artigo14_2

19
1 A importância do Fisioterapeuta do trabalho e suas atribuições dentro das empresas: revisão bibliográfica. Adrião Severiano Nunes 1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-graduação em Ergonomia: Produto e Processo Faculdade Ávila Resumo Esta pesquisa visa demonstrar a importância do fisioterapeuta do trabalho e suas atribuições dentro das empresas. Trata-se de uma revisão literária, onde foram buscados em livros, artigos, revistas e outras fontes, artigos e matérias, especialmente os mais atuais, evidências que comprovem a importância do profissional nas empresas. Foram abordados temas como: LER/DORT, fisioterapia do trabalho, anatomia, biomecânica ocupacional, ergonomia, antropometria, saúde ocupacional, diagnóstico cinesiológico funcional, qualidade de vida do trabalhador, ginástica laboral, perícia e assistência técnica, custo versus investimento, legislação (FAP/NTEP). Foram utilizados como base de dados Lilacs, Scielo e Google acadêmico e selecionados criteriosamente livros, revistas, artigos científicos, incluindo revisões de literatura, teses e dissertações sobre os temas correlatos. Concluiu-se que o profissional Fisioterapeuta do trabalho tem capacidade de exercer funções importantes dentro das empresas, atuando em prevenção, correção e reabilitação dos colaboradores, promovendo saúde a empresa e gerando lucros através da redução de alguns índices. Palavras chave: LER/DORT; Fisioterapia do Trabalho e Saúde Ocupacional. 1. INTRODUÇÃO 1.1 LER/DORT Com a Revolução Industrial que surgiu no século XVIII na Inglaterra, ocorreram profundas alterações tecnológicas que alteraram os processos produtivos tanto socialmente como economicamente, ocorrendo um grande deslocamento da área rural para a área urbana e estes trabalhadores abandonaram o trabalho artesanal e a manufatura e começaram a trabalhar com máquinas, tendo uma jornada de trabalho de 80 horas semanais, com condições sanitárias ruins e trabalho excessivo provocando um grande aumento no número de doenças. Vendo a necessidade de mudanças foram realizados exercícios para recuperar os trabalhadores acidentados, além da criação de exercícios com o objetivo de aumentar a produtividade (BRAZ, 2006 apud TALINI; MOREIRA, 2008). 1 Pós-graduando em Ergonomia: Produto e Processo 2 Orientadora: Fisioterapeuta. Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Mestranda em Bioética e Direito em Saúde.

description

hibuo

Transcript of artigo14_2

Page 1: artigo14_2

1

A importância do Fisioterapeuta do trabalho e suas atribuições dentro

das empresas: revisão bibliográfica.

Adrião Severiano Nunes1

[email protected]

Dayana Priscila Maia Mejia2

Pós-graduação em Ergonomia: Produto e Processo – Faculdade Ávila

Resumo

Esta pesquisa visa demonstrar a importância do fisioterapeuta do trabalho e suas

atribuições dentro das empresas. Trata-se de uma revisão literária, onde foram buscados em

livros, artigos, revistas e outras fontes, artigos e matérias, especialmente os mais atuais,

evidências que comprovem a importância do profissional nas empresas. Foram abordados

temas como: LER/DORT, fisioterapia do trabalho, anatomia, biomecânica ocupacional,

ergonomia, antropometria, saúde ocupacional, diagnóstico cinesiológico funcional,

qualidade de vida do trabalhador, ginástica laboral, perícia e assistência técnica, custo

versus investimento, legislação (FAP/NTEP). Foram utilizados como base de dados Lilacs,

Scielo e Google acadêmico e selecionados criteriosamente livros, revistas, artigos

científicos, incluindo revisões de literatura, teses e dissertações sobre os temas correlatos.

Concluiu-se que o profissional Fisioterapeuta do trabalho tem capacidade de exercer

funções importantes dentro das empresas, atuando em prevenção, correção e reabilitação

dos colaboradores, promovendo saúde a empresa e gerando lucros através da redução de

alguns índices.

Palavras chave: LER/DORT; Fisioterapia do Trabalho e Saúde Ocupacional.

1. INTRODUÇÃO

1.1 LER/DORT

Com a Revolução Industrial que surgiu no século XVIII na Inglaterra, ocorreram profundas

alterações tecnológicas que alteraram os processos produtivos tanto socialmente como

economicamente, ocorrendo um grande deslocamento da área rural para a área urbana e estes

trabalhadores abandonaram o trabalho artesanal e a manufatura e começaram a trabalhar com

máquinas, tendo uma jornada de trabalho de 80 horas semanais, com condições sanitárias

ruins e trabalho excessivo provocando um grande aumento no número de doenças. Vendo a

necessidade de mudanças foram realizados exercícios para recuperar os trabalhadores

acidentados, além da criação de exercícios com o objetivo de aumentar a produtividade

(BRAZ, 2006 apud TALINI; MOREIRA, 2008).

1Pós-graduando em Ergonomia: Produto e Processo

2Orientadora: Fisioterapeuta. Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Mestranda em Bioética e Direito

em Saúde.

Page 2: artigo14_2

2

A Terminologia usada para as Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou Distúrbios

Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) ainda é um assunto em discussão

(VERONESI, 2008).

Segundo Veronesi (2008), a terminologia que tem sido preferida por alguns autores tem sido

DORT por não apontar causas ou efeitos definidos.

A doença ocupacional teve um grande impulso em 1700 quando o médico italiano Bernardo

Ramazzini relacionou determinadas patologias com a atividade de trabalho do paciente tendo

descrito patologias de 54 profissões diferentes (CODO et al, 1998).

Os benefícios da melhoria de saúde, bem- estar e qualidade de vida dos trabalhadores de uma

organização industrial refletem e influem em todas as áreas da empresa, desde o profissional

envolvido com produção, até a alta administração. A partir da década de 80 no Brasil, após o

aparecimento do fenômeno LER/DORT, os programas de prevenção e tratamento, na prática,

têm se mostrado um problema de difícil solução sem um planejamento de ações e um

cronograma de prioridades. A globalização da economia e o desenvolvimento tecnológico

têm exigido dos profissionais da área de saúde e segurança do trabalho uma atuação contínua,

adaptando as novas condições laborais ao trabalhador. Fenômenos da atualidade exigem uma

nova postura no âmbito ocupacional.

A discussão aberta sobre o trabalho entre todos os segmentos envolvidos é o principal

mecanismo de enfrentamento de LER/DORT, ao envolver a atuação multidirecional que a

problemática exige. A reflexão sobre as ações de prevenção deve iniciar pelos envolvidos em

desenhar e configurar o trabalho, pois determinam as exigências que o trabalhar impõe à

quem irá executar a atividade real de trabalho. Desde as preocupações diretas com a

complexidade do ambiente de trabalho, até as influências legais envolvendo LER/DORT, a

prevenção passa por um comprometimento social amplo (LONGEN, 2003 apud WICZICK;

DEMARCHI, 2006).

Atualmente o ser humano passa mais de 1/3 (um terço) de sua vida no ambiente laboral,

desempenhando diferentes atividades, que faz com que as condições de trabalho sejam

adequadas para eliminar os riscos que possam provocar acidentes de trabalho e alterações à

saúde dos trabalhadores, resultando em maior satisfação e motivação dos empregados e

consequentemente o mesmo será mais produtivo (BATIZ; SANTOS; LICEA, 2009).

Segundo Diniz e colaboradores (2008), a prevenção é a melhor maneira de evitar os

distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.

Em princípio, uma doença que parecia se restringir a uma classe trabalhadora, estando

relacionada apenas a execução, de movimentos repetitivos passou a invadir outros ramos

profissionais nos quais o trabalho não se caracteriza por repetição, merecendo destaque no

cenário de adoecimento dos mais variados profissionais (LEITE; SILVA; MERIGUI, 2007).

As LER/DORT resultam da utilização em excesso do sistema osteomuscular instalando-se

progressivamente no trabalhador sujeito a fatores de risco técnico-organizacionais. Ao se

compreender os mecanismos dessa multicausalidade, percebe-se a necessidade da abordagem

global para se prevenir as LER/DORT (BARBOSA; SANTOS; TREZZA, 2007).

Conhecida como a doença da modernidade, tem causado dos inúmeros afastamentos do

trabalho, cuja quase totalidade evolui para incapacidade parcial e, em muitos casos, para a

incapacidade permanente, com aposentadoria por invalidez. Conhecer os aspectos que

determinam o aparecimento da doença relacionada ao trabalho é fundamental para os

profissionais de saúde, pois somente a partir dessa compreensão será possível estabelecer

medidas de prevenção e entender por que um profissional pode sentir dor e não apresentar

lesões. Apenas uma abordagem multiprofissional e sistêmica dos problemas da saúde, no

trabalho, poderá minimizar eficaz e duradouramente o fenômeno LER/DORT (ROSA; et. al.

2008 apud CAPELARI, 2008).

