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INSTITUTO MACAPAENSE DE ENSINO SUPERIOR – IMMES COMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA - CBioss MANUAL DE BOAS PRÁTICAS: FORTALECENDO A BIOSSEGURANÇA NOS LABORATÓRIOS DO IMMES Macapá 2011 Manual de Boas Práticas do IMMES Página 2 INTRODUÇÃO Biossegurança é uma ciência constituída por um conjunto de medidas interdisciplinares e educativas voltadas para prevenção, minimização de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviço, medidas estas somadas às atitudes éticas visam conservar a saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados. Portanto esta ciência é voltada à redução e controle de riscos originados da prática de diversos processos tanto em laboratório quanto no ambiente. Aos profissionais da área que realizam tantos procedimentos sem se preocupar com a Biossegurança, mesmo conhecendo os riscos e sabendo que é perigoso. Estes profissionais devem estar cientes de que no ambiente laboratorial a partir do momento em que você subestima o risco ou deixa de acreditar que ele existe você passa a estar sujeito a ele. O verdadeiro profissional não deve menosprezar o risco, pois a melhor forma de se proteger é estar prevenido e para auxiliar neste processo de prevenção acreditamos que o acesso a informação pode contribuir de forma fundamental para melhoria das condições de segurança dos trabalhadores em ambientes laboratoriais. E, para isto, apresentamos este Manual de Boas Práticas, contendo procedimentos e medidas voltadas para prática segura em laboratórios de saúde, promovendo a redução dos riscos no ambiente laboratorial através da mudança de comportamento, o qual aliado ao Manual de Biossegurança do IMMES fortalecerá as atividades desenvolvidas nos laboratórios do IMMES, minimizando e, principalmente, prevenindo o risco de acidentes. Manual de Boas Práticas do IMMES Página 3 1. RISCOLOGIA RISCO É a probabilidade de um dano, ferimento ou uma doença ocorrer. Tipos de Risco Os riscos podem ser divididos em vários tipos, dentre estão; Riscos físicos, que são aqueles representados pelos ruídos, vibrações, pressões e radiações, sendo este tipo de risco provocado por algum tipo de energia; Riscos químicos, constituídos por substâncias compostas ou por produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, através da inalação de gazes e vapores ou pelo contato com a pele; Riscos ergonômicos, causados por esforços repetitivos que afetam a postura provocando lesões que interferem na atividade laboratorial do trabalhador; Riscos de Acidentes, caracterizado como toda ação não programada estranha ao andamento normal do trabalho, na qual poderá resultar em dano físico ou econômico; Riscos Biológicos, são representados pelos mais diversos microorganismos como: bactérias, fungos, parasitas, vírus entre outros;

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INSTITUTO MACAPAENSE DE ENSINO SUPERIOR – IMMESCOMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA - CBiossMANUAL DE BOAS PRÁTICAS:FORTALECENDO A BIOSSEGURANÇA NOS LABORATÓRIOS DO IMMESMacapá2011Manual de Boas Práticas do IMMES Página 2INTRODUÇÃOBiossegurança é uma ciência constituída por um conjunto de medidasinterdisciplinares e educativas voltadas para prevenção, minimização de riscos inerentesàs atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestaçãode serviço, medidas estas somadas às atitudes éticas visam conservar a saúde dohomem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados.Portanto esta ciência é voltada à redução e controle de riscos originados daprática de diversos processos tanto em laboratório quanto no ambiente.Aos profissionais da área que realizam tantos procedimentos sem se preocuparcom a Biossegurança, mesmo conhecendo os riscos e sabendo que é perigoso.Estes profissionais devem estar cientes de que no ambiente laboratorial a partirdo momento em que você subestima o risco ou deixa de acreditar que ele existe vocêpassa a estar sujeito a ele.O verdadeiro profissional não deve menosprezar o risco, pois a melhor forma dese proteger é estar prevenido e para auxiliar neste processo de prevenção acreditamosque o acesso a informação pode contribuir de forma fundamental para melhoria dascondições de segurança dos trabalhadores em ambientes laboratoriais.E, para isto, apresentamos este Manual de Boas Práticas, contendoprocedimentos e medidas voltadas para prática segura em laboratórios de saúde,promovendo a redução dos riscos no ambiente laboratorial através da mudança decomportamento, o qual aliado ao Manual de Biossegurança do IMMES fortalecerá asatividades desenvolvidas nos laboratórios do IMMES, minimizando e, principalmente,prevenindo o risco de acidentes.Manual de Boas Práticas do IMMES Página 31. RISCOLOGIARISCOÉ a probabilidade de um dano, ferimento ou uma doença ocorrer.Tipos de RiscoOs riscos podem ser divididos em vários tipos, dentre estão;Riscos físicos, que são aqueles representados pelos ruídos, vibrações, pressões eradiações, sendo este tipo de risco provocado por algum tipo de energia;Riscos químicos, constituídos por substâncias compostas ou por produtos que possampenetrar no organismo pela via respiratória, através da inalação de gazes e vapores oupelo contato com a pele;Riscos ergonômicos, causados por esforços repetitivos que afetam a posturaprovocando lesões que interferem na atividade laboratorial do trabalhador;Riscos de Acidentes, caracterizado como toda ação não programada estranha aoandamento normal do trabalho, na qual poderá resultar em dano físico ou econômico;Riscos Biológicos, são representados pelos mais diversos microorganismos como:bactérias, fungos, parasitas, vírus entre outros;

Atenção:A maioria dos acidentes está relacionada com as atividades desenvolvidas por contatodireto com o paciente e seus fluidos corpóreos, de preparo e administração demedicamentos, coleta de material para laboratório (sangue, urina, fezes e escarro) ecuidados de higiene .2. PROCEDIMENTOS QUE MINIMIZAM OS RISCOS:· Higienização e limpeza adequada do ambiente.· Pisos, paredes e tetos de fácil higienização;· O laboratório dispõe de um manual de Biossegurança;· Os produtos químicos contendo materiais tóxicos e equipamentos de risco sãoarmazenados em área segura.· Deverá dispor do local para troca de roupa e guarda de objetos pessoais;· A temperatura ambiente deverá estar entre 20 e 26ºc;· Os materiais tóxicos e equipamentos de risco são deverão ser armazenados emárea segura;· O ambiente laboratorial deverá estar iluminado;· A sinalização de emergência deverá estar presente nos laboratórios;· Os extintores deverão estar dentro do prazo de validade;· Existe aterração em todos os equipamentos elétricos;· As tomadas são identificadas quanto à voltagem;· Existe em quantidades suficientes EPI e EPC;· Existe caixa de primeiros socorros e pessoal treinado para utilizá-los;· Existe sinalização educativa para prevenir o risco;Manual de Boas Práticas do IMMES Página 4· As substâncias estão devidamente identificadas;· Existe um protocolo de rotina em casos de acidentes;Quanto à Higiene Pessoala) Os cabelosCabelos longos são mantidos presos durante os trabalhos;b) As unhasAs unhas são mantidas limpas e curtas, não ultrapassando a ponta dos dedos;c) Os calçadosUsa-se exclusivamente sapatos fechados no laboratório;d) lentes de contatoO ideal é não usar lentes de contato no laboratório. Se for necessário usá-las, nãopodem ser manuseadas durante a atividade sendo importante protegê-las com o uso deóculos de segurança.Evita-se manipular produtos químicos usando lentes de contato, uma vez que omaterial das lentes pode ser atacado por vapores ou reter substâncias que possamprovocar irritações ou lesões nos olhos;e) Sobre cosméticosNão é permitido aplicar cosméticos na área laboratorial;f) jóias e adereçosNão se recomenda a utilização destes materiais. Não são usados anéis quecontenham reentrâncias, incrustações de pedras, assim como não se usa pulseiras ecolares que possam tocar as superfícies de trabalho, vidrarias, entre outros;

