Auditor Fiscal Do Trabalho 2014 Seguranca e Saude No Trabalho Item 3 Aula 03

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    BANCO INTERNACIONAL DE RECONSTRUO E DESENVOLVIMENTO - BIRD 39

    FUNDO MONETRIO INTERNACIONAL - FMI 40

    BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO - BID 41

    ORGANIZAO MUNDIAL DO COMRCIO - OMC 41

    FRUM DE DAVOS 46

    INTEGRAO REGIONAL NA AMRICA LATINA - ALADI: 49

    MERCOSUL 55

    BANCO DE DESENVOLVIMENTO DO BRICS 64

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    A globalizao e a economia

    Bem, queridos, agora que j vimos os principais pontos sobre

    globalizao na aula demonstrativa,precisamos saber o que isso tem a

    ver com os fatos econmicos recentes, no mesmo?

    Se eu pedisse para voc me dizer o que lhe vem cabea quando pensa

    em fato econmico atual, o que voc diria? Certamente a crise econmica

    mundial e como ainda vem afetando a Europa e o mundo quase seis anos

    depois, seria uma das primeiras lembranas, acertei?

    Pois ento, como poderemos compreender essa crise sem ter uma boa

    compreenso do fenmeno que permite com que um erro econmico

    ocorrido nos EUA atinja todo o mundo? Ou ainda que uma crise na

    economia grega desestabilize toda a zona do euro? Alis, voc sabe como

    se formou essa zona?

    Blocos regionais - generalidades

    Sabemos que a integrao econmica e poltica uma consequncia da

    globalizao. Aps a Segunda Guerra Mundial, os pases se deram conta

    de que, se unissem foras, eles teriam muito mais voz no cenrio

    internacional do que se agissem isoladamente. Concomitante a isso,

    comeam a proliferar organizaes internacionais, as quais materializam

    a ideia de que problemas comuns da humanidade deveriam ser

    enfrentados pela cooperao internacional.

    E por que estou falando isso agora? Porque a que se encontra a

    sementinha que possibilitou o surgimento dos blocos econmicos que

    conhecemos hoje.

    Se a integrao e a cooperao entre os pases tiveram incio por

    motivaes eminentemente polticas, podemos estar certos de que depois

    tambm se evidenciaram no campo econmico. Desse modo, surgiram os

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    Na prtica, o que se verifica que a completa liberalizao do comrcio

    de mercadorias e servios algo muito difcil de ser alcanado. Como

    exemplo de rea de livre comrcio, citamos o NAFTA.

    Unio Aduaneira: Na unio aduaneira, alm da livre circulao de

    mercadorias e servios, haveria harmonizao da poltica comercial em

    relao a terceiros pases. Assim, os pases-membros desse bloco

    comercial estabeleceriam as mesmas regras alfandegrias em relao aos

    no membros, aplicando-se, inclusive, uma Tarifa Externa Comum (TEC).

    A Tarifa Externa Comum (TEC) uma tabela que estabelece as alquotas

    do imposto de importao para os produtos importados de terceiros

    pases. Imagine que o pas A, B e C formem uma unio aduaneira. Nesse

    caso, h livre circulao de mercadorias entre eles (no comrcio regional

    no incide imposto de importao) e, ainda, cobram o mesmo imposto de

    importao em relao a terceiros pases. Como exemplos de unies

    aduaneiras, citamos o MERCOSUL e a Comunidade Andina.

    Mercado Comum: possui, cumulativamente, as caractersticas da unio

    aduaneira somadas livre circulao dos fatores de produo. Assim, no

    h restries ao movimento de capitais e de pessoas.

    Para que seja possvel a livre circulao de fatores de produo,

    necessrio, todavia, a harmonizao das polticas previdenciria,

    trabalhista e de capitais entre os integrantes do bloco. Vale ressaltar que,

    no mercado comum, existir, assim como na unio aduaneira, uma

    harmonizao da poltica comercial intrabloco (comrcio livre de barreiras

    entre seus integrantes) e extrabloco (regras de comrcio exterior

    unificadas, incluindo tributao).

    Unio Econmica: caracteriza-se pela harmonizao das polticas

    econmicas dos pases-membros.

    Integrao Econmica Total: caracteriza-se pela equalizao das

    polticas econmicas.

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    de dficits fiscais excessivos flutuaes da taxa de cmbio dentro de

    margens normais e baixas taxas de juros de longo prazo.

    O euro () provavelmente a realizao mais tangvel da Unio Europeia,

    j que a moeda nica partilhada por 18 pases (2014), que

    representam mais de dois teros da populao da Unio. E outros ainda

    iro adotar o Euro, assim que as suas economias estiverem preparadas.

    Todas as notas e moedas em euros podem ser usadas nos pases onde o

    euro aceito. Enquanto as notas so sempre iguais, as moedas tm uma

    face comum e outra que ostenta um smbolo nacional do pas emissor.

    Pases da Unio Europeia que usam o euro: Alemanha, ustria, Blgica,

    Chipre, Eslovquia, Eslovnia, Espanha, Estnia, Finlndia, Frana,

    Grcia, Irlanda, Itlia, Luxemburgo, Malta, Pases Baixos,Portugal e

    Letnia. (Em janeiro de 2014, a Letnia foi o ltimo pas desta listagem a

    adotar o Euro).So membros da Unio Europeia, mas atualmenteno

    utilizam a moeda nica: Bulgria, Repblica Tcheca, Dinamarca, Litunia,

    Hungria, Polnia, Romnia, Sucia e Reino Unido.

    Quando a Unio Europeia foi efetivamente criada pelo Tratado de

    Maastricht, em 1992, ela era integrada por apenas 12 membros, e

    atualmente fazem parte da Unio Europeia 28 membros, havendo ainda

    dois outros pases em processo de adeso: Macednia e Turquia. O

    processo de adeso Unio Europeia consiste em preparar os pases

    candidatos para cumprirem as obrigaes decorrentes da qualidade de

    Estado-membro. Assim, para a adeso ao bloco, exige-se o cumprimento

    dos requisitos conhecidos como Critrios de Copenhague, que consistem

    em requisitos polticos, econmicos e de aplicao da legislao europeia.

    O Tratado de Lisboa foi assinado em dezembro de 2007 por 27 Estados-

    membros da Unio Europeia com vistas a dotar o bloco de uma estrutura

    institucional e jurdica que lhe permita fazer frente aos desafios atuais.

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    Dentre as principais mudanas a serem introduzidas pelo Tratado de

    Lisboa, podemos citar:

    Melhoria do processo de tomada de deciso no mbito

    da Unio Europeia;

    Refora a democracia atravs da atribuio de um

    papel mais importante ao Parlamento Europeu (maior nmero

    de matrias sujeitas ao processo de codeciso) e aos parlamentos

    nacionais;

    Criao da figura de um presidente estvel da Unio,

    eleito por um perodo de dois anos e meio, renovvel uma vez;

    Criao do cargo de Alto Representante da Unio para

    Relaes Exteriores e a Poltica de Segurana, que ser

    simultaneamente vice-presidente da Comisso Europeia;

    Possibilidade de que um grupo de 1 milho de cidados da

    Unio Europeia de um nmero significativo de Estados dirija-se

    diretamente Comisso Europeia para solicitar a apresentao de

    uma proposta legislativa (iniciativa popular);

    Possibilidade dos Estados de abandonar a Unio.

    Em 1 de dezembro de 2009, o Tratado de Lisboa entrou em vigor, aps

    a ratificao por todos os ento 27 membros da Unio Europeia. Esse

    processo de ratificao no foi, todavia, realizado de forma tranquila.

    As maiores dificuldades surgiram na ratificao pela Irlanda, que, em

    virtude de especificidades de sua legislao, teve que submeter o Tratado

    de Lisboa a referendo popular. Na primeira vez em que ele foi submetido

    a esse processo, os irlandeses responderam de forma negativa. Somente

    em uma segunda oportunidade o Tratado de Lisboa foi aceito pela

    populao irlandesa.

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    A Unio Europeia, apesar de ser um bloco que atingiu elevado nvel de

    integrao, ainda apresenta fortes assimetrias internas. Isso ficou

    particularmente evidente com o ingresso em 2004 e 2007 de 12 (doze)

    novos membros Unio. Dentre estes, 10 (dez) so pases do Leste

    Europeu, oriundos do antigo bloco socialista, o que evidencia uma

    significativa mudana poltica nos destinos da regio.

    Recentemente, o fato que mais chama a ateno e que tem aparecido

    como objeto de cobrana em provas de Atualidades/Conhecimentos

    Gerais a crise financeira atravessada por pases europeus, pois apesar

    de fazer de tudo para ter o melhor sistema econmico possvel, a Unio

    Europeia foi duramente atingida pela crise. Mas vamos ver como anda a

    economia por l hoje?

    De acordo com o Fundo Monetrio Internacional (FMI), a economia do

    bloco diminuiu 0,4% em 2013 e crescer apenas 1% em

    2014.Alm de Portugal, Irlanda, Itlia, Grcia e Espanha, tambm

    economias mais desenvolvidas, como Frana e Holanda, se saram mal

    em 2013.

    Nem o pas mais rico da zona do Euro e um dos poucos que tm

    registrado crescimento econmico nos ltimos anos, a Alemanha, ficou

    totalmente imune, porque teve crescimento muito baixo no ano passado.

    De acordo com anlise do site BBC Brasil, os problemas so vrios: alm

    de paralisia econmica, h o temor de uma deflao (queda de preos,

    que pode levar a desinvestimentos e falncia de negcios) e os

    persistentes ndices de desemprego em alguns pases (a mdia regional

    10%; chega a 25% em pases como Espanha e Grcia)1.

    Vejamos a seguir algumas questes sobre blocos econmicos!

    1Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/01/140103_enigmas_economia_2014_pai.shtml

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    Cuidado! O primeiro comentrio est correto e isso pode levar ao erro.

