AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO ......Meio Ambiente. PALAVRAS-CHAVE: Análise...
Transcript of AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO ......Meio Ambiente. PALAVRAS-CHAVE: Análise...
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, AGRICULTURA E AMBIENTE
CAMPUS VALE DO RIO MADEIRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
HUMAITÁ – AM
2018
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO
POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA ATIVIDADE
CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
RAFAEL BEL PRESTES DA SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, AGRICULTURA E AMBIENTE
CAMPUS VALE DO RIO MADEIRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
HUMAITÁ – AM
2018
RAFAEL BEL PRESTES DA SILVA
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR
METAIS PESADOS DECORRENTE DA ATIVIDADE CEMITERIAL EM
HUMAITÁ-AM
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Ciências Ambientais (PPGCA) da
Universidade Federal do Amazonas
(UFAM), como requisito para a
obtenção do grau de Mestre em
Ciências Ambientais.
Área de Concentração: Ambiente e
Sociobiodiversidade.
MILTON CÉSAR COSTA CAMPOS
Professor Orientador do PPGCA/UFAM
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, AGRICULTURA E AMBIENTE
CAMPUS VALE DO RIO MADEIRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ii
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR
METAIS PESADOS DECORRENTE DA ATIVIDADE CEMITERIAL EM
HUMAITÁ-AM
Defesa de Dissertação Aprovada em 21 de Junho de 2018.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
Prof. Dr. José Maurício da Cunha – PRESIDENTE
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) – UFAM
______________________________________________________
Prof. Dr. Renato Abreu Lima
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) – UFAM
______________________________________________________
Renato Eleotério Aquino
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia - IFRO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, AGRICULTURA E AMBIENTE
CAMPUS VALE DO RIO MADEIRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
iii
À minha mãe, Leni, grande incentivadora e realizadora de meus sonhos, principalmente
quanto à questão educacional e profissional.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, AGRICULTURA E AMBIENTE
CAMPUS VALE DO RIO MADEIRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
iv
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus, autor da vida, “por tanta luz, por tanto amor,
tantas alegrias”, ao qual dou Glória, pela oportunidade única vivenciada por mim.
Agradeço, principalmente, a Universidade Federal do Amazonas, a toda equipe do
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambiental, ao meu orientador e professor
Milton César, aos professores e membros da banca José Maurício, Renato Abreu e
Renato Eleotério e aos professores que contribuíram para minha formação através das
aulas lecionadas e dos incentivos pessoais: Suely Mascarenhas, Marcos Vaz, Paulo
Fonseca, Fabiana Leal, Viviane da Silva, Ânderson Bergamin, Janaína de Lima e Aldair
de Andrade.
Agradeço às pessoas que conseguiram me distrair, tirar do tédio e me livrar da
loucura através de sua arte que admiro: Joelma Mendes, Mylla Karvalho, Lenne
Bandeira, Dayse Santana, Michele Andrade, Rose Sales, Déborah Lóren, Leya Sanches,
Linda Nill, Simara Pires, Vanda, Rogéria, Scheila, Francis, Joelma Mota, Gil, Ely,
Manu, Nayra Rêgo, Thaylla Costa, Flávia Anjos, Patrícia Lia, Michelle Menezes,
Francine Travassos, Natália Sarraff, Priscila Senna, Carla Maués, Thábata Mendes,
Leya Emmanuely, Candy Mel, Davi Sabbag e Mateus Carrilho.
Agradeço aos colegas que me acompanharam durante essa caminhada: Jemima,
Mizael, Nátia, Alzir, Maria de Nazaré, Luciana, Maria Francisca, Sério, Tatiane, Uilson,
e em especial minha amiga Laura que já me acompanha desde a graduação e a
especialização.
Agradeço a todos os alunos de graduação e técnicos que me ajudaram na coleta e
na análise nos laboratórios da UFAM e da UFRPE, em especial os alunos Brito e Allan
(UFAM), as alunas Aline e Rayanna e a técnica Simone (UFRPE).
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, AGRICULTURA E AMBIENTE
CAMPUS VALE DO RIO MADEIRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
v
Agradeço a Prefeitura Municipal de Humaitá, em nome dos prefeitos José Cidenei
Lobo do Nascimento e Herivâneo Vieira de Oliveira e do vice-prefeito Rademacker
Chaves pelo afastamento concedido para a realização deste estudo.
Agradeço aos meus amigos Jemmy Kilber e Katherinne Lorenna pelo incentivo
para a criação do projeto de inscrição deste mestrado e a Carlos Magno pela cooperação
na confecção das estruturas deste trabalho.
Agradeço a todos os meus familiares, em especial, meus pais Irenilson Santos da
Silva e Leni Prestes da Silva, razões do meu viver e meus irmãos Gabriel Prestes da
Silva e Matheus Prestes da Silva.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, AGRICULTURA E AMBIENTE
CAMPUS VALE DO RIO MADEIRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
vi
“Eu quero agradecer […] até aquele que nos tacaram pedras: Eu te agradeço, em
nome de Jesus; com essas pedras eu construí algo muito especial.”
(Joelma Mendes, 2015)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, AGRICULTURA E AMBIENTE
CAMPUS VALE DO RIO MADEIRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
vii
RESUMO
O foco principal deste estudo é identificar e quantificar a concentração de metais
pesados em solos, decorrente da ocupação de cemitérios em Humaitá-AM, visando
avaliar o potencial de contaminação ambiental, onde, para alcançar este objetivo, foram
selecionados pontos representativos no Cemitério Municipal São João Batista I e no
Cemitério Municipal São João Batista II, abrindo-se trincheiras para coleta de amostras
de solo, sendo realizadas análises físicas, químicas e de teores de metais pesados.
Através desta análise, pode-se verificar a pobreza do material de origem por esses
elementos. O estudo demonstra que grande parte do acúmulo de metais pesados
presentes no solo pode provir da atividade cemiterial, tendo em vista a verificação de
aumento de concentração de metais pesados ao se comparar com ambientes não
antropizados. Pode-se verificar, ainda, que os teores de todos os metais pesados indicam
que os solos das áreas cemiteriais da cidade de Humaitá atendem ao critério de Valores
Orientadores de Referências de Qualidade preconizado pelo Conselho Nacional do
Meio Ambiente.
PALAVRAS-CHAVE: Análise química. Solos de cemitério. Teores de metais pesados.
Contaminação ambiental.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, AGRICULTURA E AMBIENTE
CAMPUS VALE DO RIO MADEIRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
viii
ABSTRACT
The main focus of this study is to identify and quantify the concentration of heavy
metals in soils, due to the occupation of cemeteries in Humaitá-AM, aiming to evaluate
the potential of environmental contamination, where, to achieve this objective,
representative points were selected in the Municipal Cemetery São João Batista I and in
the Municipal Cemetery São João Batista II, trenches were opened to collect soil
samples, and physical, chemical and heavy metal analyzes were performed. Through
this analysis, one can verify the poverty of the source material by these elements. The
study demonstrates that a large part of the accumulation of heavy metals present in the
soil can come from the activity of cemetery, in order to verify the increase of
concentration of heavy metals when comparing with non-anthropic environments. It can
also be verified that the contents of all the heavy metals indicate that the soils of the
cemiterial areas of the city of Humaitá meet the criterion of Guiding Values of Quality
References recommended by the National Council of the Environment.
KEYWORDS: Chemical analysis. Graveyard soil. Heavy metal contents.
Environmental contamination.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, AGRICULTURA E AMBIENTE
CAMPUS VALE DO RIO MADEIRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
ix
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
% – Porcentagem
° – Grau
°C – Grau Celsius
’ – Minuto
” – Segundo
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
Al – Alumínio
Al3+ – Cátion alumínio
AM – Amazonas
Ba – Bário
BA – Bahia
Ca2+ – Cálcio trocável
CETESB – Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo
Cd – Cádmio
cmolc · dm-3 – Centimol de carga por decímetro cúbico
CO – Carbono orgânico
Co – Cobalto
Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente
Cr – Cromo
Cu – Cobre
EDTA – Ácido etilenodiamino tetra-acético
Fe – Ferro
g – Grama
g · cm-3 – Grama por centímetro cúbico
g · kg-1 – Grama por quilo
H+ – Cátion hidrogênio
H + Al – Acidez potencial
ICP OES – Espectrometria de emissão óptica com plasma
IEAA – Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente
IEC – International Electrotechnical Commission
ISO – International Organization for Standardization
K – Potássio
KCl – Cloreto de potássio
kg - Quilograma
m – Metro
m2 – Metro quadrado
mg · dm-3 – Miligrama por decímetro cúbico
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, AGRICULTURA E AMBIENTE
CAMPUS VALE DO RIO MADEIRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
x
mg · kg-1 – Miligrama por quilo
Mg2+ – Magnésio trocável
mL - Mililitro
mm – Milímetro
Mn – Manganês
mol · L-1 – Mol por litro
N – Normal
NaOH – Hidróxido de sódio
NBR – Norma Brasileira
Ni – Níquel
OMS – Organização Mundial de Saúde
p – p-valor (teste t de Student)
P – Fósforo
pH – Potencial hidrogeniônico
Pb – Chumbo
S – Sul
UFAM – Universidade Federal do Amazonas
UFRPE – Universidade Federal Rural de Pernambuco
VI – Valores de Investigação
VP – Valores de Prevenção
VRQ – Valores Orientadores de Referência de Qualidade
W – Oeste
Zn – Zinco
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, AGRICULTURA E AMBIENTE
CAMPUS VALE DO RIO MADEIRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
xi
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 15
2.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS CEMITÉRIOS NO BRASIL ............................... 15
2.2 CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL POR CEMITÉRIOS ................................................ 17
2.3 CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL POR CEMITÉRIO EM CONDIÇÕES
AMAZÔNICAS ..................................................................................................................... 20
3 METODOLOGIA ...................................................................................................... 23
3.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO ...................................... 23
3.2 TRABALHO DE CAMPO ............................................................................................... 24
3.3 ANÁLISES FÍSICAS E QUÍMICAS ............................................................................... 25
3.4 ANÁLISES DOS TEORES DE METAIS PESADOS ..................................................... 26
3.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS .......................................................................................... 27
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 28
4.1 ATRIBUTOS FÍSICOS E QUÍMICOS DOS SOLOS DAS ÁREAS CEMITERIAIS ..... 28
4.2 TEORES DE METAIS PESADOS DOS SOLOS DAS ÁREAS CEMITERIAIS ........... 32
5 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 41
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 42
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
12
1 INTRODUÇÃO
A palavra cemitério pode ser considerada originada do grego Koumetèrian e do latim
Coemeterium, possuindo o significado de dormitório, lugar onde se dorme, recinto onde se
enterram ou se guardam os mortos, tendo como sinônimos as expressões necrópole, carneiro,
sepulcrário, campo-santo, cidade dos pés juntos e a última moradia (CAMPOS, 2007).
Segundo Silva e Malagutti Filho (2009), o sepultamento de cadáveres gera fontes de
poluição para o meio físico, e por isso deve ser considerado como atividade causadora de
impacto ambiental. Veiga e Fernandes (1999) afirmam que no Brasil, o controle da qualidade
do meio ambiente em relação aos poluentes não-reativos é realizado comparando-se as
concentrações encontradas nos corpos d’água com as concentrações máximas permitidas pela
legislação (CONAMA, 2009), podendo-se perceber que áreas cemiteriais têm a capacidade de
se aumentar concentrações específicas de compostos orgânicos e inorgânicos. citando-se
ainda a possibilidade de haver metais pesados no solo e também em concentrações em
elevadas.
A partir de estudo relacionado à influência nociva de íons metálicos no ecossistema,
houve um grande interesse relacionado à compreensão do comportamento e dos mecanismos
de transporte dos metais pesados no solo e em outros compartimentos do ambiente
(CAMPOS, 2010), estudo este que tem ajudado na possibilidade de se aplicar uma
biorremediação na área considerada afetada por uma contaminação ambiental, devido ao
aumento das concentrações iônicas nesse sistema. Para se definir a expressão “metal pesado”,
cada metal deve ser estudado separadamente, levando em considerações suas características
químicas, biológicas e suas propriedades toxicológicas (DUFFUS, 2004). Neste trabalho, o
termo metal pesado será adotado a definição de Malavolta et al. (2006), como sendo os
elementos que possuem massa superior a 5 g·cm-3 ou possuir número atômico maior que 20.