Quando são usados crachás presos com cordão em volta do pescoço, estesdevem estar sob o guarda-pó dentro da área analítica.Lembre-se:· Em caso de acidente:q A área afetada deve ser lavada com água corrente em abundância;q Álcool iodado deve ser passado na área afetada (com exceção dos olhos, quedevem ser lavados exaustivamente com água destilada);Manual de Boas Práticas do IMMES Página 5q Em caso de lesão (ferimento), deve ser lavada com água corrente e comprimidade forma a sair sangue (cuidado para não aumentar as dimensões da ferida deveser tomado);Caso aconteça um acidente de trabalho em seu laboratório, notifique imediatamente asua chefia e certifique-se de que o mesmo tenha sido formalmente comunicado.Condutas em derramamentos e acidentes laboratoriais com materialpotencialmente infectante· Em caso de derramamento de material biológico, o local precisa serimediatamente identificado com alerta de RISCO e isolado;· Cobrir a área de derramamento completamente com material absorvente eaplicar solução de hipoclorito concentrado. Após 30(trinta) minutos, deve seriniciado o procedimento de limpeza. Utilize material absorvente descartável(toalhas de papel, compressas de gaze, panos de limpeza) para absorver oderramamento.OBS: Tomando algumas destas precauções você está apto a conhecer o ambientelaboratorial e a diminuir ou eliminar determinados tipos de riscos3. BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIOAs Boas Práticas de Laboratório (BPL) é um conjunto de ações com o objetivode proporcionar uma diminuição nos riscos do ambiente laboratorial. Estas medidas sãoconstituídas por atividades organizacionais do ambiente de trabalho e porprocedimentos básicos como a utilização de Equipamentos de proteção Individual(EPIs) e Equipamentos de proteção coletivos (EPCs), limpeza e higienização doambiente laboratorial entre outras.Dentre as Boas práticas recomenda-se:a) Não pipetar com a boca;b) Não comer, beber ou fumar;c) Utilizar equipamentos da área analítica para aquecer alimentos;d) Manter objetos pessoais, bolsas ou roupas nos vestuários ou armários;e) Usar os EPIs e EPCs de maneira correta, sendo a sua utilização recomendada deacordo com o risco que o manipulador será exposto;f) Não se permite brincadeiras com o material de laboratório;g) Não se autoriza a entrada de pessoas estranhas ao serviço;h) Deve-se evitar a presença de animais e plantas que não estejam relacionados com ostrabalhos.Manual de Boas Práticas do IMMES Página 6i) Realizar a segregação, acondicionamento, identificação, Transporte, Tratamento,Armazenamento dos resíduos descontaminados do grupo A( Biológico) e do grupo B(Químico);j) Conhecimento das ações frente a exposição a material biológico;

l) A organização do ambiente laboratorial, da bancada de trabalho e equipamento;m) Não colocar qualquer material na boca, por exemplo: Caneta;n) Não atender celular quando estiver dentro do laboratório;o) Não usar sandálias ou sapatos abertos, shorts e outras vestimentas não recomendadasno ambiente laboratorial.Lavagem das mãosPara manipular materiais potencialmente infectantes e substâncias químicasutilizam-se luvas de proteção. Isto, no entanto, não elimina a necessidade de lavar asmãos regularmente e de forma correta. Portanto se deve lavar bem as mãos com água esabão para a descontaminação, mas em situações de maior risco é recomendada autilização de sabão germicida.No laboratório, as torneiras são, preferencialmente, acionadas com o pé ou outrotipo de acionamento automático. Não estando disponíveis estes dispositivos, usa-sepapel toalha para fechar a torneira a fim de evitar a contaminação das mãos lavadas.O ato de lavar as mãos com água e sabão, através de técnica adequada, objetiva removermecanicamente a sujidade e a maioria da flora transitória da pele.Quando lavar as mãosa) ao iniciar o turno de trabalho;b) sempre depois de ir ao banheiro;c) antes e após o uso de luvas;d) antes de beber e comer;e) após a manipulação de material biológico e químico;f) ao final das atividades, antes de deixar o laboratório.O procedimento de lavagem é demonstrado na figura abaixo, de forma seqüencial;Fonte: Manual de Biossegurança Lacen/SC.Manual de Boas Práticas do IMMES Página 74. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇAOs equipamentos de proteção individuais e coletivos são considerados elementosde contenção primária ou barreiras primárias. Estes equipamentos podem reduzir oueliminar a exposição da equipe do laboratório, de outras pessoas e do meio ambiente aosagentes potencialmente perigosos.4.1 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVOI) Equipamentos de Proteção Individual – EPISão elementos de contenção de uso individual utilizados para proteger oprofissional do contato com agentes infecciosos, químicos, calor ou frio excessivo,fogo, entre outros riscos, no ambiente de trabalho. Servem, também, para evitar acontaminação do material em experimento ou em produção.Os Principais tipos de EPIs:Dentre os principais equipamentos de proteção individual estão: Protetores faciais,óculos, jaleco, gorro, luvas, máscaras entre outros;· O protetor facial é utilizado para proteger o rosto olhos, nariz, boca e pele, sendofeito pelo mesmo material dos óculos de proteção.· O gorro é usado principalmente pelas pessoas que possuem cabelos grandes paraevitar o contato do cabelo com a amostra manipulada e com os aerossóisproduzidos em laboratório.· O jaleco é uns dos mais importantes EPI tendo como função proteger omanipulador e a amostra manipulada.

