A HISTÓRIA E A EVOLUÇÃO DO LABORATÓRIO TEUTO Pró … · econômicas que transformaram a...

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ADIAL Informa - www.adial.com.br A HISTÓRIA E A EVOLUÇÃO DO LABORATÓRIO TEUTO Pró-Industrial ADIAL - Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás – Agosto - 2011 - ANO IV - Nº 23 D Diversificação consolida novo ciclo industrial SETOR INDUSTRIAL GOIANO SE EXPANDE FORTE TAMBÉM PARA SEGMENTOS SEM RELAÇÃO COM AGROINDÚSTRIA WILDER MORAIS PREVÊ NOVO AEROPORTO EM 2 ANOS ADIAL 23_Layout 1 05/08/2011 16:46 Page 1

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A HISTÓRIA E A EVOLUÇÃO DO LABORATÓRIO TEUTO

Pró-IndustrialADIAL - Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás – Agosto - 2011 - ANO IV - Nº 23

DDiversificação consolida novo ciclo industrial

SETOR INDUSTRIAL GOIANO SE EXPANDE FORTE TAMBÉM PARA SEGMENTOS SEM RELAÇÃO COM AGROINDÚSTRIA

WILDER MORAIS PREVÊ NOVO AEROPORTO EM 2 ANOS

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PRÓ­INDUSTRIAL

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Sumário

Editorial

Ocrescimento econômico de Goiás é evidente. Jornais, revis‐tas, relatórios, anúncios semanais de novos investimentos ebalanços que apontam indicadores favoráveis de expansõesdão o ritmo desta expansão ordenada dos negócios no Es‐

tado. Nesta edição, um bom resumo de alguns números sobre a econo‐mia goiana e negócios que estão desembarcando ou se expandindo noEstado.

O papel da ADIAL (Associação Pró‐Desenvolvimento Industrial doEstado de Goiás) é estimular as empresas que aqui estão instaladas, ca‐talisar o processo de crescimento, perceber gargalos e buscar meios deminimizá‐los ou eliminá‐los, e, ao mesmo tempo, apresentar as virtudeseconômicas que transformaram a economia de Goiás para auxiliar nacaptação de novos empreendimentos.

Para a entidade, crescer exige integração, trabalho, estímulo à com‐petição, respeito às regras, incentivo ao produtor e ao industrial, capaci‐tação de gestores e operários e avanço na atividade classista. Não se podeprescindir de ter uma entidade associativista forte que reivindique, de‐fenda e advogue a favor do setor industrial. A ADIAL é fruto deste pen‐samento, desta ideologia a favor do modelo de produção atual.

Nesta continua batalha diária da entidade, instrumentos como pa‐lestras, reuniões e visitas à associados e meios de comunicação se tor‐nam ferramentas vitais para fortalecimento e engrandecimento daentidade. E, deve‐se ressaltar, as batalhas são diárias. Muitas vezes si‐lenciosas e impublicáveis, mas a representatividade do setor industrialgoiano se faz presente, atenta e atuante. Participe, seja direta ou indire‐tamente, nesta defesa. Mantenha sua empresa neste movimento a favorda profissionalização e respeito ao empresário.

Participe deste trabalho da ADIAL.

Produção

ADIAL ‐ Rua Dr. Olinto Manso Pereira, 837, 4º andar ‐ Ed. Rizzo PlazaSetor Sul, Goiânia Goiás. CEP: 74.083‐060 Fone: (62) 3213‐1666

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Presidente do Conselho de Administração Cesar Helou

Vice‐Presidente Financeiro Rodrigo Penna de Siqueira

Vices‐Presidentes e Conselheiros Geraldo José Bruini, Nelson Vas Hacklauer, Alberto Borges de Souza, Maximiliani LiubomirSlivnik, Vanderlan Vieira Cardoso, Sandro Antônio Scodro, Carmello Paole�, HeribaldoEgídio da Silva, Paulo Sérgio Guimarães Santos,Pedro Henrique Pessoa Cunha, Heno JácomoPerillo, Marco Aurélio Limírio Gonçalves, JoséBa�sta Júnior, Nelson Kowalski, José AlvesFilho, Domingos Vilefort Orzil, Alfredo Ses�niFilho, Carlos Luciano Ribeiro, Rivas Rezende, Juliana Nunes e Igor Montenegro.

Diretor Execu�voEdwal Freitas Por�lho “Chequinho”

Projeto Gráfico e Diagramação Contemporânea

Pró-IndustrialExpediente

EDITORIAL ADIAL e a defesa do setor industrial. 2. //EX‐PANSÃO Indústrias desembarcam ou se expandem emGoiás 3‐6. //CONTAS PÚBLICAS Goiás registra alta nareceita com impostos 7. //ENTREVISTA Wilder Morais8‐10. //GESTÃO O gerente de processos 11. //EM‐PREGO Goiás comemora bons resultados 12‐13.//NOTAS INDUSTRIAIS Inovação e OVG 14. //MARKE‐TING & NEGÓCIOS Novidades na indústria 15. //LEI‐TURA Livros Empresariais 18. //ARTIGO Sidnei Pimentel19. // ARTIGO Cesar Helou 20.

ADIAL E A DEFESA DO SETOR INDUSTRIAL

16‐17EMPRESA

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EXPANSÃO

PARQUE INDUSTRIAL GOIANO SE AMPLIA EM VÁRIAS ÁREAS E, NAS ÚLTIMAS DÉCADAS, RECEBE SETORES COM MENOR RELAÇÃO COM SETOR AGROPECUÁRIO

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Novos investimentos diversificam indústria

AS DUAS INDÚSTRIASSe antes a indústriagoiana se notabilizavapor produzir e abaste‐cer o mercado nacio‐

nal com produtosalimentícios e minerais, agorauma nova realidade está seestabelecendo.

A economia goiana estádando passos rápidos rumo àconsolidação da diversifica‐ção do parque industrial.

Além de estar cada vezmais forte na área agroindus‐trial, amplia a capacidadeprodutiva para inúmerossegmentos da indústria.

No entanto, parte destesnovos produtos não está rela‐cionada diretamente aos pro‐dutos de origem da economiaprimária. São medicamentosgenéricos – que se consolida‐ram neste período –, cosméti‐cos, montadoras de veículos,aviões e peças para aero‐naves, dentre outras dezenasde novas áreas.

Este novo ciclo de cresci‐mento da indústria goianarumo à uma industrializaçãomais ampla se deu nos últi‐mos dez anos, e vem cres‐cendo gradativamente, e nãoteve reflexos negativos para aagroindústria. Se em algunscasos não são processos com‐plementares, também não sechocam. Confira nas próxi‐mas páginas um balançodesta diversificação indus‐trial goiana.

Descrição: É o período de industrialização profissional daeconomia goiana, com maior foco empresarial donegócio, e a busca do mercado nacional para seusprodutos. Neste período, o foco esteve relacionado aprodutos extraídos (minérios), plantados (grãos) ou deorigem animal (carnes e leite). No entanto, a maior parteda produção era enviada para ser beneficiada fora doEstado.

Setores mais fortes: Frigoríficos, laticínios, mineradoras,indústria de processamento de soja, milho, tomate eoutros produtos agrícolas.

Período de início: Entre décadas 60 e 70.

Aceleração da expansão: Décadas de 80 aos anos 2000.

Resultados: Projetou Goiás no cenário nacional como umdos grandes produtores de alimentos do País. Economiagoiana avançou de 20ª para 8ª. A indústria representava4% do PIB do Estado e hoje ultrapassa 30%.

