AVALIAÇÃO E PROPOSTA PARA SISTEMA DE … · de iluminação e dos equipamentos do sistema de...
Transcript of AVALIAÇÃO E PROPOSTA PARA SISTEMA DE … · de iluminação e dos equipamentos do sistema de...
FLÁVIA PERES NABESHIMA
AVALIAÇÃO E PROPOSTA PARA SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DA BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL DE LONDRINA APLICANDO RETROFIT
Londrina
2013
FLÁVIA PERES NABESHIMA AVALIAÇÃO E PROPOSTA PARA SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DA BIBLIOTECA
PÚBLICA MUNICIPAL DE LONDRINA APLICANDO RETROFIT
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina. Orientadora: Profa. Dra. Silvia Galvão de Souza Cervantes
Londrina 2013
FLÁVIA PERES NABESHIMA
AVALIAÇÃO E PROPOSTA PARA SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DA BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL DE LONDRINA APLICANDO RETROFIT
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina.
1 BANCA EXAMINADORA
____________________________________ Profa. Dra. Silvia Galvão de Souza Cervantes
Universidade Estadual de Londrina
____________________________________ Prof. Me. José Fernando Mangili Júnior
Universidade Estadual de Londrina
____________________________________ Prof. Me. Osni Vicente
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, _____de ___________de _____.
AGRADECIMENTOS
Considero esse Trabalho de Conclusão de Curso o fechamento de toda uma importante etapa de minha vida. Em seus dias mais serenos ou difíceis desse ciclo, aprendi não só sobre Engenharia Elétrica, mas também sobre amizades, resiliência, esforço, trabalho árduo, paixão, dedicação, superação e etc.
Agradeço à Deus, pelo dom da vida e por estar sempre comigo.
Agradeço a meu pai Jorge e minha mãe Sueli pelo apoio e por seu amor infinito.
Agradeço a meu irmão Rafael e minha irmã Renata, pelo carinho e paciência.
Agradeço à minha professora e orientadora Silvia, por ser um exemplo de profissional, pela ajuda, dedicação palavras que me ajudaram e guiaram.
Agradeço ao meu namorado e amigo Giovanni, por estar sempre comigo, por me mostrar e poder compartilhar comigo a paixão pela Engenharia, por sua dedicação e seu amor.
Agradeço a Ondina e Odete por estarem presentes e pelos ensinamentos.
Agradeço também aos meus familiares, pelo amor.
Agradeço aos meus queridos amigos, estejam eles perto ou a distância, por me ajudarem a realizar este trabalho: coleta de dados, pesquisa, medições e visitas, tornando este momento mais dever mais leve e prazeirozo. Pelo companheirismo, pelas rodas de estudo, por termos sido “soldados” juntos, por me mostrarem amizade verdadeira.
Agradeço aos meus professores, funcionários e colegas que contribuiram com minha formação.
É difícil lembrar de todos que fizeram e fazem parte de minha vida, que deixaram suas marcas, estão em minhas memória e serão lembrados com carinho. Tenho em mim gratidão eterna à vocês.
“O único homem isento de erros, é aquele que não arrisca acertar”.
Albert Einstein
NABESHIMA, Flávia Peres. Avaliação e proposta para sistema de iluminação da
Biblioteca Pública Municipal de Londrina aplicando retrofit. 2013. 78f. Trabalho
de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica) – Universidade
Estadual de Londrina, Londrina, 2013.
RESUMO
O alto custo de produção de energia elétrica, bem como o custo ambiental e social foram motivadores de uma revolução nos equipamentos elétrico/eletrônicos e instalações na busca da economia desta energia. Este trabalho, em conformidade com o objetivo da eficiência energética, apresenta uma proposta de retrofit no projeto de iluminação da Biblioteca Pública Municipal de Londrina, chamada Professor Pedro Viriato Parigot de Souza. Este estudo apresentou como resultado a economia de energia, bem como a melhoria do nível de iluminação dos ambientes estudados. Palavras-chave: Biblioteca. Economia. Eficiência Energética. Iluminância. Instalações Elétricas. Retrofit. Sistema de Iluminação.
NABESHIMA, Flávia Peres. Appraisal and proposal for lighting system of a
Public Library of Londrina applying retrofit. 2013. 78f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Engenharia Elétrica) – Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, 2013.
ABSTRACT
The high cost of production of electricity as well as the environmental and social
costs were motivators for a revolution in electrical/electronics equipments and
facilities in pursuit of saving this energy. This work, in accordance with the goal of
energy efficiency, presents a proposal to retrofit the lighting project of the Public
Library of Londrina, called Professor Pedro Viriato Parigot de Souza. This study has
resulted in the saving of energy as well as improving the level of lighting
environments studied.
Keywords: Library. Economy. Energy Efficiency. Illuminance. Electrical Installations.
Retrofit. Lighting system.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Fluxo Luminoso ....................................................................................... 17
Figura 2 – Iluminância .............................................................................................. 18
Figura 3 – Intensidade Luminosa em uma lâmpada ................................................. 18
Figura 4 – Esferorradiano ......................................................................................... 19
Figura 5 – Variação de eficiência luminosa (lm/W) em diferentes tipos de lâmpadas
.................................................................................................................................. 20
Figura 6 – Luminância .............................................................................................. 21
Figura 7 – Luxímetro Digital ...................................................................................... 23
Figura 8 – Aparelho utilizado - Luxímetro Digital Minipa MLM-1332 ........................ 36
Figura 9 – Campo de trabalho regular, iluminado com fontes de luz em padrão
regular, simetricamente espaçadas em duas ou mais fileiras ................................... 41
Figura 10 – Área retangular com luminária central ................................................... 42
Figura 11 – Área regular com linha única de luminárias individuais ......................... 43
Figura 12 – Biblioteca Pública Municipal Pedro Viriato Parigot de Souza ................ 46
Figura 13 – Móveis da Biblioteca .............................................................................. 47
Figura 14 – Tipo de luminária usada nas instalações da biblioteca - Luminária tipo
calha .......................................................................................................................... 48
Figura 15 – Lâmpada Fluorescente Tubular ............................................................. 49
Figura 16 – Planta baixa da biblioteca infantil .......................................................... 50
Figura 17a – Planta baixa do pavimento térreo ........................................................ 52
Figura 18 – Planta baixa do pavimento superior ...................................................... 56
Figura 19 – Lâmpada fluorescente tubular escolhida ............................................... 62
Figura 20 – Tipo de luminária usada nas instalações da biblioteca - Luminária tipo
calha .......................................................................................................................... 63
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Potência média de perdas em reatores para lâmpadas fluorescentes .... 29
Tabela 2 - Fatores determinantes da iluminância adequada .................................... 39
Tabela 3 - Parâmetros para iluminação .................................................................... 45
Tabela 4 - Biblioteca Infantil: Distribuição e características dos equipamentos ........ 50
Tabela 5 - Pavimento Térreo: Distribuição e características dos equipamentos ....... 53
Tabela 6 - Pavimento Superior: Distribuição e características dos equipamentos .... 57
Tabela 7 - Biblioteca infantil: Iluminância .................................................................. 59
Tabela 8 - Pavimento Térreo: Iluminância ................................................................ 59
Tabela 9 - Pavimento Superior : Iluminância ............................................................ 60
Tabela 10 - Biblioteca Infantil: Consumo atual e com a substituição de equipamentos
.................................................................................................................................. 64
Tabela 11 - Pavimento térreo: consumo atual e com a substituição dos
equipamentos ............................................................................................................ 65
Tabela 12 - Pavimento superior: consumo atual e com a substituição dos
equipamentos ............................................................................................................ 65
Tabela 13 - Resumo: consumo atual e com a substituição dos equipamentos ........ 66
Tabela 14 - Biblioteca Infantil: Número de luminárias para cada ambiente .............. 67
Tabela 15 - Pavimento térreo: Número de luminárias para cada ambiente .............. 67
Tabela 16 - Pavimento superior: Número de luminárias para cada ambiente........... 68
Tabela 17 - Geral: Número de luminárias total para os três pavimentos .................. 69
Tabela 18 - Consumo atual, proposto e a diferença entre eles ................................. 70
Tabela 19 - Consumo e tarifa .................................................................................... 71
Tabela 20 - Proposta 1: Gastos com retrofit ............................................................. 71
Tabela 21 - Consumo e tarifa .................................................................................... 72
Tabela 22 - Proposta 2: Gastos com retrofit ............................................................. 72
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
COPEL – Companhia Paranaense de Energia
Fd – Fator de Depreciação
INEE – Instituto Nacional de Eficiência Energética
IRC – Índice de Reprodução de Cor
NBR – Norma Brasileira
PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
RGR – Reserva Global de Reversão
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
1.1 O HOMEM E A ILUMINAÇÃO ................................................................................. 12
1.2 EFICIÊNCIA E CONSERVAÇÃO ENERGÉTICA.......................................................... 13
1.3 SAÚDE E ILUMINAÇÃO ADEQUADA ........................................................................ 13
1.4 OBJETIVO ......................................................................................................... 14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 16
2.1 RETROFIT ......................................................................................................... 16
2.2 LUMINOTÉCNICA: CONCEITOS E GRANDEZAS ....................................................... 16
2.2.1 Fluxo luminoso ........................................................................................ 17
2.2.2 Iluminância, Iluminamento ou Nível de Iluminação (E) ............................ 17
2.2.3 Intensidade luminosa .............................................................................. 18
2.2.4 Eficiência ou Eficácia Luminosa .............................................................. 19
2.2.5 Luminância .............................................................................................. 20
2.3 LUXÍMETRO ....................................................................................................... 23
2.4 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO ................................................................................... 24
2.4.1 Características de um bom sistema de Iluminação aplicado às bibliotecas
24
2.4.2 Lâmpadas ................................................................................................ 25
2.4.3 Luminárias ............................................................................................... 26
2.4.4 Equipamentos Auxiliares ......................................................................... 29
2.4.5 Substituição de lâmpadas ....................................................................... 30
2.4.6 Acompanhamento e análise de consumo................................................ 30
2.4.7 Monitoramento do Consumo ................................................................... 31
2.5 FATOR DE POTÊNCIA ......................................................................................... 32
2.6 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ................................................................................... 33
2.7 PROCEL ......................................................................................................... 34
3 METODOLOGIA ................................................................................................ 35
3.1 DOCUMENTO .................................................................................................... 35
3.2 ENTREVISTAS ................................................................................................... 35
3.3 COLETA DE DADOS ............................................................................................ 35
3.3.1 O luxímetro utilizado ................................................................................ 36
3.3.2 Medições ................................................................................................. 37
4 ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 46
4.1 LOCAL E SUAS CARACTERÍSTICAS ....................................................................... 46
4.1.1 Luminárias ............................................................................................... 48
4.1.2 Lâmpadas ................................................................................................ 48
4.1.3 Reatores .................................................................................................. 49
4.2 MEDIÇÕES ........................................................................................................ 49
4.2.1 Biblioteca Infantil ..................................................................................... 50
4.2.2 Pavimento Térreo .................................................................................... 51
4.2.3 Pavimento Superior ................................................................................. 56
4.3 AVALIAÇÃO ....................................................................................................... 58
4.4 PROPOSTA ....................................................................................................... 61
4.4.1 Escolha dos equipamentos ..................................................................... 61
4.4.2 Proposta 1: Substituição de lâmpadas e reatores ................................... 64
4.4.3 Proposta 2: Substituição de luminárias, lâmpadas e reatores ................. 66
4.5 RETORNO DE INVESTIMENTO .............................................................................. 70
4.5.1 Proposta 1: Substituição de lâmpadas e reatores ................................... 71
4.5.2 Proposta 2: Substituição de luminárias, lâmpadas e reatores ................... 72
4 CONCLUSÃO .................................................................................................... 74
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 75
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 O homem e a iluminação
“Disse Deus: haja luz. E houve luz. Viu Deus que a luz era boa; e fez
separação entre a luz e as trevas” Gênesis 1:3-4.
Jeanine Luz (2007, p. 3) diz que comparando a época que a luz
artificial começou a ser utilizada com os dias atuais, constata-se que foi grande o
passo dado pela indústria da iluminação no século XX. Desde a lâmpada criada por
Thomas Edison até os produtos disponíveis hoje, houve um avanço espantoso. A
primeira lâmpada disponível para uso residencial foi a de Edison, por isto
considerada como a primeira lâmpada comercial. A lâmpada de Edison era
constituída de um fio de linha carbonizado em um cadinho hermeticamente fechado,
produzindo uma luz amarelada e fraca como a de uma vela e apresentando um
rendimento de 1,41 lumens por watt.