Fonte: Adaptado de Andrade et al, 2007.· As luvas devem ser utilizadas para o manuseio de amostras potencialmenteinfectantes ou de produtos químicos.Tipos de luvas e funções:Manual de Boas Práticas do IMMES Página 8a) luvas de látex (borracha natural) – São utilizadas em trabalhos que envolvemcontato com membranas mucosas e lesões, no atendimento a pacientes e paraprocedimentos de diagnóstico que não requeiram o uso de luvas estéreis;b) luvas de cloreto de vinila (PVC) - Recomendadas para manusear citostáticos ealguns produtos químicos.c) luvas de látex nitrílico/borracha butadieno – É recomendada para alguns produtosquímicos.d) luvas de fibra de vidro com polietileno reversível - São usadas para proteçãocontra materiais cortantes;e) luvas de fio de kevlar tricotado – São luvas específicas que protegem emtrabalhos a temperaturas até 250ºC;f) luvas térmicas de nylon - São utilizadas para trabalhos a temperaturas até -35ºC;g) luvas de borracha - Para serviços gerais de limpeza, processos de limpeza deinstrumentos e descontaminação;• Essas luvas podem ser descontaminadas por imersão em solução de hipoclorito a0,1% por 12 h;• Após lavar, enxaguar e secar para a reutilização;• São descartadas quando apresentam qualquer evidência de deterioração.II) Equipamentos de Proteção Coletiva - EPCSão equipamentos de contenção que possibilitam a proteção do trabalhador, domeio ambiente e do produto ou pesquisa desenvolvida. Podem ser utilizados por um oumais trabalhadores.Os principais tipos de EPCs:Dentre os principais estão os dispositivos de pipetagem, Chuveiro de emergência, olava-olhos, a cabine de segurança biológica, capela química, autoclave e extintores deincêndio.· A pipeta automática - Este equipamento proporciona um controle sobre adosagem manipulada evitando a formação de aerossóis e inibindo apossibilidade do manipulador pipetar com a boca.· Chuveiro de emergência - É um chuveiro para banhos em caso de acidentes comprodutos químicos e fogo. Este chuveiro é colocado em local de fácil acessosendo acionados por alavancas de mãos, cotovelos ou joelhos. Comodemonstrado pela imagem a baixo:Manual de Boas Práticas do IMMES Página 9Fonte: Adaptado de Andrade et al , 2007.· Lava-olhos - É um instrumento utilizado em casos de acidentes na mucosaocular, promovendo a remoção da substância diminuindo os danos.· Cabine de Segurança Biológica - São utilizados para proteger o profissional e oambiente laboratorial dos aerossóis potencialmente infectantes que podem seespalhar durante a manipulação dos materiais biológicos. Alguns tipos de cabineprotegem também o produto que está sendo manipulado do contato com o meioexterno, evitando a sua contaminação.

Fonte: Adaptado de Andrade et al, 2007.· Capela de segurança química - É uma cabine de exaustão que protege oprofissional da inalação de vapores e gases liberados por reagentes químicos eevita a contaminação do ambiente laboratorial.· Autoclave – Este equipamento é utilizado para a realização do processo deesterilização de materiais ou resíduos produzidos em laboratório visandodiminuir os efeitos contaminantes dos resíduos sobre o meio ambiente.· Extintores de incêndio - São utilizados para acidentes envolvendo fogo. Podemser de vários tipos, dependendo do tipo de material envolvido no incêndio.Manual de Boas Práticas do IMMES Página 105. DESCONTAMINAÇÃO E DESCARTEDescontaminação é o processo que visa eliminar total ou parcialmentemicrorganismo, com o objetivo tornar o material biológico seguro para descarte final oupara reutilização. As suas etapas são:Limpeza é o processo de remoção de partículas ou material orgânico.Desinfecção é o processo que visa eliminar todos os microrganismos comexceção dos esporos.Esterilização é o processo que garante a eliminação de qualquer forma de vida.O método mais usado no dia a dia é a autoclavação (Calor úmido sob pressão).A Desinfecção do laboratório é feita junto com os procedimentos de limpeza, que deveser executado por pessoal orientado e treinado para tal etapa.Atenção:- As Utilizações de vassouras colocam em suspensão partículas, que se depositamnovamente no piso ou bancada. É aconselhável usar vassouras do tipo esfregão ou rodocom pano umedecido em desinfetante;- Não se deve utilizar a cera, pois ela facilita a aderência de contaminantes e torna o pisoescorregadio causando acidentes;- Prestar atenção na limpeza periódica do filtro de ar condicionado, pois o sujoacumulado provoca alergias respiratórias e infecções pulmonares. Por esse motivo elesdevem ser limpos pelo menos, uma vez por semana;Procedimentos usuais de desinfecção:Utilização Álcool a 70%(etanol ou isopropílico):O álcool a 70% (v/v) é um dos desinfetantes mais empregados no laboratório.- Utilização: para desinfecção da pele, bancada e equipamentos.- Procedimento: Após a limpeza com água e sabão deve-se esfregar um pano ou algodãoumedecido com a solução de álcool a 70% e deixar a superfície a ser descontaminadaem contato com a solução por no mínimo 15 minutos.Preparo do Álcool a 70% (v/v):Etanol a 95º (p/v).........................................................73,7mlÁgua destilada q.s.p.....................................................100 mlHipoclorito de sódio 5%:- Recomenda-se a sua aplicação para descontaminação de pisos, vidrarias, inativaçãoquímica de material biológico.Manual de Boas Práticas do IMMES Página 11- Procedimento: Após a limpeza com água e sabão deve-se passar pano ou materialabsorvente com a solução de hipoclorito 5% no piso, ou submergir vidraria em solução,garantindo que a solução esteja em contato com toda parede do objeto a ser

descontaminado.Atenção: Para descontaminação de resíduos líquidos e semi-sólidos, colocar hipocloritoconcentrado na proporção de 1 para 19 partes do resíduo em descontaminação e deixarem contato a superfície a ser descontaminada por no mínimo 30 minutos.Procedimento usual de esterilizaçãoAutoclavação é o Procedimento de inativação com calor úmido à alta pressão.- Utilização: descontaminação de utensílios laboratoriais, bem como descontaminaçãode material para descarte.- Procedimento: 121°C, 1 atm (vide instrução operacional do equipamento).Recomenda-se que os materiais a serem descontaminados sejam autoclavados comduração de no mínimo 45 minutos em temperatura de 121ºc. Os materiais limpos devemser esterilizados por 20 a 30 minutos temperatura de 121ºc.Verifique se antes da autoclavação foi colocada uma fita em todo o material para indicarse ele foi realmente exposto a altas temperaturas, esta fita muda de cor quando exposta aaltas temperaturas sendo que essa fita apenas garante que o material foi autoclavado.DESCARTEMateriais que estiveram em contato com amostras potencialmente infectantesdevem ser descontaminados antes de saírem da área de trabalho onde forammanipulados. Todo material perfuro-cortante, mesmo que estéril, deve ser desprezadoem recipientes resistentes à perfuração com tampa.Todos os materiais e amostras contaminados precisam ser desinfetados, antes deserem descartados ou limpos para uso posterior. Devem ser colocados em sacosplásticos à prova de vazamento e identificados, antes de serem autoclavados. Essessacos devem ser mantidos em vasilhames de paredes rígidas, laváveis e identificados,colocados em área restrita.Os Principais Tipos de Resíduos:Resíduos Biológicos – São produtos resultantes de atividades em laboratório ricos emmateriais biológicos que devem ser descontaminados antes de serem encaminhados paradescarte final;Resíduos Químicos – São produtos resultantes que devem ser descartados de acordocom as suas características químicas;Resíduos não contaminados – São aqueles que não entraram em contato comsubstâncias químicas ou biológicas, podendo ser considerados como resíduo doméstico.Manual de Boas Práticas do IMMES Página 12Atenção:Cabe ao responsável do laboratório treinar técnicos para executar as tarefasreferentes a preparação do resíduo ( biológico ou químico) para descarte final e oresíduo não contaminado deve ser tratado como resíduo doméstico. Depois depreparado (o resíduo) é encaminhado para coleta externa. Sendo encaminhado aodestino final, de acordo com a RDC 306 da ANVISA.JAMAIS: Descarte material perfuro-cortante em sacos plásticos, pois esteprocedimento é o responsável por boa parte dos acidentes. Acondicione os perfurocortantesem recipientes de paredes rígidas ou em caixas próprias. Não misturesubstâncias e resíduos químicos, essa mistura pode provocar graves acidentes. O resíduoquímico é descartado de acordo com suas características tóxicas, venenosas, corrosivas,irritantes entre outras. Portanto, descarte as substâncias e os resíduos químicos de