Por não serem biodegradáveis, os metais pesados podem se acumular nos tecidos
vivos ao longo da cadeia alimentar chegando ao ser humano principalmente por meio da
alimentação (VIRGA, GERALDO e SANTOS, 2007). Embora não sejam metabolizáveis,
alguns metais pesados participam, em pequenas quantidades, de certas atividades metabólicas,
agindo como micronutrientes, como, por exemplo, o ferro (Fe), o cobre (Cu) e o zinco (Zn),
que fazem parte da estrutura das metaloenzimas e agem como cofatores enzimáticos, estando
envolvidas em funções metabólicas como crescimento linear (SANTOS, AMANCIO e
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
13
OLIVA, 2007; SILVA et al., 2006). Porém, se a quantidade desses elementos no corpo
exceder os níveis essenciais, eles passam a ser tóxicos, causando sérios riscos à saúde ou até
mesmo a morte (POZEBON, DRESSLER e CURTIUS, 1999).
Estudos mostram que metais pesados podem ser absorvidos por seres vivos em geral,
causando intoxicações em todos os níveis das cadeias tróficas. Neste sentido, pode-se citar o
chumbo (Pb) como impactante para o sistema nervoso central e periférico, medula óssea e rins
(MOREIRA e MOREIRA, 2004); o cromo (Cr) como causador de danos para a pele e
brônquios (GOMES; ROGERO e TIRAPEGUI, 2005); o cádmio (Cd) como provocador de
danos no sistema ósseo (ROMAN, 2002); o níquel (Ni) como causador de doenças
respiratórias e alergias (ALI; GROTTI e RISCALA, 1987); o Cu como causador de febre,
náuseas e diarreias (SARGENTELLI; MAURO e MASSABNI, 1996); o Fe como causador
de vômitos, diarréias e de problemas intestinais (SIQUEIRA; ALMEIDA e ARRUDA, 2006);
o manganês (Mn) como favorável a distúrbios neurológicos, como o Mal de Parkinson
(CASTROPIL, 1972); o Zn como causador de tosse, febre, náusea e vômitos (CRUZ e
SOARES, 2011); alumínio (Al) tem sido associado à constipação intestinal, cólicas
abdominais, anorexia, náuseas, fadiga, alterações do metabolismo do cálcio (raquitismo),
alterações neurológicas com graves danos ao tecido cerebral (GARCIA; GIODA e
NASCIMENTO, 1997).
As principais fontes de metais pesados no solo tratam-se das contaminações naturais
relacionadas com os processos de litogênese, representando-se as concentrações destes metais
como sendo introduzidos a partir da rocha-mãe e a contaminação advinda de processos
antrópicos como, por exemplo, as atividades cemiteriais (HORCKMANS et al., 2005; XUE et
al., 2003; BARROS et al., 2008). Uma vez presente no solo, seja por ocorrência natural ou
por ação antrópica, o metal pesado pode adentrar na cadeia alimentar e, ao atingir
concentrações elevadas nas plantas, animais e homem, causam problemas de toxicidade,
diminuindo a produtividade de plantas e animais, e, por conseqüência, causar doenças aos
seres humanos, podendo, contudo, levá-lo à morte (MELO, MELO e MELO, 2004).
Reconhecendo que atualmente há um aumento nas áreas de cemitérios nas regiões
brasileiras, há uma percepção aprofundada de que a falta de medidas de proteção ambiental no
sepultamento de corpos humanos em covas do solo faz com que a área de muitos cemitérios
seja contaminada por substâncias diversas, orgânicas e inorgânicas, e, ainda, por alguns
microrganismos patogênicos, contaminação esta que ocorre quando os cemitérios são
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
14
implantados em locais que apresentam condições ambientais desfavoráveis (SILVA e
MALAGUTTI FILHO, 2009).
Uma estratégia para se atentar à aplicação de medidas de proteção ambiental é o
estudo relativo à caracterização dos solos de cemitérios, bem como interações e dinâmicas
químicas, dando ênfase na geração de novos conhecimentos sobre o bioma amazônico,
visando, assim, a aplicação de recursos que levem à sustentabilidade. Tais estudos, embora
existam, são recentes e pouco abordados pela comunidade científica como um todo, fato este
que vem muito a implicar na carência de informações e dados para que pesquisas referentes à
temática sejam abordadas.
Felicioni e Bortolozzo (2007) nos mostram que não se tem a devida atenção para esta
temática e, muitas vezes, este tipo de pesquisa é visto com olhares de reprovação, onde se
pode perceber que tal ação possa ser influenciada tendo em vista a ênfase de Silva, Rodrigues
e Oliveira (2012), que afirmam não haver o hábito de se associar os seres humanos como
seres prejudiciais ao meio ambiente mesmo após a morte.
No estado do Amazonas não existem registros de estudos dessa natureza. No caso da
cidade de Humaitá, que possui dois cemitérios, sendo um parcialmente inativado devido à
construção e ativação do segundo cemitério, percebe-se a presença de pessoas que vivem em
seus entornos, chegando, em alguns casos, a haver consumo de água de poços que estão
próximos a eles, e não há controle ambiental que delimita a área cemiterial com os objetos de
acesso direto à sociedade.
Diante do que foi exposto, o estudo foi desenvolvido com propósito de identificar e
quantificar a concentração de Cd, Cr, Cu, Ni, Pb, Zn, Al, Fe e Mn em solos, decorrente da
ocupação de cemitérios em Humaitá-AM, visando avaliar o potencial de contaminação
ambiental.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS CEMITÉRIOS NO BRASIL
No período Neolítico, quando havia a morte de um ente querido, seu corpo era
colocado em cavernas naturais onde se fechava a entrada por uma rocha (DUARTE, 1998). O
ato de sepultar cadáveres vem acontecendo desde a Idade Média, com um significado de uma
aproximação entre os cadáveres; esta época tratava-se de um período onde muitas vítimas de
inúmeras epidemias de doenças contagiosas eram largadas em locais abertos e de maneira
imprópria, o que acabou ocasionando a disseminação de muitos agentes patogênicos
(KEMERICH et al., 2014).
Os cemitérios, desde a antiguidade, situavam-se fora das cidades, ao longo das
estradas, afastados dos centros urbanos, mas devido ao processo de urbanização, tornaram-se
ilhados por bairros, o que retornou a aproximação dos vivos com os mortos (SILVA, 1998).
Este processo de contínuo aumento da população e a consequente expansão das áreas urbanas
acabou provocando a poluição ambiental de modo indireto, onde muitos desses danos
ambientais são causados no momento em que são tomadas decisões políticas e econômicas de
maneira erradas (MANO, PACHECO e BONELLI, 2005; DIAS, 2004).
Inicialmente, as decisões sobre a implantação de cemitérios fora das cidades se davam
baseadas no mau cheiro dos cadáveres e em “emanações” tidas como perigosas para a saúde,
mas a preocupação com os problemas ecológicos causados pelos corpos sepultados é bem
mais recente, onde, apenas em 1998 a Organização Mundial da Saúde (OMS) publica um
documento afirmando que as atividades cemiteriais causam impactos ao ecossistema através
da liberação de substâncias orgânicas e inorgânicas e impregnando a este meio alguns
microorganismos que podem ser patogênicos para o solo e para os lençóis freáticos (SILVA e
MALAGUTTI FILHO, 2009).
No Brasil, até a segunda metade do século XIX, haviam grandes variações
relacionadas às formas de sepultamento dos mortos, sendo estas influenciadas principalmente
por processos culturais de raízes indígenas, dos negros e, também, dos europeus (SOUZA,
2015). Os sepultamentos se iniciaram com influência da cultura portuguesa, dentro de igrejas
e em seu entorno (PALMA e SILVEIRA, 2011). Porém, a partir do século XVIII, os médicos
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
16
começaram a se preocupar com essa ação, devido acreditarem que a localização correta para
implantação destas áreas cemiteriais deveriam ser realizadas em áreas externas às cidades, em
terrenos arejados e longe de fontes hídricas, levando em consideração que os ventos não
soprassem de maneira que as emanações pudessem ser transportadas desta forma para a área
urbana da cidade (CAMPOS, 2007).
A partir destas ações, em 1828 o império reage criando uma lei que determina a
construção e ativação de cemitérios em áreas fora do perímetro urbano, lei esta que só entra
em vigor em 1836, tendo alguns higienistas1 como responsáveis pela promoção do
higienismo, uma estratégia para se acabar com os domínios da Igreja, que encontram
dificuldades com relação aos costumes religiosos e tradicionalistas, transformando-se,
futuramente, em modo cultural da sociedade e costumes locais (CAMPOS, 2007). A multidão
não se encontra satisfeita com esta lei, e acabam se revoltando a ponto de destruírem o
cemitério campal, construído em Salvador-BA, ação esta conhecida como Cemiterada, que
traz consigo o surgimento de outros cemitérios campais (PALMA e SILVEIRA, 2011;
CAMPOS, 2007).
Entre os tipos de cemitérios existentes em nossa atualidade podemos citar os
cemitérios verticais2, os cemitérios tradicionais3, crematórios4 e os campos ou jardins5
(KEMERICH et al., 2014; CAMPOS, 2007; CONAMA, 2003).
Atualmente, quase sempre, a implantação dos cemitérios tem sido feita em terrenos de
baixo valor imobiliário ou com condições geológicas, hidrogeológicas e geotécnicas
inadequadas (KEMERICH et al., 2014). As áreas cemiteriais exigem maior atenção, não
apenas dos órgãos municipal, estadual e federal, mas de toda a sociedade a fim de se tentar
minimizar problemas ambientais, para, assim, haver um aumento da qualidade de vida
(PALMA e SILVEIRA, 2011; BARROS et al., 2008).
1 Pessoa que se especializou em higiene, parte da medicina que busca resguardar a saúde, criando medidas para a
prevenção de doenças; sanitarista. 2 Cemitério construído acima do nível do solo, de forma vertical e sem contato com a terra, onde os corpos são
sepultados separadamente em gavetas, um ao lado do outro, o que origina andares, tendo a circulação de
visitantes sendo feita por meio de escadas ou elevadores através de corredores. 3 Necrópoles que são compostas por alamedas pavimentadas, contendo túmulos e podendo conter, ainda, capelas
com altar, crucifixos e imagens, tendo monumentos funerários revestidos de mármores e granitos, possuindo
pouca ou nenhuma arborização. 4 Formados por fornos com filtros capazes de reter materiais particulados, capazes de incinerar os corpos em
compartimentos isolados. 5 Cemitério recoberto por jardins, com falta de construções tumulares, como nos cemitérios tradicionais, tendo
identificações descritas em uma lápide, localizada ao nível do chão e em pequenas dimensões.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
17
2.2 CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL POR CEMITÉRIOS
No Brasil, a Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental do Estado de São
Paulo (CETESB) foi precursora em propor os valores orientadores – concentrações de
substâncias químicas que fornecem orientação sobre a qualidade e as alterações do solo e da
água subterrânea – para substâncias potencialmente tóxicas em solos (CETESB, 2001;
CONAMA, 2009). A legislação brasileira estabelece três valores orientadores distintos:
Valores Orientadores de Referência de Qualidade (VRQ)6, Valores de Prevenção (VP)7 e
Valores de Investigação (VI)8 (CONAMA, 2009; BIONDI, NASCIMENTO e FABRÍCIO
NETA, 2011), com isso, considerando-se que as elevadas concentrações em relação aos
valores de referência já se constituem em caracterização de uma área contaminada, pode-se
perceber que os estudos de aumentos de concentrações destes metais que advêm da atividade
cemiterial pode identificar a existência de uma configuração de sério risco à saúde pública e
ao meio ambiente.
Migliorini (1994) mostra que na maioria das vezes, no momento da instalação de
grande parte dos cemitérios não são levados em considerações os estudos geológicos e
hidrogeológicos da área, podendo este ser a causa principal de alto potencial de risco de
contaminação ambiental. Com isso, os cemitérios podem ser considerados fontes potenciais
de impactos ambientais associados à contaminação das águas subterrâneas e superficiais por
vírus e bactérias. Tais microorganismos com potenciais patogênicos proliferam durante os
processos de decomposição dos corpos e são responsáveis pela liberação de substâncias
químicas que também podem causar problemas à saúde das pessoas.
