ARTIGO

AS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO DO DNA E CRIAÇÃO DE ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS

Profª Edna Ribera Ortega do Nascimento

Prof. Dr. Wagner José Martins Paiva

RESUMO

Esse trabalho representa parte das atividades do Programa de

Desenvolvimento Educacional estabelecido pela Secretaria de Estado da Educação

do Paraná, onde estão relatados o desenvolvimento e resultados da implementação

do projeto sobre transgenia - a criação de organismos modificados, aplicado a

alunos da 7ª série do ensino fundamental. Trata-se de um tema inquietante,

polêmico e isso me levou a pesquisar a fim de obter o máximo de informações a

respeito. Portanto, o projeto surgiu do pensamento de que os estudantes e a

sociedade devem conhecer mais sobre os avanços científicos e tecnológicos, ter um

mínimo de formação científica que possibilite uma melhor compreensão das diversas

questões atuais, como a das práticas de manipulação do DNA e criação de seres

modificados geneticamente. A população não pode ser apenas uma expectadora

passiva dos novos acontecimentos e situações. É preciso conhecimento para que

forme conceitos a favor ou contra, cobre prudência e responsabilidade por parte dos

que detêm o poder de fabricar ou regular o uso de transgênicos e exigir que lhes

seja resguardado o direito de escolher entre consumir ou não alimentos que os

contenham.

PALAVRAS CHAVE: Avanços científicos e tecnológicos. Transgenia. Polêmica

ABSTRACT

This work represents part of the activities of the Educational Development

Program established by the Secretary of State for Education of Paraná, where they

reported the results of the development and implementation of the project on genetic

modification - the creation of modified organisms applied to students in grade 7

school. This is a disturbing theme, controversial and it got me to research to obtain

as much information about it. Therefore, the project grew out of thinking that students

and society must learn more about the scientific and technological advances, have a

minimum of scientific training that will enable a better understanding of the various

current issues such as the practice of manipulation of DNA and creation of

genetically modified humans. The population can not be just a passive spectator of

the new events and situations. It takes knowledge to form concepts for or against,

copper prudence and responsibility on the part of those who have the power to make

or regulate the use of transgenic and require that they be saving the right to choose

or not to eat foods that contain them.

KEYWORDS: Scientific and technological advances, Transgenic. Controversy

INTRODUÇÃO

Estamos vivendo hoje num mundo de grande avanço científico e tecnológico,

onde fatos extraordinários ocorrem a todo instante.

Pelos jornais, revistas, televisão, internet e rádio recebemos tantas

informações que até já nos familiarizamos com os termos: clonagem, células-tronco,

alimentos orgânicos, alimentos transgênicos, gorduras trans, antioxidantes,

anabolizantes, aquecimento global, radiações, genômica, etc., porém é necessário

uma base de conhecimento sobre ciência e tecnologia para a compreensão de fato

dessas informações que estão à nossa volta, mesmo porque elas podem interferir ou

não em nossa vida.

É na escola que essas informações recebidas de tantas fontes podem ser

interpretadas levando ao estudante um maior entendimento sobre determinado

conceito, fato ou tecnologia.

Por exemplo, sabemos que cientistas hoje criam em laboratórios tanto

animais quanto vegetais modificados geneticamente e que já estamos inseridos

neste mundo transgênico. Ingerimos alimentos modificados geneticamente e muitas

espécies de animais ou plantas que passaram pelos processos de modificação

genética são comercializados pelo mundo afora. O que intriga a todos, ou seja, a

situação-problema que nos deparamos na atualidade é: Quais as conseqüências

dessas transgêneses artificiais, quais são os benefícios ou riscos reais que podem

ocorrer com a produção ou utilização de transgênicos?

Formam-se aí novas perguntas:

• Como devem ser tratadas as pesquisas em genética?

• Que código de ética deve haver para a manipulação genética de

organismos vivos, clonagem de seres humanos, de animais e

industrialização alimentos transgênicos no Brasil?

As manipulações genéticas quebram as fronteiras entre as espécies porque

permitem a transferência de genes entre espécies completamente diferentes.

Possibilita que qualquer ser vivo adquira novas características de vegetais, animais

ou mesmo de humanos. É um poder incomensurável!