De acordo com Jeanine Luz (2007, p. 3)
De início, o inventor enfrentou grandes barreiras à sua utilização,
principalmente por ser uma tecnologia que necessitava de novas
instalações. A energia elétrica era um luxo pouco disponível na
época, sendo o próprio invento, uma ferramenta para tornar a
energia elétrica mais difundida, pois era quase unânime a idéia de
que o gás e o vapor seriam suficientes para o desenvolvimento do
mundo. Ficou marcada uma frase de Thomas Edison, ressaltando a
diferença entre a visão futurista e a imediatista, ao ser questionado
em relação ao preço de sua lâmpada comparada ao de uma vela:
“No futuro, somente os ricos queimarão velas.”
Neste trabalho é feito o estudo do sistema de iluminação da
Biblioteca Pública Municipal de Londrina, denominada Professor Pedro Viriato
Parigot de Souza. Com o auxílio de um luxímetro, aparelho usado para medir os
níveis de iluminância (lux), foi feito um levantamento de dados sobre os atuais níveis
13
de iluminação e dos equipamentos do sistema de iluminação existentes atualmente
na biblioteca.
Através dos valores obtidos das medições e cálculos da iluminância
média nos ambientes da biblioteca, é realizada a comparação destes valores de
iluminação com os valores indicados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
na NBR 5413/1992 – Iluminância de interiores, para que seja verificada se a
iluminação atual da biblioteca satisfaz os requisitos apresentados em norma.
A partir desta análise será feita a proposta, quando necessário, de
retrofit dos equipamentos do sistema de iluminação atual, para melhorar a eficiência
energética do sistema de iluminação como um todo com a possibilidade de redução
no consumo de energia e também para que os níveis de iluminância sejam
adequados. Se ambientes da biblioteca estiverem com a iluminação abaixo da
iluminação exigida em norma, com o auxílio do software para cálculo luminotécnico
Lumisoft é possível simular um possível projeto de iluminação que esteja de acordo
com os valores necessários. É natural que seja preciso atualizar tecnologicamente o
sistema de um edifício.
1.2 Eficiência e Conservação Energética
A cada dia que passa, nota-se a tendência e necessidade de
empresas associarem a qualidade dos seus serviços à redução de custos, como o
do consumo energético. Sendo assim, é um fator importante que os equipamentos
utilizados e o comportamento de seus usuários colaborem, visando à eficiência
energética.
Eficiência energética significa tornar eficiente o consumo de energia,
procurando otimizar o uso das fontes de energia, não deixando de oferecer
qualidade de serviços.
1.3 Saúde e iluminação adequada
Cada tipo de atividade requer um tipo de iluminação. Para que se
possa ler um livro, o ambiente deve estar bem iluminado. Já para ver um filme, não é
necessária muita iluminação e para dormir, a iluminação é desnecessária. Todo
ambiente exige uma quantidade certa de luminosidade, pois tanto iluminação
14
deficiente quanto excessiva podem provocar acidentes, como quedas ou mesmo
prejudicar a saúde dos olhos.
Para a segurança e bem-estar de um trabalhador, bem como para
evitar ações trabalhistas, o Ministério do Trabalho e Emprego apresenta a norma
regulamentadora 10 (NR 10) – Segurança em instalações e serviços de eletricidade,
que estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de
medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a
saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações
elétricas e serviços com eletricidade. Os projetos devem assegurar que as
instalações proporcionem aos trabalhadores iluminação adequada e uma posição de
trabalho segura, de acordo com a NR 17 – Ergonomia. A norma regulamentadora 17
visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho
às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um
máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
Uma iluminação inadequada afeta os olhos. Ao ler, escrever, assistir
televisão existe uma quantidade certa de luz para que não ocorra a fadiga ocular. Ao
permanecer em um ambiente com pouca ou muita iluminação, grande parte das
pessoas não percebe, mas acaba forçando sua visão para se adaptar ao ambiente.
Cada local, dependendo de sua função, necessita de um estudo detalhado sobre a
quantidade de luz adequada.
Além da iluminação geral, algumas atividades exigem uma
iluminação mais pontual na mesa de trabalho.
Um projeto luminotécnico deve levar em consideração a luz natural
que ilumina um ambiente, que deve ser controlada para que não incida diretamente
na mesa de trabalho ou tela de computador por causar ofuscamento prejudicando
saúde e concentração do usuário. Isso pode ser feito com o uso de persianas e
cortinas, complementando com luz artificial.
1.4 Objetivo
O objetivo deste trabalho é um levantamento, análise e avaliação do
projeto existente de iluminação da Biblioteca Pública Municipal de Londrina e a partir
deste propor uma adequação através de um novo projeto que atenda aos requisitos
das normas para iluminação e segurança do trabalhador, visando conforto visual e
15
menor consumo de energia elétrica com equipamentos de iluminação mais
eficientes.
16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para melhor compreensão do trabalho, serão apresentados
conceitos relacionados aos projetos de luminotécnica.
2.1 Retrofit
Segundo Enedir Ghisi (1997, p. XXI)
Retrofit é o termo utilizado, em sua forma original, para definir
qualquer tipo de reforma. No entanto, entre os profissionais e
pesquisadores envolvidos com eficiência energética em edificações o
termo é utilizado para definir alterações ou reformas em sistemas
consumidores de energia elétrica visando a sua conservação. Neste
trabalho, o termo é utilizado para definir, especificamente, a alteração
de sistemas de iluminação através da utilização de tecnologias
energeticamente eficientes, como lâmpadas, luminárias e reatores de
qualidade, visando à conservação de energia elétrica sem detrimento
da satisfação e conforto do usuário.
2.2 Luminotécnica: Conceitos e Grandezas
Luminotécnica é o estudo da aplicação de iluminação artificial tanto
em espaços interiores como exteriores.
Como uma disciplina técnica e científica, a tecnologia empregada na
iluminação possui linguagem própria. Seus conceitos definem as características das
lâmpadas e luminárias, também garantem uma padronização das unidades de
medida. Esses conceitos e grandezas que discutiremos a seguir são fundamentais
para o entendimento dos conceitos relacionados a este trabalho.
17
2.2.1 Fluxo luminoso
De acordo com Jeanine Luz (2007, p.7), o fluxo luminoso é a
potência de radiação total emitida por uma fonte de luz. Pode ser ainda definido
como a quantidade de energia radiante capaz de sensibilizar o olho humano.
A unidade desta grandeza é o lúmen, pode ser definido como o fluxo
luminoso emitido segundo um ângulo sólido de um esferorradiano, por uma fonte
puntiforme de intensidade invariável em todas as direções e igual a 1 candela. Na
figura 1 vemos uma representação do fluxo luminoso.
Figura 1 – Fluxo Luminoso
Fonte: OSRAM (2004)
O fluxo luminoso é representado pela letra grega Ф.
O lúmen (lm), unidade de medida do fluxo luminoso tem sua idade
de potência correspondente a
W emitidos no comprimento de onda de 555 nm, no
qual a sensibilidade do olho é máxima.
2.2.2 Iluminância, Iluminamento ou Nível de Iluminação (E)
A iluminância é o fluxo luminoso ou quantidade de luz que atinge
uma unidade de área de uma superfície. Sua unidade de medida é luz. Pode ser
utilizada a equação abaixo
Onde
18
= fluxo luminoso (lúmen)
s = área (metro quadrado)
Pode ser vista na figura 2.
Figura 2 – Iluminância Fonte: OSRAM (2004)
Os valores relativos à iluminância são encontrados na norma NBR
ISO/CIE 8995-1:2013: Iluminação de ambientes de trabalho da Associação Brasileira
de Normas Técnicas, que segue a tendência das normas internacionais.
2.2.3 Intensidade luminosa
Geralmente o fluxo luminoso de uma fonte de luz é irradiado em
diferentes intensidades e direções. A intensidade luminosa, representada na figura
3, é o fluxo luminoso irradiado na direção de um determinado ponto. Cujo símbolo é I
e unidade candela (cd).
Figura 3 – Intensidade Luminosa em uma lâmpada Fonte: OSRAM (2004)
19
De uma forma geral as fontes luminosas não emitem igualmente em
todas as direções. Deste modo, é necessário conhecer a intensidade luminosa em
cada direção.
Onde
= fluxo luminoso (lúmen)
= área (metro quadrado)
Obs.: Dado que a área da superfície da esfera é 4πr², a definição implica que a
esfera meça 4π esferorradianos, que pode ser visto na figura 4
Figura 4 – Esferorradiano Obs.: De acordo com INMETRO (2012), a candela é a intensidade luminosa, numa
dada direção, de uma fonte que emite uma radiação monocromática de frequência
540 x 1012 hertz e que tem uma intensidade radiante nessa direção de 1/683 watt
por esferorradiano. A eficácia luminosa espectral de uma radiação monocromática
de frequência 540 x 1012 hertz é exatamente igual a 683 lúmens por watt, K = 683
lm/W = 683 cd sr/W.
2.2.4 Eficiência ou Eficácia Luminosa
É calculada pela divisão entre o fluxo luminoso emitido em lúmens e
a potência consumida pela lâmpada em Watt. A unidade de medida é o lúmens por
Watt (lm/W). Uma lâmpada proporciona uma maior eficiência luminosa quando a
20
energia consumida para gerar um determinado fluxo luminoso é menor do que da
outra.
Na figura 5 vemos alguns exemplos de lâmpadas e suas respectivas
eficiências luminosas. Podemos notar que a lâmpada incandescente possui a menos
eficiência em lúmens por Watt.
Figura 5 – Variação de eficiência luminosa (lm/W) em diferentes tipos de lâmpadas
Fonte: EMPALUX
2.2.5 Luminância
É a definição para a intensidade luminosa (cd) produzida ou refletida
por unidade de área (m2) de uma superfície em uma dada direção. Ela é
representada pelo símbolo L e a unidade é a candela por metro quadrado (cd/m2).
Na figura 6 vemos a representação da luminância.
21
Figura 6 – Luminância Fonte: MUSEU DA ELETRICIDADE
A distribuição da luminância no campo de visão das pessoas numa
área de trabalho, proporcionada pelas várias superfícies dentro da área (luminárias,
janelas, teto, parede, piso e superfície de trabalho), deve ser considerada como
complementação à determinação das iluminâncias (lux) do ambiente, a fim de evitar
ofuscamento. (PHILIPS).
Curva de Distribuição Luminosa: É a representação da
Intensidade Luminosa em todos os ângulos em que ela é direcionada num plano.
Índice de Reprodução de Cor (IRC): Pela definição dada pela
Osram (2007, p.6), objetos iluminados podem nos parecer diferentes, mesmo se as
fontes de luz tiverem idêntica tonalidade. As variações de cor dos objetos iluminados
sob fontes de luz diferentes podem ser identificadas através de um outro conceito,
Reprodução de Cores, e de sua escala qualitativa Índice de Reprodução de Cores
(Ra ou IRC). O mesmo metal sólido, quando aquecido até irradiar luz, foi utilizado
como referência para se estabelecer níveis de Reprodução de Cor. Define-se que o
IRC neste caso seria um número ideal = 100.
Temperatura de Cor: De acordo com Osram (2007,p.6) É a
grandeza que expressa a aparência de cor da luz, sendo sua unidade o Kelvin (K).
22
Quanto mais alta a temperatura de cor, mais branca é a cor da luz. A “luz quente” é
a que tem aparência amarelada e temperatura de cor baixa: 3.000 K ou menos. A
“luz fria”, ao contrário, tem aparência azul-violeta, com temperatura de cor elevada:
6.000 K ou mais. A “luz branca natural” é aquela emitida pelo sol em céu aberto ao
meio-dia, cuja temperatura de cor é de 5.800 K.
Fator de depreciação (Fd): Deve ser considerado no cálculo para
que não haja uma diminuição do nível de iluminância média ao longo da vida útil da
lâmpada. Para compensar parte desta depreciação, estabelece-se um fator de
depreciação que é utilizado no cálculo do número de luminárias. Este fator evita que
o nível de iluminância atinja valores abaixo do mínimo recomendado e geralmente
são fornecidos pelos fabricantes.
Esse fator leva em consideração o fato de que, com o decorrer do
tempo, haverá acumulação de poeira nos aparelhos de iluminação, o teto e as
paredes ficarão sujos e as lâmpadas fornecerão menos quantidade de luz. Alguns
desses problemas podem ser eliminados ou amenizados fazendo-se uma
manutenção periódica.