Estudos de Bouwer (1978) demonstram que há registros de contaminação das águas
subterrâneas por líquidos humorosos, oriundos de cadáveres, em águas cujo destino final era o
consumo humano. Silva e Malagutti Filho (2009), por exemplo, mostram a existência de
relatos de 1970 relacionados à Berlim (Alemanha) e Paris, apontando o posicionamento dos
cemitérios em relação a fontes de água – como lençóis freáticos e nascentes – como uma das
6 Concentração de determinada substância que define a qualidade natural do solo, sendo determinado com base
em interpretação estatística de análises físico-químicas de amostras de diversos tipos de solos. 7 Concentração de valor limite de determinada substância no solo, tal que ele seja capaz de sustentar as suas
funções principais. 8 Concentração de determinada substância no solo ou na água subterrânea acima da qual existem riscos
potenciais, diretos ou indiretos, à saúde humana, considerando um cenário de exposição padronizado, sendo
estes valores trabalhados com base na análise de solos sob condição natural (sem nenhuma ou mínima
interferência antrópica) e na análise de risco.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
18
causas de epidemias de febre tifóide, afirmando que esses locais nunca foram incluídos entre
as fontes tradicionais de contaminação ambiental.
Estudos mostram que os caixões construídos de madeira não se apresentam como a
principal fonte de contaminação do solo, mas no momento em que são adicionados
conservantes de madeira, fontes de metais pesados, principalmente Cr, ou à base de
organoclorados, como o pentaclorofenol, pode haver contaminação deste solo (SPONGBERG
e BECKS, 2000). Segundo Campos (2007), estes caixões devem ser feitos, de preferência,
com o uso de material biodegradável sem a aplicação de produtos químicos que venham a
agredir o meio ambiente. No entanto, madeiras não tratadas se decompõem rapidamente,
permitindo uma rápida disseminação de líquidos humorosos (KLEIN, 2010). Segundo Barros
et al. (2008) e Silva e Malagutti Filho (2009), contaminantes químicos, como arsênio e
mercúrio, usados em práticas de embalsamento de corpos com formaldeído e metanol, podem
ter sido responsáveis, no passado, pela contaminação do solo e da água em cemitérios.
Um dos resultantes do processo de decomposição dos corpos provenientes da
atividade cemiterial, que pode ser transportado pelas chuvas infiltradas nas covas ou pelo
contato dos corpos com a água subterrânea, é o necrochorume, uma solução aquosa liberada
por cada corpo decomposto – em torno de 30 a 40 litros –, rica em sais minerais e substâncias
orgânicas degradáveis, com duração de seis a oito meses, ou mais, dependendo das condições
ambientais, e cuja formação se inicia após a morte, no período coliquativo (após a fase
gasosa), sendo considerado o principal contaminante na decomposição dos corpos, possuindo
aparência viscosa e coloração castanho-acinzentada, contendo aproximadamente 60% de
água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas degradáveis e que em virtude da
densidade em relação à água, cerca de 1,23 g·cm-3, há a formação de plumas de
contaminação, que podem vir a disseminar-se no solo, dependendo, sobretudo, de sua
formação geológica e seguindo o fluxo subterrâneo, e podem conter quantidades elevadas de
diferentes tipos de bactérias e muitos tipos de vírus causadores de doenças com a
possibilidade de serem veiculadas hidricamente (ALMEIDA e MACÊDO, 2005;
KEMERICH, UCKER e BORBA, 2012; CAMPOS, 2007; SILVA; MALAGUTTI FILHO,
2009; BACIGALUPO, 2012).
Grande parte dos estudos relacionados a esta temática se concentra em poluentes não-
metálicos. Segundo Pacheco (1997), nos líquidos humorosos, ocorrem duas diaminas muito
tóxicas, que são a putrescina (1,4-butanodiamina) e a cadaverina (1,5-pentanodiamina). A
decomposição de cadáveres humanos gera a putrescina e a cadaverina, classificadas na função
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
19
amina que está presente nos aminoácidos, formadores das proteínas, componentes
fundamentais dos seres vivos, componentes químicos estes responsáveis pelo cheiro de carne
podre e considerados como veneno potente que não dispõem de antídotos eficientes
(FELTRE, 2004; SILVA; MALAGUTTI FILHO, 2009; CAMPOS, 2007).
Silva e Malagutti Filho (2009) descrevem a existência de outros estudos baseados na
qualidade de água, onde em um cemitério de Santos (SP), a água subterrânea próxima a
sepultamentos recentes apresentava alta condutividade elétrica e íons de cloreto e nitrato,
além de bactérias e vírus. Em São Paulo, investigou-se a situação de 600 cemitérios do país
(75% municipais e 25% particulares) e constatou-se que de 15% a 20% deles apresentam
contaminação do subsolo pelo necrochorume, líquido formado quando os corpos se
decompõem.
Pacheco (1997) concluiu que amostras de águas subterrâneas de três cemitérios do
Brasil, com diferentes tipos de solos, estavam insatisfatórias sob o ponto de vista sanitário,
onde coliformes fecais, bactérias proteolíticas e lipolíticas foram abundantes em algumas
amostras de água, sendo que as menores contaminações ocorreram em solos mais argilosos.
Para minimizar o risco de infiltrações e a contaminação das águas subterrâneas é
recomendável manter estanque a base das sepulturas e a utilização de locais com aquíferos a
grandes profundidades (CAMPOS, 2007). Quando não há jazigos nos sepultamentos,
percebe-se que há um agravo nesta problemática devido o caixão ficar em contato direto com
o solo (GORGULHO, 1999).
Deve-se atentar, ainda, ao estudo de Campos (2010) demonstrando que em estudos de
solo é primordial o conhecimento dos materiais originários, dos processos pedogenéticos
dominantes, da disposição de seus horizontes e, ainda, as relações entre seus atributos, assim
como as concentrações dos metais pesados presentes neste sistema. Precisa-se, ainda,
relacionar e compreender os processos e a dinâmica dos ecossistemas, analisando a influência
social nesses processos e sua consequência para a biodiversidade e sustentabilidade do bioma
amazônico.
Propriedades físicas e químicas como pH, acidez potencial (H + Al), teores de
Alumínio (Al3+), carbono orgânico (CO), potássio (K), fósforo (P), cálcio trocável (Ca2+),
magnésio trocável (Mg2+) e textura do solo permitem que este tenha uma capacidade de
depuração natural dos contaminantes (PACHECO, 2000). Estudos relacionados à presença de
metais pesados advindos de atividades cemiteriais estão tomando seus primeiros passos no
Brasil, tendo demonstrado que alguns comportamentos físicos e químicos indicam
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
20
contaminação nos solos do cemitério, onde se mostra a grande variação nos teores totais dos
metais entre as profundidades avaliadas, com maiores teores de metais nas amostras tomadas
na subsuperfície (profundidade de 0,20 a 1,20 m) onde se percebe que caso a única fonte de
metais pesados dos solos fossem os teores naturais, esperavam-se concentrações mais
próximas entre as amostras tomadas em diferentes profundidades no mesmo ponto de
amostragem (BARROS et al., 2008).
2.3 CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL POR CEMITÉRIO EM CONDIÇÕES
AMAZÔNICAS
Grandes quantidades de metais pesados encontrados em solos resultam de processos
naturais remotos, mas também podem resultar de intensas atividades humanas (NOWACK et
al., 2001), como é o caso das atividades cemiteriais (BARROS, 2008). Quando se trata de
áreas cemiteriais, principalmente localizadas dentro de zonas urbanas, se faz necessário saber
da existência de impactos ambientais, buscando conhecê-los e verificar quais os danos que
causam à saúde pública, acometendo um comprometimento negativo da qualidade de vida,
não só dos moradores destas áreas, mas, ainda, havendo a possibilidade de atingir diretamente
a vida de pessoas que venham a se expor nestas áreas, estando sujeitas a algum tipo de
contaminação (CAMPOS, 2007; FELICIONI e BORTOLOZZO, 2007; PALMA e
SILVEIRA, 2011; BACIGALUPO, 2012).
As atividades cemiteriais podem ser tratadas como responsáveis pelo aumento na
concentração de metais pesados nos solos amazônicos, onde o movimento descendente
realizado por esses metais é governado pelo regime hídrico, auxiliado da capacidade de
retenção do solo, onde a própria posição do solo na paisagem favorece a distribuição vertical
e horizontal destes poluentes no ambiente (KASHEM, SINGH e KAWAI, 2007;
SALVADOR-BLANES et al., 2006).
Ao se determinar as quantidades de metais pesados nos solos advindos de atividades
cemiteriais, deve-se levar em consideração a sua movimentação no perfil, fato este
dependente das propriedades físicas e químicas do íon metálico e de cada tipo deste solo
(CAMPOS, 2010). Ao se tratar da região amazônica, percebe-se que esta região apresenta
solos ácidos, profundos, bem drenados, com textura classificada como de média à argilosa,
possuindo alta porosidade, boa aeração e boa permeabilidade (CAMPOS, 2012).
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
21
Deve-se considerar ainda que a idade geológica dos solos amazônicos interfere na
distribuição e na lixiviação dos metais pesados, tendo em vista nos estudos da distribuição do
Cr, Cu, Mn e Fe no perfil do solo, refletindo o transporte de solutos ao longo do tempo no
período Pleistoceno e Holoceno (PROHASKA, WENZEL e STINGEDER, 2005). Naidu,
Sumner e Harter (1998), afirmam, ainda que, em solos desta região as variações da solução do
solo podem influenciar diretamente no surgimento das cargas elétricas da superfície das
argilas, ou nas reações de sorção específica, que envolve os ânions entre as camadas das
argilas.
Outra característica que influencia diretamente na distribuição de metais pesados é a
mineralogia do solo, onde, segundo Vale Júnior et al. (2011), nas áreas de floresta, os solos
amazônicos vêm apresentando uma classificação caulinítica, solos estes que, segundo Biondi
et al. (2011), possuem uma capacidade menor de reduzir a mobilidade de metais pesados
através de processos de sorção, tornando-se possível a perda ou a translocação de metais no
perfil do solo.
Nas camadas do solo onde ocorrem os sepultamentos, o teor e a qualidade da argila
tornam-se fatores importantes para definir a capacidade de adsorção de metais pesados
(BARROS et al., 2008). Em solos tropicais, a mineralogia é constituída basicamente por
caulinita, óxidos de ferro e óxidos de alumínio, considerados pedoindicadores ambientais e
responsáveis pela dinâmica química e física do solo (SCHWERTMANN e TAYLOR, 1989;
BIGHAM, FITZPATRICK e SCHULZE, 2002; INDA et al., 2013), acompanhados de
minerais tipo 2:1 (esmectita e vermiculita) em solos menos intemperizados (MELO et al.,
2001). Pode-se verificar que componentes coloidais do solo, como minerais da fração argila e
fração húmica, apresentam uma alta capacidade de troca de cátions, o que determina a
capacidade de armazenamento iônico e o poder-tampão do solo para os metais pesados e
outros poluentes (BARROS et al., 2008).
Pode-se verificar, ainda, que o próprio comportamento químico do metal pesado
advindo de atividades cemiteriais e sua relação de afinidade com a matriz do solo amazônico
podem interferir no processo de lixiviação e mobilidade destes metais, onde, por exemplo,
elevadas concentrações de um elemento metálico favorece significantemente o seu processo
de lixiviação (PALUMBO et al., 2000; CHEN et al., 2006). Por essa razão, a construção de
cemitérios não deve ser realizada em solos com alta permeabilidade ou solos com textura fina,
pois isto prevalece às condições de anaerobiose. Os solos de textura média, com o nível
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
22
hidrostático de pelo menos 2,5 m da superfície, devem ser preferidos para evitar a
contaminação da água subterrânea (BARROS et al., 2008).
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
23
3 METODOLOGIA
3.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO
O estudo foi desenvolvido em dois cemitérios municipais de Humaitá, Amazonas
(Figura 1): a) cemitério municipal São João Batista I, que apresenta área total de 7.274 m2 e
coordenadas geográficas 7° 30’ 01,7” S e 63° 01’ 17,6” W; b) cemitério municipal São João
Batista II, que apresenta área total de 66.522 m2 e coordenadas geográficas de 7° 30’ 58,8” S
e 63° 02’ 27,9” W. Em ambos os casos, houve autorização da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Ambiental Sustentável da Prefeitura Municipal de Humaitá, AM.
Figura 1. Mapa de localização dos dois cemitérios municipais em Humaitá, AM.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
24
O clima da região é classificado como sendo do tipo Am, segundo o método de
Köppen, devido haver uma precipitação anual onde há a variância de 2.250 a 2.750 mm, com
estação seca de pequena duração (mês de julho) e sua temperatura média anual varia de 24 °C
a 26 °C, com umidade relativa do ar bastante elevada, variando de 85 a 90%, possuindo
altitude média de 90 m acima do nível do mar (EMBRAPA, 1997).
