sustenta Maçada.
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Recentemente um amigo visitou o es-critório central de uma grande corporação nos Estados Unidos e me contou que viu nos corredores da empresa pequenos quadros que diziam: “Para nós, você é tão bom quanto o seu resultado do último trimestre”.
Quando ouvi isso fiquei assustado com tanta franqueza, para não dizer frieza, mas depois, analisando bem, concluí que é um excelente método de gestão: o da meritocracia.
Esse é um conceito do qual muito se fala e pouco se aplica. Isso ocorre, talvez, pela difi-culdade de apurar mérito ou valor agregado. Para alguém de origem saxã (alemães, ingle-ses, holandeses, etc.) é mais fácil entender do que para nós, latinos. Nossa cultura valoriza muito o relacionamento e itens que não têm a ver com resultados. É por isso que, muitas vezes, injustiças são cometidas nas empresas, onde nem sempre o mais competente ou o que produz mais resultados é o que ganha mais ou é promovido.
Empresas brasileiras seriam muito mais pro-dutivas se os salários pudessem ser variáveis e pagos de acordo com critérios de produti-vidade, diferentemente do que preconiza a CLT, um conjunto de leis atrasadas. A falta de interesse pelo resultado é grave e traz impor-tantes consequências. Quando comparamos a produtividade de um trabalhador brasi-
leiro com aquela apurada em outros países, constatamos que somos um dos países mais improdutivos do mundo.
Não podemos mudar as leis e a cultura, mas podemos iniciar a mudança dentro do nosso negócio. Não é tão complexo, veja:
1 – Tudo começa com a definição clara de metas. Todos devem saber aonde se quer chegar, o que será considerado sucesso.
2 – Criar indicadores de curto prazo, que mostrem o quão perto ou longe se está do objetivo.
3 – Definir uma política justa de premiação, que valorize as melhores performances.
4 – Informar constantemente ao avaliado sobre seu desempenho.
5 – Apurar sistematicamente e com frequên-cia os resultados.
6 – Premiar, celebrar e festejar o atingimento dos objetivos.
Conheço alguns exemplos, mas reconhe-ço que são raros os casos em que esse tipo de prática é bem aplicada. Se quisermos negócios eficientes e rentáveis, precisamos aprender a valorizar quem agrega valor.
Renato MaggieRiconsultor de negócios e palestrante
Valorizando quem agrega Valor
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| Marie Chan
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Você poderia nos contar um pouco sobre o projeto
marketing 2020? O Marketing 2020 é um estudo global. Mais que uma pesquisa, foi uma forma para nós conse-guirmos que mais de 10 mil profissionais de marketing ao redor do mundo começassem a pensar o que é preciso para vencer, no ano de 2020. Foi uma maneira de pensar sobre as tendências em marketing que estávamos vendo e começar a trabalhar com elas.
o que Vocês puderam identificar? Nós observamos diferentes pontos. Identificamos quais eram as grandes oportunidades que os profissionais viam para os próxi-mos anos, do ponto de vista do marketing, mas também os desafios que eles vêm enfrentando. Tentamos perceber
quais eram as similaridades e quais eram as caracterís-ticas organizacionais e de estrutura que separavam os vencedores dos perdedores.
como quais? No que se refere a marcas, percebemos que as empresas vencedoras tinham três pontos em comum. Tudo se baseia, sempre, numa grande ideia, em utilizar o big data – que toda grande empresa parece ter hoje em dia – e transformá-lo num grande insight. Depois, deve-se garantir que a empresa tenha um posicionamento com um propósito. Finalmente, deve-se pegar esse insight, o propósito da marca, e transformá-lo numa experiência relevante para os consumidores. Essas são as principais características, mas também percebemos como as com-
arie Chan é diretora da effeCtive Brands, Consultoria espeCializada em
marketing gloBal. durante passagem por porto alegre, quando partiCipou
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desafios enfrentados pelos profissionais da área ao redor do mundo
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panhias estão organizadas. Descobrimos que há diversos fa-tores que determinam a eficiência do marketing. Primeiro: se a empresa e seus colaboradores estão conectados de maneiras interdependentes – porque, enfim, é preciso ser colaborativo. Segundo, se as equipes são ou não são inspiradas pelas estra-tégias. Terceiro, se as empresas estão focadas nas priorida-des certas, se todos os funcionários sabem com clareza qual é seu papel, quais são suas responsabilidades, bem como o que o marketing faz ou não faz. Por último, se as empresas estão desenvolvendo aptidões, se estão equipando as pessoas para o sucesso no futuro. Se as respostas são positivas para todos esses fatores, tem-se uma empresa vencedora.
as estratégias de marketing Variam, dependendo do país?
Acho que há mais semelhanças que diferenças. Todos pare-cem enfrentar alguns dos mesmos desafios. Uma das ques-tões que vimos foi o excesso de informação: o que fazer com todo este volume de informação. Também percebemos de-safios internos. Dentro das organizações, todos estão meio que trabalhando em suas próprias tarefas. Equipes funcio-nais ainda estão isoladas, e romper com esse paradigma é um desafio. Do ponto de vista externo, na medida em que você desenvolve a comunicação e o marketing para seus clientes, como você garante que todos os pontos de conexão são consistentes? Não queremos dizer uma coisa aqui e ou-tra lá adiante. Um terceiro desafio é a preocupação quanto à privacidade. Quando você ouve falar de informações de cartão de crédito vazadas ou roubadas, isso é um problema
bem grande, pois ninguém quer tornar públicas suas infor-mações privadas. Outro desafio que vimos é que, como pro-fissionais de marketing nos dias de hoje, mesmo tendo as es-tratégias e a capacidade intelectual, como sabemos se ainda estamos atualizados? O cenário no qual trabalhamos mudou bastante e continua a evoluir e a tornar-se mais complexo. Então, como líderes dessas empresas, como saber o que é atual entre os consumidores neste momento?
com tantos desafios, como os empreendedores deVem
agir para alcançar o sucesso no marketing? Pode-se aprender com os vencedores, com os profissionais do mar- keting que apresentam um desempenho acima da média na tentativa de atingir o crescimento dos negócios. Acredito que seja necessário avaliar sua própria empresa e entender de que maneira ela se encaixa em cada um dos aspectos men-cionados anteriormente. Você tem um propósito naquilo que você faz? Você está utilizando o big data para transformá-lo em insights? Você está entregando uma experiência signifi-cativa e relevante para o consumidor? Internamente, você está organizado de uma forma que permita isso?
qual o papel das mídias sociais nas estratégias de marke-
ting das companhias? O marketing social foi identificado como uma das grandes oportunidades de hoje, mas, na mi-nha opinião, não se trata de uma divisão entre o marketing tradicional, as mídias sociais ou mesmo o marketing digital. É tudo uma experiência holística. É muito incorreto pensar
| Marie Chan
“É necessário avaliar sua própria empresa: você tem um propósito? Você está
entregando uma experiência significativa e relevante
para o consumidor?”
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que estamos fazendo marketing digital, pois a questão não é o aplicativo ou a nova plataforma tecnológica. Essas são fer-ramentas. Estamos fazendo marketing numa era digital. As bases do marketing permanecem inalteradas. É o ambiente no qual trabalhamos que está mudando, de fato.
as faculdades e os cursos de marketing estão acompa-
nhando as mudanças do mercado? Na verdade, os estu-dantes apresentam uma vantagem, porque, ao contrário de muitas pessoas que estão à frente dos negócios, eles são na-tivos digitais. Eles cresceram com isso, é natural para eles. No caso de alguns mercados, o público inclusive pulou dos computadores de mesa diretamente para os tablets, sem pas-sar pelos laptops. Os consumidores foram diretamente para as plataformas móveis, isso é parte do que eles são como in-divíduos. Assim, de certo modo, não se trata do que estamos ensinando para os alunos nas faculdades. Também penso que as gerações mais novas fazem as perguntas certas. Elas querem saber por que uma empresa faz o que faz, se há um propósito por trás de suas ações. Como colaboradoras des-sas companhias, essas pessoas querem saber que estão indo trabalhar num lugar legal, que a empresa apoia as causas nas quais elas acreditam, que tem valores, tem ética e que acredita na sustentabilidade. Tudo isso é muito natural para os mais jovens. Eles querem saber por quê. Acho que gera-ções mais velhas, quando estavam estudando, não ligavam para isso. Elas queriam saber se o salário da empresa seria suficiente para comprar um carro novo. As mentalidades
mudaram muito. As novas gerações querem saber como es-tão contribuindo para um bem maior.
mas, ainda assim, os cursos têm sua importância, certo?
Sim, as escolas existem para ensinar o básico, para desen-volver as aptidões que as empresas procuram. Porém, nós conversamos com executivos de várias companhias e per-guntamos a eles o que eles procuravam em sua próxima geração de líderes. Eles não estavam interessados em ha-bilidades técnicas, já que isso pode ser aprendido, mas em habilidades como liderança, inspiração, curiosidade, todas essas qualidades que eu acredito que sejam bem naturais para as novas gerações.
de que maneira o marketing contribui para o crescimento
de uma empresa? O marketing certamente não sobreviverá se for visto apenas como marketing, como o departamento que gasta muito dinheiro com anúncios e propaganda. O profis-sional de marketing precisa mostrar sua perspicácia para os negócios e sua capacidade de colaborar para o crescimento da empresa. Ele deve trabalhar em parceria com a diretoria, tomando decisões estratégicas que levem a resultados. Se ele é capaz de fazer isso, ele terá seu espaço.
e como mostrar aos empreendedores a importância do
marketing? Compreendendo o negócio – não apenas o mar-keting, mas também trabalhando de forma colaborativa com os outros setores, incluindo o financeiro, o de recursos hu-manos, o de tecnologia da informação, enfim, todas as áreas que constituem o negócio.
“O profissional de marketing precisa mostrar
sua perspicácia para os negócios e sua capacidade
de colaborar para o crescimento da empresa.”
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Gramado, canela e cidades
vizinhas apresenta um
mercado competitivo,
em que a diferenciação
torna-se essencial
Papontou Gramado como a terceira cidade
brasileira preferida pelos turistas do país. O município da Serra gaúcha fica atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, de acordo com a edição de 2014 do prêmio Travellers’ Choi-ce. De fato, eventos como o Natal Luz, a pascal Chocofest e o Festival de Cinema atraem um sem-número de visitantes. Fora, é claro, a temporada de inverno.
