Banner sobre Machado-Joseph

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Neste estudo descritivo prospectivo, acompanhou-se o paciente SKS, 34 anos, desde o aparecimento dos primeiros sintomas aos 27 anos. Na história pregressa, o paciente relatou apenas enxaqueca na infância e sono agitado. Introdução A doença de Machado-Joseph (DMJ) ou degeneração espinocerebelar do tipo 3 (SCA3) é uma doença neurodegenerativa progressiva, com grande variabilidade clínica, transmitida de forma autossômica dominante com penetrância bastante elevada. Causada por uma expansão de poliglutaminas na proteína ataxina-3, leva à sua agregação e ganho tóxico de função, o que provoca a morte neuronal. Desenvolvimento e Resultados A suspeita clínica da doença em 2003 foi confirmada por exame genético. Apresentava desequilíbrio na marcha, hiperreflexia, fasciculação da língua e oftalmoparesia. Relatou parkinsonismo e rigidez muscular no pai. O paciente não apresentou parkinsonismo, sintoma presente na irmã, pai e tia. Acompanhamento por sete anos das manifestações neurológicas de paciente com doença de Machado-Joseph: um estudo de caso. Adriana E. Pires Quevedo; Fernanda Elias Pires; Roseli Aparecida Soares Centro de Referência em Distúrbios do Movimento - UNEPE, Campo Grande – MS A dificuldade de locomoção isolou-o durante meses em casa. O uso de barras paralelas em casa e o auxílio de cadeira de rodas em atividades de lazer foram então incluídos. Em 2008, a cadeira de rodas tornou-se constante, porém, trouxe perda de massa muscular. Os engasgos se tornaram frequentes, porém com boa resposta à fonoterapia. Atualmente, o paciente tem realizado sessões com equipe multidisciplinar mantendo seu alongamento, saúde psicológica, melhora do fortalecimento muscular e da atividade pulmonar. Relatou aumento da espasticidade, enrijecimento muscular e dor durante e após situações de estresse emocional ou físico. Faz uso contínuo do dantrolene desde 2005 e a aplicação de toxina botulínica tipo A é feita desde 2006, com resultados satisfatórios. Conclusão Na evolução da doença, houve o aumento da espasticidade e hipotonia e a redução da massa muscular. Em 2005, redução na coordenação motora fina e posições anormais da mão esquerda e pé direito, disartria, dificuldades na deglutição e diplopia. Acompanhamento fisioterápico e psicológico fez-se necessários. Em 2007 avaliou-se o uso de bengala e andador. O paciente não se adaptou. A avaliação dos dados do estudo prospectivo demonstra uma progressão lenta da doença e evidencia os sintomas típicos da doença de Machado-Joseph e a ausência de sintomas encontrados em outros pacientes da mesma família. O tratamento multidisciplinar têm se mostrado muito eficaz na redução da dor e da espasticidade, e, por conseguinte na saúde psicológica do paciente. SKS, 2008 SKS, 2009 SKS, 2007 SKS, 2005 SKS, 2003

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Banner do trabalho "Acompanhamento por 7 anos das manifestações neurológicas de paciente com doença de Machado-Joseph"

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Neste estudo descritivo prospectivo, acompanhou-se o paciente

SKS, 34 anos, desde o aparecimento dos primeiros sintomas aos

27 anos. Na história pregressa, o paciente relatou apenas

enxaqueca na infância e sono agitado.

IntroduçãoA doença de Machado-Joseph (DMJ) ou degeneração

espinocerebelar do tipo 3 (SCA3) é uma doença neurodegenerativa

progressiva, com grande variabilidade clínica, transmitida de forma

autossômica dominante com penetrância bastante elevada.

Causada por uma expansão de poliglutaminas na proteína ataxina-

3, leva à sua agregação e ganho tóxico de função, o que provoca a

morte neuronal.

Desenvolvimento e Resultados

A suspeita clínica da doença em 2003 foi

confirmada por exame genético. Apresentava

desequilíbrio na marcha, hiperreflexia,

fasciculação da língua e oftalmoparesia. Relatou

parkinsonismo e rigidez muscular no pai. O

paciente não apresentou parkinsonismo, sintoma

presente na irmã, pai e tia.

Acompanhamento por sete anos das manifestações neurológicas de paciente com

doença de Machado-Joseph: um estudo de caso. Adriana E. Pires Quevedo; Fernanda Elias Pires; Roseli Aparecida Soares

Centro de Referência em Distúrbios do Movimento - UNEPE, Campo Grande – MS

A dificuldade de locomoção isolou-o durante

meses em casa. O uso de barras paralelas em casa

e o auxílio de cadeira de rodas em atividades de

lazer foram então incluídos.

Em 2008, a cadeira de rodas tornou-se constante,

porém, trouxe perda de massa muscular. Os

engasgos se tornaram frequentes, porém com boa

resposta à fonoterapia.

Atualmente, o paciente tem

realizado sessões com equipe

multidisciplinar mantendo seu

alongamento, saúde psicológica,

melhora do fortalecimento

muscular e da atividade

pulmonar.

Relatou aumento da espasticidade, enrijecimento

muscular e dor durante e após situações de estresse

emocional ou físico.

Faz uso contínuo do dantrolene desde 2005 e a

aplicação de toxina botulínica tipo A é feita desde

2006, com resultados satisfatórios.

ConclusãoNa evolução da doença, houve o aumento da

espasticidade e hipotonia e a redução da massa

muscular.

Em 2005, redução na coordenação motora fina e

posições anormais da mão esquerda e pé direito,

disartria, dificuldades na deglutição e diplopia.

Acompanhamento fisioterápico e psicológico fez-

se necessários.

Em 2007 avaliou-se o uso de bengala e andador.

O paciente não se adaptou.

A avaliação dos dados do estudo

prospectivo demonstra uma progressão

lenta da doença e evidencia os sintomas

típicos da doença de Machado-Joseph e

a ausência de sintomas encontrados em

outros pacientes da mesma família.

O tratamento multidisciplinar têm se mostrado muito

eficaz na redução da dor e da espasticidade, e, por

conseguinte na saúde psicológica do paciente.

SKS, 2008

SKS, 2009

SKS, 2007

SKS, 2005

SKS, 2003