AVE_914

28
ERMESINDE N.º 914 ANO LIV/LVI 1 MARÇO de 2014 DIRETORA: Fernanda Lage PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído) • Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: [email protected] A VOZ DE A VOZ DE ERMESINDE MAIS DE 50 ANOS – E MAIS DE 900 NÚMEROS ! MENSÁRIO TAXA PAGA PORTUGAL 4440 VALONGO DESTAQUE “A Voz de Ermesinde” - página web: http://www.avozdeermesinde.com/ CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO Autarquia valonguense preocupada em dar sinal público das marcas e mais-valias distintivas do concelho DESTAQUE - PÁG. 3 Projeto Saibreiras Bairro d’Artes DESTAQUE - PÁG. 6 Mobilizar para a ação – projeto Interval – CLDS+ LOCAL - PÁG. 8 Uma Aposta no Futuro para a Inclusão LOCAL - PÁG. 9 DAMAS Realizou-se (na ESE) o II Open Nacional Cidade de Ermesinde Acompanhe também “A Voz de Ermesinde” online no facebook e google+ O histórico diretor da Es- cola Secundária de Ermesin- de, agora ainda mais respon- sabilizado, porque lhe cabe dirigir a gestão de um agru- pamento com mais de 2 500 alunos, é, ao mesmo tempo, um homem indignado com a forma como a sua Escola Se- cundária foi tratada – de for- ma injusta e desigual para com outras escolas, impondo más condições de trabalho a professores, funcionários e alunos –, mas também um ho- mem orgulhoso do seu cor- po docente, da qualidade pe- dagógica e dos projetos que fazem com que esta escola viva, atue e forme, com en- tusiasmo e perseverança. Esta escola MERECE ser mais bem tratada. DESTAQUE Escola de eleição ... apesar de tudo Escola de eleição ... apesar de tudo FOTO URSULA ZANGGER

description

Jornal "A Voz de Ermesinde" n.º 914, de 1 de março de 2014. Edição também completa em http://www.avozdeermesinde.com

Transcript of AVE_914

Page 1: AVE_914

ERMESINDEN.º 914 • ANO LIV/LVI 1 MARÇO de 2014 DIRETORA: Fernanda Lage PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído)• Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: [email protected]

A VOZ DEA VOZ DEERMESINDEMAIS DE 50 ANOS – E MAIS DE 900 NÚMEROS! M E N S Á R I O

TAXA PAGAPORTUGAL

4440 VALONGO

DESTAQUE

“ A V o z d e E r m e s i n d e ” - p á g i n a w e b : h t t p : / / w w w . a v o z d e e r m e s i n d e . c o m /

CÂMARA MUNICIPALDE VALONGOAutarquiavalonguensepreocupadaem dar sinalpúblicodas marcase mais-valiasdistintivasdo concelho

DESTAQUE - PÁG. 3ProjetoSaibreirasBairrod’Artes

DESTAQUE - PÁG. 6Mobilizarpara a ação– projetoInterval– CLDS+

LOCAL - PÁG. 8Uma Apostano Futuropara a Inclusão

LOCAL - PÁG. 9

DAMASRealizou-se(na ESE)o II OpenNacionalCidadede Ermesinde

Acompanhe também “A Voz de Ermesinde” online no facebook e google+

O histórico diretor da Es-cola Secundária de Ermesin-de, agora ainda mais respon-sabilizado, porque lhe cabedirigir a gestão de um agru-pamento com mais de 2 500alunos, é, ao mesmo tempo,um homem indignado com aforma como a sua Escola Se-cundária foi tratada – de for-ma injusta e desigual paracom outras escolas, impondomás condições de trabalho aprofessores, funcionários ealunos –, mas também um ho-mem orgulhoso do seu cor-po docente, da qualidade pe-dagógica e dos projetos quefazem com que esta escolaviva, atue e forme, com en-tusiasmo e perseverança.

Esta escola MERECE sermais bem tratada. DESTAQUE

Escolade eleição... apesarde tudo

Escolade eleição... apesarde tudo

FOTO URSULA ZANGGER

Page 2: AVE_914

2 A Voz de Ermesinde • 1 MARÇO de 2014

m tempo de Carnaval lembramos asvelhas tradições do Entrudo celebradocom comida farta e melhorada.Na nossa região come-se cozido à basede carne de porco ou feijão guisado comorelheira, a que muitos acrescentam

Destaque

FERNANDA LAGEDIRETORA

Em busca das raízesdo nosso Carnaval

ED

ITO

RIA

L

E os diabos de Vinhais. Aí a morte, acompanhada da Censurae dos diabos, sai à rua na Quarta-Feira de Cinzas.

No Renascimento aparecem os bailes de máscaras, comricas fantasias e os carros alegóricos.

Em fins do século XIX e princípios do século XX, na nossaterra, o Carnaval era festejado em espaços públicos e emprivados.

O Carnaval da rua era o mais popular e por vezes violento,era hábito esfregar a cara das pessoas com pó de talco,fuligem e cinzas das lareiras, graxa e outras gorduras, eborrifavam-se as pessoas com água, e outros líquidos.

Nas casas particulares as famílias mais abastadasdivertiam-se organizando bailes de máscaras.

Na classe média organizavam-se assaltos, atirava-setalco, confettis e os mais novos lançavam rolos de fitascoloridas.

Faziam-se partidas como a de colocar pedaços depapel nas costas das pessoas, imitando caudas de

animais, levavam-se doces, ratos, centopeias,moscas, tudo a fingir, que se colocavam pela

casa ou na mesa de refeições, de preferênciano meio dos alimentos.

Em Ermesinde, na Segunda-Feira deCarnaval, os mascarados desfilavam pelafeira, alguns vinham das terras vizinhas decomboio.O guarda-roupa destes mascarados era

muito improvisado, quase sempre os homensvestiam-se de mulheres e as mulheres dehomens. Representavam muitas vezes cor-

tejos de casamentos, a noiva, sempre um homem com umagrande barriga e um ramo de flores, que nalguns casos erauma couve-galega. Figuras isoladas como espanholas, bruxascom a respetiva vassoura e homens vestidos de raparigascom cabeleiras e grandes seios, com lábios muito pintados,outros de criadas de servir.

As crianças quando podiam improvisavam um vestido deprincesa. Uma roupa velha dava uma roupa de cigana, decamponesa, de pastor, e por vezes vestiam roupas tra-dicionais de outras terras.

Hoje, como em tudo, passamos de colonizadores acolonizados, e até no Carnaval isso acontece.

(1) Ernesto Veiga de Oliveira, “Festividades Cíclicas em Portugal”.

rabo e pé de porco, presunto toucinho e salpicão.No Porto e arredores é realmente a orelheira que

impera, cozida acompanhada de legumes ou feijão, eaté com arroz, é o caso das merendas de arroz de Pa-ços de Ferreira.

Procurar a origem de todos estes festejos émergulhar num mundo entre o profano e o sagrado emque, para a religião católica, é fácil encontrar justifi-cação a partir do século XI, altura da implan-tação da Semana Santa antecedida do jejumda Quaresma.

Este longo período de privações acabaria porincentivar a realização de diversas festividadesnos dias que antecediam a Quarta-Feira deCinzas, primeiro dia da Quaresma.

Para trás, como sempre, fica o mistério,é o Carnaval, um ritual de purificação eexpulsão das forças malignas do Inverno,festas «em vista do renovo da vegetação, quetiveram a sua última forma expressa nasSaturnais romanas. Elas comportam ori-ginariamente o sacrifício anual do rei, quetransparece nos actuais enterros doEntrudo nas suas várias personalizaçõesburlescas, nas lutas do Verão e do Inverno». (1)

Dessas tradições ainda encontramos alguns vestígioscomo o enterro do João, a queima do galheiro, o dia dasComadres e o dia dos Compadres, o pai velho deLindoso... Todos estes festejos terminavam com o fogo, aqueima dos bonecos, sinónimo de purificação, o fim doInverno, a morte do mal e a esperança na nova Primavera.

Tempo de liberdade, de prazer e mal dizer – éCarnaval, ninguém leva a mal!

Desse Carnaval rural temos ainda bons exemplosem Trás-os-Montes, os Caretos de Podence, que noDomingo Gordo e Terça-Feira de Carnaval percorremas ruas e vielas da terra em bandos frenéticos a correratrás das raparigas solteiras para as chocalharem. Ou

Page 3: AVE_914

1 MARÇO de 2014 • A Voz de Ermesinde 3Destaque

Câmara estuda compensação a atribuir às IPSS’spelo fim do protocolo de fornecimento de refeições

LC

“A Voz de Ermesinde” sabeque continua em cima da mesado Executivo municipal a ques-tão do diferendo que opõe a au-tarquia às IPSSs envolvidas noprocesso de fornecimento derefeições às escolas.

De facto, contactadas asIPSSs, revelou a maioria delasdisponibilidade para negociarum novo preço por refeição,sendo que, no caso do CentroSocial e Paroquial de Campohaveria uma maior resistência,sendo assim desejável sentá-lasà mesa, todas em conjunto, deforma a aproximar posições eesbater possíveis desconfianças.Sabe a Câmara que as IPSS’s es-tariam disponíveis para baixaro preço até aos 1,80 euros (oatual é de 2 euros), eventual-mente a ADICE poderia mes-mo vir a aceitar um preço maisbaixo, e o Centro Social de Er-mesinde prefere não adiantar àCâmara nenhuma proposta con-

Valongo, a Junta de Freguesiade Alfena e a Associação ViverAlfena. Este protocolo prende--se com a criação da PlataformaSolidária em Alfena.

Em vésperas da entrega daantiga escola primária da Lombaao Rancho Folclórico de SantoAndré de Sobrado foi ainda apro-vado uma proposta de adicionalao contrato de comodato estabe-lecido entre a Câmara e o rancho.

Com maior interesse, foramainda aprovadas uma venda demadeira oriunda de abates e der-rubes de árvores ornamentais –tendo o vereador Adriano Ri-beiro, da CDU, adiantado queiria propor brevemente uma re-comendação sobre as podas –,e a abertura de procedimentosconcursais para provimento decargos de direção intermédia de2º grau. Esta última decisão se-ria aprovada por 4 votos a fa-vor (PS), 4 abstenções (PSD) e1 voto contra (CDU). João Pau-lo Baltazar, que é a de que sen-do todo o processo conduzidona legalidade, a maioria do Exe-cutivo tinha todo o direito demexer na macroestrutura cama-rária, tendo que se proceder aoconcurso público que agora sediscutia, cuja necessidade foiapontada pelo presidente daCâmara, José Manuel Ribeiro.

Entendimento diferente ti-nha a CDU, que entendia serextemporânea esta alteração damacroestrutura, em grande par-te realizada para proceder a ajus-tes de contas, e sendo por issodispensável.

Nesta sessão foi tambémdiscutida, mas haveria de ser re-tirada para melhor fundamen-tação e explicitação das respon-sabilidades camarárias daí ad-vindas, uma proposta para oreconhecimento como Patrimó-nio Cultural Imaterial de Inte-resse Municipal das secularesProcissões dos Santos Passos

creta, mas mesmo essa soluçãode consenso aparenta ser invi-ável para a autarquia, dadas asdecisões judiciais a propósitodo fornecimento de refeições em2011, atribuídas à Eurest, cujoconcurso, que haveria de serprotestado pela empresa decatering ITAU, viu recentemen-te o Tribunal dar-lhe razão, obri-gando à realização de um novoconcurso público para a época2014/2015.

A situação que daí decorre,todavia, merece por parte daCâmara toda a disponibilidadepara compensar as IPSSs peloesforço então feito, ressarcindoas despesas e encarando outrasmodalidades de apoio.

Decisõesda sessãopública

A sessão pública do dia 27aprovou a proposta de minutapara o protocolo de parceria acelebrar entre o Município de

No período anterior à Or-dem do Dia, destaque para asintervenções de Adriano Ribei-ro, sobre a questão das taxasurbanísticas. O autarca apontoua necessidade de rever o regula-mento para possibilitar melho-res condições de pagamento,pois continuavam a vir à reu-nião de Câmara inúmeros casosde caducidade de obras.

Sobre a intervenção deAdriano Ribeiro, usou da pala-vra o vereador social-democra-ta Nogueira dos Santos, pararecordar ter esse assunto sidojá levantado por ele há muito(Adriano Ribeiro distraído?),esperando-se sim a prometidaalteração dos regulamentos.

O presidente José ManuelRibeiro admitiu também a ne-cessidade de rever as condiçõesde pagamento, mas não só, tam-bém os próprios valores a pa-gamento. Já no penúltimo man-dato, recordou, tinha havidouma empresa a fazer um estudosobre isso, que agora estava ul-trapassado, necessitando de serrevisto. Abordou ainda ques-tões ligadas à tramitação de umaeventual nova proposta de re-gulamento, que teria de com-preender um período de consul-ta pública.

O vereador com a pasta doUrbanismo, Sobral Pires, vice-presidente da Câmara, explicariacom mais detalhe essa tramitaçãonecessária: redação da proposta,estudo de impacto económico-fi-nanceiro, consulta pública, dis-cussão e aprovação na Câmara ediscussão e aprovação em As-sembleia Municipal.

Foram ainda discutidos ou-tros assuntos. Um deles foi odas das viaturas abandonadasna via pública há muito tempo,que a Câmara não pode remo-ver sem aprovação judicial. Foirecentemente aberto um concur-so público para o reboque des-

FOTOS URSULA ZANGGER

• CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO •

A última sessão pública da Câma-ra Municipal de Valongo, realizadana pasada quinta-feira, dia 27 defevereiro, foi parca de assuntos degrande monta. Entre as decisõestomadas refira-se a aprovação devotos de louvor a atletas do concelhoe a celebração de um protocolotendente a estender a PlataformaSolidária a Alfena. A Câmara ficoude reunir em privado, depois dasessão pública, para apreciar asituação decorrente do fornecimentode refeições às escolas pelas IPSSdo concelho, situação consideradainsustentável pela Câmara que,todavia, busca ainda chegar a umconsenso com as IPSSs.

A Câmara Municipal deValongo aprovou, por oitovotos a favor e uma absten-ção (Adriano Ribeiro, daCDU), a proposta de cele-bração de um contrato paraa cedência do 5º piso doEdifício Faria Sampaio àLipor, para esta empresaintermunicipal ali instalaruma academia de formação.A proposta em si não terianada de criticável, merecen-do inclusive o voto favorá-vel dos vereadores do PSD.A única questão é que JoséManuel Ribeiro anunciouque a partir de 24 de feve-reiro, segunda-feira, o espa-ço ficaria então à disposi-ção da Lipor, mas é esse oespaço em que os vereado-res da oposição têm insta-lados os seus gabinetes detrabalho, o que levou o ex-presidente da Câmara a JoãoPaulo Baltazar a declarar terrecebido em direto, na reu-nião da Câmara, a ordem dedespejo. O autarca do PSDacusou José Manuel Ribei-ro de falta de sensibilidadedemocrática, pois não cus-taria nada ter ido falar comos vereadores da oposiçãopara os avisar da cedênciado espaço à Lipor, com agarantia de que seria muitobreve o tempo em que osvereadores da oposição fi-cariam sem gabinete. O pre-sidente da Câmara, JoséManuel Ribeiro, rejeitou asacusações de comporta-mento antidemocrático,justificando a entrega doespaço até pelo facto de osvereadores da oposição(PSD e CDU) preferiremum espaço de trabalho mais

central ao concelho, emValongo, o qual dentro embreve, garantiu, estaria dis-ponível.

A crítica de João PauloBaltazar segue-se à anteri-ormente apresentada aquan-do da declaração do presi-dente da Câmara de que iriaser denunciado o protocolocom as IPSSs para o forne-cimento de refeições às es-colas, quando o assunto nemsequer tinha ido ainda a reu-nião de Câmara para poderser decidido.

José Manuel Ribeirocontrapôs que nunca a opo-sição foi tão bem tratada,pois se sente «inquilino» enão «proprietário» da Câ-mara, acedendo João PauloBaltazar que a atitude deJosé Manuel Ribeiro seriairrefletida e dela já se teriacertamente arrependido.

Na verdade, recorde-seque a contrabalançar estetipo de comportamentomenos partilhado com aoposição, há alguns aspetospositivos a salientar, comoa edição do novo boletimmunicipal que, pela primei-ra vez, é aberto à oposição.

Destaque também, nes-ta reunião, para a aprovaçãoda prorrogação do contrato-promessa de arrendamentodo Edifício Faria Sampaio(no outro bloco) à EDC –European Design Center,que espera melhores condi-ções de investimento combase no novo Quadro Co-munitário de Apoio,,umadescisão que tem em contaa expetativa de trazer em-prego muito qualificadopara Ermesinde.

de Valongo. ses carros abandonados.

Sessão anterior

Page 4: AVE_914

4 A Voz de Ermesinde • 1 MARÇO de 2014Destaque

Uma escola... teimosaEsta escola não tem razão de ser.

Ela serve uma comunidade de “ape-nas” 65 mil pessoas. Logo podemaprovar-se para ela todos os projetos,desde que nunca se executem. Osalunos podem abandoná-la e ir paraÁguas Santas, Rio Tinto, Porto, po-dem fazer-se todos os estudos geoló-gicos que se queira, abrir os buracose deixá-los ficar, e prometer intervirsempre para o ano que vem.

Degrada-se?, e depois!? é a lei davida. Não há nada a fazer. Um peque-no lapso, certamente, permitiu substi-tuir a cobertura do ginásio, dar-lhemais luz natural, não se percebe comque intenção..., foi mais despesa!

LC

Álvaro Pereira, diretordo Agrupamento de Escolasde Ermesinde, há muitos anosà frente da Escola Secundá-ria, recebe-nos sem saber bem

FOTOS URSULA ZANGGER

• ESCOLA SECUNDÁRIA DE ERMESINDE •

onde nos pôr, de tão exíguo ogabinete da Direção da esco-la que partilha com os outroselementos da Direção. Por fimlá nos arranja um pequenocanto onde cabe uma mesinhae umas três cadeiras, e é lá que

nos fala da saga desta escolae da sua revolta ao vê-la trata-da de forma tão injusta após aconstatação de não haver re-cursos financeiros para avan-çar com a terceira fase de umarequalificação que dotou ou-tras de meios às vezes des-mesurados.

Não pede luxos, apenascondições de trabalho comque a escola possa ser dota-da, de forma idêntica a tantasoutras para onde, agora, fo-gem alguns dos seus alunos.Por exemplo, os devidos 250computadores, 50 projetoresde video (um por sala), 15 a20 quadros interativos.

Logo ali ao lado e muitobem, a EB 2,3 de S. Lourençorecebeu 150 computadores –Rosa Calçada, diretora dasbibliotecas escolares espan-tou-se mesmo pela má quali-dade dos computadores ain-da em uso na ESE, lembra ohistórico diretor... os histó-ricos computadores.

Álvaro Pereira regista acompreensão com que sem-pre é acolhido por quempode decidir. Sempre sensi-

bilizados, mas nunca há ca-lendário.

Em breve irão reiniciar-se as obras em algumas dasescolas em que não foramterminadas. A ESE e outras30, da terceira fase, continu-arão à espera.

O sinistro de tudo isto éo que revela a sua história,quando o novo projeto foiaprovado em dezembro de2010. Então, convidado a-quando dos 40 anos da Es-cola Secundária de Ermesin-de (ESE), o então diretor ge-ral da DREN anunciou pom-posamente a prenda de anos– uma escola nova para Er-mesinde! E chegou a ser fei-ta uma muito linda maquete.

Escolas muito mais re-centes que a ESE (que ago-ra tem cerca de 43 anos),como a do Castêlo da Maia,foram praticamente deitadasabaixo para se fazer uma es-cola nova. Mas a realidadeaqui, chocante e «caricata»,é bem diferente. Hoje, em2014, quando a ESE pediu àDGEST autorização para arequalificação da portaria da

escola – um cubículo compouco mais de meio metro deespaço onde os funcionáriosquase nem podem esticar aspernas, a resposta é não!, porqualquer razão imbecil (issodizemos nós), como sempresão as razões da sempre ar-bitrária burocracia.

A requalificação que ago-ra Álvaro Pereira reclama nadatem a ver com a escola “nova”,ou com o projeto à altura apre-sentado pela Parque Escolar –pede-se sobretudo uma remo-delação da caixilharia e vidros,da iluminação, pintura e persi-anas, isto é o necessário parapoder tornar a escola confor-tável em dias de maior frio oude maior calor – o isolamentotérmico é fundamental.

Álvaro Pereira, de qual-quer modo, recorda: gastaram-se aqui, só em projetos de ar-quitetura, qualquer coisa como250 mil euros, mais 1 milhão deeuros (!) de estudos geológi-cos – dos quais ficaram aindaalguns buracos abertos!

De qualquer modo Álva-ro Pereira assinala a peque-na luzinha ao fundo do tú-nel que foi a substituição dacobertura do ginásio, agoracom muito mais luz natural,e o arranjo dos balneários –

obras estas que orçaram os100 mil euros.

Confiante no apoio daautarquia municipal, o dire-tor relembra os esforços quetêm vindo a ser feitos desdeo mandato de João Paulo Bal-tazar, que com a vereadora daEducação de então, se mobi-lizaram duas vezes para falarcom o secretário de Estadoda Educação, João Casa-nova em Lisboa, além da reu-nião havida aquando da inau-guração da Escola Básica doMirante de Sonhos com o jáatual ministro Nuno Crato.

E tem também plena con-fiança que o atual vereadorda Educação, Orlando Ro-drigues, que aliás foi seucolega na direção de um es-tabelecimento escolar noconcelho (em Campo), pros-siga este esforço, aliás pro-metido aquando de uma maisrecente conversa com ele.

