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Ponto dos Concursos www.pontodosconcursos.com.br Atenção. O conteúdo deste curso é de uso exclusivo do aluno matriculado, cujo nome e CPF constam do texto apresentado, sendo vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação e distribuição. É vedado, também, o fornecimento de informações cadastrais inexatas ou incompletas nome, endereço, CPF, e-mail - no ato da matrícula. O descumprimento dessas vedações implicará o imediato cancelamento da matrícula, sem prévio aviso e sem devolução de valores pagos - sem prejuízo da responsabilização civil e criminal do infrator. Em razão da presença da marca d’ água, identificadora do nome e CPF do aluno matriculado, em todas as páginas deste material, recomenda-se a sua impressão no modo econômico da impressora.

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A PALAVRA

Olá, pessoal!

CURSO ON-LINE PORTUGUÊS P/ ANATEL PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI

Sejam bem-vindos à nossa primeira aula do curso!

Hoje, conheceremos um pouco do nosso instrumento de trabalho: a PALAVRA.

Por isso, dividimos a aula em três partes – parte 1: Estrutura, Formação e Classe das Palavras; parte 2: Semântica e parte 3: Ortografia.

Na primeira, estudaremos a palavra em si: sua estrutura, formação e classificação.

Na segunda parte, veremos os aspectos relacionados ao sentido das palavras.

Por fim, na terceira, daremos continuidade ao estudo de ORTOGRAFIA, iniciado na aula demonstrativa.

Ao fim do nosso estudo, estão todas as questões comentadas, das três partes da aula de hoje. Por isso, se você preferir, imprima as últimas páginas, faça os exercícios, confira seus acertos e erros e, somente depois disso, leia os comentários.

Nas duas primeiras partes da aula, iremos apresentar alguns conceitos, entremeados de questões de prova. Na última – ortografia -, voltamos ao padrão tradicional de turmas de exercícios – a partir dos comentários, relembramos os conceitos gramaticais. Bons estudos.

PARTE 1 - ESTRUTURA, FORMAÇÃO E CLASSE DAS PALAVRAS

A gramática se divide basicamente em: FONÉTICA, MORFOLOGIA, SINTAXE, SEMÂNTICA e ESTILÍSTICA.

Morfologia estuda a palavra em si, quer em relação à forma, quer em relação à idéia que ela encerra (classes das palavras, flexões, elementos mórficos, terminação, grafia). Esse é o assunto da aula de hoje.

Sintaxe é o estudo da palavra com relação às outras que se acham na mesma oração (concordância, regência, colocação).

Semântica estuda os sentidos das palavras. Esse será o nosso assunto da segunda parte dessa aula.

Assim, a análise morfológica considera a palavra, sua formação, sua classe, a possibilidade de emprego, suas flexões, enquanto que a análise sintática trata da relação dessa palavra com as demais numa estrutura oracional. Em suma, uma análise morfossintática aborda todos estes aspectos – a palavra em si e sua relação com as demais da oração. Já os aspectos semânticos envolvem o significado das palavras.

Na Morfologia, um dos pontos a ser estudado é a estrutura das palavras, isto é, as unidades que as compõem.

ESTRUTURA DAS PALAVRAS

Para conhecer a estrutura da palavra, devemos separá-la em cada uma de suas pequenas partes. Será praticamente uma aula de “Anatomia” (rs...).

Primeiramente, serão apresentados alguns conceitos importantes para a compreensão de pontos a serem estudados mais adiante, inclusive na aula sobre VERBOS.

As palavras são constituídas de morfemas, que são unidades mínimas indivisíveis da palavra (equivalem às células do corpo).

Esses morfemas apresentam significados, que podem ser de natureza lexical (conceitos e sentidos da língua; léxico é o conjunto de palavras de uma língua, ou seja, vocabulário) ou de natureza gramatical (gênero, número, modo, tempo).

Vamos a um exemplo. Na palavra CÉUS, podemos distinguir dois morfemas – o primeiro, que carrega a significação, forma, por si, um vocábulo: céu; o segundo não tem autonomia vocabular, serve para identificar o número: s. Ao primeiro, dá-se o nome de morfema lexical

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(significado), e, ao segundo, o nome de morfema gramatical (define o número). Os morfemas podem ser divididos em:

- elementos básicos e significativos: raiz, radical e tema;

- elementos modificadores de significação: afixos, desinências e vogal temática;

Há, também, os elementos de ligação: vogais ou consoantes, também chamados de infixos.

Raiz

É o elemento mínimo, primitivo, carregado do núcleo significativo que se conserva através do tempo, comum às palavras cognatas, ou seja, da mesma família. É objeto de estudo da Etimologia, parte da gramática que estuda a origem das palavras.

A título de exemplo, as palavras estar (em latim, stare) e constar (em latim, constare) possuem a mesma raiz: “st”.

Radical

É o elemento comum das palavras cognatas. É responsável pelo significado básico da palavra. Ex.: Em terra, terreno, terreiro, terrinha, enterrar, terrestre e aterrar, o radical comum a todos é terr-.

Às vezes, pode sofrer alterações. Ex.: dormir, durmo; querer, quis

As palavras que possuem mais de um radical são chamadas de compostas. Ex.: passatempo

Ao radical, juntam-se os demais elementos, como desinências, sufixos, prefixos, infixos, vogais temáticas, de forma a compor novas palavras.

Nos verbos, o radical é o que resta após eliminar a terminação “AR”, “ER”, “IR”:

CANTAR = radical é CANT

BEBER = radical é BEB

PARTIR = radical é PART

A partir da mesma raiz, formam-se vários vocábulos: são cognatos os vocábulos coração, cardíaco, cordial, cardiologista.

Uma curiosidade: a expressão de cor, usada em “saber de cor”, é também cognata de “coração”. Isso porque os antigos consideravam o coração como sede não só da sensibilidade (amor), mas também da inteligência. Então “saber de cor” liga-se à idéia de “saber de coração”.

Vamos ver alguns exemplos da formação das palavras cognatas.

Ao radical CARDI (do grego kardia = coração) podem ligar-se:

9 O (vogal de ligação) + LOG (logos = tratado) + IA (sufixo) = CARDIOLOGIA

9 O (vogal de ligação) + PAT (path é a raiz de páscho = sofrer) + IA = CARDIOPATIA

Afixos

São partículas que se anexam ao radical para formar outras palavras. Existem dois tipos de afixos:

Prefixos: colocados antes do radical. Ex.: desleal, i legal

Sufixos: colocados depois do radical. Ex: felizmente, igualdade, confeitaria

Infixos

Os infixos, também chamados de vogais ou consoantes de ligação, não são significativos e, por isso, não são considerados morfemas. Entram na formação das palavras para facilitar a

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pronúncia.

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Ex.: café (radical) + T + eira (sufixo) = cafeteira

capim(radical) + Z + al (sufixo) =capinzal

rod (radical) + O + via (radical) = rodovia

Vogal Temática

Vogal Temática (VT) se junta ao radical para receber outros elementos.

Pode existir vogal temática tanto em verbos quanto em nomes. Ex.: beber, rosa, sala.

Nos nomes, as vogais temáticas podem ser a, e, o.

Nos verbos, também são três as vogais temáticas – a, e, i – e estas indicam a conjugação a que pertencem os verbos (1ª, 2ª ou 3ª conjugação, respectivamente).

Ex.: parti r (PART + I + R) - verbo de 3ª conjugação

sonhando (SONH + A + NDO) – verbo de 1ª conjugação

Eu disse “pode existir” porque nem todas as palavras possuem vogal temática. Há formas verbais e nomes sem vogal temática. Isso pode ocorrer nos nomes terminados em consoante (rapaz, fácil) ou em vogal tônica (saci, fé) – casos em que o radical se confunde com o tema (resultado da união do radical com a vogal temática), ou em algumas conjugações verbais.

Em resumo, se um nome terminar por outra letra que não o “a”, “e” ou “o”, é chamado de atemático (sem tema).

Tema

É a união do radical com a vogal temática.

Ex.: cantaremos = cant (radical) + a (VT) = canta (tema)

mala = mal (radical) + a (VT) = mala

Desinências

São morfemas colocados no fim das palavras para indicar flexões verbais ou nominais. Podem ser:

1) Nominais: indicam gênero (feminino ou masculino) e número (singular ou plural) dos nomes (substantivos, adjetivos, alguns pronomes e numerais).

2) Verbais: existem dois tipos de desinências verbais: desinência modo-temporal (DMT) e

desinência número-pessoal (DNP). Seus nomes já dizem tudo, não é?

DMT – indica o modo e o tempo (presente do indicativo, pretérito imperfeito do subjuntivo)

DNP – indica o número e pessoa (1ª.pessoa do singular, 3ª.pessoa do plural)

2.1) Verbo-nominais (VN): indica as formas nominais dos verbos (infinitivo, gerúndio e particípio). Ex.: beber , correndo, partido

Pois bem, apresentados os conceitos, vamos ao que nos interessa para as provas do Cespe – os afixos (prefixos e sufixos). Para isso, teremos de conhecer os processos de formação das palavras.

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PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Já conhecemos as “partes” das palavras - morfemas. Agora, veremos a maneira como os morfemas se organizam para formar novas palavras.

PRIMITIVA DERIVADA

Carne Encarnar

Desencarnar

Desencarnado

Carnívoro Os principais processos de formação são: Derivação, Composição, Hibridismo, Onomatopéia, Sigla e Abreviação. Os principais são os dois primeiros e sobre ele iremos falar agora.

1. Derivação

Processo de formar palavras no qual a nova palavra é derivada de outra chamada de primitiva.

Os processos de derivação são: Derivação Prefixal

A derivação prefixal é um processo de formar palavras no qual um prefixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva.

Ex.: pôr (primitiva) / compor (prefixo + primitiva) / recompor (dois prefixos + primitiva)

Derivação Sufixal

A derivação sufixal é um processo de formar palavras no qual um sufixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva.

Ex.: real (primitiva) / realmente (primitiva + sufixo)

Derivação Prefixal e Sufixal

A derivação prefixal e sufixal existe quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma independente, ou seja, sem a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado.

Ex.: deslealmente (prefixo: des + sufixo: -mente) - também existem os vocábulos: desleal / lealmente

Alguns autores, todavia, não aceitam essa classificação. Julgam que houve, primeiramente, um dos processos para, então, ocorrer o outro.

Por exemplo: graça Î desgraça (prefixação) Î desgraçado (sufixação)

Derivação Parassintética

A derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são simultaneamente acrescentados à palavra primitiva de forma dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devem ser usados ao mesmo tempo, pois sem um deles a palavra não se reveste de

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nenhum significado.

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Ex.: anoitecer (prefixo: a + sufixo: -ecer) - não existem “anoite” nem “noitecer”.

desperdiçar (prefixo: des + sufixo: -içar) – não existem “desperd(a)” nem “perdiçar”.

engordar (prefixo: en + sufixo: -ar) – não existem “engord(a)” nem “gordar”.

Maria Nazaré Laroca, no Manual de Morfologia do Português, observa que há uma grande produtividade deste processo de formação das palavras, sobretudo, com bases substantivas:

PREFIXO “EN" + SUBSTANTIVO + SUFIXO “AR” Î DERIVADA

en + caderno + ar Î

encadernar en + terra + ar Î enterrar

en + cabeça + ar Î encabeçar Derivação Regressiva

Normalmente, as palavras derivadas são maiores que as primitivas. No processo de derivação regressiva ocorre o inverso – a derivada é menor que a primitiva. Ocorre perda vocabular.

SARAMPÃO Î SARAMPO

Chama-se deverbal quando, a partir desse processo, um verbo (geralmente indicativo de ação) dá origem a um substantivo abstrato: ATACAR Î ATAQUE / COMPRAR Î COMPRA / PERDER Î PERDA.

Derivação Imprópria

A derivação imprópria, também intitulada de “mudança de classe” ou “conversão”, ocorre quando palavra comumente usada como pertencente a uma classe é usada na função de outra, mantendo inalterada sua forma.

“A cerveja que desce redondo.” (originalmente adjetivo, usado como advérbio).

Comício monstro (substantivo usado como adjetivo)

2. Composição

Consiste na criação de uma nova palavra a partir da junção de dois ou mais radicais (palavra composta).

Pode ocorrer de duas formas:

- aglutinação - ocorre alteração na forma ou na acentuação dos radicais originários.

fidalgo (filho + de +algo) aguardente (água + ardente) embora (em + boa + hora)

- justaposição – seu próprio nome já indica o processo. Os radicais são mantidos da forma original, podendo ser ligados diretamente ou por hífen.

beija-flor malmequer bem-me-quer segunda-feira

Veja só que curiosidade: enquanto “malmequer” se escreve junto (sem hífen), bem-me-quer vem separado. Deve ser por isso que os vocábulos vivem “bem” – cada um na sua “casa”, ligados apenas pelo hífen...rs...

Ainda não é agora que vamos conhecer a justificativa para essa grafia do bem-me-quer... continue na expectativa...rs...

3. Hibridismo

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Consiste na formação de palavras pela junção de radicais de línguas diferentes

auto/móvel (grego + latim) bio/dança (grego + português) 4. Onomatopéia

Consiste na formação de palavras pela imitação de sons e ruídos.

pingue-pongue buá miau tiquetaque zunzum

5. Sigla

Consiste na redução de nomes ou expressões empregando a primeira letra ou sílaba de cada palavra.

UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Uma vez “vulgarizada”, a sigla passa a ser considerada como primitiva, podendo formar derivadas: deputados petistas (PT), empregados celetistas (regidos pela CLT), pacientes aidéticos (portadores de AIDS).

6. Abreviação ou redução

Consiste na redução de parte de palavras com objetivo de simplificação.

moto (motocicleta) gel (gelatina) cine (cinema) extra (extraordinária).

A banca pode explorar o significado de um prefixo (veremos uma questão em que isso foi feito). Conheça alguns deles.

