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11 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROFESSOR ANTÔNIO GARCIA FILHO DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA ANTONIO CLEVERTON ALVES DE SOUZA AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E DO USO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES E ESTEROIDES ANABOLIZANTES POR USUÁRIOS DE ACADEMIAS NA CIDADE DE LAGARTO-SE. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Lagarto - SE Abril / 2018

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROFESSOR ANTÔNIO GARCIA FILHO

DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA

ANTONIO CLEVERTON ALVES DE SOUZA

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E DO USO DE

SUPLEMENTOS ALIMENTARES E ESTEROIDES

ANABOLIZANTES POR USUÁRIOS DE ACADEMIAS NA

CIDADE DE LAGARTO-SE.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Lagarto - SE

Abril / 2018

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ANTONIO CLEVERTON ALVES DE SOUZA

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E DO USO DE

SUPLEMENTOS ALIMENTARES E ESTEROIDES

ANABOLIZANTES POR USUÁRIOS DE ACADEMIAS NA

CIDADE DE LAGARTO-SE.

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado a Universidade Federal de

Sergipe, Campus Professor Antônio

Garcia Filho, como exigência para a

obtenção do Diploma de Graduação em

Farmácia.

Orientadora: Profª. Drª. Tais Cristina

Unfer

Lagarto - SE

Abril / 2018

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais por todo apoio e incentivo prestado ao longo da minha vida e

principalmente durante a graduação.

Aos meus amigos e colegas de curso, por todo apoio que recebi durante esses cinco

anos, como também a todas as pessoas que, de alguma forma, contribuíram nesse longo período.

A todos os professores que participaram da minha formação, em especial a minha

orientadora Prof ª Dra. Tais Cristina Unfer por todo o suporte e orientação para produção deste

trabalho.

E por fim, a Ivanildo (BahiaGym), Fábio (FisioForma) e Franclin (Franklin Fitness),

por terem cedido o ambiente para captação de voluntários para esta pesquisa.

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“O destino não é uma questão de chance ou sorte.

É uma questão de escolha.

Não é algo que você deve esperar acontecer,

Mas algo que deve ser conquistado”.

William Jennings Bryan

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RESUMO

Avaliação do conhecimento e do uso de suplementos alimentares e esteroides

anabolizantes por usuários de academias na cidade de Lagarto-SE.

Antonio Cleverton Alves de Souza, Lagarto, 2018.

Introdução: O uso de suplementos alimentares (SA) e esteroides anabolizantes (EAs)

vem crescendo expressivamente a cada ano. Os altos índices de consumo refletem em um

mercado bilionário que investe cada vez mais em marketing e criação de novos produtos para

o mundo fitness. Porém, esse crescimento é preocupante, pois estes produtos podem apresentar

riscos à saúde, principalmente os esteroides anabolizantes usados fora da indicação terapêutica.

Objetivos: Este estudo pretende avaliar o uso e conhecimento acerca dos suplementos

alimentares e esteroides anabolizantes por usuários de academias da cidade de Lagarto-SE.

Método: Este trabalho é um estudo qualitativo e quantitativo de corte transversal e a pesquisa

de campo utilizada para obter as informações dos usuários das academias foi realizada a partir

da aplicação de um questionário validado e adaptado, com 17 questões objetivas e subjetivas,

distribuídos em amostra não-probabilística intencional e por conveniência de 100 voluntários.

Resultado: O estudo foi composto por 62 homens (62%) e 38 mulheres (38%), cuja idade

predominante foi dos 21 aos 25 anos (30%). Os resultados mostram que 81% acreditam que os

SA ou EAs podem ser utilizados em certos momentos e 76% seguem as recomendações do

fabricante; 52% receberam indicação de nutricionistas; 57% já fizeram uso ou conhece alguém

que utilizou anabolizantes. Os produtos mais citados foram: Whey protein, BCAA, Creatina,

Cafeína e Albumina e 17% já fizeram uso de esteroides anabolizantes. A principal fonte de

informação foi a internet (46%); menos de 50% dos usuários tinham conhecimento dos

principais efeitos deletérios dos esteroides. Conclusão: Portanto, o uso de suplementos

alimentares e esteroides anabolizantes se mostrou frequente, onde uma grande parte dos

usuários procuram informações na internet, apresentando um nível baixo à razoável de

conhecimento sobre esses produtos e seus potenciais riscos.

Palavras chave: Suplementos, anabolizantes, recursos ergogênicos.

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ABSTRACT

Evaluation of the knowledge and use of dietary supplements and anabolic steroids by

users of gyms in the city of Lagarto-SE.

Antonio Cleverton Alves de Souza, Lagarto, 2018.

Introduction: The use of dietary supplements (SA) and anabolic steroids (AAS) has

been increasing significantly each year. The high consumption rates reflect in a billionaire

market that invests more and more in marketing and creation of new products for the fitness

world. However, this growth is worrisome, since the main health risks, especially the anabolic

steroids, can be seen during the therapeutic session. Objectives: This study aims to evaluate

the use and knowledge about dietary supplements and anabolic steroids by users of academies

in the city of Lagarto-SE. Method: This work is a qualitative and quantitative cross-sectional

study and the field research used to obtain the information of the users of the academies was

carried out through the application of a validated and adapted questionnaire, with 17 objective

and subjective questions, distributed in a sample intentional non-probabilistic and for the

convenience of 100 volunteers. Results: The study consisted of 62 men (62%) and 38 women

(38%), whose predominant age was 21 to 25 years (30%). The results show that 81% believe

that SA or AEs can be used at certain times and 76% follow the manufacturer's

recommendations; 52% received an indication of nutritionists; 57% have already used or know

someone who used anabolic steroids. The most cited products were: Whey protein, BCAA,

Creatine, Caffeine and Albumin and 17% have already used anabolic steroids. The main source

of information was the Internet (46%); less than 50% of users were aware of the major

deleterious effects of steroids. Conclusion: Therefore, the use of dietary supplements and

anabolic steroids has been frequent, where a large number of users search for information on

the Internet, presenting a low to reasonable level of knowledge about these products and their

potential risks.

Keywords: supplements, anabolic, ergogenic aids.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABENUTRI: Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais

ADP: difosfato de adenosina

ALT: alanina aminotransferase

ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária

AST: aspartato aminotransferase

ATP: trifosfato de adenosina

BCAA: Branched Chain Amino-Acids

CFN: Conselho Federal de Nutrição

DNA: ácido desoxirribonucleico

DSHEA: Dietary Supplement Health and Education Act

EAs/EAAs: esteroides anabolizantes

FSH: hormônio folículo-estimulante

GH: hormônio do cresimento

HMB: β−hidroxi-β-metilbutirato

IDR: ingestão diária recomendada

IGF-I/II: insulin-like growth factors

IOC: international Olympic Committee

LH: hormônio luteinizante

mTOR: mammalian Target of Rapamycin

PCr: fosfocreatina

PDGE: platelet-derived growth factors

RDA: recommended dietary allowance

RE: recursos ergogênicos

RNA: ácido ribonucleico

SA: suplementos alimentares

SNC: sistema nervoso central

TGF: transforming growth factor

TGI: trato gastrointestinal

TR: treinamento resistido

WADA: World Anti-Doping Agency

WP: Whey protein

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Representação da reciclagem de aminoácidos essenciais.

Figura 2. Nível de escolaridade.

Figura 3. Tempo de prática regular na academia.

Figura 4. Dias praticados por semana e duração do treino.

Figura 5. Intensidade considerada do treino.

Figura 6. Objetivos desejados pelos usuários de suplementos e ergogênicos.

Figura 7. Fontes de informações sobre SA e RE.

Figura 8. Opinião sobre SA e RE associados a atividade física.

Figura 9. Suplementos alimentares e recursos ergogênicos mais utilizados.

Figura 10. Momento do consumo de SA e RE.

Figura 11. Origem das indicações de SA e RE.

Figura 12. Efeitos adversos mais citados pelos participantes da pesquisa.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................11

2. REVISÃO DE LITERATURA .........................................................................................14

2.1. Suplementos alimentares ..............................................................................................14

2.1.1. O que são suplementos alimentares? .................................................................14

2.1.2. Recursos ergogênicos .........................................................................................15

2.1.3. Legislação ...........................................................................................................15

2.1.4. Mercado de suplementos no Brasil e no mundo ................................................17

2.1.5. Consumo de suplementos alimentares no Brasil e no mundo ............................17

2.1.6. Os riscos do uso indiscriminado de suplementos alimentares............................19

2.2. Suplementos mais utilizados na prática esportiva ........................................................21

2.2.1. Whey protein ......................................................................................................21

2.2.2. BCAA .................................................................................................................24

2.2.3. Creatina ..............................................................................................................26

2.2.4. Cafeína ...............................................................................................................28

2.3. ESTERÓIDES ANABÓLICOS ...................................................................................30

3. OBJETIVOS ......................................................................................................................34

3.1. Objetivo Geral ..............................................................................................................34

3.2. Objetivos Específicos ...................................................................................................34

4. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................35

4.1. Do estudo ......................................................................................................................35

4.1.1. Delineamento do estudo ....................................................................................35

4.1.2. População e amostra ..........................................................................................35

4.1.3. Local de estudo ..................................................................................................35

4.1.4. Coleta de dados ..................................................................................................35

4.1.5. Do tratamento dos dados ...................................................................................36

4.1.6. Aspectos éticos ..................................................................................................36

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................37

6. CONCLUSÃO ....................................................................................................................48

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................59

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ANEXO I ...............................................................................................................................66

ANEXO II ..............................................................................................................................68

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1 INTRODUÇÃO

De acordo com o Conselho Federal de Nutrição, os suplementos alimentares são

produtos formulados para complementar as necessidades nutricionais diárias de um indivíduo

saudável, seja com calorias e/ou nutrientes, quando a alimentação normal não for suficiente, ou

em alguns casos especiais. No Brasil, a legislação não traz uma categoria específica de

suplementos alimentares, no entanto, existem algumas categorias de produtos finalidade de

suplementar a dieta com nutrientes ou outras substâncias em situações específicas, como

suplementos vitamínicos e ou minerais (Portaria n.32/1998) e os alimentos para atletas (RDC

n.18/2010).

O consumo de suplementos alimentares, no geral, vem crescendo de forma acelerada no

mundo inteiro, de acordo com relatório publicado pela Zion Market Reseach, o mercado

mundial de suplementos alimentares estava avaliado em US$ 132,8 (R$ 417,7) bilhões em 2016

e deverá chegar a US$ 220,3 bilhões em 2022. Ainda de acordo com o relatório, a

suplementação dietética esportiva é um dos mercados que cresce de forma mais rápida, devido

ao aumento da quantidade de locais para prática de atividade física como academias e centros

de saúde (JOHN, 2017). Segundo a edição nº 44 da revista C&S (Comércio e Serviços)

publicado em maio de 2016 pela Federação do Comércio e Bens, Serviços e Turismo do Estado

de São Paulo (FECOMERCIO), o mercado de suplementos nutricionais no Brasil tem crescido

anualmente 25% nos últimos 5 anos, estima-se que esse setor do comércio movimenta

anualmente R$ 1,5 bilhão.

Vários estudos confirmam a alta prevalência da utilização de suplementos alimentares

por praticantes de atividade física, seja recreacionais ou profissionais. Muitos usam como fonte

de informação sobre os suplementos, os amigos, vendedores, internet e profissionais de

educação física. É notável que boa parte das indicações não são feitas por profissionais,

observa-se também que homens usam mais suplementos do que as mulheres, sendo creatina,

proteínas e aminoácidos os mais utilizados, em alguns casos até acima do recomendado (CAVA

et al., 2017; NABUCO et al., 2017; NOGUEIRA et al., 2015).

Além dos suplementos alimentares, outra classe de produtos são frequentemente

utilizados ao redor do mundo como “recurso ergogênico” (equipamento, técnica ou substância

usada para aumentar a performance nos esportes), para ganho de massa muscular e melhora da

aparência física, são os Esteroides Anabolizantes (EAs) ou também conhecidos como

Esteroides Andrógenos Anabólicos (EAAs), usados tanto por praticantes de musculação como

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também por atletas de outras modalidades esportivas, seja o uso recreativo ou por profissionais

(NABUCO et al., 2017; REIS et al., 2017; LEE et al., 2016). Além do uso para ganho de massa

muscular, também se verifica o interesse pela redução da gordura corporal e aumento no

desempenho físico (KANAYAMA et al., 2010).

Os esteroides anabolizantes são hormônios sintéticos indicados clinicamente para fins

terapêuticos, com ação semelhante à testosterona, o principal hormônio androgênico masculino

(BRUNTON, 2012). Boje em 1939 foi o primeiro a sugerir que a administração de testosterona

exógena poderia melhorar a performance física e desde então o uso dessas substâncias foi sendo

identificado em diversos eventos esportivos (HOFFMAN e RATAMESS, 2006). Em 1975, os

esteroides anabólicos androgênicos entraram para a lista de substâncias banidas pelo

International Olympic Committee (IOC), sendo seu uso sem prescrição médica e supervisão

chamado de “doping” e considerado ilegal nos Estados Unidos e Canadá, e em 2013 a WADA

(World Anti-Doping Agency) em conjunto com o IOC, publicaram uma lista de substâncias

proibidas tanto dentro quanto fora do esporte, em 2016 todos os EAAs foram banidos dos

esportes (PIACENTINO et al., 2017).