Valongo – recorde-se –, éo único concelho sem qual-quer escola requalificada.

A situação atual da ESEcontempla ainda situaçõescomo esta: a existência devários pré-fabricados já com40 anos de idade (mas infe-lizmente ainda úteis), ou co-berturas de cerca de 4 000

Moção aprovada pela Assembleia de Freguesia de ErmesindeUma nova Escola Secundária para Ermesinde

Num momento em que tanto se falta na qualidade daeducação e se reforçam as exigências com os agenteseducativos, a Comunidade Ermesindense exige urgente-mente uma escola secundária para a nossa cidade, queseja dotada de melhores condições físicas e pedagógicaspara que o processo de ensino-aprendizagem ali decorracom a dignidade devida.

Trata-se de uma das mais prestigiadas instituições deensino público da cidade e do concelho, com uma surpre-endente posição no ranking das escolas, que ainda seriamelhor se as condições fossem aquelas que deviam ser.

Por isso mesmo, a Assembleia da Freguesia deErmesinde reitera a moção já aqui aprovada numa dasúltimas sessões da legislatura anterior (28 de junho de

2013), deliberando:- Manifestar a sua indignação pelo facto de muito pouco

ter sido feito durante muitos anos em favor das degradadasinstalações, onde milhares de estudantes já iniciaram maisum ano letivo;

- Mostrar o seu descontentamento pela inexistência desuficiente equipamento informático, desportivo e laboratorialque viabilize situações de igualdade a todos os alunos eprofessores, que ali desenvolvem a sua atividade de ensino-aprendizagem;

- Exigir ao Ministério da Educação e Ciência respostasconcretas, eficazes e rápidas a este problema.

A presente Moção, depois de Aprovada, deverá ser dada aconhecer a todas as instituições direta e indiretamente relacio-

nadas com esta questão, bem como remetida à comunica-ção social e a todos os representantes da Comunidade Es-colar.

A presente Moção, depois de Aprovada, deverá serdada a conhecer à:

- Junta da Freguesia de Ermesinde;- Câmara Municipal de Valongo;- Assembleia Municipal de Valongo;- Ministério da Educação e Ciência;- Comunicação Social;- Agrupamento de Escolas de Ermesinde;- Associações de Pais do Agrupamento.

Ermesinde, 21 de dezembro de 2013

Page 5: AVE_914

1 MARÇO de 2014 • A Voz de Ermesinde 5Destaque

• ESCOLA SECUNDÁRIA DE ERMESINDE •FOTOS URSULA ZANGGER

m2 de fibrocimento para se-rem retiradas.

A qualidadedo ensinona ESE

No meio deste sombrioquadro e ao invés do que na-turalmente haveria a esperar,a ESE continua a mostrarbons resultados pedagógi-cos na comparação com asescolas próximas, embora ascondições referidas prevale-çam e levem muitos alunosa acabar por preferir ir paraÁguas Santas, Rio Tinto,Maia, ou qualquer externato.

Mas de forma geral, apon-ta Álvaro Pereira – e cremos,com verdade – os alunos, deforma geral, continuam a gos-tar desta escola. Porque umaescola não são só paredes!

«Há aqui uma cultura deescola!», aponta orgulhosoo diretor, que faz ressaltar oseu lema “Conhecimento eHumanismo”.

Há uma excelente rela-ção entre os elementos dacomunidade escolar e umarelação estreita com a comu-

A escola é mesmo umareferência, a nível do Secun-dário, no capítulo das Artes,mesmo não sendo escola devocação exclusivamente ar-tística, isso mesmo o reco-nheceram perante os pares,autoridades tutelares.

Foram alunos da ESE quefizeram o painel exterior daEscola do Mirante de Sonhos,o painel da antiga passageminferior da estação ferroviáriade Ermesinde, e muitos mui-tos recantos da Escola Se-cundária foram decoradoscom murais, azulejos e outrasintervenções artísticas, quefazem deste estabelecimentode ensino uma espécie debelo “jardim florido” ou gale-ria, numa linguagem mais rea-lista. Movimento esse que écontínuo e entusiasmado.

Álvaro Pereira fala tam-bém das várias parcerias quea escola mantém, por exem-plo com a Faculdade de Ar-quitetura, com a Universida-de Aberta, com a FaculdadedeLetras da Universidade doPorto, e muitas outras.

O cartão de controlo doacesso à escola não foi umdispêndio para esta, porque re-

sultou do apoio de empresas,como o Instituto de Línguas.

E na comunidade exteri-or em que se insere, a ESEmantém parcerias com insti-tuições como a Junta de Fre-guesia de Ermesinde e vári-as associação culturais.

Os alunos são motivadosa participar em projetos comoa Agenda 21 ou a AmnistiaInternacional. Um exemplo re-cente, no quadro do ProjetoVida e Saúde, foi possível or-ganizar uma ação de Educa-ção Sexual dirigida aos pais.

Há também um balançomuito positivo no que res-peita aos cursos profissio-nais. Por exemplo, os cursosde design gráfico e vitrinis-mo irão colaborar numa ini-ciativa destinada a reavivaro comércio tradicional emErmesinde, tendo já encon-trado diversos parceiros in-teressados.

Entre os curos ministra-dos na ESE podem encon-trar-se “coisas” como o cur-so de auxiliar protésico.

Há também cursos EFA(ensino e formação de adul-tos de Práticas Comerciais,e de matérias como Fotogra-

fia, Eletricidade e Informática.De rececionista de hotel, deGeriatria. 28 estrangeiros dasmais diversas nacionalida-des frequentam este ano aescola no curso de Portugu-ês para Todos.

O balanço que faz doscursos Novas Oportunida-des é também muito positi-vo, tendo alguns técnicosmuito bons saído com má-goa do projeto extinto, queneste, como noutros casos,era um projeto de rigor.

O Agrupamento de Esco-las de Ermesinde conta com 2561 alunos, sendo 1 600 do en-sino básico e pré-escolar. OAgrupamento acolhe, assim,alunos desde os 3 aos 80 anos.

A gestão é assegurada portrês elementos da Secundáriae três da EB 2,3 D. AntónioFerreira Gomes, no que temsido uma muito boa experiên-cia, qualifica o diretor, ÁlvaroPereira, que faz o elogio públi-co desta equipa de trabalho.

A escola não merecia oque lhe fizeram. A paciência foiilimitada, mas para tudo há umpatamar de dignidade que nãopode ser ultrapassado. Não sepode esperar sempre!

Moção aprovada pela Câmara Municipal de ValongoEm defesa da requalificaçãoda Escola Secundária de Ermesinde

Considerando que:• A Escola Secundária de Ermesinde é um dos maio-

res estabelecimentos de ensino do concelho de Valongo,leccionando do 7º ao 12º ano dos currículos regulares,assim como ensino profissional e cursos de Educação eFormação e de Adultos.

• A Escola Secundária de Ermesinde tem actualmentecerca de 200 professores, 20 funcionários administrati-vos, 45 auxiliares de acção educativa, entre outros pro-fissionais, como psicólogos e guardas nocturnas.

• A Escola Secundária de Ermesinde é sede do Agru-pamento de Escolas de Ermesinde, que envolve tambéma Escola EB 2,3 António Ferreira Gomes e as escolas EB1 e Jardins de Infância Sampaio, Gandra e Bela.

• As condições crescentemente precárias em que vemfuncionando este estabelecimento escolar acarretam sé-rios prejuízos para a respectiva comunidade escolar;

• Foram criadas legitimas expectativas na comunida-de escolar com a assunção do compromisso por sucessi-

• Em Maio de 2012, em resposta a requerimento escrito deDeputados da Assembleia da República, o Ministério daEducação assumiu o compromisso de, tendo em conta a sus-pensão dos projectos no âmbito da empresa Parque Escolar,num prazo de seis meses, apresentar uma proposta para asescolas ainda por intervencionar. O facto é que já decorre-ram quase dois anos e não é ainda conhecida a intenção doGoverno em relação ao futuro das escolas nesta situação,naqual se inclui a Escola Secundária de Ermesinde.

• Sendo isto muito grave, torna-se ainda mais gritantetendo em conta que, nos últimos anos, mesmo a própria ma-nutenção da escola tem sido posta em causa poralegadamente estarem a aguardar por processos derequalificação profunda. É caso para afirmar que "nem paunem bola"!

• Acresce ainda que a realidade é que nenhuma escolasecundária do concelho de Valongo foi objecto derequalificação no âmbito deste processo, ao contrário da mai-oria dos concelhos vizinhos, contribuindo para o aceleramento

Sabendo que continua suspenso o processo de reabi-litação deste estabelecimento escolar, sem que se saibaquando será retomado, a Câmara Municipal de Valongo,reunida em 5 de Fevereiro de 2014, exige ao Governo que:

• Desbloqueie o processo de requalificação da Esco-la Secundária de Ermesinde, dando cabal cumprimentoaos compromissos assumidos por sucessivos governose correspondendo às expectativas criadas na comunida-de escolar;

• Tenha em conta o carácter urgente e inadiável darequalificação deste estabelecimento de ensino, dado oestado de degradação global dos edifícios.

A Câmara Municipal de Valongo enviará cópia destamoção ao Sr. Primeiro-ministro, ao Sr. Ministro da Educa-ção, aos Grupos Parlamentares da Assembleia da Repú-blica, ao Conselho Metropolitano do Porto, à Direcção eàs associações de pais e de estudantes da Escola

Secundárias de Ermesinde.

Valongo, 5 de fevereiro de 2014vos governo de realizar obras de requalificação. da perda de alunos para outros estabelecimentos.

nidade exterior.Em primeiro plano um dos buracos abertos no pavimento (paraestudos geológicos), mas que nunca vieram a ser fechados.

Page 6: AVE_914

6 A Voz de Ermesinde • 1 MARÇO de 2014Destaque

Saibreiras, Bairro d’ArtesLC

Bairro d’Artes? Precisa-mente! É o que é – teatrodança, fotografia... tudo issovem animando uma comuni-dade que quer deixar paratrás o tempo das Malvinas.

O projeto, encabeçadopela companhia Cabeças noAr e Pés na Terra, mas numaparceria com a Associação Er-mesinde Cidade Aberta, querjuntar ao colorido que a autar-quia, mais ou menos recente-mente, trouxe aos prédios, ocolorido da vida e da anima-ção, mostrando que todossão capazes de se superar asi próprios no ato criativo.

O projeto “SaibreirasBairro d’Artes” tem apoio daFundação EDP, que se esten-derá por mais dois anos e queobriga a uma avaliação regu-lar do decorrer do processo.O edifício onde o projeto temo seu centro fica no rés-do-chão de um dos blocos doBairro das Saibreiras e foi ce-dido pela Câmara Municipal

de Valongo, via Vallis Habi-ta, sob a contrapartida da re-alização de três espetáculospara a autarquia.

A ambição do projeto éque, ao fim destes três anos,os Cabeças no Ar possam sa-ir daqui, deixando um projetocom autonomia própria, quepossa ir desenvolvendo a ati-vidade no seu próprio bairroe com as pessoas deste.

De início meio descren-te ou desconfiada, a poucoe pouco a comunidade pas-sou a rever-se neste projeto– são as suas caras afinalque aparecem nos retratossobre agente do bairro queagoram ilustram as montrasde algumas lojas, como ocafé e a lavandaria, é a suamarcha de S. João que, pelaprimeira vez desfilou com asoutras do concelho, mar-chas que se pretende trazertambém a Ermesinde.

No registo das atividadesassinalam-se cerca de 38 jo-vens, de resto as atividadesvisam um público direto e

foi o “Auto da Barca do Infer-no”, espetáculo quer contoucom o interesse de várias co-munidades escolares. Proxi-mamente, neste mês março,será apresentado “Ulisses”.

Uma outra área em que osCabeças no Ar se têm envol-vido é na dramatização de pe-quenas peças com um carizsocial (as teatroconferências),para clientes institucionais.

Os Cabeça no Ar parti-cipa este ano, também naparódia local do “Enterro doJoão”, representando as fi-guras do médico, da amantee do juiz.

ErmesindeCidade Aberta

A Associação ErmesindeCidade Aberta é vista aindapela comunidade, muitas ve-zes, como uma extensão doEstado, gerando alguma des-confiança. A importância deprojetos como este é crucial,ajudando a quebrar o gelo epromovendo a inclusão daspessoas pela sua promoçãocultural e artística e a suacapacitação.

A criação de um senti-mento de orgulho pela per-

um público à volta, indireto.Além da avaliação das ativi-dades regulares, existe umacompanhamento do percur-so escolar, que é feito com acolaboração de uma técnicada Associação ErmesindeCidade Aberta (AECA).

A colaboração entre osCabeças no Ar e a AECA fez--se facilmente, a associaçãoteatral tinha as competênci-as da criação artística – comtécnicos envolvidos na for-mação em teatro, dança emúsica, a AECA tinha osdados da comunidade e a li-gação à ação social.

Os Cabeçasno Ar...

Hugo Sousa, o principalanimador e o rosto públicodos Cabeças no Ar e Pés naTerra faz questão de deixarbem clara a distinção entreo trabalho profissional dacompanhia e o seu trabalhocomo associação culturalinterveniente, e que é de na-tureza muito distinta.

A companhia tem váriosatores profissionais, contan-do ainda com o apoio de téc-nicos no domínio do design,ilustração, produção...

No âmbito do trabalhoprofissional procura apresen-tar um reportório que traga al-guma inovação e elementosde rutura, muitas vezes emproduções conjuntas comoutros grupos. Os Cabeçasestão no concelho de Valongoe no concelho da Maia.

Nas produções feitascom amadores, em particularno teatro para a infância pro-cura-se criar um sentimentode proximidade, por exemploescolhendo textos de autoresportugueses. Uma produçãorecente dos Cabeças no Ar

FOTOS URSULA ZANGGER

interveniente, mas também

tença a uma comunidade emefervescência artística é umdos caminhos que permita avalorização de atividadesentusiasmantes que só porsi desarmem aos cantos desereia de práticas mais des-viantes, não apenas social-mente criticadas, mas perni-ciosas no seu potencial dedestruição da atividade hu-mana em cooperação (vivi-da, ativa e criativa).

Foi possível, através doprojeto, pôr aos jovens a fa-lar francamente do bullying,conta Susana Bilber, técnica(assistente social) da AECA,muito envolvida no projetoSaibreiras Bairro d’Artes.

Foi possível o aproximarde pessoas de outras gera-ções, inicialmente distantes,

depois expectantes, por fiminteressadas. Foi criada umarede de confiança, um con-traponto pela positiva aosdramas da vida no bairro.

Propostas

A formação em fotogra-fia foi um êxito, e deixou assuas marcas, com pessoasque ficaram indissoluvel-mente ligadas ao projeto,como o senhor Alcino, umapaixonado pela fotografia.

As meninas fazem o me-lhor que sabem e querem bri-lhar na sua aprendizagem emostrar o seu hip hop.

E há ainda muitos deafiospara ganhar. Na dança comona música. E no teatro, queserá dos mais exigentes.

Page 7: AVE_914

1 MARÇO de 2014 • A Voz de Ermesinde 7

• NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE •

Local

E foi assim, na Casa de S. ValentimSÉRGIO GARCIA (*)

Nos passados dias 12, 13 e14 de fevereiro, o projeto “Fei-ra Venda de Saberes”, promovi-do pelo Centro Social deErmesinde (CSE), assinaloumais uma data festiva – o Diados Namorados – através dacomemoração do S. Valentim.Desta vez, o evento foi organi-zado por um conjunto deartesãos afetos ao projeto que,de forma autónoma, prepararama divulgação, receberam, orga-nizaram as inscrições e decora-ram a casa 3, situada no já habi-

tual espaço de ação deste pro-jeto: largo da antiga feira deErmesinde. Nas palavras deMárcia Colibri, uma das arte-sãs envolvidas nesta feira, oevento «correu bem, houve va-riedade de produtos e, com tudoisto, uma boa adesão por parteda comunidade». Teresa Vas-concelos, por seu turno, desta-ca a colaboração do comérciolocal, aproveitando para agra-decer a oferta de um jantar ro-mântico, por parte do Café Res-taurante Imigrante, que foi sor-teado entres os clientes da Casade S. Valentim. Por fim, Beatriz

Lopes destaca, na contenção doseu entusiasmo, a forma comoforam vividos os três dias de fei-ra entre os artesãos, com um ex-pressivo: «Foi divertido tam-bém!», completando que «a pró-xima é a Feira de Carnaval nosdias 2, 3 e 4 de março, no local docostume»..., «onde se poderãodivertir muito mais», concluiHelena, outra artesã do projeto.

Recorde-se que o projeto“Feira Venda de Saberes” sur-giu do diagnóstico social reali-zado pelos técnicos do Centrode Formação do CSE que, noatendimento direto, foram per-

cebendo a existência de um sig-nificativo número de desempre-gados com experiência e com-petências em diversas áreas, mascom dificuldade em estruturaruma ideia de negócio, divulgaros próprios saberes e escoar osseus produtos, muitas vezes di-ferentes das áreas que caracteri-zaram os seus percursos profis-sionais anteriores.

O projeto pretende assim darvisibilidade aos saberes-fazer dosdesempregados, com vista à pro-moção da sua inserção no merca-do de trabalho. Neste sentido,estão previstas as seguintes ati-

FOTOS CF/CSE

vidades: formação; workshopstemáticos; criação da bolsa de ter-renos para exploração agrícola;dinamização de um grupo deentreajuda; criação de platafor-ma digital para divulgação e ven-da de produtos e serviços;reativação//dinamização do lar-

go da antiga feira de Ermesindepara a realização de mostras/vendas de produtos e a criaçãoda casa do produtor/artesão.

(*) CF/CSE

Page 8: AVE_914

8 A Voz de Ermesinde • 1 MARÇO de 2014

Rua Joaquim Lagoa, 15 Tel./Fax 229722617 4445-482 ERMESINDE

Dir. Técnica: Ilda Rosa Costa Filipe Ramalho

Casa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaFazendas • Malhas • Miudezas • Pronto a Vestir

Rua 5 de Outubro, 1150Telefone: 229 711 669 4445 Ermesinde

Mobilizar para a ação– Projeto Interval – CLDS+

Com o início do novoano, a equipa do CLDS+do Centro Social deErmesinde encetou vári-as diligências para aconcretização de umconjunto de ações a di-namizar este ano, com oobjetivo de mobilizar osvários atores sociais napersecução dos proces-sos de mudança para oconcelho de Valongo.Segundo Ana Rentes,técnica do CLDS+, o tra-balho agora «passa pelaimplementação de açõesque visam substanciaras reuniões e semináriosque ocorreram no anotransato». Florentino Sil-va, outro dos técnicosdesta equipa, refere quenos seminários realiza-dos com a população

nos vários eixos de inter-venção do Projeto Interval,se deparou «com as fragili-dades do atual contexto so-cial de Ermesinde e deAlfena, que revelam sobre-maneira a importância destetrabalho de devolução,mobilização e de confluên-cia de sinergias, para quepossamos ultrapassar osobstáculos que atualmentese impõe de forma estrutu-ral e que deverá ser repen-sado com as gentes da ter-ra». Nesta bitola, os técni-cos enunciaram algumasdas iniciativas a realizar esteano: submissão da candida-tura dos projetos dos alu-nos das escolas do secun-dário de Ermesinde e deAlfena ao concurso deideias INOVA; curso - Perfile potencial do empreende-

dor – diagnóstico/desenvol-vimento; Seminário sobreempreendedorismo com aapresentação de projetos deempreendedorismo dos jo-vens alunos do secundário edos formandos do curso deempreendedorismo; e por fima criação e revitalização deassociações.

Quanto aos territórios deValongo e Campo/Sobrado,cujas ações a executar estãosob a responsabilidade daADICE – Associação para oDesenvolvimento Integradoda Cidade de Ermesinde, se-gundo as técnica Nair Mon-teiro e Isabel Reis, técnicasdo CLDS+ da ADICE, estãotambém previstas algumasiniciativas fulcrais para apromoção da inclusão soci-al no concelho, nomeada-mente Ações sobre Em-

preendedorismo e Associa-tivismo Juvenil, em parceriacom a Escola Profissional deValongo e a Escola Secun-dária de Valongo. Estas téc-nicas consideram que porser crucial o trabalho emparceria, continuarão a serestabelecidos protocoloscom as entidades emprega-doras locais, no sentido damelhor adequação da ofertaformativa para os quadrosdas empresas e possívelintegração de formandos emformação em contexto detrabalho, bem como redefi-nir estratégias para a reali-zação do 2º Encontro de Em-presários/as e Representan-tes de Instituições do Con-celho de Valongo. Estão ain-da previstas ações de Em-preendedorismo para de-sempregados em parceria

com o IEFP - Centro de Em-prego de Valongo.

Considerando o impactodas ações do CLDS+, e naexpectativa de continuar acolmatar algumas lacunasexistentes no âmbito no de-senvolvimento pessoal e so-cial, a técnica Marta Nevescontinuará a desenvolverconsulta psicológica, açõesde formação em Cidadania,Gestão Doméstica e Compe-tências Pessoais e Sociaisdirigidas às famílias maiscarenciadas do concelho.Salientamos que no âmbitodas atividades de promoçãoda Saúde e Desporto dirigi-das a portadores de deficiên-cia e ou incapacidade, irá de-correr no dia 26 de marçouma atividade sobre Preven-ção Rodoviária na Escola D.António Ferreira Gomes em

Não se esqueça de pôr em diaa sua assinatura

de “A Voz de Ermesinde”PODE FAZÊ-LO POR VALE POSTAL, CHEQUE

OU TRANSFERÊNCIA BANCÁRIA. INFORME-SE: 22 974 7194

Ermesinde. Esta ativida-de tem a colaboração daCI-Comunidade de In-serção da ADICE, CAO– Unidade de Deficiên-cia de Alfena e PSP deValongo.