    Realmente a ampliao dos mercados uma realidade crescente da

    economia mundial. Entretanto, isso no significa que as medidas

    protecionistas sairo de cena. Vamos explicar como isso acontece. Os

    governos tm que tomar medidas para combater a crise, com dinheiro

    pblico, e enfrentam presses dos diversos agentes nacionais para

    privilegiar o produtor nacional que, afinal, quem d empregos aos seus

    trabalhadores, recolhe impostos e faz girar a economia interna. Isso j

    gera um reflexo protecionista imediato, nem sempre na forma

    debarreiras clssicas, de tarifas, quotas, proibies. Ou seja, h um tipo

    de protecionismo que sempre ir existir por questes econmicas bvias,

    portanto a assertiva est errada.

    (CESPE - 2012 - Banco da Amaznia) Na Comunidade Europeia, os

    pases que adotaram o euro passam por srias dificuldades

    econmicas, enquanto aqueles que no optaram pela moeda nica

    conseguiram resistir aos efeitos da crise, como o caso da

    Espanha. VERDADEIRA OU FALSA?

    COMENTRIOS

    Bem, pessoal, de acordo com os economistas,pases da UE que no

    adotaram o euro tambm vm se beneficiando disso e tm passado at

    aqui quase inclumes na onda de perda de confiana entre os

    investidores. Temos como exemplo a Sucia, a Gr-Bretanha e a

    Dinamarca, que fazem parte do grupo no bloco que optou por manter sua

    prpria moeda, sendo vistas como uma ilha de prosperidade na regio,

    pois esses pases certamente tm uma maior flexibilidade em polticas

    monetrias do que os pases da zona do euro individualmente. At a a

    resposta est correta.

    Mas vejamos: Uma leitura atenta na aula de hoje e veremos que a

    Espanha adotou o euro como moeda, e como se sabe, em junho de 2012,

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    100 bilhes de euros (250 bilhes de reais) foram direcionados, a conta-

    gotas, ao abalado sistema bancrio da Espanha, o quer dizer que o pas

    em questo no conseguiu resistir aos efeitos da crise. Portanto, esta

    questo est incorreta por citar a Espanha como exemplo como no

    optante pelo euro e resistente crise.Esta assertiva est errada.

    (ESAF/ MI-2012) A formao de blocos de pases uma

    caracterstica marcante da ordem global contempornea. A Unio

    Europeia (UE) , provavelmente, o melhor exemplo de superao

    de histricas divergncias para o xito do projeto integracionista.

    No que se refere UE e aos seus mais recentes problemas,

    assinale a opo correta.

    a) Ao liderarem o processo de criao da UE, Alemanha e Frana

    reafirmaram os laos da histrica aliana que os une, fato decisivo para

    assegurar o isolamento do Reino Unido no contexto continental.

    b) A atual crise a envolver a UE essencialmente financeira, colocando

    em srio risco a estabilidade do euro, moeda nica adotada por todos os

    pases integrantes do bloco.

    c) Com o objetivo de superar a atual crise e depois de difceis

    negociaes, os pases da UE decidiram que as respectivas Constituies

    nacionais devero incluir a obrigatoriedade de oramentos equilibrados.

    d) A excluso da zona do euro de pases com economia em crise, como

    Grcia, Itlia, Portugal e Espanha, foi uma sada radical entendida como

    necessria para salvar o projeto integracionista europeu.

    e) Demonstrando absoluta maturidade poltica e compreenso acerca da

    gravidade da situao, a opinio pblica dos pases em crise econmica,

    a exemplo da grega e da portuguesa, apoiou as medidas de austeridade

    propostas.

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    COMENTRIOS

    Bem, amigos, vejamos o que est errado em cada uma das questes, j

    que apenas uma est correta, como afirma o enunciado.

    A letra A est errada, pois o Reino Unido faz parte SIM da Unio

    Europeia, mas muita gente confunde isso pelo fato deles no terem

    adotado o euro como moeda.

    A letra B tambm est errada, pois como vimos no caso do Reino Unido

    (que ainda possui a libra esterlina) nem todos os pases do bloco

    adotaram o Euro como prtica monetria oficial.

    A letra C a alternativa correta.Em abril de 2012, os lderes europeus

    adotaram, numa reunio extraordinria da Comisso Europeia, um novo

    tratado oramentrio para reforar a disciplina comum, implementando a

    "regra de ouro", que impe o equilbrio das contas. Essa regra nada mais

    do que os pases se comprometendo a ter oramentos equilibrados ou

    com supervit, ou seja, chegar a mdio prazo a um dficit estrutural

    (fora de elementos excepcionais e do servio da dvida) de um mximo

    de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Os pases que tiverem uma

    dvida global moderada, abaixo de 60% do PIB, tero direito a um dficit

    estrutural tolerado de 1%.

    O tratado oramentrio prev uma correo automtica em caso de

    desvio da meta, com a obrigao de adotar medidas corretivas durante

    certo tempo. Deste modo, pessoal,um pas que violar esta regra ficar

    mais facilmente exposto a sanes quase automticas. Mas o importante

    mesmo saber que a regra de ouro dever ficar preferencialmente

    inscrita na Constituio de cada pas, ainda que no seja uma obrigao.

    Um texto de lei basta se seu valor jurdico garantir que no ser

    questionada de forma recorrente.

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    A letra D est errada, pois no houve nenhuma excluso de pas da Zona

    do Euro.

    A letra E est errada. H muitos protestos contra as medidas de

    austeridade, principalmente na Grcia.

    (BRDE/-2012 ADAPTADA )A chamada crise do Euro , na

    verdade, uma crise econmica do capitalismo e particularmente

    europeia. So muitos os motivos e os problemas que afetam os

    pases do Euro. Assinale a alternativa correta a respeito dessa

    crise na economia de pases europeus.

    a) O Euro unificou as economias dos pases que aderiram ao mesmo,

    uniformizando os investimentos na produo e no consumo de bens,

    havendo consenso entre os pases membros sobre o assunto. A zona do

    euro substituiu, com vantagens, o antigo pacto da Unio Europeia, que

    deixou de existir.

    b) Os bancos, com seus financiamentos e taxas de juros, constituem um

    elemento importante da crise europeia que pode ser entendida, tambm,

    como uma crise do sistema financeiro, visto que cobram dos pases aos

    quais fizeram emprstimos, juros e/ou dividendos que no condizem com

    os lucros da economia desses pases devedores. Ocorre que os juros, por

    exemplo, estabelecidos pelos credores crescem mais do que os

    dividendos ou lucros reais das empresas devedoras.

    c) A crise do Euro manifestou-se principalmente em pases da Europa

    Oriental, como a Grcia. Mas em vista do isolamento dessas naes, vem

    afetando pouco os pases mais desenvolvidos da Europa Ocidental, como

    Frana e Espanha.

    d) A crise do Euro no envolve problemas de liquidez ou de falta de

    dinheiro no mercado europeu. Portanto, a inflao no uma ameaa ao

    sistema. Igualmente, o princpio do socorro mtuo e da partilha das

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    dvidas de forma igualitria entre todos os pases membros, afasta o risco

    de uma economia ruir.

    e) Apesar de a crise europeia estar ameaada pela recesso e/ou pelo

    endividamento de alguns pases, como a Itlia, a Alemanha e a Grcia,

    h um entendimento entre os pases do Euro que o bloco deve

    permanecer unido e que o setor pblico o nico que ainda no foi

    atingido e no apresentou dficit, constituindo o principal suporte da

    crise.

    COMENTRIOS

    Letra A: Existem vrias construes incorretas, pois est uniformizando

    os investimentos na produo e no consumo de bens; consenso entre os

    pases membros; antigo pacto da Unio Europeia.

    Letra B: CORRETA. Bom, amigos, sabemos que a crise do Euro uma

    crise de crdito e do sistema financeiro, assim como a crise de 2008,

    portanto, os bancos so os pilares dessa crise.

    Letra C: INCORRETA. Pois, afirmar que a crise afeta menos a Frana e a

    Espanha, logo que afeta mais os PIGS (Portugal, Itlia, Grcia, e

    Espanha), e a Frana teve sua nota de risco rebaixada recentemente;

    nota de risco rebaixada recentemente.

    Letra D: INCORRETA.O erro que um dos problemas da crise

    exatamente a falta de liquidez dos investimentos;

    Letra E: INCORRETA. O problema que o setor pblico foi muito atingido

    sendo um dos baluartes da crise.

    Bem, pessoal, agora que j compreendemos bem o que essa tal Unio

    Europeia,j se pode entender bem melhor como a crise que acomete um

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    pas da zona do euro acaba afetando praticamente todos os outros, no

    mesmo?

    Mas, para ficar ainda mais claro, precisaremos compreender a origem de

    toda essa crise, ainda que poucas pessoas se lembrem que, em 2008,

    tivemos uma das piores crises econmicas j vivenciadas.

    Crise financeira mundial

    At mesmo nos dias de hoje, pleno ano de 2014, quando ligamos a TV

    ainda ouvimos falar em crise financeira, no mesmo? Portanto, esse

    um assunto fatalmente importante para nossa disciplina e, por isso,

    vamos analisar as ltimas que abalaram e ainda abalam tanto a

    economia mundial, ok?

    A economia mundial atingiu meados de 2008 afundada na pior crise

    desde o fim da Segunda Guerra Mundial, afetando de uma s vez os

    Estados Unidos, a Europa Ocidental e o Japo. Em outras palavras, a

    crise econmica afetou os principais polos econmicos mundiais, os quais

    sofreram reduo drstica em suas atividades produtivas.

    Nos pases da Unio Europeia, onde a moeda utilizada o euro, os

    principais ndices econmicos mostraram que a queda nas atividades

    econmicas foi acima de 20%, o que resultou em dolorosos meses de

    retrao econmica. Do mesmo modo, os EUA cruzaram a mais extensa

    depresso em 64 anos. Ora, num mundo economicamente integrado

    como o nosso, a queda das atividades nos pases da Unio Europeia

    certamente afetou o Brasil, que deixou de exportar laranjas, ou a

    Argentina, que perdeu a venda de carne, por exemplo.

    Tudo bem! Que a crise afetou o mundo inteiro, no novidade pra

    ningum. Mas afinal, como ela comeou?