Descrição: Um novo ciclo industrial se estabelece emGoiás. A nova indústria está desvinculada diretamentedo processo de produção do agronegócio e buscaGoiás por outros motivos, como incentivos fiscais,potencial logístico de distribuição, fornecimentoregional de máquinas e equipamentos, entre outros.Produto deixa de buscar mercado nacional e vaitambém para o exterior. Este processo foi possívelpor influência do Porto Seco de Anápolis.

Setores mais fortes: Medicamentos genéricos,cosméticos, montadoras de veículos, máquinas eequipamentos industriais, entre outros.

Período de início: Meados da década de 90.

Aceleração da expansão: Anos 2000, com umfortalecimento após crise de 2008‐2009.

Resultados: Tende a consolidar um polo industrialautônomo no Estado, menos dependente daprodução agropecuária‐mineral – o que trará menossazonalidades na economia, sem impedir ou afetar oresultado da indústria formada no 1º ciclo.

1º CICLO INDUSTRIAL

2º CICLO INDUSTRIAL

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EXPANSÃO

Previsão deR$ 33 biaté 2013

Cada vez mais, a inscrição Made In Goiásestá em mais produtos. E a tendência, apostaespecialistas, é ampliar a quantidade de pro‐dutos, nas prateleiras e lojas, que tenham ori‐gem em Goiás – pois os investimentosprevistos para até 2013 devem chegar a R$33,2 bilhões. Boa parte deste aporte na econo‐mia será realizado pelo setor industrial.

Segundo levantamento do governo esta‐dual, serão executados 995 projetos em Goiás– com geração de 110,6 mil novos empregos.

Metade dos investimentos deve ocorrer nosetor sucroalcooleiro, com R$ 17 bilhões(51,2%), seguido de mineração, com R$ 5,4 bi‐lhões (16,3%); indústria metal‐mecânica, comR$ 3 bilhões (9%); e, transporte, logística e in‐dústria da alimentação, com R$ 2,7 bilhões(8,2%).

As cidades que mais receberão investi‐mentos são as do Sudoeste Goiano, com15,2%, seguido dos municípios do Oeste deGoiás (14,78%), do Centro Goiano (13,79%),do Sudeste (13,65%) e do Sul (12,75%).Quase 10% dos investimentos totais previs‐tos têm estreita ligação com a FerroviaNorte‐Sul, que, em uma eventual paralisa‐ção ou atrasos, pode trazer grandes prejuí‐zos ao Estado – não apenas na redução deinvestimentos quanto na ampliação do gar‐galo da infraestrutura do Estado.

Dezenas de empresas já anunciaram in‐vestimentos em Goiás para este ano, enquantooutras estão finalizando projetos: Entre elas,as japonesas Mitsubishi (R$ 1 bilhão), em Ca‐talão, e Suzuki (R$ 100 milhões) em Itumbiara;a canadense Yamana Gold, com R$ 600 mi‐lhões, em Pilar de Goiás, Alto Horizonte e Cri‐xás; e as brasileiras Stemac, também emItumbiara (R$ 80 milhões) e Hypermarcas, R$500 milhões, em Senador Canedo.

NOVOS PRODUTOS

O modelo Jimny deve ser oprimeiro carro produzido pelamontadora japonesaSuzuki em Itumbiara.Os investimentosiniciais previsto para acidade são de R$ 100milhões.

Confira alguns produtos previstos e outros anunciados para Goiás

Jimny

StemacOs geradores de energia elétrica

Stemac também serão produzidos emGoiás. Itumbiara foi a cidade escolhidapara a fábrica, que terá R$ 80 milhõesinvestidos e previsão de estarfuncionando em dois anos. Serão 254empregos diretos e mais 760 indiretos.

RisquéRisqué, Niazzi, Monange, Très

Marchand e Bozzano estão entre osprodutos da Hypermarcas que terãoprodução transferidas para SenadorCanedo, em Goiás. Empresa prevêinvestir R$ 500 milhões na novaunidade goiana.

MTZ Os tratores da estatal bielo‐

russa MTZ Belarus devem sermontados em Goiás. A previsão éque lançamento ocorra emquatro meses. Anápolis eAparecida disputam unidade. Oembaixador da Bielo‐Rússia,Leonid Krupets, disse que decidiupor Goiás após 14 meses de negociação.

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Transformação industrialquase dobra em Goiás

EXPANSÃO

O valor de transformação in‐dustrial de Goiás acumulou ganhode 90,1%, elevando o processa‐mento de matérias‐primas das in‐dústrias do Estado, desde 2005,passando de R$ 8,011 bilhões paraR$ 15,231 bilhões, considerando‐seapenas unidades com cinco oumais empregados. Foi o maiorcrescimento do País. O avanço emGoiás foi o triplo do País, que cres‐ceu 32,3%.

Um detalhe impressionante foique o processamento da produçãono Brasil encolheu 6,2% durante acrise dos Estados Unidos, en‐quanto, mesmo durante a turbu‐lência, Goiás expandiu atransformação industrial em 12,8%.Com esta expansão, Goiás passoua responder por 2,2% da transfor‐mação industrial do País, ante 1,5%que detinha até 2005.

Estudo dos economistas MarcosArriel e Sérgio de Castro demons‐tra que o perfil produtivo da in‐

dústria goiana vem mudandodesde meados da década de 90. Se‐gundo eles, a indústria tradicionaldo Estado (segmentos intensivosem recursos naturais – agroindús‐tria/alimentícia e mineração) man‐teve forte liderança no processo deindustrialização. Os segmentosnovos, intensivos e não‐naturais,emergindo, indicando um movi‐mento de diversificação do parqueindustrial do Estado.

“O Estado de Goiás tem apre‐sentado importantes ganhos departicipação na riqueza gerada no

País nas últimas décadas, com aelevação substancial do seu Pro‐duto Interno Bruto. Este fato podeser creditado, em grande parte, àindústria, cujo desenvolvimento sedá principalmente, por meio da in‐tegração entre a agropecuária mo‐derna e o avanço da agroindústria,a expansão da indústria de basemineral, bem como a emergênciade novas atividades industriaisatraídas pelas políticas de incenti‐vos fiscais, praticadas em Goiás apartir de meados da década de1980”, escrevem os economistas.

“Importantes indústrias inicia‐ram um processo de diversificaçãoindustrial em Goiás, como Cameco(John Deere) e MMC (Mitsubishi)em Catalão, que servem de basepara a expansão da metal‐mecâ‐nica, e grandes laboratórios farma‐cêuticos, como Teuto eNeoquímica, que foram âncorapara o desenvolvimento de umpolo farmoquímico em Anápolis.”

E as compras continuamA diversificação empresarial em

Goiás também é observada,acompanhada e, muitas vezes, passa a

fazer parte da estratégia deexpansão de gigantes daeconomia internacional.

Aconteceu com a marcamundial Pfizer, quando osamericanos decidiram entrar

no Brasil comprando participaçãodo laboratório goiano Teuto,recentemente, ou da tambémamericana Heinz, que entrou no

mercado nacional comprando ocontrole acionário da Quero Alimentos.

Outros setores em Goiás tambémexperimentam esta mesma açãoestratégica, como foi o caso, tambémrecente, da compra do controle dadistribuidora de medicamentosPanarello, que passou a ter como sóciomajoritário o grupo alemão Celesio,ou a empresa de TI goiana Politec,uma das maiores do País, que foivendida por 100 milhões de euros aosespanhóis da Indra.