Ainda no âmbito daInclusão Social decorrerá,no dia 23 de março, noSalão Nobre dos Bombei-ros Voluntários de Erme-sinde, um Baile de Benefi-cência para recolha deprodutos de higiene pes-soal e habitacional ou pro-dutos alimentares. Esteprojeto, coordenado porFátima Aparício, prometecontribuir para eliminar asraízes da exclusão socialno concelho de Valongo,incidindo nos indicadoresrelacionados com a com-posição da pobreza.

Confiança

Direcção Técnica:Dr.a Cláudia Raquel Fernandes Freitas

Telefone 229 710 101Rua Rodrigues de Freitas, 1442 4445 ERMESINDE

Farmácia

Local

FOTOS CF/CSE

Page 9: AVE_914

1 MARÇO de 2014 • A Voz de Ermesinde 9

FÁTIMA APARÍCIO (*)

O CLDS+ já se vem afir-mando com um conjunto derespostas sociais impres-cindíveis para o combate àpobreza e exclusão socialexistente no concelho deValongo, e à medida que oProjeto cresce em tamanhoe complexidade, cresce tam-bém o leque de decisões eações, tomadas ou executa-das diariamente, que têmrelevância estratégica ime-diata e de longo prazo.

Consideramos, ainda,de grande importância paraa operacionalização desteCLDS+ o trabalho em par-ceria, uma vez que a experi-ência mostra que as ques-tões relacionadas com aempregabilidade, inclusãosocial e desenvolvimento decompetências são demasia-do complexas para seremresolvidas por uma únicainstituição. Desta forma, asparcerias entre vários gru-pos distintos possibilitamo trabalho complementar eo reforço mútuo, a constru-ção de visões comuns e umaexecução mais eficaz doprojeto. Desta estratégiacom enfoque na Parceria eno trabalho em rede, temosobtido resultados bastantepositivos tendo as metassido atingidas na totalidadepara este ano.

Eixo 1

Salientamos o impactocausado pelo 1º Encontro deEmpresários/as e Repre-sentantes de Instituições doConcelho de Valongo, sobo lema “Investir no Empre-go, Enraizar no Concelho”.Considerou-se crucial ence-tar os primeiros passos nadinamização do tecido em-presarial concelhio e das en-tidades da economia social,com vista a conjugar apotenciar sinergias em prolde um futuro melhor paratodos os cidadãos e cidadãs.

O Auditório da Junta deFreguesia de Ermesinde re-

CONTRATO LOCAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL+

Uma Aposta no Futuro para a Inclusão– um projeto da ADICE e do Centro Social de Ermesinde

cebeu, assim, o 1º Encontro deEmpresários/as e Representan-tes de Instituições do Concelhode Valongo, registando-se umasala repleta.

De destacar a receção dosconvidados, abrilhantada pelosviolinistas João Chicória e JoãoFrancisco Chicória, e por umnotável Porto de Honra, servi-do pelos formandos e forman-das dos cursos de Mesa e Barda Consultâmega, uma entida-de formadora com atuação noconcelho. Outras empresas lo-cais participaram ainda, ativa-mente neste evento, com desta-que para a Fábrica de BiscoitosPaupério, a Fábrica de LicoresXarão e a Florista Clívia.

A sessão de abertura con-tou com a presença de Luís Ra-malho, presidente da Junta deFreguesia de Ermesinde, da pre-sidente da Direção da ADICE,Maria Trindade Vale, do presi-dente da Direção do Centro So-cial de Ermesinde, HenriqueRodrigues e do vicepresidenteda Câmara Municipal de Va-longo, Sobral Pires.

O debate dos temas ficou acargo de ilustres oradores, quepartiram de uma caracterizaçãodo tecido empresarial concelhio- comunicação apresentada pelodiretor do Centro de Empregode Valongo, Luís Henriques -passando pelas medidas de es-tímulo ao emprego acionadaspelo Instituto do Emprego eFormação Profissional, IP – ex-planadas pelo delegado regionaldo Norte, César Ferreira – até àpartilha de experiências e boaspráticas de alguns empresáriose empresárias locais, pela vozde Rui Pena, fundador e consul-tor especializado na Rui Pena &Associados, e de Raquel Santos,diretora geral da MetalúrgicaBakeware Production SA.

A moderar o painel de comu-nicações esteve o empresário Bru-no Silva, na qualidade de repre-sentante da Associação Industriale Empresarial de Valongo.

O êxito da iniciativa foi sa-lientado por todos e todas asparticipantes, enfatizando-se arelevância da continuidade deencontros como este, capazesde constituir uma alavanca para

a união de esforços e o estabe-lecimento de compromissoscomuns para uma dinâmica detrabalho territorialmente equi-librada e concertada.

EmpreendedorismoJuvenil

No âmbito do Empreen-dedorismo Juvenil, destacamosa ação realizada na escola Se-cundária de Valongo, “Lutado-res por Natureza”, em parceriacom o Millennium BCP Micro-crédito, no sentido de sensibili-zar os/as jovens para questõesrelacionadas com o empreende-dorismo. Assim, esta ação tevecomo objetivo que estes alunose alunas obtivessem conheci-mento ao nível do Empreende-dorismo, mais especificamente,na criação do próprio emprego,na promoção de ideias de negó-cio, na assunção de riscos paraatingirem objetivos, na versati-lidade, na criatividade, na moti-vação e na identificação de opor-tunidades e de soluções.

Decorreram ainda duas açõesem empreendedorismo para jo-vens nas Escolas Secundárias deAlfena e Ermesinde, “Empreen-der o Amanhã” com o visiona-mento do filme da Fundação EDP,“Quem se Importa”.

Aconteceram, ainda, ses-sões de Empreendedorismopara Desempregados, uma açãodecorrida no Centro Social deErmesinde – Empreender o Ama-nhã, com a colaboração da mestreAna Rosas, técnica do IAPMEI ,e a Equipa do CSE, e uma outraação decorrida no Centro de Apoioà Vida da ADICE.

O CLDS+ tem vindo a de-linear estratégias de promoçãoda integração das pessoas comdeficiência e ou incapacidade,nomeadamente na articulaçãocom o Centro de Emprego deValongo para a rentabilizaçãodas políticas de empregabi-lidade dirigidas ao público emquestão, tendo já sido formali-zada um candidatura a um Con-trato Emprego-Inserção + paraum assistente operacional, atrabalhar atualmente como au-xiliar de ação educativa numa

Local

Eixo 2

No sentido de dar respostaàs famílias mais carenciadas doConcelho de Valongo, em espe-cial às crianças afetadas pelapobreza existente, está em fun-cionamento o gabinete de recur-sos com consulta psicológicapara promoção do bem estardestas famílias e minimizar o im-pacto da vulnerabilidade econó-mica e social em que se encon-tram.

Assim e com o mesmo ob-jetivo foram dinamizadas vári-as sessões:

– Uma Ação de Sensibiliza-ção e de educação para a cida-dania para crianças – EB1 daCodiceira em Alfena, no âmbi-to da Prevenção Rodoviária, emparceria com a GNR de SantoTirso – Secção de ProgramasEspeciais;

– Uma Ação de Formaçãoem Competências Pessoais eSociais, no EHS de Mirante dosSonhos – Ermesinde;

– Uma Ação de Cidadaniapara Adultos no âmbito dos di-reitos e deveres, que decorreuno EHS de Balselhas;

– Uma Ação de Formaçãoem Gestão Doméstica, em co-laboração com o Protocolo deRSI da ADICE.

No âmbito das estratégiasde promoção da integração daspessoas com deficiência e ou in-capacidade, foram realizadoscontactos pela ADICE, com oclube Propaganda de Natação ecom o Grupo Dramático e Re-creativo da Retorta, dos quaisresultou a assinatura de doisProtocolos de Parceria para aprática desportiva. Estas inici-ativas irão proporcionar a prá-tica desportiva a crianças e jo-vens portadores de deficiênciaou incapacidade em modalida-des de acordo com os seus inte-resses e limitações.

Eixo 3

No que concerne ao eixo 3,foram realizadas cinco ações deformação para auto-organizaçãodos habitantes. Aconteceram:

– No EHS – Empreendi-mento de Habitação Social das

Saibreiras – “Compromisso Co-letivo”, com participação da Er-mesinde Cidade Aberta, Domin-gos Martins, presidente da Fe-deração das Coletividades doDistrito do Porto, J, Vallis Ha-bita, Associação Cabeças no Are Pés na Terra e de Teresa Me-dina, investigadora e docente daFPCE-UP. Decorreram, aindaneste âmbito, 4 ações:

– No EHS do Barreiro emAlfena, com a colaboração daAssociação das Coletividades deValongo;

– na sede do grupo de tea-tro Cabeças no Ar e Pés na Ter-ra, também com a colaboraçãoda Associação das Coletivida-des de Valongo;

– No EHS de Balselhas;– No CAV – Centro de

Apoio à Vida da ADICE.Relativamente ao Asso-

ciativismo Juvenil, decorreu noTelecentro de Valongo a ação“Sensibilizar para Criar“ e naEscola Secundária de Alfena, “Tásligado?”, com a colaboração do

Instituto Português do Des-porto e da Juventude, Asso-ciação de Ação Social - Des-vendar o Futuro, e com a As-sociação de Estudantes da Es-cola Secundária de Ermesinde.

Assim, o CLDS+ temvindo a reforçar as iniciativaspara a empregabilidade, atra-vés de novos apoios no Em-prego, Formação, Qualifica-ção e Empreendedorismo,pela revitalização do gabine-te de atendimento na área daempregabilidade, que funci-ona em estreita parceria como Instituto de Emprego e For-mação Profissional. Temtambém vindo a intervir comações de promoção ao com-bate à pobreza, uma vez queesta representa uma privaçãodo direito básico de cada in-divíduo participar plenamen-te na vida social, económica,cultural e política da comu-nidade em que se insere.

(*) Coordenadora do CLDS+

FOTOS CF/CSE

escola do Concelho.

Page 10: AVE_914

10 A Voz de Ermesinde • 1 MARÇO de 2014Literatura

Jerusalém, Gonçalo M. Tavares

RICARDOSOARES (*)

O livro traz um mundo de contos enredadospor histórias pessoais, tendo como pano de fundoos horrores que o holocausto trouxe à sociedade,instrumento com o qual, Theodor Busbeck, médi-co, busca, através de acontecimentos parecidos,delinear um gráfico para estabelecer qual grupo irásofrer e qual será o carrasco desse sofrimento; umutensílio racional para determinar os sintomas dasociedade. Dá-nos um novo entendimento a umdos lados obscuros da natureza humana: a loucura.Jerusalém apresenta-nos personagens dilaceradasque se cruzam, entrelaçam, movimentam, por ve-zes se amam e se magoam. As personagens cru-zam-se, conduzidas por um destino que não domi-

nam, na noite em que tudo começa e tudo termina.Num estilo seco e desconcertante, Jerusalém apontapara as dimensões pessoais e coletivas do terror eexpõe a capacidade humana de vigiar, oprimir e

A história passa-se numa pequena cidade,onde os personagens se interagem, na sua grandemaioria, ao acaso, donde Theodor Busbeck, ex--marido de Mylia, é um renomado médico nodeclínio da sua carreira. Já Mylia, sua ex-mulher,apresenta traços de insanidade, afirmando serdoente desde o seu primeiro encontro com The-odor Busbeck e, devido a essa sua loucura, é in-ternada no hospício Georg Rosenberg, sob a cus-tódia do diretor Gomperz Rulrich, um senhor deinteligência média, que se esconde atrás de umemprego que acredita trazer-lhe posição social,mas inveja o trabalho de Theodor Busbeck.

Kaas Busbeck, filho registado em nome deTheodor, tem problemas físicos queo impedem de ser uma criança “nor-mal” que, por se sentir menospre-zado perante os outros, devido àssuas desvantagens físicas, estandosempre a ser observado por seu pai,força a normalidade dele através decondutas grosseiras e violentas.

Já Hinnerk Obst, ex-combatentede guerra, sofre de fobias sociais pro-venientes do ambiente onde passouparte de sua vida adulta, transpor-tando sempre consigo uma arma queacreditava ser a garantia de paz. Ame-açava as crianças na rua, apontandoàs suas cabeças, na janela do seuapartamento, para testar a pontaria.

E é com esses quatro persona-gens (principais) que o romance sedesenvolve, incorporando as suasvidas em acontecimentos terríveise, muitas vezes, verdadeiros. Umaoutra leitura que se retira é a com-paração entre o comportamento da-queles que são considerados loucose os ditos normais. A loucura de al-gumas das personagens faz-nos cri-ar uma empatia com elas, peladesresponsabilização dos seusactos. Curiosamente, ou não, seráTheodor, o médico, quem inspira

menor confiança, pois nada tem que desculpe asua insensibilidade no momento da morte do pai,e mesmo no tratamento a Mylia. O autor usa aimagem de uma caixa negra como metáfora destarelação loucos/normais: quem está lá dentro vê oque está dentro e o que está fora; mas, estes últi-mos, só veem o que está fora. A acentuar adicotomia, temos ainda o facto de os persona-gens “normais” serem capazes de atos de violên-cia e repulsa para com os seus semelhantes, en-quanto os loucos têm sentimentos e são capazesde sentir amor uns pelos outros ao ponto de ge-rarem vida. Contudo, não é só sobre essas ques-tões filosóficas em que se contrói o livro. Gonça-lo M. Tavares desenha com maestria o avanço erecuo na história, misturando acontecimentospassados, futuros e presentes de forma a provo-car o desejo do leitor, que por muitas vezes ésurpreendido por imaginar algo que na verdadese mostra totalmente diferente.

Assim, através de contos, Gonçalo M. Ta-vares traz para nós um universo autónomo, lou-co, realista e cruel, que a muitos poderá chocar.Mas, que na verdade se trata apenas de uma vi-são filosófica e realista sobre a sociedade moder-na, onde loucura e sanidade se misturam a fim decompor esta obra. É um livro sobre os limites daloucura e da razão. Também sobre a crença.

Quem lê Jerusalém não esquece.

(*) [email protected]

Jorge Marmelopremiadono Correntes d’Escritascom “Uma MentiraMil Vezes Repetida”

- Uma Mentira Mil Vezes Re-petida, de Manuel Jorge Marmelo,é a obra vencedora do Prémio Cor-rentes d'Escritas 2014, do encon-tro literário na Póvoa de Varzim.

Novo prémiode Literatura Infantillançado pelo Pingo Docee Alêtheia Editores

- Uma cadeia de supermerca-dos (Pingo Doce) e uma editoralivreira (Alêtheia Editores) criaramum Prémio de Literatura Infantil,anual, no valor de 50 mil euros,com vista a estimular o apareci-mento de novos autores e ilustra-dores. A primeira edição do prémiorealiza-se este ano e, do júri, queserá presidido por Zita Seabra, fa-zem parte, entre outros, EduardoSá e Isabel Zambujal.

Mais um anosem Feira do Livrodo Porto?

- Afinal, o Porto, aparentemen-te, ficará mais um ano sem Feirado Livro. A Feira do Livro do Portonão se realizou, pela primeira vez,no ano passado, depois de umimpasse negocial entre a APEL ea vereação de Rui Rio.

Curso deEscrita Criativa

Carga horária de 14 horas, naAcademia Apamm de Ermesinde.Contactos: tlf-220924475, tlm-918963100; morada: Rua JoséJoaquim Ribeiro Teles, nº 545,4445-485 Ermesinde; email: [email protected]

e porventura acompanha omeio literário português terácertamente ouvido falar emGonçalo M. Ta-vares. Jovem es-critor português

(1970), vem surpreendendo a todoscom sua grande e variada produçãoliterária, que já lhe rendeu alguns dosmaiores prémios do mundo de lín-gua portuguesa. Em Portugal rece-beu vários prémios, entre os quais oPrémio José Saramago 2005 e oPrémio LER/Millennium BCP 2004,com o romance “Jerusalém” (Cami-nho).

O autor optou por cingir o títulode seu romance, “Jerusalém”, numaespécie de jogo de claro e escuro emque desemaranhar o nome do livro co-meça a acender as luzes em relação aopróprio sentido do texto. A palavra Je-rusalém aparece mencionada, na obra,uma única vez: «Se eu me esquecer deti, Jerusalém, que seque a minha mãodireita» (p.154). Trata-se da referênciaao Salmo 136 – em algumas traduções,137 – da Bíblia, em que judeus exiladoschoram diante do opressor que os exor-ta a cantar um dos cânticos de Sião:«Como poderíamos nós cantar umcântico do Senhor em terra estranha?Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém,que minha mão direita se paralise!». Olivro faz parte da tetralogia O Reino,que inclui “Um Homem: Klaus Klump”, “Apren-der a Rezar na Era da Técnica” e “A Máquina deJoseph Walser”, e parece ser um romance que sedestaca de sua obra pela violência com que trata a

• A VOZ DAS PALAVRAS • A VOZ DAS PALAVRAS • A VOZ DAS PALAVRAS •

Breves

sua matéria. torturar – às vezes em dimensões hiperbólicas.

Page 11: AVE_914

1 MARÇO de 2014 • A Voz de Ermesinde 11História

EFEMÉRIDES DE ERMESINDE - FEVEREIRO

o passado dia19 de fevereirode 1810, há 204anos, são assi-nados, no Riode Janeiro, entrePortugal e o Rei-

no Unido, os Tratados de Co-mércio e Navegação e de Alian-ça e Amizade, que na práticarepresentam uma clara situaçãode dependência económica, po-lítica e militar de Portugal faceao poderio britânico. Estávamosno período de implantação dosregimes liberais na Europa.

Efetivamente, desde o iní-cio do séc. XIX que Portugal,duma forma mais intensiva, eraafetado pelos ideais de liberda-de que aqui chegavam através dosestrangeirados (vindos da Ingla-terra e da França), dos exiladosfranceses (fugidos para Portu-gal, aquando do terror da “Con-venção republicana francesa”)dos exilados portugueses regres-sados do estrangeiro (fugidos àsperseguições policiais) e da ma-çonaria (associação secreta pre-sente nas principais cidades,desde finais do séc. XVIII).

Como se sabe, entre 1807 e1811, Portugal foi vítima de trêsinvasões napoleónicas, com o

O Comandante Capas Peneda tornou-se bombeiro em fevereiro de 1922

Quando Portugal foi tratadocomo uma “colónia” inglesa

Domingos Capas Peneda, nascido na vizinhafreguesia de Águas Santas em 1904, foi um dosbombeiros mais prestigiados a nível da Corporaçãode Ermesinde, da região Norte, e até do País. Efeti-vamente, poucos “soldados da paz” haverá, a nívelnacional, com um historial tão brilhante como o queteve este comandante dos Voluntários de Ermesinde.Além de muitas outras condecorações, aquela quemais o consagrou foi a que recebeu do Poder Cen-tral, por Alvará do Presidente da República de 28de outubro de 1966, que o distinguiu com a Ordemde Benemerência, tendo-lhe sido feita uma justa ecalorosa homenagem em que estiveram presentesas mais destacadas personalidades do distrito e gran-de número de ermesindenses e bombeiros de váriascorporações, para testemunhar o muito apreço egratidão ao grande e prestigiado Comandante dosBombeiros Voluntários de Ermesinde.

Entrou para o corpo ativo dos Bombeiros noano da fundação da Corporação - 1921 - ainda com17 anos (talvez a razão de ser menor explique o factode na sua ficha individual constar como data da incor-poração, o dia 25 de fevereiro de 1922, altura em quejá teria 18 anos), no tempo em que tanto a “Bomba”como o seu transporte ainda eram de tração braçal.

Seis anos mais tarde concorreu a Aspirante, eficou classificado em 1º lugar. Ainda por concur-so, ascendeu a Chefe-Adjunto, em 1928. Foi ins-trutor, durante vários anos, em inúmeras escolas

e várias vezes foi louvado.Em 1935 foi nomeado 2º Comandante efetivo,

passando, no mesmo ano, a 1º Comandante interi-no. Em 1937 ascendeu a 1º Comandante efetivo.

Foi nomeado Sócio Benemérito, em Assem-bleia Geral, realizada em 19 de fevereiro de 1943.Louvado pela Direção, em 30 de agosto de 1945,pela brilhante atuação no Congresso de Bombei-ros, realizado em Coimbra. Passou a ComandanteHonorário em 1945.

Em 1946 foi novamente nomeado Comandan-te Interino e, simultaneamente, Vicepresidente daDireção, com a incumbência de organizar as Fes-tas das Bodas de Prata da Associação. Registaram-se, a partir de então, alguns atritos com membrosda Direção, que acabaram por sanar-se.

Em 1952 Capas Peneda reassume o cargo de1º Comandante efetivo.

Organizou vários festivais de desporto, arte eoutros, com o fim de angariar fundos para melho-rar o material da Corporação, bem como para ves-tir as crianças pobres. Tomou parte em quase to-das as manifestações patrióticas realizadas no con-celho, fazendo uso da palavra em algumas delas.Em 1960 foi nomeado Sócio Honorário dos Bom-beiros Voluntários de Ermesinde.

