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1 Atividades lúdicas: proposições metodológicas para o ensino da Geografia Escolar. Marcia Aparecida Pavelski Rupel PDE /2008- 2009 SEED/UFPR Resumo O presente artigo relata a experiência através da qual, foram desenvolvidas diversas atividades lúdicas, com alunos de quatro 6ª séries do Colégio Estadual Sagrada Família, abordando conteúdos de Geografia do Brasil. Ao utilizar a expressão “atividades lúdicas”, refiro-me a atividades que abordem ações como: jogar, representar, desenhar, pintar, dramatizar, experimentar e outras; levando o aluno a familiarizar-se com diferentes linguagens e formas de expressão: imagens, músicas, mapas, obras de arte, textos, história em quadrinhos, desenhos e outros materiais. Pretende-se também ressaltar a importância da utilização das atividades lúdicas para o ensino da disciplina de Geografia. Com o desenvolvimento dessas atividades, pode-se demonstrar ao aluno que a Geografia está presente em nosso dia-a-dia. Através de atividades diversificadas possibilitamos aos alunos que conheçam e analisem características do Brasil, refletindo sobre a sua realidade e construindo seus conceitos geográficos. Palavras chaves: atividades lúdicas e ensino de Geografia Escolar Summary This article reports the experience through which were developed several recreational activities with four 6th grade students “Colégio Estadual Sagrada Família”, approaching the geography of Brazil. By using the term "recreational activities", I refer to activities that address actions such as play, acting, drawing, painting, dramatic, and other experience,

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Atividades lúdicas: proposições metodológicas para o ensino da Geografia Escolar.

Marcia Aparecida Pavelski Rupel

PDE /2008- 2009

SEED/UFPR

Resumo

O presente artigo relata a experiência através da qual, foram desenvolvidas

diversas atividades lúdicas, com alunos de quatro 6ª séries do Colégio

Estadual Sagrada Família, abordando conteúdos de Geografia do Brasil.

Ao utilizar a expressão “atividades lúdicas”, refiro-me a atividades que abordem

ações como: jogar, representar, desenhar, pintar, dramatizar, experimentar e

outras; levando o aluno a familiarizar-se com diferentes linguagens e formas de

expressão: imagens, músicas, mapas, obras de arte, textos, história em

quadrinhos, desenhos e outros materiais.

Pretende-se também ressaltar a importância da utilização das atividades

lúdicas para o ensino da disciplina de Geografia. Com o desenvolvimento

dessas atividades, pode-se demonstrar ao aluno que a Geografia está presente

em nosso dia-a-dia. Através de atividades diversificadas possibilitamos aos

alunos que conheçam e analisem características do Brasil, refletindo sobre a

sua realidade e construindo seus conceitos geográficos.

Palavras chaves : atividades lúdicas e ensino de Geografia Escolar

Summary

This article reports the experience through which were developed several

recreational activities with four 6th grade students “Colégio Estadual Sagrada

Família”, approaching the geography of Brazil.

By using the term "recreational activities", I refer to activities that address

actions such as play, acting, drawing, painting, dramatic, and other experience,

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leading the student to become familiar with different languages and forms of

expression: images, music, maps, artworks, texts, comics, drawings and other

materials.

It is also intended to emphasize the importance of the use of play activities for

the teaching of Geography. With the development of these activities, we can

show the student that the Geography is present in our day-by-day. Through

diverse activities we enable students to understand and analyze characteristics

of Brazil, reflecting on their reality and building their geographical concepts.

Key words : recreational activities and teaching of Geography School

1. INTRODUÇÃO

A Geografia é uma disciplina bastante ampla, abrangente e complexa, pois,

possui inúmeros conceitos. Os professores, durante o desenvolvimento das

aulas, nem sempre conseguem despertar o interesse dos alunos para o estudo

da Geografia e consequentemente para o seu aprendizado.

Muitas vezes durante o desenvolvimento dos conteúdos de Geografia no

cotidiano da sala de aula, as atividades tornam-se cansativas e pouco atrativas

para os alunos, principalmente porque nem sempre se buscam metodologias

alternativas para motivá-los.

Historicamente, a Geografia é vista como uma disciplina do “decorar”

conteúdos. Infelizmente, essa visão ainda permanece. Quando o trabalho é

desenvolvido com atividades que despertam o interesse e motivam nossos

alunos a aprender, a aula torna-se mais prazerosa tanto para o trabalho do

professor, quanto para os educandos, facilitando o ensino-aprendizagem dos

conteúdos específicos de Geografia. Partindo desse pressuposto é que se

desenvolveu um Plano de trabalho dentro do Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE, oferecido pela SEED – Secretaria de Estado da Educação

do Paraná, tendo como tema a utilização das atividades lúdicas no ensino da

Geografia Escolar.

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O principal objetivo do trabalho desenvolvido concentra-se em propor

através da utilização de atividades lúdicas uma metodologia para o ensino da

Geografia escolar, visando tornar a disciplina mais atrativa aos educandos;

contribuindo para a aprendizagem; desenvolvendo habilidades diversas;

auxiliando-os na construção do conhecimento e dos conceitos geográficos. Ao

desenvolver o projeto, a pesquisa, as leituras necessárias e a implementação

do trabalho na escola me senti conduzida à reflexão da minha prática

pedagógica, podendo observar nela os pontos positivos e negativos.

Desta forma fez-se necessário oferecer aos educandos oportunidades para

que desenvolvessem em sala de aula atividades diversificadas, propiciando o

desenvolvimento da ludicidade, levando o aluno a gostar de aprender, ou seja

aprendendo de uma maneira simples, brincando, muitas vezes sem perceber

que está estudando, de uma forma dinâmica e atrativa, aproximando o aluno

do conhecimento geográfico. Deve-se ressaltar que neste texto ao me referir a

“atividades lúdicas”, entendem-se atividades que abordem ações como: jogar,

representar, desenhar, pintar, dramatizar, experimentar, dinâmicas de grupo e

outras.

Para efetivar esse propósito, foi elaborado no 2º Semestre de 2008, um

Caderno Pedagógico, intitulado: “A utilização das atividades lúdicas para o

ensino da geografia escolar: uma abordagem para 6ª série”. No 1º

Semestre de 2009, as atividades foram implementadas no Colégio Estadual

Sagrada Família – Ensino Fundamental e Médio, município de Campo Largo,

nas turmas de 6ª Séries A, B, C e D do período matutino e uma das atividades

foi desenvolvida em três turmas do curso de Formação de Docentes: 3º FDA,

3º FDB e 4º FDA.