Page 3: artigo14_2

3

Em relação à mudança na vida dessas pessoas, parecem estar descritas nos temas que foram

extraídos de suas falas e que nos levam a presumir o intenso sofrimento porque passa num

processo que os fazem recordar como era sua vida antes da LER/DORT, vidas comuns,

preenchidas pelas coisas do cotidiano, participativas, divididas entre o espaço doméstico, o

trabalho e o lazer (BARBOSA; SANTOS; TREZZA, 2007).

1.2 Fisioterapia do trabalho

A formação de um profissional Fisioterapeuta é essencialmente direcionada para a área da

saúde, com teoria e práticas de técnicas fisioterápicas. Por esse motivo, muitas vezes,

bloqueia seu perfil empreendedor por não ter conhecimento dos embasamentos legais que

permeiam a profissão, bem como o mercado de trabalho (KLEINOWSKI, 2010).

O fisioterapeuta do trabalho deve inteirar-se de todo o conhecimento possível, utilizando-se

desses argumentos, facilitando a sua inserção nesse meio. O interesse para este estudo surgiu

a partir da necessidade do Fisioterapeuta do Trabalho apresentar bons argumentos para

aceitação de seus serviços na área ocupacional (KLEINOWSKI, 2010).

Sabe-se da dificuldade de inclusão no mercado de trabalho em todos os setores, mesmo para

os concorrentes que apresentem nível superior. No entanto, quanto maior for o

aperfeiçoamento e a busca pelo conhecimento, aliado à boa comunicação e segurança no

desenvolvimento de suas atividades, apresenta-se uma grande tendência da aceitação desses

profissionais. Nesse escopo, deve-se aprofundar os embasamentos legais e teóricos, na

intenção de desenvolver o perfil empreendedor e negociador dos profissionais

Fisioterapeutas. Em contrapartida, há a necessidade das empresas em buscar profissionais

capacitados para auxiliar na solução de problemas relacionados às doenças ocupacionais,

taxas de absenteísmo, treinamento e seleção de funcionários, e amparo perante a legislação

(KLEINOWSKI, 2010).

O Decreto Lei Nº 938, de 13 de outubro de 1969, define o Fisioterapeuta como o profissional

da área da saúde, responsável pela execução de métodos e técnicas fisioterapêuticas, na

finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente (BRASIL,

1969). De acordo com a Resolução Nº 8 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia

Ocupacional (COFFITO), de 20 de fevereiro de 1978, que aprova as normas para habilitação

ao exercício das profissões de Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional, prescrever, ministrar e

supervisionar terapia física, que objetive preservar, manter, desenvolver ou restaurara

integridade de órgão, sistema ou função do corpo humano constituem atos privativos do

fisioterapeuta (COFFITO, 1978). E ainda, a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), define o fisioterapeuta como Cinesiólogo

Fisioterapeuta e descreve que este profissional atende pacientes e clientes para prevenção,

habilitação e reabilitação, realiza diagnóstico específico, desenvolvendo programas de

prevenção, promoção de saúde e qualidade de vida (MINISTÉRIO DO TRABALHO E

EMPREGO, 2002).

Esses dados são relevantes, pois, em um estudo apresentado por Nascimento e colaboradores

(2006), o resgate da história da Fisioterapia é buscar sua organização enquanto categoria

profissional, além do desenvolvimento de sua identidade enquanto profissão.

A Fisioterapia do Trabalho é uma especialidade que surgiu a partir do crescimento das

organizações e complexidade das tarefas, abordando aspectos da ergonomia, biomecânica,

exercícios laborais e recursos terapêuticos na recuperação de queixas ou desconforto físicos,

sob um enfoque multidisciplinar, com o propósito de melhorar a qualidade de vida e

desempenho do trabalhador. No Brasil, teve seu início em 1979 como forma de solução para

os altos índices de acidentes de trabalho. Em 1968, o Centro de Reabilitação Profissional

Page 4: artigo14_2

4

(CRP) do Rio de Janeiro ganha o Prêmio Internacional de melhor Centro de Referência para

reabilitação do trabalhador do mundo (BAÚ, 2002).

O fisioterapeuta tem diferentes atuações no ambiente ocupacional, para Baú (2002), o

fisioterapeuta do trabalho pode atuar: na prevenção de queixas músculoesqueléticas; em

estudos ergonômicos do trabalho; intervindo ergonomicamente na conscientização, correção

ou concepção na empresa; educando através de palestras de capacitação, treinamento

preventivo e conscientização; orientando o trabalhador em relação a aspectos ergonômicos e

posturais durante a realização das atividades de trabalho, como nas atividades fora do

ambiente de trabalho; verificando a biomecânica nas atividades ocupacionais e avaliação

postural; ensinando técnicas de reeducação postural, para prevenir lesões ocupacionais;

implantando exercícios laborais e pesquisando sobre a saúde ocupacional e assim

possibilitando a divulgação do conhecimento para outros profissionais da área.

A partir da grande demanda de Fisioterapeutas atuando em empresas e/ou organizações

detentoras de postos de trabalho, intervindo preventivamente e/ou terapeuticamente de forma

importante para a redução dos índices de doenças ocupacionais, e considerando que o

Fisioterapeuta é qualificado e legalmente habilitado para contribuir com suas ações para a

prevenção, promoção e restauração da saúde do trabalhador, surgiu em 2003, a Resolução

259 do COFFITO sobre a Fisioterapia do Trabalho (COFFITO, 2003).

Em janeiro de 2009, o Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) elaborou e publicou no

CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) as áreas de atividades da fisioterapia do

trabalho: prestar consultoria; avaliar condições ergonômicas; avaliar qualidade de vida no

trabalho; estabelecer nexo de causa cinesiológica funcional ergonômica; participar da

elaboração de programas de qualidade de vida; adequar as condições de trabalho às

habilidades do trabalhador, o ambiente, o posto e o fluxo de trabalho; aplicar ginástica

laboral; ensinar e corrigir o modo operatório laboral; implementar cultura ergonômica;

elaborar e avaliar processos seletivos; emitir laudos de nexo de causa laboral, entre outros

(MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO, 2009).

O fisioterapeuta do trabalho é diferenciado dos outros profissionais da área, pois não só atua

em grande parte do tempo no ambiente natural da clínica de fisioterapia e hospital, como

também indo ao ambiente onde estão os problemas, nesse caso a indústria (WICZICK;

DEMARCHI, 2006).

Através deste programa de atuação da fisioterapia preventiva do trabalho no ambiente

industrial, foi possível melhorar a qualidade de vida dos colaboradores, pois a empresa

apresentava um elevado índice de patologias associadas a LER/DORT, absenteísmo,

afastamento e acidente de trabalho foram os fatores avaliados. Com os resultados obtidos,

pôde-se constatar a eficácia da fisioterapia preventiva, a qual reduziu de maneira significativa

às incidências de lesões ocupacionais nos postos de trabalho. Os distúrbios osteomusculares

relacionados ao trabalho são fundamentais para a elaboração de uma proposta ergonômica e

cargas cognitiva, psíquica e física do trabalhador, otimizando o desempenho da tarefa, o

rendimento do trabalho e a produtividade (WICZICK; DEMARCHI, 2006).

1.2.1 Anatomia

O Profissional possui conhecimento teórico e prático em anatomia, durante toda a graduação

e pós-graduação, conhecendo as estruturas, os tipos, as classificações e detalhes que

compõem o corpo humano.

O osso, a cartilagem, os ligamentos, os músculos, os tendões, o tecido sinovial, a bursa e a

fáscia formam o sistema musculoesquelético (GROSS; FETTO; ROSEN, 2000).

Page 5: artigo14_2

5

Os ossos, com exceção das superfícies articulares, são revestidos pelo periósteo (delicada

membrana conjuntiva) que se apresenta como um tecido altamente vascularizado e inervado.

As artérias do periósteo penetram no osso irrigando-o e distribuindo-se na medula óssea. Por

esta razão, o osso desprovido do seu periósteo deixa de ser nutrido (DÂNGELO; FATTINI,

2000). A cartilagem articular não é vascularizada sendo sua nutrição dependente da carga e

descarga da articulação. Com o passar da idade, o conteúdo hídrico da cartilagem tende a

decrescer e aumentar as ligações cruzadas entre as moléculas de colágeno resultando em uma

menor capacidade do tecido cartilaginoso em resistir a cargas tênseis. Os tipos de contração

muscular incluem: o concêntrico, o excêntrico e o isométrico, os ligamentos são muito pouco

vascularizados, assim sua cicatrização é prejudicada, porem é inervado, o que pode ser útil

para quantificar a severidade de uma dada lesão ligamentar.

Os tendões possuem como função transmitir a força dos tecidos contráteis musculares ao

osso, e a outros tecidos conjuntivos como ligamentos e pele em que eles estejam inseridos.

São também constituídos de colágeno, substância basal e células. A zona onde o músculo se

une ao tendão é chamada de junção musculotendinosa, alguns tendões são envoltos por uma

cobertura tubular de paredes duplas denominada bainha do tendão ou peritendão, que é

revestida com uma membrana sinovial. A bainha tem por função lubrificar o tendão e guiá-lo

em direção à inserção óssea, já o tecido sinovial tem como funções produzir fluidos

lubrificantes e fagocitar fragmentos estranhos e a sinóvia possui intensa vascularização e

inervação (GROOS; FETTO; ROSEN, 2000).

