Aula 4 - Curso Ciência Da Lógica

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Curso Ciência da Lógica

Aula 6

 Na aula de hoje, gostaria de discutir o conceito hegeliano de essência e a compreensãodialética singular da contradição não apenas como contradição lógica, ou seja,contradição entre dois enunciados a respeito de um estado de coisas, mas comocontradição real, como determinação objetiva de um estado de coisas. Esta sempre foiuma das elaborações mais polêmicas de egel! a noção de "ue a contradição é umaforma objetiva de descrição da essência do "ue h# a conhecer. $omo veremos, egelinsiste "ue na efetividade não h# apenas oposição real, ou seja, oposição entre doisfen%menos positivos "ue entram em relação de contrariedade &como um barco "ue anda'(( metros para o leste e '(( metros para o oeste, tendo )ero como resultado do seumovimento*. # contradição real. $onceito fundamental para compreendermos como

egel define determinações dialéticas. +or outro lado, gostaria de mostrar como talconceito de contradição foi criticado não apenas por a"ueles "ue viam nele umamonstruosidade lógica, como no caso de ussell e sua ideia de "ue o uso hegeliano dacontradição baseava-se em um e"uvoco prim#rio a respeito da identidade e da

 predicação, nem apenas por antigos mar/istas com uma visão muito pouco dialética,como 0ucio $olleti, "ue afirmava "ue a ciência só poderia aceitar oposições reais, nãocontradições, mas também por a"ueles "ue viam no conceito hegeliano de contradiçãouma forma de limitar todo pensamento disposto a pensar ontologia para além darepresentação, como no caso de 1illes 2eleu)e. 3 aposta hegeliana de "ue o

 pensamento crtico é a"uele capa) não apenas de indicar e criticar as contradições naefetividade tendo em vista sua suspensão, mas de compreender as contradições comondice de inteligibilidade ade"uada de fen%menos em movimento é o ponto maisdram#tico e passvel de confusões da dialética. +ara tanto, gostaria de começar apresentando o conceito hegeliano de essência para passarmos 4s determinações derefle/ão e enfim para uma discussão sobre o problema da contradição.

Considerações gerais sobre a Doutrina da Essência

3ntes de iniciarmos nosso coment#rio de te/to, creio ser necess#rio umaconte/tuali)ação a respeito do lugar da Doutrina da Essência no interior do projeto daCiência da Lógica  e a nature)a de sua divisão interna. Esta é uma forma de

compreender melhor o conceito hegeliano de essência.5imos desde a primeira aula como a Ciência da Lógica visava dar conta domovimento "ue vai do ser ao conceito. 6m movimento "ue, no fundo, reali)ava um dosmotivos maiores do idealismo hegeliano! apreender a subst7ncia como sujeito e, comisto, e/plicitar a maneira com "ue tudo o "ue se oferece 4 e/periência é posto pelaestrutura conceitual do sujeito. Este movimento também e/plicava por"ue a Ciência da

 Lógica era inicialmente subdividida em 80ógica objetiva9 e 80ógica subjetiva9. Noentanto, vimos também "ue egel insistira na necessidade da 80ógica objetiva9 ser dividida a partir das noções de ser e essência. :al subdivisão era justificada por egel a

 partir da e/igência de introdu)ir uma!

esfera de mediação, o conceito como sistema das determinações de reflexão, ouseja, do ser "ue se transforma em ser em-si do conceito, "ue desta forma não é

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ainda posto como para si ;tal como na lógica subjetia<, mas "ue est# marcadoao mesmo tempo pelo ser imediato como algo "ue também lhe é e/terior. =sto é a

 Doutrina da essência "ue est# no meio entre a 2outrina do ser e do conceito>.

?u seja, a essência é, fundamentalmente, uma noção "ue opera a mediação entre

o ser e o conceito. 2a por"ue talve) seja correto di)er "ue esta é a região central dolivro, região onde os processos principais são apresentados. @as "ual a necessidadedesta mediaçãoA 1rosso modo, podemos di)er "ue as categorias do ser &como 8ser9,8nada9, 8finito9, 8infinito9, 8um9, mBltiplo9* tendem a produ)ir a ilusão de seremdeterminações isoladas e não relacionais. No conceito de ser não est# imediatamentee/presso "ue ele é impens#vel sem seu oposto, o nada. 2ecerto, vemos na  Doutrina do

 ser uma sucessão de passagens de um conceito a outro! 8Cem dBvida, nessa progressão por rupturas, as determinações finitas denunciam a sua instabilidade, mas somente sob aforma da  substituição de um conteBdo por um conteBdo diferente. 3 necessidade écamuflada9D.