Os temas escolhidos para a realização das atividades referem-se às

diferenças regionais do Brasil: políticas, sociais, econômicas e principalmente a

diversidade cultural brasileira.

Além da implementação do Plano de Trabalho na escola, também se

desenvolveu como uma das funções do PDE, o GTR – Grupo de Trabalho em

Rede, que faz parte da formação continuada para professores da rede pública

estadual. Professores de diversas partes do Estado tiveram a oportunidade de

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trocar e partilhar conhecimentos e idéias sobre a disciplina de Geografia, o

tema do presente trabalho, conteúdos e abordagens utilizadas em sala de aula;

refletindo sobre suas práticas pedagógicas.

O presente artigo faz parte da etapa final do PDE (já citado anteriormente).

No desenvolvimento do mesmo, contextualizo a importância educacional dos

jogos, na sequencia discorro sobre a utilização das atividades lúdicas na

disciplina de Geografia e concluindo faço um relato de oito atividades

realizadas em sala de aula.

2. Atividades lúdicas: proposições para o ensino da Geografia Escolar.

A Geografia é uma disciplina, que ao ser ensinada, permite a aproximação

do educando com a sua realidade em muitos dos conteúdos trabalhados,

assim, utilizando vivências do dia a dia, como: músicas, obras de arte, figuras,

ilustrações, confecção de jogos e outros; é que escolhi abordar as atividades

lúdicas em meu plano de trabalho.

MARINHO (2007 p. 90) cita FRIEDMAN (1996) e VOLPATO (1999):

“a brincadeira refere-se ao comportamento espontâneo ao realizar uma atividade das mais diversas. O jogo é uma brincadeira que envolve certas regras, estipuladas pelos participantes. O brinquedo é identificado como o objeto de brincadeira. A atividade lúdica compreende todos os conceitos anteriores .” (grifo meu)

Os educadores das séries iniciais utilizam o lúdico no seu cotidiano. À

medida que as crianças vão crescendo o lúdico vai sendo deixado de lado, o

que é um erro, pois pessoas de todas as idades aprendem através de

atividades que tem sua essência na música, jogos, representações teatrais e

diferenciadas formas de expressão.

HUIZINGA no clássico “Homo ludens: O jogo como elemento da cultura”,

observa que o jogo está presente na cultura de todos os povos e considera que

o “ludus, abrange os jogos infantis, a recreação, as competições, as

representações litúrgicas e teatrais e os jogos de azar.” (p. 41).

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2.1. A importância educacional dos jogos.

A utilização de jogos em sala de aula, sempre foi alvo de muitas

discussões, desde a sua importância, quanto à sua utilização.

Muitos educadores defendem o desenvolvimento das atividades lúdicas,

na formação de crianças e jovens, pois elas são facilitadoras do acesso ao

conhecimento.

Ao participar de atividades lúdicas o educando desenvolve a

imaginação, pratica a interação e a integração com os colegas e essas ações

favorecem uma aprendizagem de qualidade em todas as áreas do

conhecimento.

Desde os primeiros anos de vida, a criança entra em contato com as

atividades lúdicas, por meio de jogos, brincadeiras, videogames, jogos de

computador e outras. Essas atividades lúdicas são inerentes ao ser humano

durante toda a sua vida, por isso os educadores não devem perder a

oportunidade de utilizá-los em sala de aula.

ARNAUD SOARES em entrevista a Folha Dirigida, RJ - 19/06/2006

intitulada: A revolução (silenciosa) da internet nas salas de a ula , afirma:

“Trabalhar com o lúdico implica em abordar o prazer , que é fundamental no processo de organização/estruturação da subjetividade humana. Por isso mesmo, não se trata de um aspecto de menor importância a ser trabalhado nas escolas. As atividades lúdicas ou o lúdico como um fundamento dos processos formativos , implícito no desenvolvimento cognitivo e nos modos e mecanismos da aprendizagem , entre outros, supõem competências específicas e, até então, pouco aprofundadas no âmbito da educação formal. Está cada vez mais evidente que é possível produzir, aprender e trabalhar com prazer”. (grifo meu)

Assim como ocorre naturalmente na vida das pessoas, no campo

educacional também acontece algo muito parecido: na educação infantil e nas

séries iniciais, os professores se utilizam muito das atividades lúdicas. Porém,

a partir da 5ª série é comum que essas atividades fiquem cada vez mais

escassas. Ao realizar o meu trabalho desenvolvi diversas atividades lúdicas

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durante as aulas de Geografia nas turmas de 6ª séries do Colégio Estadual

Sagrada Família, ressaltando a importância dessas atividades para o

desenvolvimento integral do educando.

Através da utilização das atividades lúdicas, os alunos participam de um

ambiente de aprendizagem ativo, explorando e descobrindo conhecimentos.

Acredita-se que o lúdico é tão antigo quanto nossos ancestrais, pois o

homem primitivo já tinha jogos, brincadeiras, desenhos, representações; como

por exemplo, os desenhos nas paredes das cavernas, em suas esculturas,

produção de utensílios para uso no dia a dia; onde a criatividade foi muito

utilizada. Essas representações significam registros históricos, artísticos,

estéticos; dependendo do ponto de vista que estão sendo analisados.

Através da realização de atividades lúdicas promove-se a aprendizagem,

formal ou informal. O lúdico, o jogo, o brincar, as brincadeiras acontecem

dentro e fora da escola.

Quando utilizamos as atividades lúdicas no processo educacional formal,

ou seja, em sala de aula, além dos objetivos cognitivos a serem alcançados,

podemos enumerar outras contribuições que essas atividades podem

proporcionar ao aluno:

- Respeitar limites:

O aluno desenvolve hábitos e atitudes positivas, aprende a respeitar os

colegas, melhora seu convívio social, aprende a respeitar regras e passa a

entender a competição como parte e não como essência do jogo, ou seja,

aprende a ganhar e também a perder.

- Socializar-se:

O educando aprende a viver e a conviver em sociedade, desenvolve

vínculos com os colegas e melhora o sentimento de grupo, praticando a

colaboração e a cooperação, melhorando as relações entre todos os elementos

do grupo.

- Desenvolver a criatividade:

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A participação em atividades lúdicas proporciona o desenvolvimento do

pensamento criativo. Assim sendo o aluno procura inovar, através de novas

formas de realizar a atividade, de adaptar-se às novas situações e também de

se relacionar com os conceitos, conhecimentos e conseqüentemente com a

aprendizagem.