As bursas são pequenas bolsas de paredes finas, constituídas de fibras colágenas e revestidas

de membrana sinovial. São localizadas nas regiões onde os tecidos são submetidos à fricção,

ou seja, nas proximidades das inserções tendinosas e articulações. Pela relativa inelasticidade

da fáscia, uma pressão alta e anormal dentro de um compartimento fascial, pode

comprometer a função dos nervos e dos vasos sanguíneos que atravessam esse

compartimento (GROSS; FETTO; ROSEN, 2000).

1.2.2 Biomecânica Ocupacional

O comportamento postural adotado pelos trabalhadores é motivado pela fuga do desconforto,

contudo esta atitude tende a aumentara a solicitação e o gasto energético de grupos

musculares desnecessários causando o desenvolvimento de sintomas com dor, formigamento,

câimbras entre outros. Lima (2003) ressalva que a adaptação muscular no padrão postural

refere-se à capacidade de os músculos se adaptarem às funções que vivenciam.

Nenhuma postura de trabalho é neutra. Nenhuma “má postura” é adotada “livremente” pelo

sujeito, mas é resultado de um compromisso entre os pontos citados. Uma postura inadequada

causa tensões mecânicas nos músculos, ligamentos e articulações, resultando em dores no

pescoço, costas ombros, punhos e outras partes do sistema músculo-esquelético (DUL;

WEERDMEESTER, 1995).

Rio & Pires (2001) concluíram que, sob o ponto de vista biomecânico, por melhor que seja, a

postura sentada impõe carga significativa sobre os discos intervertebrais, cerca de 50%,

principalmente a região lombar, e se mantida estaticamente por período prolongado pode

produzir fadiga muscular e consequentemente dor. Devemos lembrar que os discos

intervertebrais são estruturas praticamente desprovidas de nutrição sanguínea e que o

aumento em sua pressão interna reduz a nutrição do mesmo promovendo uma degeneração

desta estrutura, seu comprometimento estrutural é menor quando comparado à postura em pé.

1.2.3 Ergonomia

Page 6: artigo14_2

6

Segundo a Associação Internacional de Ergonomia – IEA (2009), ergonomia é a disciplina

científica relacionada ao conhecimento das interações entre o ser humano e outros elementos

de um sistema, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de

otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema, aumentando assim

naturalmente a produtividade (ABERGO,2009).

Para Iida (2005) a ergonomia estuda tanto as condições prévias como as consequências do

trabalho e as interações que ocorrem entre o homem, máquina e ambiente durante a

realização deste trabalho. Tudo isso é analisado de acordo com a conceituação de sistema,

onde os elementos interagem continuamente entre si.

A partir de 1955, após a publicação do livro de Faverge e Ombredane sobre a análise do

trabalho, a atuação de diversos outros pesquisadores expoentes na área fez com que a

ergonomia centrada na análise da atividade fosse desenvolvida ao longo do tempo, tendo suas

bases teóricas aprofundadas, seus métodos enriquecidos e suas aplicações às transformações

das condições de trabalho mais elaboradas (GÜÉRIN et al., 2001; MONTMOLLIN, 2007;

LAVILLE, 2007).

Deliberato (2002) assinala que a abordagem ergonômica classifica-se em quatro etapas:

Ergonomia de Correção: é realizada quando o diagnóstico baseia-se em fadiga, falta

de segurança, presença de distúrbios ou diminuição da produtividade.

Ergonomia de Concepção: promove o estudo e a criação de um produto, máquina ou

ambiente antes do relacionamento do trabalhador com estes.

Ergonomia de Conscientização: fundamentaliza-se na realização de treinamento,

palestras, cursos de aprimoramento e atualização constante acerca dos fatores menos

prejudiciais à saúde do trabalhador, bem como mostrando os benefícios das propostas

ergonômicas para o bem-estar coletivo.

Ergonomia Participativa: envolve representantes da empresa e dos funcionários

presentes no Comitê Interno de Ergonomia, que enfatiza a ergonomia de

conscientização para que ocorra o pleno usufruto do projeto ergonômico elaborado

pela ergonomia de concepção ou de correção.

A IEA define três domínios de competência da ergonomia: o físico, o cognitivo e o

organizacional.

A ergonomia física está relacionada às características da anatomia humana e tem seus

princípios em bases fisiológicas, antropométricas e biomecânicas. Os tópicos

relevantes da ergonomia física que estão mais intimamente ligados à administração da

produção incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais,

movimentos repetitivos, distúrbios musculares relacionados ao trabalho, projeto de

posto de trabalho, segurança e saúde.

A ergonomia cognitiva refere-se aos processos mentais, tais como percepção,

memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres

humanos e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo

da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação

homem computador, estresse e treinamento, conforme esses se relacionem a projetos

envolvendo seres humanos e sistemas.

A ergonomia organizacional é ligada à otimização dos sistemas sócio técnicos,

incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos

relevantes incluem comunicações, projeto de trabalho, organização temporal do

trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho,

trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, tele-trabalho e

gestão da qualidade.

Page 7: artigo14_2

7

A eficácia de uma intervenção ergonômica depende de sua capacidade de controlar ou

amenizar os fatores de risco das lesões/distúrbios músculo-esqueléticos (COURY;

RODGHER apud BARBOSA et al., 2000, p. 84).

A Ergonomia pode ser aliada ao sistema da Qualidade, quando colocada como uma base para

o requisito de melhoria contínua. Ao colocar o ser humano no centro do processo,

preservando a integridade física e mental dos trabalhadores, curiosamente, geram-se

benefícios efetivos (produtividade e qualidade de vida) para os processos de produção

(MAFRA, 2006).

O programa ergonômico tem a inclusão de realizar avaliações sedimentadas em critérios

científicos e norteada pela NR-17, além disso, inclui assessoria contínua em assuntos

referentes ao projeto implantado no que diz respeito a compra de acessórios e mobiliário,

além de treinamento para o uso destes de forma adequada. Buscando atingir objetivos

benéficos à empresa, fazem parte do programa seis grupos de análises sendo que cada um

deles apresenta um conjunto de fatores a serem avaliados, como: descritiva, biomecânica,

antropometria, organizacional, layout e ambiental (DELIBERATO, 2002).

A intervenção ergonômica possibilita tornar os ambientes de trabalho mais seguros e

saudáveis para a força laboral, atingindo direta ou indiretamente, a quantidade e a qualidade

da produção, além de incidir sobre o seu custo operacional. Nesse sentido, uma adequada

avaliação dos riscos e atuação ergonômica, baseada na resolução dos problemas físicos e

organizacionais do setor de trabalho e apoiada na participação dos trabalhadores e na

gerência da organização, revela-se como alternativa promissora para o controle dos distúrbios

ocupacionais.

1.2.4 Antropometria

As variáveis antropométricas de alturas e comprimentos são fundamentais para a adequação

física das alturas e distâncias de trabalho, e que a identificação da capacidade de força manual

das pessoas possibilita determinar as cargas de trabalho que são suportáveis pelos

trabalhadores (DEFANI, 2007).

Em uma tarefa onde as principais ações se dão com deslocamento de matérias entre diferentes

níveis, não é possível qualquer planejamento para melhorias no layout dos postos e

consequente redução da carga física e postural sem o prévio conhecimento da antropometria

dos funcionários. Verifica-se que, através de metodologia simples é possível realizar coleta

de dados específicos de um local de trabalho, o que possibilita o planejamento de melhorias

ao trabalhador (TIMÓTEO; DOMANESCHI; BERTONCELLO, 2007).

1.2.5 Saúde Ocupacional

1.2.5.1 PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional

O PCMSO, cuja obrigatoriedade foi estabelecida pela NR-7 da Portaria 3.214/78, é um

programa médico que deve ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos

agravos à saúde relacionados ao trabalho. Entende-se aqui por "diagnóstico precoce",

segundo o conceito adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a detecção de

distúrbios dos mecanismos compensatórios e homeostáticos, enquanto ainda permanecem

reversíveis alterações bioquímicas, morfológicas e funcionais.

Todas as empresas, independente do número de empregados ou do grau de risco de sua

atividade, estão obrigadas a elaborar e implementar o PCMSO, que deve ser planejado e

implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os riscos

Page 8: artigo14_2

8

identificados nas avaliações previstas no PPRA. Entre suas diretrizes, uma das mais

importantes é aquela que estabelece que o PCMSO deva considerar as questões incidentes

tanto sobre o indivíduo como sobre a coletividade de trabalhadores, privilegiando o

instrumental clínico-epidemiológico. A norma estabelece, ainda, o prazo e a periodicidade

para a realização das avaliações clínicas, assim como define os critérios para a execução e

interpretação dos exames médicos complementares (os indicadores biológicos).