Refletir sobre o processo de criação desses novos seres, bem como todas as

questões éticas envolvidas pareceu-nos um bom tema para desenvolver na forma de

projeto PDE junto aos alunos da 7ª série do Ensino Fundamental.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Conforme as Diretrizes Curriculares de Ciências para a Educação Básica do

Estado do Paraná, o objeto de estudo da disciplina de Ciências é o conhecimento

científico que resulta da investigação da Natureza.

As relações entre os seres humanos com os demais seres vivos e com a

Natureza ocorrem pela busca de condições favoráveis de sobrevivência e a

interferência do homem sobre a Natureza possibilita incorporar experiências,

técnicas, conhecimentos e valores produzidos na coletividade e transmitidos

culturalmente. Sendo assim, a cultura, o trabalho e o processo educacional

asseguram a elaboração e a circulação do conhecimento, estabelecem novas

formas de pensar, de dominar a Natureza, de compreendê-la e se apropriar dos

seus recursos (DCE, 2008 p.5).

Podemos afirmar que desde o início da civilização o homem tem realizado

modificação genética de plantas e animais, ao selecionar as sementes que lhe são

mais úteis ou interessantes e realizar cruzamentos de plantas e animais com

características desejáveis.

Esses são métodos clássicos de melhoramento genético, segmento da

ciência muito desenvolvido após a Segunda Guerra Mundial, que, embora tenham

colaborado para a produtividade agrícola e pecuária nas últimas décadas, são lentos

e incertos porque requerem repetidos cruzamentos e se restringem apenas às

espécies com reprodução sexuada.

Hoje através da biotecnologia, mais precisamente da engenharia genética, o

processo de melhoramento das espécies é mais rápido. Pode-se isolar um gene

específico que codifica uma característica ou propriedade que se deseja e transferir

esse gene para um vegetal, animal ou microorganismo, adaptando-o a um propósito.

A biotecnologia integra um conjunto de tecnologias habilitadoras que possibilitam utilizar, alterar e otimizar organismos vivos ou suas partes funcionantes, células, organelas e moléculas para gerar produtos, processos e serviços especializados com aplicações diversas nas áreas da saúde, agropecuária e meio ambiente.(BRASIL. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Biotecnologia. Disponível em : <http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/3546.htm> Acesso em 29 jul.2008).

A metade final do século XX foi marcada pelo aprofundamento do estudo e

dos conhecimentos sobre os seres vivos. A partir de 1950 consolidou-se a biologia

molecular e seu mais importante objeto de estudo, a molécula de DNA.

Foi a partir do conhecimento da estrutura do DNA e correspondente código

genético, que surgiram as técnicas para identificar, isolar e transferir genes de

organismos para outros permitindo a criação dos Organismos Geneticamente

Modificados (OGMs).

A engenharia genética constitui um aspecto da biotecnologia, matéria que se dedica às interferências e manipulações genéticas ou não em seres vivos, com a finalidade de obter, do ponto de vista agrícola, industrial ou farmacêutico, melhorias nas espécies (BRANCO. 2004 p.24).

Quando estudamos as células percebemos nos organismos eucarióticos o

núcleo, que é a região onde são encontrados os cromossomos, filamentos

espiralados de DNA (ácido desoxirribonucléico) que são formados por milhares de

genes, nos quais estão, em código, as informações hereditárias próprias de cada

espécie passadas de geração a geração.

Os genes são trechos da molécula de DNA e qualquer ser vivo animal,

vegetal ou microorganismo os têm com a mesma composição química básica,

formados dos mesmos elementos, só que em ordem diferente.

Essa semelhança de composição básica dos genes entre as espécies permite

que se faça, artificialmente, o transporte de um gene de uma espécie para outra,

introduzindo nesta uma propriedade que não possuía.

As transferências de genes são denominadas transgêneses e os seres que

sofreram modificações em suas características ou propriedades, a partir de

transgênese, são chamados Organismos Transgênicos. Essas mudanças têm

caráter hereditário, portanto, uma vez adquiridas pelo organismo serão transmitidas

aos descendentes, gerando os OGMs.

Pela definição científica, os OGMs mais popularmente conhecidos como

transgênicos ou são organismos que recebem um ou mais genes de outro

organismo e passam a ter uma nova característica de especial interesse. Exemplo:

uma planta que tem sua qualidade nutricional melhorada com gene de outro

organismo.