- Interagir:

A interação é inerente ao conceito do lúdico, pois as atividades lúdicas

suscitam a participação de todos, ajudando ao aluno a integrar-se com os

colegas, interagir nas atividades realizadas, dar opiniões e participar

ativamente.

Além das contribuições que as atividades lúdicas proporcionam aos

alunos, já destacadas, podemos citar várias outras; dependendo da atividade

que está sendo realizada, com objetivos mais específicos.

A disciplina de Geografia colabora com a formação integral do aluno,

desenvolver atividades lúdicas no decorrer de suas aulas é essencial.

ACOSTA (2003) destaca que “o lúdico é fundamentalmente

experienciável, vivido, e depende de como cada indivíduo o experiencia”.

Trazer o lúdico como recurso metodológico para a sala de aula mostra-se como

uma alternativa bastante viável e produtiva, visando melhores resultados em

relação ao ensino-aprendizagem, e, conseqüentemente entre professor e

aluno.

2.2. As atividades lúdicas e o ensino de Geografia .

A importância de se trabalhar com atividades lúdicas já foi abordada

anteriormente. As atividades lúdicas podem ser abordadas em todas as

disciplinas e atividades, sempre tendo um objetivo bem definido. Na disciplina

de Geografia isso ocorrerá da mesma forma.

Muitas vezes durante o desenvolvimento dos conteúdos de Geografia no

cotidiano da sala de aula, as atividades tornam-se cansativas e pouco atrativas

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para os alunos, principalmente quando não buscamos metodologias

alternativas para motivá-los.

Como dissemos anteriormente, historicamente, a Geografia é vista como

uma disciplina do “decorar” conteúdos. Infelizmente, essa visão ainda

permanece. Quando o trabalho é desenvolvido com atividades que despertam

o interesse e motivam nossos alunos a aprender, a aula torna-se mais

prazerosa tanto para o desenvolvimento do trabalho do professor, quanto para

os educandos, facilitando o ensino-aprendizagem dos conteúdos específicos

de Geografia. Partindo desse pressuposto é que desenvolveu-se o projeto, o

caderno pedagógico, a implementação na escola e o presente artigo científico.

PASSINI, (2007, p. 24) afirma que: “é possível ultrapassar o mito da

Geografia descritiva e trabalhar com uma Geografia analítica e

interpretativa na formação do cidadão crítico”. (grifo meu)

Através da utilização do lúdico na educação, vários objetivos podem ser

atingidos, não só em curto prazo, mas também, objetivos em longo prazo,

como, o desenvolvimento do raciocínio, do pensamento crítico, da criatividade,

da formação de indivíduos pró-ativos, que buscam soluções para as situações

que se apresentam.

“A importância do jogo está nas possibilidades de aproximar a criança

do conhecimento científico, levando-a a vivenciar situações de solução de

problemas” (MOURA, 2007, 85).

Com objetivos bem definidos, os jogos se constituem um apoio didático

podem ser trabalhados e aplicados para a aprendizagem e construção de

conceitos geográficos.

O geógrafo CELSO ANTUNES afirma:

“Na Geografia, os docentes podem se utilizar dos jogos que explorem a inteligências pessoais e a naturalista (ambiental). Fazer com que conheçam o espaço geográfico e construam conexões que permitam aos alunos perceber a ação de homem em sua transformação e em sua organização no espaço físico e social. ” (ANTUNES, 2002, p.44). (grifo meu)

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A Geografia é uma disciplina muito dinâmica e no ensino da Geografia,

muitos conteúdos e conceitos podem ser abordados através do

desenvolvimento de atividades lúdicas, abrangendo muitas possibilidades.

CAVALCANTI aborda os principais conceitos que fundamentam a

disciplina de Geografia, que são: “lugar, paisagem, região, território, natureza e

sociedade”, que também embasam as Diretrizes Curriculares Estaduais, do

Estado do Paraná (DCEs). Todos esses conceitos podem ser discutidos

através da realização de atividades lúdicas; tendo como objetivo conduzir a sua

apreensão, estimulando o pensamento crítico e capacidade de analisar a

realidade do mundo contemporâneo, propiciando ao aluno estabelecer

associações entre o espaço geográfico e as estruturas políticas, econômicas,

sociais e culturais da sociedade.

Podemos também explorar através de atividades lúdicas os conceitos:

“localização” que permite localizar/situar os acontecimentos; o de “orientação”

que encaminha à localização no espaço, dos eventos, dos lugares em si; o de

“representação” que é a forma de abstrair da realidade concreta e expressá-la

mental ou graficamente.

As Diretrizes Curriculares Estaduais do Estado do Paraná (DCEs), já

citadas anteriormente orientam que “os conteúdos específicos de Geografia

sejam trabalhados de forma crítica e dinâmica , de maneira que a teoria e a

realidade estejam interligadas , em coerência com os fundamentos teóricos

propostos” (grifo meu). Assim uma das opções metodológicas para concretizar

essa orientação é realizar atividades lúdicas envolvendo os conceitos- chaves

para o ensino de Geografia, buscando evidenciar o seu papel na articulação de

momentos significativos e variados, voltados para a apropriação do processo

ensino-aprendizagem. Esses conceitos constituem as bases para que os

alunos tenham condições de compreender como ocorre a produção do espaço

geográfico na atualidade e como aconteceu ao longo da história da

humanidade, devendo ser introduzidos de forma gradual, contínua e ao mesmo

tempo interligados, através de explicações e exemplos.

Dentro do contexto que estamos abordando, PASSINI, (2007, p. 75),

afirma:

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“Eles (os conhecimentos) precisam ser motivadores, desafiadores e coordenadores entre o conhecimento construído e o novo, fazendo articulações entre o conteúdo teórico e o cotidiano. ... inserir o cotidiano do aluno na interpretação de fenômenos da Geografia pode ser interpretada como respeito ao aluno, seu ambiente e suas construções anteriores ”. (grifo meu).

Para a construção desses conceitos, geográficos é muito importante

levar em conta a vivência dos alunos, isto é, os seus conhecimentos prévios,

aqueles concebidos a partir do cotidiano, aliando o prazer e o divertimento à

aprendizagem. Ao utilizar atividades lúdicas, faz-se necessário uma

organização bastante estruturada, interessante, desafiadora e acima de tudo

produtiva. Não é permitido “brincar por brincar”. Estas atividades devem estar

repletas de intencionalidade.