15,2 bié o valor anual deprocessamento daindústria goiana, segundo o IBGE.

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EXPANSÃO

análise

Ar e c e n t ehistória daindústriabrasileira

deve um capítulo es‐pecial para Goiás.Apesar de jovem,devem registrar os li‐vros imparciais queeste Estado não tinhaa mínima relevânciaindustrial no País hátrês décadas e, hoje,incomoda verdadei‐ramente os barõesda indústria nacio‐nal, que veem sair daqui produ‐tos competitivos no preço e naqualidade.

Mas, devem se perguntar,como um Estado incipiente in‐dustrialmente em 1970, hoje des‐ponta como potência nacional,produzindo R$ 15 bilhões porano (quase 3% de tudo que é in‐dustrializado no Brasil), semcontar a enormidade de matéria‐prima que manda para indus‐trializar em outros Estados oupaíses?

Realmente um salto de parti‐cipação do PIB estadual de 3% a4% na década de 60 para mais de34% nos dias atuais deve sim seravaliado. E o ponto‐de‐partidadeve ser o empreendedorismodo empresário goiano e sua his‐tória. Boa parte das indústriasque se destaca com a bandeira deGoiás, criadas e formadas aqui, éde origem simples. São peque‐nas empresas criadas, em suamaioria, entre as décadas de 60 e80. Normalmente são grupos fa‐miliares que aprenderam, comomuitos e com muito sacrifício, alidar com uma economia infla‐

cionária, de juros extorsivos euma tributação adversa do País.

São indústrias que em suamaioria começaram com um oudois funcionários, processandoalgum produto relacionado aocampo, agrícola (tomate, soja,milho, por exemplo) ou pecuária(carne, couro ou leite). Nas déca‐das de 60 ou 70, estas empresasabasteciam os municípios da re‐gião que pertenciam. Na décadade 80, parte do Estado. Na dé‐cada de 90 em diante, vários outodos Estados brasileiros, e, jánesta última década, vendiampara vários países do mundo.

Neste período de vida,comum a boa parte dos grupos,uma geração foi trocada. Nestebenigno ciclo de expansão destajovem indústria, Goiás muitoaprendeu e, reconhecidamente,também ensinou. Gostem ou nãodos incentivos fiscais, são progra‐mas que tiveram resultado, des‐envolveram a economia de váriosEstados brasileiros e promove‐ram uma melhor distribuição daindústria no território nacional.

Foi o industrial goiano que,

pela primeira vez nahistória do País, pro‐pôs – e o governo es‐tadual aceitou –estimular a indústriacom benefícios fiscaisdo ICMS em formasistematizada de pro‐grama de governo.Deu tão certo que, ini‐ciados em Goiás emmeados dos anos 80,foram copiados porvários Estados. Deutão certo que logodespertou a ira de

quem se via atingido. Deu tãocerto que mudou a distribuiçãoda indústria no território nacio‐nal, contribuindo para uma mí‐nimia desconcentração do setorindustrial no País.

Nos anos mais recentes, deampliação e diversificação da in‐dústria goiana, alguns grupos fa‐miliares estaduais, antevendoconcorrência com gigantes na‐cionais ou estrangeiros, optarampor associação, fusão ou vendade seus ativos. A necessidade deelevado volume de capital e aexigência de investimentos pro‐gressivos para manter o nível deconcorrência exigida pelo mer‐cado fizeram com que, mesmocom produto competitivo e ges‐tão ajustada, grupos regionais seendividassem ou buscassem umnovo parceiro, um sócio.

Essa indústria goiana soubepassar dignamente por todoesse processo evolutivo econsegue, dignamente e commuito trabalho, perpetuar suasmarcas e escrever a sua bem‐su‐cedida história de trabalho e deconquistas.

Que indústria é esta?

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CONTAS PÚBLICAS

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Arrecadação tributáriacresce 16,9% no semestreSECRETÁRIO DA FAZENDA DIVULGA BALANÇO COM AVANÇO DA ARRECADAÇÃO NO ESTADO E PREVÊ CONTAS NO AZUL EM DEZEMBRO

Oresultado das contas pú‐blicas em Goiás no pri‐meiro semestre foibastante positivo. A re‐

ceita com impostos avançou16,95% na comparação com o pri‐meiro semestre de 2010. O avançoda receita tributária foi o terceiromelhor entre os 11 Estados maisricos do País – ficando atrás apenasde Santa Catarina e Pernambuco.

Segundo o secretário da Fa‐zenda, Simão Cirineu Dias, a receitacresceu mais do que o Estado proje‐tava, no entanto, “as despesas de‐cresceram em um volume menorque esperávamos”. Para Simão, oresultado se deve ao valor arreca‐dado com a adoção do Programa deRecuperação de Crédito (Recupe‐rar) – no qual a ADIAL foi uma dasdivulgadoras; ao combate de algu‐mas áreas de sonegação, à adoçãode substituição tributária para bebi‐das quentes e autopeças.

A arrecadação de tributos esta‐duais alcançou R$ 5,057 bilhões emseis meses, ante R$ 4,324 bilhões

em igual período do ano anterior.Apesar da elevação da receita tri‐butária, o semestre fechou no ver‐melho em R$ 152,7 milhões. Odéficit foi ocasionado pelo paga‐mento de dívidas, salários dos ser‐vidores e despesas operacionais –a conta investimento ainda repre‐sentou um porcentual muito redu‐zido nas contas estaduais noprimeiro semestre. “Vamos fazerum esforço enorme para manter oaumento da arrecadação”, disse.

O secretário da Fazenda desta‐

cou que receita só cresce com a re‐dução da sonegação de impostos ecom o crescimento do Produto In‐terno Bruto (PIB) do Estado. Eledisse que pretende chegar até o fimdo ano com as contas no azul, ze‐rando o déficit nas contas públicasde Goiás.

O governo está negociando combancos a venda da folha de paga‐mentos do Estado, mas o primeiroleilão ‐ que previa receita de R$ 505milhões – não teve propostas. Sefazdeve realizar outro pregão.

Simão Cirineu comentou aindao decreto do governador MarconiPerillo determinando corte nasdespesas com telefone, carro, via‐gem, informática e consultoria emtodos os órgãos do Estado.

“O decreto vai ajudar a reduzirdespesas, porque coloca na admi‐nistração pública uma ordem geralpara todos, ninguém vai poderfugir desse decreto”, afirmou. Elelembrou que os órgãos reguladoresvão atuar e certamente todos os ór‐gãos terão de cumprir o decreto.

RECEITA NO SEMESTREConfira a evolução da receita tributária em Goiás

1º SEM-2010 1º SEM-2011 DIFERENÇA VARIÇAÇÃOICMS 3.991.098 4.653.296 662.198 16,59%IPVA 221.548 260.040 38.493 17.37%ITCD 30.395 49.351 18.956 62,36%OUTROS 81.084 94.590 13.509 16,66%TOTAIS 4.324.125 5.057.277 733.152 16,95%

Fonte: Tesouro Estadual-Sefaz

“Vamos fazer umesforço enormepara manter oaumento da

arrecadação”SIMÃO CIRINEU,

Secretário da Fazenda de Goiás

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ENTREVISTA

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Wilder Morais secretário de Infraestrutura

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ENTREVISTA

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Neste primeiro semestre à frente daSecretaria Estadual de Infraestru‐tura, quais foram as prioridades?