A sua Corporação agraciou-o, por diversasvezes: Medalha de Ouro, por serviços distintos;Medalha de Ouro, por 25 anos de serviço; Meda-

FOTO ARQUIVO MAD

objetivo de obrigar o nosso paísa cumprir o “Bloqueio Conti-nental” à Inglaterra. A 1ª (1807)dirigiu-se a Lisboa, comandadapor Junot, que governou o paísvários meses; a 2ª (1809) diri-giu-se ao Porto; e a 3ª (1810-1811) novamente a Lisboa, massem êxito. A vinda dos france-ses provocou a vinda dos ingle-ses para ajudarem a defesa por-tuguesa, mas estes tornaram-seos dominadores de Portugal edos seus interesses, o que pro-vocou um ódio popular contrao domínio inglês, queestá na origem da Re-volução Liberal, ocor-rida na cidade do Por-to, no dia 24 de agostode 1820.

No período das In-vasões Francesas, e noperíodo subsequente, asituação económicaportuguesa agravou-se(as despesas excediamem muito as receitas),devido à situação deguerra em que se vivia epelo facto dos portosbrasileiros terem sidoabertos ao tráfego inter-nacional (dominado cla-ramente pela Inglaterra)e os ingleses concorre-rem abertamente no mercado in-terno português.

O Tratado de Comércio eNavegação estabelecia, concre-tamente para os negócios como Brasil, taxas mais baixas paraas importações da Inglaterra doque para os produtos portugue-ses, eliminando por completoqualquer hipótese de concorrên-cia por parte de Portugal. As-

sim se fazia compensar do pre-juízo com o bloqueio continen-tal decretado por Napoleão e setornava a principal distribuido-ra, na Europa, dos produtostropicais brasileiros. Este Tra-tado previa, igualmente, que osnavios de guerra ingleses pudes-sem frequentar livremente osportos brasileiros, como se por-tugueses fossem. Portugal e oseu império tornavam-se naprática colónias inglesas.

O Tratado de Aliança eAmizade para além de consoli-

dar a velha aliança político-mili-tar entre Portugal e a Grã-Bre-tanha procurava, também, abo-lir o tráfico negreiro (a Inglaterraprocurava assim alargar o seumercado, já que os escravostransformados em assalariadosse tornavam consumidores).

Em relação à escravidão esteTratado determinava uma gra-dual extinção do comércio de

escravos e decidia, ainda, queos portugueses só poderiamcapturar escravos nas regiõesafricanas que pertencessem aPortugal. A ação repressiva in-glesa ia mais além, prevendoprazos para o total encerramen-to do tráfico negreiro e permi-tindo a busca em navios quefossem considerados suspeitosde negociar escravos.

Ao mesmo tempo, os in-gleses passavam a ter o direitode cortar madeiras nas nossasmatas e de com elas construir

navios, podiam manter uma es-quadra bélica no nosso litoral eos súbditos de Sua Majestadeem terras portuguesas passa-vam a beneficiar de total liber-dade religiosa. Em matéria dejustiça e de religião os benefíci-os para os ingleses ainda iammais além: os súbditos inglesesresidentes em domínios portu-gueses só podiam ser julgados

por juízes ingleses, e, portanto,segundo a lei inglesa; tinham odireito de construir cemitériose templos protestantes, logoque não tivessem a aparênciaexterna de templo; e era-lhesgarantido que a Inquisição nãoseria instalada no Brasil.

Tudo isto provocou um na-tural mal-estar na Nação, sendoa burguesia o grupo social maisdescontente e prejudicado como domínio inglês. Não admira,por isso, que tenham sido bur-gueses (comerciantes, profissi-

onais liberais, oficiais do exér-cito, advogados, industriais emédicos) os fundadores efrequentadores do “Sinédrio”.

Em 24 de agosto de 1820,aproveitando a Revolução es-panhola e, sobretudo, a ausên-cia de Beresford no Brasil, dá-se então no Porto a RevoluçãoLiberal Portuguesa, que obrigaa Corte a regressar do Brasil e

cria condições para acabar como absolutismo, fazendo-se elei-ções e elaborando-se uma Cons-tituição Liberal.

A 1ª Constituição Portugue-sa foi a de 1822, terminada emsetembro desse ano, foi jurada epromulgada por D. João VI em1 de outubro de 1822. Nas Cor-tes Constituintes, registaram-se-iam posições bem diferenciadas:a dos moderados (que queriamum texto constitucional maisconservador), a dos radicais(que seguiam o modelo francês

da “Convenção”) e ados gradualistas (quedefendiam um diálo-go entre as outrasduas posições).

Inspirada nostextos constitucionaisfranceses e na Cons-tituição de 1812 espa-nhola, a Constituiçãode 1822 declarava odireito à liberdade, àsegurança e à prospe-ridade, estabelecia aigualdade perante a leie a liberdade de pen-samento. Proclamavaa monarquia constitu-cional hereditária,com a separação tri-partida do poder po-

lítico (poder executivo para oRei; legislativo para as Cortes; ejudicial para os Tribunais). O di-reito de voto (sufrágio direto)passa a ser reconhecido aos ho-mens, com mais de 25 anos, quesoubessem ler e escrever.

Muita conflitualidade haviade marcar a primeira metade doséculo XIX português, mas oLiberalismo acabaria por ficar.

MANUELAUGUSTO DIAS

lha de Ouro, por 50 anos de serviço; três Meda-lhas de Prata, por atos de abnegação; e duas Me-dalhas de Prata por assiduidade. Também a Ligados Bombeiros Portugueses lhe atribuiu duasMedalhas de Ouro, a 1ª de uma Estrela, e a 2ª deduas Estrelas. O seu prestígio extravasou as fron-teiras nacionais, tendo recebido uma Medalha daFederação Nacional dos Sapadores-Bombeiros deFrança. A Câmara de Valongo, em 1978, 5 anosapós a sua morte (25.2.1973), atribuiu o seu nome

O Comandante Domingos Capas Peneda, a-lém de ter sido um símbolo e uma honra dos nossosBombeiros, também conheceu o associativismodesportivo local – durante vários anos presidiu àAssembleia Geral do Ermesinde Sport Clube –,mas foi a nível do ciclismo que mais se notabilizou.Durante 12 anos foi dirigente da Associação deCiclismo do Norte; depois, foi Presidente do Con-selho Técnico da Federação Portuguesa de Ciclis-mo; e, finalmente, Diretor da Volta a Portugal emBicicleta, no ano de 1956.

Pormenor da fachada do Quartel dos Bombeiros de Ermesinde, na Rua Comandante Capas Peneda

à Rua junto ao Quartel dos Bombeiros.

A Região do Porto em finais do século XVIII. Excerto do Mapa da Espanha e de Portugal, publicado por D. TomasLopez (Fonte: Biblioteca Digital Mundial).

Page 12: AVE_914

12 A Voz de Ermesinde • 1 MARÇO de 2014Património

ARNALDOMAMEDE (*)

• TEMAS ALFENENSES •

O que chegou até nós destas visitações mostra que par-te significativa da população branca continuava a judaizar,na sua maioria comerciantes, fazendeiros, armadores de na-vios, gente de relativo poder económico.

Gaspar Dias tambémnão escapou à delaçãotorpe, em 18-11-1593, umseu vizinho de nome Pan-

hegados ao Brasil, então chamado Terra deVera Cruz, no ano de 1500, apenas três deze-nas de anos depois a Coroa Portuguesa to-maria, verdadeiramente, decisões no senti-do da exploração económica, povoamentoe desenvolvimento, numa palavra, a colo-nização desse imenso território.

Nos primeiros anos seguintes à descoberta, os portu-gueses, mais interessados no comércio das especiarias como Oriente e outros negócios com territórios africanos,apenas enviavam, de quando em vez, algumas expediçõesque tinham por objetivo o reconhecimento territorial paraefeito de afirmação da soberania, o estabelecimento de pe-quenos entrepostos ou feitorias destinadas à exportação depau-brasil e o combate ao comércio clandestino feito porembarcações estrangeiras, nomeadamente francesas.

A expedição de Martim Afonso de Sousa, em 1532-1534,assinala o início da colonização do território, com a funda-ção da Vila de S. Vicente, o primeiro núcleo populacional doBrasil, situado no atual Estado de S. Paulo, com a instalaçãode uma administração por forma a promover o povoamento econsequente desenvolvimento económico.

Em consequência do relativo sucesso desta expedição, aCoroa Portuguesa – reinava D. João III – decidiu dividir oterritório em Capitanias Hereditárias, replicando, deste modo,as soluções seguidas para os arquipélagos da Madeira, Aço-res e Cabo Verde.

É opinião geral que este sistema fracassou, por váriosmotivos, designadamente o absentismo dos Capitães do-natários ou seus representantes.

Apenas duas Capitanias, Per-nambuco e S. Vicente, conseguiramsingrar no sentido do desenvolvi-mento e prosperidade, graças à cul-tura sistemática e intensiva da canade açúcar e sua transformação in-dustrial nos chamados engenhos, demodo tal, que alguns anos depoisPortugal era o primeiro produtormundial de açúcar.

Em recompensa e reconhecimen-to por importantes serviços a Portu-gal, em África, na Índia, em Malaca etambém no Brasil, para onde partiuem 1532, ao comando de uma esqua-dra com a missão de expulsar e per-seguir navios franceses que infes-tavam o litoral da colónia, DuarteCoelho recebeu de D. João III a do-ação da Capitania de Pernambuco,que ele próprio denominou de"Nova Lusitânia".

Duarte Coelho Pereira pertenciaà ilustre família dos Coelhos, da no-breza agrária de Entre-Douro-e-Minho, Senhores de Felgueiras,Fermedo e Vieira e administradoresda Gafaria de Alfena, cujas ren-das das respetivas terras, em-prazadas em regime de Enfiteuse portrês vidas a casais alfenenses, re-vertiam para o sustento dos gafos, para o seu hospital ecapela de S. Lázaro, na margem esquerda do Leça.

Uma vez nomeado Capitão Donatário, Duarte Coelho as-sumiu por inteiro a nova missão que o seu Rei achou por

Pernambuco acompanhado da esposa, D. Brites de Albu-querque, dos filhos, do cunhado Jerónimo de Albuquerque,o celebrado "Adão Pernambucano", por ter sido pai de 24filhos, uns legítimos outros legitimados, e muitos outros pa-rentes, além de várias fa-mílias do norte de Portu-gal, muitos deles cristãos-novos interessados emescapar à feroz persegui-ção religiosa que entãograssava na PenínsulaIbérica.

Tudo leva a crer que,dada a relação próximaentre a família Coelho, Se-nhorios e Administrado-res das terras da Gafaria eos casais alfenenses seusenfiteutas, alguns nossosconterrâneos terão inte-grado a comitiva ou as le-vas seguintes, convida-dos por amigos, vizinhosou familiares.

E aqui entra o nossoherói, Gaspar Dias, cris-tão-novo, de alcunha Ma-tado, filho de Manuel Diase de Isabel Afonso, natu-ral de Alfena.

Seus familiares próxi-mos sofreram graves dis-sabores com o Santo Ofí-cio, nomeadamente sua tiapaterna Leonor Lopes emarido Manuel Lopes, mercador, residentes na cidade do Por-to, ela sentenciada pela Inquisição de Coimbra, em 1559, a«abjuração em forma de penitências espirituais, não sair doReino sem licença» e seu irmão Estêvão Dias, vendeiro, pre-so em Quintela de Lampaças, Bispado de Miranda, em 1582,

acusado de «judaísmo, heresia eapostasia», condenado pela Inqui-sição de Coimbra, em 1586, a «con-fisco de bens, abjuração em forma,cárcere e hábito penitencial perpé-tuo sem remissão, levará ao auto há-bito penitencial com insígnias defogo, instrução na fé, penas e peni-tências espirituais».

Perante tais ameaças, ainda jo-vem, Gaspar terá partido para o Bra-sil, estabelecendo-se como barquei-ro no Recife, então um pequeno po-voado, com ótimas condições por-tuárias, que a capital, Olinda, distan-te pouco mais de uma légua, nãopossuía.

Tudo indica que Gaspar Dias teráprosperado, já que ao cabo de pou-cos anos residia num paço, génerode casa distinta, apalaçada, empres-tava toalhas para os altares da igre-ja e nela fazia tenção de construir,fora do arco da capela-mor do ladodo Evangelho, um altar a SantaCatarina, só que o seu vigário Já-come Ribeiro Queixada apenas au-torizava do lado da Epístola.

Tudo terá corrido sem sobressal-tos até ao dia do ano de 1593 em queo Visitador do Santo Ofício, HeitorFurtado de Mendonça, se estabele-

ce em Olinda, faz as suas proclamações e aguarda que lhecheguem as denúncias, as mais das vezes, vinganças mesqui-nhas de cristãos-velhos, roídos de inveja face ao sucesso dosvizinhos cristãos-novos, muitos deles, apenas aparentemen-te convertidos, já que secretamente continuavam a professar

Gaspar Dias, cristão-novo, de alcunha MatadoAs atribulações de um alfenense em Terras de Vera Cruz

bem confiar-lhe. Em 1535, com a idade de 60 anos, desembarcou em

taleão Jorge, cristão-ve-lho, natural do Porto, «a-pareceu sem ser chamadonas casas da morada doSenhor Visitador doSanto Ofício (...) por que-rer denunciar coisas to-cantes ao Santo Ofício(...) um dia à tarde estan-do à porta de Brás Fer-reira, falando com ele Gaspar Dias (...) ouviuao dito Gaspar Dias queia buscar umas toalhassuas de mesa que estavamno altar da igreja que eleemprestara e o dito BrásFerreira, tanoeiro, (...)lhe disse que já as nãopodia tornar ao serviçode sua casa, então o ditoGaspar Dias disse as pa-lavras seguintes, tantoserviço faz a Deus umbom casado na sua camae casa como um sacerdo-te que celebra missa no

altar e logo ele denunciante e o dito Brás Ferreira lhocontradisseram e ele sustentou e aporfiou que dizia bem etrês ou quatro vezes repetiu (...)».

Fosse por ter entendido como sendo para si alguns dos"recados" das prédicas aquando da leitura das sentençasno cadafalso, como afirmará ao depor, ou por inconfidênciade algum dos intervenientes no processo, "violação do se-gredo de justiça" como agora se diz, o facto é que o nossohomem decidiu tomar a iniciativa, apresentando-se aoVisitador, não sem antes, provavelmente, ter garantido oafeiçoamento de alguns depoimentos.

«Aos dez dias do mês de outubro de 1594, nas casada morada do Senhor Visitador (...) apareceu sem serchamado Gaspar Dias e por querer confessar a sua cul-pa (...) disse ser natural de Alfena, termo da cidade doPorto, cristão-novo (...) de idade de 40 anos mais oumenos (...) casado com Beatriz Luís que não sabe se écristã-nova ou velha (...) tem uma só filha Susana soltei-ra da idade de 11 anos, (...) que ontem no cadafalso,ouvindo publicar as sentenças ouviu este caso e por issolhe lembrou e por isso vem ora pedir perdão e confessara sua culpa (...) e perguntado mais nem ele réu nem ou-tro parente nunca foi preso nem sentenciado pelo SantoOfício, mas que ouviu dizer que seu irmão Estêvão Diasfoi preso pelo Santo Ofício não sabe onde (...) e tambémouviu dizer que seu tio Manuel Lopes foi preso pelaInquisição de Coimbra (...)».

Beneficiando, em especial, de um depoimento "amigo"do seu Vigário Jácome Ribeiro e (...) «por vir confessar asobredita culpa da qual não há mais informação contra ele(...) com a repreensão do seu Vigário entendeu que disseramal (...) Mandam que o réu Gaspar Dias seja repreendidonesta mesa e que se confesse e comungue de confesso de seuconfessor quatro vezes no ano seguinte fora da obrigaçãoda quaresma e pague somente quatro mil reis para as des-pesas do Santo Ofício e pague as custas (...)».

Gaspar Dias, de alcunha Matado, cristão-novo, naturalde Alfena livrou-se de boa, saindo airosamente de uma situ-ação muito complicada que, em muitos casos, tinha desfe-

O 1º Capitão-Donatário de Pernambuco

a religião de seus antepassados.

chos bem trágicos.

(*) Membro da AL HENNA – Associação para a Defesa do Patri-mónio de Alfena.

Santo António do Recife – Pernambuco (Sec. XVII)

Page 13: AVE_914

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” N.º 914 - Março de 2014 - Coordenação: Miguel Barros

desportivoANUNCIEAQUI

voermesinde

Modalidades pequenas transportam o nome de Ermesinde pelos quatro cantos de Portugal

Pelo terceiro ano consecutivo CPN vence campeonato distrital de cadetes femininos

Cepeenistas brilham na taça da Associação de Andebol do Porto em juvenis masculinos

Ermesinde Sport Clube 1936 continua na sombra do líder

basquetebol

andebol

futebol

pág. 4

pág. 3

pág. 3

Page 14: AVE_914

A Voz de Ermesinde - 1 de março de 20142

Foto: NDE

Elite das damas nacionais passou por Ermesinde

Damas

elite das damas nacionais es-teve no passado dia 22 de fe-vereiro na nossa freguesia para dar vida à segunda edição do

Open Nacional “Cidade de Ermesinde”, cer-tame inserido no calendário da Federação Por-tuguesa de Damas (FPD) para a temporada de 2014. E tal como no ano passado o polivalente da Escola Secundária de Ermesinde (ESE) foi o cenário escolhido para que os organizadores da prova, o Núcleo de Damas de Ermesinde/Café Avenida, edificassem um evento que reuniu 65 dos melhores damistas da atualidade, sendo cin-co deles mestres nacionais, nomeadamente Vaz Vieira, Medalha da Silva, Fernando Gonçalves, Arlindo Roda e o atual bicampeão nacional Nuno Vieira. Provenientes de diversos pontos do país – S. Pedro da Cova, S. João da Madei-ra, S. Pedro do Sul, Santo Tirso, Vizela, Lou-sado, Vila do Conde, Viseu, Coimbra, Aveiro, S, Pedro Fins, Penafiel, Maia, Lobão, Lisboa, Setúbal, e claro está, Ermesinde – os mais de sessenta damistas tiveram a companhia de oito jovens atletas que deram cor ao segundo torneio de juniores, uma competição que, relembre-se, surgiu pela primeira em Portugal no ano passa-do em simultâneo com a edição de estreia do Open Nacional “Cidade de Ermesinde”, tendo sido criada no sentido de cativar os mais no-vos para uma modalidade que se encontra atu-almente demasiadamente envelhecida, isto é, com excesso de jogadores veteranos. De subli-nhar ainda que na manhã do evento do passado dia 22 a FPD levou a cabo na biblioteca da ESE uma assembleia geral, onde foram discutidos e votados alguns assuntos relacionados com o

universo damístico, entre outros o relatório de contas de 2013 e a alteração de regulamentos. Ao início da tarde, e à semelhança do ocorrido na edição do ano passado, o Núcleo de Damas de Ermesinde distinguiu uma figura das damas nacionais, homenagem que este ano recaiu so-bre José Pereira, conhecido intérprete, e sobre-tudo dinamizador, da modalidade, com quem posteriormente o nosso jornal efetuou uma pe-quena entrevista (ver caixa ao lado). Na home-nagem ao damista de S. João da Madeira estive-ram presentes algumas individualidades locais, casos de Ana Maria Cortês, membro do Agru-pamento de Escolas de Ermesinde, e de Sónia Silva, vogal da Junta de Freguesia de Ermesin-de (JFE). Findo o tributo a José Pereira teve en-

tão início a longa maratona de jogos, a qual se iria prolongar até ao cair da noite. Nas contas finais José Carlos Anjos, em representação do conjunto do CCD de S. João da Madeira, con-quistou o primeiro lugar no plano individual, enquanto que a sua equipa fez a festa na verten-te coletiva. No que toca ao conjunto da casa, o Núcleo de Damas de Ermesinde/Café Avenida, teve uma performance agridoce, ou seja, se no plano coletivo a sua aparição foi modesta, não indo além do quinto posto, no aspeto individual foi histórica (!) através do desempenho de José Rocha, um dos cinco jogadores que representa-ram as cores do emblema da nossa cidade, ten-do os restantes sido Nélson Monteiro, Ricardo Araújo, Manuel Silva e Sérgio Bonifácio. José

Rocha alcançou uma brilhante quarta posição na classificação final, isto depois de ter vencido o mestre dos mestres, Vaz Vieira e Medalha da Silva, e de ter empatado com o atual bi-cam-peão nacional Nuno Silva. Quanto ao torneio de juniores o título ficou em casa, com o erme-sindense Rafael Oliveira a levar a melhor sobre a concorrência. Após a cerimónia da entrega de prémios o nosso jornal trocou breves palavras com um dos elementos da organização, Sérgio Bonifá-cio, damista que se mostrou satisfeito com o desenlace deste II Open Nacional “Cidade de Ermesinde”. «Correu tudo bem, e posso dizer que estamos a ganhar já uma certa importância no plano das damas nacionais, sendo a prova disso o facto de termos conseguido trazer este ano atletas de Lisboa e de Setúbal, além de que a FPD escolheu Ermesinde para levar a cabo uma assembleia geral com o intuito de discutir assuntos de algum relevo. A comprovar o cres-cimento e a importância que este torneio já tem está igualmente o aspeto dos patrocínios, que este ano foram mais do que em 2013, e neste ponto destaco mais uma vez o apoio da JFE. De dizer também que conseguimos novamente efe-tuar em paralelo com o torneio principal uma competição destinada às camadas jovens, o que não é fácil, pois cativar a juventude para esta modalidade é uma tarefa complicada nos dias de hoje, já que os computadores e as consolas levam quase sempre a melhor. Por tudo isto não é à toa que o Open Nacional “Cidade de Erme-sinde” é já considerado como o segundo maior torneio nacional – em termos de participantes – logo a seguir ao de S. João da Madeira, e isto em apenas dois anos de existência. Por isso, só temos de estar satisfeitos e continuar a trabalhar para que no próximo ano seja ainda melhor», rematou Bonifácio.

