AS DONAS DA HISTビRIA 36D -...

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0 AS DONAS DA HISTÓRIA Capítulo 36. Novela de Renan Fernandes. Escrita por Renan Fernandes.

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AS DONAS DA

HISTÓRIA Capítulo 36.

Novela de Renan Fernandes.

Escrita por Renan Fernandes.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

CENA 1. RUA DO APART DE JAKE. EXT. DIA.

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior.

Clima tenso. CAM começa focando em Constantinopla e Jake, de conversa na

beirada da rua. Após isso, CAM se direciona até o carro de Irineu,

estacionado numa vaga discreta da mesma rua. Dentro do veículo, este

conversa com Sônia e Eriberto.

IRINEU — E então, gente? Mais alguma dúvida?

SÔNIA — É ele mesmo! O sujeitinho malandro que ficou

fotografando a gente! (encara Eriberto) Meu

Deus! Eu deveria ter trazido uma câmera pra

registrar esse flagrante!

ERIBERTO — A questão é que, mesmo tirando fotos dessa

transação, a gente não teria prova de que esse

pilantra tirou as nossas fotos!

SÔNIA — Mas pelo que o Irineu nos disse, ontem à noite o

Antônio pegou a câmera dele. Com certeza, seria

arriscado invadir o apart e procurar essa prova

crucial!

IRINEU — Nesse momento, a gente precisa prensar esse

fotógrafo a nos contar os pormenores da

armadilha premeditada pelo Antônio!

ERIBERTO — Não foi você mesmo, Irineu, que disse pra gente

agir com cautela?

IRINEU — Sim! Mas tendo em vista que esse fotógrafo

agiu por pura ganância, infelizmente nós vamos ter

que apelar e falar na mesma língua dele...

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

... Ou seja, com um suborno avantajado, quero ver

se ele, além de entregar todo o esquema do

Antônio, não vira a casaca e nos ajuda!

Logo, CAM se afasta novamente deles e foca em Constantinopla se

despedindo de Jake. Ele, por sua vez, volta até o seu apart.

IRINEU — Vocês me esperem aqui! Eu vou abordá-lo no

apart!

Nisso, Irineu desce do carro, observa Constantinopla sumindo pela primeira

esquina e, disfarçadamente, vai até a entrada do prédio do apart.

Som de suspense no final da cena.

CENA 2. APART DE JAKE. SALA. INT. DIA.

CAM abre na sala, que está vazia e com as cortinas brancas entreabertas,

impedindo a penetração solar. Logo, Jake é focalizado surgindo no canto

direito, mais precisamente do corredor dos quartos. Ele segura o envelope

entregado por Constantinopla, senta-se no sofá e abre-a. Jake conta cédula

por cédula. Depois, a campainha toca. O mesmo guarda a grana, deixa-a em

cima da mesinha próxima ao sofá, levanta-se e abre a porta. Ele estranha a

vinda de Irineu.

JAKE — (desconfiado) Quem é você?

IRINEU — (pretensioso) Uma pergunta muito comum, sem

dúvida. Principalmente por ser feita por alguém

que acabou de receber uma quantia em espécie

após concluir uma tremenda sacanagem. Vai me

deixar entrar ou prefere que eu saia e peça

reforço policial? A escolha é sua, meu jovem!

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

CLOSES alternados entre a expressão apreensiva de Jake e o olhar altivo e

irônico de Irineu.

CENA 3. PARQUE BARIGUI. ESTRADINHA. EXT. DIA.

Nesse momento, Malu e Antônio caminham ao redor do parque e conversam.

MALU — Eu ando muito confusa em relação à minha avó

ultimamente!

ANTÔNIO — (faz-se de sonso) Eu também achei ela um

pouco reticente. Não posso tirar nenhuma

conclusão, mas por acaso algum problema

aconteceu?

MALU — Muitos problemas, Antônio! Ela e o Irineu

brigaram! O motivo eu não sei ao certo, porque a

dona Sérvia é muito fechada e reservada!

Agora, ambas sentam em um quiosque e observam a lagoa do parque, bem

como os inúmeros prédios em 2º plano.

ANTÔNIO — Talvez ela queira conversar comigo pra falar

sobre a gente, não sei... Numa dessas, depois de

brigar com o Irineu, ela ficou preocupada com o

nosso relacionamento. Ficou com medo de, por

qualquer motivo, nós também entrarmos numa

crise conjugal!

MALU — Vai ver é isso! Então, pode ir conversar com ela!

Eu realmente preciso fazer a minha corrida

matinal. Isso já virou um vício!

ANTÔNIO — Pode deixar.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

CENA 4. MANSÃO DE SÉRVIA. ESCRITÓRIO. INT. DIA.

