Aula Sedimentoscopia (1)
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Características Identificação e quantificação de
substâncias. Integridade anatômica dos rins. Existência e extensão de lesões. Diagnóstico, prognósticos e cura. Variações: pH, medicamentos,
coleta inadequada, conservação. Padranização na execução e
liberação de resultados.
Preparo do sedimento Volume urinário: 10mL Tempo de centrifugação: 5 min Velocidade de centrifugação: 1500 a
2000 rpm. Volumer total do sedimento: 0,2 mL. Volume do sedimento examinado:
0,02 mL Ocular: aumento de 10x Objetivas: aumento de 10 e 40x No de campos observados: 10 campos
Hemácias Na forma de discos bicôncavo. Incolor. Anucleadas. Medem cerca de 7 mm. Visualizadas em aumento de 400X. Número médio observado em 10 campos. Valor de referência: 0 a 3 por campo. Número de células é indicativo da extensão da
lesão ou dano. Presença de sangue na tira de urina. Coloração da urina pode estar alterada.
HemáciasSignificado clínico: Glomerulonefrites agudas e crônicas. Pielonefrites. Carcinoma do trato urinário. Cálculos renais. Terapia com anticoagulantes. Coagulopatias. Cistites (inflamação da bexiga). Prostatites. Uretrites. Menstruação.
HemáciasExpressão de resultados: Ausentes Número de hemácias por campo depois
de calcular a média em 10 campos observados.
Numerosas quando superior a 30 p/c. Hematúria maciça quando o campo
apresentar varias hemácias impedindo a visualização de outros elementos.
Presença de grumos de hemácias relatar no espaço observação.
Leucócitos Medem 12 mm. Contém grânulos e são multilobulados. Predomínio de neutrófilos. Visualizadas em aumento de 400X. Número médio observado em 10
campos. Valor de referência: 0 a 5 por campo. Presença de leucócitos na tira de urina. Urinas ácidas ficam retraídos. Urinas alcalinas ficam dilatados.
Leucócitos
Significado clínico: Glomerulonefrites. Infecções no trato urogenital. Inflamações diversas. Pielonefrite. Cistites. Prostatites. Uretrites. Carcinomas do trato urinário.
LeucócitosExpressão de resultados: Ausentes Número de leucócitos por campo depois
de calcular a média em 10 campos observados.
Numerosas quando superior a 30 p/c. Piúria maciça quando o campo
apresentar varios leucócitos impedindo a visualização de outros elementos.
Presença de grumos de leucócitos relatar no espaço observação.
Células Epiteliais
Provenientes da descamação normal do aparelho urinário e genital.
Podem ser de 3 tipos: escamosas, de transição e tubulares renais.
São classificadas de acordo com o local de origem.
Células Epiteliais Escamosas Provenientes da uretra e vagina. São células grandes, com tamanho de 30 a
50 mm. Citoplasma abundante e irregular. Núcleo central e pequeno semelhante a
uma hemácia. Contaminação com secreções vaginais. Pode aparecer em aglomerados. Não possui nenhum significado clínico.
Células Epiteliais Escamosas
Atenção a “célula chave” cobertas com cocobacilos da espécie Gardnerella vaginalis.
Estas células se apresenta com aspecto refringente, pontilhado e granuloso, com bordas ásperas.
Expressão de resultados: raras, frequentes, numerosas.
Células Epiteliais Transicionais(Uroteliais) Provenientes da pelve renal, ureteres e
bexiga. Menores que as Células Escamosas. Varias formas: esféricas, poliédricas e
caudadas. Núcleo pode ser grande, irregular,
arredondado ou oval. Citoplasma pode apresentar inclusões. Não possui nenhum significado clínico. Expressão de resultados: raras, frequentes,
numerosas.
Células do Epitélio Renal Provenientes dos túbulos renais. Células arredondadas, pouco alongadas,
ou ovais. Núcleo redondo e grande, algumas vezes
excêntrico, com citoplasma granuloso. Expressão de resultados: raras,
frequentes, numerosas. Indivíduos normais em pequena
quantidade. Porém em grande quantidade possui
significado clínico.
Células do Epitélio Renal
Significado Clínico: necrose dos túbulos renais.
Exposição a metais pesados. Toxicidade induzida por drogas. Infecções virais (hepatite). Rejeição de transplantes. Reações alérgicas. Pielonefrite.
Corpos Graxos Ovais São células que absorvem gorduras que
estão presentes no filtrado glomerular. São refringentes, facilmente observadas
com corantes para lipídeos. Sedimento urinário pode apresentar
também: cilindros gordurosos e gotículas livres de gordura.
Expressão de resultados: raras, frequentes, numerosas.
Corpos Graxos Ovais
Significado clínico: Síndrome nefrótica. Diabetes mellitus avançada. Lúpus eritrematoso sistêmico. Envenenamentos com mercúrio ou
etilenoglicol.
