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Associação entre os Principais Assuntos de Auditoria e os Resultados das Empresas Listadas na IBRX 100 Natanael Silva Camargo UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Fernanda Fernandes Rodrigues UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Camila Araujo Machado UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Resumo Para o IFAC (2016), o Novo Relatório do Auditor representa uma das maiores alterações nos relatórios da auditoria em décadas e um desses avanços se refere ao item Principais Assuntos de Auditora (PAA), pois dá ao auditor mais flexibilidade de expor assuntos julgados como os mais relevantes. Esta pesquisa analisa os PAAs das entidades que compuseram o índice IBRX 100 nos exercícios de 2016 e 2017 e verifica se há relação entre estes e o resultado do exercício. Realizou-se análise de conteúdo e identificou-se 26 categorias de PAAs, sendo os assuntos mais abordados: Impairment de Ativos, Passivos Contingentes, Receita e Tributos. Identificou-se, nos dois anos, uma média de 3,65 e 3,50 assuntos por relatório, quando apurado prejuízo, e de 3,32 e 3,21 assuntos, no caso de lucro. Foram realizados testes por meio de estatística descritiva e análise de homogeneidade (Homals) e se observa que não houve associação a alguma categoria específica de PAAs publicados e o resultado, embora haja associação entre alguns PAAs nas empresas que obtiveram lucro. Entretanto, verificou-se que, em média, os relatórios do auditor nos exercícios que apresentaram prejuízo são maiores em quantidade de assuntos divulgados e no quantitativo de palavras expostas neles, quando comparados aos relatórios dos exercícios que obtiveram lucros. Palavras-chave: Auditoria independente; Novo Relatório; Principais Assuntos de Auditoria. Método de Pesquisa: Met 1 Área do Conhecimento da Pesquisa: AT 8 Contabilidade e Sociedade

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Associação entre os Principais Assuntos de Auditoria e os Resultados

das Empresas Listadas na IBRX 100

Natanael Silva Camargo UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

Fernanda Fernandes Rodrigues UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

Camila Araujo Machado

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

Resumo

Para o IFAC (2016), o Novo Relatório do Auditor representa uma das maiores alterações nos

relatórios da auditoria em décadas e um desses avanços se refere ao item Principais Assuntos

de Auditora (PAA), pois dá ao auditor mais flexibilidade de expor assuntos julgados como os

mais relevantes. Esta pesquisa analisa os PAAs das entidades que compuseram o índice IBRX

100 nos exercícios de 2016 e 2017 e verifica se há relação entre estes e o resultado do

exercício. Realizou-se análise de conteúdo e identificou-se 26 categorias de PAAs, sendo os

assuntos mais abordados: Impairment de Ativos, Passivos Contingentes, Receita e Tributos.

Identificou-se, nos dois anos, uma média de 3,65 e 3,50 assuntos por relatório, quando

apurado prejuízo, e de 3,32 e 3,21 assuntos, no caso de lucro. Foram realizados testes por

meio de estatística descritiva e análise de homogeneidade (Homals) e se observa que não

houve associação a alguma categoria específica de PAAs publicados e o resultado, embora

haja associação entre alguns PAAs nas empresas que obtiveram lucro. Entretanto, verificou-se

que, em média, os relatórios do auditor nos exercícios que apresentaram prejuízo são maiores

em quantidade de assuntos divulgados e no quantitativo de palavras expostas neles, quando

comparados aos relatórios dos exercícios que obtiveram lucros.

Palavras-chave: Auditoria independente; Novo Relatório; Principais Assuntos de Auditoria.

Método de Pesquisa: Met 1

Área do Conhecimento da Pesquisa: AT 8 – Contabilidade e Sociedade

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1 INTRODUÇÃO

A transparência na informação tem se tornado condição de fundamental importância

no funcionamento dos mercados internacionais, exigindo medidas, normas e regras que

tenham como finalidade garantir que a informação contábil chegue ao usuário de maneira

adequada (Santos & Grateron, 2003). Isso ocorre, pois, mesmo com os efeitos da crise

internacional e da inconstância no crescimento do país, o Brasil tem recebido um grande fluxo

de investimentos estrangeiros no decorrer dos últimos anos. Por esse motivo, esses

investidores necessitam de sólidas garantias institucionais e econômicas na execução das

operações financeiras (Silva Filho, 2014).

Dantas et. al. (2011) afirmam que a auditoria é um instrumento importante para prover

a confiança necessária das informações contábeis aos usuários, principalmente aos

interessados nos mercados de capitais. Essa importância será mais concreta quanto maior for a

qualidade dos trabalhos feitos pelos auditores, garantindo que as informações contábeis que

forem divulgadas sejam adequadas, precisas e completas. Nesse movimento, atingindo todas

as empresas de capital aberto, o Novo Relatório do Auditor (NRA) foi desenvolvido para se

valer da importância do juízo profissional para se chegar a uma visão sobre a verdade e

equidade das demonstrações contábeis (FRC, 2016).

Boolaky e Omoteso (2016) observam que a utilização de normas internacionais de

auditoria externa que melhorem a qualidade das informações contábeis é de suma importância

ao mercado de capitais. Caso o uso dessas informações não seja efetivo, na medida em que os

investidores não consigam fazer a correta avaliação em seus investimentos, podem-se gerar

perdas e, consequentemente, crises financeiras. O próprio NRA inicialmente provém, em

parte, da necessidade de aumentar a confiança das demonstrações após a crise do Subprime

em 2008 (FRC, 2016).

Nesse contexto, consolidou-se necessário que os auditores migrassem para um

relatório aprimorado, que fornecesse informações claras, objetivas e mais efetivas sobre suas

abordagens e julgamentos, pois se percebe que as que são fornecidas nem sempre apresentam

as características qualitativas da informação, especialmente quanto à sua fidedignidade e

relevância (Dechow Ge & Schrand, 2010).