Minutos depois, ele e Sérvia discutem por conta da audácia desta em

intimar aquele na frente de Malu.

ANTÔNIO — Eu posso saber o que te fez tomar uma atitude

tão infantil diante da Malu? (aproxima-se) O que

houve? Esqueceu de tomar os seus barbitúricos?

SÉRVIA — (nervosa) A questão, Antônio, é que a Malu já ta

começando a desconfiar das minhas omissões, do

meu jeito relapso e fugaz! (senta-se num sofá

grudado na parede) O Irineu ficou com raiva de

mim desde quando descobriu que eu sabia do seu

envolvimento com a Sônia!

ANTÔNIO — Só que com certeza ele não contou nada pra

Malu!

SÉRVIA — Não contou! Mas deve ter feito a cabeça dela

contra a gente. Ou seja, começou com umas

indiretas, até que, num determinado momento, ele

vai contar o que sabe. A gente precisa tomar

cuidado, Antônio! A Malu, descobrindo as suas

mentiras, vai acabar sabendo quem eu realmente

fui, e tudo o que eu já escondi dela. Infelizmente

essa é a nossa realidade. Nós estamos prestes a

sermos desmascaradas. E, dessa vez, não vamos

conseguir fugir das consequências dos nossos atos!

CLOSE na expressão preocupada de Antônio, o qual se vira de costas para

Sérvia, coloca a mão direita sobre a boca e reflete.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

CENA 5. FACHADA DO BRECHÓ LE FREAK. EXT. DIA.

Do alto das escadarias do recinto, Cláudia e Jaqueline se despedem de

André e Fabiano.

JAQUELINE — Então você vai procurar um emprego, Fabiano?

FABIANO — Sim, Jaqueline! Pode ser qualquer coisa, em

qualquer área. Num ponto comercial, numa

indústria. A verdade é que eu quero parar de ser

acomodado. Até já me inscrevi na agência do

trabalhador, mas cansei de esperar!

CLÁUDIA — (abraça-o) Boa sorte, meu amigo!

FABIANO — (feliz) Obrigado!

ANDRÉ — (puxa o braço dele) Deixa que eu te

acompanho, viu? Tchau, meninas!

AS DUAS — Até mais!

Nisso, os dois descem, e CAM se aproxima delas, que se entreolham.

CLÁUDIA — O Fabiano ainda ta meio perdido, né? Um pouco

inseguro!

JAQUELINE — Mas logo ele se encontra! É um garoto esperto,

bem inteligente! E agora, decidido!

Logo, ambas se abraçam e entram no brechó.

CENA 6. BRECHÓ LE FREAK. ATELIÊ. INT. DIA.

A música Betty Davis Eyes-Kim Carnes, toca ao fundo do ambiente. Várias

clientes notam as roupas ou conversam entre si num sofá do canto, ao

mesmo tempo em que tomam um chá. Jaqueline atende alguma delas, e,

depois, nota Cláudia no canto, meio reflexiva.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

JAQUELINE — (aproxima-se) Eu até imagino o porquê desse

seu jeito filosófico, minha filha!

CLÁUDIA — (encara-a) É, mãe... Aquela história da Júlia

ainda me incomoda!

JAQUELINE — Ta pensando em fazer alguma coisa?

CLÁUDIA — To sim! (decidida) Eu vou contar tudo pra Malu...

Todas as pretensões daquela mulher ardilosa! Não

adianta ela tentar botar o terror, me

prejudicando... Porque calada e passional eu não

vou ficar!

CENA 7. LARGO DA ORDEM. EXT. DIA.

André e Fabiano caminham em direção a um barzinho.

ANDRÉ — Eu tenho um amigo muito gente fina que

trabalha como balconista num dos bares noturnos

do Largo! Com certeza, ele vai te ajudar a descolar

um emprego, quem sabe, de caixa ou garçom! O que

importa é você arrumar uma ocupação. Depois,

você pensa em algo mais rentável, não é!

FABIANO — Claro que sim! (avista o bar) Então, vamos

entrar?

ANDRÉ — Vamos!

Nisso, ambas entram no estabelecimento.

CENA 8. WENCESLAU BRAZ. CASA DE RAQUEL. SALA. INT. DIA.

Raquel e Neusa conversam sobre os filhos desta.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

NEUSA — Você entende agora os meus motivos, né? A Taís

e o Fabiano precisam sofrer um pouco pra

entender que eu também sou gente... Que tenho os

meus direitos tão iguais ou até maiores que os

direitos deles!

RAQUEL — (complacente) Eu não quero me posicionar ainda,

diante dos seus problemas familiares, minha filha!

Eu só quero que tudo se resolva, e que você passe

umas férias maravilhosas perto da sua mãezinha,

tão solitária e entediada!