# as categorias da essência &como 8identidade9, 8diferença9, Fcontradição9,

8fundamento9* são imediatamente categorias relacionais, onde um termo tra)imediatamente o seu oposto. $om isto, o ?utro perde o aspecto de um e/terior indiferente para se tornar a"uilo "ue est# desde o incio indissoci#vel de seu oposto.2esta forma, a temati)ação da essência permite o abandono de uma noção fi/a eidentit#ria de objeto em prol de uma noção onde 8objeto9 nada mais é do "ue o nome deuma estrutura relacional. G verdade "ue esta noção ainda é apenas 8em-si9 por"ue faltaa anulação do vocabul#rio da alteridade "ue só poder# ser reali)ada pela  Doutrina do

conceito.

@as é sempre bom lembrar "ue esta passagem do ser 4 essência é impulsionada pelo ritmo da ex!licitação! trata-se de e/plicitar uma estrutura relacional "ue j# estavaem operação, mas de maneira não-refle/iva, na compreensão das categorias do ser. Estadin7mica da e/plicitação pode ser encontrada na própria organi)ação interna da

 Doutrina da essência, toda ela construda através do movimento "ue vai dainterioridade 4 temati)ação da e/terioridade. 3ssim, partindo da refle/ão da essência emsi mesma &através principalmente da apresentação das determinações de reflexão*vamos em direção aos modos da Ersc"einung &fen%menoHaparecer*, ou seja, da"uilo "ueaparece 4 consciência em sua e/periência, isto até a realidade &#irclic"$eit * en"uantoespaço de manifestação do absoluto em sua necessidade e em seus modos de relação. Isua maneira, este movimento da interioridade 4 e/terioridade também é retomado pela

 Doutrina do conceito.

3ssim, se o ritmo de e/plicitação visa mostrar como a essência é, na verdade! 8o

movimento do próprio ser9

J

 ou como a nature)a do ser é advir essência, é por"ue! 8a passagem do ser 4 essência é passagem das determinações "ue parecem e/istir por si nasFcoisasK &o ser* 4 revelação de "ue as determinações aparentemente as mais FimediatasKestão desde sempre constitudas e organi)adas em um pensamento unificado &...* 6mamesma unidade pensada organi)a as percepção das coisas e a compreensão de suasrelações! ser e essência são uma e outra o produto do conceito9L.

Este coment#rio é de e/trema import7ncia por evidenciar "ue a passagem 4essência é um aprofundamento através do "ual a"uilo "ue parece e/istir por si nasMcoisasM revela-se como sempre constitudo e organi)ado em um pensamento unificado.

> E1E0, #issensc"aft der Logi$ % , p. 'D 0EO6N, & !aciência do conceito, p. JDLJ E1E0, P0 ==, p. >JL 0?N16ENECCE, 'egel et la criti(ue de la m)ta!"*si(ue, p. Q

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G desta maneira "ue devemos compreender a primeira frase da  Doutrina da Essência!F3 verdade do ser é a essência9'. 6m essência "ue parece estar 8por tr#s9 do ser, em um

 'intergrund "ue constitui &ausmac"* o ser . ?u ainda, "ue parece 8anterior9 ao ser, emum passado "ue não dei/a de ressoar na própria maneira com "ue o particpio passadodo verbo  ser em alemão & ge+esen* contém uma referência 4 essência &#esen*. 6m

estranho passado descrito por egel como! 8o passado, mas o ser passado desprovido detempo & eitlos*9R. $omo uma anterioridade "ue nunca passa e "ue, por isto, modificaradicalmente nossa concepção de presente, j# "ue! 8a"uilo "ue passou nem por isto énegado abstratamente, mas apenas superado! e por isto, ao mesmo tempo, conservado9S.

 No entanto, se retornarmos ao coment#rio de 0onguenesse, veremos "ueentramos em uma idéia maior do livro! a essência não é da ordem de um em-siindependente do pensamento. Ela é a da ordem da reflexão. 2a por"ue a primeira partedo livro deve necessariamente chamar-se! 83 essência como refle/ão em si mesma9. 3refle/ão é a essencialidade "ue constitui o ser. ?u seja, ao afirmar "ue a verdade do ser é a essência e ao determinar a essência como refle/ão, egel, 4 sua maneira, est#di)endo não haver nada anterior ou mesmo e/terior 4 refle/ão.  +roposição "ue parece a

reali)ação Bltima do chamado 8idealismo absoluto9 do "ual ele seria o representante.Tica claro "ue a verdadeira "uestão decisiva do livro gira em torno da

compreensão do "ue egel se refere "uando fala em 8refle/ão9. +ois costumamoscompreender a refle/ão como um procedimento meramente subjetivo do pensar vinculado 4 auto-observação de operações de nossa própria mente. 0embremos, por e/emplo, do "ue di) 0ocUe a respeito da refle/ão! 83 mente, recebendo as idéias defora, "uando volta sua visão para si mesma e observa suas ações sobre as idéias "uetem, produ) da outras idéias "ue são tão capa)es de ser objetos de sua contemplação"uanto "ual"uer outra "ue ela recebe de coisas e/teriores9. ?u seja, se sensações sãoidéias cuja fonte são objetos e/ternos, reflexão é! 8the notice Vhich the mind taUes of itsoVn operations9 e "ue produ) idéias a partir do sentido interno.