Mesmo porque, o ensino da Geografia em si, é caracterizado por

compromissos que vão além da mera transmissão de informações. Ao menos é

o que nos aponta MATIAS quando cita VESENTINI:

“A Geografia, enquanto ciência e disciplina escolar que trata da distribuição dos fenômenos físicos/naturais e humanos e a integração entre eles em escala local, regional ou global, deve ter várias formas de mediação para atingir seu objetivo que é o de levar o educando a compreender o mundo em que vive , da escala local até a planetária , dos problemas ambientais até os econômico-culturais. ” (VESENTINI, 2003, p.22). (grifo meu)

Além dos conceitos geográficos já citados anteriormente, podemos

trabalhar através da ludicidade, o raciocínio escalar e consequentemente o

raciocínio geográfico.

CARVALHO e FILIZOLA (2005, p. 30) afirmam que “a vivência

conceitual da escala ou raciocínio escalar permite que a criança possa

estabelecer relações de proporção e entender o que acontece com os

fenômenos geográficos nas diferentes escalas dos lugares e do território”.

(grifo meu)

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Visando desenvolver nos alunos essa noção referente às escalas de

análise, podemos utilizar diversas atividades lúdicas, começando por locais

mais próximos até a escala global.

Um dos recursos visuais mais importantes da Geografia são os mapas.

Além de importante é também bastante associado à disciplina. Ao ouvir falar de

Geografia já se faz associação com os mapas. Podemos desenvolver várias

atividades lúdicas com mapas, desde a Cartografia Tátil, jogos de localização e

orientação, mapas ilustrados e outras.

Os desenhos, as pinturas, as esculturas, também são formas de

representar o espaço geográfico. As representações através de pictogramas,

legendas criadas pelos próprios alunos, podem ser consideradas atividades

lúdicas.

CARVALHO e FILIZOLA (2005, p. 31) destacam que:

“os desenhos podem servir para aferir na criança a aquisição da linguagem gráfica/ cartográfica e as noções a ela associados, por exemplo: representação, perspectiva, localização, escala e organização/ estruturação do espaço, etc. Servem também para a criança desenvolver habilidades temporais quando representa, por exemplo, lugares do passado, no presente e no futuro”. (grifo meu)

Para contextualizar a Geografia, devemos fazer uso de diversas

linguagens, fazendo com que os alunos relacionem os assuntos discutidos em

sala de aula com a sua realidade.

Utilizando novamente as idéias de CARVALHO e FILIZOLA (2005,

P.32):

“a linguagem gestual (mímica facial e outras partes do corpo), expressão através das diferentes linguagens acerca da relação afetiva com as paisagens e os lugares , dramatização dos lugares e paisagens ; expressão espaço-sensorial (observação, leitura e interpretação através do tato, audição paladar, visão e olfato); jogos e atividades associados a motricidade (lateralidade e memória corporal associadas a localização )”. (grifo meu)

Existem diversas maneiras de utilizar o lúdico em sala de aula, na

disciplina de Geografia. As alternativas são muitas, depende muito da

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criatividade do professor e também da vontade de aproximar o máximo

possível os conhecimentos científicos dos conhecimentos cotidianos.

Dentro desse contexto é que se justifica a utilização da ludicidade

durante as aulas, para trabalhar conteúdos específicos da Geografia. A

utilização de atividades lúdicas podem se mostrar uma estratégia eficiente para

tornar a disciplina mais encantadora e atrativa, incentivando os alunos à busca

do conhecimento.

2.3. Implementação do projeto de intervenção pedagó gica na escola:

As atividades de implementação foram desenvolvidas no 1º semestre do

ano letivo de 2009, em quatro turmas de 6ª séries, do Ensino Fundamental, no

Colégio Estadual Sagrada Família, localizado em Campo Largo. Uma das

atividades foi realizada em três turmas do curso de Formação de Docentes,

curso profissionalizante, do Ensino Médio.

Procurei desenvolver atividades bem diversificadas, usando várias

maneiras diferentes para a realização da abordagem dos conteúdos, como

música, imagens, desenhos, confecção de mapas, elaboração de jogos e

outras atividades.

Ao término da implementação, pedi aos alunos que fizessem um

pequeno relato escrito sobre as atividades desenvolvidas. No decorrer do texto,

serão inseridos alguns trechos desses relatos. Para preservar a identidade e a

privacidade dos alunos, usarei somente as iniciais do nome e a turma da qual

fazem parte. Os erros de pontuação, concordância verbal e nominal, serão

mantidos, para que possamos relatar o mais originalmente possível a idéia

escrita pelos alunos.

“Eu achei o projeto da professora Marcia muito interessante, pois além de conhecermos mais o nosso Brasil, nós também aprendemos novas artes: de desenhar, colorir, modelar, montar... E também é muito importante, pois todos esperam que ela continue o seu projeto. POIS É MUITO DIVERTIDO!” – E. D. L. – 6ª “C”

A partir desse momento passo a relatar como as atividades

desenvolvidas na escola foram encaminhadas, os objetivos propostos e

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alcançados e algumas considerações sobre cada uma delas. O relato será feito

na mesma sequência em que foram desenvolvidas em sala de aula.

2.3.1. Atividade com música:

A música é uma linguagem que está presente na vida cotidiana das

pessoas. Ela deve estar inserida no processo educativo em qualquer área do

conhecimento, sendo utilizada como recurso incentivador, como elemento para

fixação de noções e aprendizagens, de recreação e de expressão.

O objetivo proposto para esta atividade foi o de propiciar aos alunos uma

reflexão inicial sobre o nosso país, visando despertar o interesse em conhecê-

lo melhor. A mesma foi realizada na primeira semana de aula, no início do ano

letivo.

Iniciei o trabalho através do desenvolvimento de atividades com o objetivo

de fazer uma sondagem em relação ao conhecimento prévio dos alunos

referentes à Geografia do Brasil.

A metodologia utilizada no encaminhamento da atividade foi à seguinte: Em

um primeiro momento trabalhei com a música: “Meu Brasil de Gian e Giovani”.

À medida que os alunos ouviam a música, apresentei imagens mostrando

características positivas das diversas regiões do Brasil. Na sequência solicitei

aos alunos que respondessem algumas questões realizando uma análise da

letra da música e fizessem ilustrações referentes às regiões brasileiras. Para

concluir foi escrito um texto individual sobre o nosso país. O objetivo da

produção desse texto é compará-lo com outro que escrito após a realização de

todas as diversas atividades propostas. Os alunos foram receptivos,

participaram bem das atividades e o trabalho foi produtivo, comprovando que a

utilização de músicas é uma maneira prazerosa de levar o aluno a realizar

reflexões sobre o conteúdo estudado.