O PCMSO deve ser coordenado por um médico, com especialização em medicina do

trabalho, que será o responsável pela execução do programa. Ao empregador, por sua vez,

compete garantir a elaboração e efetiva implementação do programa, tanto quanto zelar pela

sua eficácia. Procurando garantir a efetiva implementação do mesmo, a NR-7 determina que

o programa deverá obedecer a um planejamento em que estejam previstas as ações de saúde a

serem executadas durante o ano, devendo estas ser objeto de relatório anual. O relatório anual

deverá discriminar, por setores da empresa, o número e a natureza dos exames médicos,

incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de resultados

considerados anormais, assim como o planejamento para o ano seguinte.

Segundo Kaizer (2006), o evoluir do mercado competitivo fez com que as empresas ficassem

mais preocupadas com a saúde e segurança do trabalhador para assim otimizar sua

produtividade , com esta visão das organizações surge novas áreas de atuação prática para os

fisioterapeutas como a atuação no PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional) , mais especificamente nos exames admissionais, demissionais e periódicos.

Pode-se utilizar várias ferramentas para realizar um exame admissional, periódico e

demissional complementar como: Avaliação postural por fotogrametria, testes ortopédicos

para verificar alguma estrutura comprometida, eletromiografia de superfície, dinamometria

visando mensurar se o colaborador apresenta um grau de força relativamente normal,

anamnese completa com inspeção e palpação, análise de exames complementares, inclusão e

treinamento de portadores de necessidades especiais, entre outras habilidades técnicas do

fisioterapeuta.

Avaliação postural é essencial para qualquer planejamento de intervenção fisioterapêutica e

para o acompanhamento da sua evolução. A biofotogrametria computadorizada é um método

que apresenta duas grandes vantagens na efetividade de sua aplicação clínica, baixo custo do

sistema de fotointerpretação de imagens e a precisão e reprodutibilidade dos resultados,

motivos pelos quais se utiliza constantemente esse método de avaliação (RODRIGUES;

ROMEIRO, 2009).

1.2.5.2 Diagnóstico Cinesiológico Funcional

O diagnóstico cinesiológico funcional é compreendido como uma avaliação física e

funcional, caracterizada pela análise e estudo das estruturas e funcionamento dos desvios

físicos funcionais de um indivíduo através de metodologias e técnicas próprias, com a

finalidade de identificar e quantificar as alterações apresentadas, considerando os desvios dos

graus de normalidade para os de anormalidade (CONSELHO FEDERAL DE

FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL, 2001).

Atualmente este tipo de atividade tem sido adotada de forma complementar ao programa de

controle médico de saúde ocupacional, objetivando avaliar do âmbito anatômico,

biomecânico e cinesiológico as capacidades do trabalhador quanto à realização de

movimentos básicos e necessários para a prática laboral.

Esta avaliação, se torna então um importante instrumento utilizado pela fisioterapia do

trabalho baseado em conceitos e metodologias da fisiologia humana associados as

intervenções ergonômicas como o objetivo de detectar e prevenir as lesões músculo

Page 9: artigo14_2

9

esqueléticas que por consequência otimiza o desempenho e a produtividade no trabalho

(KAIZER; RAMOS, 2009).

1.2.6 Qualidade de Vida do trabalhador

O fisioterapeuta do trabalho engajado na elaboração e aplicação de Programas de Qualidade

de Vida do Trabalhador encontra função dentro da prevenção de doenças ocupacionais, com

análises ergonômicas, antropométrica, organizacional, aplicação da cinesioterapia laboral

(ginástica laboral), blitz postural, sessões de quick massage (massagens rápidas) e

atendimento ambulatorial. Como promotor da saúde torna-se apto para criar; organizar e, ou

participar de palestras informativas e preventivas sobre doenças sexualmente transmissíveis,

tumores mais comentados (próstata, colo do útero, mama, pele, pulmão), controle de

dislipidemias; obesidade; pressão arterial; glicemia, além de integrar programas anti-

tabagismo, alcoolismo e drogas.

Apesar da amplitude do conceito, viver com qualidade de vida é manter o equilíbrio no dia-a-

dia, procurando sempre melhorar o processo de interiorização de hábitos saudáveis,

aumentando a capacidade de enfrentar pressões e dissabores e vivendo mais consciente e

harmônico em relação ao meio ambiente, às pessoas e a si próprio (NUNES; LIMA, 2003).

1.2.6.1 Ginástica Laboral

A promoção da saúde no trabalho é um dos aspectos fundamentais na manutenção da

capacidade para o trabalho, e que com a aplicação correta dos programas de Ginástica laboral

nas empresas, pode vir a contribuir para amenizar os efeitos deletérios do processo do

envelhecimento, aumentando, portanto o tempo da capacidade laborativa, de cada indivíduo

após sua aposentadoria. Quanto à especificidade dos exercícios proposto durante a ginástica

laboral, também considerada ergonômica, os alongamentos, massagens e relaxamento (físico

e psicológico), excluindo-se os exercícios intencionais de força, parecem ser suficientes para

promover alterações psicofisiológicas em indivíduos em processo natural de desenvolvimento

biológico (ALVES; GONÇALVES; ROMÃO, 2011).

Segundo Silva (2007), como o nome indica, Ginástica Laboral é a realização de exercícios

físicos no ambiente de trabalho, durante o horário de expediente, para promover a saúde dos

funcionários e evitar lesões de esforços repetitivos e doenças ocupacionais. Além de

exercícios físicos, a Ginástica Laboral consiste em alongamentos, relaxamento muscular e

flexibilidade das articulações. Apesar da prática da Ginástica Laboral ser coletiva, ela é

moldada de acordo com a função exercida pelo trabalhador.

Pesquisas apontam que há três momentos, durante a jornada de trabalho, em que podem ser

feitas as aulas de Ginástica Laboral:

Ginástica de Aquecimento ou Preparatória é aquela realizada antes da jornada

de trabalho e tem como objetivo preparar o indivíduo para o início do trabalho,

aquecendo os grupos musculares que serão solicitados nas suas tarefas e

despertando os para que sintam mais dispostos (Alves & Vale (2003).

Ginástica de Pausa ou Compensatória é praticada no meio do expediente de

trabalho e tem como objetivo aliviar as tensões, fortalecer os músculos do

trabalhador, além de interromper a monotonia operacional e, acima, promover

exercícios específicos de compensação para os esforços repetitivos, estruturas

sobrecarregadas e posturas solicitadas nos postos de trabalho. (Oliveira, 2003;

Lima, 2003).

Page 10: artigo14_2

10

Ginástica de Relaxamento é praticada no final ou após o expediente de

trabalho, e tem como objetivo proporcionar o relaxamento muscular e mental

dos trabalhadores (Oliveira, 2003).

1.2.7 Perícia e Assistência Técnica Judicial

Segundo Feliz (2011), diversos setores e órgãos tanto da esfera pública quanto da esfera

privada são dependentes de constatações de incapacidade física, para que depois de

constatado o grau de acometimento seja dado continuidade aos feitos. Temos como

exemplos, o pagamento de um prêmio de seguro, uma indenização trabalhista, um benefício

Previdenciário (auxílio doença, auxílio acidente ou aposentadoria por invalidez) uma causa

cível, etc.

É obstante que o cerne da questão não é presença ou ausência de doença (art.20§ 1º da lei

8213/91), mas sim o reflexo da entidade morbidade (doença) no sistema locomotor, uma vez

que sua presença da já é subentendida, pois a pessoa só irá pleitear um benefício por uma

perda funcional quando acometida por algum distúrbio, sendo o objetivo único de avaliação,

em diversos casos, as alterações do movimento.

A atuação do profissional fisioterapeuta, nesses casos, depende puramente dos seus

conhecimentos em cinesiologia, biomecânica, anatomia, fisiologia. Na prática deve-se aplicar

esse conhecimento de acordo com o objetivo do setor que solicita a nossa intervenção,

podendo assim, ser o fisioterapeuta de suma importância em diversos setores públicos ou

privados. Temos como exemplo, um indivíduo que pleiteia uma aposentadoria por invalidez

na justiça, o interesse do Juízo não é saber a doença, mas sim se esta pessoa poderá ou não

realizar as suas atividades laborais habituais, ou qualquer outra atividade que lhe garanta

subsistência, outro caso seria uma causa trabalhista, onde é solicitada uma indenização

causada por uma omissão da empresa, por dolo ou culpa, para tal é necessário saber o grau de

incapacidade expressa em percentual (para que o cálculo de indenização seja proporcional a

perda) e a presença ou ausência de nexo de causa/concausa (nexo é a relação entre a atividade

e a doença, ou seja, quando uma atividade laborativa causou a doença ou contribuiu para o

agravo temos a figura do nexo de causa ou nexo de concausa respectivamente).

A legislação atual, tanto federal quanto em âmbito de conselhos (COFFITO e CREFITO)

normatizam e induzem para a nossa atuação nesse seguimento, temos o Decreto 3040/99 em

seus quadros 6, 7 e 8 que tratam de redução de amplitude de movimentos (onde se faz

necessário a goniometria), encurtamento de seguimentos corporais e força muscular

(constatação com o uso de resistência manual), respectivamente para concessão de auxílio

acidente, a resolução do conselho nacional de educação (Resolução CNE/CES Nº 4, de 19 de

Fevereiro de 2002) que dita no seu artigo 3º: “Art. 3º O profissional Fisioterapeuta ou

Terapeuta ocupacional, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a

atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor científico e intelectual”.