Nós assumimos o governo comuma grande dificuldade financeira,que não permitia sequer pagar afolha de pagamento dos servidoresde dezembro. Já desde o início o go‐vernador Marconi Perillo dizia que,para desenvolver o Estado, o carro‐chefe é a infraestrutura. No caso es‐pecífico, a infraestrutura da malhaviária, que é nossa principal logísticade escoamento de produtos. Fize‐mos uma reunião, a Secretaria de In‐fraestrutura e a Agetop (AgênciaGoiana de Transportes e Obras Pú‐blicas), que é a executora de todas asobras, tanto civis como de infraes‐trutura, para saber qual o caminho atomar. O Jayme Rincon (presidenteda Agetop) e eu recebemos, em dezdias, o levantamento da situação detoda a malha viária do Estado. Apre‐sentamos o resultado ao governa‐

dor. Dos 10 mil quilômetros asfalta‐dos, 6 mil em condições péssimasou até intransitáveis. Fizemos umplano de ação, no caso da criação doFundo de Transporte, e passamosao governador. Desse fundo, resul‐tarão anualmente uma média de R$300 milhões. Sem a criação desseFundo, que gerou os programas Ro‐dovida e Reconstruir, não teríamoscondições de refazer e manter as ro‐dovias estaduais: 10 mil quilômetrosasfaltadas e 10 mil sem asfalto.

E qual o resultado imediato?Em maio deste ano o governador

Marconi lançou o programa Rodo‐vida, que vai reconstruir mais de 4mil quilômetros de vias, sendo 2081quilômetros de 62 municípios em2011 e mais 2 mil quilômetros de 39municípios em 2012. Outra obra im‐portante foi lançada dia 30 de julho,que é a retomada da ponte de Coca‐linho, a maior ponte do Estado de

Goiás, paralisada há quase seis anos.E assim deixando de promoverprosperidade socioeconômica à Re‐gião do Vale do Araguaia, por meiode escoamento de grãos e carne etambém fomentando o turismo.Essa ponte vai colocar um pontofinal no isolamento vivido pelas pes‐soas da região.

E o que o governo tem feito quantoao Aeroporto Santa Genoveva?

É uma briga incansável de nossaparte por conta do aeroporto deGoiânia. A secretaria não tem sedescolado da Infraero. Já estivemosvários vezes no órgão. Inclusive naEmbrapa, que é dona de 30 al‐queires na cabeceira da pista do ae‐roporto próxima à Ceasa.Solicitamos ao órgão a doação daárea à União para que assim a pistado aeroporto possa ser aumentadaem mil metros para recebimento degrandes aeronaves de voos interna‐

Pragmático e discreto. Este tem sido o empresário Wilder Morais em seus seis mesesno comando da Secretaria Estadual de Infraestrutura. Discreto, mas operante. Dejaneiro a julho, costurou projeto para reconstruir mais de 4 mil quilômetros de ro‐dovias, tem participado ativamente das negociações do aeroporto e prevê investi‐

mentos pesados no setor em 2012 e 2013. Wilder recebeu a PRÓ‐INDUSTRIAL no fim dejulho e fez a previsão: “Novo aeroporto é uma obra para dois anos.” Confira a seguir osprincipais trechos da entrevista:

“Sem energia, seminfraestrutura, não

tem indústria”

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ENTREVISTA

cionais. Goiás cresce acima damédia nacional. Nossa necessidadede um novo aeroporto, ao contráriode muitos estados, não têm os jogosda Copa como motivo. Nosso cres‐cimento econômico, na área de ne‐gócios e indústria, é atemporal oueventual. Dia 12 de julho estivemoscom o superintendente Regional doCentro‐Oeste da Infraero, AndréLuis de Barros. Ele nos mostrou oandamento Módulo OperacionalProvisório, apelidado de Puxa‐dinho. O superintendente nos ga‐rantiu o término do Puxadinho paraoutubro. Ele também falou da am‐pliação do estacionamento do aero‐porto.

O novo aeroporto, o senhor achaque sai até quando?

Uma nova empreiteira, PJJ Malu‐celli Arquitetura Ldta., ganhou lici‐tação para reelaborar projeto deconstrução do novo aeroporto. Essetrabalho ainda depende de parecerfinal da fase de recursos da licitação.O antigo projeto está superado. Pre‐cisamos de aeroporto que tenhavida útil mais longa. A briga judi‐cial entre o consórcio responsávelpela construção e Infraero tambémprecisa ser resolvida. O que nãocreio que vá demorar. Acredito queé uma obra para daqui a dois anos.

Tem algo previsto para o aeroportode cargas e a plataforma logísticade Anápolis?

Hoje a Plataforma Logísitica deAnápolis está a cargo da Segplan,que está trabalhando no aprimora‐mento na logística e transporte deGoiás. Esse êxito precisa parceriaspara que assim haja aumento e di‐namização de investimentos em in‐fraestrutura. Vale registrar achegada da Rekkof (montadora deavião prevista para se instalar emAnápolis). Aliás, são duas fábricasde avião: a Thrush e a Rekkof, que éa antiga Fokker

. E a questão do Veículo Levesobre Trilhos?

Estamos tratando ainda, na In‐fraestrutura, da questão do VLT noEixo Anhanguera, que hoje já estáem estudo, e, em mais uns 90 dias, ogrupo interessado vai apresentar oprojeto. O grupo interessado égoiano e está ligado ao consorcio deconcessionários de transporte cole‐tivo de Goiânia. O projeto prevê queo VLT saia do terminal Padre Pelá‐gio e vai até o Jardim Novo Mundo,mas já com o projeto de ampliação:indo até Senador Canedo, por umlado, e até Trindade, pelo outro. Issoé um grande projeto em andamentoe que vai mudar totalmente a carac‐terística comercial ao longo do per‐curso, sem se falar na promoção demelhor mobilidade urbana.

Quais são os projetos com relação àinfraestrutura para 2012 e 2013?

O governador esteve na semanapassada com o BNDES tentandocaptar R$ 500 milhões, cuja destina‐ção será investimento em infraestru‐tura no próximo ano. A grande metade governo é cumprir o ajuste fiscalque não foi cumprido no ano pas‐sado. O Estado hoje está inadim‐plente. Então, não temos como

buscar recursos externos se nãocumprirmos o ajuste fiscal. Só assimteremos condições de buscar recur‐sos, não só do governo federal,como também recursos externos.

Quais projetos têm maior poten‐cial?

A implantação do VLT é umgrande projeto. Vale mencionartambém a busca de parcerias pú‐blico privadas em vários segmen‐tos do governo. As PPPs sãoimprescindíveis a qualquer go‐verno. Elas são realidade em váriospaíses e estados brasileiros. Já exis‐tem algumas PPPs em conversa.Logo serão divulgadas.

E com relação a Celg? Eu faço parte do Conselho da

Celg. Na estatal também estásendo feita uma grande gestão.Logicamente que tem as dificul‐dades, porque não está resolvida aquestão política. Mas ela tambémestá caminhando e tem o José Eli‐ton, nosso vice‐governador comopresidente da Celg, que é um ex‐celente gestor e tem feito um tra‐balho gigante junto à empresa, queé hoje a maior empresa do Estadode Goiás e tem viabilidade econô‐mica. O problema é que a Celgpossui um histórico financeiro dedificuldades. Mas é uma empresaque, sanando estes problemas, vaiser o carro‐chefe para desenvolvero Estado de Goiás. Sem energianão tem indústria, sem infraestru‐tura não tem indústria.

Até o final do ano a questão daCelg estará resolvida?