Atualmente, uma combinação de técnicas permite isolar um gene específico que codifica uma característica desejada e transferir esse gene para outros organismos vivos a fim de adaptá-los aos nossos propósitos. O organismo que tem seu patrimônio genético alterado pela introdução de DNA exógeno é chamado de transgênico, enquanto o gene introduzido é denominado transgene e o conjunto de técnicas envolvidas nesse processo é designado transgênese. (FARAH, 2007 p. 324,325).

Os organismos transgênicos são criados com a finalidade de oferecer

benefícios ao ser humano, sendo, por exemplo, múltiplas as suas aplicações na

medicina. Uma delas, em desenvolvimento, é a terapia gênica que consiste em

reprogramar células de uma pessoa para curar doenças genéticas.

No caso de enfermidades genéticas, nas quais um gene está defeituoso ou ausente, a terapia gênica consiste em transferir a versão funcional do gene para o organismo portador da doença, de modo a reparar o defeito. Porém, o sucesso da terapia gênica ainda permanece como uma perspectiva para o futuro (Guerra, A. R. A terapia gênica. Disponível em: http://www.ufv.br/dbg/BIO 240/TG112.htm. Acesso em: 29 jul.2008).

Todo esse trabalho científico exige normas de conduta ética. Quando estes

trabalhos são da área de estudos biológicos se aplica a bioética, palavra de origem

grega: bios (vida) ética (costumes, valores relativos a um determinado agrupamento

social, em algum momento de sua história). Portanto, a bioética é a ética das

ciências biológicas.

O objetivo geral da bioética é buscar benefícios e a garantia da integridade do ser humano, tendo como fio condutor o princípio básico da defesa da dignidade humana. Considera-se ético o que, além de bom, é o melhor para o ser humano (OLIVEIRA, 2004 p.75).

METODOLOGIA

As dificuldades encontradas hoje para oferecer um aprendizado significativo

ao aluno nos fazem repensar nossa prática em sala de aula. É certo que os

problemas sócio-economico-culturais estão envolvidos no processo aprendizagem,

porém temos que buscar uma prática que supere a passividade, o desinteresse ou

indisciplina dos estudantes. Que proporcione um aprendizado real aplicável na

resolução de seus problemas do dia a dia.

Assim, a construção do conhecimento deve partir de atividades diversificadas,

através de metodologias diversas, buscando a origem dos conceitos científicos

através da história da ciência, usando a investigação, a problematização da

realidade, a execução de ações, críticas e conclusões.

Levando em consideração essa realidade social, cultural, econômica e

psicológica dos alunos cabe ao professor proporcionar situações motivadoras,

escolher atividades adequadas ao seu desenvolvimento de modo a perceberem a

importância das questões cientificas e tecnológicas e o papel da humanidade dentro

do Universo.

Segundo Ausubel (1978), quando alguém recebe uma informação nova ele a

relaciona com as informações já presentes em sua estrutura cognitiva, e, se

consegue ancorar o conhecimento novo no conhecimento velho de forma interativa,

ocorrerá uma “aprendizagem significativa”.

Aprendizagem significativa é um processo por meio do qual uma nova informação relaciona-se, de maneira substantiva e não-arbitrária, a um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo (MOREIRA, 1999).

Baseado nessa teoria nosso trabalho enfocou principalmente os transgênicos

artificiais, embora seja importante lembrar-se da ocorrência de transgêneses

naturais que ao longo da história dos seres vivos na Terra ocorreram com certa

freqüência, sendo fundamentais para a origem dos seres que hoje conhecemos.

DESENVOLVIMENTO

As ações realizadas

- Conceituamos célula, suas partes, suas estruturas, mostrando a importância do

núcleo celular, reconhecendo os cromossomos, conhecendo a genômica e o

interesse sobre o genoma dos organismos.

- Conceituamos organismos transgênicos, identificando os processos em que eles

são criados, compreendendo os riscos ou benefícios oferecidos por esses

organismos.

- Definimos biotecnologia, engenharia genética e bioética, termos inter-relacionados

à criação de OGMs.

- Conhecemos a legislação federal e estadual e os órgãos responsáveis pelo

controle de OGMs.

- Propiciamos aos educandos a construção de opinião baseada em conhecimento

maior sobre o assunto, podendo com isso argumentar com as pessoas de seu meio,

transformando-se num repassador de idéias e saberes.

- Proporcionamos situações para que os educandos pudessem ler e interpretar

textos, exprimindo-se oralmente com correção e clareza, usando as terminologias

corretas.