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    Com isso, em 2004 os juros comearam a subir, e em 2006 percebeu-se,

    ento, que o crdito havia encarecido, o que afastou os compradores de

    imveis. Como a oferta comeou a superar a demanda, o valor dos

    imveis passou a cair.Deste momento, ento, meus amigos, s fazer as

    contas: juros altos, dvidas caras, aumento da inadimplncia, a oferta por

    crdito tambm diminui. Resultado: desaquecimento da economia.

    Em agosto de 2007, duas grandes companhias de financiamento de

    imveis norte-americanas quebraram, e foi a que tudo comeou.

    Aproximadamente um ano depois, diversos bancos norte-americanos,

    que possuam boa parte de seu patrimnio composto de papis baseados

    nesses emprstimos, que no estavam sendo pagos, foram arruinados

    tambm. Atravessando srias dificuldades financeiras, esses bancos

    pararam de contribuir para a execuo de atividades empresariais, o que

    atacou diretamente a economia dos EUA. E a vocs podem querer saber:

    como uma forte crise l pode ter tanta fora no restante do mundo?

    Vocs se lembram de que eu tinha falado sobre a hegemonia capitalista

    americana? Pois bem, como os EUA so responsveis por pelo menos um

    quarto da produo mundial, todo o mercado internacional sofreu as

    consequncias de sua crise.

    Mas, pessoal, claro que isso foi s uma descrio sumria de alguns dos

    principais elementos da crise mundial em questo, que, como todas as

    anteriores, possui muitas peculiaridades. Essa, por exemplo, pouco

    tempo depois de seu incio, comeou a ser comparada crise de 1929,

    devido justamente ao aspecto global da turbulncia financeira.

    Pensem agora sobre alguns dados da crise de 1929. claro que os

    detalhes daquela crise, possivelmente, no nos venham mente nesse

    momento, mas com certeza nos lembramos do choque mundial

    proporcionado por ela, no mesmo?

    Naquela ocasio, mais de 9 mil bancos e 85 mil empresas faliram, e a

    cotao de suas aes despencou. Alm disso, os salrios se reduziram e

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    o desemprego atingiu os maiores ndices da Histria. A situao s

    comeou a melhorar quando o presidente Franklin Roosevelt assumiu a

    presidncia dos EUA e colocou em prtica um plano de reformas

    econmicas e sociais que interviram diretamente na economia americana.

    S para melhor exemplificar, Roosevelt criou frentes de trabalho,

    mecanismos de controle de crdito, um banco para financiar as

    exportaes, alm de fixar salrios mnimos, limitar a jornada de trabalho

    e ampliar o sistema de previdncia social. E s a partir da interveno do

    Estado na Economia, ao contrrio do que prega o neoliberalismo, que o

    mundo foi gradualmente se recuperando daquela crise mundial.

    Se naquela poca, quando as economias do mundo nem estavam ainda

    to interligadas como atualmente, j houve caos mundial, imagina agora,

    no ? E o Brasil, como fica nossa economia diante desta crise?

    Em outros tempos, certamente o Brasil seria muito mais castigado do que

    foi agora, quando esteve relativamente preservado. Isso se deu porque,

    atualmente, as exportaes brasileiras para o mercado dos Estados

    Unidos representam menos de 20% do nosso total de exportaes.

    Todavia, o que num primeiro momento pode parecer vantagem no

    exatamente uma! Mas, por que no? Vocs poderiam dizer: Ora, ainda

    restam 80% das exportaes para serem vendidas para diferentes pases

    do mundo, ento dos males o menor! Essa lgica seria perfeita se os

    outros pases do mundo no estivessem fortemente vinculados

    economia norte-americana! Mas vocs sabem que essa no a realidade!

    Dessa forma, pessoal, tal como um domin enfileirado, a queda da

    primeira pea leva queda sequencial das outras que se posicionam

    atrs dela.

    U, mas ento eu no entendi! Os EUA em crise, os outros pases

    exportadores em crise, como o Brasil pode no ter sido afetado to

    fortemente pela recesso?

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    Para no ficarmos falando de nmeros e nos atermos ao que mais

    importante, precisamos compreender que o nosso sistema financeiro

    bem regulamentado e suas regras de financiamento so muito mais

    rgidas do que as existentes em outros pases. Pensem em como

    complicado e burocrtico financiar uma casa prpria no Brasil! Toda essa

    burocracia existe para contribuir com as financeiras, que exigem todo

    tipo de documentao para comprovar que o cidado capaz de arcar

    com aquela despesa, para evitar ao mximo o nmero de calotes ao

    contrrio dos EUA, onde o crdito imobilirio extremamente fcil.

    Alm disso, o governo brasileiro tomou medidas que estimularam o

    consumo interno, como por exemplo a reduo de IPI em uma srie de

    produtos. Tenho certeza de que todos vocs se cansaram de ver

    propagandas na TV sobre vendas de carros e de toda a linha branca

    (foges, geladeiras etc.) com reduo de IPI, no ? Essa foi justamente

    uma das estratgias adotadas pelo Brasil para diminuir o impacto da crise

    no mercado interno, o que, de certa forma, deu certo, pois inicialmente a

    ideia era que este voltasse ao patamar normal em junho de 2013, e o

    governo decidiu manter esta reduo at dezembro!

    Bom, amigos, na dcada passada, ajustes econmicos implementados

    durante o governo Lula (2003-2010) geraram, em alguns anos, altas

    taxas de crescimento no Brasil, variando de 4% a 8%. Essecrescimento

    do PIB decaiu consideravelmente aps a crise financeira mundial,

    resvalando no governo de Dilma Rousseff, no qual a taxa mdia de

    crescimento do PIB tem sido de 2% ao ano (contra 4% durante o

    governo Lula, cuja economia foi afetada pela crise apenas no final do seu

    mandato). Nesse contexto, a economia brasileira cresceu 2,3% em

    2013, contra apenas 1% em 2012 e 2,7% em 2011.

    Outra caracterstica importante da economia brasileira que o setor que

    tem segurado o crescimento do PIB a agricultura, que no ano passado

    cresceu 7% (ritmo chins!). J a indstria, que havia registrado aumento

    de 1,3% no ano passado, tambm deve crescer pouco em 2014 algo

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    considerao, e a grande imprensa, a comentar. Projetos de

    novos condomnios e comunidades fechadas (muitas vezes em

    bairros dormitrios ou atravessando zonas urbanas perifricas)

    comearam a ser afetados. At o fim de 2007, quase 2 milhes de

    pessoas perderam suas casas, e outros 4 milhes corriam o risco

    de ser despejados.

    [...] Isso desencadeou uma espiral de execues hipotecrias.

    HARVEY, David. O enigma do capital e as crises do capitalismo. So Paulo:

    Boi tempo, 2011.

    Tendo o fragmento de texto acima como referncia inicial e

    considerando a amplitude do tema por ele focalizado, julgue o

    item subsequente.

    Uma grave crise econmica instaurou-se recentemente nos EUA. Assim

    que, em 2008, a crise das hipotecas subprime, como veio a ser chamada,

    provocou desmantelamento de grandes bancos de investimentos, como o

    Lehman Brothers.

    COMENTRIOS

    Viu como ficou fcil julgar essa questo aps estudarmos sobre a crise

    econmica? A assertiva est correta.Para quem no se lembra, o

    Lehman Brothers era o quarto maior banco de investimento dos EUA

    verdadeiro gigante do setor financeiro em escala global. O Lehman pediu

    concordata em setembro de 2008, por ter sido um dos bancos que mais

    fizeram uso do mercado suprime, que est na origem da grande crise

    financeira de 2008.

    (CESPE/BACEN/2013) A respeito das crises financeiras

    internacionais ocorridas a partir de 2007, julgue o item:

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    No auge da crise da dvida soberana dos pases europeus, o Brasil

    apresentou a sua mais alta taxa de crescimento do produto

    interno bruto em relao das ltimas dcadas.

    COMENTRIOS

    Bem, meus amigos, foi isso mesmo o que aconteceu. Segundo os dados

    do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), o PIB brasileiro

    cresceu 7,5% em 2010. Esta alta do PIB foi a maior desde 1986.

    Portanto, a assertiva est certa.

    (CESPE/BACEN/2013) A respeito das crises financeiras

    internacionais ocorridas a partir de 2007, julgue o item:

    As operaes efetuadas fora de balano dos bancos foi um dos

    elementos que afetou a crise financeira do subprime. No entanto,

    apesar dos efeitos danosos sobre a economia, essas operaes

    so legais do ponto de vista regulatrio.

    COMENTRIOS

    Para respondermos esta questo, vamos recordar a crise do subprime no

    EUA. O mercado imobilirio dos Estados Unidos estava bem acelerado

    desde 2001. Os juros baixos atraram muitos compradores e ao mesmo

    tempo muitas pessoas passaram a hipotecar seus imveis para usar o

    dinheiro com vrios outros objetivos. No meio dessa febre de comprar ou

    hipotecar imveis, as companhias hipotecrias comearam a atender os

    clientes subprime (com baixa renda ou casos de inadimplncia). Mas

    como o risco se tornou maior, os juros aumentaram e os bancos, de olho

    nos altos juros, compraram esses ttulos subprime das companhias

    hipotecrias, liberando novas quantias de dinheiro, antes de o primeiro

    emprstimo ter sido pago. S se esquecerem de um detalhe: se o

    primeiro devedor no paga, est armada a confuso. E foi exatamente

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    isso o que aconteceu, gerando a crise financeira do subprime. Embora

    essas operaes bancrias possam parecer estranhas, elas so legais.

    Portanto, a assertiva est certa.

    (CESPE / IRB / 2010 adaptada ) Acerca da atual crise econmica

    internacional, julgue C ou E.

    a) Alm de envolver grandes bancos e o sistema financeiro

    internacional, a crise atual tem sido considerada uma crise de

    paradigmas, em particular da certeza de que os mercados podem

    se autorregular e recuperar o equilbrio automaticamente,

    dispensando a interveno do Estado.

    b) Diante da crise, as instituies de Bretton Woods no

    conseguiram propor solues concretas por ocasio da reunio de

    Cpula do G 20 realizada em Londres em 2009.

    c) Como membro do G-20, o Brasil insistiu na necessidade de se

    prover a economia mundial com crditos para o desenvolvimento,

    incrementar a regulao financeira, desenvolver polticas

    anticclicas e combater os parasos fiscais.

    d) Apesar de discordar da resistncia de pases ricos em realizar

    reformas nos organismos multilaterais, como o FMI e o Banco

    Mundial, o Brasil comprou ttulos emitidos pelo Fundo em 2009.