:rago esta citação de 0ocUe apenas para insistir na peculiaridade da noçãohegeliana de refle/ão. Noção "ue, em hipótese alguma, pode ser confundidasimplesmente com esta auto-apreensão "ue a mente fa) de suas próprias operações,como se ela estiesse diante de um es!el"o. @et#fora especular fundamental para a

 própria constituição da noção moderna de consciência. Embora egel conserve estamet#fora especular na compreensão da refle/ão, não é difcil imaginar "ue egel não

 pode aceitar distinções entre sensação e refle/ão tais como estas pressupostas por 0ocUe. +ois trata-se de mostrar como! 8a refle/ão é o "ue pelo "ual algo en"uanto algoé9Q.  ?u seja, a refle/ão não apenas observa as operações da mente, mas ela põe osobjetos com os "uais a consciência se depara. 2e uma certa forma, ela é o movimento

das próprias 8coisas9. 2a por"ue o "ue mais interessa egel nesta met#fora especular seja o fato do imediato se cindir e se mediati)ar, colocando-se como um outro>(. No entanto, mesmo assim ainda não samos necessariamente de uma perspectiva

idealista cl#ssica. +ois podemos di)er "ue a refle/ão, ao apreender as operações do' E1E0, P0 ==, p. >JR E1E0, P0 ==, p. >JS E1E0, Enciclo!)dia %, par. >>D 0?$WE, &n essa* concerning "uman understanding, OooU ==, $hapter 5=Q 33C, Oruno, Die freie unst , p. 'J>( 2i) egel! 8? termo Mrefle/ãoM é empregado inicialmente ;a propósito< da lu), "uando em sua

 propagação em linha reta encontra uma superfcie especular e é por ela relançada para tr#s. :emos poisa"ui um duplo! primeiro, um imediato, um enteX e segundo, o mesmo en"uanto mediati)ado ou posto.

?ra, é esse e/atamente o caso "uando refletimos ou &como também se costuma di)er* nac"den$en;refletir, considerar Y colocar diante< sobre um objeto, en"uanto a"ui não é mesmo o objeto "ue conta emsua imediate). @as "ueremos conhecê-lo en"uanto mediati)ado9 &E1E0,  Enciclo!)dia, par. >>D*

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 próprio pensar, simplesmente põe as condições de possibilidade para "ue um objetoseja, para "ue ele apareça 4 consciência. $omo se a refle/ão fosse e/atamente a"uilo"ue nos permite falar do "ue aparece, eleva-lo 4 condição de nome#vel no interior deuma linguagem humana, j# "ue a refle/ão revelaria a forma do "ue h# a ser pensado &emuma operação na "ual a forma aparece no lugar da noção de essência*. G assim "ue, por 

e/emplo, podemos interpretar a afirmação can%nica de Want! F3 refle/ão não tem "uever com os próprios objetos, para deles receber diretamente conceitosX é o estado deesprito em "ue, antes de mais, nos dispomos a descobrir as condições subjetivas pela"uais podemos chegar a conceitos9>>.

 No entanto, a proposição de egel é mais ousada. :rata-se de di)er! a refle/ão,en"uanto movimento próprio da essência, não é apenas a posição das condiçõessubjetivas para a constituição de tudo o "ue é determinado e condicionado por umsujeito. Ela é o movimento do "ue é absoluto e incondicionado. 3 ideia de "ue arefle/ão subjetiva est# de um lado e o mundo objetivo de outro parte do pressuposto de"ue a constituição da estrutura da refle/ão é, de certa forma, anterior ao mundo,aut%noma a ele. $omo lembrou bem ohn @c2oVell, mais correto seria di)er "ue

mundo e refle/ão, de certa forma, nascem ao mesmo tempo. Não é por outra ra)ão "ue a Doutrina da Essência deve caminhar para a temati)ação do absoluto en"uantorealidade. @as h# a"ui uma contradição a respeito da "ual egel demonstrava-sec%nscio ao menos desde seu  Diferença entre os sistemas filosóficos de ic"te e

/c"elling !

? absoluto deve ser construdo para a consciência, tal é a tarefa da filosofia!mas, dado "ue tanto o produ)ir como os produtos da refle/ão são apenaslimitações, isto é uma contradição. ? absoluto deve ser refletido, postoX masdeste modo ele não é posto, mas sim suprimido &aufge"oben +orden*, pois, aoser posto, tornou-se limitado. 3 mediação desta contradição é a refle/ãofilosófica. 2eve-se preferencialmente mostrar em "ue medida a refle/ão é capa)de captar o absoluto e como, no seu trabalho como especulação, suporta anecessidade e a possibilidade de ser sinteti)ada com a intuição absoluta, e ser 

 para si, subjetivamente, justamente tão perfeita como o seu produto, o absolutoconstrudo na consciência, dever ser, ao mesmo tempo, consciente einconsciente>D.