Mas não é apenas Gramado que se beneficia do turismo. Outras cidades da Região das Hortênsias também apresen-tam atrativos para quem vem de fora. A Catedral Nossa Se-nhora de Lourdes, mais conhecida como Catedral de Pedra, em Canela, é alvo fácil de olhos deslumbrados e câmeras fotográficas. Crianças e adultos se divertem tentando en-contrar a saída do Labirinto Verde, em Nova Petrópolis. As cachoeiras e trilhas de São Francisco de Paula, por sua vez,
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Hortênsias
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são um convite a quem quiser tanto tranquilidade quanto aventura. Ganham o setor hoteleiro, os restaurantes – que mesclam a cozinha contemporânea às tradições alemãs e italianas – e o comércio, como malharias e lojas de artesana-to. Porém, ainda que haja potencial para crescer, os custos altos e a concorrência podem ser um impeditivo. O segredo, segundo os empresários, é a diferenciação.
Cifras altas
Uma viagem com a família à Baviera, no sudeste da Ale-manha, despertou o interesse de Lúcio Neumann em comer-cializar um produto típico daquela região: os relógios. Era o final dos anos 1980 e havia dificuldade para importar merca-dorias ao Brasil. Com a abertura econômica, o projeto deslan-chou. Surgiu a Mil e Uma Artes, loja no centro de Gramado que vendia ímãs de geladeira, chaveiros e peças decorativas. Em 2007, tornou-se a Black Forest, em alusão à Floresta Negra germânica. “Vendo relógios cuco e importados do mundo in-teiro”, conta o comerciante.
A preferência por artigos de maior valor agregado tem fundamento: o público da loja é formado basicamente por turistas à procura de novidades, independentemente do preço. “Gramado é um shopping a céu aberto. Todos os lojis-tas querem ser diferentes – no interior da loja, na fachada, no jardim. Tudo o que é diferente é turístico”, argumenta Neumann. A contrapartida é que a cidade tem se tornado cada vez mais cara para novos investimentos. Redes de fora tomam o posto que empresas menores não conseguem bancar. A exceção são os comerciantes locais, estabelecidos quando o turismo não era tão intenso. “Quem já está na ci-dade cresce junto, vai no embalo.”
A Black Forest possui uma filial na vizinha Canela e ou-tra no parque gramadense Snowland. O empreendimento é um dos mais recentes chamarizes da região. Mediante uma entrada de R$ 79 por pessoa, os visitantes podem esquiar e brincar com neve artificial em qualquer mês do ano. Assim, a atração natural esperada pela maioria das famílias que so-
bem à serra não depende mais das épocas frias. O turismo permanece aquecido mesmo fora de temporada.
fora do Centro
À margem do luxo de Gramado, cidades como Nova Pe-trópolis tentam manter sua própria visibilidade. Na opinião do empresário Erico Fenner, o potencial turístico do muni-cípio ainda está nos primeiros passos. “É um local de passa-gem para quem vai a Gramado. Falta estrutura de hotelaria e de restaurantes”, acredita.
Ainda assim, Fenner percebe o crescimento dos bairros e o aumento de opções para a população. Proprietário da Ka-rine Modas, que trabalha com confecções femininas e mas-culinas para todas as idades, ele reconhece a necessidade de segmentar o negócio, algo exigido pelo próprio mercado. “Quando iniciamos, em 1979, existiam três lojas de vestuá-rio por aqui. Hoje, facilmente passam de cem.”
Os clientes da Karine Modas são na maioria locais. Con-tudo, há quem chegue de Caxias do Sul, Novo Hamburgo e até Porto Alegre para consumir num lugar mais tranquilo, com atendimento personalizado. “Os grandes centros são self service”, brinca o varejista.
Os planos por ora são focar mais em moda adulta ou na linha de roupas para festas. Questão de demanda, mas, principalmente, de diferenciação. Já expandir a empresa para localidades vizinhas é uma opção que foi cogitada no passado, mas está descartada. “Estamos satisfeitos com o que conseguimos.”
Turismo movimenta a cidade de Gramado
em todas as épocas do ano
leonid streliaev/divulgação-Prefeitura municipal de gramado
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equipes
meritocrata de gestão de pessoas: quem rende mais e melhor é reconhecido. As empresas que procuram estimular a produtividade entre seus colaboradores utilizam a ferramenta com frequência. Quando bem aplicada, ela conduz a melhorias contínuas de performance, promove a eficiência das equipes e estimula a retenção de talentos. A superação dos objetivos, verifica-da por metas quantitativas ou qualitativas, é recompensada com prêmios. A aplicação do sistema, todavia, exige matu-ridade administrativa: os líderes precisam saber dar o feed-back e ouvir críticas. A avaliação que não leva a resultados
desmotiva e não serve para nada.Nelson Bittencourt, diretor de Desenvolvi-
mento Humano da Associação Brasileira de Recur-sos Humanos (ABRH), frisa que o processo deve ser bem recebido pelos trabalhadores e tornar-se parte da cultura institucional. “O setor de RH pode descobrir qual é o viés do profissional na sua car-reira e suas maiores competências. Ficam aponta-dos os pontos fortes e fracos e ele pode aumen-tar seus ganhos, redirecionar suas ações, almejar promoções ou outras vantagens. O ganho elástico nem sempre é financeiro”, avisa. “Para a empre-sa, o importante é conhecer quem realmente faz a diferença, e promover o diálogo constante tanto entre o chão de loja ou fábrica e a gerência.”
Existem vários tipos de avaliações de de-sempenho, com indicadores variáveis confor-me o cargo que cada pessoa exerce. Se antes o processo só corria de cima para baixo (o líder avaliava o gerente, que avaliava o operacional),
A AvAliAção de desempenho é um instrumento
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instrumentos de gestão cada vez
mais utilizados por empresas que
valorizam a meritocracia. elas
podem alavancar o crescimento
profissional em qualquer ramo
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agora a performance pode ser avaliada em vários graus: dos 90 graus (gestor avalia colaborador) aos 360 graus (gestor avalia colaborador, que é avaliado por seus subordinados e por dois pares de mesmo nível hierárquico).
Cada empresa escolhe o seu modelo, de acordo com o ambiente interno. “O 360 graus é o menos praticado, pois é o que causa mais desconforto”, diz Bittencourt. De fato, o principal motivo para os casos em que o uso da ferra-menta não gerou consequência é o líder ter sido mal ava-liado. “Ele começa a omitir os resultados porque isso lhe favorece.” Outro erro clássico: não saber como tabular e utilizar as respostas. A falha na aplicação normalmente está nas pessoas, pelo despreparo. “O fruto não colhido na hora cai e apodrece no solo. Aconselho a implementação de projetos-piloto em determinados setores, com menos perturbação nas relações interpessoais”, orienta.
AlinhAmento de expectAtivAs
No Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, a ava-liação de desempenho ocorre anualmente desde 2010. Fo-ram definidas competências em três níveis: essenciais para todos os colaboradores, técnicas para colaboradores em cargos técnicos e de gestão para os cargos em nível de lide-rança. O funcionário realiza a autoavaliação, seu superior também o avalia e por último é realizado o consenso, por meio de reunião de feedback, bem como o plano de desen-volvimento individual.
Segundo a gerente de Desenvolvimento Humano, Ka-therine Saibel, é uma oportunidade de diálogo e alinha-mento de expectativas entre a instituição e o colaborador. Após quatro ciclos de aplicação da ferramenta, ela per-cebe que as avaliações têm gerado a cultura do feedback entre líderes e liderados, auxiliando as equipes a pensar em ações que contribuam no desenvolvimento profissio-nal. “O resultado não condiciona automaticamente a uma promoção, premiação ou desligamento, mas pode ser uma oportunidade de construção de carreira no hospital.”
motoristA show
Na Viação Ouro e Prata, o programa Motorista Show avalia o desempenho dos 400 profissionais desta área na
companhia e, desde 2005, premia quem se destaca. São considerados itens como tratamento dado aos passageiros, cuidados com a bagagem, nenhuma ocorrência de trânsito, bem como o cuidado com o veículo. Há sorteios mensais de 12 prêmios (TVs, computadores, câmeras digitais e crédi-tos em dinheiro, entre outros), além de um grande prêmio de até R$ 10 mil no final do ano. As cerimônias envolvem a participação de diretores e gerentes, além de familiares dos concorrentes.
A política trouxe excelentes resultados ao negócio, refletindo-se diretamente na qualidade dos serviços ofe-recidos. “O índice de satisfação dos passageiros alcançou 90,4% em 2013”, comemora o presidente da empresa, Hugo Fleck. “A premiação por desempenho incentiva o funcio-nário a trabalhar sempre motivado e comprometido com os valores da empresa, primando pelo bom atendimento ao cliente.” Além desse incentivo, a empresa investe em capacitação: no ano passado, promoveu mais de 9 mil ho-ras em treinamentos e destinou cerca de R$ 1 milhão para melhorias nos alojamentos e infraestrutura das filiais.
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Na Viação Ouro e Prata,
premiação por desempenho é
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Bons resultados
para o mundo
ustentabilidade vai além da simples prática ambiental. a palavra é
tão ampla que, muitas vezes, fica restrita a uma única abordagem.
sustentável pode ser a gestão ou as finanças de uma empresa,
mas também um ecossistema ou uma comunidade. de qualquer
forma, o conceito é sempre o de equilíbrio
spapel social importante. A ge-
ração de emprego e o efeito que ela produz na sociedade são prova do impacto positivo. Muitos empreendedores acreditam que é possível fazer mais e, assim, somam es-forços para ampliar resultados obtidos com o negócio, promovendo também ganhos socioambientais e a susten-tabilidade não só de suas operações, mas de todo o am-biente em que estão inseridos.
O que esses empresários ganham vai além da satisfa-ção pessoal, que é, talvez, o ponto central dessas ações.
texto Marina schmidt
imagem de abertura Lúcia simon
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Para além da sensação de bem-estar por agir de acordo com as melhores práticas, há ainda um ganho de imagem, na maioria das vezes incalculável, e a garantia de manu-tenção das operações empresariais, assegurada pela me-lhora de condições sociais e pela preservação ambiental – que, muitas vezes, representa a preservação das próprias matérias-primas usadas pela empresa.