Ofuscamento: Segundo Paula Freitas (2009, p. 28), o ofuscamento
gera uma redução na capacidade de visualização dos objetos e desconforto visual.
Pode ser de dois tipos:
Ofuscamento Direto: ocorre pela visualização direta da fonte de
luz (lâmpada ou luminária). Pode ser neutralizado pela utilização de aletas ou
difusores nas luminárias.
Ofuscamento Indireto: ocorre quando a reflexão da luz sobre o
plano de trabalho atinge o campo visual. Pode ser causado pelo excesso de luz no
ambiente ou pelo mau posicionamento das luminárias.
Reflexão, Transmissão e Absorção da Luz: Pierre Rodrigues (2002, p.8)
Quando se ilumina uma superfície de vidro, uma parte do fluxo
luminoso que incide sobre a mesma se reflete, outra atravessa a
superfície transmitindo-se ao outro lado, e uma terceira parte do fluxo
luminoso é absorvida pela própria superfície, transformando-se em
23
calor. Portanto, o fluxo luminoso incidente divide-se em três partes,
em uma dada proporção, que depende das características da
substância sobre a qual incide. Temos, pois, três fatores a definir:
refletância, transmitância e fator de absorção:
Refletância: Relação entre o fluxo luminoso refletido e o fluxo
luminoso incidente sobre uma superfície. É medida geralmente em
percentagem;
Transmitância: é a relação entre o fluxo luminoso transmitido por
uma superfície e o fluxo luminoso que incide sobre ela;
Fator de Absorção: é a relação entre o fluxo luminoso absorvido por
uma superfície e o fluxo luminoso que incide sobre a mesma.
2.3 Luxímetro
Luxímetro ou fotômetro é o equipamento que mede a iluminância
(lux) de um ambiente. Na figura 7 temos um exemplo de luxímetro digital.
Figura 7 – Luxímetro Digital Fonte: MINIPA
24
2.4 Sistema de Iluminação
A seguir serão apresentados conceitos, definições e sugestões que
servem de apoio na conservação de energia segundo COPEL (2005).
2.4.1 Características de um bom sistema de Iluminação aplicado às bibliotecas
O bom desempenho de um sistema de iluminação depende de
cuidados que se iniciam no projeto elétrico, envolvendo informações sobre
luminárias, perfil de utilização, tipo de atividade a ser exercida no local e outras.
É recomendável que os novos projetos de iluminação considerem os
seguintes pontos para obtenção de maior eficiência:
a) máximo aproveitamento da luz natural;
b) determinação de áreas efetivas de utilização;
c) nível de iluminação adequado ao trabalho, solicitado conforme
recomenda a norma brasileira NBR ISO/CIE 8995-1: Iluminação de ambientes de
trabalho;
d) circuitos independentes para utilização de iluminação parcial e por
setores;
e) iluminação localizada e pontos especiais como: mesas de leitura.
f) sistemas que permitam desviar o calor gerado pela iluminação
para fora do ambiente, visando reduzir a carga térmica dos condicionadores de ar;
g) seleção cuidadosa de lâmpadas e luminárias, buscando conforto
visual com mínima carga térmica ambiental;
h) utilização de luminárias espelhadas, também chamadas de alta
eficiência;
i) seleção cuidadosa dos reatores buscando a redução das perdas e
fator de potência mais alto;
j) utilização de relés fotoelétricos para controlar o número de
lâmpadas acesas, em função da luz natural no local.
O sistema elétrico em um local de trabalho deve proporcionar:
a) luz uniforme sobre todos os planos de trabalho;
b) luz suficientemente difusa, bem dirigida e distribuída para evitar
sombras e contrastes nocivos;
25
c) iluminação adequada com um mínimo de ofuscamento, direto ou
refletido;
d) reprodução de cor compatível com a natureza do trabalho.
Pierre Rodrigues (2002, p.10) afirma que a eficiência dos sistemas
de iluminação artificial está associada, basicamente, às características técnicas, à
eficiência e ao rendimento de um conjunto de elementos, dentre os quais se
destacam:
a) lâmpadas,
b) luminárias;
c) reatores;
d) circuitos de distribuição;
e) utilização da luz natural;
f) cores das superfícies internas;
g) mobiliário.
2.4.2 Lâmpadas
Lâmpadas de luz branca proporcionam um ambiente mais dinâmico
ideal para áreas de trabalho. Já a luz amarelada proporciona um ambiente mais
aconchegante ideal para áreas de descanso.
Quanto ao uso de uma ou outra lâmpada (branca ou mais amarela)
ou a combinação entre elas, trata-se de uma questão de gosto particular, ou seja,
dependerá do efeito, harmonização com as cores de mobília e paredes que cada um
deseja para o seu ambiente.
Lâmpadas incandescentes produzem energia luminosa a partir da
incandescência de um filamento de tungstênio. Estas embora sejam as mais
comuns, são as menos eficientes das encontradas usualmente. São utilizadas na
iluminação geral.
As lâmpadas de descarga possuem um princípio de funcionamento
completamente diferente ao das incandescentes, uma descarga elétrica entre os
eletrodos leva os componentes internos do tubo de descarga a produzirem luz.
Funcionam através do uso de reatores e, em alguns casos, só partem com auxílio de
ignitores.
26
A eficiência da iluminação e vida útil das lâmpadas são fatores
determinantes para o sucesso de uma boa instalação e nível de Iluminamento
adequado, bem como a economia de energia, assim deve-se estar atento a estes
pontos.
Os tipos existentes de lâmpadas são:
a) incandescente: tradicional e halógena;
b) de descarga elétrica: fluorescentes compactas, fluorescentes
tubulares, vapor de mercúrio, luz mista, vapor de sódio e vapor metálico.
2.4.2.1 Lâmpadas fluorescentes tubulares
As lâmpadas fluorescentes tubulares merecem destaque pois são
elas o objeto deste trabalho.
Fluorescentes: São lâmpadas que utilizam descarga elétrica através
de gás. Consistem em um bulbo cilíndrico de vidro revestido de material fluorescente
(cristais de fósforo), contendo vapor de mercúrio a baixa pressão em seu interior e
portando em suas extremidades eletrodos de tungstênio. Com relação à cor
irradiada podem ser encontradas em diversas tonalidades, dependendo do
fabricante. Dessa forma, conforme a finalidade deverá ser aplicada o tipo de
lâmpada adequada. As lâmpadas fluorescentes são usadas na iluminação em geral
e necessitam, para seu funcionamento, de dois equipamentos auxiliares: reator e
starter.
Reator: Para produzir a sobretensão necessária ao início da
descarga e para limitar a corrente. Existem dois tipos - Convencional e o de Partida
Rápida (não necessita de Starter).
Starter: Para ligar e desligar os eletrodos (em caso de reatores de
partida convencional).
2.4.3 Luminárias
A norma NBR IEC 60598-1 define luminária no item 1.2.1 como:
Aparelho que distribui, filtra ou transforma a luz emitida por uma ou
mais lâmpadas e que compreende, com exceção das próprias lâmpadas, todas as
partes necessárias para sustentar, fixar e proteger as lâmpadas e, quando
27
necessário, circuitos auxiliares, bem como os meios para ligá-las à rede de
alimentação.
As luminárias devem ser projetadas e construídas de modo que, em
utilização normal, sua operação seja segura e não cause perigo às pessoas e ao
ambiente próximo. A principal função de uma luminária é distribuir de maneira
adequada à luz emitida pelas lâmpadas sobre o plano de trabalho.
Suas partes principais são:
a) o receptáculo para a fonte luminosa;
b) os dispositivos para modificar a distribuição espacial do fluxo
luminoso emitido (refletores, refratores, difusores, colmeias etc.);
c) a carcaça, órgãos acessórios e de complementação.
Segundo Pierre Rodrigues (2002, p.10) uma luminária eficiente
aperfeiçoa o desempenho do sistema de iluminação artificial. A eficiência de uma
luminária pode ser obtida pela relação entre a luz emitida pela mesma e a luz
emitida pela lâmpada. Isto se explica pelo fato de uma parte da luz emitida pela
lâmpada ser absorvida pela luminária, enquanto a restante é emitida ao espaço. O
valor da fração de emissão da luz da luminária depende dos materiais empregados
na sua construção, da refletância das suas superfícies, de sua forma, dos
dispositivos usados para proteger as lâmpadas e do seu estado de conservação.
Quando se avalia a distribuição da luz a partir da luminária, deve-se considerar
como ela controla o brilho, assim como a proporção de lumens da lâmpada que
chegam ao plano de trabalho. A luminária pode modificar (controlar, distribuir e
filtrar), o fluxo luminoso emitido pelas lâmpadas: desviá-lo para certas direções
(defletores), ou reduzir a quantidade de luz em certas direções para diminuir o
ofuscamento (difusores).
Receptáculo para fonte luminosa: elemento de fixação. Funciona
como um contato elétrico entre o circuito de alimentação externo e a lâmpada.
Normalmente as partes isolantes são construídas de porcelana vitrificada, as partes
condutoras deverão ser de latão, e as que possuem efeito de mola, de bronze
fosforoso. Além da resistência à temperatura de funcionamento, deve-se verificar a
estabilidade de fixação da lâmpada/receptáculo quando a luminária estiver sujeita às
intensas vibrações mecânicas, o que obrigará a utilização de soquetes tipo
antivibratório.
28
Refletores: são dispositivos geralmente de metal ou plástico
metalizado com alta refletância e são formatados de modo a redirecionar a luz
emitida pela lâmpada por reflexão. Podem ter acabamentos especular, semi-
especular ou difuso.
Os perfis de refletores mais utilizados são os circulares, os
parabólicos, os elípticos e os de formas especiais normalmente assimétricos. Cada
tipo de refletor possui sua aplicação específica. Podem ser construídos de vidro ou
plásticos espelhados, alumínio polido, chapa de aço esmaltado ou pintado de
branco. O vidro espelhado, apesar da alta refletância, é pouco utilizado devido a sua
fragilidade, peso elevado e custo. O alumínio polido é uma opção, pois alia às
vantagens de alta refletância, razoável resistência mecânica, peso reduzido e custo
relativamente baixo.
Refratores: são dispositivos de controle que tiram proveito da
mudança de direção da luz quando esta atravessa materiais de diferentes
transmitâncias ópticas.
Geralmente de vidro ou plástico, podem ser constituídos por prismas
lineares ou prismas piramidais tridimensionais. Estes prismas controlam a direção da
luz e podem ser usados para obscurecer lâmpadas e reduzir sua luminância,
aumentando a área de emissão de luz da luminária. Em muitas luminárias esses
dispositivos tem como finalidade principal à vedação da luminária, protegendo a
parte interna contra poeira, chuva, poluição e impactos.
Difusores e Colméias: são elementos de controle que redirecionam a
luz em várias direções. Também são usados para distribuir a luz, obscurecer o
interior de luminárias, esconder a lâmpada e reduzir altas luminâncias, aumentando
a área de emissão de luz da luminária, reduzindo as possibilidades de ofuscamento.
É o caso das placas de vidro fosco ou bacias de plástico, acrílico ou policarbonato
das luminárias fluorescentes. Podem também ser utilizados para conseguir-se um
aumento da abertura de facho de uma luminária.
Carcaça, Órgãos de fixação e de Complementação: As estruturas
básicas das luminárias podem ser construídas de diversos materiais. Nas luminárias
para lâmpadas fluorescentes, a carcaça é o próprio refletor, de chapa de aço, com
acabamento geralmente em tinta esmaltada branca. A espessura da chapa deverá
ser compatível com a rigidez mecânica do aparelho. A pintura deve ser de boa
qualidade para melhor aderência e estabilidade.
29
Nas luminárias utilizadas no tempo ou em ambientes úmidos, dá-se
preferência a carcaças de alumínio ou plásticos devidamente estabilizados contra
radiações.
No caso das luminárias herméticas, à prova de água e vapores,
especial cuidado deve ser tomado em relação às juntas e gaxetas de vedação, no
que tange à resistência às intempéries, à temperatura e ao envelhecimento.
2.4.4 Equipamentos Auxiliares
De acordo com Pierre Rodrigues (2002), os equipamentos auxiliares
são:
Reatores: Tem por finalidade provocar um aumento de tensão
durante a ignição e uma redução na intensidade da corrente, durante o
funcionamento da lâmpada. Em termos construtivos podem se apresentar de duas
formas: reatores eletromagnéticos ou reatores eletrônicos.
Reatores eletromagnéticos: são os mais comuns nas instalações.