Nos Estados Unidos, estima-se que mais de 2 milhões de indivíduos com idade entre 13

e 50 anos utilizam ou utilizaram os esteroides androgênicos anabólicos, dentro desse número,

aproximadamente 1 milhão tiveram experiência de dependência dessas drogas (JUNIOR,

2014). No Brasil, diversos estudos demonstram alta prevalência do uso de esteroides

anabolizantes em muitas regiões e cidades (NABUCO, 2017; REIS et al., 2017; NOGUEIRA

et al., 2015). Abrahin et al (2014) aponta números que variam entre 2,1% e 31,6% de

prevalência do uso de esteroides anabólicos, sendo essa variação justificada pelas características

específicas de cada região analisada.

Percebe-se alta prevalência tanto no uso de suplementos alimentares como também

esteroides anabólicos por praticantes de musculação e outros esportes no Brasil, afim de obter

desempenho e um corpo saudável e musculoso. Ademais, é perceptível um conhecimento

limitado acerca desses produtos, onde na maioria das vezes as principais fontes de informação

são duvidosas (NABUCO et al., 2017; REIS et al., 2017; NOGUEIRA et al., 2015).

Além do Brasil, o consumo crescente destas substâncias também ocorre em outros

países (MOLERO et al., 2017; JUNIOR et al., 2014; NAKHAEE et al., 2013). Este é um dado

preocupante, já que muitos desses produtos apresentam riscos à saúde. Segundo a revisão de

Goldman e Basaria (2017), estudos indicam que os esteroides anabolizantes em doses supra

fisiológicas podem causar danos graves à saúde, afetando o coração, causando alterações

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neurológicas como agressividade e compulsividade, ansiedade, dismorfia muscular e

depressão, além de afetar a reprodução devido a redução da produção de testosterona endógena,

prejudicando as características sexuais masculinas e a fertilidade, além de serem considerados

drogas hepatotóxicas, principalmente as formas orais.

Os suplementos alimentares também apresentam riscos à saúde. Estudos sugerem que a

alta ingestão de proteínas (acima da ingestão diária recomendada de 0,8g por kg de peso

corporal para adultos pouco ativos e 1,5g por kg para indivíduos ativos) a longo prazo pode

causar efeitos adversos como distúrbios ósseos, distúrbios na função renal e hepática, aumentar

o risco de câncer e precipitar a progressão da doença arterial coronariana. (DELIMARIS, 2013).

Existe outro problema, além do abuso do uso de suplementos alimentares, a questão

contaminação desses produtos (intencional ou não-intencional), onde foi observado em algumas

investigações, doses excessivas de ingredientes potencialmente tóxicos e lesivos a saúde, não

indicados no rótulo e considerados doping pela Agência Mundial Antidoping (WADA), entre

eles estão os esteroides anabólicos androgênicos e psicoestimulantes (MATHEWS et al., 2017;

PARRA, 2011). Isso acontece devido à falta de controle desses produtos, ao quais são

facilmente comprados na internet, sem nenhuma exigência legal (SOLIMINI, 2017).

Até a presente data, não existe nenhum estudo na cidade de Lagarto – SE relacionado

ao conhecimento e consumo de suplementos alimentares e/ou esteroides anabólicos por

usuários de academias, sendo este trabalho importante para entender a situação local em relação

a utilização desses produtos, que representam um movimento de mercado bilionário todos os

anos e cuja alta prevalência de consumo é identificada em todo o globo, reflexo do fácil acesso

e compra dos mesmos, da indicação por profissionais e leigos na área, além auto-indicação,

fatores que representam risco a saúde de seus consumidores.

Sendo assim, o presente trabalho pretende avaliar o consumo desses produtos e analisar

o nível de conhecimento por parte dos usuários sobre os suplementos alimentares e esteroides

anabólicos, servindo como um dado de referência para medidas educativas e preventivas à

saúde da população, apresentando-se como um estudo inédito na cidade de Lagarto-SE.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Suplementos Alimentares

2.1.1. O que são suplementos alimentares?

De acordo com a resolução CFN nº 380 de 2005 do Conselho Federal de Nutrição, os

suplementos alimentares ou nutricionais são definidos como alimentos que servem para

complementar, com calorias e/ou nutrientes a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos

onde sua ingestão, a partir de alimentação, seja insuficiente, ou quando a dieta requerer

suplementação (BRASIL, 2005).

Na mesma resolução (nº 380/2005 CFN), encontra-se também a definição de

suplemento vitamínico e/ou mineral, como sendo alimentos que servem para complementar

com nutrientes a dieta de um indivíduo saudável, quando a ingestão a partir dos alimentos se

torna insuficiente, ou quando se julga necessária a suplementação, não podendo substituir

alimentos ou serem considerados dietas exclusivas.

Existem também os suplementos esportivos que consistem de proteínas em pó e barras,

géis e bebidas energéticas, que são usados com a finalidade de aumentar a massa muscular,

auxiliar na perda de peso e redução da gordura corporal, como também aumentar o desempenho

físico (KREIDER et al., 2010). Esse tipo de produto está incluído na legislação específica de

“Alimentos para atletas” da ANVISA.

O Brasil ainda carece de legislação mais ampla e detalhada sobre os suplementos

alimentares, com categorias mais claras e objetivas, trazendo melhor definição e facilitando a

classificação e o controle desses produtos (ANISA, 2017).

Segundo a Dietary Supplement Health and Education Act (DSHEA) de 1994,

suplementos alimentares são produtos destinados a complementar a dieta e contêm vitaminas,

minerais, ervas, aminoácidos, enzimas e metabólitos, e que podem ser encontrados em muitas

formas, como comprimidos, cápsulas, cápsulas de gelatina mole, géis, pós ou líquidos

(NABUCO et al., 2017).

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2.1.2. Recursos ergogênicos

Os recursos ergogênicos (RE) são definidos como as substâncias usadas para aumentar

a capacidade do trabalho corporal pela intensificação da potência física, melhorar o

desempenho psicológico e mental ou do limite mecânico, de forma a prevenir ou retardar o

aparecimento da fadiga e melhorar o desempenho físico (REIS et al., 2017).

O hábito de praticar exercício físico e utilizar concomitantemente recursos ergogênicos

nutricionais e farmacológicos vem se tornando cada vez mais comum e esportistas chegam a

consumir grandes quantidades destes produtos. Os recursos ergogênicos podem ser

classificados em cinco categorias: nutricional, farmacológico, fisiológico, psicológico e

biomecânico (PEREIRA, 2014).

Os RE farmacológicos mais utilizados nos esportes são os esteroides androgênicos

anabolizantes (EAAs), já os RE nutricionais são: Creatina, β−hidroxi-β-metilbutirato (HMB),

bicarbonato de sódio, β−Alanina e cafeína (MORIONES e SANTOS, 2017; BERNSTEIN et

al., 2004). Nos próximos tópicos, os esteroides anabólicos, a creatina, HMB e cafeína serão

tratados de forma mais detalhada.

2.1.3. Legislação

De acordo com a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária não existe na legislação

brasileira uma categoria de ‘suplemento alimentar’ e, portanto, uma definição para estes

produtos na área de alimentos. Existem algumas categorias de produtos que tem finalidade de

suplementar a dieta com nutrientes ou outras substâncias em situações específicas (ANVISA,

2017).

Esses produtos precisam ser regulamentados, então a ANVISA classifica os

suplementos alimentares em várias categorias, duas delas são os “Alimentos para atletas”,

definidos na RDC n.18 de 2010 e os “Suplementos vitamínicos e ou minerais” da Portaria

n.32/1998.

A RDC nº 18 de 2010 tem como objetivo estabelecer uma classificação, a designação,

os requisitos da composição e também a rotulagem dos produtos dessa categoria (BRASIL,

2010). Definição de alimentos para atletas:

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“Os Alimentos para Atletas são definidos como alimentos especialmente

formulados para auxiliar os atletas a atender suas necessidades nutricionais

específicas e auxiliar no desempenho do exercício” (BRASIL, 2010).

Incluem-se nessa categoria, os suplementos hidroeletrolíticos, energéticos, proteicos,

para substituição parcial de refeições, creatina e cafeína. Dentro de cada tipo de produto ou

categoria, são determinados limites de concentração de nutrientes e porcentagens de

composição, como a quantidade de sódio, potássio, carboidratos, vitaminas, minerais, fibras e

outros. (BRASIL, 2010).

Além da composição, a rotulagem também descreve itens essenciais que devem conter

nos produtos, como a obrigatoriedade da presença da seguinte frase: “Este produto não substitui

uma Alimentação equilibrada, e seu consumo deve ser orientado por nutricionista ou médico”

(BRASIL, 2010).

A portaria nº 32, de 13 de janeiro de 1998 aprova o Regulamento Técnico para

Suplementos Vitamínicos e ou Minerais, que constam em anexo na mesma, com o objetivo de

“Fixar a identidade e as características mínimas de qualidade a que devem obedecer os

Suplementos Vitamínicos e ou de Minerais”, deixando claro que não se encaixam nesta

categoria os produtos que contem hormônios, substâncias medicamentosas ou de origem natural

como fitoterápicos, entre outros (BRASIL, 1998). Define-se o que são estes produtos:

“Suplementos vitamínicos e/ou minerais são alimentos que servem para

contemplar com estes nutrientes a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos

onde sua ingestão a partir da alimentação, seja insuficiente ou quando a dieta

requerer suplementação”.

Devem conter no mínimo de 25% e no máximo até 100% da Ingestão Diária

Recomendada (IDR) de vitaminas e ou minerais, na porção diária indicada pelo fabricante, não

podendo substituir os alimentos, nem serem considerados como dieta exclusiva. (BRASIL,

1998). Podendo serem classificados como: Vitaminas isoladas ou associadas entre sí, Minerais

isolados ou associados e Associação de vitaminas e minerais.

As outras legislações de alimentos não são pertinentes a este trabalho, uma vez que o

foco são os suplementos utilizados por atletas e praticantes de atividade física.

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2.1.4. Mercado de suplementos alimentares no Brasil e no mundo

De acordo com a revista C&S, o mercado nacional de suplementos nutricionais está

cada vez mais forte e apresenta uma excelente expansão econômica, mesmo em tempos de crise,

isso devido a procura pela melhora na qualidade de vida, juntamente com uma alimentação

saudável, gerando alta receita no setor de alimentos, sendo registrado um crescimento médio

anual de 25% nos últimos cinco anos, estimando um movimento de mais de R$ 1,5 bilhão, de

acordo com a Nielsen Consultoria, já nos Estados Unidos, onde o setor está consolidado e tem

um movimento mais forte, o faturamento chega aos US$ 4 bilhões por ano de acordo com a

Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) (FECOMERCIO SP,

2016).

A Zion Market Research publicou em 2017 um relatório sobre o mercado mundial de

nutrição esportiva, trazendo dados de volume financeiro desde 2016, e que neste mesmo ano

movimentou respectivamente US$ 28,37 bilhões e deverá atingir, segundo projeção, US$ 45,27

bilhões até 2022, com uma taxa anual de crescimento composta de 8,8% entre 2017 e 2022

(JOHN, 2017). Nutrição esportiva refere-se ao consumo de nutrientes, como vitaminas,

minerais, suplementos e substâncias orgânicas que constituem carboidratos, proteínas e

gorduras. Os produtos de nutrição esportiva, como bebidas esportivas, suplementos para

esportes e alimentos esportivos, são desenvolvidos e consumidos por atletas e bodybuilders

(fisiculturistas) para melhorar sua saúde geral, desempenho e crescimento muscular. (JOHN,

2017).

2.1.5. Consumo de suplementos alimentares no Brasil e no mundo

O consumo de suplementos alimentares vem se tornando cada vez mais comum no

Brasil, isso é confirmado pela alta prevalência do uso desses produtos por praticantes de

atividade física, como é visto em diversos artigos publicados, e bastante variável com números

entre 37% e 98% (NABUCO et al., 2017; RODRIGUES et al., 2017; SILVA et al., 2017;

NABUCO et al., 2016; NOGUEIRA et al., 2015; BARBOSA et al., 2015; LOPES et al., 2015;

MELLO et al., 2015; MOREIRA e RODRIGUES, 2014; PEREIRA, 2014; OSELAME e

OSELAME, 2013; SILVA e MARINS, 2013; FAYH et al., 2013; FELIX, 2011; ALVES e

LIMA, 2009; HIRSCHBRUCH et al., 2008).

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Em alguns estudos, foi relatado uma prevalência do uso excessivo (acima do

recomendado pela Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte) de suplementos por

profissionais atuantes em academias e por atletas (CAVA et al., 2017; RODRIGUES et al.,

2017).

Nos últimos anos um grande número de pessoas tem procurado aderir a prática da

atividade física associada ao uso de suplementos alimentares a fim de melhorar a saúde em

vários aspectos, tendo como principais objetivos a obtenção do condicionamento físico,

melhoria estética, perda de peso e principalmente a hipertrofia da musculatura esquelética

(CAVA et al., 2017; NABUCO et al., 2017; REIS et al., 2017; LOPES et al., 2015; OSELAME

e OSELAME, 2013).