Neusa ri. É a primeira vez que vemos esta mulher um pouco mais

descontraída.

NEUSA — Você ta muito melhor do que eu. Mais viva, mais

liberta, exaltando bom-humor e naturalidade! Eu,

coitada, to aqui, sofrida, incompreendida, taxada

como uma mulher mais velha do que eu realmente

sou, e, sobretudo, com uma antipatia que azeda a

vida de qualquer um!

RAQUEL — Então vamos rever esses conceitos, Neusa?

Vamos sair um pouco, tomar um novo ar, conhecer

novas pessoas! A cidade é pequena, mas é cheia de

possibilidades. Hoje à noite eu vou te apresentar

os meus amigos!

NEUSA — (sorrindo) Tudo bem!

Por fim, CAM foca nelas dando as mãos, num gesto de cumplicidade.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

CENA 9. GUARATUBA. FERRY-BOAT. EXT. DIA.

Música de suspense. De longe, CAM foca em Codinome, o qual conversa, na

beirada do Ferry-Boat, com dois amigos. O primeiro deles é o dono do apart

no qual aquele está hospedado. O segundo é o tal sujeito de Santa Catarina,

envolvido num esquema de rachas daquele local. Logo, CAM se aproxima de

Taís, que espia tudo há alguns metros, e demonstra apreensão. Por fim, ela

se assusta ao ver um guardinha se aproximando de Codinome.

TAÍS — (p/si) Meu Deus! Será que eles vão ser pegos?

Ela volta a observá-los.

CENA 10. RUA DO APART DE JAKE. EXT. DIA.

Eriberto e Sônia continuam dentro do veículo. Estes estão apreensivos.

SÔNIA — Essa conversa ta demorando. Será que aquele

fotógrafo vai cair na lábia do Irineu?

ERIBERTO — Fica despreocupada, Sônia! Porque quem deveria

se sentir assim são essas pessoas que armaram

uma cilada contra a gente. Nós dois estamos em

vantagem agora. Juntando todas as provas

possíveis a fim de desmascarar esses pilantras.

Corta imediatamente para...

CENA 11. APART DE JAKE. SALA. INT. DIA.

Clima tenso. Jake tenta fechar a porta na cara de Irineu, mas este projeta

o corpo a fim de impedir.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

IRINEU — (entrando) Qual é o seu medo, afinal? É só

mencionar a palavra polícia que você já fica

acuado?

JAKE — (empurra a porta) Quem te mandou aqui, hein?

Irineu observa o envelope em cima de uma mesinha, mas disfarça.

IRINEU — Com certeza não foram as pessoas que te

mandaram fazer um serviço sujo e bastante

ousado!

JAKE — (desesperado) Por favor! Eu não queria que as

coisas tivessem chegado a esse ponto! Eu confesso

que eu extrapolei! (anda p/os lados) Se você já

sabe da armação, com certeza é porque algum

deles descobriu tudo!

IRINEU — (faz-se de desentendido) Eles? Eles quem?

JAKE — Não me deixa confuso, por favor! (senta-se no

sofá) De graça é que você não veio aqui!

IRINEU — (senta-se ao lado) É claro que não! Realmente,

as pessoas que você armou a cilada, já estão a par

de tudo. Inclusive, de que tudo foi fruto de uma

mentalidade doentia e perversa. Mentalidade essa

materializada num médico pretensioso, amoral, que

traja um jaleco branco só pra botar a pinta de um

cidadão sério, autêntico e honesto!

Jake fica cada vez mais nervoso, e, num momento de impulso, pega o

envelope e sai correndo.

IRINEU — Espera aí, sem precipitação!

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

A partir daqui, começa a tocar a música Tripping Balls-Mekkanikka. Irineu

sai em disparada.

Corta imediatamente para...

CENA 12. APART DE JAKE. CORREDOR. INT. DIA.

Atenção sonoplastia: a música da cena anterior continua nas próximas

cenas.

Num ritmo frenético, CAM focaliza Irineu saindo de lado e olhando em

todos os cantos do corredor. Sem encontrar Jake, ele decide descer as

escadas. Logo, aquele é focalizado escondido num armarinho, e tentando

ligar para o apart de Antônio.

Corta imediatamente para...

CENA 13. APART DE ANTÔNIO. SALA. INT. DIA.

O telefone de lá toca incessantemente. Porém, nem Antônio, tampouco

Constantinopla estão por lá.

CENA 14. APART DE JAKE. CORREDOR. INT. DIA.

Nervoso, Jake desliga o celular, abre uma fresta da porta do armarinho e

espia pra ver se alguém está por lá. Vendo que não, ele desce pelo elevador

de serviço.

Corta imediatamente para...