acordo com as regras de proteção ao meio ambiente, adotadas para descarte de resíduoquímico, pelo órgão competente de sua região.Manual de Boas Práticas do IMMES Página 136. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS· ANDRADE, E. et al. Normas de Biossegurança, 2007. Slide 9 e 11.· Biossegurança em laboratório biomédicos e de microbiologia / Ministério daSaúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de VigilânciaEpidemiológica. – 2 ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.· Laboratório Central de Saúde Pública – LACEN/SC, Secretaria de Estado daSaúde de Santa Catarina.· Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho. NR 32:Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. Disponível emwww.mtb.gov.br .· ODA, LM; ÁVILA, SM: Biossegurança em Laboratórios de Saúde Pública.Apostila do 111 Curso Regional de Biossegurança Laboratorial paraMultiplicadores. Fiocruz — Núcleo de Biossegurança, 2000.

Vidraria e equipamentos básicos de um laboratório dequímica

Água para uso em laboratório

É evidente que no procedimento de uma análise química a água deve ser purificada de alguma forma, tanto para a última lavagem da vidraria a ser utilizada como na preparação das soluções e diluições necessárias. Dessa forma, a água deverá estar sob condições determinadas experimentalmente.

Os padrões atuais para a água ser utilizada em laboratório estabelecido pelo

British Standard, são da ordem de 5 mg/L para resíduo não volátil, 2 mg/L para resíduo após a ignição, 5,0 a 7,0 pH e 10 meg/ohm.cm para condutividade.

Em um laboratório de química analítica são utilizadas principalmente os seguintes tipos de água:

Água destilada: aquela purificada através de destiladores e que apresenta maior pureza do ponto de vista microbiológico; podendo conter íons contaminantes, arrastados durante a destilação. A água destilada pode ser mais rica em gases dissolvidos, como o gás carbônico (CO2).

Água desionizada: aquela purificada através de desionizadores, que são aparelhos onde a água da torneira é perclorada através de misturas de resinas de troca iônica: uma resina fortemente ácida remove os cátions eventualmente presentes na água e os substitui por íons H+; enquanto uma resina fortemente básica (OH-) remove ânions que estejam contaminando a água.

Limpeza do material

A limpeza da vidraria laboratorial deve ser feita de modo a conservar-se as propriedades desse material, não alterando propriedades físicas determinantes de sua boa utilização. Esta deve seguir algumas determinações.

Lavar o material de vidro em água corrente (se necessário utilizar detergente)e após lavar com água destilada.

O material volumétrico é seco à temperatura ambiente e o não volumétrico pode ser levado à estufa.

Usar escova especial para limpar os tubos de ensaio e outros aparelhos de vidro.

Os tubos de ensaio podem ser invertidos na estante para que sequem.

Uma limpeza mais rigorosa requer o uso de solução sulfocrômica ou outras soluções especiais para limpeza. Após a lavagem do material de vidro com estas soluções, lava-se com água comum e após com água destilada.

É conveniente lavar os frascos e aparelhos usados para estocar ou medir

reagentes com pequenas porções do mesmo, as quais deverão ser posteriormente desprezadas.

OBS: A Solução sulfocrômica consiste em 10% de dicromato de potássio em ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado. É fortemente oxidante, corrosiva e desidratante; deve-se, portanto, manipulá-la com grande cuidado. Deve ser posta fora de uso quando atingir a coloração esverdeada.

Controle de microrganismos

Jorge Timenetsky (Lattes)

Laboratório de Bactérias Oportunistas - Departamento de Microbiologia - ICB/USP

Controle de microrganismos: conceitos básicos

antimicrobiano, esterilizante, desinfetante, conservante, antisséptico, saneante, microbiocida, germicida, biocida e outros termos

A compreensão inadequada ou incompleta de alguns termos básicos no contexto do controle de microrganismos por métodos químicos ou físicos nos campos da microbiologia (saúde humana e animal, industrial e ambiental) pode resultar em procedimentos equivocados ou mesmo insuficientes interferindo na qualidade de produtos e procedimentos.

Observando textos de livros traduzidos, ou não, e alguns artigos científicos naárea de controle de microrganismos, observei que existem termos básicos malespecificados, confusos, ou mesmo incorretos interferindo no uso e escolha adequada de agentes químicos ou físicos, principalmente nos procedimentos de esterilização e desinfecção. Incluem-se títulos, frases e palavras que também permitem compreensão de sentido variado. Explico alguns termos que considero básicos e que podem contribuir na melhor compreensão dos métodos de controle de microrganismos. Desta maneira, propicia uma análise crítica das alternativas disponíveis para o controle microbiológico. Lembro também da insuficiência de clareza nos textos de alguns livros de Microbiologia ou mesmo de Doenças Infecciosas traduzidos, principalmente dalíngua inglesa, incluindo os meios eletrônicos de informação.

Microrganismo: Bactéria, fungo, protozoário, ovo de nematelminto ou platelminto (vermes), protozoário, cistos de protozoários, ácaro e congêneres e microalgas. Os vírus são agentes infecciosos que alguns autores não os consideram microrganismos, por não serem células completas, mas causam doenças. Neste contexto, incluem-se os fagos das bactérias, viroides das plantas e os príons (ex. o agente da “vaca louca” e outras doenças priônicas). Desta maneira, todos os agentes infecciosos devem ser considerados nos métodos de controle microbiológico.

O que é um “antimicrobiano”? O que você espera ele faça? Tente pensar sem continuar lendo e ter uma conclusão. Não importa qual foi, mas faça esta pergunta a você como estímulo.