Provenientes desse movimento, na busca do aprimoramento do conteúdo das

informações emitidas pelos auditores aos usuários, em 2015, o International Federation of

Accountants (IFAC) revisou as International Standards on Auditing (ISA), com o objetivo de

otimizar a compreensibilidade do relatório do auditor. Ante a isso, tais mudanças

influenciaram o cenário contábil nacional, que, em consonância com a harmonização das

normas de auditoria internacional, tem novas diretrizes originárias das alterações normativas

para os períodos que se encerram em 31 de dezembro de 2016 e posteriores.

Tais diretrizes são oriundas das traduções das normas emitidas pela IFAC, compondo

o denominado Novo Relatório do Auditor (NRA). Seis normas fazem parte de sua

composição inicial, cada uma delas com o prefixo de Norma Brasileira de Contabilidade

Técnica Aplicada à Auditoria (NBC TA) (CFC, 2016). Destas mudanças no relatório do

auditor, apenas uma não se trata de uma nova redação para a norma já publicada: a

denominada NBC TA 701 - Comunicação dos Principais Assuntos de Auditoria no Relatório

do Auditor Independente. Para o IFAC (2016), o Novo Relatório do Auditor representa uma

das maiores alterações nos relatórios da auditoria em décadas. A sua significância, em grande

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parte, está em propiciar mais liberdade na elaboração do relatório aos auditores, pois a

inserção do item Principais Assuntos de Auditora (PAA) proporciona ao profissional auditor

espaço dedicado à escrita dos assuntos julgados como os mais relevantes durante os trabalhos

de auditoria.

Nas pesquisas realizadas pelo FRC (2016), Ibracon (2017) e por Marques e Souza

(2017) foram evidenciados que, em grande parte, os PAA’s relativos a estimativas impactam

diretamente os resultados dos exercícios. Conforme Santos (2008), o conteúdo do resultado

contábil é composto, de maneira significativa, pelo conjunto das informações de seus

componentes e essa comunicação vai além da mera obediência às normas vigentes,

manifestando-se como respostas às necessidades dos indivíduos que com ela interagem.

Portanto, torna-se justificável analisar a relação do resultado do exercício aos PAA’s

levantados pelo auditor, já que a própria NBC TA 701 tem como alcance tornar o relatório do

auditor mais informacional, auxiliando o usuário a compreender assuntos que, conforme o

julgamento do auditor, foram de maior importância nas demonstrações contábeis.

Todas as alterações do NRA, especialmente esta última norma, tem causado

inquietude às partes envolvidas, especialmente aos auditores, as entidades e aos investidores.

No caso dos auditores e entidades, houve o aumento de sua responsabilidade e transparência.

Já os demais usuários da informação, principalmente os investidores, em virtude desses

relatórios impactarem suas decisões, buscam saber se as publicações têm significância e

qualidade ao atenderem os preceitos das normas. Diante desse contexto, este estudo visa

responder à seguinte questão-problema: Qual a relação entre os Principais Assuntos de

Auditoria (PAA’s) e o resultado apurado pelas entidades que compõem o IBRX 100?

Para tanto, como objetivo geral, procurou-se verificar se há relação dos PAA’s das

empresas que compõem o IBRX 100 e seus resultados. Para isso, como objetivos específicos

foram necessárias as seguintes etapas: (1) Identificar e segregar os relatórios e exercícios que

apresentaram prejuízo dos que obtiveram lucros; (2) Verificar quais os temas de PAA’s foram

apresentados pelo auditor; (3) Averiguar se os assuntos e sua ocorrência são diferentes em

relação aos resultados apurados.

Levando em consideração que as mudanças propostas pelas novas normas ocorreram

em 2016 e que pouco se conhece sobre os conteúdos dos PAA’s que foram divulgados no

Brasil, este estudo contribui para avaliar essa normatização, observando a qualidade da

informação apresentada e sua associação com os resultados das empresas.

O trabalho encontra-se dividido em quatro capítulos, além desta introdução. O

primeiro se trata do referencial teórico, subdividido em três partes: a relevância da auditoria

no mercado financeiro; os Principais Assuntos de Auditoria no Novo Relatório do Auditor; e

os estudos relacionados com o tema proposto por essa pesquisa. No segundo capítulo, a

metodologia da pesquisa, a amostra e a coleta de dados são apresentados. Já a análise dos

resultados é realizada na terceira parte. A quarta e última trata-se das considerações finais e

recomendações de estudos posteriores.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A Relevância da Auditoria no Mercado Financeiro

Para o Report of the Commitee on Basic Auditing Concepts of the American

Accounting Association (apud Boyton; Johnson & Kell, 2002), a auditoria é definida como o

processo sistemático para obter e avaliar objetivamente as evidências sobre as afirmações dos

procedimentos feitos e dos eventos econômicos, para a avaliação do grau de correspondência

entre as afirmações e os critérios estabelecidos, e também para comunicar os resultados aos

usuários interessados.

De acordo com Dutra, Alberton e Van Bellen (2007), a auditoria não cumpre somente

um papel legal. Para esses autores, um dos motivos para a existência da auditoria

independente é fornecer credibilidade e confiança na consistência e comparabilidade das

informações entre as diversas entidades componentes do mercado. Para Santana et al. (2014),

a auditoria atua de forma significativa sobre os aspectos econômico e social, na sua função de

averiguar e emitir opinião sobre as demonstrações contábeis publicadas pelas entidades. Além

de ser benéfica aos investidores, a auditoria também beneficia as entidades, segundo Dantas e

Medeiros (2015). Uma auditoria de qualidade é ferramenta fundamental para o bom

desempenho dos mercados financeiros e de capitais, pois ela contribui para desenvolver um

ambiente de negócios de confiança e de credibilidade para as entidades.