Geralmente compostos de núcleo de ferro, bobinas de cobre e capacitores para
correção do fator de potência. Devido as suas perdas elétricas, emissão de ruído
audível, efeito flicker e carga térmica elevada não são vistos com bons olhos por
aqueles que pretendem fazer uso eficiente da energia elétrica.
Reatores eletrônicos: são os mais procurados por profissionais
voltados ao uso eficiente de energia. Trabalham em alta freqüência (20 a 50 kHz),
sendo mais eficientes que os eletromagnéticos na conversão de potência elétrica em
potência luminosa. A qualidade do produto, no entanto, é um fator que deve ser
levado em consideração para que se obtenha sucesso na execução do projeto. Na
tabela 1, os tipos de reator e suas perdas.
Tabela 1 – Potência média de perdas em reatores para lâmpadas fluorescentes
Tipo de Reator Lâmpadas (Quantidade
em Watts)
Tipo convencional com Starter (perdas
em Watts)
Tipo partida rápida ( perdas
em Watts)
Eletromagnético
Simples 1 x 20 7 12
1 x 40 13 15
Duplo 2 x 20 14 24
2 x 40 20 22
Simples 1 x 16 - 11
1 x 32 - 13
30
Eletromagnético
Simples 1 x 85 - 26
1 x 110 - 32
Duplo
2 x 16 - 13
2 x 32 - 21
2 x 85 - 32
2 x 110 - 48
Eletrônico
Simples
1 x 16 - 1
1 x 28 - 4
1 x 32 - 2
Duplo
2 x 16 - 2
2 x 28 - 8
2 x 32 - 4
Fonte: COPEL, 2005
2.4.5 Substituição de lâmpadas
Deve-se estudar a possibilidade de substituição de lâmpadas por
outras de maior eficiência luminosa, sem alterar as condições existentes de
iluminação adequada às atividades realizadas no local. As maiores possibilidades
residem na utilização de lâmpadas de vapor de sódio e vapor de mercúrio para
iluminar galpões, depósitos, estacionamentos, pátios e na substituição de lâmpadas
incandescentes por fluorescentes. Para se ter idéia de valores, a equação a seguir
demonstra como é calculado o consumo mensal de energia (kWh/mês).
⁄
Assim, se houver possibilidade física de substituição das lâmpadas,
sem prejudicar os níveis de conforto, o novo sistema de iluminação pode ser mais
eficiente e econômico.
2.4.6 Acompanhamento e análise de consumo
Segundo COPEL (2005, p.9)
“O acompanhamento do consumo de eletricidade tem como objetivos
principais: conhecer em detalhes as despesas mensais, verificar sua
evolução ao longo do tempo identificar ações que possam ser
adotadas para minimizar os dispêndios com esse item.
31
Numa primeira etapa, o consumo pode ser acompanhado a partir de
análise mensal das faturas apresentadas pelas concessionárias.
Recomenda-se que esses dados sejam resumidos em formulário
próprio, em que se possa observar, também, a sua evolução ao
longo dos meses.
É importante que as contas de energia sejam analisadas pelas áreas
técnicas da empresa como, por exemplo, a manutenção e não
somente pelas áreas administrativas responsáveis pelo seu
pagamento e contabilização.
Para que essa análise resulte em redução efetiva de despesas, é
importante um bom conhecimento da legislação que regulamenta o
fornecimento de energia elétrica, a qual estabelece as modalidades
tarifárias disponíveis, as grandezas a serem utilizadas para o
faturamento, os parâmetros fixados em contrato, bem como regula o
relacionamento concessionária – consumidor de eletricidade.”.
2.4.7 Monitoramento do Consumo
De acordo com COPEL (2005, p.10)
“Muitas vezes, o acompanhamento do consumo através das contas
de energia não é suficiente para um melhor conhecimento de como a
eletricidade é consumida nos diversos equipamentos instalados, qual
participação de cada um no consumo da empresa e sua influencia
sobre o valor da conta. [...].
Quando as instalações da empresa apresentam maior porte ou
complexidade, a análise das características de consumo pode ser
dificultada, se dispõe de um único ponto totalizando todo o consumo.
É conveniente, então, a instalação de medidores em diversos locais,
como: seções, galpões, circuitos ou até máquinas, se for o caso.
Esse procedimento permite acompanhar não só o consumo de
eletricidade, como também fornecer informações que possibilitem
determinar a forma como a energia é consumida. É, também,
fundamental para priorizar os pontos a serem atacados e identificar
as ações a serem empregadas para redução do consumo.”
32
2.5 Fator de Potência
Philips (2012) afirma que o fator de potência indica o grau de
defasagem entre a tensão e a corrente proporcionada pelo reator no circuito. Esse
valor é fornecido pelo fabricante do reator e consta em catálogos e na etiqueta do
produto.
De acordo com a portaria do DNAEE-1569/93, o fator de potência é
considerado alto quando for maior do que 0,92 indutivo ou capacitivo.
Este valor revela com qual eficiência uma instalação está utilizando
a energia elétrica. Consiste na relação entre a potência consumida (kW) e a potência
fornecida pela Concessionária (kVA).
Aparelhos elétricos, inclusive os reatores, consomem uma energia
chamada reativa. A Concessionária fornece a energia conhecida como potência
aparente e o consumo das instalações é medido pela potência ativa.
Quando o reator de alto fator de potência é utilizado, a corrente
elétrica diminui quando comparada com o sistema de baixo fator de potência. Isso
não implica na redução de energia, pois a quantidade de lâmpadas é a mesma, mas
a economia será facilmente reconhecida na compra dos materiais elétricos
necessários para a instalação (cabos, disjuntores, fusíveis, entre outros).
Não é aconselhado instalar grande quantidade de reatores de baixo
fator de potência em uma instalação para evitar sobrecarga de correntes harmônicas
no circuito e, além disso, o fator de potência da instalação total pode ficar
comprometido.
Uma das características que são citadas nos dados técnicos de um
reator é distorção harmônica total (THD), que trata de correntes alternadas que
causam poluição ou interferência na rede, geradas por equipamentos eletrônicos de
alta frequência.
Essa poluição ou interferência é gerada por harmônicas de corrente
e vários equipamentos contribuem para isso, como por exemplo: inversores de
freqüência, máquinas de soldar, reatores eletrônicos de baixa potência, entre outros.
Com o surgimento das harmônicas, tem-se a necessidade de
dimensionar condutores de maior bitola e dispositivos de proteção, levando-se em
33
conta os componentes harmônicos dos diversos circuitos em uma instalação
elétrica.
Os principais efeitos observados em instalações e componentes
submetidos à presença de harmônicas são: aquecimento excessivo em
equipamentos elétricos, disparos de dispositivos de proteção (disjuntores residuais),
ressonância (queima de banco de capacitores), redução no rendimento de motores
elétricos, queda de tensão e redução do fator de potência da instalação, tensão
elevada entre o neutro e terra, entre outros.
2.6 Eficiência Energética
A eficiência energética está relacionada diretamente com a utilização
racional da energia. Pode ser definida como a otimização do uso das fontes de
consumo de energia.
Qualquer atividade em uma sociedade moderna só é possível com o
uso intensivo de uma ou mais formas de energia. Dentre as diversas formas de
energia interessam, em particular, aquelas que são processadas pela sociedade e
colocadas à disposição dos consumidores onde e quando necessárias, tais como a
eletricidade, a gasolina, o álcool, óleo diesel, gás natural etc.
A energia é usada em aparelhos simples (lâmpadas e motores
elétricos) ou em sistemas mais complexos que encerram diversos outros
equipamentos (geladeira, automóvel ou uma fábrica).
Estes equipamentos e sistemas transformam formas de energia.
Uma parte dela sempre é perdida para o meio ambiente durante esse processo. Por
exemplo: uma lâmpada transforma a eletricidade em luz e calor. Como o objetivo da
lâmpada é iluminar, uma medida da sua eficiência é obtida dividindo a energia da luz
pela energia elétrica usada pela lâmpada.
Outra fonte de desperdício deriva do uso inadequado dos aparelhos
e sistemas. Uma lâmpada acesa em uma sala sem ninguém também é um
desperdício, pois a luz não serve ao seu propósito de iluminação.
Sem dúvida, uma utilização racional de energia garantirá uma
economia de consumo energético e um futuro melhor para as próximas gerações.
34
2.7 PROCEL
O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel)
promove a racionalização do consumo de energia elétrica, para combater o
desperdício e reduzir os custos e os investimentos setoriais, aumentando a
eficiência energética. Criado pelo governo federal, em 1985, é executado pela
Eletrobras, com recursos da empresa, da Reserva Global de Reversão (RGR) e de
entidades internacionais.
Em 2011, o Procel desenvolveu projetos que contribuíram para
economizar cerca de 6,696 bilhões de KWh de energia. Esse resultado equivale ao
consumo anual de energia elétrica de aproximadamente 3,6 milhões de residências,
poupando um investimento de R$ 756,5 milhões na expansão da geração de energia
elétrica.
Instituído em 1993, o Selo Procel de Economia de Energia indica ao
consumidor, no ato da compra, os produtos que apresentam os melhores níveis de
eficiência energética dentro de cada categoria. O objetivo é estimular a fabricação e
a comercialização de produtos mais eficientes, contribuindo para o desenvolvimento
tecnológico e a redução de impactos ambientais.
Também desde 1993, o programa promove o Prêmio Nacional de
Conservação e Uso Racional de Energia, conhecido como Prêmio Procel, que
reconhece o empenho e os resultados obtidos pelos agentes atuantes no combate
ao desperdício de energia. Concedido anualmente, o Prêmio Procel visa estimular a
sociedade a implementar ações que efetivamente reduzam o consumo de energia
elétrica.
35
3 METODOLOGIA
Para que se possa conduzir um estudo de caso é necessário que se
colete dados, evidências de distintas fontes sobre o objeto a ser estudado. A seguir
é apresentado o método utilizado neste trabalho
3.1 Documento
Inicialmente foi feito o levantamento de registros que estão em
arquivo e documentações sobre o local a ser estudado. Neste caso o documento
necessário foi a planta baixa para guiar e facilitar as medições que seriam realizadas
no local.
Percorrendo o local e comparando com a planta baixa fornecida foi
possível perceber que a biblioteca foi reformada, sua estrutura é atualmente muito
parecida com a apresentada na planta baixa, mas muitos ambientes tiveram a sua
finalidade alterada.
3.2 Entrevistas
As entrevistas para este estudo foram feitas de forma espontânea
com a diretoria, funcionários e visitantes em geral da biblioteca. Essas entrevistas
foram necessárias para a coleta de informações importantes para definição das
condições técnicas existentes, a identificação do uso e pontos favoráveis e
desfavoráveis das instalações existentes.
3.3 Coleta de dados
A coleta dos dados para o desenvolvimento deste trabalho foi feita
no local. Na visita de campo são observadas as características do local como a cor
das paredes, chão e mobília. É visto também a manutenção dada aos equipamentos
É necessário que seja feito o levantamento dos locais onde existe
iluminação natural. Também são observados o número, tipo e potência dos
equipamentos de iluminação artificial existentes como lâmpadas, luminárias e
reatores.
36
3.3.1 O luxímetro utilizado
O luxímetro utilizado para a medição das iluminâncias foi o luxímetro
apresentado na figura 8.
Figura 8 – Aparelho utilizado - Luxímetro Digital Minipa MLM-1332 Fonte: Autoria própria
Como já foi dito anteriormente, o luxímetro digital é um instrumento
preciso usado para medir a iluminação em campo. No luxímetro utilizado o ângulo
de incidência de luz é totalmente corrigido conforme a curva do cosseno. O
instrumento é compacto, resistente e de fácil manuseio devido a sua construção. O
dispositivo sensor de luz usado neste medidor é um diodo de silicone de vida longa
e muita estabilidade.
Entre suas características estão a alta precisão e resposta rápida.
Medida de nível de luz na faixa e 0,1 lux a 200.000 lux. Possui tempo de subida e
descida rápidos e o fator de correção não precisa ser manualmente calculado para
fontes de luz não padronizadas.
37
3.3.2 Medições
As medições foram realizadas seguindo as normas da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), o órgão responsável pela normalização
técnica no Brasil. As normas e regulamentações são um conjunto de preceitos e
princípios que fornecem a base necessária ao desenvolvimento tecnológico
brasileiro. Sua utilização é destinada pela sociedade em geral e impõe um padrão
mínimo de qualidade e segurança.