ALGUNS PREFIXOS GREGOS

PREFIXOS SIGNIFICADO EXEMPLOS

a-, an- negação, privação, falta analfabeto, ateu, anestesia

ana- decomposição, inversão, repetição análise, anagrama, anáfora

anfi- ao redor de, duplicidade anfiteatro, anfíbio

anti- (ant-) oposição antídoto, antagonista

apo- distância, afastamento apogeu, apóstolo

arqui-, arque-, arc-, arce-, arci-

superioridade, primazia arquipélago, arcanjo, arquimilionário, arcebispo

cata- movimento de cima para baixo catadupa, catarata

dia-, di- através de, duplicidade, afastamento diagonal, ditongo, diacronia

dis- dificuldade dispnéia, disenteria

ec-, ex- movimento para fora eclipse, exorcista, êxodo

e-, en- posição interna encéfalo, emplasto

endo- posição interior, movimento para dentro

endométrio, endoscopia

epi- posição superior, posterioridade epitáfio, epílogo

eu- bom, bem, perfeição, excelência, verdade

eucaristia, eufonia, evangélico

hemi- meio, metade hemisfério

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hiper- posição superior, excesso hipérbole, hipertrofia, hipertensão

hipo- falso, por baixo de, posição inferior hipocrisia, hipotensão, hipotenusa

meta- transformação, movimento de um lugar para o outro, mudança

metamorfose, metáfora, metacarpo

para- proximidade, ao lado, paralelismo paradigma, parônimo, parágrafo

peri- em volta de, em torno de perímetro, perígrafe

poli- multiplicidade polissemia, polissílaba

pro- em frente, para frente, anterior progresso, prólogo, prognóstico

sin-, sim-, si- simultaneidade, reunião sinfonia, sintonia, síntese, simpatia

ALGUNS PREFIXOS LATINOS

PREFIXOS SIGNIFICADO EXEMPLOS a-, ab-, abs- afastamento, separação abstenção, abdicar, aversão

a-, ad-, ar-, as- aproximação, direção, tendência adjunto, adjacente, admirar, assentir, arrendar

ambi- duplicidade (=“ambos”) ambidestro, ambíguo

ante- anterioridade anteontem, antepassado

aquém- do lado de cá aquém-mar

bis-, bi- repetição bípede, binário, bisneto

circum- em torno de, ao redor circunferência, circunscrito

cis- posição aquém cisandino, cisalpino

com- (con-), co- (cor-) companhia, combinação compor, co-autor, cooperar, correligionário

contra- oposição contravenção, contradizer

de- movimento de cima para baixo decrescer, demolir, decair

des-, dis- separação, privação, negação deportar, descriminar, descrer, dissidência

e- ,em- ,em- , in- (im) introdução, superposição engarrafar, empilhar, imergir, ingerir

e-, es-, ex- movimento para fora, mudança de estado, separação

emergir, expelir, escorrer, extrair, exportar, esvaziar, esconder, explodir

extra- posição exterior (fora de) extravagante, extraordinário, extravasar

intra- posição interior intramuscular

i-, im-, in- negação, mudança imoral, impúbere, incinerar

intra-, intro-, in-, i- movimento para dentro imersão, impressão, inalar, intrapulmonar, introduzir

justa- posição ao lado justaposição

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o-, ob- posição em frente, oposição obstáculo, obstar, obsceno, opor

per- movimento através de perfurar, pernoite, perfumar

pos- ação posterior, em seguida pospor, póstumo

pre- anterioridade, superioridade pré-natal, predomínio, prefixo

pro- movimento para frente, intensidade

projetar, propulsor, prolongar

re- repetição, para trás recomeço, regredir

retro- movimento mais para trás retrospectiva, retroagir

sub-, sus-, sob-, so- movimento de baixo para cima, posição inferior

suspender, subsolo, soerguer, supor

sobre-, super-, supra- acima, excesso sobrepor, supermercado, supracitado

trans- (tras-, tra-, tres-)_ através de, além de, mudança transpor, trespassar, traduzir, transbordar

ultra- além de, excesso ultrapassado

vice-, vis- abaixo de, substituição visconde, vice-cônsul

Encerrada essa parte introdutória, vamos às questões de prova.

QUESTÕES DE PROVA

1 - (UnB CESPE /TJ SE- Notário /2006)

Julgue a assertiva abaixo.

- A palavra “prepostos”, formada pelo prefixo “pre” mais o particípio do verbo pôr — “postos” —, refere-se às entidades anteriormente citadas, quais sejam: Instituto de Registro Imobiliário do Brasil, Colégio Notarial do Brasil e Corregedoria-Geral da Justiça de São Paulo.

ITEM ERRADO

Comentário.

Até pelo sentido, podemos chegar a essa conclusão: “preposto” não significa “o que foi posto antes”.

Na verdade, ela significa “o que dirige um negócio por delegação da pessoa competente” e, por extensão, passou a significar também “representante”.

Assim, não tem nenhuma relação com o prefixo “pré”, indicativo de “anterioridade”.

2 - (UnB CESPE / PMES / 2007)

Julgue a assertiva abaixo.

- A palavra “ultra-som” é formada pelo prefixo “ultra” e pelo sufixo “som”.

ITEM ERRADO

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Comentário.

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Em relação ao prefixo, está correta a proposição, mas errou ao classificar “som” como um sufixo, quando, na verdade, se trata de um radical.

Os sufixos, como vimos, são morfemas acrescentados aos radicais para a formação de novas palavras. Mais adiante, iremos ver alguns desses sufixos que são formadores de substantivos.

3 - (UnB CESPE/ IRBr Diplomata/ 2006)

Texto: Religião mestiça

Insulado deste modo no país, que o não conhece, em luta aberta com o meio, que lhe parece haver estampado na organização e no temperamento a sua rudeza extraordinária, nômade ou mal fixo à terra, o sertanejo não tem, por bem dizer, ainda capacidade orgânica para se afeiçoar a situação mais alta.

O círculo estreito da atividade remorou-lhe o aperfeiçoamento psíquico. Está na fase religiosa de um monoteísmo incompreendido, eivado de misticismo extravagante, em que se rebate o fetichismo do índio e do africano. É o homem primitivo, audacioso e forte, mas ao mesmo tempo crédulo, deixando-se facilmente arrebatar pelas superstições mais absurdas. Uma análise destas revelaria a fusão de estádios emocionais distintos.

Euclides da Cunha. O homem/Os sertões. In: Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995, p. 197.

Julgue os itens a seguir, relativos a aspectos semânticos de termos presentes no texto.

a) “Insulado” (R.1) integra o campo semântico de ilha.

ITEM CERTO

Comentário.

O adjetivo insulado é derivado de “ínsula”, que significa “ilha”.

Quem está preso numa ilha fica isolado dos demais. Assim, “insulado” significa “separado”, “isolado”.

b) O prefixo extra-, nos vocábulos “extraordinária” (R.2) e “extravagante” (R.6), tem efeito de superlativo.

ITEM ERRADO

Comentário.

O prefixo “extra” carrega o sentido de “fora de”. Uma coisa “extraordinária” não é algo “muito ordinário”, “muito comum”, mas “fora do comum”. Não tem valor superlativo, como se afirma na opção.

c) Os termos “monoteísmo” (R.6), “misticismo” (R.6) e “fetichismo” (R.7) constituem exemplos do uso do sufixo -ismo, que se disseminou para designar movimentos sociais, ideológicos, políticos, opinativos, religiosos e personativos.

ITEM CERTO

Comentário.

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A afirmação está perfeita. A banca poderá explorar os diferentes significados de um sufixo. Na hora da prova, use o bom-senso e avalie a afirmação.

Veja o exemplo do sufixo –ismo –, que pode indicar, dentre outras coisas:

- doutrina, escola, teoria ou princípio artístico, filosófico, político, religioso etc.: monoteísmo, marxismo, positivismo;

- ato de, prática de ou resultado de: heroísmo, terrorismo;

- conjunto de características de um grupo / povo: latinismo, brasileirismo;

- prática ou modalidade desportiva: ciclismo, automobilismo, atletismo.

As palavras em destaque no enunciado se incluem no primeiro sentido. 4 - (UnB CESPE / SEAD -PA / 2007)

Julgue a assertiva abaixo.

- As palavras “servidão”, “peonagem” e “abatimento” são formadas pelo mesmo processo de derivação.

ITEM CERTO

Comentário.

A palavra SERVIDÃO provém de SERVO e foi formada pelo processo de derivação sufixal (acréscimo de um sufixo).

Mesmo processo sofreu as palavras PEONAGEM (derivada de “PEÃO”) e ABATIMENTO (derivada de ABATER).

Alguns sufixos servem para criar substantivos, a partir de verbos, de adjetivos ou de outros substantivos.

São inúmeros, por isso nossa intenção com a relação a seguir é apenas apresentar alguns deles.

- ADA: papelada;

- AGEM: criadagem (derivado de substantivo - criado), vadiagem (derivado de adjetivo – vadio);

- ARIA: confeitaria (derivado de substantivo – confeito), patifaria (derivado de adjetivo – patife);

- EIRO: formigueiro (indica coletividade), ferreiro (indica profissão ou ramo de estabelecimento);

- (I)DADE: capacidade, honestidade (derivados dos adjetivos – capaz, honesto);

- (I)TUDE: plenitude (derivado de adjetivo – pleno);

- (I)DÃO: imensidão (derivado de adjetivo - imenso);

- EZA: limpeza (derivado de adjetivo – limpo);

- URA: frescura (derivado de adjetivo – fresco);

- ISMO: socialismo (derivado de adjetivo – social), capitalismo (derivado de substantivo – capital);

- MENTO: salvamento (derivado de verbo – salvar), abatimento (derivado de verbo – abater);

- ANTE: ajudante (derivado de verbo – ajudar);

- DOURO: criadouro (derivado de verbo – criar);

- ÊNCIA: decência (derivado de adjetivo – decente), competência (derivado de verbo –

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competir);

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- (D)OR, (T)OR, (S)OR: criador, extrator, defensor (derivados dos verbos – criar, extrair, defender, respectivamente).

CLASSES GRAMATICAIS

A Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) enumera em dez as classes gramaticais: substantivo, adjetivo, artigo, pronome, numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. Inclui-se mais uma, apresentada sem denominação na NGB, mas reconhecida por gramáticos consagrados: palavras denotativas.

Para fins didáticos, são separadas em duas categorias - variáveis e invariáveis.

CLASSES DE PALAVRAS

VARIÁVEIS INVARIÁVEIS

Substantivo Advérbio

Adjetivo Palavra Denotativa

Artigo Preposição Pronome

Conjunção

Numeral Interjeição

Verbo

Veremos, agora, as questões de prova que abordaram algumas classes gramaticais e suas características.

5 - (CESPE UnB/TRE PA – Analista / 2007)

O plural da palavra eleição é formado pela mesma regra que rege a formação do plural de

A) capitão, sacristão e tabelião.

B) pão, espertalhão e pobretão.

C) cidadão, fogão e ancião.

D) mão, corrimão e irmão.

E) ladrão, reunião e lição. GAB. E

Comentário.

Essa é uma boa oportunidade de vermos a classe dos SUBSTANTIVOS.

SUBSTANTIVOS

Os substantivos são palavras variáveis, ou seja, podem se flexionar em gênero (masculino, feminino) e/ou número (singular, plural).

Em relação ao número, a regra geral é o acréscimo da desinência “s” ao vocábulo.

Contudo, a flexão de algumas palavras segue regras especiais e, dentre eles, as terminadas em “-ão”.

Normalmente, a forma plural -ões, mas também há casos em que formam -ães ou -ãos. Todos os paroxítonos e alguns oxítonos terminados em –ão formam o plural –ãos. Certos

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substantivos chegam a apresentar mais de uma forma. A questão em análise apresenta alguns exemplos. A palavra ELEIÇÃO no plural é ELEIÇÕES (regra geral). O mesmo acontece com LADRÃO (ladrões), REUNIÃO (reuniões) e LIÇÃO (lições), presentes na opção E (gabarito da questão). Os erros das demais opções são:

a) capitão (capitães); sacristão (sacristãos ou sacristães); tabelião (tabeliães).

b) pão (pães). c) cidadão (cidadãos); ancião (aceitam-se as três formas: anciões, anciães, anciãos). “Fogão” é o aumentativo de “fogo” e, por isso, forma no plural “fogões”.

d) mão (mãos); corrimão (corrimãos – afinal de contas, é derivada de “mão”); irmão (irmãos).

Outra questão do Cespe sobre o assunto.

6 - (UnB CESPE / PGE PA /2007)

Julgue a assertiva abaixo.

- A flexão de plural das palavras “paixão”, “coração”, “rejeição” e “punição” segue a mesma regra de flexão de “convenções” e “ações”.

ITEM CERTO

Comentário.

O plural de PAIXÃO é PAIXÕES; de CORAÇÃO é CORAÇÕES; de REJEIÇÃO é REJEIÇÕES e de PUNIÇÃO é PUNIÇÕES.

Essa foi bem mais simples, mas sempre tome o cuidado para não deixar passar um caso excepcional.

Aproveitamos o mote para falar sobre a flexão de palavras compostas, que podem ser SUBSTANTIVOS (veremos agora) ou ADJETIVOS (logo a seguir).

b) Formação do plural nos substantivos compostos

A flexão de número dos substantivos compostos segue o quadro abaixo:

Condição

Substantivo

Varia(m).... elemento(s)

o 1º o

último todos nenhum

Exemplos pontapés, planaltos,

composto sem hífen X

Palavras repetidas ou onomatopéias X

Verbo ou palavra invariável + substantivo ou X adjetivo

Dois substantivos ou substantivo + adjetivo (qualquer X ordem)

aguardentes, vaivéns

tico-ticos, reco- recos

sempre-vivas, vaga- lumes, pára- quedistas, abaixo- assinados guarda- roupas (idéia de “guardar”) guardas-noturnos, secretários- executivos

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Substantivos compostos ligados X por preposição

Pés-de-moleque, copos-de-leite, mulas-sem-cabeça

Verbo + advérbio X Os fala-mansa

Verbos antônimos X Os leva-e-traz

Dois substantivos, quando o 2º. indicar finalidade ou semelhança, limitando o sentido do 1º (flexão predominante). Modernamente, já se aceita a flexão dos dois elementos.