A respeito da associação da auditoria ao mercado de capitais, Santos e Grateron (2003,

p.1) afirmam que “a atividade profissional do auditor independente tem ajudado a impulsionar

o desenvolvimento dos mercados, além de contribuir para o estabelecimento da ordem

socioeconômica mundial”. Conforme Andrezo (2002), o mercado financeiro e de capitais

constitui-se no conjunto de agentes e instrumentos que fornecem alternativas à aplicação e a

captação de recursos financeiros. Além disso, a atuação da auditoria é considerada importante

sobre a diminuição de possíveis conflitos de interesses entre diferentes classes de usuários,

possibilitando a diminuição da complexidade, dos riscos de distorções e também dos erros nas

demonstrações contábeis.

Sabe-se que ambientes como o das empresas de capital aberto é propício para conflitos

de agência, visto que os interesses dos administradores e proprietários podem não ser

coincidentes ou ser muitas vezes conflitantes, sendo que a divulgação de informações

contábeis se torna um instrumento que pode ajudar a minimizar esse conflito, podendo gerar

maior confiança na relação entre agente-principal. De acordo com Zagonov, Pettinicchio e

Salganik-Shoshan (2017), a auditoria fornece um meio eficaz para alinhar os objetivos de

administradores e partes interessadas, facilitando a resolução do conflito agente-principal

retratado na teoria da agência. Assim sendo, uma maior qualidade de auditoria é primordial

para que os investidores tenham credibilidade nas informações financeiras da empresa. Por

outro lado, segundo esses autores, o papel dos auditores como agente dos acionistas aumenta

as preocupações acerca da independência e objetividade da atuação do profissional.

É neste cenário que se discute o risco moral multiagente, que busca analisar as

interações entre o proprietário da empresa, o administrador e o auditor. Conforme Lee e Gu

(1998), o risco moral pode surgir porque o auditor pode aceitar um pagamento do agente

monitorado para ocultar informações desvantajosas ou deturpá-las. Em um ambiente em que

há competição por contratos de auditoria, problemas como o "low balling”, que se refere à

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cobrança de taxas abaixo do custo marginal de uma auditoria, têm sido questionados quanto

ao seu potencial de prejudicar a independência do auditor.

De acordo com Castro, Peleia e Silva (2015), a necessidade de troca de auditoria é um

dos fatores nos quais as empresas buscam as firmas com melhores preços e condições. Nesse

sentido, as firmas tenderiam a baixar os valores iniciais, com o objetivo de captar o cliente,

mas posteriormente ocorreria o gradual reajuste no preço. Embora os autores destaquem que a

prática do low balling seja condenada pelo Conselho Federal de Contabilidade, por quebra do

código de ética (NBC P1), é possível verificar que tal conduta ocorre no Brasil. O caso do

leilão de preços para serviços de auditoria do Banco do Brasil, em 2010, é um exemplo desta

prática. Por se tratar de uma empresa com maior concentração de capital público, três

empresas de auditoria apresentaram propostas iniciais para a execução dos serviços de

auditoria: a KPMG, R$ 19,6 milhões; a PWC, R$ 12,5 milhões; e a Ernst & Young, R$ 6,0

milhões. Com mais de 100 lances, a KPMG venceu a disputa, com um preço contratual final

de R$ 95 mil (Torres, 2010). Para fins de comparação, no ano anterior, o valor do contrato

também executado pela KPMG foi de R$ 6,5 milhões; para o ano de 2017, o Formulário de

Referência informa que foram pagos R$ 11.846.543,15 nos contratos de prestação de serviços

de auditoria externa.

Segundo Dantas (2012), a contribuição do auditor para a credibilidade da informação

financeira depende da qualidade do trabalho e que esta não é um aspecto diretamente

verificável por agentes externos. De acordo com Zagonov, Pettinicchio e Salganik-Shoshan

(2017), como é pouco provável que os acionistas minoritários consigam avaliar a qualidade

do processo de auditoria, devido ao seu escasso conhecimento dos procedimentos de auditoria

e incentivos, eles avaliam a confiabilidade das opiniões e recomendações dos auditores com

base em proxies indiretas de qualidade e reputação de auditoria, como o porte e o nome da

empresa de auditoria. Entretanto, Dantas (2012) verificou que não há proxies consensuais que

avaliem a qualidade da auditoria e, em seu estudo, o autor desenvolveu um modelo utilizando

proxies baseadas em modelos de gerenciamento de resultados, visto que tal prática é uma

medida amplamente utilizada como referência para a qualidade de auditoria. Isto porque, se o

gestor manipula os resultados para esconder uma informação desfavorável e o auditor não

identifica essa manipulação, então os relatórios financeiros não são úteis, por não fornecer

avisos sobre problemas da empresa. Assim, haveria uma tendência de os auditores reforçarem

os esforços buscando identificar evidências de risco de manipulação das informações

contábeis e, com isso, aumentariam o preço cobrado pelos seus serviços, para mitigar o risco

de litigância e de perda reputacional. O autor conclui em sua pesquisa, porém, que a hipótese

de que há relações positivas entre a qualidade das auditorias e os trabalhos realizados pelas

big four não foram confirmadas.

2.2 Os Principais Assuntos de Auditoria no Novo Relatório do Auditor

Segundo o Financial Reporting Council (FRC) (2016), a crise financeira de 2008

colaborou para a necessidade de aumentar a confiabilidade nos relatórios financeiros e na

auditoria. Para conseguir alcançar esse objetivo, havia a necessidade de que os auditores

seguissem padrões de aprimoramento. Tais padrões deveriam resultar na apresentação de mais

informações sobre os seus julgamentos e as abordagens que utilizaram para chegar às suas

conclusões, aumentando o exercício do julgamento profissional para opinar sobre as

demonstrações contábeis. Caminhando nesse sentido, em 2012, o FRC alterou as Normas de

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Auditoria e o Código de Governança Corporativa do Reino Unido, para que se melhorasse o

relatório anual das empresas e para que os Comitês de Auditoria fizessem um relatório formal

sobre as suas atividades nos relatórios anuais. Tais mudanças foram propositais para

incentivar os auditores a inovarem na abordagem de seus relatórios, a fim de disponibilizarem

aos investidores e demais interessados sua compreensão sobre a entidade, baseando-se nos

seus trabalhos realizados.