Cilindros Elementos do sedimento exclusivos dos rins. Formados nos túbulos renais (contorcido
distal e ducto coletor). Reflete as condições no interior do néfron. Principal componente: proteína de Tamm-
Horsfall. Condições que favorecem a formação de
cilindros: acidez urinária, baixa velocidade de fluxo urinário, estase urinária, albumina, etc.
Pode apresentar inclusões o que determina sua classificação.
Cilindros
Expressão de resultados: Ausentes. Raros (até 3 por campo). Frequentes (4 a 10 p/c). Numerosos (acima de 10 p/c).
Obs.: contar 10 campos em aumento de 100X, identificar o cilindro em aumento de 400X.
Cilindros Hialinos
É o tipo mais frequente. Presente em indivíduos sadios (0 a 2 p/c) Constituição: proteína de Tamm-Horsfall. São semitransparentes. Incolores. Ajuste cuidadoso na iluminação do
microscópio.
Cilindros Hialinos
Significado Clínico em grande quantidade: Desidratação. Exercício físico intenso. Exposição ao calor. Estresse emocional. Glomerulonefrites. Pielonefrites. Insuficiência Cardíaca Congestiva. Doença renal crônica.
Cilindros Celulares Aglutinação de elementos
celulares. Cilindros hemáticos Cilindros leucocitários Cilindros epiteliais
Cilindros Hemáticos São formados a partir da aglutinação de
hemácias nos túbulos renais. Coloração laranja-avermelhada, marrom,
tijolo. Pode conter hemácias livres ou agrupadas em
seu interior. Estão associados a proteinúria e hemácias
dismórficas. Indica hemorragia dentro do néfron Significado clínico: lesão glomerular
(glomerulonefrite) ou nos túbulos.
Cilindro Leucocitário São formados a partir da aglutinação de
leucócitos nos túbulos renais. São refringentes. Constituídos geralmente por neutrófilos
livres ou agrupados com granulações. Indica infecção ou inflamação no néfron. Significado clínico: pielonefrite,
glomerulonefrite, rejeição de transplantes.
Cilindros Epiteliais Rara ocorrência. São formados a partir da destruição ou
descamação epitelial ocorrido nos túbulos renais.
Indica doença renal grave. Significado clínico: pielonefrite,
glomerulonefrite, necrose tubular, rejeição de transplantes, exposição a agentes nefrotóxicos.
Cilindro Granuloso Podem ser patológicos ou não. Dois tipos: granuloso fino, granuloso
grosso. Contém granulações originadas da
desintegração de elementos celulares.
Indica estase urinária. Significado clínico: toxicidade a
aminoglicosídeos, exercício físico intenso, estase urinária.
Sua degeneração origina o cilindro céreo.
Cilindros Gordurosos
Originados a partir de gotículas de gordura livres e ácidos graxos.
São bastante refringentes. Aparecem em conjunto com CGOs e
gotículas de gordura. Significado clínico: síndrome
nefrótica, diabetes mellitus, intoxicações, etc.
Cilindros Mistos
Sua matriz protéica contém mais de uma elemento celular.
Difícil identificação. Devem ser classificados pelo
elemento predominante.
Cilindro Céreo Rara ocorrência. Pior prognóstico. Indica estase urinaria extrema. Formados pela degeneração dos cilindros
granulosos. Refringentes, largos, com fissuras ou
quebraduras Significado clínico: doença renal crônica,
síndrome nefrótica, hipertensão maligna, rejeição de transplantes.
Cilindros com inclusões Bactérias: infecção renal (pielonefrite).
Classificado como granuloso, geralmente vem acompanhado de clindros leucocitários.
Leveduras: infecção fúngica. Necessário coloração especial. Imunossuprimidos e diabéticos.
Cristais: oxalato de cálcio, bilirrubina, ácido úrico.
Cristais Presença comum em urinas. Significado clínico: limitado. Formação: precipitação de sais da urina
submetidos a variações de pH, concentração, ou temperatura afetando assim sua solubilidade.
Importância identificação: doenças hepáticas, distúrbios metabólicos, litíase renal, insuficiência renal.
Classificação: normais de urina ácida, normais de urina alcalina e anormais.
Observação do pH é muito importante.
Cristais
Expressão de resultados: Ausentes. Raros (0 -3 por campo). Frequentes (4 a 10 por campo). Numerosos (acima de 10 por campo).
Obs.: Contar 10 campos com aumento de 400X e identificar e tirar a média.
Cristais Normais de Urina Ácida
Urato amorfo. Amostras concentradas e de pH ácido. Urinas refrigeradas. Pode conferir uma coloração rósea ao
sedimento em grande quantidade. Não possui significado clínico. Não possui um formato característico. Grânulos castanho-amarelados,
refringentes e em grumos.