CENA 15. APART DE JAKE. SAGUÃO. INT. DIA.

Irineu está na entrada, apreensivo. Logo, ele nota Jake surgindo do elevador

de serviços e corre atrás dele.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

CENA 16. RUA DO APART DE JAKE. EXT. DIA.

Agora, Jake some pelos fundos e Irineu continua o seguindo. Eriberto e

Sônia espiam tudo pelo carro, e este decide pegar a chave do veículo de

Irineu e acelerar.

CENA 17. BECO. EXT. DIA.

Nesse instante, Jake se pendura na sua moto, acelera-o e passa ao lado de

Irineu. No mesmo instante, o carro que Eriberto dirige tenta prensá-lo

numa esquina, porém Jake consegue se desvencilhar. Nisso, Irineu entra no

banco de acompanhante e uma nova perseguição começa.

CENA 18. APART DE ANTÔNIO. SALA. INT. DIA.

Constantinopla acaba de abrir a porta. Logo, ela senta-se no sofá,

despreguiça-se e nota uma ligação vinda do celular de Jake.

CONSTANTINOPLA — (p/si) Que garoto insaciável. Ele que ligue

depois se for um assunto urgente!

CENA 19. RUAS DE CURITIBA. EXT. DIA.

A perseguição iniciada na cena 17 continua. Jake atravessa um túnel e vira,

sem se dar conta, numa avenida de sentido único.

ERIBERTO — (surpreso) Esse cara perdeu a noção do perigo!

SÔNIA — Meu Deus! Isso vai virar uma tragédia!

Logo, CAM mostra o carro de Eriberto e Sônia parando na esquina da

avenida. Depois, ela se aproxima da moto de Jake, que, pra evitar colidir

com um carro, desvia e perde o equilíbrio do veículo. Assim, em câmera

lenta, este é focalizado deslizando com a moto por alguns metros.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

Após isso, levando vários tombos até cair de costas na calçada. CAM volta

ao normal à medida que Eriberto, Sônia e Irineu descem do veículo deles e

se aproximam de Jake, o qual os nota de cima.

ERIBERTO — Agora não tem mais como você escapar!

PRIMEIRO BREAK.

Tema de abertura: UNDER PRESSURE-QUEEN.

CENA 20. RUAS DE CURITIBA. EXT. DIA.

Na calçada de uma avenida de sentido único, Jake continua estirado no chão,

de barriga para cima. Uma música de suspense começa a tocar no momento

em que Eriberto, Irineu e Sônia o abordam. Do PV de Jake, vê-se Eriberto

de cima, o qual está com um semblante de revolta.

ERIBERTO — Esse acidente constrangedor, com certeza,

podia ter sido evitado!

Agora, Jake também nota Sônia e Irineu, os quais estão ao redor de

Eriberto e olham alternadamente para este.

SÔNIA — É melhor a gente chamar uma ambulância,

Eriberto! Numa dessas, esse sujeito quebrou

alguma costela, pode ter tido algo além de uma

escoriação. O baque foi grande! (encara Jake) E

nem adianta, nesse instante, você tentar se

desvencilhar da gente e vir com um orgulho

bestial! Que nem o Eriberto disse, você não tem

escapatória...

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

... A gente já sabe quem foi o mandante daquelas

fotografias na frente da casa do meu namorado,

bem como a invasão de um de vocês na minha

mansão a fim de registrar momentos íntimos!

Pessoas arrogantes e amorais realmente têm uma

falha grave: falta de inteligência emocional. Só

porque vocês rotulam as suas vítimas como

criaturas ingênuas, praticamente canonizadas,

acabam por subestimar o nosso raciocínio!

JAKE — (reclama da dor) Pelo amor de Deus, essas suas

frases moralistas, nessa altura do campeonato...

Eu já sei que eu baixei o nível, que eu não sou tão

diferente dessa cambada de corruptos do

colarinho branco, oportunistas e prepotentes.

Agora...

Jake se contorce de dor e respira fundo para controlar o nervosismo.

JAKE — Eu realmente não to em estado de me virar

sozinho. Eu vou ter que pedir clemência. Por favor,

me ajudem! Eu to muito mal.

Irineu, o qual estava no celular no meio da conversação, volta até eles!

IRINEU — Eu já acionei uma ambulância do SIATE. A sua

sorte, moleque, é que o hospital especialista em

fraturas fica há 6 quadras daqui! Fica aí bem

quietinho que logo você vai ser acudido.

Por fim, Jake respira aliviado, vira o olhar para o asfalto e observa a sua

mão esquerda estirada, e com um leve sangramento.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

CENA 21. APART DE ANTÔNIO. SALA. INT. DIA.

Constantinopla, sentada no sofá, mexe no telefone e reflete sobre a ligação

de Jake.