De forma precursora, o FRC (2016), em sua publicação intitulada Extended Auditor’s

Reports - A Further Review of Experience, observou o conteúdo do PAA de cerca de 80% das

maiores empresas listadas no Reino Unido. Para isso, analisaram os assuntos dos PAA dos

relatórios do auditor, sendo 153 relatórios no exercício de 2013 e 278 em 2014. Os assuntos

mais abordados nos PAAs do Reino Unido, nos anos de 2013 e 2014 foram Impairment de

Outros Ativos, Tributos e Impairment do Goodwill.

Segundo o IFAC (2016), em setembro de 2014, o International Auditing and

Assurance Standards Board (IAASB) aprovou as alterações no relatório do auditor, fruto de

discussões anteriores e lançaram, no início de 2015, seu conjunto de novas normas para o

relatório de auditoria, as chamadas Internacional Standards on Auditing (ISA). Tais normas

foram resultado de pesquisa acadêmica internacional realizada conjuntamente sobre as

percepções dos usuários a respeito do padrão de relatório do auditor.

No Brasil, o Novo Relatório do Auditor é composto inicialmente por seis normas

provenientes das traduções das ISA, feitas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e

Instituto de Auditores Independentes (Ibracon).

Quadro 1: Normas publicadas pela IFAC e suas traduções conforme CFC e Ibracon ISA

260

Communication with Those Charged

with Governance

NBC TA

260 (R2)

Comunicação com os Responsáveis pela

Governança

ISA

570

Going Concern NBC TA

570

Continuidade Operacional

ISA

700

Forming an Opinion and Reporting on

Financial Statements

NBC TA

700

Formação da Opinião e Emissão do

Relatório do Auditor Independente sobre

as Demonstrações Contábeis

ISA

701

Communicating Key Audit Matters in

the Independent Auditor’s Report

NBC TA

701

Comunicação dos Principais Assuntos de

Auditoria no Relatório do Auditor

Independente

ISA

705

Modifications to the Opinion in the

Independent Auditor's Report

NBC TA

705

Modificações na Opinião do Auditor

Independente

ISA

706

Emphasis of Matter Paragraphs and

Other Matter Paragraphs in the

Independent Auditor's Report

NBC TA

706

Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de

Outros Assuntos no Relatório do Auditor

Independente

Fonte: elaborado pelos autores

As normas que compõem o Novo Relatório do Auditor tratam de nova redação para

norma já existente, exceto a NBC TA 701 – Comunicação dos Principais Assuntos de

Auditoria (PAA) no Relatório do Auditor Independente, que tem caráter inédito.

Diferentemente das demais normas, esta última é requerida com obrigatoriedade para

entidades listadas, não impedindo que as entidades não listadas a utilizem voluntariamente.

De acordo com a NBC TA 701 (2016), os principais assuntos de auditoria são determinados

pelo auditor, com base nas áreas avaliadas com maior risco de distorção relevante ou riscos,

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áreas complexas e que envolvem julgamento significativo da administração. Além destes,

envolvem fatos derivados de consequências na auditoria de transações que ocorreram no

período, que são significativos para os profissionais auditores e que precisam ser comunicados

aos usuários das demonstrações contábeis.

Existem ainda outras orientações da norma sobre a atuação do auditor nas definições

dos assuntos. Não se deve usá-lo em casos que a lei ou regulamento proíba a divulgação

pública do assunto, ou ainda quando as consequências negativas da publicação superem os

benefícios da comunicação para o interesse público. Também quando o assunto der origem à

opinião modificada, ou houver condições ou incertezas relevantes sobre a continuidade

operacional da entidade, o auditor somente deve incluir na seção de PAA uma referência à

seção "Base para Opinião" ou a seção "Continuidade Operacional", respectivamente.

O auditor pode recomendar que a entidade divulgue informações complementares que

julgar necessário, pois na descrição individual do PAA ele deve se limitar a informações do

contexto da auditoria, que não ultrapassem a responsabilidade do auditor, evitando repassar

informações ainda não publicadas pela entidade, as denominadas informações originais.

2.3 Estudos relacionados

Christensen, Glover e Wolfe (2014) verificaram como 141 investidores não

profissionais graduados em escolas de negócios dos Estados Unidos reagem em suas análises

de dados financeiros para o investimento em ações, ao receberem os PAAs publicados nos

relatórios de auditoria. Concluíram que são mais propensos a mudarem de decisão os

investidores que tiveram acesso ao parágrafo de PAA, se comparado aos investidores que

receberam um relatório padrão do auditor, ou o mesmo PAA contido no relatório da

administração. Também observaram que é menor o impacto nas decisões quando, após o

PAA, há um parágrafo que explique os motivos de sua comunicação.

Sirois, Bedard e Bera (2017) examinaram se a adição dos principais assuntos

levantados pela auditoria influenciou na obtenção de informações durante a leitura dos

usuários. Para a amostra 98 alunos de licenciatura de contabilidade de uma universidade

canadense foram divididos em quatro grupos e cada grupo recebeu relatórios de auditoria

diferentes, porém referentes às mesmas demonstrações contábeis. Concluíram que os PAAs

direcionam a atenção dos usuários para as informações das demonstrações contábeis

relacionadas aos assuntos levantados pelo auditor e que foi dedicada relativamente maior

atenção a estes. Também observaram que vários PAAs publicados em um só relatório

reduzem a atenção do usuário a outras partes das demonstrações contábeis.