X (X)

Pombos-correio(s), carros-bomba(s), salários-família(s), navios-escola(s), peixes-boi(s)

Você notou que, se o substantivo for formado por SUBSTANTIVO + ADJETIVO (ou vice-versa), os dois irão para o plural? É o caso de “guarda-civil” (guardas-civis).

Pois com o adjetivo composto da mesma forma (ADJETIVO + SUBSTANTIVO), a coisa muda de figura. Vamos ver mais adiante.

ADJETIVO

Palavra variável modificadora de substantivo ou palavra substantivada, exprimindo qualidade, estado ou propriedade.

Só podemos analisar e classificar os vocábulos a partir do contexto.

Por exemplo, doméstica, a princípio, seria um adjetivo. Contudo, em “As domésticas não têm reconhecidos muitos de seus direitos”, essa palavra é um substantivo.

Aliás, é muito estreita a relação entre o substantivo e o adjetivo. Muitas vezes, a posição desses elementos na oração implica alteração de sua morfologia.

Por exemplo: negro jogador / jogador negro – no primeiro, “negro” é um substantivo e sua qualidade é “jogador” (assim como em “negro pintor” ou “negro lutador”). Isso se inverte no segundo exemplo, em que “negro” é uma característica do jogador. A palavra-núcleo é o substantivo, e o adjetivo o caracteriza.

Essa possibilidade de alteração morfológica e/ou semântica dos adjetivos, em função de sua colocação na frase pode ser objeto de questão de prova. Jogo minhas fichas nisso!

Veja uma questão de prova recente.

7 - (UnB CESPE / SEAD PA / 2007)

Texto

A assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, decretou o fim do direito de propriedade de uma pessoa sobre outra, porém o trabalho semelhante ao escravo se manteve de outra maneira: pela servidão, ou “peonagem”, por dívida.

Nela, a pessoa empenha sua própria capacidade de trabalho ou a de pessoas sob sua responsabilidade (esposa, filhos, pais) para saldar uma conta. E isso acontece sem que o valor do serviço executado seja aplicado, de forma razoável, no abatimento da conta, ou que a duração e a natureza do serviço estejam claramente definidas.

O sociólogo norte-americano Kevin Bales, considerado um dos maiores especialistas no tema,

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traça em seu livro Disposable People: New Slavery in the Global Economy (Gente Descartável: A Nova Escravidão na Economia Mundial) paralelos entre os dois sistemas de escravidão, que foram adaptados pela Repórter Brasil para a realidade brasileira.

Julgue a assertiva abaixo.

- Na linha 2, o termo “escravo” está empregado com função adjetiva.

ITEM CERTO

Comentário.

Em “o trabalho semelhante ao escravo se manteve de outra maneira”, está subentendida a palavra “trabalho” – “semelhante ao [trabalho] escravo”.

A palavra “escravo” é normalmente classificada como SUBSTANTIVO. Contudo, no texto, foi empregada com valor adjetivo, qualificando um pronome demonstrativo (“o”) que se referia a um substantivo (“trabalho”).

8 - (UnB CESPE /TRE PA – Analista/ 2005)

Analise a opção em relação a grafia, morfologia e sintaxe.

- Segundo estudo realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a maioria dos latinos-americanos considera que a democracia é indispensável para o desenvolvimento e é preferível à qualquer outra forma de governo, embora se mostrem insatisfeitos com seu desempenho.

ITEM ERRADO

Comentário.

Essa questão aborda a flexão dos adjetivos.

FLEXÃO DOS ADJETIVOS EM NÚMERO

Voltando à flexão dos adjetivos, os simples seguem as mesmas regras dos substantivos simples para se flexionarem em número.

No caso de adjetivos compostos formados por dois adjetivos (objeto da questão), só o segundo elemento varia.

A exceção fica por conta de:

1) “azul-marinho” e “azul-celeste” - mesmo formados por dois adjetivos, não se flexionam: camisas azul-marinho / azul-celeste;

2) “surdo-mudo” – os dois elementos variam: “surdos-mudos”, “surda-muda”.

No caso em tela, o adjetivo composto é “latino-americano”. Vai para o plural somente o último elemento: latino-americanos / latino-americana / latino-americanas.

Outro problema da opção é em relação ao acento grave, mas sobre isso falaremos na aula de REGÊNCIA e CRASE.

Se for formado por ADJETIVO + SUBSTANTIVO, (ao contrário do que acontece com os substantivos compostos de mesma formação) o adjetivo composto permanecerá invariável.

Uniformes verde-oliva sofás marrom-café.

Isso também acontece em adjetivos simples indicativos de cores que derivam de substantivos. É como se estivesse subentendida a expressão “cor de”.

Vestidos cinza bonés laranja carros prata anéis turquesa

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FLEXÃO DOS ADJETIVOS EM GRAU A flexão de grau corresponde à variação em intensidade da qualidade expressa pelo adjetivo.

a) Grau comparativo

Indica que um ser possui uma qualidade igual, inferior ou superior a outro.

Este cão é tão feroz quanto aquele.

Este cão é menos feroz que aquele.

Este cão é mais feroz que aquele. Também, em relação ao mesmo ser, pode determinar se uma qualidade que ele possua é igual, inferior ou superior a outra.

Ele é tão inteligente quanto bonito.

Ele é mais inteligente que bonito.

Ele é menos inteligente que bonito. b) Grau superlativo

Absoluto – o ser apresenta elevado grau em certa qualidade

Sintético – expresso em uma só palavra. Ex.: Este cão é ferocíssimo.

Analítico – formado com mais de uma palavra, normalmente um advérbio (muito, bastante, imensamente) . Ex.: Este cão é muito feroz.

Relativo – o ser se sobressai em relação aos demais seres que possuem a mesma qualidade.

Superioridade. Ex.: Este cão é o mais feroz do bairro.

Inferioridade. Ex.: Este cão é o menos feroz do bairro

Alguns adjetivos possuem formas especiais para o comparativo e o superlativo sintéticos.

Observe:

Adjetivo Comparativo

Superlativo

absoluto relativo

bom melhor ótimo o melhor

mau pior péssimo o pior

grande maior máximo o maior

pequeno menor mínimo o menor

Quando se comparam duas qualidades, a proximidade dos adjetivos “bom”, “mau”, “grande” e “pequeno” com “mais” ou “menos” não os transforma em “melhor”, “pior”, “menor” ou “maior”.

Ele é mais bom do que bonito.

Ele é mais pequeno que gordo. 9 - (UnB CESPE /TRE PA – Analista/ 2005)

Texto

Os percentuais de ocupação de cargos de representação política pelas mulheres são baixos em todas as instâncias e, até o momento, o sistema de cotas adotado pelo governo brasileiro, nas

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eleições, tem ajudado pouco na alteração desse quadro. De fato, ainda é cedo para uma conclusão mais definitiva sobre a sua eficácia, até mesmo porque essa política pode operar em várias dimensões, algumas das quais simbólicas e que só poderão ser mais bem observadas no médio prazo. Mas os resultados obtidos até o momento indicam algumas pistas. Importa lembrar que a lei de cotas em vigor estabelece que os partidos reservem um percentual mínimo de 30% de vagas das competições legislativas a cada um dos sexos. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é possível verificar que, em todas as eleições até agora realizadas, em geral as cotas ficaram longe de ser atingidas.

Clara Araújo. Internet: <http://www2.uerj.br>. Acesso em maio/2005 (com adaptações).

No que se refere a aspectos lingüísticos do texto II, julgue a assertiva abaixo.

- De acordo com as normas gramaticais, a expressão “mais bem” (R.5) deveria ser substituída pela forma adjetiva melhor.

ITEM ERRADO

Comentário.

Essa questão é ÓTIMA!!!!

Alguns adjetivos são formados a partir da contração do MAL/BEM com o adjetivo no particípio. A união dos elementos, em alguns casos, é tão nítida que se emprega o hífen; em outros casos, não (bem-humorado, bem-nascido, bem vestido).

Em todos esses casos, se o adjetivo estiver precedido do advérbio “mais”, a norma culta não admite a transformação destes em “melhor” ou “pior”, mantendo-os separados (“mais bem”, “mais mal”):

Ele é o mais bem-vestido da seção.

Ronaldinho Gaúcho é o jogador mais bem pago da atualidade.

No uso coloquial, contudo, notam-se muitos registros dessa contração: “O time que for melhor colocado na competição disputará a Libertadores da América.”. O lingüista Celso Pedro Luft distingue essas duas estruturas em:

1. mais + bem + particípio;

2. mais + [bem+particípio].

No primeiro caso, o advérbio MAIS modifica o advérbio BEM, que, junto com o primeiro, pode modificar o adjetivo participial. Admitem-se, pois, as duas formas. Havendo a contração, os dois advérbios modificam o adjetivo (“casas melhor construídas”); mantendo-os separados, o advérbio “bem” modifica o adjetivo, enquanto que o advérbio “mais” modifica o outro advérbio (“bem”): “casas mais bem construídas”.

Já na segunda estrutura, o advérbio BEM forma uma unidade semântica com o particípio, a ponto de, em alguns casos, ser usado o hífen. Neste caso, o advérbio MAIS não pode se contrair com o outro advérbio, devendo permanecer fora da locução: “mais bem-humorado”. Parece que ouvi alguém gritando do outro lado do computador: “Socorro, Claudia!!! O que eu faço na hora da prova????”.

Bem, essa é uma prova recente (2005). O Cespe seguiu o posicionamento de gramáticos consagrados e optou por manter separados os vocábulos (não haver contração), considerando que “bem observadas” formam uma unidade semântica com valor adjetivo e o advérbio “mais” intensifica essa locução adjetiva. Acredito que a banca mantenha esse posicionamento nas próximas provas. Caso contrário, é questão passível de recurso.

PRONOME

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É a palavra que acompanha (determina) ou substitui um nome. Por isso, são chamados respectivamente de pronomes adjetivos e substantivos.

CLASSIFICAÇÃO DOS PRONOMES

Os pronomes classificam-se em: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.

A alteração da posição de um pronome adjetivo em relação ao substantivo pode acarretar, inclusive, a mudança de classe gramatical. Veja como isso foi objeto de prova do Cespe.

10 - (UnB CESPE / PGE PA /2007)

Julgue a assertiva abaixo.

- Em “passamos a sentir certa rejeição” (R.8-9), o vocábulo “certa” classifica-se como adjetivo e tem o mesmo sentido que na frase: Ele sempre procurou tomar a atitude certa.

ITEM ERRADO

Comentário.

A banca explorou o valor do pronome e brincou com as palavras.

Antes do substantivo, o vocábulo “certa” é um PRONOME INDEFINIDO que, por acompanhar o nome, tem valor adjetivo (“certa atitude”).

Contudo, ao ser empregado após o substantivo, muda de classe gramatical, passando a ser um ADJETIVO (“atitude certa”), o contrário de “errada”.

São muitos os conceitos referentes a PRONOMES. Em função disso, teremos uma aula inteirinha para essa classe gramatical, em que veremos o uso de pronomes (pessoais, demonstrativo, relativo etc.), sua colocação em relação ao verbo, as referências textuais etc.

O mesmo acontece com VERBO, CONJUNÇÃO, PREPOSIÇÃO, classes de palavras que merecem uma atenção especial e, por isso, terão aulas exclusivas.

PARTE 2 - SEMÂNTICA

É o estudo do sentido das palavras de uma língua. Estuda basicamente os seguintes aspectos: sinonímia, paronímia, antonímia, homonímia, polissemia, conotação e denotação. Sinonímia

É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes - SINÔNIMOS.

Ex.: Cômico - engraçado

Antonímia

É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários - ANTÔNIMOS.

Ex.: economizar / gastar; bem / mal; bom / ruim

A partir deste ponto, ou seja, em HOMONÍMIA E PARONÍMIA, verificamos a importância da ortografia: a depender da grafia, o significado da palavra pode ser alterado significativamente.

Homonímia

É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica - HOMÔNIMOS.

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As homônimas podem ser:

Homógrafas heterofônicas (ou homógrafas) - são as palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Ex.: gosto (substantivo) - gosto (1ª pess. sing. pres. ind. - verbo gostar) Homófonas heterográficas (ou homófonas) - são as palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Ex.: Cessão (substantivo) – sessão (substantivo)

Homófonas homográficas (ou homônimos perfeitos) - são as palavras iguais na pronúncia e na escrita. Ex.: cura (verbo) - cura (substantivo)

Paronímia

É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras parecidas na pronúncia e na escrita – PARÔNIMOS (lembre-se: parecidas Î parônimas).

Abaixo, apresentamos uma relação com alguns homônimos e parônimos, acompanhados de seus significados.

A intenção de apresentar esta lista é mostrar as diferentes formas de grafia, a depender do sentido do vocábulo.

Não quero ver ninguém enlouquecido por aí com a lista embaixo do braço. O aluno deve conhecer essas palavras e, na medida do possível, incorporá-las ao seu vocabulário. Esse é o melhor método de memorização.

ACENDER: iluminar; por fogo em;

ASCENDER: subir; elevar (daí: ASCENSÃO, ASCENSORISTA, ASCENDENTE).

ACIDENTE: ocorrência casual grave;

INCIDENTE: episódio casual sem gravidade, sem importância.

AFERIR: conferir ("Ele aferiu o relógio de luz.");

AUFERIR: colher, obter ("Ele auferiu bons resultados").

AMORAL: ausência de moral, que ignora um conjunto de princípios;

IMORAL: Que é contrário, que desobedece a um conjunto de princípios.

ÁREA: dimensão, espaço;

ÁRIA: peça musical para uma só voz.

ARREAR: colocar arreios em;

ARRIAR: abaixar.