No contexto corporativo, a sustentabilidade, quando incor-porada à rotina empresarial, tende a reverter benefícios em todos esses segmentos, promovendo redução de custos, efici-
ência nos processos, bem-estar social e preservação ambiental, desde que o conceito seja adotado como parte do negócio.
caminhos possíveis
O Centro de Excelência em Varejo (GVcev) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Ge-tulio Vargas (FGV-EAESP) dedica atenção especial ao tema sustentabilidade desde 2003, quando foi criado o Programa Varejo Sustentável e Base da Pirâmide.
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A entidade já premiava empresas com melhores práti-cas de responsabilidade socioambiental, explica o professor do GVcev Luiz Macedo. “Depois as atividades aumentaram e criamos um programa para disseminar conhecimento e capacitar empreendedores”, revela. O que mais de dez anos de estudos no segmento provaram é que a consolidação de práticas sustentáveis dentro das empresas está diretamente relacionada ao interesse pessoal do empresário, sobretudo nas micro, pequenas e médias empresas. Quando esse in-teresse existe, detalha Macedo, a companhia consegue im-plantar soluções eficientes sem necessitar de muito inves-timento. “Hoje as micro e pequenas empresas entenderam que há uma série de atividades nessa área e que podem ser implantadas sem despender tantos recursos.”
Uma das ações mais pontuais e que não dependem de in-vestimento elevado são iniciativas que promovam melhorias entre os próprios funcionários da empresa, detalha Macedo.
“Pequenos programas de valorização dos empregados, por exemplo, que promovam formação em algumas outras ati-vidades para que o funcionário evolua como ser humano.” Parece pouco? Nem tanto. Investir na equipe, principalmen-te quando o foco é melhorar a qualidade de vida, estimula o engajamento. Este, por sua vez, tem influência direta sobre os resultados da empresa.
Uma pesquisa do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, realizada em 2010, constatou que empresas com colaboradores engajados apresentam crescimento de lucro três vezes mais rápido do que seus con-correntes. O engajamento aumenta em 20% o desempenho e reduz em 87% a rotatividade de pessoal. Empregados enga-jados têm, ainda, mais ideias criativas, conforme apontou a pesquisa. Essa é uma forma simples de investir nas pessoas, promovendo satisfação e impactando positivamente nas ope-rações do negócio, mas não é única iniciativa possível.
O professor do GVcev destaca que a sustentabilidade começa sempre com uma única iniciativa, geralmente sim-ples, que deu bons resultados. Daí para a frente, a tendência é ampliar as ações. E, claro, quanto maior a empresa, mais propostas surgem. “Nos grandes negócios em geral já há algo mais organizado.”
Macedo destaca três itens como os que mais recebem investimentos de empresas varejistas de médio e grande portes: promoção do varejo sustentável e consumo cons-ciente; desenvolvimento de projetos-piloto para melhorar operações e criar alternativas sustentáveis, e sustentabili-dade da cadeia produtiva. A primeira iniciativa é fácil de ser constatada em supermercados e lojas que estimulam, por exemplo, a reciclagem, com coletores de material reciclável. A promoção do varejo sustentável e do consumo consciente é observada, sobretudo, nas iniciativas que são replicadas aos consumidores.
Outra proposta comum às companhias de maiores portes é a consolidação de um modelo de negócio, mesmo que piloto, pautado por soluções sustentáveis. “São empresas que estão olhando para o futuro com lojas verdes e ganhando experiên-cia nesse segmento. E isso faz com que elas tenham um rela-cionamento diferente com o consumidor”, destaca Macedo. A construção de um modelo de negócios faz com que a empresa consolide, basicamente, uma pequena universidade corpora-tiva, indicando possibilidades para reduzir gastos, melhorar a comunicação com o consumidor e vender mais produtos
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Tudo aquilo que é bom para o associado é bom para a cooperativa. Se tem um
negócio que é bom para a cooperativa e não é bom
para o associado, então não deve ser feito”
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orlando Borges muller
presidente da central sicredi
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da economia verde. “É óbvio que uma rede pequena e média consegue replicar aquele exemplo, observando essas experi-ências e incorporando-as de acordo com suas possibilidades financeiras”, assegura Macedo.
O último ponto mencionado pelo professor entre as três iniciativas recorrentes nas grandes e médias empresas é a geração de valor e sustentabilidade para toda a cadeia produtiva. Ao acompanhar e estimular boas práticas en-tre fornecedores e empresas do ramo, as empresas geram a sustentabilidade produtiva do segmento, mas, princi-palmente, envolvem-se responsavelmente com todas as etapas do processo produtivo. “As pessoas querem saber de onde vem o produto que elas consomem”, dimensiona Macedo. Em outras palavras, o consumidor quer saber a origem dos produtos que está adquirindo e tem sido cada vez mais enfático na busca por empresas com atuação ética e responsável. O péssimo exemplo, nesse caso, é o das re-des de lojas que compram roupas produzidas com trabalho escravo, cita o professor. “As empresas não se preocupa-vam com isso, mas a partir do momento em que se torna visível socialmente, essa situação esbarra e bate de frente com o grande investimento que o varejo faz em branding. As empresas começaram a entender que é preciso monito-
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As pessoas querem saber de onde vem o produto que
elas consomem
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professor do GVcev
rar toda a cadeia e cobrar dos fornecedores normas para não associar o produto a esse tipo de atitudes.”
cadeia produtiva mais forte
Você já se questionou sobre o impacto de um único pro-duto em toda uma cadeia produtiva? Se você nunca fez essa reflexão é bom passar a fazê-la, porque os consumidores já estão observando esse aspecto.
Uma prova dos efeitos do potencial de uma atividade econômica específica é dada pela cooperativa Justa Trama, que controla a produção de roupas fabricadas com algodão orgânico desde o plantio até a comercialização. Esse é um trabalho que chega às cinco regiões brasileiras e que come-ça o plantio do algodão, feito no Ceará e no Mato Grosso do Sul por produtores cooperados. Na segunda etapa de produ-ção, uma cooperativa mineira faz todo o processo de produ-ção do fio e do tecido, distribuído para o Rio Grande do Sul e para Santa Catarina, onde as peças são confeccionadas – os
algodão orgânico da cooperativa Justa trama é
produzido nas regiões Nordeste e Centro-oeste
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retalhos da produção são usados na elaboração de brinque-dos e jogos educativos para crianças. Com produtos locais, a região Norte fica responsável pela fabricação de botões. Toda a cadeia conta com 650 trabalhadores. A presidente da cooperativa, Nelsa Nespolo, diz que entre todos os benefícios gerados pelo trabalho da equipe, dois são os que motivam o negócio: o cuidado com o meio ambiente e a distribuição direta de renda para a população envolvida. “Algodão sem agrotóxico é um diferencial no mundo. Estamos falando de um algodão que não polui a água e nem a terra”, comenta.
Sobre a renda gerada, Nelsa destaca que os valores pagos aos produtores de todo o país são negociados para chegar a um preço justo, que é replicado aos clientes finais, com venda de produtos que carregam um preço compatível com o que o consumidor está disposto a pagar.
Há um outro grande benefício, de imagem, obtido no final de todo o processo: o consumidor consegue entender como funciona toda a cadeia. “O consumidor consegue sa-ber de onde veio o produto, o agricultor olha a peça pronta e vê que é o algodão que ele plantou e assim acontece com todos os atores da produção – um conhece o outro. Temos alegria de encontrar consumidores que voltam às lojas por causa desse diferencial e que gostam de conhecer toda essa história”, relata Nelsa.
desenvolvendo pessoas
O cooperativismo é uma das formas mais consagradas de geração de valor de maneira ampla, buscando resultados
para toda uma comunidade envolvida com a sua atuação. Nesse sentido, um banco, nascido sob essa perspectiva, é mais do que gestor financeiro, é balizador de operações que sustentam não só as cadeias produtivas vinculadas a ele como as suas próprias atividades.
Esse é o conceito que norteia as ações do Sistema de Cré-dito Cooperativo (Sicredi), explica o presidente da Central Sicredi, Orlando Müller. “Tudo aquilo que é bom para o asso-ciado é bom para a cooperativa. Se tem um negócio que é bom para a cooperativa e não é bom para o associado, então não deve ser feito”, descreve Müller.
Assim, todos os negócios inerentes ao banco seguem a ló-gica do impacto positivo para os associados, mas a iniciativa de estimular setores econômicos com os quais a cooperativa se relaciona vai além desse preceito. Aliás, Müller destaca que a função do Sicredi é bastante distinta da de um banco convencional justamente por tratar de uma cooperativa.
“Nós não segregamos as pessoas pela questão financei-ra. Muitas vezes um empréstimo de R$ 500 tem muito mais efeito para uma cadeia produtiva do que um crédito com valores mais altos”, revela, destacando que o trabalho da instituição é orientar financeiramente os associados. Nesse sentido, o Sicredi desenvolve um trabalho de contínua for-mação econômica dos associados com os programas Crescer e Pertencer, que aproximam os cooperados da gestão de ne-gócios e dos próprios resultados da cooperativa de crédito. Atualmente, 40 cooperativas participam do programa. No ano passado, mais de 13 mil associados vinculados à Central Sidredi Sul participaram dos dois módulos. “Isso represen-
Loja eco da C&a, de
Porto alegre, é a única
do varejo de moda do
brasil a receber o selo
Leadership in energy
and environmental
design (Leed)
divulgação/c&a
Sustentabilidade
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ta mais informação estratégica para o desenvolvimento dos negócios e se reverte em ganho para todos, inclusive para o Sicredi”, detalha Müller.
Em outra atuação, a cooperativa dissemina os valores do cooperativismo para o público que melhor assimila esse con-ceito, as crianças. O programa é desenvolvido em 647 escolas de 103 municípios, chegando a mais de 79 mil crianças e ado-lescentes. “Essa é uma contribuição para a formação da cida-dania”, acrescenta o presidente da Central Sicredi Sul.
eficiência e preservação amBiental
Porto Alegre foi a cidade brasileira escolhida pela rede C&A para receber a segunda Loja Eco – a primeira foi inaugu-rada na Alemanha, em outubro de 2008. A capital gaúcha foi sede do projeto porque a empresa identificou uma perspec-tiva de maior engajamento da sociedade com a causa, tendo como exemplo o trabalho que a cidade já desenvolvia, naque-le momento, com relação à coleta seletiva de lixo. A loja gaú-cha foi inaugurada em 2009.