Pode não ter os (muitos) títulos – e a consequente fama – daquele que de forma unânime é conside-rado no planeta das damas como o melhor jogador português de todos os tempos, o doutor Vaz Viei-ra, mas não deixa de ser também uma figura histórica da modalida-de, uma personagem que tem de forma reconhecida desenvolvido um trabalho notável em prol das damas lusitanas. Dedicação essa merecedora de um forte aplauso na nossa freguesia, pouco antes do início oficial do II Open Nacional de Damas “Cidade de Ermesinde”, na sequência de uma homenagem levada a cabo pelos organizadores do evento. O seu nome é José Perei-ra, praticante, entusiasta, dinami-zador, e agora também professor de uma modalidade com a qual se prendeu de amores há mais de três décadas. Ao nosso jornal José Pereira traduziu em palavras a emoção vi-vida com surpresa na sequência desta vénia pública do mundo das damas à sua figura.

Entrevista com o homenageado José Pereira

A Voz de Ermesinde (AVE): Sucede a Vaz Vieira na lista das grandes figuras das damas a merecer uma homenagem por parte da fa-mília damística nacional...José Pereira (JP): Sinceramente não contava com esta homenagem. Recebi-a primeiro com surpresa, pois como disse não estava à espera, já que em meu entender não sou jogador que te-nha um nível para receber uma distinção como esta. Em toda a minha carreira venci apenas dois campeonatos nacionais do Inatel, e por aqui logo se vê que nem de longe nem de perto me posso comparar ao doutor Vaz Vieira, figu-ra ilustre que referiu na pergunta. Nunca vou chegar ao nível dele. No entanto, considero-me uma pessoa que sempre trabalhou em prol das damas, ando aqui há muitos anos, tenho aju-dado a organizar vários torneios por esse país fora, inclusive fui eu que meti na cabeça ao Sér-gio (Bonifácio) criar este torneio, que hoje é já uma prova com muita qualidade, a qual reúne os melhores jogadores nacionais...

AVE: É um torneio com argumentos para ser uma referência no calendário da Federação Portuguesa de Damas?JP: Claramente. É um torneio que veio para ficar, não tenho dúvidas. E não sou só eu que digo isso, mas também a maioria dos jogadores nacionais. Pela qualidade que apresenta julgo já ser o segundo maior torneio nacional da mo-dalidade, e não é o primeiro porque eu organizo um – em São João da Madeira – que por agora ainda consegue ser superior, pois tem o dobro dos jogadores que este hoje aqui apresenta,

mas, e volto a repetir, este tem muita qualidade, pois são poucos os torneios, ou opens, como lhe chamam agora, que conseguem reunir um lote tão bom de damistas. Posso dizer que os gran-des jogadores portugueses estão cá todos, como se pode ver.

AVE: Voltando agora a centrar-nos na sua figura, disse-nos que apesar de não se consi-derar um vulto da modalidade é uma figura que tem trabalho em prol da mesma...JP: Sim, e já lá vão 35 anos desde que me iniciei nas damas. Tudo começou como uma brincadeira quando estava na tropa, quando certo dia o meu grupo foi castigado com uma “estadia” de um mês no Cuito Cuanavale, em Angola. Um dos meus camaradas de grupo jo-gava damas, e certo dia desafiou-me para uma partida, e foi assim que comecei. A partir dai fui evoluindo, inclusive cheguei a ser campeão distrital lá em Angola. Durante estes anos todos tenho ajudado, como disse, a organizar vários torneios, não só o de S. João da Madeira, que é considerado o maior do país, mas também o de Romariz, Lobão, Penafiel, Fajões, e vou iniciar este ano o de Vizela.

AVE: Como figura tão ativa e profundamen-te conhecedora do mundo das damas, como é que hoje vê a modalidade em Portugal?JP: Na minha perspetiva tem havido um de-créscimo em termos de adesão, por dois moti-vos. Primeiro, os jovens de hoje não ligam a isto, têm os computadores e outras ferramentas tecnológicas que os afastam de modalidades como esta. Segundo, o custo de vida atualmen-te é caro, e quer queiramos quer não, andar aqui tem os seus custos, as deslocações para tor-neios em vários pontos do país por vezes são avultadas, o que de alguma forma condiciona

as pessoas a participar mais vezes neste tipo de provas. O que é pena, pois cientificamente está provado que as damas são uma modalidade que evita uma série de doenças do foro mental.

AVE: Como assim?JP: Todas as pessoas a partir da casa dos 30 ou dos 40 anos deviam começar a jogar, pois desta forma exercitam o cérebro, evitando as-sim doenças como o alzheimer, por exemplo. No entanto, e infelizmente, como já referi, há cada vez menos pessoas a praticar damas, pelas razões que atrás citei, e como tal reconheço que é uma modalidade que hoje está envelhecida. Tenho tentado de certa forma contrariar esta tendência, até porque fui convidado a dar aulas de damas a crianças de uma escola primária e a jovens do ensino secundário (da zona de S. João da Madeira), de modo a ver se consigo “extrair” um ou dois jogadores para o futuro. A ver vamos. Agora tenho de ir jogar (risos). Obrigado.

MIGUEL BARROS

Foto: NDE

MB

Page 15: AVE_914

1 de março de 2014 - A Voz de Ermesinde 3

400 bilharistas deram cor a uma dezena de competições do universo Bilharsinde

Bilhar

ma maratona de cerca de 4000 jogos de bilhar fez deslocar durante uma semana e meia ao Centro Comercial Parque Nas-

cente (em Rio Tinto) centenas de adeptos na ânsia de visionar mais um capítulo da história da Bilharsinde, plataforma bilharística, cha-memos-lhe assim, nascida na nossa cidade que agrega em si um cada vez maior número de competições, as quais têm atraído alguns dos melhores jogadores nacionais da atualidade. Entre 12 e 23 de fevereiro deram vida à dezena de competições de pool português do universo Bilharsinde – organizadas pelo Voxx Clube de Bilhar (de Ermesinde) – cerca de 400 atletas, alguns dos quais de topo, casos do bi-campeão nacional Fernando Oliveira, de Manuel Perei-

ra, que em quatro ocasiões se sagrou campeão europeu, do atual detentor do ceptro nacional, Bruno Fumega, ou do jogador português mais medalhado de sempre no seio da modalidade, Pedro Grilo. Quanto a vencedores, e são eles que ficam para a história, o Clube Bilhar os Netinhos fez a festa ao erguer a Taça Bilhar-sinde Júnior, prova que reuniu nove equipas recheadas de futuros craques da modalidade, enquanto que a competição Individual Bilhar-sinde Júnior – que contou com a participação de 32 atletas – foi ganha por David Leite, bi-lharista do Quinta Amarela. Passo agora para as senhoras para dizer que pelo segundo ano consecutivo o conjunto das Amigas do Bilhar levou para casa a Bilharsinde Cup – certame que contou com um total de sete equipas – ao passo que no torneio Individual Bilharsinde Cup a festa final foi de novo feito pelas Ami-gas do Bilhar, graças ao triunfo da sua atleta Inês Silva. Fernando Oliveira, um dos nomes sonantes do

evento, em representação das cores do Paparu-gui Clube de Bilhar venceu a prova de 64 K.O. Individual, ao passo que Jorge Rocha, da As-sociação de Bilhar O Sonho, arrecadou o tro-féu relativo ao certame de 32 K.O. Individual. Com a participação de 23 equipas a Taça Liga Bilharsinde foi conquistada por um dos pesos pesados da modalidade, o combinado do Clu-be Bilhar Pedro Grilo, equipa esta que viu o seu bilharista João Leite subir ao lugar mais alto do pódio na prova Individual Liga Bilhar-sinde. Por fim, a Taça Superliga Bilharsinde, que este ano foi parar às mãos do Clube de

Bilhar S. José (na imagem), que levou a me-lhor sobre uma concorrência formada por sete dezenas de equipas. No plano individual, o S. José também feste-jou, já que João Sousa levou para casa a Indi-vidual Taça Superliga Bilharsinde. A cerimónia da entrega de prémios contou com a presença de algumas figuras de fora do “mundo do bilhar”, casos do presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, Nuno Fon-seca, e da tesoureira da Junta de Freguesia de Ermesinde, Sónia Silva, que ali se encontrava em representação do presidente Luís Ramalho.

MB

Depois do tricampeonato de juniores chegou o tricampeonato de cadetes!À conquista do tricampeonato de juniores femininos seguiu-se uma semana depois a conquista do... tricampeonato de cadetes femininos! Falamos, como já vem sendo natural ao longo das últimas temporadas, do basquetebol do CPN, que continua a colecionar títulos nos escalões de forma-ção, tantos e tão variados que anunciar, por assim dizer, um feito do basket propagan-dista é quase um facto corriqueiro! Bom, mas título é título, e cada um deles tem um sabor diferente, tal como o de campeão distrital de cadetes femininos alcançado a 2 de fevereiro passado, no Centro de Con-gressos de Matosinhos, onde entre 31 de janeiro e o citado dia 2 de fevereiro decor-reu a fase final do Campeonato Distrital de Cadetes. No primeiro dia de competição o CPN defrontou o Coimbrões, equipa esta que havia causado algumas dificuldades à turma de Agostinho Pinto na fase regular da prova. Sabendo disso as cepeenistas entraram decididas em cedo mostrarem o seu verdadeiro valor, e com dois períodos iniciais fortes conseguiram desequilibrar o jogo nos minutos iniciais. A vantagem no marcador foi aumentando na segunda par-te, tendo o encontro terminado com uma vitória categórica por 93-45. No outro en-contro da 1ª jornada o Desportivo da Pó-voa vencia o Juvemaia, equipa esta que iria defrontar o CPN no dia seguinte. Sabendo do estilo de jogo mais contido e

fechado do Juvemaia as atletas ermesin-denses conseguiram simplificar o segundo encontro desta fase final. Com uma pres-são defensiva elevada e fazendo o adversá-rio cometer erros consecutivos no seu pro-cesso ofensivo, o CPN teve, à semelhança da véspera, dois períodos fulminantes, conseguindo uma vantagem ao intervalo de 36 pontos que lhe permitiu gerir con-fortavelmente os vinte minutos finais, aca-bando por vencer o duelo por 68-29. Mais tarde o Desportivo da Póvoa acabaria por vencer (81-68) o Coimbrões e a decisão do título ficava assim adiada para o último dia da fase final, e seria discutido entre erme-sindenses e poveiras. O domingo chegou, e começou com a equipa do Juvemaia a alcançar o 3º lugar do pódio após bater a equipa do Coimbrões por 52-49, restando a decisão dos dois pri-meiros lugares distritais. Ao contrário do que as propagandistas fizeram nos jogos anteriores, desta feita não conseguiram entrar decididas, permitindo ao adversá-rio alguns pontos fáceis, chegando ainda assim ao descanso com uma vantagem de 10 pontos (39-29). Até ao final assistiu-se a um jogo de elevada produção ofensiva, com as duas equipas a complicarem a vida uma à outra. Entrando no último período com a vantagem máxima na partida de 21 pontos, o CPN manteve-se sério e conse-guiu fechar o jogo e o Campeonato Distri-tal com a vitória por 72-63!

basquetebol

Juvenis cepeenistas vencem Taça da Associação de Andebol do Porto

Com uma esclarecedora vitória por 35-15 sobre o Gondomar Cultural (B), a equipa de juvenis da secção de andebol do CPN (na imagem) terminou no passado dia 15 de fevereiro a sua participação na Taça da Associação de Andebol do Porto (AAP), prova que venceu só com vi-tórias (14 vitórias em outros tantos jogos). O título já estava garantido desde a 12.ª jornada, mas os atletas do CPN não facilitaram e fizeram o pleno, naquela que é a segunda prova regional mais importante organizada pela AAP.Para além do primeiro lugar na tabela classifi-cativa, a equipa do CPN garantiu ainda o título de "melhor ataque" da prova, com 501 golos marcados, e preencheu os dois primeiros luga-res da lista de melhores marcadores com dois atletas seus: Hugo Sousa, com 127 golos mar-cados, e Ruben "Rafa" Marques, que atingiu a surpreendente quantia de 184 golos marcados (mais de 13 por jogo, em média).Apesar de a competitividade desta prova não se ter revelado a mais elevada, os atletas do CPN não deixaram os seus créditos por mãos alheias e fizeram questão de afirmar a sua superiorida-

de ao longo de todo o seu percurso competitivo. Finda esta competição, a equipa começa agora a preparação da sua participação na próxima prova oficial da AAP, a Taça de Encerramento 2013/2014. Trata-se de uma competição com um grau de dificuldade mais elevado, já que fa-rão parte do quadro competitivo mais algumas equipas com qualidade, mas os juvenis do CPN não podem deixar de partir para ela com expec-tativas de uma boa classificação e, quem sabe, de conquista de mais um título.Voltamos à Taça da Associação de Andebol do Porto para referir os nomes que alcançaram este feito para o clube de Ermesinde: Treinadores: Sílvia Barbosa, e João Queirós (adjunto). Di-rigentes:Carla Pereira, Pedro Moutinho. Atletas: Cris-tiano Moreira, Diogo Moreira, Diogo Ribeiro, Hugo Sousa, João Moreira, João Solha, Miguel Coutinho, Pedro Pereira, Ruben Costa, Ruben Figueiredo, Ruben Marques, Rui Garcia, Rui Pedro Oliveira, Rui Sousa, Rafael Ribeiro, e Vasco Moutinho.

aNDEBOL

Foto: CPN andebol

Foto: VCB

Page 16: AVE_914

A Voz de Ermesinde - 1 de março de 20144

Ermesinde 1936 continua a roer os calcanhares ao líder

FUTEBOL

Em três jogos disputados neste mês de fevereiro o Ermesinde 1936 so-mou mais duas vitórias e consentiu apenas um empate, performance que faz com que o emblema da nossa cida-de continue por esta altura a morder os calcanhares ao líder da Série 1 do Campeonato Distrital da 2ª Divisão, o Leça do Balio. Em termos pontuais os ermesindistas somam 44 pontos, menos quatro que os matosinhen-ses, embora com menos um jogo re-alizado. Em seguida passamos então em revista as atuações do Ermesinde 1936 nas últimas rondas do campeo-nato, começando pela vitória caseira diante do Águas Santas.

ARCA arranca com arrombo às medalhas em Vila do Conde

eferente à 20ª jornada – rea-lizada no passado dia 23 de fevereiro – o duelo ante os vizinhos do Águas Santas foi inteiramente dominado ao lon-

go dos 90 minutos pela equipa que atuava em casa, o Ermesinde 1936, a qual não teve quaisquer dificuldades em alcançar um triunfo por 2-0. O primeiro golo da partida ocorreu ainda no primeiro tempo, na sequência da cobrança de um livre, do lado direito do ataque do clube de Sonhos, já perto da linha que demarca a grande área. No interior da pequena área o go-leador Paulinho não perdoou, e de cabeça fez o primeiro golo da tarde.Após o intervalo, as características do jogo

mantiveram-se: o Ermesinde 1936 era a for-mação mais ofensiva, não sendo de surpreen-der, por isso mesmo, que logo ao minuto dois do recomeço, Leça tivesse marcado o segun-do e último golo do jogo. O Águas Santas só conseguiu criar algum perigo na sequência de lances de bola parada, mas sem qualquer oportunidade flagrante de golo. O guardião ermesindense, o veterano Teixeira, só teve de se aplicar mais a sério ao minuto 55, quando mostrou a sua forma ao defender o esférico na sequência da cobrança de um livre direto, já muito perto da sua grande área.

Empate em Santo Tirso

Uma semana antes, mais concretamente no dia 15, os ermesindistas viajaram até Santo Tirso para defrontar o Monte Córdova, em jogo (na imagem) da 19ª jornada. 2-2 foi o re-sultado final, sendo que a turma orientada por Jorge Lopes começou por estar em desvanta-gem no marcador, mas ainda antes da saída para o intervalo Fajó repôs a igualdade. Já na segunda parte o goleador da turma de Sonhos, Paulinho, colocaria o Ermesinde 1936 a ven-cer, na sequência da transformação de uma grande penalidade, e seria igualmente através de um penálti que a turma da casa selaria o resultado final numa igualdade a dois golos.

Chapa 5 ao Ramaldense

A 2 de fevereiro o Ermesinde 1936 recebeu o Ramaldense em encontro da 17ª jornada. O Ermesinde entrou muito dominador e contro-lou o jogo durante os 90 minutos e o resulta-do, de 5-1 a seu favor, apesar de ser uma go-leada, acaba por ser escasso para refletir o que realmente se passou, tantas foram as oportuni-dades criadas pela equipa da casa. Logo aos dois minutos, Paulinho podia ter

chegado ao golo, quando, na pequena área falhou incrivelmente uma oportunidade fla-grante para bater o guardião visitante. Cinco minutos, mais tarde Pinto não falhou, dando a melhor sequência a um centro do lado di-reito do seu ataque, rematando de primeira para o fundo da baliza defendida por Bruno. Diga-se, aliás, que Pinto foi um dos melhores jogadores em campo, sempre muito concen-trado e empenhado nos lances de ataque da sua equipa. Aos 10 minutos foi a vez de Leça falhar, bem tentou fazer um “chapéu” a Bru-no, mas a bola saiu ao lado direito da baliza do Ramaldense. Decorrido o primeiro quarto de hora a equipa visitante desfrutou da sua melhor oportunida-de para chegar com perigo à baliza de Teixei-ra, na sequência de um livre direto, cobrado por Joel, mas à figura do guardião ermesindis-ta. Depois disso, sucederam-se várias oportu-nidades, para os locais, quase todas protago-nizadas por Serginho, que nesta partida bem merecia ter marcado um golo. O segundo tento para a equipa anfitriã surgiu à passagem da meia hora de jogo, desta vez Paulinho não falhou a recarga depois da bola ter sido devol-

ermesindedesportivo

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” (este suplemento nao pode ser comercializado separadamente).Coordenação: Miguel Barros; Fotografia: Manuel Valdrez.Colaboradores: Agostinho Pinto e Luis Dias.Design: Joel Mata e Marcos Ribeiro (colaboração com o Curso de Técnico de Design Gráfico da Escola Secundária de Ermesinde)

luis Dias/AVE

Foto: Luis Macedo

vida pela trave. E até ao intervalo o clube da casa ainda teve mais duas oportunidades para avolumar o resultado, sem no entanto o conse-guir. Entretanto, os atletas visitantes viam-se em “palpos de aranha” para resistir ao futebol mais ofensivo dos pupilos de Jorge Lopes e nem as várias substituições logravam arranjar forma de mudar o rumo dos acontecimentos. Refira-se que os visitantes se revelaram dema-siado agressivos e muito pouco respeitadores das decisões do árbitro, o qual necessitou de proteção policial para sair do relvado, ao in-tervalo, na sequência da primeira expulsão ramaldense.Na etapa complementar as características do jogo mantiveram-se, houve mais quatro golos (três para o Ermesinde e um para o Ramal-dense, de livre direto), mas mais poderiam ter surgido do lado ermesindista, tendo valido a boa prestação do guarda-redes Bruno. Entre os avançados do Ermesinde também merece uma palavra de apreço Diogo Loureiro, que bisou, sendo espetacular o seu primeiro golo, um “chapéu” de belíssima execução.Uma semana mais tarde (9 de fevereiro) a equipa da nossa cidade esteve de folga.

No passado dia 15 de Fevereiro, a equipa de ginástica acrobática da Associação Recreativa e Cultural da Azenha (ARCA) fez-se ao pódio, iniciano a época 2013/2014 com várias atletas medalhadas. O 1º Torneio de Níveis da Associa-ção de Ginástica do Norte decorreu em Vila do Conde e contou com 10 equipas, entre elas o Bo-avista FC, a Arco Club da Maia, Estrela Vigorosa Sport, Ginásio Clube da Maia, Sport Club do Por-to, Académico Futebol Clube e o clube anfitrião, Ginásio Clube Vilacondense, num total de 250 atletas, dos vários níveis de competição. As atletas da ARCA conseguiram numa renhida disputa pelo pódio às décimas uma boa presta-ção, com 3 grupos medalhados: um 1º, 2º e um 3º lugar. Um feito que já vem sendo consumado nos últimos anos e que, embora sem as mesmas condições de treino que outras equipas da com-petição, o árduo trabalho e a perseve- rança das ginastas tem somado su-cessos para o des-porto de Valongo.

Nas palavras da treinadora, Mafalda Rodrigues, a primeira prova da época «de forma geral, cor-reu bem e não ficaram a dever nada a ninguém», numa alusão ao desempenho das suas atletas. Continuou esclarecendo que «as condições em que os treinos decorrem não são as melhores». Acrescenta que agora tem «o trabalho de refle-xão e de revisão de pormenores técnicos com as atletas e de preparação para a próxima prova» a decorrer já no próximo dia 22, no Complexo Gimnodesportivo da Maia – 2.º torneio de ní-veis. E conclui, apontando o objetivo de «ter ain-da melhores resultados nas próximas provas». A tabela classificativa ficou assim definida: Es-calão B – grupos femininos: 1º lugar: Rita Pau-pério, Rita Albuquerque, Lídia Almeida. Escalão B – grupos femininos: 2º lugar: Filipa Lima; Catarina Vieira; Luísa Barros. Nível 1 – grupos femininos: 3º lugar: Soraia Faria; Beatriz Rocha;

Carlota Ferreira.

Foto: Florentino Silva

ginástica acrobática

florentino silva

Page 17: AVE_914

1 MARÇO de 2014 • A Voz de Ermesinde 13Emprego

S A L P I C A R NS A L P I C A R NS A L P I C A R NS A L P I C A R NS A L P I C A R N E E E E EProdutos de Salsicharia, Lda.