egel chega a falar "ue, para superar tal contradição de só poder pensar ocondicionado ao p%r uma multiplicidade infinita de condições e relações, a refle/ãodeve dar para si mesma a lei de seu auto-ani"uilamento. +odemos di)er "ue a Ciência

da Lógica reali)a o "ue j# estava posto neste escrito de juventude. +ois, de uma certaforma, a refle/ão, para se p%r como movimento do "ue é absoluto e infinito, dever#ani"uilar a"uilo "ue serve como fundamento para seus modos de determinação. Ge/atamente isto "ue veremos neste captulo fundamental dedicado 4s determinações derefle/ão, a saber, a identidade, a diferença e a contradição. +ois modificado o sentido do"ue compreendemos por identidade, diferença e contradição são as bases gerais dasoperações de refle/ão, tal como ela é compreendida pelo entendimento, "ue seencontrarão ani"uiladas. Neste momento, a"uilo "ue egel compreende por reflexão

es!eculatia  poder# se impor, o "ue permitir# a apreensão do absoluto sem anecessidade do recurso a alguma forma de intuição imediata ou de posição do pré-refle/ivo.

>> W3N:, Cr0tica da raão !ura O J>R>D E1E0, Diferença entre os sistemas filosóficos de ic"te e /c"elling, p. L>

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+ara o entendimento, esta refle/ão especulativa própria 4 essência e"uivale 4 pura negatividade, pois! 8a determinação da essência tem um outro car#ter do "ue asdeterminidades do ser9>J. Ela é pura negatividade por anular incessantemente todas asdeterminidades próprias ao ser. @as esta anulação não é simplesmente a abstração detodo predicado do ser. 3ntes, ela é o "ue egel chama de movimento refle/ivo no

interior do próprio ser. G pensando nesta força de corrosão própria 4 essência "ue egel poder# falar da 8nature)a negativa da essência9>L. +roposição fundamental, pois se aessência tem uma nature)a negativa &o "ue implica di)er "ue ela não est# simplesmenteem uma situação na "ual ela aparece como negativa, mas "ue ela é Fnegatividade em si9; 1egatiit2t an sic"<>'*, então ser# um movimento de confrontação incessante do "ueaparece ao entendimento como determinado. ? "ue nos e/plica uma afirmação como!

3 essência como o retorno perfeito do ser em si mesmo é inicialmente essênciaindeterminadaX as determinidades do ser estão nela superadasX ela as contém emsi, mas não como se estivessem postas>R.

A identidade como determinação de reflexão

$omo movimento de efetivação e e/plicitação das condições de apreensão conceitualdo absoluto, a essência e/ige a recompreensão dos fundamentos lógicos do pensar. Ga"ui "ue egel apresenta uma das operações mais ousadas e arriscadas da dialética, asaber, o "uestionamento do princpio de identidade &3Z3*, do princpio de não-contradição &3 não pode ser, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto, 3 e [3* e do

 princpio do terceiro e/cludo &algo cai sob 3 ou sob [3, não h# uma terceira opção*.:ais "uestionamentos, "ue visam mostrar como estas são 8leis do entendimentoabstrato9, têm como base a reconstrução dos conceitos de identidade, diferença e, por fim, contradição.

egel parte de considerações sobre a identidade, j# "ue! 8a identidade consigo éa imediaticidade da refle/ão9>S. No entanto, egel não cansar# de repetir a e/istência dediferenças maiores entre a 8identidade formal9 do entendimento, ou seja, identidadecomo e/clusão da diferença, como e/terioridade em relação 4 diferença, e a 8identidadeconcreta9 da ra)ão especulativa. :al diferença é para ele tão importante "ue não temer#afirmar! 8é este o ponto em "ue toda m# filosofia ;pois aferrada ao senso comum< sedistingue da "ue unicamente merece o nome de filosofia9 >. Neste sentido, a identidadeconcreta ser# a negação absoluta como!

a negação "ue imediatamente nega a si mesma Y um não-ser e diferença "ue

desaparece no seu surgir ou um diferenciar para o "ual nada é diferenciado, mas"ue colapsa imediatamente em si mesmo>Q.

+or isto, egel dir# "ue! 8a identidade é também em si mesma  absoluta não-identidade9D(. +odemos entender melhor este ponto se levarmos a sério as crtica "ueegel apresenta na nota D 8+rimeira lei origin#ria do pensamento, proposição da

>J E1E0, P0 ==, p. >'>L E1E0, P0 ==, p. D>>' E1E0, P0 ==, p. DD>R E1E0, P0 ==, p. >'>S E1E0, P0 ==, p. JQ> E1E0, Enciclo!)dia, \ >>'>Q E1E0, P0 ==, p. L(D( E1E0, P0 ==, p. L>

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identidade9. 3"ui, egel apresenta três crticas distintas, porém complementares, "uevisam mostrar como a proposição 3Z3 é uma tautologia va)ia, desprovida de conteBdoe sem valor algum para o conhecer. ?s três argumentos usados por egel são!