    COMENTRIOS

    Pessoal, apesar de essa questo ser de 2010, achei interessante coloc-

    la. Observem como ela continua atual! E isso se explica sido justamente

    por ter sido o estopim de tudo o que ainda hoje vemos na Europa, e

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    acredito que os comentrios abaixo iro contribuir mais um pouco nessa

    compreenso sobre o assunto.

    A primeira assertiva est correta. Que a recente crise econmica

    envolveu grandes bancos e o sistema financeiro internacional ns j

    temos certeza, no mesmo? Todavia, para entender porque essa crise

    representou tambm uma quebra de paradigmas, preciso saber qual

    era a crena econmica dominante.

    Desde o Consenso de Washington, as polticas neoliberais so

    preponderantes e, com elas, a crena de que o mercado tem capacidade

    para se autorregular. Todavia, diante da crise, economistas e governos se

    viram diante de um beco sem sada. Eles perceberam que o Estado no

    poderia ficar inerte e deveria intervir para estimular a economia, o que

    representou uma quebra dos paradigmas neoliberais.

    Dessa forma, o que a crise mostrou empiricamente? Ela mostrou que,

    mesmo no capitalismo financeiro, que se baseia no poder das empresas e

    capitais privados, a economia ainda precisa da ajuda do Estado para no

    entrar em colapso. Deste modo, a certeza de que os mercados podiam se

    autorregular independentemente da interveno do Estado se evapora,

    desembocando, sim, numa crise do paradigma liberal. Voltamos,

    portanto, s ideias keynesianas de interveno estatal.

    A segunda assertiva est correta. Para compreendermos este item,

    h trs informaes importantes que devemos saber:

    1 O que Bretton Woods?

    2 O que o G20?

    3 O que foi estabelecido no ltimo encontro do G20 em 2009?

    Bem, amigos, Bretton Woods foi o nome dado a uma conferncia

    realizada quase ao final da Segunda Guerra com o objetivo de conduzir a

    poltica econmica mundial. Por ter sido o primeiro modelo de uma ordem

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    econmica totalmente negociada para reger as relaes entre Estados, foi

    responsvel pela criao de instituies que regulassem seus objetivos:

    FMI e BIRD.

    Bom, outro ponto importante para que respondssemos corretamente

    essa pergunta era compreender o que o G20. O G20 foi criado em

    1999, ao trmino de uma dcada marcada por agitaes econmicas na

    sia, Mxico e Rssia. Ele foi institudo como forma de os pases ricos

    reconhecerem a importncia dos pases emergentes, que se

    apresentaram capazes de colocar os mercados em risco com suas

    inconstncias.

    Assim, pessoal, a verdade que no h regras formais para se adentrar

    no G20, mas ntida a inteno de se reunir, num mesmo grupo, os

    pases mais desenvolvidos e os que esto em desenvolvimento.

    Ok, professora! Mas esses pases se juntam e fazem o qu, afinal?

    Ento, quando se renem os representantes da equipe que compem o

    G20, debatem os mais diversos temas de interesse comum, como

    assuntos oramentrios, monetrios, comerciais, energticos, solues

    para o crescimento e formas de combater o financiamento ao terrorismo.

    Por exemplo, na reunio do G20 ocorrida em abril de 2009, em Londres,

    o foco principal foi a crise financeira. Durante o encontro, representantes

    de vrios pases solicitaram medidas que respondessem depresso

    econmica global. Isso significou que todos os pases do G20 se

    dispuseram em tentar estabilizar o sistema financeiro e difundir os

    fundamentos de uma economia sustentvel. Para isso seria necessrio

    resguardar o livre comrcio e evitar o aumento do protecionismo, ponto

    em que todos os pases se manifestaram a favor e se propuseram a

    tomar medidas concretas. Apesar dessa deciso, no foram adotadas

    medidas concretas pelas instituies de Bretton Woods, ou seja, a

    assertiva est correta.

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    A terceira assertiva est correta. Como membro do G20, o Brasil

    esteve na presidncia rotativa da organizao e, em 2008, apresentou

    como pontos de discusso competio nos mercados financeiros,

    desenvolvimento econmico e elementos fiscais de crescimento e

    desenvolvimento. Assim, correto afirmar que o Brasil insistiu, sim, na

    necessidade de prover a economia mundial com crditos para seu

    desenvolvimento.

    O Brasil tambm se posicionou a favor do aumento da rigidez na

    regulao financeira. Conforme o prprio ministro da fazenda, Guido

    Mantega, afirmou, a falta de regulao no mercado financeiro dos EUA foi

    a raiz da crise econmica global.

    A quarta assertiva est correta. Muito se noticiou na mdia que o

    Brasil havia, pela primeira vez, emprestado dinheiro ao FMI, vocs se

    lembram? Na verdade, o Brasil se tornou um credor do FMI ao comprar

    US$10 bilhes em notas dessa organizao internacional. como

    se o Brasil tivesse dado dinheiro ao FMI e em troca recebeu essas notas,

    que nada mais so do que papis que do direito ao recebimento de

    valores!

    (ESAF/DNIT/2013) A crise de 2008, que teve incio no mercado

    imobilirio dos Estados Unidos, ganhou contorno de crise

    sistmica porque:

    a) a caracterstica da economia norte-americana emvirtude do tamanho

    do seu mercado.

    b) contagiou somente as economias desenvolvidas.

    c) no teve qualquer reflexo sobre o mercado de bens, mas somente

    sobre o sistema financeiro mundial.

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    d) contagiou somente as economias em fase dedesenvolvimento, entre as

    quais est a economiabrasileira.

    e) contagiou outros mercados, com reflexos sobre aeconomia de alguns

    pases, entre os quais o Brasil.

    COMENTRIOS

    Vamos fazer uma rpida retrospectiva sobre a crise de 2008. No comeo

    do sculo, 2001 e 2002, o mercado imobilirio dos Estados Unidos estava

    em expanso.Empresas hipotecrias, bancos e financeiras comearam a

    emprestar e financiar cada vez mais. Qualquer um poderia retirar um

    emprstimo ou financiar um imvel. Surgiram os chamados subprimes,

    os clientes de um segmento de renda mais baixa,constitudo tambm de

    muturios que no conseguiam facilmente comprovar renda e/ou tinham

    algum histrico de inadimplncia.Mas o mercado estava to empolgado

    com tanto gasto dos americanos que bancos e outras instituies

    financeiras comearam a adquirir das hipotecrias os crditos podres,

    ou seja, os crditos dos subprimes. Eles eram misturados a crditos de

    clientes primes (os que tinham nome limpo e crdito na praa) e

    passados adiante. Desta forma, cada vez mais emprstimos eram feitos

    (e incentivados), para que seus crditos fossem vendidos. Mas, o que

    aconteceu? Aconteceu o previsto, ou seja, os subprimes pararam de

    pagar e aconteceu o efeito domin ou crise sistmica, na qual um fato

    novo desencadeia uma srie de alteraes na economia.

    Como os EUA esto entre os maiores consumidores do mercado global,

    todo o mundo afetado. Pases que exportam para l, como o Brasil,

    podem vender menos.As Bolsas mundiais, incluindo a brasileira, sentiram

    o baque e tiveram perdas fortes nos trs primeiros meses do ano. Na

    Europa e na sia, os ndices de aes regionais tiveram o pior

    desempenho trimestral desde 2002.

    Com essas explicaes, podemos identificar a letra E como sendo a

    correta. As demais alternativas falham por colocar que a influncia da

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    crise foi limitada: ou atingiu economias desenvolvidas ou em

    desenvolvimento; ou influenciou o mercado de bens ou o sistema

    financeiro mundial.

    Crise europeia

    Creio que, justamente por ser a mais atual, essa a crise que mais nos

    interessa por ter maior probabilidade de ser cobrada, j que quando se

    fala em Europa vm logo mente a crise financeira e as turbulncias de

    mercado pela qual a maioria dos pases daquele continente passou e est

    passando. Mas, da vem a pergunta: por que a Europa passou por uma

    crise?

    Bem, pessoal, o fato que a crise tem um carter to srio, que lderes

    das maiores economias mundiais deram incio em novembro de 2011 -

    em Cannes, na Frana - tentativa de resolver uma das crises mais

    profundas do capitalismo.

    A reunio do G20, o grupo dos pases mais desenvolvidos, ocorreu num

    contexto em que Unio Europeia e Estados Unidos se viram novamente

    afetados pelo baixo crescimento, um problema iniciado em 2008 e que

    ganhou novos contornos.

    Se na crise de 2008 os bancos estavam no centro do impasse, agora o

    problema outro... Agora, a capacidade dos Estados pagarem suas

    dvidas soberanas que foi colocada em questo. Deste modo, podemos

    dizer que a origem dos recursos que outrora socorreram as instituies

    financeiras e ajudaram a reaquecer a economia, onde, neste momento,

    se concentra as maiores preocupaes.

    A formao de uma crise financeira na zona do Euro aconteceu,

    fundamentalmente, por problemas fiscais. Alguns pases, como a Grcia,

    gastaram mais dinheiro do que conseguiram arrecadar por meio de

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    impostos nos ltimos anos. Para se financiar, passaram, ento, a

    acumular dvidas. Isso, somado crise de 2008, que j tinha espalhado

    seus efeitos negativos pela Europa, foi criando um abismo sem fim.

    Assim, a relao do endividamento sobre PIB de muitas naes do

    continente ultrapassou significativamente o limite de 60% estabelecido

    no Tratado de Maastricht, de 1992, que criou a zona do Euro. No caso da

    economia grega, a razo dvida/PIB mais que o dobro deste limite. A

    desconfiana de que os governos da regio teriam dificuldade para honrar

    suas dvidas fez com que os investidores passassem a temer possuir

    aes, bem como ttulos pblicos e privados europeus.