A solução da Celg é algo a ca‐minho. Competência é algo quenão falta ao presidente da Celg,José Éliton. E há também a questãoda busca de parceiros para a Celgque está em andamento. Diantedisso, acredito que até o final doano a gente tenha sim uma solução.

“A solução daCelg é algo acaminho. Acre‐dito que até ofinal do ano agente tenha simuma solução.”

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GESTÃO

Em um mercado cada vezmais competitivo, fatorescomo organização e efi‐ciência passaram a ser

regra para o sucesso. Não dá maispara ser competitivo sem saber exa‐tamente o que acontece na sua em‐presa, pondera o consultor deprocessos, Gaetano Misiti.

Por esse motivo, explica o consul‐tor, surgiu a figura do gerente deprocessos. “É a pessoa responsávelpor garantir a organização dentro deuma empresa. Esse profissional tra‐balha em cima de dados para traçarmetas, planejar, coordenar, orientare controlar ações relacionadas aofluxo de materiais e processos in‐dustriais. Tudo isso com a preocupa‐ção de seguir normas técnicas, dequalidade e normas ambientais.”

Um gerente de processos deveter como características principais apró‐atividade, espírito de liderança,e a disposição – e talento – paragerir pessoas. Isso porque estará nasmãos deste profissional, e de suaequipe, o levantamento de dados daempresa para a manutenção oureengenharia dos processos, garan‐tindo assim a alta produtividade.

Gaetano Misiti, que já atuou na

reformulação de processos indus‐triais de várias empresas na RegiãoSudeste e em Goiás, aponta que épreciso estar atento: “Mais que qua‐lidades pessoais, o gerente de pro‐cessos deve ter conhecimentotécnico avançado na área em quetrabalha. É preciso conhecer commuita clareza os processos que ocercam para treinar o pessoal ade‐quadamente e executar ações quetragam resultados.”

CURSOSPartindo desta lógica, institui‐

ções de ensino de todo o País passa‐ram a oferecer cursos técnicos,

tecnológicos e pós‐graduações liga‐dos à gestão da produção. EmGoiás, o Senai oferece dois cursos naárea – o MBA em Gestão da Produ‐ção e a pós‐graduação Lato Sensuem Gestão da Produção – ambosministrados em Goiânia. “A princi‐pal vantagem de ter um bom ge‐rente de processos é contar com umprofissional dedicado a formar emanter uma visão sistêmica dosprocessos industriais e direcionadaaos objetivos da empresa. Um pro‐fissional que trabalhe para garantira eficiência. Assim, a gestão da pro‐dução pode ser, sem dúvidas, umgrande diferencial competitivo.”

A relevânciade um gerentede processosCONSULTOR APONTA QUE UMA INDÚSTRIA NÃO PODE ABRIR MÃO DE TER UM BOM GESTOR DE PROCESSOS

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NOTAS, NOTÍCIAS E NEGÓCIOS

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EMPREGO

Goiás foi o 6º Es‐tado em gera‐ção de empregocom carteira as‐

sinada no País no pri‐meiro semestre. Com75.604 vagas, o Estado su‐perou ainda o resultadodo primeiro semestre de2010, quando foram aber‐tas 70,4 mil novas vagasno mercado formal.

A indústria de trans‐formação foi o carro‐chefe do empregono Estado neste primeiro semestre, comdestaque principalmente para indústriasfarmoquímica e alimentícia. Segundodados do Cadastro Geral de Emprega‐dos e Desempregados (Caged), divulga‐dos pelo Ministério do Trabalho eEmprego (MTE), o setor industrial foi oque contratou mais. Foram 22.900 vagas.O setor de serviços gerou 19.768 vagasno semestre, seguido da agropecuária(14.201) e construção civil (10.467).

Em praticamente todos os setores,as empresas reclamam da dificuldadede contratar mão‐de‐obra especiali‐zada. Para algumas áreas, há dificul‐dade inclusive para encontrarempregados sem especialização – poisaté para estes trabalhadores há excessode procura. “Não faltam empresas ofe‐recendo o emprego e o treinamento.

Quem está real‐mente interessadoem se empregar, seencaixa facilmente.As empresas, emrazão da dificul‐dade de contratar,estão reduzindo aescolaridade exi‐gida para cada área.No futuro, acarretaproblemas, para al‐gumas áreas, para a

qualidade do produto e do serviço.Assim como ocorre no constante rodí‐zio de profissionais – seja porque nãoencaixam no perfil da vaga ou porquerecebem propostas melhores de outrasempresas”, diz Agenor Oliveira, gestorde RH.

CENTRO-OESTECom relação a cidades do Centro‐

Oeste na geração de empregos, comdados de janeiro a maio, Brasília lideracom 18.374. Goiânia é a segunda maiorem emprego da região, com 17.922.Goiás tem a metade das cidades entreas dez maiores do ranking: além deGoiânia, Anápolis, Aparecida, Goiané‐sia e Rio Verde. Entre as 30 maiores, oEstado conta com 17, com várias ci‐dades da Região Metropolitana e En‐torno do DF.

Há vagasEMPRESAS GOIANAS EMPREGAM 75 MIL TRABALHADORES NOS SEIS PRIMEIROSMESES DO ANO. EM 2010, NO MESMO PERÍODO, ECONOMIA EMPREGOU 70 MIL

Cidade/UF | Saldo1° Brasília/DF | 18.3742° Goiânia/GO | 17.9223° Campo Grande/MS | 6.8644° Anápolis/GO | 4.4635° Aparecida de Goiânia/GO | 4.1716° Goianésia/GO | 3.1217° Cuiabá/MT | 2.6698° Rio Verde/GO | 2.0879° Dourados/MS | 1.78410° Varzea Grande/MT | 1.67111° Três Lagoas/MS | 1.63812° Rondonópolis/MT | 1.50513° Jataí/GO |1.25114° Sinop/MT | 98715° Luziânia/GO | 92916° Catalão/GO | 85517° Itumbiara/GO | 75618° Corumbá/MS | 56319° Caldas Novas/GO | 53920° Sorriso/MT | 53821° Senador Canedo/GO | 52422° Valparaiso de Goiás/GO | 52423° Tangará da Serra/MT | 47324° Ponta Porã/MS | 27025° Trindade/GO | 25726° Formosa/GO | 25027° Planaltina/GO | 19728° Águas Lindas de Goiás/GO | 19529° Caceres/MT | 7430° Novo Gama/GO | 54

POR CIDADESaldo de janeiro a maio,pelo Caged

MUITAS VAGASConfira resultado do 1º semestre em Goiás2009 44.9202010 70.4002011 75.604

POR SETOR, em 2011INDÚSTRIA 22.900SERVIÇOS 19.768AGROPECUÁRIA 14.201CONSTRUÇÃO CIVIL 10.467

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EMPREGO

49 mil na miradas empresas

No início do ano, o Instituto de Pes‐quisa Aplicada (Ipea), que divulgou oestudo Emprego e Oferta Qualificadade Mão de Obra no Brasil: Projeçõespara 2011, que estimava em 49 mil tra‐balhadores qualificados e com expe‐riência profissional entrariam nomercado de trabalho goiano.

Mas, na metade deste período, osuperávit entre admitidos e demitidosno Estado já supera 75 mil trabalha‐dores.

Para o presidente do Ipea, MárcioPochmann, o estudo indica que a ex‐pansão econômica esperada para oano de 2011 tende a afetar positiva‐mente o mercado de trabalho brasi‐leiro. Uma das conclusões doComunicado é que deverá ocorrer es‐cassez de mão de obra qualificada ecom experiência profissional ao longodo ano de 2011. “Porém, hoje essa es‐cassez não é global, mas restrita a al‐guns setores”, disse Pochmann.