Elaborado com foco no movimento mundial em torno de construções ambientalmente responsáveis e com o objeti-vo de racionalizar o consumo de água e energia, o projeto é o primeiro do varejo de moda do Brasil a receber o selo Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), sis-
tema internacional de certificação para construções mais utilizado no mundo, que assegura adoção de critérios de ecoeficiência reconhecidos internacionalmente. Toda con-cepção da loja e sua operação seguem todos os preceitos de sustentabilidade ecológica.
Instalado no centro da cidade, o espaço possui 640m2 de telhado verde, composto por árvores nativas que promo-vem a biodiversidade, reduzindo os efeitos das ilhas de calor e aumentando a absorção de água da chuva – contribuindo para o isolamento térmico do edifício e, consequentemente, diminuindo o uso de condicionadores de ar.
O prédio assegura, ainda, redução de 35% no consumo de energia e de 40% no consumo de água. As soluções adotadas para diminuir o desperdício foram a instalação de painéis solares, uso de lâmpadas econômicas e de equipamentos de baixo consumo, sensores de presença nas escadas rolantes, gerenciamento remoto de demanda para controle do ar-condicionado, no caso da gestão de energia.
Para o consumo de água, a empresa apostou em mictó-rios a seco, caixa acoplada com descarga de duplo aciona-mento nos banheiros, torneira, torneiras de baixa vazão, com arejadores de jato e temporizadores. Todas as ações foram feitas observando a escolha de cada material utiliza-do, buscando, sempre, menor impacto negativo para o meio ambiente, como o uso de tintas e vernizes com baixo teor de substâncias nocivas e gestão dos resíduos da obra.
Para os clientes, a loja disponibiliza área destinada ao tema sustentabilidade, com coletor de lixo eletrônico (bate-ria, celulares e pilhas), e proporciona visitas guiadas à loja, onde é possível conferir cada uma das soluções ambientais adotadas. As visitas são agendadas pela internet, na página http://www.cea.com.br/sustentabilidade/visita.html.
no livro A Empresa Sustentável, o autor e presidente da
sustainable Business strategies, andrew savitz, define a
sustentabilidade como o “equilíbrio entre os interesses da
sua empresa (os dos seus stakeholders financeiros) e os
interesses do público (os seus stakeholders não financeiros).
esse equilíbrio é o ápice da sustentabilidade: aquele ponto
em que a busca de lucros se integra perfeitamente à
busca do bem comum”.
conceito
Sicredi trabalha o conceito de cooperativismo
com crianças e adolescentes
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Inovação / aplicativo brasileiro ganha o mundoUm aplicativo para celular e computador lançado pelo Ministério da Jus-tiça está entre os mais baixados do mundo. O Checkplaca, que permite identificar carros roubados apenas digitando a placa do veículo, já alcan-çou mais de 400 mil downloads e é o mais baixado na loja da Apple no
Brasil e 14º em download no mundo. Ao detectar irregularidades, o aplicativo dá ao usuário a op-ção de ligar para a polícia, sem que seja necessário se identificar. O produto é utilizado pela polícia, pode ser adquirido gratuitamente e opera tanto no sistema IOS (Apple) como no Android.
Mercado óptIcoO setor óptico brasileiro fechou 2013 em
alta, com crescimento de 20% com relação
a 2012. A expansão gerou a expectativa nos
empresários e investidores de que até 2017
o faturamento geral do mercado dobrará,
passando dos atuais R$ 19,5 bilhões para
aproximadamente R$ 39,2 bilhões.
FranqUIasO Rio Grande do Sul é o 5ºestado em
número de marcas franqueadoras e
em número de franquias em operação,
de acordo com regional estadual da
Associação Brasileira de Franchising (ABF).
crédItoA Confederação Nacional do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que,
neste ano, o crédito ao consumidor terá
crescimento nominal de 9% sobre 2013,
com taxas de juros atingindo 39,9% ao ano.
saúdeA região Sul registrou alta de 2,8% no total
de beneficiários de planos de saúde em
2013, com 6,75 milhões de vínculos
– a menor taxa de crescimento do país,
segundo o Instituto de Estudos de Saúde
Suplementar (IESS).
varejoAs vendas no varejo brasileiro cresceram 8,1% em fevereiro em comparação
com o mesmo período de 2013, segundo o
SpendingPulse, índice da MasterCard Advisors.
novo cIcloO ministro da Fazenda, Guido Mantega,
projeta um crescimento de 4% ao ano,
entre 2014 e 2022, para a economia
brasileira. Mantega se referiu ao período
como um “novo ciclo da economia”.
Mercado / sinal amarelopassados seis anos do início da crise econômica financeira (2008), os in-vestidores deixaram para trás o otimismo, mas ainda estão longe de dar sinal verde ao aporte de investimentos. De acordo com pesquisa realizada pela Franklin Templeton, que entrevistou 11.113 investidores, em 22 paí-ses, o cenário atual e futuro pede cautela.Mais da metade dos entrevistados (52%) pretende ser mais conservadora em suas estratégias de investimento em 2014, assumindo menos riscos, mas obtendo, também, menor retorno. Este número, porém, é menor que o de 2013, que apontava 57% dos investidores dispostos a adotar posturas mais conservadoras em seus investimentos.Em 2014, o Brasil segue a tendência mundial, assim como no ano passado. Entre os investidores brasileiros, a maioria, 90%, está otimista ou muito otimista em atingir suas metas de investimento. Mesmo assim, apenas 36% pretendem adotar estra-tégias mais agressivas. O conservadorismo bra-sileiro também fica evi-dente quando se constata que os imóveis ainda são apontados como a opção de investimento preferida hoje (26%) e nos próxi-mos dez anos (23%), se-guidos pelas commodities não metálicas e ações.
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econoMIa / investimentos em altaa alta da taxa Selic, que repre-senta os juros básicos da econo-mia, chegou, no início de abril, ao maior nível desde janeiro de 2011. Elevado para 11%, o percentual torna a poupança menos atrativa, mas, em compensação, estimula os fundos de investimentos, de acordo com apuração da Associa-ção Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Conta-bilidade (Anefac).Conforme simulações feitas pela entidade, uma aplicação de R$ 10 mil na poupança, por exemplo, rende 6,55% ao ano (rendimento de R$ 655,00 em 12 meses). O mesmo valor, quando aplicado em fundos de investimento, gera rendimento entre R$ 693 (com taxa de adminis-tração de 2% ao ano) e R$ 834 (com taxa de administração de 0,5% ao ano). A Anefac destaca que quando as taxas de administração passam de 3% ao ano, a poupança torna-se mais vantajosa, por não ser onera-da com impostos e taxas administrativas.
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Internet / na frente do computadorsegundo pesquisa da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR), o brasileiro passa 3h41, em média, navegando na internet. O tempo despendido com a web supera em dez minutos o período gasto em frente à TV. O estudo também indica que os jovens e pessoas com maior renda familiar são os mais conectados. A contradição da pesquisa vem na confiança dos internautas nas informa-ções encontradas na internet. Mais da metade disse confiar pouco em notícias de sites, blogs e mídias sociais.
tecnologIa / Big Data
É incontestável, o big data
(grande volume de dados
possíveis de serem armazenados
e analisados) é um aliado dos
negócios. De acordo com
pesquisa da KPMG, 96% dos
empresários reconhecem o valor
do big data, mas ainda patinam
na hora de definir estratégias para
o setor de Dados e Análises (D&A).
Atualmente, o desafio corporativo
é transformar informação
em estratégia.
42% dos executivos admitem que a
integração da tecnologia de dados
aos sistemas e/ou aos modelos
existentes é o maior desafio
Mais da metade dos respondentes
(54%) elegeu a incapacidade de
identificar quais dados devem ser
coletados como a maior barreira
para a implementação de uma
estratégia de D&A bem-sucedida
80% dos executivos concordam que
a velocidade é o principal benefício
do uso de D&A
energIa / conta pré-pagaa Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a oferta de energia pré-paga aos consumidores. A perspectiva é de que distribui-doras estimulem o pagamento antecipado, concedendo descontos aos clientes. A proposta ainda depende de análise do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e de definições dos esta-dos sobre a tributação da energia na modalidade pré-paga.
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sesc
esquisa sobre necessidade de
tratamento odontológico de
mais de 55 mil crianças avaliadas
pelo programa sesc sorrindo
para o Futuro Foi divulgada
durante encontro estadual
Pprograma Sorrindo para o Fu-
turo no 9º Encontro Estadual, que aconteceu no Centro de Eventos do Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre. Os nú-meros revelaram que 50% das crianças examinadas no início do ano letivo de 2013 em escolas do Estado necessitavam de tratamento clínico odontológico, entre as mais de 55 mil avaliadas pelo programa no período. Em contrapartida, 70% dos estudantes que participaram do projeto melhoraram ou mantiveram boas condições de saúde bucal durante um ano, demonstrando a importância da permanência do aluno no programa ao longo do tempo.
No total, mais de 500 profissionais da saúde e educadores de todo o Rio Grande do Sul se reuniram em um momento de troca de experiências sobre as ações nas diferentes cidades e apresentaram as diretrizes a serem seguidas neste ano. Os municípios que se destacaram na melhoria contínua da saúde bucal dos estudantes receberam troféus do Prêmio Destaque em Melhoria na Saúde Bucal. As cidades premiadas foram Xan-gri-Lá, Três Palmeiras, Rio Pardo e Viamão. “A nossa grande força vem da união e do envolvimento de todos no programa e
Em março, o SiStEma FEcomércio-rS/SESc divulgou a PESquiSa anual do
Sorrindo para o Futuro
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CirCuito NaCioNal PalCo Giratório 2014
consolidado no cenário cultural brasileiro, o Palco giratório
levará 768 apresentações artísticas e mais de 1.200 horas
de oficinas a 126 diferentes cidades – muitas delas de
forma simultânea, percorrendo todos os estados brasileiros
e contribuindo para uma política de descentralização e
difusão das produções cênicas no país. no rS, além da
circulação de espetáculos nacionais durante o ano, Porto
alegre recebe o 9º Festival Palco giratório Sesc, de 2 a 25
de maio. as cidades de São leopoldo, caxias do Sul, ijuí e
Santa maria recebem, ainda, edições do aldeia Sesc.