BRAZ cita Costa e Valle: “através da música podemos criar ambiente

favorável para o que se deseja ensinar, uma vez que ela é sempre agradável...

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desde que observados certos princípios em relação à música dada, como a

qualidade... adequação... técnica de ensino...”

Ao associar a música com as imagens, o principal objetivo era tentar

desconstruir alguns pré-conceitos já incorporados pelos alunos, como por

exemplo, “Brasil: país do carnaval e do futebol”, mostrar que o Brasil é muito

mais do que isso; conduzir o aluno a fazer uma análise da realidade onde ele

vive, associando os conceitos discutidos em sala de aula com os

acontecimentos do cotidiano. Os objetivos propostos nessa atividade foram

atingidos satisfatoriamente.

Ao apresentar esse tópico no GTR (Grupo de Trabalho em Rede),

suscitou muitas idéias, inclusive organizamos de maneira colaborativa uma

listagem com sugestões de músicas que podem ser utilizadas para abordar

conteúdos geográficos.

“As atividades propostas por nossa professora eram atividades legais, nos divertimos muito, mas, também se motivamos para ter mais conhecimento sobre o assunto estudado. Cada atividade era mais conhecimento obtido”. – M. G. K. – 6ª “A”

2.3.2. Confecção de um quebra cabeça do mapa do Br asil e de um

Dominó dos estados e capitais:

A primeira das atividades dessa etapa foi a confecção do quebra cabeça

do mapa do Brasil, que auxilia no aprendizado da localização dos estados.

Conduz o aluno a familiarizar-se com o mapa do Brasil.

O objetivo desta atividade é fazer com que o aluno localize-se no

território brasileiro, trabalhando com mapas, porém, de uma forma diferente,

através da montagem de um quebra-cabeça do mapa do Brasil, e não,

simplesmente, pintando um mapa.

A maioria dos alunos conseguiu montar o mapa adequadamente, alguns

tiveram um pouco mais de dificuldade, ou seja, o mapa ficou "torto". Percebi

que eles gostaram de realizar essa atividade e aprenderam brincando.

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O objetivo da segunda atividade é de que os alunos conheçam e se

possível memorizem as capitais dos estados brasileiros.

No decorrer dessa atividade os alunos confeccionaram o dominó dos

estados e capitais do Brasil. As peças do dominó ficaram bem coloridas, alguns

alunos fizeram desenhos ilustrando cada estado brasileiro. Quando os dominós

ficaram prontos, propiciei um momento para que os alunos pudessem jogar, e

aprender através dos materiais que eles mesmos produziram.

Obtive resultados positivos nessa atividade e percebi que os alunos

aprenderam, sem precisar ficar decorando. Inclusive na avaliação escrita os

alunos demonstraram o aprendizado.

Muito embora, colegas manifestem pontos de vista diferentes, considero

importantes os estudos que envolvam o assunto: estados e capitais do nosso

país. Esse conhecimento é importante porque ajuda ao aluno a localizar-se

melhor e a conhecer as cidades mais importantes do Brasil, são informações

que os alunos necessitam dominar, conduzindo-os a ter condições de

responder a pergunta: “Onde?”. O dominó é uma forma de aprender brincando,

sem "decoreba". E o mais importante é que foi confeccionado por eles

mesmos. O material produzido pelos alunos ficou bem interessante.

A utilização da atividade lúdica do dominó dos estados e capitais tem por

objetivo fixar esse conteúdo, pois ao mesmo tempo em que o aluno joga,

brinca, ele também está aprendendo.

Os objetivos propostos nas duas atividades relatadas acima foram

alcançados, despertando o interesse dos alunos e propiciando o aprendizado

do conteúdo trabalhado.

“Eu achei muito bom, pois é um jeito educativo de trabalhar e se divertir com um quebra-cabeça que a turma fez, nós estávamos fazendo uma brincadeira mais se divertindo e aprendendo ao mesmo tempo, foi muito legal mesmo e aprendemos com tudo isso”. – B. O. F. – 6ª “C”

2.3.3. Confecção de jogos referentes às característ icas naturais do Brasil:

Ao ensinarmos Geografia devemos conduzir o aluno a refletir sobre

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espaço onde vivem, e, também, sobre a sociedade a qual pertencem, agem e

interagem. Portanto é necessário que o aluno conheça tanto os aspectos

naturais, quanto os sociais, culturais e econômicos do país que está

estudando.

Essa sequencia de atividades apresentadas a seguir, teve por objetivo,

conduzir o aluno a reconhecer as principais características naturais do nosso

país, bem como perceber a diversidade natural pela qual é formado,

relacionando-os entre si.

Através da realização dessa atividade, foram abordadas características

do nosso país, tais como: formação geológica, unidades de relevo, climas,

bacias hidrográficas, vegetação nativa e atual e as unidades de conservação.

Abordagens estas referentes aos aspectos naturais do Brasil. Ao trabalhar com

todos esses aspectos foi necessário que fossem estabelecidas relações entre

eles, ou seja, que o aluno entendesse que esses aspectos são interligados e

interdependentes.

A atividade de confecção dos jogos foi encaminhada em dois momentos

distintos:

Inicialmente cada grupo pesquisou sobre uma das características

naturais do Brasil: vegetação, clima, hidrografia, relevo e formação geológica.

Os alunos pesquisaram, prepararam os materiais e fizeram as apresentações

para a turma toda, sobre o tema preparado pelo seu grupo. O tema de cada

grupo foi escolhido por sorteio. Através das apresentações, os alunos puderam

conhecer todos os assuntos que estavam sendo pesquisados pelos colegas.

Ao término das apresentações, a professora realizou uma revisão sobre

os conteúdos apresentados pelos grupos, destacando os itens mais

importantes, promovendo a fixação do conteúdo estudado.

Após conhecer o conteúdo teórico referente ao assunto, os alunos

confeccionaram diversos jogos sobre os temas apresentados anteriormente,

como: quebra-cabeças, jogos de memória e diversos jogos de tabuleiro. Os

jogos ficaram bem coloridos e criativos. O trabalho foi muito produtivo e percebi

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que os alunos aprenderam, inclusive analisando os resultados obtidos na

avaliação escrita.

Ao propor que os alunos confeccionassem os jogos, eles ficaram

empolgados. Foi muito mais significativo que se trabalhar com jogos já

elaborados. Deixei bem claro que os jogos ficariam no colégio e eles

capricharam.

Nessa seqüência de atividades foram abordados conceitos como:

território, sociedade, características naturais do nosso país, relevo, clima,

bacias hidrográficas, formação vegetal e outros; conduzindo os alunos a ter

consciência das desigualdades espaciais presentes no Brasil.