A geologia da região é formada por materiais do Holoceno chamados de Aluviões
Atuais provenientes de deposições fluviais (BRASIL, 1978). Os solos da região são
classificados como Latossolos, Argissolos, Plintossolos, Gleissolos, Espodossolos, Neossolos
e Cambissolos trazendo consigo uma vegetação característica de Floresta Tropical Densa,
tendo, assim, a presença de árvores multiestratificadas entre 20 e 50 m de altura (ZEE-AM,
2008; CAMPOS, 2012). Segundo classificações feitas por Costa et al. (2017), o Cemitério
Municipal São João Batista I possui solos classificados como Gleissolo e o Cemitério
Municipal São João Batista II possui solos classificados como Cambissolo.
O relevo desta região é variado, onde se tem uma parte inserida na província
geomorfológica de acumulação da Planície Fluvial, constituída por uma área aplainada
resultante de acumulação fluvial, periódica ou permanentemente alagada, sendo a outra parte
localizada em formas dissecadas de interflúvios tabulares, com relevos de topo aplainado,
separados geralmente por vales em “V” e/ou localmente, por vales de fundo plano (BRASIL,
1978).
3.2 TRABALHO DE CAMPO
Para a amostragem das áreas, foram selecionados pontos representativos em cada
cemitério, sendo seis pontos no Cemitério Municipal São João Batista I com coordenadas
geográficas determinadas e para o Cemitério Municipal São João Batista II foram
selecionados nove pontos representativos com coordenadas geográficas determinadas na
Tabela 1.
Para cada ponto de amostragem, foi aberta uma trincheira utilizando a metodologia de
Barros et al. (2008), sendo suas medidas de 0,60 x 1,00 m de largura e 1,20 m de
profundidade. Amostras de solos foram coletadas, com cerca de 2 kg de amostras
indeformadas, nas profundidades de 0,0-0,40 m, 0,40-0,80 m e 0,80-1,20 m, com auxílio de
faca de aço inox e esterilizado com álcool 70% após cada amostragem.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
25
Tabela 1. Coordenadas geográficas dos pontos selecionados nas duas áreas cemiteriais em
Humaitá, AM. Cemitério Municipal São João Batista I Cemitério Municipal São João Batista II
Pontos de amostragem Coordenadas geográficas Pontos de amostragem Coordenadas geográficas
Ponto 1 7°30’0.82” S e
63°1’17.92” W
Ponto 1 7°30’50.02” S e
63°2’34.50” W
Ponto 2 7°30’0.39” S e
63°1’17.92” W
Ponto 2 7°30’57.93” S e
63°2’32.97” W
Ponto 3 7°30’0.84” S e
63°1’18.77” W
Ponto 3 7°30’57.92” S e
63°2’30.97” W
Ponto 4 7°30’0.34” S e
63°1’18.95” W
Ponto 4 7°30’58.96” S e
63°2’32.30” W
Ponto 5 7°30’0.00” S e
63°1’19.81” W
Ponto 5 7°30’58.55” S e
63°2’29.56” W
Ponto 6 7°30’2.06” S e
63°1’19.98” W
Ponto 6 7°31’0.98” S e
63°2’29.34” W
Ponto 7 7°31’0.98” S e
63°2’29.34” W
Ponto 8 7°30’59.93” S e
63°2’31.00” W
Ponto 9 7°30’59.93” S e
63°2’32.68” W
3.3 ANÁLISES FÍSICAS E QUÍMICAS
As amostras coletadas foram acondicionadas em sacos plásticos imediatamente
identificados e foram transportadas para o galpão da área de solos do Laboratório de Solos e
Nutrição de Plantas do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA) da
Universidade Federal do Amazonas (UFAM), onde foram secas ao ar. Após perderem o
excesso de umidade o material foi destorroado, homogeneizado e passado em peneira de 2,0
mm de abertura de malha, obtendo-se terra fina seca ao ar (TFSA), seguindo posteriormente
para o laboratório, para realização das análises físicas e químicas.
As amostras de solo foram encaminhadas ao Laboratório de Solos e Nutrição de
Plantas do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente, onde foram realizadas análises dos
atributos físicos: textura e atributos químicos: pH em água, H + Al, Al3+, Ca2+, Mg2+, P, K e
CO.
A análise granulométrica foi determinada pelo método da pipeta, utilizando solução de
NaOH 0,1 N como dispersante químico e agitação mecânica com bastão com tampa de
borracha, seguindo metodologia proposta pela Embrapa (2017). A fração argila foi separada
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
26
por sedimentação, a areia por tamisação e o silte foi calculado pela diferença. A classificação
textural do solo foi obtida usando um triangulo textural, de acordo com o método da Embrapa
(2011).
O pH em água foi determinado potenciometricamente, utilizando-se a relação 1:2,5 de
solo, em água, de acordo com Embrapa (2017). H + Al foi extraída com solução tamponada a
pH 7,0 de acetato de cálcio, tendo determinação volumétrica com solução de NaOH em
presença de fenolftaleína como indicador (EMBRAPA, 2017). Al3+ foi determinado
utilizando-se KCl 1 mol·L-1 como extrator e NaOH 0,025 mol·L-1 como titulante em presença
de azul de bromotimol como indicador colorimétrico, de acordo com Embrapa (2011).
Já os teores totais de Ca2+ e Mg2+ foram extraídos com auxílio de KCl 1 mol/L, e
determinados por titulação com EDTA (EMBRAPA, 2011). P e K foram extraídos por
extrator Mehlich-1, determinando-se o K por fotometria de chama e o P por espectrometria no
UV visível (EMBRAPA, 2011). CO foi determinado pelo método de oxidação via úmida,
com aquecimento externo (YEOMANS e BREMNER, 1988).
3.4 ANÁLISES DOS TEORES DE METAIS PESADOS
Para a determinação dos teores de metais pesados, amostras de solos foram
encaminhadas ao Laboratório de Fertilidade do Solo da Universidade Federal do Pernambuco
(UFRPE), e assim seguindo a metodologia proposta pela Embrapa (2011).
Retirou-se uma amostra de 50 gramas de solo de cada ponto de coleta para determinar
os teores naturais dos metais pesados Cd, Cr, Cu, Fe, Ni, Pb, Zn, Al e Mn. Coletou-se uma
alíquota desse material, macerou-se em almofariz de ágata e foi passada em peneira de aço
inoxidável de 0,074 mm de abertura (ABNT nº 50), com malha de aço inoxidável, sendo
esterilizado com álcool 70% após cada amostragem, visando evitar contaminações.
A digestão das amostras foi baseada no método 3051ª, descrito pela Agência de
Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA, 1998). A digestão consistiu em transferir
0,5 g das amostras de solo pulverizados para tubos de teflon e acrescentou-se 9 mL de ácido
nítrico e 3 mL de ácido clorídrico. Após averiguar que os tubos estavam hermeticamente
fechados, os mesmos foram mantidos em forno de microondas (Mars Xpress) por 18 minutos,
tempo necessário para atingir 175 °C, mantendo esta temperatura por 5 minutos. Após o
resfriamento das amostras foram vertidos para balões volumétricos certificados (NBR
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
27
ISO/IEC) de 25 mL e completados com água ultrapura e filtrados os extratos em papel de
filtragem lenta.
Os ácidos utilizados nas análises foram de elevada pureza (Merck PA). As diluições e
soluções foram preparadas com balões e pipetas certificadas (ABNT NBR ISO/IEC 17025), e
em água ultrapura (Sistema Direct-Q 3 Millipore). Os extratos foram filtrados em papel de
filtro quantitativo – faixa azul, filtração lenta (Macherey Nagel®). Para limpeza e
descontaminação das vidrarias, foram mantidas em solução de ácido nítrico 5% por 24 horas e
enxaguadas com água destilada.
A determinação dos teores de metais pesados foi efetuada por Espectrometria de
Emissão Ótica (ICP-OES/Optima 7000, Perkin Elmer) com modo de observação dupla (axial
e radial) e detector de estado sólido, com sistema de introdução via amostrador automático AS
90 plus. O modo de observação dos elementos (axial ou radial) foi escolhido de acordo com
os parâmetros operacionais do equipamento e as recomendações do fabricante.
3.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
Os dados obtidos foram submetidos à análise descritiva calculando-se a média, desvio
padrão, mediana, mínimo e máximo. Em seguida, foi empregado o teste de comparação de
médias de t de Student, a 5% de probabilidade, para identificar diferenças significativas entre
os cemitérios. Todas as análises estatísticas foram processadas no software livre R versão
0.99.903 (R FOUNDATION, 2016).
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
28
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 ATRIBUTOS FÍSICOS E QUÍMICOS DOS SOLOS DAS ÁREAS CEMITERIAIS
Os valores de pH (Tabela 2) variaram de 3,84 a 4,87 no Cemitério Municipal São João
Batista I e de 3,74 a 5,51 no Cemitério Municipal São João Batista II, o que caracterizam os
solos como ácidos, nas áreas estudadas. Em média, não houve diferença significativa (p>0,05)
entre os cemitérios avaliados. Segundo Reis et al. (2009) afirmam que os baixos valores de
pH nos solos da região amazônica são devido à elevada perda de bases trocáveis e
consequente concentração de íons H+ no solo, provocada pelo processo de intemperismo
influenciado pelas altas temperaturas e longos períodos de precipitação. As condições ácidas
do solo favorecem a mobilidade de íons metálicos catiônicos (RIEUWERTS et al., 2006),
visto que sob esta condição predominam cargas positivas no solo, o que propicia sua
lixiviação no perfil do solo (MORAES e HORN, 2010).
Os valores de H + Al (Tabela 2) variaram de 5,45 a 9,73 cmolc·dm-3 no Cemitério
Municipal São João Batista I e de 1,49 a 11,05 cmolc·dm-3 no Cemitério Municipal São João
Batista II. Assim como para o pH, H + Al não diferiu significativamente entre os cemitérios
analisados. Os teores de acidez trocável (Al3+) (Tabela 2) variaram de 2,1 a 5,4 cmolc·dm-3 no
Cemitério Municipal São João Batista I e de 2,6 a 7,9 cmolc·dm-3 no Cemitério Municipal São
João Batista II. Verificou-se menores valores na camada 0,0-0,40 m, que segundo Fonseca
(2017), são horizontes que apresentam a maior quantidade de matéria orgânica.
Os teores de CO (Tabela 2) variaram de 5,54 a 18,46 g·kg-1 no Cemitério Municipal
São João Batista I e de 39,51 a 46,03 g·kg-1 no Cemitério Municipal São João Batista II.
Ficou evidente que na superfície (0,0-0,40 m) de ambos ocorre maior valor que as demais
profundidades, fato este encontrado por Cunha et al. (2007), que afirmam que há maiores
teores de CO nos horizontes superficiais de solos amazônicos. Relacionando-se os dois
cemitérios, inferiu-se ainda que todas as médias de CO obtida no Cemitério Municipal São
João Batista II possuem diferença significativa com as médias do outro cemitério, possuindo
maior teor de carbono orgânico.
Os teores de K disponível (Tabela 2) variaram de 0,04 a 0,07 cmol·dm-³ no Cemitério
Municipal São João Batista I e de 0,03 a 0,06 cmol·dm-³ no Cemitério Municipal São João
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
29
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
30
Batista II. Para P disponível foram encontrados teores variando de 0,20 a 0,45 mg·dm-³ no
Cemitério Municipal São João Batista I e de 0,19 a 1,38 mg·dm-³ no Cemitério Municipal São
João Batista II. Os teores de K e P disponíveis foram semelhantes, não diferindo
significativamente nas médias obtidas para nenhum dos cemitérios analisados.
Os teores de Ca2+ (Tabela 2) variaram de 0,24 a 1,32 cmol·dm-³ no Cemitério
Municipal São João Batista I e de 0,36 a 1,44 cmol·dm-³ no Cemitério Municipal São João
Batista II. Os teores de Ca2+ não diferiram a 5% de probabilidade entre as médias obtidas
entre os cemitérios.