10/junholançamento do Mesa Brasil Sesc ijuí
o programa destaca-se por ser uma rede de
solidariedade que redistribui alimentos sem valor
comercial e por desenvolver ações educativas para
instituições sociais monitoradas. ijuí será a mais nova
cidade contemplada com as ações de responsabilidade
social e solidariedade. Mais informações pelo www.
sesc-rs.com.br/mesabrasil.
agenda de eventoS
MoStra CaSa da Saúde São Borja São Borja recebe
a partir de 20 de maio a mostra casa da Saúde Sesc. a
proposta do espaço era mostrar que a prevenção pode
ser realizada em grande parte dentro de casa. a estrutura
contempla ambientes montados exatamente como uma
casa, com sala, quarto, banheiro e cozinha, nos quais é
possível obter informações sobre como prevenir determi-
nados tipos de doenças. na sala, são abordados assuntos
como sedentarismo e hipertensão arterial. na cozinha,
medição de colesterol, triglicerídeos e glicose, entre ou-
tros. no quarto, funciona a abordagem de dSts e câncer
de pele. no banheiro, são feitas orientações a respeito do
câncer de mama, próstata, saúde bucal, autoexame da
mama e também mais orientações sobre as dSts.
também em pensarmos juntos no que mais podemos fazer para melhorar a saúde bucal de nossas crianças”, disse a gerente de Saúde do Sesc-RS, Mari Estela Kenner, que agradeceu a parce-ria e a mobilização dos mais de 400 participantes do Encontro.
O evento ainda contou com a palestra Vacinação é Saúde na Escola, ministrada pela coordenadora do Programa Estadual de Imunizações do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, da Se-cretaria Estadual da Saúde, Tani Ranieri. “A escola é uma gran-de aliada do programa de vacinação, informando e orientando os pais por meio de campanhas.” Mari Estela afirmou que “o objetivo da palestra é mostrar a importância da imunização e também do papel da escola como aliada na causa”.
Pioneirismo nacional
O programa Sesc Sorrindo para o Futuro é realizado pelo Sistema Fecomércio-RS/Sesc em parceria com as prefeituras municipais. Pioneiro no Brasil, o projeto é realizado desde 2003 no Estado e visa à melhoria do bem-estar das crianças a partir da formação de hábitos saudáveis.
Em 2013, mais de 250 mil alunos de 3.080 escolas de 410 mu-nicípios gaúchos participaram do programa. Alunos do nível A (Educação Infantil) até o 5º ano do Ensino Fundamental de colé-gios públicos recebem orientações de saúde bucal e professores e dentistas são capacitados para desenvolver o programa com as crianças. Em constante inovação, o projeto vem trabalhando na prevenção de fatores de risco comuns às doenças crônicas (como alimentação, atividade física e higiene), estimulando a formação de escolas promotoras de saúde e gerando motivação e envolvimento da comunidade escolar.
em 2013, 70% dos alunos que participaram
do projeto melhoraram ou mantiveram boas
condições de saúde bucal
de 23/abril a 9/maioturnê do espetáculo “inaptos? a que se destinam...”
a peça do grupo anônimo de teatro (rJ) integra o
Circuito nacional Sesc palco giratório e será atração
em São Leopoldo, Montenegro, Carazinho, passo
Fundo, Santa rosa, Santa Maria e porto alegre.
divulgaçao Sesc-rScla
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Marketing
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essoas diferentes demandam
abordagens diferentes.
a personalização é um conceito
que vem sendo trabalhado
pelos especialistas, embora
a lógica por trás disso não
seja tão recente
Po nome em inglês demonstra, é uma
estratégia que pretende estabelecer proximidade entre a empresa e o cliente. É como se fosse um diálogo de um para um. Também chamado de marketing personalizado, consi-dera os hábitos e gostos de cada consumidor para estreitar relações com a marca.
Atribui-se aos autores Don Peppers e Martha Rogers o de-senvolvimento do conceito. O livro The One to One Future foi considerado a bíblia do novo marketing pela revista Business Week. Peppers & Rogers é, também, o nome do grupo funda-do pelos dois para prestar consultoria a grandes companhias, com base em análises de comportamento dos consumidores.
Não que seja uma novidade. A lógica por trás do marketing 1:1 remete a maneiras bem conhecidas de vender produtos. Quando um freguês costumeiro chega à loja do bairro e
Marketing one-on-one (1:1), como
Estratégia para um
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o vendedor já conhece seus gostos, há um atendimento mais individualizado. “O problema é que, com o cresci-mento dos mercados, isso se torna mais difícil”, defende Max Lacher, diretor de operações da ESPM-Sul.
O também consultor de empresas cita o exemplo das editoras de revistas: faz-se um esforço grande para con-quistar assinantes, com ações promocionais. Por outro lado, pouco se pensa naqueles que pagam a mensalidade em dia há anos. Lacher explica que a ideia do 1:1 é jus-tamente ir de encontro dessa prática, conseguindo mais público, mas mantendo a parcela já fiel ao serviço.
Para tanto, seguem-se quatro passos básicos. Os pri-meiros são identificar o público-alvo (a quem se dirigir) e diferenciá-lo, pois sujeitos diferentes pensam, agem e con-somem de formas diferentes. Depois vêm os pontos mais complicados, a interação e a customização. É nesse momen-to que se estabelece, de fato, o marketing personalizado.
A tecnologia ajuda. O big data – das compras registra-das no cartão às curtidas em redes sociais – pode esboçar um perfil. Manter diversos pontos de contato também melhora a comunicação. Lacher menciona uma ação sim-ples: a tele-entrega de pizza que chama o usuário pelo nome, pois tem seu endereço e telefone no sistema.
Ainda assim, um pilar de maior relevância são os cola-boradores. Informações não adiantam, quando não se sabe interpretá-las. As equipes devem ser treinadas para saber o que oferecer e para quem. Nesse aspecto, pequenos e médios negócios têm vantagem, pois estão mais próximos da clientela no dia a dia. O consultor alerta, porém, para que os processos tenham um mínimo de rigor. Se forem muito informais, o conhecimento pode ficar centrado nas pessoas – e ir embora com elas.
Proximidade
A loja de moda feminina Profana, de Porto Alegre, man-tém um cadastro das clientes, com a lista dos itens comprados e do vendedor que fez o atendimento. O sistema facilita, mas não funcionaria sem comunicação. A equipe telefona para o público cativo e anuncia as novidades, tomando cuidado para que dois atendentes não liguem para a mesma pessoa.
A relação entre colaboradores e clientela é quase pes-soal. “Não temos muita rotatividade, mas nos preocupamos em inserir rapidamente um novo vendedor, para que ele e
as consumidoras se sintam à vontade”, garante a proprie-tária, Simone Moro. Inclui-se aí saber gostos particulares e sugerir peças que realmente vistam bem. “Tem muita gente que chega aqui por recomendação. Esse retorno é justamen-te porque não vendemos o que não combine com a pessoa.” Resultado: mesmo quem vai morar no Rio de Janeiro, em São Paulo ou até nos Estados Unidos dá uma passada na loja, quando vem ao Sul visitar a família.
No caso do restaurante de parrillas El Tonel, também da capital, a abordagem é naturalmente personalizada. Situado no Bom Fim, bairro em que moradores costumam circular a pé e utilizar serviços vizinhos, a casa possui muitos frequentadores fiéis, da própria região. Para al-guns, os garçons nem precisam oferecer cardápio, pois já sabem qual será o prato escolhido.
O sócio-proprietário Odoaldo Fernandes Aldado Junior co-menta que 90% do marketing é feito no boca a boca. O restante é por meio das mídias sociais. Nunca se investiu em anúncio. A melhor propaganda é a qualidade do atendimento e, claro, do produto servido. “Muitas vezes abrimos mão do lucro para manter o padrão da carne”, revela o empresário.
Simone, da loja Profana: “Não vendemos
o que não combine com a pessoa”
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senac
om a proximidade da Copa do
mundo no Brasil, a 9ª Feira de
oportunidades do senaC-rs
promete preparar um grande
Contingente de traBalhadores
Com palestras e oFiCinas de
eduCação proFissional
Cpessoas gratuitamente, entre os
dias 7 e 8 de maio, durante a 9ª edição da Feira de Oportunida-des. O evento, cujo propósito é promover ações de incentivo à qualificação profissional, movimentará todas as 42 unidades e os 21 balcões da instituição no Estado, envolvendo 497 muni-cípios. O tema O grande lance é se capacitar será abordado em palestras, workshops e oficinas e lembra as oportunidades ad-vindas com a Copa do Mundo no Brasil.
Em Porto Alegre, as ações acontecerão no Largo Glênio Peres (em frente ao Mercado Público), além das palestras de orientação profissional que serão realizadas nas escolas da Ca-pital. O diretor regional do Senac-RS, José Paulo da Rosa, diz que a feira – concebida para ocorrer próxima ao Dia do Traba-lho – melhora a cada ano. “Em 2014, o diferencial será a educa-
O SenaC-RS pRetende CapaCitaR maiS de 100 mil
CapaCitação ao alCanCe de
100 mil pessoas
Cursos e
oficinas fazem
parte das
atividades
na feira de
capacitação
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Maior Coelho de ChoColate do Mundo O Senac-RS
preparou o maior coelho de chocolate do mundo.
Com 4,10m de altura, 1,90m de largura e 1,80m de
profundidade, ele pesa mais de 3,8 toneladas e foi
inaugurado no dia 12 de abril, durante a Chocofest,
em Gramado. para atestar o título, o representante do
Guinness World Records na américa latina, Ralph Han-
nah, veio ao Brasil conferir a obra, que fica em expo-
sição até 20 de abril, na rua Coberta. elaborado pela
equipe de Gastronomia do Senac-RS em cinco dias, o
coelho trouxe de volta ao país o recorde que havia sido
perdido, em 2010, para a África
do Sul. dez pessoas estiveram
envolvidas desde a concep-
ção até a finalização da peça,
conservada a uma temperatura
de 18ºC. O projeto contou com
a parceria da Chocolates
doparke, que forneceu o choco-
late, e com o apoio da Grama-
do injetados, desenvolvedora
das plantas para a montagem.