Antes mesmo da implementação das mudanças no relatório do auditor independente

no Brasil, Oliveira (2015) analisou a estrutura do novo relatório do auditor. Para isso, através

de pesquisa indutiva, a autora analisou em países que já praticavam as mudanças no relatório,

como Reino Unido e Holanda, e os comparou com a estrutura vigente no Brasil conforme a

então NBC TA 700, ainda sem a sua recente alteração. A pesquisadora concluiu que o poder

comunicativo do auditor aumentou consideravelmente, se comparado ao modelo que era no

momento utilizado no Brasil.

Costa, Freire e Araújo (2017) buscou analisar as informações contidas na seção de

Principais Assuntos de Auditoria. Para isso, foram apresentados e analisados os PAAs de 15

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empresas participantes do setor da Construção Civil e listadas no segmento do Novo Mercado

da BM&FBOVESPA. Como resultado, excetuando os relatórios que continham a seção com

mesma redação de outra, a maior parte das empresas de auditoria fizeram a comunicação de

acordo com a norma, porém mantendo uma postura conservadora ao considerar os assuntos,

pois os riscos divulgados, em grande parte, já eram considerados pelas firmas de auditoria em

outras partes do relatório.

Marques e Souza (2017) identificaram e analisaram os principais assuntos de

auditoria que foram reportados nos relatórios dos auditores das empresas que compuseram o

Ibovespa. Os autores analisaram 49 empresas, que totalizaram 177 PAAs. Como resultado, os

autores evidenciaram em torno de 3,49 assuntos por empresa, sendo Recuperabilidade dos

Ativos (16%), Contingências (15%), Reconhecimento de Receitas (13%) e Projeção de

Resultados Futuros para a Realização de Ativos (10%) os mais referenciados. Quanto à

comunicação de continuidade, apenas duas empresas apresentaram esta informação, que já era

relatada em outras partes do conjunto completo das demonstrações financeiras.

Souza, Alberton e Borba (2017) examinaram o grau de complexidade do Novo

Relatório da Auditoria. Para tanto, avaliaram se os relatórios apresentaram maior clareza,

precisão e objetividade, em comparação aos padrões anteriores, e se as características das

firmas de auditoria alteraram a inteligibilidade do NRA. Foram analisados 149 relatórios

pertencentes a diferentes níveis de governança. Como resultado, os autores mostraram que os

padrões normativos não atendem os princípios linguísticos, mantendo-se incompreensível

para diversos usuários, por exigir alto nível educacional. Complementarmente a isto, as

empresas de auditoria apresentam relatórios classificados como muito difíceis de ler.

Ainda são poucos os estudos publicados que contemplam o Novo Relatório do

Auditor Independente (NRA) no Brasil. Isso é compreensível, pois sua obrigatoriedade é

requerida para as demonstrações a partir de 31 de dezembro de 2016. Nesse sentido, o Ibracon

realizou um estudo que analisou a seção dos PAAs apresentados nos relatórios, com o

objetivo de obter um diagnóstico dos assuntos levantados como os de maior importância pelos

auditores. Para tanto, analisaram o conteúdo de 546 companhias abertas que arquivaram os

relatórios dos auditores na CVM no primeiro trimestre de 2017. Foram identificados 1.349

PAAs, média de 2,43 por companhia, indicando 23 tipos diferentes de principais assuntos

relatados. Aqueles mais relatados foram os relativos ao valor recuperável de ativos não

financeiros – Impairment, constante em 32% dos relatórios; e em segundo lugar o

Reconhecimento da Receita, em 29% dos relatórios (Ibracon, 2017).

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Para a composição da amostra inicial da pesquisa foram selecionadas as empresas

que compuseram o índice Brasil 100 (IBrX 100) da B3 nas datas de 31 de dezembro de 2016

e 2017. A amostra intencional e não probabilística utilizou-se do IBrX, pois ele apresenta as

entidades com os cem ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de

ações brasileiro (B3, 2017). Este índice leva em consideração a liquidez das ações, além de

ponderar a carteira pelo valor de mercado, o que, por exemplo, evita inconsistências no valor

das ações, caso algum problema operacional faça sua liquidez subir (Rocha, 2011).

Das 100 ações mais negociadas que representam o índice, chegou-se a 96 entidades.

Foram excluídas quatro ações: Bradesco, Eletrobrás, Lojas Americanas e Petrobras, visto que

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estas empresas possuem ações preferenciais e ordinárias, e apresentam um único relatório dos

auditores para as duas classes de ações. Também foi excluída da amostra a empresa São

Martinho de 2016, pois seu exercício encerrou-se antes da obrigatoriedade do uso do NRA.

Do total das 191 Demonstrações de Resultado do Exercício referentes às empresas

selecionadas, constatou-se a incidência de 33 demonstrações cujo resultado apresentava

prejuízo e 158 com lucros.

Os dados relativos aos relatórios dos auditores foram catalogados através da análise de

conteúdo, a partir dos assuntos apontados como PAA. Assim, categorizou-se os PAAs em 26

categorias distintas, conforme a similaridade dos temas levantados pelos auditores. Os

assuntos foram analisados por estatística descritiva e também representados em mapas

perceptuais, onde os dados foram examinados através da análise de homogeneidade (Homals).

A análise de homogeneidade é uma técnica que investiga a relação de

interdependência entre variáveis qualitativas, onde gera-se mapas perceptuais que oferecem

uma noção de proximidade destas variáveis não métricas (Favero et al, 2009). A ferramenta

empregada nas análises foram os software Microsoft Excel e Statistical Package for Social

Sciences - SPSS® versão 22. Além das análises estatísticas, foram observadas: (1) a

quantidade de palavras por relatório e (2) qual a firma era a responsável pela auditoria em

cada um dos exercícios analisados.