Para iniciar a implementação deste projeto desenvolvemos a princípio os

conteúdos básicos e específicos da 7ª série: Célula e componentes celulares,

Estudo do Núcleo Celular, Cromossomos, DNA, Genes e genoma das espécies.

Apresentamos aos alunos o conceito de DNA como a substância química,

ácido desoxirribonucléico, molécula formadora dos milhares de genes que formam

os cromossomos contidos no núcleo celular. E ao desenvolver esse trabalho, o

fizemos de um modo concreto ao construirmos um modelo de DNA, a dupla hélice e

a seqüência das bases nitrogenadas, que permite uma aprendizagem marcante

através de uma atividade lúdica e instrutiva. (Anexo II)

Fizemos uma sondagem do conhecimento prévio dos alunos a respeito de

transgênicos (Anexo I) através das questões abaixo, cujos resultados estão

relatados em seguida.

Resultados e Discussão

Resultado da Investigação Inicial feita a 60 alunos da 7ª série do Ensino

Fundamental

Questão 1)

Você conhece o símbolo, o que significa?

sim 21

não 39

TOTAL DE ALUNOS 60

Os resultados demonstram que grande parte dos nossos alunos desconhece

totalmente a existência de transgênicos. Pode-se observar que estes alunos não têm

informações básicas a respeito, não conhecem o termo, o símbolo, nem a que ele se

refere.

Se considerarmos que todos os cidadãos devem estar minimamente

informados, uma vez que faz parte da nossa realidade o consumo de alimentos

provenientes de organismos geneticamente modificados. E se indagarmos se é

importante que o aluno saiba sobre transgênicos ou qual a relevância disso no seu

dia a dia? Podemos concluir que estes questionamentos se complementam e se

respondem de maneira afirmativa, pois todo cidadão deve saber e conhecer

minimamente a sua realidade.

Questão 2)

Sabia que no supermercado compramos muitos

produtos que contém?

sim 26

não 34

TOTAL DE ALUNOS 60

Esse resultado indica que muitos alunos não têm o hábito de observar os

rótulos dos alimentos, embora a rotulagem de transgênicos não esteja em todos os

produtos que os contém, porque a Lei nº 4680/03, em vigor desde abril/2004, não é

cumprida à risca. É importante que adquiram o hábito de observarem as indicações

constantes nos rótulos dos alimentos como: componentes, procedência, valor

nutricional, validade, etc.

Questão 3)

O que você entende por produtos transgênicos

São 100% naturais, iguais aos dos nossos

antepassados.

19

São transformados geneticamente (genes

manipulados)

10

São produtos com aditivos químicos mais

eficazes

12

Não sei 19

TOTAL DE ALUNOS 60

Observa-se que a maioria dos pesquisados desconhece a transgênese

artificial. Não relacionam os produtos transgênicos como aqueles provenientes de

organismos manipulados geneticamente pelo homem.

Questão 4)

A origem da palavra transgênico se deve a:

Transposição de gênero 37

Transformação de gemas 11

Transferência de genes (DNA) 12

TOTAL DE ALUNOS 60

Os alunos desconhecem nesse momento a existência de técnicas que

permitem identificar, isolar e transferir genes de um organismo para outro e o

resultado indica que poucos perceberam a composição da palavra.

Questão 5)

Se contém transgênicos os produtos são:

Ótimos 13

Bons 22

Ruins/péssimos 3

Não sei 22

TOTAL DE ALUNOS 60

Percebemos pelas respostas que os alunos, apesar de não saberem do que

se trata, confiam que se os produtos transgênicos estão à venda, autoridades

fizeram as investigações e eles sejam bons. Há aqui uma confiança nos órgãos

responsáveis pelo processo de liberação e comercialização de transgênicos.

Após essa investigação inicial, que foi um levantamento de dados sobre o

conhecimento que os participantes já têm do conteúdo transgênicos, foram então

introduzidos diversos textos, vídeos, reportagens, materiais estes que formaram um

quadro contextual no qual se desenvolveu progressivamente o trabalho, buscando-

se garantir uma aprendizagem significativa.

Os temas escolhidos foram: A manipulação genética e o processo de criação

de transgênicos; A história dos transgênicos; Os transgênicos no Brasil e no mundo

atual; Benefícios e riscos dos transgênicos; Terapia Gênica; Legislação sobre

transgênicos, órgãos responsáveis.