25/abrSeminário de Promoção da Saúde
o senac Gravataí promove o 1º seminário de
promoção da saúde e segurança do trabalho, das
13h30 às 17h30, na sua sede (Rua Cel. Vicente,
45 – Bairro salgado Filho). Haverá palestras com
a enfermeira Jaqueline de almeida, o bombeiro
Francisco Gall marindo e o técnico de segurança
do trabalho everton de oliveira. são 150 vagas.
telefone para contato: (51) 3488-8859.
aGenda de eVentos
ção profissional para a Copa do Mundo, uma vez que as oportu-nidades aparecem para quem se prepara. Queremos manter os padrões de atendimento do ano passado, e nossa expectativa é darmos conta de dois Beira-Rios cheios”, conta.
Superar deSafioS
Conforme o diretor regional, a necessidade de qua-lificação das pessoas é demanda forte do comércio. “No fundo, temos um problema de carências na educação bá-sica e fundamental, já apontado até mesmo pela Orga-nização para a Cooperação e Desenvolvimento Econô-mico no teste Pisa”, relata. “Precisamos superar muitos desafios e isso se reflete no mundo do trabalho. A educação profissional corrige parte das deficiências em um curto prazo. As pessoas se apropriam de conhecimentos úteis para progre-dir.” Outro desafio do setor é encontrar maneiras de reter ta-lentos. “O varejista precisa criar o ambiente para que a pessoa queira permanecer. Hoje, o cliente e o colaborador não são fi-éis, e só o serão se encontrarem via de mão dupla”, resume.
Em 2013, a oitava edição da Feira de Oportunidades do Senac teve recorde de público nas atividades realizadas na capital gaúcha. Só nas ações que foram realizadas no Mer-cado Público e no Largo Glênio Peres participaram mais de 8 mil pessoas durante os dois dias. O tema trabalhado foi Que experiência inesquecível você gostaria de viver? e o evento convidou os participantes a refletirem sobre capacitação e oportunidades para o futuro. Economia, sustentabilidade, educação, oportunidades, moda, novas tecnologias, Copa do Mundo e segurança pautaram as atividades. A programação também contou com serviços de saúde gratuitos e encami-nhamento para vagas de estágio e emprego. Todos os parti-cipantes têm direito a um certificado que pode ser retirado após o evento. A programação dessa edição está disponível no site www.senacrs.com.br/feiradeoportunidades.
Mais de 8 mil pessoas participaram das
atividades no Mercado Público, em 2013
26/abrPrograma Mudei minha sorte
o senac Camaquã, o sesc e o sindilojas do município
participam do lançamento estadual do programa
Mudei minha sorte. a finalidade é capacitar
profissionais, despertando o empreendedorismo nos
moradores de uma comunidade carente. o evento é
aberto ao público e acontece a partir das 13h, na rua
do engenho 2, nº 270.
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empreendedorismo
que pode ser promis-sora. Alcançar o crescimento projetado depende muito das escolhas de direcionamento do negócio. Mas ao longo do ca-minho muita coisa pode acontecer, inclusive, novas possibi-lidades podem surgir.
Mudar de estratégia pode ser uma solução, quando os re-sultados não vão tão bem, ou uma oportunidade, quando os resultados podem ser melhorados. Nos dois casos, a escolha que leva a reformulações das práticas e das características da empresa é o que se chama, atualmente, de pivotar.
Cada vez mais disseminado entre empreendedores, o termo deriva do verbo, em inglês, to pivot, que significa gi-rar. Muitas vezes, esse giro revoluciona a empresa.
InIcIar um empreendImento é, muItas vezes, apostar numa proposta
mbora o termo seja uma
novidade, o assunto não tem nada
de novo. Pivotar é, basicamente,
dar uma guinada nos negócios,
algo que não é tão incomum Para
emPreendedores. afinal, quem vai
Perder uma boa oPortunidade?
eJá pensou em pivotar?
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AmpliAndo horizontes
O sobe e desce do mercado de ações pode ser assustador para investidores e ainda mais traumático para empresas que têm atuação diretamente vinculada à Bolsa de Valo-res. Há 13 anos, esse era um mercado ainda menos atrativo; mesmo assim, os empreendedores gaúchos Guilherme Ben-chimol e Marcelo Maisonnave decidiram apostar no seg-mento, com a criação da XP Investimentos, em 2001. A em-presa, instalada em Porto Alegre, tinha o objetivo de vender investimentos para os interessados. “Era um trabalho de convencer as pessoas a investirem unicamente no mercado de ações”, conta Eduardo Glitz, diretor de varejo e sócio da empresa. “Foi um período difícil, e a Bolsa estava em baixa. Então, não obtivemos tanto sucesso”, lembra.
A empresa, então, pivotou e fez isso mais de uma vez. Três anos depois do início das atividades, os empreendedores iden-tificaram uma oportunidade para melhorar os resultados. Em 2004, a XP começou a conceder cursos sobre investimento. Além de preparar clientes para o seu mercado de atuação, a companhia fortaleceu o contato com o público-alvo. O próprio curso selecionava aqueles que tinham interesse em investir em ações. Já não era mais necessário sair de porta em porta oferecendo o produto, justifica Glitz. “Uma pes-soa que paga R$ 300 para fazer um curso com o nome ‘aprenda a inves-tir na Bolsa’ já é um filtro importan-te. Passamos a nos dedicar de duas a três noites em palestras e a falar diretamente com quem queria e es-tava interessado em investir.”
Os anos que seguiram, até 2007, foram favoráveis. A Bolsa começou a melhorar, e a empresa foi se ex-pandindo. No período, a XP passou de um único escritório, localizado em Porto Alegre, para 30 escritórios. “Até 2007, nós éramos representan-tes de uma corretora de valores, mas naquele ano resolvemos comprar nossa própria corretora e nos torna-mos uma instituição financeira.”
A mudança ampliou as expectativas dos empresários, que mudaram a sede da empresa para o Rio de Janeiro. As perspectivas de crescimento frearam um pouco no ano se-guinte, em 2008, com o estouro da crise financeira mundial. “A crise reduziu de forma drástica a quantidade de pessoas interessadas em investir na Bolsa de Valores, e nós sofremos uma redução significativa na receita”, conta Glitz. O que era um problema em potencial foi transformado, mais uma vez, em oportunidade. “Aquele período de crise foi importante porque nos fez chegar à conclusão de que não podíamos de-pender de um único produto, que eram as ações.”
A equipe saiu, então, em busca de novos caminhos e percebeu que em outros cenários a característica de inves-timentos era diferente. “Em outros países, as pessoas in-vestem no que chamam de shopping center financeiro, onde o cliente abre a conta e pode investir em todos os produtos ofertados”, recorda Glitz.
XP Investimentos passou por
diversas mudanças que auxiliaram
a enfrentar períodos de crise
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empreendedorismoFoi assim que a XP trouxe o conceito de shopping center
financeiro para o Brasil, com oferta ampliada de produtos que vão desde as ações na Bolsa de Valores à previdência privada e CDB, modalidades de investimento mais con-servadoras e que diversificariam o potencial de aporte dos clientes. “Foi a virada mais importante que fizemos. Passamos de uma empresa monoproduto para uma em-presa super diversificada.”
Hoje, a XP Investimentos possui 450 escritórios e pas-sou de uma empresa que agia como canal de distribuição do mercado de investimentos para uma empresa que oferece, também, produtos desenvolvidos pela própria equipe.
A ampliação do mercado, com abertura de novos escri-tórios, segue uma lógica semelhante à de uma franquia, não permitida para o mercado financeiro. A XP capta empreendedores interessados em abrir lojas da empresa, que será uma afiliada da XP, que oferece todo suporte de serviços e treinamento.
“Em 2007 nós só vendíamos ações e em seguida vive-mos a maior crise da história moderna. De lá para cá, a rentabilidade das ações não foi boa. Ou seja, o mercado não nos ajudou em nada, mas tivemos sucesso porque nos reinventamos”, sintetiza Glitz.
indicAdores
“O termo pivotar é novo, mas o assunto não é”, escla-rece o técnico da regional Sinos, Caí e Paranhana do Se-brae-RS, Fabiano Dallacorte. Desde sempre empresas pre-cisam ter flexibilidade para encarar desafios nem sempre possíveis de serem previstos, esclarece. Dar uma guinada nos negócios não é um passo tão simples quanto parece; portanto, é preciso fazer uma análise criteriosa do cenário antes de encarar um novo caminho.
Como saber se é mesmo o momento de reposicionar um negócio? Se não for pela oportunidade que caiu de ban-deja na sua mão, pode ser pela necessidade de melhorar resultados ou reverter perdas. Neste caso, Dallacorte suge-re que sejam usados indicadores para avaliar como está o desenvolvimento da empresa.
“O empreendedor precisa recorrer a um indicativo – que pode ser o fluxo de caixa, custos operacionais e as pró-prias vendas, por exemplo – e analisar essa movimentação
para verificar se está tendo lucro ou não. Se não estiver e optar por uma mudança, precisa buscar informações sobre o mercado para fazer a melhor escolha”, sugere.
Não existe uma receita, esclarece Dallacorte. “Cada negócio tem sua característica. Depende mais do perfil do empreendedor.” O consultor afirma que não é necessário formular um novo plano de negócios, mas que analisar o mercado para identificar se a mudança será ou não positi-va pode trazer sinais importantes sobre os negócios.
Foco no público
Outra empresa gaúcha que pivotou para melhorar re-sultados foi o portal Invest. Quando foi criado, em 2012, o canal tinha o objetivo de oferecer informações sobre in-vestimentos para um público especializado e acostumado a atuar no mercado financeiro. O empreendedor e respon-sável pela empresa, Rafael Ferri, conta que, com o tempo, viu que a opção restringia a atuação da empresa.
“Há um número muito grande de curiosos e novos in-gressantes nesse mercado, com potencial para chegar a milhões de pessoas, que querem entender e aprender so-bre investimentos”, esclarece. Assim, o portal Invest am-pliou o público-alvo e, hoje, projeta melhorar ainda mais a comunicação mantida com ele. “Vamos colocar uma cen-tral só de curso online sobre investimentos para conceder orientações em vídeos gratuitos”, descreve. Assim, o por-tal Invest amplia também os módulos de veiculação de in-formações, buscando didatismo a partir de parcerias que estão sendo firmadas pela empresa.