A suplementação proteica é muito comum por atletas que objetivam o aumento da massa

muscular, principalmente quando envolvem práticas com alta quantidade de pesos como a

musculação, onde a própria característica da modalidade promove uma necessidade maior de

proteínas, onde a alimentação deve ser a principal fonte, e secundariamente a suplementação

(CORRÊA e NAVARO, 2014).

Entre os suplementos disponíveis no mercado, os suplementos vitamínicos têm se

mostrado uma tendência entre os atletas, presente em 70% dos estudos, como um dos mais

consumidos, seguido de aminoácidos e proteínas, e depois bebidas energéticas (NABUCO et

al., 2016). Outros estudos apontam que os suplementos mais consumidos são os produtos Whey

protein, BCAA e a Creatina (CAVA et al., 2017; NABUCO et al., 2017; REIS et al., 2017;

NOGUEIRA et al., 2015; BARBOSA et al., 2015; LOPES et al., 2015; MELLO et al., 2015;

MOREIRA e RODRIGUES, 2014; OSELAME e OSELAME, 2013; SILVA e MARINS, 2013;

FAYH et al., 2013; FELIX, 2011; ALVES e LIMA, 2009; HIRSCHBRUCH et al., 2008;

DOMINGUES e MARINS, 2007).

Um fator preocupante relacionado ao crescente consumo de suplementos alimentares,

está relacionado ao conhecimento dos usuários sobre esses produtos, que muitas vezes vem de

fontes de informação duvidosa, como lojas de suplementos, amigos, internet, ou orientação e

indicação de profissionais que não são nutricionistas, em muitos casos também, da

autoprescrição (NABUCO et al., 2017; REIS et al., 2017; NABUCO et al., 2016; NOGUEIRA

et al., 2015; LOPES et al., 2015; PEREIRA, 2014).

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2.1.6. Os riscos do uso indiscriminado de suplementos alimentares

Os efeitos adversos associados ao consumo de longo prazo de dietas com alta quantidade

de proteínas, inclui distúrbios dos ossos e homeostase do cálcio, distúrbio da função renal,

aumento do risco de câncer, distúrbio da função hepática e progressão da doença arterial

coronária (DELIMARIS, 2013). Esses efeitos são observados somente quando o consumo

proteico excede a recomendação de 0,8g/kg de proteína por dia em adultos saudáveis

(sedentários ou levemente sedentários) e 1,5g/kg para atletas ou praticantes recreativos

(fisicamente ativos), de acordo com a RDA (Recommended dietary allowance “Ingestão

recomendada diária”) dos Estados Unidos (SAMAL e SAMAL, 2017).

Uma dieta com altas quantidades de proteína pode gerar uma grande quantidade de ácido

nos fluidos corporais, e os rins respondem a essa dieta ácida com a excreção líquida ácida,

simultaneamente a esse processo, a reabsorção óssea é estimulada e ocorre a perda excessiva

de cálcio, como também inibe a reabsorção renal desse mineral, que gera hipercalciúria e

posteriormente pode levar a perda de massa óssea (BARZEL e MASSEY, 1998). Um estudo

feito em 2001, por Sellmeyer e Stone, aponta que altas taxas de ingestão de proteína animal, se

comparada a proteína vegetal, tem uma associação com o aumento da perda óssea e do risco de

fraturas em mulheres pós-menopausa.

Outro problema que pode surgir decorrente ao uso de grandes quantidades de proteína,

são distúrbios na função renal. A hipercalciúria causada pelo excesso de proteína na dieta, pode

levar ao desenvolvimento de nefrolitíase, que é a formação de cálculos renais (GOLDFARB,

1988). Baixa ingestão de água associada ao consumo excessivo de proteína são fatores de risco

para o surgimento de “pedras” nos rins (GOLDFARB e COE, 1999). Estudos sugerem que uma

ingestão proteica acima das recomendações de ingestão, a longo prazo, aumenta o risco de

desenvolvimento da doença renal crônica, principalmente se o indivíduo possui doenças como

diabetes e obesidade (KAMPER e STRANDGAARD, 2017).

Além disso, a ingestão excessiva de proteína acima da ingestão diária recomendada pode

levar a obesidade, especialmente se o indivíduo vive uma vida sedentária, como as proteínas

são quebradas e liberam energia, esse excesso pode ser armazenado como glicogênio, e ainda

estocadas como gordura corporal (BUCHHOLZ e SCHOELLER, 2004).

Harisson et al (2017), descreve a relação entre a ingestão de leite e a promoção e

progressão do câncer de próstata via efeito dos IGFs (Insulin-like growth factors “Fatores de

crescimento semelhante a insulina”), cuja conclusão sugere uma forte relação entre a influência

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do IGF, em particular IGF-1 (presente na composição do whey protein e outros suplementos

derivados do leite) e o desenvolvimento e progressão da doença.

Um estudo realizado por Pontes et al (2013) indicou que o consumo de suplementos

proteicos pode estar relacionado ao aumento da incidência de acne em jovens adultos, isso pode

ser causado principalmente pelo whey protein, e especialmente o whey protein concentrado,

que contem hormônios do leite intactos, os quais podem levar ao aparecimento da acne. Whey

protein extraído do leite da vaca contém 6 fatores de crescimento ao qual podem estar

relacionados a acne: TGF, IGF-I e II, PDGE e FGF-I e II (KRISSANSEN, 2007). A relação do

whey protein com a indicência de acne também foi comparada em outro estudo com o potencial

do leite de causar esse problema, principalmente devido a utilização do whey dissolvido em

leite, levando ao surgimento de acne de diferentes graus, desde grau I até III (CENGIZ et al.,

2017). Ainda sobre a acne, a isotretinoína é a terapia mais efetiva atualmente para o tratamento

desse problema, mas tem potencial para gerar inúmeros efeitos adversos, e a utilização

concomitante com suplementos alimentares como proteínas, creatina ou fitoterápicos é

desaconselhada, devido ao risco de elevação das enzimas hepáticas, aspartato aminotransferase

(AST) e alanina aminotransferase (ALT) indicando um possível dano as células hepáticas

(DEKLOTZ et al., 2017).

Dados relevantes no que diz respeito às reações adversas do uso de suplementos

alimentares está relacionado à presença de contaminantes no produto, com potencial risco de

levar à problemas graves na saúde dos usuários, e que muitas vezes essas substâncias são

consideradas doping no meio esportivo (CORRÊA e NAVARRO, 2014). Dados sugerem que

10% a 15% dos suplementos contém substâncias proibidas e apresentam risco considerável de

doping acidental ou involuntário (OUTRAM e STEWART, 2015). Baumer e colaboradores

(2006) realizaram um estudo onde foram analisados 103 suplementos alimentares mais

populares entre os atletas, classificados em 4 categorias: creatina, BCAA, pró-hormonais

(banidos pela WADA) e estimulantes mentais. Não foi encontrada contaminação por

estimulantes nos suplementos analisados, mas, altas concentrações de cafeína, efedrina e

sinefrina acima dos valores descritos nos rótulos foram detectadas nos produtos da categoria

“estimulantes mentais”, além disso, nos outros produtos também foi encontrado contaminação

por substâncias hormonais, principalmente os esteroides anabólicos como androstenediona,

metandienona, nandrolona, entre outros análogos de testosterona, também banidos pela WADA

(BAUMER et al., 2006).

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Deldicque e Francaux (2016) descreve que mais de 50% da população norte americana

adulta consome no mínimo um tipo de suplemento, cerca de 60% dos atletas consomem

suplementos alimentares de algum tipo. Plotan (2012) relata que 90% dos suplementos

esportivos investigados contêm traço de disruptores endócrinos estrogênicos (substâncias que

tem atividade semelhante a hormônios), sendo que 25% deles tem atividade estrogênica maior

que o aceitável, além disso a contaminação desses produtos também se dá pela presença de

substâncias como estimulantes, diuréticos e agentes anabólicos como os esteroides anabólicos

androgênicos e pro-hormonais.

Em relação aos suplementos utilizados para perda de peso (Weight Loss Supplements),

O United States Drug-Induced Liver Injury Network (DILIN) reportou um aumento dramático

de casos de lesão hepática nos últimos 10 anos, ao qual foi atribuído a ingestão desses

suplementos (ZHENG e NAVARO, 2015). Outro suplemento como Hydroxycut®, causou

morte por acidente cardíaco e cerebrovascular em um jovem saudável, sendo identificado como

motivo, a presença de efedrina nesse suplemento (STICKEL, 2007). O Chá verde (Camellia

sinensis) usado como antioxidante e para perda de peso (vendido em cápsulas), também é

conhecido por ser hepatotóxico (ANSARI e OMAR, 2017).

Outro tipo de suplemento utilizado para a perda de peso são os famosos termogênicos,

geralmente compostos de cafeína e taurina, entre outras associações. Alguns estudos apontam

o aparecimento de efeitos adversos em jovens e adultos saudáveis, como insônia, taquicardia e

alterações na pressão arterial, sendo assim, o ideal seria realizar uma avaliação médica antes de

iniciar o consumo (SILVA et al., 2014).

2.2. Os suplementos mais utilizados na prática esportiva

2.2.1. Whey protein

O Whey protein (WP) é o produto resultante do processamento industrial do soro do

leite, subproduto obtido a partir da produção de queijos, onde durante anos foi descartado pelas

indústrias, no entanto, somente a partir da década de 70 suas propriedades começaram a ser

estudadas e com o passar do tempo passou a ser aplicado como estratégia nutricional e também

como melhoria das propriedades funcionais de alimentos (ZAMBÃO et al., 2015; PACHECO

et al., 2005). O WP é um suplemento nutricional muito consumido, considerado uma fonte de

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proteína de alta qualidade, rica em aminoácidos essenciais, capazes de potencializar a síntese

de proteína muscular pós exercício (ATHERTON e SMITH, 2012; WEST et al., 2011).

Os principais constituintes do Whey protein bovino são as proteínas β-lactoglobulina

(55-60%) e α-lactalbumina (15-20%), os constituintes menores incluem a albumina de soro

bovino, lactoferrina, imunoglobulinas, glicomacropeptídeos, fosfolipoproteinas, fatores

bioativos e enzimas (KIM et al., 2013). O WP é uma das fontes mais ricas em precursores da

glutamina, como também é rico em leucina, ambas favorecem o anabolismo muscular

(CARRILHO, 2013). As proteínas do soro do leite podem ter diferenças na sua composição de

macro e micronutrientes, depende da forma de obtenção, no geral, em 100g de concentrado

proteico do soro do leite, 80g são proteínas, 7g são gorduras e 8g carboidratos e o restante de

outros componentes. O Whey protein tem excelente composição de aminoácidos essenciais e

de BCAA por grama de isolado proteico: 4,9mg de alanina; 2,4mg de arginina; 3,8mg de

asparagina; 10,7mg de ácido aspártico; 1,7mg de caseína; 3,4mg de glutamina; 15,4 de ácido

glutâmico; 1,7mg de glicina; 1,7 de histidina; 4,7mg de isoleucina; 11,8mg de leucina, 9,5mg

de lisina; 3,1mg de metionina; 3,0mg de fenilalanina; 4,2mg de prolina; 3,9mg de serina; 4,6mg

de treonina; 1,3mg de triptofano; 3,4mg de tirosina e 4,7mg de valina (HARAGUCHI et al.,

2006).

Além dessa composição geral, o Whey também contém alta proporção de leucina (o

aminoácido mais importante no estimulo à via mTOR uma das principais vias anabólicas do

músculo), um dos aminoácidos de cadeia ramificada (“Branched-chain amino acid” no inglês,

mais popularmente conhecido como BCAA), que demonstra ser um potente estimulador da

síntese proteica em humanos, além de inibir a lipogênese e potencializar a lipólise (HECTOR

et al., 2014).

O Whey protein é conhecido por aumentar à força e promover a hipertrofia da

musculatura (aumento da massa muscular) associado com regimes de treinamento resistido

(TR), onde o anabolismo das proteínas musculares é agudamente aumentado pelo consumo de

Whey protein (DAVIES et al., 2018; MACNAUGHTON et al., 2016).

Em revisão sistemática, Davies et al (2018), observaram que os resultados indicavam

um pequeno à médio efeito ergogênico temporário observado nos grupos suplementados com

Whey protein, acelerando a recuperação muscular seguido do treinamento resistido. São vários

benefícios observados no uso de Whey protein, associado com exercício resistido ou com dietas

para perda de peso (redução da gordura corporal) e manutenção da massa magra para melhoria

da composição corporal, além da redução da circunferência da cintura, que é um fator

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representante de risco cardiovascular (HULMI et al., 2015; MILLER et al., 2014). A

suplementação com Whey protein também é conhecida por atenuar o declínio da taxa pós-

prandial de síntese proteica muscular após a perda de peso, a esse efeito, atribui-se a importância

de auxiliar na preservação da massa magra em intervenções dietéticas de longo prazo para perda

de peso, e até auxiliar na redução da gordura corporal (HECTOR et al., 2015). Ton et al (2014)

descreve o efeito da proteína whey sobre a glicemia, onde o consumo antes das refeições auxilia

na estabilização da glicemia pós-prandial, quando comparado com a caseína.