Nesse momento coube ao professor exprimir com clareza e consistência as

questões a ser debatidas, definindo o tema a ser discutido e sua problematização,

viabilizando o diálogo investigativo, que propiciou o desenvolvimento do

conhecimento científico sobre o assunto em exame e buscou transformar a sala de

aula em espaço rico em pesquisa e investigação.

As atividades com os educandos envolveram:

Trabalhos com grupos: onde questões são debatidas, dúvidas levantadas e

resultados apresentados pelos educandos, permitindo a sondagem do conhecimento

dos mesmos sobre determinado conceito.

Trabalhos com textos: os textos de jornais, revistas, internet foram utilizados como

pontos de partida para leitura e elaboração de perguntas, que coletadas foram

organizadas em mural para no final o professor retomar as dúvidas e respondê-las

com os alunos ou também puderam ser utilizados para finalizar um capítulo, com

leituras que complementam as informações sobre o assunto. No geral, os textos

permitiram a elaboração de resumos com apresentação para a classe, resolução de

exercícios para verificar aprendizagem, produção de redações criativas, produção de

cartazes diversos.

Trabalhos com filmes e vídeos: Os filmes foram fontes valiosas de relação entre a

realidade e o conteúdo discutido, pois se trata de uma forma de linguagem mais

próxima do aluno. Pode-se através deles propor questões, ampliar informações,

motivar o estudo e facilitar a compreensão do tema. Assim, foi importante observar

que as informações prioritárias devem ser anotadas para serem utilizadas numa

discussão posterior à exibição.

Foram priorizadas situações de interação que permitiram aos educandos se

expressar sobre os conteúdos estudados, sem receio de serem discriminados,

podendo refletir sobre os valores humanos e os comportamentos éticos e culturais.

O desempenho da aprendizagem foi verificado através da observação dos

itens: participação, interesse, oralidade, elaboração de relatórios, trabalhos de

pesquisa, exposição dos trabalhos, produção de textos variados e resolução com

acerto das atividades propostas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desenvolver a reflexão sobre as relações entre ciência, sociedade e

tecnologia, considerando as questões éticas envolvidas, de maneira a compreender

as ciências como construções humanas, entendendo como elas se desenvolvem por

acumulação, continuidade ou ruptura de paradigmas, relacionando o

desenvolvimento científico e uso de tecnologia como recurso para resolver as

necessidades do homem e conseqüente transformação da sociedade foi o objetivo

geral do nosso trabalho.

Procuramos estimular nos alunos o hábito de refletir criticamente sobre as

questões polêmicas apresentadas nesse projeto, estar sempre informados a respeito

dos avanços tecnológicos na área científica, especificamente sobre a criação dos

OGMs, que apontados como vilões pelos ecologistas e como salvadores da pátria

pelos cientistas, representam uma revolução atual na agricultura, na cozinha e na

medicina. Representam o ponto culminante das ambições científicas que é poder

modificar as características e propriedades das espécies vivas da forma mais

conveniente aos interesses envolvidos dos pesquisadores.

Procuramos enfim levar aos alunos conhecimentos sobre toda essa revolução

tecnológica cujas questões devem e deverão ser debatidas por todos os segmentos

da sociedade, pois, como já afirmamos, tem implicações não só científicas, mas,

sobretudo sociais, econômicas, sociais e políticas.

Referências Bibliográficas

BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – CONAMA (Conselho Nacional de

Meio Ambiente)

BRASIL. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. CTNBio (Comissão Técnica

Nacional de Biossegurança). Disponível em:

http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/3546.htm . (Acesso em 29 jul.

2008).

SEED - Secretaria de Estado da Educação do Paraná – Superintendência da

Educação. Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental,

2008.

AUSUBEL, D.P.; NOVAK, J.D.; HANESIAN, H. Psicologia Educacional. Rio de

Janeiro: Interamericana, 1980.

BRANCO, Samuel Murgel. Transgênicos – Inventando seres vivos. São Paulo:

Moderna, 2004.

FARAH, Solange Bento. DNA: Segredos & Mistérios. São Paulo: Sarvier, 2007.

GUERRA, A. R. A terapia gênica. Disponível em: http://www.ufv.br/dbg/BIO 240/TG112.htm. ( Acesso em: 29 jul.2008).