4 ANÁLISE DE RESULTADOS

Em termos gerais, considerando as empresas que obtiveram lucros ou prejuízo,

verificou-se que, das 96 entidades analisadas, nos dois anos foram totalizados 191 relatórios e

634 PAAs. A média de PAA por relatório é de 3,32 com desvio-padrão de 1,23. Todas as

empresas apresentaram ao menos um PAA, com destaque de maior quantidade para o Itaú

Unibanco (Setor Financeiro), JBS (Consumo Não-Cíclico) e Bradesco (Setor Financeiro) no

exercício de 2016 cada um com sete PAAs em cada relatório. Já com menor quantidade foram

identificadas Hering (Consumo Cíclico) e Wiz S.A. (Setor Financeiro) em 2017 e Taesa

(Setor de Utilidade Pública) em 2016 e 2017 apresentando apenas um assunto cada. A maioria

das empresas apresentou entre dois e quatro PAAs.

4.1 Principais Assuntos Divulgados nos Relatórios de Auditoria

A quantidade de assuntos contidos em um relatório de auditoria torna-se relevante,

pois, segundo Sirois, Bedard e Bera (2017), quando os usuários são expostos a um relatório

com vários PAAs, eles dedicam menos atenção às partes das demonstrações financeiras que

não estejam citadas como principais assuntos. Ao longo da análise, ao realizar a classificação

dos PAAs por temas e leitura dos relatórios, chegou-se a 26 categorias, organizadas de modo

a facilitar a compreensão. Todas elas são exibidas na Tabela 1, elencados em ordem

decrescente de frequência observadas nos relatórios.

Tabela 1: Classificação por categoria de PAA em 2016 e 2017

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Fonte: elaborada pelos autores

A partir da Tabela 1, observa-se que os quatro assuntos mais abordados nos PAAs

foram: Impairment de Ativos, Passivos Contingentes, Receita e Tributos. Corroboram com os

estudos de FRC (2016) e do Ibracon (2017), com exceção de passivos contingentes. Em

relação aos tipos de PAAS levantados nos exercícios que apresentaram prejuízo, foram

identificadas 18 categorias das 26 levantadas; para os relacionados a lucros, ocorreram todas

as 26 categorias.

4.1.2 Principais Assuntos nos exercícios com prejuízo

As empresas que apresentaram prejuízo no exercício de 2016 foram separadas, as

quais compuseram 17 relatórios com 62 PAAs no exercício de 2016. A Figura 1 demonstra

que a maioria das empresas apresentaram quantidade entre 3 e 4 PAAs. A média de PAAs

neste caso é de 3,65 por relatório. Nesse contexto, destaca-se a empresa Mafrig (Consumo não

Cíclico), no exercício de 2016, com a maior quantidade de PAAs publicados, totalizando seis.

Já com menor quantidade, foram identificadas Aliansce (Financeiro e Outros), Rumo S.A.

(Bens Industriais) e Randon SA (Bens Industriais) apresentando dois assuntos cada.

Lucro Prejuízo Lucro Prejuízo

Impairment de Ativos ImpAtiv 48 11 52 9 120 18,9%

Passivos Contingentes PassCont 43 10 45 9 107 16,9%

Receita Receita 42 6 39 6 93 14,7%

Tributos Trib 15 15 22 8 60 9,5%

Itens mensurados Valor Justo VlrJusto 12 3 14 2 31 4,9%

Instrumentos Financeiros InstFin 9 1 8 3 21 3,3%

Intangível Intang 8 2 7 3 20 3,2%

Ativo e Passivo Financeiro (Concessão) AtPasFin 9 0 8 2 19 3,0%

Tecnologia da Informação TI 9 0 10 0 19 3,0%

Benefícios a Empregados BenefEmp 8 1 8 1 18 2,8%

Riscos ligados a Fraudes/Processos RiscFrProc 5 6 2 5 18 2,8%

Outros Outros 9 0 5 3 17 2,7%

PECLD PECLD 10 1 6 0 17 2,7%

Aquisição de Empresas AquisEmp 4 0 9 0 13 2,1%

Participações Societárias PartSoc 5 0 5 0 10 1,6%

Transações com partes relacionadas TransPartRelac 3 2 4 0 9 1,4%

Provisões Técnicas ProvTecn 4 0 4 0 8 1,3%

Continuidade Operacional ContOperac 3 1 2 0 6 0,9%

Reorganização Societária ReorgSoc 2 2 0 2 6 0,9%

Endividamento (Covenants) Covenant 2 0 2 1 5 0,8%

Estoques Estoque 2 0 1 2 5 0,8%

Subvenção Governamental SubvGov 3 0 1 0 4 0,6%

Estimativas Realização de Ativos EstimRealAt 1 0 1 0 2 0,3%

Imobilizado Imob 1 0 1 0 2 0,3%

Pagamento Baseado em Ações Pgtobasações 1 0 1 0 2 0,3%

Reapresentação Reapres 1 1 0 0 2 0,3%

259 62 257 56

634 100%

Totais %

Total Geral

Categoria de PAA2016 2017

Legenda

Subtotal

Page 11: Associação entre os Principais Assuntos de Auditoria e os ...

Para o exercício de 2017, referente aos prejuízos, analisou-se 16 relatórios com 56

PAAs. A média de PAAs neste caso foi de 3,50. Nesse contexto, destaca-se a empresa

Eletropaulo (Utilidade Pública), com a maior quantidade de PAAs publicados, totalizando

cinco. Já com menor quantidade foram identificadas Cyrela (Consumo Cíclico) e Itausa (Setor

Financeiro) apresentando dois assuntos cada. A Figura 1 demonstra que a maioria das

empresas apresentaram quantidade entre 3 e 4 PAAs no período analisado.

Figura 1: Distribuição de frequência de PAA nos exercícios com prejuízo em 2016 e 2017

Fonte: elaborada pelos autores

4.1.3 Principais Assuntos nos exercícios com lucros

As menores divulgações de assuntos ocorreram nas empresas que obtiveram lucros.