CONSTANTINOPLA — (p/si) Ele ainda não retornou! É melhor eu avisar

o Antônio que o Jake entrou em contato!

Assim, calmamente ela tecla os números do celular de seu filho e aguarda a

ligação.

Corta imediatamente para...

CENA 22. MANSÃO DE SÉRVIA. ESCRITÓRIO. INT. DIA.

Antônio continua de costas para Sérvia, pensativo e preocupado. Ela, por sua

vez, levanta-se do sofá, o qual é encostado na parede, direciona-se ao

frigobar situado no outro lado, e pega um vinho chileno.

SÉRVIA — (de costas para a CAM/prepara a bebida) É

mesmo muito bom você começar a refletir sobre o

contexto no qual você está inserido, Antônio

Meirelles!

Depois de preparar a sua bebida, ela vira-se em direção a ele, e, em

sincronia, Antônio faz o mesmo. Ambos se encaram de longe, cada qual numa

das extremidades do exíguo escritório.

SÉRVIA — Porque essa sua vida desregrada e politicamente

incorreta está com o prazo de validade vencido!

ANTÔNIO — Engano seu! Porque agora nenhuma dessas

pessoas metidas a perfeitas e éticas podem me

condenar! A Malu é a minha única mulher...

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

... Aquela loucura de manter relações

extraconjugais não faz mais parte do meu

repertório!

SÉRVIA — O pior de tudo é que eu to começando a

acreditar que você realmente ama a minha neta!

ANTÔNIO — E por qual motivo não amaria? Quando eu disse

que ela era a minha vingança contra o que a Letícia

me fez no passado, eu falei da boca pra fora, num

momento de revolta! Depois daquela minha

afirmação, muita água rolou, minha cara! Muito

sofrimento, muita “quebração” de cara, no bom

português coloquial! (aproxima-se) Só que eu não

vou me intimidar com as ameaças do Irineu, e nem

com as circunstâncias que podem fazer a Malu

descobrir todo o nosso passado! Você é que deve

ter mais medo... Eu to cada vez mais liberto dessas

situações condenáveis!

SÉRVIA — (toma uma taça) Bom saber!

De repente, Malu abre a porta do escritório, e os dois viram os seus rostos

a fim de encará-la. No mesmo instante, o celular dele toca. É Constantinopla.

ANTÔNIO — Diga! (T) Claro... (disfarça ao observá-las) A

gente pode conversar melhor em casa! Já to a

caminho!

Ele desliga o aparelho e olha alternadamente para Sérvia e Malu.

ANTÔNIO — Infelizmente eu vou ter que sair! Imagine você,

Malu, que a Sérvia veio convidar a mim e a minha

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

mãe pra um jantarzinho que ela já tava maquinando

há semanas aqui na mansão!

Música de suspense. Irônico, Antônio encara Sérvia e pisca o olho esquerdo,

sem Malu perceber. Acuada, a segunda é obrigada a concordar.

MALU — Que ótimo, hein, dona Sérvia? (aproxima-se

dela) Agora você subiu no meio conceito! Toda

misteriosa e reflexiva, e eu não associando esse

seu gênero aparentemente “blasé” com essa ideia

maravilhosa de fazer um jantarzinho em família!

SÉRVIA — (sorri forçada) Exatamente! Eu vou adorar essa

confraternização familiar!

Nisso, ela encara Antônio com um olhar de revolta, mas, para disfarçar,

continua sorrindo bastante. Por fim, ele beija Malu e vai embora.

Som de suspense no final da cena.

CENA 23. RUAS DE CURITIBA. EXT. DIA.

A ambulância que veio socorrer Jake surge da rua de sentido único. Ela

estaciona ao lado da calçada no qual ele está estirado. Num ritmo ágil, são

mostrados os paramédicos prestando os primeiros socorros, colocando Jake

sutilmente numa maca, bem como um colar cervical a fim de evitar uma lesão

na coluna vertebral dele. Logo, o próprio é colocado dentro do veículo,

enquanto Sônia, Eriberto e Irineu se direcionam ao carro deste. Por fim, a

ambulância acelera, segue a mesma rua, no mesmo instante em que Irineu

acelera o veículo que estava parado na esquina e vira em direção à

ambulância.

Corta para...

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

CENA 24. APART DE ANTÔNIO. SALA. INT. DIA.

CAM abre no local, e mostra Constantinopla sentada no canto direito do

sofá, ao mesmo tempo em que Antônio abre a porta no canto esquerdo. Eles

se entreolham por um momento, e CAM se aproxima lentamente à medida

que este se aproxima e senta-se ao lado de sua mãe.

CONSTANTINOPLA — Sem querer bancar uma mulher neurótica e

insegura, eu confesso que fiquei intrigada com a

ligação do Jake.