Os teores de Mg2+ (Tabela 2) variaram de 0,07 a 0,50 cmol·dm-3 no Cemitério
Municipal São João Batista I e de 0,10 a 0,30 cmol·dm-3 no Cemitério Municipal São João
Batista II. Ao se conferir as médias entre os dois cemitérios percebemos que houve diferença
significativa, sendo que os maiores valores de teores de Mg2+ são encontrados no extrato mais
profundo (0,80-1,20 m) do Cemitério Municipal São João Batista II.
Na tabela 2, observa-se pelo desvio padrão que a variação ocorrida entre os dados foi
entre 0,04 na variável Mg2+ no Cemitério Municipal São João Batista II e 5,29 na variável
Ca2+ no Cemitério Municipal São João Batista I, ambos no extrato profundo (0,80-1,20 m).
Os valores encontrados para o desvio padrão de atributos químicos foram baixos, indicando
uma boa precisão da coleta de dados.
A textura de cada tipo de solo possibilita haver espaços – conhecidos como poros –
entre os grupamentos texturais que são formados por partículas de solo (OMETTO, 1981;
BRAGA et al., 2005), espaços estes responsáveis por lixiviar as fontes de contaminação,
atingindo a vizinhança do sistema deste solo, em que, de acordo com Dube et al. (2001), pode
haver dificuldade de determinação das interações de adsorção para cada metal proveniente
neste solo, devido uma complexidade em sua textura.
A partir das médias dos materiais granulométricos (Tabela 3), percebeu-se que a fração argila
predomina no solo, classificando-se, assim, ambos os cemitérios como sendo de solos
argilosos. Segundo Biondi et al. (2011), o teor de argila é uma das características que melhor
se correlaciona com grande parte dos metais pesados em ambos os horizontes, devido à íntima
relação dessa fração, seja contribuindo para a liberação de metais no sistema do solo ou pela
afinidade com alguns metais em processos de sorção, limitando a mobilidade dos metais no
sistema.
Tabela 2. Estatística descritiva da textura dos solos das áreas dos dois cemitérios municipais
em Humaitá, AM. Cemitério Municipal São João Batista I Cemitério Municipal São João Batista II
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
31
* Médias com letras iguais, não diferem pelo teste t de Student, a 5% de significância, realizado entre os
cemitérios.
Assim, essa relação se dá devido à maior quantidade de cargas elétricas presentes em
solos argilosos – em maior número, as negativas – constituintes do solo que são responsáveis
pela retenção de nutrientes e de poluentes dispostos na superfície do solo (RIBEIRO et al.,
2011). Observa-se que não houve diferença significativa para os solos de nenhum dos
cemitérios analisados. Por sua vez, quando se compara as médias entre os dois cemitérios
distinguimos que há diferença significativa apenas para fração areia, de forma que os maiores
teores de areia ocorreram no solo do Cemitério Municipal São João Batista I para os extratos
mais superficiais (0,0-0,40 m e 0,40-0,80 m).
Na tabela 3, observa-se pelo desvio padrão que a variação ocorrida entre os dados foi
entre 37,62 na variável areia no Cemitério Municipal São João Batista I e 138,55 na variável
argila no Cemitério Municipal São Joõa Batista II, ambos no extrato superficial (0,0-0,40m).
Na maioria das variáveis, encontram-se altos valores de desvio padrão para silte e argila,
indicando que as texturas dos solos possuem alta variabilidade desses atributos.
Estatística Areia Silte Argila Areia Silte Argila
g·kg-1
0,0 – 0,40 m
Média 330,12a 206,04a 463,84a 211,82b 268,19a 519,99a
Desvio Padrão 37,62 126,65 108,40 100,81 128,47 138,55
Mediana 340,14 189,47 470,39 179,20 279,97 467,59
Mínimo 261,11 46,52 317,86 99,44 60,22 349,45
Máximo 364,05 372,09 589,43 414,24 432,97 794,25
40,0 – 0,80 m
Média 278,22a 180,16a 541,61a 151,68b 310,37a 537,95a
Desvio Padrão 49,90 122,33 134,81 74,66 115,42 92,21
Mediana 280,70 182,04 530,89 127,44 245,21 548,50
Mínimo 206,70 9,00 400,26 85,06 192,38 402,06
Máximo 333,75 341,27 691,72 293,67 498,41 650,85
0,80 – 1,20 m
Média 248,23a 181,74a 570,03a 192,23a 214,30a 593,47a
Desvio Padrão 70,37 64,28 105,66 99,49 106,24 73,03
Mediana 251,78 174,62 564,74 168,26 257,39 578,53
Mínimo 172,23 96,22 447,60 92,15 77,47 499,51
Máximo 331,14 259,32 731,55 423,02 366,34 724,95
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
32
4.2 TEORES DE METAIS PESADOS DOS SOLOS DAS ÁREAS CEMITERIAIS
Dos metais analisados, o Cd foi o único metal pesado não detectado nas análises deste
estudo (Tabela 4), fato este ocorrido também nos trabalhos de Barros et al. (2008) realizados
em um Cambissolo para o extrato médio (0,40-0,80 m) e de Costa (2015), também em
Cambissolo, porém detectado em um Gleissolo da região amazônica, no sul do Amazonas,
onde houve uma variação de 0,00 a 0,03 mg·kg-1. Mesmo nos ambientes que foram
encontrados Cd, as concentrações não estiveram acima do VRQ proposto pelo CETESB
(2014) e do VP estabelecido pelo Conama (2009), ou seja, 0,5 mg·kg-1 e 1,3 mg·kg-1,
respectivamente. Tal fato indica que o uso do solo para atividades cemiteriais, até o momento,
não provocaram valores anômalos de Cd. Provavelmente, porque o incremento de Cd no solo
está mais associado a áreas que recebem resíduos industriais, ou áreas agrícolas sob
aplicações excessivas de fertilizantes (SILVA et al., 2016)
Os teores de Cr (Tabela 4) variaram de 8,10 a 22,60 mg·kg-1 no Cemitério Municipal
São João Batista I e de 7,45 a 27,95 mg·kg-1 no Cemitério Municipal São João Batista II.
Realizando-se a análise de variância ao nível de 5% de probabilidade para a comparação entre
as profundidades compreendeu-se que houve não houve diferença significativa nas médias
obtidas para os dois cemitérios.
Os valores de média de teor de Cr presente nos dois cemitérios são maiores ao se
comparar com os de ambiente não antropizados, onde os extratos superficiais (0,0-0,40 m) e
os extratos mais profundos (0,80-1,20 m) dos dois cemitérios foram comparados com o
trabalho de Costa (2015), onde para solos do tipo do Cemitério Municipal São João Batista I,
nos extratos superficiais (0,00-0,40 m) o valor identificado foi de 8,33 mg·kg-1 e nos extratos
mais profundos (0,80-1,20 m) o valor encontrado foi de 12,35 mg·kg-1, onde neste estudo
foram encontrados 10,94 mg·kg-1 e 17,17 mg·kg-1, respectivamente; e para solos do tipo do
Cemitério Municipal São João Batista II, nos extratos superficiais (0,00-0,40 m) o valor
encontrado foi de 6,53 mg·kg-1 e nos extratos mais profundos (0,80-1,20 m) o valor
identificado foi de 15,66 mg·kg-1, onde neste estudo foram vistos 11,36 mg·kg-1 e 17,59
mg·kg-1, respectivamente.
Sheppard e Thibault (1992) apresentam o Cr como um elemento de baixa mobilidade,
fato este que torna o Cr acumulativo na superfície. Além disso, os maiores teores de Cr
encontrados na superfície podem ser atribuídos aos maiores teores de MO, onde, de acordo
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
33
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
34
com Griffin e Shimp (1978), esse elemento tende a diminuir à medida que a matéria orgânica
diminui, isto é, nas camadas subsuperficiais. Este fato não foi verificado neste estudo, o que
pode indicar o provável depósito deste metal relacionado à atividade cemiterial, tendo em
vista que teores de Cr e Ni, de maneira geral, são utilizados como matéria-prima das partes
metálicas dos caixões na forma de liga cromo-níquel (SILVA, 1999).
Comparando-se o extrato médio (0,40-0,80 m) com os trabalhos de Floriani (2013),
sendo detectado o valor de 95,83 mg·kg-1 em um cambissolo, os resultados evidenciam que
para este estudo o Cemitério Municipal São João Batista II possui valores menores, sendo
descoberto 15,08 mg·kg-1. Verifica-se que o Cr não está em concentrações acima do VRQ
apresentado pelo CETESB (2014), que é 40 mg·kg-1. Percebe-se, ainda, que o Cr não está em
concentrações acima do VP colocado pelo Conama (2009), que é 75 mg·kg-1.
Os teores de Cu (Tabela 4) variaram de 2,83 a 28,48 mg·kg-1 no Cemitério Municipal
São João Batista I e de 2,27 a 20,18 mg·kg-1 no Cemitério Municipal São João Batista II. Os
teores de Cu foram semelhantes, não diferindo significativamente entre as médias dos dois
cemitérios analisados.
Ao se comparar os teores de Cu com os de ambiente não antropizados, as médias
presentes no Cemitério Municipal São João Batista I são menores na superfície (0,0-40 m) e
são maiores no extrato mais profundo (0,80-1,20), e para o Cemitério Municipal São João
Batista II são maiores nos mesmo extratos. Quando defrontado com o trabalho de Costa
(2015), verifica-se resultados semelhantes para solos do Cemitério São João Batista I, em que
nos extratos superficiais (0,00-0,40 m) o valor reportado foi de 16,75 mg·kg-1 e, 3,42 mg·kg-1
nos extratos mais profundos (0,80-1,20 m), e para este estudo foi verificado 5,85 mg·kg-1 e
14,58 mg·kg-1, respectivamente. Ainda no estudo de Costa (2015), os teores de Cu
encontrados nos solos do Cemitério São João Batista II foram de 2,14 mg·kg-1 (0,00-0,40 m) e
2,79 mg·kg-1 (0,80-1,20 m), resultados bem diferentes dos teores determinados neste estudo,
isto é, 5,34 mg·kg-1 e 13,07 mg·kg-1, respectivamente. Todavia, os teores Cu não sinalizam
risco ambiental, já que encontram-se dentro do VRQ (CETESB, 2014), que é 35 mg·kg-1,
muito menor do VP (CONAMA, 2009), que é 60 mg·kg-1.
Os teores de Ni (Tabela 4) variaram de 0,92 a 4,92 mg·kg-1 no Cemitério Municipal
São João Batista I e de 1,27 a 9,88 mg·kg-1 no Cemitério Municipal São João Batista II. Ao se
realizar a comparação das médias entre os cemitérios resultou-se que houve diferença
significativa, onde todas as profundidades do Cemitério Municipal São João Batista I
possuem valores de médias menores que os encontrados no Cemitério Municipal São João
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
35
Batista II. Além disso, Sheppard e Thibault (1992) mostram que o Ni é um elemento de alta
mobilidade tornando-o mais acumulativo nos extratos mais profundos, o que permite inferir
que o incremento de Ni, nos extratos mais profundos, pode estar associado à atividade
cemiterial, não tendo concentrações maiores na superfície graças à grande quantidade de
chuvas desta região.
Ainda para o Ni, a relação do extrato médio (0,40-0,80 m) para os resultados
encontrados por Barros et al. (2008), sendo verificado o valor de 0,03 mg·kg-1, apurou-se que
neste estudo o Cemitério Municipal São João Batista II possui valor de 4,84 mg·kg-1, sendo
um valor maior. Tais valores podem ser vistos com diferenças significativas tendo em vista
que região de estudo de Barros et al. (2008) trata-se da região Sul do país e percebe-se que,
segundo Oliveira et al. (2007), solos com mesma classificação podem ter concentrações de
substâncias de maneira diferenciada graças ao clima diferenciado nestas regiões. Pôde-se
verificar que as concentrações de Ni não estão acima do VRQ aventado pelo CETESB (2014),
que é 13 mg·kg-1, e também não estão em concentrações acima do VP preconizado pelo
Conama (2009) para este metal, que é 30 mg·kg-1.
Os teores de Pb (Tabela 4) variaram de 4,58 a 14,72 mg·kg-1 no Cemitério Municipal
São João Batista I e de 5,08 a 31,02 mg·kg-1 no Cemitério Municipal São João Batista II. Ao
desempenhar a análise de variância ao nível de 5% de probabilidade para a comparação entre
os cemitérios, houve diferença significativa nas médias obtidas entre os cemitérios para os
extratos mais profundos (0,40-1,20), mostrando valores maiores no Cemitério Municipal São
João Batista II.