• toda enunciação da identidade imediata é uma contradição performativaX• a e/periência não fornece o fundamento da identidade• não é possvel definir a significação de 3Z3 a partir da pretensa analiticidade da

 proposição.+rimeiro, egel procura mostrar como sempre enunciamos a clivagem ao tentar 

 !3r a igualdade imediata a si. +ois sendo a identidade imediata, a e/clusão daessencialidade da diferença é um processo constitutivo de sua própria determinação.@as, ao afirmar "ue a identidade e a diferença são diferentes! 8Eles ;a consciênciacomum< não vêem "ue j# di)em "ue a identidade ) algo de dierso4 pois di)em "ue aidentidade é diversa em relação 4 diversidade9 &E1E0, >QRb, p. L>*. $om isto,

 produ)-se uma passagem da negação e/terior 4 negação internali)ada resultante doreconhecimento da posição da diferença ser momento essencial e interno ao processo

de posição da identidade. 2a por"ue egel pode di)er "ue a verdade é apenas aunidade da identidade e da diversidade. Notemos ainda esta estratégia, tipicamente hegeliana, de medir a verdade de

 proposições lógicas fa)endo apelo 4 pragm#tica da fala. 3o falarmos sobre a identidade,sempre somos obrigados a pressupor a diferença como dado primeiro e definidor. +%r aidentidade e/ige pressupor a diferença. ?u seja, invertermos a ordem lógica ecolocamos o reconhecimento da diferença como lei origin#ria do pensar, j# "ue 8aidentidade de uma entidade consiste em um conjunto de seus traços diferenciais9&]=]EW, >QQQ, p. >J'*. Ela é momento de uma separação em relação a um processo no"ual a diversidade desempenha papel fundante.

+or outro lado, egel afirma "ue a identidade não é um dado de alguma forma

derivado de e/periência imediatamente acessvel 4 consciência. Não h# um componentefactual orientando o uso de enunciados do tipo 3Z3. Na verdade, a e/periência forneceapenas a relação da identidade do 6m com a multiplicidade da diversidade. 2a por"ue!8o concreto e a aplicação é justamente a relação do idêntico simples a algo de variadodistinto dele9D>. ?u seja, a aplicação e/põe o esforço do pensar em unificar o "ue nãotem identidade imediata em si mesmo. +or isto "ue! 8e/presso como proposição, oconcreto seria inicialmente uma proposição sintética9DD. 3 posição da proposição deidentidade j# é, segundo egel, uma modificação da e/periência, j# "ue esta nosmostra, na verdade, a unidade da identidade com a diversidade.

@as podemos di)er "ue 3Z3, en"uanto proposição analtica seria independenteda e/periência, o "ue sabemos, ao menos desde ^uine, "ue não é e/atamente o caso, j#

"ue sabemos "ue um dos dogmas fundamentais do empirismo é! 8a crença em certadivisão fundamental entre verdades anal0ticas, ou fundadas em significadosindependemente de "uestões de fato, e verdades sint)ticas, ou fundadas em fatos9DJ. +or isto, egel deve lembrar "ue mesmo a forma proposicional da proposição j# di) maisdo "ue afirma. Este é uma maneira astuta de di)er "ue a analiticidade de proposições dotipo 3Z3 são um problema. +ara chegar a tal compreensão especulativa da proposição,egel compreende toda proposição a partir de sua  forma geral &C é +* "ue coloca asD> =sto talve) nos e/pli"ue por"ue egel afirma "ue! 8Nenhuma consciência pensa, nem temrepresentações, nem fala segundo essa lei ;da identidade<X e nenhuma e/istência, seja de "ue espécie for,e/iste segundo ela. ? falar conforme esssa suposta lei da verdade &um planeta é Y um planetaX omagnetismo é Y o magnetismoX o esprito é Y um esprito* passa, com ra)ão, por uma tolice! essa sim é

uma e/periência universal9 &E1E0, Enciclo!)dia, par. >>'DD E1E0, P0 ==, p. LJDJ ^6=NE, Dois dogmas do em!irismo, p. DJ>

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diferenças categoriais "uantitativas entre a particularidade do sujeito e as predicaçõesde universais e rompe, assim, com a sinonmia pressuposta entre sujeito e predicadoDL. 

^uando digo, por e/emplo 8uma rosa é uma rosa9 vê-se "ue a e/pectativaaberta pela enunciação 8uma rosa é ...9, na "ual o sujeito aparece como forma va)ia eainda não determinada, como 8algo em geral9, como 8som privado de sentido9D',  é

invertida ao final da proposição. 3 rosa "ue aparece na posição de sujeito é um caso particular, uma determinação emprica. osa "ue, em si mesmo, é apenas negação Y acontecimento contingente desprovido de sentido Y en"uanto "ue a rosa presente no

 predicado aparece inicialmente como 8representação universal9DR  abstrata "ueforneceria a significação & 5edeutung * do sujeito. +odemos mesmo afirmar "ue ela ée/tensão de um conjunto ainda va)io. +ara egel, ao enunciar 8 uma rosa é uma rosa9,di)emos "ue o conjunto é idêntico a um de seus elementos, di)emos "ue o singular ) o

uniersal.  Esta é a interpretação "ue podemos dar 4 afirmação! 8# a fórmula da proposição est# em contradição com ela ;a proposição 3Z3<, pois uma proposição promete também uma diferença entre sujeito e predicadoX ora, esta não fornece o "uesua própria forma e/ige9DS. ?u seja, a posição da identidade produ) necessariamente

uma contradição. ? "ue nos e/plica por "ue egel afirma! 8Ce alguém abre a boca e promete indicar o "ue é 2eus, a saber  Deus ) 6 Deus, a e/pectativa encontra-seenganada pois ela esperava uma determinação diferente978.