ANTÔNIO — Você pelo menos retornou?

CONSTANTINOPLA — Fiz isso agora pouco. Liguei duas vezes. Tanto

pro telefone do apart dele, quanto pro celular. Mas

ele não retornou!

ANTÔNIO — Eu deveria ter passado o número do meu celular.

E você também. A comunicação fica muito restrita

com ele só sabendo o nosso telefone residencial!

Mas isso não há de ser nada! (olha ao redor) De

qualquer jeito, eu já deveria ter entrado em

contato com o meu advogado pra avisar sobre as

fotos da Sônia com o Eriberto na internet. Com

essa prova falsa de que ela me traía antes de nós

dois assinarmos o acordo de separação, eu já posso

recorrer a mansão que ficou só com ela!

CONSTANTINOPLA — Então faça isso agora! Não perca tempo, meu

filho! Por mais bem detalhado que tenha sido o

nosso plano...

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

... Qualquer segundo desperdiçado pode ser um

tempo ganho pra Sônia, que não é burra, descobrir

toda essa cilada e virar esse jogo!

Música de suspense. Antônio pega o seu celular e liga para o seu advogado.

Corte descontínuo. Já falando com ele, Antônio expõe a sua versão de

marido traído.

ANTÔNIO — (T) Então é isso mesmo que você ouviu! Eu fiquei

abismado com o que eu vi! Se eu soubesse que a

Sônia tinha sido tão malandra e sagaz com a

proposta de pegar toda a mansão pra ela, eu não

teria sido tão ingênuo de ceder ao pedido dela! (T)

Eu espero que você tome uma atitude imediata!

Porque agora eu não vou facilitar! (T) Tudo bem!

Eu aguardo o seu retorno!

Ele desliga o celular e encara a sua mãe.

CONSTANTINOPLA — E aí, o que o advogado disse?

ANTÔNIO — Ele vai averiguar as fotos na internet, a

exposição da Sônia. Mas já me garantiu que vai

recorrer a posse da mansão! Porque qualquer juiz

constataria que ela agiu de má fé com aquele

acordo de separação, ainda mais por ter omitido

que mantinha um casinho amoroso há um ano e

meio!

CONSTANTINOPLA — (sorri) Então a Sônia que se prepare! Porque a

batalha judicial agora vai ser muito mais pesada!

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

CLOSES alternados entre o sorriso de Constantinopla e o semblante

preocupado de Antônio.

CENA 25. HOSPITAL. CORREDOR. INT. DIA.

Minutos depois, Sônia, que está de pé, no canto do corredor, conversa com

Afonso no celular. Ela demonstra nervosismo.

SÔNIA — (T) Tudo bem! Isso já era de se esperar! Agora,

Afonso, você pode ter certeza de que a gente vai

conseguir ganhar essa causa! Tudo foi uma grande

armação! (T) Ta certo, a gente se fala!

Ela desliga o celular e procura respirar fundo. Depois, Eriberto e Irineu, que

foram tomar um cafezinho, aproximam-se dela com um copinho na mão.

SÔNIA — (encara-os) O Antônio realmente não perde a

oportunidade! Quando ele quer atropelar uma

pessoa, não mede esforços!

IRINEU — O que foi agora?

SÔNIA — O Afonso, sabe? O advogado, primo do Eriberto!

Ele me ligou dizendo que foi contatado pelo

advogado do Antônio sobre um novo processo de

separação. O Antônio vai recorrer. E agora o

processo vai pra segunda instância!

ERIBERTO — (nervoso) Desgraçado! Pilantra!

IRINEU — Nesse momento, vocês precisam manter a calma!

O Antônio, com aquela prepotência toda, acha que

ta com o jogo ganho...

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

... Só que nós é que estamos em vantagem, e vamos

conseguir persuadir esse fotógrafo a nos ajudar!

SÔNIA — (revoltada) Eu não consigo acreditar que ele

tenha chegado a esse ponto!

Eriberto a abraça e beija a testa dela.

IRINEU — O Antônio passou dos limites, não mediu as

consequências dessa atitude tão covarde e

hedionda! Se vocês soubessem como eu me

arrependo de ter sido amigo dessa criatura...

Ainda mais depois de ter descoberto outra

mentira dele!

SÔNIA — (curiosa) Qual mentira?

IRINEU — É uma história muito delicada. Porque envolve

uma pessoa muito querida. (T) Eu sou padrinho da

Malu, vocês conhecem?

SÔNIA — Já ouvi falar, e muito mal dessa menina!

IRINEU — Seja o que for que você tenha ouvido dizer dela,

eu sou o padrinho, e a considero muito! A questão é

que o Antônio ta de casamento marcado com ela, e

isso muito antes de você ter se separado dele,

Sônia!