Este trabalho começou a ser realizado no início do ano de 2012 e
concluído em junho de 2013. Em 21 de abril de 2013 entrou em vigor uma nova
norma para iluminação: NBR ISO/CIE 8995-1: Iluminação de ambientes internos de
trabalho. Esta norma é uma adoção idêntica em conteúdo técnico, estrutura e
redação, à ISO/CIE 8995-1:2002. Esta norma cancela e substitui a ABNT NBR
5413:1992 e ABNT NBR 5382:1985. Como este trabalho foi desenvolvido em grande
parte enquanto as NBR 5413:1992 e NBR 5382:1985 estavam em vigor, serão feitas
algumas considerações sobre elas comparadas a norma que entrou em vigor
durante a realização do trabalho, a NBR ISO/CIE 8995-1:2013.
3.3.2.1 NBR 5413/1992 – Iluminância de Interiores
A Norma NBR 5413/1992– Iluminância de Interiores estabelece os
valores de iluminâncias médias mínimas em serviço para iluminação artificial em
interiores, onde se realizam atividades de comércio, indústria, ensino, esporte entre
outras.
Os termos técnicos utilizados nesta norma são:
Iluminância: Limite da razão do fluxo luminoso recebido pela
superfície em torno de um ponto considerado, para a área da superfície quando esta
tende para zero.
Campo de trabalho: Região onde, para qualquer superfície nela
situada, exigem-se condições de iluminância apropriadas ao trabalho visual a ser
realizado.
Vemos nas normas as condições gerais que devem ser adotadas.
38
a) A iluminação deve ser medida no campo de trabalho. Quando
este não for definido, entende-se como tal o nível referente a
um plano horizontal a 0,8 m do piso.
b) No caso de ser necessário elevar a iluminação em limitado
campo de trabalho, pode-se usar iluminação suplementar.
c) A iluminância no restante do ambiente não deve ser inferior a
1/10 da adotada para o campo de trabalho, mesmo que haja
recomendação para valor menor.
d) Recomenda-se que a iluminância em qualquer ponto do campo
de trabalho não seja inferior a 70% da iluminância média
determinada segundo a NBR 5382.
3.3.2.1.1 Iluminância em lux, por tipo de atividade (valores médios em serviço)
A seguir, são considerados e citados os itens utilizados neste
trabalho segundo a NBR 5413/92.
5.3.5 Bibliotecas
- sala de leitura ....................................................300 - 500 - 750 Lux
- recinto das estantes ..........................................200 - 300 - 500 Lux
- fichário ...............................................................200 - 300 - 500 Lux
5.3.10 Corredores e escadas
- geral.....................................................................75 - 100 - 150 Lux
3.3.2.1.2 Seleção de Iluminância
Para determinação da iluminância conveniente é recomendável
considerar que uso adequado de iluminância específica é determinado por três
fatores, de acordo com a tabela 2.
39
Tabela 2 - Fatores determinantes da iluminância adequada
Características da
tarefa do
observador
Peso
-1 0 +1
Idade Inferior a 40 anos 40 a 55 anos Superior a 55 anos
Velocidade e
precisão Sem importância Importante Crítica
Refletância do
fundo da tarefa Superior a 70% 30 a 70% Inferior a 30%
Fonte: ABNT (1992, p.2)
O procedimento é o seguinte:
a) analisar cada característica para determinar o seu peso (-1, 0
ou +1);
b) somar os três valores encontrados, algebricamente,
considerando o sinal;
c) usar a iluminância inferior do grupo, quando o valor total for
igual a -2 ou -3; a iluminância superior, quando a soma for +2
ou +3; e a iluminância média, nos outros casos.
A maioria das tarefas visuais apresenta pelo menos média precisão.
Para cada tipo de local ou atividade, três iluminâncias são indicadas,
sendo a seleção do valor recomendado feita da seguinte maneira:
a) Das três iluminâncias, considerar o valor do meio, devendo
este ser utilizado em todos os casos.
b) O valor mais alto, das três iluminâncias, deve ser utilizado
quando:
a tarefa se apresenta com refletâncias e contrastes
bastante baixos;
erros são de difícil correção;
o trabalho visual é crítico;
alta produtividade ou precisão são de grande importância;
a capacidade visual do observador está abaixo da média.
40
Nota: Como exemplo de precisão, pode-se mencionar a leitura simples de um jornal
versus a leitura de uma receita médica, sendo a primeira sem importância e a
segunda crítica.
O valor mais baixo, das três iluminâncias, pode ser usado quando:
a) refletâncias ou contrastes são relativamente altos;
b) a velocidade e/ou precisão não são importantes;
c) a tarefa é executada ocasionalmente.
Para o estudo em questão, segundo as normas de seleção de
iluminâncias consideramos que o observador possui geralmente menos de 40 (peso
-1), a velocidade e precisão são sem importância (peso -1) e a refletância de fundo
seja maior do que 70% (peso -1). Somando esses valores obtemos um valor total de
-3. Sendo assim, consideramos então coluna da esquerda nos valores de
iluminâncias mínimas. Temos então os valores de 300 lux para salas de leitura, 200
lux para recinto das estantes, 200 lux para fichário, 75 lux para corredores e
escadas.
3.3.2.2 NBR 5382/1985 - Verificação de iluminância de interiores
A Norma NBR 5382/1985 fixa o modo pelo qual se faz a verificação
da iluminância de interiores de áreas retangulares, através da iluminância média
sobre um plano horizontal, proveniente da iluminação geral.
Segundo a norma deve ser usado um instrumento com fotocélula
com correção do cosseno e correção de cor, com temperatura ambiental entre 15°C
e 50°C, sempre que possível.
Deve-se ressaltar que os resultados somente serão válidos nas
condições existentes durante a medição.
É importante constar uma descrição dos fatores que influem no
resultado, como: refletâncias, tipo de lâmpada e vida, voltagem e instrumentos
usados.
Antes da leitura as fotocélulas devem ser expostas a uma
iluminância mais ou menos igual à da instalação, até as mesmas se estabilizarem, o
que geralmente requer de 5 a 10 minutos.
41
A superfície da fotocélula deve ficar no plano horizontal, a uma
distância de 80 cm do piso.
3.3.2.2.1 Métodos de verificação
O uso destes métodos nos tipos de áreas descritas a seguir
resultará em valores de iluminância média com no máximo 10% de erro sobre os
valores que seriam obtidos pela divisão da área total em áreas de (50 x 50) cm,
fazendo-se uma medição em cada área e calculando-se a média aritmética.
a) Campo de trabalho regular, iluminado com fontes de luz em
padrão regular, simetricamente espaçadas em duas ou mais
fileiras
Figura 9 - Campo de trabalho regular, iluminado com fontes de luz em padrão regular, simetricamente espaçadas em duas ou mais fileiras
Fonte: ABNT(1982)
Fazer leituras nos lugares r1, r2, r3 e r4, para uma área típica
central. Repetir nos locais r5, r6, r7 e r8. Calcular a média aritmética das oito
medições. Este valor é R que será substituído na equação.
42
Fazer leituras nos lugares q1, q2, q3 e q4, em duas meias áreas
típicas, em cada lado do recinto. Calcular a média aritmética das quatro leituras.
Este valor é Q na equação.
Fazer leituras nos quatro locais t1, t2, t3 e t4 e calcular a média
aritmética. Este valor é T na equação.
Fazer leituras nos dois lugares p1 e p2 em dois cantos típicos e
calcular a média aritmética das duas leituras. Este valor é P na equação.
Determinar a iluminância média na área, com a seguinte equação:
( )( ) ( ) ( )
Onde:
N = número de luminárias por fila
M = número de filas
b) Área retangular com luminária central
Figura 10 – Área retangular com luminária central
Fonte: ABNT (1982)
Fazer leituras nos lugares p1, p2, p3 e p4. Calcular a média
aritmética dos quatro lugares, que é a iluminância média da área.
c) Área regular com linha única de luminárias individuais
43
Figura 11 - Área regular com linha única de luminárias individuais Fonte: ABNT(1982)
Fazer leituras nos oito lugares q1, q2, q3, q4, q5, q6, q7 e q8 e
calcular a media aritmética (Q na equação).
Fazer leituras nos dois lugares p1 e p2 e calcular a média aritmética
(P na equação).
Determinar a média por meio da equação:
( )
Onde:
N = número de luminárias
3.3.2.3 NBR ISO/CIE 8995-1:2013: Iluminação de ambientes internos de trabalho
Esta norma especifica os requisitos de iluminação para locais de
trabalho internos e os requisitos para que as pessoas desempenhem tarefas visuais
de maneira eficiente, com conforto e segurança durante todo o período de trabalho.
Termos utilizados nesta norma:
Tarefa visual: Os elementos visuais da tarefa a ser realizada.
Área da tarefa: A área parcial em um local de trabalho no qual a
tarefa visual está localizada e é realizada.
Entorno imediato: Uma zona de no mínimo 0,5 m de largura ao redor
da área da tarefa dentro do campo de visão.
Iluminância mantida (Em): Valor abaixo do qual a iluminância média
da superfície especificada não poderá ser reduzido.
44
Índice de ofuscamento unificado (UGR - Unified Glare Rating): A
definição da CIE para o nível de desconforto por ofuscamento.
Índice limite de ofuscamento unificado (UGR - Limiting Unified Glare
Rating): O valor máximo permitido do nível de ofuscamento unificado de projeto para
uma instalação de iluminação.
Ângulo de corte: ângulo medido a partir do plano horizontal, abaixo
do qual as lâmpadas são protegidas da visão direta do observador pela luminária.
Plano de trabalho: a superfície de referência definida como o plano
onde o trabalho é habitualmente realizado.
3.3.2.3.1 Requisitos para o planejamento da iluminação
Os requisitos de iluminação recomendados para diversos ambientes
e atividades estão estabelecidos nas tabelas desta seção da seguinte maneira:
Coluna 1: Lista de ambientes (áreas), tarefas ou atividades - A
coluna 1 lista aqueles ambientes, tarefas ou atividades para os quais os requisitos
específicos são dados. Se um ambiente em particular, tarefa ou atividade não
estiverem listados, convém que sejam adotados os valores dados para uma situação
similar.
Coluna 2: Iluminância mantida (Em, lux) - A coluna 2 estabelece a
iluminância mantida na superfície de referência para um ambiente, tarefa ou
atividade estabelecidos na coluna 1.
Coluna 3: Índice limite de ofuscamento unificado (UGRL) - A coluna
3 estabelece o UGR limite aplicável para a situação listada na coluna 1.
Coluna 4: Índice de reprodução de cor mínimo (RaL) - A coluna 4
estabelece o índice de reprodução de cor mínimo para a situação listada na coluna
1.
Coluna 5: Observações - Recomendações e notas de rodapé são
dadas para as exceções e aplicações especiais referentes às situações listadas na
coluna 1.
45
Tabela 3 – Parâmetros para iluminação
Tipo de ambiente, tarefa ou atividade Em(lux) UGRL Ra Observações
Estantes 200 19 80
Ärea de leitura 500 19 80
Bibliotecárias 500 19 80
Corredores 100 28 40 Nas entradas e saídas estabelecer
uma zona de transição a fim de evitar mudanças bruscas
Fonte: ABNT(2013, p.20)
Os parâmetros citados na tabela 3 são os valores utilizados neste
trabalho de acordo com o tipo de ambiente estudado.
46
4 ESTUDO DE CASO
4.1 Local e suas características
Este trabalho é um estudo feito da Biblioteca Pública Municipal
Pedro Viriato Parigot de Souza, que está localizada na Avenida Rio de Janeiro, 413.
A biblioteca foi inaugurada, nesse local, no cinquentenário da cidade de Londrina no
dia 10 de dezembro de 1984, onde funciona até os dias de hoje e pode ser vista na
figura 12.
Figura 12 – Biblioteca Pública Municipal Pedro Viriato Parigot de Souza
Fonte: O diário
Em 1998 a Biblioteca Pública foi totalmente revitalizada. Foram
feitas pinturas interna e externa do prédio, a nova iluminação do prédio e do
calçadão. O mobiliário e balcões foram inteiramente remodelados, ganhando um
novo layout.
Em setembro de 1998, por ocasião do 47º aniversário da Biblioteca,
foi inaugurado também o serviço de internet ao usuário. Londrina conta hoje com
uma bela Biblioteca, localizada numa área central nobre, num dos mais belos
prédios históricos da cidade de Londrina.
A biblioteca como um todo possui três andares: A biblioteca infantil,
que fica em um pavimento inferior aos fundos da propriedade, o pavimento térreo e
47
o pavimento superior. Esses pavimentos serão descritos com mais detalhes no item
4.4 Medições.
Atualmente o horário de funcionamento da Biblioteca é de segunda-
feira à sexta-feira das 08h00 às 19h00. E quinzenalmente aos sábados das 8h às
13h.