Um agente antimicrobiano pode interferir de várias maneiras nos diferentes microrganismos. Portanto, muita atenção e verifique se o antimicrobiano é suficiente, ou não, ou até mesmo, desnecessário. As atividades: bactericida, esporocida*, fungicida, parasiticida, virucida significa "matar" ou "destruir" respectivamente bactérias, esporos bacterianos, fungos, parasitas e vírus. Poroutro lado, se substituirmos o sufixo para stático, a atividade antimicrobiana terá uma diferença enorme. Estes microrganismos param sua multiplicação, mas não morrem. Considerando as bactérias como referência, temos que "as bactérias têm como objetivo a sua multiplicação". No entanto, este objetivo pode ser “inibido” com um produto químico, ou equipamento com atividade bacteriostática, por exemplo. Assim, a multiplicação destas bactérias cessa sem matá-las. Se removermos o agente bacteriostático, as bactérias podem voltar a se multiplicar. Este procedimento é muito utilizado, pois é suficiente para atender diversas situações para o controle de microrganismos como, por exemplo, nos conservantes de alimentos, cosméticos, tintas, etc. Se o conservante perder função, ou se a bactéria for transportada deste lugar paraum ambiente favorável, ela pode voltar a se multiplicar. Mas, dependendo do tipo de bactéria, do conservante e o seu tempo de ação e do ambiente, estas bactérias podem, por outro lado, exaurirem-se nutricionalmente a ponto de morrer.

Os bactericidas, ao contrário, “matam” ou “destroem” as bactérias, e estas perdem totalmente a capacidade de se multiplicarem, mesmo se forem transportadas para ambientes altamente favoráveis ao seu crescimento. Na verdade, este é o conceito de morte bacteriana que pode ser estendido a

outros microrganismos.

Importa muitas vezes, também, saber o que fez a bactéria “morrer”. Existem produtos muito tóxicos ou equipamentos muito perigosos à saúde humana que, de fato, matam as bactérias e outros microrganismos, mas o ambiente ou um indivíduo também pode sofrer com isto e até morrer. É importante, portanto, saber se ocorreu dano no DNA da bactéria, qual parte do DNA foi alterada, se ocorreu dano de proteínas, como foi isto, se as proteínas foram degradadas totalmente ou parcialmente, ou se a bactéria sofreu lise (estourou). A bactéria pode também ter “murchado” por perder água, por aquecimento em ambiente muito seco ou pelo excesso de sal em volta.

Consideração importante sobre esporos bacterianos:

Os esporos* bacterianos são formados por apenas alguns tipos de bactérias. Estas bactérias são capazes de se "enclausurarem" formando o esporo que, por sua vez, é uma estrutura extremamente desidratada, com muito cálcio e ácido dipicolínico. Dependendo da espécie bacteriana, o esporo pode manter viável em seu centro os principais compostos das bactérias no ambiente por anos, séculos, milênios ou milhões de anos. Assim que estes esporos encontrarem condições favoráveis para crescer, mesmo depois de muito tempo esporuladas, os esporos germinam e as bactérias voltam a se multiplicar como antes. Portanto, este potencial de resistência e de germinação varia entre as bactérias capazes de produzir esporos. O esporo bacteriano é mais resistente às condições extremas do ambiente como o calor, desidratação, radiação ultravioleta e agentes químicos. Estas propriedades "extras" são conferidas por serem estruturas extremamente desidratadas, possuírem o ácido dipicolínico e o cálcio que contribuem na integridade das proteínas para as condições de "estresse" químico ou físico.

O termo "esporocida" usualmente está associado à impossibilidade irreversível de um esporo bacteriano “germinar” (da bactéria voltar para a sua vida vegetativa). Os esporos fúngicos são outras estruturas microbianas esão mais frágeis, no entanto, são mais resistentes em geral do que as formas vegetativas da maioria das bactérias (não esporuladas), de importância à saúde humana, animal e vegetal.

Um equívoco comum neste assunto é considerar que todo agente químico esporocida implica ser também esterilizante. Um agente esterilizante tem quepossuir o potencial de todos os "cidas", claro. Mas, lembrem-se que, existem diferentes tipos de esporos cujas resistências ao ambiente variam. Deve-se, portanto, considerar que nem todo agente esporocida é necessariamente um agente esterilizante. Mas, todo agente esterilizante é também esporocida. Assim, para validar os processos de esterilização, em geral, utilizam-se determinados tipos de espécies de esporos bacterianos sabidamente mais resistentes e que devem, também, morrer nos diferentes processos de esterilização. Assim são validados os muitos processos de esterilização.

Vale também lembrar que existem agentes esporostáticos, os quais não permitem a germinação bacteriana. Se estes esporos, sob o efeito de um agente esporostático, forem transportados para um ambiente favorável à germinação, estes germinarão e as bactérias voltariam a se multiplicar.

Mas continuando com as diversidades do termo antimicrobiano, vale acrescentar o questionamento necessário sobre qual tipo de bactéria/outro microrganismo que este produto/equipamento atua.

Temos que considerar se interfere com bactérias "frágeis" como a Escherichia coli ou micobactérias (grupo das que causam tuberculose), que possuem uma espessa camada de gordura em sua parede celular (não são bactérias esporuladas!). A diferença é grande, pois as micobactérias são mais resistentes aos desinfetantes químicos. Maior ainda é a diferença se o produtoou equipamento é capaz de interferir ou não nos esporos bacterianos, como jámencionamos.

Alem disso, temos que considerar QUANTO o antimicrobiano "mata" (atividadequantitativa) uma determinada população bacteriana. Ou seja, quantos microrganismos morrem num determinado intervalo de tempo, isto é, se "mata" 10%, 20%, 50%, 80%, 90% de uma população microbiana. Em geral, começamos a pensar em valores de 90% ou mais. As percentagens menores valem sim, mas em geral, são menos significativas quando pensamos em populações em número de logaritmos a base de 10. Valores como 99.99%, 99.999% são vistos mais frequentemente em rótulos de alguns produtos desinfetantes! Puxa, mas assim é quase 100%. NÃO! Em microbiologia 100% é esterilização.

Então, vejamos:

Na verdade, em microbiologia, temos que tratar populações de microrganismos cuja quantidade pode chegar a 1012 bactérias por grama como nas fezes humanas, ou até em alguns rios, ou cerca de 106 em lagos e etc. Na verdade, isto varia muito nos campos da microbiologia, principalmente, na área ambiental e industrial.

Se, por exemplo, um produto ou processo de descontaminação tem capacidade de reduzir 90% de uma população bacteriana, o que significaria isto? Se temos inicialmente 107 bactérias por alguma unidade, no final teríamos cerca de 106 bactérias. Ora, esta redução pode ser insuficiente porque os 10% que restaram podem ser uma população microbiana alta ainda.