Se os índices de geração de em‐prego estão em alta em Goiás, aempregabilidade na capital tam‐bém caminha no mesmo ritmo. Oindicador, medido pelo Centro dePesquisas Econômicas da Facul‐dade ALFA (CEPEM‐ALFA), veri‐ficou, no primeiro semestre, queas contratações cresceram 8,7 pon‐tos porcentuais em relação aomesmo período de 2010.

O levantamento, que foi reali‐zado com 538 empresas, identifi‐cou nas empresas um maiorinteresse em reter o funcionáriodo que nos períodos anteriores.Até mesmo em razão do custo dademissão, dificuldade de seleçãoe falta de trabalhador especiali‐zado no mercado, a retenção tor‐nou‐se “investimento”.

Para Agenor Oliveira, especia‐lista em Recursos Humanos, se oempresário fizer o cálculo dequanto custa investir no bom fun‐cionário e optar por desligá‐lo pornão oferecer melhores condições(salário e benefícios) e quantocusta selecionar e treinar umapara a mesma função, talvez re‐pensasse a oferta de condições.“Negociar para reter é importante.Mas, para manter, tem de sabermotivar.”

NADA FÁCILNeste ano, o estudo identificou

que apenas 28,6% afirmaram terdemitido pessoal, contra 43,6%das empresas entrevistadas no

ano passado. Assim como apon‐tou o consultor Agenor Oliveira,selecionar não anda nada fácil. Eas empresas ouvidas pelaCEPEM‐ALFA revelam que em66,7% dos casos, avança a necessi‐dade por mão de obra especiali‐zada. No ano passado, 55% dasempresas demandavam trabalha‐dores mais qualificados.

ANÁLISESegundo o economista Aurélio

Troncosos, coordenador da pes‐quisa coordenada e conselheirodo Conselho Regional de Econo‐mia (Corecon‐GO), percebe‐seuma total recuperação do nível deemprego com retenção em 71,4%dos postos de trabalho, caracteri‐zando um aumento real de 8,7pontos porcentuais no número deempregos na grande Goiânia.

“O setor de agronegócio emGoiás conseguiu adequar suas ex‐portações ao valor do dólar nomercado e, com a colheita da safrade soja nos primeiros meses doano, ajudou no aumento da em‐pregabilidade do setor. Já o setorde serviços que hoje representamais de 60% do PIB goianienseobteve aumento 3,1 pontos por‐centuais em relação ao mesmo pe‐ríodo de 2010, tendo comoprováveis hipóteses para o au‐mento, a necessidade dos empre‐sários por mão de obraqualificada”, disse o economistaAurélio Troncoso.

Pesquisa apontamaior retenção

Elza Fiúza/ABr

“A escas­sez de mão deobra não églobal, masrestrita a al­guns setores”

Márcio Pochmann, presidente do Ipea

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NOTAS INDUSTRIAIS

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Estudantes que estejam cursando ou pessoas que játenham concluído o Ensino Médio podem se inscrevernos cursos oferecidos pelo Centro de Qualificação Pro‐fissional (CQP), da Organização das Voluntárias de Goiás(OVG). As inscrições podem ser feitas até 19 de agosto,das 8 às 20 horas, na própria unidade. São oferecidoscursos de Informática Básica (80 vagas), Português (135vagas) e Inglês Instrumental (150 vagas).

Para os cursos de Português e Inglês Instrumental, háturmas nos três períodos. Já para o de Informática Bá‐sica, há horários pela manhã e noite. Os cursos tem du‐ração de três meses. Para fazer a inscrição, o aluno deveapresentar cópias da Identidade, do CPF e do compro‐vante de endereço, além de uma declaração de fre‐quência escolar. Mais informações: (62) 3201‐9709.

Qualificação pela OVG

Inscrições para Cursos pelo CQP: até dia 19 de agosto

A Comissão Executiva do programa Produzir apro‐vou, em reunião extraordinária, quatro novos projetosde expansão industrial para Anápolis, Senador Canedo eGoianira. Tais projetos representam um investimentode R$ 4,3 milhões e que devem gerar 504 empregos di‐retos em áreas diversas.

São quatro indústrias de grande porte, que já produ‐zem cosméticos (Anápolis), uma indústria de móveispara escritório e informática, que vai investir R$ 2,7 mil‐hões em Goianira e oferecer sozinha 436 novos empre‐gos diretos.

Outros dois investimentos relevantes serão para Se‐nador Canedo, na fábrica de banheiras, pias e tanques,com 21 novos empregos diretos e R$ 1 milhão em in‐vestimento fixo.

Produzir aprova quatro novos projetos

Inadimplência de Goiás no FCO é a menorA taxa de inadimplência regis‐

trada em Goiás nos contratos deempréstimos do Fundo Constitu‐cional do Centro‐Oeste (FCO) é ametade da média regional, apontarelatório divulgado pela Superin‐tendência Executiva do Conselhode Desenvolvimento do Estado daSecretaria de Indústria e Comércio(SIC) relativo ao período de janeiro

a maio de 2011. A taxa de inadimplência do Es‐

tado durante o período ficou em1,21%, enquanto a média da Re‐gião Centro‐Oeste foi de 2,49%.Além disso, o Estado de Goiás liderao total de contratações do Fundonos cinco primeiros meses do ano,com R$ 721,5 milhões. O Estado élíder tradicional em recursos.

Foi aprovada porunanimidade nova linhade financiamento para aciência, tecnologia e ino‐vação do Fundo Consti‐

tucional do Centro‐Oeste (FCO), durante reunião doConselho Deliberativo (Condel) do Fundo, realizada na se‐mana passada em Brasília.

A nova linha tem como finalidade financiar todos osbens e serviços necessários à implantação, ampliação e mo‐dernização de empreendimentos, capital de giro associadoe aquisição de insumos e matéria‐prima. Serão beneficiá‐rias as pessoas jurídicas de direito privado que se dediquema atividades produtivas. Serão financiáveis os itens neces‐sários à implantação do projeto.

O prazo para investimento é de até 15 anos, incluído operíodo de carência de até 5 anos, podendo ser elevado aaté 20 anos no caso de empreendimentos considerados dealta relevância em setores estratégicos para o desenvolvi‐mento econômico e social do Centro‐Oeste.

Crédito paratecnologia

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MARKETING & NEGÓCIOS

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Coca‐cola relança garrafa de 1899A Coca‐Cola continua apresentando

novidades para comemorar seus 125 anos.Depois de lançar embalagens comemorativasnos Estados Unidos e em Hong Kong (vejaaqui), a marca relança na Inglaterra a versãoda garrafa de vidro usada em 1899, quando abebida passou a ser gaseificada. Foi aí quesurgiu o problema de manter a conservaçãosem perder o gás. A solução encontrada foiuma tampa metálica revestida com borracha,com um original sistema de vedação,batizado de Hutchinson.

Knorr1,1 kg

Embalagens fle‐xíveis com capaci‐dade para 1,1 quiloacondicionam oAlho e a Cebola emPó Knorr, lançamentos da Unilever Food Solu�ons. Asembalagens são fornecidas pela Inapel.

PolitecA mul�nacional espa‐

nhola de tecnologia Indraconfirmou a aquisição dagoiana Politec, empresade serviços de tecnologiada informação (TI) queatua principalmente nomercado de energia, in‐dústria, finanças e go‐verno. A Politec, uma dasmaiores empresas de TIdo País, foi vendida porR$ 224 milhões.