Ao se equiparar com os de ambiente não antropizados, os teores de Pb no solo do
Cemitério Municipal São João Batista I são menores na superfície (0,0-40 m) e no extrato
mais profundo (0,80-1,20), e para o Cemitério Municipal São João Batista II são maiores nos
mesmo extratos, quando comparado com o trabalho de Costa (2015). Para solos como o do
Cemitério Municipal São João Batista I, nos extratos superficiais (0,00-0,40 m) o valor
encontrado foi de 14,28 mg·kg-1 e nos extratos mais profundos (0,80-1,20 m) o valor
reportado foi de 12,10 mg·kg-1, onde neste estudo foi avistado 5,74 mg·kg-1 e 7,89 mg·kg-1,
respectivamente; e para solos como o do Cemitério Municipal São João Batista II, para os
extratos superficiais (0,00-0,40 m) o valor identificado foi de 5,14 mg·kg-1 e para os extratos
mais profundos (0,80-1,20 m) encontrou-se 7,70 mg·kg-1, em que neste estudo foram
detectados 6,84 mg·kg-1 e 14,84 mg·kg-1, respectivamente.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
36
Comparando-se o extrato médio (0,40-0,80 m) com os resultados encontrados nos
estudos de Barros et al. (2008), o valor de Pb é de 7,95 mg·kg-1, neste estudo o Cemitério
Municipal São João Batista II possui valores maiores, 14,75 mg·kg-1. Sabe-se que metais
provenientes de fontes antrópicas são relativamente mais móveis e potencialmente mais
fitodisponíveis que metais presentes no material de origem dos solos e neste estudo deve-se
levar em consideração que o incremento de metais pesados nos solos analisados pode estar
relacionado aos materiais usados na confecção de caixões e alças, tintas utilizadas, processos
de embalsamento, além dos próprios corpos em decomposição (CHLOPECKA et al., 1996;
SPONGBERG; BECKS, 2000).
Detectou-se que Pb não está em concentrações acima do VRQ, proposto pelo
CETESB (2014), que é 17 mg·kg-1. O Pb também não está em concentrações acima do VP,
registrado pelo Conama (2009), que é 72 mg·kg-1. Mas, não se deve deixar de lado a
informação fornecida por Kemerich, Ucker e Borba (2012) que alertam que caixões de metal
podem provocar contaminação do solo por Pb, o que nos leva à dedução de que a atividade
cemiterial esteja aumentando os teores de Pb em solos das áreas estudadas.
Os teores de Zn (Tabela 4) variaram de 0,52 a 13,07 mg·kg-1 no Cemitério Municipal
São João Batista I e de 2,08 a 28,38 mg·kg-1 no Cemitério Municipal São João Batista II.
Procedendo a comparação entre as profundidades percebeu-se que houve diferença
significativa nas médias obtidas entre os cemitérios, verificando-se concentrações maiores no
Cemitério Municipal São João Batista II para todos os extratos analisados.
Teores de Zn naturais sofrem incrementos pela atividade cemiterial, tendo em vista
que o corpo humano adulto tem em média de 2 a 3 g de Zn (CRUZ, SOARES, 2011) e estes
serem incorporados ao solo durante o processo de decomposição, além de caixões de metal
poder provocar contaminação do solo por esse metal (KEMERICH, UCKER e BORBA,
2012).
Nos ambientes não antropizados, os teores médios de Zn nos solos do Cemitério
Municipal São João Batista I são menores na superfície (0,0-40 m) e são maiores no extrato
mais profundo (0,80-1,20), e para o Cemitério Municipal São João Batista II são maiores nos
mesmo extratos, quando equiparados com o trabalho de Costa (2015), verificando-se que para
solos do tipo do Cemitério Municipal São João Batista I, no extrato superficial (0,00-0,40 m)
o valor encontrado foi de 8,05 mg·kg-1 e para os extratos mais profundos (0,80-1,20 m) o
valor encontrado foi de 2,80 mg·kg-1, e neste estudo foi encontrado 2,69 mg·kg-1 e 6,05
mg·kg-1, respectivamente; para solos do tipo do Cemitério Municipal São João Batista II, no
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
37
extrato superficial (0,00-0,40 m) o valor encontrado foi de 1,89 mg·kg-1 e nos extratos mais
profundos (0,80-1,20 m) o valor foi de 1,34 mg·kg-1, sendo que neste estudo foram
encontrados 6,78 mg·kg-1 e 17,43 mg·kg-1, respectivamente. Equiparando-se o extrato médio
(0,40-0,80 m) com os trabalhos de Floriani (2013), sendo encontrado o valor de 34,65 mg·kg-1
percebe-se que para este estudo o Cemitério Municipal São João Batista II possui valores
menores, sendo encontrado 15,29 mg·kg-1. Nota-se que os valores baixos podem ser dados
devido o Zn sofrer adsorção devido ao teor de carbono orgânico associado a outras
características, como a argila (ARAÚJO et al., 2002), influenciando de modo direto na
mobilidade deste metal.
Verifica-se ainda que Zn não está em concentrações acima do VRQ, ditado pelo
CETESB (2014) que é 60 mg·kg-1. Zn também não está em concentrações acima do VP,
descrito pelo Conama (2009), sendo este valor de 300 mg·kg-1. Os estudos de Sheppard e
Thibault (1992) afirmam que o Zn trata-se de um metal de alta mobilidade, o que o torna mais
acumulativo nos extratos mais profundos, o que nos resulta que provavelmente o Zn
verificado neste estudo para os extratos mais profundos possam ser originados da atividade
cemiterial, não tendo concentrações maiores na superfície graças à quantidade de chuva da
região.
Os teores de Al (Tabela 4) variaram de 5,95 a 20,90 g·kg-1 no Cemitério Municipal
São João Batista I e de 7,72 a 19,86 g·kg-1no Cemitério Municipal São João Batista II.
Comparando-se as médias obtidas entre as profundidades, verificou-se que não diferença
significativa nas médias obtidas para os dois cemitérios.
Quando comparado os teores de Al com os de ambiente não antropizados, os valores
médios obtidos no Cemitério Municipal São João Batista I são iguais na superfície (0,0-40 m),
com o valor de 9,91 g·kg-1, e são maiores no extrato mais profundo (0,80-1,20), e para o
Cemitério Municipal São João Batista II são maiores nos mesmo extratos, quando contraposto
com o trabalho de Costa (2015), verificando-se que para solos do tipo do Cemitério Municipal
São João Batista I, para os extratos mais profundos (0,80-1,20 m) o valor encontrado foi de
6,03 g·kg-1, onde neste estudo foi constatado 15,18 g·kg-1; e para solos do tipo do Cemitério
Municipal São João Batista II, para os extratos superficiais (0,00-0,40 m) o valor observado
foi de 4,56 g·kg-1 e para os extratos mais profundos (0,80-1,20 m) o valor foi de 5,62 g·kg-1,
onde neste estudo foram encontrados 11,78 g·kg-1 e 15,49 g·kg-1, respectivamente.
Os teores de Fe (Tabela 4) variaram de 14,21 a 34,06 g·kg-1 no Cemitério Municipal
São João Batista I e de 16,81 a 84,13 g·kg-1 no Cemitério Municipal São João Batista II. Os
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
38
resultados para a comparação entre as profundidades mostraram que houve diferença
significativa nas médias dos dois cemitérios, nos extratos mais profundos (0,40-1,20), onde há
maiores concentrações no Cemitério Municipal São João Batista II.
Os valores de média de teor de Fe presente nos dois cemitérios são maiores ao se
comparar com os de ambiente não antropofizados, onde os extratos superficiais (0,0-0,40 m) e
os extratos mais profundos (0,80-1,20 m) dos dois cemitérios foram comparados com o
trabalho de Costa (2015), verificando-se que para solos do tipo do Cemitério Municipal São
João Batista I, nos extratos superficiais (0,00-0,40 m) o valor observado foi de 3,37 g·kg-1 e
para os extratos mais profundos (0,80-1,20 m) o valor encontrado foi de 20,45 g·kg-1, onde
neste estudo foram identificados 19,39 g·kg-1 e 29,37 g·kg-1, respectivamente; e para solos do
tipo do Cemitério Municipal São João Batista II, nos extratos superficiais (0,00-0,40 m) o
valor encontrado foi de 7,41 g·kg-1 e nos extratos mais profundos (0,80-1,20 m) o valor foi de
21,25 g·kg-1, onde neste estudo foram detectados 22,95 g·kg-1 e 47,61 g·kg-1,
respectivamente.
Os teores de Mn (Tabela 4) variaram de 0,02 a 0,04 g·kg-1 no Cemitério Municipal
São João Batista I e de 0,01 a 0,91 g·kg-1 no Cemitério Municipal São João Batista II. Pelos
resultados obtidos na comparação das médias entre os cemitérios, foi percebido que houve
diferença significativa nas médias obtidas no extrato superficial (0,0-0,40 m), percebendo-se
menores valores no Cemitério Municipal São João Batista I.
Entretanto, não é possível fazer inferência quanto ao impacto ambiental que este
elemento pode proporcionar, já que não existem valores orientados. Segundo Biondi et al.
(2011), provavelmente a dificuldade de enquadrá-lo em uma legislação ou valores
orientadores deve-se sua ocorrência em mais de um estágio de oxidação, Mn2+ e Mn3+. O Mn
pode provocar sérios problemas, pois polui o solo, a água e o ar e desta forma contamina os
organismos vivos, devido a seu efeito bioacumulativo, em toda a cadeia alimentar, chegando a
causar distúrbios neurológicos nos seres humanos, como o Mal de Parkinson, por exemplo
(CASTROPIL, 1972).
Ao contrastar os valores de Mn com os de ambiente não antropizados, os valores de
média de teor deste metal presente no Cemitério Municipal São João Batista I são menores na
superfície (0,0-40 m) e no extrato mais profundo (0,80-1,20 m), e para o Cemitério Municipal
São João Batista II também são menores na superfície, mas são maiores no extrato mais
profundo, quando verificados com o trabalho de Costa (2015), onde para solos do tipo do
Cemitério Municipal São João Batista I, nos extratos superficiais (0,00-0,40 m) o valor
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
39
reportado foi de 0,13 g·kg-1 e para os extratos mais profundos (0,80-1,20 m) o valor
identificado foi de 0,06 g·kg-1, tendo sido detectado 0,03 g·kg-1 e 0,03 g·kg-1,
respectivamente, neste estudo; e nos solos do tipo do Cemitério Municipal São João Batista II,
nos extratos superficiais (0,00-0,40 m) o valor reportado foi de 0,14 g·kg-1 e nos extratos mais
profundos (0,80-1,20 m) o valor foi de 0,10 g·kg-1, sendo que neste estudo foram encontrados
0,05 g·kg-1 e 0,18 g·kg-1, respectivamente.
Na tabela 4, observa-se pelo desvio padrão que a variação ocorrida entre os dados foi
entre 0,004 para o metal Mn no Cemitério Municipal São João Batista I em todas as
profundidade e 39,16 para o metal Al no Cemitério Municipal São João Batista I no extrato
mediano (0,40-0,80 m). Os valores encontrados para o desvio padrão de teores de metais
pesados foram baixos, indicando uma boa precisão da coleta de dados.
Os valores da mediana (Tabelas 2, 3 e 4) foram muito próximos das médias obtidas,
indicando que os dados apresentam baixa assimetria e poucos valores discrepantes.
Os baixos teores de Cd, Cr, Cu, Ni, Pb, Zn, Al, Fe e Mn, estando abaixo dos VRQ,
evidenciam que a prática cemiterial não corrobora para o incremento desses metais, além de
refletirem a pobreza do material de origem por esses elementos. Tal fato é uma característica,
considerando que os teores de metais pesados tendem a ser maiores em solos provenientes de
rochas basálticas, isto é, sob condições naturais (SILVA et al., 2016; COSTA et al., 2017), o
que não é o caso do presente estudo.
Percebe-se que para este estudo foram utilizados os VRQ do CETESB e os VP do
Conama graças ao Estado do Amazonas não haver estabelecido seus VRQ, o que se trata de
um estudo de alto custo, devido a necessidade de equipamentos específicos, demanda de
substâncias químicas perigosas e profissionais especializados, além de se ter um grande
território amazônico rico em diversidades de rocha, solo e biodiversidade, que são fatores que
complicam a inda mais a preconização de VRQ, uma vez que a realização de estudo nessa
expectativa demandaria de um grande número de amostras e grande consumo de tempo.