Detém visão ampla e global, respeitando os princípios ético-bioéticos, e culturais do

indivíduo e da coletividade. Capaz de ter como objeto de estudo o movimento humano em

todas as suas formas de expressão e potencialidades, quer nas alterações patológicas,

cinético-funcionais, quer nas suas repercussões psíquicas e orgânicas. A resolução COFFITO

80 trata ainda no seu capítulo I artigo 3º traz a seguinte redação: Art. 3º - Constituem atos

privativos do Fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional prescrever, ministrar e supervisionar

terapias físicas, que objetive preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de

órgãos e sistema e função do corpo humano, dentre outros instrumentos legais existentes no

nosso arcabouço jurídico.

Page 11: artigo14_2

11

1.3 Custo X Investimento

Os prejuízos para as organizações decorrentes dos DORT (Distúrbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho) afetam várias áreas. Ocorre comprometimento da capacidade

produtiva das áreas operacionais e da empresa, necessidade de retreinamento, aumento do

custo de produção, gastos com tratamento médico do acometido, afastamentos prolongados,

custos com processos de reintegração ao trabalho, processos indenizatórios de

responsabilidade civil (COUTO et al., 1998).

Provavelmente, o maior prejuízo para as empresas decorrentes dos DORT é a formação de

um contingente significativo de trabalhadores “com restrição”, que não podem executar o

trabalho em toda a sua exigência e que não podem ser demitidos. A partir daí, a necessidade

de se contratar substituto eleva o custo de produção, prejudicando a competitividade da

empresa no mercado (COUTO et al.,1998, p. 27).

O caminho mais fácil para o administrador é responsabilizar o subordinado adoecido,

entendendo o fato de adoecer como uma forma disfarçada de insubordinação (RIBEIRO,

1997).

Outro destaque referente aos prejuízos para as organizações consiste no comprometimento da

imagem da empresa, pois à medida em que há aumento no número de casos de doenças

ocupacionais uma movimentação social, envolvendo fiscalização do trabalho, ação dos

sindicatos; de correntes políticas e do Ministério Público se faz presente.

A imagem da empresa torna-se mais atacada quando os problemas chegam à imprensa leiga

sensacionalista, levando a um aumento ainda maior do número de casos e a pressões e

desgastes no cotidiano empresarial. (COUTO et al., 1998).

Segundo Bueno (2008), é ressaltado que o custo com adoecimento, no Brasil, pode ser

comparado ao de uma guerra. Se gasta R$ 32 bilhões por ano com acidentes do trabalho (ou

4% do Produto Interno Bruto - PIB) e US$ 76 bilhões com mortes e lesões causadas por

doenças do trabalho. Estão incluídas nesse cálculo as indenizações pagas pela Previdência

Social, os custos em saúde e a perda de produtividade do profissional.

O potencial da ergonomia como elemento de influência nos custos das organizações e do

próprio país pode ser evidenciado nos dados da Previdência Social no ano de 2009.

Naquele ano o percentual de benefícios concedidos aos segurados por doenças relacionadas a

problemas osteomusculares foi de 19,39%. Este valor ainda pode ser maior se consideramos

que parte das doenças de transtornos mentais comportamentais, 11% dos benefícios

concedidos, é decorrente de problemas que podem estar relacionados à ergonomia cognitiva.

1.4 Legislação (FAP / NTEP)

Nesse contexto, diante da legislação vigente, se uma empresa de um determinado segmento

econômico investe na melhoria do ambiente de trabalho, eliminando ou reduzindo os riscos

existentes, essa empresa pagará a mesma alíquota daquelas que não fazem nenhum tipo de

investimento. Os benefícios concedidos em razão do grau de incidência laborativa decorrente

dos riscos ambientais do trabalho e a aposentadoria especial são financiados com as alíquotas

de 1, 2 ou 3% incidentes sobre a remuneração paga pela empresa aos seus empregados,

conforme o ramo da atividade, independentemente da qualidade de seu ambiente de trabalho.

Por esse motivo, o Conselho Nacional de Previdência Social lançou mão da Resolução Nº

1.269/06 que dispõe sobre o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP) e Fator

Acidentário Previdenciário (FAP) como medida de flexibilização (redução ou majoração) das

alíquotas, podendo essa, flutuar entre a metade e o dobro, de acordo com os índices de

frequência, gravidade e custo dos acidentes de trabalho. Ou seja, empresas que investirem em

prevenção de acidentes de trabalho poderão receber até 50% de redução dessa alíquota ou,

Page 12: artigo14_2

12

em dimensão oposta, se onerar em até 100%. (CONSELHO NACIONAL DE

PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2006).

As Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE),

relativas à segurança e medicina do trabalho devem ser observadas pelas empresas privadas e

públicas, pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos

dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das

Leis do Trabalho (CLT), obrigatoriamente.

Dentre as 33 Normas Regulamentadoras e seus anexos, destaca-se a NR 4 que dispõe sobre

os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

(SESMT); a NR 6 que dispõe sobre a necessidade do uso de Equipamentos de Proteção

Individual (EPI’s); e a NR 17 que dispõe sobre Ergonomia. (MINISTÉRIO DO TRABALHO

E DO EMPREGO, 1983).

A relação entre adoecimento e o trabalho é íntima, e deve ser profundamente conhecida pelo

fisioterapeuta do trabalho, para poder melhor negociar seus serviços, com conhecimento de

causa e embasamento teórico. Diante da nova legislação, as empresas certamente necessitam

de amparo para a solução dos problemas como absenteísmo, afastamentos, acidentes de

trabalho, de forma a se beneficiarem e diminuírem as despesas com seus funcionários doentes

(KLEINOWSKI, 2010).

Podemos concluir que as relações entre trabalho e a saúde dos trabalhadores nem sempre é

benéfica, a maioria dos empregados são expostos a locais de trabalho antiergonômicos,

jornadas prolongadas, ritmos excessivos, entre outros fatores que acabam por colocar em

risco o desempenho de suas atividades laborais e domésticas. A qualidade de vida no trabalho

nestes casos é comprometida. A ergonomia, por ser uma ciência multidisciplinar, estuda

vários aspectos relacionados com a organização do trabalho, componentes do posto,

condições ambientais, características psicossociais e características físicas do trabalhador. A

análise do atrelamento destes requisitos transfere o ponto de vista para a biomecânica

ocupacional desenvolvida pelo trabalhador como fator predisponente ao desenvolvimento das

doenças ocupacionais, visto que a má postura no local de trabalho proporciona o surgimento

de quadro doloso (ANJOS; MONTEIRO, 2011).

Em síntese, a biomecânica ocupacional é a aplicação dos princípios da mecânica da física ao

corpo humano, noções de força, peso e tensões a que os grupos musculares são mantidos

durante uma determinada postura ou um movimento o que podem desenvolver sobrecargas e

aumento do gasto energético, com consequente produção de tensões nos músculos,

ligamentos e articulações resultando em dores (ANJOS; MONTEIRO, 2011).

A busca por programas preventivos atua sobre o enfoque dos fatores tidos como

desencadeadores da sintomatologia das DORTs. No âmbito da fisioterapia, a desmistificação

do processo patológico é a base inicial do programa preventivo, inclui-se campanhas

educacionais, implantação dos princípios ergonômicos no ambiente de trabalho e

desenvolvimento de técnicas de alongamento e relaxamento através da cinesioterapia laboral

(ANJOS; MONTEIRO, 2011).

É constatado que a reincidência dos sintomas se deve ao não retorno gradativo da função

desempenhado pelo funcionário, não basta o afastamento durante o tratamento

medicamentoso e fisioterapêutico, mas que este retorno a suas atividades laborais sejam

orientadas por um fisioterapeuta profissional capacitado para que reabilite funcionalmente o

membro afetado do paciente. Este acompanhamento deve ser incluso no programa preventivo

a fim de se evitar o regresso do quadro patológico (ANJOS; MONTEIRO, 2011).

Na esfera laboral, o fisioterapeuta pode se unir a uma equipe multidisciplinar dentro da

empresa para garantir o retorno gradativo do funcionário às atividades laborais, pode

desenvolver um ambiente de trabalho mais ergonômico adequando-o ao seu usuário, pode

Page 13: artigo14_2

13

realizar o tratamento fisioterapêutico dentro da empresa a fim de evitar o deslocamento do

funcionário para um clinica especializada, economizando assim o tempo (ANJOS;

MONTEIRO, 2011).

As decisões na empresa geralmente costumam ser tomadas sobre dados objetivos, baseadas

na análise de custo e benefício, o que indica que investimentos somente seriam realizados se

os benefícios previstos mostrassem maiores que os custos levantados (IIDA, 2002).