    Os principais pases que ainda em 2014 enfrentam a situao de crise

    so: Portugal, Irlanda, Itlia, Grcia e Espanha que formam o

    chamado grupo dos PIIGS. Estes pases so os que se encontram em

    posio mais delicada dentro da zona do Euro, exatamente porque foram

    os que atuaram de forma mais indisciplinada nos gastos pblicos e se

    endividaram excessivamente. Alm de possurem elevada relao

    dvida/PIB, estes pases possuem pesados dficits oramentrios ante o

    tamanho de suas economias. Como no possuem sobras de recursos

    (chamado supervit), entraram no radar da desconfiana dos

    investidores. No caso dos PIIGS, a Irlanda h muito uma exceo, com

    uma linha de crescimento continuado desde 2011 e se prev que

    continue at 2014.

    Voltemos aos PIIGS! Para tentar solucionar a situao difcil foram

    concedidos pacotes de ajuda (por exemplo, pelo FMI), mas estes sempre

    vm acompanhados de medidas de austeridade, das quais podemos citar:

    o congelamento dos salrios do setor pblico e o aumento de impostos.

    No entanto, a populao no costuma aceitar essas imposies com

    muita facilidade. Assim, uma das formas encontradas para mostrar o

    descontentamento foi por meio de greves e manifestaes nas ruas, o

    que acarretou a esses pases, complementando a crise econmica, uma

    crise social.

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    COMENTRIOS

    Bem, pessoal essa questo aqui relativamenterecente, portanto, est

    bem fresquinha.

    No ltimo dia do ms de outubro de 2012, o primeiro-ministro da Grcia,

    George Papandreou, surpreendeu a todos anunciando que iria convocar

    um referendo sobre a adoo das medidas anticrise aprovadas pelos

    lderes da Unio Europeia.

    Papandreou, no entanto, defendia a necessidade do referendo afirmando

    que este era um assunto que determinava o futuro do pas e, portanto, o

    cidado tem a primeira palavra. O ltimo referendo realizado na Grcia

    tinha ocorrido em 1974, quando a monarquia foi abolida, meses depois

    do colapso da ditadura militar.

    Todavia, aps forte presso da Unio Europeia, o referendo popular foi

    cancelado e o pacote de medidas de austeridade fiscal para combater a

    crise econmica que afeta o pas foi aprovado depois de intensos debates

    entre os pases da zona do euro. Assertiva correta: Letra B.

    (CESGRANRIO/CEF/2012-Tcnico Bancrio Novo) Em 2011, um

    dos pases da Unio Europeia (UE) passou a enfrentar um de seus

    momentos econmicos mais difceis, com reduo de salrios,

    criao de novos tributos como o imposto da solidariedade e

    muitos assalariados trabalhando sem receber. Estima-se que, em

    decorrncia desse momento, at 2015, 120 mil assalariados com

    mais de 53 anos devem deixar o emprego. Um programa de ajuda

    financeira foi, ento, colocado em prtica pela EU, liderado pela

    Alemanha, a fim de recuperar a situao do pas em crise.

    O pas europeu que, ao longo de 2011 e 2012, vive a crise descrita a

    (A) Sucia

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    (B) Holanda

    (C) Grcia

    (D) Frana

    (E) Finlndia

    COMENTRIOS

    Esta notcia tambm foi bastante vinculada na mdia. A Grcia gastou

    bem mais do que podia com emprstimos pesados e gastos no setor

    pblico e salrios. Em 2010 a Grcia aceitou o primeiro pacote de ajuda

    dos pases europeus e do Fundo Monetrio Internacional (FMI).

    Bem, pessoal, depois de falar tanto da Grcia acho que nem

    precisaremos esperar o frum para saber porque ela tem maior

    visibilidade. porque, alm da crise econmica que se instalou no pas,

    temos ali tambm uma grave crise poltica e social, o que torna qualquer

    medida anticrise mais difcil de ser efetivada, no mesmo? Por isso

    ela causa maior medo aos rgos internacionais e repercute tanto na

    imprensa, entenderam? Resposta correta:C.

    (FEPESE/DPE/SC/2013-TCNICO ADMINISTRATIVO)Os

    portugueses vivem, no presente momento, as vicissitudes de

    uma persistente crise que vem arruinando a economia lusitana.

    Assinale a alternativa que indica o outro pas ibrico que

    atravessa dificuldades semelhantes.

    a) Espanha

    b) Grcia

    c) Itlia

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    d) Galcia

    e) Catalunha

    COMENTRIOS

    Nessa questo,h pegadinha bem maliciosa. Quando fala em outro pas

    ibrico, o leitor desatento pode pensar na Grcia, e errar. S para

    lembrar, os pases ibricos so: Espanha Portugal, Gibraltar e Andorra;

    alm destes, uma parte muito pequena da Frana tambm faz parte da

    pennsula. Logo, a letra A a correta.

    Organizao das Naes Unidas (ONU):

    A Organizao das Naes Unidas surgiu aps a Segunda Guerra Mundial

    para substituir a Liga das Naes, organizao internacional que

    funcionou em Genebra aps a Primeira Guerra Mundial. Aps um perodo

    de turbulncia como o vivido durante a Segunda Guerra Mundial, os

    pases se reuniram em torno de uma organizao que buscasse a

    manuteno da paz e da harmonia internacional.

    Assim, surgiu a ONU, que nada mais do que uma associao de Estados

    reunidos com os seguintes objetivos:

    1 Manter a paz e a segurana internacionais.

    2 Desenvolver relaes amistosas entre as naes, baseadas no

    respeito ao princpio da igualdade e de autodeterminao dos povos.

    3 Conseguir uma cooperao internacional para resolver os problemas

    internacionais de carter econmico, social, cultural ou humanitrio e

    para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e as

    liberdades fundamentais para todos.

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    4 Ser um centro destinado a harmonizar a ao das naes para a

    consecuo desses objetivos.

    O estatuto da ONU a Carta das Naes Unidas, assinada em So

    Francisco em 26 de junho de 1945. Segundo o referido diploma, podero

    ser admitidos como membros todos os Estados amantes da paz que

    aceitem as obrigaes contidas na Carta e que a juzo da Organizao

    estiverem aptos e dispostos a cumprir tais obrigaes.

    Quando um membro violar persistentemente os princpios da Carta da

    ONU, poder ser expulso pela Assembleia Geral, mediante recomendao

    do Conselho de Segurana.

    So seis os rgos especiais das Naes Unidas: Assembleia Geral,

    Conselho de Segurana, Corte Internacional de Justia, Secretariado,

    Conselho Econmico e Social e o Conselho de Tutela.

    Organizao dos Estados Americanos (OEA)

    A Organizao dos Estados Americanos (OEA) uma organizao

    internacional criada em 1948 com o objetivo de obter uma ordem de paz

    e de justia, para promover sua solidariedade, intensificar sua

    colaborao e defender sua soberania, sua integridade territorial e sua

    independncia.

    A OEA uma organizao internacional de carter regional e de vocao

    poltica, sendo um organismo regional das Naes Unidas. A Carta da

    OEA define quais so seus propsitos enquanto organizao internacional

    que atua no continente americano e ainda os princpios em que se baseia

    e sua estrutura jurdica.

    De acordo com esta Carta os propsitos essenciais da OEA so:

    - Garantir a paz e a segurana continentais;

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    - Promover e consolidar a democracia representativa, respeitando o

    princpio da no-interveno;

    - Prevenir as possveis causas de dificuldades e assegurar a soluo

    pacfica das controvrsias que surjam entre seus membros;

    - Organizar a ao solidria destes em caso de agresso;

    - Procurar a soluo dos problemas polticos, jurdicos e econmicos que

    surgirem entre os Estados membros;

    - Promover, por meio da ao cooperativa, seu desenvolvimento

    econmico, social e cultural;

    - Erradicar a pobreza crtica, que constitui um obstculo ao pleno

    desenvolvimento democrtico dos povos do Hemisfrio;

    - Alcanar uma efetiva limitao de armamentos convencionais que

    permita dedicar a maior soma de recursos ao desenvolvimento

    econmico-social dos Estados membros.

    Como se pode perceber, os propsitos da OEA so bastante semelhantes

    aos da ONU e giram em torno de uma mentalidade de paz e segurana,

    cooperao interamericana, soluo pacfica das controvrsias e

    promoo de desenvolvimento econmico, social e cultural.

    Mas afinal, quem so os membros dessa organizao?

    Bem, todos os Estados Americanos que ratificaram a Carta da OEA,

    passaram a constituir essa organizao, ou seja, as 35 naes

    independentes do continente americano.

    A Carta da OEA, ao contrrio da Carta da ONU, no prev a possibilidade

    de expulso de um Estado-membro quando este viole os seus princpios.

    Todavia, um membro cujo governo democraticamente constitudo seja

    deposto pela fora, poder ter suspenso o seu direito de

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    participao nas atividades da organizao. Como exemplo, cito o caso

    ocorrido em 31 de janeiro de 1962 em Cuba. Aps o governo cubano

    afirmar o carter socialista da Revoluo e se aliar URSS, esse pas foi

    suspenso da Organizao, tendo seus direitos recuperados somente em

    junho de 2009.

    Banco Internacional de Reconstruo e Desenvolvimento - BIRD

    Com a proximidade do fim da Segunda Guerra Mundial e a Europa quase

    toda destruda, os pases aliados decidiram, durante a Conferncia de

    Bretton Woods, que seria importante ter um banco para colaborar na

    reconstruo do velho continente. Lembra que falei do Acordo de Bretton

    Woods?

    Pois ento, o BIRD foi estabelecido a partir desse acordo e tinha o

    objetivo principal de ajudar os pases que haviam sido destrudos durante

    o conflito. No entanto, atualmente seu papel se modificou no cenrio

    mundial e hoje ele tem como objetivo principal lutar contra a pobreza

    mundial,atravs da concesso de emprstimos a pases em

    desenvolvimento.

    Da vocs devem se perguntar: de onde vem tanto dinheiro para

    financiamentos dessa magnitude? Afinal, financiar a reconstruo da

    Europa no pra qualquer um, no mesmo?

    Pois , mas o Banco Internacional no oferece emprstimos a todos. Ao

    contrrio, ele adequa os emprstimos e assistncias para o

    desenvolvimento s rendas mdias dos pases, na medida em que eles

    possuam bons antecedentes de crdito.