ACÉTICO: relativo ao vinagre;

ASCÉTICO: relativo ao Ascetismo;

ASSÉPTICO: relativo à assepsia. BROCHA: prego curto, de cabeça larga e chata;

BROXA: tipo de pincel.

CAÇAR: perseguir, capturar a caça;

CASSAR: anular.

CEGAR: tirar a visão de;

SEGAR: seifar, cortar.

CELA: aposento de religiosos ou de prisioneiros;

SELA: arreio de cavalo, 3ª p. s., pres. ind., v. selar.

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CENSO: recenseamento; SENSO: juízo claro.

CÉ(P)TICO: que ou quem duvida;

SÉ(P)TICO: que causa infecção.

CERRAR: fechar;

SERRAR: cortar.

CERVO: veado;

SERVO: servente, escravo.

COMPRIMENTO: uma das medidas de extensão (largura e altura);

CUMPRIMENTO: ato de cumprimentar alguém, saudação, ou de cumprir algo.

CONCERTAR: harmonizar, conciliar.

CONSERTAR: pôr em boa ordem; dar melhor disposição a; arrumar, arranjar".

CONCERTO: apresentação ou obra musical;

CONSERTO: ato ou efeito de consertar, reparar algo.

DEFERIMENTO: concessão, atendimento;

DIFERIMENTO: adiamento; (Assim também: DEFERIR = CONCEDER; DIFERIR = ADIAR, DIVERGIR)

DELATAR: denunciar (delação);

DILATAR: retardar, adiar (dilação).

DESCRIÇÃO: ato de descrever, tipo de redação, exposição;

DISCRIÇÃO: qualidade daquele que é discreto.

DESCRIMINAR: inocentar, absolver (DESCRIMINAÇÃO);

DISCRIMINAR: distinguir, diferenciar, separar (DISCRIMINAÇÃO).

DESPENSA: compartimento para se guardar alimentos;

DISPENSA: demissão.

DESTRATAR: insultar;

DISTRATAR: romper um trato, desfazer um contrato.

EMINENTE: que se destaca, excelente, notável;

IMINENTE: que está prestes a ocorrer, pendente.

EMITIR: expedir, emanar, enunciar, lançar fora de si;

IMITIR: fazer entrar, investir.

ESPECTADOR: aquele que vê, que assiste a alguma coisa;

EXPECTADOR: o que está na expectativa de, à espera de algo.

ESPIAR: espreitar, olhar;

EXPIAR: redimir-se, pagar uma culpa.

ESPREMIDO: particípio do verbo ESPREMER;

EXPRIMIDO: particípio do verbo EXPRIMIR (também EXPRESSO).

FLAGRANTE: evidente, fato que se observa no momento em que ocorre;

FRAGRANTE: que exala cheiro agradável, aromático (fragrância).

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FLUIR: correr (líquido), passar (tempo); FRUIR: desfrutar, gozar.

INCIPIENTE: iniciante, inexperiente;

INSIPIENTE: ignorante.

INFLAÇÃO: ato de inflar, aumento de preços;

INFRAÇÃO: desobediência, violação, transgressão.

INFLIGIR: aplicar ou determinar uma punição, um castigo;

INFRINGIR: desobedecer, violar, transgredir.

RATIFICAR: confirmar, corroborar;

RETIFICAR: alterar, corrigir.

SEÇÃO (ou SECÇÃO): parte, divisão, departamento, ato de seccionar;

SESSÃO: espaço de tempo, programa;

CESSÃO: doação, ato de ceder.

SOAR: emitir determinado som;

SUAR: transpirar (ai, ai, ai... já ouviu quanta gente dizendo que “soa” no verão por aí, hem?!? Será que ficam com medo de pronunciar “sua” para não confundir com o possessivo... será?)

SORTIR: abastecer, prover;

SURTIR: ter como conseqüência, produzir, alcançar efeito.

TACHAR: censurar, acusar, botar defeito em; só pode ser empregado em idéias pejorativas;

TAXAR: estabelecer um preço, um imposto, tributar; estipular o preço, o valor de algo - acaba, por analogia, significando também "avaliar, julgar". Pode, por isso, ser usado tanto para os atributos bons como para os ruins.

VULTOSO: de grande vulto, nobre, volumoso;

VULTUOSO: sofre de inchaço, especialmente na face e nos lábios.

Vejamos algumas questões que tratam disso.

11 - (UnB CESPE/ TRE PA/2006)

Certa vez, um vereador discursava em uma câmara municipal, no interior de São Paulo. Seguidamente era interrompido pelo presidente da Casa, que, batendo o martelo, corrigia os erros de português, em nome das “leis da língua portuguesa”, presentes na fala do parlamentar, que era estivador. Tinha sido sempre assim: seus discursos ficavam ininteligíveis pelas freqüentes interrupções.

Certa vez, quando o vereador comunista iniciava sua fala com “Senhor presidente. Nós vai...”, soou o martelo que antecedeu o discurso da presidência:

— Excelência, esta é a casa das leis, e não posso permitir que as leis da língua portuguesa sejam nela infringidas. Chamo a atenção de Vossa Excelência, mais uma vez: não é “nós vai”; é “nós vamos” que se diz.

Mais um discurso destroçado! O vereador, então, passou os olhos pelo plenário, encarou o presidente da Câmara e pronunciou:

— Senhor presidente, vocês, burguês, vocês diz “nós vamos”, mas não vai; nós, comunista, nós diz “nós vai”, mas nós vamos.

Paulo C. Guedes. A formação do professor de português: que língua vamos ensinar? São Paulo: Parábola, 2006, p. 7 (com adaptações).

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Julgue a assertiva abaixo.

- O vocábulo “infringidas” (R.9), que significa transgredidas, desrespeitadas, tem como parônimo o vocábulo infligidas, que, complementado por pena ou castigo, significa aplicadas, impostas.

ITEM CERTO

Comentário.

Esse texto nos dá a oportunidade de refletir sobre a atitude do presidente da Câmara dos Vereadores e envolve uma questão bastante séria sobre PRECONCEITO LINGÜÍSTICO (o sujeito que “errava” era um estivador).

Até que ponto, temos o direito de corrigir a linguagem tão genuína do povo brasileiro? ... Mas esse é um assunto para o “chope com batatinha” (rs...). Nosso objetivo aqui é relembrar os conceitos gramaticais com vistas a um concurso público. Então, vamos falar sobre PARÔNIMOS.

Na lista, vimos que INFRINGIR é “contrariar”, enquanto que “INFLIGIR” significa “aplicar” (para guardar: “fli” de infligir combina com “pli” de aplicar – ajudou a memorizar ou não? Caso negativo, dê o seu jeito...rs...). Está perfeita a afirmação.

12 - (UnB CESPE /STJ- Informática/2005)

Julgue a assertiva abaixo.

- Além de ser correta, a substituição do termo “despendida” (R.9) por dispendida não altera o sentido do texto.

ITEM ERRADO

Comentário.

O verbo DESPENDER significa “gastar” ou “consumir”. O particípio desse verbo possibilita a formação do adjetivo “despendida” (gasta / consumida).

Não existe o vocábulo “dispendida”, com “i”. Talvez a banca quisesse levar o candidato a pensar em “dispêndio”, que se situa no mesmo campo semântico do verbo DESPENDER, por significar “o que se consumiu ou se gastou”.

13 – (UnB CESPE /STJ- Informática/2005)

Julgue a proposição a seguir.

- Visando a formação de novas mentalidades, abertas permanentemente as modificações que ocorrem na sociedade, é necessário um constante diálogo das instituições jurídicas do país com as universidades afim do proveito de ambas, e conseqüentemente, da sociedade brasileira.

ITEM ERRADO

Comentário.

Além de problemas de crase (“Visando à formação...”), tema que será tratado em aula própria, a questão apresenta um erro de emprego de parônimos.

O vocábulo AFIM é um adjetivo e, como palavra variável que é, pode ir para o plural – afins. Significa “semelhante, similar”. Tem relação com a palavra AFINIDADE: “As pessoas afins ligam-se em grupos.”.

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Já a palavra FIM (= finalidade) forma a locução prepositiva A FIM DE, no sentido de “com a finalidade de”, “com o propósito de”: “Deixou sua sogra em casa a fim de passar um fim de semana sossegado com a esposa.”.

Há também a expressão “a fim”, usada no sentido de “disposto”, “interessado”: “Vou ao cinema. Você está a fim?”.

14 - (CESPE UNB/DEFENSORIA DA UNIÃO/2002)

Pensar o corpo apenas como máquina — ou, no limite, a sua substituição por “máquinas inteligentes'' — é o mesmo que ver sem perceber. A máquina funciona, o homem vive, isto é, estrutura seu mundo, seus valores e seu corpo. O que acontece quando se pensa que as máquinas são equivalentes a seres vivos? Um pensamento artificialista (segundo o qual é preciso tudo refazer pelo artifício humano) é levado até um ponto em que o próprio pensamento desaparece. Os cultores do artificialismo não distinguem, por exemplo, cérebro e mente. Ao desvendarem certos mecanismos do cérebro, pensam ter descoberto o segredo do pensamento. É certo que a vida mental é muito mais complexa.

Adaulo Novaes. A máquina do homem e da ciência. In: 0 homem e a máquina - ciclo de conferências. Rio e Brasília: Centro Cultural Banco do Brasil. 27/3/2001, paginação irregular (com adaptações).

Julgue os itens a seguir, com relação às idéias do texto acima e à correção gramatical.

- No texto, são empregados como pertencentes à mesma classe gramatical os seguintes vocábulos: "máquina" (l.1), "estrutura" (l.3) e "pensamento" (l.7).

ITEM ERRADO

Comentário.

Essa era mais uma questão preparada para pegar o candidato desatento e apressado. Nunca confie no que o examinador lhe propõe – o seu objetivo é confundi-lo. O candidato deveria voltar ao texto para verificar se esses três vocábulos apresentam-se como substantivos ou não.

Em relação a “máquina” e “pensamento”, tudo bem . O problema é “estrutura”, que, no texto, se apresenta como conjugação do verbo ESTRUTURAR, na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo (“... o homem vive, isto é, estrutura seu mundo, seus valores e seu corpo.”).

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Denotação e Conotação

Esse é o ponto mais explorado nas questões do Cespe quando o assunto é Semântica.

Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original.

Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto.

Para nunca mais se esquecer, segue uma dica.

A primeira acepção que você encontra ao procurar o significado de uma palavra no dicionário é a literal, o sentido original.

No Dicionário Eletrônico Aurélio, encontramos em “FLOR”:

“1. Órgão da reprodução sexuada das plantas superiores.

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2. (p.ext.) Planta que dá flor(es): ‘regar as flores.’.” Esse é o sentido literal da palavra, seu significado primeiro. Lá pela QUINTA acepção, vemos:

“5. Pessoa que se sobressai entre as outras: ‘Teresinha era a flor das pequenas lá na fábrica.’.”.

De forma simples, podemos definir:

- CONOTAÇÃO como o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto;

- DENOTAÇÃO, o uso da palavra com o seu sentido original.

Para simplificar a definição, e também como forma de memorização, dizemos que o sentido DENOTATIVO, ou seja, o sentido da palavra em sua forma literal, é o indicado, nos dicionários, como a primeira acepção. Por isso, DENOTATIVO é com D de DICIONÁRIO. Facilitei sua vida? Por exclusão, você guarda em sua memória que sentido conotativo é o sentido figurado. Resolvamos, agora, as questões a seguir.

15 - (UnB CESPE / PGE PA / 2007)

Texto: Transparência até demais?

Os tempos do Grande Irmão chegaram. George Orwell os previu para 1984, mas se afirmaram mesmo na virada do milênio, principalmente depois que os atentados de 11 de setembro de 2001 serviram de pretexto para um grau sem precedentes de vigilância do Estado. Dos dois lados do Atlântico, o direito a habeas corpus, afirmado desde a Carta Magna de 1216, está aposentado, considerado velharia quando se trata de supostos terroristas. Telefones podem estar grampeados, e-mail e páginas da Internet podem ser monitorados a qualquer momento. O Grande Irmão está observando você.

Orwell não pôde imaginar quantos Pequenos Irmãos ganhariam poderes semelhantes nem quantas pessoas implorariam, de livre e espontânea vontade, para serem observadas. A Web surgiu em 1993 e o primeiro weblog, em 1994, mas foi em 1999 que passou a se chamar blog e tornouse mania global. Muitos blogs têm funções informativas, mas o núcleo do fenômeno é a exposição do eu e da intimidade, de maneira banal ou chocante.

A superexposição, a midiatização e o desdobramento da representação não se restringem a internautas compulsivos.

Tudo e todos chamam freneticamente por atenção por todas as mídias, deixando cada um sem tempo para se conectar com o mundo real e com sua própria interioridade e intimidade. CartaCapital, 15/11/2006, p.10-4 (com adaptações).

Assinale a opção que exemplifica o emprego, no texto, de linguagem conotativa.

A “serviram de pretexto” (R.3) B “está aposentado” (R.4-5)

C “tornou-se mania global” (R.16-17)

D “sua própria interioridade e intimidade” (R.24)

Gab. B

Comentário.

A aposentadoria significa “deixar o serviço (público ou particular), conservando o ordenado, ou parte dele”.

No texto, o vocábulo emprega o sentido de “estar em desuso”. É, portanto, um sentido

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figurado – linguagem conotativa. 16 - (UnB CESPE / TSE – Técnico/ 2007)

Texto

Geralmente, as oposições não gostam dos governos.

Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.

Continuou praticamente o sistema da lavra única.

(...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática.

Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652- 3.

Julgue o item a seguir.

- As expressões “folheia a gramática política” (R.10) e “tem a gramática na mão” (R.11) estão sendo empregadas em sentido denotativo.

ITEM ERRADO

Comentário.

O sentido de “gramática” usado no texto é diferente do sentido literal – estudo ou tratado que expõe as regras de uma língua.