Música de suspense. CAM se aproxima lentamente de Sônia, a qual fica

chocada com a notícia.

SÔNIA — Espera aí! O Antônio mantinha um caso com a

Malu, é isso?

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

IRINEU — Calma! Não se precipite! A Malu não sabe que o

Antônio foi casado com você! Infelizmente, ele e a

avó dela, a Sérvia, omitiram esse fato!

SÔNIA — Claro, a Sérvia! Aquela sua namorada!

IRINEU — Depois do que eu descobri, nós demos um tempo!

A Sérvia tem medo de a Malu descobrir que o

Antônio foi casado contigo. Agora não me pergunte

o porquê!

SÔNIA — Que história confusa, meu Deus! Quem é o

Antônio, afinal de contas? Mais uma pessoa sendo

vítima dele!

IRINEU — Se eu pudesse, eu contava tudo pra Malu. Mas

ela é muito apaixonada, ta completamente iludida!

SÔNIA — Por mais que ela esteja vivendo essa ilusão,

Irineu, o nosso foco é fazer com que o Antônio

pare de ficar atropelando tudo o que ele vê ao

redor. Ele merece uma lição urgente, sem nenhuma

facilitação. Eu não vou mais relevar nenhum ato

dele! Ele vai ter que pagar! E a decadência dele vai

começar agora, com as provas que eu vou juntar da

armadilha que ele fez contra mim e o Eriberto!

Ela encara Eriberto, beija-o e depois encara Irineu.

CENA 26. BRECHÓ LE FREAK. ATELIÊ. INT. DIA.

Jaqueline, que está no balcão, passando um cartão de uma cliente, volta a

observar Cláudia.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

Esta está mostrando umas roupas e dando coordenadas para uma

funcionária cuidar do local enquanto mãe e filha saem para almoçar. Estas se

encaram por um instante, num gesto de cumplicidade.

JAQUELINE — (off) Eu já tava sentindo falta desses

“almocinhos” sem pretensão!

Já cortou antes para...

CENA 27. RESTAURANTE PRÓXIMO. EXT. DIA.

Minutos depois, elas se encontram almoçando na parte externa do

estabelecimento e alternam olhares entre os fregueses e o trânsito na rua.

CLÁUDIA — Apesar de que nós não estamos fazendo nada de

muito inusitado! (ambas riem) Você sempre

tentando mitigar os climas mais pesados com essas

fugas da rotina!

JAQUELINE — É que eu sempre ouvi falar muito bem desse

lugar! Inclusive, que eles fazem um excelente

estrogonofre de frango! Nada muito sofisticado,

não é mesmo? Mas é o que temos pra hoje. Melhor

digerir algo mais pesado, que vira uma bomba ácida

no estômago, do que engolir certas situações

intragáveis!

CLÁUDIA — (reflexiva) É... A Júlia realmente conseguiu a

façanha de me deixar cheia de efeitos colaterais.

Até o meu semblante ta um tanto quanto

incomodado!

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

(toma uma taça de vinho branco) Mas eu não

preciso nem dizer que já decidi em abrir o jogo

pra Malu! Porque ela vai saber dessa proposta

nojenta que a Júlia me fez!

JAQUELINE — E eu concordo! (pega a mão dela) Até porque,

se você continuar calada, carregando esse peso

que não te pertence, não só a maldade da Júlia vai

atingir a Malu, como você também será uma das

vítimas. A Júlia tem objetivos muito claros e

abrangentes: se ela conseguir se livrar da sua

amiga, ela também se livra de você e ainda te

responsabiliza por tudo. E aí, você e a Malu podem

até vir a se tornar grandes inimigas! Por isso,

pense bem no que você vai fazer. Muitas coisas

estão em jogo. Cuidado pra isso tudo não virar um

efeito dominó contra você, minha querida! Eu falo

pro seu bem!

CLOSE em Cláudia, que abaixa o rosto, olha para os lados e fica ainda mais

confusa.

CLÁUDIA — Que situação complicada a minha! (respira

fundo) É melhor eu esquecer um pouco esse

assunto! Vamos focar no almoço, que tal?

JAQUELINE — Eu acho ótimo!

CENA 28. BAR FIREFOX. 1º ANDAR. INT. DIA.

André e Fabiano conversam com o balconista amigo daquele.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

BALCONISTA — Eu até tinha ficado com a responsabilidade de

ver um novo garçom pra trabalhar toda terça,

quinta e sábado, os dias mais movimentados do bar!

E pra você, Fabiano, que tem uma boa pinta, sabe

se expressar bem, pode ser uma boa! Quebra não

só o seu galho, garantindo uns trocadinhos básicos,

como também ajuda a gente que ta bem

necessitado mesmo!