Outro exemplo apresentado em alguns anúncios televisivos são as reduções de 99,9%. O que significa isto? Se tivermos uma população de 106 bactérias por alguma unidade (gramas, mililitros, metros cúbicos de ar), no final ainda teremos 103, ou seja, 1000 bactérias. Dependendo da área de microbiologia que trabalha no controle de microrganismos, 1000 bactérias pode ser bom emalguns ambientes, mas não em outros. O controle de microrganismos ocorre, também, em outras áreas além da saúde humana ou animal. Temos os vegetais, as indústrias (alimentos, cosméticos, medicamentos, couro, tinta, petróleo, fermentação alcoólica e muitas outras, além do contexto ambiental).

Vale também lembrar que os valores exemplificados são de testes laboratoriais, nos quais um produto desinfetante fica em contato apenas com as bactérias testadas. Na prática, diversos fatores ambientais nunca serão semelhantes às condições do laboratório. Assim, as reduções mencionadas geralmente são menores do que as mencionada pelos testes laboratoriais. Discutiremos a avaliação de desinfetantes químicos em outro tema, principalmente pela existência de conflitos metodológicos.

Vale, ainda, considerar se o antimicrobiano é um produto ou equipamento tóxico ou não, e quanto tempo leva para atingir um objetivo. Além disto, quanto custa, se é estável, se é sensível à matéria orgânica, pH, volatização, se está acondicionado em ambiente escuro, ventilado e qual o tipo de

superfície que agirá (metal, madeira, fórmica, etc).

Desta maneira, não aceitem sem questionar a atividade antimicrobiana de umproduto ou equipamento. É preciso perguntar seu potencial e as limitações deste antimicrobiano.

Alguns termos importantes no controle de microrganismos:

Os antibióticos que conhecemos são também antimicrobianos, mas são usualmente ingeridos e, às vezes, injetados. Alguns por serem relativamente tóxicos, são utilizados apenas em forma de pomada. A eficácia dos antibióticos é avaliada de maneira muito diferente que desinfetantes químicos. O mecanismo de ação dos antibióticos é geralmente conhecido e, em geral, estas drogas funcionam como "mísseis teleguiados" enganando, emgeral, o metabolismo microbiano. Desinfetantes químicos ou físicos não diferenciam bactérias das células de nosso corpo e, por isto, os desinfetantes químicos, em geral, são muito mais tóxicos e são aplicados em superfícies inertes e não em pacientes.

Esterilizante: Produto ou equipamento capaz de matar ou remover todos os microrganismos de um ambiente, inclusive os mais resistentes. A esterilizaçãodeve ser entendida como um procedimento absoluto e não relativo. Por exemplo, não existe esterilização parcial ou "meia esterilização" ou, por exemplo, estar estéril para bactérias, mas não para vírus.

Desinfetante: Produto ou equipamento capaz de reduzir a níveis seguros microrganismos indesejáveis, matando-os. Este microrganismos indesejáveis variam nos diferentes campos da microbiologia, mas às vezes, alguns são os mesmos. Neste conceito, os desinfetantes não precisam ter necessariamente atividade esporocida. Alguns desinfetantes melhores podem até ser esporocidas, mas as espécies de esporos bacterianos que atingem, geralmente, são mais frágeis do que aqueles usados para validar esterilizantes.

Conservante: Produto com atividade "stática", mas com o tempo pode causar a morte de alguns microrganismos. Os conservantes, ou também conhecidos como preservantes, em geral, mantém os níveis baixos de microrganismos. Usualmente, são aplicados em alimentos, mas podem ser incorporados em muitos outros produtos em que a deterioração microbiana é possível como os cosméticos, tintas, etc.

Saneante: Produto que não mata necessariamente microrganismos, usualmente mantém níveis baixos destes. Os saneantes são compostos com atividade antimicrobiana cujos resíduos podem ser ingeridos em pequena quantidade. O exemplo mais clássico é o uso de saneantes na descontaminação de pratos, talheres, panelas de hospitais ou mesmo os resíduos de cloro que existem na água potável. O compostos ativo mais usadoé o cloro em baixa concentração.

Quanto maior a carga microbiana no inicio de um processo de descontaminação, menor é a chance da eficácia esperada.

Antisséptico: Na verdade, nada mais é do que um desinfetante cutâneo. É um composto ativo sem alvo especifico, ao contrário da pomada antibiótica. Os antissépticos, em concentração baixa, podem ser aplicados a tecidos vivos como a pele e mucosas. Pode ser aplicado por pouco tempo com objetivo de matar possíveis microrganismos indesejáveis e impedir a instalação e multiplicação destes.

Antissepsia: A princípio, é um conjunto de regras e normas aplicadas na manutenção da esterilidade de um objeto ou equipamento, previamente estéril quando manipulado. Isto não impede que estas condutas sejam aplicadas em procedimentos cirúrgicos, como também no repique de uma determinada bactéria em estudo, próximo ao bico de Bunsen ou em capela defluxo laminar. Assim, ocorre a manipulação apenas da bactéria em estudo e não das bactérias contaminantes do ar ou da orofaringe do técnico, que prejudicariam totalmente o estudo.

Detergente: é composto aniônico, miscível em água. É apenas um sabão para ajudar a limpeza, mas não "mata" microrganismos em geral, apenas os remove vivos de um lugar. Mas, a limpeza com água e sabão é fundamental

para iniciar em seguida os processos de descontaminação. Após o sabão, é fundamental lavar em seguida com bastante água para que a limpeza seja eficaz.

Não confundir os sabões catiônicos (ex.: sabão de cozinha) com os compostosde amônio quaternário, que são compostos que possuem atividade detergente reduzida, são agentes desinfetantes químicos e matam microrganismos. Estes produtos predominam, atualmente, nas prateleiras de supermercados por serem pouco tóxicos. Os desinfetantes domésticos funcionam, geralmente, quando não diluídos. No entanto, os compostos de amônio quaternário são sensíveis a matéria orgânica. Desta maneira, a limpeza prévia com água e sabão de uma superfície é importante. Por exemplo, se a pia de uma cozinha estiver suja, sem lavar bem antes, o desinfetante reage com a sujeira residual e perde "força" na sua ação contra as bactérias.

Descontaminação: Promoção da atividade(s) antimicrobiana. Termo é muito genérico no contexto de controle de microrganismos e pouco específico. No entanto, para tornar-se mais claro, deve ser especificado ao que se pretende com a descontaminação.

Ex.: Descontaminar o quê? Como? Quais microrganismos devem ser destruídos? Quantos microrganismos ficam após a descontaminação, quais podem ficar? Qual é a exigência da descontaminação para um determinado local?

Por exemplo, descontaminar as mãos lavando-as com água e sabão. Dependendo, se acrescenta em seguida o álcool-gel (que é o atualmente utilizado), se você estiver numa epidemia de gripe. Você pode ser um adulto voltando do trabalho para visitar, no ambiente doméstico, seu neto recém-nascido. Se você for pegá-lo no colo, então tem que lavar as mãos antes com água e sabão e depois utilizar o álcool-gel de farmácia.