Lá, significa “conjunto de regras”, tanto que, na primeira passagem, a palavra está acompanhada do adjetivo “política”.

O sentido é, pois, CONOTATIVO e não denotativo (com “d” de “dicionário”).

17 - (UnB CESPE / PGE PA /2007)

Texto

Sempre vivi de olho aceso, assuntando, querendo entender. Assim é que aprendi: observando. Mais, ainda, aprendi de oitiva, escutando sabedorias alheias e conferindo.

Li, também, muito almanaque e revista e fui guardando na cabeça o que prestava. Estudo mesmo, estudei muito demais, mas aprendi pouco. Tome o que digo aqui como minha opinião, não mais. Se puder desmentir, desminta logo. Respeitarei sua opinião.

Conheci muita gente considerada sábia e quis aprender com elas. Não deu certo. Os sábios são muito minuciosos. Cada qual sabe lá sua coisinha e ignora todo o resto. E o resto é o mundo inteiro.

Há muita gente especializada que, sem ser sábio, sabe alguma coisinha. O diabo é que, quanto mais aprofundam no saber do que sabem, mais ignorantes ficam do resto.

Darcy Ribeiro. Noções de coisas: Ilustrações: Ziraldo. São Paulo: FTD, 1995, p. 9-10.

Assinale a opção que apresenta um trecho do texto em que todas as palavras foram

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empregadas com sentido denotativo (objetivo). A “Sempre vivi de olho aceso” (R.1)

B “fui guardando na cabeça o que prestava” (R.3)

C “Os sábios são muito minuciosos” (R.6-7) D “O diabo é que, quanto mais se aprofundam no saber do que sabem” (R.9-10)

GAB. C

Comentário.

Em “olho aceso”, o adjetivo significa “aberto”, ou seja, “vivi de olho aceso/aberto” tem o sentido de “prestei bastante atenção às coisas/aos fatos”. Toda a construção apresenta sentido conotativo (figurado).

O mesmo se observa em “guardar na cabeça”, com o sentido de “guardar na memória”. Por fim, a expressão “o diabo é”, tipicamente coloquial, denota uma dificuldade presenciada pelo autor e não o capeta, o “coisa-ruim” em si mesmo.

A única opção exclusivamente com linguagem denotativa é a de letra C. Todos os vocábulos são usados “ao pé da letra” (essa, também, uma expressão conotativa...rs...).

18 - (CESPE /CEF/ 2006)

Gastar um pouquinho a mais durante o mês e logo ver sua conta ficar no vermelho. Isso que parecia apenas um problema de adultos ou pais de famílias está também atingindo os mais jovens.

Diante desse contexto, é fundamental, segundo vários educadores, que a família ensine a criança, desde pequena, a saber lidar com dinheiro e a se envolver com o controle dos gastos. Uma criança que cresça sem essa formação será um adulto menos consciente e terá grandes chances de se tornar um jovem endividado.

Para o jovem que está começando sua vida financeira e profissional, um plano de gastos é útil por excelência, a fim de controlar, de forma equilibrada, o que entra e o que sai. Para isso, é recomendável:

a) anotar todas as despesas que são feitas mensalmente, analisando o resultado de acordo com o que costuma receber;

b) comprar, preferencialmente, à vista;

c) ao receber, estabelecer um dízimo, ou seja, guardar 10% do valor líquido do salário em uma conta de poupança, todo mês.

Graziela Salomão. Economista explica como o jovem pode controlar seu orçamento e evitar gastar demais. In: Época, 31/10/2005 (com adaptações).

A partir das idéias e das estruturas presentes no texto, julgue o item a seguir.

- A expressão “ficar no vermelho” (R.1) está empregada em sentido figurado.

ITEM CERTO

Comentário.

A expressão “ficar no vermelho” significa “gastar além do que tem ou ganha”. Está, sim, em sentido figurado.

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19 - (UnB CESPE / CAIXA – ADVOGADO / 2006) Texto

Um dia, um filósofo indiano fez a seguinte pergunta aos seus discípulos:

— Por que é que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?

— Gritamos porque perdemos a calma, disse um deles.

— Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?, questionou novamente o pensador.

— Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça, retrucou outro discípulo.

E o mestre voltou a perguntar: — Então não é possível falar-lhe em voz baixa?

Surgiram várias outras respostas, mas nenhuma convenceu o pensador. Então ele esclareceu:

— Vocês sabem por que se grita com uma pessoa quando se está aborrecido? O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, os seus corações afastam-se muito. Para cobrir essa distância, precisam gritar, para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvirem um ao outro, através da grande distância. Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão apaixonadas? Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque os seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes, os seus corações estão tão próximos, que nem falam, somente sussurram. E, quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer de sussurrar, apenas se olham, e basta. Os seus corações entendem-se. É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o filósofo concluiu dizendo:

— Quando vocês discutirem, não deixem que os seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.

Mahatma Gandhi.

Com base nas idéias e estruturas do texto, julgue o item a seguir.

- O vocábulo “corações”, no texto, está empregado conotativamente, como nome abstrato.

ITEM CERTO

Comentário.

Quando o autor, usando uma linguagem figurada, afirma que “os seus corações afastam-se muito”, “Os seus corações entendem-se” ou “não deixem que os seus corações se afastem”, está usando o órgão no lugar das pessoas.

Não se trata, então, do músculo cardíaco involuntário (sentido literal), mas do conceito abstrato que o substantivo pode apresentar, como se fosse a parte do homem em que, em sentido figurado, residem os sentimentos, como na seguinte frase: “Fulano põe o coração em cada coisa que realiza”. Se o entendimento fosse literal, só daria para Fulano realizar uma coisa, e mesmo assim se ele fosse imortal...rs...

20 - (UnB CESPE/ PC ES - Perito/ 2006)

O Estado moderno, não obstante apresentar-se como um Estado minimalista, é potencialmente um Estado maximalista, pois a sociedade civil, enquanto o outro do Estado, auto-reproduz-se por meio de leis e regulações que dimanam do Estado e para as quais não parecem existir limites, desde que as regras democráticas da produção de leis sejam respeitadas. Os direitos humanos estão no cerne desta tensão: enquanto a primeira geração

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de direitos humanos (os direitos cívicos e políticos) foi concebida como uma luta da sociedade civil contra o Estado, considerado como o principal violador potencial dos direitos humanos, a segunda e terceira gerações (direitos econômicos e sociais e direitos culturais, da qualidade de vida etc.) pressupõem que o Estado é o principal garantidor dos direitos humanos.

Boaventura de Sousa Santos. Internet: <http://www.dhnet.org.br>. Acesso em fev./2006 (com adaptações).

Quanto ao texto, julgue o item seguinte.

- A palavra “cerne” (R.5) está sendo empregada em sentido figurado, com o significado de a parte essencial, o âmago.

ITEM CERTO

Comentário.

Em Biologia (mais precisamente, Botânica), “cerne” significa a parte central de um tronco. Em linguagem figurada, é o centro de determinada questão. Assim, confirma-se o emprego conotativo da palavra em “Os direitos humanos estão no cerne desta tensão”.

21 - (UnB CESPE / BRB /2005)

A característica mais importante dos grandes bancos nacionais é atuarem diretamente em todas as regiões do país e ainda se preocuparem em expandir a capilaridade, até nas menores localidades, com variados tipos de representantes, seja a rede de agências dos correios, casas lotéricas, seja padarias, açougues, lojas comerciais em geral. Não é somente por aí que se apresenta a cobertura total do mercado pelos bancos comerciais.

O maior crescimento das operações vêm acontecendo nos meios em que não há a participação de funcionários, tais como as máquinas de auto-atendimento, as transações por telefone, fax e principalmente Internet. Um terceiro fator que pavimenta a estrada dos grandes bancos brasileiros é o fato de todos estarem integrados a conglomerados financeiros, que disponibilizam grande variedade de produtos afins ao mercado financeiro, para serem comercializados através das redes de agências.

Crédito ao consumidor, seguros, previdência privada, capitalização, seguro-saúde, leasing, cartões de crédito, administração de recursos de terceiros, fundos de investimentos, mercado de capitais em geral: esses são alguns dos itens que compõem o menu de qualquer dos grandes bancos que operam no Brasil.

Internet: <http://www.bancohoje.com.br> (com adaptações).

Em relação às idéias e estruturas do texto acima, julgue o item a seguir.

- A expressão “pavimenta a estrada” (R.8) está sendo empregada em sentido denotativo ou literal.

ITEM ERRADO

Comentário.

Seria em sentido literal se o texto tratasse das estradas do Brasil, que precisam cada vez mais de pavimentação mesmo.

Só que o assunto é BANCO, nada tendo a ver com “estradas” ou “pavimentação”.

Vemos, aí, uma figura de linguagem muito conhecida nossa – a metáfora. Conhecida, sim, ou você nunca ouviu um discurso do Lula, o rei das metáforas? (rs...)

O autor aborda o aumento de atuação dos grandes bancos, chegando até localidades distantes por meio de convênios com casas lotéricas, lojas de departamento, agências dos correios. É

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nesse sentido que o autor usa a expressão “pavimentar a estrada”, no sentido de “abrir novas possibilidades de acesso”. O sentido é CONOTATIVO ou FIGURADO, e não denotativo / literal como se afirma no item.

PARTE 3 - ORTOGRAFIA

A partir dessa parte da aula, apresentaremos as questões de prova para, em seguida, a partir dos comentários, relembrarmos os conceitos gramaticais.

Falamos na aula demonstrativa que o Cespe, no que tange à ORTOGRAFIA, dá ênfase a ACENTUAÇÃO GRÁFICA, e, somente uma vez ou outra, trata de emprego de letras (vimos algumas dessas questões).

Vamos, então, diretamente ao assunto. Antes disso, no entanto, devo lembrar que as regras neste material indicadas são as ainda vigentes, ou seja, as que se aplicam antes da entrada em vigor da Reforma Ortográfica, que irá modificar uma série de pontos na acentuação, hifenização e grafia de muitas palavras da nossa língua. Não tocaremos nesse assunto para não prejudicar sua preparação para os próximos concursos, cujos editais não incluem tais modificações.

22 - (UnB CESPE / SEAD PA / 2007)

Analise a assertiva abaixo com relação a aspectos lingüísticos do texto.

- As palavras “Tamuataí”, “Uruará” e “Guajará” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.

ITEM ERRADO

Comentário.

De uma maneira geral, a regra é ACENTUAR O MÍNIMO DE PALAVRAS. Então, acentua-se o que há em menor número.

Se buscarmos nos dicionários, bem menor é a quantidade de proparoxítonas. A maior parte das palavras da língua portuguesa é composta de paroxítonas e oxítonas (neste último caso, por exemplo, classificam-se todos os verbos no infinitivo impessoal – fazer, comer, estabelecer, etc.). Por isso, uma das regras de acentuação é: T O D A S A S PR OPAROXÍTONAS SÃO ACENTUADAS (como são poucas, põe acento em todas elas).

Por sua vez, é pequeno o número de oxítonas que terminam em A(S) / E(S) / O(S) / EM (ENS). Por isso, essas serão acentuadas.

De acordo com essa regra, as oxítonas terminadas por R ficaram de fora e, com isso, todos os verbos no infinitivo impessoal.

Veja, agora, o resumo sobre acentuação gráfica,

ACENTUAÇÃO GRÁFICA – são acentuados os:

9 MONOSSÍLABOS TÔNICOS TERMINADOS EM A(S), E(S), O(S) - cá, pé, pó, rés, mós, cós, nó, pôr (verbo), jus, bis, si, mim, sol, cor;

9 OXÍTONOS TERMINADOS EM A(S), E(S), O(S), EM(NS) – café, caqui (fruta), também, vender, reféns, dominó, ardil, português, sermão, juiz, país, raiz, colher, ruim (a sílaba tônica é “im”), parabéns, sabiá;

9 PAROXÍTONOS NÃO TERMINADOS EM A(S), E(S), O(S), EM(NS), AM - hífen (termina em EN), hifens (sem acento), biquíni, item, domino (verbo), fênix, bíceps, fácil, coco (fruta), álbum, difícil, fácil, cáqui (cor), sabia (verbo), táxi; todas as conjugações verbais terminadas em “am”: cantam, cantaram ;

9 PAROXÍTONOS TERMINADOS EM DITONGO CRESCENTE (*), EM –ÃO, EM –ÔO -

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glória, indivíduos, sábia, concordância, acórdão, abençôo;

9 TODAS AS PROPAROXÍTONAS - fósforo, matemática, hífenes.

(*) Segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (V.O.L.P.), que tem força de lei no Brasil, a acentuação dos ditongos abertos é classificada na regra dos proparoxítonos (sé-ri-e / vi-tó-ri-a) e os monossílabos são classificados na mesma regra dos oxítonos.

ENCONTROS VOCÁLICOS:

9 OS DITONGOS ABERTOS –ÉI-, -ÉU-, -ÓI- : herói, apóiam, idéias, mausoléu

9 NUM HIATO, RECEBEM ACENTO I OU U, COMO 2ª VOGAL DO HIATO, SOZINHO (DESDE QUE NÃO SEGUIDO DE NH) OU ACOMPANHADO DE S. COM QUALQUER OUTRA LETRA OU SOZINHO E SEGUIDO DE NH, NÃO RECEBE O ACENTO AGUDO. Ex: Piauí, juízes, raízes, rainha, campainha, juiz, Luís, ruim, Itaú (apesar de terminar com U – regra das oxítonas – é acentuada por tratar-se de U como segunda vogal do hiato, sozinho na sílaba – I-ta-ú)

CUIDADO! A pronúncia de palavras como GRATUITO, FORTUITO FLUIDO (substantivo) assemelham-se à de MUITO. Nessas palavras não existe acento agudo na letra “i” (ao contrário do que acontece no particípio do verbo fluir - FLU-Í -DO), de modo que, naqueles casos, existe um ditongo, e não um hiato.

