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    INTRODUO

    No nosso dia-a-dia enfrentamos diferentes tipos de riscos aos quais atribumosvalor de acordo com a percepo que temos de cada um deles. Estamos to

    familiarizados com alguns riscos que chegamos a subestim-los. A percepo decada pessoa ou grupo social e sua escala de valores determinam a forma como osriscos so classificados.

    Fonte: Canadian Food Inspection Agency

    Entendemos por risco a probabilidade de ocorrer um dano como resultado exposio de um agente qumico, fsico o biolgico.

    Anlise de risco

    A anlise de risco inclui a avaliao, caracterizao, comunicao egerenciamento de risco, bem como as polticas a ele associadas. A avaliao derisco um processo que permite avaliar a informao sobre as propriedadesperigosas de certas substncias, o potencial de exposio e seus efeitos sobre asade.

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    Marco da anlise de risco

    Fonte: Canadian Food Inspection Agency

    O gerenciamento de risco um processo para a tomada de decises que se utilizapara estabelecer polticas e assinalar os perigos identificados durante a avaliao

    de riscos e suas conseqncias na sade pblica. Os aspectos de controle, asquestes tecnolgicas, financeiras e reguladoras so consideradas nogerenciamento de risco. A comunicao de risco um dos elementos dogerenciamento de risco e um processo constitudo de etapas bem definidas queapiam a tomada de deciso e contribuem para um melhor entendimento do riscoe de seu impacto.

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    Fonte: Adaptado do relatrio de ADM, grupo de trabalho de gerenciamento de riscos,Maro de 2000

    Definio

    O Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos (National Research

    Council, USA), elaborou a seguinte definio em 1989: A comunicao de risco um processo interativo de intercmbio de informaes e de opinies entre osindivduos, grupos e instituies. um dilogo onde se discutem mltiplasmensagens que expressam preocupaes, opinies ou reaes s prpriasmensagens ou acordos legais e institucionais do gerenciamento de risco.

    A comunicao de risco para a sade uma rea de crescente importncia naAmrica Latina e no Caribe, especialmente em alguns setores da sade pblica.

    A comunicao de risco para a sade identifica as preocupaes da comunidade e uma resposta a essas preocupaes, reduz a tenso entre a comunidade e o

    pessoal da instituio e explica comunidade os riscos sade de forma maisefetiva. Oferece a oportunidade de comunicar os riscos de maneira planejada esensvel s necessidades da comunidade; integra a comunidade no processo degerenciamento de risco e ajuda a estabelecer a confiana e aliviar o medo e aindignao.

    Os profissionais da sade pblica devem conhecer as necessidades dacomunidade e ser capazes de facilitar o dilogo com relao aos assuntos

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    tcnicos do risco para a sade pblica, alm de identificar as necessidadespsicolgicas, polticas, sociais e econmicas da comunidade.

    Evoluo

    Segundo Covello e Sandman (2001), a evoluo da comunicao de risco para asade j passou pelas quatro etapas seguintes:

    Etapa 1: Ignorar o pblico.Etapa 2: Explicar melhor a informao sobre o risco.Etapa 3: Dialogar com a comunidade.Etapa 4: Incluir o pblico como um agente colaborador.

    Nos ltimos anos, a comunicao de risco para a sade tem desempenhado umpapel importante na preveno e mitigao das conseqncias adversas sadehumana relacionadas com a exposio a substncias perigosas.

    A tecnologia e a globalizao so fatores importantes na evoluo das estratgiasde comunicao de risco. Os rpidos avanos na tecnologia da comunicaoesto incrementando o fluxo de informaes desde sua origem at o receptor, eesto ampliando o enfoque ao pblico. Isso fomenta o desenvolvimento deatitudes sociais e a percepo do risco.

    Diversos riscos ambientais, tais como a contaminao do ar, da gua e do solo,tm acrescentado novas preocupaes sociedade em geral. Paralelamente aesses novos perigos, nos encontramos em um momento sem precedentes emtermos de disponibilidade de informaes. Quando se descobre algo novo quepode ser considerado nocivo, tomamos conhecimento do assunto praticamenteem poucos dias.

    cada vez mais freqente que a maioria das fontes de informaes sejam depropriedade de um pequeno nmero de corporaes que buscam maximizar seuslucros. Isso faz com que os meios de comunicao magnifiquem os riscos com opropsito de chamar a ateno do maior nmero de pessoas possvel para quecomprem seus jornais e revistas ou para que se mantenham sintonizados em seusnoticirios do rdio ou da televiso.

    Em todo o mundo, os governos esto comeando a reconhecer que os mtodostradicionais para envolver os cidados na tomada de decises nem sempre soefetivos. Alguns mtodos tradicionais de comunicao de risco que se associamgeralmente com o ponto de vista tcnico da comunicao de risco ou com omodelo de informao de acontecimentos j no so considerados como osnicos mecanismos para o desenvolvimento de polticas pblicas relacionadascom os riscos. Agora as autoridades, em todos os nveis, reconhecem que aparticipao cidad genuinamente deliberada e interativa mais efetiva para ogerenciamento de risco. Para os governos, isso exige ajustes na sua interaocom o pblico.