egel teria compreendido a e/istência, na forma geral da proposição, de umacisão estrutural entre o regime geral de apresentação e a designação nominal doacontecimento particular. +ois o primeiro momento da afirmação 8o singular é ouniversal9 põe a inessencialidade do singular e a realidade do universal. 9ma rosa ser#sempre uma rosa. G o predicado "ue põe o sujeito e, a partir do momento em "ue osujeito &ainda indeterminado* é posto, ele se anula! o "ue era predicado advém sujeito.2evido 4 forma geral da proposição, o ato de enunciação da identidade produ) semprea posição de uma alienação. +ois! 8Ce di)emos também! Fo efetiamente real ) o

9niersal:, o efetivamente real como sujeito desaparece &;erge"t * em seu predicado9DQ.+ode parecer "ue egel faça a"ui uma confusão entre predicação e identidade,

como j# dissera ussell. Ele parece negligenciar "ue h# ao menos dois empregosdiferente do termo 8é9. Trege nos lembra "ue 8é9 pode ter ao menos duas funções &$f.TE1E, Ecrits logi(ues et !"iloso!"i(ues, +aris< Ceuil, >QS>, p. >DQ* _é_ pode ter afunção de forma le/ical de atribuição a fim de permitir a predicação de um conceito aum objeto. 3ssim, em Fuma rosa é odoranteK, FodoranteK é a predicação conceitual deum nome de objeto &rosa*. @as, por outro lado, 8é9 pode ter a função de signoaritmético de igualdade a fim de e/primir a identidade entre dois nomes de objeto&como no caso da proposição 83 estrela da manhã é 5ênus9* ou a auto-igualdade de um

nome de objeto a si mesmo &85ênus é 5ênus9*. Nos parece "ue, na verdade, a dialéticadee, em uma certa medida, confundir predicação e identidade. Normalmente, diramos"ue algo e idêntico "uando é intercambi#vel em "ual"uer condição cognitiva possvel,como seriam, por e/emplo, 8solteiro9 e 8homem não casado9. @as! 8não h# garantia de

DL Esta maneira de levar em consideração as diferenças categoriais "uantitativas e/pressas na forma geralda proposição é o "ue fa) a especificidade da teoria hegeliana do julgamento, isto a ponto de egelafirmar "ue se deve! 8ver como uma falta de observação digna de surpresa "ue, nas lógicas, nãoencontramos indicado o fato de "ue em todo julgamento e/prime-se tal proposição! F o singular ) um

uniersal:=  &E1E0, Enc*clo!)die, op. cit., par. >RR*.D' E1E0, enomenologia %, p. D> DR E1E0, Enc*clo!)die> tome ?, op.cit, p. DL'.DS E1E0, Enc*clo!)die, p. >RJ.D E1E0, P0 = , p. LL.DQ E1E0, enomenologia %., op.cit, p. ''

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"ue a concord7ncia e/tensional de FsolteiroK e Fhomem não casadoK se baseie nosignificado em ve) de se basear meramente em "uestões de fato acidentais, comoacontece com a concord7ncia entre Fcriaturas com coraçãoK e Fcriaturas com rinsKJ(.6ma relação de definição, assim como uma relação de sinonimia, pressupõe oreconhecimento anterior do uso, ou seja, um ajustamento em relação a casos empricos

convenientes. Esta passagem em direção a empiria é vista por egel como um caso de predicação.

A diferença, entre a diversidade e a oosição

:ais colocações permitem a egel di)er "ue a proposição de identidade contém mais do"ue ela visa, pois contém sempre a enunciação da diferença como seu pressuposto.egel afirma "ue a diferença conhece dois momentos distintos! a diversidade&;ersc"ieden"eit * e a oposição.