Rafael Ferri,
diretor do
Portal Invest,
reposicionou
a abordagem
do site para
ampliar o
público-alvo
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A inflAção voltou A AcelerAr nos últi-mos dois meses. Em janeiro, a taxa de inflação anual era de 5,6%. Em março, atingiu 6,2%. Essa aceleração não pode ser creditada a um vilão específico. É verdade que, em março, a batata inglesa subiu 35% e o tomate, 33%, mas, sozinhos, não são capazes de explicar esse movimento de elevação da inflação. Apesar do seu apelo jornalístico, a análise pontual da in-flação, feita a partir dos dados de cada produto individualmente, encobre um desequilíbrio macroeconômico mais fundamental entre a oferta e a demanda agregada, que é a causa efetiva do processo inflacionário. De fevereiro para março, mesmo excluindo os alimentos, houve elevação de preços em 71% dos pro-dutos que compõem o IPCA. Com o chamado índice de difusão em 71% não há como eleger um “culpado”. A maior parte dos preços se mostra em elevação, confirmando a hipótese de que o processo inflacionário recente é fruto de um desequilíbrio estrutural entre a oferta e a demanda agregada, o que afeta os preços de forma generalizada. Em uma economia em que o governo gasta excessivamente, a demanda agregada se eleva e fornece combustível para alimentar a fogueira da inflação.
As perspectivas para os próximos meses não são muito diferentes. A falta de controle fiscal coloca nos ombros da política monetária todo o ônus do combate à inflação. A elevação dos
juros não vai conseguir, sozinha, conter a ace-leração. O resultado é que a taxa de inflação acumulada em 12 meses continuará crescendo e deverá ultrapassar o teto de 6,5% estabele-cido pelo sistema de metas. Essa extrapolação do teto deverá ocorrer em junho ou julho.
Esse é um cenário negativo para a presidente Dilma. O eleitor brasileiro já mostrou, no pas-sado, que seu voto é influenciado fortemente pela inflação. Não poderia ser diferente, é um imposto sobre os mais pobres. Reduz o poder de compra da população. Como, em geral, o eleitor vota com o bolso, a elevação da infla-ção favorece os candidatos de oposição.
Mas o país não termina depois da eleição. Há uma grande probabilidade de a inflação continuar elevada no segundo semestre do ano, podendo, pela primeira vez em dez anos, terminar o ano calendário acima da meta de 6,5%. Isso significa que uma das principais ta-refas do futuro presidente será a de lidar com o combate à inflação. Sua tarefa deverá ser bastante complicada, pois dois importantes preços, energia elétrica e gasolina, estão sendo contidos de forma artificial, com subsídios do governo. O novo governo terá de decidir se quer continuar no caminho da leniência infla-cionária, trilhado pela Argentina e pela Vene-zuela, ou voltar a levar a sério o compromisso com uma meta de inflação de 4,5% ao ano.
Marcelo Portugalconsultor econômico da fecomércio-rS
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Inflação e eleIção
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nic
ho Cafeterias
os pequenos estabelecimentos
às grandes lojas e redes, as
cafeterias agregam novos
produtos e serviços para
conquistar clientes, sem esquecer
de caprichar no aroma e no
charme dos espaços
Dempreendedores, prova disso é o
crescimento acelerado do número desses estabelecimentos no país, onde há mais de 3,5 mil, segundo a mais recente estimati-va da Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic). Desde 2004, o consumo da bebida fora do lar já aumentou 350%, e as lo-jas especializadas respondem por 50% dos gastos na categoria. O consumo do grão é um hábito para nove em cada dez bra-sileiros, mas o sucesso nos negócios depende de atendimento diferenciado e um bom mix de produtos e serviços agregados.
Uma das pioneiras no ramo, Ana Cláudia Bestetti tem 19 anos de experiência na administração do Café do Porto, no bair-ro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Tudo começou como um desejo de ter uma alternativa de renda frente aos ganhos
O charme Das cafeterias atrai caDa vez mais
Charme e aroma que atraem todas
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instáveis do escritório de arquitetura. “Sempre gostei muito de cafés e do ambiente das cafeterias. Nos países vizinhos, as casas de café são pontos de encontro, lugares de negócios e locais para passar o tempo enquanto se espera por consulta médica ou resultado de exames. Quis criar este hábito aqui”, conta.
Desde 1995, muita coisa mudou, não apenas no perfil do consumidor (mais exigente), mas no comportamento da cidade. “As mesas na calçada animaram a rua e chamaram outros comerciantes, e a Padre Chagas agora está repleta de opções gastronômicas”, relata. A concorrência não a assus-ta. “Assim não nos acomodamos e continuamos a procurar diferenciais. Nosso pioneirismo influenciou muitos estabe-lecimentos”, orgulha-se.
A pAusA e o prAzer
A necessidade de mercado fez com que o Café do Porto passasse a servir almoço também, desde 2005. No inverno, a casa oferece aquecedores de rua e mantas para os clientes se cobrirem, aproveitando a calçada. A carta de vinhos pode ser acessada por um tablet, com a ficha técnica de cada gar-rafa. Além disso, o local abraça propostas de difusão de cul-tura. A cada 15 dias, um novo artista tem suas obras expostas nas paredes. Todos os sábados ao meio-dia e nas quartas-fei-ras à noite acontece o projeto de música ao vivo. “Fazemos tudo pelo bem-estar do cliente, e nossa preocupação sempre foi com a pausa e o prazer de degustar um ótimo café, e isso se reflete em todas as nossas ações”, garante Ana.
O público consumidor da loja abrange todas as faixas etá-rias, desde senhoras de idade que a frequentam para tomar vinho ou clericot, além de crianças, jovens e adultos. Segundo a proprietária, o consumo de café expresso é perene o ano inteiro. “O café com leite, todavia, tem mais sazonalidade, as-sim como a variedade de cafés gelados”, diz. O Café do Porto também capta clientela nas redes sociais e encara possíveis críticas como meio de aperfeiçoamento. A maior dificulda-de do negócio, no momento, é contratar mão de obra, numa queixa comum a todo o comércio. “Temos como perfil pesso-as com pouco comprometimento, embora estejamos tentan-
do entender melhor o público jovem que ingressa no merca-do.” Quanto à margem de lucro, ela já foi maior. “Aluguéis e impostos dificultam muito, e o excelente negócio de outrora não apresenta mais o mesmo desempenho.”
empresA fAmiliAr
No centro da capital gaúcha, o Macuco Café caracteriza-se por ser pequeno e aconchegante, com detalhes em madeira e fotos históricas nas paredes. São 28 lugares, com deck em frente para os dias de bom tempo. É um empreendimento fa-miliar com uma década de vida, cujo responsável desde 2011 é Eduardo Tetour de Almeida. “A loja tem o estilo do antigo dono, um uruguaio, e foi um grande desafio assumi-la depois que meu irmão a comprou, mas desistiu de administrá-la por ter sido aprovado em concurso público”, explica.
Almeida, oriundo da área da pedagogia, faz de tudo: prepa-ra os cafés e lanches, cuida do estoque, das contas e do aten-dimento. “Sou escravo do meu negócio, mas vale a pena ver a satisfação dos clientes”, assegura. O Macuco divulga cardápios e DVDs de seu catálogo próprio no Facebook, e muitos de seus frequentadores são atraídos pelo marketing boca e boca. “Cati-vamos as pessoas com mais de 20 tipos de café de qualidade e, com o tempo, nos tornamos conhecidos”, declara Almeida. Os itens mais pedidos são o café expresso, o pingado e a torta de frango. Recentemente, numa adequação aos novos tempos, o estabelecimento implementou o pagamento por cartão.
Bom lugAr pArA ler um livro
Em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, a empresá-ria Cristine Dahmer aliou dois negócios em um local só, po-
Pioneirismo de Ana Cláudia influenciou comércio
na rua Padre Chagas, na capital gaúcha
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ho Cafeterias
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tencializando sua capacidade de atrair consumi-dores e gerar compras por impulso. A Cafeteria e Livraria Iluminura, aberta em 2000, tornou-se ponto conhecido na cidade, escolhido por mui-tos escritores para sessões de autógrafos de suas obras. No período de verão, a livraria responde por 70% do faturamento da loja. De abril a outu-bro, as bebidas e alimentos respondem por 60%.
Formada em secretariado executivo, filha de professores, Cristine é apaixonada por café. “Gos-to de tudo o que envolve o grão, sua produção,
a lavoura, o refino e os sabores. Sempre apreciei muito da bebida, visitei fazendas e fiz cursos, e tudo isso virou quase um vício: quanto mais sei, mais quero saber”, brinca. Como todo início de empresa, ela teve de superar dificuldades. “Nos primeiros dois anos, precisei ter outra fonte de renda para manter o capital de giro, investindo todo o dinheiro do cai-xa na manutenção do negócio”, diz. A clientela da Iluminura é bem variada, indo desde crianças, adolescentes e senhoras até homens de negócios. Com o passar dos anos, o local agre-gou produtos ao seu cardápio para atender a pedidos e estar em dia com as tendências. O menu oferece grãos de São Paulo, Minas Gerais e Bahia, bem como crepes, saladas e bruschettas,
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Iluminura, de Santa Cruz do Sul, une dois
hábitos tudo a ver: café e livros
saiBa mais
produção BrAsileirAO Brasil é o maior produtor mundial de
café, responsável por cerca de 40%
de todo café colhido no planeta, e o
segundo maior mercado consumidor.
segundo a pesquisa Tendências do
Consumo de Café no Brasil, 91%
dos pesquisados declararam-se
consumidores de café.
consumoatualmente, os brasileiros consomem
20 milhões de sacas de café por
ano, o que corresponde a 173
bilhões de xícaras, ou cerca de 1.200
xícaras de café anuais per capita.
essa é a segunda bebida mais
apreciada no mundo, perdendo
apenas para a água mineral.
HáBito europeuas cafeterias foram consagradas
na europa. muitas ficaram
mundialmente conhecidas, como
o café Nicola, em Lisboa, onde se
encontravam políticos e escritores,
e o café de La régence em Paris,
onde se reuniam nomes como
rousseau, voltaire e Diderot.
além de sanduíches, sucos e tortas. Antes, era só café, refrige-rante, pão de queijo e salgados pré-prontos.