Os objetivos alcançados foram além das expectativas, os jogos

produzidos pelos alunos possuem uma qualidade muito boa, potencializando o

interesse pelos conteúdos abordados no desenvolvimento de toda a sequencia

de atividades.

“As aulas de Geografia foram muito boas. Com atividades diferentes, eu pude aprender de formas diferentes como a: máscara, o “jogo”, etc. representando o Brasil de formas diferentes.” – E. R. L. – 6ª “B”

2.3.4. Realização de atividades referentes à “Diver sidade Cultural

Brasileira”, visando o reconhecimento das diferença s regionais.

Ao desenvolver essas atividades, foi proposto abordar a diversidade

cultural brasileira, bem como, as suas manifestações sócio-espaciais;

analisando as diferenças regionais.

O objetivo proposto para essa atividade foi aprofundar os conhecimentos

referentes a diversidade cultural do nosso país, tendo como base o folclore de

cada região brasileira, relacionando-os às manifestações sócio-espaciais,

contribuindo para as diferenças regionais.

Penso que se faz necessário proporcionar ao educando que ele aprenda

o conhecimento de outros povos, de outras culturas e maneiras de vida, seus

costumes e suas tradições. Diante disso é que foram desenvolvidas as

atividades a seguir.

18

Para desenvolver esse roteiro de atividades em um primeiro momento

expliquei sobre o assunto que eles deveriam pesquisar: a diversidade cultural

brasileira. Dividi os alunos em grupos, e cada grupo ficou com uma região (é

claro que tive que repetir algumas regiões, pois a turma é numerosa e não

queria grupos muito grandes).

Orientados pela professora, os alunos realizaram a pesquisa sobre as

lendas, cantigas, festas típicas regionais, versinhos, parlendas, trovas ou

quadrinhas, trava-línguas, brincadeiras, ditados populares, danças, adivinhas e

outras manifestações folclóricas das culturas regionais. Através da pesquisa,

os alunos fizeram descobertas muito interessantes, percebendo as diferenças

regionais.

Foram necessárias três aulas para as pesquisas e a organização da

apresentação. Vários encaminhamentos foram realizados, principalmente nos

grupos em que percebi maiores dificuldades. Além da apresentação sobre o

assunto, solicitei que cada grupo representasse uma manifestação folclórica da

região que estavam estudando.

No dia das apresentações me surpreendi com os alunos. Eles fizeram

cartazes, painéis, apresentações na TV-pendrive, livrinhos, teatros de

fantoches e outros. Encenaram lendas. Fizeram os personagens folclóricos,

como o Saci Pererê e o Boitatá de massinha e de dobradura. Fizeram

brincadeiras típicas com os colegas. Dançaram funk, música gaúcha e até

frevo.

Que o Brasil possui uma grande diversidade cultural, os alunos já tinham

conhecimento. Porém, após a realização das pesquisas e apresentações dos

trabalhos, os alunos puderam entender que as manifestações folclóricas

regionais nos dão uma amostra bem clara da vasta variedade de “culturas” que

o Brasil possui. Eles conseguiram entender que essas manifestações artísticas,

folclóricas, aparecem nas relações sócio-espaciais, contribuindo para as

diferenças regionais.

Essa foi a atividade que os alunos mais gostaram e os alunos

aprenderam fazendo associações com o conhecimento cotidiano.

19

Os objetivos propostos nessa atividade foram alcançados, pois os

alunos demonstraram grande interesse na realização da mesma.

“Eu achei que com os trabalhos aprendi um pouco mais sobre nosso Brasil. Com os jogos do relevo, das capitais, com os painéis sobre as regiões. As culturas, os artesanatos, pinturas...Conheci tudo que não conhecia... Era bem legal se o nosso método de ensino fosse assim, seria super legal. A hora passa que você nem vê e os alunos se entertem com a aula e aprendem bem melhor”. – D. F. C. – 6ª “D”

2.3.5. Mapa ilustrado sobre as figuras típicas de cada região brasileira e

elaboração de um gibi sobre o município de Campo La rgo.

Os alunos gostaram tanto do trabalho relacionado à cultura brasileira que

resolvi confeccionar um “mapa ilustrado” com as “figuras típicas de cada

região”; ex: baiana, cangaceiro, gaúcho, vaqueiro, cangaceiro e outros. Os

mapas confeccionados ficaram muito bonitos e os alunos os ilustraram muito

bem. Gostaram de fazê-los, relacionando com as atividades já desenvolvidas

anteriormente, percebi que houve um aprendizado significativo em relação às

diferenças culturais existentes nas diversas regiões brasileiras.

Os objetivos propostos são os mesmos da atividade anterior (atividades

referentes à “Diversidade Cultural Brasileira”, visando o reconhecimento das

diferenças regionais); e os alcançados foram superiores aos esperados, pois os

alunos ilustraram muito bem os mapas. Além das ilustrações também foi

necessário a elaboração de uma legenda, utilizando a linguagem cartográfica.

O principal objetivo da atividade seguinte foi incentivar os alunos a

conhecer melhor a Geografia e a História do município em que eles residem,

através da confecção de um gibi.

A elaboração do gibi sobre o município de Campo Largo foi desenvolvida

na disciplina de Metodologia do ensino da Geografia, com os alunos de três

turmas do curso de Formação de Docentes: 3º FDA. 3º FDB e 4º FDA (Ensino

Médio). O conteúdo desenvolvido no trimestre foi relativo à geografia do

município. Em conjunto com a professora de Metodologia do ensino da

História, propusemos aos alunos a confecção de um gibi sobre o município, no

qual eles deveriam criar um personagem que relatasse os dados referentes à

20

História e a Geografia do município de Campo Largo. O personagem deveria

representar características marcantes do município. Os gibis foram

confeccionados em grupo e ficaram excelentes. Alguns personagens criados

foram relacionados com a produção da Louça (Xicrito, Loucita, Porcelino),

outros relacionados ao Tropeirismo e aos imigrantes que colonizaram a região.

Ao confeccionar o gibi, os alunos apresentaram informações tanto da

Geografia, como da História do município, de uma maneira descontraída e

atrativa com o objetivo de chamar a atenção do público infantil. Sem dúvida os

trabalhos renderam bons frutos e os objetivos propostos foram alcançados

totalmente, pois o resultado final (gibis) ficaram excelentes.