-ÊEM DOS VERBOS LER, VER, CRER, DAR e derivados - O Vocabulário Ortográfico determina que se conserva, por clareza gráfica, o acento circunflexo no plural desses verbos: crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, desdêem, relêem, revêem, etc.

De volta à questão, os vocábulos URUARÁ e GUAJARÁ são casos de oxítonas terminadas em “a(s)”.

Já o acento agudo em TAMUATAÍ se justifica por a vogal “i”, segunda do hiato, ter permanecido sozinha na sílaba (tu-ma-ta-í).

É a regra do hiato, e não das oxítonas. Assim, não são acentuadas todas as palavras pela mesma regra.

23 - (UnB CESPE/ ANATEL – Técnico / 2006)

É fácil ironizar os possuidores de telefones celulares.

Mas é necessário descobrir a qual das cinco categorias eles pertencem. Primeiro, vêm as pessoas fisicamente incapacitadas, ainda que sua deficiência não seja visível, obrigadas a um contato constante com o médico ou com o pronto-socorro.

Depois, vêm aqueles que, devido a graves deveres profissionais, são obrigados a correr em qualquer emergência (capitães do corpo de bombeiros, médicos, transplantadores de órgãos). Em terceiro lugar, vêm os adúlteros. Só agora eles têm a possibilidade de receber ligações de seu parceiro secreto sem que membros da família, secretárias ou colegas mal-intencionados possam interceptar o telefonema.

Umberto Eco. O segundo diário mínimo. Sergio Flaksman (Trad.). Rio de Janeiro: Record, 1993, p. 194-6 (com adaptações).

Com base nas idéias e estruturas do texto de Umberto Eco, julgue o item a seguir.

- Nas formas verbais “vêm” e “têm”, ambas na linha 7, foi aplicada a mesma regra de acentuação gráfica.

ITEM CERTO

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Comentário.

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Se lembrarmos a lição que acabamos de ver, verificamos que os monossílabos tônicos são acentuados quando terminam por A(S), E(S) e O(S).

É por isso que, na 3ª pessoa do SINGULAR, os verbo VIR e TER não se acentuam (vem / tem), assim como não acentuamos os vocábulos SEM, CEM, NEM.

Certamente, a essa altura, você está pensando: então, por que acentuamos a 3ª pessoa do plural (vêm / têm)?

Esses são os chamados acentos diferenciais.

Os ACENTOS DIFERENCIAIS são os acentos agudo ou circunflexo usados sobre vogais “a”, “e” e “o” em alguns vocábulos tônicos para diferenciá-los de outros homógrafos átonos (ACENTO DIFERENCIAL DE INTENSIDADE OU TONICIDADE) ou, no caso do ACENTO DIFERENCIAL DE TIMBRE, o emprego de acento circunflexo (^) para diferenciar a vogal fechada (“ô”) da vogal aberta (“ó”), registrada sem acento.

A partir da mudança ortográfica, em 1971, conservaram-se somente os acentos diferenciais abaixo indicados:

9 DE TIMBRE (vogal aberta ou fechada) – o único que restou foi: pode (pres.indicativo) – pôde (pret.perf.ind)

(OBS.: Ainda que esteja registrado, no Dicionário Aurélio, o acento diferencial no substantivo “fôrma” – no sentido de “vasilha” – para diferenciá-lo de “forma” – formato - , destacamos que esse posicionamento não encontra respaldo no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.)

9 DE INTENSIDADE ou TONICIDADE (vogal átona ou tônica). Os mais comuns são:

pôr (verbo) – por (preposição)

pára (verbo) – para (preposição)

pêlo (substantivo) – pelo (contração de por + o)

polo (antiga aglutinação da preposição “por” com o pronome “o”) - pólo (substantivo) – pôlo (substantivo – filhote de gavião)

O acento circunflexo do verbo pôr é usado para diferenciá-lo da preposição átona por (um dos casos de acento diferencial de tonicidade). Por isso, não há acento nos verbos derivados do “pôr”, como propor, dispor, contrapor, indispor, repor, cuja (falta de) acentuação gráfica se justifica pela norma das oxítonas.

Alguns gramáticos classificam o acento circunflexo dos verbos ter e vir (e derivados) na 3ª pessoa do plural (têm, vêm, contêm, entretêm, detêm, retêm etc.) como ACENTO DIFERENCIAL DE NÚMERO ou MORFOLÓGICO.

As formas verbais singulares tem e vem são monossílabos tônicos e, por isso, dispensariam a acentuação. Repisando: a regra é acentuar somente os monossílabos tônicos terminados em A / E / O, e seus plurais.

A conjugação na 3ª pessoa do singular dos verbos derivados recebe acentuação (detém, contém, entretém etc.) em atendimento à regra dos oxítonos terminados por “EM”.

Esses gramáticos consideram, então, que o acento circunflexo (têm, vêm, detêm, contêm, entretêm) serve tão-somente para indicar que o verbo está no plural.

Dessa forma, a regra de acentuação, segundo eles, é:

têm (acento diferencial de número);

vêm (acento diferencial de número);

detém (oxítona terminada em EM) – (Cuidado com essa diferença, hem?);

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detêm (acento diferencial de número c/c oxítona terminada em EM). 24 - (UnB CESPE / Bombeiros AC / 2006)

Ao usar um extintor, lembre-se de

I - agir com firmeza e decisão, sem se arriscar demais

II - manter a calma e afastar as pessoas, com segurança e delicadeza

III - desligar, com a maior brevidade possível, os circuitos elétricos envolvidos

IV - constatar não haver risco de explosão no local

V - observar para que não haja reincidências dos focos

Considerando apenas o item V do texto, julgue a assertiva abaixo.

- Justifica-se o acento circunflexo no vocábulo “reincidências” por ser uma palavra proparoxítona terminada em ditongo oral decrescente.

ITEM ERRADO

Comentário.

Como já vimos, a Academia achou por bem classificar palavras como “reincidências” (Glória, Cláudia, tênue, imundície...) na categoria de PROPAROXÍTONAS. Como todas as proparoxítonas são acentuadas, é isso o que ocorre com esta palavra.

Os gramáticos, contudo, a classificam como uma PAROXÍTONA terminada em ditongo crescente.

Pois bem - ou se faz uma classificação (proparoxítona) ou outra (paroxítona terminada em ditongo crescente). O que não está certo é inventar uma terceira, como o examinador fez nessa questão (“proparoxítona terminada em ditongo oral decrescente”). Ai, Jesus! Só me faltava essa: além de tudo, a palavra termina em DITONGO CRESCENTE, E NÃO DECRESCENTE.

Se nesse momento você ficou perdido por não saber a diferença entre uma coisa e outra, acalme-se – vamos explicar.

Em cada sílaba só há espaço para uma VOGAL. Se houver outra letrinha lá parecida com vogal, não é vogal, mas semivogal.

Assim, formam-se os DITONGOS (“ai”, “ui”, “ei”, “oi, “ia”, “io”, “eu”, “ue" ...) e os tritongos (uma vogal e duas semivogais).

Nos ditongos, quando a ordem for VOGAL + SEMIVOGAL, como a tonicidade recai na primeira (vogal), dá-se o nome de DITONGO DECRESCENTE (do mais forte – tônico - para o mais fraco - átono).

Se a ordem for SEMIVOGAL + VOGAL, chama-se DITONGO CRESCENTE (mais fraco para o mais forte).

Quando duas VOGAIS se encontram (ou seja, quando as duas são pronunciadas de forma tônica), devem se separar imediatamente e formam um HIATO.

25 - (UnB CESPE/ MPE TO /2006)

Julgue os seguintes itens, relativos aos sentidos e às estruturas lingüísticas do texto acima.

- As palavras “espécie” e “idéia” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.

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ITEM ERRADO

Comentário.

Ainda estamos no tema “DITONGOS”.

Na questão anterior, vimos a diferença entre DITONGO CRESCENTE E DECRESCENTE.

Agora, veremos os DITONGOS ABERTOS E FECHADOS. Quando você quer chamar alguém na rua, como faz? Grita: “Ei...”.

Como você pronunciou essa palavra: abrindo muito a boca ou não – ou seja, aberto ou fechado?

Resposta: de modo “fechado” (“êi”), foi ou não foi?

Então, três ditongos que podem ser pronunciados de maneira aberta ou fechada devem receber um acento para diferenciar a primeira forma da segunda:

- EI (fechado é como a interjeição) x ÉI (de “idéia”, “mocréia”, “diarréia”...vamos parar por aqui, que os exemplos estão ficando horríveis...)

- OI (o jeito como você cumprimenta as pessoas, é fechado) x ÓI (de “faróis”, “anzóis”...)

- EU (o pronome pessoal reto é fechado) x ÉU (de “chapéu”, “réu”, “escarcéu”...)

Essa é a diferença entre DITONGOS FECHADOS (eu, ei, oi) e ABERTOS (ÉU, ÉI, ÓI). Esses últimos devem ser acentuados.

A palavra “espécie” foi acentuada pela mesma regra de “Cláudia”, “glória”, ou seja, paroxítona terminada em ditongo crescente (segundo a maioria dos gramáticos) ou proparoxítona (segundo o P.V.O.L.P.).

Já “idéia” recebeu acento por ser um DITONGO ABERTO “ÉI”.

São regras DIFERENTES e a afirmação está errada. 26 - (UnB CESPE/MRE Oficial de Chancelaria/ 2006)

Julgue a correção da assertiva abaixo.

- O emprego do acento gráfico nas palavras “concluída” e “caí” atende à mesma regra gramatical.

ITEM CERTO

Comentário.

Vamos separar essas duas palavras em sílabas:

- CON-CLU-Í-DA

- CA-Í

Notou alguma semelhança entre uma e outra?

Nas duas, a vogal “i” (segunda vogal de um hiato) ficou sozinha na sílaba. O que acontece quando “i” ou “u”, segundas vogais de um hiato, ficam sozinhos ou acompanhados da letra “s” na sílaba? Recebem acento agudo.

Se estiverem acompanhados de outra consoante ou antecederem o dígrafo NH, não recebem acento.

Olhe os exemplos:

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- SA-Í-DA

- SA-Ú-DE

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- RA-Í-ZES (o singular “ra-iz” não recebe por estar o “i” junto da consoante “z”)

- FA-ÍS-CA

- BA-LA-ÚS-TRE

- LU-ÍS (compare com “ra-ul”... não recebe acento por estar junto de “l” na sílaba)

- RA-I-NHA (não recebe acento em função da proximidade com NH na sílaba seguinte)

27 - (UnB CESPE/ TRE AP - Analista/ 2007)

Considerando o texto, julgue as assertivas abaixo com referência ao emprego das classes de palavras e à acentuação gráfica.

a) Os vocábulos a seguir são acentuados porque são palavras proparoxítonas: “números”, “créditos”, “públicas”, “elétrica” e “técnica”.

b) No texto, são acentuados por serem paroxítonos terminados em ditongo os seguintes substantivos abstratos: “órgão”, “área”, “agrária”, “famílias” e “período”.

Gabarito:

a) ITEM CERTO

b) ITEM ERRADO

Comentário.

Finalmente, em uma prova recente, conseguimos um posicionamento do Cespe acerca daquela polêmica!

Note que, no item b, considerado errado, a banca confirmou a classificação das palavras “área, agrária e famílias” como “paroxítonos terminados em ditongo”.

O erro da assertiva está em incluir neste grupo os vocábulos “órgão” (paroxítona terminada em “ão") e período (proparoxítona: pe-rí-o-do).

No item a, todas as palavras indicadas são proparoxítonas (nú-me-ros / cré-di-tos / pú-bli- cas / e-lé-tri-ca / téc–ni-ca) e, em função disso, está correto.

28 - (UnB CESPE/ PM DF/ 2006)

Julgue a correção da assertiva abaixo.

- Os termos “freqüência”, “resistência”, “distensões” e “ósseo”, presentes no texto, recebem acento gráfico porque seguem a mesma regra de acentuação.

ITEM ERRADO

Comentário.

Vamos identificar a justificativa para a acentuação de cada uma dessas palavras: freqüência, resistência, distensões e ósseo.

As duas primeiras e a última são casos de paroxítonas terminadas em ditongo crescente (ou proparoxítonas, para a Academia).

Para analisar a terceira palavra, devemos ter em mente a distinção entre SINAIS DIACRÍTICOS e ACENTOS GRÁFICOS.

Sinais diacríticos são sinais que se empregam em letras para dar-lhes um novo som. São eles:

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os acentos gráficos, a cedilha, o trema e o til.

Os acentos gráficos são três: agudo, circunflexo e grave (este último atualmente serve apenas para marcar a crase). Onde recair o acento agudo ou circunflexo, recairá a sílaba tônica. Há, portanto, uma relação direta entre o emprego desses dois acentos e a tonicidade da palavra.

Além dos acentos, são diacríticos a cedilha, o til, o trema. Emprega-se a cedilha na consoante “c” antes das vogais “a” e “o” para definir esse som de modo diferente: ca, co / ça, ço. O trema é usado sobre a letra “u” dos dígrafos “que, qui, gue, gui” para definir a pronúncia átona dessa letra (formando-se, assim, a semivogal “u” em palavras como “liquidação”, “freqüência”, “agüentar”). O til é usado sobre as vogais “a” e “o” para nasalar seu som, como acontece com “distensões, missão, anã, terçã, cã.

Ainda que tonicidade, por vezes, recaia na sílaba que apresenta o til (compare TERÇA com TERÇÃ, ANA – nome próprio – com ANÃ), esse sinal não tem relação necessária com a sílaba tônica, ou seja, mesmo havendo o til, a sílaba tônica pode recair em outra. Veja o exemplo de paroxítonas terminadas por –ão ou –ã (ÓRFÃ / ÓRFÃO, a sílaba tônica é a penúltima em função do acento agudo), ou no diminutivo de palavras terminadas em “ã” ou “ão” (irmã Î irmãzinha / anão Î anãozinho = a sílaba tônica é “zi”).

A partir dessa análise, podemos definir como ERRADA a afirmação de que todos esses vocábulos são acentuados pela mesma regra.