LUGAR DO BARREIRO – ALFENA • 4445 ERMESINDETelefone 229 698 220 • Fax 2229 698 229

TASCA DO ZÉ

RUA DE VILAR, 199 - TELEF. 22 967 17 39 - MONFORTE - FOLGOSA - 4445 ERMESINDE

ALMOÇOS • JANTARES

CASA VERDE

FOTO - CANÓRIO

AGÊNCIA CENTRAL GALPGÁS

TODOS OS TRABALHOS EM FOTOGRAFIA

R. D. ANTÓNIO CASTRO MEIRELES, 58 • TEL. 229 710 288 • 4445-397 ERMESINDE

ENTREGA DE GARRAFAS DE GÁS AO DOMICÍLIO

Page 18: AVE_914

14 A Voz de Ermesinde • 1 MARÇO de 2014

Pedro, o Grande

João tem 9 anos e com otempo, além de se tertornado viajante diáriodo mesmo autocarro queo meu, ficou amigo. Éfácil ficar-se amigo do

João e deixar que ele nos conquiste ocoração e isto muito por uma simplescaracterística invulgar nos adultos, masparticular nas crianças – genuinidade.É impossível que ao seu lado estejamostristes ou abatidos porque ele não deixa.Envolve-nos com um beijo ou um abraçoe distrai-nos a atenção através doscadernos escolares que gosta de mos-trar: briosos. Ao detalhe, pormenoriza oque lá está espelhado como ensina-mento. Tudo isto sob o olhar atento deuma mãe, ainda de olhos tristes porquepor vezes diz que a vida não terá sidomuito justa: no ano passado retirou aoJoão o direito de ter o seu pai com ele,ceifando-lhe a vida com pouco mais de50 anos de idade.

Quando a Alice me explica como foide forma rápida que a doença se apoderoudo pai do João, ele ouve atentamente eprocura desde logo lembrar os episódiosalegres das suas vidas, enquanto o tinhamentre eles. Normalmente resulta porqueajuda a sua mãe a conter a emoção. Sendomais raro que a vida nos cruze nos finaisde dia, quando isso é possível ele mostra-me de imediato os seus TPC’s. Trocamosimpressões sobre isso e eu falo-lhe tam-bém dos meus. Agora ele vai percebendoque também eu estabeleço os meus TPC’se explico-lhe num termo que um meninoentende: pegar num pensamento ou numapreocupação ou num estado de espírito efazer uma composição.

O João anda intrigado – pedi à suamãe para oportunamente me deixar usara sua foto numa ponderação que querofazer. Quando lhe agucei a curiosidadecom o título pergunta-me ele: «Glória,como é que vai chamar ao seu texto“Pedro, o Grande”, usar a minha foto,que sou o João e falar sobre as mu-lheres?». Esse era o grande desafio,

peso e a força suficiente para o aquietar. Claroque agora é nome na história, nome de ruas epraças mas merecia não ter sido traído peloseu próprio país. Desta vez não foram os“soldados rasos” que pereceram na frenteda batalha – foi um general, que se colocouna “frente da batalha” e a quem terão si-lenciado a forte e convicta voz de comando.

Do que conheço do João e se lhe lesseeste apontamento perguntava desde logo –«Glória, e onde entra aqui o valor das mu-lheres?». A resposta teria que ser: em tudo.Por exemplo, em 20/01/2014, li: «…De acordocom uma nota biográfica fornecida à Lusapela família, Maria Iva de Andrade Delgadofaleceu esta quinta-feira em Lisboa, aos 105anos de idade. Segundo a nota fornecidapela família, em 1958, «temendo embora quea candidatura de seu marido à Presidência

da República tivesse graves consequênciaspara o próprio e para a família, [Maria IvaDelgado] apoiou-o com inteira abnegação,tendo participado activamente na míticacampanha eleitoral. (…) A sua influência foidepois determinante no sentido de HumbertoDelgado pedir asilo político ao Brasil, paísonde estiveram juntos pela última vez em 1960.Apesar da sua sensibilidade tradicional demãe de família, Maria Iva Delgado acaboupor ter um papel indiscutivelmente políticoenquanto mulher e depois viúva do 'General

Crónicas

Clínica Médica Central de Ermesinde, Lda

Rua Ramalho Ortigão, 6 – 4445-579 ERMESINDE(SERVIÇO MÉDICO E DE ENFERMAGEM)

Seguros de Saúde

respondi-lhe. Isto porque de um ano para ooutro continuava a sofrer perdasirreparáveis e que têm a ver com vidashumanas. Gente nova, também e que fizeramcom que o Natal do largo da minha rua esteano tenha sido diferente porque sabíamosque ali perto, a “Rosinha da farmácia”cuidava do Pedro – o seu marido de sempre,um pai de sempre e o amigo de muita gente.

Todos contávamos com a força da Rosinhae o respeito que nos merecia a coragem doPedro, um homem de 53 anos que em doismeses precisou de preparar-se para umaviagem abrupta, que o iria enviar para a tal“Terra do Nunca”, ou o lugar que cada um lhedestinará ao abrigo da sua fé. Quando tambémeu me fui despedir dele, achei-me no dever delhe curvar a cabeça em gesto de respeito.Olhando-o ali deitado, inesperadamentesurgiu-me à ideia “Pedro, o Grande”. Émesmo preciso ser-se “grande” paraenfrentar uma batalha em que per-cebemos que vamos sair derrotados eprecisamos de despedir-nos de umavida a quem demos tanto.

Às vezes olho para o meu cantinhoe sinto-me dispersa. Gostava de nãoprecisar ponderar sobre coisas tãoprofundas como os sentimentos mas,deixar em branco estas passagens paramim torna-se demasiado pesado.Escrevendo, “descarrego” e fica maisleve seguir em frente, ainda mais queem cima da minha secretária e desdehá algum tempo estava um DVD queme tinha sido emprestado pelo meuvizinho, “Bino-Kurov”, que sabe destemeu gosto por descortinar vida nascoisas ou nas pessoas. Na capa desteDVD lia como título “O meu coraçãoficará no Porto” e, ao passá-lo no com-putador pude ver um excelente do-cumentário sobre Humberto Delgado.

Cinquenta anos depois o Portoevocava um dia em que uma ma-nifestação sem precedentes marcou oinício do fim de uma ditadura – 14/05/1958. Quanto terminei de ver percebique estava perante uma outra pessoaque passei a classificar na categoria de “OGrande”. Encontrei-lhe o denominadorcomum que encontro nas pessoas que medespertam sentimentos de escrita – a co-ragem. Este homem foi corajoso, mais e muitomais dos que o liquidaram à queima-roupa.

Foi pena que as diversas ordens hono-ríficas que lhe tinham sido atribuídas até 1957não o tivessem protegido. De nada lhe terávalido tudo aquilo que terá feito para mereceressas distinções que, por certo, ao atri-buírem-nas terão pensado que tivessem o

FOTO ARQUIVO GL

Sem Medo', só tendo autorizado a tras-ladação dos restos mortais de seu maridopara Portugal após a restauração dademocracia», refere o texto.

Humberto Delgado não morreu só –aquando da sua “execução”, a suasecretária que o acompanhava, ArajaryrCampos, terá acorrido em auxílio do generale foi atingida por agressões violentas quelhe causaram a morte. Também a Alicetinha apoiado o seu marido no desejo queteve de vir findar o seu tempo na sua casa.A Rosinha definhava dia após diasabendo que nada mais poderia fazer peloseu Pedro. Uns dias antes eu tinha lidoque Théo Sarapo, a quem o mundochamou gigolô oportunista, se tinhasuicidado há muitos anos, deixando umbilhete na sua mesinha de cabeceira onde

estava escrito – “Pour toi, Edith,mon amour”.

Só depois da sua morte omundo se terá apercebido que estehomem (20 anos mais novo que asua mulher) fez orelhas moucas aoque de si se dizia por ter casadocom Edith Piaff – à morte delaefetivamente tinha sido o seuúnico herdeiro, dos direitos dis-cográficos e cinematográficos mastambém das dívidas que se tinhamacumulado pela vida de excessodesta mítica cantora e conse-quentes danos de saúde que issolhe terá acarretado. Théo Sarapo,discretamente e só, sem maisalguma vez ter sido visto com outramulher, limpou o seu nome, limpouo nome da mulher que amou e sódepois se despediu da vida.

8 de março será o Dia Inter-nacional da Mulher e este ano nãoescolho rosas para o lembrar –procurei o pensamento de alguémque me fizesse sentido, mas escolhium provérbio: «Cem homenspodem formar um acampamento,mas é preciso uma mulher para sefazer um lar». O melhor será nunca

hostilizarmos a força de cada um e, tal comose diz, «o respeito é muito bonito!», daíque todos devemos fazer por isso, porquemerecemos, quer se seja mulher, quer seseja homem. O sábio povo também diz que“de pequenino se torce o pepino” e o Joãojá vai no bom caminho porque os coraçõesque ostenta na foto foram feitos a pedidoda sua professora para que no dia 14 defevereiro os dedicasse a mulheres que jásão importantes na tua tenra idade e, decerteza, a sua mãe será uma delas.

GLÓRIALEITÃO

Page 19: AVE_914

1 MARÇO de 20141 • A Voz de Ermesinde 15

Quanto tempo é muito tempo?

outros meios encontra neles, igualmente, matéria de deleitosadegustação.

Atenho-me ao nome que dei a esta crónica e à lengalenga quelhe deu início. Falemos, pois, do tempo. O vocábulo tem aplicaçõesdiversas: na meteorologia, aquilo que entendemos por “está bomtempo!” se há uma conjugação positiva de temperatura, ausênciade nuvens e um belo sol ou se, pelo contrário, “está um péssimotempo” quando ocorrem chuva, frio, ventos fortes, inundações eoutros fenómenos atmosféricos desagradáveis e de consequênciasnefastas; no sentido sequencial que pode ser medido em minutos,horas, dias, semanas, anos ou décadas, o correspondente a umageração, expresso em sintagmas como «aconteceu há duas horas…»ou «há uma semana que ninguém a vê», a que corresponde o que osantigos gregos denominavam kronos, de que deriva o nosso tempocronológico; um terceiro sentido é um momento indeterminado emque algo de especial acontece, sentido qualitativo a que os gregosatribuíam o termo kairós, como «este é o tempo dos homens…»,em oposição a «o tempo de Deus». «O pensamento humanoestruturou-se de forma a considerar a vida e os eventos que a

NUNOAFONSO

engalengas, provérbios, adivinhas, ex-pressões idiomáticas, canções infantis,cantigas de jogos de roda, contos tra-dicionais, alguns inspirados na gesta dosDescobrimentos, cantados, à vez, por ho-mens e mulheres enquanto segavam ocenteio, bem como outras manifestações

de cunho popular são preciosidades, do tesouro linguísticocomum, repositório anónimo de sabedoria, corolário deatividade reflexiva no silêncio dos trabalhos agrícolas cujostemas têm merecido ensaios e tratados científicos, filosóficos,literários e de outros tipos.

A abordagem é convidativa pelo encanto formal e pelasingeleza que ostentam, usando sabiamente os jogos de palavas,a rima, o ritmo além de conteúdos adaptados à vida de todos,assim contribuindo, abundantemente, para o sentido globaldesses textos. No discurso, em prosa ou em verso, tudo significa,assim a forma (significante) como o conteúdo (significado).Vejam-se, a título de exemplo, a prosa repassada de emoçãonas “Viagens na Minha Terra” de Almeida Garrett ou o desenhotextual tão próximo de ações e ambientes em qualquer dosgrandes romances de Eça de Queirós, a musicalidade de quemvai caminhando, tão importantes como o conteúdo, do poema“A Moleirinha” de Guerra Junqueiro ou a simplicidade co-movedora da redondilha maior na “Balada da Neve” de AugustoGil assim como, num estilo mais objetivo e realista, adaptandoa sensibilidade criadora a diferentes situações da vida e daevolução social, de Cesário Verde em “O Sentimento dumOcidental” (Ave-Marias). De igual modo, para uma peça teatralsão fundamentais os cenários, a iluminação e a mise-en-scèneassociados à qualidade do texto e da sua interpretação; o mesmose diga em relação aos arranjos musicais associados a uma belacanção e à qualidade do seu ou da sua intérprete.

Anónimos embora, presume-se que os textos que, de início,referi, tenham sido criados por gente simples mas inteligente eatravessaram épocas, geração após geração. A origem humildeparece evidente e são várias as razões para assim crermos: oanonimato, a linguagem corrente, os temas, na sua maioriaadequados à infância ou a públicos não necessariamenteinstruídos (à exceção talvez dos que tiveram nosDescobrimentos a sua génese) todavia por todos aceites ecompreendidos. É que, se os simples encontram interesse efacilidade de apreensão nesses formatos, quem os abordar com

Crónicas

preenchem de maneira sequencial, contável. A perceção de tempoinferida a partir dos nossos sentidos é estabelecida via processospsicossomáticos onde diversas variáveis, muitas vezes comorigem puramente psicológica tomam parte, e, assim comocertamente todas as pessoas presenciaram em algum momentouma ilusão de ótica, da mesma forma de que em algum momentohouve a sensação de que, em certos dias, determinados eventostranscorreram de forma muito rápida e de que em outros essesmesmos eventos transcorreram de forma bem lenta, mesmo queo relógio – aparelho especificamente construído para medidade tempo – diga o contrário» (Wikipédia – A enciclopédia livre).A causalidade que está presente em todos os momentos danossa vida, ou seja, que a causa sempre precede o efeito temsido amplamente discutida no âmbito da mecânica quântica e deoutras ciências modernas. «Mesmo a relatividade que trouxeconsigo a dependência explícita do tempo com o referencial e osdebates quanto à possibilidade de viagem no tempo, preserva acausalidade: se, em um referencial, o evento 1 é causa do evento2 precedendo-o no tempo, portanto, em qualquer outro referencialesta relação de causalidade será preservada mesmo que a medidado intervalo de tempo entre os eventos possa ser expressamediante valores bem diferentes nos diferentes referenciasescolhidos» (Wikipedia – a enciclopédia livre). Ainda que AlbertEinstein, nas suas investigações acerca da relação entre o tempoe a velocidade da luz e do tempo quanto a outros referenciais,tenha escrito: «Uma ilusão. A distinção entre passado, presentee futuro não passa de uma firme e persistente ilusão», a verdadeé que ainda não existe prova indiscutível que enferme o princípioda causalidade e outros princípios da ciência e da nossaexperiência diária e permanente.

Todo este exórdio, que alguns poderão achar deslocado eexorbitante, vem a propósito da minha participação em “AVoz de Ermesinde”. Em janeiro de1994, entreguei umpoemazinho ao Sr. Dr. Manuel Augusto Dias, então chefe deredação de “A Voz de Ermesinde” e, desde então, venho em-prestando a minha singela contribuição à comunidade deErmesinde e aos seus leitores em forma de crónicas. Foram jácentenas de crónicas e poemas que fui deixando. De algunsdesses trabalhos resultou um livro que publiquei há quatroanos. Estou agradecido a todos os leitores que partilharamdesse trabalho, transmitindo-me as suas opiniões oralmente eatravés das redes sociais. Vieram de Trás-os-Montes, do Brasil,da França, quiçá de outros lugares. Agradeço, sobremaneira, adiretores, chefes de redação, jornalistas, estagiários e outroscolaboradores do jornal durante este período. Foi muitotempo? Foi pouco? Muito, pouco, algum, bastante, tanto eainda outros são quantificadores indefinidos que não implicamjuízo de valor. Verdade é que vinte anos passaram. De nada mearrependo, nada exigi nem me foi requerido. Não é umadespedida. Como é hábito generalizado lembrar datas e períodos,este trabalho foi a marca que deveria ter sido assinalada hámais de um mês. Continuarei a enviar os meus trabalhosenquanto os responsáveis do jornal desejarem. No dia em quese tornarem aborrecidos ou deixarem de corresponder ao quedeles esperam os leitores, pousarei “a minha pena” e dareilugar a outros, porque essa é a lei da vida.

ILUSTRAÇÃO A. L. MILIN

O tempo perguntou ao tempoQuanto tempo o tempo temE o tempo respondeu ao tempoQue o tempo tem tanto tempoQuanto tempo o tempo tem.

CAFÉ • SNACK • RESTAURANTE

GAZELAAGENTE: TOTOBOLA e TOTOLOTO

RUA 5 DE OUTUBRO, 1171 - TELEF.: 229 711 488 - 4445 ERMESINDE

TCalho

Rua da Bela, 375 - Telef. 22 967 25 49 - Telem. 96 433 14 27Telef. Residência 22 967 33 78 4445 ERMESINDE

entral

Belmiro Ferreira de Sousa

Page 20: AVE_914

16 A Voz de Ermesinde • 1 MARÇO de 2014

Agência Funerária

Rua de Luanda, n.º 217 | 4445-499 ERMESINDETel. 22 974 7204 • Tlm. 91 092 1573 | 91 218 8570

Crónicas

GILMONTEIRO (*)

Carta de amorO tio Brito, que usava lenço vermelho ao

pescoço, tocava concertina e deitava osfoguetes, durante a procissão pelos ca-minhos da aldeia, nas festas de Santa MariaMadalena, contou-me:

«– A minha Ester bem escrevia para oquartel de Tavira, mas eu não tinha dinheiropara selos, remetia duas no mesmo envelope!Até que um dia, com muita paciência, fuitirando a tinta do selo da carta recebida ecolei-o na minha... Ao saber, na resposta, que

a cabra morinha tinha tido dois cabritinhosaté chorei de alegria!...».

O Jorge, destacado do Regimento deInfantaria de Vila Real para a Serra do Pilar(Gaia – Porto), na primeira carta para a

namorada de Paradela, e com receio que seperdesse, escreveu, por fora, do envelope:

«– Vai-te carta, vai-te carta, pelo meiodos pinheirais;

O meu coração fica a dar muitos ais!».Andava na 2ª Classe quando escrevi a

Drogaria DAS OLIVEIRAS de Ferreira & Almeida, Lda.

Bazar • Utilidades Domésticas • PapelariaFotocópias • Perfumaria • Tintas/Vernizes/Ferragens

Largo das Oliveiras, 4 (à Palmilheira)Telef. 22 971 5316 • 4445 ERMESINDE

Acertam-se chaves

• Banho privativo

• Telefone

• TV c/ vários canais

Rua Rodrigues de Freitas, 1572 – 4445 ERMESINDE – Tel. 229 735 571

ABÊ

FARMÁCIA ASCENSÃO

Rua dos Combatentes, 41Telefone 22 978 3550 • Fax 22 978 3559 4445-384

DIRECTORA TÉCNICAANA MARIA C. DE ASCENSÃO CARDOSO

Licenciada em Farmácia

Café Snack-BarCafé Snack-BarCafé Snack-BarCafé Snack-BarCafé Snack-Bar

RestauranteRestauranteRestauranteRestauranteRestauranteR. Padre Avelino Assunção, 59-63Telefone 229 718 406 4445 ERMESINDE

Café Snack-BarCafé Snack-BarCafé Snack-BarCafé Snack-BarCafé Snack-Bar

RestauranteRestauranteRestauranteRestauranteRestauranteO Sino G

aivota

epois de Fernando Pessoater escrito: «Todas as cartasde amor são ridículas»!, épreciso arrojo para escreversobre tal assunto! Mas,como hoje é Dia dos Na-

morados, a coragem chegou.Namorar é bom. A vida devia ser de

amor pleno. Daí as cartas específicas, paraesse efeito, não terem muito sentido, eestarem a caminho da extinção. Mesmonas atividades difíceis do dia a dia as cartasdevem ser examinadas com bom senso, àespera de os assuntos serem tratados emconcórdia (fácil de dizer e escrever!...). Osseres vivos da natureza e os domésticostambém têm que ser respeitados. Nafalência do meio ambiente, cada vez maisameaçado, está a sobrevivência do homemno planeta Terra.

Os conversados das aldeias, an-tigamente, namoravam aos domingos acaminho da fonte, enquanto as futurasnoivas andavam de caneco à água.Quando chegava o tempo do serviçomilitar, poucos escreviam às namoradas,por serem analfabetos ou não teremdinheiro para os selos.

primeira carta de amor! Comecei cedo, masdo pior modo – resultado incrível!

O moço dos bois do Sr. Correia, aos15, 16 anos, perdeu-se (ou encontrou-se)de amores com a Alice do Rocha, acomeçar a mostrar corpo de mulher, nasidas às feiras de São Martinho ou às missasde domingo. Como um criado “falar” àfilha de um lavrador era “pecado”, e oescrever-lhe impossível, pois eraanalfabeto e, ainda, tinha vergonha depedir ao Safadinho, ilustre ex-brasileiro eescriba da terra, fui obrigado a tentar asolução para o intrincado problema.

Apesar de mal saber alinhavar umacópia – frequentava o 2º Ano na escolada Regente D. Albertina –, aceitei odesafio. Munido de papel e lápis, fui tercom o Zé, ao monte da Eirinha, ondeapascentava os bois do patrão, paraescrever a carta. Preparada a banca empedra lisa, perguntei:

– Fala, que eu escrevo!Como não disse palavra ou frase,

passei a ser eu o Zé, pedindo namoro àAlice. O papel dobradinho foi ter, por artesmágicas, ao bolso do gabiru do Inácio!!!

Os feijoeiros, retirados dos camposde milho, aguardavam os serões à lareirapara debulha, em convívio de amigos efamiliares.

Pois, no meio de tantos ditos econtos, o galhofeiro do Inácio nãocomeça a ler a minha carta de amor!?...