Projetos ergonômicos devem comprovar objetivamente que as propostas produzem benefícios

que superam os custos. No entanto, a análise de custo e benefício em ergonomia não é tão

simples, pois os benefícios não são facilmente quantificáveis, pelo menos em curto prazo. Os

benefícios são representados pelos bens e serviços produzidos. Ante às mudanças propostas

na produção, devem ser analisados os aumentos de produtividade e de qualidade, a redução

de desperdícios, as economias de energia e de mão-de-obra. Aumento da motivação, da

satisfação, do conforto, redução da rotatividade são objetivos intangíveis, ou seja, não podem

ser calculados objetivamente, mas apenas estimados. Outros benefícios de difícil mensuração

compreendem a redução das faltas de trabalhadores devido a acidentes e doenças

ocupacionais (IIDA, 2002).

Medidas ergonômicas eficazes resultam na redução dos esforços e desconforto no

desempenho da tarefa, conseqüentemente há um aumento da rentabilidade das empresas pela

maior eficácia produtiva, diminuição do custo operacional, sem considerar a economia das

despesas públicas com a saúde e a seguridade social (FEDERIGHI, 1998).

As ações preventivas culminam em um maior e melhor vínculo entre empresa e funcionários,

o que interfere diretamente no ambiente interno e nos resultados da organização (NUNES;

LIMA, 2003).

Os objetivos do estudo foram descrever os embasamentos teóricos e práticos considerando os

aspectos legais sobre a Fisioterapia do Trabalho; Habilidades e conhecimentos do

profissional; dissertar sobre os conceitos legais nas relações de trabalho; e relacionar as

atualizações na legislação do trabalho e previdenciária com a Fisioterapia do Trabalho,

utilizando-as como argumento para inclusão no mercado de trabalho.

2 Metodologia

Este estudo caracteriza-se por uma revisão de literatura. Foram utilizados como base de dados

Lilacs, Scielo e Google acadêmico e selecionados criteriosamente livros, revistas, artigos

científicos, incluindo revisões de literatura, teses e dissertações sobre a relação entre saúde e

doença, ergonomia, doenças ocupacionais, fisioterapia do trabalho, qualidade de vida no

trabalho, questões previdenciárias, legislações e trabalhistas, entre outros correlatos ao tema.

Utilizaram-se páginas oficiais do governo e da fisioterapia, tais como Ministério do Trabalho

e Emprego, Previdência Social, Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e

Conselho Federal de Fisioterapia.

Como critérios de inclusão foram considerados artigos publicados entre os anos de 2000 a

2011, em língua portuguesa, e disponível gratuitamente na íntegra, e livros técnicos entre os

anos de 1995 a 2010. Foram excluídos os artigos não correlacionados ao tema e que não

estavam disponíveis os textos completos.

3 Discussão

A literatura encontrada demonstra que nestes anos vem se discutindo a importância do

fisioterapeuta junto às empresas, por se tratar de um profissional extremamente competente e

completo no trabalho de controle e prevenção de doenças ocupacionais.

Segundo Sorato (2007), a atuação da fisioterapia nas empresas cresce a cada dia devido à

descoberta, pelos empresários e equipe de saúde, da importância de investimentos em ações

Page 14: artigo14_2

14

preventivas e corretivas que atua diretamente na redução dos acidentes de trabalho, redução

dos afastamentos por motivos de saúde, pois melhora a flexibilidade e a postura do

trabalhador diante do seu posto de trabalho, contribuindo dessa maneira para o aumento da

produtividade.

Para Pruffer (2007), a Fisioterapia é uma das áreas da saúde que se qualifica para auxiliar de

maneira eficaz na prevenção de DORT, pois atua plenamente com a promoção de saúde e

prevenção e reabilitação desta. Mesmo assim, apesar da qualificação acadêmica, a inserção e

forma de atuação do profissional de Fisioterapia são desconhecidas no mercado empresarial.

Segundo Kaizer (2006), o evoluir do mercado competitivo fez com que as empresas ficassem

mais preocupadas com a saúde e segurança do trabalhador para assim otimizar sua

produtividade , com esta visão das organizações surge novas áreas de atuação prática para os

fisioterapeutas como a atuação no PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional) , mais especificamente nos exames admissionais, demissionais e periódicos.

Em matéria publicada na Revista FisioBrasil, número 96, em Agosto de 2009, nas palavras

do Dr. Alison Alfred Klein, presidente da Associação Brasileira de Fisioterapia do Trabalho –

ABRAFIT, “O fisioterapeuta do trabalho é aquele profissional que atua vinculado a empresas

visando a saúde do trabalhador, é o profissional que resolve as questões de ergonomia,

implanta programa de ginástica laboral, assessora a empresa e os trabalhadores em questões

judiciais de DORT, realiza pericias técnicas em ergonomia e DORT em tribunais, desenvolve

programas de prevenção e qualidade de vida, além de atuar em ambulatórios e clinicas

voltadas a saúde do trabalhador”.

Em relação à Norma Regulamentadora de número 4, muitos questionam o motivo de

fisioterapeutas não figurarem nos SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de

Segurança e em Medicina do Trabalho) das empresas, e o Dr. Alves (2009) explica que “a

partir de 1998, a NR4 entrou em uma série de reformas, estando obscuro seu futuro e,

obviamente a participação de fisioterapeutas, até que sejam definidos os novos parâmetros do

SESMT. Portanto, se queremos um dia figurar entre os membros do SESMT, precisamos nos

capacitar e especializar, preservando a cordialidade do diálogo com as classes profissionais

presentes no atual SESMT, demonstrando nunca haver nem ter havido conflito de atuações.

Fica o alerta importantíssimo aos que já figuram como agregados aos SESMTs, para que

nunca chamem ou nomeiem seus diagnósticos fisioterapêuticos de “admissionais”, já que a

NR7, em seu item 7.4.1 alínea a, atribui o nome “exames admissionais” a uma conduta

exclusivamente médica, ficando a ele a decisão de considerar o trabalhador apto ou inapto ao

exercício profissional, mesmo que para isso tenha solicitado informações complementares ao

fisioterapeuta, para amparar sua decisão. “Como membros de uma equipe prevencionista, não

devemos nos sentir diminuídos por isso, mas colaboradores de um processo de decisão e

proteção, numa atuação eticamente correta”.

Segundo estudos de Bueno (2008), é ressaltado que o custo com adoecimento, no Brasil,

pode ser comparado ao de uma guerra. Se gasta R$ 32 bilhões por ano com acidentes do

trabalho (ou 4% do Produto Interno Bruto - PIB) e US$ 76 bilhões com mortes e lesões

causadas por doenças do trabalho. Estão incluídas nesse cálculo as indenizações pagas pela

Previdência Social, os custos em saúde e a perda de produtividade do profissional.

Para Iida (2002) a aplicação ergonômica tem fator de destaque para uma empresa: “O

aumento da competição industrial a nível mundial deverá estimular as empresas a oferecerem

produtos de melhor qualidade, ressaltando os requisitos ergonômicos como uma das

vantagens competitivas”.

Uma pesquisa realizada por Nunes & Lima (2003), visitando vinte e cinco (25) organizações,

sendo que dezessete (17) concordaram em expor seus conhecimentos, respondendo às

questões, onde a área procurada para a aplicação das questões foi a administrativa, obteve os

Page 15: artigo14_2

15

seguintes resultados: a análise dos questionários foi constatado que no âmbito empresarial os

DORT constituem um fator preocupante, com 92% de afirmação. No entanto, a metade - 50%

não consideram doenças ocupacionais como um problema de caráter econômico, social e

político. Quarenta e seis por cento - 46% das empresas declararam que tiveram prejuízos com

afastamento de funcionários vítimas de doenças ocupacionais, sendo que 15% desconhecem;

essas respostas não podem ser consideradas totalmente fidedignas em meio ao receio que as

empresas possuem; o medo em divulgar resultou na porcentagem obtida a respeito desse

assunto.

Avaliando os fatores desencadeantes das doenças ocupacionais, nota-se uma prevalência

considerável sobre os demais itens, sendo os fatores combinantes (repetitividade, ociosidade

e mobiliário inadequado) de 45% e repetitividade 38%. O conceito de que DORT são

advindos por repetitividade ainda continua elevado no mundo empresarial.

Diante das enfermidades laborais 97% confirmaram que os Programas de Qualidade de Vida

são essenciais para a prevenção, e os quadros de DORT em sua maioria 85% não são

entendidos como oportunismo de aproveitadores, e nem como manifestações psicológicas -

80%. Isso demonstra que os trabalhadores devem ser valorizados quanto ao aparecimento dos

sintomas.

Os investimentos em ações baseadas na saúde física, mental e emocional são viáveis 99%,

pois a prevenção faz parte das metas e missões da empresa - 89%, que possui consciência da

relação entre funcionário sadio e produtividade - 95%.

Ao indagar sobre conhecimento a respeito dos Programas de Prevenção da Saúde do

Trabalhador, ocorreu positividade em sua maioria - 85%.

As empresas preocupam com as doenças surgidas no ambiente laboral enfrentando-as com

afinco por meio dos programas de prevenção. Em meio às respostas desta classe, à

divulgação de suas idéias, ao marketing empresarial presente, já que afirmam investir em

prevenção tendo-a como meta e missão, será que estes sabem do papel da Fisioterapia em

suas organizações?