29 - (UnB CESPE/ PM SE - Médico/ 2006)

Julgue a correção das assertivas abaixo.

a) As palavras “ânsia”, “raízes” e “angústia” não são acentuadas graficamente com base na mesma regra gramatical.

b) A escolha pelas palavras “terás”, “serás” e “nós” foi proposital pelo fato de tais palavras serem acentuadas pela mesma regra.

Gabarito e comentário.

a) ITEM CERTO - As palavras “ânsia” e “angústia” são paroxítonas terminadas em ditongo crescente (posicionamento adotado pela banca conforme vimos no comentário à questão de número 27) ou proparoxítonas (segundo o P.V.O.L P.), enquanto que “raízes” recai na regra do hiato (vogal “i” ou “u” como segunda vogal do hiato, sozinha ou acompanhada de “s” recebe acento). Logo, não são acentuadas com base nas mesmas regras.

b) ITEM ERRADO - Os verbos “terás” e “serás” são oxítonas terminadas em A(S) – acentuam-se as oxítonas terminadas em A(S), E(S), O(S) e EM(ENS). Já o pronome “nós” é um monossílabo terminado em O(S) – acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em A(S), E(S) e O(S).

30 - (UnB CESPE /TJ SE- Notário /2006)

Julgue a assertiva abaixo.

- Os seguintes vocábulos do texto são acentuados devido à mesma regra: “Imobiliário”, “Colégio”, “seminários”, “notários” e “área”.

ITEM CERTO

Comentário.

Como vimos na questão 27, a banca enquadra a acentuação dessas palavras na regra das paroxítonas terminadas em ditongo crescente.

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31 - (UnB CESPE/ TRE PA/2006)

Com referência à grafia e acentuação de palavras, assinale a opção em que uma das três palavras não segue a mesma regra que as outras duas.

A) mantém, além e também

B) importância, comércio e conseqüências

C) democrática, públicas e eletrônica

D) idéia, assembléia e país

E) início, municípios, médio

GAB. D

Comentário.

Enquanto “idéia” e “assembléia” possuem ditongos abertos (éi), o substantivo “país” é um caso de acentuação pelo hiato (“i” como segunda vogal do hiato acompanhada de “s”). Essa é a opção que atende ao enunciado.

Os vocábulos da opção A se enquadram na regra das oxítonas terminadas em EM(ENS).

Os da letra B e os da E são objeto daquela polêmica – paroxítonas terminadas em ditongo crescente (para a doutrina e para o Cespe/UnB, pelo menos por enquanto...rs...) ou proparoxítonas (para o P.V.O.L.P.). Na letra C, todas as palavras são proparoxítonas.

32 - (UnB CESPE /STJ- Informática/2005)

Julgue a assertiva a abaixo em relação à correção gramatical.

- O momento atual, a despeito do que muitos afirmam, revela-se uma oportunidade impar para uma reflexão à respeito do funcionamento da administração pública e acerca das funções a serem desempenhadas pela sociedade no estado democrático de direito.

ITEM ERRADO

Comentário.

Encerramos a aula de hoje com essa questão, que poderia ter sido TERRÍVEL para os candidatos desatentos.

Chegamos a alertar na questão 3 da aula demonstrativa sobre esse perigo, mas será que você caiu novamente na mesma casca de banana????

Na hora da prova, considerando os diversos fatores desfavoráveis (tempo, tensão, letra pequena da prova...), dificilmente alguém conseguiria notar um erro como o que se fez presente nessa questão.

Está faltando um acento agudo na palavra ÍMPAR. É uma paroxítona não terminada em A(S), E(S), O(S), EM(ENS), AM. Como termina em “r”, recebe acento agudo.

Teria sido fatal se não houvesse outro problema: o emprego do acento grave na expressão “a respeito de”. Na aula sobre CRASE, veremos que locuções prepositivas, como essa (cujo núcleo é representado por uma palavra masculina – respeito), não recebem acento grave.

A partir de agora, fique sempre com os “OLHINHOS DE CORUJA” na hora da prova, antes de afirmar se está certo ou errado.

Cuidado com os pingos nos “is” – eles podem encobrir um erro de acentuação.

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Bons estudos para todos e até a próxima.

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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS 1 - (UnB CESPE /TJ SE- Notário /2006)

Julgue a assertiva abaixo.

- A palavra “prepostos”, formada pelo prefixo “pre” mais o particípio do verbo pôr — “postos” —, refere-se às entidades anteriormente citadas, quais sejam: Instituto de Registro Imobiliário do Brasil, Colégio Notarial do Brasil e Corregedoria-Geral da Justiça de São Paulo.

2 - (UnB CESPE / PMES / 2007)

Julgue a assertiva abaixo.

- A palavra “ultra-som” é formada pelo prefixo “ultra” e pelo sufixo “som”.

3 - (UnB CESPE/ IRBr Diplomata/ 2006)

Texto: Religião mestiça

Insulado deste modo no país, que o não conhece, em luta aberta com o meio, que lhe parece haver estampado na organização e no temperamento a sua rudeza extraordinária, nômade ou mal fixo à terra, o sertanejo não tem, por bem dizer, ainda capacidade orgânica para se afeiçoar a situação mais alta.

O círculo estreito da atividade remorou-lhe o aperfeiçoamento psíquico. Está na fase religiosa de um monoteísmo incompreendido, eivado de misticismo extravagante, em que se rebate o fetichismo do índio e do africano. É o homem primitivo, audacioso e forte, mas ao mesmo tempo crédulo, deixando-se facilmente arrebatar pelas superstições mais absurdas. Uma análise destas revelaria a fusão de estádios emocionais distintos.

Euclides da Cunha. O homem/Os sertões. In: Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995, p. 197.

Julgue os itens a seguir, relativos a aspectos semânticos de termos presentes no texto.

a) “Insulado” (R.1) integra o campo semântico de ilha.

b) O prefixo extra-, nos vocábulos “extraordinária” (R.2) e “extravagante” (R.6), tem efeito de superlativo.

c) Os termos “monoteísmo” (R.6), “misticismo” (R.6) e “fetichismo” (R.7) constituem exemplos do uso do sufixo -ismo, que se disseminou para designar movimentos sociais, ideológicos, políticos, opinativos, religiosos e personativos.

4 - (UnB CESPE / SEAD -PA / 2007)

Julgue a assertiva abaixo.

- As palavras “servidão”, “peonagem” e “abatimento” são formadas pelo mesmo processo de derivação.

5 - (CESPE UnB/TRE PA – Analista / 2007)

O plural da palavra eleição é formado pela mesma regra que rege a formação do plural de:

A) capitão, sacristão e tabelião.

B) pão, espertalhão e pobretão.

C) cidadão, fogão e ancião. D) mão, corrimão e irmão.

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E) ladrão, reunião e lição.

6 - (UnB CESPE / PGE PA /2007)

Julgue a assertiva abaixo.

- A flexão de plural das palavras “paixão”, “coração”, “rejeição” e “punição” segue a mesma regra de flexão de “convenções” e “ações”.

7 - (UnB CESPE / SEAD PA / 2007)

Texto

A assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, decretou o fim do direito de propriedade de uma pessoa sobre outra, porém o trabalho semelhante ao escravo se manteve de outra maneira: pela servidão, ou “peonagem”, por dívida.

Nela, a pessoa empenha sua própria capacidade de trabalho ou a de pessoas sob sua responsabilidade (esposa, filhos, pais) para saldar uma conta. E isso acontece sem que o valor do serviço executado seja aplicado, de forma razoável, no abatimento da conta, ou que a duração e a natureza do serviço estejam claramente definidas.

O sociólogo norte-americano Kevin Bales, considerado um dos maiores especialistas no tema, traça em seu livro Disposable People: New Slavery in the Global Economy (Gente Descartável: A Nova Escravidão na Economia Mundial) paralelos entre os dois sistemas de escravidão, que foram adaptados pela Repórter Brasil para a realidade brasileira.

Julgue a assertiva abaixo.

- Na linha 2, o termo “escravo” está empregado com função adjetiva.

8 - (UnB CESPE /TRE PA – Analista/ 2005)

Analise a opção em relação a grafia, morfologia e sintaxe.

- Segundo estudo realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a maioria dos latinos-americanos considera que a democracia é indispensável para o desenvolvimento e é preferível à qualquer outra forma de governo, embora se mostrem insatisfeitos com seu desempenho.

9 - (UnB CESPE /TRE PA – Analista/ 2005)

Texto

Os percentuais de ocupação de cargos de representação política pelas mulheres são baixos em todas as instâncias e, até o momento, o sistema de cotas adotado pelo governo brasileiro, nas eleições, tem ajudado pouco na alteração desse quadro. De fato, ainda é cedo para uma conclusão mais definitiva sobre a sua eficácia, até mesmo porque essa política pode operar em várias dimensões, algumas das quais simbólicas e que só poderão ser mais bem observadas no médio prazo. Mas os resultados obtidos até o momento indicam algumas pistas. Importa lembrar que a lei de cotas em vigor estabelece que os partidos reservem um percentual mínimo de 30% de vagas das competições legislativas a cada um dos sexos. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é possível verificar que, em todas as eleições até agora realizadas, em geral as cotas ficaram longe de ser atingidas.

Clara Araújo. Internet: <http://www2.uerj.br>. Acesso em maio/2005 (com adaptações).

No que se refere a aspectos lingüísticos do texto, julgue a assertiva abaixo.

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- De acordo com as normas gramaticais, a expressão “mais bem” (l.5) deveria ser substituída pela forma adjetiva melhor.

10 - (UnB CESPE / PGE PA /2007)

Julgue a assertiva abaixo.

- Em “passamos a sentir certa rejeição” (R.8-9), o vocábulo “certa” classifica-se como adjetivo e tem o mesmo sentido que na frase: Ele sempre procurou tomar a atitude certa.

11 - (UnB CESPE/ TRE PA/2006)

Certa vez, um vereador discursava em uma câmara municipal, no interior de São Paulo. Seguidamente era interrompido pelo presidente da Casa, que, batendo o martelo, corrigia os erros de português, em nome das “leis da língua portuguesa”, presentes na fala do parlamentar, que era estivador. Tinha sido sempre assim: seus discursos ficavam ininteligíveis pelas freqüentes interrupções.

Certa vez, quando o vereador comunista iniciava sua fala com “Senhor presidente. Nós vai...”, soou o martelo que antecedeu o discurso da presidência:

— Excelência, esta é a casa das leis, e não posso permitir que as leis da língua portuguesa sejam nela infringidas. Chamo a atenção de Vossa Excelência, mais uma vez: não é “nós vai”; é “nós vamos” que se diz.

Mais um discurso destroçado! O vereador, então, passou os olhos pelo plenário, encarou o presidente da Câmara e pronunciou:

— Senhor presidente, vocês, burguês, vocês diz “nós vamos”, mas não vai; nós, comunista, nós diz “nós vai”, mas nós vamos.

Paulo C. Guedes. A formação do professor de português: que língua vamos ensinar? São Paulo: Parábola, 2006, p. 7 (com adaptações). Julgue a assertiva abaixo.

- O vocábulo “infringidas” (R.9), que significa transgredidas, desrespeitadas, tem como parônimo o vocábulo infligidas, que, complementado por pena ou castigo, significa aplicadas, impostas.

12 - (UnB CESPE /STJ- Informática/2005)

Julgue a assertiva abaixo.

- Além de ser correta, a substituição do termo “despendida” (R.9) por dispendida não altera o sentido do texto.

13 – (UnB CESPE /STJ- Informática/2005)

Julgue a proposição a seguir.

- Visando a formação de novas mentalidades, abertas permanentemente as modificações que ocorrem na sociedade, é necessário um constante diálogo das instituições jurídicas do país com as universidades afim do proveito de ambas, e conseqüentemente, da sociedade brasileira.

14 - (CESPE UNB/DEFENSORIA DA UNIÃO/2002)

Pensar o corpo apenas como máquina — ou, no limite, a sua substituição por “máquinas inteligentes'' — é o mesmo que ver sem perceber. A máquina funciona, o homem vive, isto é, estrutura seu mundo, seus valores e seu corpo. O que acontece quando se pensa que as

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máquinas são equivalentes a seres vivos? Um pensamento artificialista (segundo o qual é preciso tudo refazer pelo artifício humano) é levado até um ponto em que o próprio pensamento desaparece. Os cultores do artificialismo não distinguem, por exemplo, cérebro e mente. Ao desvendarem certos mecanismos do cérebro, pensam ter descoberto o segredo do pensamento. É certo que a vida mental é muito mais complexa.

Adaulo Novaes. A máquina do homem e da ciência. In: 0 homem e a máquina - ciclo de conferências. Rio e Brasília: Centro Cultural Banco do Brasil. 27/3/2001, paginação irregular (com adaptações).

Julgue os itens a seguir, com relação às idéias do texto acima e à correção gramatical.

- No texto, são empregados como pertencentes à mesma classe gramatical os seguintes vocábulos: "máquina" (l.1), "estrutura" (l.3) e "pensamento" (l.7).

15 - (UnB CESPE / PGE PA / 2007)

Texto: Transparência até demais?

Os tempos do Grande Irmão chegaram. George Orwell os previu para 1984, mas se afirmaram mesmo na virada do milênio, principalmente depois que os atentados de 11 de setembro de 2001 serviram de pretexto para um grau sem precedentes de vigilância do Estado. Dos dois lados do Atlântico, o direito a habeas corpus, afirmado desde a Carta Magna de 1216, está aposentado, considerado velharia quando se trata de supostos terroristas. Telefones podem estar grampeados, e-mail e páginas da Internet podem ser monitorados a qualquer momento. O Grande Irmão está observando você.

Orwell não pôde imaginar quantos Pequenos Irmãos ganhariam poderes semelhantes nem quantas pessoas implorariam, de livre e espontânea vontade, para serem observadas. A Web surgiu em 1993 e o primeiro weblog, em 1994, mas foi em 1999 que passou a se chamar blog e tornouse mania global. Muitos blogs têm funções informativas, mas o núcleo do fenômeno é a exposição do eu e da intimidade, de maneira banal ou chocante.