Senti-me tão vexado que fugi paracasa da tia, no fundo do povo.

Nunca mais ouvi falar da minhacartinha!

(*) [email protected]

PINTURA EDGAR DEGAS

Page 21: AVE_914

1 MARÇO de 20141 • A Voz de Ermesinde 17Opinião

CONDURIL - CONSTRUTORA DURIENSE, S.A.

Infere-se da notícia que osautarcas não se fizeram rogados naeliminação de todas as barreiraslegais para que o advogado re-querente concretizasse o prome-tido cartaz de espetáculos de ele-vado nível, dar emprego aos mo-radores da freguesia e criar umimponente jardim, tudo aberto aopúblico em geral. E, vai daí, Câmarae Assembleia Municipal uniram-senum hercúleo esforço de con-vencimento dos vereadores e de-putados municipais de que, com oseu voto de concordância, ficari-am para sempre associados a umprojeto ímpar para o município.

Os autarcas cantanhedensesnão suspeitaram que a “esmolaera grande” e mais distraídos es-tiveram quando, mais tarde, tudofoi resumido ao pedido de auto-rização para execução de projetode construção de “moradia uni-familiar e edifício de apoio à habi-tação para piscina”, que a autar-quia aprovou sem pestanejar.Melhor e maior embuste não é fácilde equacionar.

Todo este artifício, que é difícilperceber sem a conivência, ativaou passiva, dos decisores munici-pais, terá um custo ainda maior

Cantanhede e os autarcas

A. ÁLVAROSOUSA

para os contribuintes se fordado ouvidos ao que, namesma edição do JN, escreveo Prof. Mário Frota: proceder-se à «demolição do edificadoe restituição dos terrenos aostatu quo ante». Os conheci-mentos jurídicos deste pro-fessor de Direito dão-lhe a-brangência suficiente parasaber que se alguém seguir oseu conselho, os dinheirospúblicos sofrerão mais umduro golpe proveniente decustos judiciais e indem-nizações resultantes deexpropriação de direitosgenerosamente concedidos elegalmente adquiridos.

Ao contrário do que sugere Má-rio Frota, entendemos que este casodeveria merecer especial atenção doMP, indagando para saber se o quese passou foi apenas ingenuidadede autarcas ou se a sempre presentee “famosa” corrupção não deixouos seus créditos por mãos alheias.E, na passada, antecipar-se ao queestará para acontecer em Vila doConde com a construção de umhotel em cima da praia de Labruge,envolvendo oito milhões de euros,com os autarcas a fingirem não

perceberem o risco de, dentro dealgum anos, o investimento ser“engolido” pelo movimento naturaldo mar, perdendo-se os milhões deeuros que tenham sido obtidos dosfundos comunitários, suportando oerário público, ainda, os custos dasentidades envolvidas na defesa dopatrimónio ameaçado.

Se os autarcas encolherem osombros permitindo que o “HotelTalasso Labruge” venha a conhecero dia de inauguração de funci-onamento, quando se colocarem as

IMAGEM•ARQUIVO

JN, na sua e-dição de 18deste mês defevereiro, dá--nos conta deuma história

com origem na autarquia deCantanhede, segundo a qualum “influente advogado” es-panhol apresentou um projetodestinado à construção de uma«biblioteca, teatro ao ar livre eresidência de artistas». A qua-lidade do investimento levou aque a Câmara aprovasse porunanimidade a emissão dedeclaração de interesse públicomunicipal do projeto, avaliado emcinco milhões de euros, decisãoacompanhada pela Comissão daRAN, que desanexou os terrenosda Reserva Agrícola.

necessidades de construção demolhes de proteção costeirapara defender o que não deveriater sido autorizado, é precisoassegurar que o património pes-soal destes senhores seja cha-mado a responder primeiro queos dinheiros públicos. São maisdo que horas de acabarmos coma irresponsabilidade dos de-cisores públicos e o desbaratardo produto dos impostos peno-samente suportados pelos con-tribuintes.

Page 22: AVE_914

18 A Voz de Ermesinde • 1 MARÇO de 2014

Massa:• 1 chávena e meia de farinha de trigo;• 1/2 chávena de farinha de trigo

integral;• 1 chávena de margarina de cozinha

vegetal;• ½ colher de chá de sal.

Recheio:• 1 kg de jerimu cozido a vapor, des-

feito com um garfo e muito bem escorrido(equivale a cerca de 1,8 kg cru);

• ½ chávena de açúcar amarelo;• 2 colheres de sopa de amido de milho (maizena);• 1 colher de chá de canela em pó;• 1 colher de sopa de farinha de trigo;• 1 chávena de leite vegetal;• raspa de 1 laranja.

Preparação:Para a massa colocam-se todos os ingredientes numa taça funda e desfazem-se

com as mãos, até que a farinha esteja misturada com a margarina. Acrescenta-se,aos poucos, só a água suficiente para formar uma massa consistente. Não amassarmuito. Estende-se sobre uma superfície lisa e polvilhada com farinha e estica-secom o rolo da massa. Com ela, forra-se uma tarteira de fundo amovível, untada.Leva-se ao forno 10 minutos a 200ºC, até secar um pouco e se sentir o aroma damassa ligeiramente cozinhada. Retira-se do forno e reserva-se.

Para o recheio misturam,-se muito bem todos os ingredientes secos. Depois,acrescenta-se o jerimu e incorpora-se muito bem. Pode-se passar com a varinhamágica se se desejar uma consistência de puré. Verte-se sobre a massa na tarteirae leva-se ao forno, moderado, até dourar e ficar firme.

Nota: jerimu é equivalente a abóbora-menina e bolina.

Lazer

10 MARÇO 1814 – O imperador Napoleão Bonaparte é derrotado pelo exércitoprussiano na Batalha de Laon, na França.

SOLUÇÕES:

Coisas Boas

Palavras cruzadas

DiferençasDescubra as10 diferençasexistentesnos desenhos

SOLUÇÕES:

Efemérides

Veja se sabe

Descubra que rua de Ermesinde se esconde dentro destas palavras com as letrasdesordenadas: PAI PAX IPOI.

Rua Papa Pio XII.Anagrama

01 - Norte-americano, um dos Prémios Nobel da Paz em 1925.02 - Povo descendente de Tiras que habitou o sudeste da Europa.03 - Realizador de “A Rapariga que Roubava Livros” (2013).04 - Rio que nasce em Paços de Ferreira e desagua no Sousa.05 - A que classe de animais pertence a capivara?06 - A que país pertence a região da Virgínia?07 - Em que país fica a cidade de Sfax?08 - Qual é a capital do Rio Grande do Sul?09 - A abreviatura Boo corresponde a qual constelação?10 - Elemento metálico prateado, mole, n.º 60 da Tabela Periódica (Nd).

Provérbio

SOLUÇÕES:

01 – Charles Dawes.02 – Trácios.03 – Brian Percival.04 – Rio Ferreira.05 – Mamíferos.06 – Estados Unidos.07 – Tunísia.08 – Porto Alegre.09 – Boieiro.10 – Neodímio.

Março duvidoso, S. João farinhoso. (Provérbio português)

HORIZONTAIS

VERTICAIS

HORIZONTAIS

1. Segue uma direção. 2. Vís-cera dupla; defeque. 3. Arti-go; coais. 4. Reside; compa-nhia aérea portuguesa. 5.Normas; composição poéti-ca. 6. Ressonância; magne-te. 7. Ruim; mil seiscentos ecinco (rom.); banda dese-nhada. 8. Açule. 9. Oferecer;sentir dor. 10. Variar.

1. Dificuldade. 2. Escritor por-tuguês; Diário de Lisboa. 3.Rádio Renascença; miado;latim (abrev.). 4. Barris; acu-sada. 5. Gostar de alguém;viagem. 6. Sadio; com conhe-cimento. 7. Sozinhos; o quese deve. 8. Liquidam; grandequantidade. 9. Braço de mar;enceta. 10. Replicara.

SOLUÇÕES:

VERTICAIS

1. Problema. 2. Eca; DL. 3. RR;mio: lat. 4. Pipos; re. 5. Amar;ida. 6. Sao; cc. 7. Sos; divida.8. Abatem; ror. 9. Ria; abre.10. Respondera.

Sudoku (soluções)

Sudoku

171 171 171 171 171

17

11

71

17

11

71

17

1

Em cada linha,horizontal ou vertical,têm que ficar todos osalgarismos, de 1 a 9,sem nenhuma repeti-ção. O mesmo paracada um dos nove pe-quenos quadrados emque se subdivide oquadrado grande.

Alguns algaris-mos já estão coloca-dos no local correcto.

01. Cauda do cavalo.02. Orelha do cavalo.03. Casco do cavalo.04. Pé do gigante.05. Mão do gigante.06. Olho do gigante.07. Tronco da árvore.08. Monte.09. Espada.10. Pé do cavaleiro.

Tarte de Jerimu

ILUSTRAÇÃO OPENCLIPART.ORG

1. Perpassa. 2. Rim; obre. 3.Os; passais. 4. Mora; TAP. 5.Leis; ode. 6. Eco; iman. 7. Ma;MDCV; BD. 8. Acirre. 9. Dar;doer. 10. Alternar.

“A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série de receitas vegetarianas degrau de dificuldade “muito fácil” ou “média”.

A reprodução é permitida por http://www.centrovegetariano.org/receitas/, de acordocom os princípios do copyleft.

FOTO ARQUIVO

Page 23: AVE_914

1 MARÇO de 2014 • A Voz de Ermesinde 19Tecnologias

A licença Commons da RALN– Rede Aberta Livre e Neutra

BEKA IGLESIAS (*)

Princípioda reciprocidade

1. Quando é proporcionado serviço de in-terconexão com outra rede que, ainda que nãose acolha à protecão do Commons da RALN ouseja, gerida de modo diferente por outrasorganizações, mas que em essência obedece aosmesmos critérios de rede aberta, livre e neutral,mantendo as mesmas liberdades e princípiosgerais e permitindo a livre interconexão, pode-seestabelecer um reconhecimento recíproco dasmesmas liberdades, no que se refere à livrecirculação de conteúdos e serviços.

Sobre a resoluçãode conflitose jurisdiçãoaplicável

Em caso de perguntas, dúvidas ou con-flitos relativos à interpretação ou aplicaçãodo " Commons da RALN ", toda a gente sepode dirigir ao patronato da Fundação paraque seja resolvido.

A petição é formalizada através de umcorreio dirigido ao Patronato (Patronat (arro-ba) guifi.net), especificando claramente oassunto (por exemplo "Consulta / Conflitosobre o Commons em relação a ....") , e notexto do correio, uma descrição da questão,das suas motivações, dos pontos da Com-mons afetados, propostas, etc.., tentando queesteja bem documentado e compreensível.

Uma vez que o patronato da fundaçãotenha recebido a notificação e em função danatureza do requerimento será aplicado oseguinte procedimento:

1. Decidir se a dúvida está suficiente-mente fundamentada para a fazer seguir ouarquivá-la. Em caso de arquivar-se, será fina-lizado o procedimento.

distros em linha...

Esta semana o site de divulgaçãode novas distribuições de softwarelivre assinalou o lançamento dasseguintes novas distribuições Linuxe BSD: Android- x86 2.2 e NixOS(acrescentadas à sua base de da-dos oficial, e ArchAssault e ArchBSD,que ficam em lista de espera.

Android-x86 2.2http://www.android-x86.org/

Android-x86 é uma distribuiçãoque resulta de uma iniciativa nãooficial destinada a trazer o sistemaoperativo móvel Google Android paraas arquiteturas x86 e x86_64. A ver-são 2.2 encontra-se na fase “releasecandidate”.

Imagem CD .iso otimizada paralaptop com arquitetura x86 (72,8 MB).

NixOShttp://nixos.org/

NixOS é uma nova distribuiçãoindependente GNU/Linux de origemholandesa cujo sistema operativo,incluindo o kernel, aplicações, sis-tema e configuração são construídospelo sistema de pacotes Nix,isolados uns dos outros, pelo quenão existem os diretórios /bin, /sbin,/lib ou /usr, mas apenas /nix/store.Embora seja um projeto de pes-quisa, já é funcional, com ambientede desktop standard KDE.

Imagem CD .iso otimizada paraarquitetura x86_64 (745MB).

ArchAssaulthttps://archassault.org/

O projeto ArchAssault ofereceuma nova distribuição baseada emArch Linux e destinada a testes depenetração e segurança. Está dis-ponível em versões otimizadas paraas arquiteturas x86, x86_64, ARMv6he ARMv7h.

Imagem DVD .iso otimizada paraarquitetura PC 64 bits (3,0 GB).

ArchBSDhttp://archbsd.net/

ArchBSD é uma distribuiçãoBSD®, livre e flexível, com o objetivode manter simples os aspetostécnicos do sistema operativo.Correntemente oferece versõesotimizadas paras as arquiteturas x86e x86_64.

Imagem CD .iso otimizada paraarquitetura x86_64 (200 MB).

2. Decidir se se encarrega de resolver aquestão diretamente, ou se cria uma co-missão específica com a tarefa de resolver oproblema.

Ninguém que seja parte interessada dumconflito pode formar parte do grupo que tomauma resolução; se for o caso, deverá abster--se de formar parte da comissão. Os (as)encarregados/as de deliberar e resolver sobreuma pergunta tomam a decisão por votação,e para evitar o empate, a comissão será for-mada por um número ímpar.

3. Decidir se a documentação apresentadaé suficiente ou se é preciso abrir um processopúblico informativo para reunir mais dados.No caso da questão afetar a terceiros, o pe-ríodo informativo público é obrigatório deforma a permitir a toda a gente exprimir a suaversão ou opinião sobre o tema a analisar.

4. Uma vez finalizado o processo infor-mativo, o Patronato ou a Comissão deve de-bater e finalmente, resolver.

2. As resoluções terão de orientar-se deforma a aplicar o espírito do Commons daRALN , e em caso em que seja constatado umconflito ou uma situação de incumprimento,servir de arbitragem e propor soluções paraemendar a situação que se tenha criado.

3. Em casos extremos, pode-se resolvera suspensão do acordo do Commons daRALN com uma participante, ficando semefeito, e poderá recuperar as infraestruturasda sua titularidade em função do que éprevisto na epígrafe " Sobre a titularidade eos (as) seus (suas) participantes". Por estavia não é possível resolver penalizações oucompensações de tipo económico por danose/ou danos semelhantes; se for o caso teráque fazer-se via tribunais competentes.

4. Às resoluções pode-se apresentar umrecurso, ou como alternativa, ir aos tribunaiscompetentes.

(7ª e última parte)

5. A Fundação está constituída aten-dendo à Lei de Fundações de 4/2008 de Cata-lunya. Para efeitos legais e em caso de con-flito, quando as partes não acordarem umacoisa diferente, a jurisdição aplicável pelaFundação e pela interpretação do Commonsda RALN, é a que corresponda ao tribunalcompetente em Barcelona. atendendo à le-gislação vigente em Catalunya.

Sobre a licençado texto do Commonsda RALN

1. O texto do Commons da RALN épossível de mudar ou ser modificado sob alicença Creative Commons by-nc-sa/3.0 oua Licença GNU /FDL.

• Não é possível fazer um uso comercial.• A distribuição e cópia é livre, referenci-

ando que vem desta Commons da RALN.• É possível modificar os conteúdos e fazer

trabalhos derivados sempre que o resultadoseja distribuído com as mesmas condições.

2. Animamos qualquer outra organizaçãode qualquer lugar do mundo a construir umarede aberta livre e neutral, seja aceitandotambém o "Commons para a RALN ", sejafazendo uma modificação para adequá-la à suaprópria organização e modo de trabalhar,desfrutando da possibilidade de interconetaras redes através do princípio de reciprocidade.

(*) [email protected]

Page 24: AVE_914

20 A Voz de Ermesinde • 1 MARÇO de 2014Arte Nona

Decorreuno Saloon Regiõeso 1º Convívio doClube Tex Portugal

Realizou-se no passado sába-do, dia 15 de fevereiro, em plenoSaloon Regiões, situado no Cacém,e com a presença do próprio TexWiller, o 1º Convívio do Clube TexPortugal, que contou com a hon-rosa participação de mais de trêsdezenas de fiéis seguidores(sócios, dirigentes e simpati-zantes) do famoso Ranger nascidoem 1948.

Convívio esse que começou noCacém, durante a tarde, em casado “pard” Carlos Moreira, ponto deencontro para alguns dos se-guidores do Ranger que se des-locaram de mais longe, comdestaque para a sócia honoráriaFernanda Martins, que viajoupropositadamente da capital dosPaíses Baixos para poder participarneste primeiro e histórico convíviodo Clube e receber em mãos daDireção deste o seu cartão de sóciaassim como o pin oficial de adesãoao Clube, itens que Davide Bonelli,filho do saudoso Sergio Bonelli eatual responsável máximo daSergio Bonelli Editore já tinharecebido em Itália por todo o apoioincondicional e constante incentivoque deu ao Clube desde o anúncioda sua criação.

Para além de Tex Willer (napessoa de Ricardo Leite) eFernanda Martins, comparecerama este 1º Convívio do Clube TexPortugal José Carlos Francisco,sua esposa e duas filhas, MárioJoão Marques, esposa e doisfilhos, Carlos Moreira, esposa efilho, Orlando Santos Silva eesposa, Hernâni Portovedo, JoséManuel Cristóvão, Fernando Mar-ques, esposa e duas filhas, CarlosGonçalves, Rui Cunha e dois filhos,António Freire e esposa, AntónioGuerreiro, Geraldes Lino, JoãoAmaral, Paulo Silva, José EduardoMonteiro e esposa e ainda PedroPereira.

Fonte: http://texwillerblog.com/wordpress/?p=50852

Entretanto Abriu dia 13 de fevereiroem Paris uma exposição de BDde José RuysobreAristidesde SousaMendes

O Círculo Artístico e Cultural Artur Bual (daAmadora) organizou uma exposição no Consuladode Portugal em Paris dos originais digitais do livrode José Ruy “Aristides de Sousa Mendes, Heróido Holocausto”, na versão em francês.

Esta edição é da iniciativa da Foundation SousaMendes, dos Estados Unidos da América, comquem o autor firmou contrato para as edições eminglês e francês destinadas ao público americano ecanadiano.

Esta exposição agora em Paris será itinerante, eseguirá depois para Bordéus e outros Consulados,Câmaras Municipais e escolas no país.

A exposição foi inaugurada a 13 de fevereiro de2014 e estará patente até 6 de março, data em queseguirá para Bordéus.

Contando com a presença (e a montagem) deJosé Ruy, a inauguração contou também com apresença do presidente do Círculo Artístico e Cul-tural Artur Bual, o pintor Alves Dias, e também opresidente da Fundação americana, Louis-PhilippeSousa Mendes, neto do herói.

As versões estão atualizadas a nível de desenhoe texto – confirma o próprio José Ruy –, pois asedições em português e em hebraico foram acabadaspelo autor em 2002 (embora editadas em 2004) eneste espaço de tempo muitas homenagens aconte-ceram, inclusive a formação da Fundação AristidesSousa Mendes na América.

A alteração mais notória é na última página,reformulada totalmente, conforme assinalou o autor.

Lançamento do livro de BD “Hawk”na Sala Ogival do Castelo de S. Jorge

Foi lançado, na passada sexta-feira, dia14 de fevereiro, o álbum de BD, “Hawk”, deAndré Oliveira e Osvaldo Medina. O lan-çamento teve lugar na Sala Ogival do Castelode São Jorge.

Estiveram presentes no lançamento, alémde André Oliveira (argumento) OsvaldoMedina (desenho), Inês Falcão Ferreira (cor)e Mário Freitas (legendas e edição, atravésda sua Kingpin Books).

No sábado, dia 15, os autores e editoresestiveram na Kingpin's Late Cupid Party!,que ocorreu na loja da Kingpin Books emLisboa.

Durante todo o evento houve ainda co-mo momentos de interesse a antevisão dasnovidades editoriais da Kingpin para esteano e até já para 2015, o anúncio do pro-grama integral (eventualmente provisório)do festival Anicomics Lisboa 2014 e aindaum «simpático desconto especial para casaisna compra de livros e merchandise em (quase)todos os artigos».

OSVALDO MEDINA

JOSÉ RUY

Page 25: AVE_914

1 M

ARÇ

O d

e 20

14 •

A Vo

z de

Erm

esin

de21

Art

e N

on

a

O Observador de impossíveis (03/04)O Observador de impossíveis (03/04

autor:

PAULO PINTO)

autor:PAULO PINTOO Observador de impossíveis (15/16)

Page 26: AVE_914

22 A Voz de Ermesinde • 1 MARÇO de 2014Serviços

A VOZ DEERMESINDEJORNAL MENSAL

Abr 2014Abr 2014Abr 2014Abr 2014Abr 2014 LLLLLua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: 1515151515; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: 2222222222;;;;;LLLLLua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: 2929292929; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: 77777.....