A respeito de algumas funções que o fisioterapeuta desempenha num ambiente laboral, foram

citados como inclusões dos programas de prevenção tendo como retorno um percentil

considerável em relação à Ginástica Laboral (termo popular) e Palestras de Conscientização

(22%), sendo que esses com a Ergonomia atingiram 50%.

O fisioterapeuta obteve 8% negação da capacidade de atuar ergonomicamente e ter

conhecimentos plausíveis a despeito das doenças ocupacionais.

Dados do estudo mostram que a Fisioterapia é considerada uma profissão com espírito

reabilitador e preventivo - 82%, em contradição 60% negam a presença desse profissional na

empresa. Essas estatísticas descritas afirmam o nível de ciência existente no ramo

empresarial, entre os grandes gestores da empresa.

O estudo não comprovou a hipótese do pouco conhecimento por parte dos empresários

mediante a presença do fisioterapeuta em suas organizações. No entanto, apesar de aceitarem

este profissional como capaz de atuar preventivamente, nega-o como integrante do quadro de

funcionários da empresa. Dentre os possíveis causadores dessa realidade pode-se citar: a não

obrigatoriedade por lei dos serviços deste profissional, ou que estes contribuem para onerar

os custos empresariais e a escassez de divulgação por parte do fisioterapeuta. Em suma, o

importante é divulgar a imagem desse profissional como importante integrante dos programas

de Qualidade de Vida do Trabalhador, pois o mesmo promove benefícios ao empreendedor e

aos trabalhadores com a geração de lucros, o desenvolvimento de saúde física e mental enfim,

contribuindo para o bem-estar geral.

Os Programas de Qualidade de Vida visam prevenir doenças, combater o estresse, promover

a auto-estima e criar um ambiente agradável nas fábricas e escritórios. Os custos com

Page 16: artigo14_2

16

utilização de planos de saúde são reduzidos, há menos faltas no trabalho, eleva-se a

produtividade e o empregado saudável e motivado, participa com idéias e sugestões para

melhorar produtos e serviços. O resultado desse referencial na gestão de pessoas é o lucro.

4 Conclusão

De acordo com a revisão de literatura realizada pode-se observar que a Fisioterapia tem um

papel importante no que diz respeito ao controle e combate das doenças ocupacionais e que

sua presença dentro das organizações somada à equipe do SESMT seria vista com bons olhos

dos colaboradores e gestores, pois o profissional Fisioterapeuta do trabalho detém de

conhecimentos nas áreas da saúde e segurança ocupacional, podendo ajudar de forma

complementar ao exame admissional, periodico e demissional utilizando dinamometria,

eletromiografia e testes ortopédicos, além de realizar uma anamnese completa, montar e a

plicar programas de qualidade de vida aos trabalhadores, participar e realizar assistências

técnicas e laudos cinesiológico funcionais, utilizar antropometria em projetos novos e

admissão de colaboradores para postos de trabalho, trabalhar na prevenção de queixas

musculoesqueléticas, intervindo ergonomicamente na conscientização, correção ou

concepção na empresa, educando através de palestras de capacitação, treinamento preventivo

e conscientização, orientando o trabalhador em relação a aspectos posturais durante a

realização das atividades de trabalho, como nas atividades fora do ambiente de trabalho,

verificando a biomecânica nas atividades ocupacionais e avaliação postural utilizando a

biofotogrametria, implantando exercícios laborais e pesquisando sobre a saúde ocupacional e

assim possibilitando a divulgação do conhecimento para outros profissionais da área.

Os DORT representam uma grande problemática para a empresa e para o indivíduo

repercutindo na imagem da organização e transformando a vida laboral, social e afetiva do

trabalhador. Para que esta realidade seja revertida, torna-se de extrema importância o

investimento em ações preventivas com a colaboração das chefias e dos funcionários para um

resultado adequado e eficaz.

O Profissional deve estar em constante aprimoramento para atuar nesta área e a presença de

maiores conhecimentos de Ergonomia, Biomecânica, Fisiologia do Trabalho e Legislação.

Assim sendo, o fisioterapeuta estando devidamente preparado e com respaldos poderá

manifestar-se como um excelente Gestor da Qualidade de Vida no Trabalho, mostrando sua

real função e importância dentro de uma empresa através de números, dados e gráficos aos

gestores comprovando melhorias constantes e para a sociedade, o que se confirma com bases

sólidas de estudo e desempenho superior no que é realizado. Deixando como recomendação a

participação atuante e efetiva deste profissional para melhor divulgação do seu trabalho e a

sugestão de que pesquisas mais aprofundadas sejam feitas neste campo promissor ainda

pouco explorado, conquistando esse espaço para a classe fisioterapêutica bem como,

aumentará a credibilidade e a confiança da sociedade.

5 Referências ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia. Disponível em:

http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia. [Acesso em 22 de janeiro 2012].

ALVES, A.E; GONÇALVES, M.R; ROMAO, M.F. Ginástica laboral e envelhecimento: revisão sistemática.

Revista Brasileira de Fisioterapia do Trabalho. Ano 01 - Edição nº 03 - Maio de 2011.

ALVES, J. H. F. Ginástica Laborativa – Método para Prescrição de Exercícios Terapêuticos no Trabalho.

Revista Fisioterapia Brasil, v. 1, n. 1, set./out., 2000. p.19 - 22.

ALVES, S.; VALE, A. Ginástica Laboral - Caminho para uma Vida mais Saudável no Trabalho. Revista

Cipa – Benefícios da Ginástica no Trabalho. São Paulo, n. 232, v. 20, mar., 1999. p. 30-43.

ANJOS, DCS; MONTEIRO, W. Aspectos da Biomecânica Ocupacional e Abordagem Preventiva da

Fisioterapia. Revista Brasileira de Fisioterapia do Trabalho. Ano 01 - Edição nº 03 - Maio de 2011.

Page 17: artigo14_2

17

ASSUNÇÃO, A. A. Sistema músculo-esquelético: Lesões por Esforços repetitivos. In: Rene Mendes. (Org.).

Patologia do Trabalho. 2 ed. Rio de Janeiro, 1995.

BARBOSA, L. H. et al. Abordagem da Fisioterapia na Avaliação de Melhorias Ergonômicas de um Setor

Industrial. Revista Brasileira de Fisioterapia. [S.l], v.4, n.2, p. 83-92, 2000.

BARBOSA, M; SANTOS, R; TREZZA, M; A vida do trabalhador antes e após a Lesão por Esforço

Repetitivo (LER) e Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho (DORT); Revista Brasileira de

Enfermagem, Brasília 2007 set-out; 60(5): 491-6.

BATIZ, E; SANTOS, A.; LICEA, O. A postura no trabalho dos operadores de Checkouts de

supermercados: uma necessidade constante de análises. Produção, v. 19, n. 1, p. 190-201, 2009.

BAÚ, LMS. Fisioterapia do trabalho: ergonomia, legislação, reabilitação. Curitiba: Clãdosilva, 2002.

BRAZ, MM. Educação integral: um modelo de ensino da Fisioterapia baseado na física quântica. [tese

online]. Florianópolis: Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina; 2006. [Acesso em: 26

de janeiro de 2012]. Disponível em: http://teses.eps.ufsc.br/defesa/pdf/13534.pdf

BRASIL, INSS, LER/ DORT Programa de Prevenção. São Paulo – SP, 2006.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os

serviços de saúde. Brasília, DF; 2001.

BRASIL, NR 17 ERGONOMIA, Normas Regulamentadoras - Segurança e Medicina do Trabalho. Atlas,

66ª edição, 2010.

BUENO, M. Contribuições de Christoph Dejours à Análise da Relação Prazer, Sofrimento e Trabalho.

Porque os funcionários adoecem tanto no mundo do trabalho? 2008. Disponível

em:http://blog.portalcatalao.com/ Acesso em: 20/01/2012; Ano 12 - Edição nº 96 - Agosto de 2009.

CAPELARI, J; SCHEIBIG, K; DIETER, E; LER/DORT e os Riscos a Saúde do Trabalhador: Uma Revisão

Bibliográfica 2008. Revista FisioBrasil, Ano 12 - Edição nº 96 - Agosto de 2009 - ISSN 1676-1324.

CODO, W; ALMEIDA, M. C. G. (Orgs.). LER: Lesões por Esforços Repetitivos. 4. ed. Petrópolis: Vozes,

1998.

CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL: Resolução Nº 1.269, de 15 de fevereiro de 2006.

Dispõe sobre o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP) e Fator Acidentário Previdenciário

(FAP). Diário Oficial da União, 2006. Disponível em http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/72/MPS-

CNPS/2006/1269.htm. [Acessado em 15 de outubro de 2011]. Brasília, 2006.

COFFITO. Legislação. Resoluções. Resolução n. 80, de 9 de maio de 1987. Disponível em:

<http://www.coffito.org.br>. Acesso em: 15 outubro 2011.