“Achei muito legal, pois pudemos conhecer um pouco mais sobre nosso país e claro, o mais importante com muito divertimento. A turma se empolgou com os trabalhos, pois eram diferentes, mas com a mesma intenção: aprender sobre o nosso país”. L.B. 6ª “B”

2.3.6. Confecção do mapa das regiões do IBGE com at ividade de

Cartografia Tátil

Ao ensinar Geografia precisamos, sempre que possível, fazer uso de

mapas. Ao propor a confecção do mapa do Brasil com diversas texturas, o

objetivo proposto era de conduzir os alunos ao conhecimento da divisão

regional do Brasil, feita pelo IBGE, utilizando a Cartografia Tátil.

Antes do desenvolvimento da atividade fez-se necessário trabalhar o

conceito de “região”, pois esse é um dos conceitos mais importantes da

disciplina de Geografia. Os alunos precisaram entender bem o conceito de

região para que, na sequência eles pudessem entender também a

regionalização do Brasil. Na atividade que relato a seguir utilizo a

regionalização elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística), como já foi citado anteriormente.

Desenvolvi essa atividade através idéia da Cartografia Tátil, onde os

alunos tiveram que escolher cinco produtos com texturas diferentes para colar

no mapa, um para cada região.

21

Os mapas ficaram bem elaborados, os alunos usaram muitos elementos

diferentes: sementes, lã, miçangas, lantejoulas, papel crepom e outros.

A maior dificuldade encontrada ao realizar essa atividade foi o que

inevitavelmente acabou acontecendo em sala de aula, os alunos espalharam

os materiais, e isso acabou gerando um pouco de confusão. A atividade não se

desenvolveu como eu esperava, porém, apesar das dificuldades encontradas,

o resultado foi positivo, pois os alunos trabalharam com a divisão regional de

uma maneira diferente.

Na aula seguinte a atividade, pedi que cada aluno pegasse seu mapa,

fechasse os olhos e sentissem a textura dos mesmos, refletindo sobre a

dificuldade que os deficientes visuais tem para trabalhar com mapas. Esse

momento foi muito interessante, vários alunos comentaram a atividade e

Por coincidência, na mesma época, a professora de Língua Portuguesa,

que estava desenvolvendo em projeto sobre “Valores”, convidou uma moça

que é deficiente visual para conversar com os alunos, contar como é a vida

dela, as dificuldades que ela encontra, e, principalmente como ela supera

essas dificuldades. Os alunos aprenderam muito além do conteúdo estudado

em sala de aula, aprenderam também uma lição de vida.

Apesar das dificuldades encontradas no desenvolvimento da atividade,

obtive resultados positivos. Os alunos conseguiram entender que a

regionalização feita pelo IBGE é uma forma utilizada para

organização/regionalização do espaço abrangendo paisagens, lugares e o

território brasileiro; e que essa forma de regionalizar o Brasil ainda é a mais

utilizada.

Os objetivos propostos foram muito além de minhas expectativas,

principalmente por ser complementada pelas atividades realizadas pela

professora de Língua Portuguesa.

“Eu gostei muito desses trabalhos pois com eles aprendi várias coisas. Fizemos o mapa em relevo me chamou atenção porque pelo menos a gente viu como os deficientes visuais lêem as coisas. Parabéns seu trabalho me comoveu”. C. P. – 6ª “A”

22

2.3.7. Atividades utilizando e confeccionando obras de arte

Ao propor atividades explorando as diversas linguagens utilizadas nas

obras de arte, o principal objetivo foi associar a diversidade cultural brasileira

às diversas manifestações artísticas do nosso povo. Para concretizar esse o

objetivo citado anteriormente, proporcionei um momento em que os alunos,

através da confecção de sua obra de arte, pudessem representar uma ou mais

características da diversidade cultural do nosso país, destacando as diferenças

regionais.

Precisamos proporcionar aos alunos oportunidades para que possam

desenvolver a apreciação do senso estético, e essa sensibilidade pode ser

aguçada realizando atividades em qualquer disciplina do currículo escolar,

inclusive a Geografia.

A confecção da obra de arte é uma atividade visando explorar o lado

lúdico de cada educando, os alunos expressaram-se livremente, produzindo

diversos tipos de materiais representando o Brasil.

Como a Arte representa muito a Cultura e a diversidade cultural

brasileira, e, podemos representá-las através das manifestações artísticas,

esse potencial foi explorado para entender melhor as diferenças regionais,

realizando uma atividade interdisciplinar, que passo a descrever a seguir.

Na execução dessa etapa da implementação utilizei uma sequência de

atividades relacionadas às obras de arte representando as diversas regiões

brasileiras.

Em um primeiro momento, levei para sala de aula, impressos em folha

sulfite, alguns exemplos de obras de arte (no caso figuras de telas), algumas

conhecidas e outras anônimas. No total eram catorze, representando todas as

regiões brasileiras. Pedi que os alunos escolhessem uma das obras e fizessem

a releitura da mesma. As releituras ficaram muito legais, organizei uma

exposição com elas.

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Galati (2007, p.01) define: (...) ”a releitura implica em produzir aquilo que

se entendeu da obra, sem preocupações com semelhanças. É o sentimento se

aliando à observação na produção de um trabalho."

Em um segundo momento foi solicitado que cada aluno trouxesse de

casa um exemplo de uma obra de arte representando uma região do Brasil.

Poderia ser qualquer forma de manifestação artística (escultura, telas,

modelagens, objetos típicos, etc). Novamente me surpreendi com os alunos,

pois eles trouxeram os mais variados tipos de obras de arte, a maioria que a

família adquiriu em viagens realizadas. Ao apresentar o objeto para a turma,

cada aluno fez um breve relato oral sobre o mesmo, compartilhando com os

colegas de turma, sua origem, quando foi adquirido e outros detalhes que eles

achavam importantes. Essa atividade despertou o interesse da turma toda.

Para concluir a sequência de atividades, cada aluno produziu sua obra

de arte. Orientei que o trabalho seria avaliado pela criatividade, originalidade,

deveria representar uma das regiões brasileiras e cada aluno realizou sua obra

de arte. Eles fizeram desenhos, telas, esculturas em argila, sabão e massinha

de modelar e de biscuit, dobraduras e maquetes. Com esses trabalhos fiz uma

exposição. A exposição foi apreciada por alunos de outras séries, professores,

funcionários, equipe pedagógica e direção. Recebi muitos elogios de meus

colegas da escola.

Ao realizar atividades onde aproximamos a Geografia da Arte,

percebemos que o aluno entendeu que nas diversas regiões brasileiras

ocorrem diferentes manifestações artísticas, culturais; e que essas

manifestações podem estar presentes nas pinturas, esculturas, desenhos

artísticos e artesanatos em geral.