A suplementação proteica também é reconhecida como um potente estímulo anti-

sarcopênico em idosos, cujas mudanças fisiológicas características da idade, incluem a redução

da capacidade física, diminuição da massa muscular (esquelética) e aumento da relação

gordura/musculo, efeitos esses que podem ser reduzidos e revertidos com a suplementação

proteica e associação ao exercício resistido (RONDANELLI et al., 2016; FINGER et al., 2015).

Essa associação entre o uso de Whey protein e o aumento na síntese proteica em idosos também

foi observada em outro estudo, onde altas doses de Whey (40g) seguida de treinamento resistido

promoveu aumento marcante na transcrição de rDNA (codifica rRNA ribossomal que irá

diretamente para a síntese de proteína), demonstrando que a suplementação proteica melhora a

resposta anabólica mediante o exercício (FIGUEIREDO et al., 2017).

Em um estudo mais recentes, feito com 38 pacientes com pré hipertensão e hipertensão

média, indicam que a suplementação com Whey protein nas primeiras 24 horas leva a redução

significativa da pressão sanguínea sistólica e diastólica se comparado com maltodextrina

(controle), além de reduzir também o colesterol total e triglicerídeos após o consumo do whey

protein (FAKETE et al., 2016). Outro estudo feito com ratos revelou que o whey protein tem

potencial antioxidante e antigenotóxico em ratos que foram intoxicados com overdose de ferro,

demonstrando assim um resultado importante in vivo (KIM et al., 2013). Em ratas

ovariectomizadas (retirada unilateral ou bilateral dos ovários), a suplementação com

hidrolisado de Whey protein foi capaz de prevenir a perda de tecido ósseo, utilizando apenas

uma dieta com 20g a 40g por kg, levando a conclusão de que a suplementação com WP pode

prevenir a osteoporose em mulheres que venham a passar pelo mesmo procedimento (KIM et

al., 2015). Em mais um estudo realizado com ratos, concluiu-se que a suplementação com WP

tem capacidade de reduzir o stress oxidativo e estimular a atividade mitocondrial do cérebro

desses animais (SHERTZER et al., 2013).

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2.2.2. BCAA

BCAA é a abreviatura para “Branched Chain Amino-Acids”, ou no português,

aminoácidos de cadeia ramificada, são eles L-isoleucina, L-leucina e L-valina e são

aminoácidos essenciais, ou seja, nosso corpo não é capaz de produzir, sendo necessário assim,

a sua ingestão a partir de alimentos, além disso, desempenham um papel crítico para muitas

funções fisiológicas e metabólicas nos mamíferos (YAMAMOTO et al., 2016). Esses

aminoácidos desempenham um papeis importantes na regulação da homeostase energética,

metabolismo da nutrição, saúde intestinal, imunidade e doenças em humanos e animais (NIE et

al., 2018).

BCAA’s são usados em produtos dietéticos, produtos farmacêuticos e cosméticos,

servem também como precursores de antibióticos e herbicidas (PARK e LEE, 2010). No setor

de alimentos, esses produtos fazem parte de uma indústria multimilionária de suplementos

nutricionais que vem crescido bastante, principalmente em torno da teoria de que a

suplementação dietética com BCAAs sozinhos produziriam uma resposta anabólica em

humanos levando à estimulação da síntese proteica (WOLFE, 2017).

No total, são 20 aminoácidos que compõem as proteínas musculares, sendo que 9 deles

são considerados essenciais, portanto, a disponibilidade dietética desses aminoácidos é crucial

para o turnover (processo anabólico natural dos tecidos) das proteínas musculares que ocorre

continuamente para repor as proteínas perdidas no processo catabólico (protein brakedown)

natural ou induzido (WOLFE, 2017). A leucina, isoleucina e valina são três dos nove

aminoácidos essenciais. A leucina não é somente um precursor para a síntese proteica, mas

também desempenha um papel importante na regulação da via de sinalização intracelular

envolvida no processo de síntese de proteínas, sendo um agente que potencializa o processo

anabólico e reduz os efeitos do catabolismo muscular, principalmente no processo de

recuperação pós atividade física como exercícios de força e resistência (BLOMSTRAND et al.,

2006).

Esse efeito anabólico, provavelmente, é atribuído a mecanismos químicos que correm a

nível intracelular nos miócitos, como a fosforilação do mTOR (mammalian target of

rapamycin), ativação sequencial da enzima P70-S6 kinase e o fator de iniciação eucariótica 4E-

Binding protein 1, mecanismos potencializados pela ingestão de BCAA durante e após

exercícios resistidos, levando a uma melhora na recuperação pós-treino (BLOMSTRAND et

al., 2006).

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No entanto, sabe-se que todos aminoácidos essenciais precursores da síntese proteica

muscular no estado pós absortivo são derivados do catabolismo dos músculos, além disso, é no

estado pós absortivo que a taxa de quebra de proteína musculares excede a taxa de anabolismo

das mesmas em aproximadamente 30% (BIOLO et al., 1994). Sendo assim, o consumo de

BCAA sozinho (sem a presença de outros aminoácidos essenciais) pode somente aumentar a

síntese proteica muscular no estado pós absortivo, devido ao aumento da eficiência de

reciclagem de outros aminoácidos pelo catabolismo de proteínas e que voltam ao ciclo

anabólico, ao invés de serem liberados no plasma ou oxidados (WOLFE et al., 2017).

O consumo de BCAA aumenta em 50% a eficiência da reciclagem de aminoácidos

essenciais para serem usados na síntese proteica no estado pós absortivo, onde o catabolismo

muscular é aumentado, essa porcentagem de reciclagem equivale a um aumento de 15% na taxa

de síntese proteica muscular (SMITH et al., 2011). A figura 1 demonstra esse processo.

Como já foi citado anteriormente, além da síntese proteica potencializada pelo efeito

positivo na reciclagem de aminoácidos essenciais a partir do catabolismo no estado pós

absortivo, os BCAAs também são conhecidos pelo potencial sinalizador das principais vias de

síntese proteica no musculo. No entanto, a ativação das vias de sinalização anabólica nas células

musculares somente coincide com o aumento da síntese de proteínas musculares, quando na

presença de aminoácidos essenciais, que são os precursores para a produção completa dessas

proteínas (WOLFE et al., 2017).

Figura 1. Representação da reciclagem de aminoácidos essenciais. (a) Processo normal do estado pós

absortivo, onde 70% dos aminoácidos são reutilizados na síntese de novas proteínas; (b) Estado pós absortivo

potencializado pela ingesta de BCAA, cuja composição favorece a reutilização de 85% e manutenção de um maior

nível de proteína muscular. Os números representam a eficiência de reciclagem. Fonte: WOLFE et al (2017).

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É importante considerar os efeitos individuais da leucina, valina e isoleucina. A leucina

é considerada o aminoácido essencial mais potente, se tratando de estimulação da síntese

proteica muscular, como já foi explicado anteriormente, ela promove uma grande sinalização

anabólica, principalmente através da via mTORc1-p70S6K1 (CHURCHWARD et al., 2012).

Estudos sugerem que a suplementação com leucina isolada é capaz de gerar uma resposta

anabólica mais potente se comparada com outros aminoácidos, devido a leucina atuar com um

“gatilho” para o processo de síntese proteica muscular, além de servir como substrato para as

principais proteínas musculares e ser capaz de gerar metabólitos com potencial anabólico

semelhante, como o β-hidroxi-β-metilbutirato (HMB), que tem demonstrado efeitos positivo

sobre a massa magra e a força após exercícios, além do efeito anticatabólico, tendo sua eficácia

comprovada para esta finalidade, a quantidade necessária para gerar esse efeito positivo varia

entre 2g e 3g por dia para leucina e HMB respectivamente (WILKINSON et al., 2013).

Nie et al (2018), cita em sua revisão diversos artigos que relacionam a suplementação

do BCAA com a melhoria da função imunológica, como restaurar os mecanismos de defesa e

aumentar a capacidade fagocítica de neutrófilos e a atividade de células natural killer em

pacientes com cirrose, além disso os BCAAs podem estimular a secreção de IgA para aumentar

a defesa da barreira mucosa do intestino contra infecções bacterianas.

Sendo assim, a suplementação de BCAA associada a uma dieta adequada, é uma

estratégia adicional para o indivíduo que realiza atividades físicas intensas, como o exercício

resistido, cuja intensidade promove dano muscular e posterior necessidade dietética desses

nutrientes para auxiliar no processo de recuperação, além de atuar em diversas funções

fisiológicas importantes, como imunidade e homeostase energética.

2.2.3. Creatina

Muitos atletas e indivíduos comuns buscam suplementos alimentares que tenham um

efeito ergogênico, ou seja, que potencializem a capacidade física e mental de forma a realizar

um trabalho com maior força e resistência, mas poucos suplementos alimentares realmente têm

essa capacidade ergogênica e eficácia cientificamente demonstrada, a creatina é um deles

(MORIONES e SANTOS, 2017). Além disso, é um dos suplementos mais populares na prática

esportiva, como também é um dos mais estudados do mundo (JAGER et al., 2011).

A creatina ou ácido −metilguanidinoacético, é um nutriente que pode ser encontrado

em diversos alimentos de origem animal, como a carne bovina, de aves e peixes, mas, também

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pode ser sintetizado pelo organismo humano a partir dos aminoácidos glicina, arginina e

metionina no fígado, pâncreas e rins, existindo em duas formas, a creatina livre e fosforilada

(fosfocreatina), onde aproximadamente 95% da creatina está localizada nos músculos

esqueléticos, principalmente nas fibras de contração rápida (BISHOP, 2010).

Existem diversos mecanismos de ação propostos pelos quais a creatina gera o efeito

ergogênico esperado. Primeiramente, já foi estabelecido a muito tempo que a suplementação

com creatina aumenta a concentração total de fosfocreatina intramuscular (PCr), molécula

essencial para a homeostase de ATP (trifosfato de adenosina), fornecendo fosfato de forma

rápida para a resíntese de ATP a partir de ADP (difosfato de adenosina) pela enzima

fosfocreatina quinase do músculo esquelético (MCKENNA et al., 1999; HARRIS et al., 1992;

SNOW et al., 1988). Devido ao aumento da fosfocreatina muscular e consequente resíntese de

ATP também de forma mais rápida, a suplementação com creatina pode contribuir para a

redução da glicólise anaeróbica durante os exercícios de alta intensidade e reduzir a acumulação

de H+ e lactato (BALSOM et al., 1993). A suplementação com creatina também é conhecida

por aumentar os estoques de glicogênio, podendo assim promover um efeito ergogênico

adicional (ROBINSON et al., 1999).

Outros estudos indicam que a suplementação de creatina a curto prazo em jovens adultos

e saudáveis, ativa genes na musculatura esquelética que estão envolvidos em vários aspectos da

osmolaridade, regulação de síntese de proteínas e glicogênio, proliferação e diferenciação de

células satélites, replicação de DNA e reparo, controle de transcrição de RNA e remodelação

do citoesqueleto, resultando no aumento da força e capacidade do músculo, aumento da água

total e peso corporal (SAFDAR et al., 2008).

A suplementação com creatina pode aumentar a massa muscular corporal,

principalmente favorecer uma composição de massa livre de gordura, esse aumento está

relacionado ao volume intracelular de água aumentado devido a creatina ser uma molécula com

propriedades osmóticas que favorecem esse processo (BUTTS et al., 2018).

Os protocolos mais comuns da suplementação de creatina, consiste na dose de carga

com 20g de creatina por dia durante 4-7 dias, seguido de uma dose de manutenção de 3-5g por

dia, durante um mês (BISHOP, 2010). A partir dessa dose de carga somada as doses de

manutenção, ocorre o incremento dos níveis de fosfocreatina em 15-20% e estes níveis são

mantidos até a oitava semana aproximadamente depois de completar o estágio de

suplementação (TARNOPOLSKY, 2010). Porém, alguns estudos contestam essa necessidade

de uma dose de carga, observando o aumento da fosfocreatina na mesma proporção ao se

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utilizar apenas doses de 0,04g/kg durante 30 dias (HELMS et al., 2014). No entanto, parece que

o efeito ergogênico da creatina diminui depois de um período de 2 meses de suplementação,

por isso é recomendado um intervalo de até 4 semanas, a cada 8 semanas de suplementação

(MORIONES e SANTOS, 2017). De acordo com a RDC 18 de 2010 da ANVISA, em relação

a creatina, os produtos para consumo devem ter de 1,5g a 3g de creatina na porção, que

representa a dose única diária recomendada para indivíduos saudáveis.