3 diversidade é a diferença pensada a partir da refle/ão e/terior. +or isto! 8osdiversos estão em relação um com o outro não como identidade e diferença, mas apenas

como diersos em geral "ue são indiferentes um em relação a outro e em relação 4 suadeterminidade9. 2e uma certa forma, a diversidade é um gênero de retorno 4imediaticidade, um momento de recada no empirismo de "uem afirma "ue 8:odas ascoisas são diversas9 ou "ue 8Não e/istem duas coisas "ue sejam iguais uma 4 outra9.:ais proposições não dei/am de se referir ao princpio leibni)iano de identidade dosindiscernveis &se ` e tem as mesmas propriedades, então eles são idênticos*.

oje diramos "ue os termos sob a noção de diversidade estão dispostos comoum multiplicidade pura, ou seja, estrutura cujos elementos não tem função subordinada,mas são estruturados por relações recprocas "ue não podem ser compreendidas comorelações de oposição. egel compreende esta determinação da diferença como puramultiplicidade uma determinação deficiente. Cua deficiência vem do fato de egelinsistir "ue toda posição da diversidade, para ser minimamente estruturada, e/ige a açãode comparação entre termos. :al comparação pede a presença de uma espécie de8terceiro termo9 comum "ue permita a estruturação de relações de igualdade edesigualdade. Este terceiro termo, "ue permite a comparação mas est# para além doselementos comparados, acaba por nos obrigar a passarmos da diversidade 4 oposição.+ois a simples diversidade é indemonstr#vel. 3 afirmação de "ue todas as coisas sãodiversas é algo "ue a e/periência não pode garantir. ? "ue a e/periência me fornece sãoarranjos locais de diferenciação.

 No entanto, segundo egel! 8a diferença não tem de ser apreendidasimplesmente como diversidade e/terior e indiferente, mas como diferença em siX e "ue

 por isto compete 4s coisas, nelas mesmas, serem diferentes9

J>

. @aneira de afirmar "ue adiferença não deve ser apenas o resultado de uma distinção entre termos e elementos,como se fosse algo produ)ido de forma contingente. Ela deve ser o modo de relaçãointerna dos termos e elementos. 2a esta afirmação surpreendente de "ue compete 4coisas serem, nelas mesmas, diferentes. ?u seja, a diferença deve ser uma determinaçãoontológica das coisas. +or isto, devemos passar da diferença 4 contradição, j# "ue, paraegel, a contradição é esta figura da diferença em si.

+or outro lado, egel chega a pensar a possibilidade de uma multiplicidade "uenão seja estruturada a partir de um princpio geral de medida, mas através de algo mais

 pró/imo da"uilo "ue Pittgenstein chamou de  semel"anças de fam0lia! 8por"ue asdiversas semelhanças entre os membros de uma famlia, constituição, traços faciais, cor 

J( ^6=NE, De um !onto de ista lógico, p. 'DJ> E1E0, Enciclo!)dia, par. >>S

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dos olhos, andar, temperamento, etc. sobrepõem-se e cru)am-se ;umas 4s outras<9JD. Noentanto, isto não modifica o problema central, "ue consiste em afirmar "ue a diferençadeve necessariamente resolver-se na posição da igualdade e da desigualdade. +osição"ue, por sua ve), transforma a diversidade em oposição JJ, j# "ue no interior de umarelação de semelhança de famlia opera-se a partir de uma comparação opositiva entre

dois elementos onde tal comparação é determinante para a posição da identidade,mesmo (ue a!enas sob um de seus as!ectos.

Cobre a oposição egel dir# "ue, nela, identidade e diferença são momentos dadiferença mantidos no interior dela mesma. =sto est# enunciado na seguinte definiçãohegeliana da relação de oposição!

$ada um é ele mesmo e seu outro, o "ue fa) com "ue cada um tenha suadeterminidade em si mesmo, e não em um outro. $ada um relaciona-se a simesmo como se relacionando a um outro. =sto tem dois sentidos! cada um est#em relação com seu não-ser como suprimindo este outro, assim seu ser-outro éapenas um momento interno ao si. @as, por outro lado, o ser-posto se

transformou em um ser, um subsistir indiferente &...* conse"uentemente, cada umé apenas na medida em "ue seu não-ser é.

Esta é a maneira hegeliana de afirmar "ue a oposição instaura uma relação deincompatibilidade material &pH não p* "ue tem a força de estruturar a e/tensão dostermos em relação. No entanto, tal relação não pode ser compreendida apenas comodeterminação e/terior.

Este é um ponto central "ue pode ser melhor compreendido se levarmos emconta a crtica hegeliana 4 noção Uantiana de oposição real tal como Want a desenvolveuem seu Ensaio !ara introduir em filosofia a noção de grandea negatia. +ara Want,uma oposição real indica "ue dois predicados de um sujeito são opostos de maneiracontr#ria, mas sem contradição lógica. 3ssim! 8a força motri) de um corpo "ue tende aum certo ponto e um esforço semelhante deste corpo para se mover em direção opostanão se contradi)em, sendo ao mesmo tempo possveis como predicados de um mesmocorpo9 &W3N:, D((', p. '*. :al oposição é descrita em linguagem matem#tica atravésdos signos e - &3 e -3* a fim de mostrar como uma predicação pode destruir outra

 predicação, chegando a uma conse"ência cujo valor é )ero, mas sem "ue sejanecess#rio admitir um conceito "ue se contradi) em si mesmo &ni"il negatium*. =sto

 permitir# a Want sublinhar "ue o conflito resultante de um princpio real "ue destrói oefeito de outro princpio no nvel da intuição não pressupõe uma contradição no nveldas condições transcendentais de constituição do objeto do conhecimento. Este conflito

real, ou oposição real, é a boa negaçãoX 8"ue permite ao entendimento constituir objetos_ &235=2-@N32, >QQ(, p. L>*, j# "ue, contrariamente 4 contradição lógica&pensada como objeto va)io sem conceito*, esta negação dei/a fora de seu julgamento a"uestão da e/istência do sujeito do julgamento.