O aluno pode compreender que as manifestações culturais

expressam/representam características da região onde são

produzidas/realizadas e que é possível associar a diversidade das expressões

artístico/culturais do nosso país com a diversidade do povo brasileiro.

No decorrer da atividade os alunos constataram que a diversidade

existe, e também, aprenderam a respeitar e a valorizar essa diversidade.

24

Nas releituras e na confecção das obras de arte, as limitações pessoais

foram levadas em consideração, pois, os alunos não são artistas profissionais e

sim “adolescentes”, ainda em fase de escolaridade. É claro que alguns alunos

se destacaram por possuir dons artísticos natos, porém, todos os trabalhos

foram devidamente valorizados.

Essa sequência de atividades despertou muito interesse nos alunos e os

resultados foram muito produtivos, levando o aluno a expressar seus

conhecimentos de uma maneira concreta, nesse caso a obra de arte, atingindo

os objetivos propostos inicialmente.

“Eu gostei muito das atividades realizadas Por que todas faziam você pensar e pesquisar assim aprendendo mais. Nós fizemos nossa própria obra de arte nos tornando “artistas”. Com esses trabalhos aprendemos muito mais sobre o Brasil, sobre riquezas, belezas e também problemas. Gostei MUITO!” – I. S. – 6ª “A”

2.3.8. Confecção da máscara representando o povo br asileiro

O objetivo da confecção da máscara foi perceber a “concepção”, a

“imagem”, ou seja, como o aluno identifica o povo brasileiro.

Através dessa atividade lúdica, pudemos analisar qual a percepção que

o aluno tem sobre o país onde vive, pois, na referida máscara ele deveria

demonstrar as principais características do povo do nosso país. Nesse

momento suscitamos uma discussão sobre a “identidade do povo brasileiro”, e

foi questionado qual é a verdadeira identidade do brasileiro, ou devido às

diferentes culturas, o Brasil possui várias identidades?

Para a realização dessa atividade propus a confecção de uma máscara

representando o povo brasileiro, como já citado anteriormente. Ao propor a

atividade deixei bem claro que os alunos deveriam ao confeccionar a sua

máscara representar a diversidade do povo brasileiro.

Essa atividade despertou o interesse e a criatividade dos alunos. As

máscaras ficaram bem coloridas. Os alunos confeccionaram as máscaras

utilizando papel sulfite, papelão, cartolina e massinha de modelar. As máscaras

também foram expostas nas dependências da escola.

25

O objetivo proposto de retratar a diversidade do povo brasileiro foi

atingido, pois eles fizeram máscaras com diversos desenhos e imagens,

representando diversas características do nosso país.

É uma atividade merecedora de ser desenvolvida, pois os alunos

trabalham bem e os resultados são gratificantes. Também conduz o aluno a

realizar reflexões sobre o que caracteriza o nosso povo e como eles poderiam

representá-lo. Os alunos foram questionados sobre: o que seria importante

retratar ao confeccionar a máscara? Deveriam também estabelecer relações

com a realidade em que vivem, usando sua criticidade e aprendendo de uma

maneira diferente.

Essa atividade mobilizou os alunos, despertando o interesse, levando a

reflexão, desenvolvendo a criatividade. O aluno demonstra o seu aprendizado

de uma forma diferente, e o professor consegue avaliar o aprendizado do

aluno.

“Achamos muito legais as atividades, aprendemos bastante com elas; a professora explicou muito bem; a maioria das atividades falou bem sobre as características do Brasil. E na minha opinião entendemos bem mais quando a professora explica e quando ela faz atividades diferentes”. – A. N. 6ª “B”

Após a implementação que foi realizada no 1º semestre de 2009, na

qual foram realizadas as atividades relatadas anteriormente, sempre que

possível continuo inserindo atividades lúdicas no dia-a-dia de sala de aula.

Pretendo continuar sempre buscando alternativas para propiciar aulas que

despertem o interesse e o aprendizado dos alunos.

CONCLUSÃO:

Através da utilização do lúdico na educação, vários objetivos podem ser

atingidos, não só em curto prazo, mas também, objetivos de longo prazo, como

o desenvolvimento do raciocínio, do pensamento crítico, da criatividade, da

formação de indivíduos pró-ativos, que buscam soluções para as situações que

se apresentam.

26

Devem-se propiciar em sala de aula, diversas situações que conduzam a

aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo. As atividades lúdicas mostram-

se como estratégias eficientes para que essas situações aconteçam. Atividades

que utilizam diversas linguagens, como a música, o teatro, a dramatização, o

desenho, a pintura, e tantas outras; aparecem como alternativas que devem

ser aproveitadas para o desenvolvimento das aulas, facilitando a compreensão

e aquisição de conhecimentos.

O principal objetivo deste trabalho concentrou-se em propor através da

utilização de atividades lúdicas uma metodologia para o ensino da Geografia

escolar, visando tornar a disciplina mais atrativa aos educandos; contribuindo

para a aprendizagem; desenvolvendo habilidades diversas; auxiliando-os na

construção do conhecimento e dos conceitos geográficos. Considero que esse

objetivo foi alcançado. Ao desenvolver o projeto, a pesquisa, as leituras

necessárias e a implementação do trabalho na escola, refleti sobre minha

prática pedagógica, ponderando nela os pontos positivos e negativos. O

desenvolvimento deste trabalho foi tão significativo que continuo, sempre que

possível desenvolvendo atividades que utilizam a ludicidade.

Após a participação no PDE (Programa de Desenvolvimento

Educacional), pretendo continuar em busca de novas alternativas, procurando

aprender sempre mais. Percebo a necessidade de que o professor invista em

sua formação constante, lendo, conversando com os colegas, pesquisando,

buscando alternativas variadas, recriando; melhorando sua prática em sala de

aula e a metodologia que utiliza para ensinar. As atividades lúdicas são

interessantes, constituem-se em uma alternativa viável, proporcionam busca,

promovem a criatividade contribuindo também para a formação do professor.

A utilização da ludicidade durante as aulas, para trabalhar conteúdos

específicos da Geografia mostrou-se uma estratégia eficiente para tornar a

disciplina mais encantadora e atrativa, incentivando os alunos à busca do

conhecimento.

A realização deste trabalho é uma contribuição para a discussão do

tema “atividades lúdicas”, que é muito amplo. Outros pesquisadores devem

retomar e ampliar as discussões sobre o assunto.

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