O desenvolvimento do presente estudo complementa outras investigações já
desenvolvidas. A exemplo disso pode-se citar o trabalho de Costa et al. (2017), em que os
autores avaliaram as concentrações de metais pesados bário (Ba), cobalto (Co), Cd, Zn, Cu,
Pb, Cr, Fe, Mn e Al em solos de diversas regiões fisiográficas do Estado do Amazonas.
Espera-se que ao longo do tempo, trabalhos nessa escala possa compor um banco de dados
que represente o Estado do Amazonas.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
40
Por fim, pode-se perceber que grande parte do acúmulo dos metais presentes no solo
pode provir da atividade cemiterial, graças à verificação de teores em camadas mais
profundas de metais que possuem pouca mobilidade, como o Pb, Cu e o Cr. Para os
cemitérios estudados, acredita-se que os elementos depositados nesses solos podem ser
levados, tendo em vista a lixiviação de áreas de terra firme das proximidades desse ambiente
durante o período das cheias, submersas nas águas do rio Madeira para o Cemitério São João
Batista I. Nota-se que este estudo ainda é inovador para região, e poderá servir para balizar
futuras investigações de impacto ambiental, na delimitação ou destinação de futuras áreas
para tal atividade, permitindo o planejamento ou a gestão política da região neste segmento.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
41
5 CONCLUSÃO
Os teores de Cd, Cr, Cu, Fe, Ni, Pb, Zn, Al e Mn dos solos das áreas cemiteriais
variam em função do tipo de solo e do material de origem. De maneira geral, os teores
naturais de metais pesados foram maiores que os teores normalmente observados em solos da
região amazônica, no sul do Amazonas sem interferência antrópica, indicando aumento de
concentração devido à atividade cemiterial para os metais Cr, Cu, Pb, Zn, Al, Fe e Mn.
Maiores concentrações de metais pesados foram obtidas nas amostras coletadas nos extratos
mais profundos, possivelmente pela maior proximidade aos locais de sepultamento.
Os solos do Cemitério Municipal São João Batista I apresentaram teores de metais
pesados mais elevados para Cr e Fe em todos os extratos e para Cu, Zn e Al para os extratos
mais profundos, enquanto os solos do Cemitério Municipal São João Batista II apresentaram
os teores de metais pesados mais elevados para Cr, Cu, Pb, Zn, Al e Fe em todos os extratos e
Mn nos extratos mais profundos.
As características químicas e físicas dos solos e a topografia da região podem ter
contribuído para tais concentrações encontradas, tendo em vista que as amostras do Cemitério
Municipal São João Batista I foram retiradas de um ambiente que sofre influência dos
períodos de cheias e seca do Rio Madeira, em razão da elevação do nível freático, o que é
potencializado nos períodos chuvosos, do qual pode adquirir diversos materiais, originários de
diferentes locais, em épocas de cheia.
A mobilidade dos metais pesados no solo está relacionada diretamente com os
atributos do solo, tendo dependência direta com as propriedades químicas dos metais,
podendo estas sofrer interferências nas reações ocorrentes, como sorção/dessorção,
precipitação/dissolução, complexação, quelatação e oxirredução.
Os teores de todos os metais pesados indicam que os solos das áreas cemiteriais da
cidade de Humaitá atendem ao critério de VRQ preconizado pelo Conama.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
42
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, A. M.; MACÊDO, J. A. B. Parâmetros físico-químicos de caracterização da
contaminação do lençol freático por necrochorume. In: SEMINÁRIO DE GESTÃO
AMBIENTAL – UM CONVITE À INTERDISCIPLINARIDADE, 2005. Anais… Juiz de
Fora: Instituto Vianna Júnior, 2005.
ALI, S. A.; GROTTI, A.; RISCALA, C. M. O níquel e suas ações sobre o organismo humano:
revisão. Anais Brasileiro de Dermatologia. v. 62, n. 2, p. 85-96, 1987.
ARAÚJO, W. S. Relação entre adsorção de metais pesados e atributos químicos e físico de
classes de solo do Brasil. Revista Brasileira de Ciência do Solo. v. 26, n. 1, p. 17-27, 2002.
BACIGALUPO, R. Cemitérios: fontes potenciais de impactos ambientais. Revista Eletrônica
História, Natureza e Espaço. v.1, n. 1, p. 5-12, 2012.
BARROS, Y. J.; MELO, V. F.; ZANELLO, S.; ROMANÓ, E. N. L.; LUCIANO, P. R.
Teores de metais pesados e caracterização mineralógica de solos do cemitério municipal de
Santa Cândida, Curitiba (PR). Revista Brasileira de Ciência do Solo. v. 32, n. 4, p. 1763-
1773, 2008.
BIGHAM, J. M.; FITZPATRICK, R. W.; SCHULZE, D. Iron oxides. In: DIXON, J. B.;
SCHULZE, D. G. Soil mineralogy with environmental applications. Madison: Soil Science
Society of America, 2002.
BIONDI, C. M.; NASCIMENTO, C. W. A.; FABRÍCIO NETA, A. D. B.; RIBEIRO, M. R.
Teores de Fe, Mn, Zn, Cu, Ni e Co em solos de referências de Pernambuco. Revista
Brasileira de Ciência do Solo. v. 35, n. 3, p. 1057-1066, 2011.
BIONDI, C. M.; NASCIMENTO, C. W. A.; FABRICIO NETA, A. B. Teores naturais de
bário em solos de referência do Estado de Pernambuco. Revista Brasileira de Ciência do
Solo. v. 35, n. 5, p. 1819-1826, 2011
BOUWER, H. Groundwater hydrology. New York: McGraw-Hill, 1978.
BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J. G. L.; MIERZWA, J. C.; BARROS, M. T. L.;
SPENCER, M.; PORTO, M.; NUCCI, N.; JULIANO, N.; EIGER, S. Introdução à
engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
BRASIL. Ministério das minas e energia. Projeto Radambrasil. folha SB. 20, Purus. Rio de
Janeiro, 1978.
CAMPOS, A. P. S. Avaliação do potencial de poluição no solo e nas águas subterrâneas
decorrente da atividade cemiterial. 2007. 141f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) –
Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, São Paulo.
CAMPOS, M. C. C. Atributos dos solos e riscos de lixiviação de metais pesados em solos
tropicais. Revista Ambiência. v. 6, n. 3, p. 547-565. 2010.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
43
CAMPOS, M. C. C. Caracterização e gênese de solos em diferentes ambientes
fisiográficos na região Sul do Amazonas. Goiânia: Editora da PUC Goiás, 2012.
CASTROPIL, R. Aspectos clínicos da intoxicação pelo manganês. Revista Saúde
ocupacional e segurança. v. 2, p. 47-49, 1972.
CHEN, G. C.; HE, Z. L.; STOFFELA, P. J.; YANG, X. E.; YU, S.; YANG, J. Y.;
CALVERT, D. V. Leaching potential of heavy metals (Cd, Ni, Pb, Cu and Zn) from acidic
sandy soil amended with dolomite phosphate rock (DPR) fertilizers. Journal of Trace
Elements in Medicine and Biology, v.20, n. 2, p. 127-133, 2006.
CHLOPECKA, A.; BACON, J. R.; WILSON, M. J.; KAY, J. Forms of cadmium, lead, and
zinc in contaminated soils from southwest Poland. Journal of Environmental Quality. v. 25,
n. 1, p. 69-79, 1996.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO - CETESB. Decisão de Diretoria
nº 195-2005; “Dispõe sobre a aprovação dos Valores Orientadores para Solos e Águas
Subterrâneas no Estado de São Paulo – 2014, em substituição aos Valores Orientadores de
2005 e dá outras providências; publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 21 fev
2014, São Paulo, SP.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO - CETESB. Relatório de
Estabelecimento de valores orientadores para solos e águas subterrâneas no Estado de
São Paulo. São Paulo: CETESB, 2001. (Série Relatórios Ambientais, 73p.)
CONAMA, Resolução nº 335, de 3 de abril de 2003, do Conselho Nacional do Meio
Ambiente – Conama; “Dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios”; publicada no
Diário Oficial da União em 28 maio 2003, Brasília, DF.
CONAMA, Resolução nº 420, de 28 de dezembro de 2009, do Conselho Nacional do Meio
Ambiente – Conama; “Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo
quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento
ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades
antrópicas”; publicada no Diário Oficial da União em 30 dez 2009, Brasília, DF.
COSTA, R. D. S.; PAULA NETO, P. CAMPOS, M. C. C.; NASCIMENTO, W. B.;
NASCIMENTO, C. W. A.; SILVA, L. S.; CUNHA, J. M. Natural contents of heavy metals in
soils of the southern Amazonas state, Brazil. Semima: Ciências Agrárias, v. 38, n. 6, p.
3499-3513, 2017.
COSTA, R. D. S. Teores naturais de metais pesados em solos da região sul do estado do
Amazonas. 2015. Dissertação (Mestrado em Ciências, Inovação e Tecnologia para a
Amazônia) – Universidade Federal do Acre, Rio Branco.
CRUZ, J. B. F.; SOARES, H. F. Uma revisão sobre o zinco. Revista Ensaios e Ciência:
Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde. v. 15, n. 1, p. 208-222, 2011.
CUNHA, T. J. F.; MADARI, B. E.; BENITES, V. D. M.; CANELLAS, L. P.; NOVOTNY, E.
H.; MOUTTA, R. D. O.; TROMPOWSKY, P. M.; SANTOS, G. A. Fracionamento químico
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
44
da matéria orgânica e características de ácidos húmicos de solos com horizonte A antrópico
da Amazônia (Terra Preta). Revista Acta Amazônica. v. 37, n. 1, p. 91-98, 2007.
DIAS, G. F. Ecopercepção: um resultado didático dos desafios socioambientais. São Paulo:
Gaia, 2004.
DUARTE, C. Necrópole neolítica do Algar do Bom Santo: contexto cronológico e espaço
funerário. Revista Portuguesa de Arqueologia. v. 1. n. 2, p. 107-118, 1998.
DUBE, A.; ZBYTNIEWSKI, R.; KOWALKOWSKI, T.; CUKROWSKA, E.; BUSZEWSKI,
B. Adsorption and migration of heavy metals in soil. Polish Journal of Environmental
Studies, v.10, n.1, p.1-10, 2001.
DUFFUS, H. S. “Heavy Metals”: a meaningless term? international union of pure and applied
chemistry and human heal division clinical chemistry section commission of toxicology
mistry section, comission on toxicology. Pure and Applied Chemistry, Oxford, v. 74, n. 5,
p. 793–807, 2004.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Manual de
métodos de análise de solo. 2. ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solo, 2011.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Manual de
análises químicas de solos, plantas e fertilizantes. 3. ed. Brasília: Embrapa Informação
Tecnológica, 2009.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Estudo de
viabilidade agrícola de cerrados do Amazonas. Brasília, DF, 1997 (EMBRAPA/BNDES.
Relatório técnico).
FELICIONI, F. A. A; BORTOLOZZO, N. A Ameaça dos Mortos: cemitérios põem em risco
a qualidade das águas subterrâneas. Jundiaí, SP: Editora dos autores, 2007.
FELTRE, R. Química. 6. ed. São Paulo: Moderna, 2004 (v. 3. Química orgânica).
FLORIANI, G. K. Teores de Cd, Cr, Cu, Ni, Pb e Zn do solo do Cemitério Nossa Senhora
da Penha, Lages – SC. 2013. Dissertação (Mestrado em Manejo do Solo), Universidade do
Estado de Santa Catarina, Lages.
FONSECA, J. S. Caracterização e classificação de solos em uma litossequência arenito-
gnaisse em Manicoré-AM. 2017. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais),
Universidade Federal do Amazonas, Humaitá.
GARCIA, S. C.; GIODA, A.; NASCIMENTO, D. B. O problema da contaminação na
determinação de traços de alumínio. Revista Química Nova. v. 20, n. 4, p. 407-411, 1997.
GOMES, M. R.; ROGERO, M. M.; TIRAPEGUI, J. Considerações sobre cromo, insulina e
exercício físico. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v. 11, n. 5, p. 262-266, 2005.
GORGULHO, S. Cemitérios contaminam lençóis freáticos. Folha do meio ambiente, v. 10,
n. 91, mar, 1999.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
45
GRIFFIN, R. A.; SHIMP, N. F. Attenuation of pollutants in municipal landfill leachate by
clay minerals. Environmental Protection Agency, Office of Research and Development,
Municipal Environmental Research Laboratory, 1978. (v. 1).