Desde a popularização desse suplemento na década de 90, mais de 1000 estudos foram

realizados com a creatina (KREIDER et al., 2017). O uso de creatina em doses convencionais

em adultos saudáveis geralmente é encontrado como seguro na literatura, mesmo com uso

contínuo de até 5 anos de doses diárias de 3g, também é considerado seguro para crianças e

idosos (KREIDER et al., 2017; BISHOP, 2010; TERJUNG et al., 2000). De acordo com Bishop

(2010), o efeito adverso mais comum são as câimbras musculares. Foi visto que as câimbras

musculares podem ser provocadas pela desidratação ou pela alteração do balanço hídrico

causado pela creatina, podendo ser solucionado com o simples ato de beber mais água

(MORIONES e SANTOS, 2017). Desde o início de seu uso na prática esportiva, surgiram

preocupações em relação aos potenciais efeitos adversos da creatina sobre a função renal, mas

os estudos ao longo dos anos não relataram nenhuma alteração que prejudicasse a função renal,

como também a função hepática, em indivíduos saudáveis de todas faixas etárias, tanto com

ingestão aguda como crônica de doses recomendadas de creatina (BUTTS et al., 2018;

KREIDER et al., 2017; AGUIAR et al., 2013; LUGARESI et al., 2013; BISHOP, 2010;

BENDER et al., 2008; GULANO et al., 2008; GROENEVELD et al., 2005; SCHRODER et

al., 2005; KREIDER et al., 2003; ROBINSON et al., 2000; VANDENBERGHE et al., 1997;

SIPILA et al., 1981).

2.2.4. Cafeína

Cafeína é uma metilxantina (1,3,7-trimetilxantina) de ocorrência natural em muitas

espécies de plantas e acredita-se que a cafeína funciona a partir de diferentes mecanismos

(BERNSTEIN et al., 2004). A cafeína é a droga psicoativa mais comumente consumida no

mundo, principalmente entre atletas, e é encontrada no café, chás, chocolate, guaraná, bebidas

energéticas, medicamentos e suplementos alimentares, além disso é a substância mais estudada

em relação aos efeitos sobre o rendimento físico e performance, como também efeito sobre a

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29

termogênese (por isso sua presença em suplementos chamados de “termogênicos”)

(MORIONES e SANTOS, 2017; FERRÉ, 2016; BAKER et al., 2014; HIGGINS e BABY,

2013; BISHOP, 2010). Além disso, também é encontrado na literatura, estudos que reforçam

seus efeitos positivos sobre exercício de resistência, exercícios de alta intensidade e curta

duração e corridas repetidas (sprints) (BAKER et al., 2014).

A cafeína, quando administrada por via oral, tem uma absorção de 100% pelo trato

gastrointestinal (TGI), cuja presença no sangue é observada após 5 minutos da ingestão e a

meia-vida plasmática dura em torno de 3 à 10 horas, o que justifica seu uso como uma vantagem

em esportes de longa duração (MORIONES e SANTOS, 2017; BAKER et al., 2014; BISHOP,

2010). A concentração plasmática máxima é alcançada em cerca de 30 a 60 minutos após a

ingestão (CAPPELLETTI et al., 2015).

A cafeína é metabolizada pelo fígado, através do citocromo CYP1A2, transformando-

se em paraxantina, teobromina e teofilina, onde a atividade desta enzima depende de fatores

como o sexo, a idade e o hábito de tabagismo, utilização de medicamentos e polimorfismo da

própria enzima e dos receptores aos quais a cafeína e seus metabólitos atuam, todos esses fatores

influenciam em um maior ou menor efeito da cafeína sobre os indivíduos (CAPPELLETTI et

al., 2015; HIGGINS e BABU, 2013). Depois da metabolização, seus produtos são excretados

pelos rins (TARNOPOLSKY, 2010).

Existem vários mecanismos pelos quais acredita-se que a cafeína exerça sua ação na

melhora do rendimento em esportes (MORIONES e SANTOS, 2017; BERNSTEIN et al.,

2004). A presença de cafeína no sangue resulta na inibição da fosfodiesterase, antagonismo dos

receptores de adenosina e liberação de catecolaminas (WOLK et al., 2012).

Sabe-se que a cafeína atua como um antagonista dos receptores de adenosina que se

encontram no cérebro, no músculo esquelético e no tecido adiposo (MORIONES e SANTOS,

2017; HIGGINS e BABU, 2013; BISHOP, 2010; TARNOPOLSKY, 2010). A adenosina é um

inibidor do SNC e da atividade neuronal, intervindo na síntese emergencial de ATP

(MORIONES e SANTOS, 2017). Foi observado que o bloqueio dos receptores de adenosina

nos adipócitos provoca um aumento da lipólise, com consequente aumento da concentração da

ácidos graxos no sangue e economia de glicogênio intramuscular (TARNOPOLSKY, 2010).

No cérebro, a cafeína promove um efeito estimulante do sistema nervoso central, sendo

capaz de ativar a transmissão sináptica e a liberação de neurotransmissores como dopamina,

noradrenalina e glutamato, melhorando a propagação dos sinais nervosos, ao que parece,

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melhora a força e a percepção de esforço do esportista (MORIONES e SANTOS, 2017;

CAPPELLETTI et al., 2015; HIGGINS e BABU, 2013; BISHOP, 2010).

A cafeína também tem efeito sobre as reservas de cálcio musculo, potencializa a

liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático, levando a uma melhora na contração muscular,

além de atuar estimulando a atividade da Na+K+ATPase reduzindo a fadiga física dos músculos

(TARNOPOLSKY, 2010).

As doses indicadas de cafeína voltadas a prática esportiva, variam entre 3mg à 6mg por

kg de massa corporal, 1 hora antes dos exercícios, apesar que doses de 2mg/kg também podem

melhorar a atenção e o tempo de reação de indivíduos em diversas tarefas, doses acima de

6mg/kg não são aconselhadas, devido a chance de sofrer os efeitos adversos da substância

(MORIONES e SANTOS, 2017).

A ingestão de doses moderadas pode ser considerado seguro, no entanto, doses mais

elevadas podem gerar efeitos adversos que incluem ansiedade, diurese (que pode levar a

redução da hidratação muscular e consequente redução do desempenho físico), insônia,

irritabilidade, tremores, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, dor de cabeça e

desconforto gastrointestinal, além disso, altas doses de cafeína pode levar a consequências

sérias como dependência, arritmia cardíaca, alucinações e até morte (MORIONES e SANTOS,

2017; BAKER et al., 2014; WOLK et al., 2012; BISHOP, 2010; TARNOPOLSKY, 2010;

BERNSTEIN et al., 2004).

A cafeína, quando utilizada de forma adequada, se torna um agente ergogênico eficiente,

que promove a melhoria da performance física e mental, além de ser utilizada em produtos

formulados estrategicamente para redução da gordura corporal, como os famosos termogênicos

(compostos majoritariamente por cafeína), e claro, associados com uma dieta adequada.

2.4. ESTEROIDES ANABOLIZANTES

Os Esteroides Anabolizantes (EAs) ou também conhecidos como Esteroides

Andrógenos Anabólicos (EAA) são hormônios sintéticos, indicados clinicamente para fins

terapêuticos, com ação semelhante à testosterona, o principal hormônio androgênico masculino,

responsável pelas características sexuais como pelos, desenvolvimento dos órgãos sexuais,

aumento do tecido muscular e da força durante a puberdade, entre outras características

(BRUNTON, 2012).

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Os esteróides anabolizantes possuem diversos usos clínicos, como nos casos de

deficiência de testosterona, problemas testiculares, câncer de mama, angiodema hereditário,

anemia aplásica, endometriose grave e estímulo do crescimento em caso de puberdade

masculina tardia (REIS et al., 2017). Normalmente, a terapia com testosterona e seus análogos

são utilizados para tratar hipogonadismo, uma condição definida como baixos níveis de

testosterona sérica (menores que 300ng/dL) e sintomas hipogonodais, causado pela falha dos

testículos em produzir níveis fisiológicos de testosterona, como também da alteração no eixo

hipotálamo-hipófise-testículo que resulta na redução da secreção de FSH (hormônio folículo-

estimulante) e LH (hormônio luteinizante), o que pode levar a infertilidade, sarcopenia,

osteoporose e outras complicações (CORONA et al., 2018; SIGALOS et al., 2018).

A testosterona foi sintetizada pela primeira vez em 1930, e durante a Segunda Guerra

Mundial, médicos nazistas administravam esse andrógeno aos soldados alemães para promover

a agressividade (GOLDMAN e BASARIA, 2018). Boje em 1939 foi o primeiro a sugerir que a

administração de testosterona exógena poderia melhorar a performance física e desde então o

uso dessas substâncias foi sendo identificado em diversos eventos esportivos (HOFFMAN e

RATAMESS, 2006). Alguns anos depois John Ziegler, um médico americano e membro de um

time de Weight-Lifting (modalidade esportiva de levantamento de peso), foi creditado como o

pioneiro no uso de EAAs em bodybuilders nos Estados Unidos, após observar os efeitos

ergogênicos em atletas soviéticos no Campeonato Mundial de Weight-Lifting em Viena, 1954

(GOLDMAN e BASARIA, 2018).

Em 1975, os esteroides anabólicos androgênicos entraram para a lista de substâncias

banidas pelo International Olympic Committee (IOC), sendo seu uso sem prescrição médica e

supervisão chamado de “doping” e considerado ilegal nos Estados Unidos e Canadá, e em 2013

a WADA (World Anti-Doping Agency) em conjunto com o IOC, publicaram uma lista de

substâncias proibidas tanto dentro quanto fora do esporte, contendo uma ampla variedade de

drogas, incluindo mais de 100 EAAs. (PIACENTINO et al., 2015). Em 2016, a WADA

preparou a “Lista de Substâncias e Métodos Proibidos” que bania todos os EAAs dos esportes

(PIACENTINO et al., 2017).

O interesse de atletas pelo uso de EAAs está relacionado aos efeitos sobre a massa

corporal como a capacidade anabólica, anti-catabólica, as alterações estéticas e o efeito

motivacional sobre o psicológico do atleta, levando a ampliação da capacidade de suportar um

aumento na intensidade de exercícios, além de promover um maior tempo de treino

(GOLDMAN e BASARIA, 2018; BHASIN et al., 2001; BHASIN et al., 1996).

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Adaptações fisiológicas de curto prazo ao exercício (aumento da frequência cardíaca,

débito cardíaco e melhora na ventilação pulmonar) e adaptações a longo prazo (alterações

estruturais no músculo esquelético e tendões, e remodelação cardiovascular) potencializam a

habilidade corporal frente ao exercício através da facilitação da entrega de oxigênio e aumento

da eficiência de utilização pelos músculos (GOLDMAN e BASARIA, 2018). Essas alterações

a nível tecidual melhoram a capacidade física e a performance nos variados esportes. A

utilização de recursos ergogênicos farmacológicos como os EAAs favorecem mais ainda essas

adaptações, onde as condições fisiológicas são ultrapassadas, a partir do estímulo a

hematopoiese (produção de hemácias pela medula), promoção da síntese de proteína muscular

e reservas energéticas, consequentemente aumentando a massa muscular e a força (SHAHIDI,

2001).

Os esteroides anabólicos são destinados somente a tratamento de doenças ou condições

específicas, ou seja, finalidade estritamente terapêutica, mesmo assim possuem riscos à saúde

de quem utilizada em doses fisiológicas, dependendo do tempo de exposição e da real

necessidade clínica (CORONA et al., 2018; SIGALOS et al., 2018). Além do uso terapêutico,

esses produtos vêm sendo comumente utilizados como drogas de performance por atletas de

vários esportes e bodybuilders cuja estética é um dos principais objetivos de uso, como também

por pessoas comuns, o uso se dá de forma indiscriminada e em doses suprafisiológicas, tendo

assim um potencial ainda maior de efeitos colaterais e adversos (GOLDMAN e BASARIA,

2018; NEGRO et al., 2018).

Em uma pesquisa realizada em 2006 com 500 usuários de EAAs, aproximadamente

100% dos indivíduos reportaram efeitos colaterais como acne, atrofia dos testículos, insônia,

disfunção sexual, dor no local da injeção, estrias, retenção de fluidos, alterações no humor e

ginecomastia, sendo que uma boa parte desses usuários combinavam o uso dos EAAs com

insulina e GH (Growth Hormone “Hormônio do crescimento”) (PARKINSON e EVANS,

2006). Outros efeitos adversos também são conhecidos há muitos anos, como a masculinização

em mulheres e crianças, alterações de humor como agressividade, hepatotoxicidade, alterações

nos níveis de lipídeos do sangue e defeitos na coagulação (SHAHIDI, 2001).

Segundo a revisão de Goldman e Basaria (2017), estudos indicam que os esteroides

anabólicos em doses supra fisiológicas podem causar danos graves à saúde, atingindo diversos

órgãos como o coração, aumentando o risco de trombose, causando hipertrofia ventricular,

indução de alterações neurológicas levando à agressividade, compulsividade, ansiedade,

dismorfia muscular e depressão.

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Também pode afetar as funções reprodutivas, onde ocorre a redução da produção

testicular de testosterona endógena, resultando na supressão da espermatogênese, atrofia

testicular, deficiência de andrógenos e redução da fertilidade (SEMET et al., 2017).