As mesas da biblioteca em sua grande maioria são de cor clara,
mostrada na figura 13.
Figura 13 – Móveis da Biblioteca
Fonte: Autoria própria
Mantendo-se a fotocélula voltada para a superfície e afastada 10 cm
desta, determina-se a iluminância refletida por esta superfície e em seguida, a
iluminância refletida pelo mesmo ponto coberto pelo papel branco. Admitindo a
refletância do papel branco como sendo 90%, a refletância da superfície é
determinada através de uma proporção.
Obtivemos que a refletância das mesas de cor clara era de 74,3%.
Ao ser feita a visita de campo foi possível notar que várias luminárias
tinham algumas ou mesmo todas as lâmpadas não funcionavam. Ao entrevistarmos
o funcionário responsável pela manutenção e a diretora foi dito que a Biblioteca não
48
possui nenhum tipo de estoque de equipamentos para que se possa, por exemplo,
trocar uma lâmpada queimada. Há alguns anos entidades filantrópicas da cidade de
Londrina vem contribuindo com a Biblioteca através de doações como a de
lâmpadas.
4.1.1 Luminárias
As luminárias encontradas na biblioteca são do tipo mostrado na
figura 14. São luminárias do tipo calha e seu fabricante é desconhecido.
Figura 14 – Tipo de luminária usada nas instalações da biblioteca - Luminária tipo calha Fonte: Lumicenter
Neste tipo de luminárias, encontramos nas dependências da
biblioteca variações para 1, 2 ou 4 lâmpadas.
4.1.2 Lâmpadas
As lâmpadas utilizadas nas luminárias são do tipo fluorescente
tubular de 40 W, como na figura 15.
49
Figura 15 - Lâmpada Fluorescente Tubular Fonte: Osram(2004)
4.1.3 Reatores
Os reatores usados nas instalações do prédio são do tipo
eletromagnético de partida rápida. Um reator simples para lâmpadas de 40 W
consome 15 W e um reator duplo para lâmpadas de 40 W consome 22W. Fator de
potência de 0,95.
Nas luminárias que comportam somente uma lâmpada, é usado o
reator simples eletromagnético de partida rápida. Já no caso das luminárias em que
usam 2 lâmpadas, é usado um reator duplo. Para as luminárias de 4 lâmpadas, são
usados dois reatores duplos.
4.2 Medições
As medições na biblioteca foram feitas por ambiente.
Neste estudo foram separados em algumas categorias os grupos de
ambientes para que se possam fazer considerações gerais para estes conjuntos de
ambientes.
Para que seja feita a análise, consideraremos as áreas da biblioteca
onde há maior circulação de pessoas. Esses ambientes são iluminados
artificialmente praticamente todo o tempo em que a biblioteca fica aberta.
Como a biblioteca possui três pavimentos, foi elaborada uma
abordagem dos equipamentos e o consumo por pavimento. Os dados coletados
50
abaixo são referentes aos equipamentos instalados em cada ambiente, a iluminância
média e o cálculo do consumo obtendo a potência total por pavimento.
4.2.1 Biblioteca Infantil
No pavimento inferior, mostrado na figura 16, vemos a planta baixa
da biblioteca infantil e os ambientes que são usados para processamento técnico e
triagem do acervo que chega a biblioteca. Só foram selecionados para o estudo os
ambientes que ficam com as luzes acesas durante todo o funcionamento da
biblioteca. Os ambientes não abordados são de uso esporádico como banheiros e
depósitos.
Figura 16 – Planta baixa da biblioteca infantil Fonte: Autoria própria
Para que se possa fazer o estudo da iluminação atual da biblioteca,
coletamos dados que estão na tabela 4
Tabela 4 – Biblioteca Infantil: Distribuição e características dos equipamentos
Ambiente Equipamento Quantidade Tipo Potência total (W)
Iluminância média (lux)
1 – Gibiteca
Luminária 1 Luminária de
sobrepor -
85,5 Lâmpada 1 Fluorescente Tubular 40W
40
Reator 1 Partida rápida
15 W 15
51
2- Sala de leitura
Luminária 2 Luminária de
sobrepor -
178,0 Lâmpada 4 Fluorescente Tubular 40W
160
Reator 2 Partida rápida
22W 44
3 - Sala de leitura
Luminária 2 Luminária de
sobrepor -
150,5 Lâmpada 4 Fluorescente Tubular 40W
160
Reator 2 Partida rápida
22W 44
4 - Atendimento
Luminária 1 Luminária de
sobrepor -
101,6 Lâmpada 2 Fluorescente Tubular 40W
80
Reator 1 Partida rápida
22W 22
5 -Triagem do Acervo
Luminária 12 Luminária de
sobrepor -
156,6 Lâmpada 24 Fluorescente Tubular 40W
960
Reator 12 Partida rápida
22W 264
6 – Processamento
Técnico
Luminária 6 Luminária de
sobrepor -
186,8 Lâmpada 12 Fluorescente Tubular 40W
480
Reator 6 Partida rápida
22W 132
7 - Corredor
Luminária 1 Luminária de
sobrepor -
83,0 Lâmpada 2
Fluorescente
Tubular 40W 80
Reator 1 Partida rápida
22W 22
Fonte: Autoria própria
Fazendo a soma dos dados da tabela 4 temos uma potência
instalada total de 2503W.
4.2.2 Pavimento Térreo
A planta baixa do pavimento térreo foi dividida em duas partes para
facilitar sua visualização. A figura 17a representa a parte que fica mais a norte no
pavimento térreo.
52
Figura 17a – Planta baixa do pavimento térreo
Fonte: Autoria própria
Já a figura 17b representa a parte mais ao sul da planta baixa do pavimento térreo
da biblioteca.
Figura 17b – Planta baixa do pavimento térreo
Fonte: Autoria própria
Os dados coletados referentes aos equipamentos e iluminância do
pavimento térreo estão na tabela 5.
53
Tabela 5 - Pavimento Térreo: Distribuição e características dos equipamentos
Ambiente Equipamento Quantidade Tipo Potência total (W)
Iluminância média (lux)
8 - Leitura de jornais
Luminária 11 Luminária de
sobrepor -
369,5
Lâmpada 44 Fluorescente Tubular 40W
1760
Reator 22 Partida rápida
22W 484
9 - Corredor
Luminária 3 Luminária de
sobrepor -
203,6
Lâmpada 6 Fluorescente Tubular 40W
240
Reator 3 Partida rápida
22W 66
10 - Diretoria
Luminária
1
Luminária de sobrepor
-
243 Lâmpada 4
Fluorescente Tubular 40W
160
Reator 2 Partida rápida
22W 44
11 - Recepção e Empréstimos
Luminária 1 Luminária de
sobrepor -
328,6
Lâmpada 2 Fluorescente Tubular 40W
80
Reator 1 Partida rápida
22W 22
Luminária 3 Luminária de
sobrepor -
Lâmpada 12 Fluorescente Tubular 40W
480
Reator 6 Partida rápida
22W 132
12 - Hall
Luminária 3 Luminária de
sobrepor -
150
Lâmpada 6 Fluorescente Tubular 40W
240
54
Reator 3 Partida rápida
22W 66
13 - Xerox
Luminária 1 Luminária de
sobrepor -
344,2
Lâmpada 4 Fluorescente Tubular 40W
160
Reator 2 Partida rápida
22W 44
14 - Secretaria da Informática
Luminária 3 Luminária de
sobrepor -
319,8
Lâmpada 12 Fluorescente Tubular 40W
480
Reator 6 Partida rápida
22W 132
15 - Xerox
Luminária 3 Luminária de
sobrepor -
302,7
Lâmpada 12 Fluorescente Tubular 40W
480
Reator 6 Partida rápida
22W 132
16 – Acervo
Luminária 4 Luminária de
sobrepor -
235,0
Lâmpada 16 Fluorescente Tubular 40W
640
Reator 8 Partida rápida
22W 176
17 – Corredor
Luminária 2 Luminária de
sobrepor -
196,2
Lâmpada 4 Fluorescente Tubular 40W
160
Reator 2 Partida rápida
22W 44
55
18 - Sala de informática
Luminária 6 Luminária de
sobrepor -
302,0
Lâmpada 24 Fluorescente Tubular 40W
960
Reator 12 Partida rápida
22W 264
19 – Corredor
Luminária 1 Luminária de
sobrepor -
189,3
Lâmpada 4 Fluorescente Tubular 40W
160
Reator 2 Partida rápida
22W 44
20 – Corredor
Luminária 1 Luminária de
sobrepor -
112,0
Lâmpada 2 Fluorescente Tubular 40W
80
Reator 1 Partida rápida
22W 22
21 – Acervo
Luminária 10 Luminária de
sobrepor -
480,0
Lâmpada 40 Fluorescente Tubular 40W
1600
Reator 20 Partida rápida
22W 440
22 - Sala de Estudos
Luminária 3 Luminária de
sobrepor -
566
Lâmpada 12 Fluorescente Tubular 40W
480
Reator 6 Partida rápida
22W 132
23 – Acervo Luminária 8 Luminária de
sobrepor - 322,6
56
Lâmpada 24 Fluorescente Tubular 40W
960
Reator 12 Partida rápida
22W 264
24 – Corredor
Luminária 5 Luminária de
sobrepor -
391,6
Lâmpada 20 Fluorescente Tubular 40W
800
Reator 10 Partida rápida
22W 220
Fonte: Autoria própria
Fazendo a soma dos dados da tabela 5 temos uma potência
instalada total de 12648W.
4.2.3 Pavimento Superior
A figura 18 representa a planta baixa do pavimento superior da
biblioteca.
Figura 18 – Planta baixa do pavimento superior Fonte: Autoria própria
57
Os dados coletados referentes aos equipamentos e iluminância do
pavimento térreo estão na tabela 6.
Tabela 6 - Pavimento Superior: Distribuição e características dos equipamentos
Ambiente Equipamento Quantidade Tipo Potência total (W)
Iluminância média (lux)
25 - Sala de estudo
Luminária 1 Luminária de
sobrepor -
342,6 Lâmpada 4 Fluorescente Tubular 40W
160
Reator 2 Partida
rápida 22W 44
26 - Sala Londrina
Luminária 2 Luminária de
sobrepor -
305,2 Lâmpada 4 Fluorescente Tubular 40W
160
Reator 2 Partida
rápida 22W 44
27 - Trabalho em equipe
Luminária 1 Luminária de
sobrepor -
339 Lâmpada 4 Fluorescente Tubular 40W
160
Reator 2 Partida
rápida 22W 44
28 – Corredor
Luminária 4 Luminária de
sobrepor -
247,0 Lâmpada 8 Fluorescente Tubular 40W
320
Reator 4 Partida
rápida 22W 88
29 - Sala de leitura
Luminária 6 Luminária de
sobrepor -
298,2 Lâmpada 24 Fluorescente Tubular 40W
960
Reator 12 Partida
rápida 22W 264
30 - Sala de leitura
Luminária 6 Luminária de
sobrepor -
276,3 Lâmpada 24 Fluorescente Tubular 40W
960
Reator 12 Partida
rápida 22W 264
Fonte: Autoria própria
Fazendo a soma dos dados da tabela 6 temos uma potência
instalada total de 3468W.
58
4.3 Avaliação
No piso inferior foi observado que as paredes são brancas, com piso
cinza claro e com o pé-direito alto com forro de madeira escura.
Foi possível observar que na biblioteca no piso térreo e no piso
superior as paredes e teto são brancos ou em tons claros. Já o piso é de madeira
escura em grande maioria dos ambientes. Estudos sobre a gerência do tempo de
limpeza e cuidados com os ambientes também foram levados em consideração, a
limpeza do chão e mesas é feita diariamente e a limpeza das janelas é feita
semanalmente. As mesas de estudo utilizadas são de cores claras, com exceção de
algumas salas que possuem mesas com a cor natural da madeira e os assentos são
em maioria pretos.
No projeto deve ser considerado o fator de depreciação. Para a
biblioteca, considerada um ambiente com boa manutenção, pode ser considerado
como 20% ou Fd=0,8.
Para os cálculos do consumo consideramos o horário de expediente
da biblioteca de segunda à sexta-feira das 08h00 às 19h00 e também
quinzenalmente aos sábados das 8h às 13h. Consideramos 11 horas de
funcionamento de segunda-feira à sexta-feira e de 5 horas aos sábados. O total de
horas de funcionamento da biblioteca de segunda-feira à sexta-feira, em uma
semana, é então de 55 horas. Considerando que um mês possui 4 semanas,
teremos que a biblioteca funciona 230 horas por mês. Durante o período em que a
biblioteca está funcionando, as luzes de todos os ambientes considerados são
acesas manualmente e permanecem acesas até o fechamento da biblioteca.