@as se Want afirma "ue os predicados opostos são contr#rios sem seremcontraditórios, é por"ue eles se misturam como forças !ositias determinadas noresultado de uma realidade final. ?s opostos reais são, para Want, propriedadeigualmente positivas, eles correspondem a referências objetivas determinadas. Não h#realidade ontológica do negativo &mesmo se h# um poder negativo do transcendental na

JD P=::1ENC:E=N, %nerstigações filosóficas, par. RSJJ Na verdade, não pode haver multiplicidade não-estruturada para egel. 3 simples posição de uma

 proposição como 9Não h# duas coisas "ue sejam completamente idênticasK j# pressupõe um dispositivo decontagem "ue organi)a a diversidade a partir da estrutura de uma multiplicidade numérica.

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determinação do nBmeno como conceito va)io em relação 4 intuição de objetossensveis*. 3 aversão e a dor são tão positivas &no sentido de se referirem a objetos

 positivos* "uanto o pra)er. Elas têm uma subsistência positiva como objetos sensveis"ue não é redutvel 4 relação de oposição.

egel est# atento 4 maneira com "ue a oposição real não modifica a noção de

determinação fi/a opositiva. @esmo reconhecendo a e/istência de uma solidariedadeentre contr#rios no processo de definição do sentido dos opostos &ao afirmar "ue ! 8amorte é um nascimento negativo9, Want reconhece "ue o sentido da morte depende dadeterminação do sentido do nascimento*, a noção de oposição nos impede de perguntar como a identidade dos objetos modifica-se "uando o pensamento leva em conta relaçõesde oposiçãoJL. $omo nos di) 0ebrun! 8^ue cada um dos termos só possa ter sentido aoligar-se ao seu oposto, isto o Entendimento concede, esta situação é figur#vel. @as "uecada um advenha o "ue significa o outro, a"ui começa o não-figur#vel9 &0EO6N,>QS>, p. DQD*. 2a por"ue! 8@esmo admitindo, contra os cl#ssicos "ue o positivo podese suprimir e "ue o negativo possui de alguma maneira um valor de realidade, Want

 jamais colocar# em "uestão o a/ioma! F3 realidade é algo, a negação não é nadaK. Essa

 proposição é até mesmo a base do escrito sobre as grandeas negatias! ela é a condiçãonecess#ria sem a "ual não se poderia discernir a oposição lógica da oposição real9&0EO6N, D((D, p. DRR*.

 Neste sentido, podemos di)er "ue egel procurar desdobrar todas asconse"ências possveis de um pensamento da relação assentado na centralidade denegações determinadas. +ois a produção da identidade através da mediação pelo oposto,tal como vemos na oposição real, é refle/ão-no-outro. 6m recurso 4 alteridade "ueaparece como constitutivo da determinação da identidade "ue promete uma interversão&9msc"lagen* da identidade na posição da diferença. $omo nos dir# enrich, o

 primeiro passo deste movimento dialético consiste em passar de algo "ue se distinguedo outro en"uanto seu limite para algo "ue é apenas limite &EN=$, >QRS, p. >>D*.:al passagem advém possvel por"ue egel submete a negação funcional-eritatia @

noção de alteridade, seguindo a uma tradição "ue remonta ao /ofista, de +latãoJ'!_$ontrariamente 4 negação funcional-veritativa ;fundada na idéia de e/clusão simples<,a alteridade é uma relação entre dois termos. Ta)-se necess#rio ao menos dois termos

 para "ue possamos di)er "ue algo é outro_ &EN=$, >QRS, p. >JJ*.:al submissão da negação 4 alteridade nos e/plica por"ue a figura maior da

negação em egel não é e/atamente o nada ou a  !riação, mas a contradição

$ontradição "ue aparece "uando tentamos pensar a identidade em uma gram#ticafilosófica "ue submete a negação 4 alteridade. Nesta gram#tica, só h# identidade "uandouma relação refle/iva entre dois termos pode ser compreendida como relação simples e

auto-referencial, ou seja, só h# identidade l# onde h# recon"ecimento reflexio dacontradição.

JL Ela nos impede de colocar a "uestão! 8como os objetos são redefinidos, reconstitudos pelo fato de seinscreverem em relaçõesA ^uais transformações a noção de objeto recebe pelo fato de assim ser 

reconstituda pelo pensamentoA &0?N16ENECCE, >Q> , p. (*J' $omo vemos na afirmação! 8^uando enunciamos o não-ser, não enunciamos algo contr#rio ao ser, masapenas algo de outro9 &+03:?, /ofista, D'Sb*