Água Schinsustentável

Buscando soluçõessustentáveis , a ÁguaSchin, com a Billabong,lançou novos produtos dalinha Recycler Series, compeças elaboradas a partirda fibra de garrafas PETda marca. Além de umbolsa, lançou bermuda euma camiseta masculina.

Envie novidades da empresa no e-mail: [email protected]

Mabel retrôA Mabel adotou o es�lo retrô

na embalagem da rosquinha decoco de 500 gramas. A marcareeditou a embalagem que eracomercializada em 1975. A em‐balagem retrô foi lançada inicial‐mente por tempo limitado, masdevido á grande procura podepermanecer no mercado portempo indeterminado.

Nova linha PiracanjubaPara apresentar suas novidades aos consumidores, a Piracanjuba – uma das

maiores marcas do segmento lácteo do País – está no ar com diferentes campa‐nhas. Misturando conceitos lúdicos com questões relacionadas à saúde e ao dina‐mismo da vida moderna, a empresa apresenta quatro lançamentos – PiracanjubaDieta+, Piracanjuba Fibras, Piracanjuba Quinoa e Linhaça e Piracanjuba Crescer. “Oobje�vo das campa‐nhas é associar à marcaconceitos de proximi‐dade, pra�cidade e ino‐vação”, destaca LisianeGuimarães, do Marke‐�ng da Piracanjuba.

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EMPRESA

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A força do Teuto

Investindo sempre em apri‐moramento tecnológico eapostando na extraordináriaforça de trabalho de sua

equipe, o Teuto atravessou maisde meio século vencendo des‐afios e passando com sucessopor todas as dificuldades.

Hoje o Teuto é modelo para aindústria farmacêutica nacionale tem como acionista a Pfizer,maior indústria farmacêutica domundo.

Graças à sua seriedade e res‐peito pelo consumidor conquistouo reconhecimento internacional.Foi a primeira indústria de medi‐camentos genéricos e MIP (medi‐camentos isentos de prescrição) doBrasil, com certificado ISO 9000.

O Laboratório Teuto Brasi‐leiro foi fundado em 1947. Ini‐cialmente instalada em SãoPaulo a indústria teve seus pri‐meiros passos de crescimentoem sua nova sede em Minas Ge‐

INDÚSTRIA GOIANAPOSSUI MAIS DE 400 REPRESENTAÇÕES DE MEDICAMENTOS

Sede da Teuto fica em Anápolis e ocupa área de 1 milhão demetros quadrados, com 105 mil de área construída

Empresa se transferiu para Goiás em 1993

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EMPRESA

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Entre os acionistas da Teuto, está a Pfizer, maior

indústria do setor no mundo

Eduardo Ferreira/Goiás Agora

rais. Em 1986, a indústria foi com‐prada pelos empreendedores Wal‐terci de Melo e seu irmão Lucimarde Melo. Com a aquisição, Waltercitransferiu toda a indústria paraAnápolis (GO) e em um trabalhoárduo, em 1993, construiu sua novasede com o triplo do ta manho dasinstalações em Minas.

O crescimento não parou.Atualmente, o Laboratório Teuto éuma das maiores indústrias farma‐cêuticas da América Latina ‐ insta‐lada numa área de 1 milhão demetros quadrados, com 105 milmetros quadrados de áreaconstruída ‐ e possui mais de 400apresentações de medicamentos,entre genéricos, que já representam50 % da linha, MIP (medicamentosisentos de prescrição), linha hospi‐talar, genéricos de marcas (simi‐lares), fitoterápicos, suplementos

alimentares e cosméticos. Além daexcelente atuação no mercado na‐cional, o Teuto exporta para Amé‐rica Central, América do Sul,África, Oriente Médio e Portugal.

No final do ano de 2010 a em‐presa teve 40% de suas ações com‐pradas pela norte americana Pfizer.A parceria rende frutos paraambos os lados, já que a Pfizer co‐mercializa produtos Teuto e a in‐dústria nacional comercializaprodutos Pfizer. Esta união de for‐ças terá também sinergias nas pro‐duções de medicamentos.

No âmbito ambiental, o Teuto semostra uma empresa sempre res‐ponsável, tratando toda a água eresíduos para não causar impactosna natureza, além de participar deações ambientais frequentemente.A indústria conta, dentro de suaárea, uma reserva florestal preser‐

vando flora e fauna do cerrado bra‐sileiro, a Reserva Follium.

Quanto à responsabilidade so‐cial o Laboratório Teuto investe hámais de 10 anos no projeto Brasil So‐lidário, que beneficia mais de 20 milpessoas anualmente. Além disso,organiza também ações como oprojeto Confiança Solidária quepropicia bem estar a crianças ca‐rentes, idosos, portadores de HIV edependentes químicos. A indústriaparticipa ativamente de ações so‐ciais espalhadas por todo o País.

O Laboratório Teuto trabalhaincansavelmente para manter seusprodutos na órbita da perfeição. Oexaustivo controle de qualidadefaz com que cada medicamentoseja submetido a rígidos processos.Tudo para ter a confiança doconsumidor, porque “Se é Teuto éde confiança”.

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LEITURA

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REDES DE COOPERAÇÃOO livro Redes de Cooperação Empresarial ‐ Estratégias de Gestão

na Nova Economia é fruto de uma década de pesquisas acadêmicase de atuação profissional na formação e gestão de redes decooperação empresarial. Pretende contribuir para a compreensãodos conceitos fundamentais das redes empresariais, dos ganhos queproporcionam e, sobretudo, dos fatores que envolvem o seuestabelecimento e a sua gestão. O livro é dirigido aos empresários,aos gestores e demais interessados no tema, bem como aos alunosde graduação e pós‐graduação dos cursos da área de administraçãoe economia.

ECONOMIA ERELACIONAMENTOS

O casamento é umnegócio misterioso e muitasvezes irracional. Fazê‐lo darcerto até que a morte ossepare ou apenas até o finalda semana nem sempre éuma tarefa fácil. Nesta obra(Spousonomics), JennyAnderson e Paula Szuchmandemonstram inúmerosfatores que influenciam deforma negativa os negóciosde uma empresa e também avida a dois, como, porexemplo, o excesso de confiança nos negócios. Elas mostram comoimportantes mudanças no dia a dia do casal podem influenciar deforma negativa a vida a dois, tais como um emprego em tempointegral ou a chegada de um bebê. As autoras mostram ainda comoutilizar teorias e regras simples de economia para resolver problemascomuns no cotidiano de um casal.

VIVENDO A NEGOCIAÇÃO

Se você quer aprender ou rever seus conceitose estratégias de negociação a Virgília acaba delançar um livro que pode e muito contribuir paraisso: Vivendo a Negociação ‐ Estratégias, TécnicasNegociais e Jurídicas, com modelos de contratopara fechar o melhor negócio. O advogado RenatoOchman é um especialista em negociações,acostumado a estar dos dois lados de negociaçãode venda e compra de empresas, de ações, ativosou direitos, Renato coloca no livro não só toda ateoria e prática que utiliza no seu dia‐a‐dia, comotambém as principais minutas de contratosutilizadas no mundo dos negócios.

TRILOGIA DE BRASÍLIAO escritor e diplomata João Almino ampliou, com O Livro das Emoções, sua

Trilogia de Brasília, composta pelos romances Ideias para Onde Passar o Fim doMundo, indicado ao Prêmio Jabuti e ganhador de prêmio do Instituto Nacional doLivro e do Prêmio Candango de Literatura, Samba Enredo e As Cinco Estações doAmor, vencedor do Casa de las Américas em 2003. Para Almino, "Brasília representao moderno sobre o qual já se pode olhar, como se fosse o passado”. Ali misturam‐seo projeto racional e a irracionalidade que prolifera no interior.