A soma da potência instalada considerando as lâmpadas e reatores
citados é de 18.619W.
Na tabela 7 são mostrados os valores de iluminância média dos
ambientes existentes na biblioteca infantil comparados com os valores mínimos
exigidos pela NBR 5413/1992 e pela norma NBR ISO/CIE 8995-1. Os ambientes
destacados tiveram a iluminância medida bem abaixo da iluminância requerida por
norma.
59
Tabela 7 - Biblioteca infantil: Iluminância
Ambiente
Iluminância mínima (lux)
Medição NBR 5413/1992 NBR ISO/CIE 8995-13
1 – Gibiteca 85,5 240 240
2- Sala de leitura
178,0 360 600
3 - Sala de leitura
150,5 360 600
4 - Atendimento 101,6 240 600
5 -Triagem do Acervo
156,6 240 240
6 – Processamento
Técnico 186,8 240 600
7 - Corredor 83,0 90 100
Fonte: Autoria própria
Na biblioteca infantil foi possível notar que todos os ambientes
estavam com a iluminância medida abaixo das especificadas por norma.
Podem-se observar na tabela 7 os valores da iluminâncias medidas
no pavimento térreo da biblioteca comparadas aos valores mínimos em norma.
Tabela 8 - Pavimento Térreo: Iluminância
Ambiente Iluminância mínima (lux)
Medição NBR 5413/1992 NBR ISO/CIE 8995
8 - Leitura de jornais 369,5 360 600
9 - Corredor 203,6 90 120
10 - Diretoria 243 240 600
11 - Recepção e
Empréstimos 328,6 240 600
12 - Hall 150 90 120
60
13 - Xerox 344,2 240 600
14 - Secretaria da
Informática 319,8 240 600
15 - Xerox 302,7 240 600
16 – Acervo 235,0 240 240
17 – Corredor 196,2 90 120
18 - Sala de informática 302,0 240 600
19 – Corredor 189,3 90 120
20 – Corredor 112,0 90 120
21 – Acervo 480,0 240 240
22 - Sala de Estudos 566 360 600
23 – Acervo 322,6 240 240
24 – Corredor 391,6 90 120
17 – Corredor 196,2 90 120
18 - Sala de informática 302,0 240 600
19 – Corredor 189,3 90 120
Fonte: Autoria própria
Nos ambientes da tabela 8, somente uma das salas de estudo está
com a iluminância medida abaixo da iluminância necessária, nos outros ambientes
as iluminâncias estão de acordo com a norma.
Pode-se observar na tabela 9 os valores da iluminâncias medidas no
pavimento superior da biblioteca comparadas aos valores mínimos em norma.
Tabela 9 - Pavimento Superior : Iluminância
Ambiente
Iluminância mínima (lux)
Medição NBR 5413/1992
NBR ISO/CIE 8995/2013
25 - Sala de estudo 342,6 360 600
61
26 - Sala Londrina 305,2 240 600
27 - Trabalho em equipe 339 360 600
28 – Corredor 247,0 90 120
29 - Sala de leitura 298,2 360 600
30 - Sala de leitura 276,3 360 600
Fonte: Autoria própria
Na tabela 10 a maioria dos ambientes tem iluminação adequada.
Duas das salas de leitura estavam com a iluminância medida um pouco abaixo da
iluminância necessária.
4.4 Proposta
Posteriormente ao levantamento de dados dos equipamentos
instalados e iluminâncias, foi feita sua análise.
Para os ambientes em que a iluminância está de acordo com as
normas brasileiras, será verificado se é possível substituir os equipamentos
existentes por equipamentos de maior eficiência energética.
4.4.1 Escolha dos equipamentos
4.4.1.1 Lâmpadas
As lâmpadas que já são usadas na biblioteca atualmente são do tipo
fluorescente tubular de 40 watts. As lâmpadas fluorescentes são de alta eficiência
energética, baixo consumo e longa durabilidade. Essas qualidades fazem da
lâmpada fluorescente uma solução quando o objetivo é ter uma iluminação
econômica.
As lâmpadas fluorescentes estão disponíveis em diversas
tonalidades. Para escolher a tonalidade de cor é levado em consideração o tipo de
62
atmosfera que se deseja criar. Lâmpadas de 3000K apresentam temperatura de cor
quente e são mais utilizadas normalmente em residências, hotéis e vitrines. Já para
um lugar onde se deseja estimular a produtividade como escritórios, escolas e
bibliotecas, são utiliza das lâmpadas de 4000K. O modelo de lâmpada escolhida
pode ser visto na figura 19.
Figura 19 - Lâmpada fluorescente tubular escolhida Fonte: OSRAM (2007)
A lâmpada T8 lumilux, com consumo de 32 watts, além do alto
índice de reprodução de 80-89, garante que mesmo após 20.000 horas de uso a
lâmpada ainda esteja com 90% do seu fluxo luminoso.
4.4.1.2 Luminária
A luminária escolhida para a substituição da luminária existente no
novo projeto do sistema de iluminação é, segundo Lumicente, do modelo CAA01-
S232. Este modelo de luminária é de sobrepor, com corpo em chapa de aço
63
fosfatizada e pintada eletrostaticamente, refletor e aletas parabólicas em alumínio
anodizado de alta pureza e refletância e pode ser observada na figura 20.
Figura 20 – Tipo de luminária usada nas instalações da biblioteca - Luminária tipo calha Fonte: Lumicenter
Esse tipo de luminária possui um rendimento de 73%. Neste tipo de
luminária as lâmpadas ficam protegidas da visão direta do observador, como sugere
a norma atual NBR ISO/CIE 8995-1/2013: Iluminação de ambientes de trabalho.
4.4.1.3 Reator
Os reatores usados atualmente são do tipo eletromagnético de
partida rápida. Esses reatores poderiam ser trocados por reatores eletrônicos por
serem mais eficientes. Um reator eletromagnético para uma lâmpada de 32 watts
consome 15 watts e para duas lâmpadas consome 22 watts.
O reator selecionado foi o reator Eco MASTER da Philips. Segundo
o catálogo Reatores eletrônicos Eco MATER para lâmpadas „TL‟e „TL‟D, são
descritos como: possuem partida instantânea, sem cintilação e sem efeito
estroboscópico. Como característica é citado o alto fator de potência e baixa
distorção harmônica (THD). São aplicados em médias e grandes áreas como lojas
64
de departamentos, shopping centers, supermercados, escolas, empresas e órgãos
do governo.
Os dados técnicos destes reatores podem ser vistos na figura 21.
Figura 21 – Dados técnicos do reator selecionado Fonte: Philips (2012)
O reator eletrônico simples para uma lâmpada de 32 watts possui
uma potência total de 35 watts. Já um reator duplo para duas lâmpadas de 32 watts
consome 67 watts.
4.4.2 Proposta 1: Substituição de lâmpadas e reatores
Se for realizada a substituição de todas as lâmpadas fluorescentes
de 40W por lâmpadas de 32W e a troca dos reatores eletromagnéticos por reatores
eletrônicos nos ambientes estudados da biblioteca infantil, térreo e piso superior da
biblioteca, a potência instalada será menor e consequentemente o consumo mensal
também diminuirá.
Esses valores podem ser vistos, para a biblioteca infantil, na tabela
10.
Tabela 10 – Biblioteca Infantil: Consumo atual e com a substituição de equipamentos
Atual Proposta 1
Total de Lâmpadas 49 49
Potência da Lâmpada (W) 40 32
65
Total de Reatores 1 de 1x40
24 de 2x40
1 de 1x32
24 de 2x32
Potência do Reator (W) 15
22
3
3
Potência total (W) 2503 1643
Consumo/mês (kWh) 575,69 377,89
Fonte: Autoria própria
Na biblioteca infantil, com a troca dos equipamentos de iluminação
sugeridas, a potência instalada foi de 2503 W para 1643 W, uma redução de 860 W.
A economia mensal em kWh em torno de 197,8 kWh
Na tabela 11 encontra-se a relação dos equipamentos de iluminação
e da potência instalada no pavimento térreo.
Tabela 11 – Pavimento térreo: consumo atual e com a substituição dos equipamentos
Atual Proposta 1
Total de Lâmpadas 248 248
Potência da Lâmpada (W) 40 32
Total de Reatores 124 de 2x40 124 de 2x32
Potência do Reator (W) 22 3
Potência total (W) 12648 8308
Consumo/mês (kWh) 2909,04 1910,84
Fonte: Autoria própria
No pavimento térreo, realizando a substituição dos equipamentos de
iluminação sugeridas, produziria uma economia mensal em torno de 998,20 kWh
(aproximadamente 34%).
Já na tabela 12 temos a relação dos equipamentos e potência
instalada no pavimento superior da biblioteca.
Tabela 12 – Pavimento superior: consumo atual e com a substituição dos equipamentos
Atual Proposta 1
Total de Lâmpadas 68 68
Potência da Lâmpada (W) 40 32
Total de Reatores 34 de 2x40 34 de 2x32
66
Potência do Reator (W) 22 4
Potência total (W) 3468 2312
Consumo/mês (kWh) 797,64 531,76
Fonte: Autoria própria
No pavimento superior com a troca dos equipamentos de iluminação
sugerida, a potência instalada foi de 3468 W para 2312 W, uma redução de 1156 W.
A economia mensal em kWh em torno de 265,8 kWh.
Na tabela 13 temos o resumo do consumo atual e do consumo com
a proposta 1, mantém-se as luminárias e substitui-se as lâmpadas e reatores.
Tabela 13 – Resumo: consumo atual e com a substituição dos equipamentos
Atual Proposta 1
Total de Lâmpadas 365 365
Potência da Lâmpada (W) 40 32
Potência Total das Lâmpadas (W) 14600 11680
Total de Reatores 1 de 1x40
182 de 2x40
1 de 1x32
182 de 2x32
Potência do Reator (W) 15
22
3
3
Potência total dos Reatores (W) 4019 549
Potência total (W) 18619 12229
Consumo/mês (kWh) 4282,3 2812,67
Fonte: Autoria própria
Mantendo as luminárias existentes, fazendo a troca de lâmpadas e
reatores por equipamentos mais eficientes é possível se ter uma economia de 34%.
O novo sistema de iluminação considerando todos os ambientes abordados
produziria uma economia mensal de 14269,6 kWh. A potência instalada foi reduzida
de 18619 W para 12229 W, sendo essa uma economia de 6390 W.
4.4.3 Proposta 2: Substituição de luminárias, lâmpadas e reatores
A segunda proposta para substituição de equipamentos é feita não
somente com a substituição de lâmpadas e reatores, mas também com a troca de
luminárias, pelas luminárias do modelo selecionado. Com o auxílio do software para
67
cálculo luminotécnico Lumisoft foi possível simular um projeto de iluminação que
esteja de acordo com os valores mínimos exigidos em norma.
Na tabela 14 estão relacionados o número de luminárias necessárias
para cada ambiente da biblioteca infantil. No total seriam necessárias 24 luminárias.
Tabela 14 - Biblioteca Infantil: Número de luminárias para cada ambiente
Ambiente
Iluminância (lux)
Número de luminárias NBR ISO/CIE 8995 Simulação
1 – Gibiteca 240 460,80 1
2- Sala de leitura 600 672,05 3
3 - Sala de leitura 600 818,91 4
4 - Atendimento 600 741,13 3
5 -Triagem do Acervo 240 247,67 4
6 – Processamento
Técnico 600 754,74 8
7 - Corredor 120 474,92 1
1 - 7 Total de Luminárias 24
Fonte: Autoria própria
Na tabela 15 são mostrados quantas luminárias do tipo selecionado
são necessárias em cada ambiente para que a iluminância do ambiente esteja de
acordo com o valor dado em norma. Para o pavimento térreo pelo projeto do
software lumisoft, são 72 luminárias.