MOREIRA, M.A.; MASINI, E.F.S. Aprendizagem Significativa: a teoria de David

Ausubel. São Paulo: Centauro, 2001.

OLIVEIRA, Fátima. Engenharia Genética-O sétimo dia da criação. Ed. Moderna.

São Paulo, 2005.

______. Bioética - Uma face da cidadania. Ed. Moderna. São Paulo, 2004.

Sites consultados:

http://www.comciencia.br/reportagens/transgenicos/trans01.htm

http://www.ufv.br/dbg/BIO240/TG112.htm,

www.brasilescola.com/biologia/transgênicos.htm , www.ambientebrasil.com.br

www.transgenicos.pr.gov.br, www.embrapa.br , www.mct.gov.br,

www.aenoticias.pr.gov.br

ANEXO IInstrumento de Investigação Inicial

1- Você conhece o símbolo ? ( ) sim O que significa?_________________ ( ) não

2- Sabia que no supermercado compramos muitos produtos que contém

? ( ) sim ( ) não

Importante: No Brasil há uma Lei que obriga a rotulação mas não écumprida à risca. Somente alguns produtos apresentam essa informação.

Veja o rótulo: Acima do símbolo está escrita a frase:Produto produzido a partir de soja transgênica.

3- O que você entende por produtos transgênicos ? ( ) são aqueles derivados de vegetais, cereais ou organismos 100%naturais, iguais aos cultivados pelos nossos ancestrais. ( ) são aqueles derivados de vegetais, cereais ou organismos transformadosgeneticamente (os cientistas manipularam seus genes). ( ) são aqueles produtos melhorados pois têm os aditivos químicos maiseficazes. ( ) não sei

4- A origem da palavra transgênico se deve a: ( ) transposição de gênero ( ) transformação de gemas ( ) transferência de genes (DNA)

5- Se contém transgênicos, os produtos são: ( ) ótimos ( ) bons ( ) ruins ( ) péssimos ( ) não sei

ANEXO II

Construção de modelo de DNA

Alunos constroem molécula de DNA utilizando arame, palitos de dente e balas de goma.

TEXTO: O que é o DNA?

Em português, a sigla DNA significa ácido desoxirribonucléico. O DNA é uma molécula que existe dentro das células de todos os seres vivos, desde as bactérias, fungos e protozoários até os animais e plantas, e contém as informações necessárias para formar um ser vivo e para que ele possa se reproduzir.O DNA é como um código secreto de letras, que ao ser decifrado pela célula, produz os componentes que fazem parte do nosso corpo.Não conseguimos ver uma molécula de DNA a olho nu. Para estudá-la precisamos utilizar técnicas e aparelhos específicos. O DNA é formado por unidades menores chamadas nucleotídeos. Existem 4 tipos de nucleotídeos, representados pelas letras A, C, G e T (veja a figura). A forma como esses nucleotídeos se arrumam é que faz com que os seres vivos sejam diferentes um dos outros. Para ficar mais fácil, veja um exemplo com as letras A, O, M, R. Com estas 4 letras podemos formar as palavras AMOR, ROMA, ORAM, MORA, RAMO. Se uma das letras puder ser repetida, podemos formar ainda as palavras MORRO e AMORA, por exemplo. Observe que usamos as mesmas letras, porém formamos palavras com significados diferentes. A mesma idéia pode ser aplicada para o DNA. Os 4 tipos de nucleotídeos se arrumam de diversas maneiras na molécula de DNA, formando os diferentes seres vivos.

Estrutura da molécula de DNA

Uma molécula de DNA é formada por duas fitas de nucleotídeos (representados por G, C, A e T), como mostra a ilustração abaixo. Note que nessas fitas o nucleotídeo “A” sempre se liga ao “T” e “C” sempre se liga a “G”. Essa regra é respeitada por toda a molécula de DNA.

Dentro das células, as duas fitas de DNA não se encontram lado a lado como mostrado acima. Elas se encontram retorcidas e interligadas entre si em diversos pontos.

Pouco mais de 50 anos se passaram desde a descoberta da estrutura do DNA, e hoje assistimos a um espantoso avanço nesta área de pesquisa. As discussões sobre o DNA estão em toda parte: clonagem, Projeto Genoma, alimentos transgênicos, testes de paternidades; são várias as aplicações desse novo conhecimento.