    Mas a pergunta permanece: de onde vem o dinheiro? A capacidade de

    voto de cada pas-membro do BIRD est diretamente vinculada s suas

    subscries de capital, ou seja, ao compromisso do pas em contribuir

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    40

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    com certa quantia em dinheiro. Todavia, o tamanho dessa subscrio

    est diretamente relacionado ao poder econmico relativo de cada um,

    portanto, quem mais rico, subscreve mais e, portanto, manda mais.

    Alm disso, o BIRD levanta grande parte dos seus fundos por meio da

    comercializao de ttulos nos mercados internacionais de capital.

    Juntos, o BIRD e a AID (Associao Internacional de Desenvolvimento)

    formam o que hoje chamamos de Banco Mundial.

    Fundo Monetrio Internacional - FMI

    Assim como o BIRD, essa organizao tambm foi instituda a partir de

    Bretton Woods em 1944.

    Essa organizao teria a funo bsica de fornecer solues financeiras

    para aqueles pases que se deparassem com dficits nas contas externas,

    decorrentes de conjunturas internacionais adversas. No fim das contas,

    ele acaba atuando como um banqueiro de ltima instncia

    Na prtica, tanto o FMI como o Banco Mundial receberam ainda mais

    importncia com a crise da dvida externa, nos anos 80, quando cederam

    ou liberaram emprstimos apenas para os pases que se dispuseram a

    adotar programas de ajuste de corte neoliberal.

    E aqui aquela mesma perguntinha volta: de onde vem o dindin?

    Novamente, os 182 pases-membros do FMI entram como financiadores,

    entre os quais o Brasil. Evidentemente, manda no Fundo quem tem mais

    dinheiro investido: no caso, os Estados Unidos e os outros grandes

    capitalistas. O Brasil e os demais pases tm muito pouca

    representatividade nessa organizao, ainda que medidas venham sendo

    tomadas para alterar essa situao. Um bom exemplo disso so as

    ltimas notcias, muito disseminadas na mdia, sobre o Brasil ter

    emprestado dinheiro ao FMI. Na verdade, a atitude do governo do Brasil

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    foi aumentar a quantidade de reservas internacionais acumuladas, as

    quais seriam inclusive suficientes para pagar a dvida externa brasileira.

    Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID

    muito comum fazermos certa confuso entre o BIRDe o BID, pois suas

    siglas so realmente muito parecidas! Essa dvida to comum que,

    inclusive, um colega de curso j tinha postado essa questo em um

    frum anterior.

    Todavia, o BID Banco Interamericano de Desenvolvimento teve sua

    criao bem posterior ao seu modelo incentivador. Tendo sido criado 15

    anos depois, o BID a principal fonte de financiamento em 26 pases da

    Amrica Latina e do Caribe.

    Essa organizao internacional foi instituda em 1959, com o objetivo

    principal de apoiar o processo de desenvolvimento econmico e social

    dessa regio. Assim como o BIRD, ele promove o

    desenvolvimento, principalmente, por meio da concesso de emprstimos

    e operaes de auxlio tcnico para esses pases.

    Visando colaborar com o combate pobreza e promover uma

    igualdade social, em maro de 2010, o BID firmou um acordo de ajuda

    financeira para o Haiti sem precedentes. No acordo, mais de 48 Estados-

    membros ratificaram um tratado em que se dispuseram a colaborar com

    o aumento da capacidade de emprstimos da organizao, que

    praticamente duplicar.

    Organizao Mundial do Comrcio - OMC

    O surgimento dessa organizao est diretamente ligado a dois

    fenmenos modernos. O primeiro deles o aumento do nmero e volume

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    de transaes comercias entre diferentes pases e regies. O segundo o

    intenso processo de integrao trazido pela globalizao, seja de capitais,

    mercadorias ou da prpria produo. Uma vez que, sobretudo os pases

    pobres desenvolveram grande dependncia em relao aos ricos, surgiu a

    necessidade da criao de organismos internacionais que se dispusessem

    a regular as disparidades econmicas e comerciais existentes.

    Apesar de geralmente haver concordncia,os mais desenvolvidos

    possuem maiores meios de presso sobre aqueles de menor

    desenvolvimento. Diante disso, torna-se fundamental a existncia de

    uma organizao que se disponha a avaliar e cuidar das relaes

    comerciais e dos interesses de pases que possam ser prejudicados.

    Para amenizar a disparidade comercial, a OMC ocupa um lugar de

    significativo destaque no cenrio mundial e se encontra no mesmo

    patamar de importantes rgos financeiros internacionais como o FMI e o

    Banco Mundial.

    As maiores dificuldades que a Organizao Mundial do Comrcio encontra

    para regular as relaes comerciais diz respeito ao protecionismo de

    determinados pases com alguns de seus produtos. Exemplos assim

    podem ser encontrados entre as maiores economias mundiais, como EUA

    e Frana. Os E.U.A, taxou todos os produtos agropecurios evitando a

    entrada de mercadorias dessa natureza, provenientes de outros lugares,

    resultando inegavelmente na proteo de seus produtores. Sendo ento

    punido pela OMC, que autorizou o Brasil a aplicar sobretaxas a produtos

    americanos em retaliao ao subsdio concedido ao cultivo do algodo.

    Assim, vemos que uma das funes da OMC a de atuar como um

    intermediador no momento em que dois pases originam conflitos por

    razes comerciais. Alm disso, a OMC uma organizao internacional

    que tem outras funes, tais como:

    1) Servir como frum para negociaes comerciais.

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    2) Administrar os acordos multilaterais firmados por seus pases-

    membros.

    3) Fiscalizar as polticas comerciais de seus membros.

    O principal objetivo da OMC a promoo do desenvolvimento e

    crescimento econmico de seus membros. Para isso, busca a liberalizao

    do comrcio internacional por meio da reduo de barreiras tarifrias e

    no-tarifrias, o que conquistado em sucessivas rodadas de

    negociao.

    No poderamos encerrar esse tpico sem abordar a rodada de Doha,

    qual o Brasil est totalmente vinculado. Para falar nela, vou utilizar de

    uma questo da prova de 2009 do Instituto Rio Branco, a qual traz

    muitos aspectos importantes pra pensarmos. Pode parecer que por ser

    antiga no tem nada a ver com a atualidade, mas acreditem, tem sim!!

    6(CESPE/IRB-2009)- Considerando os interesses brasileiros na

    Rodada de Doha da OMC, julgue (C ou E) os itens seguintes.

    A ( ) Dada a participao majoritria do setor tercirio na composio

    de seu Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil almeja o aumento de sua

    participao nas exportaes mundiais de servios, defendendo, por

    conseguinte, ampla liberalizao dessa modalidade de comrcio.

    B ( ) Nas negociaes acerca de acesso a mercados, o Brasil objetiva a

    eliminao ou a reduo de restries tarifrias e no-tarifrias que

    incidem sobre suas exportaes de bens, de forma geral, priorizando o

    tratamento dos fatores que restringem e distorcem o comrcio agrcola.

    C ( ) Por dispor de um parque industrial amplo e diversificado, embora

    com diferenas setoriais quanto aos nveis de competitividade, o Brasil

    posiciona-se contrariamente ao aprofundamento de compromissos

    relativos a redues tarifrias para produtos manufaturados.

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    D ( ) O Brasil propugna maior transparncia na aplicao de medidas

    contra prticas desleais de comrcio, em particular, medidas antidumping

    e anti-subsdios, que afetam suas exportaes para os pases

    desenvolvidos.

    COMENTRIOS

    Questo interessante, que nos permite aprofundar nas negociaes

    multilaterais de comrcio desenvolvidas sob a gide da OMC. Em primeiro

    cabe-nos perguntar: o que essa to falada Rodada Doha?

    A Rodada Doha nada mais do que uma rodada de negociaes

    comerciais conduzidas no mbito da OMC. Em 1947, quando os pases

    criaram um acordo para regular o comrcio internacional o GATT 47

    (General Agreementon Tariffsand Trade) eles decidiram que buscariam

    a liberalizao do comrcio internacional de forma progressiva, por meio

    de sucessivas rodadas de negociaes. Dessa forma, vrias Rodadas de

    Negociao se sucederam!

    Chegamos, ento, ao ano de 2001, quando lanada a Rodada Doha,

    tambm conhecida por Rodada do Desenvolvimento. Mas por que esse

    nome? A citada rodada de negociaes foi lanada com esse nome

    porque tem como maior objetivo olhar o lado dos pases em

    desenvolvimento, buscando inseri-los de forma mais efetiva na economia

    internacional.

    O grande problema que as negociaes de Doha se arrastam desde

    2001. Chegamos ao ano de 2014 e, mesmo assim, ainda no se tem um

    consenso final.Em 2013,o brasileiro Roberto Azevedo foi eleito diretor-

    geral da Organizao Mundial do Comrcio (OMC), onde este destaca que

    uma das suas prioridades destravar a Rodada de Doha.

    Mas afinal, por que tanta dificuldade para se chegar a um acordo?

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    Em primeiro lugar, relevante destacar a pluralidade de temas que

    tratada no mbito dessa rodada de negociaes: comrcio de

    mercadorias, comrcio de servios, defesa comercial, medidas de

    investimento relacionadas ao comrcio, agricultura, etc. Em segundo

    lugar, destaco o processo decisrio no mbito da OMC, aonde somente se

    chega a um denominador comum pelo consenso entre seus membros. Por

    fim, h o impasse instaurado entre pases desenvolvidos e pases em

    desenvolvimento. Enquanto os pases desenvolvidos desejam obter

    reduo de tarifas em produtos industrializados, os pases em

    desenvolvimento querem que os desenvolvidos reduzam o

    protecionismo na rea agrcola, particularmente no que se refere

    concesso de subsdios.

    Voltemo-nos agora para o exame de cada assertiva:

    A primeira assertiva est errada. A ampla liberalizao do comrcio

    de servios no um desejo dos pases em desenvolvimento, tampouco

    do Brasil. Os pases desenvolvidos que so interessados nisso, j que

    so grandes exportadores de servios. Interessante ressaltar aqui que

    uma tendncia que se pode observar a de que quanto mais

    desenvolvido for um pas, maior a participao do setor tercirio

    (servios) em sua economia. A atividade do setor tercirio em que o

    Brasil apresenta maior desenvolvimento a construo civil.