Ácido Úrico
Urina ácida. Diversas formas: losangular,
rosetas, agulhas, ovais, etc. Coloração: amarelo-castanho. Pode se apresentar em pessoas
normais. Em grande quantidade: gota,
leucemias.
Oxalato de Cálcio Urinas ácidas, neutras e levemente
alcalinas. Forma: envelope ou octaedro, incolor,
brilhantes e geralmente pequenos. Ingestão de alimentos: espinafre, leite e
derivados, chocolates, e uso de vitamina C. Pode se apresentar em pessoas normais. Significado clínico: litíase renal,
envenenamento por etilenoglicol, metoxiflurano.
Cristais Normais de Urina Alcalina
Fosfato amorfo. Urinas de pH alcalino. Após refrigeração da amostra. Não possui forma definida. Grânulos amorfos e acinzentados. Pode conferir uma coloração branca ao
sedimento em grande quantidade. Não possui significado clínico. Observar pH e coloração do sedimento
para diferenciar de urato amorfo.
Fosfato Triplo
Urinas alcalinas. Forma: prisma (tampa de caixão)
incolores bastantes refringentes. Não possui significado clínico. Associado a presença de bactérias
que metalizam uréia.
Fosfato de Cálcio
Urina alcalina. São encontrados com menor
freqüência. Formato: prisma alongado, incolor. Não possui significado clínico.
Biurato de Amônio
Urina alcalinas e refrigeradas Raramente encontrado. Não possui significado clínico. Formato: “maça espinhosa”,
esferas cobertas de espículas com coloração castanha.
Carbonato de Cálcio
Urina alcalinas. Formato: halteres ou esférico,
pequenos e incolores. Podendo se agrupar em 2 ou 4
formando pequenas cruzes. Não possui significado clínico.
Cristais Anormais
Encontrados em urinas ácidas ou raramente neutras.
Apresentam formas características.
Identificação confirmada por testes químicos ou pelo paciente.
Cristal de Cistina
Distúrbio metabólico. Impede reabsorção pelo túbulos
renais. Aumenta chance de cálculos
renais. São incolores, hexagonais e
refringentes.
Cristal de Tirosina
Rara ocorrência. Urina de pH ácido. Indica doença hepática grave. Formato de agulhas finas, incolores
a amarelas podendo se agrupar em rosetas.
Observar bilirrubina na tira de urina.
Cristal de Leucina Rara ocorrência. Urina de pH ácido. Indica doença hepática grave. Defeito no metabolismo de aminoácidos. Geralmente aparece junto com o de
tirosina, porém é menos frequente. Formato de esferas castanho amareladas,
com círculos e estrias radiais.
Cristal de Colesterol
Rara ocorrência. Indica síndrome nefrótica. Visto em conjunto com, CGOs,
cilindros gorduroso e proteinúria grave.
Formato de placa retangulares e incolores.
Cristal de Bilirrubina
Presentes em doenças hepáticas. Formato de agulhas agregadas. Coloração marron-avermelhada. Observar bilirrubina na tira de
urina.
Cristais de Origem Iatrogênica Urinas de pH ácido. Devido ao uso de certos medicamentos. Principais medicamentos:
sulfametaxasol, sulfadiazima, ampicilina, contrastes de meios radiográficos.
Expressão de resultados: presença de cristais de substâncias não identificadas.
Muco Material protéico de baixo peso molecular que
atravessa a membrana. Produzido por glândulas e células do trato
urinário inferior. Proteína de Tamm-Horsfall é um dos principais
constituintes. Estrutura filamentosa, transparente, formando
uma rede no fundo do campo. Não possui significado clínico. Presente em urinas com contaminação vaginal
e/ou espermatozóides. Expressão de resultados: Ausente, moderado,
aumentado.
Fungos
2 formas: células leveduriformes, ou hifas.
Observar com cuidado os brotamentos. Presentes principalmente em:
diabéticos, imunossuprimidos. Expressão de resultados: presente ou
ausentes. 400x
Bactérias 2 formas: cocos ou bastonetes. Normalmente não estão presentes na
urina. Indica infecção urinária. Geralmente acompanhada de leucócitos. Necessária cultura para a identificação. Ideal realizar a análise logo após a coleta. Observar nitrito. Expressão de resultados: ausentes,
ligeiramente, aumentada. 400x
Parasitas
Trichomonas vaginalis + frequente.
Identificação: movimentação no campo microscópico.
Se assemelha a um leucócito ou célula de transição.
Observar seus flagelos.
Espermatozóides
Fácil identificação. Cabeça ligeiramente cônica e cauda
longa. Raramente apresentam significado
clínico. Infertilidade masculina. Ejaculação retrograda. Expressão de resultados: complicado.