EmpregoCentro de Emprego de Valongo .............................. 22 421 9230Gabin. Inserção Prof. do Centro Social Ermesinde .. 22 975 8774Gabin. Inserção Prof. Ermesinde Cidade Aberta ... 22 977 3943Gabin. Inserção Prof. Junta Freguesia de Alfena ... 22 967 2650Gabin. Inserção Prof. Fab. Igreja Paroq. Sobrado ... 91 676 6353Gabin. Inserção Prof. CSParoq. S. Martinho Campo ... 22 411 0139UNIVA ............................................................................. 22 421 9570

TelefonesCENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

TelefonesERMESINDE CIDADE ABERTA

• SedeTel. 22 974 7194Largo António Silva Moreira, 9214445-280 Ermesinde

• Centro de Animação Saibreiras (Manuela Martins)

Tel. 22 973 4943; 22 975 9945; Fax. 22 975 9944Travessa João de Deus, s/n4445-475 Ermesinde

• Centro de Ocupação Juvenil (Manuela Martins)

Tel. 22 978 9923; 22 978 9924; Fax. 22 978 9925Rua José Joaquim Ribeiro Teles, 2014445-485 Ermesinde

ECA

LLLLLua Cheia: 16; Q. Minguante: 23;ua Cheia: 16; Q. Minguante: 23;ua Cheia: 16; Q. Minguante: 23;ua Cheia: 16; Q. Minguante: 23;ua Cheia: 16; Q. Minguante: 23;LLLLLua Nova: 1/30; Q. Crescente: ua Nova: 1/30; Q. Crescente: ua Nova: 1/30; Q. Crescente: ua Nova: 1/30; Q. Crescente: ua Nova: 1/30; Q. Crescente: 88888.....

Tiragem Médiado Mês Anterior: 1100

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)Maia (Alto Maia)Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Areosa (Areosa)Hosp. S. João (Circunv.)Martins Costa (Alto Maia)

Hosp. S. João (Circunv.)

Sousa Torres (Maiashop.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Maia (Alto Maia)

Hosp. S. João (Circunv.)

Giesta (Areosa)Hosp. S. João (Circunv.)Martins Costa (Alto Maia)Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)

Areosa (Areosa)Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Dias Farmácias de Serviço

FFFFFases da Lases da Lases da Lases da Lases da LuauauauauaMar 20Mar 20Mar 20Mar 20Mar 201111144444

Locais de vendade "A Voz de Ermesinde"

• Papelaria Central da Cancela - R. Elias Garcia;

• Papelaria Cruzeiro 2 - R. D. António Castro Meireles;

• Papelaria Troufas - R. D. Afonso Henriques - Gandra;

• Café Campelo - Sampaio;

• A Nossa Papelaria - Gandra;

• Quiosque Flor de Ermesinde - Praça 1º de Maio;

• Papelaria Monteiro - R. 5 de Outubro.

• Educação Pré-Escolar (Teresa Braga Lino)(Creche, Creche Familiar, Jardim de Infância)

• Infância e Juventude (Fátima Brochado)(ATL, Actividades Extra-Curriculares)

• População Idosa (Anabela Sousa)(Lar de Idosos, Apoio Domiciliário)

• Serviços de Administração (Júlia Almeida)

Tel.s 22 974 7194; 22 975 1464; 22 975 7615;22 973 1118; Fax 22 973 3854Rua Rodrigues de Freitas, 22004445-637 Ermesinde

• Formação Profissional e Emprego (Albertina Alves)(Centro de Formação, Centro Novas Oportunidades, Empresasde Inserção, Gabinete de Inserção Profissional)

• Gestão da Qualidade (Sérgio Garcia)

Tel. 22 975 8774Largo António Silva Moreira, 9214445-280 Ermesinde

• Jornal “A Voz de Ermesinde” (Fernanda Lage)

Tel.s 22 975 7611; 22 975 8526; Fax. 22 975 9006Largo António da Silva Moreira Canório, Casa 24445-208 Ermesinde

• N.º ERC 101423• N.º ISSN 1645-9393Diretora:Fernanda Lage.Redação: Luís Chambel (CPJ 1467), MiguelBarros (CPJ 8455).Fotografia:Editor – Manuel Valdrez (CPJ 8936), UrsulaZangger (CPJ 1859).Maquetagem e Grafismo:LC, MB.Publicidade e Asssinaturas:Aurélio Lage, Lurdes Magalhães.Colaboradores: Afonso Lobão, A. Álvaro Sou-sa, Ana Marta Ferreira, Armando Soares, Cân-dida Bessa, Chelo Meneses, Diana Silva, Fariade Almeida, Filipe Cerqueira, Gil Monteiro, GlóriaLeitão, Gui Laginha, Jacinto Soares, Joana Gon-çalves, João Dias Carrilho, Sara Teixeira, JoanaViterbo, José Quintanilha, Luís Dias, Luísa Gon-çalves, Lurdes Figueiral, Manuel Augusto Dias,Manuel Conceição Pereira, Marta Ferreira, Nu-no Afonso, Paulo Pinto, Reinaldo Beça, RuiLaiginha, Rui Sousa, Sara Amaral.Propriedade, Administração, Edição, Publicidade eAssinaturas: CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE• Rua Rodrigues de Freitas, N.º 2200 • 4445-637ERMESINDE • Pessoa Coletiva N.º 501 412123 • Serviços de registos de imprensa e publi-cidade N.º 101 423.Telef. 229 747 194 - Fax: 229733854Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2,4445-280 Ermesinde.Tels. 229 757 611, 229 758 526, Tlm. 93 877 0762.Fax 229 759 006.E-mail: [email protected]:www.avozdeermesinde.comImpressão: DIÁRIO DO MINHO, Rua Cidadedo Porto – Parque Industrial Grundig, Lote 5,Fração A, 4700-087 Braga.Telefone: 253 303 170. Fax: 253 303 171.Os artigos deste jornal podem ou não estarem sintonia com o pensamento da Dire-ção; no entanto, são sempre da responsabili-dade de quem os assina.

FICHA TÉCNICA

Farmácias de ServiçoPermanente

Nome_______________________________________________________________Morada___________________________________________________________________________________________________________________Código Postal ____ - __ _____________________________________________Nº. Contribuinte _________________Telefone/Telemóvel______________E-mail______________________________

Ermesinde, ___/___/____(Assinatura) ___________________

Ficha de Assinante

Assinatura Anual 12 núm./ 9 eurosNIB 0036 0090 99100069476 62R. Rodrigues Freitas, 2200 • 4445-637 ErmesindeTel.: 229 747 194 • Fax: 229 733 854

ERMESINDEA VOZ DE

AdministraçãoAgência para a Vida Local ............................................. 22 973 1585Câmara Municipal Valongo ........................................22 422 7900Centro de Interpretação Ambiental ................................. 93 229 2306Centro Monit. e Interpret. Ambiental. (VilaBeatriz) ...... 22 977 4440Secção da CMV (Ermesinde) ....................................... 22 977 4590Serviço do Cidadão e do Consumidor .......................... 22 972 5016Gabinete do Munícipe (Linha Verde) ........................... 800 23 2 001Depart. Educ., Ação Social, Juventude e Desporto ...... 22 421 9210Casa Juventude Alfena ................................................. 22 240 1119Espaço Internet ............................................................ 22 978 3320Gabinete do Empresário .................................................... 22 973 0422Serviço de Higiene Urbana.................................................... 22 422 66 95Ecocentro de Valongo ................................................... 22 422 1805Ecocentro de Ermesinde ............................................... 22 975 1109Junta de Freguesia de Alfena ............................................ 22 967 2650Junta de Freguesia de Sobrado ........................................ 22 411 1223Junta de Freguesia do Campo ............................................ 22 411 0471Junta de Freguesia de Ermesinde ................................. 22 973 7973Junta de Freguesia de Valongo ......................................... 22 422 0271Serviços Municipalizados de Valongo ......................... 22 977 4590Centro Veterinário Municipal .................................. 22 422 3040Edifício Polivalente Serviços Tecn. Municipais .... 22 421 9459

ServiçosCartório Notarial de Ermesinde ..................................... 22 974 0087Centro de Dia da Casa do Povo .................................. 22 971 1647Centro de Exposições .................................................... 22 972 0382Clube de Emprego ......................................................... 22 972 5312Mercado Municipal de Ermesinde ............................ 22 975 0188Mercado Municipal de Valongo ................................. 22 422 2374Registo Civil de Ermesinde ........................................ 22 972 2719Repartição de Finanças de Ermesinde...................... 22 978 5060Segurança Social Ermesinde .................................. 22 973 7709Posto de Turismo/Biblioteca Municipal................. 22 422 0903Vallis Habita ............................................................... 22 422 9138Edifício Faria Sampaio ........................................... 22 977 4590

Auxílio e EmergênciaAvarias - Água - Eletricidade de Ermesinde ......... 22 974 0779Avarias - Água - Eletricidade de Valongo ............. 22 422 2423B. Voluntários de Ermesinde ...................................... 22 978 3040B.Voluntários de Valongo .......................................... 22 422 0002Polícia de Segurança Pública de Ermesinde ................... 22 977 4340Polícia de Segurança Pública de Valongo ............... 22 422 1795Polícia Judiciária - Piquete ...................................... 22 203 9146Guarda Nacional Republicana - Alfena .................... 22 969 8540Guarda Nacional Republicana - Campo .................. 22 411 9280Número Nacional de Socorro (grátis) ...................................... 112SOS Criança (9.30-18.30h) .................................... 800 202 651Linha Vida ............................................................. 800 255 255SOS Grávida ............................................................. 21 395 2143Criança Maltratada (13-20h) ................................... 21 343 3333

SaúdeCentro Saúde de Ermesinde ................................. 22 973 2057Centro de Saúde de Alfena .......................................... 22 967 3349Centro de Saúde de Ermesinde (Bela).................... 22 969 8520Centro de Saúde de Valongo ....................................... 22 422 3571Clínica Médica LC ................................................... 22 974 8887Clínica Médica Central de Ermesinde ....................... 22 975 2420Clínica de Alfena ...................................................... 22 967 0896Clínica Médica da Bela ............................................. 22 968 9338Clínica da Palmilheira ................................................ 22 972 0600CERMA.......................................................................... 22 972 5481Clinigandra .......................................... 22 978 9169 / 22 978 9170Delegação de Saúde de Valongo .............................. 22 973 2057Diagnóstico Completo .................................................. 22 971 2928Farmácia de Alfena ...................................................... 22 967 0041Farmácia Nova de Alfena .......................................... 22 967 0705Farmácia Ascensão (Gandra) ....................................... 22 978 3550Farmácia Confiança ......................................................... 22 971 0101Farmácia Garcês (Cabeda) ............................................. 22 967 0593Farmácia MAG ................................................................. 22 971 0228Farmácia de Sampaio ...................................................... 22 974 1060Farmácia Santa Joana ..................................................... 22 977 3430Farmácia Sousa Torres .................................................. 22 972 2122Farmácia da Palmilheira ............................................... 22 972 2617Farmácia da Travagem ................................................... 22 974 0328Farmácia da Formiga ...................................................... 22 975 9750Hospital Valongo .......... 22 422 0019 / 22 422 2804 / 22 422 2812Ortopedia (Nortopédica) ................................................ 22 971 7785Hospital de S. João ......................................................... 22 551 2100Hospital de S. António .................................................. 22 207 7500Hospital Maria Pia – crianças ..................................... 22 608 9900

Ensino e FormaçãoCenfim ......................................................................................... 22 978 3170Colégio de Ermesinde ........................................................... 22 977 3690Ensino Recorrente Orient. Concelhia Valongo .............. 22 422 0044Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes .................. 22 973 3703/4Escola EB2/3 de S. Lourenço ............................ 22 971 0035/22 972 1494Escola Básica da Bela .......................................................... 22 967 0491Escola Básica do Carvalhal ................................................. 22 971 6356Escola Básica da Costa ........................................................ 22 972 2884Escola Básica da Gandra .................................................... 22 971 8719Escola Básica Montes da Costa ....................................... 22 975 1757Escola Básica das Saibreiras .............................................. 22 972 0791Escola Básica de Sampaio ................................................... 22 975 0110Escola Secundária Alfena ............................................. 22 969 8860Escola Secundária Ermesinde ........................................ 22 978 3710Escola Secundária Valongo .................................. 22 422 1401/7Estem – Escola de Tecnologia Mecânica .............................. 22 973 7436Externato Maria Droste ........................................................... 22 971 0004Externato de Santa Joana ........................................................ 22 973 2043Instituto Bom Pastor ........................................................... 22 971 0558Academia de Ensino Particular Lda ............................. 22 971 7666Academia APPAM .......... 22 092 4475/91 896 3100/91 8963393AACE - Associação Acad. e Cultural de Ermesinde ........... 22 974 8050Universidade Sénior de Ermesinde .............................................. 93 902 6434

BancosBanco BPI ............................................................ 808 200 510Banco Português Negócios .................................. 22 973 3740Millenium BCP ............................................................. 22 003 7320Banco Espírito Santo .................................................... 22 973 4787Banco Internacional de Crédito ................................. 22 977 3100Banco Internacional do Funchal ................................ 22 978 3480Banco Santander Totta ....................................................... 22 978 3500Caixa Geral de Depósitos ............................................ 22 978 3440Crédito Predial Português ............................................ 22 978 3460Montepio Geral .................................................................. 22 001 7870Banco Nacional de Crédito ........................................... 22 600 2815

ComunicaçõesPosto Público dos CTT Ermesinde ........................... 22 978 3250Posto Público CTT Valongo ........................................ 22 422 7310Posto Público CTT Macieiras Ermesinde ................... 22 977 3943Posto Público CCT Alfena ........................................... 22 969 8470

TransportesCentral de Táxis de Ermesinde .......... 22 971 0483 – 22 971 3746Táxis Unidos de Ermesinde ........... 22 971 5647 – 22 971 2435Estação da CP Ermesinde ............................................ 22 971 2811Evaristo Marques de Ascenção e Marques, Lda ............ 22 973 6384Praça de Automóveis de Ermesinde .......................... 22 971 0139

CulturaArq. Hist./Museu Munic. Valongo/Posto Turismo ...... 22 242 6490Biblioteca Municipal de Valongo ........................................ 22 421 9270Centro Cultural de Alfena ................................................ 22 968 4545Centro Cultural de Campo ............................................... 22 421 0431Centro Cultural de Sobrado ............................................. 22 415 2070Fórum Cultural de Ermesinde ........................................ 22 978 3320Fórum Vallis Longus ................................................................ 22 240 2033Nova Vila Beatriz (Biblioteca/CMIA) ............................ 22 977 4440Museu da Lousa ............................................................... 22 421 1565

DesportoÁguias dos Montes da Costa ...................................... 22 975 2018Centro de Atletismo de Ermesinde ........................... 22 974 6292Clube Desportivo da Palmilheira .............................. 22 973 5352Clube Propaganda de Natação (CPN) ....................... 22 978 3670Ermesinde Sport Clube ................................................. 22 971 0677Pavilhão Paroquial de Alfena ..................................... 22 967 1284Pavilhão Municipal de Campo ................................... 22 242 5957Pavilhão Municipal de Ermesinde ................................ 22 242 5956Pavilhão Municipal de Sobrado ............................... 22 242 5958Pavilhão Municipal de Valongo ................................. 22 242 5959Piscina Municipal de Alfena ........................................ 22 242 5950Piscina Municipal de Campo .................................... 22 242 5951Piscina Municipal de Ermesinde ............................... 22 242 5952Piscina Municipal de Sobrado ................................... 22 242 5953Piscina Municipal de Valongo .................................... 22 242 5955Campo Minigolfe Ermesinde ..................................... 91 619 1859Campo Minigolfe Valongo .......................................... 91 750 8474

Telefones de Utilidade Pública

0102030405060708091011121314151617181920212223242526272829303101020304

Sab.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sab.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sab.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sab.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sab.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.

De 01/03/14 a 04/04/14

Nova Alfena (Alf.)Palmilheira (Erm.)Outeiro Linho (Val.)Sampaio (Erm.)Santa Joana (Erm.)Bemmequer (Alf.)Travagem (Erm.)Bessa (Sobr.)Ascensão (Erm.)Central (Val.)Confiança (Erm.)Alfena (Alf.)Marques Santos (Val)Formiga (Erm.)Sobrado (Sobr.)Vilardell (Campo)MAG (Erm.)Marques Cunha (Val.)Nova Alfena (Alf.)Palmilheira (Erm.)Outeiro Linho (Val.)Sampaio (Erm.)Santa Joana (Erm.)Bemmequer (Alf.)Travagem (Erm.)Bessa (Sobr.)Ascensão (Erm.)Central (Val.)Confiança (Erm.)Alfena (Alf.)Marques Santos (Val)Formiga (Erm.)Sobrado (Sobr.)Vilardell (Campo)MAG (Erm.)

Page 27: AVE_914

1 MARÇO de 2014 • A Voz de Ermesinde 23Serviços

AgendaAgendaAgendaAgendaAgenda 01 mar - 31 mar01 mar - 31 mar01 mar - 31 mar01 mar - 31 mar01 mar - 31 mar

Desporto

FUTEBOL

09 DE MARÇO 2014, 15H00ErErErErErmesinde 1936 - Mocidade Sangmesinde 1936 - Mocidade Sangmesinde 1936 - Mocidade Sangmesinde 1936 - Mocidade Sangmesinde 1936 - Mocidade Sangemilemilemilemilemil22ª jor22ª jor22ª jor22ª jor22ª jornada do Campeonanada do Campeonanada do Campeonanada do Campeonanada do Campeonato da 2ª Dito da 2ª Dito da 2ª Dito da 2ª Dito da 2ª Divisãovisãovisãovisãovisão,,,,, Série 1, Série 1, Série 1, Série 1, Série 1, da da da da daAssociação de FuteAssociação de FuteAssociação de FuteAssociação de FuteAssociação de Futebol do Pbol do Pbol do Pbol do Pbol do Pororororortototototo.....– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.

23 DE MARÇO 2014, 15H00ErErErErErmesinde 1936 - Despormesinde 1936 - Despormesinde 1936 - Despormesinde 1936 - Despormesinde 1936 - Desportititititivvvvvo Po Po Po Po Pororororortugtugtugtugtugalalalalal24ª jor24ª jor24ª jor24ª jor24ª jornada do Campeonanada do Campeonanada do Campeonanada do Campeonanada do Campeonato da 2ª Dito da 2ª Dito da 2ª Dito da 2ª Dito da 2ª Divisãovisãovisãovisãovisão,,,,, Série 1, Série 1, Série 1, Série 1, Série 1, da da da da daAssociação de FuteAssociação de FuteAssociação de FuteAssociação de FuteAssociação de Futebol do Pbol do Pbol do Pbol do Pbol do Pororororortototototo.....– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.– Estádio de Sonhos.(Agenda Associação Futebol do Porto)

INÍCIO A 27 MARÇO 2014Sala das Sala das Sala das Sala das Sala das ArArArArArtes do Fórtes do Fórtes do Fórtes do Fórtes do Fórum um um um um VVVVVallis Longusallis Longusallis Longusallis Longusallis Longuse Fórum Cultural de Ermesindee Fórum Cultural de Ermesindee Fórum Cultural de Ermesindee Fórum Cultural de Ermesindee Fórum Cultural de ErmesindeMOSTRA DE TEATRO AMADOR 2014MOSTRA DE TEATRO AMADOR 2014MOSTRA DE TEATRO AMADOR 2014MOSTRA DE TEATRO AMADOR 2014MOSTRA DE TEATRO AMADOR 2014

Tem início no próximo dia 27 de março de 2014 – DiaMundial do Teatro, a Mostra de Teatro Amador 2014,organizada pela Câmara Municipal de Valongo e que conta,mais uma vez, com a colaboração do ENTREtantoTEATRO. Novidade na edição deste ano é que serãoatribuídos prémios aos participantes, nas seguintescategorias: Melhor Espetáculo de Teatro, Melhor Ator,Melhor Atriz, Melhor Luminotecnia, Melhor Figurino,Melhor Cenografia, Melhor Encenação e Melhor Música/Sonoplastia.(Agenda da Câmara Municipal de Valongo).

Festivais e exposiçõesTRAIL

15 E 16 MARÇO 2014PPPPParararararque Pque Pque Pque Pque Paleoaleoaleoaleoaleozzzzzoico de oico de oico de oico de oico de VVVVValongalongalongalongalongooooo2ºs 2ºs 2ºs 2ºs 2ºs TRILHOS DO PTRILHOS DO PTRILHOS DO PTRILHOS DO PTRILHOS DO PALEOZÓICOALEOZÓICOALEOZÓICOALEOZÓICOALEOZÓICO

O projeto 2º Trilhos do Paleozoico realiza-se a 15 e 16 demarço no Parque Paleozoico de Valongo e divide-se em trêseventos: o Ultra Trilho paleozoico (UTP), com 45 quiló-metros; o Trilho Paleozoico (TP) com 21 quilómetros, quefaz parte do circuito nacional de trail; e o Mini-Trilhos eCaminhada Paleozoico (MTP) com 12 quilómetros. Ospercursos incluem locais de beleza ímpar, tais como o RioSimão, o Rio Ferreira, as Fragas, os Fojos e as Minas Romanas,entre outros locais do Parque Paleozoico, assim chamado porconter fósseis e outros vestígios do período paleozoico quedecorreu entre 542 milhões e 245 milhões de anos atrás. Aorganização deste evento está a cargo do ultramaratonistaLuís Pereira, com a coorganização da Câmara Municipal deValongo e do Grupo Dramático e Recreativo da Retorta.(Agenda da Câmara Municipal de Valongo).

Page 28: AVE_914

24 A Voz de Ermesinde • 1 MARÇO de 2014

Uma escola...também são pessoas

Última

Enquanto noutras se trocavam as sanitas aindanovas por outras (de ouro), a Escola Secundária deErmesinde foi daquelas que, mesmo com projetoaprovado, teve a sua requalificação marcada para odia de S. Nunca. Só que a escola não são só asparedes e as carteiras, também são pessoas. E estas

FOTOS URSULA ZANGGER

cuidam o seu jardim com o amor de quem o sente nãoapenas seu, mas seu... e para todos.

E eis o milagre das rosas: uma escola a quem sereconhecem muitos problemas e falta de condições,uma escola ainda e sempre à espera, é afinal, apesarde tudo contra ela... uma escola exemplar. LC