Cabe ressaltar que, para Kachelmeier, Schmidt e Valentine (2017), mesmo que os auditores

tomem medidas adicionais para chegarem a um padrão de segurança razoável, os usuários

podem interpretar a divulgação como um aviso, diminuindo assim a confiança nas áreas

relatadas. Nesse sentido, o fato da empresa obter lucro não exime o auditor de julgar

necessária a divulgação de algum assunto específico referente a determinado fato ou

circunstância relacionada à empresa.

No exercício de 2016, relativos aos lucros, foram verificados 78 relatórios com

ocorrência de 259 PAAs. Conforme a Figura 2, em média, são publicados 3,32 PAAs por

relatório e a maioria das empresas apresentaram quantidade entre 2 e 3. Destaque para as

entidades com maiores quantidades de PAAs publicados: Bradesco (Setor Financeiro),

ItaúUnibanco (Setor Financeiro) e JBS (Consumo Não-Cíclico), todas estas com sete PAAs

em 2016. Participam do grupo de menor quantidade as entidades: Wiz S.A. (Setor Financeiro)

e Taesa (Utilidade Pública) apresentando um assunto cada.

Em 2017, foram observados 80 relatórios de empresas com lucros sendo identificados

257 PAAs. Em média são publicados 3,21 PAAs e a maioria das empresas apresentaram

quantidade entre 2 e 3 PAAs por relatório, conforme Figura 2. Destaque para as entidades

com maiores quantidades PAAs publicados: Banco do Brasil (Setor Financeiro), Bradesco

(Setor Financeiro), ItaúUnibanco (Setor Financeiro), JBS (Consumo Não-Cíclico) e Santander

(Setor Financeiro), todas estas com seis PAAs cada uma. Participam do grupo de menor

quantidade as entidades: Hering (Consumo Cíclico) e Taesa (Utilidade Pública) apresentando

um assunto cada.

Page 12: Associação entre os Principais Assuntos de Auditoria e os ...

Figura 2: Distribuição de frequência de PAA nos exercícios com lucro em 2016 e 2017

Fonte: elaborada pelos autores

4.2 Relação entre as categorias de Principais Assuntos

A análise de homogeneidade foi feita para averiguar a relação das categorias de

PAAs com os resultados apurados no período pelas empresas. Os dados qualitativos

categorizados quando localizados em pontos próximos do gráfico apresentam relação mais

forte que categorias separadas por maiores distâncias (Favero et al., 2009).

Figura 3: Mapa Perceptual das categorias relacionadas ao resultado em 2016

Fonte: elaborada pelos autores

Em 2016, a partir da Figura 3, observou-se que a categoria Provisões Técnicas,

encontra-se fortemente associada aos resultados do período que apresentam lucros, com um

total de quatro assuntos. Desta categoria, 75% dos PAAs levantados são relativos a entidades

componentes do Setor Financeiro e Outros, e seus temas são sobre passivos de Provisão

Page 13: Associação entre os Principais Assuntos de Auditoria e os ...

Técnica de Seguros e Previdência. Os outros 25% são relativos ao Setor de Saúde sobre

estimativas de sinistralidade em seus contratos. Também associada aos lucros, a categoria

Aquisições de Empresas, com quatro assuntos, tem como composição 50% de entidades

participantes do Setor Financeiro e Outros, 25% do Setor de Tecnologia da Informação e 25%

do Setor de Utilidade Pública. Os assuntos levantados tratam sobre aquisições de empresas do

mesmo ramo de atividade gerando uma maior participação de mercado. Os 313 assuntos

restantes de 2016 não estão relacionados especificamente a um resultado apurado do

exercício, pois, conforme o Mapa Perceptual, observa-se a associação tanto nos relatórios com

lucros quanto relatórios com prejuízos.

Figura 4: Mapa Perceptual das categorias relacionadas ao resultado em 2017

Fonte: elaborada pelos autores

Para o exercício de 2017, a partir do Mapa Perceptual da Figura 4, foi verificada a associação

de maior número de PAAs e os resultados do exercício que alcançaram lucros comparado ao

ano de 2016. Em 2017, observou-se como resultados que a categoria de Tecnologia da

Informação (TI) compõe-se de dez assuntos. Esses PAAs são provenientes em 60% do Setor

Financeiro e Outros, 20% do Setor de Saúde, 10% do Setor de Utilidade Pública e 10% do

Setor de Telecomunicações. Esses assuntos foram levantados pelas auditorias em razão dos

riscos inerentes aos processos e controles dos sistemas de tecnologia no decorrer dos negócios

das entidades.

Na categoria de PECLD foram totalizados seis assuntos. Destes, 66,67% provenientes do

Setor Financeiro e Outros, 16,67% de Bens Industriais e 16,67% de Utilidade Pública. Dentre

os assuntos levantados como PAA há o cálculo da PECLD, pois este exigiu elevado nível de

julgamento da entidade, levando em consideração premissas e fatores internos e externos.

Page 14: Associação entre os Principais Assuntos de Auditoria e os ...

Na categoria de Transações com partes relacionadas (TransPartRelac) há quatro assuntos. Sua

composição trata-se de 50% no Setor de Consumo Cíclico, 25% Financeiro e Outros e 25%

Bens Industriais. Este item é relatado como PAA devido ao grande volume e as várias

naturezas das transações com as partes relacionadas as quais, uma vez divulgadas, podem

minimizar o conflito de interesses entre acionistas minoritários e majoritários. Ainda, permite

que sejam conhecidas as decisões de negócio da companhia e seus efeitos refletidos nas

demonstrações contábeis.

Para a categoria de Provisões Técnicas (ProvTecn), também relacionada aos resultados do

período que apresentam lucros, apresenta o total de quatro assuntos levantados. Mantendo a

mesma proporção de 2016, com 75% dos assuntos provenientes de entidades componentes do

Setor Financeiro e Outros, apresentam como temas passivos de Provisão Técnica de Seguros e

Previdência. Já os demais 25% são relacionados ao Setor de Saúde o qual trata a respeito das

estimativas de sinistralidade para contratos de serviços.