FABIANO — Por mim, ta tudo certo! Realmente, não tenho

nem do que reclamar. Tudo aconteceu de uma

forma tão pouco formal, tão à vontade, que nem

parece que isso foi uma entrevista de emprego!

Os três acham graça e continuam num papo descontraído.

ANDRÉ — Então, tudo certo, Mateus? O meu amigo já ta

empregado, e eu me saí bem como consultor de

RH?

BALCONISTA — Serviço excelente, hein, André? Podia até

mudar de profissão, deixar um pouco de lado o

jornalismo da área de economia!

ANDRÉ — Imagina! Eu to é tranquilo! Agora, procurando

pensar em um novo emprego, quem sabe, numa

outra área, não é? Quero variar o meu repertório,

adquirir mais experiência, mais vivência mesmo.

Talvez na parte de jornalismo social eu me daria

bem. Sempre fui uma pessoa muito ligada nessas

questões dos excluídos.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

Não só homossexuais, culturas étnicas rotuladas,

ou então drogados. Eu sou uma pessoa que

realmente acredita no ser humano, sobretudo

aquelas que realmente estão perdidas por aí,

marginalizadas, mas que, apesar disso, têm algum

talento nato, alguma vocação pro bem. Porque há

gente que só precisa se achar na vida. Ser

incentivado. No entanto, quem é que se preocupa

com tudo isso, né? Os preconceituosos só sabem

mesmo é criticar!

FABIANO — Eu acho muito bacana esse seu jeito prudente,

com discernimento, André! A sua capacidade de

entender o próximo, de ajudar, sem nunca botar

pra baixo é algo que te torna uma pessoa muito

mais evoluída e instigante do que esse bando de

hipócritas que nós encontramos por aí! A minha

única certeza é de que você, André, ainda vai ser

muito feliz! Que vai encontrar alguém especial, que

precise do seu entendimento. Mas um alguém que,

sem dúvida, vai crescer muito com o seu amor e a

sua dedicação.

ANDRÉ — Olha lá, hein, Fabiano? Não sou muito ligado em

profecias, não. Eu prefiro focar no presente. E o

nosso presente é esse, meu amigo! Que tal um

chope pra daqui a pouco, Mateus? Pra comemorar o

emprego do nosso grande parceiro, Fabiano?

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

BALCONISTA — Precisa se dar ao trabalho de propor uma

maravilha dessas, André? Vamos comemorar é

agora!

Os três voltam a rir e sobem até o segundo andar do bar, o qual está com

pouco movimento.

CENA 29. HOSPITAL. QUARTO. INT. DIA.

Jake se encontra acordado, e com um dos braços engessados. Deitado numa

das macas de um quarto com dois pacientes, ele observa uma enfermeira

passando o soro na veia de uma mulher bastante debilitada. Sensibilizado,

Jake decide virar o rosto para o outro lado e avista o seu celular. Música de

suspense. A partir disso, ele rumina sobre todos os acontecimentos que o

fizeram chegar onde chegou, desde a proposta de Antônio na agência, até a

consumação do plano deste. Tudo isso é mostrado em flashes rápidos e

gradativos. Assim, Jake desiste de ligar a Antônio e avisar que foi

desmascarado.

Corta imediatamente para...

CENA 30. BAR FIREFOX. 2º ANDAR. INT. DIA.

André, Fabiano e Mateus se encontram sentados numa mesinha para três

pessoas. Eles já estão tomando um chope.

ANDRÉ — Mudando de assunto, e a Taís, Fabiano? Ela

ainda não entrou em contato?

FABIANO — (preocupado) Nem me fale, André! Essa garota

ta extrapolando a minha paciência. Eu espero que

ela não esteja se enfiando em uma nova enrascada!

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 36

CENA 31. GUARATUBA. FERRY BOAT. EXT. DIA.

Um guardinha aborda Codinome e seus colegas do esquema de rachas. Taís,

observando de longe, aproxima-se e intervém.

TAÍS — (p/Codinome) E então, meu amor? Não deu pra

pegar o dinheiro por transferência eletrônica, né?

Agora que os seus colegas da clínica vieram aqui te

dar o salário por intermédio do seu patrão, vamos

rápido até Curitiba. Porque a minha mãe ta doente,

precisando se consultar num hospital particular!

Clima de tensão entre todos os personagens envolvidos.

CENA 32. HOSPITAL. QUARTO. INT. DIA.

Ao mesmo tempo em que a enfermeira da cena sai, Sônia e Eriberto entram

e se aproximam de Jake. Este fica receoso quando os observa próximos.

CLOSES alternados entre os três.

FIM DO CAPÍTULO 36.