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SIDNEI PIMENTEL

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No momento em que sefala em mais umapolítica industrial paraa nação, nada mais

oportuno do que lembrar anecessidade da desoneração doinvestimento produtivo.

Naturalmente isso não se fazapenas com meia dúzia de boasintenções e exige o compro‐metimento de todos os entesfederativos, União, Estados emunicípios. O paradoxo é queiniciativas já históricas dosEstados, a exemplo dos bemsucedidos programas definanciamento do ICMS daindústria são hoje duramentecombatidos por alguns setores queos tratam quase como lesa‐pátria.

Sabemos que qualquer políticapública está sujeita a distorçõesnum ou noutro aspecto, mas noconjunto é inegável que Produzire Fomentar, para citar apenas osdois principais programasgoianos, são um ótimo exemplode desoneração de investimento,com resultados comprovados.

Numa época em queprogramas de desenvolvimentoregional eram tidos como algoquase exótico, foram iniciativascomo essas que garantiram umamudança significativa nos eixosde desenvolvimento do País. Oscríticos desses programas, mesmoos mais ácidos deveriam nomínimo enxergar o mérito detornar mais leve a carga tributáriana etapa industrial.

Talvez ainda sejamos vítimasde um resquício da culturacolonialista de punir severamentequalquer iniciativa deindustrialização. Os tempos sãooutros, mas não esqueçamos queainda existe o IPI, um impostocujo fato gerador é simplesmente aindustrialização. Ou seja,contribuinte deve o imposto sóporque decidiu fabricar algumacoisa, quando, pelo menos paradisfarçar, o fato gerador deveriaser a agregação de valor.

Num contexto desses pode sermesmo difícil aceitar a ideia deque uma unidade da federaçãofinancie até 73% do ICMS devidopor uma indústria. Enquanto unsignoram que isso vai garantirfôlego adicional para que osempreendimentos industriaispossam florescer em regiõesoutrora menos competitivas,outros não se conformam comessa repentina competitividade.

Preferiam o modelo em queuma ou duas províncias,lideravam uma economia agrário‐exportadora.

Mas, como dito anteriormente,não é somente no âmbito estadualque se deve praticar a deso‐neração do investimento. Emâmbito federal, apesar de nãoincidir sobre a maioria de itensrelacionados aos bens de capital eao setor alimentício, o IPI aindasobrevive, contrariando a lógica.

As próprias iniciativas daUnião, no que diz respeito ao

PIS/COFINS, por exemplo,denunciam o tamanho dadistorção. Visando estimularobras incluídas no Programa deAceleração do Crescimento(PAC), portanto prioritárias, ogoverno criou o chamado REIDI,assegurando a isenção dessestributos nas operações destinadasao fornecimento de insumos,máquinas e equipamentos agrandes obras de infra‐estrutura,como as usinas hidrelétricas.

O benefício é conquistado pelocontribuinte, depois um penosocaminho burocrático. Ora, se oempreendedor é obrigado a seenquadrar num programaespecífico para ver minimizada acarga de um projeto fundamentalpara o desenvolvimento do País éporque, em regra a políticatributária não leva isso em conta.

Essa insensibilidade muitasvezes é conseqüência de umaestratégia do poder tributante demaximizar a arrecadaçãominimizando o esforço aplicadopela máquina arrecadatória, aindaque isso alcance em cheio asiniciativas fundamentais aodesenvolvimento e à geração deriquezas, comprometendo, numsegundo momento a própriareceita pública. É hora de nossaspolíticas tributária e fiscal setornarem um pouco maisinteligentes.

Sidnei Carvalho Pimentel é advogadotributarista no escritório Vecci Rodovalho

Terra e Pimentel

Punindo quem investe

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Aindústria goiana temmotivos para comemo‐rar o primeiro semestredeste ano com os dados

econômicos divulgados até o mo‐mento. Empregos, investimentos eexpansão dos negócios foram bas‐tante favoráveis.

Os números de empregoforam quase 8% melhores do queo ano anterior, que já havia reali‐zado resultado histórico.

É um saldo positivo, entre ad‐mitidos e demitidos, de mais de75 mil empregos, quase um terçode responsabilidade da indústria,que, neste próximo semestre, deveampliar ainda mais este resultado.

A previsão para o segundo se‐mestre não é otimismo gratuito.Os investimentos anunciadospor médias e grandes indústriasjá garantem um resultado tão ex‐pressivo ou melhor do que noacumulado de janeiro a junho. Amelhor notícia é que os investi‐mentos estão distribuídos porvárias regiões do Estado, comnovos projetos em várias cida‐des, como Senador Canedo,Aparecida de Goiânia, Goiânia,Itumbiara, Cristalina, Catalão,Rio verde, Entre outros. O cresci‐mento também ocorre de umaforma bem diversificada, sendoanunciados investimentos em in‐dústria alimentícia, montadorasde carros, tratores, aviões, mine‐ração, usinas de etanol e açúcar,

somente para citar alguns. O resultado do comércio exte‐

rior, com recorde histórico, e daagregação de valor de transfor‐mação, que mais do que dobrouem cinco anos, também seguem alinha otimista da indústria do Es‐tado até junho.

A outra face do semestre não éde euforia, mas sim de preocupa‐ção. As decisões do Supremo Tri‐bunal Federal quanto aosincentivos fiscais ‐ que não atingi‐ram os programas goianos Fo‐mentar e Produzir ‐ têm causadouma insegurança jurídica no setorempresarial.

Não podemos voltar à épocaem que o vácuo de uma séria po‐lítica de desenvolvimento indus‐trial por parte do governo federalconcentre novamente a expansãodo setor em um ou mais Estados.

Reformar os tributos via Justiçanos preocupa muito, pois revogao direito dos governos estaduaispraticarem políticas de desenvol‐vimento regional. A decisão tem

sido interpretada pela maioria dosetor desenvolvimentista brasi‐leiro como atrasada, perigosa ediscriminatória – pois retira di‐reito de uso dos incentivos dos Es‐tados emergentes,especificamente no caso do ICMS,mas não veta dezenas de benefí‐cios fiscais por meio de outros tri‐butos oferecidos por váriosEstados, por exemplo.

Se não se pode usar benefíciosfiscais para desonerar a produçãoe estimular o crescimento, o quevai ser feito? ‐ só para citar umexemplo recente, quanto aos in‐centivos oferecidos pelo governofederal no Plano Brasil Maior, dapolítica industrial do governoDilma.

Usar incentivos fiscais para ex‐pandir a economia é comum eusual em todos os países desen‐volvidos. A implicância com os in‐centivos fiscais dos Estadosemergentes é porque deram certoe atinge os interesses dos Estadoscom maior poder econômico.

A ADIAL acompanha cadapasso desta disputa jurídica, deba‐tendo, oferecendo informações eacompanhamento técnico parasetor público e empresas privadas,com o objetivo de esclarecer, infor‐mar e contribuir na melhor solu‐ção para o empresariado goiano.

Cesar Helou é empresário e presidente da ADIAL

As duas faces do semestre

CESAR HELOU

“Quase um terço dosaldo positivo de 75 milcarteiras assinadas emGoiás no primeiro se‐mestre é de responsabi‐lidade do setorindustrial.”

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