Na categoria Aquisições de Empresas (AquisEmp), ao todo foram identificados nove assuntos

pulverizados em 55,56% no Setor de Consumo Cíclico, 11,11% em Tecnologia da

Informação, 11,11% Consumo não Cíclico, 11,11% Financeiro e Outros e 11,11% em

Utilidade Pública. Todos eles tratam de aquisições no mesmo ramo de negócio da empresa.

4.3 Quantidade de palavras contidas na seção principais assuntos por relatório

Complementarmente, verificou-se que a quantidade de palavras contidas na seção do

relatório destinadas aos principais assuntos, foram em média, maiores nas entidades que

apresentaram prejuízo em relação as que obtiveram lucros no exercício, com 1.262 e 1.105

palavras respectivamente. A quantidade de palavras trata-se de uma medida relevante, pois o

aumento da comunicabilidade do relatório do auditor (OLIVEIRA, 2015) permite a ele

flexibilidade na redação e com efeito mais palavras e sentenças são descritas, as quais podem,

em parte serem usadas como explicação da resolução do assunto. Nesse sentido, de acordo

com Cristensen, Glover e Wolf (2014), a explicação por parte do auditor de como resolveu o

assunto, logo após informá-lo, reduz a probabilidade de reação do usuário.

Também foram averiguadas as médias de palavras por firmas de auditoria,

apresentadas na Figura 5. Tais médias são relativas aos 33 relatórios provenientes das

empresas com prejuízo, destes: 3 foram auditados pela BDO; 5 pela Deloitte(DTT); 3 pela

Ernst & Young (EY); 2 pela Grant Thornton (GT); 15 pela KPMG e 5 pela

PriceWaterhouseCoopers (PWC). Para as empresas com lucros foram observados: 8 relatórios

auditados pela BDO; 22 pela Deloitte (DTT); 41 pela Ernst & Young (EY); 2 pela Grant

Thornton (GT); 53 pela KPMG e 32 pela PriceWaterhouseCoopers (PWC).

Page 15: Associação entre os Principais Assuntos de Auditoria e os ...

Figura 5: Quantidade média de palavras na seção dos PAA por firmas auditoras

Fonte: elaborada pelos autores

De acordo com a Figura 5, observou-se que a EY foi a firma de auditoria que

apresentou maior volume de PAAs (média de 1.462 palavras) nas empresas que apresentaram

prejuízos, seguida pela Grant Thornton (com 1.397). Já para as empresas com lucros, a firma

Grant Thornton (com 1.253) foi a que mais apresentou PAAs, seguida pela EY. É possível

inferir que estas firmas apresentaram maior cautela em discutir as informações apresentadas

no novo relatório de auditoria.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O poder de comunicação no relatório do auditor aumentou consideravelmente em

comparação ao modelo anteriormente usado no Brasil (Oliveira, 2015), fruto de uma

movimentação internacional para o aumento da confiança nas demonstrações contábeis (FRC,

2016). Considerando que essas mudanças entraram em vigor no Brasil recentemente, este

estudo buscou colaborar para a literatura ao avaliar essa normatização por meio da análise da

frequência dos tipos de assuntos relatados nos PAAs e suas associações com o resultado das

empresas.

Como objetivo de pesquisa foram verificados os PAAs apresentados nos relatórios de

auditoria das entidades que compuseram o índice IBRX 100 nos exercícios de 2016 e 2017 e a

sua associação aos resultados do exercício obtidos por estas empresas. Os dados foram

analisados por meio de estatística descritiva e análise de homogeneidade (HOMALS). Para

isso, foram segregados os relatórios do auditor relativos aos períodos onde ocorreram prejuízo

dos que obtiveram lucros, nos exercícios de 2016 e 2017. Como resultados da estatística

descritiva, constatou-se que de um total de 26 categorias de PAA, todas elas ocorreram nos

relatórios relativos aos resultados com lucros, porém somente 18 relatórios estavam

relacionados ao prejuízo. Os assuntos mais abordados nos PAAs foram Impairment de Ativos,

Passivos Contingentes, Receita e Tributos. Em 2016 e 2017 foram levantados em média 3,65

e 3,50 assuntos por relatório, respectivamente, quando apurado prejuízo. Já quando obtiveram

lucros as entidades, respectivamente em 2016 e 2017 receberam média de 3,32 e 3,21

assuntos.

Também, constatou-se que em média os relatórios do auditor nos exercícios que

apresentaram prejuízo são maiores em quantidade de assuntos divulgados e no quantitativo de

palavras expostas neles, quando os comparamos aos relatórios dos exercícios que obtiveram

Page 16: Associação entre os Principais Assuntos de Auditoria e os ...

lucros. Com base na análise de Homals, verificou-se a associação entre algumas categorias de

PAAs e os relatórios das empresas que obtiveram lucros. Em 2016 e 2017 foram Provisões

Técnicas e Aquisições de Empresas e no exercício de 2017 Tecnologia da Informação,

PECLD e Transações com partes relacionadas.

Como limitação deste estudo destaca-se, que a amostra contou com 158 relatórios

associados à resultados com lucros e somente 33 relacionados à prejuízos. Além disso, a

respeito deste estudo ser exploratório, é possível que a amostra venha a ser expandida no

decorrer dos próximos exercícios. Para sugestões de pesquisas futuras, sugere-se aumentar a

amostra, utilizar para análise outras variáveis relacionadas ao desempenho da empresa,

replicar o estudo sob outras técnicas estatísticas na análise dos dados; e comparar o espaço

utilizado pelo auditor para a comunicação do assunto ao espaço dedicado ao tratamento que

ele dá ao assunto.

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