HORCKMANS, L.; SWENNEN, R.; DECKERS, J.; MAQUIL, R. Local background
concentrations of trace elements in soils: a case study in the Grand Duchy of Luxembourg.
Catena, Amsterdam, v. 59, n. 3, p. 279–304, 2005.
INDA, A. V.; TORRENT, J.; BARRÓN, V.; BAYER, C.; FINK, J. R. Iron oxides dynamics
in a subtropical Brazilian Paleudult under long-term no-tillage management. Scientia
Agricola, v. 70, n. 1, p. 48-54, 2013.
KASHEM, M. A.; SINGH, B. R.; KAWAI, S. Mobility and distribution of cadmium, nickel
and zinc in contaminated soil profiles from Bangladesh. Nutrient Cycling in
Agroecosystems, v. 77, n. 2, p. 187-198, 2007.
KEMERICH, P. D. C.; BIANCHINI, D. C.; FANK, J. C.; BORBA, W. F.; WEBER, D. P.;
UCKER, F. E. A questão ambiental envolvendo os cemitérios do Brasil. Revista
Monografias Ambientais. Santa Maria, v. 13, n. 5, p. 3777-3785, 2014.
KEMERICH, P. D. C.; BORBA, W. F.; SILVA, R. F.; GERHARDT, A. E.; FLORES, C. E.
B. Valores anômalos de metais pesados em solo de cemitério. Revista Ambiente & Água -
An Interdisciplinary Journal of Applied Science. v. 7, n. 1, p. 140-156, 2012.
KEMERICH, P. D. C.; UCKER, F. E.; BORBA, W. F. Cemitérios como fonte de
contaminação ambiental. Revista Scientific American Brasil. v. 1, n. 1, p. 78-81, 2012.
KLEIN, H. F. Monumentos à memória dos que morreram: as necrópoles e seu impacto
ambiental. 2010. 45 f. Monografia (Bacharelado em Administração) – Universidade de
Brasília, Brasília.
MALAVOLTA, E. Manual de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Editora
Agronômica Ceres, 2006.
MANO, E. B.; PACHECO, É. B. A. V.; BONELLI, C. M. C. Meio ambiente, poluição e
reciclagem. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.
MELO, G. M. P.; MELO, V. P.; MELO, W. J. Metais pesados no ambiente decorrente da
aplicação de lodo de esgoto em solo agrícola. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente.
Conselho Nacional do Meio Ambiente. Processos. Brasília: MMA, Conama, 2004.
MELO, V. F.; FONTES, M. P. F.; NOVAIS, R. F.; SINGH, B.; SCHAEFER, C. E. G. R.
Características dos óxidos de ferro e de alumínio de diferentes classes de solos. Revista
Brasileira de Ciências do Solo, v. 25, n. 1, p. 19-32, 2001.
MIGLIORINI, R. B. Cemitérios como fonte de poluição em aqüíferos: estudo do
Cemitério Vila Formosa na Bacia Sedimentar de São Paulo. 1994. 75 f. Dissertação
(Mestrado em Recursos Minerais e Hidrogeologia) – Universidade de São Paulo, Instituto de
Geociências, São Paulo.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
46
MORAES, P. P. F.; HORN, A. H. Teores de metais pesados Cr, Cd e Zn em perfis de solos de
veredas da bacia do Rio Formoso, município de Buritizeiro, Minas Gerais. Revista
Geonomos. v. 18, n. 2, p. 78-85, 2010
MOREIRA, F. R.; MOREIRA, J. C. A cinética do chumbo no organismo humano e sua
importância para a saúde. Revista Ciência & Saúde Coletiva. v. 9, p. 167-181, 2004.
NAIDU, R.; SUMNER, M. E.; HARTER, R. D. Sorption of heavy metals in strongly
weathered soils: an overview. Environmental Geochemistry and Health, Amsterdam, v. 20,
p.5-9, 1998.
NOWACK, B.; OBRECHT, J. M.; SCHLUEP, M.; SCHULIN, R.; HANSMANN, W.;
KÖPPEL, V. Elevated lead and zinc contents in remote alpine soils of the Swiss National
Park. Journal Environmental Quality, v. 30, n. 3, p. 919-926. 2001
OLIVEIRA, F. C.; MATTIAZZO, M. E. Mobilidade de metais pesados em um Latossolo
Amarelo Distrófico tratado com lodo de esgoto e cultivado com cana-de-açúcar. Scientia
Agricola, Piracicaba, v. 58, n. 4, p. 807-812, 2001.
OLIVEIRA, L. C.; SERUDO, R. L.; BOTERO, W. G.; MENDONÇA, A. G. R.; SANTOS,
A. D.; ROCHA, J. C.; CARVALHO NETO, F. S. Distribuição de mercúrio em diferentes
solos da Bacia do Médio Rio Negro-AM: influência da matéria orgânica no ciclo
biogeoquímico do mercúrio. Revista Química Nova. v. 30, n. 2, p. 274-280, 2007.
OMETTO, J. C. Bioclimatologia vegetal. São Paulo: Agronômica Ceres, 1981.
PACHECO, A. O problema geo-ambiental da localização de cemitérios em meio urbano.
São Paulo: CEPAS, 1997.
PACHECO, A. Cemitério e meio ambiente. 2000. 102 f. Tese (Livre-docência) –
Universidade de São Paulo, Instituto de Geociências, São Paulo.
PALMA, S. R.; SILVEIRA, D. D. A saudade ecologicamente correta: a educação ambiental e
os problemas ambientais em cemitérios. Revista Eletrônica do PPGEAmb – CCR/UFSM.
v. 2, n. 2, p. 262-274, 2011
PALUMBO, B.; ANGELONE, M.; BELLANCA, A.; DAZZI, C.; HAUSER, S.; NERI, R.;
WILSON, J. Influence of inheritance and pedogenesis on heavy metal distribution in soils of
Sicily, Italy. Geoderma, v. 95, n. 3, p. 247–266, 2000.
PROHASKA, T.; WENZEL, W. W.; STINGEDER, G. ICP-MS-based tracing of metal
sources and mobility in a soil depth profile via the isotopic variation of Sr and Pb.
International Journal of Mass Spectrometry, v. 242, n. 2, p.243–250, 2005.
POZEBON, D.; DRESSLER, V. L.; CURTIUS, A. J. Análise de cabelo: uma revisão dos
procedimentos para a determinação de elementos traço e aplicações. Revista Química Nova.
v. 22, n. 6, p. 838-846, 1999
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
47
REIS, M. S.; FERNANDES, A. R.; GRIMALDI, C.; DESJARDINS, T.; GRIMALDI, M.
Características químicas dos solos de uma topossequência sob pastagem em uma frente
pioneira da Amazônia Oriental. Revista de Ciências Agrárias / Amazonian Journal of
Agricultural and Environmental Sciencies. v. 52, n. 1, p. 37-47, 2011.
RIBEIRO, B. T. Cargas superficiais da fração argila de solos influenciadas pela vinhaça e
fósforo. Revista Química Nova. v. 34, n. 1, p. 5-10, 2011.
RIEUWERTS J. S.; ASHMORE, M. R.; FARAGO, M. E.; THORNTON, I. The influence of
soil characteristics on the extractability of Cd, Pb and Zn in upland and moorland soils.
Science of the Total Environment, v. 366, n. 2, p.864-875, 2006.
ROMAN, T. R. N. Toxicidade do cádmio no homem. Revista HB cient. v. 9, n. 1, p. 43-48,
2002.
SALVADOR-BLANES, S.; CORNU, S.; BOURENNANE, H.; KING, D. Controls of the
spatial variability of Cr concentration in topsoils of a central French landscape. Geoderma,
Amsterdam, v. 132, p.143–157, 2006.
SANTOS, E. B.; AMANCIO, O. M. S.; OLIVA, C. A. G. Estado nutricional, ferro, cobre e
zinco em escolares de favelas da cidade de São Paulo. Revista da Associação Médica
Brasileira. v. 53, n. 4, p. 323-328, 2007.
SARGENTELLI, V.; MAURO, A. E.; MASSABNI, A. C. Aspectos do metabolismo do cobre
no homem. Revista Química Nova. v. 19, n. 3, p. 290-293, 1996.
SHEPPARD, M. I.; THIBAULT, D. H. Desorption and extraction of selected heavy metals
from soils. Soil Sciences Society of American Journal. Madison, v. 56, p. 415-423, 1992.
SILVA, A. P. R.; VITOLO, M. R.; ZARA, L. F.; CASTRO, C. F. S.; Efeito da suplementação
de zinco a crianças de 1 a 5 anos de idade. Jornal de Pediatria. v. 82, n. 3, p. 227-231, 2006.
SILVA, C. O.; RODRIGUES, L. B. O.; OLIVEIRA, R. S. Impactos ambientais causados pelo
necrochorume do Cemitério Municipal da Cidade de São José da Laje/AL. Revista Científica
do IFAL. v. 3, n. 2, 22 f., jul./dez., 2012.
SILVA, L. M. Cemitérios fonte potencial de contaminação dos aqüíferos livres. In:
CONGRESSO LATINO AMERICANO DE HIDROLOGIA SUBTERRÂNEA, 4, 1998,
Montevideo. Anais... Montevideo: ALHSUD, p.667-681, 1998.
SILVA, L. S. Heavy metal contents in Latosols cultivated with vegetables crops. Revista
Pesquisa Agropecuária Tropical. v. 46, n. 4, p. 391-400, 2016.
SILVA, R. W. C.; MALAGUTTI FILHO, W. Cemitérios: fontes potenciais de contaminação.
Revista Ciência Hoje. v. 44, n. 262, p. 24-29, 2009.
SIQUEIRA, E. M. A.; ALMEIDA, S. G.; ARRUDA, S. Papel adverso do ferro no organismo.
Revista Comunicação em Ciências da Saúde. v. 17, n. 3, p. 229-236, 2006.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO DO SOLO POR METAIS PESADOS DECORRENTE DA
ATIVIDADE CEMITERIAL EM HUMAITÁ-AM
48
SOUZA, A. O. B. A morte e o espaço urbano: perspectiva da cemiterada (1836). Revista
Eletrônica História e-História. v. 1, n. 1, [s.p.], 2015.
SPONGBERG, A. L; BECKS, P. M. Inorganic soil contamination from cemeteriy leachate.
Water, Air, Soil Poll. v. 117, n. 1-4, p. 313-327, 2000.
SCHWERTMANN, U.; TAYLOR, R. M. Iron oxides. In: DIXON, J. B.; WEED, S. B.
Minerals in soil environments. 2. ed. Madison: Soil Science Society of America, 1989.
R CORE TEAM. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for
Statistical Computing, Vienna, Austria, 2016. Disponível em: <https://www.R-project.org/>.
UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY - USEPA. Method
3051a – Microwave assisted acid digestion of sedments, sludges, soils, and oils. 1998
[accessed 10 May 2017]. Available at: https://www.epa.gov/sites/production/files/2015-
06/documents/epa-3050b.pdf.
VALE JÚNIOR, J. F.; DE SOUZA, M. I. L.; NASCIMENTO, P. P. R.; CRUZ, D. L. S. Solos
da Amazônia: etnopedologia e desenvolvimento sustentável. Revista Temática, v.5, n.2,
p.158-165, 2011.
VEIGA, L. H. S.; FERNANDES, H. M. Avaliação de risco para a saúde humana e
ecossistemas. In: BRILHANTE, O. M.; CALDAS, L. Q. A. (coord.) Gestão e avaliação de
risco em saúde ambiental. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1999.
VIRGA, R. H. P.; GERALDO, L. P.; SANTOS, F. H. Avaliação de contaminação por metais
pesados em amostras de siris azuis. Revista Ciência e Tecnologia de Alimentos. v. 27, n. 4,
p. 779-785, 2007.
XUE, H.; NHAT, P. H.; GACHTER, R.; HOODA, P. S. The transport of Cu and Zn from
agricultural soils to surface water in a small catchment. Advances in Environmental
Research, v. 8, n. 1, p.69-76, 2003.
YEOMANS, J. C.; BREMNER, J. M. A rapid and precise method for routine determination
of organic carbon in soil. Communication in Soil Science and Plant Analysis, v. 19, n. 13,
p.1467-1476, 1988.
ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DO SUL-SUDESTE DO AMAZONAS –
ZEE, AM. Zoneamento Ecológico Econômico do Sul-Sudeste do Amazonas. Manaus:
IPAAM, 2008.