Pode-se também descontaminar equipamentos de uma indústria. Neste caso, ocorrem diversos etapas e procedimentos para que este equipamento não contamine o produto final.

Germicida (termo em desuso): Mata germes! O termo não é específico, muito genérico.

Microbiocida: Mata micróbios! Termo não especifico e também muito genérico.

Biocida = Microbiocida

Desodorante: geralmente, um composto ativo contra bactérias causadoras de mal cheiro.

Desinfestação: remover ou "matar" insetos.

Deodorante: perfume.

Fumigação: Aspersão de gás ou liquido no ambiente para atividade germicida,microbiocida ou biocida.

O bem estar da humanidade depende em grande parte da capacidade do homem em controlar a população dos microrganismos, visando:

- Prevenir a transmissão de doenças.

- Evitar a decomposição de alimentos.

- Evitar a contaminação da água e do ambiente.

de impedir a sua reprodução.

Esse controle de microrganismos é possível pela ação de agentes físicos e químicos, que possuem propriedades de matar a célula microbiana, ou

Os microrganismos podem ser removidos, inibidos ou mortos por agentes físicos ou químicos. Uma grande variedade de técnicas e de agentes pode ser utilizada, agindo de modos diferentes e tendo seu próprio limite de aplicação prática. Os termos a seguir são usados para descrever os processos físicos e os agentes químicos destinados ao controle dos microrganismos:

• Esterilização: Processo de destruição ou remoção de todas as formas de vidamicrobiana, incluindo esporos bacterianos, que são as formas mais resistentesde vida.

• Desinfecção: Processo que visa a destruição ou inibição do crescimento de patógenos vegetativos em superfícies ou substâncias inertes. Desinfetante é agente normalmente químico que mata as formas vegetativas, mas não necessariamente esporos bacterianos.

• Anti-sepsia: Processo que visa a destruição ou inibição do crescimento de microrganismos vegetativos em tecidos vivos, pele e mucosas. O produto químico utilizado é denominado anti-séptico.

• Assepsia: Assepsia significa ausência de patógenos vivos. A técnica asséptica se destina a eliminar e excluir todos os microrganismos infecciosos pela esterilização de equipamentos, desinfecção do meio ambiente e limpeza dos tecidos do corpo com anti-séptico. (MÉTODOS ...2010)

Fatores que influenciam o controle microbiano

Na aplicação de qualquer agente físico ou químico destinado a inibir ou destruir populações microbianas, devem ser considerados fatores como:

Temperatura: o aumento da temperatura, quando usado em combinação com outro agente, como uma substância química, apressa a destruição dos microrganismos.

Tipo de microrganismo: as espécies de microrganismos diferem em sua susceptibilidade aos agentes físicos e químicos. Nas espécies esporuladas, as formas vegetativas são muito mais sensíveis que as formas esporuladas, sendo estas extremamente resistentes.

Estado fisiológico das células: células jovens, metabolicamente ativas, são mais facilmente destruídas que as células velhas ou em latência, no caso de oagente nocivo agir através de uma interferência sobre o metabolismo (as células que não estão crescendo não seriam afetadas).

Condições ambientais: as propriedades físicas e químicas do meio ou das substâncias que sustentam os microrganismos têm profunda influência sobre o ritmo, assim como sobre a eficácia da destruição microbiana. A eficiência docalor, por exemplo, é muito maior nos meios ácidos do que nos alcalinos. A consistência do material (aquosa ou viscosa) também influi na penetração do agente, e as altas concentrações de carboidratos aumentam, em geral, a resistência térmica dos microrganismos. A presença da matéria orgânica estranha pode reduzir, significativamente, a eficácia de uma droga antimicrobiana, inativando-a ou protegendo o microrganismo. (MACHADO, 2010)

Modo de ação dos agentes de controle de microorganismos

A revisão de certas características da célula microbiana pode apontar os possíveis locais de ação de um agente antimicrobiano. Eles podem agir causando lesões na parede celular, alterações na permeabilidade celular, alterações das moléculas de proteínas e de ácidos nucléicos, inibição da ação enzimática, inibição da síntese de ácidos nucléicos, entre outras coisas.

Agentes microbianos

Os agentes microbianos podem ser microbicidas, que matam os microorganismos, ou microbiostáico, que apenas inibem o crescimento destes.

O critério de morte de um microrganismo em Microbiologia é baseado em uma única propriedade: a capacidade de se reproduzir.

Agentes físicos

O método mais empregado para matar microorganismos é o calor, por ser eficaz, barato e prático. Os microorganismos são considerados mortos quandoperdem a capacidade de multiplicar. (TEIXEIRA, 2010)

Calor úmido: A esterilização empregando calor úmido requer temperaturas acima de fervura da água (120º). Estas são conseguidas nas autoclaves, e este é o método preferencial de esterilização desde que o material ou substância a ser esterilizado não sofra mudanças pelo calor ou umidade. A esterilização é mais facilmente alcançada quando os organismos estão em contato direto como vapor, nestas condições o calor úmido matará todos os organismos.

Calor seco: A forma mais simples de esterilização empregando o calor seco é a flambagem. A incineração também é uma forma de esterilizar, empregando o calor seco. Outra forma de esterilização empregando o calor seco é feita emfornos, e este binômio tempo e temperatura deve ser observado atentamente. A maior parte da vidraria empregada em laboratório é esterilizada deste modo.

Pasteurização: Consiste em aquecer o produto a uma dada temperatura, num dado tempo e a seguir, resfriá-lo bruscamente, porém a pasteurização reduz onumero de microorganismos presentes mas não assegura uma esterilização.

Radiações: As radiações têm seus efeitos dependentes do comprimento da onda, da intensidade, da duração e da distância da fonte. Há pelo menos dois tipos deradiações empregadas no controle dos microorganismos: ionizantes e não-ionizantes.

A radiação não ionizante não tem poder de penetração, age apenas sobre a

superfície onde os raios incidem e não atravessam tecidos, líquidos, vidros, nem matéria orgânica.

Indicadores biológicos: São suspensões padrão de esporos bacterianos submetidos a esterilização juntamente com os materiais a serem processadosem autoclave, estufas e câmera de radiação. Terminado o ciclo, são colocadosem meio de cultura adequada para o crescimento de esporos, se não houver crescimento, significa que o processo está validado.

Microondas: Os fornos de microondas são cada vez mais utilizados em laboratórios e as radiações emitidas não afetam o microorganismo, mas geram calor. O calor gerado é responsável pela morte dos microorganismos.

Filtração: A passagem de soluções ou gases através de filtros retêm os microorganismos, então pode ser empregada na remoção de bactérias e fungos, entretanto, passar a maioria dos vírus.

Pressão Osmótica: A alta concentração de sais ou açúcares cria um ambiente hipertônico que provoca a saída de água do interior da célula microbiana. Nessas condições os microorganismos deixam de crescer e isto tem permitidoa preservação de alimentos.