Além dos efeitos colaterais mais comuns, também existem casos na literatura de mortes

causadas pelo abuso de EAAs, devido a sérios efeitos adversos sobre o sistema cardiovascular,

como falência cardíaca repentina em bodybuilders aparentemente saudáveis, devido a danos no

miocárdio (FINESCHI et al., 2007; DICKERMAN, 1995; LYNGBERG, 1991; LUKE et al.,

1990). Estudos tem demonstrado que a administração de doses fisiológicas de testosterona

pode gerar efeitos benéficos ao sistema cardiovascular, como aumento da função endotelial,

vasodilatação coronária, redução do tônus vascular da musculatura lisa (ROSANO et al., 2005).

No entanto, se tratando de quantidades suprafisiológicas de EAAs, como as doses utilizadas por

atletas e pessoas comuns, sabe-se que estão associados a um grande número de efeitos deletérios

sobre o coração, como dislipidemia, arritmia, remodelação cardiovascular, hipertensão e

trombose (GOLDMAN e BASARIA, 2018).

É consenso que os EAAs causam severos danos ao fígado, sendo consideradas drogas

hepatotóxicas. Essa toxicidade está relacionada também a fatores como susceptibilidade

individual e fatores genéticos associados com a infiltração de linfócitos, neutrófilos e

eosinófilos no tecido hepático, subsequente de doses repetidas dos esteroides anabólicos, tendo

com fator causal o estresse oxidativo causado pelos mesmos (SOLIMINI, 2017).

O uso de esteroides anabolizantes deve ser restrito somente à condições clínicas cuja

necessidade real é justificada de forma sólida e a prescrição desse tipo de substância deve ser

baseada na análise do risco-benefício, e em hipótese alguma deve ser prescrito para finalidades

estéticas ou ergogênica.

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3 OBJETIVOS

3.1. Objetivos gerais:

Avaliar o conhecimento e o uso de suplementos alimentares e esteroides anabolizantes

por usuários de academias da cidade de Lagarto, SE.

3.2. Objetivos específicos:

- Traçar perfil dos usuários de suplementos e esteroides anabólicos

- Identificar o nível de informação dos usuários quanto a esses produtos;

- Entender a perspectiva do usuário sobre o consumo desses produtos;

- Avaliar quais os suplementos alimentares mais consumidos nas academias;

- Identificar como se dá o uso desses suplementos e recursos ergogênicos

- Identificar quem ou qual meio influenciou ou indicou o uso desses produtos, bem como

os motivos que o levaram a utilizar.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Do estudo

4.1.1. Delineamento do estudo

Esta pesquisa trata-se de um estudo descritivo de caráter quantitativo e qualitativo, de

corte transversal.

4.1.2. População e amostra

O estudo foi realizado com amostra intencional não-probabilística por conveniência de

100 usuários de academias que já fizeram ou fazem uso de no mínimo 1 (um) suplemento

alimentar e/ou esteroide anabólico a mais de 1 (um) mês, que praticam atividade física de

qualquer natureza dentro da academia, sem restrição de idade (menores de 18 participaram

mediante assinatura do responsável legal), tempo de prática ou sexo. Havendo potenciais

consumidores de suplementos alimentares e esteroides anabólicos devido à exposição à prática

da atividade física e ao ambiente convidativo a busca por um corpo ideal.

4.1.3. Local de estudo

O estudo foi realizado em 3 academias localizadas no centro da cidade de Lagarto – SE,

com à devida permissão escrita do dono/gerente/administrador do local, como exigência, a

academia deveria ter no mínimo um espaço de musculação. A cidade conta com uma população

estimada em 104.099 pessoas (IBGE 2017) e 6 centros de ensino superior, incluindo o campus

da saúde da Universidade Federal de Sergipe.

4.1.4. Coleta de dados

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A coleta de dados foi realizada a partir de aplicação de instrumento (Anexo I)

previamente validado por Domingues & Marins (2007) e adaptado, com 17 perguntas objetivas

e discursivas, durante os meses de janeiro, fevereiro e março de 2018. Não tendo um número

definido de questionários por local. Os participantes foram avisados sobre a possibilidade de

marcar mais de uma alternativa nas questões que julgassem necessárias.

4.1.5. Do tratamento dos dados

Os dados gerais coletados foram inseridos no Microsoft© Excel© 2016, e descritos

como cálculos em termos percentuais do índice de frequência das respostas para apresentação

em tabelas e gráficos, além da análise quantitativa afim de verificar a frequência das respostas

e fornecer uma conclusão para o presente trabalho.

4.1.6. Aspectos éticos

O presente estudo foi submetido a avaliação via Plataforma Brasil (Comitê de Ética em

Pesquisa do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe) e aprovado sob o

número CAAE: 80590517.0.0000.5546, de acordo com a Resolução CNS nº 466/2012. Antes

da aplicação do questionário, os participantes da pesquisa foram comunicados sobre as metas e

a natureza voluntária do mesmo, seus aspectos principais e assinaram um termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (anexo II), de acordo com a Resolução CNS nº.466/2012,

ficando com uma segunda via do mesmo termo. Sendo claro sobre o sigilo das informações

obtidas, bem como o anonimato dos participantes foi garantido.

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37

33%29%

26%

11%

1%

Médio completo Superior completo Superior incompleto Médio incompleto Fundamental completo

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No total 100 usuários de 3 academias foram avaliados nesta pesquisa, todos fizeram ou

fazem uso de no mínimo 1 (um) suplemento alimentar ou recurso ergogênico farmacológico

(anabolizantes), tendo uma distribuição de sexo bem equilibrada, sendo 62% do sexo masculino

e 38% do sexo feminino, ao que parece, o sexo não influenciou na dificuldade de obtenção do

número de usuários. Esse equilíbrio na distribuição dos sexos nas amostras não é visto em

outros estudos como Reis et al (2017), Nogueira et al (2015) e Domingues e Marins (2007),

cuja população foi composta majoritariamente por homens, de 75%-100%, 79,4% e 90,5%

respectivamente. Essa diferença pode ser resultante do desenho metodológico, da forma como

a amostra foi selecionada e do perfil de clientes da própria academia.

Em relação a idade, o predomínio deste estudo ficou entre 21 e 25 anos (30%)

corroborando com o estudo de Reis et al (2017), cuja média de idade foi 23 anos, Nogueira et

al (2015) com média de 25 anos e Domingues e Marins (2007) onde o grupo com maior

participação também ficou entre 21 e 25 anos (45%). De acordo com os resultados encontrados

neste trabalho, como também em outros na mesma linha de pesquisa, o público mais comum

nas academias parece ser formado por jovens, levando também em consideração que Lagarto é

uma cidade com grande número de estudantes universitários e que boa parte dos indivíduos

desta pesquisa possui escolaridade de nível superior.

Como visto na figura 2, o nível de escolaridade dos participantes foi bem variado, sendo

29% com ensino superior completo e 26% com ensino superior incompleto, 33% tinham ensino

médio completo e apenas 11% não tinham concluído o ensino médio ou estavam em curso de

conclusão, e por fim apenas 1% tinha ensino fundamental. A predominância de voluntários com

nível superior pode explicar o nível de conhecimento, o que será discutido mais à frente.

Números semelhantes, novamente, as pesquisas de Reis et al (2017), Nogueira et al (2015) e

Domingues e Marins (2007), cuja presença de nível superior ultrapassa os 20% da amostra no

primeiro estudo, 92% no segundo e 31% no terceiro estudo, respectivamente.

Figura 2. Nível de escolaridade. Fonte: dados da pesquisa.

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63%

23%9% 4% 1%

45 a 60min

60 a 90min

90 a 120min

30 a 45min

mais de120 min

A expectativa em relação ao nível de escolaridade da maioria era que o nível de

conhecimento fosse de razoável a bom, devido a possibilidade de conhecerem fontes confiáveis

de informação, principalmente por 54% dos voluntários terem nível superior completo ou

incompleto.

O perfil de treinamento dos participantes mostrou-se variado. Em relação ao tempo de

prática, a maioria dos voluntários, cerca de 35% declararam frequentar a academia há mais de

um ano de forma regular e 28% treinam a mais de 3 anos, apenas 6% frequentam até 1 mês,

como pode ser visto na figura 3. Esse perfil da amostra, aponta que a grande maioria são

frequentadores assíduos, fator que pode influenciar na busca por estratégias nutricionais

adicionais a dieta, como o uso de suplementos alimentares e recursos ergogênicos.

Figura 3. Tempo de prática regular na academia. Fonte: dados da pesquisa.

Reis et al (2017) traz um resultado semelhante a este estudo, onde mais de 40% dos

praticantes frequentam as academias de forma regular no período de 1 a 3 anos. Nogueira et al

(2015) também teve resultados próximos aos obtidos neste estudo, cujo número de usuários que

praticam a mais de 1 ano ultrapassam os 35% da amostra total. Domingues e Marins (2007)

trouxeram números semelhantes também, sendo 24,5% dos praticantes entre 1 e 3 anos, e 51%

há mais de 3 anos. E por fim, Lopes et al (2015) indica em sua pesquisa que mais de 61%

praticam atividade física há mais de 1 ano. Portanto, observa-se que a característica mais

comum neste tipo de estudo, é uma maior prevalência de praticantes cujo tempo de prática

regular das atividades físicas ultrapassa 1 ano.

Figura 4. Dias praticados por semana (a) e duração do treino (b). Fonte: dados da pesquisa.

Se tratando de frequência semanal de prática e duração do treino, metade dos voluntários

declararam praticar atividade físicas nas academias 5 vezes por semana, sendo que 63%

50%

18% 16% 13%3%

5 dias 4 dias Mais de 5dias

3 dias 2 dias

35%

28%

13%9% 6% 5% 4%

entre 1-3anos

mais de 3anos

entre 9-12mêses

entre 1-3mêses

Até 1 mês entre 6-9mêses

entre 3-6mêses

(a) (b)

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39

44%39%

11%6%

Moderado Intenso Muito intenso Extremo-intenso

indicaram que o tempo de treino varia entre 45 e 60 minutos (figura 4). Números estes,

próximos com diversos estudos, por exemplo, Reis et al (2017), Nogueira et al (2015) e Lopes

et al (2015) onde a grande maioria dos usuários treinam entre 4 e 5 vezes por semana e com

duração de 45 a 60 minutos, exceto no estudo de Domingues e Marins (2007), onde um treino

de 60 a 90 foi listado como majoritário (cerca de 40%), porém 5 dias (42,5%) de prática também

foi prevalente nesse estudo, mostrando que a maioria dos usuários de SA e EA optam por treinos

mais frequentes e com um período de tempo intermediário e até mais longo. Essa frequência e

período de tempo dos treinos prolongado podem corroborar para um estímulo ao uso desses

produtos, já que 73% dos usuários das academias desta pesquisa, procuraram saber sobre os

suplementos alimentares e os recursos ergogênicos, como também 81% acha que é necessário

realizar o consumo em certos momentos.

A figura 5 mostra que a maior parte dos praticantes, considera seu treinamento

moderado (44%) e intenso (39%), nenhum dos praticantes relatou treinos com intensidade

menor do que “moderado”. Reis et al (2017) cita em seu trabalho, uma maior prevalência de

intensidade de treino como “intenso” (45%) e “moderado” (30%), valores próximos e com

significado semelhante aos resultados obtidos nesse trabalho. No entanto, Domingues e Marins

(2007) mostra que 67,5% dos praticantes consideram que seu treino tem um ritmo intenso e

31% consideram moderado. Esses números reforçam necessidades energéticas maiores e

possivelmente está relacionado com um maior consumo de suplementos alimentares que

fornecem aminoácidos necessários a recuperação muscular após regimes de treinos intensos e

moderados, como o Whey e Albumina e/ou também o uso de recursos ergogênicos como a

cafeína para potencializar a capacidade física e mental, e os anabolizantes, acreditando-se que

podem trazer melhores resultados quando associados aos regimes de treino mais citados.

Figura 5. Intensidade considerada do treino. Fonte: dados da pesquisa.

Quantos aos objetivos buscados a partir do uso desses produtos associados aos regimes

de treinamento nas academias, observa-se que uma grande quantidade dos indivíduos se

preocupa com a saúde (60%), além disso a hipertrofia da musculatura (59%) e as alterações

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40

60% 59%

35% 32%22%

17%3%

estéticas (35%) também se mostraram preocupações frequentes desses usuários, como pode ser

observado na figura 6. No que diz respeito aos objetivos mais citados, estudos como Lopes et

al (2015) e Nogueira et al (2015), mostram números semelhantes, onde mais de 60% citaram a

hipertrofia da musculatura como objetivo, porém a opção saúde traz números menores que 40%

para o estudo de Nogueira et al (2015), diferente do presente trabalho, como já citado, 60% se

preocupam com a saúde. Já Domingues e Marins (2007) mostra que a maior preocupação na

sua amostra, está relacionada as possíveis alterações estéticas como sendo um objetivo

importante, representado por 54% dos avaliados. No trabalho de Reis et al (2017), é possível

perceber que a preocupação com a estética, saúde e hipertrofia da musculatura são os principais

objetivos dos praticantes de musculação nas academias estudadas, representam a maior parte

das porcentagens de respostas, mais de 50% para cada. É importante ficar atento com o nível

de preocupação desses indivíduos com a questão estética, uma vez que existem distúrbios de

imagem corporal que podem ser identificados pelos profissionais, esse distúrbio de imagem

pode levar aos praticantes de musculação a se submeterem a práticas arriscadas que venham a

prejudicar à saúde, como o overtraining (excesso de treinamento), ingestão inadequada de SA

e uso de RE farmacológicos como os anabolizantes para alcançar seus resultados

(PIACENTINO et al, 2017; DOMINGUES e MARINS, 2007).