“O segredo para fidelizar a clientela é ter um bom aten-dimento e um ambiente acolhedor”, acredita Cristine. O Iluminura trabalha forte nas redes sociais e obtém bom re-torno de seu marketing online, com divulgação de cardápios, livros e eventos. “É um resultado que dá para contabilizar, pois antes era difícil só com os anúncios em jornal e rádio”, comenta. Os desafios são apresentar novidades constante-mente e encontrar mão de obra qualificada. “Treinamos o funcionário e depois de três meses ele decide sair, e temos de começar tudo de novo”, lamenta.
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monitor de juros mensal
O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de
crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras.
O Monitor compila as taxas de juros médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira
semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis
modalidades de crédito à pessoa jurídica.
Capital de Giro Com prazo até 365 dias
Cheque espeCial
anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito
no
tas
Capital de Giro Com prazo aCima de 365 dias
Conta Garantida
desConto de Cheques
Apesar de alguma oscilação, comum
para a modalidade de capital de
giro, a taxa média de concessão do
Banrisul apresentou queda ao longo de
fevereiro, ingressando em março como
a taxa mais baixa. A taxa do Banco do
Brasil, em que pese a variabilidade que
a conduziu para o posto mais alto em
março, apresentou uma média mais
elevada nas últimas semanas.
Como de costume, a modalidade
cheque especial permaneceu com
taxas de juros médias estáveis sem
alterações entre as posições.
Apesar de manter a terceira posição,
o Bradesco apresentou tendência
sutil de elevação.
O Banrisul mantém a menor taxa
média da modalidade.
A modalidade manteve
sua estabilidade tradicional em
março, sem alternância
na posição das instituições
financeiras.
O Banco Safra permanece com
a taxa mais baixa e o Itaú com a
mais elevada.
Com a elevação da taxa
média de concessão da Caixa,
que a conduziu para o segundo
posto, o Citibank assumiu a primeira
posição da modalidade em março.
O Banco do Brasil registrou leve
redução em sua média,
deixando as colocações mais
altas em março para Itaú
e Bradesco.
Na modalidade de conta
garantida, com taxas médias muito
semelhantes, Banrisul e Banco
do Brasil permanecem com as
taxas mais baixas. Por outro lado,
Bradesco e Banco Safra, apesar de
alguma redução no último mês, se
mantêm com as taxas médias mais
altas da modalidade.
Na modalidade de desconto de
cheques, também se observou a
estabilidade habitual em março.
O Banco Safra, que já apresentava
a média mais baixa, apresentou
redução no mês. Por outro lado,
o Banco do Brasil, com uma
elevação, passou para a posição
de taxa mais alta.
1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito e financeiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, as mesmas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal. 2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre as mesmas. 3) Período de coleta das taxas de juros: 05/03/2014 a 11/03/2014.
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Instituição
Instituição
Instituição
Instituição
Instituição
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
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É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.
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Como Cientista polítiCo, em ano de eleições, costumo me deparar com a perplexidade do eleitor mediano diante da divulgação de pesquisas eleitorais. Tende-se a atribuir às pesquisas um caráter definidor do resultado das eleições, com a falsa premissa de que o “eleitor vota em quem está na frente”, e que, portanto, as pesquisas deveriam ser proibidas. Normalmente, este argumento falho – que em última análise, é antidemocrático – costuma ser utilizado por leigos no assunto e por políticos que estão mal posicionados perante a opinião pública, e o utilizam para desqualificar os resultados, acusando os institutos e os meios de comunicação de manipulação.
Se isso fosse verdade, o que explicaria o fato de que os institutos sérios apresentam resultados coincidentes? Nesse ponto, é preciso lembrar que empresas que realizam pesquisas precisam preservar sua credibilidade perante o mercado, como qualquer outra, e, portanto, o objetivo sempre é o acerto. Eventuais diferenças de resultado entre institutos podem ser explicados pela metodologia utilizada. Ademais, é preciso lembrar que se trata da
fotografia de um momento, em um cenário suscetível a mudanças.
O fato, é que cada eleitor possui uma racio-nalidade própria, um logaritmo composto de inúmeras variáveis que irão influenciar na decisão do voto. Essas variáveis são informa-ções disponíveis no mercado eleitoral, como o desempenho dos políticos com mandato, os partidos, as mensagens, as propostas, os programas... Nesse contexto, os resultados das pesquisas são apenas mais uma informa-ção a compor esse cálculo, que é complexo e individual. O percentual de eleitores que “vota em quem vai ganhar” é minimamente restrito, e dificilmente decidiria uma eleição.
Por fim, mas sem a pretensão de esgotar o assunto, resta atentar para o fato de que toda proibição de informação é uma forma de censura. Privar os eleitores do conhecimento do resultado das pesquisas eleitorais somente iria criar um “mercado negro” de pesquisas. O setor político continuaria contratando as pesquisas, e os meios de comunicação continuariam veiculando os seus resultados. A diferença, é que a proibição da divulgação somente as tornaria mais valiosas, diminuin-do o seu controle social e metodológico.
RodRigo giacometConsultor político da Fecomércio-Rs
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Pesquisas eleitorais e seus Mitos
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pelo mundo
Sociedade anônima Houve um tempo em que usuários da web se escondiam sob apelidos, em chats
ou fóruns anônimos. As redes sociais, preocupadas em mostrar pessoas “de verdade”, pareciam ter
diminuído esse hábito, mas alguns aplicativos mostram o contrário. Redes móveis como Secret e Whisper
permitem que a pessoa publique atualizações de status semelhantes às do Twitter ou do Facebook, mas sigilosas. Isso faz com
que segredos sejam “revelados”, embora nunca se saiba a identidade do autor. Outros apps, como o Confide e o Telegram, enviam mensagens que
se autodestroem assim que são lidas, sem que o histórico das conversas fique armazenado. Até o mundo corporativo ganhou sua rede: a plataforma
brasileira Love Mondays publica avaliações anônimas de colaboradores de grandes empresas. A ideia é mostrar como realmente é o dia a dia nessas
companhias, sem comprometer a carreira de ninguém.
Saúde na porta de caSaAlimentação saudável nem
sempre é sinônimo de praticidade, mas serviços de delivery vêm revertendo esse
quadro. Em San Francisco (EUA), a Zesty criou um
aplicativo que filtra a lista de restaurantes da cidade com
base nas tabelas nutricionais dos pratos. Assim, as empresas
podem encomendar almoços e lanches saudáveis para suas equipes, confiando no serviço de entrega da própria Zesty. Já no Brasil, a aposta é o suco
vivo. A bebida – uma mistura de frutas, legumes, folhas, raízes e grãos – é tida como energizante
e antioxidante. Porém, a quantidade de ingredientes e a necessidade de utilizá-
los frescos podem dificultar a vida de quem tem a agenda
atribulada. A solução vem com a assinatura de serviços
já disponíveis no Rio e em São Paulo: o cliente paga uma taxa mensal para receber o suco em
casa, nos dias em que achar mais conveniente.
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meninoS e meninaS Tendências vêm e vão, mas o fato é que as barreiras entre moda masculina e feminina estão cada vez mais tênues. A calça boyfriend (“namorado”, em inglês), um modelo mais largo e masculinizado, foi uma febre recente entre elas. Já eles vêm
preferindo modelagens mais ajustadas ao corpo, algo antes visto como característica exclusiva das mulheres. A flexibilização dos
gêneros no vestuário aponta a tendência da androginia no varejo. Uma empresa que leva o conceito ao extremo é a Dover Street
Market, com unidades em Londres, Nova Iorque e Tóquio. As lojas da rede não são divididas em seções masculinas e
femininas. As roupas e os provadores são dispostos em diferentes andares, num ambiente propositalmente ambíguo.
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DICAS DO MÊS
online
livro
Gênio visionário O norte-americano Steve Jobs revolucionou o mercado da informática, do cinema
de animação e da música digital, conquistando milhões de fãs com as invenções da sua empresa, a Apple.
Para contar sua história, Jobs – quando descobriu que estava com
câncer – escolheu a dedo o jornalista Walter Isaacson, que já foi presidente da CNN e editor-executivo da revista Time, também biógrafo de Benjamin
Franklin e Albert Einstein. Foram feitas entrevistas com mais de 150
pessoas envolvidas com o gênio, que era obcecado por controle, inovação e design. A biografia mostra-o como uma
pessoa muito criativa, visionária e apaixonada pelos produtos que criava,
e ao mesmo tempo extremamente rude e mal-educado ao tratar as
pessoas que considerava “idiotas”. Jobs fez questão de não interferir na obra, nem exigiu a leitura do
manuscrito antes de sua publicação.
vitória da estatística Um time
de beisebol de Oakland perde importantes
atletas por causa de seu modesto
orçamento. O gerente Billy Beane (Brad
Pit) aposta em metodologia inovadora na
tentativa de conter os problemas: escolhe
seus jogadores com base em sofisticada
análise estatística de seus desempenhos,
feita por Peter Brand (Jonah Hill). Inspirado
por história real, O Homem que Mudou o
Jogo (Moneyball) mostra como foi difícil
romper barreiras e costumes arraigados
em um esporte popular nos EUA. O time
formado por Beane e Brand obtém recorde
de vitórias na Liga Profissional, com atletas
subestimados ou descartados do esporte
por serem estranhos demais, velhos demais,
lesionados ou problemáticos, mas detentores
de habilidades-chave pouco valorizadas.
Boca no tromBone Colab é um aplicativo brasileiro que surgiu em 2013, em Recife, com a finalidade de melhorar os serviços públicos nas cidades brasileiras. Ele permite que os cidadãos denunciem problemas na cidade (com fotos e localização precisa), avaliem serviços públicos e ainda possibilita a proposição de projetos para trazer melhorias. O diferencial do app está no canal que sistematiza a cobrança: ele possui uma plataforma específica para que os governantes leiam o feedback da população. O resultado foi tão bom que o aplicativo foi
o grande vencedor do Appmycity, premiação internacional para aplicativos urbanos. Mais de 30 mil usuários já foram cadastrados no Brasil. Os criadores alertam que a iniciativa não tem qualquer filiação política.
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Ficha técnicaTíTulo: Steve Jobs
AuTor: Walter Isaacson
EdiTorA: Companhia das Letras
NúmEro dE págiNAs: 610
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Ficha técnicaTíTulo: O Homem que Mudou o Jogo
dirEÇÃo: Bennett Miller
roTEiro: Steve Zaillian e Aaron Sorkin
durAÇÃo: 133 minutos