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    O enfoque participativo da comunicao de risco pode conduzir a um maiorconsenso, porm no pode garantir uma harmonia absoluta. Sob a perspectiva dogoverno, a comunicao de risco respeita o pblico e seu direito de saber, porque participativa, transparente e reconhece as limitaes da resposta

    governamental.Os governos locais enfrentam outras presses porque a sociedade hoje temacesso informao. O aumento do nvel educacional da populao e odesenvolvimento tecnolgico permitem um maior acesso informao na maioriadas zonas urbanas por meio da Internet e dos noticirios. menos provvel queum pblico melhor informado e educado aceite a ordem de uma autoridade semquestionar os acontecimentos que afetam o seu dia-a-dia.

    A ampla crise de confiana nas instituies pblicas um fator difcil de enfrentar,particularmente nas sociedades latino-americanas. Reconstruir a confiana umadas metas que todo governo deve considerar como um processo de mdio e longoprazo. A credibilidade, a segurana e a confiana so a base de uma sociedadedemocrtica e so tambm fatores essenciais de qualquer exerccio decomunicao de risco bem-sucedido.

    Os governos enfrentam o desafio de manter uma distino clara entre as tcnicasde comunicao vistas pelo pblico como propaganda e aquelas criadas paraproporcionar informao tcnica, promover, educar e mudar atitudes. Issorepresenta outro problema quando o governo assume o papel de comunicador ede regulador.

    Quando os riscos so bem entendidos, previsveis e mensurveis, a comunicaode risco pode ser clara e direta. Sem dvida, os governos enfrentam com maiorfreqncia a necessidade de informar aos cidados sobre riscos poucoconhecidos, imprevisveis e sobre os quais no existe comum acordo entre osespecialistas. Por isso, a incerteza cientfica considerada um dos fatores quepermite politizar o risco.

    Percepo de risco

    A percepo de risco analtica e afetiva. Isso explica por que os temores dopblico nem sempre esto associados com os acontecimentos reais. Oreconhecimento desse ponto de vista permite que os governos faam um trabalhomais efetivo de comunicao de risco atravs de polticas, e de opinies quesurgem como resultado delas.

    A percepo pblica do risco muda constantemente e evolui da mesma forma quea dinmica de mudana da opinio pblica, pois uma resposta ao ambiente emque vivemos. Conhecer e entender os fatores que influenciam na evoluo daopinio ajudar na estruturao, desenvolvimento e evoluo das estratgicas decomunicao relacionadas aos riscos.

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    Isso ajudar as pessoas a tomar decises mais saudveis e efetivar para simesmo e a enfocar a preocupao social nos riscos mais importantes. Assim, osgovernos e as instituies sociais e privadas estaro aptos a tomar decises quetenham como alvo a proteo do pblico e a sade.

    No existem receitas fceis para o sucesso da comunicao de risco. Entretanto,aqueles que j participaram de debates sobre o assunto so unnimes emrecomendar estas sete regras que, embora sejam bvias, nem sempre soseguidas na prtica.

    Regras fundamentais

    As sete regras fundamentais da comunicao de risco:

    1. Aceitar o pblico como agente colaborador.2. Escutar o pblico.3. Ser honesto e flexvel ao escutar outras opinies.4. Coordenar e colaborar com outras agncias e grupos que tm credibilidade.5. Satisfazer as necessidades dos meios de comunicao.6. Falar com clareza e com empatia (sem paternalismos).7. Planejar com cuidado e avaliar as aes.

    A maioria dos profissionais de comunicao de risco concorda que mesmo quandoessas sete regras so aplicadas com eficcia, a comunicao de risco no resolvetodos os problemas nem evita conflitos sobre esses aspectos. Porm, umacomunicao de risco mal feita, ou sua ausncia, pode sem dvida alguma levarao fracasso do gerenciamento efetivo do risco.

    Planejamento

    O planejamento fundamental para o sucesso de um programa, de acordo comos objetivos estabelecidos. O sucesso ou fracasso da comunicao de risco podedepender em grande parte da definio de metas claras, que variaro segundo anatureza do risco e pode incluir informao, educao, persuaso, negociao,garantia e preveno. As estratgias empregadas para alcanar essas metasdevem incluir uma discusso interativa entre o emissor e o receptor dainformao.

    O fato de promover a participao da comunidade no processo de coleta deinformaes d mais credibilidade e prepara as bases para a participaocomunitria na resoluo dos problemas. As comunidades precisam e querem seenvolver ativamente na identificao, caracterizao e soluo dos problemas queafetam suas vidas. Isso implica muito mais que trabalhar de forma coordenadacom a comunidade. O que realmente importa que depois do vnculo inicial, acomunidade assuma a autogesto para a soluo de seus problemas junto com asinstituies pertinentes, o que resultar na sustentabilidade do processo semimposies nem paternalismos.

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    A comunicao de risco e define como uma comunicao de duas vias entre aspessoas envolvidas sobre a existncia, natureza, forma, gravidade e aceitaodos riscos. fundamental que se entendam os conceitos bsicos da comunicaode risco para a sade e que se assegure uma comunicao com as pessoas que

    participam do gerenciamento de risco.