Figura 6. Objetivos desejados pelos usuários de suplementos e ergogênicos. Fonte: dados da pesquisa.

O conhecimento dos usuários das academias em relação aos produtos consumidos, como

suplementos alimentares e anabolizantes pode ser considerado um dos principais objetos da

pesquisa. Cerca de 83% dos voluntários disseram já ter obtido algum tipo de informações sobre

os suplementos alimentares ou anabolizantes, 13% declararam não ter procurado algum tipo de

informação sobre esses produtos, embora tenham feito uso. Os indivíduos que não procuraram

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obter informações estão mais expostos ao uso indiscriminado, uma vez que apenas a indicação

de um produto não é suficiente para assegurar a sua utilização correta.

É importante identificar a origem dessas informações que os usuários alegaram terem

obtido, a figura 7 traz esses dados, cuja soma das porcentagens ultrapassa 100%, uma vez que

mais de uma fonte de informação pode ter sido utilizada. É fato que as fontes de informações

hoje em dia são incontáveis, a democratização do acesso à internet e aos meios de comunicação

em geral como a tv, jornais e revistas, facilita a obtenção de informações. Um fator crítico

associado a essa facilidade é a segurança da informação, o fato de existir uma grande

diversidade de fontes consultáveis não garante que os dados sejam precisos ou mais próximos

da realidade, o que pode trazer riscos à saúde dos usuários que utilizam esses produtos a partir

de decisões tomadas com informações não seguras. Um dado interessante deste trabalho, e de

certa forma já esperado foi a grande quantidade de indivíduos que citaram a internet (46%)

como principal fonte de informação sobre esses produtos, quase metade dos 100 voluntários.

Esse dado pode ser visto em pesquisas como Reis et al (2017), onde cerca de 50% dos usuários

relataram utilizar a internet como fonte de informação sobres os SA e RE. Já nas pesquisas de

Nogueira et al (2015) e Domingues e Marins (2007) a internet foi citada como fonte de

informação por menos de 5% e 33% respectivamente.

Figura 7. Fontes de informações sobre os SA e RE. Fonte: dados da pesquisa.

Outro dado importante sobre as fontes de informação, mostra que 28% dos voluntários

deste estudo, indicaram o Nutricionista como fonte de informação, isso mostra uma

preocupação com a orientação correta, afinal este é o profissional mais preparado para lidar

com dietas e suplementação alimentar (além de médico nutrólogo), Domingues e Marins (2007)

e Reis et al (2015) também apresentam dados semelhantes, onde mais de 36% e mais de 44%

indicaram o nutricionista como fonte de informação, respectivamente nesta ordem. No estudo

46%

28%26%

21%

16%12% 11%

7%4%

Internet Nutricionista Amigos Médico Revistas oujornais

cientificos

Loja desuplementos

Professor deacademia

Revistas Congresso,simpósio, etc

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de Pereira (2014), cerca de 45% dos voluntários, citaram os amigos como sendo fonte de

informação, diferente deste estudo, onde apenas 26% citaram amigos, que de certa forma, ainda

é um dado preocupante, uma vez que os amigos dos voluntários podem não ter informações

seguras e confiáveis sobre os SA e RE, isso gera um alto risco à saúde, principalmente se

tratando de anabolizantes, medicamentos de uso restrito e que podem ser utilizados apenas a

partir da indicação e orientação médica. Outros estudos também provam que os amigos são

utilizados como fonte de informação por grade parte dos usuários de suplementos e

anabolizantes, como Domingues et al (2007) onde 55% citaram os amigos, Reis et al (2017)

entre 11% e 48% e Nogueira et al (2015) entre 23,8% e 57,1%.

A avaliação da opinião dos usuários sobre o uso de suplementos alimentares e recursos

ergogênicos farmacológicos, associados ao exercício físico, se encontra na figura 8 abaixo.

Figura 8. Opinião sobre SA e RE associados a atividade física. Fonte: dados da pesquisa.

Nota-se que mais de 80% dos usuários desses produtos, acham que os SA e RE podem

ser consumidos em certos momentos. Domingues e Marins (2007) apresentam números bem

semelhantes também, onde 74% acreditam que os SA ou RE podem ser consumidos em

determinados momentos e circunstâncias. Entre 50% e 66,6% das respostas de Reis et al (2017)

mostram que eles podem ser necessários e consumidos em momentos específicos.

No entanto, 10% dos usuários declararam que esses produtos não são necessários ao

consumo. Os suplementos alimentares, pelo menos a grande maioria desses produtos, são

destinados a complementar necessidades dietéticas de indivíduos que não conseguem por meio

da alimentação, preencher suas necessidades nutricionais e energéticas diárias, assim um

indivíduo com dieta balanceada não necessitaria, teoricamente, utilizar esses produtos, a não

ser por necessidades específicas como aumento no desempenho físico e mental produzido pelos

ergogênicos naturais como a cafeína e a creatina. Já os anabolizantes, são necessários apenas

em situações cuja deficiência de testosterona é o fator principal, mesmo tendo aplicação

terapêutica, apenas o médico pode definir a escolha baseado na relação benefício/risco.

Os suplementos mais citados como sendo consumidos, neste trabalho, são mostrados na

figura 9. A soma das porcentagens ultrapassa os 100%, devido ao consumo não ser

81%

10%

9%

Podem ser consumidos em certosmomentos

Não é necessário o consumo

É imprescindível o consumo

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43

91

7667

52 51

39 38 3631

25 2417 16

84 4

exclusivamente de um único suplemento, mas de vários também. O Whey protein teve um alto

índice de utilização, cerca de 91% dos voluntários indicaram ter feito uso desse suplemento,

seguido por BCAA, também com alta porcentagem (76%). A creatina também foi citada por

67% dos usuários de suplementos. Domingues e Marins (2007) corrobora com os resultados,

onde Creatina e Whey protein estão entre os suplementos mais consumidos (89% e 83,5%

respectivamente), no entanto, anabolizantes também estão entre os três mais utilizados (85%),

diferente do resultado obtido nesta pesquisa, onde 17% relataram já terem feito uso, inclusive

3 dos 17 usuários são mulheres, porém foi semelhante com o resultado de Silva et al (2007) e

Nogueira et al (2015), em que cerca de 11% e 21,5%, respectivamente, relataram ter feito uso

de EAAs, sendo ainda números críticos, devido aos esteroides anabólicos serem substâncias de

alto risco a saúde e serem totalmente contraindicados como ergogênicos ou para alterações

estéticas. No estudo de Reis et al (2017), os resultados também são próximos aos obtidos neste

trabalho, o Whey protein foi o suplemento mais citado por cerca de 66% a 90%, a Creatina

ficou em segundo junto com BCAA (55% à 85% aproximadamente), os anabolizantes foram

citados por cerca de 11% a 27% dos entrevistados.

Outro trabalho que corrobora com esses dados foi estudo de Pereira (2014), onde Whey

protein (40,90%-61,81%), Creatina (27,27%-47,27%) e BCAA (31,81%-47,27%) foram os três

suplementos mais citados entre homens e mulheres esportistas, já os anabolizantes

correspondem à mais de 29%. Possivelmente, a alta prevalência desses suplementos se dá

devido à popularidade a qual a mídia e a propaganda atribui a esses produtos, declarando

diversos benefícios a saúde.

Figura 9. Suplementos alimentares e recursos ergogênicos mais utilizados. Fonte: dados da pesquisa.

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Além da propaganda e das mídias, a alta prevalência desses produtos, também se dá por

diversos fatores, um deles é o acesso fácil, todos suplementos alimentares listados nas

categorias das resoluções das ANVISA, como a RDC n.18 (2010) e a portaria nº 32 (13 de janeiro-

1998), são comercializados e vendidos sem receita ou qualquer tipo de exigência técnica, tanto

em lojas físicas quanto pelas lojas online. Do contrário, esteroides anabolizantes que deveriam

ser prescritos apenas em situações patológicas, apresentam uma prevalência de 17% na

população estudada, o que é preocupante, levando em consideração a possibilidade desse uso

estar relacionado a fatores estéticos e de desempenho.

O uso de suplementos alimentares, de forma racional, ou seja, em quantidades

adequadas, quando necessários e associados a uma dieta adequada, não trazem riscos à saúde

de indivíduos saudáveis. Porém, a utilização de quantidades além do que é preconizado pelos

fabricantes, podem trazer sérias consequências à saúde. Foi identificado neste estudo que 76%

seguem as recomendações de uso dos rótulos do fabricante, e 24% negam seguir essas mesmas

orientações. Isso também é visto em estudos como Domingues e Marins (2007), onde apenas

57% seguem as recomendações. No entanto, o trabalho de Reis et al (2017) traz números mais

próximos ao deste trabalho, entre 65%-77,7% que seguem as indicações dos rótulos.

Em relação a forma como esses produtos são consumidos (figura 10), 75% relataram

utilizar após o treino, 66% antes do treino e menos de 13% em outros momentos do dia. É

interessante observar que alguns suplementos como a cafeína e maltodextrina são indicados

estrategicamente antes dos treinos, pelo efeito ergogênico e energético.

Figura 10. Momento do consumo dos SA e RE. Fonte: dados da pesquisa.

Essa preferência pelo uso no período de pré-treino e pós-treino é observada no trabalho

de Reis et al (2017), em que 55% à 85% dos entrevistados declararan usar antes do treino e

mais de 70% utilizam depois do treino.

De todos os 100 voluntários desta pesquisa, 52 (52%) afirmaram usar os suplementos

alimentares e recursos ergogênicos de forma continua, 26 (26%) relataram que seu uso é

75%66%

13% 10%7% 4%

Depois do treino Antes do treino Depois dasrefeições

Durante o treino Antes darefeições

Durante asrefeições

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esporádico e 22 (22%) utiliza de forma intercalada em intervalos de tempo variáveis, resultado

próximo ao estudo de Domingues e Marins (2007), cuja porcentagem de voluntários que

declararam usar de forma continua é representada por 48%, 23,5% declara usar em ciclos ou

intervalos e 30% esporadicamente. Reis et al (2017) indica que a preferência de consumo se dá

majoritariamente de forma contínua (42,2%-55%), o uso esporádico e em ciclos fica próximo

aos 30% cada. É preciso entender que, cada produto tem suas recomendações de uso

específicas, alguns suplementos são mais indicados para serem utilizados antes dos treinos

como a cafeína e a maltodextrina, outros são indicados para a recuperação após os treinos, afim

de reduzir o estresse físico e metabólico e promover o reparo das fibras musculares, um bom

exemplo são os suplementos de proteínas e aminoácidos, como Whey protein, albumina,

glutamina e creatina.

A fonte de indicação desses produtos é um ponto chave na discussão da problemática

da pesquisa, pois como já foi dito, tanto os suplementos alimentares como os anabolizantes

podem trazer sérios problemas à saúde do consumidor, e a melhor forma de obter e utilizar,

deve vir a partir da indicação de profissionais habilitados, como nutricionista, farmacêutico e

médico. Como descrito na figura 11, Entre todos os voluntários deste trabalho, 52% revelam

que a indicação veio de nutricionistas e 14% de médicos, o que é um avanço importante, dado

que esses profissionais são capacitados, lembrando que o ideal seria um médico nutrólogo, este

sim tem habilidade técnica para a prescrição destes produtos, além claro, do nutricionista. O

risco aumenta quando as indicações surgem a partir de amigos e professores de academias, estes

muitas vezes podem não ter conhecimento suficiente sobre esses produtos, ou até mesmo uma

ideia equivocada, e muito menos habilitação técnica ou autorização para exercer tal função.

Figura 11. Origem das indicações de SA e RE. Fonte: dados da pesquisa.

Domingues e Marins (2007) trazem resultados semelhantes quando se trata da indicação

de amigos e professores de academias (37%), todavia, apenas 32% declararam ter tido indicação

de nutricionista, bem menos do que o resultado do presente trabalho (52%). O mesmo pode ser

observado no estudo de Reis et al (2017), onde amigos foram citados por 6% à 36% dos

52%

35%

21%15% 14% 11%

4%

Nutricionista Amigos Prof.Academia

Ninguém Médico Vendedor Revistas% d

e ve

zes

cita

das

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voluntários. Nogueira et al (2015) mostra em seu trabalho, que cerca de 28,2% das indicações

de suplementos alimentares vêm de nutricionistas, 37,9% de professores de academia e entre

23% e 27% de autoindicação ou amigos, é mais crítico ainda quando mais de 80% das

indicações de anabolizantes vem de amigos e autoindicação, menos de 10% das indicações de

anabolizantes foram feitas a partir de profissionais como nutricionistas (cuja indicação desse

tipo de produto é ilegal e antiético) e médicos, este último é o profissional habilitado para tal

prescrição, porém, é importante questionar a real necessidade, uma vez que ela pode estar

atribuída a desejos meramente estéticos ou de aumento na performance. Pereira (2014) também

chegou a essa conclusão em seu trabalho, de que grande parte das indicações de suplementos

alimentares e anabolizantes não vieram de profissionais habilitados.