COFFITO: Resolução Nº 259 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de 18 de

dezembro de 2003. Disponível em: <http://www.coffito.org.br>. Acesso em: 15 outubro 2011.

COUTO, Hudson de Araújo et al. Como Gerenciar a Questão das LER/DORT. Belo Horizonte: Ergo, 1998.

DÂNGELO, José Geraldo; FATTINI, Carlo Américo. Anatomia Básica dos Sistemas Orgânicos: com a

descrição dos ossos, junturas. São Paulo: Atheneu, 2000.

DEFANI, J.C; Avaliação do perfil antropométrico e análise dinamométrica dos trabalhadores da

agroindústria do setor de frigoríficos e abatedouros: o caso da Perdigão. Carambeí: Engenharia de

Produção, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2007.

DELIBERATO, Paulo C. P. Fisioterapia Preventiva: Fundamentos e Aplicações. 1.ed. Barueri: Manole, 2002.

DINIZ, Evaleide; CARVALHO, Catarina Maria; LEMOS, Andréa; TOSCANO, Carla Fabiana. Efeitos da

ginástica laboral sobre a força de preensão palmar e queixas de dores musculares em auxiliares de

produção de uma indústria alimentícia. Revista Brasileira de Fisioterapia. V. 9, n. 5, 2008.

DOU (Diário Oficial da União), 2004. Dispõe sobre a Fisioterapia do Trabalho e dá outras providências.

Disponível em <http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view. asp?cod=1341&psecao=9>. [Acessado em 15

de outubro 2011]. Brasília, 2004.

DUL, Jan, WEERDMEESTER, Bernard. Ergonomia prática. Tradução Itiro Iida. São Paulo, Edgard Blücher,

1995.

FEDERIGHI, Waldomiro José Pedroso. Ergonomia: Ferramenta para obter a Saúde do Trabalhador. O

Mundo da Saúde. São Paulo, v.22, n.5, p.274-279, set./out. 1998.

FELIZ, T.C; Matéria: A Atuação do Profissional Fisioterapeuta nas Constatações de Incapacidade Física e

de Nexo de Causalidade. Revista Brasileira de Fisioterapia do Trabalho. Ano 01 - Edição nº 03 - Maio de

2011.

GROSS, Jefrey; FETTO, Joseph; ROSEN, Elaine. Exame Musculoesquelético. Porto Alegre: Artmed, 2000.

GÜÉRIN, F. et al. Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia. São Paulo: Edgard

Blucher, 2001.

IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. 8.ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2002.

Page 18: artigo14_2

18

INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – INSS. Anuário Estatístico da Previdência Social,

2009. Disponível em: http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.php?id=974. Acesso em 15 de

outubro, 2011.

KAIZER AAS, Kaizer RTD, Marquesini MP, Santos FL. Análise de incidência para aptidão de

colaboradores no exame pré-admissional e no final de contrato de experiência em empresa frigorífica,

Maringá, 2006.

KAIZER AAS; Ramos, FS; Kaizer RTD; Faber-Jr. Análise da eficiência da aplicabilidade do tratamento

cinético-funcional no processo de reabilitação do trabalhador. Revista Fisiobrasil N. 4, Ano 12 - Edição nº

96 - Agosto de 2009.

KLEINOWSKI, A; STURMER, C. Atualidades em Legislação do trabalhador para melhor inserção do

Fisioterapeuta do Trabalho no âmbito empresarial. Revista Brasileira de Fisioterapia do Trabalho. Ano 01 -

Edição nº 01 - Março de 2010.

LAVILLE, A. Referências para uma história da ergonomia francófona. In: FALZON, P.

(Ed.). Ergonomia. São Paulo: Edgard Blucher, 2007. p. 21-32.

LEITE, Patrícia Campos; SILVA, Arlete; MERIGHI, Mirian Aparecida Barbosa. A mulher trabalhadora de

Enfermagem e os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Revista da Escola de Enfermagem

da USP, São Paulo, v.41, n.2, p.287-291, junho 2007.

LIMA, V. Ginástica laboral: atividade física no ambiente de trabalho. 2ª ed., São Paulo - SP: Phorte, 2005.

LONGEN, W.C. Ginástica laboral na prevenção de ler/dort? um estudo reflexivo em uma linha de

produção. Dissertação de Mestrado – Curso de Pós- Graduação em Engenharia de produção da Universidade

Federal de Santa Catarina, 2003.

MAFRA, José Roberto Dourado. Metodologia de custeio para a ergonomia. Rev. contab. finanç. [online].

2006, vol.17, n.42, pp. 77-91. ISSN 1808-057X.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO: Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível

em http://www.mtecbo.gov.br/busca/descricao.asp?codigo=2236. [Acessado em 15 de outubro de 2011].

Brasília:2009.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO EMPREGO: Norma Regulamentadora 1, das Disposições Gerais das

NR’s. Diário Oficial da União, 1983. Disponível em

http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_01_at.pdf. [Acessado em 15 de outubro de

2011]. Brasília, 1983.

NASCIMENTO, MC et al. A profissionalização da fisioterapia em Minas Gerais. Rev. bras.

fisioter. [online]. 2006, vol.10, n.2, pp. 241-247. ISSN 1413-3555.

NUNES, A.N; LIMA, M.S; Fisioterapia do trabalho: sua presença nas organizações empresariais. Goiânia:

Fisioterapia, Universidade Católica de Goiás – UCG, 2003.

OLIVEIRA, JRGO. A prática da ginástica laboral. 3ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2006.

OLIVEIRA, C. R; & COLS. Manual prático de LER – Lesões por Esforços Repetitivos. Belo Horizonte:

Health, 1998.

PEROSSI, S. C. LER/DORT – Abordagem Psicossomática na Fisioterapia. Revista Fisio&Terapia, Rio de

Janeiro, n. 27, 2001. [Acesso em: 11 novembro. 2012]. Disponível em:

<http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/reumato/ler_dort_epidemia.htm>.

PRUFER, C. Responsabilidade Social Empresarial e Fisioterapia: uma dupla de possibilidades e ações a

saúde do trabalhador. Novo Hamburgo: Saúde do trabalhador, Centro Universitário Feevale, 2007. Acesso em

11 de novembro 2011. Disponível em: <

http://ged.feevale.br/bibvirtual/Monografia/MonografiaCarolinePrufer.pdf>.

RIBEIRO, Herval Pina. Lesões por Esforços Repetitivos (LER): uma doença emblemática. Caderno de

Saúde Pública. Rio de Janeiro, v.13. (Supl.2), p. 85-93, 1997.

RIO,R.P; PIRES, L. Ergonomia – Fundamentos da Prática Ergonômica. São Paulo: LTr, 2001.

RODRIGUES, ACC; ROMEIRO, CAP and PATRIZZI, LJ. Avaliação da cifose torácica em mulheres

idosas portadoras de osteoporose por meio da biofotogrametria computadorizada. Rev. bras.

fisioter. [online]. 2009, vol.13, n.3, pp. 205-209. Epub June 26, 2009.

ROSA, Aparecida F. G., et al. Incidência de LER/DORT em trabalhadores de enfermagem. Programa de

Pós – graduação em Enfermagem do Trabalho, Centro Universitário Filadélfia, Maringá. v. 30, n.1, p.19-25,

2008. Disponível em: <http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHealthSci/article/view/4383/3092>.

Acesso em: 11 set. 2011.

SILVA, J.B. A Ginástica Laboral como promoção de saúde. Dissertação de curso de Graduação em

Fisioterapia - São Paulo/SP, 2007.

SORATO, A; ALMEIDA, A; MACHADO, C; A importância do fisioterapeuta dentro das empresas;

Araçatuba: Fisioterapia, Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, 2007. [Acesso em: 20 de novembro

de 2011]. Disponível em: <www.salesiano-ata.br/faculdades/noticias/592/FISIO/TCC_2007.pdf>.

Page 19: artigo14_2

19

TALINI, B.; MOREIRA, H. A atuação da fisioterapia nas certificações em qualidade, segurança e saúde no

trabalho; Cascavél: Fisioterapia, Faculdade Assis Gurgaz; 2008. [Acesso em 10 de dezembro de 2011].

Disponível em:

http://www.fag.edu.br/tcc/2008/Fisioterapia/a_atuacao_da_fisioterapia_nas_certificacoes_em_qualidade_segura

nca_e_saude_no_trabalho.pdf

TIMOTEO, R.P; DOMANESCHI, M.A; BERTONCELLO, D. Importância da antropometria para análise e

adequação de um posto de trabalho específico. Revista Brasileira de Fisioterapia do Trabalho. Ano 01 -

Edição nº 03 - Maio de 2011.

VERONESI, José Ronaldo. Fisioterapia do Trabalho: Cuidando da Saúde Funcional do Trabalhador. São

Paulo: Andreoli, 2008.

WICZICK, R; DEMARCHI, V; A eficácia da fisioterapia preventiva do trabalho na redução do número de

colaboradores em acompanhamento no ambulatório de fisioterapia de uma indústria de fios têxteis. Anais

do XII SIMPEP – Simpósio de Engenharia de Produção – Universidade Estadual Paulista, 2006.