Dessecação: Na falta total de água, os microorganismos não são capazes de crescer, multiplicar, embora possam permanecer viáveis por vários anos. Quando a água é novamente reposta, os microorganismos readquirem a capacidade de crescimento. Esta peculiaridade tem sido muito explorada pelos microbiologistas para preservar microorganismos e o método mais empregado é a liofilização.

Agentes químicos

Os agentes químicos são apresentados em grupos que tenham em comum, ouas funções químicas, ou elementos químicos, ou mecanismo de ação. (TEIXEIRA, 2010)

Álcoois: A desnaturação de proteínas é explicação mais aceita para a ação antimicrobiana. Na ausência de água, as proteínas não são desnaturadas tão rapidamente quanto na sua presença. Alguns glicóis podem ser usados, dependendo das circunstâncias, como desinfetantes do ar. Os alcoóis são bactericida e fungicida, mas são ineficazes contra endosporos ou vírus nãoenvelopados. Os álcoois comumente utilizados são o etanol e isopropanol.

Aldeídos e derivados: Pode ser facilmente solúvel em água, é empregado sob a forma de solução aquosa em concentrações que variam de 3 a 8%. São antimicrobianos muito efetivos. Os aldeídos causam a inativação de proteínas e danificam o material genético.

Fenóis e derivados: O fenol é um desinfetante fraco, tendo interesse apenas histórico, pois foi o primeiro agente a ser utilizado como tal na prática médica e cirúrgica, os fenóis atuam sobre qualquer proteína, mesmo aquelas que não fazem parte da estrutura ou protoplasma do microorganismo, significando que, em meio orgânico protéico, os fenóis perdem sua eficiência por redução da concentração atuante. Causam a ruptura da membrana plasmática, inativando enzimas e desnaturando proteínas. Raramente é utilizado como desinfetante ou anti-séptico devido a suas qualidades irritantes e odor desagradável.

Halogênios e derivados: Entre os halogênios, o iodo sob forma de tintura é umdos anti-sépticos mais utilizados na práticas cirúrgicas. O mecanismo de ação é combinação irreversível com proteínas, provavelmente através dainteração com os aminoácidos aromáticos, fenilalanina e tirosina. O iodo inibe a função das proteínas e é um forte agente oxidante; O cloro forma o agente oxidante ácido hipocloroso, que altera os componentes celulares.

Ácidos inorgânicos e orgânicos: Um dos ácidos inorgânicos mais populares é oacido bórico; porém, em vista dos numerosos casos de intoxicação, seu emprego é desaconselhado. A muito tempo tem sido usados alguns ácidos orgânicos, como o ácido acético e o ácido láctico, não como antisépticos mas sim na preservação de alimentos hospitalares.

Agentes de superfície: Embora os sabões se encaixem nessa categoria são compostos aniônicos que possuem limitada ação quando comparada com a de substâncias catiônicas. Dentre os detergentes catiônicos os derivados de amônia tem grande utilidade nas desinfecções e anti-sepsias. O modo preciso de ação dos catiônicos não esta totalmente esclarecido, sabendo-se, porém, que alteram a permeabilidade da membrana, inibem a respiração e a glicólise de formas vegetativas das bactérias, tendo também ação sobre fungos, vírus e esporos bacterianos.

Metais pesados e derivados: O baixo índice terapêutico dos mercuriais e o perigo de intoxicação por absorção fizeram com que aos poucos deixassem deserem usados, curiosamente alguns derivados mercuriais tiveram grande aceitação, embora dotados de fraca atividade bactericida e bacteriostática in vivo, como o merbromino. Desnaturam de enzimas, íons de metal pesado se combinam com os grupos sulfidrila Os metais pesados como a prata e o mercúrio são germicidas ou anti-sépticos.

Agentes oxidantes: A propriedade comum destes agentes é a liberação de oxigênio nascente, que é extremamente reativo e oxida, entre outras substâncias o sistemas enzimáticos indispensáveis para a sobrevivência dos microorganismos.

Esterilizantes gasosos: Embora tenha atividade esterilizante lenta o óxido de etileno tem sido empregado com sucesso na esterilização de instrumentos cirúrgicos, fios de agulhas para suturas e plásticos

Segurança com Vidraria e Aparelhagem em Laboratório de Química

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Por André Luis Silva da Silva

A. Cuidados com material de vidro

A vidraria utilizada em um laboratório de química convencional não é confeccionada de forma corriqueira, evidenciando-se este fato pelo seu custo bastante elevado. No processo de fabricação deste tipo especial de vidro comumente são adicionados cátions metálicos, tornando a vidraria muito

resistente ao calor, mas pouco resistente ao choque mecânico. Dessa forma, deve-se obedecer a uma série de necessidades quanto ao seu manuseio.

Abaixo se estabelece algumas recomendações quanto ao manuseio da vidraria laboratorial de química.

Não utilize materiais de vidro trincado.

Coloque todo material de vidro trincado fora, como “sucata de vidro”.

Não coloque cacos de vidro no lixo comum.

Use luvas de amianto ou pinças quando manusear frascos quentes.

Use sempre protetor facial e luvas quando agitar solventes voláteis.

Use banho de gelo para remover tampas de vidro emperradas.

Para introduzir tubos de vidro ou termômetros em orifícios de rolhas, lubrifique com glicerina o orifício e a peça a ser introduzida, segure esta última com um pedaço de pano ou de papel absorvente e introduza-o com movimentos circulares.

Ao secar em estufa os tubos de ensaio e pipetas, deixe-as escorrer primeiro a água de lavagem e, quando na estufa, deixe-as inclinadas, para evitar de quebrar as pontas das pipetas ou o fundo dos tubos de ensaio.

Lavar todo e qualquer vidro com detergente neutro para que os seus resíduos não interfiram nas reações.

B. Cuidados com aparelhagem

Os equipamentos existentes em um laboratório de química requerem uma normatização específica quanto à sua operacionalização. A correta utilização desses equipamentos, convencionais ou específicos, encontrados em um laboratório requer conhecimento prévio, para após a experiência em suas utilizações.

Abaixo se estabelece algumas recomendações quanto ao manuseio dos principais equipamentos existentes em um laboratório convencional de química.

Leia com atenção as instruções sobre a operação dos equipamentos.

Saiba o que fazer em situações de emergência antes delas ocorrerem.

Não abra a centrífuga antes dela parar completamente.

O material que necessita geladeira deverá ser guardado tão logo o serviço acabe, e só utilizar quando o reagente atingir a temperatura ambiente.

Não utilize equipamentos elétricos em superfícies úmidas.

Combata o fogo em equipamentos elétricos com extintores de CO2.

Não abra a porta da estufa de alta temperatura quando quente para não quebrar os frascos.

Somente use chama em locais permitidos no laboratório.

Aumente gradativamente a velocidade da centrífuga.