Cerca de 57% dos voluntários disseram já ter feito ou conhecem alguém que faz o uso

de esteroides anabolizantes. No estudo de Domingues e Marins (2007) a proporção de pessoas

que já fizeram uso ou conhecem alguém que fez uso de anabolizantes é ainda maior, cerca de

85%, Reis et al (2017) também traz números próximos (55,55% à 75%). Devido a maioria dos

voluntários dessas pesquisas declararem conhecer alguém que fez uso de anabolizantes, supõe-

se que o número real de usuários é bem maior do que se sabe.

Por fim, a análise do nível de conhecimento dos efeitos adversos do uso de esteroides

anabolizantes foi identificada a partir da última questão (de múltipla escolha) da entrevista

conforme a figura 12. Os efeitos adversos mais citados foram, em ordem, foram: alteração da

voz em mulheres (64%); acne (62%); problemas no fígado (57%); impotência (46%); aumento

dos pelos faciais e corporais em mulheres (43%); morte (35%); deformação física permanente

(30%); hipertensão e infarto do miocárdio (29%); agressividade, hiperatividade e irritabilidade

(29%); ginecomastia (28%).

Outros estudos também corroboram com os resultados desta pesquisa, como Domingues

e Marins (2007): Acne (71%), problemas no fígado (71%), impotência 70,5%, morte (64,5%),

alteração da voz em mulheres (61%), aumento dos pelos corporais em mulheres (60,5%),

agressividade (58,5%), elevação da pressão arterial (58%), calvície precoce (57,5%),

ginecomastia (57%). Reis et al (2017) também mostra em seu trabalho, resultados semelhantes:

problemas no fígado (65%-81,8%), impotência (55%-77,7%), acne (54,4%-66,6%), morte

(40%-55,5%), alterações na voz em mulheres (55,5%-66,6%), deformação física permanente

(30%-44%), agressividade e alterações comportamentais (42,4%-45%), aumento dos pelos

corporais em mulheres (44,4%-48,4%) e elevação da pressão arterial (40%-44%).

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Figura 12. Efeitos adversos mais citados pelos participantes da pesquisa. Fonte: dados da pesquisa.

Observa-se que o nível de conhecimento, tanto desta pesquisa quanto de outras já

citadas, demonstra ser intermediário quanto à possibilidade desses efeitos adversos se

apresentarem nos usuários de anabolizantes. Contudo, o uso de anabolizantes ainda é frequente

e a busca pelo corpo perfeito continua mesmo com a noção de todos esses efeitos deletérios a

saúde e o risco de morte por abuso (REIS et al, 2017). Nogueira et al (2015) demonstra que

80,8% dos usuários de EAAs afirmaram conhecer os efeitos colaterais do uso desse produto,

mesmo assim continuaram a utilizar, o mesmo acontece no estudo de Silva et al (2007) onde

48,7% dos indivíduos da pesquisa que haviam feito uso de EAAs declararam que utilizariam

novamente, o objetivo desses indivíduos seria a melhora estética e aumento da performance.

6

9

9

11

12

12

14

14

15

16

25

26

28

28

29

29

30

35

43

46

57

62

64

Parada do crescimento

Doenças transmissíveis (Hepatite B e HIV)

Redução do colesterol bom

Malformação fetal durante gravidez

Hipertrofia da próstata

Redução do tecido mamário em mulheres

Redução da testosterona endógena

Aumento do colesterol ruim

Calvície precoce

Debilitação psicológica

Diminuição do número de espermatozóides

Hipertrofia do clitóris

Crescimento de tecidos anormais

Ginecomastia

Agressividade, hiperatividade e irritabilidade

Hipertensão e infarto do miocárdio

Deformação física permanente

Morte

Aumento dos pelos faciais e corporais em mulheres

Impotência

Câncer no fígado

Acne

Alteração da voz em mulheres

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7 CONCLUSÃO

É possível concluir que o uso de suplementos alimentares (SA) e esteroides anabólicos

(EA) se apresenta em ambos os sexos nos usuários entrevistados, em grande parte formado por

jovens com escolaridade média a superior. São praticantes assíduos que frequentam a academia

a muito tempo e praticam treinamento intenso. Muitos se mostraram preocupados em saber

sobre os produtos que consomem e a internet acabou sendo o principal meio de informação.

Os suplementos alimentares mais utilizados foram o Whey protein, BCAA, creatina,

cafeína e albumina. O nutricionista foi o responsável por metade das indicações desses produtos

mostrando a preocupação dos usuários em procurar um profissional adequado e acreditando

que o uso desses produtos pode trazer melhoras na saúde. Se tratando de esteroides

anabolizantes, mais da metade dos usuários declararam terem usado ou conhecerem alguém

que já fez uso de esteroides, além de apresentarem um nível razoável de conhecimento à cerca

dos efeitos deletérios que podem ser causados por esses produtos.

Por fim, é importante que intervenções educativas sejam realizadas em academias e

outros ambientes de prática de atividade física, exclusivamente por profissionais de saúde,

afinal, esses locais propiciam um maior contato com informações que podem alterar a

percepção dos usuários de academias sobre suplementos alimentares e anabolizantes, levando

ao uso indevido e irracional desses produtos e trazendo riscos à saúde.

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ANEXO I

Questionário sobre utilização de recursos

ergogênicos e suplementos alimentares por

praticantes de musculação.

Dados pessoais:

Idade: _______ Sexo: F ( ) M ( )

Escolaridade: _____________________________

2. Há quanto tempo pratica musculação de maneira

regular?

( ) até 1 mês ( ) entre 3-6 meses

( ) entre 9-12 meses ( ) entre 1-3 meses

( ) entre 6-9 meses ( ) entre 1-3 anos

( ) mais de 3 anos

3. Quantos dias da semana você pratica

musculação?

( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes

( ) 5 vezes ( ) mais de 5 vezes

4. Quanto tempo dura seu treinamento?

( ) até 30 min ( ) entre 45-60 min

( ) entre 90-120 min ( ) entre 30-45 min

( ) entre 60-90 min ( ) mais de 120 min

5. Você considera seu treinamento:

( ) extremamente leve ( ) moderado

( ) muito intenso ( ) leve

( ) intenso ( ) extremo-intenso

6. Qual o seu objetivo ao praticar musculação?

( ) estética ( ) força

( ) saúde ( ) reabilitação

( ) hipertrofia ( ) resistência

( ) condicionamento físico geral

( ) outros: ______________________________

7. Você já obteve alguma informação sobre

recursos ergogênicos? (produtos como hormônios,

GH, peptídeos, insulina, etc) ou suplementos?

( ) Sim ( ) Não

Em caso afirmativo:

Onde você adquire informações sobre esses tipos

de produto?

( ) revistas ( ) loja de suplementos ( ) médico

( ) internet ( ) nutricionista

( ) revistas ou jornais científicos

( ) conversando com amigos

( ) prof. de academia

( ) congresso, simpósios, etc

8. O que você acha sobre o consumo de

suplementos nutricionais e recursos

ergogênicos associados ao exercício?

( ) é imprescindível o consumo

( ) podem ser consumidos em certos

momentos.

( ) não é necessário o consumo

9. Você já fez ou conhece alguém que tenha

feito uso de algum recurso ergogênico ou

suplemento alimentar?

( ) Sim ( ) Não

Em caso de afirmativo:

Quais você já utilizou?

( ) Albumina ( ) Carnitina

( ) Glutamina ( ) Piruvato

( ) Aminonácidos ( ) Creatina

( ) Hiperproteícos ( ) HMB

( ) Anabolizantes ( ) Vitaminas

( ) Whey Protein ( ) Glicerol

( ) Hipercalóricos ( ) BCAA

( ) Inosina e colina ( ) Cafeína

( ) Maltodextrina

( ) Bebida carboidratada

( ) Gel ou barra nutricional

( ) Outros: ________________________

__________________________________

__________________________________.

Se possível, especifique o nome comercial

e/ou fabricante: _____________________

__________________________________

__________________________________.

10. Segue as recomendações do fabricante?

( ) Sim ( ) Não

Especifique as dose diária, a dose unitária,

doses diárias e frequência

semanal:___________________________

__________________________________

__________________________________

__________________________________

__________________________________

__________________________________.

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11. Geralmente o consumo ocorre:

( ) antes do treinamento ( ) durante o treino

( ) depois do treinamento ( ) antes de refeições

( ) durante refeições ( ) depois de refeições

12. Quanto ao uso:

( ) esporádico ( ) contínuo

( ) carga de manutenção com intervalos

13. Quem indicou?

( ) vendedor ( ) médico

( ) amigos ( ) jornal

( ) TV ( ) prof. de Academia

( ) nutricionista ( ) ninguém

( ) revistas

14. O que levou a utilizá-los

( ) recomendação nutricional ou médica

( ) possíveis melhoras no treino

( ) influência da mídia e propaganda

( ) possíveis alterações estéticas

( ) sugestões de alguém

( ) Outros: ______________________________

________________________________________.

15. Que resultados você obteve ao utilizá-los?

________________________________________

________________________________________

________________________________________

________________________________________.

16. Você já fez ou conhece alguém que tenha feito

uso de anabolizantes (EAA – esteroides anabólicos

androgênicos)?

( ) Sim ( ) Não

17. Conhece algum dos efeitos deletérios causados

pelo uso crônico destes?

( ) acnes

( ) problemas no fígado (câncer)

( ) morte

( ) alteração da voz em mulheres

( ) impotência

( ) deformação física permanente

( ) calvície precoce

( ) ( ) crescimento de tecidos anormais

( ) hipertrofia do clitóris

( ) malformações fetais durante a gravidez

( ) debilitação psicológica

( ) aumento do colesterol “ruim” (LDL-C)

( ) parada do crescimento

( ) redução do colesterol “bom” (HDL-C)

( ) redução do tecido mamário em mulheres

(__) diminuição do número de

espermatozoides.

( ) agressividade, hiperatividade e

irritabilidade

( ) hipertrofia da próstata

( ) redução da concentração de

testosterona endógena

( ) aumento de pelos faciais e corporais

em mulheres

( ) desenvolvimento de glândulas

mamárias em homens (ginecomastia)

( ) elevação da pressão arterial

acarretando em problemas cardíacos

(hipertensão e infarto do miocárdio)

( ) doenças infecciosas como hepatite B e

HIV causadas pela adulteração e má

administração da droga (como

compartilhamento de seringas).

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Prezado (a) Senhor (a)

Esta pesquisa é sobre o Uso e conhecimento acerca de suplementos alimentares e

esteroides anabólicos androgênicos (EAA) por praticantes de musculação da cidade de

Lagarto-SE, e está sendo desenvolvida por Antonio Cleverton Alves de Souza de matrícula

201310039967, do curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe, do campus Lagarto,

sob a orientação da Prof. Dra. Tais Cristina Unfer.

Os objetivos desse estudo são: avaliar qualitativamente e quantitativamente o uso de

suplementos alimentares e esteroides anabólicos por praticantes de musculação, procurando

identificar e avaliar o conhecimento desses produtos por parte desses usuários, como também

entender de onde surgiu a ideia ou indicação desses produtos e qual o objetivo do praticante de

musculação ao utilizá-los. Este trabalho tem por finalidade traçar um perfil dos usuários desses

produtos e contribuir com esses dados para a saúde local, como também é um estudo inédito na

cidade e que pode ser utilizado futuramente para o desenvolvimento de medidas educativas na

área de saúde e nutrição humana.

Solicitamos a sua colaboração para preencher um questionário de 17 questões, como

também a sua autorização para apresentar os resultados deste estudo em eventos da área de

saúde e publicar em revista científica nacional e/ou internacional. Por ocasião da publicação de

resultados, seu nome será mantido em sigilo absoluto. Informamos que está pesquisa é de

caráter científico e educacional, não tendo nenhuma finalidade além e ausente de qualquer

intenção discriminatória, com risco mínimo ao participante.

Esclarecemos que sua participação neste estudo é voluntária e, portanto, o (a) senhor (a)

não é obrigado a fornecer as informações e/ou colaborar com as atividades solicitadas pelo

Pesquisador (a). Caso decida não participar do estudo, ou resolver a qualquer momento desistir

do mesmo, não sofrerá nenhum dano, nem haverá modificação na assistência que vem

recebendo da instituição (caso houver). Os pesquisadores estarão à disposição para qualquer

esclarecimento que considere necessário em qualquer etapa da pesquisa.

___________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

Considerando que fui informado (a) dos objetivos e da relevância do estudo proposto,

de como será minha participação, dos procedimentos e riscos decorrentes deste estudo, declaro

meu consentimento em participar da pesquisa, como também concordo que os dados obtidos na

investigação sejam utilizados para fins científicos (divulgação em eventos e publicações

científicas). Estou ciente que receberei uma via desse documento.

Lagarto, ___ de _________ de _____

__________________________________________

Assinatura do participante ou responsável legal

Contato com o pesquisador responsável: [email protected]

ANEXO II