    A segunda assertiva est correta. O maior interesse do Brasil no que

    diz respeito s negociaes comerciais em Doha em relao aos

    produtos agrcolas. Nesse sentido, busca obter a eliminao ou reduo

    de barreiras tarifrias e no-tarifrias.

    A terceira assertiva est errada. Embora o Brasil tenha um parque

    industrial amplo e diversificado, sua posio em Doha no sentido de

    no colocar empecilhos nas redues tarifrias para produtos

    manufaturados. Isso porque o Brasil j cobra tarifas aduaneiras em um

    nvel inferior quele que se comprometeu nas negociaes tarifrias.

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    A quarta assertiva est correta. O Brasil tem sofrido com a aplicao

    de medidas antidumping contra a exportao de seus produtos. Mas o

    que seriam essas medidas antidumping?

    Medidas antidumping, a grosso modo, so medidas de defesa comercial

    aplicadas na forma de uma sobretaxa alm do imposto de importao. A

    sua aplicao objetiva fazer frente a importaes a preos reduzidos que

    causem dano indstria nacional do pas importador. Para que se

    imponham medidas antidumping, necessria, todavia, uma investigao

    conduzida em conformidade com o Acordo Antidumping.

    Pois bem, levando-se em considerao que o Brasil tem sofrido com a

    aplicao de direitos antidumping contra suas exportaes, ele deseja

    que as negociaes em Doha criem regras mais transparentes para a

    conduo de tais investigaes. O objetivo disso ter condies jurdicas

    mais favorveis para poder contest-las.

    Frum de Davos

    Pegando carona nesse assunto gostaria de chamar ateno para um

    outro Frum Econmico Mundial (FEM) que ocorreu em janeiro deste

    ano, na sua, FORUM DE DAVOS.

    O Frum Econmico Mundial (FEM) uma organizao internacional

    localizada em Genebra (Sua), responsvel pela organizao de

    encontros anuais com a participao e colaborao das maiores e

    principais empresas do mundo. Os encontros so realizados, em sua

    maioria, na cidade sua de Davos e, em razo disso, tambm so

    conhecidos como Frum de Davos, como sempre vemos noticiado nos

    jornais.

    Segundo os prprios organizadores, o principal objetivo do Frum

    Econmico Mundial melhorar a situao do mundo, atravs de aes

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    tomadas e executadas por lderes mundiais, grandes economistas,

    investidores e empresrios. Os membros componentes do FEM

    preconizam a irreversibilidade da globalizao, de forma que preciso

    estudar e compreender os seus impactos sobre o mundo, a fim de

    minimizar os efeitos negativos e potencializar os seus pontos positivos.

    O Frum de Davos j foi diversas vezes utilizado como plataforma neutra

    para estabelecimento de relaes diplomticas e realizao de pactos e

    acordos. Um dos acontecimentos mais marcantes foi o encontro entre o

    falecido Nelson Mandela e o ento presidente da frica do Sul e inimigo

    Frederik Willem de Klerk.

    Entretanto, no sculo XXI, as crticas sobre o FEM vm aumentando

    significativamente por ativistas e militantes de movimentos de esquerda

    e antiglobalizao e teve sua oposio materializada pela realizao do

    I Frum Social Mundial, em 2001, na cidade de Porto Alegre.

    Entre as principais crticas esto as acusaes de que o Frum Econmico

    Mundialcontribui para a ampliao da misria e pobreza no mundo, bem

    como para a agresso ao meio ambiente. Isso porque, como eu disse

    antes, eles consideram a globalizao como irreversvel e isso acaba

    incentivando o progresso econmico principais responsveis pela

    ampliao das misrias sociais.

    Alm da realizao do Frum Social Mundial, muitos protestos costumam

    marcar a realizao do FEM e este ano no foi diferente,e houve mais um

    ato contra a globalizao e ganncia dos pases mais ricos.Os

    manifestantes usaram mscaras e maquiagem reproduzindo pessoas com

    ferimentos, como forma de lembrar os que tiraram suas vidas em razo

    da crise econmica da Zona do Euro.

    Bem amigos, a essa altura vocs j devem ter percebido o quanto

    importante ter compreendido bem nossa Aula Demonstrativa pra

    compreender esses assuntos econmicos , no mesmo?

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    COMENTRIOS

    Bem, globalizao um termo muito recorrente e as prprias alternativas

    nos ajudam a chegar resposta certa. Podemos dizer que a

    globalizao um processo econmico e social que estabelece uma

    integrao entre os pases e as pessoas do mundo todo. Atravs deste

    processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam ideias, realizam

    transaes financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos

    quatro cantos do planeta. Dentro deste processo econmico, muitos

    pases se juntaram e formaram blocos econmicos, cujo objetivo principal

    aumentar as relaes comerciais entre os membros. Sendo assim, a

    resposta correta a letra A.

    Vamos, ento, falar um pouquinho sobre os erros das outras alternativas.

    A letra B fala em defesa formal do protecionismo, o que um erro. Os

    blocos econmicos at fazem um protecionismo velado de seus membros,

    mas no de maneira formal.

    A letra C erra quando fala em esfacelamento dos blocos econmicos. A

    letra D falha ao mencionar obstculos para circulao de pessoas. E a

    letra E erra ao falar em reduzido nvel de inovaes tecnolgicas.

    Integrao Regional na Amrica Latina - ALADI:

    Bem, amigos, como dissemos anteriormente o mundo globalizado vem

    revelando uma constante necessidade de agrupamento dos pases para

    que juntos que se tornem mais fortes na comunidade internacional.

    Assim, na Amrica no tem sido diferente, e inmeras aglomeraes,

    por assim dizer, vm sendo formadas entre naes com interesses e

    pontos de vista comuns.

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    No precisamos decorar isso, pessoal, mas o mapa acima nos d uma

    boa noo de como vm sendo tcitas as tentativas de integrao em

    nosso continente.

    Os pases que esto coloridos de azul so membros tanto da UNASUL

    quanto do MERCOSUL. J os em verde pertencem UNASUL e CAN

    Comunidade Andina. Em contrapartida, os que esto coloridos em laranja

    so membros apenas da UNASUL.

    A integrao regional na Amrica Latina remonta ao perodo posterior

    Segunda Guerra Mundial, quando comeam a surgir nesse continente as

    primeiras ideias integracionistas. Dessa forma, na dcada de 50

    comeam a tomar forma tais ideias, que encontram suas motivaes nas

    experincias integracionistas realizadas na Europa e, ainda, no

    pensamento da Comisso Econmica para a Amrica Latina (CEPAL).

    Por um lado, a partir das bem-sucedidas experincias integracionistas

    europeias, os pases latino-americanos perceberam que a melhor forma

    de alcanar desenvolvimento econmico conjunto seria a organizao em

    blocos econmicos. Por outro lado, as recomendaes da CEPAL eram no

    sentido de que os pases da Amrica Latina deveriam utilizar-se de

    polticas de substituio de importaes (prticas protecionistas) e que o

    livre comrcio s deveria existir em mbito regional.

    Assim, a partir do pensamento cepalino, cuja principal figura era o

    economista argentino Ral Prsbisch, surgiu em 1960 a ALALC

    (Associao Latino-Americana de Livre Comrcio). A ALALC tinha como

    objetivo estabelecer, no longo prazo, um mercado comum, comeando,

    todavia, com uma rea de livre comrcio, integrando os seguintes pases:

    Argentina, Bolvia, Brasil, Chile, Colmbia, Equador, Mxico, Paraguai,

    Peru, Uruguai e Venezuela.

    Mas ser que a ALALC foi uma iniciativa que deu certo?

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    No, amigos, a ALALC no deu muito certo! E podemos aqui assinalar

    diversos motivos!

    Em primeiro lugar, os objetivos a que se propunha a ALALC

    (estabelecer um mercado comum) eram demasiadamente ambiciosos, o

    que levou ao no-cumprimento dos compromissos assumidos pelos

    pases que a integravam. Dessa forma, no foi possvel nem mesmo

    formar uma rea de livre comrcio que englobasse os pases-membros.

    Em segundo lugar, no foram contemplados adequadamente a

    diferena entre os nveis de desenvolvimento dos pases envolvidos no

    processo de integrao. Afinal de contas, no podemos nos esquecer que,

    mesmo dentro da Amrica Latina h diferenas de desenvolvimento. De

    um lado h pases como Brasil, Argentina e Mxico, os quais possuem

    economias mais fortes; de outro h pases como Bolvia e Paraguai, que

    so economias menores.

    Em terceiro lugar, no perodo compreendido entre 1960 e 1980, os

    pases envolvidos no processo de integrao atravessaram momentos de

    grande instabilidade poltica, notadamente em razo das ditaduras

    militares.

    Por fim, podemos citar, ainda, como entraves ao bom funcionamento da

    ALALC a heterogeneidade das polticas econmicas dos pases-membros,

    a falta de vontade poltica dos governos e o dficit institucional que a

    caracterizava (falta de flexibilidade de seus mecanismos e inexistncia de

    rgos supranacionais a conduzirem o processo de integrao).

    No tendo dado certo a ALALC, foi criada em 1980, pelo Tratado de

    Montevidu a ALADI (Associao Latino-Americana de Integrao).

    A ALADI , atualmente, o mais importante frum de negociaes

    comerciais na Amrica Latina, sendo constituda por 12 pases,

    representantes das 3 (trs) Amricas: Brasil, Argentina, Uruguai,

    Paraguai, Chile, Bolvia, Equador, Peru, Venezuela, Colmbia, Mxico e

    Cuba.

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    b) foi o principal responsvel pela proposta decriao e pela imediata

    implantao da Uniodas Naes Sul-Americanas (UNASUL).

    c) aproximou-se do governo de Bogot e o apoiou ostensivamente na

    frontal condenao das Foras Armadas Revolucionrias da Colmbia

    (FARCs).

    d) manteve a tradicional oposio ao regimecastrista, deplorando a falta

    de liberdade de quepadece Cuba desde a revoluo que derrubou

    oditador Batista.

    e) integra o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), que, a despeito das

    dificuldades que caracterizamsua trajetria, mantm-se como bloco e

    amplia onmero de membros.