Tabela 15 – Pavimento térreo: Número de luminárias para cada ambiente
Ambiente
Iluminância (lux)
Número de luminárias
NBR ISO/CIE 8995 Simulação
8 - Leitura de jornais 600 628,64 14
68
9 - Corredor 120 147,80 2
10 - Diretoria 600 628,10 4
11 - Recepção e
Empréstimos 600 630,97 7
12 - Hall 120 226,26 2
13 - Xerox 600 631,59 3
14 - Secretaria da
Informática 600 727,07 5
15 - Xerox 600 727,07 5
16 – Acervo 240 265,48 3
17 – Corredor 120 190,08 2
18 - Sala de informática 600 265,48 3
19 – Corredor 100 171,98 1
20 – Corredor 100 282,56 1
21 – Acervo 240 266,14 8
22 - Sala de Estudos 600 617,43 4
23 – Acervo 240 287,25 6
24 – Corredor 120 136,64 2
8 – 24 Total de Luminárias 72
Fonte: Autoria própria
Na tabela 16 são dados os valores de luminárias necessários para
cada ambiente do pavimento superior. O total é de 42 luminárias.
Tabela 16 – Pavimento superior: Número de luminárias para cada ambiente
Ambientes Iluminância (lux) Número de luminárias
69
NBR ISO/CIE 8995 Simulação
25 - Sala de estudo 600 631,59 3
26 - Sala Londrina 600 619,64 6
27 - Trabalho em equipe 600 661,40 5
28 – Corredor 120 145,32 2
29 - Sala de leitura 600 603,34 13
30 - Sala de leitura 600 603,34 13
25 – 30 Total de luminárias 42
Fonte: Autoria própria
Na tabela 17 é dado o resumo das tabelas anteriores. O total de
equipamentos e sua potência.
Tabela 17 - Geral: Número de luminárias total para os três pavimentos
Atual Proposta 2
Total de Luminárias 114 138
Total de Lâmpadas 365 276
Potência da Lâmpada (W) 40 32
Potência Total das Lâmpadas (W) 14600 8832
Total de Reatores 1 de 1x40
182 de 2x40 138 de 2x32
Potência do Reator (W) 15
22 3
Potência total dos Reatores (W) 4019 414
70
Potência total (W) 18619 9246
Consumo/mês (kWh) 4282,37 2126,58
Fonte: Autoria própria
Na tabela 18 é mostrado, nos ambientes estudados, o consumo
atual e de acordo com a proposta, bem como a potência total instalada e com a
proposta 2. Essa tabela mostra também a diferença entre esses valores.
Tabela 18 - Consumo atual, proposto e a diferença entre eles
Atual Proposta 2 Diferença (Atual – Proposto)
Potência total (W) 18619 9246 9373
Consumo/mês (kWh) 4282,3 2126,58 2155,72
Fonte: Autoria própria
De acordo com os valores dados na tabela 18, a redução na
potência instalada e consumo seriam de 50%.
4.5 Retorno de Investimento
Através das faturas de energia elétrica da distribuidora de energia
COPEL, de setembro de 2011 a agosto de 2012 a biblioteca teve um consumo
médio de 4408,5 kWh por mês, sendo cobrado um valor médio aproximado de
1988,53 reais. O menor consumo de nesse período foi de 4082 kWh em um mês e o
maior de 5111 kWh em um mês, sendo cobrado por estes consumos 1843,43 reais e
2293,91 reais, respectivamente, impostos já incluídos. Nesse período a tarifação por
kWh foi de aproximadamente 0,451 reais.
71
4.5.1 Proposta 1: Substituição de lâmpadas e reatores
A tabela 19 relaciona o valor aproximado total de consumo pela
biblioteca, o consumo pela iluminação existente de acordo com a potência instalada
e o consumo pela iluminação pela proposta 1. Os valores estimados da iluminação
atual levam em consideração a carga instalada com todas as lâmpadas funcionando.
Tabela 19 – Consumo e tarifa
Unidade Consumo Valor unitário (reais) Valor total (reais)
Geral
kWh
4408,5
0,451
1988,53
Atual (iluminação) 4282,3 1931,32
Proposta 1 2812,7 1287,28
Fonte: Autoria própria
De acordo com a tabela 19, a biblioteca economizaria mensalmente
644,04 reais.
A tabela 20 mostra os gastos do retrofit pela proposta 1. A mão de
obra não possui custo por ser considerado que as trocas seriam efetuadas pelos
próprios funcionários de manutenção da biblioteca.
Tabela 20 – Proposta 1: Gastos com retrofit
Quantidade Valor unitário (reais) Valor total (reais)
Lâmpadas 365 6,50 2372,50
Reatores 1 de 1x32
182 de 2x32
18,07
20,97 3834,61
Mão de obra - - -
Total 6207,11
Fonte: Autoria própria
Considerando-se que o custo para implementação da proposta 1 é
de 6207,11 reais e que com a substituição dos equipamentos haveria uma economia
mensal de 644,04 reais, o tempo total para retorno de investimento seria de 10
meses.
72
4.5.2 Proposta 2: Substituição de luminárias, lâmpadas e reatores
A tabela 21 relaciona o valor aproximado total de consumo pela
biblioteca, o consumo pela iluminação existente de acordo com a potência instalada
e o consumo pela iluminação pela proposta 2, na qual são substituídas lâmpadas,
reatores e também as luminárias. Os valores estimados da iluminação atual levam
em consideração a carga instalada com todas as lâmpadas funcionando.
Tabela 21 - Consumo e tarifa
Unidade Consumo Valor unitário (reais) Valor total (reais)
Geral
kWh
4408,5
0,451
1988,53
Atual (iluminação) 4282,3 1931,32
Proposta 2 2126,58 959,09
Fonte: Autoria própria
De acordo com a tabela 21, a biblioteca economizaria mensalmente
972,23 reais.
A tabela 22 mostra os gastos do retrofit pela proposta 2.
Tabela 22 – Proposta 2: Gastos com retrofit
Quantidade Valor unitário (reais) Valor total (reais)
Luminária 138 82,90 11440,20
Lâmpadas 276 6,50 1794,00
Reatores 138 de 2x32 20,97 2893,86
Fiação 4 de 100m 40,70 162,80
Eletrocalha 40 de 3m 27,20 1088,00
Mão de obra
(substituição simples da luminária) 13 10,00 130,00
Mão de obra
(substituição do local da luminária) 125 18,00 2250,00
Total 19,758,86
Fonte: Autoria própria
Considerando-se que o custo para implementação da proposta 2 é
de 19758,86 reais e que com a substituição dos equipamentos (luminárias,
73
lâmpadas e reatores) haveria uma economia mensal de 972,23 reais, o tempo total
para retorno de investimento seria de 21 meses.
74
4 CONCLUSÃO
De acordo com o levantamento de dados sobre o sistema de
iluminação da Biblioteca Municipal de Londrina, foi constatado através das medições
de iluminância que em alguns ambientes da biblioteca a iluminação artificial está
deficiente, não atendendo aos valores indicados pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas na NBR ISO/CIE 8995-1:2013.
A partir desta análise foi feita uma primeira proposta de retrofit, na
qual seriam substituídos lâmpadas e reatores, mantendo-se as luminárias. Pode-se
perceber a possibilidade de redução da potência instalada em 34%. De acordo com
os cálculos de retorno de investimento para esta proposta, com a redução no
consumo de energia elétrica e consequente diminuição dos valores pagos pela
energia consumida, em aproximadamente 10 meses o valor investido no retrofit seria
quitado.
Com o auxílio do software para cálculo luminotécnico Lumisoft foi
possível simular um projeto de iluminação que esteja de acordo com os valores
exigidos em norma. É comum que seja necessária a atualização tecnológica do
sistema de iluminação de um edifício, bem como a manutenção, limpeza, reforma e
conserto dos equipamentos existentes. Com as simulações, foi desenvolvida a
proposta 2, na qual seriam substituídos luminárias, lâmpadas e reatores, a
possibilidade da potência instalada nos ambientes estudados foi de 50%. Com os
cálculos de retorno de investimento foi constatado que em aproximadamente em 21
meses, os valores investidos no retrofit seriam “quitados” com a redução nos valores
pagos pela energia elétrica utilizada na biblioteca. Analisando-se as propostas para
os três pavimentos da biblioteca para a substituição dos equipamentos de
iluminação existentes pelas duas propostas, resultaria em significativa economia.
Assim, atingindo os objetivos propostos, temos que a atualização de
um sistema de iluminação artificial como o da Biblioteca Pública Municipal de
Londrina, denominada Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, teria bons
resultados em economia de energia elétrica com o uso adequado para que a
biblioteca seja um local bem iluminado, agradável, convidativo aos usuários,
energeticamente eficiente com menor consumo de energia elétrica pelo sistema de
iluminação.
75
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5382: Verificação de
iluminância de interiores – Procedimento. Rio de Janeiro, abr. 1985.
_______. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, set.
2004.
_______. NBR 5413: Iluminância de interiores – Procedimento. Rio de Janeiro, abr.
1992.
_______.NBR ISO/CIE 8995-1: Iluminação de ambientes de trabalho. Rio de janeiro,
abr. 2013.
BARBOSA, Cláudia V.T. Percepção da Iluminação no Espaço da Arquitetura:
Preferências Humanas em Ambientes de Trabalho. 2010. 241p. Tese. (Pós-
Graduação em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade de São Paulo, São Paulo,
2010.
COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA - COPEL. Manual de eficiência
energética na indústria. Curitiba, nov. 2005.
COTRIM, Ademaro A.M.B. Instalações Elétricas. 4. ed. São Paulo: Prentice Hall,
2003. 678 p.
EMPALUX. Luminotécnica. Disponível em: < http://www.empalux.com.br/?a1=l >.
Acesso em: 21 maio 2013.
FREITAS, Paula C. F. Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas. 2009. 60p.
Universidade Federal de Uberlândia.
GHISI, Enedir. Desenvolvimento de uma metodologia para retrofit em sistemas
de iluminação: estudo de caso na Universidade Federal de Santa Catarina. 1997.
246 p. Dissertação de mestrado. (Pós-Graduação em Engenharia Civil) -
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1997.
76
INMETRO. Sistema internacional de unidades. Rio de Janeiro, 2012.
LUMICENTER lightning. Catálogo de luminárias comerciais. Disponível em: <
http://www.lumicenteriluminacao.com.br/pt/catalogo/produto/84.html>. Acesso em:
20 fev. 2013.
LUZ, Jeanine Marchiori da. Luminotécnica. 2007. Disponível em: <http://www.iar.
unicamp.br/lab/luz/ld/Livros/Luminotecnica.pdf>. Acesso em: 17 mar. 2013.
MILAGRE, Denise Raquel da Costa. Retrofit de uma instituição de ensino:
Redução de consumo de energia e retorno de investimento. 2010. 107 p. Trabalho
de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica) – Universidade Norte
do Paraná, Londrina, 2010.
MINIPA. Luxímetro Digital: MLM-1011. Disponível em: <
http://www.minipa.com.br/Caracteristicas.aspx?ID_Sub_Categoria=23&ID=359>.
Acesso em: 13 mar. 2013.
MINISTÉRIO DO TRABALHO. NR 10 – Segurança em instalações e serviços de eletricidade. 2004. 13p.
______. NR 17 - Ergonomia. 2007. 13p. OSRAM. Fluorescentes Tubulares OSRAM T8: Primeira escolha em durabilidade e
economia. 2007. 6 p. Disponível em:
<http://www.osram.com.br/osram_br/Ferramentas_&_Catlogos/_pdf/Arquivos/Ilumina
o_Geral/Fluorescente_Tubular_T8.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2013.
_______. Manual Luminotécnico Prático. 2004. 28p. Disponível em: <
http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/Livros/ManualOsram.pdf>. Acesso em: 23 abr.
2013.
O DIÁRIO. Biblioteca Pública de Londrina estende exposição comemorativa aos 60 anos.
Disponível em: < http://londrina.odiario.com/londrina/noticia/426463/biblioteca-estende-
exposicao-comemorativa-aos-60-anos/>. Acesso em: 20 maio 2013.
77
PHILIPS. Conceitos de Iluminação. Disponível em:
<http://www.lighting.philips.com.br/connect/support/faq_conceitos_de_iluminacao.wp
d>. Acesso em: 23 abr. 2013.
RODRIGUES, Pierre. Manual de iluminação eficiente. 2002. 36p. Disponível em:
<http://www.eletrobras.com/elb/procel main. asp>. Acesso em: 15 mar. 2013.
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR 10 – Segurança em instalações e
serviços em eletricidade. Dez. 2004.
______. NR 17 - Ergonomia. Maio 2013.
MUSEU DA ELETRICIDADE. Iluminância. Disponível em:
<http://www.wikienergia.pt/~edp/index.php?title=Lumin%C3%A2ncia_(medida)>.
Acesso em: 21 de maio 2013.
MUSEU DA LÂMPADA. O fogo. Disponível em:<
http://museudalampada.com.br/site-museu-da-lampada/o-fogo.html>. Acesso em: 14
mar. 2013.