A superexposição, a midiatização e o desdobramento da representação não se restringem a internautas compulsivos.

Tudo e todos chamam freneticamente por atenção por todas as mídias, deixando cada um sem tempo para se conectar com o mundo real e com sua própria interioridade e intimidade. CartaCapital, 15/11/2006, p.10-4 (com adaptações).

Assinale a opção que exemplifica o emprego, no texto, de linguagem conotativa.

A) “serviram de pretexto” (R.3) B) “está aposentado” (R.4-5)

C) “tornou-se mania global” (R.16-17)

D) “sua própria interioridade e intimidade” (R.24)

16 - (UnB CESPE / TSE – Técnico/ 2007)

Texto

Geralmente, as oposições não gostam dos governos.

Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.

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Continuou praticamente o sistema da lavra única.

(...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática.

Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652- 3.

Julgue o item a seguir.

- As expressões “folheia a gramática política” (R.10-11) e “tem a gramática na mão” (R.11) estão sendo empregadas em sentido denotativo.

17 - (UnB CESPE / PGE PA /2007)

Texto

Sempre vivi de olho aceso, assuntando, querendo entender. Assim é que aprendi: observando. Mais, ainda, aprendi de oitiva, escutando sabedorias alheias e conferindo.

Li, também, muito almanaque e revista e fui guardando na cabeça o que prestava. Estudo mesmo, estudei muito demais, mas aprendi pouco. Tome o que digo aqui como minha opinião, não mais. Se puder desmentir, desminta logo. Respeitarei sua opinião.

Conheci muita gente considerada sábia e quis aprender com elas. Não deu certo. Os sábios são muito minuciosos. Cada qual sabe lá sua coisinha e ignora todo o resto. E o resto é o mundo inteiro.

Há muita gente especializada que, sem ser sábio, sabe alguma coisinha. O diabo é que, quanto mais aprofundam no saber do que sabem, mais ignorantes ficam do resto.

Darcy Ribeiro. Noções de coisas: Ilustrações: Ziraldo. São Paulo: FTD, 1995, p. 9-10.

Assinale a opção que apresenta um trecho do texto em que todas as palavras foram empregadas com sentido denotativo (objetivo).

A) “Sempre vivi de olho aceso” (R.1)

B) “fui guardando na cabeça o que prestava” (R.3)

C) “Os sábios são muito minuciosos” (R.6-7) D) “O diabo é que, quanto mais se aprofundam no saber do que sabem” (R.9-10)

18 - (CESPE /CEF/ 2006)

Texto

Gastar um pouquinho a mais durante o mês e logo ver sua conta ficar no vermelho. Isso que parecia apenas um problema de adultos ou pais de famílias está também atingindo os mais jovens.

Diante desse contexto, é fundamental, segundo vários educadores, que a família ensine a criança, desde pequena, a saber lidar com dinheiro e a se envolver com o controle dos gastos. Uma criança que cresça sem essa formação será um adulto menos consciente e terá grandes chances de se tornar um jovem endividado.

Para o jovem que está começando sua vida financeira e profissional, um plano de gastos é útil por excelência, a fim de controlar, de forma equilibrada, o que entra e o que sai. Para isso, é recomendável:

a) anotar todas as despesas que são feitas mensalmente, analisando o resultado de acordo

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com o que costuma receber; b) comprar, preferencialmente, à vista;

c) ao receber, estabelecer um dízimo, ou seja, guardar 10% do valor líquido do salário em uma conta de poupança, todo mês.

Graziela Salomão. Economista explica como o jovem pode controlar seu orçamento e evitar gastar demais. In: Época, 31/10/2005 (com adaptações).

A partir das idéias e das estruturas presentes no texto, julgue o item a seguir.

- A expressão “ficar no vermelho” (R.1) está empregada em sentido figurado.

19 - (UnB CESPE / CAIXA – ADVOGADO / 2006)

Texto

Um dia, um filósofo indiano fez a seguinte pergunta aos seus discípulos:

— Por que é que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?

— Gritamos porque perdemos a calma, disse um deles.

— Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?, questionou novamente o pensador.

— Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça, retrucou outro discípulo.

E o mestre voltou a perguntar: — Então não é possível falar-lhe em voz baixa?

Surgiram várias outras respostas, mas nenhuma convenceu o pensador. Então ele esclareceu:

— Vocês sabem por que se grita com uma pessoa quando se está aborrecido? O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, os seus corações afastam-se muito. Para cobrir essa distância, precisam gritar, para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvirem um ao outro, através da grande distância. Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão apaixonadas? Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque os seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes, os seus corações estão tão próximos, que nem falam, somente sussurram. E, quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer de sussurrar, apenas se olham, e basta. Os seus corações entendem-se. É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o filósofo concluiu dizendo:

— Quando vocês discutirem, não deixem que os seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.

Mahatma Gandhi.

Com base nas idéias e estruturas do texto, julgue o item a seguir.

- O vocábulo “corações”, no texto, está empregado conotativamente, como nome abstrato.

20 - (UnB CESPE/ PC ES - Perito/ 2006)

O Estado moderno, não obstante apresentar-se como um Estado minimalista, é potencialmente um Estado maximalista, pois a sociedade civil, enquanto o outro do Estado, auto-reproduz-se por meio de leis e regulações que dimanam do Estado e para as quais não parecem existir limites, desde que as regras democráticas da produção de leis sejam respeitadas. Os direitos humanos estão no cerne desta tensão: enquanto a primeira geração

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de direitos humanos (os direitos cívicos e políticos) foi concebida como uma luta da sociedade civil contra o Estado, considerado como o principal violador potencial dos direitos humanos, a segunda e terceira gerações (direitos econômicos e sociais e direitos culturais, da qualidade de vida etc.) pressupõem que o Estado é o principal garantidor dos direitos humanos.

Boaventura de Sousa Santos. Internet: <http://www.dhnet.org.br>. Acesso em fev./2006 (com adaptações).

Quanto ao texto, julgue o item seguinte.

- A palavra “cerne” (R.5) está sendo empregada em sentido figurado, com o significado de a parte essencial, o âmago.

21 - (UnB CESPE / BRB /2005)

A característica mais importante dos grandes bancos nacionais é atuarem diretamente em todas as regiões do país e ainda se preocuparem em expandir a capilaridade, até nas menores localidades, com variados tipos de representantes, seja a rede de agências dos correios, casas lotéricas, seja padarias, açougues, lojas comerciais em geral. Não é somente por aí que se apresenta a cobertura total do mercado pelos bancos comerciais.

O maior crescimento das operações vêm acontecendo nos meios em que não há a participação de funcionários, tais como as máquinas de auto-atendimento, as transações por telefone, fax e principalmente Internet. Um terceiro fator que pavimenta a estrada dos grandes bancos brasileiros é o fato de todos estarem integrados a conglomerados financeiros, que disponibilizam grande variedade de produtos afins ao mercado financeiro, para serem comercializados através das redes de agências.

Crédito ao consumidor, seguros, previdência privada, capitalização, seguro-saúde, leasing, cartões de crédito, administração de recursos de terceiros, fundos de investimentos, mercado de capitais em geral: esses são alguns dos itens que compõem o menu de qualquer dos grandes bancos que operam no Brasil.

Internet: <http://www.bancohoje.com.br> (com adaptações).

Em relação às idéias e estruturas do texto acima, julgue o item a seguir.

- A expressão “pavimenta a estrada” (R.8) está sendo empregada em sentido denotativo ou literal.

22 - (UnB CESPE / SEAD PA / 2007)

Analise a assertiva abaixo com relação a aspectos lingüísticos do texto.

- As palavras “Tamuataí”, “Uruará” e “Guajará” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.

22 - (UnB CESPE/ ANATEL – Técnico / 2006)

É fácil ironizar os possuidores de telefones celulares.

Mas é necessário descobrir a qual das cinco categorias eles pertencem. Primeiro, vêm as pessoas fisicamente incapacitadas, ainda que sua deficiência não seja visível, obrigadas a um contato constante com o médico ou com o pronto-socorro.

Depois, vêm aqueles que, devido a graves deveres profissionais, são obrigados a correr em qualquer emergência (capitães do corpo de bombeiros, médicos, transplantadores de órgãos). Em terceiro lugar, vêm os adúlteros. Só agora eles têm a possibilidade de receber ligações de seu parceiro secreto sem que membros da família, secretárias ou colegas mal-intencionados possam interceptar o telefonema.

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Umberto Eco. O segundo diário mínimo. Sergio Flaksman (Trad.). Rio de Janeiro: Record, 1993, p. 194-6 (com adaptações).

Com base nas idéias e estruturas do texto de Umberto Eco, julgue o item a seguir.

- Nas formas verbais “vêm” e “têm”, ambas na linha 7, foi aplicada a mesma regra de acentuação gráfica.

23 - (UnB CESPE/ ANATEL – Técnico / 2006)

É fácil ironizar os possuidores de telefones celulares.

Mas é necessário descobrir a qual das cinco categorias eles pertencem. Primeiro, vêm as pessoas fisicamente incapacitadas, ainda que sua deficiência não seja visível, obrigadas a um contato constante com o médico ou com o pronto-socorro.

Depois, vêm aqueles que, devido a graves deveres profissionais, são obrigados a correr em qualquer emergência (capitães do corpo de bombeiros, médicos, transplantadores de órgãos). Em terceiro lugar, vêm os adúlteros. Só agora eles têm a possibilidade de receber ligações de seu parceiro secreto sem que membros da família, secretárias ou colegas mal-intencionados possam interceptar o telefonema.

Umberto Eco. O segundo diário mínimo. Sergio Flaksman (Trad.). Rio de Janeiro: Record, 1993, p. 194-6 (com adaptações).

Com base nas idéias e estruturas do texto de Umberto Eco, julgue o item a seguir.

- Nas formas verbais “vêm” e “têm”, ambas na linha 7, foi aplicada a mesma regra de acentuação gráfica.

24 - (UnB CESPE / Bombeiros AC / 2006)

Ao usar um extintor, lembre-se de

I - agir com firmeza e decisão, sem se arriscar demais

II - manter a calma e afastar as pessoas, com segurança e delicadeza

III - desligar, com a maior brevidade possível, os circuitos elétricos envolvidos

IV - constatar não haver risco de explosão no local

V - observar para que não haja reincidências dos focos

Considerando apenas o item V do texto, julgue a assertiva abaixo.

- Justifica-se o acento circunflexo no vocábulo “reincidências” por ser uma palavra proparoxítona terminada em ditongo oral decrescente.

25 - (UnB CESPE/ MPE TO /2006)

Julgue os seguintes itens, relativos aos sentidos e às estruturas lingüísticas do texto acima.

- As palavras “espécie” e “idéia” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.

26 - (UnB CESPE/MRE Oficial de Chancelaria/ 2006)

Julgue a correção da assertiva abaixo.

- O emprego do acento gráfico nas palavras “concluída” e “caí” atende à mesma regra

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gramatical.

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27 - (UnB CESPE/ TRE AP - Analista/ 2007)

Considerando o texto, julgue as assertivas abaixo com referência ao emprego das classes de palavras e à acentuação gráfica.

a) Os vocábulos a seguir são acentuados porque são palavras proparoxítonas: “números”, “créditos”, “públicas”, “elétrica” e “técnica”.

b) No texto, são acentuados por serem paroxítonos terminados em ditongo os seguintes substantivos abstratos: “órgão”, “área”, “agrária”, “famílias” e “período”.

28 - (UnB CESPE/ PM DF/ 2006)

Julgue a correção da assertiva abaixo.

- Os termos “freqüência”, “resistência”, “distensões” e “ósseo”, presentes no texto, recebem acento gráfico porque seguem a mesma regra de acentuação.

29 - (UnB CESPE/ PM SE - Médico/ 2006)

Julgue a correção das assertivas abaixo.

a) As palavras “ânsia”, “raízes” e “angústia” não são acentuadas graficamente com base na mesma regra gramatical.

b) A escolha pelas palavras “terás”, “serás” e “nós” foi proposital pelo fato de tais palavras serem acentuadas pela mesma regra.

30 - (UnB CESPE /TJ SE- Notário /2006)

Julgue a assertiva abaixo.

- Os seguintes vocábulos do texto são acentuados devido à mesma regra: “Imobiliário”, “Colégio”, “seminários”, “notários” e “área”.

31 - (UnB CESPE/ TRE PA/2006)

Com referência à grafia e acentuação de palavras, assinale a opção em que uma das três palavras não segue a mesma regra que as outras duas.

A) mantém, além e também

B) importância, comércio e conseqüências

C) democrática, públicas e eletrônica

D) idéia, assembléia e país

E) início, municípios, médio

32 - (UnB CESPE /STJ- Informática/2005)

Julgue a assertiva a abaixo em relação à correção gramatical.

- O momento atual, a despeito do que muitos afirmam, revela-se uma oportunidade impar para uma reflexão à respeito do funcionamento da administração pública e acerca das funções a serem desempenhadas pela sociedade no estado democrático de direito.

Page 47: AULA 01 PORTUGUÊS ANATEL

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GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS 1 – ERRADO

2 – ERRADO

3 – a) CERTO

b) ERRADO

c) CERTO

4 – CERTO

5 – E

6 – CERTO

7 – CERTO

8 - ERRADO

9 – ERRADO

10 – ERRADO

11 – CERTO

12 – ERRADO

13 – ERRADO

14 – ERRADO

15 – B

16 – ERRADO

17 – C

18 – CERTO

19 – CERTO

20 – CERTO

21 – ERRADO

22 – ERRADO

23 – CERTO

24 – ERRADO

25 – ERRADO

26 – CERTO

27 - a) CERTO

b) ERRADO

28 – ERRADO

29 - a) CERTO

b) ERRADO

30 – CERTO

31 – D

32 – ERRADO