    COMENTRIOS

    A assertiva A est errada. Cuidado! No v ler rivalidade entre Brasil e

    Argentina e ir marcando como certa. A maior rivalidade no futebol.

    Bem, o Cone Sul (poro sul do continente americano) o outro nome

    que recebe o MERCOSUL, porque sua formao original abrangia as

    naes do sul do continente, que formam um cone. O MERCOSUL

    composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e, mais

    recentemente, pela Venezuela.

    A assertiva B est errada. A UNASUL (Unio das Naes Sul-Americanas)

    uma comunidade formada por doze pases, entre eles, o Brasil. No

    houve a implantao imediata, pois o Tratado de Criao precisou ser

    ratificado por cada um deseus estados-membros atualmente, o tratado

    j se encontra ratificado por todos os pases.

    A assertiva C est errada. O Brasil no se aproximou do governo da

    Colmbia e no se colocou ostensivamente contra as FARCs. S para

    completar, a Colmbia vive o conflito interno de duas foras opostas: de

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    um lado a Frente Nacional e de outro as Foras Armadas Revolucionrias

    da Colmbia (FARCs).Os sequestros e o contrabando de drogas, em

    especial da cocana, so prticas comuns das FARCs, pois atravs desses

    recursos a organizao obtm dinheiro para se equipar militarmente.

    A assertiva D est errada. O Brasil no faz oposio a Cuba, tanto que

    reconheceu o governo de Fidel Castro e se absteve na votao que

    expulsou Cuba da Organizao dos Estados Americanos, em 1962.

    A assertiva E est correta. Como j vimos na explicao anterior, o

    Brasil faz parte do MERCOSUL, que foi criado em 1991 com a assinatura

    do Tratado de Assuno, no Paraguai.

    MERCOSUL

    Bem, meus amigos, no podamos encerrar essa aula sem falar de um

    dos maiores rebulios econmicos deste ano: a entrada da Venezuela no

    MERCOSUL, no mesmo? Ainda que estejamos num estgio muito

    diferente da Unio Europeia, j demos alguns passos importantes para,

    quem sabe um dia, atingir o nvel de liberalizao e homogeneizao

    econmica que eles possuem.

    Portanto, no podemos esquecer que temos, aqui bem pertinho de ns,

    um importante mercado do qual fazemos parte e que assume, cada vez

    mais, uma enorme importncia para todos ns: o MERCOSUL.

    O MERCOSUL um bloco regional que tem por objetivo formar um

    mercado comum. constitudo por Brasil, Argentina, Uruguai,Paraguai e

    Venezuela(que iniciou sua adeso em 31 de julho de 2012). O fato que

    bloco comeou 2012 sem jamais ter passado por uma reconfigurao,

    mas entrou em 2014 com a incorporao plena da Venezuela, o retorno

    do Paraguai ao bloco (aps meses de suspenso) e com negociaes para

    a adeso da Bolvia.

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    Porm, as crticas sobre o seu papel inicial de se transformar em um

    mercado comum persistem. No entanto, para especialistas, os ganhos do

    bloco no campo diplomtico de aproximar pases na regio e fazer

    contraponto ao Norte ganham fora com a ampliao. Nesse contexto,

    o Brasil se beneficia ainda mais, ao alargar o mercado para seus produtos

    e garantir suprimento energtico. Esse estgio de integrao pressupe a

    livre circulao de mercadorias e servios entre seus membros, uma

    poltica comercial comum em relao a terceiros pases e a livre

    circulao dos fatores de produo.

    As origens do MERCOSUL esto na Declarao de Iguau, que formalizou

    a cooperao econmica entre Brasil e Argentina no ano de 1985.

    Posteriormente, Fernando Collor de Melo e Carlos Menem assinaram, em

    1990, a Ata de Buenos Aires, visando integrao econmica entre esses

    dois pases. Em 1991, com a assinatura do Tratado de Assuno e a

    entrada de Uruguai e Paraguai no bloco, surge o MERCOSUL.

    Ainda falta muito para o MERCOSUL atingir o objetivo de constituio de

    um mercado comum, pois h uma srie de dificuldades polticas e

    institucionais que impedem o aprofundamento da integrao regional. Em

    primeiro lugar, os pases que integram o MERCOSUL so

    economicamente muito heterogneos. Enquanto o Brasil e Argentina

    possuem economias maduras, o Paraguai ainda uma economia bem

    frgil. Em termos polticos, o Brasil goza de maior prestgio no cenrio

    internacional e sua poltica externa tem objetivos ambiciosos, como

    conquistar um assento permanente no Conselho de Segurana da ONU.

    No que diz respeito s dificuldades institucionais do MERCOSUL,

    ressalto que no existe nesse bloco regional um rgo supranacional com

    capacidade legislativa. Isso dificulta a produo normativa no mbito do

    MERCOSUL, enfraquecendo, por conseguinte, a segurana jurdica. Para

    que uma norma tenha vigor no mbito do MERCOSUL, ela deve ser

    aprovada pelos seus cinco pases-membros.

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    Quanto s prticas protecionistas adotadas entre seus membros, no

    h dvidas de que elas se ampliaram nos ltimos tempos. Principalmente

    no comrcio entre Brasil e Argentina, o que se percebe uma verdadeira

    troca de gentilezas entre esses pases. S que no...

    Todavia, apesar de todas essas dificuldades para a consolidao da

    integrao entre os seus integrantes, a corrente de comrcio do Brasil

    com o bloco intensificou-se nos ltimos anos.

    O Brasil tem dado grande prioridade ao fortalecimento do MERCOSUL.

    Isso se deve, conforme j comentei anteriormente, s ambies da

    poltica externa brasileira, cujo objetivo conseguir um assento

    permanente no Conselho de Segurana da ONU. Para isso, o Brasil

    almeja ser visto pelo mundo como um autntico lder e promotor da

    estabilidade regional.

    A criao do FOCEM (Fundo para Convergncia Estrutural) e do

    Parlamento do MERCOSUL foram, nesse sentido, iniciativas apoiadas pelo

    Brasil. O FOCEM um fundo destinado a apoiar projetos de infraestrutura

    das economias menores e das regies menos desenvolvidas do

    MERCOSUL, visando, acima de tudo, reduo das assimetrias regionais.

    O Parlamento do MERCOSUL, por sua vez, representa um passo

    acaminho do aprofundamento do processo de integrao. Como principais

    funes, o PARLASUL, criado por lei em 2005 e cuja primeira sesso foi

    realizada em maio de 2007, busca agilizar o processo de incorporao de

    normas do MERCOSUL ao ordenamento jurdico de seus membros, bem

    como fortalecer a cooperao interparlamentar.

    Outra iniciativa que pretende aprofundar a integrao no mbito do

    MERCOSUL o Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML), que j

    permite hoje que Brasil e Argentina utilizem, em suas relaes comerciais

    recprocas, o peso e o real. Existe a possibilidade, ainda no

    transformada em realidade, de que esse sistema seja estendido a todas

    as relaes comerciais entre os pases do MERCOSUL.

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    A) A dependncia do Brasil em relao ao MERCOSUL crescente, haja

    vista que as exportaes para esse bloco mais do que dobraram entre

    janeiro e junho de 2012, quando comparadas com os mesmos meses de

    2011.

    B) A aprovao da entrada da Venezuela no MERCOSUL se deu depois de

    recente crise poltica ocorrida no Paraguai.

    C) Na mesma reunio em que foi aprovada a entrada da Venezuela no

    bloco, foi recusada a admisso dos pases da Aliana do Pacfico (Chile,

    Colmbia, Peru e Mxico), sob a argumentao de eles serem

    considerados neoliberais.

    COMENTRIOS

    A letra A est errada. O que ocorreu, na verdade, foi justamente o

    inverso. No acumulado janeiro-junho de 2012, as exportaes

    apresentaram um valor inferior ao igual perodo de 2011. As exportaes

    registraram retrao de 1,7%, pela mdia diria. Fiquem atentos!As

    importaes, sim, tiveram um aumento de 3,7% sobre o mesmo perodo

    anterior, pela mdia diria, portanto, essa assertiva errada.

    A letra B est correta.O Paraguai foi suspenso temporariamente do bloco

    do MERCOSUL, entre 2012 e 2013, por causa da maneira pouco

    democrtica pela qual foi conduzido o impeachment do presidente

    Fernando Lugo. Como o Paraguai era contra da participao da

    Venezuela, a retirada do Paraguai abriu uma brecha para que os demais

    pases aceitassem o ingresso da Venezuela a partir de 31 de julho de

    2012

    A letra C est errada. Tenham muito cuidado com este tipo de questo,

    pessoal, pois so verdadeiras pegadinhas pros mais desatentos. Chile,

    Colmbia e Mxico so pases neoliberais, somente o Peru de

    esquerda. Corre-se, ento, o risco de considerar a questo como certa,

    por conter um dado verdadeiro.

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    Os pases que compem a Aliana do Pacfico uniram-se com o objetivo

    de dar plena liberdade s suas empresas e aos seus 215 milhes de

    habitantes para transitar, estudar, trabalhar, movimentar capitais e fazer

    negcios sem precisar de licena prvia dos governos locais. Na prtica, a

    Aliana do Pacfico um novo bloco poltico e econmico capaz de

    rivalizar com o MERCOSUL, distanciando-se dele.

    A assertiva est errada.

    (CESPE/TRE-RJ/2012 -adaptada) Segundo pesquisa do instituto

    ICM publicada pelo jornal The Guardian, 51% da populao deste

    pas no est muito disposta a uma relao estreita com os outros

    pases da U.E., cerca de 36% querem definitivamente o pas fora

    da Unio Europeia e outros 15% disseram que poderiam votar

    pela sada (da UE) em um eventual referendo sobre o tema. Este

    pas :

    a) Alemanha

    b) Frana

    c) Reino Unido

    d) Irlanda

    e) Portugal

    COMENTRIOS

    Eleito, em 2010, ao posto de primeiro-ministro, David Cameron prometeu

    que realizaria,brevemente, um referendo para decidir so